MovimentAÇÃO #02

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1 MovimentAÇÃO Periódico do Movimento Champagnat da Família Marista Província Marista Brasil Centro-Norte Ano I – Nº 2 – Abril/2007 Movimento em Formação Semana Santa Perguntas e Respostas 1. No que consiste a Semana Santa? A Semana Santa é a semana em que se conclui a Quaresma e se celebra o Tríduo Pascal. Ela começa com o Domingo de Ramos e termina com o Domingo de Páscoa da Ressurreição. (A Quaresma finda na Quinta-feira, e na mesma Quinta-Feira, com a celebração da Ceia do Senhor, inicia-se o Tríduo Pascal.) 2. Por que a Semana Santa é chamada de “Santa”? Ela é chamada de “santa” porque concentra os últimos acontecimentos da vida de Jesus, como a entrada triunfal em Jerusalém (Domingo de Ramos), a ceia da instituição da Eucaristia e do Sacerdócio (quinta-feira), a prisão, condenação, morte e sepultamento (Sexta-feira), a Vigília (Sábado) e a Ressurreição (Domingo). 3. O que a Igreja celebra no Domingo de Ramos? No Domingo de Ramos a Igreja celebra a entrada triunfal (festiva) de Jesus em Jerusalém. Ele é acolhido e proclamado o Messias, o Ungido de Deus. Para saudá-lo, o povo jogava seus mantos, para que Ele passasse por cima, ao mesmo tempo em que acenava com ramos retirados de árvores. Daí o costume de levarmos ramos no “Domingo de Ramos”; com eles saudamos Jesus e os levamos abençoados (bentos) para casa (cf. Mt 21, 1-1). Neste dia a coleta destina-se à Evangelização. 4. O que a Igreja celebra nos dias da Semana Santa que antecedem a Quinta- feira? Na Segunda, Terça e Quarta-feira da Semana Santa as comunidades são convidadas a celebrar com criatividade, o que o evangelho de Domingo de Ramos antecipou: a entrega de Jesus que, por amor, fez-se um de nós até a morte. Nesses dias, e segundo o costume de cada comunidade, reza-se o terço meditado, celebra-se a via-sacra, organiza-se uma celebração penitencial, apresentam-se as encenações que contam a vida de Jesus, etc. 5. O que a Igreja celebra na Quinta-feira da Semana Santa? A Quinta-feira da Semana Santa encerra o tempo da Quaresma, excluindo-se a “Missa da Ceia do Senhor”, que abre o Tríduo Pascal (à noite). Na parte da manhã de Quinta-feira é costume, em algumas comunidades e dioceses, celebrar-se o Rito da Penitência. 6. O que a Igreja celebra na noite de Quinta-feira da Semana Santa? Na Quinta-feira Santa, à noite, a Igreja celebra a instituição da Eucaristia (cf. Mt 26, 17-29; 1 Cor 11, 23-26), com uma Missa festiva, em que se recorda que a entrega de Cristo por nós deve converter-se no serviço que prestamos uns aos outros. Daí o motivo e a razão pela qual encenamos o ritual do “lava- pés” (cf. Jo 13, 1-20). Na conclusão da celebração, os cibórios contendo as hóstias consagradas são levados para uma capela lateral, ou outro lugar apropriado, onde Jesus Eucarístico é adorado. A igreja vazia, inclusive de enfeites e com as imagens e quadros cobertos, sinalizam a angústia, a solidão e a entrega total de Jesus, que desemboca em sua morte na cruz. 7. O que a Igreja celebra na Sexta-feira da Semana Santa? Na Sexta-Feira da Semana Santa, a Igreja celebra a morte de Cristo, seguida de seu sepultamento (cf. Mt 26, 30 - 27, 65). Nesse dia não se celebra a Missa, e sim uma solene liturgia da Palavra, na qual se adora a cruz de Jesus e se reza pela Igreja e pelo mundo (“Oração Universal”). A eucaristia, guardada

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MovimentAÇÃO - Ano I - Edição 02

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MovimentAÇÃO Periódico do Movimento Champagnat da Família Marista

Província Marista Brasil Centro-Norte Ano I – Nº 2 – Abril/2007

Movimento em Formação

Semana Santa

Perguntas e Respostas 1. No que consiste a Semana Santa? A Semana Santa é a semana em que se conclui a Quaresma e se celebra o Tríduo Pascal. Ela começa com o Domingo de Ramos e termina com o Domingo de Páscoa da Ressurreição. (A Quaresma finda na Quinta-feira, e na mesma Quinta-Feira, com a celebração da Ceia do Senhor, inicia-se o Tríduo Pascal.) 2. Por que a Semana Santa é chamada de “Santa”? Ela é chamada de “santa” porque concentra os últimos acontecimentos da vida de Jesus, como a entrada triunfal em Jerusalém (Domingo de Ramos), a ceia da instituição da Eucaristia e do Sacerdócio (quinta-feira), a prisão, condenação, morte e sepultamento (Sexta-feira), a Vigília (Sábado) e a Ressurreição (Domingo). 3. O que a Igreja celebra no Domingo de Ramos? No Domingo de Ramos a Igreja celebra a entrada triunfal (festiva) de Jesus em Jerusalém. Ele é acolhido e proclamado o Messias, o Ungido de Deus. Para saudá-lo, o povo jogava seus mantos, para que Ele passasse por cima, ao mesmo tempo em que acenava com ramos retirados de árvores. Daí o costume de levarmos ramos no “Domingo de Ramos”; com eles saudamos Jesus e os levamos abençoados (bentos) para casa (cf. Mt 21, 1-1). Neste dia a coleta destina-se à Evangelização. 4. O que a Igreja celebra nos dias da Semana Santa que antecedem a Quinta-feira?

Na Segunda, Terça e Quarta-feira da Semana Santa as comunidades são convidadas a celebrar com criatividade, o que o evangelho de Domingo de Ramos antecipou: a entrega de Jesus que, por amor, fez-se um de nós até a morte. Nesses dias, e segundo o costume de cada comunidade, reza-se o terço meditado, celebra-se a via-sacra, organiza-se uma celebração penitencial, apresentam-se as encenações que contam a vida de Jesus, etc. 5. O que a Igreja celebra na Quinta-feira da Semana Santa? A Quinta-feira da Semana Santa encerra o tempo da Quaresma, excluindo-se a “Missa da Ceia do Senhor”, que abre o Tríduo Pascal (à noite). Na parte da manhã de Quinta-feira é costume, em algumas comunidades e dioceses, celebrar-se o Rito da Penitência. 6. O que a Igreja celebra na noite de Quinta-feira da Semana Santa? Na Quinta-feira Santa, à noite, a Igreja celebra a instituição da Eucaristia (cf. Mt 26, 17-29; 1 Cor 11, 23-26), com uma Missa festiva, em que se recorda que a entrega de Cristo por nós deve converter-se no serviço que prestamos uns aos outros. Daí o motivo e a razão pela qual encenamos o ritual do “lava-pés” (cf. Jo 13, 1-20). Na conclusão da celebração, os cibórios contendo as hóstias consagradas são levados para uma capela lateral, ou outro lugar apropriado, onde Jesus Eucarístico é adorado. A igreja vazia, inclusive de enfeites e com as imagens e quadros cobertos, sinalizam a angústia, a solidão e a entrega total de Jesus, que desemboca em sua morte na cruz. 7. O que a Igreja celebra na Sexta-feira da Semana Santa? Na Sexta-Feira da Semana Santa, a Igreja celebra a morte de Cristo, seguida de seu sepultamento (cf. Mt 26, 30 - 27, 65). Nesse dia não se celebra a Missa, e sim uma solene liturgia da Palavra, na qual se adora a cruz de Jesus e se reza pela Igreja e pelo mundo (“Oração Universal”). A eucaristia, guardada

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na capela ou local anexo à igreja, é distribuída no final da celebração. Dia de silêncio e interiorização, a Sexta-feira Santa caracteriza-se pela reflexão sobre o amor incondicional de Deus por nós. Porque nos ama com um amor eterno, Jesus assume até as últimas conseqüências o anúncio da Boa Nova da Salvação, inclusive sendo condenado apesar de inocente, e morrendo na cruz, embora tenha passado entre nós fazendo apenas o bem (cf. At 10, 38). 8. Sexta-feira Santa é dia de jejum? Sim. A Sexta-feira Santa – bem como a Quarta-feira de Cinzas – é dia de jejum e abstinência de carne. A renúncia ao alimento é um sinal de que esvaziamos o nosso coração, inclusive do pecado, para prepará-lo para acolher a Jesus Ressuscitado. 9. O que a Igreja celebra na Sexta-feira Santa à noite? Na Sexta-feira Santa à noite as comunidades ou guardam silêncio, ou celebram o sepultamento de Jesus. Como não há celebração da Santa Missa, as comunidades são convidadas a ater-se aos costumes locais, sem contudo, quebrar o clima de oração, reflexão e interiorização. Em muitos lugares têm-se o costume de, à noite, encenar, de forma catéquica, a prisão, o julgamento, a crucificação, a morte e o sepultamento de Jesus. 10. O que a Igreja celebra no Sábado Santo? O Sábado, segundo o dia do Tríduo Pascal, é um dia de silêncio, sem celebração eucarística e em que muitos mantêm ou até mesmo intensificam o jejum iniciado na Sexta-feira. Nesse dia, “repousa-se” com Jesus, que está no sepulcro, depois de ter “vivido” com Ele a sua agonia, crucificação e morte. 11. O que a Igreja celebra no Sábado à noite? No Sábado à noite – ou, conforme o costume em certas comunidades, na madrugada do Domingo de Páscoa da Ressurreição, a Igreja celebra a alegre espera da Ressurreição do Senhor. Ela fica em vigília, isto é, atenta para a Ressurreição, e a aguarda com tanta expectativa, que já a celebra, alegrando-se imensamente com a vitória da vida sobre a morte, do dia sobre a noite, da luz sobre as trevas. Nessa celebração, realiza-se o rito do

fogo e do círio (no início da vigília), o anúncio da Ressurreição, a proclamação das leituras bíblicas (liturgia da Palavra), o rito batismal e, como complementação, a liturgia Eucarística. 12. O que a Igreja celebra no Domingo da Páscoa da Ressurreição? No Domingo da Páscoa da Ressurreição, a Igreja dá continuidade ao que foi celebrado na Vigília. As orações e leituras bíblicas feitas nas celebrações do dia fazem memória do túmulo vazio, da surpresa e da alegria dos discípulos, e ao terem as primeiras notícias de que, no poder do Pai, o Filho vencera a morte para sempre (cf Mt. 20, 1-20). É o “Domingo dos domingos”, isto é, é o Domingo que dá origem e sentido a todos os outros domingos do ano litúrgico. Todo domingo a partir do Domingo da Ressurreição é celebração, rememoração e atualização desse Domingo. 13. O que significa a “oitava” da Páscoa? A “oitava” da Páscoa significa que a Igreja celebra, durante os dias da Semana da Páscoa, como que um “oitavo” dia, dia este que dá complementação e perfeição aos sete dias da criação. É a criatura chegando ao máximo da unidade e comunhão com o Criador. Assim, a semana toda – do Domingo da Ressurreição até o Sábado seguinte (inclusive), é celebrado como se fosse um só dia, o dia da vitória da vida sobre a morte. 14. Porque a celebração da Páscoa é a maior de todas as celebrações realizadas pela Igreja? A Páscoa da Ressurreição de Jesus é a maior de todas as festas da Igreja porque é a festa da Vida, e da Vida em plenitude. Ninguém, antes de Jesus, havia ressuscitado (Lázaro e outros haviam sido apenas revividos...) e agora, Nele, todos temos a Vida, todos ressuscitaremos no final dos tempos (cf. 1 Cor 15, 1-58). Conclusão: “Cristo Ressuscitou dentre os mortos, como primícias dos que morreram! Com efeito, se por um homem veio a morte, por um homem vem a ressurreição dos mortos. Assim como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos reviverão” (1 Cor 15, 20-22).

Fonte: www.maeaparecida.com.br

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Movimento em Ação

Queridos irmãos e irmãs,

Esperamos que tenham gostado do nosso MovimentAÇÃO! Declaramos o seu lançamento no dia 04 de março, quando seus dois primeiros exemplares foram entregues aos Conselheiros Gerais, Ir. Antônio Ramalho e Ir. Pedro Herreros, como vemos nas fotos.

Renata Conde entrega o MovimentAÇÃO aos

Conselheiros Gerais. Abaixo, os presentes na visita dos Irmãos à Fraternidade N. Sra. da Penha.

Disponibilizamos no site www.youtube.com e na comunidade do Movimento no Orkut (www.orkut.com) os vídeos do lançamento do MovimentAÇÃO e da reunião do GT do MChFM, em Brazlândia. Basta procurar por “Movimento Champagnat”.

O MChFM em nossa Província está vivendo um momento muito especial. Algumas fraternidades estão recebendo visitas ilustres, além da já esperada visita “canônica” do Ir. Salatiel. O Ir. Antônio Ramalho e o Ir. Pedro Herreros aproveitam as visitas às comunidades de formação para um contato com algumas fraternidades, a exemplo de N. Sra. da Penha, Vila Velha, ES (foto 2).

Outra visita importante é a do Ir. Pau Fornells, diretor do Secretariado dos Leigos, cuja principal finalidade é promover no Instituto o processo de “alargamento do espaço da tenda marista” e oferecer um serviço de animação, de coordenação e de apoio às Unidades Administrativas no campo do laicato marista, segundo as orientações do XX Capítulo Geral.

Queremos enfatizar, nesta segunda edição, o convite para que participem do nosso periódico formativo! Enviem-nos sugestões, críticas, artigos, fotos, testemunhos, notícias, reflexões, relatos sobre sua fraternidade, enfim, tudo o que possa contribuir para o enriquecimento da partilha de vida e de conhecimentos no interior do Movimento Champagnat de nossa Província. . Para tanto, retomamos nossos contatos: Secretaria do MChFM QSD 11, Lote 05/07, 4º andar, Ed. Eldorado, CEP 72020-110 - Taguatinga – DF. E-mail: [email protected]

Conhecendo as Fraternidades

A Fraternidade Boa Mãe Maria, atualmente, é formada por nove irmãos. Nós nos reunimos quinzenalmente em nossas residências para momentos de espiritualidade, partilha da palavra, orações e reflexões do calendário marista e assuntos do cotidiano.

Tudo isso acontece de forma dinâmica e descontraída. Os membros da nossa Fraternidade estão engajados em diversas pastorais e movimentos da nossa comunidade, como: dízimo, catequese, clube de mães, escoteiros, grupo de casais, grupo de terço e ministério da eucaristia.

Durante o ano, realizamos encontros festivos e eventos para arrecadarmos fundos, viabilizando nossa participação nos encontros regionais e provinciais do MChFM.

Todos que encontramos em nosso caminho devem sentir que pertencemos a cristo e que ele vive em nós.

Frat. Boa Mãe Maria - Uberlândia - MG

Importante! Rezemos por nossa querida secretária, Mari! O nascimento de seu filho, Tiago, está previsto para o início deste mês.

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Notícias da Fraternidade N. Sra. do Carmo Francisco Bezerra

Frat. N. Sra. do Carmo Recife-PE

A Fraternidade Nossa Senhora do Carmo de Recife-PE está em verdadeiro ritmo de alegria e agradecimento! No mês de março foi eleito, pelos membros da Fraternidade, Severino, carinhosamente conhecido como “Seu Biu”, para ser o nosso novo animador. Missão que foi acolhida e celebrada em comunhão com os irmãos da Fraternidade e os Irmãos Maristas residentes da comunidade do Recanto Marista Nazaré com uma belíssima celebração eucarística.

A Fraternidade se alegra também pelos momentos de riqueza e partilha que foram experimentados no dia 25 de março com a visita dos Conselheiros Gerais, Ir. Ramalho e Ir. Pedro Herreros, que, em razão de sua visita ao Recanto Marista Nazaré, oportunizaram um encontro com os Leigos do Movimento Champagnat da Família Marista e os Afiliados de Recife.

Visita dos Conselheiros Gerais,

Ir. Ramalho e Ir. Pedro Herreros

Momentos de oração, esclarecimentos, animação levaram todos os presentes a vivenciarem a proposta da visita dos irmãos, de incentivar, contribuir e apoiar as iniciativas dos Leigos Maristas. Dessa forma, nos sentimos animados a continuar a caminhada e revigorar nossas energias para a missão a nós destinada e assumida.

Já no último dia 30, na Faculdade Marista do Recife, recebemos a visita do Ir. Salatiel. Nesse breve encontro, os Irmãos das Fraternidades N. Sra. do Carmo e N. Sra. da Conceição (Recife-PE) puderam esclarecer e definir detalhes para a realização do “Retiro anual”, além de realizarmos a leitura orante da palavra de Deus e das provocações dos textos

Visita do Ir. Salatiel

lidos, que muito nos inquietaram com reflexões em preparação para o Retiro do Movimento Champagnat, em Lagoa Seca-PB. O encontro foi encerrado com uma pequena e breve confraternização oferecida pela Faculdade.

Ir. Salatiel visita as Fraternidades de N. Sra. da Assunção e Boa Mãe

Flamarion Lopes Frat. N. Sra. da Assunção, Fortaleza-CE

Na residência dos irmãos Antonio e

Marta, às 19h do dia 19 de março, as Fraternidades Nossa Senhora da Assunção e Boa Mãe, de Fortaleza-CE, acolheram com muita alegria o Ir. Salatiel, Assessor Provincial do MChFM, que veio em missão cumprir seu cronograma de visitas às Fraternidades do Movimento, na Província Marista Brasil Centro-Norte. Como sempre, sua presença se reveste de especial importância para os membros das Fraternidades, sobretudo desta vez, pois além de ter enriquecido o grupo com seus ensinamentos cristãos, conduziu os trabalhos preparando-o para o Retiro da nossa região.

A reunião transcorreu num clima de muita alegria, integração e satisfação entre os participantes, principalmente por se tornarem mais bem preparados para o Retiro (19 a 22 de abril), que, certamente, contará também com a participação dos membros da Fraternidade de Teresina. Ao final, Ir. Salatiel falou-nos da importância do MovimentAÇÃO, um periódico que veicula informações sobre as diversas Fraternidades da Província, do Plano de Formação e do Regimento Interno do Movimento, que devem ser lidos e aprofundados em nossas reuniões.

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AGENDA DE RETIROS “Maria no Coração Missionário da Igreja”

19 a 22 de Abril Local Pregador Participantes

Belém/PA Pe. André Vital

Belém, São Luís, Balsas e Teresina

Fortaleza/CE

Pe. Marcos Oliveira

Fortaleza, Iguatu, Aracati e Maracanaú

27 de Abril a 1º de Maio Local Pregador Participantes Lagoa

Seca/PB Dr. Habib

Fraiha Neto

Lagoa Seca, Paulista, Itamaracá, Recife,

Natal, João Pessoa e Surubim

Salvador/BA

Pe. André Vital

Salvador, Maceió, Propriá e Rio de

Janeiro

Movimento na Sociedade

Redução da Idade Penal Ariel de Castro Alves

(texto adaptado)

O assassinato brutal do menino João Hélio, de 6 anos, reacendeu a discussão sobre a redução da idade penal no Brasil. A questão, entretanto, não deve ser vista de forma tão simples. Se analisarmos a complexidade do problema, chegaremos à conclusão de que o enfrentamento da violência exige uma série de medidas. O simples endurecimento da lei é apenas uma forma de dar uma resposta ao clamor social, de gerar uma sensação ilusória de segurança na sociedade, de aumentar a população prisional – em um sistema reconhecidamente falido que só torna as pessoas piores – e de gerar ainda mais criminalidade no país.

Precisamos sim, urgentemente, que sejam tomadas medidas sociais preventivas, como a reformulação das polícias, do sistema penitenciário e de internação de adolescentes infratores e a reforma do Código Penal e do Código de Processo Penal. Não adianta termos leis que jamais são ou serão cumpridas como é prática no Brasil. Menos de 3% dos crimes são esclarecidos e seus autores processados. A reincidência no sistema

prisional brasileiro passa de 70% e o sistema de internação de jovens não fica muito longe.

O Estatuto da Criança e do Adolescente só é lembrado quando um adolescente se envolve num crime grave de grande repercussão. A lei, que seria o melhor antídoto contra a violência, quase não é lembrada quando as crianças e adolescentes são vítimas de violações de seus direitos fundamentais, como quando faltam vagas nas creches, nas escolas ou quando não recebem tratamento de saúde, principalmente no caso de recuperação de viciados. Também, quando são vítimas de violência e exploração sexual dentro de casa ou nas ruas ou quando não têm oportunidades de educação, profissionalização e acesso ao mercado de trabalho.

Juridicamente, podemos afirmar que a redução da maioridade penal não é possível de ocorrer. O Brasil aprovou a Convenção da ONU (Organização das Nações Unidas) de 1989, que define como crianças e adolescentes todas as pessoas com menos de 18 anos de idade, sendo a elas destinado tratamento especial e totalmente diferenciado dos adultos, através de medidas sócio-educativas, conforme previsto na Lei 8.069 de 1990, Estatuto da Criança e do Adolescente. Para tanto, existem as Varas Especializadas da Infância e Juventude, as unidades de internação e de semi-liberdade e também os programas de Liberdade Assistida e de Prestação de Serviços à Comunidade.

O que precisamos no Brasil é do devido cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente, da implantação do SINASE (Sistema Nacional de Atendimento Sócio Educativo), recentemente aprovado pelo Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) e a maior discussão sobre o Estatuto da Juventude e da Lei de Execuções das Medidas Sócio-Educativas no Congresso Nacional, visando garantir novas oportunidades, perspectivas e um futuro digno para as crianças, jovens e adolescentes do Brasil. De outro modo, a redução da idade penal serviria apenas para condenar os envolvidos, de uma vez por todas, à participação permanente na criminalidade, impossibilitando qualquer tentativa de recuperação e reintegração à sociedade.

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Movimento na Igreja

Por que o Papa virá ao Brasil? D. Odilo P. Scherer

Bispo Auxiliar de S. Paulo Secretário-Geral da CNBB

A viagem do Papa Bento XVI ao

Brasil, em maio próximo, começa a despertar interesse sempre maior. Trata-se de sua primeira visita, enquanto Papa, ao Continente Americano, onde está concentrada mais da metade dos católicos do mundo.

A vinda do Papa ao Brasil enche-nos de satisfação e faz muitos especularem sobre os motivos da escolha de nosso País. Certamente há razões que motivaram a escolha do Brasil mas isso é secundário. As razões da visita do Papa devem ser buscadas num horizonte que vai além do nosso País. De fato, Bento XVI fará breve visita ao solo brasileiro, mas estará a caminho de Aparecida, de onde lançará sua mensagem a todos os povos do Continente e também do mundo inteiro.

O Papa virá para um evento Latino-Americano da maior importância: A V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe. Por isso, de 13 a 31 de maio de 2007, Aparecida estará no centro das atenções mundiais. Quase 300 bispos e outros representantes da Igreja, vindos de todos os países americanos e também alguns convidados da Europa, Ásia e África, estarão reunidos no Santuário Nacional para fazer um diagnóstico das situações vividas pelos povos da América Latina e do Caribe e, evidentemente, da situação da Igreja; lançarão um olhar de discípulos e missionários de Jesus Cristo sobre os novos desafios postos à missão evangelizadora da Igreja, para “ouvir a voz de Deus na voz dos tempos”. De Aparecida devem sair diretrizes para a ação da Igreja nos próximos anos em nosso Continente.

Vindo ao Brasil para dar início aos trabalhos da Conferência de Aparecida, o

Papa destaca a importância dessa reunião eclesial. Ela se inscreve na série das outras grandes Conferências Gerais já realizadas: Rio de Janeiro (1955), Medellín (1968), Puebla (1979) e Santo Domingo (1992). Todas elas, no seu tempo, deixaram marcas importantes para a vida e a missão da Igreja na América Latina. Todas elas, exceto a primeira, tiveram a presença do Papa na abertura dos trabalhos.

Evidentemente, a Conferência não tem a finalidade de discutir questões dogmáticas, mas terá um caráter eminentemente missionário e pastoral. Foi o próprio papa Bento XVI quem escolheu o tema da V Conferência Geral: Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que, nele, nossos povos tenham vida. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6). O tema oferece o fio condutor dos trabalhos e propostas: na

primeira parte, refere-se à identidade dos cristãos e da Igreja, enquanto discípulos e missionários de Jesus Cristo. Nesta identidade está compreendida a referência mística e ética permanente para a ação dos cristãos no meio do mundo. A segunda parte do tema fala do significado da presença dos cristãos e da Instituição-Igreja no meio dos povos: contribuir para que esses povos tenham vida, com tudo o quê isso significa. Portanto, é um tema carregado de

conseqüências para a presença dos cristãos no mundo Latino-Americano, com suas contradições e esperanças.

Mais que um privilégio para nosso País, a visita do Papa e a realização, aqui, da V Conferência Geral, representam uma tarefa e uma responsabilidade especial para o Brasil. Sendo o maior país da América Latina, e com o maior número de católicos, também lhe cabe contribuir de maneira significativa para a missão da Igreja no Continente e no mundo.

Depois de termos recebido muito, é hora de partilhar largamente com os outros o rico patrimônio da fé e da experiência de vida eclesial que nos foi legado. Talvez um dos motivos da visita do Papa ao Brasil seja, justamente, recordar-nos isso.

Fonte: www.cnbb.com.br