TCC - Equipamentos de movimentação
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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
ANDERSON DA SILVA JUSTO
VINICIUS SPESSATTO BARATTO
EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS EM CANTEIROS DE
OBRAS: UM ESTUDO DE CASO NA CONSTRUÇÃO DA PONTE ANITA
GARIBALDI EM LAGUNA – SC
Tubarão
2014

ANDERSON DA SILVA JUSTO
VINICIUS SPESSATTO BARATTO
EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS EM CANTEIROS DE
OBRAS: UM ESTUDO DE CASO NA CONSTRUÇÃO DA PONTE ANITA
GARIBALDI EM LAGUNA – SC
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro Civil.
Orientador: Profª. Mara Regina Gomes, Ms.
Tubarão
2014

ANDERSON DA SILVA JUSTO
VINICIUS SPESSATTO BARATTO
EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS EM CANTEIROS DE
OBRAS: UM ESTUDO DE CASO NA CONSTRUÇÃO DA PONTE ANITA
GARIBALDI EM LAGUNA-SC
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Engenheiro Civil e aprovado em sua forma final pelo Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina.
Tubarão, 07 de julho de 2014.
______________________________________________________
Professora e orientadora Mara Regina Gomes, Ms. Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
Prof. Walter Olivier Alves, Esp. Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
Engenheira Mariana Salvan Franco Gerenciadora ENECON S/A BR - 101/SC - DNIT

Dedicamos este trabalho as pessoas que fazem
parte da nossa vida e ajudaram em nossas
decisões, nossos pais, familiares e amigos.
Dedicamos a nossas namoradas Maira e Gisseli
que mostraram total confiança no nosso potencial
para esta conquista. Amamos todos vocês.

AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus pelo dom da vida e da sabedoria.
Aos nossos pais que dedicaram todo seu afeto e amor a nós, incentivando e dando
força nos momentos difíceis para que pudéssemos vencer em mais esta etapa.
Aos nossos familiares que canalizaram pensamentos positivos e estiveram ao
nosso lado quando necessário.
Oferecemos um agradecimento mais do que especial as nossas namoradas Maira e
Gisseli, que compreenderam nossa ausência e estiveram sempre ao nosso lado, acompanhando
passo a passo de todas as etapas do desenvolvimento deste trabalho, auxiliando no
desenvolvimento da escrita e opinando na elaboração do estudo, sempre a favor da qualidade.
Ainda agradecemos a elas, por todo carinho e respeito e por tornar todos momentos
angustiantes em momentos felizes.
A nossa orientadora Mara Regina Gomes, que trabalhou em prol do nosso
objetivo, buscando aprimorar nossos pensamentos e servindo de ponte entre nosso objetivo e
a realização deste.
Às empresas que estão envolvidas nesta empreitada e que forneceram dados e
documentos para a realização deste trabalho.
Aos nossos amigos e amigas do curso de graduação, companheiros, sempre
demonstrando carinho, amizade e respeito.
A todos os professores que estiveram nesta etapa de nossas vidas, mostrando
dedicação para que conseguíssemos alcançar a obtenção deste título.
Aos colegas de trabalho que auxiliaram no desenvolvimento do projeto, buscando
conteúdo e compartilhando conhecimentos.
A todos que colaboraram, direta ou indiretamente para a concretização deste
sonho.
Com toda a nossa sinceridade, Muito Obrigado a todos!

5
“Sua tarefa é descobrir o seu trabalho e, então, com todo o coração, dedicar-se a
ele” (Buda).

RESUMO
A construção civil atualmente vem apresentando um crescimento considerável
dentro do cenário brasileiro, grande parte devido a estabilidade econômica do Brasil e
programas do governo que de certa forma incentivam a construção civil. Porém ainda existe
certo atraso neste setor no sentido de modernização tecnológica, provocando um atraso nas
obras.
Este trabalho aborda a utilização de equipamentos para o aumento da
produtividade da obra, além de um detalhamento sobre a importância do planejamento e
logística dentro do canteiro de obra de uma construção.
Desta forma, este trabalho se utiliza de um estudo de caso para afirmar a
importância destes equipamentos, detalhando cada equipamento e a importância de cada um
dentro do canteiro de obras da obra Ponte Anitta Garibaldi em Laguna/SC. Também temos
como resultado do estudo de caso a capacidade de melhoria na construção pela aplicação da
logística nos canteiros, otimizando os caminhos dos materiais para um melhor rendimento e
produtividade da obra.
Palavras-chaves: Equipamentos de movimentação de materiais. Logística.
Planejamento. Canteiro de obras.

ABSTRACT
Nowadays, the civil construction is showing considerable growth in the Brazilian
industry scenario, mostly due to Brazil's economic stability and government programs that
somehow encourage construction. But there is still certain disregard in this industry towards
technological modernization, causing it to stay behind other industrial sectors.
This study discusses the use of equipment to increase the productivity of the work,
plus a breakdown on the importance of planning and logistics inside the construction site of a
building.
Therefore, this study makes use of a case study to affirm the importance of such
equipment, detailing each equipment and the importance of each one inside the construction
site of the Ponte Anitta Garibaldi in Laguna/SC. We also have as a result of the case study the
improvement of building capacity through application of logistics in the construction site,
optimizing material transportation for better performance and work productivity.
Key-words: material handling equipment. Logistics. Planning. Construction site.

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES
% – Porcentagem
ABML – Associação Brasileira de Movimentação e Logística
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
Db – Decibéis
DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
EPI – Equipamento de proteção individual
IBGE – Índice Brasileiro de Geografia e Estatística
Kg – Quilograma
Km/h – Quilômetro por hora
m – Metro
m/min – Metro por minuto
m² – Metro quadrado
m³ – Metro cúbico
mm – Milímetro
mm² – Milímetro quadrado
NBR – Norma Brasileira
NR – Norma Regulamentadora
PAC – Programa de Aceleração do Crescimento
PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
PIB – Produto Interno Bruto
Poli-USP – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
t – Tonelada
t.m – Toneladas por Metro
ton/m – Tonelada por Metro
UNISUL - Universidade do Sul de Santa Catarina
XCMG – Xuzhou Construction Machinery Group

LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Canteiro de obras restrito ..................................................................................................... 24 Figura 2 - Canteiro de obras tipo amplo................................................................................................ 25 Figura 3 - Canteiro de obras tipo longo e estreito ................................................................................ 25 Figura 4 - Carpintaria ............................................................................................................................. 28 Figura 5 - Estoque de materiais ............................................................................................................. 28 Figura 6 - Área de vivência .................................................................................................................... 29 Figura 7 - Limpeza e preparação do terreno ......................................................................................... 31 Figura 8 - Fase intermediária................................................................................................................. 31 Figura 9 - Fase final do canteiro ............................................................................................................ 32 Figura 10 - Guindaste tipo Sky-Horse .................................................................................................... 53 Figura 11 - Guindaste sobre caminhão ................................................................................................. 54 Figura 12 - Guindaste sobre caminhão ................................................................................................. 55 Figura 13 - Guindaste sobre esteira ...................................................................................................... 56 Figura 14 - Guindaste auto-propelido ................................................................................................... 56 Figura 15 - Grua fixa .............................................................................................................................. 58 Figura 16 - Grua ascensional ................................................................................................................. 59 Figura 17 - Grua móvel sobre trilhos ..................................................................................................... 60 Figura 18 - Dispositivo de suspensão das aduelas ................................................................................ 62 Figura 19 - Processo construtivo por avanço sucessivo ........................................................................ 63 Figura 20 - Içamento das aduelas .......................................................................................................... 64 Figura 21 - Aplicação da resina epóxi .................................................................................................... 65 Figura 22 - Guincho de elevação ........................................................................................................... 67 Figura 23 - Partes do guincho de elevação ........................................................................................... 67 Figura 24 - Ponte rolante....................................................................................................................... 70 Figura 25 - Pórtico rolante..................................................................................................................... 71 Figura 26 - Elevador cremalheira .......................................................................................................... 72 Figura 27 - Esquemático da localização da obra ................................................................................... 78 Figura 28 - Imagem aérea do local anterior ao inicio da obra .............................................................. 79 Figura 29 - Esquemático longitudinal parte 1 ....................................................................................... 80 Figura 30 - Esquemático longitudinal parte 2 ....................................................................................... 80 Figura 31 – Esquemático longitudinal parte 3 ...................................................................................... 80 Figura 32 - Esquema longitudinal parte 4 ............................................................................................. 81 Figura 33 - Maquete eletrônica Ponte Anita Garibaldi ......................................................................... 82 Figura 34 - Maquete eletrônica trecho estaiado................................................................................... 82 Figura 35 - Canteiro de obras, vista da lagoa ........................................................................................ 83 Figura 36 - Canteiro de obras, vista SC 436 ........................................................................................... 84 Figura 37 - Obras no inicio da construção do canteiro de obras .......................................................... 84 Figura 38 - Porto canteiro de obras ...................................................................................................... 85 Figura 39 - Produção de aduelas ........................................................................................................... 86 Figura 40 - Depósito de pré-moldados .................................................................................................. 86 Figura 41 - Grua pátio de pré-fabricados .............................................................................................. 88 Figura 42 - Grua píer.............................................................................................................................. 88

11
Figura 43 - Grua apoio mastro .............................................................................................................. 89 Figura 44 - Guindaste TEREX AC 200-1 .................................................................................................. 91 Figura 45 - Guindaste XCMG QY50k ...................................................................................................... 91 Figura 46 - Treliça lançadeira ................................................................................................................ 92 Figura 47 - Pórtico no pátio de pré-moldados ...................................................................................... 94 Figura 48 - Pórtico pátio de pré-moldados ........................................................................................... 94 Figura 49 - Treliça de avanço sucessivo ................................................................................................ 95 Figura 50 - Balsas com guindastes......................................................................................................... 96 Figura 51 - Balsa transportando armaduras metálicas para estacas .................................................... 97 Figura 52 - Etapas de execução das estacas .......................................................................................... 99 Figura 53 - Bloco de coroamento infraestrutura - trecho estaiado .................................................... 100 Figura 54 - Guindaste içando armadura para estaca .......................................................................... 101 Figura 55 - Guindastes trabalhando na infraestrutura........................................................................ 101 Figura 56 - Características dos consoles típicos do trecho corrente ................................................... 102 Figura 57 - Viga travessa sobre o apoio 34 ......................................................................................... 102 Figura 58 - Forma metálicas para pilares ............................................................................................ 103 Figura 59 - Escoramento metálico para console ................................................................................. 103 Figura 60 - Içamento de formas para consoles ................................................................................... 104 Figura 61 - Guindastes içando armadura metálica para os consoles .................................................. 104 Figura 62 - Esquema transversal trecho corrente ............................................................................... 105 Figura 63 - Esquema longitudinal entre apoios................................................................................... 106 Figura 64 - Içamento das aduelas nas balsas ...................................................................................... 106 Figura 65 - Balsa com aduelas pré-moldadas ...................................................................................... 107 Figura 66 - Guincho da treliça lançadeira ............................................................................................ 108 Figura 67 - Içamento das aduelas número: 14, 13, 12, 11, 10, 09 e 08 .............................................. 109 Figura 68 - Protensão provisória entre aduelas .................................................................................. 109 Figura 69 - Lançamento completo do vão ........................................................................................... 110 Figura 70 - Furos para protensão longitudinal da aduela ................................................................... 110 Figura 71 - Avanço da treliça para o próximo vão............................................................................... 111 Figura 72 - Mão francesa ..................................................................................................................... 112 Figura 73 - Serviço de içamento e posicionamento das mãos francesas ............................................ 112 Figura 74 - Serviço auxiliar da grua no trecho estaiado ...................................................................... 113

LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Elementos do canteiro ......................................................................................................... 27 Tabela 2 - Tabela de cargas para guindastes......................................................................................... 51 Tabela 3 - Construção tramo a tramo com lançadeira .......................................................................... 66 Tabela 4 - Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente .................................................. 76 Tabela 5 - Dados técnicos das gruas ..................................................................................................... 89

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 16
1.1 OBJETIVOS .................................................................................................................... 17
1.1.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 17
1.1.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 17
1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 17
1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..................................................................... 18
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 19
2 INOVAÇÃO E EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS EM
CANTEIROS DE OBRAS ..................................................................................................... 21
2.1 CANTEIRO DE OBRAS: CONCEITO .......................................................................... 23
2.2 TIPOLOGIA DOS CANTEIROS DE OBRAS ............................................................... 24
2.3 ELEMENTOS PRESENTES NO CANTEIRO DE OBRAS .......................................... 26
2.4 FASES DO CANTEIRO DE OBRAS ............................................................................. 30
2.4.1 Fase inicial .................................................................................................................... 30
2.4.2 Fase intermediária....................................................................................................... 31
2.4.3 Fase final ...................................................................................................................... 32
2.5 OBJETIVOS DO PLANEJAMENTO DO CANTEIRO DE OBRAS ............................ 32
2.5.1 Objetivos de alto nível ................................................................................................. 33
2.5.2 Objetivos de baixo nível .............................................................................................. 33
2.6 LOGÍSTICA E CANTEIRO DE OBRAS ....................................................................... 33
2.6.1 Conceito de logística .................................................................................................... 33
2.6.2 Logística e cadeia de suprimentos.............................................................................. 36
2.6.2.1. A cadeia de suprimentos relacionada à construção civil .................................. 37
2.6.3 Princípio do trade-off .................................................................................................. 38
2.6.4 Princípio just in time ................................................................................................... 39
2.6.5 Logística da informação.............................................................................................. 40
2.7 PLANEJAMENTO EM CANTEIROS DE OBRAS ....................................................... 41
2.7.1 Disposição de elementos no canteiro.......................................................................... 43
2.7.2 Disposição geral dos equipamentos de movimentação no canteiro ........................ 44
2.8 INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NA CONSTRUÇÃO CIVIL ........................................ 45

14
3 EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS EM CANTEIROS DE
OBRAS .................................................................................................................................... 47
3.1 CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DOS EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO E
FUNÇÕES DENTRO DO SISTEMA CONSTRUTIVO ......................................................... 49
3.1.1 Guindastes .................................................................................................................... 49
3.1.2 Guindastes móveis ....................................................................................................... 52
3.1.3 Tipos de guindastes móveis ........................................................................................ 52
3.1.3.1 Guindastes treliçados .................................................................................................. 52
3.1.3.2 Guindastes hidráulicos ou telescópicos ..................................................................... 54
3.1.4 Guindaste de torre (grua) ........................................................................................... 57
3.1.4.1 Grua fixa ...................................................................................................................... 57
3.1.4.2 Grua ascensional ......................................................................................................... 58
3.1.4.3 Grua sobre trilhos ....................................................................................................... 59
3.1.4.4 Planejamento na escolha da grua .............................................................................. 60
3.1.5 Treliça lançadeira ........................................................................................................ 62
3.1.5.1 Processos de montagem .............................................................................................. 63
3.1.5.2 Vantagens e desvantagens na utilização de treliças lançadeiras ............................. 65
3.1.6 Guincho de elevação .................................................................................................... 66
3.1.6.1 Partes do Guincho de Elevação .................................................................................. 67
3.1.7 Pontes rolantes e pórticos rolantes ............................................................................ 70
3.1.8 Elevador de cremalheira ............................................................................................. 72
3.1.9 Apoio náutico ............................................................................................................... 74
3.2 RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA QUANTO À UTILIZAÇÃO DOS
EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO .......................................................................... 74
4 ESTUDO DE CASO: PONTE SOBRE O CANAL DE LARANJEIRAS ................... 77
4.1 APRESENTAÇÃO DA PONTE ANITA GARIBALDI ................................................. 77
4.1.1 Dados técnicos .............................................................................................................. 78
4.2 APRESENTAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS ......................................................... 82
4.2.1 Áreas de produção do canteiro de obras ................................................................... 85
4.3 EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO UTILIZADOS NA CONSTRUÇÃO DA
PONTE ANITA GARIBALDI ................................................................................................. 87
4.3.1 Gruas ............................................................................................................................ 87
4.3.2 Guindastes .................................................................................................................... 90
4.3.3 Treliça lançadeira ........................................................................................................ 91

15
4.3.4 Ponte rolante ................................................................................................................ 93
4.3.5 Treliça de avanço sucessivo ........................................................................................ 95
4.3.6 Equipamentos de apoio náutico ................................................................................. 96
4.4 SERVIÇOS EXECUTADOS NO CANTEIRO DE OBRAS .......................................... 97
4.5 FASE CONSTRUTIVA ................................................................................................... 98
4.5.1 Infraestrutura .............................................................................................................. 98
4.5.2 Mesoestrutura ............................................................................................................ 101
4.5.3 Superestrutura ........................................................................................................... 105
4.5.3.1 Trecho corrente ......................................................................................................... 105
4.5.3.1. Trecho estaiado ................................................................................................... 112
5. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 115
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 116

16
1 INTRODUÇÃO
A construção civil é um setor que vem apresentando um crescimento constante dentro
da malha produtiva brasileira graças à estabilidade econômica do país, e tem sido objeto de
grandes investimentos por parte do governo através do PAC (Programa de Aceleração do
Crescimento) e de iniciativas voltadas à habitação. Vivemos, também, um momento especial
graças à oportunidade que o Brasil teve de sediar a Copa do Mundo de Futebol e as
Olimpíadas, impulsionando grandes investimentos em obras de infraestrutura, além de arenas
esportivas, tudo relacionado à construção civil.
Com o mercado aquecido, o setor da construção civil hoje chega a uma participação
no PIB (Produto Interno Bruto) de 5,4 % do total de 2013 (IBGE, 2014), o que demonstra a
importância que este setor oferece.
No entanto, os problemas do setor também têm se revelado, sendo que o principal
deles é o seu atraso tecnológico em relação aos outros setores industriais.
Essa modernização desacelerada que acontece na construção civil se deve às
características do setor que, segundo Aro e Amorim (2004), apresenta, em sua grande maioria,
resistência dos profissionais envolvidos em assumir os riscos da incerteza em mudar.
De acordo com Franking Jr e Amaral (2008), a adoção de novas tecnologias leva ao
crescimento do setor como um todo pela industrialização dos meios necessários a sua
produção.
Como destaca Kotler (1999), no mundo globalizado de hoje, para uma organização se
destacar no mercado e ser bem sucedida, ela precisa oferecer mais do que os concorrentes
oferecem, otimizar as ações, procurando aumentar a eficiência e eficácia da empresa.
Para suprir as necessidades do mercado deve-se olhar para o caminho da tecnologia. A inovação nas empresas é vista hoje como um fator crucial para a perpetuação de uma vida saudável nas mesmas, ou seja, inovar é uma questão de sobrevivência (BESSANT, 2009, p. 20).
Dentro da busca por inovação, todas as áreas da construção civil devem ser
consideradas, e um dos focos dos investimentos em tecnologia que ganha destaque é o feito
em equipamentos, pois graças a sua modernização, hoje é possível construir com maior
facilidade, buscando sempre atingir um bom nível de qualidade, evitando desperdícios, com
menores custos e também garantindo a sustentabilidade.

17
Além de equipamentos, a construção civil vive um momento de aperfeiçoamento
estratégico em que a logística e o investimento em planejamento de layout trazem grandes
resultados para as empreiteiras, tornando-se assim uma filosofia essencial ao diferencial de
mercado.
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo geral
O objetivo geral deste trabalho foi o de conhecer os impactos da adoção de novas
tecnologias em equipamentos de movimentação de materiais dentro dos canteiros de grandes
obras, analisando o caso da construção da Ponte Anita Garibaldi-SC.
1.1.2 Objetivos específicos
Os objetivos específicos elencados para atender ao objetivo geral desta pesquisa
foram:
− Realizar uma revisão bibliográfica sobre as tecnologias de equipamentos de
movimentação de materiais em canteiros de obras;
− Selecionar e realizar um estudo de caso sobre os impactos destes equipamentos em
grandes canteiros de obras;
− Analisar os resultados do estudo de caso à luz do referencial bibliográfico
consultado.
1.2 JUSTIFICATIVA
“A construção civil ao longo dos anos não deu a devida importância à sua área de
manufatura – o canteiro de obras.” (VIEIRA, 2006, p. 08).
Com esta citação, Vieira (2006) demonstra o atraso técnico que a construção civil
possui, graças ao desinteresse histórico perante os problemas instalados no canteiro de obras.
O planejamento do canteiro, em particular, tem sido um dos aspectos mais
negligenciados na indústria da construção, sendo que as decisões são tomadas à medida que
os problemas surgem no decorrer da execução (HANDA, 1988 apud SAURIN e FORMOSO,
2006). Com este pensamento retrógrado, diversas vezes o canteiro de obras é apresentado

18
como um local com falta de organização e segurança, criando uma imagem ruim no mercado
e distanciando os clientes das empresas.
A construção civil carrega grande responsabilidade social graças ao seu envolvimento
direto com a natureza e outros setores econômicos e sociais. Como cita Vieira (2006), a
construção civil utiliza recursos naturais de uma forma substancial e isso a relaciona com o
meio ambiente, quer seja na obtenção da sua matéria-prima, quer seja na grande quantidade
de entulhos gerados pelo setor, assim como no uso do espaço urbano.
Assim, mostra-se de grande importância um estudo relativo ao planejamento do uso do
canteiro e desperdício de materiais dentro dele.
Os problemas existentes ainda hoje na construção civil, relacionados ao planejamento
e às perdas por desperdícios, se mostram minimizados com a aplicação de técnicas inovadoras
e a utilização de tecnologia de equipamentos. Além da melhoria em relação às perdas, Vieira
(2006) traz diversas vantagens à utilização destas técnicas, como as melhorias no aumento de
produtividade e no nível de serviço ao cliente, sendo a logística um instrumento de integração
de toda a cadeia de negócios.
Ainda, segundo Vieira (2006), um dos motivos para a utilização da inovação no setor é
de que ele compõe uma importante ferramenta para que as empresas obtenham vantagens
frente ao mercado competitivo que se formou. Com a atualização tecnológica é possível fazer
presente a eficácia e qualidade na produção.
Como se pode notar, a logística aplicada à engenharia civil vem buscando alterar o
processo atual para impedir os desperdícios e as perdas dentro do canteiro de obras, buscando
um aproveitamento melhor de suas áreas.
Saurin e Formoso (2006) apontam que o processo de planejamento do canteiro visa
obter a melhor utilização do espaço físico disponível, de forma a possibilitar que homens e
máquinas trabalhem com segurança e eficiência, principalmente através da minimização das
movimentações de materiais, componentes e mão de obra.
1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para alcançar os objetivos traçados neste trabalho foram definidos os procedimentos
metodológicos descritos a seguir.
Foi realizada Revisão bibliográfica sobre o tema, baseada em consulta a livros,
manuais, revistas, páginas eletrônicas, artigos e normas técnicas ligadas à área. Também

19
foram entrevistados profissionais com conhecimento específico na área de planejamento de
canteiros de obras e movimentação de materiais para fundamentar o trabalho.
O foco do trabalho foi a realização de um estudo de caso dentro de um canteiro de
obras de grande porte com estrutura pré-moldada: a construção da ponte Anita Garibaldi,
localizada no município de Laguna-SC.
Um estudo de caso pode ser caracterizado como um estudo de uma entidade bem definida como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa, ou uma unidade social. Visa conhecer em profundidade o como e o porquê de uma determinada situação que se supõe ser única em muitos aspectos, procurando descobrir o que há nela de mais essencial e característico. O pesquisador não pretende intervir sobre o objeto a ser estudado, mas revelá-lo tal como ele o percebe. (FONSECA, 2002 apud GERHARDT e SILVEIRA, 2009, p. 39).
Segundo Fidel (1992 apud MORESI, 2003), como método específico de pesquisa de
campo, o estudo de caso investiga os fenômenos à medida que ocorrem, sem qualquer
interferência significativa do pesquisador, tendo por objetivo compreender o evento em
estudo e, ao mesmo tempo, desenvolver teorias mais genéricas a respeito dos aspectos
característicos do fenômeno observado.
Embora os métodos de coleta de dados mais comuns em um estudo de caso sejam a
observação e as entrevistas, nenhum método pode ser descartado. Os métodos de coleta de
informações são escolhidos de acordo com a tarefa a ser cumprida. [Bell, 1989].
O estudo de caso emprega vários métodos (entrevistas, observação participante e
estudos de campo, por exemplo). (HAMEL, 1993 apud MORESI, 2003, p. 103). As análises e
conclusões desse estudo foram feitas com base na revisão realizada.
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO
Este trabalho, formado por seis capítulos, apresenta, no primeiro, uma introdução,
onde se localizam a justificativa, o objetivo geral e os específicos, e os procedimentos
metodológicos.
No segundo capítulo deste trabalho, é feita a revisão bibliográfica sobre canteiros de
obras, logística, planejamento e novas tecnologias na construção civil.
A continuidade da revisão bibliográfica se dá no capítulo três, em que se descrevem os
equipamentos de movimentação de materiais em sua importância, características e segurança.
O capítulo quatro traz o estudo de caso que se insere dentro do canteiro de obras da
construção da ponte sobre o canal de Laranjeiras.

20
No capítulo cinco, apresenta-se a análise dos resultados encontrados e as conclusões.
Finalmente, no capítulo seis, encontram-se as referências bibliográficas.

21
2 INOVAÇÃO E EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS EM
CANTEIROS DE OBRAS
O favorável cenário em que se encontra a indústria da construção civil mostra quão
necessária ela é nos dias atuais. Hoje, no Brasil, pode-se notar a evolução que esse setor
sofreu nas últimas décadas e isso se deve ao contínuo investimento no ramo e a grande
representatividade econômica que passou a exercer. A concorrência do mercado é uma das
principais preocupações dos empresários do setor. Conforme cita Cardoso (1996), em função
dessa maior competitividade detectada, as empresas construtoras têm deslocado suas
estratégias de atuação, antes voltadas principalmente às atividades não produtivas, para a
busca de uma maior eficácia técnica-econômica, ou seja, de suas atividades produtivas.
Com a necessidade de apresentar alternativas estratégicas sobre um concorrente direto
no mercado de trabalho, foram criando novas formas de se destacar e abrir um caminho
seguro na busca por clientes satisfeitos.
Na literatura muito se cita caminhos alternativos aos tradicionais, que buscam tirar a
engenharia civil do padrão monótono e encaminhar para novas tendências, tecnologias e
estratégias que buscam a excelência.
Entre os caminhos identificados por Cardoso (1997) estão: melhoria técnico-
econômica do produto edifício; capacidade de obtenção de financiamentos; articulação entre a
concepção, execução e manutenção; domínio dos custos de produção e elaboração precisa de
orçamentos; capacidade de preparação, planejamento, desenvolvimento de métodos e
antecipação da resolução de problemas; melhoria da Logística; domínio e implantação de
novas técnicas e métodos construtivos; organização e gestão da mão de obra de produção;
emprego de ferramentas e métodos para a melhoria da qualidade; organização e gestão dos
subempreiteiros.
Como é possível observar, uma solução trazida para a realidade das construtoras, é a
aplicação prática do fundamento logístico na engenharia civil, e esta é umas das práticas
essenciais para haver destaque no mercado.
Alguns autores ressaltam a importância da logística para os mais diversos setores
empresariais, mostrando, assim, que é possível adaptá-la ao meio da construção civil.
Ballou (1993) e Novaes (1996) afirmam que a logística assume diferentes atribuições
dependendo do ramo empresarial. Nas empresas atacadistas, tem grande importância para a
Logística a capacidade de armazenagem de produtos e o seu controle. Nas varejistas e
transportadoras, é fundamental a existência de mecanismos eficientes para distribuição de

22
produtos. Nas indústrias de transformação ou manufatureiras, como é o caso da engenharia
civil, é fundamental a capacidade de abastecimento e a localização das áreas de
processamento próximas dos centros produtores das matérias primas. No setor de serviços, a
Logística tem se mostrado também importante; nos bancos, por exemplo, são fundamentais as
atividades de transporte de documentos e o estudo dos fluxos dos serviços.
A logística pode assim ser aplicada diretamente aos canteiros de obras, sendo que ela
exerce a função de programar e planejar os fluxos físicos e humanos dentro e fora de um
canteiro de obra.
O canteiro de obra compõe uma importante parte na construção sobre qualquer obra.
Parte essencial esta, pois é ele que fornece o apoio útil às necessidades contidas na
construção.
Sendo assim, Souza (2000, p. 18) afirma que: “Não há sentido em se falar em
qualidade na obra ou produtividade no processo construtivo quando não se tem planejado o
local onde os serviços de construção acontecem”.
O planejamento e a inserção da logística ao meio são de grande importância para uma
evolução contínua de uma obra, e além destes, há também que se destacar a importância da
evolução tecnológica. A aplicação de grande capital na área tecnológica vem mostrando
eficiência e gerando soluções a curto prazo nos canteiros. O principal foco dos investimentos
hoje é em tecnologia de movimentação de materiais vertical e horizontal, como gruas,
guindastes, pontes rolantes, empilhadeiras, caminhões munck, entre tantos outros.
Uma explicação básica é fornecida por Soibelman (1993 apud SANTOS, 1995) em
seus estudos, situando o transporte e movimentação de materiais como uma atividade de
suporte à construção. Definida a sua função, ele a enquadra como sendo uma das atividades
que mais consomem energia, tempo e mão de obra, e desta forma, sendo prioritário para o
programa de melhoria. A importância é ressaltada devido ao fato de que em torno de 70% do
custo final de uma obra são relativos aos materiais que passam pelo sistema de
movimentação.
Sendo assim, o presente capítulo tem por objetivo trazer as indicações que a literatura
faz às necessidades atuais. E, para isso, se faz inevitável o entendimento dos conceitos de
canteiro de obras, logística e tecnologias aplicáveis, bem como o caminho até a boa prática e a
utilização destes conceitos nos equipamentos de movimentação dentro de um canteiro de
obras.

23
2.1 CANTEIRO DE OBRAS: CONCEITO
O canteiro de obras é definido formalmente pelas normas regulamentadoras NR-18
(Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção) e NBR-12284 (Áreas
de Vivência em Canteiros de Obras), que assim o definem:
O canteiro de obra é a área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem
operações de apoio e execução de uma obra. (NR-18, 2013).
O canteiro de obra é um conjunto de áreas destinadas à execução e apoio dos
trabalhos da indústria da construção, dividindo-se em áreas de vivência e operacionais. (NBR-
12284, 1991).
Oliveira e Serra (2006) também conceituam canteiro de obra como sendo a área
destinada à execução das atividades do ambiente da obra e instalação das ferramentas e
equipamentos, que são de uso indispensável para realização dessas atividades. Saurin (1998)
prossegue escrevendo que o canteiro de obra é a disposição física de homens, materiais,
equipamentos, áreas de trabalho e de estocagem.
Maia e Souza (2003, p. 02) definem como:
local no qual se dispõem todos os recursos de produção (mão-de-obra, materiais e equipamentos), organizados e distribuídos de forma a apoiar e a realizar os trabalhos de construção, observando os requisitos de gestão, racionalização, produtividade e segurança/conforto dos operários.
Vieira (2006) cita que o canteiro de obras pode ser definido como todo espaço que é
destinado para efetivar a execução de um projeto de concepção de uma obra.
Sobre as definições estabelecidas em normas regulamentadoras, Vieira (2006) conclui
que cada obra possui suas especificidades e, por isso, é uma estrutura bastante dinâmica e
flexível, em que sua modificação quanto à concepção das obras irá gerar uma melhor solução
para o mesmo. Até mesmo durante o desenvolvimento de uma obra específica, o canteiro
pode assumir características distintas em função das etapas desse desenvolvimento, dos
operários, materiais e equipamentos presentes nele.
Para Limmer (1997), quanto à definição do tamanho das instalações de um canteiro,
esse dependerá do tamanho e da localização do projeto que deverá ser realizado e, quando
bem projetado o canteiro, é possível gerar impactos significativos nos custos e duração da
obra.
Ainda de acordo com Limmer (1997), as instalações da “fábrica” devem ser projetadas
com: as suas instalações fixas: as centrais de preparação ou de transformação dos materiais; as

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suas instalações móveis: veículos, guindastes e outros equipamentos móveis; a sua
infraestrutura: vias de acesso, de circulação etc.; a sua logística: alojamentos, oficinas,
depósitos, escritórios e congêneres; as suas utilidades, como energia elétrica, água, vapor etc.
Serra (2001 apud RIBEIRO, 2007) destaca que cada tipo de canteiro de obras
corresponde a uma forma de organização do mesmo, já que existem diferentes formas de
transporte e movimentação de materiais e operários, diversos tipos de equipamentos,
localização das instalações do canteiro entre outros. A sequência de execução das atividades
também variará conforme o planejamento, podendo existir várias frentes de serviço sendo
executadas ao mesmo tempo.
A organização do arranjo físico do canteiro dependerá, portanto, da tipologia
apresentada por ele, devido às diversas características que possui e também da frente de
trabalho realizada no local do empreendimento.
2.2 TIPOLOGIA DOS CANTEIROS DE OBRAS
Conforme cita Illingworth (1993 apud SAURIN e FORMOSO, 2006) em sua obra, o
canteiro de obra pode ser dividido em três tipos:
− Restritos: Possui o terreno ocupado totalmente ou em grande parte pela construção,
sendo mais vistos em regiões de centros urbanos, ampliações e reformas. Apresenta uma
característica física clara, em que as áreas adjacentes à obra oferecem poucas condições para o
depósito de materiais. A Figura 01 demonstra um canteiro do tipo restrito.
Figura 1 - Canteiro de obras restrito
Fonte: Ribeiro, 2011. p.21.

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− Amplos: de maneira oposta aos restritos, os canteiros amplos possuem a
construção, ocupando pouca parcela do terreno. Facilita a elaboração do canteiro por possuir
grandes espaços para planejar a movimentação de materiais e locais de áreas de vivência e
operacionais. São normalmente encontrados em obras de maior porte, podendo estar
relacionados inclusive a obras de infraestrutura, como portos, pontes e barragens. A Figura 02
exibe um canteiro de características do tipo amplo.
Figura 2 - Canteiro de obras tipo amplo
Fonte: Ribeiro, 2011. p.22.
− Longos e Estreitos: Possuem um misto entre canteiros amplos e restritos, por
possuírem poucos acessos e uma de suas dimensões limitada. Obras ferroviárias e rodoviárias
normalmente estão neste tipo. A Figura 03 trás um canteiro do tipo longo e estreito.
Figura 3 - Canteiro de obras tipo longo e estreito
Fonte: Ribeiro, 2011. p.22.

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Como já mencionado na descrição, os canteiros restritos são encontrados normalmente
em regiões de grande urbanização, graças ao custo por área construída ser mais elevado nestes
locais. Levando em consideração o custo, há a necessidade da ocupação total do terreno para
ampliar os lucros. Diante dessa realidade, o autor declara que é necessário ter uma atenção e
um cuidado, em especial no planejamento de canteiros restritos, demonstrando clareza e
objetividade nos critérios adotados.
Ainda, considerando a tipologia descrita por Illingworth (1993 apud SAURIN e
FORMOSO, 2006), os canteiros considerados amplos, no qual a edificação ocupa uma
pequena parcela do terreno, contribuem para o fluxo de materiais e pessoas, disponibilização
de áreas para estocagem e recebimento, e demais áreas para melhoria da logística. Os longos e
estreitos possuem poucas vias de acesso ao canteiro, impossibilitando o fluxo ideal de
materiais e trabalhadores necessário no decorrer da execução da obra.
2.3 ELEMENTOS PRESENTES NO CANTEIRO DE OBRAS
A constituição de um canteiro de obras é definida pelos vários elementos presentes,
estes, dos quais, possuem cada um a sua função específica dentro de um todo. Os elementos
constituintes de um canteiro podem ser classificados em áreas de vivência e áreas
operacionais, assim como já foi citado acima pela NBR-12284.
Por estarem ligados diretamente às áreas de vivência e áreas operacionais a NR-18
indica a classificação de cada elemento dentro de um canteiro de obra.
Em sua obra, Souza et. al. (1997) propõe um agrupamento de elementos da seguinte
forma: ligados à produção, de apoio à produção, sistema de transporte com decomposição de
movimento, sistemas de transporte sem decomposição de movimento, de apoio técnico e ou
administrativo, áreas de vivência e outros elementos. Esses elementos estão inseridos na
Tabela 1.

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Tabela 1 - Elementos do canteiro
ELEMENTOS
LIGADOS À PRODUÇÃO
central de argamassa pátio de armação (corte/dobra/pré-montagem) central de fôrmas centralde pré-montagem de instalações central de esquadrias central de pré-moldados
DE APOIO À PRODUÇÃO
almoxarifado de ferramentas almoxarifado de empreiteiros estoque de areia estoque de argamassa intermediária silo de argamassa pré-misturada a seco estoque de cal em sacos estoque de cimento em sacos estoque de argamassa industrializada em sacos estoque de tubos estoque de conexões estoque relativo ao elevador estoque de esquadrias estoque de tintas estoque de metais estoque de louças estoque de barras de aço estoque de compensado para fôrmas estoque de passarela para concretagem
SISTEMAS DE TRANSPORTE COM DECOMPOSIÇÃO DE MOVIMENTO
na horizontal: carrinho; jerica; porta-palete; "dumper"; "bob-cat" na vertical: sarilho; talha; guincho de coluna; elevador de obras
SISTEMAS DE TRANSPORTE SEM DECOMPOSIÇÃO DE MOVIMENTO
gruas: torre fixa; torre móvel sobre trilhos; torre giratória; torre ascensional guindastes sobre rodas ou esteiras bombas de argamassa de concreto
DE APOIO TÉCNICO/ADMINISTRATIVO
escritório do engenheiro e estagiário sala de reuniões escritório do mestre e técnico escritório administrativo recepção / guarita chapeira de ponto
ÁREAS DE VIVÊNCIA
alojamento cozinha refeitório ambulatório sala de treinamento / alfabetização área de lazer instalações sanitárias vestiário lavandeira
OUTROS ELEMENTOS
entrada de água entrada de luz coleta de esgotos potão de materiais portão de pessoal "stand" de vendas
DE COMPLEMENTAÇÃO EXTERNA À OBRA
residência alugada/comprada terreno alugado/comprado canteiro central
Fonte: adaptada de Souza et. al. (1997).

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Os elementos do canteiro podem ser, assim, aqueles que estão ligados diretamente
com o processo de produção, como por exemplo, os locais reservados no canteiro para
armação de ferragem ou carpintaria como mostra a Figura 04 ou também podendo estar
ligados de forma indireta, dando apoio à produção, no caso das áreas destinadas para estoque
de materiais no interior do canteiro de obras, conforme a Figura 05, complementando.
Complementando ainda, têm-se as áreas de apoio administrativo, os laboratórios para efetuar
testes e ensaios, entre outros.
Figura 4 - Carpintaria
Fonte: ALVES, 2012.
Figura 5 - Estoque de materiais
Fonte: RIBEIRO, 2011.

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Não podendo deixar de mencionar sobre as áreas de vivência, a norma
regulamentadora define exigências e recomendações, pois envolvem locais com grande
concentração de pessoas e possuem uma ampla variedade de elementos. A Figura 06 trás um
exemplo de áreas de vivência em um canteiro de obras.
Figura 6 - Área de vivência
Fonte: ALVES, 2012.
O PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção) é um documento que define a obrigatoriedade do cumprimento dos aspectos
contidos na norma para estabelecimentos com 20 ou mais trabalhadores. Neste documento
devem ser inclusos os projetos e especificações das proteções coletivas e um memorial a
respeito das condições e meio ambiente de trabalho, relacionando os serviços com os seus
respectivos riscos e doenças do trabalho, além de medidas preventivas.
Ás áreas de vivência, segundo Alves (2001), são destinadas a atender as necessidades
básicas humanas como alimentação, higiene, descanso, lazer e convivência. Nelas devem
existir: instalações sanitárias; vestiário; alojamento; local de refeições; cozinha; lavanderia;
área de lazer e ambulatório.
Para o dimensionamento das áreas de vivência, que incluem aquelas contidas no
parágrafo anterior, deve-se, criteriosamente, obedecer aos aspectos técnicos contidos na NR-
18. Assim, obter o mínimo de condições que envolvam conforto e segurança para os
trabalhadores que vão transitar e residir por um longo período no local.
Os sistemas de transporte também compõem o quadro de elementos, possuindo
diversas funções e extrema importância no desdobramento da construção, levando os
materiais às áreas de manufatura. Sobre estes elementos, que são os equipamentos de

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transporte, vê-se necessário dar atenção especial em seu dimensionamento que deverá ser
realizado por especialistas e pessoas legalmente autorizadas, conforme cita a NR-18.
2.4 FASES DO CANTEIRO DE OBRAS
O canteiro de obras pode ser dividido em fases, conforme a execução da obra evolui,
ou seja, no processo de produção ele toma diversas formas pela variabilidade que o
empreendimento pode assumir.
Segundo Formoso (1999), o canteiro de obras se apresenta sempre em constante
mutação, pois ao decorrer do prazo de execução da obra, é fato a existência de grandes
mudanças físicas das instalações do canteiro, conforme o transcorrer das etapas de construção
do empreendimento.
É fundamental a elaboração do projeto que venha melhor contemplar a fase de
execução da obra de modo geral, procurando eliminar ou reduzir todas as deficiências
presentes neles (FERREIRA e FRANCO, 1998).
A superposição de fases durante a implantação do projeto exige do gerenciamento o
controle dos componentes de cada fase, bem como a coordenação das interfaces entre elas, de
modo que nada se perca na transposição de uma fase para outra, visando-se sempre atingir os
objetivos preestabelecidos do projeto (LIMMER, 1997).
A diferenciação das fases do canteiro se dá pela demanda e tipo da obra e também em
função da tipologia do canteiro, em que canteiros estreitos ou restritos são dimensionados
com seus elementos posicionados de formas diferentes aos amplos.
Um exemplo da diferenciação das fases do canteiro em função da sua tipologia poderá
ser compreendido no estudo de caso deste trabalho, que se situa em um canteiro amplo em
que a liberdade do projetista é maior, e vem como facilitador, apresentando, assim,
possibilidades de alterar menos o layout do canteiro em função das fases da obra.
A seguir, conforme Barros (2009), as etapas do canteiro são listadas:
2.4.1 Fase inicial
A fase preliminar da instalação do canteiro de obras contempla as etapas de
movimentação de terra, demolição de edificações existentes, execução de contenções,
fundações e obras de drenagem, entre outros elementos que exijam a limpeza e planificação

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do local. Na Figura 07 mostra-se a limpeza e demolição de edificações na fase inicial do
canteiro.
Figura 7 - Limpeza e preparação do terreno
Fonte: PASTOR JR, ANO.
2.4.2 Fase intermediária
A fase intermediária é a etapa que mais possui movimentação de materiais e fluxo
humano dentro do canteiro, é o pico da utilização de mão de obra. Nessa etapa se executa o
corpo estrutural da edificação, e por isso, existe grande estocagem de materiais, fabricação de
concreto em grande quantidade, armação e volumes de produção majorados.
Figura 8 - Fase intermediária
Fonte: http://edificios.eng.br.

32
2.4.3 Fase final
A fase final da obra, passa pelos acabamentos e a grande diversidade dos serviços. É
necessário adequar o cronograma do desmonte do canteiro e limpeza do local juntamente com
o término da obra. Nessa etapa diminui a quantidade de mão de obra.
Figura 9 - Fase final do canteiro
Fonte: http://edificios.eng.br.
2.5 OBJETIVOS DO PLANEJAMENTO DO CANTEIRO DE OBRAS
Conforme cita Hermann e Langaro (2012, p. 02) “o planejamento do canteiro de obras
visa melhorar a utilização do espaço físico, organizar os materiais e ferramentas de forma a
dar eficiência, eficácia e segurança ao processo e aos profissionais”.
Para melhor interpretar o estudo, tomamos a explicação dada por Cardoso (1998)
diferenciando eficácia e eficiência, pois, com frequência, são utilizadas erroneamente como
sinônimos.
− Eficácia: capacidade de alcançar certos objetivos fixados. Como consequência, um
sistema, uma organização, um procedimento, etc. podem ser "eficazes" ou não. Como
exemplo, uma empresa pode ou não "ganhar uma concorrência".
− Eficiência: Capacidade de rendimento de um sistema avaliada, qualitativamente ou
quantitativamente, em face de certo nível de recursos de base (equipamento; homem; capital;
trabalho). Como consequência, um sistema (um sistema de produção, uma organização, um
procedimento, etc.) pode ter um "grau" de eficiência; ele pode ser "mais" ou "menos"

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eficiente ; pode-se igualmente "melhorar" sua eficiência. Por analogia, pode-se "comparar" as
eficiências de dois ou mais sistemas, organizações, procedimentos, etc.
Para Tommelein (1992) os canteiros de obras devem atingir alguns objetivos, partindo
do planejamento e, estes, estão divididos em dois grupos:
2.5.1 Objetivos de alto nível
Promover operações eficientes e seguras e manter alta a motivação dos empregados.
No que diz respeito à motivação dos operários, destaca-se a necessidade de fornecer boas
condições ambientais de trabalho, tanto em termos de conforto como de segurança no
trabalho;
2.5.2 Objetivos de baixo nível
Minimizar distâncias de transporte, minimizar tempos de movimentação de pessoal e
de materiais, minimizar manuseios de materiais e evitar obstruções ao movimento de
materiais e equipamentos.
2.6 LOGÍSTICA E CANTEIRO DE OBRAS
A seguir, serão apresentadas as principais características da logística, que podem ser
integradas ao canteiro de obras e, consequentemente, melhorar o processo da utilização dos
equipamentos de movimentação de materiais.
2.6.1 Conceito de logística
A palavra logística vem do francês logistique, e é parte da arte militar relativa ao
planejamento, transporte e suprimento das tropas em operações; esta definição está
conceituada nos dicionários contemporâneos, mas para haver a definição exata da logística
aplicada à engenharia civil e aos canteiros de obras, deve-se seguir o conceito elaborado por
estudiosos que levam em consideração os aspectos técnicos e empresariais do ramo. (Ballou,
1993).
Os principais estudiosos da área de logística que serão citados nesta abordagem são
Ballou (1993), Cardoso (1996), Vieira (2006) e Souza e Franco (1997).

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A logística pode ser definida como o planejamento e a operação dos sistemas físicos, informacionais e gerenciais necessários para que os insumos e produtos vençam condicionantes espaciais e temporais de forma econômica (DASKIM, 1985 apud VIEIRA, 2006, p. 19);
A logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos acabados com o fluxo de informações associado através da organização e seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades presente e futura através do atendimento dos pedidos a baixo custo. (CHRISTOPHER, 1999 apud VIEIRA, 2006, p. 19).
A partir das definições apresentadas acima, é possível perceber a evolução que o
conceito de logística obteve com o passar do tempo. A revolução das tecnologias da
informação e da comunicação abrange muitos conceitos que estão em constantes mudanças
envolvendo computadores, softwares, telecomunicações, ferramentas de acesso e recursos de
informações multimídia e tem impacto na logística.
Vieira (2006) menciona que a logística é, portanto, uma metodologia ou processo
administrativo que se baseia fundamentalmente na conscientização para o emprego de
conceitos, métodos, técnicas e procedimentos, assim como na utilização da tecnologia de
informação, de forma a encaminhar a maximização do nível de serviço e da produtividade
numa cadeia de suprimentos.
A logística pode assumir diversas ramificações dentre suas aplicações conforme há a
necessidade. Devido a essa adaptação, Colas (1997 apud SILVA, 1998) considera que a
logística não deve ser vista exatamente como uma etapa do processo de produção de um
empreendimento ou uma função administrativa de uma empresa construtora. Na verdade, ela
mobiliza uma pluralidade de funções administrativas dentro da empresa (comercial, projeto,
suprimentos, produção, etc.).
Haja vista a pluralidade de funções que a logística assume, alguns autores classificam-
nas adaptando sua essência ao local de aplicação, e ainda, conforme Cavalcante e Freitas
(2010), a visão dos autores em relação à logística muitas vezes é contraditória, embora todas
as afirmações tenham sua veracidade.
Ao abordar a área empresarial podemos citar a definição de Ballou (1993):
A logística empresarial trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável. (BALLOU, 1993, p. 24).

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E, complementando este conceito, Gomes e Ribeiro (2004) dizem que:
A logística empresarial estuda como a gerência pode prover melhor nível de rentabilidade aos serviços de distribuição aos clientes e/ou consumidores, por meio de planejamento organizado e controle efetivo das atividades de movimentação e armazenagem, objetivando facilitar o fluxo de produtos. (GOMES; RIBEIRO, 2004, p. 37).
Já ao entrar na área da construção civil podemos aproximar a definição de Cardoso
(1998) que conceitua a logística na construção civil como:
Um processo multidisciplinar aplicado a uma determinada obra que visa garantir o abastecimento, a armazenagem, o processamento e a disponibilização dos recursos materiais nas frentes de trabalho, bem como o dimensionamento das equipes de produção e a gestão dos fluxos físicos de produção. Tal processo se dá através de atividades de planejamento, organização, direção e controle, tendo como principal suporte o fluxo de informações, sendo que estas atividades podem se passar tanto antes do início da execução em si, quanto ao longo dela. (CARDOSO, 1998, p. 254).
Cardoso (1996) classifica a logística dentro das empresas construtoras quanto ao seu
alcance, em logística de suprimentos (externa) e logística de canteiro (interna), identificando,
assim, as principais atividades associadas à logística em uma obra. A logística de
suprimentos, externa ao canteiro de obras, pode ser comparada a logística empresarial em
alguns fatores.
A logística externa, conforme Cardoso (1996), trata do fornecimento (suprimento) dos
recursos materiais e humanos necessários à produção, destacam as atividades de planejamento
e processamento das aquisições, a gestão de fornecedores, o transporte dos recursos até a obra
e a manutenção dos recursos de materiais previstos no planejamento.
Por sua vez, segundo Cardoso (1996), a logística de canteiro compreende o
planejamento e a gestão dos fluxos físicos de produção através dos fluxos de informação que
se desenvolvem nas diferentes atividades do sistema de produção. Ela está mais voltada para o
interior do canteiro, para o seu funcionamento.
A logística interna, ou de canteiro, também pode ser denominada de “micro
planejamento flexível”, pois em seu conceito, Cardoso (1998) a define como sendo um
controle e um planejamento detalhado e contínuo dos fluxos físicos ligados à execução, em
intervalos de tempo curtos o suficiente para permitirem que se reaja imediatamente (de modo
“flexível”) após a constatação de um desvio, corrigindo o planejamento feito a nível de tarefa
ou operação (“micro”).

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Ainda caracterizando a ramificação da logística que abrange este estudo, pode ser
citada a logística reversa que aplica um conceito, como já identificado pelo nome, reverso na
cadeia de suprimentos, reutilizando materiais e suprimentos para haver minimização das
perdas e um controle ecológico na obra.
Marcondes (2008 apud ARAÚJO, 2009, p. 115) define logística reversa como:
um processo de planejamento, implementação e controle eficiente, de fluxos de matéria-prima, de inventário em processo, estoque, bens finalizados, custos e informações relativas a eles, do ponto de consumo para o ponto de origem, ou ainda para outro ponto de reaproveitamento, que se mostre mais viável, com o propósito de recapturar valor, criar valor, ou ainda dar disposição adequada, levando-se em consideração os requisitos técnicos, sociais e econômicos, sem significar necessariamente a transferência de responsabilidade pelos fluxos.
Segundo a Associação Brasileira de Movimentação e Logística – ABML, a logística se
faz necessária, pois é o conjunto de organizações que se inter-relacionam, criando valor na
forma de produtos e serviços, desde os fornecedores de matéria-prima até aquele que irá
consumir o produto final.
2.6.2 Logística e cadeia de suprimentos
Com base no citado anteriormente fica claro a necessidade de aprimorar os serviços de
logística dentro de um empreendimento, para fazer valer o critério de planejamento e
trabalhar com diversos elementos juntos em prol de uma mesma causa.
Vieira (2006) define a cadeia de suprimentos típica com três fases, que são: a fase do
suprimento; a fase da manufatura; e a fase da distribuição física, porém não é necessário que
obrigatoriamente todas as etapas sempre façam parte da cadeia de suprimento.
Segundo Vieira (2006) uma cadeia de suprimentos é formada, portanto:
− O Suprimento: que gerencia todo o processo relacionado à aquisição da matéria-
prima e componentes, ou seja, são atividades relacionadas com a obtenção de materiais e
componentes de fornecedores externos, caracterizando o início de um ciclo de cadeia
logística.
− A Produção ou Manufatura: que administra o fluxo de materiais e serviços dentro
do ambiente produtivo, ou seja, são atividades relacionadas ao planejamento, à programação e
o apoio às operações de produção.

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− Distribuição Física: que administra a demanda do cliente e dos canais de
distribuição logística. Deve-se ressaltar que essa etapa não ocorre na construção civil, ou seja,
o produto final não é distribuído para o cliente; o cliente é que vai ao encontro do produto.
Dentre as três grandes áreas da cadeia de suprimentos a que mais se destaca dentro da
construção civil é, justamente, a de produção ou manufatura, que corresponde à transformação
da matéria prima em produto final, agregando valor a ela. O importante nessa área é a
sincronização da produção com a demanda dos clientes. (VIEIRA, 2006)
É notável o grande envolvimento de agentes externos e internos no trâmite total da
cadeia de suprimentos, incluindo fabricantes, fornecedores, distribuidores, atacadistas,
varejistas, transportadoras, depósitos e, especialmente, os clientes. (VIEIRA, 2006)
O inevitável envolvimento de agentes externos à empresa vem motivando cada vez
mais a formação de parcerias ou alianças, em detrimento da forma tradicional da licitação por
menor preço, muitas vezes inconveniente. A ideia é fazer dessas parcerias um mutualismo,
com benefícios mútuos para as empresas envolvidas. (VIEIRA, 2006).
Com a compreensão das áreas da logística é possível pensar no canteiro de obras
sendo uma unidade fabril com departamentos internos e externos, fornecedores e um cliente
final. A interação entre os setores levará a garantir o fornecimento de materiais e serviços.
Segundo Vieira (2006) para que a logística assuma seu caráter integrador, deve-se
administrar através da tecnologia logística, fazendo com que um conjunto de atividades
organizadas e coordenadas entre si alcancem um objetivo comum e não seja somente uma
somatória de atividades isoladas.
2.6.2.1. A cadeia de suprimentos relacionada à construção civil
A cadeia logística, como conhecida na abordagem anterior, é aplicada às mais diversas
indústrias. A construção civil é uma indústria manufatureira, por transformar insumos em
produto final, nela não se estabelece uma das características da cadeia de suprimentos, que é a
distribuição física, pois o cliente é que vem ao encontro do produto e não o inverso. (VIEIRA,
2006).
Segundo Vieira (2006), a construção civil apresenta peculiaridades inerentes a si, e
que trazem diferenças pontuais se comparadas a uma indústria seriada. Uma das diferenças
tomada por base são os equipamentos, pois na indústria seriada são bem definidos e na
construção civil possuem grande variedade já que as linhas de montagem não são
padronizadas e poucas vezes repetitivas.

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Segundo Vieira (2006), outras peculiaridades da construção civil que podem ser
citadas neste contexto são:
− Indústria móvel, os processos, mão de obra, matérias-primas e equipamentos
mudam de local para local.
− Produção sujeita às intempéries – o produto é totalmente exposto durante sua
produção
− Cria produtos únicos e não seriados – encaminha a um padrão de baixa
repetitividade.
Para Sterman (1992 apud VIEIRA, 2006) os empreendimentos de construção
pertencem à classe de sistemas dinâmicos, completos e despadronizados. Estes sistemas são
constituídos de múltiplos componentes interdependentes, intervenientes, dinâmicos,
envolvendo vários ciclos de controles e com relações não lineares.
Por se tratar de uma indústria da transformação, regida pela etapa de manufatura da
cadeia logística e ainda possuir fatores únicos ao seu processo, a construção civil apresenta
atividades consideravelmente diversificadas, que envolvem grande variedade de tarefas,
materiais e componentes, requerendo mão de obra diferenciada.
Com a existência de múltiplas tarefas executadas simultaneamente, faz-se necessária a
alimentação com suprimentos para as áreas de trabalho, serviço e mão de obra. Dentre os
fornecedores, existem aqueles especializados em equipamentos de movimentação e métodos
construtivos. (VIEIRA, 2006)
A aplicação dos princípios da logística em canteiros de obras não é uma tarefa fácil e
deve ser realizada com auxílio de tecnologia e um preciso acompanhamento aos setores, pois
a construção civil funciona de uma maneira diferente de outras áreas industriais de
manufatura, sendo necessárias diversas frentes de serviços e dos mais variados materiais e
mão de obra para a realização do empreendimento.
Dois desses princípios que devem ser considerados nesta tarefa são o Princípio do
Trade-Off e o Just in Time, descritos a seguir.
2.6.3 Princípio do trade-off
“Para que se possa obter o custo final do produto mais adequado, a cadeia de
suprimentos deve ser gerenciada de forma integrada, ou seja, a logística empregada deve fazer
valer sua característica sistêmica”. (VIEIRA, 2006)

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Com este pensamento, é visto que um movimento em algum componente trará
consequentemente efeito sobre outros componentes de um mesmo sistema, ou seja, uma
alteração em determinado custo logístico pode influir diretamente em outro.
No entanto, “sabe-se da concepção sistêmica que a tentativa de otimização de cada um
dos componentes, isoladamente, não leva à otimização do sistema como um todo.” (VIEIRA,
2006).
Isto é, em um sistema logístico em que as partes se integram unidas para um objetivo
comum, é necessário fazer valer o princípio das compensações ou perdas e ganhos, desse
modo, é possível que se perca em alguns componentes do sistema para que se possa otimizar
o sistema como um todo. Esse princípio é conhecido como trade-off.
Como exemplo prático que vem a ocorrer em grande parte dos canteiros de obras, e
que influi diretamente no custo final da produção, é a compra de grandes quantidades de
determinado material, esta compra pode diminuir os custos em um primeiro momento, mas os
estoques, os possíveis custos com transportes e ainda o prejuízo com a ocupação de grandes
áreas traria perdas ao custo final.
2.6.4 Princípio just in time
O principio Just in time segundo Vieira (2006) é uma metodologia operacional que se
fundamenta no princípio de que nenhum insumo deve chegar ao local em que foi requisitado
sem que seja imediatamente utilizado, na quantidade certa, na qualidade certa e no momento
exato da sua solicitação, ou seja, sistema de produção sem estoque.
O objetivo principal é integrar as atividades de fornecimento e produção para que haja
o mínimo de estoques possíveis, sendo que basicamente o sistema se fundamenta no conceito
manufatureiro de “puxar” a produção ou sistema “pull” de manufatura, ou seja, na execução
de determinado produto, a demanda é conhecida, com certeza, sempre em resposta a pedidos
de clientes. (VIEIRA, 2006)
O princípio Just in time pode ser de difícil aplicação em um canteiro de obras, pelo
fato, como já mencionado, de haver diversas frentes de serviços, operações unitárias, não
possuindo um padrão contínuo de procedimentos. Mas é possível aplicar parcialmente ou se
aproximar dos resultados.
Por esse motivo, Vieira (2006) menciona que com o aprimoramento dos sistemas de
organização das empresas e dos canteiros de obras, mediante o planejamento adequado os
suprimentos e do seu layout, assim como com a correta seleção de fornecedores, poder-se-á

40
reduzir os problemas relacionados à ineficiência, perdas e desperdícios, descumprimentos de
prazos, produtividade e, dessa forma, atingir os padrões de qualidade e de nível de serviços
desejados.
2.6.5 Logística da informação
A logística representa a integração entre diversos agentes externos e internos que
trabalham juntos para um determinado fim. Este trabalho conjunto deve acontecer da maneira
mais harmônica e com o repasse de informações o mais rápido possível, sem perder conteúdo
ou haver distorções.
Para que todas as organizações dentro de um empreendimento possam integrar uma
perfeita rede de informações, incluindo os ambientes externos e internos, é necessário que as
informações fluam de uma maneira eficiente e coordenada, atingindo todos os segmentos,
sendo assim essa rede deve ser coordenada por uma implantação de tecnologias de
informações compatíveis.
Desta forma:
A logística da informação possibilita a manutenção, monitoramento controle e o aperfeiçoamento da comunicação e da operação entre os setores organizacionais e de produção. Tem como objetivo assegurar que as informações relevantes e precisas atinjam as pessoas certas no momento apropriado, possibilitando a execução eficiente dos processos que se utilizam destas informações. (VIEIRA, 2006, p. 25)
A logística da informação pode ser aplicada ao objetivo de melhorar o fluxo de
materiais em um canteiro de obras, pelo fato de aperfeiçoar a rede de informações entre
fornecedor, transporte e utilização do material. Ainda no enfoque deste benefício, pode-se
mostrar a melhora na operação dos equipamentos de movimentação, sem que haja
interferências dentre setores conferindo, assim, tempo ocioso a um equipamento.
Segundo Vieira (2006), a estrutura logística representa um dos principais focos de
usos estratégicos das tecnologias de informações. Possui sempre o objetivo de obter uma
operação ágil e confiável no menor tempo possível.

41
2.7 PLANEJAMENTO EM CANTEIROS DE OBRAS
Com a compreensão dos conceitos que envolvem o canteiro de obras e a logística,
pode-se agora promover a integração da logística nos processos que determinam o
planejamento de um canteiro de obras.
É extremamente importante planejar as etapas, elementos e layout do canteiro de obras
para assegurar que durante a etapa de manufatura, seja estabelecida boa qualidade de trabalho,
sem interrupções desnecessárias, retrabalhos ou outros fatores não produtivos, que interferem
diretamente nos prazos e na qualidade da obra.
Conforme cita Vieira (2006), a influência que o projeto logístico possui sobre um
canteiro de obras é muito grande. Os processos de deslocamentos e movimentação de
materiais, bem como a execução de atividades e a produtividade são ligadas diretamente à
logística no canteiro de obras.
Sendo assim, segundo Vieira (2006) quando se pensa no planejamento logístico do
canteiro o que se quer, na verdade, é caracterizar o planejamento do layout e da logística das
instalações provisórias, instalações de movimentação e armazenamento de materiais e
instalações de segurança.
Muitos autores discorrem sobre o planejamento do canteiro de obras e a metodologias
de como se proceder ao criar um projeto ideal para cada obra. Como há diversas ferramentas
que auxiliam na elaboração do projeto de canteiro, cita-se aqui, as principais que fazem
menção à equipamentos de movimentação de materiais.
Para Silva (2000) a gestão da logística de canteiro envolve as atividades de
planejamento, organização, direção e controle dos fluxos físicos na praça de trabalho.
Incluindo, portanto, a resolução de interferências entre os serviços, a implantação do canteiro,
a definição dos sistemas de transportes e dispositivos de segurança no trabalho.
No planejamento do canteiro de obras, existem as etapas preliminares, que preparam o
projeto do canteiro, o projeto em si, as atividades associadas ao projeto, que incluem os
equipamentos de movimentação de materiais e outras atividades posteriores. Para melhor
compreensão, abaixo estão citadas as ferramentas apresentadas por Silva (2000) no
planejamento do canteiro de obras.
- Estudos de preparação: Com objetivo de prever antecipadamente os problemas que
virão a ocorrer na obra. (Silva, 2000).
- Projeto do canteiro de obras: é definido por Ferreira (1998, p. 4) como:

42
serviço integrante do processo de construção, responsável pela definição do tamanho, forma e localização das áreas de trabalho, fixas e temporárias, e das vias de circulação, necessárias ao desenvolvimento das operações de apoio e execução, durante cada fase da obra, de forma integrada e evolutiva, de acordo com o projeto de produção do empreendimento, oferecendo condições de segurança, saúde e motivação aos trabalhadores e execução racionalizada dos serviços.
− Estudo da movimentação de materiais e áreas de armazenagem: Esta ferramenta
implica no estudo e definição dos equipamentos de movimentação de materiais, bem como a
definição das áreas de armazenagem e demais elementos de canteiro que são atividades
associadas ao projeto do canteiro. Essa etapa está restritamente ligada às características da
obra trabalhada e deve ser dimensionada para tal, por esse motivo, cada empresa deverá ter
sua forma de trabalhar. (SILVA, 2000).
− Projetos para produção: complementa as informações do projeto do canteiro
orientando o setor de manufatura, definindo, assim, as necessidades dos fluxos físicos na
produção. (SILVA, 2000).
− Listas de verificação para controle da organização do canteiro: possuem a função de
planejar e executar determinadas atividades comprovando se estas atividades foram
executadas corretamente. (SAURIN, 1997).
Dentro ainda da ferramenta de projeto do canteiro, Ferreira (1998) criou uma
metodologia para dimensionamento que se resumem a quatro etapas, estais quais:
− Programa de necessidades: Trabalha-se com metas para a produção, definindo
assim um planejamento estratégico para ela. As metas baseiam-se em previsões sobre a
duração de serviços, perdas, ritmo de obra, entre outros. (FERREIRA, 1998).
− Elaboração do estudo preliminar: planejamento tático da produção sendo
importante definir o processo construtivo e o plano de ataque, se baseando nas metas,
diretrizes e condicionantes da produção. (FERREIRA, 1998).
− Anteprojeto: Analisa a utilização de máquinas de transporte e a sua logística na
obra. Nesta fase é feito o planejamento operacional, definindo o cronograma e alocação dos
recursos materiais e humanos para a produção de todas as fases do canteiro; analisando as
alternativas de transporte. (FERREIRA, 1998 apud SILVA, 2000).
− Projeto executivo: consiste em detalhar os serviços já executados na etapa anterior,
dando corpo final ao projeto global do terreno. (FERREIRA, 1998).
O fluxo de materiais muitas vezes é o fator predominante para o arranjo físico. Para o
planejamento do arranjo, determina-se a melhor sequência de movimentação dos materiais

43
através das etapas exigidas pelo processo e da determinação da intensidade ou magnitude
desses movimentos. (SANTOS, 2013)
Segundo Lopes (1996 apud ELIAS et al. 1998), os seguintes procedimentos devem ser
seguidos para a construção de uma planta de layout:
1. Identificar todas as atividades:
a) elaborar uma lista de departamentos, áreas, operações ou características e verificar a
sua abrangência;
b) agrupar as atividades semelhantes num diagrama de organização;
c) reunir essas atividades em grupos, segundo algum critério.
2. Listar as atividades numa sequência de operações preferenciais:
a) estabelecer primeiro as operações produtivas e depois os serviços de apoio;
b) incluir as características do terreno.
3. Determinar as interligações entre cada par de atividades e as suas razões:
a) pelo conhecimento do projetista, das práticas de operação;
b) levando em conta todas as considerações, ou razões, da mesma forma que no caso
do fluxo de materiais;
c) discutindo com os responsáveis dos diversos departamentos ou setores.
4. Incluir todos os dados em uma planilha, pois ela será a base principal para o
planejamento das instalações:
a) a planilha funcionará como uma lista de verificação, assegurando que todas as
atividades foram listadas, bem como suas inter-relações com as demais;
2.7.1 Disposição de elementos no canteiro
Quanto à organização do canteiro, cada tipo de canteiro de obras corresponde a uma
forma de organização, já que existem diferentes formas de transporte e movimentação de
materiais e operários, diversos tipos de equipamentos, localização das instalações do canteiro
entre outros. A sequência de execução das atividades também variará conforme o
planejamento, podendo existir várias frentes de serviço sendo executada ao mesmo tempo
(SERRA, 2001).
Sobre a disposição dos elementos fabris dentro do canteiro de obras, pode-se
mencionar a proximidade entre as áreas de armazenamento, produção e equipamentos de
movimentação. Esta disposição influenciará diretamente na escolha dos equipamentos.

44
Diversos autores procuram identificar a provável localização dos elementos no
canteiro, dentre estes, Souza et. al. (1997) e Gehbauer et. al. (2002) utilizam a NR-18, a NBR-
12284 e a experiência adquirida no trabalho em diversas obras para criar sua metodologia.
As diretrizes para os elementos ligados à produção, e de apoio à produção, segundo
Souza et. al. (1997) e Gehbauer et. Al. (2002), devem sempre prezar a facilidade no fluxo de
materiais. E algumas das recomendações dadas estão listadas a seguir:
− Central de Argamassa: localizar próximo aos estoques de areia e aos equipamentos
de transporte vertical. Deve-se ter atenção com a interferência com outros fluxos de materiais.
(SOUZA et. Al., 1997)
− Pátio de armação: Localizar próximo ao estoque de aço que esteja facilmente
acessível ao transporte vertical. (SOUZA et. Al., 1997)
− Estoque de areia: Próximo ao portão de materiais, de preferência acessível
diretamente pelo caminhão basculante ou transporte horizontal. (SOUZA et. Al., 1997)
− Estoque de argamassa intermediária: Próximo à betoneira de produção de
argamassa e ao equipamento de transporte vertical. (SOUZA et. Al., 1997)
− Estoque de sacos de cal, cimento, argamassa industrializada, barras de aço e de
compensados para formas: Próximo ao portão de acesso de materiais. (SOUZA et. Al., 1997)
− Estoque de passarelas para concretagem: localizado ao pavimento próximo ao que
está sendo concretado, sendo que deve possibilitar fácil acesso aos equipamentos de
transporte de materiais. (SOUZA et. Al., 1997).
2.7.2 Disposição geral dos equipamentos de movimentação no canteiro
As diretrizes quanto a disposição dos equipamentos de transporte, tanto vertical
quando horizontal no canteiro faz parte da discussão da escolha da tecnologia escolhida para o
canteiro. (SOUZA et. Al., 1997). Pelo motivo apresentado, muitos dos equipamentos com
inovação tecnológica, serão dispostos no canteiro conforme a necessidade deste.
O estudo e planejamento do local exato devem ser realizados pelos profissionais da
área, e uma breve recomendação feita por Souza et. Al. (1997) é a montagem de um banco de
dados, com catálogos técnicos dos equipamentos que possam vir a serem utilizados, bem
como as características de uso de cada equipamento a partir da experiência vivida em obras já
executadas.
A instalação dos equipamentos deve buscar o melhor aproveitamento deles. "A
logística de montagem é o fator mais importante para receber estes serviços no canteiro. As

45
gruas, por exemplo, são montadas em função da logística da obra. Elas devem ficar em local
onde possam suprir vários pontos do canteiro”. (CORSINI, 2012)
As recomendações de vantagens no uso e disposição no canteiro serão mencionadas no
item que descrevem as características técnicas dos equipamentos.
2.8 INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Assim como já mencionado nos capítulos antecedentes a este, a logística, a disposição
dos elementos fabris no canteiro de obras, bem como a utilização dos equipamentos de
movimentação de materiais corretamente tem suma importância no processo construtivo e
influência direta nas fases da construção.
A literatura direciona grande importância também à inovação tecnológica dentro da
construção civil.
Barros (2001) cita o aumento significativo da demanda na construção civil que acaba
impondo forte ritmo à produção. Com isso, a exigência para o uso de equipamentos eficientes
e capazes de atender aos curtos prazos impostos, está cada vez maior.
Segundo Franking Jr e Amaral (2008) o acolhimento de tecnologias inovadoras faz
com que o setor cresça como um todo pela industrialização dos meios necessários a sua
produção. Ainda de acordo com Franking Jr e Amaral (2008) a tecnologia nos canteiros de
obras ainda se encontra defasada, mas as empresas, notando os inúmeros benefícios, vêm
investindo cada vez mais.
Freeman (1989 apud PINATT, 2013, p. 02) afirma que “inovação é o uso efetivo de
uma mudança não trivial e melhoria num processo, produto ou um sistema que é novo para a
empresa que desenvolve a mudança”.
Segundo Sabbatinni (1989 apud PINATT 2013) a introdução de um novo produto na
construção civil só vai ser considerada como uma inovação tecnológica se este trouxer novas
ideias e, com isso, avanços na tecnologia já dominada. A nova tecnologia deve trazer
benefícios maiores em relação a já utilizada, como maior desempenho, qualidade ou custo da
construção.
Conforme o disposto já apresentado sobre a engenharia civil e a sua peculiaridade em
relação às suas linhas produtivas, fica uma tarefa complicada implantar novas tecnologias no
setor, mas é de extrema importância que se vença as barreiras e se consiga implantar novos
métodos, equipamentos, processos, etc. (TATUM, 1986 apud PINATT, 2013).

46
Segundo Souza e Franco (1997) a adoção de novas tecnologias pode trazer uma série
de implicações ao processo produtivo.
A seguir, ainda segundo Souza e Franco (1997) são citados alguns exemplos da
mudança que a tecnologia pode trazer:
− Alteração da relação entre os tempos considerados produtivos e não produtivos;
− Redução no esforço físico dispendido pelo operário;
− Maior observância de recomendações ergonométricas;
− Alteração do tempo total demandado pelo serviço (ou obra);
− Alteração da quantidade e composição da equipe necessária;
− Natureza, distribuição e continuidade das operações;
− Alteração da quantidade de manuseio necessário;
− Alteração do grau de precisão conseguido nas operações;
− Possibilidades de planejamento da execução em maior detalhe;
− Alteração na flexibilidade quanto ao replanejamento de prazos;
− Alteração da variabilidade do processo;
− Alteração da organização e gestão da produção (novo ritmo da equipe, duração da
atividade, organização do canteiro, atuação dos operadores);
− Mudanças nas quantidades de serviços, mão-de-obra, equipamentos e instalações
no canteiro.
As vantagens advindas de novas tecnologias também se fazem aplicáveis aos novos
equipamentos de movimentação de materiais, que têm transformado as praças de trabalho em
locais mais organizados e com maior rendimento.
A implantação de novas tecnologias depende também da responsabilidade que as
empresas possuem, pois sem o comprometimento necessário, com investimento gradual e
contínuo não haverá a efetivação destas. (PINNAT, 2013).

47
3 EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS EM CANTEIROS
DE OBRAS
Com a contínua inovação tecnológica do mercado, inclusive relacionado aos
equipamentos de movimentação de materiais, é viável descrever estes novos equipamentos. A
presente seção tem por objetivo demonstrar a importância da utilização e difusão destes, bem
como descrever suas características técnicas, funções, fatores de dimensionamento e ainda
recomendações sobre segurança em sua utilização.
O transporte vertical e horizontal, segundo Gehbauer (2002), é um ponto chave em
qualquer canteiro de obra, pois 80% das atividades realizadas em um canteiro envolve algum
tipo de movimentação de materiais ou pessoas. Segundo o autor, um bom planejamento deve
ser feito a fim de dar maior eficiência ao transporte no canteiro, e, para isso, ele cita alguns
aspectos importantes a serem observados:
− A montagem dos equipamentos de transporte
− A disposição ideal para o depósito de materiais
− O fluxo de materiais, tanto quanto possível sem desvios, evitando depósitos
intermediários.
Para Lichnsteiner (1987), o uso dos equipamentos de movimentação de materiais no
empreendimento causa uma redução nos prazos e custos da obra, fazendo-se necessário a
discussão entre os administradores da obra sobre o uso ou não de determinados equipamentos.
Para Vallings (1976, apud BRANCO, 2013), os principais motivos para a adoção de
um equipamento por uma empresa são: aumentar a produção; reduzir prazos e custos;
executar tarefas que não possam ser executadas manualmente; eliminar trabalho manual
pesado ou trabalho monótono; manter a produção, quando existir falta de mão de obra.
As empresas relacionadas à construção civil estão constantemente na busca por
melhores práticas dentro do canteiro, a fim de obter um rendimento elevado sem aumento no
custo final. Dessa forma, é essencial um planejamento adequado relacionado ao canteiro de
obras e equipamentos de transporte.
Além da análise das questões financeiras e gerenciais, é necessário dar atenção aos
aspectos técnicos do equipamento de transporte a fim de melhorar a produtividade e
racionalizar os processos construtivos. Para isso, é determinante inserir este planejamento na
escolha do equipamento, dentro de um projeto de logística global da construção. (BRANCO,
2013)

48
Tratando-se da indústria de construção de edifícios, Oliveira (1994, apud BRANCO,
2013) destaca uma série de fatores que justificam a utilização de equipamentos no canteiro de
obras:
a) alguns equipamentos são capazes de substituir total ou parcialmente a mão de obra
qualificada na realização de determinadas tarefas;
b) há empreendimentos nos quais a exigência de reduzidos prazos de execução por
parte do cliente requer a utilização de equipamentos;
c) o emprego de equipamentos pode reduzir o custo final da obra;
d) em alguns casos, a exigência de um padrão de qualidade superior, não pode ser
atendida através do processo tradicional de construção;
e) alguns equipamentos proporcionam melhorias nas condições de higiene e segurança
no trabalho, aumentando a motivação da mão de obra e, consequentemente, criando um
ambiente mais propício à melhoria da qualidade e produtividade;
f) o emprego de determinados equipamentos torna possível o estabelecimento de um
ritmo de produção que dificilmente poderia ser atingido pelo processo tradicional;
g) alguns equipamentos possibilitam aumentar a escala de produção e a diversidade de
obras por parte das empresas de construção.
Nakamura et. al. (2014) afirmam que "A tecnologia deve favorecer a qualidade do
produto e o aumento da produtividade, garantindo a segurança dos trabalhadores". Essa
tecnologia poderá reduzir o tempo de produção, desde que seja segura, e que garanta a
produtividade. Além dos fatores mencionados anteriormente, é necessária uma análise
abrangente dos projetos e sistemas construtivos da construção. "No caso de equipamentos
como gruas, devem ser analisados se os fornecedores de materiais estão preparados para
fornecer seus produtos em paletes e qual o impacto de custo que a obra terá com isso"
(NAKAMURA et. al., 2014).
Para Pinho (2005), equipamentos de movimentação de materiaissão essenciais para a
montagem de estruturas metálicas ou pré-moldadas devido à necessidade de içamento e
deslocamento das peças. Ele afirma que manualmente não há como transportar essas peças,
além da impossibilidade da movimentação no sentido vertical da estrutura.

49
3.1 CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DOS EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO E
FUNÇÕES DENTRO DO SISTEMA CONSTRUTIVO
3.1.1 Guindastes
Os guindastes são equipamentos usados para içar peças de grande carga em grandes
alturas e distâncias. Lançamento de vigas pré-moldadas em concreto, movimentação de
insumos nas construções prediais e obras de montagens de estruturas metálicas, em geral, são
alguns exemplos de uso de guindastes que, em determinadas situações, pode ser a única
alternativa viável para a conclusão das obras com menor prazo e segurança. (CARVALHO,
2013)
Com avanço das tecnologias e com as diferentes aplicações para equipamentos
utilizados para movimentar materiais na construção civil, os guindastes foram agrupados
conforme suas características específicas.
Atualmente existem três grupos de guindastes: navio guindaste, guindaste de torre e
guindastes móveis. Como o navio guindaste é pouco utilizado na construção civil,
enfatizaremos o estudo dos modelos de torre e móvel. (CAMPBELL, 1988 apud SANTOS,
2013).
Campbell (1988 apud SANTOS, 2013) denomina guindastes como máquinas
projetadas com o objetivo de içar, movimentar e baixar materiais pesados, mais utilizados na
construção civil, indústrias e na área portuária. Os guindastes, de acordo com Santos (2013),
surgiram para facilitar e agilizar esses setores, já que, através deste tipo de equipamento, é
possível içar grandes peças prontas até o destino final na construção.
Os primeiros indícios do uso de guindaste foram na idade média, em que eles eram
usados na construção de grandes catedrais da Europa. Estes eram fixados no alto das paredes
ou muralhas enquanto elas eram construídas. Para içar os materiais, era utilizada a força de
homens que giravam duas grandes rodas uma de cada lado do guindaste. Os guindastes, neste
período, também começaram a ser utilizados em alguns portos medievais. (NEBRASCO,
2014)
Segundo Nakamura (2014), a escolha de um guindaste para içamento depende de
vários fatores como:
− Tipo de serviço a ser executado;
− Alcance da lança necessária;
− Altura máxima do içamento;

50
− Eventuais implicações de interferências no processo de movimentação das cargas;
− Peso da carga;
− Terreno para o deslocamento do guindaste;
− Tempo de execução da obra de acordo com o cronograma de planejamento;
− Condições de vento local.
Para Carvalho (2013), a operação de guindastes envolve altos riscos no canteiro de
obras, não somente com relação ao patrimônio, mas também com as pessoas no seu entorno,
pois qualquer falta de atenção ou descaso pode ocasionar acidentes sérios e com alto risco de
morte. De acordo com o mesmo autor, ter profissionais qualificados e equipamentos bem
dimensionados é investimento que assegurará que a operação ocorrerá sem surpresas.
É necessário um cuidado especial em relação à tabela de cargas do equipamento.
Carvalho (2013) recomenda a utilização do guindaste com no máximo 75% da capacidade
nominal descrita na tabela de cargas do equipamento, baseando-se em uma margem para
imprevistos como movimentos dinâmicos, ventos ou mesmo ajustes do terreno.

51
Tabela 2 - Tabela de cargas para guindastes
Carga Nominal Total
Raio (m)
Comprimento da Lança 10,70m 18,05m 25,4m 32,75m 40,10m 3 50000 3,5 50000 4 42500 29000 4,5 39500 28000 20000 5 36000 27000 19000 5,5 30300 24500 18500 6 25600 23000 18200 13600 7 19400 18900 17000 13600 8 15200 14600 15500 12500 8200 9 12100 11800 12800 11500 8200 10 9500 10600 10500 7600 11 6800 7700 8200 6800 14 4800 5800 6200 6000 16 3400 4400 4800 5000 18 3300 3800 4000 20 2500 3000 3200 22 1800 2300 2600 24 1800 2100 26 1300 1600 28 1200 30 900 Pernas de Cabo 12 8 5 4 3 Ângulo mín. 16 17 24 34 39 Ângulo máx. 69 76 78 78 77 Peso Moitão 515kg Fonte: adaptada de FREITAS (2006)
As capacidades de carga são baseadas na competência estrutural do guindaste e sua
margem de estabilidade. Para a escolha do equipamento correto devemos analisar a Tabela 02,
tabela de cargas, relacionando comprimento da lança com o peso suportado. Freitas (2006)
define cinco passos para a utilização correta da tabela de cargas:
− Primeiro passo: Obter o peso da peça a ser içada e somar a este o peso do moitão
(guincho de levantamento) utilizado, o peso da lingada, cabos, vigas etc.
− Segundo passo: Medir o raio de trabalho.

52
− Terceiro passo: Verificar o comprimento de lança que será necessário utilizar.
− Quarto passo: Verificar os quadrantes que serão utilizados no içamento (quadrante
de levantamento, quadrantes que a carga passará durante o giro e quadrante de descida da
carga).
− Quinto passo: De posse dos dados adquiridos acima, verificar se o peso total a ser
içado nas condições estabelecidas, é inferior ao peso descrito na tabela.
3.1.2 Guindastes móveis
Guindastes móveis se caracterizam por possuir uma lança conectada à base do veículo
que se projeta para adiante do equipamento. A lança possui variados movimentos, podendo
formar diversos ângulos, permitindo que o guindaste levante cargas em diferentes situações
sobre o solo. Outro movimento possível é o giro da lança segundo um eixo vertical, com um
raio de ação que pode se estender a 360° ao redor do guindaste. (PINHO, 2005).
3.1.3 Tipos de guindastes móveis
Conforme Pinho (2005), guindastes móveis possuem uma enorme gama de variedades
e características. São divididos basicamente em guindastes treliçados e guindastes
telescópicos ou hidráulicos, que serão detalhados a seguir.
3.1.3.1 Guindastes treliçados
Como o próprio nome diz, guindastes treliçados são aqueles que possuem sua lança
em forma de treliça metálica de seção quadrada ou triangular, semelhante à estrutura de um
guindaste fixo (grua). Diferentemente do guindaste telescópico, o operador deste guindaste
não tem controle sobre o tamanho da sua lança, já que esta é montada antes do uso, por isso é
necessário atenção na escolha para o guindaste atender todas as necessidades do serviço.
(PINHO, 2005)
Entre o pé (início da lança) e a ponta (fim da lança), podem ser instaladas diversas
seções treliçadas de comprimento fixo, intercambiáveis, unidas de forma a dotar a lança do
comprimento total desejado. (PINHO, 2005)
Existem alguns tipos principais de guindaste treliçados:
− Guindastes com mastro

53
Este tipo de guindaste possui diversos tipos de disposição da lança e do mastro. O
mais comum é o modelo sky horse (Figura 10), que possui seu mastro principal preso a um
menor mastro situado atrás do principal, onde pende um grande contrapeso que dá sustentação
ao guindaste (PINHO, 2005). É usado no içamento de cargas pesadas e normalmente é sobre
esteiras.
Figura 10 - Guindaste tipo Sky-Horse
Fonte: http://guindastestelescopicos.blogspot.com.br/2010/12.html
− Guindastes sobre caminhão
Basicamente é um guindaste instalado na carroceria de um caminhão. Este tipo de
guindaste é operado do lado oposto à cabine do caminhão (Figura 11). Não é permitido o
içamento de cargas sobre a região que contém a cabina do caminhão (Pinho, 2005).

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Figura 11 - Guindaste sobre caminhão
Fonte:
− Guindastes sobre esteiras
Semelhante ao guindaste sobre caminhão, porém é instalado sobre um chassi de
veículo de esteiras. Este tipo de veículo proporciona uma maior segurança em terrenos mais
difíceis. Geralmente são mais pesados e com maior capacidade, comparado ao modelo sobre
pneus (PINHO, 2005).
3.1.3.2 Guindastes hidráulicos ou telescópicos
Este tipo de guindaste tem sua lança, como o próprio nome afirma, de forma
telescópica, onde o comprimento da lança e seu ângulo são feitos por acionamento hidráulico
(PINHO, 2005).
As vantagens desse tipo de guindaste são que eles se locomovem em rodovias, e há
facilidade e rapidez na sua montagem. Pinho (2005) exalta a vantagem de dispensar a
montagem como os modelos treliçados, já que a lança já fica acoplada com a estrutura do
veículo (Figura 12). Um defeito deste equipamento apresentado pelo autor, é a acentuada
queda de capacidade, aumentando-se o comprimento da lança. Existem três tipos principais de
guindastes hidráulicos:
− Guindastes sobre caminhão
Este tipo de equipamento é capaz de viajar em autoestradas, eliminando a necessidade
de equipamentos para transporte do guindaste. Normalmente possui um sistema chamado

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slow-traveling, possibilitando o guindaste de se movimentar em uma velocidade baixa
enquanto suspende a carga. (COMEX, 2014)
Figura 12 - Guindaste sobre caminhão
Fonte: http://www.krandienstschulz.de.
− Guindastes sobre esteiras
Um guindaste sobre esteira é um guindaste montado sobre um chassi com um conjunto
de faixas (Figura 13), também chamados de esteira, que proporcionam estabilidade e
mobilidade.
Sua principal vantagem é que eles podem se movimentar no local e realizar cada
movimento com pouco set-up (ajustes), uma vez que o guindaste está estável em suas trilhas,
sem retranca. Além disso, ele é capaz de viajar com a carga. (COMEX, 2014)
A principal desvantagem é que eles são muito pesados e não podem ser facilmente
transportados de um local de trabalho para outro, sem despesas significativas. Normalmente,
um guindaste de esteira de grande porte deve ser desmontado e movido por caminhões,
vagões ferroviários ou navios à sua localização próxima. (COMEX, 2014)

56
Figura 13 - Guindaste sobre esteira
Fonte: http://www.liebherr.com.br.
− Guindastes Auto-Propelidos
Possui um chassi exclusivo para acoplagem do guindaste. Possui somente a cabine do
operador, a lança telescópica e dois eixos (Figura 14). (PINHO, 2005)
Figura 14 - Guindaste auto-propelido
Fonte: http://www.terex.com.

57
3.1.4 Guindaste de torre (grua)
O guindaste de torre se caracteriza pelo fato da lança ser suportada por uma estrutura
metálica vertical denominada “torre”, e esta lança pode ser horizontal, inclinada ou articulada.
(LICHTENSTEIN, 1987)
De acordo com Lichtenstein (1987), o maior objetivo da utilização de gruas é a
racionalização do transporte de materiais e componentes no canteiro de obras. Se a utilização
da grua dentro do canteiro de obras for bem planejada, a movimentação de cargas se torna
muito eficaz e segura.
A grua, segundo Gehbauer (2002), é um equipamento que proporciona muita agilidade
no canteiro, pois elimina o transporte manual quase que por completo, reduzindo
consideravelmente a contratação de mão de obra.
Geralmente a altura da torre aumenta conforme a edificação necessita. Este aumento é
feito através de acoplamentos de novos módulos ou por mecanismo de telescopagem,
dependendo do modelo. A altura total da torre se dá com a soma da altura do edifício a uma
altura livre de aproximadamente 6 metros. (LICHTENSTEIN, 1987)
O deslocamento da carga feito pela grua é realizado pela possibilidade de três
movimentos básicos que podem ser simultâneos: (LICHTENSTEIN, 1987)
• Içamento da carga
• Transição da carga ao longo da lança
• Rotação da torre em torno do seu eixo.
Além dos movimentos mencionados, existem guindastes de torre que dispõem de
outras formas de movimentação especificas. De acordo com o tipo de movimentação da carga
e a forma de fixação da grua, ela pode ser classificada como fixa, ascensional ou móvel sobre
trilhos. (LICHTENSTEIN, 1987)
3.1.4.1 Grua fixa
Pinho (2005) caracteriza grua fixa como o guindaste que tem a sua torre fixada no solo
sobre um bloco de fundação de concreto devidamente dimensionado para ancoragem da
estrutura da grua. Dependendo da altura total do equipamento e do modelo, é necessário um
travamento lateral da estrutura, seja na própria estrutura do edifício ou por meio de estais de
cabo de aço ligados ao solo.

58
A lança, que neste tipo de grua é que rotaciona sobre a torre é dividida em duas partes
com a cabine do operador ao centro (Figura 15). O lado maior contém um trole, que desliza ao
longo do seu comprimento. Neste trole está suspenso um ou mais cabos que suportam o
gancho de içamento, que suportará os materiais que serão transportados. A outra parte da
lança é mais curta onde fica o contrapeso e o guincho. Este contrapeso está instalado
diametralmente oposto à carga em relação à torre para proporcionar equilíbrio ao conjunto.
(PINHO, 2005)
Vantagens (LEAL, 2003):
− Se comparada às ascensionais, pode ter maior capacidade de carga e tamanho de
lança, além de não interferir no andamento da obra nas lajes.
− Também pode ser colocada entre duas torres para atendê-las em empreendimentos
com mais de uma edificação.
Desvantagens (LEAL, 2003):
− Deve ser reservada uma área do canteiro somente para a base da grua.
(LICHNSTEINER, 1987)
Figura 15 - Grua fixa
Fonte: STAIDEL, 2011
3.1.4.2 Grua ascensional
A grua ascensional possui as mesmas possibilidades de movimentação das gruas fixas
comuns, porém é fixada no interior da própria estrutura, geralmente no vão do elevador
(LICHNSTEINER, 1987).

59
Sua torre é apoiada em alguns pontos dos últimos pavimentos prontos. Ilustrado na
Figura 16. Conforme a edificação progride verticalmente, a grua é içada um pavimento acima
pelo sistema telescópico da própria torre da grua. (LICHNSTEINER, 1987)
Vantagens (LEAL, 2003):
− É utilizado menos materiais em sua montagem em relação às gruas fixas,
consequentemente diminuindo seu custo;
− Utiliza a própria estrutura do edifício, descartando a necessidade de uma base de
concreto individual.
Desvantagens (LEAL, 2003):
− Uma grua ascensional com lança longa sobrecarrega a estrutura que a sustenta pelo
aumento do peso próprio do equipamento;
− É necessária a retirada da grua para dar lugar aos elevadores internos do edifício;
− Esse tipo de grua também exige maior cuidado de impermeabilização.
Figura 16 - Grua ascensional
Fonte: STAIDEL, 2011
3.1.4.3 Grua sobre trilhos
Para Lichnsteiner (1987), a grua sobre trilhos possuem a mesma estrutura de uma grua
fixa, porém sua torre é fixada em trilhos que percorrem o canteiro (Figura 17).. O autor afirma
que é possível o movimento de translação entre todo o segmento de reta e até mesmo em
curvas com seu raio elevado.

60
Sobre a base de fixação da torre, Pinho (2005) afirma que a é instalada sobre chassis
metálicos sobre rodas, que se deslocam sobre a linha férrea do canteiro. Sobre este chassis são
colocados blocos de concreto formando um lastro para baixar o centro de gravidade do
conjunto, adquirindo uma maior estabilidade. O trilho também deve estar convenientemente
fixado ao solo.
Vantagens (LEAL, 2003):
− Pode atender diversas edificações ao mesmo tempo, como em conjuntos
habitacionais;
− Atende canteiro de obra com grandes extensões.
Desvantagens (LEAL, 2003):
− Como não possui ancoragem lateral nem sustentação por cabos, sua estrutura acaba
tendo uma limitação de altura e carga.
Figura 17 - Grua móvel sobre trilhos
Fonte: STAIDEL, 2011
3.1.4.4 Planejamento na escolha da grua
A grua tem como objetivo movimentar materiais de construção dentro do canteiro de
obras. Para a escolha do equipamento certo para executar este serviço, alguns parâmetros
devem ser levados em consideração. Pinho (2005) afirma que é preciso atenção em
determinados itens para o ideal dimensionamento da grua, como:
− Altura máxima da estrutura;

61
− Determinar a maior carga a ser içada, considerando os acessórios necessários para o
içamento;
− Melhor localização da grua, que deve ficar o mais próximo possível ao centro de
gravidade da edificação;
− O maior raio de operação que deve cobrir toda a projeção da obra;
− O maior momento de tombamento, dado por: Carga x Raio.
Além destes dados, é necessária a análise dos gerentes do empreendimento sobre
questões financeiras e gerenciais que possam implicar em impasses na aquisição do
equipamento. Caso contrário, pode ser decidido por adotar outros sistemas de movimentação.
(LEAL, 2003)
Optando por adquirir a grua, esta deve informar o calculista, pois este deve analisar as
cargas que este equipamento transmite ao corpo da estrutura no caso da grua ascensional. Na
grua fixa é necessário dimensionar a base e os esforços aplicados a estrutura do prédio no
caso de ancoragem à estrutura. (CARVALHO, 2003)
Outro fator a ser considerado é o consumo de energia elétrica. Segundo matéria da
revista Techné, uma grua consume em média 35kVA/h, com isso, ao analisar a possibilidade
do uso de duas gruas em uma obra, a demanda limite ultrapassaria o limite máximo estipulado
pela concessionária de energia elétrica. Nesses casos, a construtora deve avisar previamente a
concessionária e fazer outra entrada, do tipo estaleiro. (LEAL, 2003)
Segundo Leal (2003), o trabalho realizado por uma grua equivale a 12 funcionários.
"Índices como esse não devem ser aplicados sem que se baseiem nas condições reais do
canteiro", explica Ubiraci Espinelli Lemes de Souza, professor da Poli-USP. Dependendo do
caso, esse número pode ser muito maior ou muito menor, portanto, é contraditório buscar um
sistema pela economia com mão de obra e repassar os ganhos diretamente. (LEAL, 2003)
Tendo posse de todas as informações descritas anteriormente, já existem parâmetros
para especificação do equipamento ideal a ser adquirido.
Segundo Leal (2003), no Brasil geralmente é usado gruas com momento máximo de
360 toneladas metro (t.m) e lanças de 20 a 60 metros em obras de edifícios. Basicamente, é
necessário análise do pior caso possível, ou seja, movimentar o material mais pesado para o
ponto mais distante à torre da grua.

62
3.1.5 Treliça lançadeira
A treliça lançadeira é um equipamento automotor de grande porte que permite a
instalação de aduelas diretamente para sua posição definitiva. Essa solução é típica em pontes
de concreto protendido, pré-moldado ou pré-fabricado, onde não há a opção de realizar o
içamento das peças pelo método convencional. Essas treliças são mais utilizadas na
montagem de estruturas de concreto protendido devido ao grande peso próprio das vigas e
aduelas (PINHO, 2005).
Tarrataca (2009) descreve lançadeiras como elementos metálicos treliçados que
lançam as aduelas em seu destino final, simetricamente a partir dos pilares. A lançadeira é
equipada com um dispositivo móvel que movimenta cada aduela para a sua posição final
(Figura 18), onde é suspensa por dois tirantes. Esse dispositivo repete esta operação de
posicionamento para cada aduela. (TARRATACA, 2009).
Figura 18 - Dispositivo de suspensão das aduelas
Fonte: VSL Internacional
A revista M&T (2012), define treliça lançadeira como um equipamento autopropelido
e específico para o lançamento de vigas de concreto pré-moldado em obras suspensas.
A treliça anda sobre apoios metálicos transversais, como trilhos, e sobre esses trilhos, existe uma espécie de carro dotado de um sistema de rolamento longitudinal. São esses ‘carros’ que posteriormente realizarão o movimento da viga. (M&T, 2012, p. 11)

63
Essa operação permite o projeto de vãos de até 45 m de extensão. Para isso, utilizam-
se vigas pré-moldadas de até 120 t em trechos de obras curvos ou planos, com rampas
máximas de 6%. (M&T, 2012).
Segundo manual do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT),
as treliças de lançamento devem ser projetadas com comprimentos iguais a 1,5 vezes o
comprimento do vão a ser preenchido.
Atualmente há uma notória evolução na tecnologia das lançadeiras. Grande extensão
do vão, possibilidade de içamento de varias tabuleiros simultaneamente, construção em curva,
entre outros avanços são alguns exemplos.
Tarrataca (2009) considera o sistema mais comum de construção de pontes pelo
método do avanço sucessivo, o que envolve o uso de uma lançadeira numa posição superior à
superestrutura, sendo o sistema com lançamento inferior à estrutura muito pouco usado. Neste
sistema, a lançadeira é posicionada acima do vão a ser construído, apoiando-se nos pilares.
A lançadeira é equipada por um guindaste que é usado para colocar todas as aduelas
nas respectivas posições finais, onde são suspensas por intermédio de tirantes verticais
(TARRATACA, 2009).
O fornecimento de aduelas para o içamento é feito pela superestrutura já executada ou
através do solo (Figura 19) ou balsas no caso de pontes. Após o içamento de todas as aduelas
do vão através de um sistema de pré-esforço, estas pousam no seu lugar definitivo, ficando a
lançadeira desimpedida para se deslocar para o vão seguinte. (TARRATACA, 2009)
Figura 19 - Processo construtivo por avanço sucessivo
Fonte: VSL Internacional
3.1.5.1 Processos de montagem
Basicamente, o processo de montagem de uma ponte pré-moldada com o uso da treliça
lançadeira das aduelas pré-moldadas tem as seguintes etapas construtivas (TARRATACA,
2009):

64
1ª ETAPA - PREPARO DAS ADUELAS:
Esta etapa deve ser muito bem fiscalizada, já que as aduelas precisa ter o tamanho
exato especificado no projeto, e na sequencia correta de montagem (NAKAMURA, 2012). As
aduelas são fabricadas individualmente, usando moldes metálicos com dimensões reguláveis.
Na pré-fabricação, em alguns casos a aduela é concretada usando a aduela anterior, para obter
uma maior conformidade na hora do lançamento (TARRATACA, 2009).
2ª ETAPA – IÇAMENTO:
As aduelas só poderão ser transportadas quando o concreto atingir sua resistência
máxima. Após isso, as aduelas são transportadas até o local da obra, possibilitando a treliça de
realizar o içamento da peça até sua posição final (Figura 20). (TARRATACA, 2009)
Figura 20 - Içamento das aduelas
Fonte: http://2bangkok.com/images/2bangkok/Bridge/shenzen08.jpg
3ª ETAPA - COLAGEM COM EPOXI:
A cada içamento de aduelas, é aplicada uma cola a base de resina epóxi nas juntas das
peças (Figura 21) (NAKAMURA, 2012).
A função desta resina, segundo Tarrataca (2009), é lubrificar as faces das aduelas, a
fim de lubrificar e compensar as deformações na fase de montagem, reduzindo o efeito das
imperfeições.
Ao término da estrutura, esta junta com resina epóxi forma uma camada que protege
as bainhas de infiltrações de água. Normalmente as juntas têm entre 0,8 e 1,6 mm de
espessura (PODOLNY, MULLER apud TARRATACA, 2009).

65
Figura 21 - Aplicação da resina epóxi
Fonte: TARRATACA, 2009
4ª ETAPA - PROTENSÃO DEFINITIVA:
Com todas as aduelas içadas pela treliça, os cabos definitivos podem enfim ser
instalados em bainhas geralmente situadas no interior da seção de concreto, e posteriormente
é protendido para a obtenção da estabilidade (NAKAMURA, 2012).
3.1.5.2 Vantagens e desvantagens na utilização de treliças lançadeiras
As vantagens de se usar a treliça lançadeira na construção de uma ponte são, segundo
Tarrataca (2009):
− Método construtivo automatizado, rápido e muito eficaz em vãos de pequena e
média dimensão (30 a 50 metros). Permite a construção de um vão completo com aduela em
quatro dias. (tabela 03);
− Reduzida necessidade de mão de obra;
− Possibilita bons acessos às frentes de trabalho;
− Equipamento relativamente autossuficiente que permite içamento de aduelas por
vários métodos (retaguarda, frente e baixo);
− Capaz de operar grande variedade de aduelas em relação ao comprimento e largura.

66
Tabela 3 - Construção tramo a tramo com lançadeira
Fonte: adaptado VSL Internacional
Como desvantagens, Tarrataca (2009) cita:
− Possibilidade de vão com curva muito limitada, já que a maioria das lançadeiras são
retas. Para curvas muito reduzidas e vãos relativamente longos, é indicado outro método
construtivo. Portanto, existem algumas lançadeiras modernas que, através de rótulas,
consegue operar em curvas com raio de até 75 metros;
− Equipamento relativamente pesado e complexo, logo, de alto valor aquisitivo.
(THORBURN, MEYER, 2006 apud TARRATACA, 2009);
− Existe limitação com a largura da aduela e comprimento do vão.
3.1.6 Guincho de elevação
Guinchos de elevação, ou Carros de Içamento de Aduelas (Figura 22), são
equipamentos usados na construção de pontes pré moldadas, realizando o içamento e
montagem das aduelas para formação do tabuleiro de concreto protendido pelo método de
balanços sucessivos. As treliças são ancoradas sempre nas aduelas anteriores já protendidas e,
todos os esforços provenientes do içamento da nova peça são transferidos e resistidos pela
mesma. (MILLS, 2014).
Geralmente este equipamento tem 5m de comprimento e capacidade de carga em torno
de 100t a 600t (MILLS, 2014).

67
Figura 22 - Guincho de elevação
Fonte: MILLS, 2014
3.1.6.1 Partes do Guincho de Elevação
O carro é constituído por: cilindros principais, sistema de movimentação longitudinal,
bogie traseiro, dispositivo de ajuste do gancho de içamento, dispositivo de ajuste longitudinal
da unidade de içamento, dispositivo de ajuste transversal da unidade de içamento e carris
principais. Cada elemento da estrutura do carro, será detalhada a seguir conforme a Figura 23:
(MILLS, 2014)
Figura 23 - Partes do guincho de elevação
Fonte: MILLS, 2014

68
1. Cilindros principais:
Suportam o peso do Carro de Içamento e da própria aduela a içar (MILLS, 2014);
2. Sistema de movimentação longitudinal:
Este sistema é responsável por mover o Carro no sentido Horizontal, para deslocar-se
para a próxima aduela. Este movimento é feito através de cilindros acionados por uma
unidade hidráulica (MILLS, 2014);
3. Bogie Traseiro:
Este dispositivo está montado no bogie traseiro e é utilizado para regular a cota deste
podendo assim nivelar a estrutura principal do Carro. Os cilindros deste dispositivo são
acionados pela mesma unidade hidráulica que aciona os cilindros principais (MILLS, 2014);
4. Dispositivo de ajuste do gancho de içamento:
Este dispositivo é responsável pela regulagem da inclinação longitudinal da unidade
de lançamento da aduela durante o içamento. O cilindro hidráulico deste dispositivo ajuste é
acionado por uma bomba manual de baixa pressão. Este cilindro é de duplo efeito. Cada Carro
está equipado com 2 destes cilindros (MILLS, 2014);
5. Dispositivo de ajuste longitudinal da unidade de içamento:
Dispositivo usado para ajustar a posição longitudinal da unidade de içamento sobre a
treliça principal da estrutura do Carro. A unidade hidráulica usada para acionar este disjuntivo
é a mesma que aciona os cilindros principais (MILLS, 2014);
6. Dispositivo de ajuste transversal da unidade de içamento:
O dispositivo de ajuste transversal da unidade de içamento é usado para ajustar a
posição transversal da unidade de içamento e consequentemente a posição transversal da
aduela. Cada dispositivo de ajuste transversal da unidade de içamento consiste numa unidade
hidráulica acionando 2 cilindros de duplo efeito. A unidade hidráulica usada para acionar este
disjuntivo é a mesma que aciona os cilindros principais (MILLS, 2014);
7. Carris Principais:
Carris são trilhos onde a treliça é apoiada e se desloca longitudinalmente. Para facilitar
o deslocamento, existe entre a base da treliça e o trilho uma chapa de polietileno de alta
resistência, diminuindo o atrito entre as superfícies (MILLS, 2014);
8. Patins de deslize:
Dispositivo móvel onde o pistão de movimento longitudinal é fixado. O êmbolo do
pistão é capaz de deslocar a treliça/trilho 1 metro, após isto o patins é deslocado para próxima
furação do trilho, dando condição para mais 1 metro de arraste (MILLS, 2014).

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Em termos muito gerais um ciclo de utilização dos Carros de Içamento de Aduelas é
constituído pelas seguintes operações (MILLS, 2014):
1ª Etapa: o carro é avançado para a posição de içamento da próxima aduela e o
cilindro principal no bogie dianteiro é colocado em carga;
2ª Etapa: as treliças principais do Carro são niveladas e as amarrações do bogie
traseiro são montadas;
3ª Etapa: a aduela é içada;
4ª Etapa: a resina de colagem é aplicada;
5ª Etapa: através da unidade de içamento e de barras roscadas auxiliares a aduela agora
içada é encostada à anterior e protensada por estas barras auxiliares até que o protensado final
possa ser aplicado;
6ª Etapa: os carris principais são avançados para a próxima aduela;
7ª Etapa: logo7 ª ETAPA
Logo que o protensado final esteja aplicado o Carro é avançado sobre os carris
principais para a próxima posição de içamento.
Vantagens e desvantagens:
Este sistema tem como vantagens, segundo Thorburn (2006 apud TARRATACA,
2009):
− Simplicidade de operação;
− Econômico;
− Baixo peso do equipamento;
− Possibilidade do dispositivo de elevação ser facilmente adaptado para possibilitar
maiores fatores de segurança.
As desvantagens resultantes da utilização deste procedimento construtivo são
(THORBURN, 2006 apud TARRATACA, 2009):
− Necessidade de recolocar o dispositivo de pilar em pilar através de uma grua;
− O funcionamento do sistema resulta numa carga adicional temporária na
extremidade da consola, precisamente onde produz efeitos mais prejudiciais;
− Requer um considerável espaço para a sua instalação na superestrutura, o que pode
causar problemas no início da construção desta;
− Necessita de equipamentos auxiliares para a instalação da aduela 0;
− A admissão das aduelas, mesmo com os modernos equipamentos, tem de se
processar nas proximidades da consola em construção.

70
3.1.7 Pontes rolantes e pórticos rolantes
Maciel e Castro (2009) definem pontes rolantes como equipamentos utilizados para
transporte horizontal e vertical de materiais.
Utilizado em portos e depósitos para a carga e descarga de mercadorias, em
determinadas fábricas que necessitam de movimentação de materiais pesados e em obras para
o transporte de materiais e peças pré-moldadas de concreto. É bastante usado por ter elevada
capacidade de carga e velocidade de operação, além de poder fazer o transporte vertical e
horizontal dentro de sua área de trabalho. (MACIEL E CASTRO, 2009)
Corsini (2014) define ponte rolante como um equipamento utilizado no transporte e
elevação de cargas. Na maioria dos casos fica no interior de uma edificação, onde desloca
materiais no sentido vertical, horizontal e transversal. O equipamento se desloca sobre dois
trilhos elevados e paralelos (Figura 24), normalmente fixados na estrutura do prédio. Pode ser
classificado de acordo com a capacidade de carga ou, então, em função da frequência de
utilização (ocasional, leve, moderado, constante, pesado) (CORSINI, 2014).
Para Lenz (2012), ponte rolante é uma máquina de içamento e locomoção usada em
meio industrial para movimentação de materiais. A origem deste equipamento está nos portos,
onde até hoje são usados para transporte de grandes peças. Hoje são indispensáveis em alguns
setores industriais como siderúrgicas, indústrias de papel e celulose, montagem industrial e
metal mecânica (LENZ, 2012).
Figura 24 - Ponte rolante
Fonte: LENZ, 2012

71
Normalmente a capacidade de carga de uma ponte rolante varia de 0,5 a 300 toneladas.
As pontes podem ser montadas em pequenos vãos de aproximadamente 6 metros, ou em vãos
grandes de até 30 m (LENZ, 2012).
Existem também os pórticos rolantes e sua principal diferença para as pontes rolantes
está na sua sustentação, já que este modelo não depende da estrutura da edificação, pois no
pórtico há quatro colunas verticais (Figura 25) que suportam a viga superior e, estas colunas,
se deslocam sobre trilhos (CORSINI, 2014).
Figura 25 - Pórtico rolante
Fonte: LENZ, 2012
Lenz (2012) cita que, a diferença principal entre as pontes rolantes e os pórticos
rolantes é que a primeira possui vigas fixadas em cabeceiras rolantes, e no pórtico as vigas são
fixadas em colunas laterais, formando uma estrutura metálica em forma de pórtico que se
transporta sobre caminhos de rolamento ao solo.
A desvantagem destes equipamentos está em sua limitação quanto à altura, podendo
ser usados na construção civil apenas em pequenas edificações, e na sua locomoção, pois sua
utilização em um canteiro necessita grande espaço para os dois trilhos, ocasionando seu uso
apenas em canteiros de obra extensos, que necessitem a locomoção de peças principalmente
no sentido longitudinal (LENZ, 2012).

72
É necessário análise da situação para a escolha do equipamento adequado, pois há
diversos modelos de pontes rolantes que atendem necessidades específicas de acordo com o
tipo de instalação e capacidade de carga (LENZ, 2012).
3.1.8 Elevador de cremalheira
O elevador é um equipamento de grande importância na construção civil, pois é
responsável por grande parte da movimentação vertical de materiais dentro de um canteiro de
obra (CARVALHO, 2014).
Existem elevadores a cabo, mais convencionais nas obras brasileiras, e elevadores do
tipo cremalheira, que, por serem mais seguros, mais rápidos e com maior capacidade de carga,
mesmo tendo um custo superior ao elevador a cabo, estão tomando a preferência do mercado,
se tornando um importante equipamento no cenário da construção de edifícios no Brasil
(CARVALHO, 2014).
Antunes (2004) afirma que "O preço antes proibitivo está se tornando viável porque
acelera a velocidade do transporte vertical e traz segurança e eficiência".
O funcionamento mecânico do elevador de cremalheira se dá através de um pinhão
(engrenagem cilíndrica) ligado ao sistema de motor na cabine, que funciona acoplado a uma
cremalheira que é fixada na torre (Figura 26). O movimento de giro deste pinhão que provoca
a subida e descida da cabine (MECAN, 2015).
Figura 26 - Elevador cremalheira
Fonte: MECAN, 2014

73
A adoção do uso de elevadores de cremalheira também se deve à mudança da NBR
16.200 (Elevadores de Canteiros de Obras para Pessoas e Materiais com Cabina Guiada
Verticalmente - Requisitos de Segurança para Construção e Instalação), onde se exige tantos
requisitos ao elevador de cabo, que se torna mais viável a adoção do modelo de cremalheira.
Gehbauer (2002) considera os elevadores como os equipamentos mais adequados para
a mecanização do canteiro de obras. O autor afirma que mesmo em obras que possuem gruas,
os elevadores estão em condições de realizar uma parte dos transportes verticais, já que o
tempo de utilização da grua no içamento de materiais aumenta proporcionalmente à altura da
edificação. Além deste fator, existe o fato do elevador poder transportar os funcionários
verticalmente, reduzindo o tempo considerado improdutivo no seu deslocamento.
No mercado nacional, existem elevadores de cremalheira com capacidade de carga que
varia de 800 kg a 2 ton, e velocidade de 35m/min a 66m/min. Para a escolha do equipamento
ideal, é necessário a análise de um técnico experiente, pois se deve considerar o volume de
insumos a serem transportados por serviço, a capacidade do equipamento (carga e velocidade)
e o tempo de transporte e descarga por pavimento. Há também a possibilidade, caso a
empreiteira julgue necessário, de um modelo de cabine dupla, em que uma mesma torre pode
elevar duas plataformas distintas (CICHINELLI, 2013).
Um elevador de cremalheira é dividido em seis sistemas, que serão detalhados a seguir
(EKIPATECK, 2011 apud PEREIRA, 2011):
a) Cremalheira: instalada no módulo da torre, trata-se de uma peça fundamental na
estrutura do elevador, responsável pelo tracionamento da cabina junto com a motorização;
b) Conjunto de motorização: é instalado sobre o teto da cabina, e responsável pelo
movimento vertical (descida e subida) do elevador, o conjunto é composto por dois
Motorredutores SEW e dois freios tipo eletromagnético SEW (Freio de trabalho do elevador);
c) Freio de emergência: freio totalmente mecânico, atua de forma centrífuga e é
acionado quando o elevador ultrapassar a velocidade pré-estabelecida para funcionamento;
d) Quadro de comando: é a parte pensante do elevador, pois no interior do quadro
possui uma célula que interpreta e realiza todos os comandos solicitados pelo usuário;
e) Cancela de pavimento: é instalada em cada pavimento para evitar que seja acessado
o elevador sem que o mesmo esteja devidamente parado no andar, possui também uma
botoeira que permite acionar o elevador quando necessário;
f) Gravata: são utilizadas para realizar o travamento da torre do elevador com o
prédio, possui ainda a função de realizar o alinhamento da torre no momento de ascensão.

74
3.1.9 Apoio náutico
A utilização de balsas na construção civil se dá sempre que há a necessidade de
transporte de materiais, veículos ou pessoas sobre um curso d’água. Deve ser dada atenção
extra no transporte de grandes cargas em uma balsa, já que qualquer situação de distúrbio de
equilíbrio na distribuição de cargas pode ocasionar perda da sustentabilidade da balsa.
Algumas balsas possuem compartimentos estanques no casco que não são lastreados com
água para manterem o equilíbrio nestas situações. Alguns modelos mais modernos possuem
este recurso de forma automatizada. (GOMES, 2006)
Na maioria das vezes o uso da balsa é em locais com correnteza ou ondas. Portanto,
estas devem ser ancoradas para manter a estabilidade. É necessária muita atenção neste ponto,
já que qualquer movimento imprevisto pode representar graves riscos. (GOMES, 2006)
Em determinadas situações, é necessário um apoio náutico mais complexo, onde além
de balsas, são necessários rebocadores, lanchas de pequeno ou grande porte e até mesmo
cábreas, que são uma espécie de guindaste sobre uma balsa. (PINHO, 2005)
3.2 RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA QUANTO À UTILIZAÇÃO DOS
EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO
A segurança no canteiro de obras apesar de não ser o foco deste trabalho deve ser
mencionada graças ao envolvimento dos equipamentos de movimentação de materiais com os
riscos de acidentes. Estes riscos se dão devido ao não cumprimento das normas de segurança,
que buscam a efetiva utilização dos equipamentos de proteção individuais e coletivos, além de
adotar medidas de bom uso e perfeita qualidade dos equipamentos. Vieira (1994) define como
segurança do trabalho uma série de medidas técnicas, médicas e psicológicas, destinadas a
prevenir acidentes profissionais, educando os trabalhadores para que encontrem meios de
evitá-los, como também procedimentos capazes de eliminar as condições inseguras do
ambiente de trabalho.
Andrade (2003 apud ALVES, 2012) classifica as principais causas de acidentes de
trabalho em condições inseguras, geradas por falta de planejamento no canteiro de obras, e
atos inseguros, onde há a displicência ou não dos trabalhadores em atividade.
Entre as normas de segurança para ambientes da construção civil, destacam-se NR-6,
NR-12 e NR-18.

75
A NR-6 (Equipamento de proteção individual) define o uso de EPI como de
obrigatório dentro de canteiros de obra, e obriga as empresas a:
a) adquirir o adequado equipamento ao risco de cada atividade;
b) exigir o uso dos empregados;
c) fornecer somente EPI com registro no órgão nacional ao trabalhador;
d) capacitar o trabalhador para o uso adequado e conservação dos equipamentos;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada;
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou
sistema eletrônico.
Outra norma que visa aumentar a segurança e diminuir os riscos de acidente é a NR-18
(Equipamentos de proteção coletiva), que descreve sobre a atenção que deve ser dada ao uso
de Equipamentos de proteção durante o uso de equipamentos de carga como gruas, guindastes
e elevadores.
Já a NR 12 (Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos), o empregador
deve adotar medidas de proteção principalmente no dimensionamento e utilização de
equipamentos, a fim de garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores além de
adotar medidas apropriadas sempre que houver pessoas com deficiência envolvidas direta ou
indiretamente no trabalho. Ainda de acordo coma NR 12, as máquinas e equipamentos devem
ser submetidos à manutenção preventiva e corretiva, na forma e periodicidade determinada
pelo fabricante, conforme as normas técnicas oficiais nacionais vigentes e, na falta destas, as
normas técnicas internacionais.
A não conformidade da utilização e dimensionamento dos equipamentos de
movimentação e transporte além de trazer riscos aos trabalhadores pode interferir no
andamento físico da obra. Entra nessa questão o bom planejamento de um canteiro de obras,
que deve ser realizado para otimizar os espaços e utilização dos equipamentos.
Um ambiente com excessos de ruídos interfere na atenção das pessoas, atrapalhando a
comunicação e predispõe uma irritabilidade e, consequentemente, aumenta a probabilidade de
falha humana (FREITAS, 2006). Portanto, tanto o operador como qualquer funcionário que
trabalhe próximo a um equipamento de grande emissão de ruídos, necessita da utilização do
protetor auricular durante a operação do serviço.
Tendo em vista este ambiente prejudicial ao profissional atuante nesta área, o
Ministério do Trabalho e Emprego estipulou um tempo máximo de exposição do funcionário

76
ao ambiente com ruídos excessivos através da Norma Regulamentadora NR-15 da Portaria
3214 de 08/06/78, relacionando a quantidade de horas do trabalhador exposto ao barulho com
o valor de decibéis do ambiente, através da Tabela 04.
Tabela 4 - Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente
NPS dB Máxima Exposição diária permissível
85 08 horas 86 07 horas 87 06 horas 88 05 horas 89 04 horas e 30 minutos 90 04 horas 91 03 horas e 30 minutos 92 03 horas 93 02 horas e 30 minutos 94 02 horas e 15 minutos 95 02 horas 96 01 hora e 45 minutos 98 01 hora e 15 minutos 100 01 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 08 minutos 115 07 minutos
Fonte: Portaria 3214/78 Ministério do Trabalho e Emprego.

77
4 ESTUDO DE CASO: PONTE SOBRE O CANAL DE LARANJEIRAS
Neste capítulo, busca-se mostrar, por meio de observação “in loco” a utilização dos
equipamentos de movimentação de materiais na construção da Ponte Anita Garibaldi. O
acompanhamento desta obra foi realizado no decorrer de 760 dias e todos os dados técnicos e
informações construtivas foram retiradas de documentos, como instruções normativas,
manuais de fornecedores, editais da obra, entre outros.
Buscou-se apresentar os dados obtidos de maneira a enfatizar a utilização dos
equipamentos em cada etapa do processo, deixando claro, nesta descrição, o investimento em
inovação tecnológica, a utilização da logística e a busca pelo desenvolvimento com a
implantação de novas formas de construir.
4.1 APRESENTAÇÃO DA PONTE ANITA GARIBALDI
A Ponte Anita Garibaldi está sendo construída sobre o Canal de Laranjeiras no
município de Laguna, Santa Catarina, sendo que a cabeceira sul desemboca no município de
Pescaria Brava também em Santa Catarina. Ela possui como diferencial ser a primeira ponte
construída no Brasil em curva suspensa apenas por um plano central de estais, além do que,
traz equipamentos de grande inovação tecnológica e uma mobilização de materiais e mão de
obra, ainda não realizados nessa região.
A localização exata da construção desta obra é no km 313,093 até o km 315,923 da
Rodovia BR-101 trecho Sul, situado entre as divisas de Paraná/Santa Catarina e Santa
Catarina/Rio Grande do Sul. A Figura 27 mostra o esquemático da localização exata da ponte
em âmbito nacional.

78
Figura 27 - Esquemático da localização da obra
Fonte: dos autores.
4.1.1 Dados técnicos
A construção da ponte Anita Garibaldi faz parte das obras de duplicação da BR-101
trecho sul, que iniciaram ainda na década passada e estão hoje, em fase avançada de
conclusão, sendo que restam ainda poucos trechos de pavimentação asfáltica e conclusão de
obras de artes especiais, entre elas o estudo de caso em questão.
A necessidade da ampliação do trecho se deu pelo aumento do fluxo de veículos no
local e, ainda, procurando trazer os avanços necessários à região. Após a conclusão das obras
na ponte Anita Garibaldi, ela substituirá a atual travessia sobre a lagoa. A estrada existente é

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formada de pista simples, com cerca de 1 km de aterro sobre a lagoa e mais 400 metros de
ponte. A Figura 28 mostra uma imagem aérea do local antes do início das obras sobre o canal.
Figura 28 - Imagem aérea do local anterior ao inicio da obra
Fonte: Consórcio Camargo Corrêa / Aterpa M.Martins / Construbase
O início dos estudos sobre a construção da ponte datam de 2010, onde houve a
abertura do edital de licitação por parte do governo federal. Entre a disputa para vencer essa
licitação, quem apresentou o menor preço, R$ 597.190.345,20, foi o Consórcio Camargo
Corrêa / Aterpa M.Martins / Construbase, que hoje são os responsáveis pela construção e
entrega da obra com prazo estimado para 15 de maio de 2015.
O início das obras se deu em Junho de 2012 após diversos estudos realizados no local
para escolher a melhor alternativa entre as projetadas. Dentre os estudos realizados, e que se
encontram em documento público, podemos citar alguns traçados alternativos, como uma
ponte cortando a Lagoa do Imaruí, localizada adjacente à de Santo Antônio dos Anjos, ou o
alargamento da pista atual. A alternativa escolhida e que se encontrou dentro do exigido por
órgãos ambientais foi o atual projeto em execução, que afetará da menor maneira possível a
Lagoa de Santo Antônio dos Anjos e terá um custo atualizado de conclusão, após aditivos, de
R$ 654.238.650,54.
O projeto contempla uma ponte com vão estaiado e uma extensão total entre o centro
do primeiro apoio ao centro do último apoio de 2.830 metros. A ponte é construída com
elementos pré-moldados em sua superestrutura (Aduelas, Mãos Francesas e Pré-Lajes) e
possui dois trechos diferenciados, sendo um considerado “trecho corrente” que terá vãos de
40 e 50 metros e o “trecho estaiado”, com 400 metros de extensão, sendo um vão central de
200 metros e outros adjacentes de 100 metros cada. Neste trecho, se localizam os apoios com

80
o plano central de estaios. Para melhor compreensão da estrutura da ponte, pode-se observar o
esquemático nas Figuras 29, 30, 31 e 32.
Figura 29 - Esquemático longitudinal parte 1
Fonte: adaptado de Engevix Engenharia S/A.
Figura 30 - Esquemático longitudinal parte 2
Fonte: adaptado de Engevix Engenharia S/A.
Figura 31 – Esquemático longitudinal parte 3
Fonte: adaptado de Engevix Engenharia S/A.

81
Figura 32 - Esquema longitudinal parte 4
Fonte: adaptado de Engevix Engenharia S/A.
Os dados técnicos gerais referentes ao projeto e construção da ponte estão listados a
seguir, outros dados mais específicos, serão citados no item “fase construtiva” deste trabalho:
Extensão total: 2.830 metros;
− Número de apoios:
o Trecho Corrente: 51 Apoios;
o Trecho Estaiado: 2 Apoios.
− Número de vãos:
o Trecho Corrente: 2 vãos de 40 metros e 47 vãos de 50 metros;
o Trecho Estaiado: 1 vão central de 200 metros e 2 vãos adjacentes de 100 metros
cada.
− Largura da seção transversal:
o Trecho Corrente: 24,10 metros;
o Trecho Estaiado: 26,30 metros.
− Volume de concreto: Aproximadamente 97.000 m³ de concreto;
− Peso de aço: Aproximadamente 13.000 Toneladas de Aço;
− Número de pistas: 4 pistas com 3,60 metros e 2 acostamentos com 3,00 metros.
O alto investimento realizado trará, além de uma nova travessia sobre o canal e
desenvolvimento à região, um novo cartão postal para Santa Catarina, pois a magnitude desta
obra, com a beleza arquitetônica e a integração com o meio tornará ela única no Brasil. Na
Figura 33, com a maquete eletrônica, poderemos ter uma ideia de como ficará o local após a
conclusão da obra, e na Figura 34 o trecho estaiado em detalhe.

82
Figura 33 - Maquete eletrônica Ponte Anita Garibaldi
Fonte: Consórcio Camargo Corrêa / Aterpa M.Martins / Construbase
Figura 34 - Maquete eletrônica trecho estaiado
Fonte: Consórcio Camargo Corrêa / Aterpa M.Martins / Construbase
4.2 APRESENTAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS
O canteiro de obras, área esta destinada ao apoio de produção à obra, conforme já
apresentado, é do tipo amplo e possui aproximadamente 82.000 m² de área. Nesse, estão
localizados as áreas de produção, apoio à produção, equipamentos, laboratórios, áreas de
vivência, entre outros.

83
O local, que hoje possui o canteiro de obras instalado, teve de passar por análises antes
de ser escolhido, principalmente por parte de órgãos ambientais. Os estudos para localização
de sambaquis foram realizados e, neste local, nenhum tipo de estrutura histórica foi
localizada, liberando-o assim para uso. Além de estudos ambientais também foram levados
em consideração a localização do terreno escolhido, as dimensões, pois deveria abrigar toda a
estrutura de suporte, a facilidade de acesso à lagoa, entre outras.
O canteiro de obras da ponte Anita Garibaldi está localizado às margens da rodovia de
acesso ao município de Laguna, SC 436 – KM 02, e se estende até a Lagoa de Santo Antônio
dos Anjos, aonde permite o acesso às balsas e demais estruturas náuticas. Nas Figuras 35 e 36
podem-se observar as dimensões e estrutura do canteiro de obras sob duas referências, na
Figura 35 levando em consideração a lagoa e na Figura 36 levando em consideração a
Rodovia SC 436.
Figura 35 - Canteiro de obras, vista da lagoa
Fonte: Consórcio Camargo Corrêa / Aterpa M.Martins / Construbase

84
Figura 36 - Canteiro de obras, vista SC 436
Fonte: Consórcio Camargo Corrêa / Aterpa M.Martins / Construbase Após todas as análises e verificações ambientais se deu o início da construção do
canteiro de obras, a Figura 37 mostra o começo dos trabalhos de movimentação de terra e
instalação dos escritórios. A estrutura do canteiro de obras foi concluída em 6 meses, mas
ainda hoje é possível observar mudanças no canteiro, devido à busca pelo aprimoramento do
local e também pela mudança nas fases construtivas da obra.
Figura 37 - Obras no inicio da construção do canteiro de obras
Fonte: Consórcio Camargo Corrêa / Aterpa M.Martins / Construbase

85
Com a obra passando de seus 70% de conclusão, o canteiro de obras opera em força
máxima para atender as exigências das frentes de serviço. O quadro de funcionários registra
cerca de 1.700 pessoas trabalhando, contando todos os cargos e funções envolvidas.
4.2.1 Áreas de produção do canteiro de obras
Com o objetivo principal de estudar os equipamentos de movimentação no canteiro,
pode-se assim apresentar a área destinada à fabricação dos pré-moldados, bem como áreas de
estoque, dobra e corte de aço, áreas de apoio náutico, entre outras.
O porto do canteiro está localizado ao fim de sua extensão, onde faz o encontro com a
Lagoa de Santo Antônio dos Anjos, possui no local uma estrutura metálica que dá
possibilidade das pontes rolantes transportarem as aduelas pré-moldadas até as balsas. O porto
possui ainda uma grua de movimentação, para içar os materiais pesados para cima das balsas.
A Figura 38 mostra todas as estruturas e equipamentos que envolvem o porto.
Figura 38 - Porto canteiro de obras
Fonte: Camargo Corrêa / Aterpa M.Martins / Construbase.
As áreas de depósito de materiais, pré-moldados e pátios de fabricação estão
localizadas no centro do canteiro, entre o porto e os escritórios, que ficam às margens da
rodovia que dá acesso ao local. No pátio fabril, há grande produção de armaduras metálicas,
para estacas, pilares, consoles e aduelas. Nesse local, o grande destaque fica por conta da
produção das aduelas pré-moldadas que formam o corpo da ponte, e são essas estruturas que
trazem a necessidade de investimentos em equipamentos de movimentação de materiais, bem
como a treliça lançadeira, que posteriormente fará o lançamento “in loco”.

86
A Figura 39 mostra o início da fabricação das aduelas no pátio, etapa que ainda trazia
grande estoque de aço, formas, entre outros. Já na Figura 40 é possível observar que houve o
investimento em uma grua móvel no centro do canteiro, para melhor manejar os materiais que
são utilizados na produção das aduelas, e ainda a área destinada à estocagem de aduelas quase
atingindo seu nível máximo.
Figura 39 - Produção de aduelas
Fonte: Camargo Corrêa / Aterpa M.Martins / Construbase.
Figura 40 - Depósito de pré-moldados
Fonte: Camargo Corrêa / Aterpa M.Martins / Construbase.
Os equipamentos presentes no canteiro de obras, bem como toda a estrutura de suporte
à produção, estão localizados em pontos estratégicos que trazem benefícios para o andamento

87
físicos da obra. Os equipamentos, como as gruas, estão em locais que permitem um alcance
maior de sua lança, abrangendo assim diversos setores de produção, evitando transportes
longos e, evitando também, atrapalhar o fluxo de outros equipamentos.
4.3 EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO UTILIZADOS NA CONSTRUÇÃO DA
PONTE ANITA GARIBALDI
A construção da Ponte Anita Garibaldi permitiu que fossem conhecidos diversos
equipamentos inovadores na área de transportes de materiais, pois com a magnitude dessa
obra, só seria possível a sua conclusão com o auxilio de equipamentos que possuem a
capacidade de realizar o transporte rápido e seguro dos materiais utilizados.
Neste ponto vamos citar quais equipamentos inovadores estão sendo utilizados,
descrevendo seus aspectos técnicos específicos e os inserindo dentro de suas funções.
No capítulo, será feita a descrição das etapas construtivas da ponte, então, será
possível observar com maior detalhe os equipamentos trabalhando em suas respectivas
funções, sendo que cada etapa é determinante para a finalização da obra como um todo.
4.3.1 Gruas
Ao total, no canteiro de obras e na construção da ponte, são utilizadas quatro gruas.
Duas delas estão localizadas no canteiro de obras, uma do tipo móvel no pátio de armação,
conforme mostra a Figura 41 e outra do tipo fixa, localizada no porto, conforme a Figura 42.
As outras duas gruas são do tipo fixa e ascensionais e estão localizadas na construção dos
mastros do trecho estaiado. Na Figura 43 nota-se as gruas que dão suporte aos dois mastros.

88
Figura 41 - Grua pátio de pré-fabricados
Fonte: dos autores.
Figura 42 - Grua píer
Fonte: dos autores.

89
Figura 43 - Grua apoio mastro
Fonte: Consórcio Camargo Corrêa / Aterpa M.Martins / Construbase. As gruas utilizadas nesta obra têm o papel de auxiliar no transporte de formas,
estruturas metálicas, equipamentos, concreto e ainda posicionar materiais no local de
aplicação.
Na Tabela 05 estão localizados os dados técnicos das quatro gruas utilizadas na obra.
Tabela 5 - Dados técnicos das gruas
GRUAS (DADOS TÉCNICOS)
LOCALIZAÇÃO NA OBRA
ALTURA INICIAL
(m)
ALTURA FINAL
(m) TIPO
RAIO (m) (ALCANCE DA
LANÇA)
CAPACIDADE DE CARGA
(Kg) CANTEIRO DE
OBRAS PIER
40,00 40,00 FIXA 18,85 12.000,00
40,00 4.950,00 CANTEIRO DE
OBRAS PÁTIO DE ADUELAS
40,00 40,00 MÓVEL 30,00 5.200,00
60,00 1.400,00
MASTRO APOIO 35 30,00 75,00 FIXA
ASCENSIONAL 30,00 6.700,00
66,70 2.050,00
MASTRO APOIO 36 30,00 75,00 FIXA
ASCENSIONAL 30,00 6.700,00
66,70 2.050,00
Fonte: elaborada pelos autores.

90
4.3.2 Guindastes
Os guindastes utilizados são do tipo móvel sobre esteira e sobre rodas, podendo ser
hidráulicos ou treliçados. A quantidade de guindastes presente na obra varia de acordo com a
necessidade de utilização, já que estes são alugados por empresas terceirizadas. O número
máximo já presente na obra até o momento foram 18 guindastes trabalhando.
As funções dos guindastes se dividem conforme o local da aplicação. No canteiro de
obras, os guindastes trabalham na produção, auxiliando no transporte de materiais, como
formas e armaduras metálicas para a aplicação em estacas, pilares, consoles e aduelas. Sobre a
água, a sua aplicação pode ser determinada pela movimentação dos materiais até o ponto de
aplicação e principalmente o posicionamento de camisas metálicas e armaduras na execução
da infraestrutura e mesoestrutura. Sobre a ponte, após o lançamento das aduelas no vão, os
guindastes são responsáveis por transportar e posicionar os elementos pré-moldados laterais
(mãos francesas e pré-lajes) em sua posição.
Outra função com grande importância é o auxilio na montagem e desmontagem dos
equipamentos de lançamento de aduelas, tanto no trecho corrente, com a treliça lançadeira,
como no trecho estaiado, com a treliça móvel em avanço sucessivo. Este serviço só é possível
por meio de guindastes já que a estrutura dos equipamentos de lançamento de aduelas é de
grande dimensão e possuem peças pesadas.
Como há grande variedade de guindastes, suas características técnicas, variam muito
quanto sua utilização e necessidade de alcance da lança, alguns guindastes possuem
capacidade de içar cerca de 200 toneladas, como o da marca TEREX, modelo AC 200-1,
destacado na Figura 44 e outros 50 toneladas como o da marca XCMG modelo QY50K,
mostrado na Figura 45. A carga considerada nos dados aqui citados foi a capacidade máxima
de içamento, ou seja, aonde o alcance da lança está em seu mínimo comprimento.
O que define a utilização do equipamento mais adequado e a melhor estratégia de
içamento é o plano de rigging, que ainda busca fornecer, os desenhos demonstrativos de todas
as fases de içamento, as posições mais críticas e as folgas previstas em relação às
interferências.

91
Figura 44 - Guindaste TEREX AC 200-1
Fonte: http://www.terex.com. Figura 45 - Guindaste XCMG QY50k
Fonte: http://www.xcmgbrasil.ind.br/xcmg.
4.3.3 Treliça lançadeira
A treliça lançadeira é, nesta obra, o equipamento com maior importância, pois realiza
o lançamento das aduelas pré-moldadas entre os vãos do trecho corrente. A tecnologia que
acompanha este equipamento é de ponta, e demonstra claramente o quanto o investimento
nestes equipamentos pode trazer benefícios à obra, já que com ela, é possível fazer o
lançamento de um vão completo em quatro dias trabalhados.

92
A origem desse equipamento é portuguesa, fornecida pela empresa BERD, e foi
adquirido pelo Consórcio Construtor para diminuir o prazo de conclusão da obra.
Este equipamento é formado por componentes, entre eles estruturas metálicas, como
as vigas principais, pórtico de apoios, contraventamentos transversais e longitudinais,
plataformas de acesso, unidades hidráulicas, sistemas de içamento, ponte rolante, painel de
controle, entre outros.
Ela possui ainda a condição de se adaptar a vãos maiores ou menores conforme for a
solicitação da obra, isso permite sua reutilização futura. A Figura 46 mostra como é a treliça
lançadeira após o lançamento de um vão.
Figura 46 - Treliça lançadeira
Fonte: dos autores. A treliça lançadeira servirá para lançar ao total, 42 vãos com aduelas pré-moldadas
nesta obra, e em média possui um prazo de 4 a 5 dias para realizar o serviço de lançamento
completo de um vão, incluindo protensões longitudinais definitivas.
Alguns fatores podem atrapalhar o serviço da treliça, como fatores climáticos,
principalmente rajadas de ventos que não podem alcançar velocidades maiores do que 60
km/h para permitir o avanço da treliça ou o içamento das aduelas.
O equipamento completo possui um peso total de 565 toneladas. Os limites funcionais
dessa treliça lançadeira e para esta obra são descritos a seguir:
- Carga máxima do tabuleiro: 25 ton./m;
- Inclinação longitudinal máxima: 2,1%;
- Inclinação transversal máxima: 2,0%;
- Vento – velocidade máxima de rajada – avanço: 60 km/h;

93
- Vento – velocidade máxima de rajada – posicionamento de aduelas: 60 km/h;
- Curso de elevação: Aproximadamente 30 metros;
- Máximo peso da aduela: 90 Toneladas.
4.3.4 Ponte rolante
As pontes rolantes ou pórticos estão localizados no canteiro de obras, na área fabril,
especificamente no pátio de fabricação e estocagem de aduelas, no total são duas pontes
rolantes nesta obra.
Sua função principal é o de transporte das aduelas pré-moldadas já fabricadas até as
balsas, que aguardam receber as aduelas em baixo da estrutura metálica localizada no porto.
Esta função esta diretamente ligada ao prazo de conclusão de um vão pela treliça lançadeira,
pois só é possível a conclusão se houver o fornecimento e transporte das aduelas até o local
desejado.
Algumas funções também realizadas pelos pórticos são o de transporte de formas e
equipamentos no pátio de fabricação de aduelas.
Os pórticos rolantes são dimensionados especificamente para esta obra, e possuem
como dados técnicos os itens listados a seguir:
- Capacidade nominal: 60 Toneladas;
- Velocidade nominal de içamento: 6 metros por minuto;
- Altura total de elevação: 28 metros;
- Velocidade nominal do carro: 10 metros por minuto.
A estrutura dos pórticos possui altura de 12 metros e um vão principal de 25 metros. O
caminho que os pórticos percorrem pelo pátio fabril é de 450 metros, que é a distância entre o
início do pátio até o porto. As Figuras 47 e 48 mostram o pórtico e o transporte realizado até a
área de estocagem das aduelas.

94
Figura 47 - Pórtico no pátio de pré-moldados
Fonte: dos autores. Figura 48 - Pórtico pátio de pré-moldados
Fonte: dos autores. Como os pórticos possuem rodas e se movimentam sobre trilhos, eles são
considerados um trem tipo e necessitam de um piso dimensionado especificamente para
suportar seu peso e sua movimentação com as aduelas içadas. Então, para poder utilizar esse
equipamento, anteriormente houve a preparação de um pavimento capaz de suportar os
avanços do pórtico.

95
4.3.5 Treliça de avanço sucessivo
Este equipamento possui o mesmo objetivo da treliça lançadeira, que é a de posicionar
a aduela içada no local correto de sua aplicação, possibilitando acelerar o processo de
conclusão da construção da ponte. Mas diferentemente da treliça lançadeira, esta não iça todas
as peças do vão de uma só vez e sim uma unidade de pré-moldado por ciclo, avançando
sucessivamente toda vez que uma aduela é lançada, posicionada e travada.
Como seu método construtivo se baseia em balanços sucessivos, é possível atingir
vãos com comprimentos maiores, pois esta treliça apoia-se na aduela anterior para poder fazer
o lançamento de uma aduela posterior.
O equipamento é genericamente constituído pela estrutura metálica, plataforma de
trabalho e escadas, dispositivos de ancoragem à aduela já travada, equipamento hidráulico
com a função de nivelamento e ajuste do próprio equipamento e também da aduela pré-
moldada. Fazem parte da estrutura ainda, os guinchos elétricos, que são equipados com
sistemas de frenagem de segurança. A Figura 49 demonstra o equipamento já montado na
ponte.
O equipamento é fornecido pela empresa Mills, foi dimensionado para içar uma aduela
com largura de 10,62 metros, altura de 3,20 metros e comprimento de 3,30 metros. O
equipamento possui como dados técnicos de serviço estes apresentados a seguir:
- Peso total da estrutura: 21,7 toneladas;
- Capacidade de carga: 120 toneladas;
- Altura do alcance para içamento: Aproximadamente 16 metros
Figura 49 - Treliça de avanço sucessivo
Fonte: dos autores.

96
4.3.6 Equipamentos de apoio náutico
Como a construção da ponte inevitavelmente possui transporte aquático, a função das
balsas é de extrema importância, e praticamente todos os equipamentos e materiais dependem
deste transporte para poderem ser utilizados.
O Apoio náutico é o transporte sobre a lagoa de materiais e equipamentos, ele inicia
no porto do canteiro de obras, e se estende por toda a construção da ponte. Para haver este
transporte de materiais e apoio à construção, são disponibilizados em torno de 35 balsas e 15
barcos, possuem ainda rebocadores que fazem o transporte das balsas pela lagoa.
As balsas possuem diversas funções, mas aquelas que envolvem transporte de
equipamentos e materiais serão citadas aqui. No apoio à construção da infraestrutura,
mesoestrutura e superestrutura as balsas se encarregam de transportar os guindastes, assim
como apresentado na Figura 50, e ainda os materiais, como ferragens, formas, camisas
metálicas e o material retirado da lagoa no momento da escavação das estacas. A Figura 51
mostra o transporte de materiais pelas balsas.
Figura 50 - Balsas com guindastes
Fonte: Consórcio Camargo Corrêa / Aterpa M.Martins / Construbase.

97
Figura 51 - Balsa transportando armaduras metálicas para estacas
Fonte: dos autores. Como já dito, todas as etapas de construção da ponte são auxiliadas pelas balsas,
inclusive o lançamento das estruturas pré-moldadas (aduelas) na superestrutura, realizada pela
treliça lançadeira. A balsa é encarregada de levar as aduelas do porto do canteiro de obras até
o local de aplicação sob a treliça.
Um dado interessante é a profundidade da lagoa, que próximo às margens possui uma
profundidade de cerca de 1 metro e no centro da lagoa variando entre 2,5 e 3 metros de
profundidade. Para haver a utilização de todos os equipamentos náuticos previstos, foi
necessário realizar o rebaixamento do leito da lagoa, para assim criar um canal de navegação
onde os barcos, balsas e rebocadores podem trafegar sem perigo de encalhar em pontos de
pouca profundidade, prejudicando o andamento da obra.
4.4 SERVIÇOS EXECUTADOS NO CANTEIRO DE OBRAS
Os serviços executados no canteiro de obras são principalmente os de produção de
pré-moldados, fabricação das estruturas de aço utilizadas na infraestrutura, mesoestrutura e
superestrutura, bem como a produção de concreto e outros materiais que são necessários ao
andamento da obra.
No pátio de pré-moldados é feita a fabricação das aduelas, estruturas que são o grande
foco do canteiro e que imprimem maior mobilização de mão de obra e ferramentas. É no pátio
de pré-moldados que está localizada a grua móvel da obra, conforme já mostramos na Figura
41, do item equipamentos. Essa grua auxilia na produção das aduelas, fazendo o transporte

98
dos materiais produzidos nos locais de corte e dobra de aço até a aplicação na aduela em
produção.
4.5 FASE CONSTRUTIVA
A construção da Ponte Anita Garibaldi passa por diversas etapas construtivas, sendo
estas, dividas neste estudo, conforme a estrutura da ponte, que está apresentada em
infraestrutura, mesoestrutura e superestrutura.
Como já mencionado, o projeto dessa obra contempla dois métodos construtivos
diferentes, um denominado “trecho corrente”, que possui vãos de 40 e 50 metros e outro
trecho denominado “estaiado” onde se localiza os estais da ponte, com vão total de 400
metros. Todos os dois trechos são divididos em infra, meso e superestrutura.
O objetivo deste capítulo é demonstrar onde os equipamentos de movimentação de
materiais são utilizados e qual sua função dentro da construção.
Iniciaremos a apresentação da fase construtiva pela infraestrutura e posteriormente a
mesoestrutura e superestrutura, com as peculiaridades de cada etapa para os trechos estaiados
e corrente.
4.5.1 Infraestrutura
A infraestrutura da ponte é a etapa de execução de suas estacas, estas possuem em sua
grande maioria diâmetros de 2,50 metros quando escavadas em solo e 2,30 metros quando
escavadas em rocha. Alguns locais possuem diâmetros menores, pois nestes locais, se tornou
inviabilizado a escavação em grandes diâmetros. As estacas possuem profundidades variadas
conforme determinação do projeto, que foi baseado em investigação por sondagem no local.
As estacas mais profundas podem atingir mais de 70 metros, sendo que no centro da ponte,
todas as estacas ultrapassam os 50 metros de profundidade de escavação.
A execução da infraestrutura se da em etapas, o início do processo envolve a cravação
das camisas metálicas em solo, com a maioria destas alcançando a rocha em sua cota mais
profunda. A fase posterior ao término da cravação da camisa metálica é a escavação do solo
no interior dela, utilizando equipamentos de perfuração hidráulica. Ainda há a escavação em
rocha caso for necessário. Com a escavação concluída e realizada a limpeza no interior da
estaca, instala-se a armadura, içando todos os módulos até alcançar a cota de fundo da estaca.

99
Por fim é realizada a concretagem, com concreto submerso de 25 Mpa. O esquema da Figura
52 mostra como são as etapas da execução das estacas.
Figura 52 - Etapas de execução das estacas
Fonte: adaptado Brasfix
O processo de concretagem traz um estudo logístico, que envolve o tempo que será
realizado o transporte do concreto até o local de aplicação, bem como o trajeto percorrido.
Neste estudo sempre são considerados o volume de concreto transportado, as equipes
disponíveis e o tempo total de um ciclo, que é a saída dos caminhões betoneiras da central de
concreto até o retorno destes ao ponto inicial.

100
Nessa etapa, utilizam-se como materiais, camisas metálicas, armadura em aço e
concreto submerso.
A infraestrutura na etapa de execução das estacas é realizada da mesma maneira para
os dois trechos, corrente e estaiado, mas nas estacas do trecho estaiado houve a necessidade
da execução de um bloco de coroamento, que receberá os dois pilares da aduela de disparo
dos mastros. O bloco de coroamento, chamado de bolo de noiva por suas características é
apresentado na Figura 53, e foi construído em quatro camadas (etapas de concretagem), pois
possui mais de 1900 m³ de concreto. Nesta etapa, pelo volume de concreto utilizado, houve
um estudo logístico com o plano de concretagem do bloco, definindo as etapas, tipo de
concreto utilizado nas camadas, localização das balsas e caminhões bombas, etc.
Figura 53 - Bloco de coroamento infraestrutura - trecho estaiado
Fonte: dos autores.
Para a infraestrutura são deslocados equipamentos de transporte como balsas e
guindastes. Essas balsas transportam a partir do píer no canteiro de obras, materiais como aço,
camisas metálicas. Elas também servem de suporte aos guindastes, aos caminhões betoneiras
e aos caminhões bomba.
Os guindastes são utilizados em grande escala dentro da lagoa, nessa etapa, eles
servem para içar armaduras, como mostra a Figura 54, içar as camisas metálicas, posicionar
os equipamentos de perfuração e cravação sobre as estacas, bem como auxiliar na
concretagem. A Figura 55 mostra a utilização dos guindastes na infraestrutura.

101
Figura 54 - Guindaste içando armadura para estaca
Fonte: dos autores.
Figura 55 - Guindastes trabalhando na infraestrutura
Fonte: dos autores.
4.5.2 Mesoestrutura
A mesoestrutura da obra é formada pelos pilares, consoles, vigas travessas e calços. O
perfil longitudinal, inserido nas características da obra, mostram as estruturas desta etapa. Os
pilares são executados em diâmetros de 2,50 metros, assim como as estacas. Cada apoio da
obra possui dois pilares, e sobre os pilares estão os consoles, que são estruturas com
dimensões e características apresentadas na Figura 56. Alguns apoios possuem uma viga

102
travessa ligando os dois pilares, a necessidade da utilização da travessa se da pela mudança
entre trecho estaiado e corrente ou pela passagem da obra sobre o trilho do trem, a viga
travessa do apoio 34 é mostrada na Figura 57. Os calços são as estruturas que recebem o
aparelho de apoio e sobre estes as aduelas da superestrutura.
Figura 56 - Características dos consoles típicos do trecho corrente
Fonte: Adaptado Consórcio Iguatemi / Engevix Engenharia
Figura 57 - Viga travessa sobre o apoio 34
Fonte: dos autores.
A execução dos pilares inicia na preparação das formas metálicas sobre as estacas,
como mostra a Figura 58, posteriormente ao posicionamento correto da forma, é colocada a
armadura do pilar e então realizada a concretagem. O pilar é executado em etapas de

103
concretagem e sempre se repete o processo anterior. Lembrando que na concretagem é
necessária a mesma logística preparada na concretagem das estacas.
Figura 58 - Forma metálicas para pilares
Fonte: dos autores.
Os consoles, depois de concluído o pilar, será executado com cimbramento, assim
como mostra a Figura 59. Sobre o cimbramento são postas as formas e a armadura e então é
realizada a etapa de concretagem. Os calços são feitos posteriormente e cada console possui
dois calços.
Figura 59 - Escoramento metálico para console
Fonte: dos autores.

104
A mesoestrutura necessita da utilização dos mesmos equipamentos utilizados na
infraestrutura, como balsas e guindastes.
A Figura 60 mostra a utilização dos guindastes no içamento de formas para os pilares.
Os guindastes são utilizados ainda para içar as ferragens e auxiliar na concretagem. A Figura
61 identifica a utilização dos guindastes para içamento de ferragens sobre o console.
Figura 60 - Içamento de formas para consoles
Fonte: dos autores.
Figura 61 - Guindastes içando armadura metálica para os consoles
Fonte: dos autores.

105
4.5.3 Superestrutura
Esta etapa é realizada com o lançamento das aduelas pré-moldadas na superestrutura
da obra. Como o trecho estaiado é lançado com um equipamento diferente ao do trecho
corrente, dividiremos a execução destas etapas.
4.5.3.1 Trecho corrente
A superestrutura é formada pelos elementos pré-moldados (aduelas, mãos francesas e
pré-lajes), laje moldada “in loco” e defensa (central e lateral). Os elementos pré-moldados
como citado anteriormente são fabricados em canteiro e posteriormente levados à obra para
lançamento. A Figura 62 mostra um esquemático em um corte transversal de como é formada
a estrutura da ponte no trecho corrente.
Figura 62 - Esquema transversal trecho corrente
Fonte: Adaptado Consórcio Iguatemi / Engevix Engenharia
O lançamento dos materiais pré-moldados na obra é realizado pela treliça lançadeira e
por guindastes. É nesta etapa então, que entra em ação um dos equipamentos com maior
inovação tecnológica e um dos mais modernos hoje no mercado se tratando de construção de
pontes pré-moldadas. Esta treliça lançadeira de aduelas pré-moldadas é um equipamento
único no Brasil.
A etapa de execução da superestrutura está ligada diretamente com as outras já
mencionadas neste trabalho. Toda a logística do lançamento das aduelas inicia em sua

106
produção no canteiro, passa pelo transporte aquático e termina com o uso da treliça
lançadeira.
Um vão completo do trecho corrente é formado por 14 aduelas pré-moldadas, sendo a
primeira e a última com menor comprimento e que recebem as transversinas, pois são elas que
estão apoiadas no calço ao início e fim de cada vão. A Figura 63 é um corte longitudinal no
vão, mostrando as 14 aduelas presentes.
Figura 63 - Esquema longitudinal entre apoios
Fonte: adaptado Consórcio Iguatemi / Engevix Engenharia
Um ciclo de produção de um vão inicia com a fabricação das aduelas no pátio de pré-
moldados localizado no canteiro de obras, assim como já citado. A produção de um vão
completo leva em torno de 15 a 20 dias para conclusão. Após a cura completa dos elementos
pré-moldados, eles são transportados pelos pórticos rolantes do pátio de estocagem até o píer,
e então içados sobre as balsas, assim como mostra a Figura 64.
Figura 64 - Içamento das aduelas nas balsas
Fonte: dos autores.

107
Cada balsa pode transportar até duas aduelas por viagem. O transporte realizado por
elas sobre o canal criado na lagoa, leva em torno de 30 a 40 minutos. Com a balsa sob a
treliça lançadeira se inicia o içamento e execução do vão, conforme demonstra a Figura 65.
Figura 65 - Balsa com aduelas pré-moldadas
Fonte: dos autores.
A treliça lançadeira é capaz de sustentar um vão completo, ou seja, as 14 aduelas ao
mesmo tempo, possibilitando a protensão total do vão antes de qualquer avanço.
O equipamento possui um carro de içamento ou guincho como mostra a Figura 66. O
guincho possui na sua extremidade o equipamento chamado “spreader beam” que faz a
fixação do guincho na aduela. Todas as aduelas içadas e posicionadas são pré-suspensas pelas
barras Macaloy para assim liberar o guincho no trabalho de içamento da próxima aduela.

108
Figura 66 - Guincho da treliça lançadeira
Fonte: dos autores.
A sequência do lançamento do vão ocorre da seguinte forma:
− Içamento da última aduela, número 14;
− Alinhamento da aduela sobre o apoio;
− Fixação das barras de pré-suspensão;
− Liberação do Spreader Beam;
− Içamento e pré-suspensão das aduelas 13, 12, 11, 10, 09 e 08, como mostra a Figura
67;
− Içamento, posicionamento e pré-suspensão da primeira aduela;
− Içamento da aduela número 02;
− Passagem da cola epóxi na face da aduela fazendo assim a união entre duas aduelas;
− Protensão provisória entre aduelas com barras dywidag, Figura 68;
− Repetição do processo nas aduelas seguintes;
− Conclusão do lançamento do vão, Figura 69.

109
Figura 67 - Içamento das aduelas número: 14, 13, 12, 11, 10, 09 e 08
Fonte: dos autores.
Figura 68 - Protensão provisória entre aduelas
Fonte: dos autores.

110
Figura 69 - Lançamento completo do vão
Fonte: dos autores.
A protensão provisória é realizada para sustentar as aduelas fixadas durante a etapa de
lançamento do vão. Ela é realizada em cinco pontos da aduela e une uma aduela a outra por
barras de aço dywidag. Após o vão estar completo as barras são retiradas para serem
utilizadas no próximo vão.
Com o vão lançado por completo se inicia a protensão definitiva. Constituída por 27
cordoalhas de 15,2mm cada bainha, a protensão longitudinal definitiva é aplicada em 14
pontos, como mostra a Figura 70. Após a passagem das cordoalhas e a protensão realizada, é
injetado calda de cimento no interior das bainhas para proteção das cordoalhas.
Figura 70 - Furos para protensão longitudinal da aduela
Fonte: dos autores.

111
Com a finalização do lançamento de todas as aduelas, com ajustes geométricos já
executados e da protensão definitiva concluída, utiliza-se graute na base dos aparelhos de
apoio para, então, com a resistência do graute alcançada, aliviar as cargas da treliça lançadeira
transmitindo para os apoios definitivos.
Inicia-se então a fase de avanço da treliça para o próximo vão, levando em torno de
uma hora e vinte minutos para conclusão. A Figura 71 demonstra a operação de avanço da
treliça lançadeira para o próximo vão.
Figura 71 - Avanço da treliça para o próximo vão
Fonte: Consórcio Camargo Corrêa / Aterpa M.Martins / Construbase
Com o corpo da superestrutura lançado e a treliça lançadeira já avançada para os
serviços no próximo vão, iniciasse o içamento dos pré-moldados laterais (mão francesa e pré-
laje) pelos guindastes sobre o vão.
Primeiramente o lançamento das mãos francesas, estruturas com XX toneladas e
dimensões conforme mostra a Figura 72. Os guindastes que estão sobre a pontes içam a
estrutura e posicionam-nas em seu local de aplicação. A Figura 73 mostra um guindaste
elevando uma estrutura pré-moldada. Após o elemento estar em seu local de aplicação é
inserida uma barra de protensão para fixá-la no local. Essa barra sustentará a estrutura até a
concretagem da laje moldada “in loco”, pois nela são executados outros elementos de
protensão que auxiliam na sustentação dos pré-moldados laterais da ponte.

112
Figura 72 - Mão francesa
Fonte: dos autores.
Figura 73 - Serviço de içamento e posicionamento das mãos francesas
Fonte: dos autores.
As pré-lajes são colocadas entre as mãos-francesas, ficando apoiada nelas e
preenchendo o vão existente. Com as pré-lajes lançadas são realizados os serviços de armação
e concretagem das lajes moldadas “in loco”. Por último, é realizado o serviço de fabricação do
guarda roda.
4.5.3.1. Trecho estaiado
O trecho estaiado é formado também pelos elementos pré-moldados, mas possui
aduelas diferentes do trecho corrente. As aduelas do trecho estaiado são preparadas para o

113
recebimento dos estais, protensões longitudinais e ainda para suportar o grande vão central
deste trecho.
A superestrutura possui além dos elementos pré-moldados o mastro dos dois apoios
centrais. Esses mastros, localizados nos apoios 35 e 36 da ponte, conforme o perfil
longitudinal da obra, possuem mais de 60 metros de altura e recebem 26 estais cada.
A construção do mastro se dá em 22 etapas de concretagem. A forma do mastro é do
tipo deslizante e a concretagem no local é feita por baldes içados pela grua.
Neste local estão localizadas as gruas fixas ascensionais, cada mastro possui uma grua
que cresce juntamente com o andamento da construção do mastro. As gruas auxiliam na
montagem da ferragem, de formas e na etapa de concretagem, içando o concreto pelo balde
que o armazena.
A Figura 74 mostra as gruas auxiliando a produção nos mastros. Conforme já citado
no item de equipamentos, as gruas do trecho estaiado podem chegar a uma altura de XX
metros.
Figura 74 - Serviço auxiliar da grua no trecho estaiado
Fonte: dos autores.
Além das gruas, neste local está instalada para o lançamento das aduelas a treliça de
avanço sucessivo. Esse equipamento encontra-se já montado, mas ainda não foi utilizado, pois
as fases de lançamento das aduelas do trecho corrente ainda não iniciaram.
O processo de execução do içamento das aduelas no trecho estaiado de maneira geral
vai ser da seguinte forma:
− Início do ciclo com o avanço do carro sobre a aduela lançada;
− Nivelamento das treliças principais do carro;
− Amarrações traseiras são montadas;

114
− Fixação do guincho na aduela;
− Içamento da aduela até o ponto de aplicação;
− Colagem da aduela içada na anterior com resina epóxi;
− Protensão provisória com barras rosqueadas da aduela içada;
− Protensão definitiva aplicada;
− Avanço do carro sobre os carris principais para início de um novo ciclo.
A protensão provisória no lançamento destas aduelas é diferente da utilizada no trecho
corrente, pois quem realiza esta protensão é o próprio equipamento de lançamento. Com a
protensão definitiva aplicada é possível avançar o carro para o içamento da próxima aduela.
Com este ciclo entende-se a nomenclatura de treliça por avanço sucessivo.
Os elementos posteriores ao lançamento das aduelas, que são os pré-moldados laterais,
serão içados da mesma maneira como realizado no trecho corrente, pelo uso de guindastes.
Com o lançamento dos pré-moldados, concretagem das lajes, defensas e execução dos
mastros conclui-se a superestrutura da ponte no trecho estaiado. Como esta etapa está ainda
em fase de construção, não será possível descrever com maior detalhamento.

115
5. CONCLUSÃO
Este trabalho descreveu a importância da correta aplicação da logística nos canteiros
de obra, relacionando-a com o uso de equipamentos específicos para o transporte de materiais.
Para comprovar esta importância, foi realizado um estudo de caso da Ponte Anitta Garibaldi,
na cidade de Laguna, a fim de analisar a aplicação deste tipo de equipamento em uma obra de
grande porte.
Observando o cenário brasileiro atual, ainda há certo atraso das construtoras em
relação à aplicação da logística na construção civil, causando escolhas equivocadas dos
equipamentos e um atraso tecnológico nas obras brasileiras se comparadas a outros setores
industriais.
Contudo, já existe um aumento relevante da aplicação da logística nas construções,
trazendo ganho à produtividade da obra, tornando-se um fator a ser considerado pelos
engenheiros na elaboração e administração do empreendimento.
Além da logística, analisamos os diversos modelos de equipamentos de transporte de
materiais, notando a grandeza e importância destes para o bom andamento da obra.
Entretanto, devemos nos deter aos riscos que estes equipamentos causam se usados de modo
incorreto, mal dimensionado ou não condizente com as normas brasileiras.
Através deste estudo de caso, comprovamos que a escolha correta da utilização de
equipamentos de movimentação de materiais passa por um planejamento prévio. A utilização
da treliça lançadeira é um dos itens que mais interferiram na qualidade e no bom desempenho
desta obra, fazendo com que o prazo estimado de entrega reduzisse consideravelmente. Com
isso, confirma-se que esta obra é um exemplo nacional em relação a planejamento e logística
em canteiros de obras.
Entendemos que o bom desempenho de uma obra está vinculado ao planejamento e
organização do canteiro. Como futuros engenheiros, este trabalho nos faz concluir que é
preciso dar grande atenção às escolhas dos equipamentos e processos construtivos, com o
intuito de evitar perdas e desperdícios e aumentar a produtividade, reduzindo os prazos e
aumentando a lucratividade do empreendimento.

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