Neto a emergencia e desenvolvimento da imprensa

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A emergência e desenvolvimento da Imprensa (sécs. XV-XIX): consequência contextualizada da sua era, e não a sua causa

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A emergência e desenvolvimentoda Imprensa

(sécs. XV-XIX):consequência contextualizada da sua era,

e não a sua causa

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sécs. V-XI:� Paralisação do comércio europeu, suscitada pelas invasões bárbaras

sécs. XI-XIII:� Contacto com a cultura árabe

� Recuperação da cultura ancestral Grega e Romana� Escassez de pergaminho na Europa e assimilação do papel

� Ressurgimento da cultura escrita� Adaptação da cunhagem (ourivesaria), para substituição da escrita à mão

� Comércio recupera dinamismo� Urbanização e êxodo rural� Escrita assume nova importância com a contabilidade e o notariado� Emergência de escolas de natureza mercantil (Itália, séc. XIII)� Aumento (lento) da alfabetização� Emergência de universidades

sécs. XIV-XV:� turbulência social

� Guerra dos Cem anos� Peste Negra� Recessão económica

� Humanismo� reinvenção da pontuação como vector de universalização do entendimento� recuperação do Latim como matriz

Comércio como vector decisivo (sécs. XI-XIV)

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Redes e Política (sécs. XV-XVI)

Desenvolvimento da indústria metalúrgica alemã� invenção, por Gutenberg (1450), da primeira Imprensa� formatação do texto (pontuação, ordenação por parágrafos,

paginação) passa a obedecer a um duplo critério:� exequibilidade e eficiência, por influência dos impressores� clareza linguística, por influência Humanista

Mercadorização do livro e emergência das redes� da cópia individual à edição� da venda individual à feira� do editor individual ao colectivo de editores� centros de comércio assumem papel decisivo na difusão do

livro� tensão latim/línguas vernáculas

� novo campo de batalha política e simbólica� (re)delimitação de fronteiras

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Novas ideias e novos fluxosnovo espírito filosófico (compatibilização cada vez mais difícil entre Teologia e Filosofia):

� o Renascimento� recuperação da Antiguidade Clássica, (sobretudo Romana)� recusa dos dogmas eclesiásticos (redução do mundo a uma criação divina

inacessível à compreensão humana)� o Secularismo – recusa da centralidade política da Religião� o Humanismo

� o Homem como centro� ênfase da particularidade e dignidade do indivíduo� desenvolvimento do sistema educativo� aumento da consulta de imprensa� aumento do debate em espaços públicos (cafés)� aumento da circulação de ideias� as redes informais como precursores da circulação de ideias (ex: Erasmo)

novo espírito mercantil:� crise económica e social

� êxodo rural e urbanização� a cidade como espaço de Comunicação – recuperação da ideia Romana de

espaço público� o Mercantilismo

� a cidade como espaço de comércio� expansão do conhecimento geográfico� expansão das trocas com (re)conhecimento de novos mercados disponíveis

� o Secularismo – tensão política burguesia/aristocracia

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Novas ideias e novos suportes

novo espírito técnico (compatibilização cada vez mais difícil entre Teologia e Filosofia):

� o Renascimento� recusa dos dogmas eclesiásticos (redução do mundo a uma criação

divina inacessível à acção humana)� o conhecimento enquanto pré-condição de transformação técnica

do mundo (Francis Bacon e a aplicação do conhecimento em invenções técnicas que domestiquem o mundo e permitam o progresso civilizador)

� o Materialismo� o mundo passível de intervenção humana, empírica, “palpável”� a intervenção no mundo passível de avaliação em termos de

eficiência e eficácia� desenvolvimento da tipografia, mecanismo de impressão de texto

baseado na gravação originalmente usada na cunhagem de moeda� desenvolvimento técnico do papel (substituto do pergaminho) como

suporte de texto impresso� necessidade de um meio de difusão portátil, partilhável, transportável,

compatível com a noção de espaço público e de redes de conhecimento

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Imprensa e Modernidade:Contexto Económico-Político

Que suportes?� livros� panfletos

Para que fins?� informativos (imprensa enquanto vector de coesão social)� propaganda (imprensa enquanto veículo de aspirações sociais)

Em que condições?� ao aumento da procura corresponde uma periodicidade mais regular

e constante� a (re)acção dos Governos como vector decisivo

� constrangimentos à emissão de licenças� imposição de taxas� reconhecimento político (no final do séc. XVIII, com a Revolução

Francesa (1789) e a Declaração Universal dos Direitos Humanos)� em contextos de recessão económica, alterações de modelos de

financiamento estagnam a imprensa “séria”, suscitando o avanço da imprensa popular

� imprensa de massas norte-americana como expoente (final do séc. XIX)

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A emergência e desenvolvimentoda Imprensa

(sécs. XV-XIX):consequência contextualizada da sua era,

e não a sua causa