Mosaico Londrina - 1ª edição

16
Mosaico Londrina Maio de 2011 1ª edição Operação Antissepsia detona esquema de corrupção na Saúde População luta pelo desarmamento, GM reivindica armas para segurança LEC começa a caminhada rumo à primeira divisão paranaense Ministério Público não tem sossego no Paraná Manifestantes protestam em postos de combustíveis As filas diminuem, como ficam os preços? Londrina ganha mais salas de cinema pg3 MP investiga denúncia de irregularidades na relação entre agentes públicos e Oscips que mantinham contrato com a Prefeitura de Lodrina. Vinte mandados de prisão foram cumpridos em duas semanas pg11 pg11 Opinião - pg2 pg8 pg15 Adam Sobral

description

Jornal laboratório produzido pelos estudantes do quarto ano do curso de Comunicação Social - habilitação em Jornalismo, da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Transcript of Mosaico Londrina - 1ª edição

Page 1: Mosaico Londrina - 1ª edição

Mosaico LondrinaMaio de 2011

1ª edição

Operação Antissepsia detonaesquema de corrupção na Saúde

População luta pelo desarmamento, GM reivindica armas para segurança

LEC começa a caminhada rumo à primeira divisão paranaense

Ministério Público nãotem sossego no Paraná

Manifestantes protestam em postos de combustíveis

As filas diminuem, como ficam os preços? Londrina ganha mais salas de cinema

pg3

MP investiga denúncia de irregularidades na relação entre agentes públicos e Oscips que mantinham contrato com a Prefeitura de Lodrina. Vinte mandados de prisão foram cumpridos em duas semanas

pg11

pg11

Opinião - pg2

pg8

pg15

Adam Sobral

Page 2: Mosaico Londrina - 1ª edição

Opinião

MARCIA BOROSKI

Para além das civilizações antigas ou mesmo na moderni-dade, cujas mobilizações eram feitas a partir de gritos em praças públicas ou marchas estudantis, no caso do mundo contemporâ-neo, a moda agora é confir-mar presença pelo Facebook.

A rede social, que explodiu no Brasil em 2010, está abran-gendo um nicho ainda descon-hecido no mundo ocidental: a convocação para manifestações políticas e sociais por meio da rede. A mobilização contra re-gimes ditatoriais já aconteceu, e acontece, em diversas situações, a partir de convites semelhantes.

As manifestações populares no mundo árabe são um bom exemplo. Contra regimes di-tatoriais, foram introduzidas

e, principalmente, dissemina-das através das redes sociais, manifestações pela democra-cia. O grand finale foi o des-moronamento do governo do Egito e a desestabilização de outros como Irã, Líbia e Síria.

Em regimes democráticos, o artifício vem sendo usado de forma semelhante. Os protes-tos da “Mesma moeda” conse-guiram atingir um percentual pequeno de adeptos (cerca de 150 pessoas) se comparado aos mais de mil usuários que “confirmaram presença” pelo Facebook. Entretanto, todos os entrevistados durante o protesto ficaram sabendo da manifesta-ção através das redes sociais.

Outra modalidade de convo-cação é uma que visa a convoca-ção de um evento no Facebook com finalidade de produzir,

acima de manifestação popu-lar, uma crítica pesada a algum tipo de medida. No último fim de semana, centenas de pes-soas ‘confirmaram presença’ no “Churrascão da Gente Diferen-ciada”, manifestação contra a construção de uma estação de metrô na Avenida Higienópo-lis em São Paulo. Outro evento convocou mães a participar de um ‘Mamaço’ em São Paulo para terem direito de ama-mentar seus filhos em público.

Muitos especialistas dizem que o Brasil é um dos países com maior liberdade de impren-sa e expressão do mundo. Fica a dúvida se a plataforma cairá no gosto nacional a ponto de se transformar em um click au-tomático, sem filtro nem parâ-metros, ou se realmente será uti-lizada como eixo mobilizatório.

Convoco-lhes, seguidores

FRANCIELLY CAMILO

Que a questão do lixo em Londrina está um caos todos nós sabemos. Não só do lixo, mas da saúde, da corrupção e por aí vai. Mas o que devemos saber é até onde o meu dever como cidadão é passível de mudança. Falar de uma má ad-ministração é fácil e bem lógico quando vemos a tamanha con-fusão que dá quando se mexe nos interesses individuais de muitos políticos e empresas.

A palavra é Conscientiza-ção, precisamos educar ambi-entalmente a população. São pequenas atitudes e até mesmo quase que imperceptíveis aos olhos de qualquer individuo que fazem a diferença. Mas também são grandes ações promovidas pela própria so-ciedade civil que dão um ar

diferente a “Pequena Londres”.Exemplos têm de monte, não

cabe aqui expor, mas ainda é pouco em vista da quantidade de lixo que ainda produzimos diariamente. Parar de produzir lixo na cidade é impossível, diminuí-lo é uma realidade.

Além de diminuição podem-os citar também a separa-ção correta dos resíduos nas próprias residências. Nesse pequeno gesto já é possível des-tinar o lixo para um lugar ad-equado quando recolhido pelas empresas encarregadas de levar os resíduos separados para o at-erro ou centrais de tratamento.

O processo é tão simples que basta o primeiro passo de cada um. O que é reciclável de um lado, orgânicos de outro e por fim aquilo que não se aproveita o rejeito. O orgânico ainda pode ser transformado em um com-

posto e utilizado como adubo, isso em um espaço reservado dentro da própria residência.

Com a população fazendo a sua parte cabe aí a gestão do município o fortaleci-mento do sistema de recolhi-mento das empresas de lixo, a ampliação da reciclagem e implementar um projeto de compostagem para a cidade.

A prefeitura investindo em um programa de educação ambiental eficiente e o moni-toramento constante de cada cidadão é a grande sacada para que Londrina de fato seja um exemplo a ser seguido.

Mas a população não pode ficar apenas como espectador do problema, é necessário dis-cutir e principalmente cobrar soluções também da prefei-tura. É aquela velha história, cada um fazendo a sua parte!

Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Estadual

de Londrina

EDIÇÃO MAIO 2011 Produção da disciplina

5NIC085 – Edição de jornal Laboratório –

4º Ano MatutinoProfessor Responsável:

Fábio Silveira – Mtb

Edição, Pauta, Reportagem e Diagramação

Ana Carolina ContatoBeto Carlomagno

Camila MeiraDaniela BrisolaDesirée MolinaFelipe Barros

Felipe de Souza

Fernanda CavassanaFrancielly Camilo

Laura AlmeidaLetícia Nascimento

Marcia BoroskiMurilo PajollaPaulo Araújo

Rafael SanchezSara Hermógenes

Tatiane HirataThaís Yamanari

FotosAdam SobralFábio Silveira

Roberto CustódioThaís Yamanari

Projeto GráficoFernanda Cavassana

Contatojornalismouel@yahoogrupos.

com.br

Cada um, cada umExpediente

O Ministério Público e o eleitor

desvio de verbas no Okto-berfest realizado na cidade, em 2009.

A sequência de prob-lemas envolvendo políticos da região é uma demonstra-ção de que, como acontece em todo o país, os agentes públicos têm dificuldades de tratar com lisura a coisa pública. Mostra também, que se, como acontece do Oiapoque ao Chuí, os políti-cos têm problemas éticos, por outro lado, o MP do Paraná, de uma forma geral – e do Norte do Estado em particular – trabalha forte para fiscalizar e tentar punir quem desrespeita a lei.

Se por um lado os políti-cos estão deixando a dese-jar, por outro, a ação do MP pode representar uma esper-ança para que a política seja melhorada em nosso país. O lado positivo da safra de es-cândalos é que os promotores estão fazendo um excelente trabalho e derrubando, (pelo menos um pouco) a corrup-ção que assola o Estado.

Se o MP está cumprindo a sua parte, falta agora que o eleitorado cumpra a sua, sendo mais criterioso na escolha dos seus represen-tados. Afinal, a tarefa de tornar mais respirável o ar da política brasileira passa principalmente pelas urnas.

O Ministério Público não está tendo sossego no Paraná. A instituição tra-balha em vários casos em que se apuram suspeitas de improbidade administrativa supostamente cometida por agentes públicos de diver-sas esferas. Novas denúncias são feitas e as investigações deixam um episódio para en-trar em outro.

O problema acontece em todo o Estado, mas não se restringe ao Paraná. Políti-cos sob suspeita de terem cometido irregularidades são uma epidemia nacional, em todas as esferas de poder.

Trazendo para perto da nossa realidade, em Lond-rina, o vereador Jacks Dias (PT) e o prefeito Barbosa Neto (PDT), foram investi-gados pelo MP sob suspeita de irregularidades no relac-ionamento com a mesma em-presa, a Centronic. Empresa que foi contratada na gestão do PT, na qual Dias foi se-cretário de Gestão Pública, e que teve o contrato rompido na gestão do pedetista. O prefeito já foi denunciado. O petista ainda é investigado.

Outro político que entra nesta lista dos problemas com o MP e a Justiça é o prefeito de Rolândia, João Ernesto Johnny Lehmann (PTB), que foi acusado de

2 Mosaico Londrina Maio de 2011

Page 3: Mosaico Londrina - 1ª edição

MP investiga pagamentode propina na saúde

FERNANDA CAVASSANA

Investigação apura se Oscips da saúde pagavam propinas a servidores para liberar parcelas dos contratos com o município de Londrina

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado

(Gaeco) prendeu 15 pesso-as em Londrina, no dia 10 de maio, o primeiro da Operação Antissepsia. Uma semana de-pois, 20 mandados de prisão já haviam sido cumpridos. Seis presos foram liberados por co-laborar com as investigações. A operação foi resultado de uma investigação de quatro meses, que averiguou a relação entre funcionários públicos e pesso-as diretamente ligadas a Orga-nizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips) da área de saúde, apurando crimes de corrupção, formação de qua-drilha, falsidade documental e estelionato. Entre os presos na operação, está o procurador-geral do município, Fidélis Can-guçu.

As investigações apuram se as Oscips que atuam na saúde pública de Londrina estavam pagando propinas a servidores, a fim de liberar parcelas de pa-gamentos referentes a serviços prestados. O Ministério Públi-co trabalha com a hipótese de

que o dinheiro utilizado para o pagamento dessas propinas vi-ria de notas fraudulentas, sejam superfaturadas ou provenientes de serviços inexistentes. Estas notas seriam inseridas na pres-tação de contas das Oscips, para que fossem simulados serviços prestados. De acordo com o Mi-nistério Público (MP), a denún-cia do esquema partiu de pesso-as procuradas pelas Oscips para o fornecimento das notas frias.

Também foram presos Mar-cos Ratto e Joel Tadeu Correia, representantes do Conselho Municipal da Saúde, e os presi-dentes de duas organizações que terceirizavam o serviço da saú-de na cidade: Bruno Valverde, do instituto Atlântico e o casal Sílvio Luz Rodrigues e Gláucia Chiararia, do instituto Gálatas. O Gálatas é responsável pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e o Ins-tituto Atlântico pelo Programa Saúde da Família e a policlínica municipal.

Informante A prisão dos suspeitos aju-

dará o MP a comprovar as acu-

sações. Segundo o promotor Claúdio Esteves, coordenador do GAECO na cidade, alguns acusados já se dispuseram a colaborar com a investigação. Um dos presos, que deu entre-vista sob a condição de não ter o nome divulgado, já afirmou que as Oscips teriam pagado cerca de R$ 120 mil para agentes da administração municipal.

Segundo o informante, o

prefeito Barbosa Neto (PDT) não teria envolvimento com o esquema. Ele também negou as acusações de que o dinheiro usado para a propina teria ori-gem em notas falsas ou fosse retirado da verba destinada ao serviço das Oscips. Alegando, inclusive, que empréstimos pes-soais foram feitos para o paga-mento das propinas.

Na operação “Antissepsia”,

também foram apreendidos do-cumentos, uma quantia – não informada – de dinheiro, sendo R$ 20 mil no carro do procura-dor-geral, dois veículos em nome de Joelma Aparecida da Silva, es-posa do ex-procurador Canguçu, alguns equipamentos de informá-tica e três armas de fogo. A partir das apreensões, será feita a análi-se dos documentos e o inquérito será conduzido.

OPERAÇÃO ANTISSEPSIA

Política

Fábio Silveira

Dinheiro apreendido no carro do procurador-

geral do município, Fidélis Canguçu

Futuro da saúde pública preocupa MP investiga empréstimos

As duas Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips) envolvidas nas investigações da Opera-ção Antissepsia, os institutos Gálatas e Atlântico, continuam aptas a atuar no sistema de saúde do município em caráter emergencial. Os contratos têm duração de seis meses e foram estabelecidos em dezembro do ano passado. O iminente fim do contrato gera preocupação no Ministério Público. “Nós não temos conhecimento de que tenha sido, nesse período [seis meses], estabelecido um processo licitatório ou de contratação em caráter perma-

mais de 10 milhões de reais apenas em Londrina. Na épo-ca, o SAMU (Serviço de Aten-dimento Móvel de Urgência) e o Combate à Dengue ficaram prejudicados.

O histórico dos supostos casos de corrupção levanta dúvidas referentes à tercei-rização dos serviços de saúde. “Londrina já provou que esse modelo não funciona. É con-senso entre nós [promotores] que a terceirização causa mui-tos prejuízos. O Estado tem que ser forte e prover esse tipo de serviço para a população”, afirma Leila Voltarelli, da Def-esa do Patrimônio Público.

nente. Esses contratos vencem no próximo dia 8 de junho e essa é uma preocupação, em-bora essa não seja a nossa atividade. O que irá acontecer em virtude do vencimento dos contratos”, questiona o pro-motor Cláudio Esteves, coor-denador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Esse é o segundo caso de investigação de irregulari-dades em Oscips no período de um ano. Em maio de 2010, os diretores do CIAP – Centro Integrado de Apoio Profis-sional – foram presos; a en-tidade é acusada de desviar

Outros dois investigados se apresentaram no início desta semana ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na última terça-feira: Alessandro Mar-tins, assessor comissionado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), e Gilberto Alves Lima, servidor público municipal.

Martins seria uma das fon-tes de dinheiro do esquema. De acordo com seu advoga-do, Odair Buzato, R$ 45 mil foram repassados ao Instituto Atlântico; a quantia teria sido usada para a aquisição de um dos carros apreendidos em posse do ex-procurador, Fi-

délis Canguçu, conforme re-portagem publicada pelo Jor-nal de Londrina.

Em nota, o TCE confir-mou a exoneração de Ales-sandro Martins, a pedido do conselheiro Hermes Brandão. O tribunal alega que “in-formações obtidas junto ao Ministério Público apontam a comprovação da participação material do funcionário nas irregularidades. A participa-ção, segundo as informações do MP, se deu no âmbito de atuação privada do profis-sional, e não no exercício de suas atribuições instituciona-is como funcionário do TCE”.

FELIPE BARROS eFELIPE DE SOUZA

FELIPE BARROS eFELIPE DE SOUZA

3Mosaico Londrina Maio de 2011

Page 4: Mosaico Londrina - 1ª edição

Decisão do MP reanima BelinatiMURILO PAJOLLA

Recurso do ex-deputado no STF deve ser julgado até o fim do mês, diz advogado

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar até o fim deste

mês o recurso que pode trazer o ex-prefeito Antonio Beli-nati (PP) de volta ao coman-do de Londrina. A opinião é do advogado dele, Eduardo Franco. “Tudo indica que os 11 ministros devem apre-ciar o recurso até o final de maio”, disse.

No fim do mês passado, o Ministério Público (MP) arquivou a investigação so-bre possíveis irregularidades no convênio de R$ 150 mil entre a prefeitura de Londri-na e o Departamento de Es-tradas de Rodagens (DER) para a recuperação de estra-das rurais, em 1999, quando Belinati era prefeito. Foi a reprovação desse convênio pelo Tribunal de Contas do Paraná (TC) que levou à cassação do registro de can-didatura do político nas últi-mas eleições municipais – a

CASO BELINATI

““A Justiça tem várias outras demandas para julgar, o que pode atrasar a nossa decisão, por isso prefiro não fazer

previsões”

Nas eleições do ano pas-sado, Belinati concorreu ao cargo de deputado estadual, mas teve a candidatura inde-ferida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por acumular três condenações por órgão colegiado, o que o enquadrou na Lei Ficha Limpa. Depois do pleito, o STF decidiu que a lei não valeria para estas elei-ções, o que levou à validação da candidatura do político. Mesmo assim, Belinati não se elegeu porque recebeu menos

Ficha suja não deverá serempecilho a nova candidatura

de 4 mil votos. Ele culpou a lei da Ficha Limpa pelo fra-casso nas urnas. “Minha can-didatura não valia mais e não fizemos campanha, por isso o povo não nos escolheu”. Ele disse ainda que não teme que o Ficha Limpa prejudique sua próxima candidatura. “Nem o Supremo sabe se o Ficha Lim-pa vai valer para as próximas eleições, isso ainda está em discussão”. Belinati responde a mais de 90 ações na Justiça. (M.P. e Editoria)

Antônio Belinati, ex-prefeito de Londrina

cassação foi decidida pelo Tribunal Superior Eleito-ral (TSE) dois dias depois dele vencer o segundo turno. Franco disse que já anexou o arquivamento do MP ao pro-cesso que tramita no STF. “Esse arquivamento é muito favorável ao nosso recurso porque foi justamente esse caso do convênio que casou a cassação do Belinati”, de-clarou.

A defesa de Belinati aguarda a Ministra Ellen Gracie, relatora do proces-so, colocá-lo na pauta de votações do Supremo. Para reverter a cassação da can-didatura a prefeito, Belinati precisa do voto favorável de pelo menos 6 ministros.

Caso o STF revogue a cassação do registro de can-didatura de Belinati, ele terá direito a cumprir o restante do mandato atual, que vai até o ano que vem. Mesmo com pouco tempo, Belinati disse que quer voltar a governar a

cidade. “É muito importante para mim, para o povo que me elegeu e para a demo-cracia que eu volte assumir a prefeitura, como as urnas decidiram”, afirmou.

Mesmo com a previsão de seu advogado, Belinati não é tão otimista. “A Justiça tem várias outras demandas para julgar, o que pode atrasar a nossa decisão, por isso pre-firo não fazer previsões”, declarou.

Intenções de VotoNo início do mês uma

pesquisa do Instituto Por-tinari e da Rádio Paiquerê AM revelou que Belinati e o atual prefeito, Barbosa Neto (PDT), são os campeões em intenções de voto para as próximas eleições. Na pes-quisa espontânea, modali-dade em que não são dadas opções de nomes para o en-trevistado escolher, Belinati aparece com 14,5%, contra 11,4% de Barbosa Neto.

...

Agência Estado

4 Mosaico Londrina Maio de 2011

Page 5: Mosaico Londrina - 1ª edição

Barbosa nega irregularidadesPrefeito é acusado de usar vigilantes contratados pela prefeitura na rádio Brasil Sul, ligada à sua família

CASO CENTRONIC

A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público propôs, no dia 3 de

maio, uma ação contra o pre-feito Barbosa Neto (PDT), que foi denunciado por improbi-dade administrava. De acordo com o Ministérioi Público, dois vigilantes contratados para trabalhar na Prefeitura de Londrina, através da empresa terceirizada Centronic, teriam sido usados como guardas da Rádio Brasil, veículo que per-tence à família do governante. Segundo o MP, existem provas suficientes para sustentar as acusações contra o prefeito.

O promotor do caso, Re-nato Lima Castro, afirmou que foram encontrados vários doc-umentos na casa do gerente da Centronic em Londrina, Paulo Iora, no ano passado. Esses documentos, apreendi-dos numa operação que visava investigar o pagamento de propina da empresa ao ex-secretário de Gestão Pública e hoje o vereador Jack Dias (PT), deram embasamento para as acusações contra Bar-bosa.

Lima Castro constatou que entre os documentos estão uma lista com os funcionários que prestavam serviço no con-trato com a prefeitura. Entre os nomes estao Reinaldo Pereira e Antonio Carlos Soares. Os dois trabalhadores denun-ciaram que eram empregados na rádio do prefeito. O promo-tor explicou que estas provas dão maior sustentação para o caso. “Essa prova foi útil porque reforça totalmente todo o fato”, declarou Lima Cas-tro. Ele acrescentou que out-ros funcionários da Centronic também, disseram que estão atuando em áreas privadas, mas recebendo o pagamento da máquina pública.

Defesa de BarbosaBarbosa Neto rebateu as

denúncias feitas pelo MP di-zendo que está “com a con-sciência limpa” e que “em seu governo não existe cor-rupção”. Indagado sobre as acusações de impropriedade administrava, o prefeito tentou minimizar o assunto. “Olha, se a gente analisar que mui-tas vezes tivemos escândalos milionários acontecendo em [outras] administrações e nós estamos respondendo poucas ações por improbidade [ad-ministrativa]”, comparou.

O prefeito disse que está

PAULO ARAUJO

Vereadores assinam opedido de CEI

Alguns dias após o pre-feito Barbosa Neto (PDT) pedir a implementação de uma Comissão Especial de Investigação (CEI), o vereador Joel Garcia (PTN) buscou assinaturas na Câ-mara para que o pedido fosse aceito. Garcia con-seguiu que 15 legisladores apoiassem o criação da CEI, eram necessários apenas 7 vereadores. O pedido da in-stauração da Comissão foi protocolado e, agora, passará para a Procuradoria Jurídica que tem sete dias para aval-iar se o documento preenche os requisitos necessários.

Se aprovada essa comissão, será a terceira, só na atual Legislatura. Até aqui os vereadores investi-garam a planilha que define o preço da passagem de ônibus, em 2009 e o curso de treinamento da Guarda Municipal. Seria a segunda comissão para investigar o Poder Executivo por fatos ocorridos durante a gestão de Barbosa Neto.

AbrangênciaSe aprovada a CEI da

Centronic, sua abrangên-

à disposição do MP e que já deixou seus bens abertos para as investigações da promoto-ria. “Eu estou à disposição da Justiça. Todos os meus bens já foram colocados a disposição. O meu sigilo bancário, fiscal, telefônico, eu já pedi o ras-treamento, inclusive, de todos estes pagamentos, para que haja total transparência nesta apuração”, comentou.

O pedetista afirmou que estas acusações foram feitas com o interesse de enfraquece-lo nas próximas eleições, mas que a “justiça prevalecerá”. “Quando a rádio fez o contrato com a Centronic, ela estava comprando posse de trabalho. O que eu sei é que alguns deles que denunciaram têm ligações

cia será grande. Nela, os vereadores pretendem inves-tigar a situação recente, ob-jeto da denúncia do MP contra Barbosa Neto, mas também o processo de contratação da empresa, em 2006, durante a gestão do ex-prefeito Nedson Micheleti (PT).

Em tese, essa comissão atingiria o hoje vereador Jacks Dias (PT), que era secretário de Gestão Pública na gestão petista. Ele diz não temer as investigações.

CEI da Guarda Enquanto os vereadores

articulam a formação da CEI da Centronic, prevalece a indefinição com relação ao relatório da CEI da Guarda Municipal. O prazo para a conclusão dos trabalhos ven-ceu em 6 de maio, mas o presidente da comissão, Jairo Tamura (PSB), pediu pror-rogação por 30 dias. Há uma polêmica em torno do texto apresentado pela relatora Le-nir de Assis (PT): ela concluiu com um pedido de abertura de Comissão Processante contra o prefeito, mas a tese é rejeit-ada pelos outros membros da comissão. (P.A. e Editoria)

políticas históricas, inclusive, sendo candidatos ou apoiando candidatos. [Eles] foram vis-tos, recentemente, no gabinete do vereador que está sendo investigado pela Centronic”, enfatizou, referendo-se a Dias.

Barbosa Neto ainda pediu a abertura de uma Comissão Es-pecial de Investigação (CEI) para que o caso seja resolvi-do “da melhor maneira pos-sível”. “Eu proponho até que seja feita uma CEI e que isso possa ser mostrado às claras para a população. Para saber como tudo isso desenrolou. Quem rompeu o contrato com a Centronic fui eu. Rompemos quando [descobrimos] que ela foi declarada inidônea em 2006, 2007”, finalizou.

““Olha, se a gente analisar que muitas vezes tivemos

escândalos milionários acontecendo em [outras]

administrações e nós estamos respondendo poucas ações por improbidade [administrativa]”

...Barbosa Neto - prefeito de Londrina

Barbosa Neto rebate as acusações de improbidade admistrativa que foram feitas pelo Ministério Público

N.COM

5Mosaico Londrina Maio de 2011

Page 6: Mosaico Londrina - 1ª edição

Desvia ou passa por cima?Vias esburacadas, motoristas insatisfeitos e mecânicos trabalhando a todo vapor

cIDADES

Thaís Yamanari

VIAS ESBURACADAS

Mais carros, mais trânsito e, consequente-mente, mais buracos. Se-gundo dados do IBGE, em 2009, Londrina já tinha um carro para cada 1,9 habitante. Estima-se que hoje, esse número seja ainda mais signific-ativo. Apesar de ser uma cidade jovem, Londrina cresceu muito nas últi-mas décadas e a falta de um planejamento urbano que previsse esse in-chaço trouxe problemas estruturais.

Gilson Bergoc, di-retor do Ippul, explica que a escolha do centro de Londrina e o plane-jamento urbano são da década de 20 e não at-endem mais as necessi-dades atuais. “A escolha do centro foi ótima por diversos fatores, mas na época usavam charretes e as vias comportavam os costumes daquele tempo. Agora é preciso medidas para desafogar locais mais congestiona-dos e atrair a as pessoas para outros locais, já que aproximadamente 60% da população de Londri-na vai ao centro todos os dias”, analisa o diretor.

Vias congestionadas, carros e mais carros e, consequentemente, bu-racos. Taxista há quase um ano, Fabíola, convive com a realidade atual do trânsito em Londrina e já aponta os principais problemas: “é muito es-tressante, o trânsito já não ajuda e os buracos só aumentam. É bastante manutenção, quebra roda, quebra mola, que-bra suspensão, é difícil trabalhar uma semana inteira sem dar algum problema no carro, isso quando o pneu não ra-cha”. Em tom de desa-bafo, alguém que tira o sustento da família no trânsito e tem como ob-jeto de trabalho o carro,

Pneu:Furo 7,00 Corte (vulcanização) 70,00 Bolha a partir de 170,00Roda:Amassada [ ferro 30,00 – alumínio 50,00]Quebrada [solda e pintura 150,00, o jogo de rodas]Amortecedor [par dianteiro 160,00 – traseiro 130,00]Alinhamento + Balanceamento + Rodízio 40,00Caster (posição da roda) 70,00Cambagem 60,00

*valores aproximados baseados em car-ro esporte.

PROBLEMAS X CUSTOS

começa a gastar tempo e dinheiro demais por causa das vias esburaca-das.

No ponto de táxi, le-vanto a pergunta: qual a pior rua de Londrina (em relação aos buracos)? E, instantaneamente,

Fabíola e os colegas riem e um deles questiona: Uma só? Mas são tan-tas! E começam a apon-tar vias e bairros mais problemáticos: Leste-Oeste, Avenida São Pau-lo, Jardim Mediterrâneo, Alpes, entre outros.

“é muito estressante, o trân-sito já não ajuda e os bura-

cos só aumentam. É bastante manutenção, quebra roda,

quebra mola, quebra suspen-são, é difícil trabalhar uma semana inteira sem dar al-

gum problema no carro, isso quando o pneu não racha”.

Fabíola, taxista

Agnaldo Rosa explica a situação e as dificuldades de solucionar o problema imediatamente

Cou

tinho

Men

des

6 Mosaico Londrina Maio de 2011

Page 7: Mosaico Londrina - 1ª edição

Desvia ou passa por cima?Vias esburacadas, motoristas insatisfeitos e mecânicos trabalhando a todo vapor

cIDADES

Thaís Yamanari

VIAS ESBURACADAS

Mais carros, mais trânsito e, consequente-mente, mais buracos. Se-gundo dados do IBGE, em 2009, Londrina já tinha um carro para cada 1,9 habitante. Estima-se que hoje, esse número seja ainda mais signific-ativo. Apesar de ser uma cidade jovem, Londrina cresceu muito nas últi-mas décadas e a falta de um planejamento urbano que previsse esse in-chaço trouxe problemas estruturais.

Gilson Bergoc, di-retor do Ippul, explica que a escolha do centro de Londrina e o plane-jamento urbano são da década de 20 e não at-endem mais as necessi-dades atuais. “A escolha do centro foi ótima por diversos fatores, mas na época usavam charretes e as vias comportavam os costumes daquele tempo. Agora é preciso medidas para desafogar locais mais congestiona-dos e atrair a as pessoas para outros locais, já que aproximadamente 60% da população de Londri-na vai ao centro todos os dias”, analisa o diretor.

Vias congestionadas, carros e mais carros e, consequentemente, bu-racos. Taxista há quase um ano, Fabíola, convive com a realidade atual do trânsito em Londrina e já aponta os principais problemas: “é muito es-tressante, o trânsito já não ajuda e os buracos só aumentam. É bastante manutenção, quebra roda, quebra mola, que-bra suspensão, é difícil trabalhar uma semana inteira sem dar algum problema no carro, isso quando o pneu não ra-cha”. Em tom de desa-bafo, alguém que tira o sustento da família no trânsito e tem como ob-jeto de trabalho o carro,

Pneu:Furo 7,00 Corte (vulcanização) 70,00 Bolha a partir de 170,00Roda:Amassada [ ferro 30,00 – alumínio 50,00]Quebrada [solda e pintura 150,00, o jogo de rodas]Amortecedor [par dianteiro 160,00 – traseiro 130,00]Alinhamento + Balanceamento + Rodízio 40,00Caster (posição da roda) 70,00Cambagem 60,00

*valores aproximados baseados em car-ro esporte.

PROBLEMAS X CUSTOS

começa a gastar tempo e dinheiro demais por causa das vias esburaca-das.

No ponto de táxi, le-vanto a pergunta: qual a pior rua de Londrina (em relação aos buracos)? E, instantaneamente,

Fabíola e os colegas riem e um deles questiona: Uma só? Mas são tan-tas! E começam a apon-tar vias e bairros mais problemáticos: Leste-Oeste, Avenida São Pau-lo, Jardim Mediterrâneo, Alpes, entre outros.

“é muito estressante, o trân-sito já não ajuda e os bura-

cos só aumentam. É bastante manutenção, quebra roda,

quebra mola, quebra suspen-são, é difícil trabalhar uma semana inteira sem dar al-

gum problema no carro, isso quando o pneu não racha”.

Fabíola, taxista

Agnaldo Rosa explica a situação e as dificuldades de solucionar o problema imediatamente

Cou

tinho

Men

des

Uma usina, uma cidade, muitos buracos

Para resolver o proble-ma, há aproximadamente 30 dias, a Usina de Asfalto de Londrina começou a trabal-har. Além de reduzir o custo da massa asfáltica em mais de 40%, a Usina, por ser do município, tem diversas vantagens. A partir de agora, não há mais a dependência de serviços terceirizados e a disponibilidade de horários permite operações mais efi-cientes, já que a massa tem de ser produzida a altas tem-peraturas e aplicada ainda quente.

Embora não esteja fun-cionando a todo vapor, a Usina pretende abastecer toda a cidade. O Secretário de Obras do Município, Ag-naldo Rosa, explica que, sem dinheiro, é difícil. “No poder público, enfrentamos diversos obstáculos, nós estamos trabalhando muito e, às vezes, passa desper-cebido. Refizemos diver-sas vias, mas é complicado fechar todos os buracos da cidade. Estamos trabalhan-do na contratação de trabal-hadores para que a Usina opere em sua capacidade máxima, mas tudo isso leva tempo”.

Na opinião de Fabíola, o município deveria re-capear vias inteiras, “eles não deveriam ficar tapando buraquinho igual estão fa-zendo, ficar jogando pedrin-ha pra gente não resolve”. Em dias e horários mais congestionados, ela garante que não tem como fugir do problema e embora tente desviar, do outro lado tam-bém tem buraco.

Rosa admite ficar irri-tado consigo mesmo quando passa em um buraco e tem algum problema no carro, mas lamenta: “Se tivésse-mos o dinheiro necessário, cerca de R$20 milhões, conseguiríamos asfaltar por completo a cidade toda em poucos meses. Mas não te-mos esse dinheiro e temos que fazer nosso projetos por partes. Só que enquanto ar-ruma de um lado, o outro piora. Não temos a intenção de ficar tampando a cidade com pedrinhas, temos um projeto e estamos trabalhan-do para fazer um trabalho mais definitivo”, garante.

A taxista não gasta menos que R$ 400 em cada visita ao mecânico. Embora o car-ro seja novo, ela já explica que sempre está desalinha-do. O problema ainda fica pior em dias de chuva. Os buracos cheios d’água não

são vistos pelos motoristas e a chances de acidentes au-mentam. Desafoga o trânsi-to e congestiona as oficinas mecânicas.

Dizem que toda situação tem seu lado bom. Mas, só dizem. Embora não falte trabalho para os mecânicos, esse realmente é um proble-ma em que todos saem per-dendo. Marcos Marcelino é mecânico e explica: “Em alguns serviços que as ofici-

nas oferecem garantia, o ex-cesso de buracos prejudica o trabalho. Hoje em dia, grande parte das oficinas mecânicas está mais preo-cupada em oferecer bons serviços que não necessitem de retorno, para que os cli-entes façam a propaganda do local”. Evidentemente, se o cliente não é fidelizado e seu carro quebra logo em seguida, isso não acontece.

Perde o motorista, perde

o mecânico. Infelizmente, são consequências. O Secre-tário de Obras pede paciên-cia aos londrinenses, já que, estão trabalhando e o tra-balho não acaba. “O prob-lema dos buracos começou lá atrás com uma péssima administração, mas explo-diu só agora que muitas vias estão danificadas e quem está pagando por tudo isso é a população”.

Do bolso de um taxista,

por exemplo, quebrando o carro três vezes por mês, os serviços não saem por menos de mil reais. E como qualquer outro cidadão, paga impostos também. Enquanto isso, teremos de esperar a contratação de trabalhadores para a Usina de Asfalto, a liberação da verba necessária para o re-capeamento total da cidade e sabe lá em quanto tempo. Pra onde desviar?

Fabíola não gasta menos de R$400 em cada visita ao mecânico

Via esburacada atrapalha o trânsito e aumenta as

chances de acidentes

7Mosaico Londrina Maio de 2011

Page 8: Mosaico Londrina - 1ª edição

Campanha começa com baixa adesão em Londrina

DESARMAMENTO

Apesar da mobilização das entidades, poucas armas foram entregues nos primeiros dias na cidadeCAMILA MEIRA

Apenas duas armas foram entregues no posto da Polí-cia Federal em Londrina nos primeiros dias da Campanha Nacional de Entrega Volun-tária de Armas e Munições 2011, que foi lançada oficial-mente no dia 6 de maio em todo o Brasil.

A data prevista para início da Campanha seria no mês julho, mas após a tragédia na escola de Realengo, no Rio de Janeiro, onde crianças foram mortas por um ex-aluno, o Ministério da Justiça estabel-eceu que a campanha deveria ser antecipada.

De acordo com Luis Cláu-dio Galhardi, presidente do COMPAZ (Conselho Munici-pal de Cultura de Paz) e co-ordenador da ONG Londrina Pazeando, desde que o Minis-tério da Justiça aprovou o Es-tatuto de Desarmamento, que proíbe o porte ilegal de armas e munições, os índices de vio-lência têm diminuído no país. “A partir da implementação da lei o número de homicí-dios por arma de fogo caiu em 11%. Quanto menos armas em circulação, menos violência”, afirma Galhardi.

A doutora em psicologia fo-rense e especialista em vio-lência e criminalidade, Maria de Fátima Franco dos Santos,

explica que é engano pensar que quem possui uma arma está protegido. Segundo a psicóloga, a arma dentro de casa aumenta as chances de acidentes e crimes banais. “A arma é sinônimo de morte. Ninguém tem uma arma para

deixar enfeitada. A pessoas têm armas pensando que um dia podem usá-las”, ressalta.

A professora Sarah Fer-nandes Gouvêa Mafra, en-tende que a Campanha de Desarmamento é importante para a construção coletiva da

paz. E destaca a perda que a sociedade sofre, quando al-guém é vítima de arma de fogo. “Quando morre um, nós morremos com ele. Então, nós vamos lutar para que tenham-os um mundo mais pacífico”, acrescenta.

O Comitê Londrinense para o desar-mamento se reuniu no último sábado (7) no calçadão do centro da cidade para lembrar as crianças de Realengo e tam-bém outras pessoas que foram vítimas

de armas de fogo. Durante o evento, quem passou pelo local pode receber instruções sobre a campanha de coleta de armas, além de prestigiar apresenta-ções de dança, capoeira e música.

Ação em Londrina lembra as vítimas de Realengo

Nâo dê armas, dê abraços

Paralela a ação de desarma-mento, a campanha “Arma não é brinquedo... dê abraços” pre-tende conscientizar pais e cri-anças de que armas não devem ser utilizadas em brincadeiras infantis. A Campanha é uma iniciativa do COMPAZ (Con-selho Municipal de Cultura de Paz) e da ONG Londrina Paz-eando. Desde 2003, Londrina também conta com a Lei Mu-nicipal Nº 9. 188, que proíbe a comercialização de armas de brinquedo.

ViolênciaUma mulher de 49 anos foi

baleada na cabeça em uma tentativa de assalto na última quinta-feira (12). Isabella Prata Tiberty Garcia Lopes foi mais uma vítima de morte por arma de fogo. O crime aconteceu no cruzamento da Rua Pernam-buco com a Avenida JK, em fr-ente ao Hospital Infantil. Dois adolescentes esperavam num ponto de ônibus próximo ao lo-cal da ocorrência. No momento em que o semáforo do cruza-mento fechou, um deles, de 17 anos, se aproximou do carro onde estava Isabella e deu voz de assalto. Ela teria se recusado a entregar os pertences e foi ba-leada no braço e na cabeça. A mulher foi encaminhada para o Hospital Evangélico em Lond-rina e depois transferida para o Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, com morte encefálica.

Jornal de Londrina

Armas recolhidas serão encaminhadas ao exército, para que sejam destruídas. As Indenizações pela entrega das armas variam de 100 a 300 reais.

Thai

s Ya

man

ary

Goo

gle

imag

es

As indenizações para as pes-soas que entregarem suas ar-mas e munições variam de 100 a 300 reais. Segundo o Setor de Armas da Delegacia da Polícia Federal de Londrina, o pagamento referente à entrega será disponibilizado no prazo de 30 a 90 dias. Quem possui armas sem registro também pode efetuar a entrega.

Em Londrina, o endereço para a entrega das armas fica na Rua Tietê, 1450, na Vila Nova. Antes, é preciso preencher e imprimir uma guia de trânsito, disponível no endereço eletrônico www.dpf.gov.com, que autoriza a pes-soa a portar a arma durante o trajeto até o posto policial.

ManifestaçãoFamiliares e amigos de Isa-

bella Prata Tibery Garcia Lopes, baleada durante uma tentativa de assalto na última quinta-feira, realizaram na manhã deste domingo (15) uma manifestação pedindo mais segurança para Lond-rina. Segundo o pai da vítima, o médico Ascêncio Garcia Lopes, a filha está internada no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, com morte ence-fálica, mas ainda há batimen-tos cardíacos.

Em entrevista à imprensa, o médico afirmou que manifesta-ções, como a realizada neste domingo, são importantes para que a sociedade se mobilize e crimes como o que ocorreram.

“Hoje eu sou mais um [víti-ma]. Diariamente a sociedade está tendo problemas semel-hantes”, disse.

Jornal de Londrina

8 Mosaico Londrina Maio de 2011

Page 9: Mosaico Londrina - 1ª edição

SEGURANÇA

Guarda Municipal reivindica porte de arma

LETÍCIA NASCIMENTO

Agentes alegam necessidade do uso da arma como suporte na segurança da cidade

O processo de formação da Guarda Municipal de Londrina teve início em 2009, quando foi aprovada a lei que criou a Secretaria Municipal de Defesa Social. Nessa lei, o município regulamentou e estabeleceu a estrutura da guarda, que foi criada por meio de uma legislação da década de 1990, apesar de o órgão ter demorado quase duas décadas para sair do papel. Para atuar na Guarta Municipal, os agentes passam por um curso de formação de, pelo menos, três meses, em que são apreendidos conceitos de cidadania até defe-sa pessoal, uso de armas não-letais e as aulas de tiro.

Os guardas munici-pais de Londrina têm direito ao por-

te de armas? Essa tem sido uma questão bastante dis-cutida entre secretários, po-liciais, cidadãos e os pró-prios guardas, após a prisão de um agente por porte ile-gal de arma e outro se ferir com um tiro em si próprio. Desde a manifestação re-alizada pelos guardas em frente à sede da corporação, no início do mês, em que exigiam o porte de armas para exercício da função, as opiniões têm se dividido.

Segundo o chefe de ga-binete da Secretaria Mu-nicipal de Defesa Social, Jurandir Gonçalves André, a legislação em vigor per-mite que os guardas do mu-nicípio utilizem armas de fogo durante o serviço e, por essa razão, a Secretaria tem buscado junto à Polícia Federal as licenças: “nós vamos seguir a lei nessa questão do porte das armas. O planejamento do curso de tiro necessário já está em andamento, em parceria com a Polícia Militar (PM), e se a legislação permite não há porque correr certos riscos”, afirma. Para André, as armas têm o propósito de servir de suporte de segu-rança tanto para os agentes quanto para os cidadãos.

Um guarda municipal, que não quis se identificar, tem opinião semelhante à de André: “Com certe-za sou a favor, pela nossa segurança e, principalmen-te, dos munícipes”. De acordo com ele, nos nove meses em que trabalha na Guarda esteve em situa-ções de risco: “Muitas ve-zes só nos resta correr ou esperar a PM. Não dá mais pra ficar assim”, conclui.

Segundo outro agente, que também falou sob a condição do anonimato, a cobrança da sociedade so-bre os guardas municipais

é mesma em relação aos policiais e bombeiros. “Se o legislador deu a liberda-de para que os guardas de cidades com mais de 500 mil habitantes tenham por-te de arma, por que Lon-drina não pode aderir? É uma cidade super violenta e o agente de segurança pública só pode oferecer segurança quando, no mí-nimo, dá conta da segu-rança dele”, desabafa.

Opiniões divididasSobre a temática, a po-

pulação se divide. Os favo-ráveis costumam conside-rar, antes de qualquer coisa, o preparo essencial para o porte e uso das armas. O consultor financeiro, Hei-tor Ideriha, argumenta em favor dos guardas: “Se as outras duas esferas do Po-der Executivo (Federal e Estadual) têm suas polícias armadas, porque a Munici-

pal não pode ter, sendo que o objetivo final, apesar dos diferentes focos de atua-ção, é exatamente o mes-mo?”, questionou. Segundo ele “é impossível combater criminosos bem armados com spray de pimenta e cassetete”. Ele disse con-siderar “imprescindível [o uso de armas pela guarda], desde que também se tenha um processo de seleção e de treinamento condizen-tes com a responsabilida-de de se portar uma arma”.

Contrário à utilização de armas pelos guardas munici-pais, o estudante João Vitor Hayashi Almeida Machado, não vê necessidade de mu-dança. Na opinião dele, “já temos os policias militares presentes para essa finalida-de”. Machado afirmou que a Guarda Municipal não atua à noite e na avaliação dele, é nesse horário que tem a maior possibilidade de acon-tecer trocas de tiros. “A Polícia Militar já circula bem à noite”, completou.

Guarda foi criada em 2009

Guardas Municipais no calçadão de Londrina. Agentes reinvindicam o direito de portar armas durante o horário de trabalho

Thaís Tiemi Yamanari IncêndiosNo mês de maio, quatro

veículos foram incediados na cidade até agora. Na úl-tima terça-feira (17), um Es-cort, estacionado na garagem de uma residência, no Con-junto Aquiles Sthengel, na Zona Norte da cidade, foi in-cediado, por volta das 2h30.De acordo com o Corpo de Bombeiros, o fogo teria co-meçado pela traseira do car-ro, que estava sem bateria. Com a suspeita da polícia de que o incêndio poderia ser criminoso, o Instituto de Criminalística foi acionado. A polícia suspeita de cri-me em, pelo menos, ou-tros dois casos: uma Kom-bi e uma caminhonete usadas no transporte de material reciclados, que fo-ram consumidas pelo fogo.

Bondenews

Superlotação Na última terça-feira

(17) três hospitais de Lon-drina estavam com os pron-to-socorros superlotados. Os casos mais graves esta-vam concentrados na Santa Casa, que teve o atendimen-to emergencial suspenso logo pela manhã. No Hos-pital Evangélico, também acima da capacidade, tinha retido seis marcas do Samu/Siate, para serem utilizadas como leitos provisórios; no Hospital Universitário, sete pacientes esperavam por vagas em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Jornal de Londrina

Quiosques nocalçadão

O prefeito Barbosa Neto (PDT) anunciou, em entrevis-ta coletiva, que desistiu de co-locar quiosques padronizados no Calçadão da cidade. De acordo com ele, a prefeitura não vai licitar esses espaços e, dessa forma, o Calçadão permanece sem concessões de espaços para comerciantes. Barbosa assinou a ordem de serviço para a 3ª fase da refor-ma no Calçadão.

Bondenews

9Mosaico Londrina Maio de 2011

Page 10: Mosaico Londrina - 1ª edição

Situação do lixo em LondrinaCausas e soluções deste que tem sido um grande problema para a cidade

FRANCIELLY CAMILO

Segundo uma pesquisa realizada pela Asso-ciação Brasileira de

Empresas de Limpeza Pú-blica e Resíduos Especiais – ABRELPE, em 2010 a quan-tidade de Resíduos Sólidos Urbanos - URS coletados por dia em Londrina era de 409,5 kg, totalizando uma média de 0,83kg de lixo por habitante.

Atualmente em Londrina o lixo tem sido objeto de polê-mica, já que pela segunda vez a licitação aberta pela Com-panhia Municipal do Trânsi-to - CMTU foi cancelada por irregularidades contidas no edital.

A cidade é vista como mo-delo a ser seguido no ranking nacional, o que não quer dizer muita coisa. Para o jornalista e ambientalista Marcelo Fra-zão, Londrina se destaca não porque tem grandes projetos ambientais ou por ser desen-volvida em relação à reci-clagem do lixo, mas porque “pelo pouco que fez ganhou destaque” tendo em vista que apenas 7% dos municípios brasileiros reciclam o lixo.

Existem três tipos de lixo, o reciclado, o orgânico e o rejeito que não pode ser re-aproveitado. Em Londrina a única separação que tem dado certo é a reciclagem. Tira-se o q reciclável e enterra o que é orgânico e rejeito. Implantar a separação do orgânico tem sido uma constante tentativa desde a abertura da Central de Tratamento de Resíduos - CTR, crida em 2010.

Porém, segundo o ambienta-lista João das Águas, a CTR recebe de tudo, principal-mente lixo orgânico. “Dessa forma não é possível separar muita coisa, já que o lixo que poderia ser reaproveitado está misturado”, diz.

O Aterro do Limoeiro de-veria receber todo o lixo or-gânico produzido pela cida-de, porém não é o que está acontecendo. Em março deste ano o Instituto Ambiental do Paraná – IAP depois de um flagrante feito pelo Jornal de

Londrina, proibiu a Prefeitura de Londrina a continuar en-terrando resíduos. Na matéria funcionários da CMTU fo-ram encontrados em práticas vetadas pelo órgão ambien-tal estadual; eram aterrados como lixo comum: resíduos recicláveis da coleta seletiva e materiais misturados, inclu-sive pneus. Os resíduos eram provenientes dos mutirões de limpeza de combate à dengue.

Tanto para João das Águas quanto para Marcelo Frazão a solução está no programa

Aterro do Limoeiro, foto flagrante do Jornal de Londrina

Roberto Custódio - JL

de educação ambiental que deveria ser desenvolvido pela prefeitura para que a popu-lação depositasse e até pro-duzisse menos lixo. “Não há uma comunicação oficial com a sociedade, sabemos que as coisas não estão boas, mas não sabemos o porquê e nem como resolver esse problema do lixo” diz Frazão, buscan-do dar uma resposta para a causa do problema. Segundo ele, é preciso contar também com a população, mas para isso é necessária a conscien-

tização e uma boa gestão do município.

A solução é “insistir na edu-cação ambiental com uma logística afetiva” defende João das Águas. Ainda res-salta que a população deve compreender a importância de separar o lixo antes de ser recolhido e que o reapro-veitamento na medida certa pode ser uma saída para a crescente poluição. Uma das soluções apontadas por ele para o lixo orgânico são as compostagens.

mar os resíduos agrícolas em adubos essenciais para a prática da agricultura or-gânica. É comum também encontrar a compostagem em centrais de reciclagem de resíduos, já que cada vez mais se tem a neces-sidade de diminuir o vo-lume do material a ser ge-renciado e estabilizar um material poluente.

Porém agora essa práti-ca tem sido parte da edu-cação ambiental, moti-vando-se cada individuo a usar da compostagem dentro da sua própria casa. A grande vantagem

anunciada é de dar uma finalidade adequada para mais de 50% do lixo do-méstico.

O processo é simples, mas requer paciência e muito cuidado. Uma das formas de criar esse com-posto é dispor o material numa pilha que vai ser regada e revolvida ocasio-nalmente, tendo em vista a promoção de umidade e oxigênio aos microorga-nismos da mistura. Duran-te o período de composta-gem (que poderá levar um mês ou um ano), o material empilhado sofre decom-

posição por intermédio de bactérias e fungos até a formação de húmus. Quan-do este material composto

Compostagem: O que é?se encontrar estabilizado biologicamente, poderá ser usado para correção de solos ou como adubo.

A compostagem acon-tece naturalmente no ecossistema, quando um resíduo animal ou vege-tal é reaproveitado como fonte de nutrientes para as plantas. Nela os mi-croorganismos transfor-mam a matéria orgânica, como estrume, folhas, papel e restos de comi-da, num material seme-lhante ao solo, a que se chama composto, e que pode ser utilizado como adubo.

Essa técnica é muito usada em propriedades agrícolas para transfor-

ATERRO

10 Mosaico Londrina Maio de 2011

Page 11: Mosaico Londrina - 1ª edição

Centenas de veículos participaram do protesto “Na mesma moeda”; intenção é fazer novas manifestações DANIELA BRISOLA

Nas bombas de combustí-veis de todo o país, o preço da gasolina e do álcool não

param de crescer. Em Londrina, a situação não é diferente. Em uma pesquisa realizada pelo Núcleo Municipal de Defesa ao Consu-midor de Londrina (Procon-Ld), no dia 29 de março, apontou um aumento médio de R$ 0,15 no pre-ço do álcool de uma semana para a outra.

E o preço não parou de subir. Revoltado com essa alta, Janata Willian, analista de infraestrutura, resolveu organizar um protesto na cidade. “Eu vi o vídeo da manifes-tação em Goiás e pensei ‘Por que não fazer em Londrina? ’, logo em seguida, criei a página no Fa-cebook.” A página à qual Willian se refere teve 1.551 pessoas con-firmando presença no evento, realizado no sábado, dia 7. “Não esperava que esse número de pes-soas ficasse sabendo e apoiasse ao protesto”, afirmou o organizador.

No entanto, para que o “Na mesma moeda”, nome nacional-mente dado ao protesto, se con-cretizasse em Londrina, Willian pediu ajuda àqueles que mais comentavam na página da rede social. “No total, somos em 10 pessoas organizando tudo.” Para o

Tensões políticas e aumento da população causam inflação

MARCIA BOROSKI

Assim como outras commodities, o preço do petróleo oscila conforme as tendências mundiais. Além disso, custo do refino, transporte e impostos nacionais influenciam diretamente no preço do litro do combustível na bomba. A avaliação é do economista Sinival Pitaguari, professor do curso de Economia da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Pitaguari aponta o aumento da fro-ta como um dos fatores que contribuiu para o aumento dos preços, embora não seja o mais importante. Ele lem-brou que a frota brasileira vem cres-cendo desde 2009, quando o governo reduziu o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).

A combinação desse crescimento com a constante circulação de cami-nhões, transportando alimentos e ou-tros produtos pelas estradas brasileiras junto com o aumento do poder aquisi-

tivo da população impulsionou a infla-ção do preço da gasolina e do diesel, na avaliação do economista. “Podemos esperar uma tendência de diminuição do preço do barril de petróleo no mer-cado mundial. Isso se deve em parte pela morte de Osama Bin Laden”, ex-plica o economista.

Para Pitaguari, a morte do terroris-ta da Al-Qaeda apaziguou em parte as tensões no cenário político do Oriente Médio. “Estas tensões políticas afetam diretamente o preço do barril do petró-leo já que a região abriga a maior fonte de extração do mundo. As revoltas que aconteceram nos primeiros meses de 2011 influenciaram de modo incisivo neste aumento. Por isso, supõe-se que o preço baixe em breve”, comenta.

Entretanto o etanol não deve seguir esta tendência. O aumento foi estimu-lado também pelo preço nacional mas, principalmente, pela oferta e demanda nacional. “Os usineiros deixaram de produzir etanol e migraram a matéria

O protesto feito nas redes sociais

DANIELA BRISOLA

Nenhum dos manifestan-tes entrevistados pela repor-tagem soube da manifestação por outro meio. As redes so-ciais não só ajudaram, como fizeram o “Na mesma mo-eda” acontecer. Facebook, Orkut e Twitter foram usados para organizar e divulgar o protesto.

A principal divulgação foi realizada pela página de eventos criada no Facebook, que, atualmente, soma 1.551 confirmados para o evento, 369 que talvez participariam e 11.872 que não confirma-ram presença, mas ficaram sabendo sobre a manifesta-ção, e 610 que não partici-pariam.

O criador da página foi Jonata Willian, analista de

infraestrutura, e um dos orga-nizadores do evento. Através do Facebook, ele conheceu os outros nove que ajudaram a preparar o manifesto, atra-vés da criação de panfletos e adesivos e com a divulgação.

A comunidade do Orkut, “Sábado Quente”, também ajudou a divulgar a mani-festação. Cristian Lubricar, dono da comunidade com cerca de 6.800 pessoas, ex-plicou seu envolvimento com o protesto. “Nós somos um grupo que fazemos rachas no autódromo. O aumento do preço no combustível é um absurdo, por isso estamos apoiando o protesto.”

Os responsáveis pelo site de automobilismo londrinen-se, Rei do Asfalto, também apoiaram a manifestação e es-tiveram presentes no evento.

Clientes abasteciam os veículos por R$ 0,50 e pagavam com notas altas, moedas de baixo valor ou cartão de crédito

prima para a produção de açúcar pois, o preço no mercado mundial aumen-tou”, afirma.

O açúcar e outros alimentos bá-sicos, tiveram esta elevação porque a população mundial cresceu e países como Índia e China, com bilhões de habitantes, passaram a consumir mais. “A tendência é essa população aumen-tar e, consequentemente, a demanda também”, disse. O desenvolvimento de tecnologia para a produção de com-bustível, tanto etanol como gasolina e diesel, pode frear essa predisposição.

O economista lembrou que Lon-drina, especificamente, sofre com o problema do suposto cartel entre os postos, objeto de investigações do Mi-nistério Público e da polícia. “Existe essa polêmica que envolve muitos pro-prietários de postos, os quais contro-lam os preços na cidade. Porém, não é possível mensurar a abrangência deste controle e como ele influenciou neste aumento”, concluiu Pitaguari.

dia do protesto foram preparados panfletos e adesivos que ajudaram na divulgação e na adesão das pes-soas.

No sábado em que o protesto se concretizou, dezenas de carros se reuniram em frente ao Moringão e saíram em carreata até os postos da avenida Maringá. “Escolhemos esse local tanto pelo seu ponto estratégico quanto pela quanti-dade de postos perto”, explicou Willian. Chegando ao posto deter-minado, a quantidade de carros se multiplicava. “Centenas de carros participaram, eles começaram a acompanhar a carreata conforme fomos passando pela Higienópolis e pelas outras ruas”, informou o organizador. “Isso mostra a indig-nação dos londrinenses e que eles não estão parados, conformados com a situação.”

As centenas de participantes entravam nos postos e abasteciam R$ 0,50 e pagavam em moedas de valor pequeno, em notas altas ou ainda passavam no cartão de crédito e exigiam nota fiscal, tudo para que o preço do serviço ofere-cido pelo posto fosse maior do que o gasto na compra do combustí-vel. A recomendação dada pela gerência, que não foi encontrada durante o evento, era que tanto os frentistas, quanto os outros funcio-nários trabalhassem normalmente.

Inconformismo O inconformismo era fator co-

mum entre os manifestantes, inclu-sive dos frentistas do próprio posto. “Acho um absurdo o preço do com-bustível. Os clientes reclamam, prin-cipalmente porque há uma grande diferença entre os preços dos postos concorrentes, mas não podem dei-xar de abastecer. É uma necessidade como o alimento, não tem como es-colher. Se tem que usar o carro, tem que abastecer. O protesto é muito importante, vamos ver se agora algu-ma coisa muda”, comentou o frentis-ta Welligton Carlos.

E, como disse outro organiza-dor do evento, Cristian Lubricar, o protesto já surtia efeito. “Já estamos fazendo a diferença. Nos últimos dias, o preço dos combustíveis, principalmente nesta região onde está acontecendo o protesto, já teve certa queda.” No posto onde houve um maior número de protestantes, o preço do álcool era de R$ 1,79 e da gasolina R$ 2,69, sendo que em outras regiões o combustível estava em torno de R$ 0,10 mais caro.

A intenção é de continuar a ma-nifestação. “Temos a vontade de fazer novos protestos. Quem sabe inclusive voltar aqui neste mesmo posto ou em outras regiões da cida-de. O importante é não se confor-mar com a situação e continuar a se manifestar”, concluiu Willian.

Economia

NA MESMA MOEDA

Adam Sobral

Londrinenses protestam contra o aumento de combustível

11Mosaico Londrina Maio de 2011

Page 12: Mosaico Londrina - 1ª edição

do Sindecolon, explica que, “para que a flexibilização fosse viável, seria necessário que os empresári-os tivessem a cabeça mais aberta para garantir um turno, realmente, de seis horas”. “A nossa catego-ria se vê contrária a isso devido à dificuldade que as empresas já têm de fazer o pagamento do ex-pediente atual, imagine se aumen-tarmos a carga horária. A maioria dos patrões alega que não tem condições de aumentar o número de funcionários. Essa medida, em suma, sobrecarregaria o trabalha-dor”, critica Vila.

Nivaldo Benvenho, presiden-te da ACIL, acredita que a atual legislação promove um ‘enges-samento’ do desenvolvimento da cidade e prejudica o comércio do centro da cidade em detrimento dos shoppings centers. “Os argu-mentos utilizados pelo sindicato são argumentos de manutenção do poder. O papel dele é fazer uso da legislação. Cabe ao sindicato trabalhar junto ao Ministério do Trabalho e fazer com que se cum-pram as leis”, cutucou Benvenho. Segundo ele, “o que não cabe ao sindicato é deixar os procedimen-tos engessados, em função de que prevaleça a possibilidade de faz-erem acordos individuais com as empresas”. Para o presidente da Acil, existem outros mecanismos para negociar. “Nós não estamos mais vivendo uma era da desinfor-mação. Ninguém está falando de abrir aos domingos, abrir todos os sábados. Estamos falando em ter a possibilidade de encontrar alterna-tivas. Do jeito que está, é impos-sível. É o poder público municipal interferindo naquilo que deve ser livre-arbítrio entre trabalhadores e empregados”, concluiu.

num preço que não dá comprar mais não. E só vem aumentan-do. ‘Tá’ virando artigo de luxo já”, comenta a servidora públi-ca, Edilamar Silva.

O café é outro produto que as donas de casa já sentiram o aumento de preço. “Antes com R$3 você comprava um pacote de café. Agora, está mais de R$

5!”, afirma indignada a dona de casa Romilda Ribeiro. “Agora não sirvo mais cafezinho em casa para as visitas não. Agora é só um copinho de água e olhe lá!”.

Cesta básica tem redução de preço em Londrina

Entidades divergem sobre horário do comércioFLEXIBILIZAÇÃO

ACIL vê atual legislação como ‘engessamento’. Para o Sindecolon, horário alternativo é inviável

Havan, que participou da mani-festação disse que “tem muita loja que abre nesses horários”. Segundo ela, “é um benefício [a ampliação do horário de fun-cionamento] para os clientes e também para nós, funcionários, porque assim ninguém pre-cisa ser mandado embora”. “É difícil encontrar um emprego que pague bem, quando acon-tece, precisamos aproveitar”, completou. (T.H.)

Há alguns dias, emprega-dos da megaloja de departa-mentos Havan, recentemente instalada em Londrina, foram às ruas em apoio à reivindica-ção da empresa, que quer fun-cionar nos mesmos horários das outras filiais da loja – das 8 horas às 22 horas de segunda a sábado e aos domingos até às 20 horas. O protesto reacen-deu a discussão referente à flexibilização do horário do

comércio varejista em Lond-rina, ganhando o apoio da As-sociação Comercial e Industrial (ACIL) e do Shopping Catuaí.

Depois da manifestação, uma reunião entre os fun-cionários da loja e o Sindicato dos Empregados do Comércio de Londrina (Sindecolon), real-izada no dia 11 de maio, fechou um acordo para que a loja fun-cionasse no horário desejado.

Luana Santos, fiscal de loja da

Acordo garante ampliação do horário de funcionamento da Havan

Protesto na Havan reacendeu debate da flexibilização do horário de comércio em Londrina

acrescido com emendas ao Có-digo de Posturas elaborado pelos vereadores, será avaliado e en-caminhado para a decisão final do projeto”, explicou.

Contrário à proposta de mu-dança, o Sindecolon alega que o horário de funcionamento das lojas já está flexibilizado. “Não

havia necessidade desse barulho todo. Se uma empresa quer abrir mais de um sábado no mês, basta que venha e negocie conosco”, declarou Manuel Teodoro da Sil-va, vice-presidente do sindicato. Ele disse que a flexibilização pro-posta pela Associação Comercial e Industrial de Londrina (ACIL)

é inviável. “Eles não estão pen-sando em direito do trabalhador. Querem mudar a lei agora, para depois pensar em direitos. Esta-mos levando as propostas, nego-ciações, diretrizes, para chegar a um acordo com os trabalha-dores”, completou.

Célio Vila, diretor-secretário

TATIANE HIRATA

Em abril do ano passado, na 2ª Conferência de Leis Complementares do Plano

Diretor, foi debatido o texto origi-nal do projeto que contempla a proposta de flexibilização do horário do comércio, permitindo o funcionamento das lojas de se-gunda a sábado, das 8 horas às 20 horas. Esse debate consta do Código de Posturas, uma das leis complementares que estão em dis-cussão.

Um substitutivo apresentado pela Comissão de Desenvolvi-mento Urbano, presidida pelo vereador Jacks Dias (PT), al-terou o artigo correspondente ao horário, permitindo a permanên-cia do formato atual, que prevê o funcionamento das lojas das 8 horas às 18 horas de segunda a sexta-feira e até às 13 horas no sábado. A medida atende à solici-tação do Sindicato dos Trabalha-dores do Comércio de Londrina (Sindecolon).

Dias defende que deve ocorrer a flexibilização, mas conforme a negociação entre as categorias envolvidas. “Nós sempre fomos favoráveis à flexibilização, mas do modo como essa proposta está sendo definida, ou tentando se definir, através do Código de Posturas, sem a negociação entre o sindicato e os patrões, seria uma interferência na relação trabalhis-ta de uma categoria muito grande, cerca de 40 mil comerciários”, ar-gumentou.

De acordo com o vereador, até o meio do ano o projeto deve estar na pauta de discussão da Câmara, para aprovar ou não a realização de uma audiência pública. “O que vier dela [audiência] poderá ser

LAURA ALMEIDADepois de três meses seguidos

de alta, o preço da cesta básica apresentou queda de 4,19% em abril. Os dados, divulgados no úl-timo dia 4, são de uma pesquisa realizada pelo professor e econo-mista Flávio de Oliveira Santos.

Flávio coordena um grupo de pesquisa, junto com alunos da Faculdade Pitágoras, que todos os meses analisa as variações de preço dos itens que compõe a ces-ta básica, assim como a variação total do seu valor.

Dos 13 produtos da cesta, nove tiveram diminuição de preço. Entre os responsáveis pela queda, em relação ao mês de março estão: tomate (-27,03), ba-nana (-9,57), óleo (-8,48), farinha (-6,22), carne (-5,8), margarina (-2,43), açúcar (-2,06%), arroz

(-0,94) e pão (-0,22).De acordo com o professor,

a queda é significativa principal-mente em relação a última pes-quisa apresentada, que tinha con-statado um aumento de 4,88% no preço total da cesta.

Neste mês, os maiores vilões foram a batata (20,40%) e o fei-jão (15,80%), seguidos pelo café (1,98%) e pelo leite (2,14%).

“Com a pesquisa de preço, a cesta básica cairia de R$644,35 para R$ 507,81, o que represen-taria uma economia de R$167,85, ou 33,05% de economia na com-pra para uma família de 4 pes-soas”, analisa o professor. Já para uma pessoa a cesta sai por R$214,78.

O aumento de alguns produ-tos já é sentido diretamente pelo consumidor. “A batata está

Tatiane Hirata

12 Mosaico Londrina Maio de 2011

Page 13: Mosaico Londrina - 1ª edição

Para voltar a ser grandeRAFAEL SANCHEZ

A equipe do Londrina já está se preparando para a primeira rodada

da Segunda Divisão do Cam-peonato Paranaense, dia 22, contra o São José, de São José dos Pinhais, em casa. Segundo o gerente de futebol Francis-co Alencar, a base do elenco é o time do Iraty, que disputou a primeira divisão neste ano, e também alguns jogadores pertencentes à SM Sports que estavam emprestados. Mas re-forços são bem-vindos. “Trou-xemos o Danilo, goleiro, que veio do Arapongas, e o Warlley atacante que veio do Roma. Provavelmente três ou quatro jogadores vão estar integran-do essa base”, conta Alencar.

Os treinos começaram no último dia 4, no comando do técnico Claudio Tencatti. Ele ainda espera mais atletas para compor o elenco. “Principal-mente lateral-esquerdo, dois zagueiros, dois meias e um ata-cante. E daí daria um preenchi-mento com essas posições que nós estamos carentes hoje”.

Apesar da espera por reforços, Tencatti está otimista e satisfei-

to com o início do trabalho. “A gente tem uma espinha dorsal da equipe. Coletivamente o time já deu uma encaixada na-quilo que eu pretendo fazer a nível de jogo”, exalta o técnico.

Ao comentar a expectativa para o início do campeonato, o treinador ressalta o investimen-to pesado dos clubes e prevê uma competição difícil. “Pelo

que eu estou vendo do inves-timento dos clubes, todos de-ram um jeitinho e fizeram suas parcerias. Muitos jogadores da primeira divisão foram asse-diados e estão se deslocando”.

Para Tencatti, as equipes mais fortes são o Grêmio Metropo-litano, Toledo, Foz do Iguaçu e Cascavel, que conta agora com Gilberto Pereira, ex-LEC,

no comando técnico do time.Estádio do Café

Na primeira partida, dia 22, o Londrina espera poder atu-ar no estádio do Café. É o que acredita Francisco Alencar. “O pessoal da SM Sports tem ido todo dia lá pra acompa-nhar a situação do gramado, ver se ele tem condições para a estreia, mas acredito no tra-

Faltando menos de duas semanas para o início da Segunda divisão do Paranaense, o LEC treina forte para a estreia

Seca de futebolPara quem se acostumou

com os tempos de glória do Londrina, com participa-ções na primeira divisão do Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e títulos Pa-ranaenses, o estado atual do LEC decepciona. Disputando pelo segundo ano consecuti-vo a Segunda Divisão Estad-ual e sem vaga sequer na Sé-rie D do Nacional, o futebol da cidade tem um calendário irregular, de poucos meses. O LEC não disputa um jogo oficial desde o dia 26 de jun-ho de 2010, quando perder por 2 a 1, para o São José, de São José dos Pinhais e foi eliminado da Segundona.Jogadores do LEC durante treinamento visando a Segundona

balho que está sendo feito e lá e que a o Londrina vai estrear em casa com tranquilidade.

O problema não é novo. Ano passado, pela Copa do Bra-sil, o LEC precisou mandar seu jogo em Paranavaí por-que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) não liberou o estádio, alegando falta de condições do Café.

Gilberto Abelha - JL

Alex chega para ser novo camisa 10 do Corinthians

Volante Pierre recebe propostas e quer espaço

Carpegiani tem problemas para escalar o Tricolor

BRASILEIRÃO

Investir R$ 14 milhões em um jogador de 29 anos não é nada habitual para os clu-bes brasileiros. Mas o Co-rinthians aposta pesado que Alex acabará com a carência no setor de criação. Contra-tado para ser o camisa 10 alvinegro pelos próximos três anos, o armador acredi-ta que seu desempenho nas últimas temporadas equivale ao montante que o Timão pa-gou ao Spartak Moscou-RUS.

O meia, porém, estará lon-ge do banco de reservas. O treinador sonhava com a chegada dele desde o ano passado, principalmente por não ter opções parecidas no elenco. Bruno César já se-guiu para o Benfica, enquan-to Danilo, Morais e Ramírez estão em baixa no Timão.

O volante Pierre só jogou uma partida em 2011: o amistoso contra o XV de Piracicaba, no início de janeiro. Depois disso, passou quatro longos meses em recuperação de uma cirurgia para curar a fascite plantar (in-flamação na sola) que tinha no pé direito. De volta à equipe, o camisa 5 está determinado a re-cuperar seu espaço no elenco de Luiz Felipe Scolari. Para isso, recusou proposta recente de Atlético-PR e sondagens de ou-tros clubes brasileiros. Ele quer “renascer” no Verdão e deve ser relacionado para o duelo contra o Botafogo, domingo, às 16h, na estreia das equipes no Campeonato Brasileiro.”Preferi ficar pela identifica-ção. Não posso pegar quatro ou cinco anos de Palmeiras e jogar para o alto”.

O São Paulo está repleto de problemas para a partida do próximo domingo, contra o Fluminense, que marcará a estreia da equipe no Campe-onato Brasileiro. O técnico Paulo César Carpegiani não terá força máxima no duelo.

Os problemas começam na defesa. Jean, um dos jogadores mais perseguidos pelos torce-dores que protestaram na porta do CT na última segunda-feira, está com pubalgia. Alex Silva sentiu dores no músculo pos-terior da coxa esquerda. Rho-dolfo voltou a reclamar de le-são na panturrilha esquerda, a mesma que o afastou da semi-final do Campeonato Paulista, contra o Santos. Miranda, com lesão no tornozelo, que o tirou do duelo contra o Avaí, dificil-mente terá condições de jogo.

SÁBADOFlamengo X Avaí

Ceará X VascoAtlético - MG X Atlético-PR

Santos X Internacional

DOMINGOPalmeiras X BotafogoGrêmio X CorinthiansCoritiba X Atlético-GOFigueirense X Cruzeiro

Fluminense X São PauloAmérica-MG X Bahia

18H3018H3018H3021H

16H16H16H16H18H3018H30

BRASILEIRÃO 2011

1ª Rodada

Esporte

FUTEBOL

13Mosaico Londrina Maio de 2011

Page 14: Mosaico Londrina - 1ª edição

Força e tradiçãoUm dos esportes mais populares do mundo chega a Londrina e se difunde entre os jovens da região

Ruck , maul e scrum: é bom os brasileiros irem se acostuman-

do a estes termos, pois eles fazem parte do sistema de pontuação do segundo es-porte mais popular no mun-do, o Rugby. Iniciado na ci-dade inglesa de Rugby (daí o nome da modalidade), o es-porte vem se difundindo no nosso país, e chegou a Lon-drina com força total. “Com a internet e as redes sociais, fica mais fácil de divulgar o Rugby, as pessoas têm se interessado cada vez mais”, conta o treinador do time Londrina Rugby, William Paredes Heckler – ele foi um dos fundadores do time em 2002, junto aos amigos An-tônio Carlos Gomes e Hen-rique Dantas, todos, à época, estudantes do curso de Es-porte na UEL.

Hoje, o time já conta com sete patrocinadores e preten-de alçar novos vôos. “Este ano, pretendemos viajar ao Paraguai e ao Uruguai e dis-putar torneios lá; o Rugby tem uma cultura muito for-te de intercâmbio, no final sempre fazemos um terceiro tempo”, comenta Heckler.

Este “terceiro tempo” a que o treinador se refere é tradição no esporte desde suas origens européias – ao final da partida, os dois times se reúnem para falar sobre o jogo e confraternizar. A riva-lidade sai de campo e dá lu-gar à troca de experiências.

Em 2011, o Londrina

Rugby está disputando a Copa Paraná, em que está no primeiro lugar invicto e o Torneio Paranaense, cuja terceiro posição ainda pode ser alterada até o final do campeonato. Os treinamen-tos no Zerão são divididos entre o time masculino, que tem 40 jogadores e o time fe-minino, que tem 12. Os ho-mens treinam às segundas, quartas e domingos às 16h; já as mulheres aos sábados e domingos às 14h. Para quem quiser acompanhar os times, William Heckler convida. “Os treinos são abertos, quem quiser assistir ou par-

ticipar, é só chegar no Zerão nos horários que estamos lá”.

E este ritmo de treinos se-manais já deu resultado – no ano passado, dois jogadores locais foram convocados para a seleção paranaense e dois foram para a seleção brasileira.

Novo timePegando carona nos bons

resultados do time londri-nense, estudantes da UEL fundaram sua própria equipe no dia 10 de maio deste ano; embora jovem, o objetivo mira em resultados nacio-

nais. “Nossa meta é partici-par do Campeonato Unisi-nos, no Rio Grande do Sul, em Outubro”, afirma Daniel Jerônimo, estudante de Es-porte e um dos fundadores do time. Além dele, entre 10 e 12 pessoas – o número varia – já começaram os trei-nos no Centro de Educação Física e Esporte (CEFE) da UEL.

Mas acredite, não são apenas pessoas ligadas aos cursos de Educação Física e Esporte que se interessam pelo Rugby, “São pessoas de Direito, Economia, Veteri-nária, enfim, com a divulga-

ção boca-a-boca formamos um time que treina terças e quintas-feiras ao meio-dia, no campo atrás da pista de Atletismo do CEFE”, co-menta Jerônimo.

segundo semestreGraças ao crescente inte-

resse pelo esporte na região, Londrina deve abrigar a 2ª etapa da Copa Paraná dia 28 de maio e no segundo semes-tre, um campeonato pode fi-gurar como nova opção de torcida pelos londrinenses. “No mês de Setembro vamos tentar fazer um Seven aqui em Londrina, trazendo cerca de 30 times de outras cida-

Fique por dentroSe você ficou curioso com os nomes das regras no início da matéria, aqui vai um minidicionário sobre o Rugby:

Número de jogadores quinze que iniciam a partida, mais os reservas, ou suplentes autorizados.

Duração da partida80 minutos divididos em dois tempos.

Como jogarUma partida começa com um kick-off (Ponta-

cada equipe, se juntam com seus oponentes de modo que as cabeças das primeiras linhas fiquem intercaladas. O propósito do scrum é o de reiniciar o jogo, rápida, se-gura e imparcialmente, após uma infração menor o de uma interrupção.

Bola no solo sem Tacklequando a bola está disponív-el no solo e um jogador vai ao solo para ganhar a posse da bola, salvo imediata-mente após um scrum ou um ruck.

pé inicial). Após o kick-off, qualquer jogador que esteja on-side pode tomar a posse da bola e correr com ela.

Principais definições

Ruck é uma fase do jogo onde um ou mais jogadores de cada equipe, sobre seus pés, em contato físico, se agrupam ao redor da bola que está no solo. O Jogo Aberto termina.

Maul se produz quando um joga-

dor portando a bola é seguro por um ou maisoponentes, e um ou mais companheiros do portador da bola entram em contato com o portador da bola. To-dos os jogadores envolvi-dos estão sobre seus pés e movendo-se em direção a uma linha de meta. O Jogo Aberto termina.

ScrumUm scrum forma-se no campo de jogo quando oito jogadores de cada equipe, ligados em três linhas por

Knock-on ou Passe Forward

Um knock-on se pro-duz quando um jogador perde o controle da bola e esta vai parafrente, ou quando um jogador golpeia a bola para frente com a mão ou o braço, ouquando a bola toca na mão ou no braço e vai para frente, e a bola toca o solo ou outrojogador, antes que o primeiro jogador possa agarra-la.

Fon

te: S

ite R

ugby

Man

ia

O time Londrina Rugby treina no Zerão duas vezes por semana para disputar competições nacionais

Divulgação Londrina Rugby

ANA CAROLINA CONTATO

RUGBY

14 Mosaico Londrina Maio de 2011

Page 15: Mosaico Londrina - 1ª edição

Londrina ganha cinco novas salas de cinema em junho

CINEMA

Localizadas no Royal Plaza Shopping, novas salas pretendem trazer programação diversificada e aproximar o espectador da sétima arte

Há anos os fãs de cinema de Londri-na enfrentam um

grande problema: com ape-nas uma grande empresa responsável pela exibição de filmes na cidade, as fi-las estão cada dia maiores, os preços altos e o serviço tem deixado a desejar. A si-tuação promete melhorar a partir de 10 de junho com a inauguração de cinco novas salas de cinema no Royal Plaza Shopping, no cen-tro da cidade, aumentando em 62,5% o número de sa-las. A empresa responsável pela implantação das novas salas é a Lumiére Cinema, cuja sede fica na cidade de Goiânia. A escolha, segun-do Osmani Vianna, diretor comercial do Royal Pla-za Shopping, foi feita pela maior proximidade entre a proposta da empresa e o de-

sejado pelo Shopping. “Pes-quisamos entre várias em-presas e a Lumiére foi a que mais se aproximou do que pretendíamos fazer, não na parte de programação, mas também em relação aos cus-tos, já que o shopping está arcando com parte dos cus-tos”, diz Vianna.

O interesse também exis-tia por parte da Lumiére. Segundo Gerson Santos, proprietário da empresa, as equipes da Lumiére “giram por municípios em busca de possíveis locais para a ins-talação de seus cinemas”. Londrina chamava a atenção por ser uma cidade extrema-mente populosa e com pou-cas salas. “Há espaço para muito mais além dessas 13 salas”, garante Santos, que afirma não acreditar muito na concorrência. “Com o aumento do número de salas há um aumento de público e isso faz com que busquemos proporcionar o melhor sem-

pre. Não será concorrência, será um incentivo para a melhora constante das sa-las”, afirma.

O gerente do Multiplex Catuaí, Marcelo Morais, acredita que a concorrência não prejudicará o movimen-to das sete salas localizadas no Shopping Catuaí. Segun-do ele, a disputa faz o clien-te valorizar o serviço pres-tado, e também incentiva a empresa a trabalhar melhor. Sobre os preços, Morais afirma que “não vão acon-tecer mudanças decorrentes da instalação de novas salas na cidade”.

Preços Sobre os preços do Lu-

miére, Gerson Santos afir-ma que nada foi fechado ainda, mas que a principal intenção de sua empresa é aproximar o público do cinema. “Não temos ne-nhum valor estipulado até o momento, essas decisões

só serão tomadas quando o lançamento das salas esti-ver mais próximo”. Além disso, a programação, se-gundo Santos, se diferen-ciará do que é visto na maioria dos cinemas. “Te-remos blockbusters [cam-peões de bilheteria] sim, mas também tentaremos balancear exibindo filmes considerados alternativos, produções europeias e de baixo orçamento. Não se-remos apenas trocadores de cartaz”, garante. Outra diferença que Santos pro-mete é uma maior proxi-midade com os realizado-res de cinema de Londrina e seus festivais, tornando suas salas disponíveis para tais eventos.

Serão cinco salas em Londrina com aproximada-mente mil lugares ao todo. Dessas salas, uma será de-dicada ao cinema 3D, com a melhor tecnologia dispo-nível, segundo Santos.

BETO CARLOMAGNO e DESIRÉE MOLINA

Outra queixa dos lon-drinenses são as filas para a compra de ingressos. Em dias de maior movimento, como o fim de semana e dias promocionais, o tempo na fila chega a ser metade do tempo do filme escolhido - isso sem mencionar o risco de, quando chegar no guichê, não encon-trar mais ingressos na sessão desejada. Segundo Morais, uma das soluções para esse problema é a compra online, feita de forma antecipada, no dia da sessão. O pagamento é feito por cartão de crédito e o ingresso retirado com a apresentação de documentos. Porém, a procura pela faci-lidade ainda não se tornou tão popular. “Existe o paga-mento de uma pequena taxa, mas muitas vezes compensa o tempo que seria perdido na fila”, diz Morais. (BC/DM)

“Compra online é solução para filas”,

garante Morais

CRÍTICA

Mais uma peça no quebra-cabeças da MarvelNunca conheci muito do Deus

do Trovão da Marvel, nunca fui fã do personagem, nem li qualquer um de seus quadrinhos, mas sou um grande fã de filmes do gênero. A expectativa era alta, já que os trailers tinham me deixado bem curioso pelo filme. Além disso, o fato de ter enfrentado alguns pro-blemas com o cinema de Londri-na, que na primeira semana havia disponibilizado apenas cópias du-bladas do filme, tornou a ansieda-de ainda maior. Mas eis que Thor não me decepcionou.

Thor - o filme - conta a his-tória do Deus do Trovão que por causa de sua arrogância acaba despertando uma antiga guerra entre os Asgardianos e os temidos Gigantes do Gelo. Odin, seu pai, o expulsa para a Terra, sem seus poderes e sem seu martelo, para viver como um humano e apren-der um pouco sobre compaixão e o que é ser um verdadeiro herói. Quando a Terra é ameaçada por uma força maior, Thor demons-

tra ter aprendido com seus erros e restaura seus poderes para poder salvar a Terra e seu próprio mun-do, Asgard.

Para começar, Thor é mais uma peça no grande quebra-cabe-ças que a Marvel vem montando desde o primeiro Homem de Fer-ro. O resultado de tudo isso será Os Vingadores, que já está sendo gravado e tem estreia prevista para o meio de 2012. As referências às outras obras da produtora são

ainda mais presentes nesse filme, com personagens que fazem parte dos outros filmes e citações claras aos outros heróis, como quando o Destruidor aparece na Terra e um dos agentes da SHIELD pergunta se aquele é mais uma das arma-duras do Stark. Além disso, novos personagens como o Gavião Ar-queiro aparecem em Thor, abrin-do caminho para sua participação em Os Vingadores.

Voltando ao Thor, para come-

çar, não tem como não falar dos belos cenários construídos digi-talmente para representar Asgard. O mundo de Thor é de encher os olhos todas as vezes que aparece na tela. Kenneth Branagh usa pla-nos abertos e aéreos o tempo todo para mostrar a perfeição do lugar. Os efeitos especiais do filme são mesmo de babar, assim como os figurinos. Chris Hemsworth está perfeito como o Deus do Trovão; Natalie Portman é sempre mara-vilhosa, não importa o papel; An-thony Hopkins foi o nome perfei-to para encarnar Odin já que ele consegue imprimir todo o poder e o respeito que o personagem exi-ge; mas quem rouba a cena aqui é Tom Hiddleston como Loki. Sua dissimulação é perceptível, assim como sua inveja e ambição. É na relação entre Thor, Loki e Odin que reside a veia dramática que deve ter atraído o diretor Kenne-th Branagh, conhecido por suas adaptações shakespeareanas.

Mas não pensem que porque Branagh é um diretor shakespe-

areano que as cenas de ação são deixadas de lado. Desde o início épico até a luta entre Thor e o Destruidor, tudo é construído de forma espetacular. A batalha de Thor e seus amigos contra os Gi-gantes de Gelo é de perder o fô-lego. Minha única reclamação em relação ao filme é sua duração. Apesar de seus 114 minutos, Thor poderia muito bem se beneficiar de um tempinho a mais para o maior desenvolvimento de alguns personagens e da relação de Thor com Jane. Ainda assim, Thor já é um dos meus favoritos e é um dos filmes dessa época de blockbus-ters que merece ser visto.

p.s. Não saia da sala de cine-ma até o final dos créditos. Há uma cena importante para a conti-nuidade do Universo Marvel nos cinemas.

p.s.2. Em julho estreia Capitão América - O Primeiro Vingador, filme que apresentará o último he-rói que falta do grupo d’Os Vin-gadores.

BETO CARLOMAGNO Chris Hemsworth e Natalie Portman em

cena do filme

Div

ulga

ção

Cultura

15Mosaico Londrina Maio de 2011

Page 16: Mosaico Londrina - 1ª edição

Fim de expediente na ConchaToda sexta Londrina conta com uma opção de lazer gratuita no centro da cidade. Mas a frequência é baixa

“Este é um evento re-alizado pela Prefeitura, no qual temos a oportunidade de mostrar nosso trabalho. Isto tem que ser valorizado”, diz o vocalista da banda Hocus Pocus no meio da apresen-tação na Concha Acústica, no dia 6 de Maio de 2011. Até este momento, várias fileiras dos bancos de ci-mento estão cheias, algo raro para uma Sexta na Concha. A maioria dos eventos não lota, mesmo sendo de graça.

“O problema é esse horário maldito, as pessoas estão cansadas e querem ir embora, ou tem gente tra-balhando até agora, princi-palmente hoje que é véspera de Dia das Mães”, afirma Paulão Rock’n’Roll, que tra-balha com a aparelhagem dos eventos na Concha. E conti-nua, pasmo com o show que viu: “hoje o que teve aqui foi muito importate. Hocus Po-cus já gravou na Alemanha, com profissionais, tem que ter nível 100 de construção e nível 0 de erro pra fazer isso. Hoje eu acho que tinha entre 250 e 300 pessoas, mas você vê que não é todo mundo que está aqui para realmente prestigiar a banda”, afirma.

Andrea Mura, italiano que está há mais de um ano no Brasil, acha que Londrina, em especial, tem um aspecto cultural forte: “sempre que tem um show assim eu par-ticipo, mas acho que a Pre-feitura deveria se ‘implicar’ mais na divulgação. Muitas coisas eu só fico sabendo por que tenho amigos músicos”.

Guilherme Imai Araújo é cantor e sempre trabal-hou com música. Na opinião dele, a Prefeitura dá opor-tunidades, mas aponta causas para o baixo comparecimento do público: “acho que falta divulgação sim, mas a gal-era também não colabora. Sempre reclama que não tem nada, e quando tem, não vai”.

Alessandro Capeloto é da Diretoria de Ação Cultural e quem organiza a programa-ção. Ele explica como funcio-na o processo: “o convite não parte da Secretaria de Cul-tura. Quem quer se apresentar entra em contato e disponibil-izamos o local. Como não ex-iste pagamento de cachê, ofe-

recemos sonorização”. Nem sempre é feita a divulgação, e isso não por negligência da Prefeitura, afirma Capeloto. Muitas vezes a banda que não se interessa: “quando as bandas querem se apresentar, eu peço que me mandem re-lease e fotos da apresentação. Tem grandes apresentações que perdem com divulgação por não se preocuparem em mandar o material. Nós dis-ponibilizamos na Internet, e o Núcleo de Comunicação da Prefeitura também ajuda re-passando a informação para ser divulgada nos jornais”. O show do Hocus Pocus contou com um público numeroso em parte pela divulgação que foi realizada através das redes sociais como o Face-book, pela própria banda.

O projeto Sexta na Concha se encerra dia 23 de dezem-bro deste ano. A previsão é de que continue no ano que vem, provavelmente a partir de Abril. A programação men-sal pode ser conferida através do site da Prefeitura: http://www.londr ina .pr.gov.br / .

Foto; Leandro Freitas

A Concha Acústica, localizada na Praça 1º de Maio, passou pela última revitalização em 2006

SEXTA NA CONCHA

SARA HERMÓGENES

Foto

; Pris

cila

Ber

aldo

No show da Banda Hocus Pocus, a Con-cha teve uma lotação atípica: cerca de 300 pessoas

16 Mosaico Londrina Maio de 2011