MovimentAÇÃO #06

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1 MovimentAÇÃO Periódico do Movimento Champagnat da Família Marista Província Marista Brasil Centro-Norte Ano I – Nº 6 – Agosto/2007 Movimento em Formação Em direção a uma nova compreensão do ser marista: irmãos e leigos, juntos Ir. Pau Fornells Esta parábola pretende ajudar a compreender o futuro que está surgindo no mundo marista, isto é, irmãos e leigos juntos, ambos interpretados como vocacionados. Para compreendê-la melhor, podemos imaginar uma situação que desde há algum tempo está ocorrendo em muitas de nossas cidades, ou seja, o soterra-mento ou destruição de uma barreira física que circunscrevia a cidade, ou que a separava em duas partes. É o que está acontecendo quando se soterra os trilhos de trem, quando se desvia um rio, quando se ajusta um desnível do terreno, etc. Nestes casos, costuma acontecer que o espaço muda de função: o que antes estava isolado, agora é lugar de encontro e de nova urbanização. Até o momento da mudança, aquele local era algo que sempre estava às nossas costas, era terra de ninguém, sem interesse, lugar de sujeira e de vergonha. Quando se cobre o tra- çado da linha de trem ou se faz um trajeto al- ternativo, imediatamente aparece uma grande e nova superfície, um lugar pleno de possibili- dades, até onde pode alcançar nossos olhares. Em muito pouco tempo os nossos urbanistas convertem aquela terra de ninguém em um novo espaço para todos. De lugar esquecido passa a ser lugar de visita, de exibições e de futuro. O que antes não tinha interesse, agora não tem preço. Esse tipo de coisa parece estar ocorrendo em nossa vida marista. Em torno dela existia, até há poucos anos, um cinturão de proteção e de caráter próprio. Em seu interior tinha sido forjada uma forte tradição, claramente identificada com vários séculos de solvência: ela era exatamente como uma cidade medieval, fortificada. Com o passar do tempo, especialmente nos últimos 40 anos, nossas instituições foram saindo de seus limites, foram sendo instaladas fora do que era costumeiro e a elas foram se incorporando novas pessoas e novos usos. Agora continuamos a estar onde estávamos, mas também um pouco mais além. Começa- mos a explorar outras paisagens, quem sabe obrigados por determinadas circunstâncias conjunturais, mas o certo é que esta conjun- tura nos obrigou a nos deslocarmos. De outra maneira, certamente, nós não o teríamos feito. Mas, apesar disso, continuam existindo os dois territórios: o intramuros e o extramuros, de um lado e do outro do rio, de um lado e do outro da estrada de ferro, etc. «De um lado e do outro», todos sabem que ganhariam bastante se conseguissem con- verter aquela que era a terra de ninguém em uma nova terra comum. Sabem que resultaria um conjunto formidável se fosse superada a barreira e se constituísse um único grupo, ou uma única instituição, ou um único modo de coordená-la. Por isso, «quase» todos desejam isso. Sempre acontece de existir algum grupo de recalcitrantes, que continua sonhando com aqueles tempos antigos, «que sempre foram melhores», mas que não voltam mais. Foram derrubadas as edificações dos outros tempos, aquelas que estavam nas duas margens da terra de ninguém, aquelas que tinham apenas fachada, porque do outro lado não havia nada de respeitável e não valia a pena cuidar. Mas, continua ali o «espaço vazio», como um vale profundo, para que ninguém elabore projetos urbanísticos. Enquanto isso, de um lado ao outro vão sendo traçadas passarelas que, como sempre nesses casos, têm um caráter provisório e não poderão resistir por muito tempo. De todas as

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MovimentAÇÃO - Ano I - Edição 06

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MovimentAÇÃO Periódico do Movimento Champagnat da Família Marista

Província Marista Brasil Centro-Norte Ano I – Nº 6 – Agosto/2007

Movimento em Formação

Em direção a uma nova compreensão do ser marista: irmãos e leigos, juntos

Ir. Pau Fornells

Esta parábola pretende ajudar a compreender o futuro que está surgindo no mundo marista, isto é, irmãos e leigos juntos, ambos interpretados como vocacionados.

Para compreendê-la melhor, podemos imaginar uma situação que desde há algum tempo está ocorrendo em muitas de nossas cidades, ou seja, o soterra-mento ou destruição de uma barreira física que circunscrevia a cidade, ou que a separava em duas partes. É o que está acontecendo quando se soterra os trilhos de trem, quando se desvia um rio, quando se ajusta um desnível do terreno, etc. Nestes casos, costuma acontecer que o espaço muda de função: o que antes estava isolado, agora é lugar de encontro e de nova urbanização.

Até o momento da mudança, aquele local era algo que sempre estava às nossas costas, era terra de ninguém, sem interesse, lugar de sujeira e de vergonha. Quando se cobre o tra-çado da linha de trem ou se faz um trajeto al-ternativo, imediatamente aparece uma grande e nova superfície, um lugar pleno de possibili-dades, até onde pode alcançar nossos olhares.

Em muito pouco tempo os nossos urbanistas convertem aquela terra de ninguém em um novo espaço para todos. De lugar esquecido passa a ser lugar de visita, de exibições e de futuro. O que antes não tinha interesse, agora não tem preço.

Esse tipo de coisa parece estar ocorrendo em nossa vida marista. Em torno dela existia, até há poucos anos, um cinturão de proteção e

de caráter próprio. Em seu interior tinha sido forjada uma forte tradição, claramente identificada com vários séculos de solvência: ela era exatamente como uma cidade medieval, fortificada.

Com o passar do tempo, especialmente nos últimos 40 anos, nossas instituições foram saindo de seus limites, foram sendo instaladas fora do que era costumeiro e a elas foram se incorporando novas pessoas e novos usos. Agora continuamos a estar onde estávamos, mas também um pouco mais além. Começa-mos a explorar outras paisagens, quem sabe obrigados por determinadas circunstâncias conjunturais, mas o certo é que esta conjun-tura nos obrigou a nos deslocarmos. De outra maneira, certamente, nós não o teríamos feito.

Mas, apesar disso, continuam existindo os dois territórios: o intramuros e o extramuros, de um lado e do outro do rio, de um lado e do outro da estrada de ferro, etc.

«De um lado e do outro», todos sabem que ganhariam bastante se conseguissem con-verter aquela que era a terra de ninguém em uma nova terra comum. Sabem que resultaria um conjunto formidável se fosse superada a barreira e se constituísse um único grupo, ou uma única instituição, ou um único modo de coordená-la. Por isso, «quase» todos desejam isso. Sempre acontece de existir algum grupo de recalcitrantes, que continua sonhando com aqueles tempos antigos, «que sempre foram melhores», mas que não voltam mais.

Foram derrubadas as edificações dos outros tempos, aquelas que estavam nas duas margens da terra de ninguém, aquelas que tinham apenas fachada, porque do outro lado não havia nada de respeitável e não valia a pena cuidar. Mas, continua ali o «espaço vazio», como um vale profundo, para que ninguém elabore projetos urbanísticos.

Enquanto isso, de um lado ao outro vão sendo traçadas passarelas que, como sempre nesses casos, têm um caráter provisório e não poderão resistir por muito tempo. De todas as

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maneiras, como os novos projetos estão demorando muito – mais do que o esperado – em todos os lugares continuamos a reforçar e a esticar a duração de caminhos que tinham sido pensados apenas para poucos dias. Às vezes, também começamos a nos acostumar a eles e, distraídos com as coisas urgentes, acreditamos que tudo deve ser assim.

O resultado costuma ser muito evidente: pouco a pouco o primeiro lugar, o bairro que estava mais aquém da linha ferroviária – isto é, nossa vida marista – acaba se tornando um deserto. Ela não tem mais as mesmas condi-ções de vida do território extramuros. Desta maneira, não há muitos mais que se animam a continuar apostando em uma vida que já não é tanta «vida», e o conjunto apresenta a tendência de se transferir para fora, deixando na área antiga algo que lembra muito a um museu: o paraíso dos empalhadores de animais. E isso é natural. Sem nos darmos conta, nos transformamos em um Jurassic Park. Todos perceberam, menos nós.

Em nenhum dos lados haverá alternativa, enquanto continuarem pensando que o «espaço intermediário» é algo a ser superado apenas com remédios passageiros. Será necessário pensar de uma outra maneira.

Hoje esta «passagem intermediária» está coberta por uma nuvem de passarelas, recursos que devem ser retirados, soluções temporárias de caráter principalmente organizativo, de administração. Os que têm vista curta pretendem, com elas, tapar todo o vale profundo. Repete-se aquele ditado que diz que «as árvores não nos deixam ver o bosque». O urgente continua escondendo para nós o que é mais fundamental e decisivo. Apesar de tudo, existem reacionários, muito ocupados e trabalhadores, mas reacionários: vivem de costas para a história e sua empresa dificilmente chegará a algum lugar.

Alguns começam agora a se dar conta de que toda essa complexidade organizativa pode ter outra coisa dentro de si. Começam a se dar conta de que o «espaço vazio, o grande vale profundo, a passagem intermediária» – a distância entre irmãos e leigos maristas – não se trata de um «lugar problema», mas da oportunidade de futuro, o novo espaço para descobrir esse projeto de fidelidade que é a nova instituição marista, de irmãos e leigos.

E começam ao mesmo tempo a imaginar e a ficar assustados. Mas, há um Arquiteto que continua sonhando há muito tempo – toda a eternidade – este Novo Projeto. Deixemo-nos guiar por ele e consigamos tempo para estudar e entender seus planos!

Fonte: www.champagnat.org

Movimento em Ação

Celebração da Assunção de Nossa Senhora e do Dia do Marista

Renata Vieira Conde Raphael Gobbo e Melo

Frat. N. Sra. da Penha, Vila Velha/ES

No dia 15 de agosto, uma belíssima celebração em comemoração à Assunção de Nossa Senhora e ao Dia do Marista aconteceu na Comunidade Marista Nossa Senhora da Penha (Postulado), em Vila Velha, ES.

A celebração, organizada pelos Irmãos e postulantes, contou com a participação da Fraternidade Nossa Senhora da Penha, de alunos do Colégio, de pais e alunos do CMC e de membros das comunidades de Riviera da Barra e de Terra Vermelha, além da presença de Ir. Claudino Falchetto, nosso Provincial, que abrilhantou a todos com uma marcante re-flexão mariana, após a leitura de Lc, 1, 39-56.

Durante este momento de oração, vários testemunhos de vida relacionados aos Irmãos Maristas e à Nossa Senhora foram partilhados e intenções foram elevadas aos cuidados de nossa Boa Mãe, dentre elas a saúde de nossa querida irmã, Lia Ribeiro Nazareth.

Que o nosso amor filial a Maria, nossa marca de ser Maristas, seja lembrado e vivido em todos os dias de nossas vidas. Lia faleceu no dia 22/08, após uma vida de doação e amor à obra Marista e ao MChFM.

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Grande marco de nossa história: I Assembléia Geral do MChFM

Renata Vieira Conde Assessora de Formação e Comunicação

Equipe de Coordenação do MChFM

Como é do conhecimento de todos, nos dias 07 a 09 de setembro de 2007 acontecerá em Brazlândia/DF a I Assembléia Geral do MChFM na Província Brasil Centro-Norte. Estão convocados a nela participar: � O Ir. Assessor do Movimento: Ir. Salatiel; � A atual Equipe de Coordenação: Layza

Gomes, Renata Conde e Raphael Gobbo; � 01 representante de cada Fraternidade;

Este será um momento muito importante para que, juntos, tracemos os passos que o Movimento Champagnat dará nos próximos anos. Em nossa pauta de trabalho teremos os seguintes assuntos: � Aprovação ou não e/ou votação de

emendas ao Regimento Interno; � Aprovação ou não e/ou votação de

emendas ao Plano de Formação; � Confirmação da atual ou votação de uma

nova Equipe de Coordenação; � Prioridades do Movimento Champagnat

para a próxima gestão; � Retiros 2008: sugestões de tema, datas,

locais, programações. Diante desses objetivos, muito deverá ser

discutido e refletido por nós, nas reuniões de nossas Fraternidades, principalmente acerca dos nossos mais novos documentos, o Regi-mento Interno e o Plano de Formação, para que os representantes eleitos possam dirigir-se para a Assembléia com reflexões e pro-postas amadurecidas, como verdadeiros porta-vozes das opiniões de cada Fraternidade.

Todos os representantes deverão levar para a I Assembléia Geral: � Bíblia; � Calendário Marista; � Projeto de Vida; � Regimento Interno; � Plano de formação; � Todas as opiniões e sugestões de sua

Fraternidade quanto aos itens da pauta por escrito. Estejamos todos unidos em pensamento e

em oração em prol do melhor futuro para o nosso Movimento. Que as nossas escolhas

sejam as melhores e mais conscientes possíveis.

Que nossa Boa Mãe e São Marcelino Champagnat nos iluminem e nos guiem nesse trabalho que é deles e para eles, com o fim último de contribuir para a edificação do Reino do Deus!

Aproxima-se a realização da Assembléia Internacional da Missão Marista! De 03 a 12 de Setembro de 2007, em Mendes/RJ. Que os frutos dessa Assembléia possam favorecer, em todo o Instituto, processos de diálogo e compromisso entre os pro-tagonistas da Missão Marista. Nossa Boa Mãe abençoe a todos os participantes!

Novena de São Marcelino Champagnat

Sandra Lenir Reinert Fontenele Frat. Mater Dei, Rio de Janeiro/RJ

De 06 a 15 de agosto, a Fraternidade Mater Dei do Rio de Janeiro/RJ conduziu uma novena em agradecimento e em pre-paração para a celebração do Dia do Marista.

A novena de São Marcelino, que foi realizada na Capela Champagnat do Colégio São José, sempre às 18h, contou com a participação de alunos maristas, pais, funcionários e professores, além de Irmãos, colaboradores, associações e comunidade.

Foi, sem dúvida, uma experiência de grande crescimento espiritual para os irmãos e irmãs da Fraternidade, de maior integração dos mesmos com a Pastoral do Colégio, além de ter representado um momento importante de oração e de maior aprofundamento sobre a pessoa de nosso Fundador.

Ao final, houve uma grande celebração eucarística de ação de graças pela Assunção de Nossa Senhora e pelo Dia do Marista.

Participe do MovimentAÇÃO! Envie-nos sugestões, críticas, fotos, artigos, notícias:

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Movimento na Igreja

Sementes de Vida

Queridos Irmãos e pessoas amigas que compartilham o carisma de S. Marcelino Champagnat:

Com grande alegria lhes anunciamos que, no dia 28 de outubro de 2007, em Roma, celebraremos a beatificação de 47 Irmãos nossos, vítimas das perseguições religiosas, ocorridas na Espanha, nos anos 30. A Igreja manifesta seu reconhecimento a esses homens, mártires e testemunhas heróicas da Boa-Nova de Jesus. Esses nossos Irmãos são também os primeiros a serem beatificados. Suas causas serão reunidas, numa mesma cerimônia, com as de outras 451 pessoas que deram sua vida pelo Evangelho. No grupo há bispos, vários sacerdotes e seminaristas diocesanos, leigos, jovens, casados, homens e mulheres, além de outros religiosos e religiosas. Este é um momento importante da história de nosso Instituto, em que nos é dada a oportunidade de nos unirmos à Igreja universal, para agradecermos o dom dos mártires, particularmente desses, que partilham nossa opção de vida. O compromisso público de viver plena e radicalmente o Evangelho de Jesus levou esses homens, ora beatificados, até a experiência da cruz. Perseverando até o fim, converteram-se em sementes de vida, não apenas para o Instituto e sua missão, mas também para a Igreja universal.

Nossos predecessores na fé cunharam a frase: “O sangue dos mártires é semente de novos cristãos” (Tertuliano, Apol. 50, 13). São palavras que expressam a convicção, amplamente compartilhada, de que a vida e a morte dos que perseveram fiéis ao Evangelho são uma fonte de riqueza para todos.

Inspirados nessa mesma convicção, a equipe de Irmãos que está preparando a beatificação de nossos mártires, lembra que esses homens foram “sementes de vida”, não apenas para o Instituto, mas para a Igreja inteira. O lema “Sementes de vida”, acompanhar-nos-á, nesse período que vai até a beatificação de nossos 47 mártires.

Esta beatificação ocorre num ano em que se manifestam muitos sinais de vida, em nosso Instituto. A Assembléia da Missão, a celebrar-se em Mendes, Brasil, em setembro próximo, oferecer-nos-á os frutos do trabalho de muitas mãos. Pouco depois, começará o Ano de espiritualidade, quando poderemos dispor do documento de espiritualidade apostólica marista, recentemente elaborado, junto com as atividades e reflexões que, durante doze meses, nos ajudarão a centrar sempre mais apaixonadamente nossas vidas

em Jesus. A rede do laicato marista, em constante expansão, a abertura de novas comunidades, no sul da Ásia, dentro do programa da missão ad gentes, são exemplos, entre outros, que testemunham a vitalidade da herança que nos deixaram nossos Irmãos mártires da Espanha. A Igreja definiu-os como “mártires da educação cristã da juventude”. Apesar da perseguição, fizeram tudo o que puderam, para serem fiéis às crianças e aos jovens que haviam sido confiados a seus cuidados. Faremos bem em considerá-los como

modelos da missão marista, em sua melhor expressão. Em breve, receberão uma publicação que trará o testemunho de vida de cada um desses Irmãos mártires. Convidamo-los a ler essas páginas, tendo em mente as palavras de João Paulo II, em sua exortação Ecclesia in Europa: “...Quero com os padres sinodais apresentar, novamente, a todos, para que nunca seja esquecido, o grande sinal de esperança constituído por tantas testemunhas da fé cristã que viveram, no último século, tanto no Oriente quanto no Ocidente.

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Souberam assumir o Evangelho em situações de hostilidade e perseguição, com freqüência até a prova suprema do sangue. Estas testemunhas, particularmente as que enfrentaram a prova do martírio, são um sinal eloqüente e grandioso, que somos chamados a contemplar e a imitar. Atestam-nos a vitalidade da Igreja; apresentam-se como luz para a Igreja e a humanidade, porque, nas trevas, fizeram brilhar a luz de Cristo. Mais radicalmente ainda, elas dizem-nos que o martírio é encarnação suprema do Evangelho da esperança. De fato, os mártires anunciam este Evangelho e testemunham-no com a sua vida até à efusão do sangue, porque, certos de não poderem viver sem Cristo, estão prontos a morrer por Ele, na convicção de que Jesus é o Senhor e o Salvador do homem e que este, por conseguinte, só n'Ele encontra a verdadeira plenitude da vida”. Celebremos, portanto, seja com nossa presença em Roma ou em nossos lugares de origem, as vidas desses mártires e demos graças a Deus por seu surpreendente testemunho da Boa-Nova. Acima de tudo, honremo-los de maneira especial, imitando suas virtudes e o seu zelo apostólico. Demos graças ao Senhor, com Marcelino e com todos os Irmãos que nos precederam, na vida marista, pelo dom destas beatificações. Do jeito de Maria, reconheçamos que Deus olhou para nós e nos abençoou; rezemos para que em nosso trabalho se manifeste sempre sua obra. Com afeição,

Irmão Seán D. Sammon, FMS Superior Geral

Irmão Emili Turú, FMS Representante do Conselho para a

beatificação de nossos mártires de Espanha

Fonte: www.champagnat.org

Movimento na Sociedade

Sustentabilidade: conceito em construção

Na década de 70, cerca de 50 homens e mulheres, estudiosos das questões socioambientais que já afligiam o planeta, constituíram o Clube de Roma e, a partir de suas análises, lançaram “The Limits to Growth” (Limites do Crescimento).

Essa publicação colocou em pauta a discussão sobre os limites do desen-volvimento econômico em face dos recursos finitos da Terra, tornando-se um marco no debate mundial sobre a problemática do meio ambiente e seu caráter global, inclusive, ao ser discutida na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, em 1972.

Estocolmo marcou um importante mo-mento da história da humanidade, inspirando várias iniciativas, desde políticas e estratégias governamentais até projetos e intervenções de organizações não-governamentais (ONGs).

Contudo, foi somente em 1987, resultado da Assembléia Geral das Nações Unidas, que foi cunhado o conceito de desenvolvimento sustentável expresso no relatório "Our Common Future" (Nosso Futuro Comum), também conhecido como Relatório Brundtland. Ali, desenvolvimento sustentável é definido como aquele que “atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem às suas”.

Trata-se, portanto, de uma nova visão de mundo com implicação direta nas relações político-sociais, econômicas, culturais e ecológicas ao integrar em um mesmo processo o equilíbrio entre as dimensões econômicas, sociais e ambientais. Diz respeito à necessidade de revisar e redefinir modos de produção e padrões de consumo vigentes de tal modo que o crescimento econômico não seja alcançado a qualquer preço, mas considerando-se os impactos e a geração de valores sociais e ambientais decorrentes da atuação humana.

Aqui está uma lista de atitudes simples que cada um de nós pode fazer para tornar possível o futuro de nosso planeta:

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ÁGUA: � Evite o desperdício de água. Em áreas

sujeitas a secas, armazene água da chuva; � Exija da sua prefeitura sistemas eficientes

de drenagem urbana, coleta e tratamento de esgotos;

� Diminua o tempo do banho; � Não deixe torneira aberta; � Economize água nas tarefas domésticas.

Por exemplo, reaproveite a água da máquina de lavar para molhar as calçadas;

� Não deixe uma torneira pingando; � Use a vassoura, e não a mangueira, para

varrer a calçada; � Instale torneiras com sensores

automáticos; � Use uma bacia para lavar a louça; � Escove os dentes com a torneira fechada; � Use balde para lavar o carro em vez da

mangueira. ALIMENTOS:

� Faça o alimento durar mais; � Utilize produtos regionais; � Prefira produtos da estação; � Aproveite as partes boas de

verduras e legumes; � Não jogue fora as sobras; � Cuidado ao manipular os

alimentos; � Faça o cardápio da semana; � Não escolha os alimentos só

pela aparência; � Não desperdice alimentos; � Evite alimentos

industrializados; � Procure alimentos com

embalagem reciclável. ENERGIA:

� Compre aparelhos mais eficientes (Classificação A - Selo Procel);

� Troque as lâmpadas incandescentes por fluorescentes;

� Apague luzes desnecessárias; � Faça economia com a geladeira; � Economize energia ao lavar e passar a

roupa. Desligue o ferro um pouco antes de acabar de passar: ele vai se manter quente durante o tempo necessário para acabar a tarefa;

� Ilumine sua casa sem desperdício; � Use o ar-condicionado com moderação;

� Evite usar aparelhos elétricos ou eletrônicos no horário de pico;

� Diminua o tempo do banho; � Gaste menos combustível com o carro; � Deixe o carro na garagem um dia por

semana; � Utilize transporte coletivo e a bicicleta; � Partilhe o carro com outras pessoas; � Revise o seu carro periodicamente e use

combustíveis de transição, como o álcool e o biodisel;

� Pressione governos e empresas a substituírem a energia negativa (petróleo, nuclear e grandes hidrelétricas) por energia positiva (solar, eólica, pequenas hidrelétricas, biogás);

� Apóie e participe de iniciativas e ações contra a destruição de nossas florestas;

� Só compre móveis feitos com madeira certificada pelo FSC (Forest Stewardship Council);

� Implemente uma política de transportes para os seus empregados. RECICLAGEM:

� Evite o consumo de materiais nocivos e o desperdício;

� Evite mercadorias com muita embalagem;

� Compre produtos ambientalmente corretos;

� Compre somente o necessário; � Exerça sua cidadania e cobre

providências dos governantes; � Separe corretamente o lixo para

reciclagem, mesmo que não tenha o serviço na sua cidade;

� Economize papel; � Não jogue no lixo o que você pode doar; � Compacte o lixo, antes de jogá-lo fora; � Leve sua própria sacola ao fazer compras; � Seja econômico: poupe papel, usando o

outro lado para tomar notas ou fazer rascunhos; os pratos e copos de papel são ótimos para piqueniques;

� Roupas usadas podem ser dadas a outras pessoas ou a bazares de caridade;

� Brinquedos velhos, livros e jogos que você não quer mais podem ser aproveitados por outros; portanto, não os jogue fora.

Fonte: www.bb.com.br/sustentabilidade