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Muito Mais do Que a Lei de Moisés
Por
Silvio Dutra
Set/2019
2
A474 Alves, Silvio Dutra Muito Mais do que a Lei de Moisés Silvio Dutra Alves – Rio de Janeiro, 2019. 27p.; 14,8 x21cm 1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Fé I. Título. CDD 252
3
“Não penseis que vim revogar a Lei ou os
Profetas; não vim para revogar, vim para
cumprir.” (Mateus 5.17)
Por diversas vezes Jesus usou a expressão “Lei
ou os Profetas” para designar todo o conjunto
dos livros do Velho Testamento, uma vez que os
judeus classificam as Escrituras de modo
diferente do que fazemos pois tudo dividem em
Torá ou Lei, Profetas Anteriores e Profetas
Posteriores, de modo que os livros que
classificamos como históricos e poéticos são
incluídos por eles na citada classificação.
Isto é muito importante de ser entendido
porque é comum que se faça uma aplicação das
palavras de Jesus no nosso texto como se
referindo apenas à Lei de Moisés.
Na verdade, o enfoque na Lei foi feito por Ele em
razão do uso distorcido que os escribas e
fariseus costumavam fazer da Lei de Moisés,
valendo-se da aplicação dos mandamentos para
explorar o povo e colocar fardos pesados sobre
as costas deles, em benefício próprio
interesseiro, notadamente na exploração dos
sacrifícios de animais do qual faziam um grande
comércio.
4
Na verdade, Deus havia dado a Lei para
propósitos espirituais e não carnais. Além disso
a revelação da verdade não ficou restrita ao
Pentateuco com os cinco livros da Lei, pois
deveria avançar com tudo o que foi revelado
posteriormente nos livros históricos desde
Josué, passando pelo longo período dos Juízes,
de cerca de 300 anos de duração, e depois no
período dos reis que se estendeu desde 1.040 a
586 a. C, e no período da Restauração até cerca
de 400 a. C. quando se iniciou o chamado
período Interbíblico; e também com os
chamados livros poéticos (Jó, Salmos,
Provérbios, Eclesiastes e Cantares).
Não aprendemos somente sobre a Pessoa, o
caráter e atributos de Deus em todos estes
livros, como também há neles preciosas
promessas para a Igreja, e tudo o que se refere à
Pessoa e Ministério do Messias que haveria de
se revelar, conforme prometido em muitas
Escrituras, desde o livro de Gênesis.
Como então, Jesus poderia revogar o que foi
revelado para o propósito mesmo e principal de
falar acerca dEle e de tudo o que faria e
representaria não apenas para o Seu povo, mas
para toda a humanidade?
5
É um grande erro portanto considerar que toda
a vontade de Deus, e tudo o que deve ser
observado por Seus servos, encontra-se
perfeita, completa e definitivamente revelado
na Lei de Moisés.
A Lei é perfeita no propósito que lhe foi
designado por Deus para ser cumprido, mas por
exemplo, não pode ser o instrumento da nossa
justificação, que é o principal benefício
proposto por Deus para pecadores, pois isto é
feito somente por graça e mediante a fé, e não
pela Lei, e sabemos que a Lei não é graça, pois
esta foi prometida 430 anos antes da
promulgação da Lei no Sinai, a Abraão, e em
várias promessas de Deus feitas a Davi, e através
dos profetas como em Jeremias 31.31-35 e
Ezequiel 36.25-27.
“7 Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de
Abraão.
8 Ora, tendo a Escritura previsto que Deus
justificaria pela fé os gentios, preanunciou o
evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados
todos os povos.
9 De modo que os da fé são abençoados com o
crente Abraão.
6
10 Todos quantos, pois, são das obras da lei estão
debaixo de maldição; porque está escrito:
Maldito todo aquele que não permanece em
todas as coisas escritas no Livro da lei, para
praticá-las.
11 E é evidente que, pela lei, ninguém é
justificado diante de Deus, porque o justo viverá
pela fé.
12 Ora, a lei não procede de fé, mas: Aquele que
observar os seus preceitos por eles viverá.”
(Gálatas 3.7-12).
A única justiça que poderia ser obtida pela Lei,
para que fôssemos salvos, seria aquela
decorrente de uma obediência perfeita de todos
os mandamentos ao longo de toda a nossa
existência, porque a Lei obriga ao cumprimento
de suas ordenanças, sem oferecer qualquer
graça, misericórdia ou ajuda para que o
façamos.
Já a salvação que é por meio da graça e mediante
a fé em Jesus não exige de nós qualquer obra
meritória para que a obtenhamos, pois nos é
concedida por pura graça e misericórdia de
Deus, sem levar em conta qual seja a nossa
condição.
7
“13 Cristo nos resgatou da maldição da lei,
fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar
(porque está escrito: Maldito todo aquele que
for pendurado em madeiro),
14 para que a bênção de Abraão chegasse aos
gentios, em Jesus Cristo, a fim de que
recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido.
15 Irmãos, falo como homem. Ainda que uma
aliança seja meramente humana, uma vez
ratificada, ninguém a revoga ou lhe acrescenta
alguma coisa.
16 Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao
seu descendente. Não diz: E aos descendentes,
como se falando de muitos, porém como de um
só: E ao teu descendente, que é Cristo.
17 E digo isto: uma aliança já anteriormente
confirmada por Deus, a lei, que veio
quatrocentos e trinta anos depois, não a pode
ab-rogar, de forma que venha a desfazer a
promessa.
18 Porque, se a herança provém de lei, já não
decorre de promessa; mas foi pela promessa
que Deus a concedeu gratuitamente a Abraão.
19 Qual, pois, a razão de ser da lei? Foi
adicionada por causa das transgressões, até que
8
viesse o descendente a quem se fez a promessa,
e foi promulgada por meio de anjos, pela mão de
um mediador.
20 Ora, o mediador não é de um, mas Deus é um.
21 É, porventura, a lei contrária às promessas de
Deus? De modo nenhum! Porque, se fosse
promulgada uma lei que pudesse dar vida, a
justiça, na verdade, seria procedente de lei.
22 Mas a Escritura encerrou tudo sob o pecado,
para que, mediante a fé em Jesus Cristo, fosse a
promessa concedida aos que creem.
23 Mas, antes que viesse a fé, estávamos sob a
tutela da lei e nela encerrados, para essa fé que,
de futuro, haveria de revelar-se.
24 De maneira que a lei nos serviu de aio para
nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos
justificados por fé.
25 Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos
subordinados ao aio.
26 Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a
fé em Cristo Jesus;
27 porque todos quantos fostes batizados em
Cristo de Cristo vos revestistes.
9
28 Desta forma, não pode haver judeu nem
grego; nem escravo nem liberto; nem homem
nem mulher; porque todos vós sois um em
Cristo Jesus.
29 E, se sois de Cristo, também sois
descendentes de Abraão e herdeiros segundo a
promessa.” (Gálatas 3.13-29).
É por isso que a par de todo o amor e obediência
que o próprio Jesus e os apóstolos tributaram à
Lei, pois afinal é de procedência divina, eles não
a sacralizaram do modo como os judeus faziam
e muitos fazem até hoje, considerando a Lei
como um fim em si mesma, e a revelação de
toda a vontade de Deus para a humanidade.
A Lei contém também mandamentos civis e
cerimoniais em grande número e grande
complexidade, de forma que configuravam um
grande fardo adicional que foi acrescentado à lei
moral, e que obrigava os judeus a viverem de
modo muito diferente de todas as nações do
mundo, com observância de sacrifícios de
animais, distinção de alimentos puros e
impuros etc, e tudo isto caiu com a obra
realizada por Jesus, porque apontava em figura
para Ele até que se manifestasse.
10
Nós vemos então o Senhor dirigindo-se à Lei de
Moisés como algo que apesar de não ser
revogada por Ele na Sua vinda, deveria ser
considerada no seu devido lugar, e não
representar a causa e o motivo de todas as
expectativas de Deus em relação aos Seus
eleitos.
Era Ele, Jesus a causa e o motivo do nosso viver,
e é então para Ele que devemos nos dirigir para
que tenhamos a vida eterna que nos está sendo
proposta por Deus.
“37 O Pai, que me enviou, esse mesmo é que tem
dado testemunho de mim. Jamais tendes ouvido
a sua voz, nem visto a sua forma.
38 Também não tendes a sua palavra
permanente em vós, porque não credes naquele
a quem ele enviou.
39 Examinais as Escrituras, porque julgais ter
nelas a vida eterna, e são elas mesmas que
testificam de mim.
40 Contudo, não quereis vir a mim para terdes
vida.
41 Eu não aceito glória que vem dos homens;
11
42 sei, entretanto, que não tendes em vós o amor
de Deus.” (João 5.37-42).
“21 Replicou-lhes Jesus: Um só feito realizei, e
todos vos admirais.
22 Pelo motivo de que Moisés vos deu a
circuncisão (se bem que ela não vem dele, mas
dos patriarcas), no sábado circuncidais um
homem.
23 E, se o homem pode ser circuncidado em dia
de sábado, para que a lei de Moisés não seja
violada, por que vos indignais contra mim, pelo
fato de eu ter curado, num sábado, ao todo, um
homem?
24 Não julgueis segundo a aparência, e sim pela
reta justiça.” (João 7.21-24).
“5 Insurgiram-se, entretanto, alguns da seita
dos fariseus que haviam crido, dizendo: É
necessário circuncidá-los e determinar-lhes
que observem a lei de Moisés.
6 Então, se reuniram os apóstolos e os
presbíteros para examinar a questão.
7 Havendo grande debate, Pedro tomou a
palavra e lhes disse: Irmãos, vós sabeis que,
desde há muito, Deus me escolheu dentre vós
12
para que, por meu intermédio, ouvissem os
gentios a palavra do evangelho e cressem.
8 Ora, Deus, que conhece os corações, lhes deu
testemunho, concedendo o Espírito Santo a
eles, como também a nós nos concedera.
9 E não estabeleceu distinção alguma entre nós
e eles, purificando-lhes pela fé o coração.
10 Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo
sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem
nossos pais puderam suportar, nem nós?
11 Mas cremos que fomos salvos pela graça do
Senhor Jesus, como também aqueles o foram.”
(Atos 15.5-11).
“1 Então, falou Jesus às multidões e aos seus
discípulos:
2 Na cadeira de Moisés, se assentaram os
escribas e os fariseus.
3 Fazei e guardai, pois, tudo quanto eles vos
disserem, porém não os imiteis nas suas obras;
porque dizem e não fazem.
4 Atam fardos pesados [e difíceis de carregar] e
os põem sobre os ombros dos homens;
13
entretanto, eles mesmos nem com o dedo
querem movê-los.
5 Praticam, porém, todas as suas obras com o
fim de serem vistos dos homens; pois alargam
os seus filactérios e alongam as suas franjas.
6 Amam o primeiro lugar nos banquetes e as
primeiras cadeiras nas sinagogas,
7 as saudações nas praças e o serem chamados
mestres pelos homens.
8 Vós, porém, não sereis chamados mestres,
porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois
irmãos.
9 A ninguém sobre a terra chameis vosso pai;
porque só um é vosso Pai, aquele que está nos
céus.
10 Nem sereis chamados guias, porque um só é
vosso Guia, o Cristo.
11 Mas o maior dentre vós será vosso servo.
12 Quem a si mesmo se exaltar será humilhado;
e quem a si mesmo se humilhar será exaltado.
13 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas,
porque fechais o reino dos céus diante dos
14
homens; pois vós não entrais, nem deixais
entrar os que estão entrando!
14 [Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas,
porque devorais as casas das viúvas e, para o
justificar, fazeis longas orações; por isso,
sofrereis juízo muito mais severo!]
15 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas,
porque rodeais o mar e a terra para fazer um
prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do
inferno duas vezes mais do que vós!” (Mateus
23.1-15).
Os guardiães da Lei em Israel nos dias de Jesus,
a saber, os escribas e fariseus, tinham fama de
homens santos entre o povo, mas Jesus tirou a
máscara de hipocrisia deles, revelando o que
havia em seus corações.
Não há lei que possa mudar o coração de um
homem, de coração hipócrita e de pedra, em um
coração santo e sincero.
Alguém pode ser um observador externo da Lei
e ter um coração perverso, de modo que jamais
a Lei poderia responder ao propósito principal
de Deus que é o de nos salvar e santificar.
Com Jesus, mesmo tudo o que se encontrava no
Velho Testamento como tipo, figura, e sombra,
15
pôde ser revelado direta e claramente,
sobretudo o estado de morte espiritual em que
toda a humanidade se encontra.
Daí a necessidade de um novo nascimento
espiritual para o ingresso no reino de Deus,
porque ninguém poderá entrar lá se não
receber uma nova natureza espiritual, celestial
e divina pela operação poderosa do Espírito
Santo.
Como alguém, em sua natureza carnal, sendo
não convertido, entenderia e aceitaria negar a si
mesmo, tomar a cruz e seguir o caráter e
virtudes e ordens de Jesus, conforme é exigido
por Ele de todos os Seus discípulos?
Como poderiam amar uns aos outros com o
mesmo amor com que Jesus nos ama?
Como se dedicariam a que a santificação fosse o
principal trabalho de toda a sua vida, pela
mortificação contínua do pecado e
revestimentos das virtudes de Jesus?
Como saberíamos a necessidade de tudo isto, e
o praticaríamos, se não fosse pela revelação que
nos foi feita por Jesus no evangelho?
Se Deus havia falado diversas vezes e de muitas
maneiras no Velho Testamento através de todos
16
aqueles que Ele usou para tal propósito, e
especialmente os profetas, Ele fechou a
revelação com Jesus Cristo, e o ensino que o
Espírito Santo daria aos apóstolos por meio de
tudo o que recebesse de Jesus para tal objetivo.
“1 Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes
e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas,
2 nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a
quem constituiu herdeiro de todas as coisas,
pelo qual também fez o universo.
3 Ele, que é o resplendor da glória e a expressão
exata do seu Ser, sustentando todas as coisas
pela palavra do seu poder, depois de ter feito a
purificação dos pecados, assentou-se à direita
da Majestade, nas alturas,
4 tendo-se tornado tão superior aos anjos
quanto herdou mais excelente nome do que
eles.
5 Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu
Filho, eu hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei
Pai, e ele me será Filho?
6 E, novamente, ao introduzir o Primogênito no
mundo, diz: E todos os anjos de Deus o adorem.
17
7 Ainda, quanto aos anjos, diz: Aquele que a seus
anjos faz ventos, e a seus ministros, labareda de
fogo;
8 mas acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é para
todo o sempre; e: Cetro de equidade é o cetro do
seu reino.” (Hebreus 1.1-8).
O próprio Moisés que foi o mediador entre
Israel e Deus para o recebimento da Lei, falou
que a revelação só seria completada quando o
grande Profeta (Jesus) se manifestasse no
mundo, e de que todo aquele que não o ouvisse
deveria ser cortado da possibilidade de
participar do povo de Deus.
“15 O SENHOR, teu Deus, te suscitará um
profeta do meio de ti, de teus irmãos,
semelhante a mim; a ele ouvirás,
16 segundo tudo o que pediste ao SENHOR, teu
Deus, em Horebe, quando reunido o povo: Não
ouvirei mais a voz do SENHOR, meu Deus, nem
mais verei este grande fogo, para que não morra.
17 Então, o SENHOR me disse: Falaram bem
aquilo que disseram.
18 Suscitar-lhes-ei um profeta do meio de seus
irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as
18
minhas palavras, e ele lhes falará tudo o que eu
lhe ordenar.
19 De todo aquele que não ouvir as minhas
palavras, que ele falar em meu nome, disso lhe
pedirei contas.” (Deuteronômio 18.15-19).
Se na Lei houvesse somente esta passagem, ela
subscreveria tudo o mais como sendo de
procedência divina e digno de toda aceitação,
reverência e cumprimento.
Não é sem motivo que todos declaram o seu
amor e apreço pela Lei de Deus, tanto no Velho
quanto no Novo Testamento.
Paulo declara expressamente que ser judeu ou
gentio não tem a mínima importância, porque o
que vale é guardar as ordenanças de Deus.
Nosso Senhor também afirma que aquele que
ama a Deus é quem guarda os seus
mandamentos.
Devemos nos guardar portanto, em nossas
reflexões sobre a Lei de Moisés, de qualquer
sentimento de desprezo ou rejeição a ela.
“Porque, no tocante ao homem interior, tenho
prazer na lei de Deus.” (Romanos 7.22).
19
“Quanto amo a tua lei! É a minha meditação,
todo o dia!” (Salmo 119.97).
“7 A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma;
o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria
aos símplices.
8 Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o
coração; o mandamento do SENHOR é puro e
ilumina os olhos.
9 O temor do SENHOR é límpido e permanece
para sempre; os juízos do SENHOR são
verdadeiros e todos igualmente, justos.
10 São mais desejáveis do que ouro, mais do que
muito ouro depurado; e são mais doces do que o
mel e o destilar dos favos.
11 Além disso, por eles se admoesta o teu servo;
em os guardar, há grande recompensa.” (Salmo
19.7-11).
Quando somamos a Lei de Deus com tudo o mais
revelado na Sua Palavra, nós temos a perfeição
absoluta, e daí ser dito que apenas a Lei não é
toda a verdade, mas as Escrituras, em seu
conjunto, a Palavra de Deus, é a toda a verdade
que devemos amar, obedecer e praticar.
20
“Santifica-os na verdade; a tua palavra é a
verdade.” (João 17.17).
Esta Palavra é espírito e vida.
“O espírito é o que vivifica; a carne para nada
aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são
espírito e são vida.” (João 6.63).
Não admira que o próprio Deus atribua tanto
valor à Sua Palavra:
“Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido
nele: Se vós permanecerdes na minha palavra,
sois verdadeiramente meus discípulos;” (João
8.31).
“23 Respondeu Jesus: Se alguém me ama,
guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e
viremos para ele e faremos nele morada.
24 Quem não me ama não guarda as minhas
palavras; e a palavra que estais ouvindo não é
minha, mas do Pai, que me enviou.” (João
14.23,24).
“Conheço as tuas obras – eis que tenho posto
diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém
pode fechar – que tens pouca força, entretanto,
guardaste a minha palavra e não negaste o meu
nome.” (Apocalipse 3.8).
21
“22 Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os
limites da terra; porque eu sou Deus, e não há
outro.
23 Por mim mesmo tenho jurado; da minha boca
saiu o que é justo, e a minha palavra não tornará
atrás. Diante de mim se dobrará todo joelho, e
jurará toda língua.” (Isaías 45.22,23).
“Porque a minha mão fez todas estas coisas, e
todas vieram a existir, diz o SENHOR, mas o
homem para quem olharei é este: o aflito e
abatido de espírito e que treme da minha
palavra.” (Isaías 66.2).
“11 Veio ainda a palavra do SENHOR, dizendo:
Que vês tu, Jeremias? Respondi: vejo uma vara
de amendoeira.
12 Disse-me o SENHOR: Viste bem, porque eu
velo sobre a minha palavra para a cumprir.”
(Jeremias 1.11,12).
“28 O profeta que tem sonho conte-o como
apenas sonho; mas aquele em quem está a
minha palavra fale a minha palavra com
verdade. Que tem a palha com o trigo? – diz o
SENHOR.
22
29 Não é a minha palavra fogo, diz o SENHOR, e
martelo que esmiúça a penha?” (Jeremias
23.28,29).
Todo aquele que estiver portanto interessado
em fazer a vontade de Deus, deverá,
necessariamente observar toda a Palavra
revelada, porque nem só de pão viverá o homem
mas de toda palavra que procede da boca de
Deus, e esta nós temos em toda a Bíblia.
Tudo o que foi revelado foi para nossa instrução
e santificação na verdade, de modo que vemos o
apóstolo Paulo dando o seguinte testemunho
acerca do conjunto das Escrituras:
“14 Tu, porém, permanece naquilo que
aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de
quem o aprendeste
15 e que, desde a infância, sabes as sagradas
letras, que podem tornar-te sábio para a
salvação pela fé em Cristo Jesus.
16 Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil
para o ensino, para a repreensão, para a
correção, para a educação na justiça,
17 a fim de que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente habilitado para toda boa obra.” (II
Timóteo 3.14-17).
23
E temos da parte do apóstolo Pedro o seguinte
testemunho:
“19 Temos, assim, tanto mais confirmada a
palavra profética, e fazeis bem em atendê-la,
como a uma candeia que brilha em lugar
tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da
alva nasça em vosso coração,
20 sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma
profecia da Escritura provém de particular
elucidação;
21 porque nunca jamais qualquer profecia foi
dada por vontade humana; entretanto, homens
[santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo
Espírito Santo.” (II Pedro 1.19-21).
A Palavra é alimento para o nosso espírito, de
modo que mesmo no Velho Testamento nós
temos a ordenança de meditar nela dia e noite
para praticá-la.
“Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes,
medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado
de fazer segundo tudo quanto nele está escrito;
então, farás prosperar o teu caminho e serás
bem-sucedido.” (Josué 1.8).
“1 Bem-aventurado o homem que não anda no
conselho dos ímpios, não se detém no caminho
24
dos pecadores, nem se assenta na roda dos
escarnecedores.
2 Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na
sua lei medita de dia e de noite.
3 Ele é como árvore plantada junto a corrente de
águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e
cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz
será bem sucedido.” (Salmo 1.1-3).
E a mesma ordenança nos é dada no Novo
Testamento:
“21 Portanto, despojando-vos de toda impureza e
acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a
palavra em vós implantada, a qual é poderosa
para salvar a vossa alma.
22 Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não
somente ouvintes, enganando-vos a vós
mesmos.
23 Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não
praticante, assemelha-se ao homem que
contempla, num espelho, o seu rosto natural;
24 pois a si mesmo se contempla, e se retira, e
para logo se esquece de como era a sua
aparência.
25
25 Mas aquele que considera, atentamente, na
lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera,
não sendo ouvinte negligente, mas operoso
praticante, esse será bem-aventurado no que
realizar.
26 Se alguém supõe ser religioso, deixando de
refrear a língua, antes, enganando o próprio
coração, a sua religião é vã.
27 A religião pura e sem mácula, para com o
nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as
viúvas nas suas tribulações e a si mesmo
guardar-se incontaminado do mundo.” (Tiago
1.21-27).
“7 Eis que venho sem demora. Bem-aventurado
aquele que guarda as palavras da profecia deste
livro.
8 Eu, João, sou quem ouviu e viu estas coisas. E,
quando as ouvi e vi, prostrei-me ante os pés do
anjo que me mostrou essas coisas, para adorá-lo.
9 Então, ele me disse: Vê, não faças isso; eu sou
conservo teu, dos teus irmãos, os profetas, e dos
que guardam as palavras deste livro. Adora a
Deus.” (Apocalipse 22.7-9).
26
“Aqui está a perseverança dos santos, os que
guardam os mandamentos de Deus e a fé em
Jesus.” (Apocalipse 14.12).
“21 Amados, se o coração não nos acusar, temos
confiança diante de Deus;
22 e aquilo que pedimos dele recebemos,
porque guardamos os seus mandamentos e
fazemos diante dele o que lhe é agradável.
23 Ora, o seu mandamento é este: que creiamos
em o nome de seu Filho, Jesus Cristo, e nos
amemos uns aos outros, segundo o
mandamento que nos ordenou.
24 E aquele que guarda os seus mandamentos
permanece em Deus, e Deus, nele. E nisto
conhecemos que ele permanece em nós, pelo
Espírito que nos deu.” (I João 3.21-24).
“3 Ora, sabemos que o temos conhecido por isto:
se guardamos os seus mandamentos.
4 Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os
seus mandamentos é mentiroso, e nele não está
a verdade.
5 Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra,
nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o
amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele:
27
6 aquele que diz que permanece nele, esse deve
também andar assim como ele andou.” (I João
2.3-6).