Nas favelas, no senado Sujeira pra todo lado Ninguém respeita a constituição Mas todos acreditam...

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Nas favelas, no senado Sujeira pra todo lado Ninguém respeita a constituição Mas todos acreditam no futuro da nação Que país é este Que país é este Que país é este Manchando papéis, documentos fiéis. Ao descanso do patrão. Que país é este. Que país é este. Que país é este. Que país é este. Terceiro mundo se for. Piada no exterior. Mas o Brasil vai ficar rico. Vamos faturar um milhão. Quando vendemos todas as almas. Dos nossos índios em um leilão. Que país é este. Que país é este. Que País é Que Pais é esse? Legião Urbana - Composição: Renato Russo No amazonas, no Araguaia ia, ia, Na baixada fluminense Mato grosso, Minas Gerais e no Nordeste tudo em paz. Na morte eu descanso, mas o

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Nas favelas, no senadoSujeira pra todo ladoNinguém respeita a constituiçãoMas todos acreditam no futuro da naçãoQue país é esteQue país é esteQue país é este

Manchando papéis, documentos fiéis.Ao descanso do patrão.Que país é este.Que país é este.Que país é este.Que país é este.Terceiro mundo se for.Piada no exterior.Mas o Brasil vai ficar rico.Vamos faturar um milhão.Quando vendemos todas as almas.Dos nossos índios em um leilão.Que país é este.Que país é este.

Que País é esse?

Que Pais é esse? Legião Urbana - Composição: Renato Russo

No amazonas, no Araguaia ia, ia,Na baixada fluminenseMato grosso, Minas Gerais e noNordeste tudo em paz.Na morte eu descanso, mas o sangue anda solto.

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A República – 15 de novembro de 1889 –

• A desarticulação do governo imperial facilitou o processo;

• D. Pedro fica isolado;• A ação foi fácil e inesperada pelo povo,

“que assistiu a tudo bestializado”, como se fosse uma parada militar;

• Os articuladores da república colocaram no poder o Marechal Deodoro da Fonseca.

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BANDEIRA DO IMPÉRIO

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BANDEIRA DA REPÚBLICA

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Hino à RepúblicaLetra: Olavo Bilac

Música: Francisco Braga

Seja um pálio de luz desdobradoSob a larga amplidão destes céusEste canto rebel que o passadoVem remir dos mais torpes labéus!Seja um hino de glória que faleDe esperanças, de um novo porvir!Com visões de triunfos embaleQuem por ele lutando surgir! – Liberdade! Liberdade! – Abre as asas sobre nós! – Das lutas na tempestade – Dá que ouçamos tua voz!

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Nós nem cremos que escravos outroraTenha havido em tão nobre País ...Hoje o rubro lampejo da auroraAcha irmãos, não tiranos hostis.Somos todos iguais! Ao futuroSaberemos, unidos, levarNosso augusto estandarte que, puro,Brilha, ovante, da Pátria no altar! – Liberdade! Liberdade! – Abre as asas sobre nós! – Das lutas na tempestade – Dá que ouçamos tua voz!

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• pálious. em cortejos e procissões, e que abriga pessoa

• Remir – resgatar

• Torpe – vergonhoso

• Labéus – desonra

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O Imaginário da República• Evidente ausência do povo na proclamação;• Tanto o movimento de derrubada da monarquia,

quanto os projetos republicanos vencedores, não contaram com camadas populares;

• Exige dos atores da república a construção de símbolos, para construir a imagem de um novo regime, com novos valores.

• Os sonhos, os medos e os desejos do povo precisam ser atingidos.

• “É no imaginário que o povo define sua identidade e objetivos, seus inimigos e organizam sua visão de passado, presente e mesmo futuro.”

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• A criação de um mito de origem para contar o nascimento de um povo ou mesmo de um novo regime é necessária para estabelecer uma versão dos fatos, real ou imaginada. Isso dará toda a base que o lado vencedor precisa para estabelecer suas idéias e seus projetos.

• Bandeira, hino e herói da república do Brasil: apelam para a tradição imperial e para os valores religiosos.

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• Sem participar da construção, os símbolos caíram no vazio e até mesmo no ridículo. Ex. a imagem da mulher.

• Permaneceu a bandeira do império – com uma frase positivista;

• o hino cantado com emoção é o hino da Independência;

• o herói republicano é Tiradentes, que ganhou a aparência e expressões baseadas na imagem de Jesus.

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• “Talvez a imagem de Tiradentes tenha sido aceita por representar um herói ambíguo, multifacetado, esquartejado, assim como era a república, sob os olhares das diferentes correntes da elite que se esforçaram para dar um rosto á república.

• Resta um consolo, no embate velado para a construção da cara do novo regime, parece-nos que o povo obteve uma vitória. Talvez esta inspiração ajude a buscar novas e mais expressivas vitórias.

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República das espadas (1889 – 1894)

• Deodoro teve que solucionar problemas mais urgentes;

• Escolher novos símbolos nacionais;

• Naturalizar os imigrantes;

• Separar Estado e Igreja;

• Convocar a Assembléia constituinte;

• A Constituição foi promulgada em 1891;

• A economia foi marcada pela crise do encilhamento;

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• A pressão ao governo é marcada pela Revolta da Marinha e mesmo por setores descontentes do exército.

• Deodoro renuncia em nome de Floriano, que já chega ao poder sofrendo pressão, por ser inconstitucional;

• Ele conciliou autoritarismo e apoio popular;• Revoltas que sofreu: Armada (RJ) e

Revolução Federalista (RS, SC e PR);• Sai do poder com o apelido de Marechal de

Ferro.• Em 1893, Antônio Conselheiro funda um

povoado na fazenda de Canudos.

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• O elevado número de parlamentares com parentes na política revela o quanto o poder se concentra, cada vez mais, nas mãos de poucas famílias e o quanto o país, apesar do crescimento econômico, ainda precisa avançar na consolidação da democracia. A avaliação é feita por dois cientistas políticos e um historiador ouvidos pelo Congresso em Foco. Os três professores afirmam ver com preocupação o fato de 328 dos 649 congressistas brasileiros combinarem laços políticos e familiares, como revelou levantamento exclusivo feito por este site. Segundo eles, esse controle pode ser mais visível no Legislativo, mas também se reproduz no Executivo, no Judiciário e até no Ministério Público.

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Para analistas, oligarquias são sinal de atraso – Jornal de Alagoas 12/04/2011

Para o cientista político Ricardo Costa de Oliveira, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o poderio das famílias políticas é crescente, impede a circulação de poder, favorece grupos que combinam poder político e econômico e está associado ao encarecimento das campanhas e ao controle dos partidos por núcleos familiares.

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“Há uma oligarquização da política. A política cada vez mais passa a ser um negócio de família no Brasil. Passa, muitas vezes, de pai para filho. As eleições estão cada vez mais caras, você tem de ter como condições de elegibilidade estrutura de dinheiro e estrutura familiar política. Isso é um fenômeno também de reprodução do poder político”, considera.

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• O atual sistema eleitoral, o modelo de financiamento de campanha e a estrutura das legendas favorecem a perpetuação das famílias na política, de acordo com o professor. “A política é feita através de redes de favores, práticas como clientelismo e patronagem. É exatamente aí que as famílias têm muitas vantagens. Uma família com uma organização consegue ao mesmo tempo estar inserida no campo político, ter capital e contatos políticos. Por isso, cada vez é maior o número de jovens parlamentares filhos, netos e parentes de políticos. A cada legislatura vai aumentando a proporção de políticos que têm conexão de parentescos”, explica.

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• Na atual legislatura, apenas oito dos 40 deputados com menos de 35 anos não vêm de família com tradição política. “Só se elege quem é profissional, quem tem muito dinheiro, quem tem muita estrutura. Quem é amador, político novo, só com suas ideias, não consegue se eleger de primeira. Para se eleger, você tem de ter dinheiro e estrutura política, e quem tem mais dinheiro e estrutura política são famílias que já estão no poder político. Um jovem de 20, 30 anos, só se elege se for de uma família política, com raras exceções. Os próprios partidos passam a ser controlados por famílias”, afirma o professor da UFPR.

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• O cientista político Moisés Augusto Gonçalves, da PUC-MG, diz que o controle político por famílias prejudica a ascensão de setores organizados da sociedade civil. “Sobretudo no interior, há uma dependência de boa parte da população em relação a essas famílias. O poder econômico nesses lugares passa como um trator. A situação é muito grave. Tem de distinguir o discurso de democracia e sua garantia efetiva. No plano legal, avançamos, mas na realidade efetiva e ocupação, estamos muito atrasados”, considera o professor.

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• Para o professor da PUC-MG, o poderio político familiar mostra o quanto ainda falta para a democracia brasileira se concretizar. Na avaliação dele, o atual modelo político-eleitoral é excludente e tende a conservar as elites no poder. Isso ocorre, em parte, porque as rupturas políticas no Brasil sempre foram resultado de acordos feitos por cima, deixando sempre a maior parte da sociedade fora das decisões, segundo Moisés.

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• “Nossa democracia é incipiente, embrionária, não consolidada e com verniz liberal. Há apenas um verniz liberal. Isso denota dificuldade de implantar uma democracia autêntica, onde haja alternância de poder no Legislativo”, diz. “É algo extremamente preocupante e revelador. Aquela ideia de democracia enquanto espaço aberto para a ocupação de poderes acaba sendo limitado à ocupação por uma pequena parcela da sociedade”, acrescenta.

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• O historiador José Octávio de Arruda Mello, professor aposentado da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), afirma que a concentração de poder nas mãos de poucas famílias revela que o país ainda não conseguiu se livrar dos resquícios do velho coronelismo. “Não tem mais o bico de pena, do voto de cabresto, mas tem o sistema de aliança, que é mais fluido. As alianças vão desde a base até em cima. É urbano. O coronel tradicional tinha cartucheira atravessada no peito. O neocoronel é um homem de cidade. São bacharéis, pessoas ilustradas, mas que sabem onde está o peso da máquina, onde está a força do poder. Eles costumam penetrar nas universidades. É um coronelismo ilustrado, mas é um coronelismo”, considera.

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• O “coronel ilustrado”, segundo o professor, exerce seu poder não mais pela terra, como seus ancestrais, mas por meio da burocracia. A dependência em relação a essas famílias é mais comum, na avaliação dele, em estados mais pobres. “As famílias rateiam o poder, colocando seus representantes nas posições decisórias. Elas estão também no Judiciário. É o estamento, a comunidade de poder que não se renova. No Legislativo, isso é mais visível”, diz o professor da UFPB.

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