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exta-feira, 24 de abril de 2009 Sugestões de atividades para REDAÇÃO GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS SECRETARIA DA EDUCAÇÃO E CULTURA DIRETORIA REGIONAL DE ENSINO DE DIANÓPOLIS COORDENAÇÃOREGIONAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO ASSESSORIA DE LINGUA PORTUGUESA REDAÇÃO (SUGESTÕES DE CONTEÚDO) Modalidades textuais (clássicas) 1. Descrição: É a apresentação de características percebidas e/ou imaginadas de alguém e de algo. Ex: “Somos muitos Severinos Iguasi em tudo na vida: Na mesma cabeça grande Que a custo é que se equilibra, No mesmo ventre crescido Sobre as mesmas pernas finas, E iguais também porque o sangue Que usamos tem pouca tinta. João Cabral de Melo Neto. Esse texto apresenta características do Severino, como ele é. Como ele é visto: cabeça grande, pernas finas, sangue com pouca tinta etc. Essa é a função da descrição: revelar o que foi observado em alguém, em algum objeto, em algum lugar etc. 1.1. A descrição e os cinco sentidos A descrição é um processo de caracterização que requer sensibilidade de quem descreve, para sensibilizar quem lê o texto. Por isso dizemos que este trabalho baseia-se na percepção, nos cinco sentidos: Visão, tato, audição, paladar e olfato. Vamos imaginar um exemplo: você vai descrever uma rua. Pode ser a rua em que você mora, ou alguma de sua história cotidiana. Por meio da visão, como você percebe a rua? Como é a sua forma? E as cores? E as casas, que formas e cores têm? Você também pode perceber e caracterizar a rua utilizando outros sentidos. Por exemplo: os sons da rua – ela é silenciosa ou ruidosa? Que tipo de ruídos a caracteriza?

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exta-feira, 24 de abril de 2009Sugestes de atividades para REDAO

GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINSSECRETARIA DA EDUCAO E CULTURADIRETORIA REGIONAL DE ENSINO DE DIANPOLISCOORDENAOREGIONAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MDIOASSESSORIA DE LINGUA PORTUGUESA

REDAO (SUGESTES DE CONTEDO)

Modalidades textuais (clssicas)

1. Descrio: a apresentao de caractersticas percebidas e/ou imaginadas de algum e de algo.

Ex: Somos muitos SeverinosIguasi em tudo na vida:Na mesma cabea grandeQue a custo que se equilibra,No mesmo ventre crescidoSobre as mesmas pernas finas,E iguais tambm porque o sangueQue usamos tem pouca tinta.

Joo Cabral de Melo Neto.

Esse texto apresenta caractersticas do Severino, como ele . Como ele visto: cabea grande, pernas finas, sangue com pouca tinta etc. Essa a funo da descrio: revelar o que foi observado em algum, em algum objeto, em algum lugar etc.

1.1. A descrio e os cinco sentidos

A descrio um processo de caracterizao que requer sensibilidade de quem descreve, para sensibilizar quem l o texto. Por isso dizemos que este trabalho baseia-se na percepo, nos cinco sentidos:

Viso, tato, audio, paladar e olfato.

Vamos imaginar um exemplo: voc vai descrever uma rua. Pode ser a rua em que voc mora, ou alguma de sua histria cotidiana.Por meio da viso, como voc percebe a rua? Como a sua forma? E as cores? E as casas, que formas e cores tm?Voc tambm pode perceber e caracterizar a rua utilizando outros sentidos. Por exemplo: os sons da rua ela silenciosa ou ruidosa? Que tipo de rudos a caracteriza?Voc tambm pode descrever a rua pelos cheiros que existem nela ( e os cheiros, muitas vezes, lembram sabores).Como voc v, descrever uma atividade que educa e desenvolve os nossos sentidos, anossa sensibilidade.

Atividades

1. Faa uma pequena descrio (mais ou menos 10 linhas), apresentando um retrato seu aos 12 anos. Enumere suas caractersticas de ento, tanto fsicas como psicolgicas.2. Faa um autorretrato que apresente algumas de suas caractersticas fsicas e psicolgicas.

2. Narrao: Narrar contar. Na narrao, so apresentadas aes e personagens: o que aconteceu, com quem, como, onde e quando.

Exemplo: Medo da senhora

A escrava pegou a filhinha nascidaNas costasE se atirou no ParabaPara que a criana no fosse judiada.

Oswald de Andrade.

Nesse poema, o importante o fato, a ao, o aconteciemento: a escrava se mata junto com a filhinha recm-nascida, para salva-la da escravido. Repare que no sabemos como era a escrava, nem como era sua filha, nem como era o rio. O texto s atribui importncia ao acontecimento em si.Narrar, portanto, consiste em construir o conjunto de aes que constituem a histria o enredo- e relacionar essas aes s personagens seres que praticam ou sofrem os fatos.Toda narrativa tem um narrador : aquele que conta a histria. O narrador de 1 ou 3 pessoa.

2.1. Elementos bsicos da narrao

Quadrilha

Joo amava Teresa que amava RaimundoQue amava Maria que amava Joaquim que amava LiliQue no amava ningum.Joo foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,Raomundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto FernandesQue no tinha entrado na histriaCarlos Drummond de Andrade.

Veja que o texto fornece elementos para responder a perguntas fundamentais da narrativa:

O que aconteceu?______________________acontecimento, fato, situaoCom quem? __________________________personagemOnde? Quando? Como? ________________espao, tempo, modoQuem est contando? __________________narrador

Veja como podemos reconhecer os elementos da narrativa no texto lido.

O que aconteceu? Vrios desencontros amorosos.Com quem? Joo, Teresa, Raimundo, Maria, Joaquim, Lili e J. Pinto Fernandes.Onde? Quando? Como? As circunstncias so relatadas por alto, pois, em se tratando de um poema, a preocupao dp autor maior com o ritmo, a sonoridade e o encadeamento dos versos do que com a narrao das circunstncias em que ocorreram os fatos.Quem est cotando? O narrador em 3 pessoa.

Atividades

1. Com uma breve descrio do lugar e de uma personagem escreva o comeo de uma histria de amor ou de terror.2. Crie uma atmosfera sugestiva, a partir da caracterizao dos elementos narrativos presentes na frase:Um homem atravessa uma rua...

Como esse homem? Faa uma breve descrio dele. E o modo como anda, a maneira como atravessa a rua? E a rua? Como se caracteriza? Em que hora do dia ou da noite a ao se passa?

3. Escolha uma das frases abaixo e desenvolva alguns de seus elementos narrativos: Desligou a televiso. A imagem dos dois desapareceu. Foi dormir. A moa entrou na sala. O rapaz ficou perturbado. O telefone tocou. Eu estava no quarto. No atendi. Tocou novamente.

4. A partir do incio dado, desenvolva uma histria na qual apaream significativamente os elementos narrativos apresentados na seguinte introduo:

Nove horas. Pude ouvir seus passos na escada, no azul da noite.

5. Agora, continue o fragmento narrativo:

Sentamo-nos como deve se sentir uma formiga ao p de uma bota enlameada, ou subindo penosamente uma parede, lisa e alta.Ruth Guimares.In O conto paulista._______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2.2. A fala das personagens

O discurso-ou fala- das personagens pode ser apresentado, basicamente, de trs modos:

Direto, indireto e indireto livre.

Discurso direto: No discurso direto, no h interferncia do narrador, isto , o narrador apresenta a prpria personagem falando diretamente. a voz da prpria personagem falando diretamente. Ela fala em 1 pessoa.Geralmente o narrador anuncia o discurso direto da personagem com o uso de verbos de elocuo ( dizer, falar, exclamar, perguntar, responder, gritar etc). acompanhada de dois-pontos e de travesso, como no exemplo seguinte:

Largaram noite, porque o comeo da viagem teria de ser uma verdadeira escapada. E, ao sair, Nh augusto se ajoelhou, no meio da estrada, abriu os braos em cruz, e jurou:- Eu vou pra o cu, e vou mesmo, por bem ou por mal!... E a minha vez h de chegar... pra o cu eu vou nem que seja a porrete!...E os negros aplaudiram, e a turminha pegou o passo, a caminho do serto.Guimares Rosa. Sagarana.

Discurso indireto: No discurso indireto, o narrador interfere na fala da personagem. Ele conta aos leitores o que a personagem disse, narrando em 3 pessoa.

Veja o exemplo:

(...) Pegou das pontas do cinto e bateu com elas sobre os joelhos, isto , o joelho direito, porque acabava de cruzar as pernas. Depois referiu uma histria de sonhos, e afirmou-me que s me tivera um pesadelo, em criana. Quis saber se eu os tinha.(...) Missa do galo. Machado de Assis.

Discurso indireto livre: O discurso indireto livre mais complexo. Muitas vezes, no sabemos quem est falando, se o narrador ou se a personagem. Como se d o processo do discurso indireto livre? Como o prprio nome revela, trata-se de um discurso indireto: o narrador est traduzindo, com suas palavras, em 3 pessoa, a fala da personagem. Porm, sem anncio prvio, aparecem as palavras da personagem, em 1 pessoa, no meio do discurso do narrador, como se a prpria voz da personagem aparecesse permeando a fala do narrador, ou como se pudssemos ouvir o que ela est pensando ou o fluxo de sua linguagem interior.

Exemplo:Enlameado at a cintura, Tiozinho cresce de dio. Se pudesse matar o carreiro...Deixa eu crescer!...Deixa eu ficar grande!...Hei de dar conta deste danisco...(...)Guimares Rosa. Sagarana.

Atividades

1- Reescreva os trechos a seguir, passando do discurso indireto para o discurso direto, seguindo o modelo:

Discurso indireto: Os alunos disseram que iam participar da passeata.Discurso direto: a) Os alunos disseram:- Vamos participar da passeata.

Vamos participar da passeata disseram os alunos.

O trabalhador disse sua mulher que precisava arrumar outro emprego.A professora disse aos alunos que as notas da prova tinham sido timas.O rapaz disse namorada que gostava muito dela.Os alunos perguntaram professora se a prova estava difcil.O pai disse ao filho que ele deveria estudar para ter uma profisso.O jornalista perguntou ao poltico se ele cumpriria as promessas de campanha.

2 Nesta atividade, voc vai fazer o contrrio da anterior. Vai passar para o discurso indireto conforme o modelo. Preste ateno nos sinais de pontuao.

Discurso direto:Joo falou:- Gosto muito de ler Monteiro Lobato!

Discurso indireto:Joo falou que gosta muito de ler Monteiro Lobato.

Pedro falou:- Pretendo tirar frias a partir do ms de janeiro.Roberto disse:- A festa de sbado foi muito boa.

Srgio afirmou:- Adoro passear olhando o mar.

Laura perguntou:- Tem prova de portugus hoje?

Maria perguntou a Jos:- Voc quer viajar comigo nas frias?

Lcia disse:- No gosto de nibus apertado.

Jaime contou:- O metr enguiou novamente.

2.3. Conhecendo melhor as narrativas

A seguir, voc vai conhecer algumas caractersticas das narrativas:

Enredo: Seqncia de acontecimentos originados por um conflito, ou seja, por um problema que deve ser resolvido durante a narrativa. Esses acontecimentos ocorrem com determinados personagens reais ou imaginrios, em um determinado lugar. O desfecho da narrativa marcado pela soluo do conflito.

Personagens: Seres reais ou imaginrios que realizam as aes que compem a narrativa. Qualquer coisa pode ser transformada em personagem: animais, objetos, seres fantsticos etc.

Para detalhar as caractersticas dos personagens e dos lugares onde a ao acontece, aparecem pequenos trechos descritivos. Veja s:

s quatro horas da manh, os marinheiros avistaram terra. Estavam cansados, aps uma longa viagem de 30 dias. Pararam o navio perto da praia e desceram para explorar o terreno. A praia era cercada por pequenos montes, cobertos por vegetao tropical. Tudo estava deserto e os marinheiros ficaram atemorizados com os sons que ouviam ao longe. Pouco a pouco, foram se aproximando e, de repente, viram uma cena surpreendente. (...)

Caractersticas da histria:

Personagens: marinheiros; Lugar: praia deserta; Tempo: depois de uma viagem de 30 dias; Seqncia de aes: avistaram terra, pararam o navio perto da praia, desceram para explorar o terreno foram se aproximando da praia viram uma cena surpreendente; Descrio dos personagens: cansados, atemorizados; Descrio do lugar: praia cercada por pequenos montes, montes cobertos por vegetao tropical, tudo estava deserto.

Para contar realmente uma histria que tenha interesse para os que esto ouvindo ou lendo, a narrativa precisa conter um conflito e um desfecho:

- o conflito uma oposio, um desequilbrio, uma complicao que precisa de uma soluo. Os personagens da narrativa realizam aes para resolver esse conflito;- o desfecho a soluo final do conflito, concluindo a narrativa.

Leia este trecho:Hoje eu me levantei s seis horas, escovei os dentes, tomei caf, dei um beijo na minha me e vim para a escola. Ao meio-dia, depois das aulas, vou para casa almoar e, tarde, vou estudar um pouco. Amanh eu farei a mesma coisa.

Diante dessa narrativa, qualquer um diria: E da? No aconteceu alguma coisa diferente no seu dia?

Essa pergunta surgiu porque a narrativa no tem um conflito, no tem uma complicao. E, por conseqncia, no tem um desfecho, uma soluo. Por isso, ela fica sem graa e sem interesse.

A seqncia dos acontecimentos deve seguir uma ordem e ter entre si uma relao de causa e efeito.

Veja estes exemplos:Marina estava caminhando pela rua. Como estava distrada, no viu que o sinal estava aberto. Tentou atravessar a rua, mas quase foi atropelada. O motorista do nibus freou rapidamente, e Marina levou um susto tremendo.

Existe uma relao de causa e efeito entre quase todos os acontecimentos do texto. Observe bem:

Causa conseqnciaMarina estava distrada. Marina no viu o sinal aberto.Marina estava distrada. Marina quase foi atropelada.O motorista freou rapidamente. Marina levou um susto tremendo.

Joo estava jogando bola no jardim. Ao dar um chute mais forte, a bola passou por cima do travesso e bateu na vidraa da casa da vizinha. Com medo de levar uma grande bronca da me, ele pegou a bola e sumiu durante o resto do dia.

Causa ConseqnciaJoo deu um chute mais forte. A bola passou por cima do travesso e bateuNa vidraa da casa da vizinha.

Joo ficou com medo de levar broncada me Joo pegou a bola e sumiu.

O ponto de vista do narrador

A histria pode ser contada pela prpria pessoa que participou dos acontecimentos ou por uma outra pessoa que viu tudo, ouviu falar ou inventou. Desta forma, a narrativa pode ser contada pelo:- narrador-personagem em 1 pessoa: o personagem que participou da histria narra os fatos. Ex: biografia- narrador-observador em 3 pessoa: algum conta o que aconteceu sem se envolver. Esse narrador pode participar dos acontecimentos ou estar totalmente fora deles. Ele pode tomar a defesa de algum personagem ou ficar totalmente isento. Ex: lenda,fbula.

Leia estes trechos e observe os diferentes tipos de narrador.a) Olhei para o lado e vi tudo acontecendo. O nibus vinha em alta velocidade e, depois de uma curva, perdeu a direo e bateu fortemente contra o muro. Os passageiros foram jogados pela janela e ficaram cados no cho, esperando socorro. narrador em terceira pessoa.

b) Estava sentado no primeiro banco e vi tudo. Depois de passar pela curva em alta velocidade, o nibus perdeu a direo e bateu. Estvamos apavorados com a fora da batida e fomos jogados na rua, violentamente, passando pelas janelas. Feridos e assustados, ficamos esperando socorro, cados no cho. narrador em primeira pessoa.Atividade

1. Mude a ordem das frases a seguir, de modo a construir uma seqncia com sentido, uma narrativa:

Dez garotas se ofereceram.Passou todo o dia sonhando, nervoso, com o grande momento.Rogrio fez um sorteio e casou com Mariana.Tomou banho e aprontou-se antes do caf da manh.Rogrio acordou cedo no dia do casamento.Foram muito felizes.Esperou uma hora, duas horas e a noiva no veio.Rogrio no se desesperou.Pediu a sua me para passar a ferro o terno e a camisa.Foi ao microfone e perguntou se alguma garota queria casar com ele.Foi ao barbeiro para cuidar da barba e cortar o cabelo.Eles riem muito quando se lembram daquele dia.s seis horas da tarde, entro no carro e foi para a igreja.Cumprimentou todos os amigos e parentes que esperavam na porta.

2. A narrativa apresentada na atividade 1contm os principais elementos de uma histria:

- enredo (seqncia de aes, com um conflito e um desfecho)- personagens- informaes sobre os lugares e os momentos da ao- narrador em terceira pessoa- falas dos personagens em discurso indireto

Vamos conferir? Responda as seguintes perguntas, para preparar um resumo da narrativa:a) o que aconteceu? e) por que aconteceu?b) Com quem aconteceu? f) qual foi o resultado? Ou qual ser a soluo?c) Onde aconteceu?d) Quando aconteceu?

Depois de dar as respostas, junte-as em um texto e ter produzido um resumo da narrativa da atividade 1.

3. Identifique, nas frases abaixo, a parte que corresponde causa e a parte que corresponde conseqncia. Veja o modelo:

A criana ficou doente porque apanhou chuva na escola.

Conseqncia Causa

a) O avio caiu porque houve um erro do piloto na hora da aterrissagem.b) Como eu no sabia o caminho, fiquei dando voltas e no achei o endereo de Maria.c) O velhinho comeou a tremer porque levou um susto enorme.d) O gato correu atrs do rato e conseguiu afugent-lo.e) O av colocou o netinho no cho porque ele pesava muito.f) Quando ele tropeou na casca de banana, levou um tombo enorme.g) O vento afugentou as nuvens e o cu ficou azul.

4. Crie uma continuao para cada uma das narrativas a seguir. No se esquea de imaginar um conflito e um desfecho para cada uma. Se possvel, acrescente uma pequena descrio para cada personagem:

a) Joaquim saiu de casa pela manh a caminho da escola. Ao virar uma esquina, encontrou Carlos e...b) Roberto vestiu sua melhor roupa, pegou sua bicicleta e saiu para a casa da namorada. Ao chegar na porta, tocou a campainha e recebeu a seguinte notcia...

3. Dissertao a apresentao de pontos de vista e argumentos, a respeito de um tema, de uma questo posta em debate.A dissertao uma das atividades fundamentais da nossa prtica de linguagem e da nossa condio de seres humanos.Com as experincias dissertativas, pensamos e repensamos a vida, questionamos o que nos apresentado, interrogamos e criticamos a realidade, defendemos os nossos direitos, fazemos propostas de transformao do mundo.

3.1. Elementos estruturais do texto dissertativo:

Tema: O assunto sobre o qual se escreve.Ponto de vista: A posio que se assume diante do tema.Argumentao: A fundamentao do posicionamento, a defesa do ponto de vista.

Exemplo: Eu disse uma vez que escrever uma maldio. (...) Hoje repito: uma maldio que salva.No estou me referindo a escrever para jornal. Mas escrever aquilo que eventualmente pode se transformar num conto ou num romance. uma maldio porque obriga e arrasta como um vcio penoso do qual quase impossvel se livrar, pois nada o substitui. E uma salvao.Salva a alma presa, salva a pessoa que se sente intil, salva o dia que se vive e que nunca se entende a menos que escreva. Escrever procurar entender, procurar reproduzir o irreproduzvel, sentir at o ltimo fim o abenoar uma vida que no foi abenoada... Lembro-me agora com saudade da dor de escrever livros.

Clarice Lispector. A descoberta do mundo.

Nesse texto voc pode verificar nitidamente o seguinte esquema:

IntroduoO primeiro pargrafo apresenta o ponto de vista escrever uma maldio e uma salvao.DesenvolvimentoO segundo pargrafo apresenta o primeiro argumento explicando a maldio que escrever.O terceiro pargrafo expe outro argumento explicando por que escrever uma salvao.ConclusoNo final do ltimo pargrafo, uma idia sintetiza os dois aspectos que o ato de escrever rene: a saudade da dor de escrever.

3.2. Tipos de DissertaoExistem dois tipos de dissertao: a dissertao expositiva e a dissertao argumentativa. A primeira tem como objetivo expor, explicar ou interpretar idias; a segunda procura persuadir o leitor ou ouvinte de que determinada tese deve ser acatada. Na dissertao argumentativa, alm disso, tentamos, explicitamente, formar a opinio do leitor ou ouvinte, procurando persuadi-lo de que a razo est conosco.Na dissertao expositiva, podemos explanar sem combater idias de que discordamos. Por exemplo, um professor de Histria pode fazer uma explicao sobre os modos de produo, aparentando impessoalidade, sem tentar convencer seus alunos das vantagens das vantagens e desvantagens deles. Mas, se ao contrrio, ele fizer uma explanao com o propsito claro de formar opinio dos seus alunos, mostrando as inconvenincias de determinado sistema e valorizando um outro, esse professor estar argumentando explicitamente.Para a argumentao ser eficaz, os argumentos devem possuir consistncia de raciocnio e de provas. O raciocnio consistente aquele que se apia nos princpios da lgica, que no se perde em especulaes vs, no bate-bocaestril. As provas, por sua vez, servem para reforar os argumentos. Os tipos mais comuns de provas so: os fatos-exemplos, os dados estatsticos e o testemunho.Como fazer uma dissertao argumentativaComo fazer nossas dissertaes? Como expor com clareza nosso ponto de vista? Como argumentar coerentemente e validamente? Como organizar a estrutura lgica de nosso texto, com introduo, desenvolvimento e concluso?Vamos supor que o tema proposta seja Nenhum homem uma ilha.Primeiro, precisamos entender o tema. Ilha, naturalmente, est em sentido figurado, significando solido, isolamento.Vamos sugerir alguns passos para a elaborao do rascunho de sua redao.1. Transforme o tema em uma pergunta:Nenhum homem uma ilha?2. Procure responder essa pergunta, de um modo simples e claro, concordando ou discordando (ou, ainda, concordando em parte e discordando em parte): essa resposta o seu ponto de vista.3. Pergunte a voc mesmo, o porqu de sua resposta, uma causa, um motivo, uma razo para justificar sua posio: a estar o seu argumento principal.4. Agora, procure descobrir outros motivos que ajudem a defender o seu ponto de vista, a fundamentar sua posio. Estes sero argumentos auxiliares.5. Em seguida, procure algum fato que sirva de exemplo para reforar a sua posio. Este fato-exemplo pode vir de sua memria visual, das coisas que voc ouviu, do que voc leu. Pode ser um fato da vida poltica, econmica, social. Pode ser um fato histrico. Ele precisa ser bastante expressivo e coerente com o seu ponto de vista. O fato-exemplo, geralmente, d fora e clareza nossa argumentao. Esclarece a nossa opinio, fortalece os nossos argumentos. Alm disso, pessoaliza o nosso texto, diferencia o nosso texto: como ele nasce da experincia de vida, ele d uma marca pessoal dissertao.6. A partir desses elementos, procure junt-los num texto, que o rascunho de sua redao. Por enquanto, voc pode agrup-los na seqncia que foi sugerida:Os passos1) interrogar o tema;2) responder, com a opinio;3) apresentar argumento bsico;4) apresentar argumentos auxiliares;5) apresentar fato- exemplo;6) concluir.(in Novo Manual da Nova Cultural - Redao, Gramtica, Literatura e Interpretao de Textos, de Emlia Amaral e outros)Como ficaria o esquema1 pargrafo: a tese2 pargrafo: argumento 13 pargrafo: argumento 24 pargrafo: fato-exemplo5 pargrafo: conclusoExemplo de redao com esse esquema:Tema: Como encarar a questo do erroTtulo: Buscar o sucessoTese 1 O homem nunca pde conhecer acertos sem lidar com seus erros.Argumentao2 O erro pressupe a falta de conhecimento ou experincia, a deficincia de sintonia entre o que se prope a fazer e os meios para a realizao do ato. Deriva-se de inmeras causas, que incluem tanto a falta de informao, como a inabilidade em lidar com elas.3 J acertar, obter sucesso, constitui-se na exata coordenao entre informao e execuo de qualquer atividade. o alinhamento preciso entre o que fazer e como fazer, sendo esses dois pontos indispensveis e inseparveis.Fato-exemplo4 Como atingir o acento? A experincia fundamental e, na maior das vezes, alicerada em erros anteriores, que ensinaro os caminhos para que cada experincia ruim no mais ocorra. Assim, um jovem que presta seu primeiro vestibular e fracassa pode, a partir do erro, descobrir seus pontos falhos e, aos poucos, aliar seus conhecimentos capacidade de enfrentar uma situao de nova prova e presso. Esse mesmo jovem, no mercado de trabalho, poder estar envolvido em situaes semelhantes: seus momentos de fracasso estimularo sua criatividade e maior empenho, o que fatalmente levar a posteriores acertos fundamentais em seu trabalho.Concluso5 Assim, o aparecimento dos erros nos atos humanos inevitvel. Porm, preciso, acima de tudo, saber lidar com eles, conscientizar-se de cada ato falho e tom-los como desafio, nunca se conformando, sempre buscando a superao e o sucesso. Antes do alcance da luz, ser sempre preciso percorrer o tnel.(Redao de aluno.)

Esquema da antteseComo incluir a contra-argumentao numa dissertao argumentativaA dissertao argumentativa comea com a proposio clara e sucinta da idia que ir ser comprovada, a TESE. A essa primeira parte do texto dissertativo chamamos de introduo.A segunda parte, chamada desenvolvimento, visa apresentao dos argumentos que comprovem a tese, ou seja, a PROVA. costume estruturar a argumentao em ordem crescente de importncia, como foi explicado no incio desta lio, a fim de prender cada vez mais a ateno do leitor s razes apresentadas. Essas razes baseiam-se em provas demonstrveis atravs dos fatos-exemplo, dados estatsticos e testemunhos.Na dissertao argumentativa mais formal, o desenvolvimento apresenta uma subdiviso, a ANTTESE, na qual se refutam possveis contra-argumentos que possam contrariar a tese ou as provas. Nessa parte, a ordem de importncia inverte-se, colocando-se, em primeiro lugar, a refutao do contra-argumento mais forte e, por ltimo, do mais fraco, com o propsito de se depreciarem as idias contrrias e ir-se, aos pontos, refutando a tese adversa,ao mesmo tempo em que se afasta o leitor ou ouvinte dos contra-argumentos mais poderosos.Na ltima parte, a concluso, enumeraram-se os argumentos e conclui-se, reproduzindo as tese, isto , faz-se uma SNTESE. Alm de fazer uma sntese das idias discu-tidas, pode-se propor, na concluso, uma soluo para o problema discutido.Esquema de uma dissertao com antteseTema: Vestibular, um mal necessrio.Tese: O vestibular privilegia os candidatos pertencentes s classes mais favorecidas economicamente.Prova: Os candidatos que estudaram em escolas com infra-estrutura deficiente, com as escolas pblicas do Brasil, por mais que se esforcem, no tm condies de concorrer com aqueles que freqentaram bons colgios.Anttese: Mesmo que o acesso universidade fosse facilitado para candidatos de condio econmica inferior, o problema no seria resolvido, pois a falta de um aprendizado slido, no primeiro e segundo grau, comprometeria o ritmo do curso superior.Concluso (sntese): As diferenas entre as escolas pblicas e privadas so as verdadeiras responsveis pela seleo dos candidatos mais ricos.Relao entre causa e conseqnciaVoc possui um tema para ser analisado. Neste caso, a melhor forma de desenvolv-la estabelecer a relao causa- conseqncia. Vamos prtica com o seguinte tema:TemaConstatamos que no Brasil existe um grande nmero de correntes migratrias que se deslocam do campo para as mdias ou grandes cidades.Para encontrarmos uma causa, perguntamos:Por qu? ao tema acima. Dentre as respostas possveis, poderamos citar o seguinte fato:Causa: A zona rural apresenta inmeros problemas que dificultam a permanncia do homem no campo.No sentido de encontrar uma conseqncia para o problema enfocado no tema acima, cabe a seguinte pergunta:O que acontece em razo disso?Uma das possveis respostas seria:ConseqnciaAs cidades encontram-se despreparadas para absorver esses migrantes e oferecer-lhes condies de subsistncia e de trabalhoVeja que a causa e a conseqncia citadas neste exemplo podem ser perfeitamente substitudas por outras, encontradas por voc, desde que tenham relao direta com o assunto. As sugestes apresentadas de maneira nenhuma so as nicas possveis.Veja outros exemplos:Tema: Muitas pessoas so analfabetas eletrnicas, pois no conseguem operar nem um videocassete.(Por qu?) Causa: As pessoas mais velhas tm medo do novo, elas so mais conservadoras, at em assuntos mais prosaicos.Conseqncia: Elas se tornam desajustadas, pois dependem dos mais jovens at para ligar um forno microondas, elas precisam acompanhar a evoluo do mundo.

Tema: de fundamental importncia a preservao das construes que se constituem em patrimnios histricos.(Por qu?) Causa: A nao que deixa depredar as construes consideradas como patrimnios histricos destri parte da Histria de seu pas.Conseqncia: Isso demonstra claramente o subdesenvolvimento de uma nao, pois quando no se conhece o passado de um povo e no se valorizam suas tradies, estamos desprezando a herana cultural deixada por nossos antepassados.Tema: A maior parte da classe poltica no goza de muito prestgio e confiabilidade por parte da populao.(Por qu?) Causa: A maioria dos parlamentares preocupa-se muito mais com a discusso dos mecanismos que os fazem chegar ao poder do que com os problemas reais da populao.Conseqncia: Os grandes problemas que afligem o povo brasileiro deixam de ser convenientemente discutidos.

Tema: Muitos jovens deixam-se dominar pelo vcio em diversos tipos de entorpecentes, mal que se alastra cada vez mais em nossa sociedade.(Por qu) Causa: Algumas pessoas refugiam-se nas drogas na tentativa de esquecer seus problemas.Conseqncia: Acabam formando-se dependentes dos psicticos dos quais se utilizam e, na maioria das vezes, transformam-se em pessoas inteis para si mesmas e para a comunidade.atividadeApresentaremos alguns temas e voc se incumbir de encontrar uma causa e uma conseqncia para cada um deles. Escreva-as, seguindo o modelo apresentado acima:1 Tema: As linhas de nibus que percorrem os bairros das grandes metrpoles no tm demonstrado muita eficincia no atendimento a seus usurios.Causa:Conseqncia:2 A convivncia familiar est muito difcil.causa:Conseqncia:3 As novelas de televiso passaram a exercer uma profunda influncia nos hbitos e na maneira de pensar da maioria dos telespectadores.Causa:Conseqncia:

4 As doenas infecto-contagiosas atingem particularmente as camadas mais carentes da populao.Causa:Conseqncia:

5 Apesar de alertados por ecologistas, os lavradores continuam utilizando produtos agrotxicos indiscriminadamente.Causa:Conseqncia:

Esquema de redao com causa-conseqnciaTtuloIntroduo (o problema):1 pargrafo: Apresentao do tema (com ligeira ampliao).Desenvolvimento:2 pargrafo - Causa (explicaes adicionais)3 pargrafo - Conseqncia (com explicaes adicionais)Concluso(a soluo):4 - Expresso inicial + reafirmao do tema + observao final

atividadeEscolha um dos temas apresentados nesta folha e redija um texto em quatro pargrafos, conforme o esquema desenhado acima. No se esquea de aplicar a relao causa-conseqncia.(Do livro Tcnicas Bsicas de Redao, Branca Granatic, Editora Scipione)

Gneros Textuais

Conto

Quem conta um conto, aumenta um ponto.Foi dessa forma que esse tipo de texto surgiu. No sendo por acaso seu nome, o conto teve incio junto com a civilizao humana. As pessoas sempre contaram histrias, reais ou fabulosas, oralmente ou atravs da escrita. O conceito de conto, hoje em dia, foi ampliado em relao a este citado acima. Isto se d porque escritores passaram a adotar esse tipo de texto como uma forma de escrever, e essa tentativa tem sido promissora. Alm de utilizar uma linguagem simples, direta, acessvel e dinmica o conto a narrao de um fato inusitado, mas possvel, que pode ocorrer na vida das pessoas embora no seja to comum. Essa praticidade tem atradoleitoresde todas as idades e nveis intelectuais. Inclusive aqueles que no tm o costume delerou que ainda esto comeando a adquirir este hbito. No um texto denso, que exija grande esforo intelectual para ser compreendido, e por isso mesmo to bem aceito em diversos tipos de meios de comunicao, no somente atravs dos livros. Como narrativa oral o conto surge no Brasil trazido pelos portugueses, e at hoje fortemente propagado, em diversas regies do pas. So as chamadas estrias de Trancoso.Como narrativa escrita o conto surge na literatura Brasileira durante o incio doRomantismo, mas os autores romnticos no conseguiram se destacar atravs desse tipo de texto. O primeiro grande contista brasileiro,Machado de Assis, iria surgir no incio doRealismo, e seu nome se tornaria consagrado pelo brilhantismo com que dominava as palavras. H algumas caractersticas que podem nos ajudar a identificar ou at mesmo a produzir um conto: - uma narrativa linear e curta, tanto em extenso quanto no tempo em que se passa.- A linguagem simples e direta, no se utiliza de muitas figuras de linguagem ou de expresses com pluralidade de sentidos.- Todas as aes se encaminham diretamente para o desfecho.- Envolve poucas personagens, e as que existem se movimentam em torno de uma nica ao.- As aes se passam em um s espao, constituem um s eixo temtico e um s conflito.- A habilidade com as palavras muito importante, principalmente para se utilizar de aluses ou sugestes, frequentemente presentes nesse tipo de texto. Alm de fecundo na diversidade temtica, os contos brasileiros so fecundos na produo. Talvez isso acontea porque os contos produzidos no Brasil, principalmente a partir domodernismo, tem adquirido identidade prpria e se manifestado das mais diversas maneiras, de modo que dificilmente so fiis s caractersticas acima citadas. Podemos at arriscar falar sobre alguns tipos de contos, como os contos alegricos, os contos fantsticos, os contos satricos, os contos de fadas, entre outros, mas no podemos traar caractersticas fixas para eles, justamente devido a essa liberdade que os autores tm de imprimir novas caractersticas a cada conto que produzem.window.google_render_ad();

Crnica

A palavra crnica derivada do latim Chronica e do grego Khrnos (tempo), e significado principal que acompanha esse tipo de texto exatamente o conceito de tempo. A crnica o relato de um ou mais acontecimentos em um determinado tempo. A quantidade de personagens reduzida, podendo inclusive no haver personagens. anarraode um fato do cotidiano das pessoas, algo que naturalmente acontece com muitas pessoas. Esse fato incrementado com um tom de ironia e bom humor, fazendo com que as pessoas vejam por outra tica aquilo que parece bvio demais para ser observado. Um dos segredos de uma boa crnica a tica com que se observam os detalhes, atravs disso que vrios cronistas podem fazer um texto falando do mesmo fato ou assunto, mas de forma individual e original, pois cada um observa de um ngulo diferente e destaca aspectos diferentes. Quando a crnica surgiu era um relato de acontecimentos histricos, que eram registrados por ordem cronolgica. Podia usar uma viso mais geral ou mais particular, assim como podia destacar fatos mais relevantes ou secundrios. A partir de Ferno Lopes, no sculo XVI, que a crnica comeou a tomar uma perspectiva individual ou interpretativa. A crnica de teor crtico surgiu junto com a imprensa peridica (folhetins e jornais), no sculo XIX. Comeou com um pequeno texto de abertura que falava de maneira bem geral dos acontecimentos do dia. Depois passou a assumir uma coluna nos folhetins (coluna da primeira pgina do peridico) e por fim adentrou de vez ao Jornalismo e Literatura. A caracterstica mais relevante de uma crnica o objetivo com que ela escrita. Seu eixo temtico sempre em torno de uma realidade social, poltica ou cultural. Essa mesma realidade avaliada peloautorda crnica e uma opinio gerada, quase sempre com um tom de protesto ou de argumentao. Esse tipo de crnica pode ser simplesmente argumentativa, e dispensar o uso da narrao. possvel que percam-se assim, elementos tpicos do gnero como personagens, tempo, espao. Sendo assim podemos identificar duas maneiras de se produzir uma crnica: a primeira a narrativa, que como j foi dito, conta um fato do cotidiano, utilizando-se de personagens,enredo, espao, tempo, etc. A outra maneira a crnica dostextosjornalsticos, uma forma mais moderna do gnero, e ao contrrio da outra no narra e simdisserta, defende ou mostra um ponto de vista diferente do que a maioria enxerga. As semelhanas entre as duas so justamente o carter social crtico, abordando sempre uma maneira de enxergar a realidade, e o tom humorstico, irnico ou at mesmo sarcstico. Podem se utilizar, para esse objetivo, de personagens tipo, dasociedadeque criticam. No se pode confundir a crnica com outros gneros como o conto ou a fbula, estes tm caractersticas individuais que os diferenciam daquela. A crnica conta um fato comum do dia a dia, relatam o cotidiano da vida real das pessoas, enquanto o conto e a fbula contam fatos inusitados ou at fantsticos. Ou seja, distantes da realidade.window.google_render_ad();FbulaFbula:textoliterrio muito comum naliteratura infantil. Fabular= criar, inventar, mentir. A linguagem utilizada simples e tem como diferencial o uso de personagens animais com caractersticas humanas. Durante a fbula feita uma analogia entre a realidade humana e a situao vivida pelas personagens, com o objetivo de ensinar algo ou provar alguma verdade estabelecida (lio moral). - Utiliza personagens animais com caractersticas, personalidade e comportamento semelhantes aos dos seres humanos. - O fato narrado algo fantstico, no corriqueiro ou inusitado. Notcia

um dos principais tipos detextos jornalsticosexistentes, e por isso tem uma estrutura semelhante a outros textos jornalsticos como a matria, a reportagem, etc.A estrutura da notcia chamada de pirmide invertida. Esse nome se d por causa do carter comunicativo da notcia, que caracterizado por trazer, logo no primeiro pargrafo, o pice da notcia, a principal e mais relevante informao. Ou seja, uma notcia inicia-se logo com o desfecho, esse primeiro pargrafo chamado pela linguagem jornalstica de lead. Nele so expostas as informaes que mais chamam a ateno do leitor para prosseguir com aleiturado texto, em busca de mais informaes sobre aquele fato. Esta estratgia de construo textual muito utilizada em jornais por causa do seu carter informativo, e tambm por causa do objetivo de trazer ao leitor informaes rpidas, claras e precisas. Sendo assim, o leitor tem a opo de aprofundar a leitura ou no, de acordo com os seus interesses.Seguindo com a estrutura da pirmide, o texto traz no primeiro pargrafo as informaes mais importantes, e nos pargrafos seguintes traz as outras informaes sempre em ordem decrescente de relevncia. Algumas informaes so necessrias para o entendimento dos fatos, e por isso elas so priorizadas. So elas as personagens do fato, o espao e o tempo. Outras informaes que so responsveis por detalhes mais importantes so colocadas logo em seguida, como a causa do acontecimento, o desenrolar dos fatos e detalhes sobre as conseqncias do mesmo. Lembrando sempre que essas informaes j so trazidas para o leitor no lead, porm por serem faladas de maneira superficial elas voltam a ser faladas em busca de serem detalhadas. necessrio que haja uma tica por parte doautorda notcia, no sentido de no trazer ao leitor informaes mentirosas ou incertas. A notcia o acesso que o leitor tem aos acontecimentos domundoao seu redor, por isso preciso que o texto seja o mais impessoal possvel, com informaes concretas, preferencialmente comprovadas atravs de entrevistas com testemunhas do fato, fotos ou filmagens (em caso de telejornais). Esses detalhes do notcia um carter mais documental e menos literal, pois asseguram ao leitor a veracidade dos fatos, alm de trazer certa confiana ao autor da mesma, que ser respeitado e ouvido nas prximas vezes que noticiar algo. isso que faz do jornal um meio de comunicao respeitado e lido por todas as camadas da sociedade.Devido ao fato acima citado, de o jornal ser acessvel a diversos tipos de indivduos, preciso que a linguagem utilizada no seja de difcil compreenso, seja clara e objetiva, no faa arrodeios desnecessrios nem grandes descries que podem dar ao leitor a sensao que o texto parado ou sem novidades. Dessa maneira, independente de quem leia o texto ele ser sempre aproveitado e til.Em caso de a notcia ser escrita em um concurso pblico como o vestibular necessrio que se obedea s regras da proposta apresentada. Os fatos podem ser fictcios, mas deve haver certa diligncia em no misturar fatos fictcios com fatos reais e em no envolver situaes que se distanciem da realidade a ponto de serem duvidosas. Apesar de ser um texto de fico, deve obedecer a toda a estrutura de uma notcia de jornal.window.google_render_ad();Ana Paula de Arajo

ReportagemTexto jornalsticoamplamente divulgado nos meios de comunicao de massa, a reportagem informa, de modo mais aprofundado, fatos de interesse pblico. Ela situa-se no questionamento de causa e efeito, na interpretao e no impacto, somando as diferentes verses de um mesmo acontecimento.A reportagem no possui uma estrutura rgida, mas geralmente costuma estabelecer conexes com o fato central, anunciado no que chamamos de lead. A partir da, desenvolve-se a narrativa do fato principal, ampliada e composta por meio de citaes, trechos deentrevistas, depoimentos, dados estatsticos, pequenos resumos, dentre outros recursos. sempre iniciada por um ttulo, como todo texto jornalstico.Oobjetivode uma reportagem apresentar aoleitorvrias verses para um mesmo fato, informando-o, orientando-o e contribuindo para formar sua opinio.A linguagem utilizada nesse tipo de texto objetiva, dinmica e clara, ajustada ao padro lingstico divulgado nos meios de comunicao de massa, que se caracteriza como uma linguagem acessvel a todos os pblicos, mas pode variar de formal para mais informal dependendo do pblico a que se destina. Embora seja impessoal, s vezes possvel perceber a opinio do reprter sobre os fatos ou sua interpretao.Para se produzir uma boa reportagem, fundamental que o reprter oua todas as verses de um fato, a fim de que a verdade apurada seja realmente a verdade que possa ser comprovada, no aquela que se imagina que a verdade.

Paula Perin dos Santos

Artigo de opinio comum encontrarmos circulando no rdio, na TV, nas revistas, nos jornais, temas polmicos que exigem uma posio por parte dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso oautorgeralmente apresenta seu ponto de vista sobre o tema em questo atravs do artigo de opinio. importante estar preparado para produzir este tipo de texto, pois em algum momento e/ou circunstncia poder surgiroportunidadesou necessidades de expor idias pessoais atravs da escrita. Nos gneros argumentativos em geral, o autor tem a inteno de convencer seus interlocutores e para isso precisa apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opinies. O artigo de opinio fundamentado em impresses pessoais do autor do texto e, por isso, so fceis de contestar. A partir da leitura de diferentes textos, o escritor poder conhecer vrios pontos de vista sobre um determinado assunto. Para produzir um bom artigo de opinio aconselhvel seguir algumas orientaes.Observe: a) Aps a leitura de vrios pontos de vista, anote num papel os argumentos que achou melhor, eles podem ser teis para fundamentar o ponto de vista que voc ir desenvolver. b) Ao compor seu texto, leve em considerao o interlocutor: quem ir ler sua produo. A linguagem deve ser adequada ao gnero e ao perfil do pblico leitor. c) Escolha os argumentos, entre os que anotou, que podem fundamentar a idia principal do texto de modo mais consciente e desenvolva-os. d) Pense num enunciado capaz de expressar a idia principal que pretende defender. e) Pense na melhor forma possvel de concluir seu texto: retome o que foi exposto, ou confirme a idia principal, ou faa uma citao de algum escritor ou algum importante na rea relativa ao tema debatido. f) Crie um ttulo que desperte o interesse e a curiosidade do leitor. g) Formate seu texto em colunas e coloque entre elas uma chamada (um importante e pequeno trecho do seu texto) h) Aps o trmino, releia seu texto observando se nele voc se posiciona claramente sobre o tema; se a idia fundamentada em argumentos fortes e se esto bem desenvolvidos; se a linguagem est adequada ao gnero; se o texto apresenta ttulo e se convidativo e por fim observe se o texto como um todo persuasivo. Reescreva-o se necessrio.Por Marina CabralEspecialista em Lngua Portuguesa eLiteraturaEquipe Brasil Escola

Redao Oficial

ata

1 Conceito

Uma ata refere-se ao resumo dos fatos de uma reunio de pessoas ou assemblia para um determinado fim j divulgado.

1.2 Modelo

Uma ata dever conter um cabealho constitudo do nmero da ata e do nome dos participantes do grupo que se encontra reunido, uma abertura indicando, por extenso, dia, ms, ano, hora, local da reunio e nome de quem a preside, bem como a finalidade de tal evento, transcrita da ordem do dia que consta da convocao. Seguindo estes itens, viro um pronunciamento referindo-se aos participantes e, a partir disso, a declarao de abertura da seo. Acompanhando estes elementos, vir uma relao nominal identificando os presentes, a aprovao da ata anterior, a declarao objetiva e sinttica dos fatos a serem tratados no evento e, por ltimo, um fechamento com as consideraes finais.

Conforme segue, vejamos um exemplo:

Ata da 1a reunio dos formandos de Comunicao Social 2004 da UFSC. Aos dez dias do ms de agosto, de dois mil e quatro, s dezenove horas e trinta minutos, na sala B-03, no Campus I, sob a presidncia da Comisso de Formatura, formada pelos alunos Fulano de tal, Beltrano e Ciclano, reuniram-se os formandos interessados na organizao da formatura. Aps constatada a presena de todos os alunos e feita a identificao do empenho de formatura, a presidncia da comisso declarou aberta a reunio. A reunio iniciou-se com a solicitao que a partir de dezessete de agosto fossem viabilizados os processos de arrecadao de valores para a formatura. A comisso informou que o valor a ser arrecadado ser de R$ 15.000,00. Para tanto, pediu-se o afinco de todos os formandos. Por fim, estando os presentes de acordo com o que foi deliberado, a presidncia da Comisso encerrou a reunio, da qual eu, Fulano de tal, secretrio designado, lavrei a presente ata que, aps lida e aprovada, ser assinada por mim e pelos presentes. [Local], dez de agosto de dois mil e quatro.(seguem as assinaturas)

DECLARAO

1 - ConceitoUma declarao constitui-se num documento semelhante ao atestado, porm no expedido por instituies pblicas.

2 Modelo

Este documento deve conter em sua elaborao uma evidncia de declarao, escrita com letra maiscula (DECLARO), seguida do texto de declarao, local e data, evidenciando dia, ms e ano e, por fim, a assinatura do(s) declarante(s) e o cargo do(s) mesmo(s).

Seguem dois exemplos:

EX.1:DECLARAMOS que o Senhor Jos Saramago atuou neste Gabinete no perodo de 25 de janeiro de 1999 a 30 de dezembro de 1999, recebendo mensalmente um salrio mnimo.

Rio Grande, 28 de maro de 2000.

Jos de ArimatiaChefe de Gabinete do Vereador Joo Ferreira

EX.2:DECLARO, para fins de comprovao junto Comisso de Curso de Direito, que Maria Madalena, matrcula n 123456, graduanda do curso de Direito, participou do IV Seminrio de Direito Penal, desta Instituio.

Rio Grande, 26 de junho de 2000.

Marcos da SilvaPresidente do Diretrio Acadmico de Direito

REQUERIMENTO1 ConceitoO requerimento um documento especfico para solicitao de algo a que uma pessoa fsica ou jurdica tem direito concedido por lei.

1.2 Modelo

Um requerimento deve conter inicialmente uma invocao com os termos escritos por extenso, um texto comeando com o nome do requerente, sua qualificao, exposio do ato legal em que se baseia o requerimento e o objetivo do mesmo. Por ltimo vir o fecho, com a expresso: "Nesses termos pede deferimento", seguido de data e assinatura do requerente.

EX.1:

Excelentssimo Senhor Prefeito do Municpio de Rio da Serra RS

Pitimeu - Indstria e Comrcio S.A., com sede na Av. Marechal Floriano,345 em Rio Grande, por seu representante legal, Graciliano Ramos, industrial, brasileiro, solteiro, residente em Rio da Serra, na rua Vidas Secas, 121, nos termos do decreto n 00000, assinado por V.Ex., em 10 de abril de 1975, em que concede iseno de impostos sobre servios de qualquer natureza, por 11 (onze) anos a industrias que venham a instalar-se nesse municpio, em 1975, vem, respeitosamente, requerer a V.Ex. que se digne outorgar-lhe a referida iseno.

Nestes TermosPede Deferimento.

Rio da Serra, 24 de abril de 1975.

Graciliano Ramos

OFCIO1 - ConceitoUm ofcio um documento utilizado por rgos do governo ou autarquias para correspondncia externa e que tem por finalidade tratar de assuntos oficiais.

1.2 ModeloUm ofcio deve conter em sua estrutura um timbre representado por um smbolo e o nome da unidade impressa no alto da folha e a numerao, dentro do ano, que o ofcio recebe, em ordem cronolgica de feitura, seguido da sigla de indicao do rgo eminente. Este, por sua vez, faz-se anteceder o nome da correspondncia escrito por extenso ou abreviado. Acompanhando estes elementos vir o local e data (dia, ms e ano) que devem ser escritos a sete espaos duplos ou a 6,5cm. da borda superior. O ms escrito por extenso. Entre o espao e a centena se deixa um algarismo do ano, deve ser feito o ponto final e o trmino da data deve coincidir com a margem direita, que de cinco espaos duplos ou de 5cm. A seguir vir o vocativo que deve ser escrito a dez espaos duplos ou 10cm da borda superior, na linha do pargrafo, a dez espaos ou 2,5cm da margem e, por fim, um texto, em forma de pargrafo expondo o assunto, que inicia-se a 1,5cm do vocativo. Os pargrafos so enumerados rente a margem, com exceo do 1 e do fecho.A apresentao do ofcio feita no primeiro pargrafo, no decorrer do texto aprecia-se e se ilustra o assunto com os devidos esclarecimentos e informaes pertinentes. Na concluso se faz a reafirmao da posio recomendada pelo emitente do ofcio sobre o assuntoQuanto ao fecho este deve estar localizado a um espao duplo (ou 1cm) do ltimo pargrafo do texto, centrado direita e seguido de vrgula. Seguindo este elemento vir o nome do signatrio datilografado em maisculas, do cargo s com as iniciais maisculas, escritas sob o nome, a assinatura que dever ser feita imediatamente acima do nome.Estes dados devem estar centralizados direita na direo vertical da fecho, a trs espaos duplos ou 2,5cm. deste .A identificao do destinatrio dever conter um pronome de tratamento, acima da designao da funo exercida pelo mesmo, seguido do nome deste e, aps, o endereo.Caso o ofcio seja constitudo por mais de uma folha, o endereo do destinatrio deve constar da primeira.Na diagramao dos dados, o ltimo deve estar a dois espaos duplos ou 2cm. da borda inferior do papel, e todas as linhas devem coincidir com o texto, rentes a margem esquerda.Entre os pargrafos do ofcio deve ser deixado um espao duplo ou 1cm. O espao entre as linhas tambm duplo; nas transcries e citaes um ou um e meio; estes, preferencialmente, devem vir salientados por aspas e, se ultrapassarem cinco linhas, devem distar cinco espaos da margem esquerda.Se o ofcio tem por objetivo transmitir um assunto do interesse de diversos setores, necessrio que sejam tiradas tantas cpias forem preciso. Nesse caso, o ofcio passar a se chamar de ofcio circular, grafado com inicial maiscula, antes do nmero de ordem.Vejamos um exemplo de ofcio que, quando for circular, acrescer abreviatura OF. o termo circular, desse modo: OF.CIRCULAR (demais complementos).

SERVIO PBLICO FEDERALMINISTRIO DA EDUCAOFUNDAO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDEGABINETE DO REITORRua Eng. Alfredo Huch, 475 Rio Grande RS

OF. GAB. N 43/2000 Rio Grande, 17 de fevereiro de 2000

Senhor Ministro,

De acordo com o AVISO N051/MEC/GM, informamos que concordamos com a prorrogao da cedncia a esse Ministrio, at dia 31 de dezembro do ano vigente, da servidora FERNANDA GOULARTE DA SILVA, pertencente ao quadro de pessoal desta Instituio Federal de Ensino.

Sem mais para o momento, despedimo-nos com votos de considerao e apreo.

Atenciosamente,

CARLOS ALBERTO EIRAS GARCIAReitor

Exmo. SrPaulo Renato SouzaMinistro da educaoGabinete do Ministro da EducaoEsplanada dos Ministrios Bloco l 5 andarCEP: 706547-900 Braslia - DF

Bibliografia

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CEREJA, William Roberto & MAGALHES, Thereza Cochar. Texto e interao. So Paulo, Atual Editora, 2000, p.158-68.

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Mendes, Gilmar Ferreira ... (et al).- Manual de redao da presidncia da repblica.2.Edio, revista e atualizada Brasllia,2002.