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    O Mundo de Sofia

    O romance da histria da filosofia intitulado "O Mundo de Sofia", narra ahistria de Sofia Amundsen, uma menina de quase quinze anos que morava

    com sua me, pois o trabalho de seu pai o deixava ausente boa parte dotempo.

    Certo dia, quando vinha da escola, encontrou dois pequenos envelopesbrancos, no simultaneamente. Em cada um havia uma indagao e elaslevaram Sofia a refletir sobre a vida e a origem do mundo. Tambm recebeuum carto-postal que deveria ser entregue a uma pessoa que ela nemconhecia e cujo nome era Hilde.

    Sofia recorreu a um esconderijo no jardim de sua casa para pensar erefletir sobre as perguntas. Para ela, ele representava um mundo parte, umparaso particular, como o jardim do den mencionado na Bblia.

    Desenvolvimento Histrico do Pensamento Ocidental

    Comeamos a observar, primeiramente, um pensamento no definido notempo-espao, sem comeo determinado e que imperava no incio dos temposat antes do aparecimento dos filsofos pr-socrticos: o mitolgico.

    Este pensamento foi a forma primordial das populaes, cada qual a seumodo, entender os processos naturais a sua volta. Estava este relacionado aopantesmo, sendo suas divindades as mantenedoras de um precrio equilbrio

    entre as foras do bem e do mal. Para que os povos se comunicassem comestas foram criados rituais religiosos, onde ofereciam sacrifcios ou oferendaspara aplacar a fria de determinado deus ou pedisse sua ajuda paradeterminada tarefa.

    Tal pensamento foi o precursor de vrios modismos que persistem aindahoje em nosso inconsciente, bem como a superstio, muito em voga na antigaGrcia, antes do aparecimento dos filsofos.

    Atenas, com a vitria grega sobre os persas, tornou-se capital ocidentalda cultura e do saber. Isto ocorreu pois o desenvolvimento democrtico dessa

    cidade permitiu que seus cidados (no se encaixavam os escravos) maisclebres comeassem a refletir sobre o mundo que os cercavam. Aparecerampois os filsofos da natureza.

    Tais filsofos procuravam entender os processos naturais que oscercavam, de uma forma genrica e abrangente. Tanto a base primordial detudo que existe quanto o mundo dos sentidos foram levados em considerao,as vezes em conjunto ou defendidos separadamente por filsofos diferentes,que se opunham em relao ao que eterno e imutvel e o que efmero esempre mutvel, como a vida e a ao do tempo na natureza. So tambmconhecidos como pr-socrticos, e seu principal pensador era Demcrito, para

    quem o que denominou como tomo, partculas que se agregavam para formaro mundo efmero e sensvel aos nossos sentidos, que se desagregavam mas

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    eram eternas em sua forma nica. Sua concepo, conhecida como teoriaatmica, uniu as duas correntes de pensamento contrrias em sua poca, jdiscursadas acima.

    Aps o desenvolvimento de tais teorias sobre a natureza do mundo,

    comearam a aparecer filsofos que se concentraram em descobrir a naturezado homem, sua relao com o mundo e a melhor forma de bem viver com estee consigo prprio, dando origem ao pensamento tico e moral baseado narazo, primrdio para uma feliz e reta vida. Com o aparecimento do primeirogrande filsofo grego, mundialmente reconhecido, Scrates, h um divisor deguas entre os filsofos at ento. Scrates preocupou-se em descobrir edepois ensinar as pessoas que o verdadeiro conhecimento vem de dentro e seste pode lhe fornecer o discernimento necessrio para a vida, sendo este spossvel atravs do emprego da maior faculdade do Homem: sua razo. Arazo era a medida das coisas e no a sociedade, como diziam certoscontemporneos de sua poca, conhecidos como sofistas, que desenvolviam a

    arte da retrica e cobravam por seus prstimos a humanidade, principalmentea classe dominante grega. Embora seu fim tenha sido trgico, ao ser obrigadoa cometer suicdio tomando um veneno chamado cicuta, deixou muito de suafilosofia, retratada por seu principal aluno, Plato.

    Plato foi o responsvel pelo registro do pensamento socrtico,realizado atravs de seus dilogos, preservando a retrica na escrita. Suasprincipais preocupaes giravam em torno daquilo que seria eterno e imutvel,a origem de todas as coisas que vemos e como podemos defini-las quando asobservamos. Sabemos como um cavalo, conhecemos sua forma, poissegundo sua filosofia, h uma forma pr-concebida no mundo das idias, umaforma ideal e perfeita, imutvel e divina, j que na natureza tudo flui, nada perfeito e imutvel no mundo dos sentidos. Procurava o que era eternamentebom, eternamente belo e eternamente verdadeiro. Em relao ao homem, talconcepo do mundo garantia-lhe a existncia de uma alma que transmigravapara seu corpo e, quando da morte deste, retornava ao mundo das idias.Sua busca pela forma perfeita tambm o levou a desenvolver uma teoria esubsequente forma ideal de governo, descrita em seu livro A Repblica, onde,entre vrias coisas, definia a maneira correta do bom governar e desenvolviaseus raciocnio em relao a participao ativa da mulher na sociedade.Desagradado em relao a no compreenso de seus ensinamentos conclui

    mais uma obra As Leis onde descrevia uma segunda melhor forma degoverno, adaptada a cultura social preponderante na poca.

    Da academia de Plato surgiu o terceiro e ltimo grande filsofo daantigidade: Aristteles. De pensamento analtico e formao cientfica, estemacednio desenvolveu uma teoria contrria a de seu predecessor e mestre.Segundo ele, tudo possua forma e substncia, sendo a primeira relacionadaao espcime masculino e a segunda ao feminino, originado-se destepensamento sua reprovao em relao a capacidade real da mulher nasociedade e em relao ao mundo das idias de seu mestre: pois nopodemos ter uma forma pr-definida de um cavalo se no conhecemos

    nenhum ainda. Grande cientista, pesquisador de vrias reas do saber, no so da filosofia, foi um dos fundadores da pesquisa emprica e da noo de

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    classificao natural de espcie, sendo seus moldes a base dodesenvolvimento e separao das cincias como as conhecemos ainda hoje.

    Aristteles tambm desenvolveu algo de peculiar em seu raciocniofilosfico em relao a causa primeira das coisas: segundo ele, tudo que

    acontecia na natureza tinha uma dada finalidade, um propsito de ser eacontecer, para houvesse a manuteno da vida e o equilbrio no mundo.

    J na poca de Aristteles o imprio grego comeara a se desfazer anteo avano do imprio macednio de Alexandre Magno. Atravs de suasconquistas, este conseguiu unir culturalmente a Europa, o Egito e a siaMenor, quebrando as fronteiras e dando origem a uma era de grandedesenvolvimento cultural e do saber, atravs da experincia adquirida de vriospovos reunidos no plo cultural e cientfico da cidade de Alexandria, onde afilosofia grega e sua lngua tiveram papel preponderante, a chamada era doHelenismo. Filosoficamente, vrias ramificaes do pensamento socrtico e

    platnico ocuparam seu devido espao na procura de uma concepo humanade vida.

    Dentre essas correntes destaca-se o Neoplatonismo, desenvolvido nestapoca e aclamado por Plotino, que viria a ser um grande rival do nascentecristianismo. Pregava uma filosofia da libertao onde dizia que um dualismoexercido pela fora da luz de Deus e pelas regies ou locais ou coisas a queesta no alcanava, a ausncia de total de luz. A matria era as trevas, e oHomem era formado por esta e tambm pela essncia divina, sua alma,centelha do eterno e imutvel ser.

    Outra corrente importante na poca foi o misticismo. Diferentemente dodesenvolvimento ocidental, esta prtica oriental visava colocar o homem emcontato, atravs da auto-observao, consigo mesmo e dessa forma com otodo, com o absoluto, com o que muitos chamam de Deus. Nesta busca perde-se a si mesmo mas encontra-se algo muito maior, que a prpria essncia detudo o que existe.

    Havia, j no perodo do Imprio Romano, que sucedeu o macednio,dois crculos culturais distintos, o indo-europeu e o semita. O primeiro possuauma forma de pensamento fluido, como sendo a histria uma grande espiral,

    onde esta de desenvolvia de forma cclica, e tinha como principais filosofias oureligies o hindusmo, o budismo e a prpria filosofia grega. J o crculo culturalsemita, deu origem as grandes religies ocidentais: o islamismo, o judasmo eo cristianismo. Possui uma viso contnua da histria, como se esta fosse umalinha que possui comeo e fim definidos. Outra grande distino entre essasduas grandes correntes o fato de que a primeira politesta e a segundamonotesta.

    Nesta situao de encontro entre tais correntes aparece aquele que foiprofetizado pelo povo israelita, o filho de Deus, Jesus de Nazar. Por suafilosofia tambm foi morto, como Scrates. Ensinava que Deus extremamente

    misericordioso e para alcanarmos sua graa devemos elevar nossas preces,pois de ns deve partir o desejo pela salvao. Tambm pregava amor e

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    perdo incondicionais, conceitos avanados demais para a poca e que feriamintenes de poderosos, sendo sacrificado por isto.

    Aps sua morte e notcias de sua ressurreio, o apstolo Paulodisseminou sua filosofia e as revelaes bblicas, formando, em pouco tempo,

    comunidades crists por toda a Europa. Tais comunidades viriam a sedisseminar e desenvolver o poderio da Igreja Catlica, nos tempos deregresso ao feudalismo na Idade Mdia. Em parte esta forma econmica foi aresponsvel pela manuteno da estrutura catlica, e se desenvolveu graas adesertificao das grandes metrpoles antigas, como Roma. Dessa forma aeconomia at ento existente deu lugar camponesa, regredindo a um estgiode escambo e produto in natura.

    Nesse perodo histrico conturbado e evolutivamente estagnado a IgrejaCatlica firmou seu poderio moral-tico-religioso. Agora esta instituio detinhaos meios de informao, atividade intelectual desempenhada pelos copistas,

    assim nomeados devido ao fato de serem os guardies e mantenedores doconhecimento velado. Desta doutrina, portanto, surgiram os principais filsofosda Idade Mdia. Esta filosofia catlica foi uma forma de unir a base indo-europia grega, de Plato e Aristteles, a teologia do Velho e NovoTestamento. O primeiro a conseguir eficincia em sua tarefa foi SantoAgostinho. Este monge procurou conciliar a teologia crist ao neoplatonismo.Segundo Agostinho, a criao veio a partir do nada mas as idias j existiampr-concebidas na cabea do criador - portanto anlogo a teoria platoniana(este afirmava que o mundo das idias sempre existiu, mas no que veio donada absoluto). Entretanto, para seguir tal conciliao tambm aplicou a suafilosofia certo apego ao destino, a dualidade do ser humano e foi o primeiro acolocar a histria - uma caracterstica linear do semitismo - em seu trabalho.

    Outro importante filsofo foi Toms de Aquino, responsvel pelaconciliao das teorias de Aristteles com os ensinamentos e cultura bblicas.Ele consegui criar um elo entre a razo e a f, postulando a existncia de doistipos de verdade: a verdade teolgica, reconhecida e compreendida somenteatravs da f, e a verdade teolgica natural, referente razo humana e aosdesgnios da natureza, sendo estes conhecimentos tambm referentes moralhumana e no s a revelao dos desgnios de Deus.

    Logo aps a morte de So Toms de Aquino a estrutura eclesisticacomea a ruir. O ideal burgus passa a desempenhar o papel de libertador dasestruturas at ento impostas pela Igreja. Um novo movimento mundial comeaa emergir, com a quebra do feudalismo e o aparecimento da moeda: oRenascimento.

    O Renascimento foi a realizao de uma retomada do humanismogrego, sendo entretanto uma de suas principais caractersticas oindividualismo. Isso ocorreu devido a mudana da concepo da natureza davida humana e a prpria viso deste do mundo e de si mesmo: comeou-se amedir o mundo atravs dos conhecimentos e da experincia real do ser. O

    Homem deve ser feliz neste planeta, ver de forma diferente o mundo fsico eno somente viver para pleitear uma vida no cu. Abriram-se milhares de

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    janelas, tanto para a forma de viver quanto para o desenvolvimento cientfico.O Homem no existe somente para servir a Deus, mas tambm a ele prprio.O racionalismo imperou e comeou a se formar um mtodo emprico deobservao do mundo natural e vrios cientistas destacaram-se como Galileu eCoprnico.

    A partir desta nova viso de mundo pouco tempo depois surgiram teoriase formas de se viver opostas irreconciliveis. O sculo XVII conhecidoperodo Barroco, pois as formas no so mais suaves e sim opulentas eagressivas, cheias de contrastes, o que exteriorizava as tenses do conscientemundial da poca. O materialismo de Thomas Hobbes, idntico a filosofia deDemcrito, contrapunha-se ao idealismo, que visava o desenvolvimentoanmico e espiritual do ser. O materialismo contribuiu para o desenvolvimentodo que conhecida como viso mecanicista do mundo. Muitos foram oscolaboradores deste sistema de pensamento, evidenciado pelas descobertascientficas de Newton, entre outros.

    Em virtude destes acontecimentos nasce Ren Descartes, responsvelpela reunio do pensamento contemporneo num nico e coerente sistemafilosfico. Todos buscavam um mtodo concatenado de experimentaocientfica e filosfica. Havia uma ordenao das idias no existente na filosofiagrega, no era somente genrico e sim pragmtico e racionalista. Dentre asvrias teorias desenvolvidas deve-se destacar alm de Descartes, Spinoza,segundo o qual ...Deus no um manipulador de fantoches.... Spinozacompreendia que a dualidade das coisas, que segundo ele tudo ou erapensamento ou extenso, provinham de uma nica fonte, diferentemente dacorrente dualista que se mostrava na poca.

    Passado a grande revoluo da Renascena e o conturbado Barroco,deu-se a necessidade de se organizar todo este conhecimento, surgindo desteideal a Enciclopdia, onde os maiores pensadores de seu tempo depunhamsua experincia e seus preceitos sociais, morais e cientficos.

    Muitas caractersticas marcaram esse novo movimento mundial. Arevolta contra as autoridades, devido ao despotismo dos soberanos e a buscada liberdade de livre pensar e fazer, inerente ao pensamento burgus - era orompimento com o conhecimento herdado. O alto racionalismo provinha de

    uma f inabalvel na razo humana, como as dos filsofos gregos. Os auto-intitulados iluministas procuravam criar uma base slida para a moral, a tica ea religio humana, para que estas estivessem em sintonia com a razoimutvel do prprio ser.

    O otimismo cultural era reinante nesta poca, pois todos acreditavamque seria uma questo de tempo para que a irracionalidade no maisdesempenha-se uma fora to vital em relao ao Homem, ao mesmo tempoque buscavam uma religio natural - esta religio estaria em contato com aestrutura natural do ser. Com o aparecimento de tais caractersticas eintenes, pouco depois esta nata social comeou a elaborar os direitos

    humanos. Vrios pensadores podem aqui serem destacados, muitos inclusiveconhecidos do grande pblico com Voltaire, Montesquieu, Rousseau etc.

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    A ltima grande poca de desenvolvimento humano, que veio logo apso Iluminismo, foi o Romantismo, j que depois apareceram novas teorias econcepes de mundo em campos distintos do conhecimento: Marx naeconomia, Darwin na biologia e Freud na psicologia. Surgiam novas palavras

    de ordem como sentimento e imaginao, e um anseio pelo que est longe einatingvel. Buscava-se esto no mais a razo como veculo do saber e daverdadeira experincia mas sim a arte, sendo muitos artistas consideradoscomo deuses. Esse sentimento aflorado trouxe a noo de unidade aquilo queos iluministas, como Kant e Descartes, viam s de forma mecnica. O planetaera considerado como um enorme e nico organismo vivo, onde tudo e todosestavam interligados de alguma forma.

    Dentre os filsofos romnticos o de maior destaque foi Hegel. Contribuipara a concepo de que existem verdades maiores que a razo humana e afilosofia, portanto, no poderia ser desvinculada da poca a qual se

    desenvolveu, tendo ento todo pensamento um contexto histrico.Desenvolveu a teoria de tese, anttese e sntese, provando sua teoria dodinamismo da razo humana.

    Em contraposio ao conhecimento Hegeliano surgiu na Europa umindivduo que contrapunha suas teorias com a idealizao da sociedade sendomovida atravs do desenvolvimento econmico da mesma, onde o nvel dosbens materiais que influenciariam o ser, acarretando, posteriormente, seu nvelde desenvolvimento espiritual. H uma inverso da balana proposta por KarlMarx.

    As condies econmicas, sociais e materiais de uma sociedade seriama base da mesma, o que Marx chamou de superestrutura. Dentro desta ascondies naturais, as foras e as relaes de produo eram as responsveispelo desempenho evolutivo de determinada sociedade.

    No mesmo tempo em que de desenvolvia o pensamento de Marx,crescia na Europa uma corrente cientfica conhecida com Naturalismo, tendocomo seu principal representante a figura de Charles Darwin. Darwin props ateoria da Evoluo das Espcies. Essa evoluo dar-se-ia atravs da seleonatural: entende-se por isso um processo biolgico no qual as criaturas mais

    capacitadas para a vida tendem a ocupar o espao daquelas que vo setornado inaptas com o passar das eras. Esta concepo pe em choque afilosofia platnica, segundo a qual existiriam formas imutveis na natureza, e oprprio conceito bblico da criao do homem e da vida no planeta.

    Cerca de meio sculo depois surge na Alemanha outro grandepesquisador, Freud, embora seu campo fosse bem outro: a prpria estrutura dopensamento humano. Sua teoria psicanaltica veio lanar novas bases aoraciocnio humano e conhecimento deste sobre si mesmo. A psicanlise buscafundamentar as atitudes, anseios e represses do ser em seu prprio passado,sendo ento o Homem o depositrio de suas prprias respostas na busca da

    felicidade e do fim do sentimento de culpa.

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    Freud deu psique humana trs estruturas bsicas: o ID, ou desejoegosta e instintivo, o SUPEREGO, ou o grande castrador da sociedade, e oEGO, que faz a ligao entre estes dois aspectos da personalidade humana.Da boa interao destes trs teremos as respostas as perguntas que nosassolam individualmente. Tambm trs so as fases de desenvolvimento do

    ser humano: anal, flica e oral, estando estas ligadas a forma de aprendizado erelao com o mundo exterior.

    Por fim, destacamos como ltima grande teoria mundial a do Big Bang.Atravs desta os astrnomos explicam que a atual expanso do universodeveu-se a uma grande exploso ocorrida em seu centro. Desta suposioconclua-se que: ou o universo continuaria a se expandir indefinidamente ouentraria em um processo de contrao, tudo dependendo da quantidade dematria existente no mesmo, no se tendo noo desta ainda.

    Esta teoria estava at a pouco em conflito com duas outras, que tambm

    pretendiam explicar a formao de nosso universo. A teoria do UniversoEstacionrio, defendia a hiptese do mesmo sempre ter sido e que sempreseria/teria a forma de hoje, e o Big Bang Expansivo: o universo est em eternomovimento de expanso. Prova-se a falha de ambas atravs da freqnciaconhecida como radiao csmica de fundo. Essa energia empregada paramedir o distanciamento das galxias, entre outras coisas, devido a sualinearidade. Percebeu-se que, depois de um grande movimento de expanso, ouniverso comea a se retrair.

    Mas, correlacionando-se tais dados com a eterna pergunta de onde nsviemos?, pode-se fazer um paralelo com as teorias mais antigas, do dia enoite de Brahma no hindusmo, ou o faa-se a Luz da Bblia, ou a exploso docentro do universo, no Big Bang? As idias humanas giram ciclicamente emtorno das mesmas perguntas, mas as respostas, com o passar das eras, socada vez mais sutis, anlogas e abrangentes.

    Conhecendo Alguns Filsofos

    Scrates

    Scrates nasceu em Atenas em 470 ou 469 a.C., filho de Sofrnico,escultor, e de Fenreta, parteira. Desde cedo dedicou-se meditao e aoensino filosfico, como a uma vocao religiosa, no se deixando distrair peloscuidados domsticos e pelos interesses polticos. A sua atitude crtica, irnica eo seu mtodo racional despertaram descontentamento geral, hostilidadepopular e inimizades pessoais que se concretizaram na famosa acusaomovida contra ele, de corromper a mocidade e alterar a religio nacional.Processado, desdenhou defender-se; foi condenado morte, que enfrentou,serenamente, no crcere, no ano de 355 a.C. A introspeco a caractersticadominante da personalidade socrtica, e se exprime no famoso "conhece-te a timesmo", e se personificava na voz divina, interna do gnio ou demnio. As

    notcias relativas a sua vida e seu pensamento as devemos especialmente adois discpulos seus: Xenofonte e, sobretudo, Plato.

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    O interesse filosfico de Scrates como j o dos sofistas voltadopara o mundo humano, com finalidades prticas. Mas diversamente dossofistas Scrates interessa-se no pelo homem emprico, para interessesegostas, e sim pelo homem em geral, para finalidades morais. Scrates, comoos sofistas, comea criticando o saber vulgar, a opinio; entretanto, no se

    limita crtica, no acaba no ceticismo, como os sofistas, mas transcende osaber sensvel, individual e mutvel, chegando ao saber racional, universal,imutvel. A sua filosofia tem, portanto, finalidades prticas, morais; mas taisfinalidades se realizam unicamente atravs do conhecimento, da razo, tantoassim que Scrates estabelece uma equao absoluta entre cincia e virtude.A nica construo racional de Scrates , porm, a gnosiologia, no ametafsica; noutras palavras, ele deu-nos um mtodo da cincia, no umacincia verdadeira e prpria. A gnosiologia de Scrates a qual seconcretizava no seu ensinamento dialgico, donde preciso tir-la pode-seesquematicamente resumir nestes pontos principais: ironia, maiutica,introspeco, ignorncia, induo, definio.

    Como Scrates o fundador da cincia, em geral, mediante a doutrinado conceito, assim , em particular, o fundador da cincia moral, mediante adoutrina que identifica eticidade com racionalidade, ao racional. Virtude inteligncia, razo, cincia, no sentimento, rotina, costume, tradio, leipositiva, opinio comum. No entanto, como a gnosiologia socrtica carece deespecificao lgica, precisa, assim a tica socrtica carece de contedoracional, por falta de uma metafsica.

    Scrates no elaborou um sistema filosfico acabado, nem deixouescrito algum, mas descobriu um mtodo e fundou uma grande escola, demodo que dele depende, direta ou indiretamente, toda a especulao gregaque se seguiu, a qual, mediante o pensamento socrtico, aperfeioa opensamento dos pr-socrticos em sistemas e desenvolvimentos vrios eoriginais. Isto patenteia-se imediatamente nas escolas socrticas. Elas aindaque se diferenciem no pouco entre si concordam todas pelo menos nacaracterstica doutrina socrtica, de que o maior bem do homem a sabedoria.A escola socrtica maior a platnica; as escolas socrticas menores so a deMgara, de Elis, a Cnica, e a Cirenaica. Pelas suas doutrinas especficas avirtude e o prazer fins da vida e pelo lugar proeminente, atribudo moral nafilosofia, a escola cnica cujo famoso expoente Digenes e a cirenaica

    representam respectivamente o germe do estoicismo e do epicurismo.

    Plato

    Plato nasceu em Atenas no ano de 428 ou 427 a.C. Seus paispertenciam a uma antiga e nobre descendncia. Teve um temperamento deartista e de filsofo ao mesmo tempo, manifestao caracterstica e elevada dognio grego. Aos vinte anos, Plato travou relaes com Scrates, cujo ensinoe amizade gozou durante oito anos. Quando discpulo de Scrates, Platoestudou tambm os maiores pr-socrticos. Aps a morte do mestre, comeoua viajar, dando um vasto giro para se instruir atravs do Egito, da Itlia

    meridional e da Siclia. Na Siclia tentou inutilmente realizar a sua utopiapoltica junto corte de Siracusa. Pelo ano de 368 fundava em Atenas a sua

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    famosa escola, que tomou o nome de Academia, dedicando-se inteiramente especulao metafsica, ao ensino filosfico e redao de suas obras at morte (347 ou 348 a.C.). A atividade literria de Plato abrange mais decinqenta anos; escreveu treze cartas e trinta e seis dilogos, que representama obra-prima da sua atividade artstica e filosfica.

    Plato, como tambm Scrates, pensa que a filosofia tem um fim prtico,moral; a grande cincia que resolve o problema da vida. Este fim prtico,porm, realiza-se s intelectualmente, atravs da especulao, doconhecimento, da cincia. Mas diversamente de Scrates, que limitava ainvestigao filosfica, conceitual, ao campo antropolgico e moral Platoestende tal investigao ao campo metafsico e cosmolgico, quer dizer, a todaa realidade. Como Scrates, tambm Plato distingue um conhecimentosensvel a opinio e um conhecimento intelectual a cincia; particular emutvel o primeiro, universal e imutvel o segundo. Entretanto Plato diversamente de Scrates, que faz derivar do conhecimento sensvel, por

    terem precisamente estes dois conhecimentos caractersticas opostas.Diversamente de Scrates, pois, que ignora a metafsica, Plato d tanto a umquanto ao outro conhecimento, um objeto correspondente, um fundamentoontolgico: ao conhecimento sensvel o mundo material, multplice e mutvel;ao conhecimento intelectual o mundo ideal, universal e imutvel.

    As Idias O sistema metafsico de Plato centraliza-se e culmina nomundo divino das idias, a que contraposta a matria, obscura e incriada.Entre as idias e a matria esto o Demiurgo arquiteto do universo e asalmas, donde desce das idias para a matria o tanto de racionalidade quenela aparece. A divindade platnica representada pelo mundo das idias, eespecialmente pela idia do Bem, que ocupa o lugar de maior destaque. Pelofato de que as idias so conceitos personificados, transferidos da ordemlgica ordem ontolgica, tero conseqentemente as caractersticas dosprprios conceitos: transcendentes experincia, universais, imutveis, eordenados logicamente, sistematicamente entre si (dialtica).

    As Almas Como o Demiurgo, e em dependncia dele, a alma tem umafuno mediadora entre as idias e a matria, a que comunica ordem e vida.Plato distingue trs espcies de almas: concupiscvel (vegetativa), irascvel(sensitiva), racional (inteligente), que so prprias, respectivamente, da planta,

    do animal e do homem; e no homem se acham reunidas hierarquicamente,enquanto ele um ser vivo, sensitivo e dotado de intelecto. A alma racionalest no corpo humano como em priso, em exlio, a que condenada por umaculpa cometida quando estava no mundo das idias, sua ptria verdadeira,donde, em conseqncia dessa culpa, decaiu.

    O Mundo O mundo material, o cosmos platnico, resulta da sntese dedois princpios opostos: as idias e a matria. O Demiurgo plasma o caos damatria sobre o modelo das idias eternas, introduzindo-lhe a alma, princpiode ordem e de vida. Plato um pampsiquista, isto , anima todo o universo:haveria, antes de tudo, uma alma do mundo, e, depois, partes dela,

    dependentes e inferiores, que seriam as almas dos astros, dos homens, etc.

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    Consoante a psicologia platnica, a natureza do homem racional, e,por conseqncia, na razo o homem realiza a sua humanidade: a aoracional realiza o sumo bem que , ao mesmo tempo, felicidade e virtude.Entretanto, esta natureza racional do homem encontra no corpo no uminstrumento, e sim um obstculo, que Plato explica mediante um dualismo

    filosfico-religioso de alma e corpo: o intelecto encontra um obstculo nosentido, a vontade no impulso. A moral platnica, portanto, uma moral derenncia ao mundo asctica , e o homem realiza o seu destino alm destemundo, na contemplao do mundo das idias. Nesta ascese moral, Platodistingue quatro virtudes fundamentais: a sabedoria, a fortaleza, a temperana,ajustia. Quanto ao destino das almas aps a morte, julga Plato que as dossbios, dos filsofos, que se libertaram inteiramente da sensibilidade, voltampara o mundo ideal; as dos homens mergulhados inteiramente na matria, vopara um lugar de danao; as almas intermdias se reincarnam em corposmais ou menos nobres, conforme o bem ou o mal que fizeram.

    Plato deriva da natureza humana a justificao da sociedade e doestado, visto que cada um precisa do auxlio moral e material dos outros; deve,portanto, estar unido com os outros. Desta variedade de necessidadeshumanas origina-se a diviso do trabalho e, conseqentemente, a distino dopovo em classes, em castas, bem como a instituio da escravido, para ostrabalhos mais materiais, servis. Segundo Plato, o estado ideal deveria serdividido em trs classes sociais: a dos filsofos, conhecedores da realidade,aos quais cabe o governo da repblica; a dos guerreiros, a quem cabe a defesainterna e externa do estado, de conformidade com a ordem estabelecida pelosfilsofos; a dos produtores agricultores e artesos submetidos s duasclasses precedentes, cabendo-lhes a conservao econmica do estado.Plato tinha compreendido que os interesses privados, domsticos, redundamefetivamente em contraste com os interesses sociais, estatais. E no hesita emsacrificar inteiramente a famlia e a riqueza dos particulares ao estado; da oassim chamado comunismo platnico, que no materialista, econmico, e simespiritual, asctico. Se a natureza do estado , essencialmente, a de umorganismo tico, o seu fim principal pedaggico: o estado, antes de tudo,deve prover ao bem espiritual dos cidados, educando-os virtuosamente; eapenas secundariamente, instrumentalmente, se deve ocupar com o bem-estardos cidados.

    A divindade platnica constituda pelo mundo das idias, ocupando ocentro a idia do Bem. Quanto religio positiva grega, Plato hostiliza oantropomorfismo, admitindo entretanto um politesmo astral, tendo ao0 centro oDemiurgo. As doutrinas estticas de Plato so algo oscilantes entre u mavalorizao e uma desvalorizao da arte. No conjunto do seu pensamentoprevalece a desvalorizao e por dois motivos, teortico um, prtico outro. Omotivo teortico que a arte seria cpia de uma cpia: cpia do mundoemprico, que j cpia do mundo ideal. Em suma, a arte copiaria osfenmenos, no as essncias como as cincias fazem. O motivo prtico quea arte, dada esta sua natureza teortica inferior, impura fonte gnosiolgica,torna-se igualmente danosa no campo moral: com efeito, operando cegamente

    sobre o sentimento, a arte nos atrai para o verdadeiro assim como para o falso,para o bem como para o mal.

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    A escola filosfica fundada por Plato, a Academia, sobreviveu-lhe porquase um milnio, at o sculo VI d.C. A academia platnica divide-secomumente em antiga, mdia e nova. A antiga academia preocupa-se comuma sistematizao mais completa do pensamento platnico e com uma maiorvalorizao da experincia. A mdia academia toma uma tendncia ctica,

    sobretudo graas a Carnades. A nova academia orienta-se especialmentepara o ecletismo. Chega-se, entrementes, ao incio da era vulgar; a academiaplatnica, porm, sobreviver ainda e tomar uma ltima forma noneoplatonismo.

    Aristteles

    Este grande filsofo grego nasceu em Estagira no ano de 384 a.C. Aos18 anos entrou na academia platnica, onde ficou por vinte anos, at mortedo mestre. Em 343 foi convidado por Filipe, rei da Macednia, para educar ofilho Alexandre, chamado, mais tarde, Magno. Voltando para Atenas em 335, afundou sua escola famosa, chamada Liceue tambm escola peripattica. Em323 teve de abandonar Atenas por motivos polticos, retirando-se para Eubia,onde morreu em 332 a.C. com 62 anos de idade. Aristteles foi especialmenteum homem de cultura e de pensamento, que se isola da vida prtica, para apesquisa cientfica. A sua atividade literria foi vasta e intensa, como a suacultura e o seu gnio; chegam perto de um milheiro as obras escritas por ele,das quais ficou a parte, no quantitativamente, mas qualitativamente maisimportante, a saber: os tratados cientficos elaborados para o ensino. Aprimeira edio completa das obras de Aristteles a deAndronico de Rodes pelos fins da era antiga que classifica os escritos aristotlicos da maneira

    seguinte: lgica, fsica, metafsica, moral, poltica, retrica e potica. As obrasdoutrinais de Aristteles manifestam um grande rigor cientfico, exposio eexpresso breve e aguda, clara e ordenada, maravilhosa perfeio daterminologia filosfica.

    Segundo Aristteles, a filosofia essencialmente teortica, deve decifraro enigma do universo: o seu problema fundamental o problema do ser, no oda vida. A filosofia divide-se em teortica, prtica e potica, e abrange todo osaber humano. A teortica divide-se, por sua vez, em fsica, matemtica efilosofia primeira metafsica e teologia ; a prtica divide-se em tica epoltica; a potica em esttica e tcnica. Pelo que concerne ao problema

    gnosiolgico, a cincia, a filosofia tm como objeto o universal, o necessrio,isto , a forma, a essncia das coisas existentes na realidade. Objeto essencialda lgica aristotlica o processo de derivao, demonstrao, deduo ideaisdo particular pelo universal, que corresponde a um processo de derivao realno mundo das coisas: a sua expresso clssica o silogismo. SegundoAristteles, porm, diversamente de Plato, os elementos primeiros doconhecimento, da cincia conceitos e juzos tm que ser, num caso enoutro, tirados da experincia. Assim sendo, compreende-se como Aristteles,ao lado da doutrina da deduo, foi levado a elaborar, na lgica, uma doutrinada induo. No ela por certo efetivamente completa, mas pode ser integradalogicamente segundo o esprito profundo da filosofia aristotlica.

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    A metafsica aristotlica a cincia do ser como ser, isto , do ser emgeral metafsica geral: ontologia , e, logo, cincia acerca de Deus e tambmdo homem e do mundo metafsica especial: cosmologia, psicologia e teologia. As questes principais da metafsica geral aristotlica podem-se reduzir aquatro: potncia e ato, matria e forma, particular e universal, motor e coisa

    movida. Potncia e ato: potncia significa no-ser atual e capacidade de ser;ato significa ser efetivo, realizao de uma possibilidade. Todo ser, salvo o serperfeitssimo, uma sntese snolo de potncia e de ato. A passagem dapotncia ao ato o vir-a-ser. Matria e forma: a matria a potncia e a forma o ato no mundo material. A matria , portanto, o princpio daindeterminao, que determinado pela forma (essncia, espcie). Todo sermaterial resulta da sntese de matria e forma (substncia). Particular euniversal: a particularidade, a singularidade, a individualidade das vriassubstncias depende da matria, que multiplica precisamente em muitosindivduos a universalidade da forma, essncia, espcie. Motor e coisa movida:o movimento, o vir-a-ser, a mudana, a passagem da potncia ao ato, da

    matria forma. A fim de que esta passagem se realize, para que hajamovimento, vir-a-ser, mudana, preciso um motor, uma causa da prpriapassagem, at que, de causa em causa, se chegue a Deus, ato puro, motorimvel do universo.

    Uma questo geral da fsica aristotlica como filosofia da natureza, aanlise dos vrios tipos de movimento, mudana que j sabemos consistir napassagem da potncia ao ato, realizao de uma possibilidade. Outra etambm importantssima questo da fsica aristotlica concerne ao espao e aotempo, concebidos como reais por Aristteles: no, porm, como substncias,mas como relaes entre substncias. Uma questo fundamental da filosofianatural da filosofia aristotlica a referente finalidade, ordem da natureza.Aristteles um estrnuo afirmador da doutrina da finalidade, com base nadoutrina da causa final.

    Objeto principal da psicologia aristotlica o mundo vivente, que temcomo princpio a alma, e se distingue essencialmente do mundo inorgnico,mineral. Aristteles distingue uma alma vegetativa, prpria das plantas; umaalma sensitiva, prpria dos animais; uma alma racional, prpria do homem, eque rene em si tambm as funes caractersticas das duas almasprecedentes. O homem uma unidade substancial de alma e corpo, em que a

    alma desempenha o papel de forma com respeito matria, est constituindo ocorpo. O que caracteriza a alma humana a racionalidade, a inteligncia, opensamento, pelo que ela esprito e deve ser imortal. As faculdadesfundamentais do esprito humano so duas: a teortica, cognoscitiva,contemplativa; e aprtica, operativa, ativa. Cada uma delas, pois, se desdobraem dois graus, sensitivo e intelectivo, se se levar em conta que o homem umesprito unido substancialmente a um corpo. Teremos, assim, umconhecimento sensvel e um conhecimento intelectual, e dois tipos deatividades prticas: a tendncia e a vontade.

    Objeto prprio da teologia o primeiro motor imvel, o ato puro, o

    pensamento do pensamento, isto , Deus. Aristteles chega a Deus medianteuma slida demonstrao, que parte da experincia imediata, da indiscutvel

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    realidade do devir, da passagem da potncia ao ato. Todo devir, passagem dapotncia ao ato, demanda necessariamente uma causa, e esta uma outracausa ainda; e, assim por diante, at se chegar a um ser que no vem-a-ser, aum motor em ato, a um puro ato, que, de outra forma, deveria ser movido porsua vez. Da anlise do conceito de Deus, concebido como primeiro motor

    imvel conceito conquistado atravs do raciocnio precedente Aristtelesdeduz logicamente a natureza essencial de Deus. Antes de tudo, Deusconcebido como ato puro, perfeio absoluta e, depois, concebido comopensamento do pensamento, conhecimento de si mesmo: nestaautocontemplao imutvel e ativa est a beatitude divina. Se Deus meraatividade teortica, tendo como objeto unicamente a prpria perfeio, noconhece o mundo imperfeito, e menos ainda atua sobre ele como criador eprovidncia. O Deus de Aristteles atua sobre o mundo por ele movido nocomo causa eficiente, operante, mas como causa final, atraente.

    Conforme a metafsica aristotlica, todo ser tende necessariamente

    realizao da sua natureza, concretizao plena da sua forma: e nisto est oseu fim, o seu bem, a sua felicidade e, por conseqncia, a sua lei. Visto ser arazo a essncia caracterstica do homem, realiza ele a sua natureza vivendoracionalmente, e sendo disto consciente. E, desta maneira, ele alcana afelicidade e a virtude, isto , a felicidade mediante a virtude, que precisamente uma atividade segundo a razo, quer dizer, pressupe oconhecimento racional. Logo, o fim do homem a felicidade, para a qual necessria a virtude, que, por sua vez, necessita da razo. Caracterstica datica aristotlica a harmonia entre paixo e razo, virtude e felicidade; etambm a doutrina de que a virtude um justo meio, e um hbito racional.Enfim, a tica aristotlica reconhece a primazia das virtudes dianoticas,contemplativas, sobre as virtudes ticas, ativas; a supremacia do conhecimentoe do intelecto sobre a prtica e a vontade.

    O estado um organismo moral, condio e complemento da atividademoral individual. A poltica, todavia, distinta da moral; pois, esta tem comoobjeto o indivduo, aquela a coletividade: a tica a doutrina moral individual, apoltica a doutrina moral social. O estado composto pela comunidade dasfamlias, como os diversos indivduos compem as famlias. SegundoAristteles, a famlia constituda de quatro elementos: os filhos, a mulher, osbens, os escravos; fora naturalmente o chefe, a quem cabe a direo geral. A

    fim de que a propriedade seja produtora, so necessrios instrumentosanimados e inanimados: os animados seriam os escravos, a que Aristtelesno nega a natureza humana, mas no lhes reconhece os direitos humanos,por causa da atividade material deles. O estado surge, porquanto o homem um animal naturalmente social, poltico; o estado prov inicialmente asatisfao daquelas necessidades materiais, negativas e positivas, defesa eorganizao, que no se podem de outro modo realizar; mas o seu fim essencialmente espiritual, e, portanto, pedaggico.

    O Deus aristotlico representado pelo Ato Puro, admitindo Aristtelesoutros deuses subordinados a este: os deuses astrais, inteligncias

    animadoras das estrelas. No obstante este tesmo superior, Aristteles deixaao povo a religio positiva, antropomrfica, a ele adaptada, sem correo

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    alguma. Aristteles, como Plato, considera a arte como imitao. Entretanto,no imitao de uma imitao como o fenmeno, o sensvel platnico; masimitao direta da prpria idia, imitao do inteligvel imanente no sensvel,imitao da forma imanente na matria. Na arte, este inteligvel, universal, encarnado concretizado em um sensvel, em um particular e, destarte, tornado

    intuitivo, graas ao artista. Deste seu contedo inteligvel, universal, depende aeficcia espiritual pedaggica, elevadora da arte.

    A escola peripattica o Liceu no teve a longa durao e a variedadede orientaes da academia platnica, e dedicou-se especialmente indagao emprica, naturalista, histrica. Inversamente, o aristotelismo, maisdo que o platonismo, ter uma fecunda vida fora e alm do pensamento grego,isto , no pensamento cristo, escolstico, tomista.

    Santo Agostinho

    Aurlio Agostinho nasceu em Tagasta, na Numdia, em 354, filho dePatrcio, pago, e de Mnica, crist. Estudou em Tagasta e Cartago, onde sedesviou moral e intelectualmente (dualismo maniqueu). Acabados os estudossuperiores, foi para Milo como mestre de retrica; entretanto, bem cedo,afastou-se do ensino e, convertido ao cristianismo, voltou para a frica. Estasas vicissitudes exteriores da vida de Agostinho. As vicissitudes espirituais so,depois de uma fase ctica, a neoplatnica e, finalmente, a crist. Chegar aocristianismo, antes por via do intelecto do que por via da vontade. Depois daconverso, Agostinho voltou para a frica, distribuiu todos seus haveres aospobres; ordenado padre , em seguida, consagrado bispo de Hipona, onde

    faleceu em 430. Agostinho escreveu muitas obras de interesse religioso eteolgico; algumas tambm de interesse filosfico, em especial os dilogos eos escritos contra os maniqueus. Todas as obras de Agostinho, porm, tm uminteresse filosfico, tratando de problemas filosfico-teolgicos, devido suacaracterstica filosfica-teolgica.

    Agostinho sente praticamente e platonicamente a filosofia comosolucionadora do problema da vida, a que unicamente o cristianismo podeproporcionar uma soluo integral. Oproblema gnosiolgico foi profundamentesentido por Agostinho na fase ctico-acadmica do seu pensamento. Emboradesvalorizado, platonicamente, o conhecimento sensvel com respeito ao

    conhecimento intelectual, admite ele que os sentidos, bem como o intelecto,so fontes de conhecimento. E como para a viso sensvel, alm dos olhos e acoisa, mister a luz fsica, assim, para o conhecimento intelectual serianecessrio, segundo ele, um lume espiritual, que vem de Deus, o Verbo deDeus, para o qual so transferidas as idias platnicas.

    Em relao com esta gnosiologia, e em dependncia dela, a existnciade Deus provada, fundamentalmente, a priori, enquanto no esprito humanohaveria uma particular presena de Deus. Segundo Agostinho esta presena,se compendia na Verdade de Deus, no Verbo de Deus, que ilumina e tornaverdadeiros os nossos conhecimentos. Quanto natureza de Deus, Agostinho

    tem uma idia perfeitamente exata: Deus poder racional infinito, eterno,imutvel, esprito, pessoa. Sendo, pois, Deus tambm a Trindade do Padre,

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    Verbo e Esprito Santo, esfora-se Agostinho por descobrir filosoficamente asimagens da Trindade em todo o mundo; toda criatura seria, essencialmente,ser, saber, vontade.

    Tambm a psicologia agostiniana est em harmonia com o seu

    platonismo cristo. Certamente o corpo no essencialmente mal, visto que uma criatura de Deus, que fez boas todas as coisas. Mas a unio da alma como corpo , de certo modo, extrnseca, acidental. A alma e o corpo no formam aunidade metafsica, substancial, como na concepo aristotlico-tomista,graas doutrina da forma e da matria. Entre as faculdades da alma, avontade tem a primazia e no o intelecto.

    Quanto cosmologia, mencionamos a famosa doutrina agostiniana dasrationes seminales germes racionais. Segundo esta doutrina, Deus nacriao originria e simultnea das coisas, teria criado algumas completamenterealizadas; de outras coisas teria criado apenas as causas necessrias para

    produzi-las, predispondo estas causas de maneira que dessem origem, maistarde, desenvolvendo-se, s coisas.

    Naturalmente a moral agostiniana testa e crist e, portanto,transcendente e asctica. Agostinho at acentue estes caracteres, devido aoseu rigorismo e a sua concepo do pecado original. Nota caracterstica de suamoral o voluntarismo, quer dizer, o primado da ao, do prtico prprio dopensamento latino , contrariamente ao pensamento grego, que reconhece oprimado do teortico, do conhecimento. A virtude essencial o amor de Deus.A vontade humana , entretanto, livre e pode fazer o mal, porquanto vontadede um ser limitado. Em tal caso, a vontade m; no , porm, causa eficiente,e sim deficiente, da ao viciosa, visto que o mal no tem realidade metafsica.O pecado, pois, tem em si mesmo imanente a pena da sua desordem: comefeito, no podendo a criatura lesar a Deus, prejudica-se a si mesma,determinando a dilacerao da sua natureza.

    A soluo do problema do mal constitui, talvez, a maior glriaespeculativa de Agostinho. O mal , fundamentalmente, privao do bem privao de ser. Tal bem pode ser no devido (mal metafsico) ou devido (malfsico e moral) a uma determinada natureza. Se o bem devido, nasce overdadeiro problema do mal. A soluo desse problema esttica, para o mal

    fsico; moral (pecado original e redeno pela cruz), para o mal moral e,tambm, fsico.

    A soluo do problema da histria constitui outra grande glriaespeculativa de Agostinho. Tal problema , fundamentalmente, o problema domal na histria. Agostinho resolve-o, naturalmente, mediante os dogmas dopecado original e da redeno pela cruz, isto , mediante a Revelao, aTeologia. Agostinho trata desse assunto na Cidade de Deus, que se podeconsiderar a obra-prima especulativa do grande doutor.

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    Toms de Aquino

    Toms, natural de Roccasecca, nasceu em 1225 descendente da nobreestirpe dos condes de Aquino. Foi educado em Monte Cassino, estudou emNpoles as artes liberais e entrou na ordem dominicana, renunciando a tudo,

    salvo cincia. Dedicou-se, em seguida, ao estudo da teologia e da filosofiasob a direo de Alberto Magno, seu coirmo e mestre nas universidades deParis e Colnia. Em 1252 Toms voltou para Paris onde colou os grausacadmicos e ensinou longamente. Faleceu em 1274 no mosteiro deFossanova entre Npoles e Roma, a caminho de Lio, onde ia tomar parte noconclio por ordem de Gregrio X. As obras de Toms de Aquino podem-sedividir em quatro grupos: 1. Comentrios; 2. Sumas; 3. Questes;4. Opsculos.

    Alberto, da nobre famlia dos duques de Bollstdt (1207-1280), ditoMagno, dominicano, tem uma grande importncia na histria do pensamentoescolstico, pois foi o primeiro grande aristotlico medieval e o mestre deToms de Aquino. A atividade cientfica de Alberto Magno vastssima (38volumes), e abraa os assuntos mais variados. Esforou-se ele por levarAristteles ao conhecimento do mundo latino, e dedicou-se intensamente aoestudo das cincias naturais.

    Diversamente da tendncia agostiniana e em harmonia com opensamento aristotlico, Toms considera a filosofia como disciplinaessencialmente teortica. A gnosiologia tomista como a aristotlica emprica e racional, isto , a razo busca o seu contedo na experincia, sem

    admitir inatismos e iluminaes divinas. O conhecimento humano tem doismomentos, sensvel e inteligvel, o segundo dependendo do primeiro. Noprocesso cognoscitivo que conhecimento do ser, do objeto realiza-se umaidentificao intencional (cognoscitiva) entre sujeito e objeto, especialmente noconhecimento intelectual, pelo que sujeito e objeto se encontram no fato doconhecimento. Um momento essencial da gnosiologia tomista o intelectoagente, uma faculdade que deve iluminar o conhecimento sensvel (fantasma),para abstrair dele o elemento inteligvel essncia das coisas nelas implcito.E, destarte, torna-o cognoscvel ao intelecto passivo, que, propriamente,conhece: entende os conceitos, julga, raciocina, elabora o saber at a filosofia.Admitido isso, a verdade lgica no est nas coisas e nem sequer no0 mero

    intelecto, mas na adequao entre a coisa e o intelecto: veritas est adaequatiospeculativa mentis et rei. O sinal pelo qual a verdade se revela nossa mente a evidncia. E os muitos conhecimentos que no so evidentes, intuitivos,tornam-se verdadeiros quando levados evidncia mediante a demonstraofilosfica.

    A metafsica tomista pode-se dividir em geral e especial. A metafsicageral, ou ontologia, tem como objeto o ser em geral e as relativas atribuies eleis. A metafsica especial estuda, ao contrrio, o ser em suas grandesespecificaes, Deus, o esprito, o mundo. Da a teologia racional, apsicologiaracional, a filosofia natural. O princpio fundamental da ontologia tomista a

    especificao do ser em potncia e ato. Ato significa realidade, perfeio; aopasso que potncia quer dizer no-realidade, imperfeio, mas capacidade

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    para receber uma perfeio. A passagem da potncia ao ato constitui o vir-a-ser, que depende do ser que ato puro, imutvel, e faz com que tudo seja evenha-a-ser.

    A natureza Uma especificao do princpio de potncia e ato vlido

    para toda a realidade o princpio da matria e da forma, vlido apenas paraa realidade material, para o mundo fsico, e interessa portanto especialmente cosmologia tomista. A matria no absoluto, no-ente; , porm, irreal sem aforma. Por esta determinada a matria, como a potncia determinada peloato; mas necessria a fim de que haja um ser completo e real a substncia.A forma a essncia das coisas gua, ouro, vidro e universal. Aindividualizao, a concretizao da prpria forma, essncia, em vriosindivduos, apenas eles existindo realmente (esta gua, este ouro, este vidro),dependem da matria. Representa ela, portanto, o princpio de individualizaono mundo fsico.

    O esprito Quando a forma princpio de vida que uma atividadetendo origem no interior do ser chama-se alma. Tm, portanto, uma alma asplantas (alma vegetativa) e os animais (alma sensitiva). Mas psicologiaracional, concernente ao homem, interessa propriamente a alma racional, queentende e quer, alm de desempenhar as funes das almas vegetativa esensitiva que so materiais se manifestam no homem tambm atividadesespirituais, como as do intelecto e da vontade. Se a alma humana espiritual,imaterial, no composta de partes, mas simples e, logo, imortal. Toms, pois,diversamente do dualismo platnico-agostiniano, sustenta que a alma, emboraespiritual, unida substancialmente com o corpo material, de que a forma.

    Deus tambm, e ainda mais, a teologia racional tomista depende dadoutrina da potncia e do ato. Sustenta Toms, contra o apriorismo e ointuicionismo platnico-agostinianos, que Deus se pode demonstrarunicamente mediante a razo, partindo da experincia. As provas tomistas daexistncia de Deus so cinco. Todas, pois, tm comum a caracterstica de sefirmar na evidncia sensvel e racional , para proceder demonstrao,como pede a lgica. Aplicam a um dado sensvel evidente um princpio racionaligualmente slido, para transcender a experincia. Se conhecemos apenasindiretamente, pelas provas, a existncia de Deus, ainda mais limitado oconhecimento que temos da essncia divina, que transcende, infinitamente o

    intelecto humano. Segundo o Aquinate, antes de tudo, sabemos o que Deusno (teologia negativa); mas o conhecemos tambm algo de positivo a seurespeito (teologia analgica: o mundo deve ter certa semelhana com Deus,que lhe a causa; portanto, pelo mundo se pode conhecer, at certo ponto,Deus). O problema das relaes de Deus com o mundo resolvido com baseno conceito de criao, que uma produo do mundo livre, total, do nada, porparte de Deus.

    Tambm no campo da moralToms no segue o agostinianismo, pois amoral tomista essencialmente intelectualista, ao passo que a moralagostiniana voluntarista. Em outras palavras, a moral tomista no s

    considera o querer como condicionado, subordinado ao conhecimento, mastem como fim o conhecimento, em que consiste segundo o tomismo a

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    perfeio humana. E a ordem moral, pois, no depende da vontade de Deus, esim da essncia divina, que racional, isto , a ordem moral imanente daessncia divina, realizada por Deus no mundo. De sorte que, agir moralmente,significa agir racionalmente, em conformidade com a natureza racional dohomem. Analisando a natureza humana, resulta que o homem, alm de ser um

    animal racional, tambm um animal poltico (social), e, por conseguinte,forado a viver em sociedade com os outros homens. A primeira forma desociedade a famlia; a segunda, o estado. Pelo fato de que apenas oindivduo no seja subordinado sociedade quer familiar quer estatal , masvice-versa. Se bem que o estado seja sociedade completa no seu gnero, ficaele subordinado porquanto diz respeito ao fim ltimo do homem Igreja,que tem como escopo o bem eterno das almas, ao passo que o estado temcomo fim o bem temporal.

    Acerca do problema das relaes entre filosofia e teologia, Toms duma soluo precisa e definitiva, mediante uma distino clara entre as duas

    ordens. Com base no slido sistema aristotlico, conquistada finalmente aconscincia do que conhecimento racional, cincia: um lgico procedimentode princpios evidentes para concluses inteligveis. E logo se compreende que impossvel a demonstrao racional em matria de f, onde os princpios noso evidentes, mas transcendem a razo, pois so mistrios; e igualmenteininteligveis so as concluses lgicas tiradas destes princpios. Em todo caso,segundo o sistema tomista, a razo e a revelao, a filosofia e a teologia, nopodem hostilizar-se mutuamente, estar em desarmonia, porquanto procedemda mesma Verdade eterna. Pelo contrrio, tm algumas determinadas relaesrecprocas.

    O tomismo afirma-se como uma crtica que valoriza a tendnciaplatnico-agostiniana em nome do racionalismo aristotlico que pareceu umescndalo, no campo catlico, ao misticismo agostiniano. Afirma-se, ademais,como o incio da filosofia no pensamento cristo, e tambm como incio dopensamento moderno, enquanto a filosofia concebida como uma construoautnoma e crtica da razo humana. Em nome da razo, o tomismo constriuma gnosiologia, uma metafsica e uma moral em oposio ao agostinianismotradicional.

    Ren Descartes

    Descartes (Cartsio) pode considerar-se o fundador do racionalismomoderno e da moderna filosofia, especialmente pelo seu mtodo crtico esubjetivo, dedutivo e matemtico.

    Ren Descartes nasceu em 1596 na Turena, e foi educado pelosJesutas no clebre colgio de La Flche. Aps alguns anos de vida militar edepois de ter longamente viajado, retirou-se para a Holanda, dedicando-se aosestudos prediletos: filosofia e cincias. Faleceu em 1649 em Estocolmo, paraonde foi a convite da rainha Cristina da Sucia.

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    As obras filosficas de Descartes so: Discours de la mthode (Leida,1637); Meditationes de prima philosophia (Paris, 1641); Principia philosophiae(Amsterdam, 1644); Trait des passions de l'me (Paris, 1649).

    Descartes inicia a sua filosofia com uma investigao gnosiolgica,

    metodolgica. O mtodo cartesiano pode resumir-se nestes quatro momentos:intuio, anlise, sntese, enumerao completa. O critrio cartesiano daverdade a clareza e a distino. Em concreto, Descartes parte de uma dvidauniversal (metdica), para entretanto super-la criticamente na conquistasegura da verdade.

    evidente (claro e distinto) que duvidar equivale a pensar. Dopensamento julga Descartes tirar imediatamente a existncia de umasubstncia pensante, res cogitans, alma espiritual. Da idia de perfeito, queexistiria na alma que

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