O audiovisual na escola
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Televisão e escola: a presença dos meios de comunicação em sala de
aula
Grupo PIBID Plangg
Vivemos em uma sociedade pós-moderna que é reconhecida pela grande demanda de informações. Nesta sociedade o papel do professor se transforma. Ele passa a ter a tarefa de ensinar a pesquisar e também a selecionar informações.
Os alunos e a TV
Segundo pesquisa realizada pelo IBOPE, os jovens de
4 a 17 anos dedicam, em média, 3 horas por dia em
frente à TV.
Em contrapartida, o tempo que esses jovens passam
em sala de aula é de 4 a 5 horas.
Apesar da grande representatividade de ambas na
vida dos jovens, para Cássia Borsedo, a escola e a TV
continuam se ignorando.
Jose Manuel Moran
Doutor em Comunicação (USP),assessor da Faculdade Sumaré - SP e professor aposentado pela USP.
A fala de crianças e jovens é mais sensorial-visual do que racional e abstrata.
Para Moran (2007, p. 162):A TV fala da vida, do presente, dos
problemas afetivos, enquanto a fala da escola é intelectualizada e distante. A TV é sedutora – a escola é cansativa e monótona, não pode a escola concorrer com os modelos consumistas vigentes.
Vídeo em sala de aula
“Os vídeos facilitam a motivação, o interesse por assuntos novos, são dinâmicos, contam
histórias, mostram e impactam.” (José Manuel Moran)
Como podem ser utilizados:
Para motivar, sensibilizar; Para ilustrar, contar, mostrar, tornar próximos
temas complicados Como vídeo-aulas: vídeos com assuntos já
preparados para os alunos (portal da escola); Como produção individual ou coletiva.
Inadequação do uso do vídeo Vídeo tapa-buraco: ausência do professor; Vídeo enrolação: sem objetivo, sem ligação
com a matéria; Vídeo deslumbramento: professor que exagera
no uso; Vídeo perfeição: informações equivocadas
podem ser usadas para uma análise em sala de aula;
Só exibição: é preciso um debate, um objetivo.
Benefícios na utilização do vídeo Aulas mais atraentes;
Estimula a participação e discussão;
Mais criatividade;
Complementação das discussões do material impresso.
Para Elson Rezende de Mello: “A televisão
(...) é que deveria se preocupar com os valores
e conteúdos educativos que a escola
desenvolve.”
A escola tem dificuldade em exibir e trabalhar
a programação da TV na sala de aula, devido
ao conteúdo exibido pelas emissoras.
Sendo impossível lutar contra a TV, é necessário que a escola ofereça uma
leitura crítica dos programas exibidos pelas emissoras.
O professor deveria estar atento ao que produzem os meios de comunicação, pois o cinema, a televisão e o vídeo desempenham um papel educacional relevante. Os meios de comunicação são capazes de ditar modelos, comportamentos, privilegiam valores e ensinam linguagens coloquiais.
O universo que as crianças e os jovens trazem para dentro da sala de aula é alimentado pela TV.
Para Viana: “Debater com os alunos sobre determinada notícia veiculada pelo telejornal, ou discutir sobre as ações de uma personagem em destaque de uma novela, pode representar a importante etapa de despertar nos alunos a reflexão sobre as relações entre ficção e realidade, bem como sobre a “edição” dos fatos reais, tão comuns na atuação dos meios de comunicação. Isto já representará promoção entre os alunos de uma consciência mais crítica sobre a programação televisiva, sua produção e seus objetivos.” ( VIANA, 2001, p. 1)
O vídeo quando bem usado na sala de aula é um recurso que pode aproximar o aluno do professor. A utilização de vídeos na educação aproxima a realidade escolar aos interesses dos alunos, mobiliza, captura, sensibiliza, aproxima realidades.
O vídeo é um instrumento facilitador da aprendizagem, pois ele é algo agradável para os alunos. TV, vídeo e escola possuem interesses comuns naquilo que querem ensinar. Os modos de falar, padrões de comportamento, modos ou parâmetros de julgamento, informações ou conteúdo, padrões de análise muitas vezes são de mesmo interesse ou foco tanto na escola quanto na TV.
Pesquisa
Realizada com 32 alunos de Ensino Médio
da escola, no dia 15 de abril de 2011.
Sugestões de atividades
Retiradas do livro: Como usar a televisão na
sala de aula, de Marcos Napolitano
Atividade: A percepção da notícia
Objetivo: Relacionar a assimilação da notícia
ao repertório individual e às variáveis
ideológicas que interferem no processo.
Roteiro 1 (ensino fundamental):
Selecione e exiba um telejornal para a classe (ou uma notícia veiculada pelo telejornal)
Cada aluno deve elaborar uma redação, recontando a notícia ou o conjunto de notícias assistidas na TV, concluindo com uma opinião pessoal sobre o conteúdo assistido.
Mapear os resultados gerais obtidos com a redação e pedir aos alunos que as justifiquem, explicando porque examinaram determinados aspectos e não outros.
Atividade: A percepção da notícia
Roteiro 2 (ensino médio):
Selecione e exiba um telejornal na classe;
Para a aula seguinte, cada aluno deve trazer um
cartaz, articulando textos (produzidos por ele
mesmo), gravuras ou fotos recortadas,
reproduzindo os temas que ele julga mais
importantes assistidos no telejornal. Os alunos
devem justificar sua seleção e seu enfoque.
Atividade: A percepção da notícia
Atividade: Televisão e decadência cultural
Objetivo: fazer o aluno se posicionar sobre o
impacto da TV na sociedade e na cultura do
século XX, analisando o mito da decadência
cultural das sociedades de massa.
Roteiro 1 (ensino fundamental):
Distribua para a classe o texto gerador com os resultados
da pesquisa realizada pelo Datafolha, publicada na TV
Folha/FSP, em 09/11/1997.
Organize um debate com base em duas questões:
A) O que você acha dos resultados da pesquisa?
B) Se os programas “Domingão do Faustão,” “Domingo Legal” e
“Ratinho” são considerados os piores da TV, por que fazem tanto
sucesso?
Atividade: Televisão e decadência cultural
Roteiro 2 (ensino médio):
Escolher um dos materiais abaixo:
Filme gerador: “Ilhas” (Meu caro diário,Itália, Nani
Moretti, 1993);
Texto gerador: “Declínio social favorece ascensão
cultural”, de Marcelo Coelho, Folha de São paulo,
15/04/1998, p. 4-9.
Atividade: Televisão e decadência cultural
Após ler o texto ou assistir ao filme, organizar um debate
sobre as opiniões e críticas elaboradas pelo material-gerador
escolhido.
Verificar se o aluno entende o significado de “decadência
cultural”, no sentido em que se coloca nos materiais-geradores
e se ele concorda com o conceito.
Problematizar as opiniões surgidas. Levar em conta os
conceitos: “lixo cultural”, “alto nível de cultura”, “ascensão
econômica/ascensão social”, e outros em que os alunos
tenham dificuldade de entendimento.
Atividade: Televisão e decadência cultural
Atividade: A desconstrução do material televisivo
Objetivo: explicitar os mecanismos de técnica
e linguagem que permitem a criação de um
programa de TV.
Filmes geradores:
Truman show. O show da vida (EUA, Peter Weir,
1997);
Mera coincidência (EUA, Barry Levinson 1997);
O quarto poder (EUA, Costa-Gravas, 1997);
Atividade: A desconstrução do material televisivo
Roteiro:Após a exibição do filme, em classe ou como
atividade extra-escolar, organize um debate contemplando os seguintes pontos: a) como a TV “fabrica” a realidade; b) como separar o que é realidade daquilo que a TV “fabrica”; c) quais os interesses que estão por trás dessa “fabricação” da realidade; d) quais exemplos semelhantes àqueles mostrados nos filmes podem ser encontrados na TV brasileira?
Atividade: A desconstrução do material televisual
Atividade: Além dos conteúdos dos programas
Objetivo: pautar e criticar os interesses do
emissor.
Roteiro (ensino médio):
Selecione programas de TV (telejornais, programas de variedades, etc.)
Preste atenção em como os temas de interesse social são representados
ou tratados (p.ex.: Direitos Humanos, temas econômicos, sindicalismo,
questão agrária);
Estimule a percepção dos alunos de como o conteúdo do programa
articula “informação” e “opinião” por meio da seguinte estratégia:
quem fala, como fala, qual palavra ou ideia é mais recorrente, o
discurso do apresentador ou do ator trabalha com a ideia do “bem”
versus “mal” no tratamento do tema.
Atividade: Além dos conteúdos dos programas
A partir da síntese do material analisado, proponha uma
pesquisa, ampliando o leque de opiniões sobre o mesmo
tema.
Com a pesquisa realizada, proponha um debate a respeito
do tema, analisando os interesses da emissora na formação
da “opinião pública” e identificando o público-alvo para o
qual seria direcionado o programa escolhido.
Atividade: Além dos conteúdos dos programas
Referências:
BORSERO, Cássia. Televisão e escola: um diálogo possível. 2008.
MORAN, Jose Manuel. A interatividade na televisão e nas redes eletrônicas. 2002.Relatório de pesquisa para CNPq
MORAN, José Manuel. Vídeos são instrumentos de comunicação e de produção. 2009. Entrevista para Portal do MEC.
Referências:
MORIN, Edgar. Põe pra rodar! 2006.
NAPOLITANO, Marcos. Como usar a televisão na sala de aula. São Paulo: Editora Contexto, 2001.
VIANA, Claudemir Edson. TV na educação > o trabalho com TV na escola. Equipe EducaRede. 2008.