Conceitos Básicos de Motivação (Teorias Tradicionais e Abordagens Atuais)
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
MOTIVAÇÃO: O QUE MOVE UM COLABORADOR EM UMA EMPRESA
POR: VALÉRIA VASCO DE SOUZA
ORIENTADOR:
Prof.º CARLOS CEREJA
RIO DE JANEIRO
2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
MOTIVAÇÃO: O QUE MOVE UM COLABORADOR EM UMA
EMPRESA.
O objetivo desta monografia é identificar o que move um colaborador dentro de uma empresa e os tipos de ações que as empresas usam para promover uma onda de motivação em seus funcionários.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pois
sem ele nada seria possível.ao meu
marido Robson e aos meus filhos. Ao meu
pai, pelo seu esforço, pela confiança e
compreensão desta minha caminhada,
onde ele me ensinou a ver a vida com
dignidade, honestidade e me ensinou a
ter paciência nas minhas conquistas. A
você expresso minha eterna gratidão.
Também quero estender os meus
agradecimentos a minha mãe, que me
deu a vida com amor. Agradeço. Os meus
amigos que me ajudaram nessa minha
jornada...
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todas as mulheres
que lutam por seus direitos, por respeito e
dignidade. Que lutam pela sobrevivência,
por uma sociedade mais justa de paz e
amor. A todas vocês que buscam
igualdade, uma batalha que se estende
há séculos cheia de lutas e humilhações
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RESUMO
Este é um trabalho que busca entender o espírito motivacional em uma
organização. O foco será a motivação, o ambiente no local de trabalho, o
relacionamento inter-pessoal, enfim o recurso que faz acontecer nas
organizações: os recursos humanos. Como tema central será tratado a
motivação, buscando a realização pessoal e profissional Por sua vez, haverá
um aprofundamento no estudo quanto às questões de desmotivação e
insatisfação no trabalho e como estes fatores podem afetar as organizações na
condução de seus objetivos. Na introdução do trabalho será feita uma evolução
das motivação e os fatores que influenciam sobre ela, relações de trabalho de
maneira que possa se fazer uma reflexão sobre a situação atual das
organizações e a passada. Além disso, mostrar a importância dos recursos
humanos, que anteriormente eram vistos como apêndices das máquinas. Além
disso, serão apresentadas empresas que utilizaram técnicas simples de como
motivar mais os funcionários através de, por exemplo, uma melhor
comunicação interna ou um maior investimento na área de treinamento ou
mesmo a introdução de uma gestão mais participativa. Com a análise de
algumas empresas, chega-se a conclusão do que é mais viável na condução
da motivação, dependendo de cada situação, sempre com o apoio das
ferramentas de qualidade e de recursos humanos.
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METODOLOGIA
Este trabalho buscará apóio básico em pesquisas Artigos e livros na
área de Motivação. Além disso, consulta a revistas e exemplos práticos quanto
a situações vivenciadas nas empresas e novos métodos na área de gestão de
pessoas serão importantes na condução do trabalho.
Quanto aos livros utilizados, como bibliografia básica, pode-se citar os
livros Gestão de Pessoas que auxiliarão no desenvolvimento e entendimento
do assunto.
Os trabalhos acadêmicos realizados durante o curso de pós-graduação
serão importantes na aplicação dos conceitos de qualidade motivação
organizacional com a descrição das ferramentas e a sua aplicabilidade.
A consulta à bibliografia sugerida pelos professores também será uma
maneira de pesquisar materiais mais atualizados a fim de elaborar a
monografia. Além das fontes de consulta citadas, as anotações em sala de aula
poderão incrementar a monografia com alguma informação adicional.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPITULO I Conceito de motivação 11
CAPITULO II Motivação no trabalho 14
CAPITULO III Necessidade hierárquica segundo Maslow, Herberg e de Alferder
e suas comparações 18
CAPITULO IV O clima motivacional das organizações 23
CAPITULO V processo de mudança 28
CAPITULO VI Qualidade 31
CONCLUSÃO 35
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38
ÍNDICE 40
FOLHA DE AVALIAÇÃO 41
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INTRODUÇÃO
Esta monografia tem como finalidade expor, o tema da Motivação das
pessoas, esclarecerem o conceito e fazer uma pequena abordagem sobre as
principais Teorias da Motivação. A abordagem sobre as teorias vai ser
superficial apenas, pois existem trabalhos específicos sobre as Teorias do
Conteúdo e sobre as Teorias do Processo.
Foi elaborado no âmbito da pós-graduação em marketing, da
universidade Candido Mendes projeto a vez do mestre, está enquadrado num
conjunto de artigos sobre motivação. Como tal pode-se dizer que este é um
trabalho de âmbito mais geral.
A escolha deste tema deve-se ao fato de a Motivação ser uma das
grandes armas que os gestores têm para melhorar o rendimento das equipas e
com isso maximizar o lucro e a prestação da(s) sua(s) empresa(s), num
mercado cada vez mais competitivo, no qual só podem “sobreviver” as
melhores empresas, que conseqüentemente apresentem os melhores
gestores/lideres, e as melhores equipas de trabalho.
O problema abordado deve uma empresa fazer para motivar o seu
funcionário? Pois a motivação é todo o tipo de influência que traga vantagens
na conduta das pessoas para com o trabalho. São os gestores os responsáveis
por ajudar os subordinados a executarem o seu trabalho de forma eficaz e
eficiente Para se entender melhor o que é a motivação foca-se desde já três
aspectos considerados importantes: diferenças individuais, características do
trabalho e práticas organizacionais. O gestor tem de conhecer o empregado e
perceber como é que estes três fatores interagem com o comportamento do
empregado, embora algumas vezes, os fatores que afetam o comportamento
do empregado devam ser controlados pelo próprio gestor.
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A Justificativa deu-se primeiramente pela fundamental relevância de
motivar o profissional dentro da empresa em que trabalha, despertando nele
ânimo para agir em busca de novas conquistas e mostrar que nesta relação de
“movimento” não somente ganha o funcionário, mas também a empresa.
Quando falamos de motivação abrimos um leque de pensamentos como induzir
um funcionário a trabalhar, seu lado sentimental, condições de trabalho, justiça,
benefício construir habilidades, treinamento e oportunidade. As diferenças
individuais dos empregados são as necessidades pessoais, valores, atitudes,
interesses e aptidões que as pessoas trazem para os seus trabalhos. Como
estas características variam de indivíduo em indivíduo, também a motivação é
afetada por vários aspectos pessoais.
Os objetivos desta monografia são analisar as ações da empresa para
motivar seus funcionários e de que forma pode desmotivar o colaborador.
Hipóteses apresentadas é a ausência de motivação, o treinamento dos
colaboradores, benefícios, reconhecimentos e o tratamento dos colaboradores.
O trabalho foi delimitado nas empresas nacionais, obtendo informações
através de revistas, livros e artigos afins.
Esta monografia foi elaborada em seis capítulos no qual o primeiro
começamos com os conceitos da motivação no quais alguns conceitos foram
relatados, mais todos espessando um único propósito em comum, trazer um
bem estar à pessoa ou grupo motivado; no segundo capitulo abordamos
motivação no trabalho de que forma se estabelece uma corrente motivacional e
quais são as aplicabilidades; o terceiro capitulo apresentamos as necessidades
hierárquicas no qual citamos algumas teorias de pesquisadores consagrados
no âmbito de qualidade de vida; capitulo quarto discorremos sobre o clima
motivacional das organizações, como isso acontece, vimos que através de uma
troca vindo das organizações quanto dos colaboradores os dois elos devem
estar unidos para que isso ocorra; capitulo quinto o processo de mudança
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neste capitulo facilitamos o esclarecimento sobre o processo de mudança no
qual a mudança se da através de atitude, comportamentos e valores; capitulo
sexto a qualidade de vida, o estado almejado por todos, no qual alinha vários
estados como o bem estar físico, mental e emocional.
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CAPITULO I
CONCEITO DE MOTIVAÇÃO
Motivação envolve sentimentos de realização e de reconhecimento
profissional, manifestados por meio de exercícios das tarefas e atividades que
oferecem suficiente desafio e significado para o trabalho (Lopes, 1980 ; Ribeiro,
1994). É um processo que governa escolhas entre comportamentos; e uma
espécie de força interna que emerge, regula e sustenta todas as nossas ações
mais importantes. Geralmente é empregado como sinônimo de forças
psicológicas, desejos, impulsos, instintos, necessidades, vontade, intenção e
etc. (Aguiar, 1992).
É o objetivo que imaginamos possuídos pelos outros e que em geral
contamos encontrar em alguma meta imediata e notória, como ambição de
dinheiro, desejo de segurança ou esforço para ter prestígio (Johnson, 1997).
No entanto, as metas pelas quais as pessoas parecem lutar, ao serem
analisadas, freqüentemente são apenas meios de alcançar uma outra meta
mais fundamental (Johnson, 1997 ; Revista Ser Humano, 1997). Sendo assim,
a riqueza, a segurança, a posição elevada e todas as demais metas, que
supomos ser a "causa" do comportamento humano, não passam de
instrumentos de que se serve o indivíduo para atingir seu verdadeiro objetivo,
que é ter personalidade própria (Boss, 1997).
A maior motivação é tornar real a idéia que a pessoa faz de si mesma,
isto é, viver de maneira mais apropriada ao respectivo papel preferido, ser
tratado de modo correspondente à categoria que mais deseja possuir e obter a
recompensa que atinja o nível que o indivíduo considere equivalente às suas
aptidões (Bergamini, 1997 ; Pontes, 1996).
Segundo Aquino (1970) se há uma característica humana generalizada,
deve ser o hábito de todos procurarem, de maneira desajeitada e imperfeita,
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seguir o conselho que Polonius deu ao filho: "Acima de tudo sejas honesto
contigo mesmo".
Entretanto, existem muitas maneiras dos homens serem honestos e
muitas espécies de personalidades para com as quais podem ser sinceros, de
modo que, tal variedade resulta em uma enorme quantidade de motivações e
perspectivas da vida que se torna difícil considerar possível que tenham a
mesma origem fundamental (Aquino, 1981). A motivação humana é constante,
infinita, flutuante e complexa (Bergamini, 1997).
Durante muito tempo, pensou-se que os objetivos motivacionais fossem
genéricos, como mostram seus principais estudiosos, Maslow, McGregor e até
mesmo Herzberg. Ora acreditava-se que as pessoas buscavam
seqüencialmente determinados objetivos — isto é, tão logo tivessem atingido
alguns deles, partiriam necessariamente à busca de outros, também já
previsíveis — ora descobria-se que há objetivos que não são propriamente
perseguidos, mas são condições que asseguram a insatisfação das pessoas
num grau de desconforto mínimo, e que outros são realmente perseguidos e,
quando encontrados, de fato trazem muita satisfação ao indivíduo. Herzberg
denominou-os, respectivamente, fatores higiênicos e motivacionais (Bergamini,
1997; Kondo, 1994 ; Qualidade Total, 1996).
Não se pretende discutir nenhuma dessas teorias em particular, mas
tentar um novo enfoque, mais em termos de como se passa a psicodinâmica
interna motivacional, do que em termos de levantar os tipos de objetivos
perseguidos pelas pessoas (Chiavenato, 1991). Os estudos atuais da
psicologia, pelo fato de se terem refinado mais em termos de pesquisa das
diferenças individuais, mostram que essa tarefa seria praticamente impossível,
pois o ser humano é bastante complexo e ter-se-ia que trabalhar com um
número impraticável de variáveis, e não se poderia dimensioná-las
corretamente para que se esgotasse de maneira científica a realidade de
vivência do homem (Bergamini, 1997 ; Johnson, 1997).
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O assunto não comporta, portanto, uma quantificação, bem como uma
qualificação rigorosa e exatamente científica, mas muito da observação do
comportamento das pessoas pode ser utilizado para explicar alguns aspectos
interessantes sobre o tema (Davis & Newstron, 1992).
Não se pode fazer uma estimativa de quando se conseguirá abranger
devidamente todo o problema, mas é possível compreender o comportamento
motivacional, pelo menos se pensarmos em termos das surpresas que dia a dia
chefes e supervisores têm ao lidar com seus subordinados (Fleury & Fischer,
1989).
14
CAPITULO II
MOTIVAÇÃO NO TRABALHO
De acordo com Fischlowitz (1970), perante o intenso impacto
tecnológico e ao panorama de imprevisibilidade da ciência da administração e
estruturação gerencial, o foco de discussão quanto à margem de produtividade
está rumando no eixo de uma abordagem mais humanística como o aspecto
motivacional em uma cadeia de trabalho. O clima organizacional em uma
reunião rotineira na organização, o ambiente espirituoso de um brainstorming ,
comumente verificado no segmento da publicidade e propaganda, resumem a
amplitude e a conotação incisiva que a semântica motivacional atinge na esfera
conjuntural das empresas.
Para justificar a extensão da corrente motivacional e aplicabilidade do
material Humano, constatam-se as ramificações em diversos cenários, a
exemplo (Laurence & Horschi,1969) :Quais as exigências que se tem feito ao
engenheiro que trabalha como gerente?
· O que as empresas estão exigindo de um Psicólogo do Trabalho?
· É possível mapear a cultura organizacional do serviço público de todo um
Estado?
· Como lidar com o insucesso no recrutamento de pessoal?
· Devem-se utilizar testes psicológicos em processos de seleção de pessoal?
· O trabalho pode ser visto como sintoma?
· Qual a relação que existe entre as relações de trabalho e a administração de
recursos humanos?
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· Que teorias servem de base à Psicologia do Trabalho?
· Mas, em se tratando de trabalho, o que é manter uma pessoa ou equipe
motivada e quais os objetivos de se manter esta motivação?
Para isto é importante entender o que é motivação, o que motiva as
pessoas a prosseguirem de forma satisfatória em sua jornada de trabalho, o
que isto implica na qualidade de vida das pessoas e na sobrevivência de
empresas e empregado (Claret, 1998 & Kondo, 1994).
A integração e a produtividade do trabalhador são desafios difíceis e,
aparentemente, até impossíveis de serem obtidos na conjuntura atual, em que
o conflito entre o capital e o trabalho aumentou de maneira assustadora em
todas as partes do mundo (Berger, 1986).
A motivação no trabalho tem raízes no indivíduo, na organização, no
ambiente externo e na própria situação do país e do mundo em determinado
período de tempo. Por exemplo, uma situação de inflação elevada exerce forte
pressão de insegurança e insatisfação no trabalhador. Há um consenso entre
grande parte dos psiquiatras de que certos males, como hipertensão, enfarte e
úlcera, não são problemas de fundo psíquico, mas de problemas econômicos,
políticos e sociais.
Uma pessoa motivada ou desmotivada é produto do somatório de uma
gama de fatores (Claret, 1998).
O que todos gostariam de fazer é criar um ambiente no quais pessoas
gostem de trabalhar e no quais as pessoas trabalhem bem, um ambiente de
trabalho que ajude a enriquecer a vida dos trabalhadores. Este ambiente
deveria satisfazer tanto os requerimentos do trabalhador quanto do seu
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empregador, atendendo as necessidades da comunidade como um todo
(Goniliart & Kelly, 1997).
A criação de tal ambiente parece bastante complicada, pois presume um
acordo entre pessoas e pessoas são totalmente diferentes umas das outras.
Mas o fato de as pessoas serem diferentes entre si torna-se o que elas têm em
comum e é um bom ponto de partida (Iman, 1996; Kannane, 1995).
Segundo Iman (1996), "Motivação" enxerga o compromisso do indivíduo
para o trabalho e seu local de trabalho do ponto de vista dos fatores internos a
ele, das necessidades individuais, gostos e preferências.
Cada indivíduo tem tendência a desenvolver certas forças, que são
produto do ambiente cultural que vive afetando a maneira pela qual a pessoa
encara seu trabalho e sua vida pessoal (A Empresa, 1996). Aqui destacarei
algumas forças dominantes
É a força que algumas pessoas têm de vencer desafios e obstáculos
para alcançar seus objetivos. Onde a realização é mais importante do que
alguma recompensa que possa acompanhá-la (Lessa, 1999).
Pessoas motivadas pela realização trabalham mais, quando seus
supervisores oferecem uma avaliação detalhada de seus comportamentos no
trabalho e tendem a escolher colaboradores que sejam tecnicamente capazes,
sem se importar com os sentimentos pessoais que possam ter por eles (Lessa,
1999).
É um impulso para o relacionamento com pessoas em bases sociais
(Bergamini, 1997).
As pessoas motivadas pela afiliação trabalham melhor quando elogiadas
por atitudes favoráveis e de cooperação, e tendem a escolher colaboradores
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amigos para estarem a sua volta, pois desejam liberdade para desenvolver
relacionamentos amigáveis no trabalho (Bergamini, 1997).
É um impulso para fazer um trabalho de alta qualidade. Empregados
motivados pela competência procuram o domínio do trabalho, o
desenvolvimento das atividades de resolução de problemas e esforçam-se em
ser inovadores. Em geral executam um bom trabalho devido a satisfação
interior que sentem ao fazerem isso.
As pessoas motivadas pela competência também esperam um trabalho
de alta qualidade daqueles com quem interagem e podem tornar-se
impacientes caso o trabalho saia com um nível inferior (Lessa, 1999). Sua
preocupação com a qualidade do trabalho é tão grande que a quantidade da
produção e a importância dos relacionamentos humanos ficam em segundo
plano (Bergamini, 1997).
É o impulso para influenciar pessoas e mudar situações. Criam impacto
nas Organizações e assumem os riscos de criá-los (Coda, 1905). Uma vez
obtido, o poder pode ser usado construtiva ou destrutivamente. Existem dois
tipos de motivação pelo poder:
· NECESSIDADE DE PODER INSTITUCIONAL – é a necessidade de
influenciar o comportamento dos outros para o bem de toda a organização. As
pessoas com essas características se tornam excelentes administradores.
· NECESSIDADE DE PODER PESSOAL – é a necessidade de influenciar o
comportamento dos outros para prestígio pessoal. As pessoas com essas
características têm tendência a ser um líder mal sucedido.
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CAPITULO III
NECESSIDADE HIERÁRQUICA SEGUNDO MASLOW,
HERZBERG E DE ALFERDER E SUAS COMPARAÇÕES.
Os motivos do comportamento humano derivam de forças interiores do
próprio indivíduo. Algumas necessidades são conscientes, outras não
(Bergamini, 1997).
Segundo Maslow, as necessidades humanas podem ser dispostas em
forma de pirâmide. Na base da pirâmide estão as necessidades mais baixas e
prementes enquanto no topo ficam as mais sofisticadas e intelectualizadas.
NECESSIDADES FISIOLÓGICAS: são as necessidades inatas, ou biológicas.
Sua principal característica é a premência e exige satisfação cíclica e reiterada
para garantir a preservação da espécie e sobrevivência do indivíduo. São
predominantes sobre todas as demais necessidades. São elas: fome, abrigo,
repouso, sexo, etc.
PROBLEMAS RELACIONADOS: quando essas necessidades não são
satisfeitas, elas dominam a direção do comportamento da pessoa.
NECESSIDADES DE SEGURANÇA: surgem no comportamento humano
quando as
necessidades fisiológicas estão relativamente satisfeitas. A busca de um
mundo ordenado e previsível, protegido e seguro são manifestações típicas
dessa necessidade e leva o indivíduo a proteger-se de qualquer perigo real ou
imaginário, físico ou abstrato. São elas: proteção contra: perigo, doença,
desemprego, roubo.
PROBLEMAS RELACIONADOS: quando essas necessidades não são
satisfeitas, causam incerteza e insegurança.
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NECESSIDADES SOCIAIS: surgem no comportamento quando as
necessidades mais baixas (fisiológicas e de segurança) estão relativamente
satisfeitas. São as necessidades de associação, participação e aceitação por
parte dos colegas; a amizade, o afeto e o amor são seus pontos altos.
PROBLEMAS RELACIONADOS: quando essas necessidades não são
satisfeitas, conduzem geralmente à falta de adaptação social e à solidão.
NECESSIDADES DE ESTIMA: são as necessidades relacionadas com a auto-
avaliação e autoestima. Envolvem a auto-apreciação, a autoconfiança,
necessidade de reconhecimento e aprovação social, de status, prestígio,
consideração.
PROBLEMAS RELACIONADOS: quando essas necessidades não são
satisfeitas, podem produzir sentimentos de inferioridade, dependência,
desamparo que podem levar ao desânimo ou à atividades compensatórias.
NECESSIDADES DE AUTO-REALIZAÇÃO: são as necessidades humanas
mais elevadas e que estão no topo da hierarquia. Estão relacionadas com
autonomia, independência, autocontrole, competência. São as necessidades
de cada pessoa realizar seu próprio potencial e se desenvolver continuamente
como criatura humana. Pode ser expressada pelo impulso do indivíduo se
tornar mais do que é e vir a ser tudo o que pode ser. Enquanto as quatro
necessidades anteriores podem ser satisfeitas com recompensas externas,
esta só pode ser satisfeita a nível de interior pessoal, com o sentimento de
realização, não sendo observada nem controlada por outras pessoas.
PROBLEMAS RELACIONADOS: esta pode ser insaciável, ou seja, quanto
mais a pessoa obtém recompensas que a satisfaçam, mais importante ela se
torna e mais ela desejará satisfazer-se (Lopes, 1980).
Necessidades Secundárias
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· Estão fortemente condicionadas pela experiência.
· Variam quanto ao tipo e intensidade entre as pessoas.
· Estão sujeitas à mudança dentro de uma mesma pessoa.
· Funcionam em grupo mais do que isoladamente.
· Estão freqüentemente escondidas do reconhecimento consciente.
· São sentimentos vagos em lugar de necessidades físicas específicas.
· Influenciam o comportamento, pois somos lógicos na medida em que nossos
sentimentos nos permitam.
Motivação funciona de maneira cíclica e repetitiva. Tal ciclo é composto
de fases que se alternam e se repetem. O organismo humano tende a um
estado de equilíbrio dinâmico. Esse equilíbrio se rompe quando surge uma
necessidade. O equilíbrio cede lugar a um estado de tensão que dura enquanto
as necessidades não forem devidamente satisfeita (Lopes, 1980).
A satisfação da necessidade está diretamente proporcional do estado de
equilíbrio.
Porém quando este ciclo não se completa este conflito pode ser
resolvido a partir de três maneiras diferentes (Bergamini, 1997): Satisfação da
Necessidade: Ocorre quando o ciclo se fecha (mesmo a cabo de algum tempo)
plenamente.
Frustração da Necessidade: A partir do estado de tensão no organismo,
o ciclo é bloqueado impedindo a satisfação e provocando a frustração.
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Compensação da necessidade: Quando o ciclo é bloqueado, o
impedimento da satisfação e compensado por um desvio em contato para
aliviar a tensão.
Como em outras teorias motivacionais, este modelo merece tanto
críticas como elogios. Segundo Herzberg "os administradores que tendem a
focalizar sua atenção sobre os fatores de manutenção ou extrínsecos, contam
com resultados pobres, entretanto, foram advertidos de que não poderiam
negligenciar de uma ampla gama de fatores que criassem pelo menos um
ambiente de trabalho neutro" (Azevedo, 1990 ; Bergamini, 1997).
Apesar das críticas, o modelo fornece uma distinção útil entre os fatores
de manutenção que são necessários, mas não suficientes e os fatores de
motivação que têm o potencial de aumentar o esforço do empregado.
Baseado em alguns modelos anteriores, procurando superar algumas
falhas, Clayton Aldefer propôs uma hierarquia de necessidades em três níveis
(Bergamini, 1997):
NECESSIDADES DE EXISTÊNCIA – combinam fatores fisiológicos e de
segurança. Ex: Salário, condição do ambiente de trabalho, segurança no cargo
e benefícios.
NECESSIDADES DE RELACIONAMENTO – envolve ser compreendido e
aceito pelas pessoas que se relacionam com o indivíduo dentro e fora do
trabalho.
NECESSIDADES DE CRESCIMENTO – envolvem tanto o desejo de auto-
estima como o de auto-realização.
17No modelo ERC não existe uma progressão de nível rigorosamente, pois
aceita a possibilidade de que os três níveis estejam ativos a qualquer
momento. Também aceita que uma pessoa insatisfeita em qualquer um dos
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dois níveis mais altos, pode retornar a concentrar-se no nível mais baixo
(Claret, 1998).
De acordo com Bergamini (1997), as semelhanças entre os três modelos
são evidentes, entretanto existem também importantes contrastes. Maslow e
Alderfer centram-se nas necessidades internas do empregado, enquanto
Herzberg diferencia as condições do cargo que podem ser promovidas para a
satisfação de necessidades.
As interpretações populares dos modelos de Maslow e Herzberg
sugerem que em sociedades modernas a maioria dos trabalhadores já satisfez
suas necessidades mais baixas, estando mais motivados por necessidades
mais altas. Alderfer sugere que o fracasso na satisfação de necessidades de
relacionamento ou de crescimento irá causar interesse renovado pelas
necessidades de existência (Aquino, 1981; Azevedo, 1990 ; Bergamini, 1997).
Finalmente, todos os três modelos indicam que antes de um
administrador tentar aplicar uma recompensa, seria útil descobrir qual a
necessidade particular do empregado naquele momento.
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CAPITULO IV
O CLIMA MOTIVACIONAL DAS ORGANIZAÇÕES
Antes de abordar diretamente a questão do clima motivacional das
organizações, a cultura organizacional será definida como principal
influenciadora nos relacionamentos entre as pessoas na organização como um
todo.
A cultura organizacional é construída através dos fundadores e líderes
da organização. É através da cultura organizacional que se condiciona o clima
organizacional, envolvendo a todos com a definição de políticas, costumes,
regulamentos, etc.
Assim, pode-se definir cultura organizacional como o conjunto de
valores, costumes, normas, técnicas de uma empresa que indicam a maneira
que esta faz negócios, como trata seus funcionários e clientes e como estes se
comportam e respondem à empresa.
A cultura organizacional é classificada em forte e fraca. A cultura forte é
aquela que seus valores são compartilhados intensamente pela maioria dos
funcionários e influencia comportamentos e expectativas, enquanto que a
cultura fraca não tem esse poder de fazer com que as pessoas se comportem
de maneira coesa no que diz respeito aos interesses da organização.
Para distinguir aspectos da cultura organizacional, percebe-se que os
aspectos formais são facilmente percebidos e não representam todos os
aspectos da organização. Muitos aspectos informais passam despercebidos e
são intangíveis, pois representam percepções, sentimentos, atitudes,
interações e normas grupais e são invisíveis, sendo percebidos somente no
dia-a-dia de trabalho. Nos aspectos formais e informais, há os seguintes
componentes da cultura organizacional:
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- Artefatos: constituem o primeiro nível da cultura, é visível e perceptível. São
coisas concretas que cada um vê, ouve e sente quando se depara com a
organização (produtos, serviços e padrões de comportamento);
- Valores Compartilhados: são valores relevantes que se tornam importantes
para as pessoas e que definem as razões pelas quais elas fazem o que fazem;
- Pressuposições Básicas: é o nível mais íntimo, profundo e oculto da cultura.
São crenças inconscientes, percepções, sentimentos e pressuposições
dominantes nas quais as pessoas acreditam. Além dos componentes, pode-se
diagnosticar o tipo de cultura de uma organização através dos seguintes
elementos:
- Declarações de missão e metas oficiais da empresa: como a empresa conduz
seus negócios reflete a imagem pública perante os funcionários; - Práticas
empresariais: como a empresa responde aos problemas, toma decisões e trata
seus funcionários e como se relaciona com a sociedade no tocante a políticas
de responsabilidade social;
- Símbolos, ritos e cerimônias: o que a empresa valoriza como recompensa
seus funcionários e como é a relação entre os níveis superiores e inferiores;
- As histórias contadas pelas pessoas: as histórias carregam muita informação
sobre a cultura da empresa de como foi fundada, como foi construído os
valores, fazendo com que haja respeito ao passado e influencie a cultura
organizacional. Muitas vezes, com o objetivo de mudança organizacional, é
necessário repensar a cultura organizacional a fim de administrar novas
condutas que renovem a rotina de trabalho dos funcionários e que sejam pro
ativas em relação ao mercado. Mas, como a cultura organizacional reflete no
clima organizacional?
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A cultura organizacional tem aspectos formais que são visíveis a
primeira vista e aspectos informais que são constituídos no dia-a-dia através
dos relacionamentos inter-pessoais. Os aspectos formais que são as práticas
tradicionais da organização condicionam os aspectos informais dos
colaboradores em termos de sentimento, motivação e relacionamento entre as
pessoas. Então, com os aspectos informais estabelecidos, cria-se um clima
dentro da organização que influencia a maneira de as pessoas trabalharem,
produzirem e se comunicarem.
Neste sentido, os aspectos formais são a ação e os aspectos informais
são a reações, resultando, assim, numa cadeia que se inicia com a liderança
da alta gerência e os princípios e as práticas de políticas organizacionais até se
chegar aos aspectos invisíveis dentro da cultura organizacional que determina
o clima organizacional.
Mas, afinal, o que é clima organizacional? Existem várias definições do
termo, onde a mais utilizada entende-se como “um conjunto de propriedades
mensuráveis do ambiente de trabalho percebido, direta ou indiretamente pelos
indivíduos que vivem e trabalham neste ambiente e que influencia a motivação
e o comportamento dessas pessoas”. Segundo Chiavenato, este conceito
envolve uma visão mais ampla e flexível da influência ambiental sobre a
motivação. É a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional que é
percebida ou experimentada pelos membros da organização e influencia no
seu comportamento. Refere-se ao ambiente interno existente entre as pessoas
que convivem no meio organizacional e está relacionado com o grau de
motivação de seus participantes.
Para Coda, em administração, Clima Organizacional é o indicador do
grau de satisfação dos membros de uma empresa em relação a diferentes
aspectos da cultura ou realidade aparente da organização, tais como: política
de RH, modelo de gestão, missão da empresa, processo de comunicação,
valorização profissional e a identificação com a empresa.
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Segundo Souza, Clima Organizacional é um fenômeno resultante da
interação dos elementos da Cultura Organizacional, é uma conseqüência do
peso de cada um dos elementos culturais e seu efeito sobre os outros dois.
Uma excessiva importância dada à tecnologia, leva a um clima desumano; a
pressão das normas; a aceitação dos afeitos, sem descuidar dos preceitos e do
trabalho, leva a um clima de tranqüilidade e confiança.
Litwin e Stinger ao estudarem o Clima Organizacional utilizaram um
questionário baseado em nove dimensões que explicariam o Clima
Organizacional existente numa determinada empresa e cada uma dessas
dimensões se relaciona com certas propriedades da organização, tais como:
1 – Estrutura – é necessário um ambiente físico de trabalho ventilado, limpo e
equipado como requisito básico;
2 – Responsabilidade – pode ser delegada aos subordinados como estímulo ao
desenvolvimento profissional e pessoal;
3 – Recompensa – o reconhecimento financeiro e/ou não-financeiro deixa os
colaboradores mais motivados a produzir;
4 – Desafio – trata-se de novas atribuições que diz respeito à confiança que se
tem no colaborador, até mesmo para fazer tarefas diferentes com mais
entusiasmo;
5 – Relações – a fim de criar um ambiente harmônico, chefias e subordinados
se comunicam de forma transparente buscando a integração;
6 – Cooperação – é ideal para os trabalhos em equipe o entrosamento a fim de
que haja maior participação nas decisões;
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7 – Padrões – no ambiente de trabalho, as normas, os regulamentos e os
padrões são respeitados e estão ao alcance e conhecimento de todos;
8 – Conflito – previne-se através de uma boa gestão do clima organizacional
com o apoio de todos;
9 – Identidade – cria-se um sentimento de amor quando o colaborador trabalha
na empresa e está satisfeito com a política de recursos humanos.
Ainda sobre Clima motivacional das Organizações, pode-se dizer que é
a forma como o ambiente de trabalho é percebido e interpretado pelos
empregados. A implantação de melhorias deve considerar a organização
percebida pelos empregados, pois, se as pessoas percebem uma situação
como real, ela certamente é real nas suas conseqüências.
Conclui-se então que Clima Organizacional é o estado de espírito da empresa
percebido pelos seus funcionários e que para melhorar o ambiente ninguém
melhor do que seus funcionários para serem consultados.
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CAPITULO V
PROCESSO DE MUDANÇA
Com o levantamento realizado através da pesquisa de clima
motivacional das organizações, é possível a organização identificar as áreas
que precisam ser melhoradas e decidir quais serão os planos de ação a fim de
programar um processo de mudança.
Processo de mudança significa passar de um estado para outro, ou seja,
mudar as atitudes, o comportamento e os valores. No caso das organizações, a
mudança é essencial para se adequar às exigências do mercado e melhorar a
qualidade organizacional. A mudança constitui um processo composto de três
etapas, que são:
1 - Descongelamento: fase inicial da mudança, na qual velhas idéias e práticas
são desfeitas, abandonadas e desaprendidas, o que quer dizer que a
necessidade de mudança é aceita;
2 - Mudança: é uma nova etapa, onde as pessoas aprendem e apreendem as
idéias e nesta fase ocorre a validação das idéias e os novos pensamentos;
3 - Recongelamento: trata-se da incorporação das novas idéias que passa a
ser o novo comportamento desempenhado no dia-a-dia. Para conduzir um
processo de mudança, não adianta focar somente aspectos de processo e de
produção e esquecer dos aspectos pessoais e culturais que estão no espírito
da organização.
Sendo conduzido o processo de mudança desta forma, a implementação
do Programa de Qualidade Total não produzirá efeito, pois a aplicação se torna
sem visão sistêmica, ou seja, o foco da aplicação será somente em termos de
processo e produção. Um processo de mudança envolve a empresa toda e as
pessoas são recursos importantíssimos que poderão aceitar ou não as
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mudanças. Além disso, não se podem relegar os aspectos culturais da
organização que sofrerão mudanças e que é a principal causa em relação ao
comportamento das pessoas.
A empresa para estar sintonizada ao seu ambiente externo, é preciso
mudar seu ambiente interno com o objetivo de trazer mais qualidade em todos
os setores da organização e isto se reflete perante o cliente final. Não só o
cliente final, mas todos aqueles que mantêm um relacionamento direto e/ou
indireto com a organização.
As mudanças na empresa são interdependentes e passam por vários
níveis. É como se a empresa fosse um corpo humano e se algum sistema está
deficiente, este atinge os demais sistemas. Dessa forma, a organização passa
por mudanças e a correção destas deficiências traz renovação e produtividade.
Assim, as mudanças numa empresa ocorrem nos seguintes níveis:
- Nível de Identidade – este nível tem a ver com os fundadores e acionistas da
empresa que são responsáveis pela estratégia e pelos resultados das
operações, além de ser o reflexo da liderança e de toda a cultura
organizacional existente. É o nível que determina a personalidade da empresa,
como está sua imagem institucional, as práticas e políticas de gestão. Define
se também a missão, a visão, os objetivos e metas, o planejamento estratégico
que direcionarão a organização para um determinado destino.
- Nível das Relações – é como as pessoas reagem quanto ao nível de
identidade da empresa e se comportam durante o trabalho e se relacionam
com os colegas de trabalho e as chefias. Está relacionado com a motivação, o
ambiente e, quando a empresa possui uma cultura fraca, são perceptíveis os
problemas de liderança e planejamento e se tornam comuns greves,
absenteísmo, rotatividade, desmotivação, sabotagem, etc. As origens e causas
são encontradas no nível de identidade.
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- Nível dos Processos – os processos são operações que passam por
transformações. Neste caso, os processos são as matérias-primas e as
informações que constituem o fluxo básico que determinará a produtividade e a
lucratividade como resultados finais da organização. Assim, quando o Nível das
Relações (ou das Pessoas) está com baixo clima organizacional, os processos
de qualquer tipo não geram resultados satisfatórios, gerando graves problemas
de qualidade.
- Nível dos Recursos – é o nível que retrata a parte física da organização, ou
seja, os terrenos, as instalações, as máquinas, equipamentos, etc. Este nível
também tem relação com as pessoas, pois quando há desmotivação, os
colaboradores não têm zelo pelas máquinas e pelos veículos da organização.
A parte física da organização caracteriza como está o trabalho e o
relacionamento entre as pessoas, ou seja, se há um ambiente limpo, se as
ferramentas e os documentos são fáceis de ser encontrados, etc.
Com a descrição dos níveis, há uma visão holística da organização e o
entendimento de que o ambiente interno tem relação direta com o ambiente
externo e se complementam à medida que os resultados forem aparecendo
com a atuação em cada nível. Em cada nível, a atuação é diferenciada em
relação a habilidades.
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CAPITULO VI
QUALIDADE
Segundo Dicionário Aurélio, qualidade é a “propriedade, atributo ou
condição das coisas ou das pessoas que as distingue das outras e lhes
determina a natureza”. Nesta definição de forma simples há a idéia da
qualidade presente no cotidiano, ou seja, nos recursos humanos e nos
recursos a serem administrados e transformados e/ou servidos pelos próprios
recursos humanos, enfim em todas as partes da empresa.
Muitos gurus definiram a qualidade de diversas formas e introduziram as
ferramentas que melhoraram a percepção dos processos e dos clientes e até
das pessoas que trabalham na organização. A qualidade mudou totalmente a
maneira de pensar, principalmente em tempos de alta competitividade no
mercado. A definição de Juran tendo qualidade como sendo “adequação ao
uso” são amplamente utilizados na literatura por renomeados autores e
empresas que estão com programas de controle total da qualidade ou
programas de melhoria contínua. Porém, outras definições podem ser
consideradas.
Segundo Feigenbaum, qualidade é a determinação do cliente e não a
determinação da engenharia, nem de marketing e nem da alta administração.
A qualidade deve estar baseada na experiência do cliente com o produto
e o serviço, medidos através das necessidades percebidas que representem
uma meta num mercado competitivo. Qualidade de produto e serviço é a
composição total das características de um produto e serviço em marketing,
engenharia, manufatura e manutenção, de modo que vão de encontro com as
expectativas dos clientes.
Segundo Csillag, um produto de qualidade na visão do consumidor é
aquele que atenda as suas necessidades e que esteja dentro de sua
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possibilidade de aquisição, isto é, preço justo, pois “o valor corresponde ao
menor sacrifício ou dispêndio de recursos para o desempenho de determinada
função, tanto para o fabricante quanto para o usuário final”. O valor do cliente é
a razão entre o desempenho das funções do produto e o seu preço.
Para Crosby, a qualidade é vista como “conformidade com os requisitos”
e, acrescenta que se existe em fazer bem feito na primeira vez, então os
desperdícios seriam eliminados e a qualidade não seria dispendiosa. Mason
também define qualidade como conformação aos requisitos. “Qualidade não é
apenas o que nós fazemos e que pode ser visto e aplicado por todos dentro da
organização”.
Diante de todas essas definições, é notável o foco na satisfação do
cliente como fim da organização, além da utilização e transformação de
recursos de forma racional e proveitosa a fim de evitar desperdícios, mas a
questão de se administrar recursos humanos com qualidade não foi abordada
diretamente nestas definições. Atualmente, é vital o desenvolvimento dos
recursos humanos dentro da organização, mas também fora. Os
administradores não podem se preocupar somente com tarefas, mas também
com as pessoas, pois o que determinará como os processos, os produtos e a
prestação de serviços serão conduzidos é a motivação dos funcionários e a
cultura da organização.
Historicamente, a qualidade se distingue em quatro eras básicas:
- Processo de Inspeção: foi à primeira atividade regular formal adotada na
empresa como processo de controle da qualidade a partir do surgimento da
produção em série. Baseado na inspeção visual, este processo consiste em
separar peças defeituosas das boas. Tinha apenas fins defensivos, não
atacando as causas dos problemas, apenas eliminava-se o efeito.
- Controle Estatístico da Qualidade: tem como marco inicial experiência
realizada na Bell Telephones, no inicio da década de 30. Tem como base o
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acompanhamento e avaliação da produção diária, com controle estatístico das
probabilidades de variações em um padrão e determinação de flutuações
aceitáveis. Surgem aqui as técnicas de amostragem baseadas em estatísticas.
Pode-se dizer que só aqui o problema da qualidade passou a ser visto como
atividade gerencial, e só aqui se começa a atacar as causas dos desvios de
qualidade, por aferição de instrumentos, ferramentas e equipamentos.
- Garantia da Qualidade: o nascimento da preocupação com as causas fez com
que as empresas percebessem que o controle de qualidade teria de envolver
fatores externos -o cliente, e quantificação de custos da não qualidade.
Enquanto nas fases anteriores apenas um ou dois departamentos estavam
envolvidos com o problema da qualidade, aqui envolve-se todos os
departamentos, embora a alta gerência participe ainda timidamente. O
profissional da Qualidade necessita agora ter uma visão integrada da empresa.
Nascem aqui os conceitos de Engenharia da Confiabilidade, Controle Total da
Qualidade e Zero Defeito. Começa-se também a fazer programas e política da
Qualidade.
- Gestão Estratégica da Qualidade: enquanto as eras anteriores tinham como
preocupação básica o controle da qualidade (basicamente defensivo), agora a
qualidade passa a ser uma arma agressiva de concorrência. O cliente passa a
participar diretamente na própria definição da Qualidade na empresa. As
empresas abrem canais de comunicação com o cliente através de hot-lines ou
ligações gratuitas. O pós-venda passa a ser parte do processo como um todo.
A alta gerência da empresa passa a envolver-se de fato, exercendo forte
liderança, mobilizando todos os funcionários na empresa. O papel do
profissional da Qualidade passa a ser o de educar e treinar, atuando como
consultor das demais áreas da empresa. Sendo necessário o envolvimento
eficaz de todos na empresa, surge aqui a necessidade de conscientizar e obter
o engajamento de todos os funcionários de todos os departamentos, mesmo
aqueles para os quais a cultura da qualidade era estranha.
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Assim, percebe-se na Era Gestão Estratégica da Qualidade que as
pessoas são importantes no processo como um todo e que como estratégia de
concorrência e qualidade para o cliente a comunicação é importante para o
sucesso dos programas da Qualidade. As comunicações interna e externa
precisam ser bem trabalhadas, pois toda comunicação provoca reação,
principalmente quando se contacta um cliente ou um colega de outro setor ou
se faz um pós-venda. A conscientização para qualidade do relacionamento das
pessoas é fundamental no processo. Todos os funcionários e não apenas os
profissionais da Qualidade devem ser multiplicadores da Qualidade, dando
aulas a novos funcionários e disseminando a missão e o processo da
Qualidade.
Desta forma, com a introdução da cultura da Qualidade, a organização
muda a gestão em todos os setores, fazendo com que seja vista no mercado
com uma imagem positiva perante todos os stakeholders, porém é necessário
buscar aplicar as ferramentas da qualidade no dia-a-dia do trabalho não só nos
processos, mas também entre as pessoas com o objetivo de melhoria contínua.
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CONCLUSÃO
Muitos dos processos de motivação acabam não dando certo porque
focam somente os processos e os recursos. Estes processos de mudança
podem até ser aplicados, porém as pessoas que estão no comando do
processo não darão grande importância.
É necessário além de focar as pessoas, mudar os conceitos culturais
que permeiam a organização e faz dos seus líderes o perfil que é. É através
das lideranças que as pessoas reagem de maneira positiva ou negativa criando
o clima motivacional que reina. Além disso, a contrapartida em termos de
benefícios é muito importante para o funcionário trabalhar mais motivado.
A qualidade á algo desafiador para o ser humano. Os seres humanos
são naturalmente adversos a mudanças. E este é o desafio: se faz parte na
natureza humana à resistência a mudanças, também faz parte da condição de
sobrevivência o saber mudar. E a mudança que se exige não é apenas de
comportamento: são mudanças de valores, cultura, convicções, crenças.
Assiste-se a tal dinâmica revolucionária da tecnologia e o mercado tão
assustadoramente dinâmico e aí está o desafio: ou mudamos com o mercado
ou nos tornamos obsoletos. Quando se fala em implantar uma política de
Qualidade no trabalho, está se falando em modificar comportamento de
pessoas e de modificar a cultura da organização - o que é também mudança
cultural de seus membros. Por isso, é necessário um programa de reeducação
humana. Mudar comportamentos não é fácil.
Para haver uma onda de motivação, é preciso que a alta cúpula das
organizações passe por transformações e mude a maneira de lidar com as
pessoas, pois é através da liderança que se constitui o clima organizacional e
as pessoas se sentem influenciadas de alguma forma com as práticas
organizacionais.
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Para haver a mudança, é preciso que a alta cúpula das organizações
passe por transformações e mude a maneira de lidar com as pessoas, pois é
através da liderança que se constitui o clima organizacional e as pessoas se
sentem influenciadas de alguma forma com as práticas organizacionais.
Os recursos humanos têm de estar a par do planejamento estratégico da
organização e participar das decisões a fim de se sentir parte de um time. A
gestão participativa faz as pessoas quererem mais e mais inovar e mostrar o
seu potencial. Mais anda se houver benefícios.
Assim, para uma boa gestão de motivação organizacional, é necessário
o alinhamento dos objetivos e planos, a utilização das ferramentas da
qualidade para subsidiar a melhoria dos processos e também as relações
interpessoais, desenvolvendo pessoas mais criativas e com potencial dentro
das equipes, gerando, assim, produtos e serviços de qualidade. Além disso, um
programa de qualidade de vida é vital para criar um ambiente harmônico e
equilibrado e trazer mais reconhecimento e orgulho por trabalhar na
organização.
Por tudo o que foi afirmado em cima espera-se que a monografia tenha
sido esclarecer acerca do que é a motivação, e tenha mostrado a sua
importância no atual contexto empresarial. Como se disse não é fácil definir
motivação, todos nós já nos sentimos motivados para “fazer alguma coisa”, e
também já nos sentimos desmotivados para “fazer essa mesma coisa”. Além
de depender do nosso estado de espírito, também pode depender de
incentivos exteriores.
No que toca as teorias, todas elas focam aspectos importantes, mas são
penas teorias, pois a formula “100% funcional” para motivar funcionários ainda
não foi descoberta, mas de certeza a pessoa que descobrir essa fórmula, vai
ser como ganhar o” Mega-Sena”.
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Como nota final desta monografia, pode-se dizer que a motivação é um
recurso muito importante para aumentar a produtividade dos trabalhadores, e
com isso a produtividade geral da empresa. Deve ser alvo de cuidado estudo
pelos gestores das empresas, de forma a programarem sistemas de motivação
capazes, e que façam melhorar as performances da empresa que gerem.
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BIBLIOFRAFIA CONSULTADA
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ROBBINS, Stephen. Administração: Mudanças e Perspectivas. São Paulo: Saraiva, 2000.
40
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPITULO I 11
CAPITULO II 14
CAPITULO III 18
CAPITULO IV 23
CAPITULO V 28
CAPITULO VI 31
CONCLUSÃO 35
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38
ÍNDICE 40
FOLHA DE APROVAÇÃO 41
41
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES Título da Monografia: MOTIVAÇÃO: O QUE MOVE UM COLABORADOR DE UMA EMPRESA. Autora: VALÉRIA VASCO DE SOUZA Data da entrega: Avaliado por: Conceito: