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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINSCAMPUS UNIVERSITRIO DE PALMAS

    CURSO DE COMUNICAO SOCIAL - JORNALISMO

    ADRIANO CARVALHO CHAVES

    TRAGDIAS AREAS NO G1: ANLISE DE INFOGRFICOS DO PORTAL

    PALMAS - TO2013

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    ADRIANO CARVALHO CHAVES

    TRAGDIAS AREAS NO G1: ANLISE DE INFOGRFICOS DO PORTAL

    Monografia apresentada ao Curso daComunicao Social Habilitao Jornalismoda Universidade Federal do Tocantins, comorequisito parcial para a obteno do ttulo deBacharel.

    Prof. Dr. Liana Vidigal Rocha

    Orientadora

    PALMAS - TO2013

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    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)Biblioteca da Universidade Federal do Tocantins

    Campus Universitrio de Palmas

    C512t CHAVES, Adriano CarvalhoTragdias areas no G1: Anlise de infogrficos do portal / Adriano

    Carvalho Chaves. Palmas, 2013.78f.

    Monografia (TCC) Universidade Federal do Tocantins, Curso deComunicao Social - Habilitao em Jornalismo, 2013.

    Orientadora: Prof. Dr Liana Vidigal Rocha.

    1. Infografia. 2. Webjornalismo. 3. Interatividade. 4. Tragdia area. 5.G1. I. Rocha, Liana Vidigal. II. Ttulo.

    CDD 070

    Bibliotecria: Emanuele SantosCRB-2 / 1309

    Todos os Direitos Reservados A reproduo total ou parcial, de qualquer forma ou porqualquer meio deste documento autorizado desde que citada a fonte. A violao dos direitosdo autor (Lei n 9.610/98) crime estabelecido pelo artigo 184 do cdigo penal.

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    ADRIANO CARVALHO CHAVES

    TRAGDIAS AREAS NO G1: ANLISE DE INFOGRFICOS DO PORTAL

    Monografia apresentada ao Curso daComunicao Social Habilitao Jornalismoda Universidade Federal do Tocantins, comorequisito parcial para a obteno do ttulo deBacharel.

    BANCA EXAMINADORA

    _________________________________________________

    Prof. Dr. Liana Vidigal Rocha - UFT

    Orientadora

    __________________________________________________

    Prof. Dr. Edna de Mello Silva - UFT

    Examinadora

    __________________________________________________

    Prof. MSc. Suely Mara Ribeiro Figueiredo

    Examinadora

    Palmas, 03 de Outubro de 2013

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    A Deus, minha orientadora, minha famlia e amigos.

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    AGRADECIMENTOS

    So vrias as pessoas que tenho que agradecer, no somente aquelas que me ajudaram

    durante essa longa caminhada que foi esse trabalho de concluso de curso. Mas tambm atodos que contriburam para minha formao como pessoa, profissional e cidado.

    Primeiramente agradeo a Deus pela minha vida e por todas as oportunidades e portas

    que ele j abriu. Sem Ele eu nada seria, agradeo a minha querida me Ocilene de Carvalho

    Chaves que sempre me apoiou e me incentivou em tudo que eu considero que foi bom pra

    mim, ao meu pai Ado Alves Chaves, o homem de melhor corao que eu j conheci. Essas

    duas pessoas so mais que especiais na minha vida, mesmo com todas as dificuldades e

    problemas que j enfrentaram no hesitaram em me colocar na escola logo cedo, me

    ensinando a importncia de buscar e priorizar sempre a educao.

    Agradeo a todos os professores e demais colaboradores da Escola Evanglica Gunnar

    Vingren onde eu fui alfabetizado, esse lugar foi um dos principais pilares da minha formao.

    Agradeo tambm aos colegas e amigos que fizeram parte da minha vida durante os nove

    anos que l estudei. Agradeo toda minha famlia, principalmente meus irmos que sempre

    me ensinaram e aprenderam comigo.

    Aos meus grandes amigos, vocs foram e sempre sero peas importantes na minha

    vida. Agradeo aos professores e demais pessoas que conhecei na Universidade Federal doTocantins, entre elas a Professora Dr Edna de Mello que contribuiu na hora de me nortear

    neste trabalho e ainda me emprestou um dos livros principais sobre infografia aqui utilizado.

    A minha orientadora Dr Liana Vidigal que me ensinou muita coisa e contribuiu

    significativamente durante todos os nossos encontros, voc sem dvidas uma das melhores.

    E ao Marcos Henrique que durante esses quatro anos de faculdade se tornou um dos meus

    grandes amigos, foram vrios os trabalhos que fizemos juntos, essa amizade vai alm da

    Universidade. Agradeo ao nossogrupode amigos pelas boas risadas e conversas durante os

    intervalos na UFT, infelizmente no iremos formar todos juntos, mas com certeza vamos nosencontrar sempre nessa vida.

    E por fim, agradeo quem eu no agradeci, obrigado por tudo.

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    CHAVES, Adriano Carvalho. Tragdias areas no G1: Anlise de infogrficos do portal.2013. 78 f. Trabalho de Concluso de Curso (Graduao em Comunicao Social Jornalismo) Universidade Federal do Tocantins, Palmas, 2013.

    RESUMO

    A infografia apresentada como elemento essencial ao jornalismo, contribuindosignificativamente para a construo de uma narrativa jornalstica mais eficiente e precisa. Ouso de infogrficos tem sido recorrente no meio impresso. J na plataforma online, ainfografia passa por um novo processo, no qual alm da integrao de imagem e textotambm so agregados infografia diversos outros recursos que contribuem para amultimdialidade da informao. No campo do webjornalismo, esta pesquisa contribui para aidentificao de elementos caractersticos da infografia praticada na internet, plataforma que

    em to pouco tempo ganhou espao na sociedade. O estudo ainda procura entender a partir daanlise de dois infogrficos publicados no portal de notcias G1 se as peas possuemelementos suficientes para serem consideradas jornalsticas. A partir de uma anlise descritivados infogrficos alm da observao da estrutura de cada pea, possvel identificar ascaractersticas dos objetos analisados, percebendo ainda se possuem peculiaridades dainfografia praticada na web. Portanto, possvel observar o potencial da infografia dentro docampo jornalstico e as constantes transformaes sofridas por ela para se enquadrar em ummodelo cada vez mais completo.

    Palavras-chave: Infografia, Webjornalismo, Interatividade, Tragdia Area, G1.

    .

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    CHAVES, Adriano Carvalho. Air tragedies in G1: Analysis portals infographics. 2013. 78f. Completion of course work (graduate in Social Communication - Journalism) - FederalUniversity of Tocantins, Palmas, 2013.

    ABSTRACT

    Infographics is presented as an essential element to journalism, contributing significantly tothe construction of a narrative journalism more efficient and accurate. The use of infographicshas been recurrent in print medium. Already the online platform infographics goes through anew process in which besides the integration of image and text are also added to theinfographics many other features that contribute to multimediality information. In webjournalism, this research contributes to the identification of the characteristic elements ofinfographics practiced on the internet platform in such a short time has gained space in

    society. The study also seeks to understand from the analysis of two infographics published inthe G1 news portal if parts have sufficient evidence to be considered news. From a descriptiveanalysis of infographics and the observation of the structure of each piece, its possible toidentify the characteristics of the objects, understanding even if they have practicedpeculiarities of infographics on the web. Therefore, its possible to observe the infographicspotential into the field of journalism and the constant transformations for it to fit into a modelmore complete.

    Keywords: Infographics, Webjournalism, Interactivity, Air Ttragedy, G1.

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    LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 1 - Jornal sueco O Post-och Inrikes Tidningar, um dos mais antigos do mundo. ........ 13

    Figura 2 - Capa da revista The Illustrated London News, edio 5 de Dezembro de 1936. ....... 14

    Figura 3 - Pgina do Correio Braziliense, publicao de Junho de 1808.................................... 15

    Figura 4 - Jornal mineiro A Cidade publicado na dcada de 1880 utilizando Ilustrao. ....... 16

    Figura 5 - Jornal Monitor Mineiro edio de 9 de novembro de 1947 com fotografia. .......... 16

    Figura 6 - The Times(1806) publica primeiros registros de infogrfico jornalsticos no mundo 23

    Figura 7 - Organograma: Os dois grandes grupos de infogrficos. ............................................ 27

    Figura 8 - Infogrfico enciclopdico complementar (texto e infogrfico). ................................. 29

    Figura 9 - Infogrfico enciclopdico complementar (em modo ampliado). ............................... 29

    Figura 10 - Infogrfico enciclopdico independente. ................................................................. 30

    Figura 11 - Infogrfico jornalstico complementar (texto e infogrfico). ................................... 31

    Figura 12 - Infogrfico jornalstico complementar (em modo ampliado). .................................. 32

    Figura 13 - Reportagem Infogrfica sobre o incndio na boate Kiss. ......................................... 34

    Figura 14 - Megainfogrfico ou infografia coletiva. ................................................................... 35

    Figura 15 - Infogrfico do El Pas sobre atentado de 11 de Setembro ........................................ 41

    Figura 16 - As trs classes de Interao. ..................................................................................... 48

    Figura 17 - Infografia: O passo a passo da eleio do novo papa. .............................................. 50

    Figura 18 - Infogrfico interativo sobre os dois anos da tragdia do vo 1907 da Gol. ............. 58

    Figura 19 - Tela 1 de 3, Infogrfico interativo sobre os dois anos da tragdia do vo 1907 ...... 59

    Figura 20 - Infogrfico interativo, dois anos da tragdia do vo 1907, com marcaes. ........... 63

    Figura 21 - Tela 2 de 3, Infogrfico interativo, tragdia do vo 1907 com marcaes. ............. 64

    Figura 22 - Tela 1 de 10, Infogrfico interativo: ltimos minutos do Voo 447. C/ marcaes. . 67

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    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1 - Composio do infogrfico ....................................................................................... 37

    Quadro 2- As quatro fases de evoluo do jornalismo online .................................................... 39

    Quadro 3 - Evoluo da infografia no jornalismo digital ........................................................... 46

    Quadro 4 - Anlise de caractersticas presentes no infogrfico jornalstico: Voo 1907 ............ 65

    Quadro 5 - Anlise de caractersticas presentes no infogrfico jornalstico: Voo 447 ............... 69

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    SUMRIO

    1 INTRODUO ........................ ........................... ........................... ............................ 112 A IMAGEM NO JORNALISMO ......................... ........................... ........................... . 13

    2.1 Breve Histrico ......................... ........................... ........................... ............................ 13

    2.2 A Imagem no Meio Impresso e na Internet ......................... ........................... .............. 17

    2.3 Infografia: Conceitos e Caractersticas .......................... ........................... ................... 22

    3 A INFOGRAFIA NO WEBJORNALISMO ........................... ........................... .......... 38

    3.1 A Evoluo do Webjornalismo ....................... ............................ ........................... ..... 38

    3.2 Caractersticas do Webjornalismo ........................ ........................... ........................... . 42

    3.3 A Interatividade nos Infogrficos ......................... ........................... ........................... . 45

    4 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS ........................ ........................... .............. 53

    5 TRAGDIAS AREAS NO G1: ANLISE DE INFOGRFICOS DO PORTAL ..... 57

    5.1 Sobre o G1 e sua Infografia......................................................................................... 57

    5.2 Descrio dos Infogrficos .......................... ........................... ........................... .......... 58

    5.3 Anlise ............................ ........................... ........................... ........................... .......... 63

    5.3.1 Voo 1907 O Caos na Infografia Animada ............. ............................ ....................... 63

    5.3.2 Voo AF 447 A Infografia Bem Sucedida ........................ ........................... .............. 676 CONSIDERAES FINAIS .......................... ............................ ........................... ..... 72

    REFERNCIAS .................................................................................................................. 74

    ANEXOS ........................ ............................ ........................... ........................... ................... 78

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    1 INTRODUO

    A imagem sempre teve um papel de destaque na sociedade. Desde muito tempo o

    homem viu a necessidade de se expressar atravs de desenhos, sendo que as pinturas rupestres

    evidenciam esse fato.

    Com a integrao de texto e imagem, a informao pde ser potencializada e logo se

    revelou uma forma satisfatria de se emitir e consumir informao. Depois de algum tempo

    publicando notcias em longas pginas com a total escassez de imagens, os primeiros jornais

    impressos comearam a entender que a unio de imagem e texto era um forte aliado do

    jornalismo e que contribuiria significativamente na eficcia do processo informacional.

    As pginas de um jornal poderiam ser bem mais atraentes e menos enfadonhas se

    intercalassem a informao visual com a escrita. Aos poucos, os primeiros jornais foram

    cedendo lugar a ilustrao e mais tarde a infografia e fotografia. O uso e desenvolvimento de

    cada um desses elementos estavam diretamente ligados ao processo histrico que a sociedade

    estava vivendo.

    Como um desses principais recursos, possvel destacar neste trabalho o uso da

    infografia no jornalismo, desde os primeiros jornais impressos at os exemplos mais recentes

    de infogrficos, encontrados hoje nos mais diversos sites de notcias do mundo. A infografia

    surgiu com um propsito louvvel: tentar explicar visualmente algo que se tornaria muito

    complexo de ser entendido atravs da forma escrita. A visualizao da informao atravs do

    infogrfico possibilitaria a preciso, rapidez e tornaria o texto menos cansativa ao leitor.

    E foi com base neste conceito que ela se desenvolveu ao longo dos sculos dentro do

    jornalismo. Passando por perodos conturbados e obscuros, mas hoje se fazendo presente nas

    mais variadas mdias. Com o advento da internet e o crescimento dos webjornais pelo mundo,

    foi possvel observar o grande salto que a infografia deu. Potencializando sua funcionalidade

    e mais uma vez contribuindo no universo da informao, desta vez de forma bem mais

    integrada.

    Os estudos que abordam a infografia no jornalismo ainda so poucos. Essa temtica no

    pode ser ignorada, visto que a unio entre infogrfico e jornalismo bem antiga. O tema

    infografia ainda carente de tratamento cientfico e a sua importncia pode gerar uma gama

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    de discusses e abordagens, o que s tem a acrescentar para os profissionais, estudantes de

    comunicao e a sociedade em geral.

    Neste trabalho foi traada a trajetria da infografia desde o seu surgimento, destacando

    seu perodo de crise dentro do jornalismo, seu auge e sua transformao. possvel ver aqui

    todas as caractersticas, funcionalidades e principais conceitos que entrelaam a infografia no

    campo da informao visual, baseados na fundamentao dos principais tericos que se

    dedicaram ao estudo dos infogrficos.

    Na primeira seo deste trabalho possvel ver um breve histrico da imagem no

    jornalismo impresso e na internet. Tambm so destacados os principais conceitos e

    caractersticas da infografia. Na segunda seo, apresenta-se um pouco da histria da

    infografia no webjornalismo, falando da sua evoluo e particularidades. Foi abordada

    tambm neste captulo a interatividade nos infogrficos, caracterstica que tornou a infografia

    mais dinmica, atrativa e interessante.

    Os procedimentos metodolgicos adotados para produo desta pesquisa so

    apresentados na terceira parte do trabalho. Logo em seguida vem a anlise de dois

    infogrficos. As duas peas escolhidas foram publicadas no portal de notcias G1, os

    infogrficos abordam duas grandes tragdias areas brasileiras. O primeiro fala do desastre do

    voo 1907 da Gol e o segundo faz uma cobertura sobre o acidente com o avio da Air France

    que caiu no Oceano Atlntico em 2009. Foi destacado o seguinte questionamento como

    problema de pesquisa: Os infogrficos do portal G1 oferecem elementos suficientes para

    serem considerados jornalsticos?

    Como objetivo geral pretende-se identificar nos infogrficos publicados no portal de

    notcias G1, elementos que apontem para o jornalismo. J no que se refere aos objetivos

    especficos, a inteno contextualizar as informaes a respeito da imagem nos meios

    impresso e online, descrever os tipos de infogrficos relacionados pelos autores utilizados no

    trabalho, entender se existe cumplicidade de informao entre matria escrita e elementos

    visuais, observar se a infografia publicada no portal se utiliza de elementos caractersticos de

    infografias prprias da web e ligadas ao jornalismo. Por fim, ao final do trabalho so

    apresentadas as consideraes finais que fazem um apanhado geral sobre a pesquisa e a

    concluso tirada do tema proposto.

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    2 A IMAGEM NO JORNALISMO

    2.1 Breve Histrico

    O uso de imagens nos jornais impressos comeou a ser bastante utilizado entre o final

    do sculo XVIII e incio do sculo XIX. Como nessa poca a fotografia ainda no tinha se

    desenvolvido completamente os grandes jornais se utilizavam de ilustraes para levar a

    informao sociedade. possvel observar na figura 1, o Jornal sueco O Post-och Inrikes

    Tidningar (fundado em 1645), que no era comum o uso de imagem nas publicaes

    impressas antes do sculo XVIII. Inclusive, os primeiros jornais europeus publicaram por

    muito tempo apenas texto nas suas edies.

    Figura 1 - Jornal sueco O Post-och Inrikes Tidningar, um dos mais antigos do mundo.Fonte: http://jornalonline.net/historia-jornal-no-mundoAcesso em 22 jul. 2013.

    Aos poucos, juntamente com os textos, surgiram tambm os primeiros registros deinfogrficos jornalsticos, que at ento tinham unicamente o objetivo de atrair a ateno do

    leitor para as pginas dos jornais. Seu primeiro objetivo no era melhorar a compreenso das

    informaes, mas se tornar visualmente impactante (CAIRO, 2008 p.50).1

    1 Su objetivo primero no era mejorar la comprensin de las informaciones, sino resultar visualmente

    impactante (CAIRO, 2008, p.50) (traduo nossa).

    http://jornalonline.net/historia-jornal-no-mundohttp://jornalonline.net/historia-jornal-no-mundo
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    Apesar de existir exemplos mais antigos de infografia, a visualizao naimprensa se tornou mais comum s a partir do sculo XIX. No incio destesculo, os jornais deixaram de ser compostos por colunas de textosinterrompidas por ttulos, e passaram a incorporar elementos grficos.(CAIRO, 2008, p.50). 2

    No demorou muito para chegar a mais nova tecnologia que mudaria drasticamente a

    maneira de se divulgar e consumir notcia, a fotografia possibilitou a captao da realidade.

    Os recursos fotogrficos comearam a ser utilizados nas redaes no ano de 1880, em sua

    maioria em revistas ilustradas. Uma das pioneiras foi The Illustrated London News, figura 2,

    que se destacava com o uso da fotografia em suas publicaes.

    Figura 2 - Capada revista The Illustrated London News, edio 5 de Dezembro de 1936.Fonte: http://caminhosdojornalismo.wordpress.com/fotojornalismo/fotohistoria/parte-1/Acesso

    em 22 jul. 2013.

    Logo no incio houve grandes discusses a respeito do uso da fotografia no jornalismo,

    principalmente depois da cobertura de conflitos onde nem sempre a realidade captada era a

    realidade vivida. Muitos fotgrafos romantizaram fotografias durante a 1 Guerra Mundial,

    2A pesar de que existen ejemplos ms tempranos de infografia, la visualizacin en prensa se hizo comn slo apartir del XIX. (CAIRO, 2008, p.50) (traduo nossa).

    http://caminhosdojornalismo.wordpress.com/fotojornalismo/fotohistoria/parte-1/
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    mas em pouco tempo a inovao tecnolgica permitiu uma cobertura mais precisa dos fatos,

    onde o fotgrafo pde captar imagens mais espontneas em momentos decisivos.

    Em 1808, os primeiros jornais brasileiros que iniciaram suas atividades com a chegada

    da Famlia Real no possuam recursos visuais em suas publicaes, nem mesmo ilustraes.

    Como o caso da publicao de junho de 1808 do Correio Braziliense (figura 3). O jornal era

    impresso em Londres e tinha caractersticas bastante semelhantes s pginas de um livro, com

    ausncia de colunas e demais recursos utilizados nos jornais impressos de hoje.

    Figura 3 - Pgina do Correio Braziliense, publicao de Junho de 1808.Fonte: http://videorreporter.blogspot.com.brAcesso em 22 jul. 2013.

    Na figura 4, observa-se uma publicao da dcada de 1880 do jornal mineiro A

    Cidade no qual possvel ver o uso da ilustrao na imprensa brasileira. O jornal apresenta

    caractersticas mais inovadoras com o uso de colunas que facilitam a concentrao do leitor.As ilustraes tambm perduraram como nico recurso visual por um bom tempo, no mesmo

    ano que o fotojornalismo tomava as redaes dos grandes jornais dirios do mundo, a

    ilustrao era ainda um dos poucos recursos visuais presentes na imprensa brasileira.

    http://videorreporter.blogspot.com.br/
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    Figura 4 - Jornalmineiro A Cidade publicado na dcada de 1880 utilizando Ilustrao.Fonte: http://caminhosdojornalismo.wordpress.com/fotojornalismo/fotohistoria/parte-1/Acesso

    em jul. 2013.

    Logo possvel observar o que seria uma terceira fase do jornalismo impresso no

    Brasil, o uso da fotografia na edio do dia 09 de novembro de 1947 do jornal Monitor

    Mineiro (figura 5).

    Figura 5 - Jornal Monitor Mineiro edio de 9 de novembro de 1947 com fotografia.Fonte: http://caminhosdojornalismo.wordpress.com/fotojornalismo/fotohistoria/parte-1/Acesso

    em 22 jul. 2013.

    http://caminhosdojornalismo.wordpress.com/fotojornalismo/fotohistoria/parte-1/http://caminhosdojornalismo.wordpress.com/fotojornalismo/fotohistoria/parte-1/
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    Cairo (2008, p. 51) observa que durante as duas guerras mundiais (1914 e 1939) a

    infografia volta a se destacar dentro da mdia impressa no mundo. Outro fator

    importantssimo que acontece em paralelo aos conflitos o surgimento da televiso. Com as

    transmisses vias satlites a partir de 1962, a tev passa por uma rpida expanso. Nesteperodo ela j se consolidava como um dos maiores veculos de comunicao do mundo.

    Nas dcadas subsequentes, mais precisamente nos anos 90, as novas tecnologias que

    permitem a transmisso de imagem e som comeam a se expandir. Entre os anos de 1990 a

    2000 a imagem tambm toma conta de uma nova plataforma de comunicao, a internet. O

    meio de comunicao mais integrado j inventado at os dias de hoje.

    2.2 A Imagem no Meio Impresso e na Internet

    Os recursos visuais utilizados nos jornais impressos contribuem significativamente para

    construo de uma narrativa. Proporcionam ao leitor mais informao, integrando o visual ao

    escrito.

    A ilustrao, a infografia a fotografia e as charges so alguns dos recursos visuais mais

    populares da mdia impressa. Diversos fatores histricos contriburam para o

    desenvolvimento e surgimento de muitos desses recursos. Fazendo com que ambos

    estivessem inteiramente interligados.

    Os jornais impressos, no entanto, no so responsveis por criar a ilustrao.

    Rajamanickam (2005) e Cairo (2005), citados por Schmitt (2006, p. 55), observam que bem

    muito antes disso, ela j era utilizada na cincia para explicar processos cientficos. Como no

    caso de Leonardo da Vinci (1452-1519) em suas ilustraes e estudos sobre anatomia

    humana.

    Os infogrficos, no entanto, surgem na mdia impressa como descendentes da

    ilustrao. Hodgson (1977 apudCAIRO, 2008, p.50) acredita que a infografia na imprensa

    uma derivao do que ele define como pictorialjournalism, o uso do desenho para

    acompanhar e ilustrar notcias.Em setembro de 1702, o jornal Daily Courant fez uso deste

    tipo de desenho, se tratava de uma espcie de mapa que mostrava a invaso da baa de Cdiz

    por parte de tropas britnicas.

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    Em uma poca onde os textos longos e enfadonhos dos jornais eram comuns, surgia a

    um dos primeiros exemplos do uso de imagem na mdia impressa. No entanto esses recursos

    demoraram a se popularizar. A escassez de elementos visuais na imprensa ainda se alongou

    por quase 100 anos.

    No incio do sculo XIX, a infografia se fez presente em muitos jornais impressos. No

    captulo seguinte deste trabalho ser possvel observar um dos primeiros registros da

    infografia jornalstica no mundo. Veiculada no jornal londrino The Times,em 07 de abril de

    1806. J na segunda metade do mesmo sculo os infogrficos dividiam espao com a

    fotografia, que tomava conta das pginas de diversos jornais e revistas especializadas.

    A charge foi outro recurso visual utilizado no impresso que tambm surge naquele

    mesmo sculo. Em 1830, na Europa, ela era incorporada ao jornalismo, o material era

    publicado no jornal humorstico francsLa Caricature. Cerca de sete anos depois ela aparece

    no Brasil, s que publicada e comercializada separadamente dos jornais. Lima (1963 apud

    TEIXEIRA, 2001, p. 5) afirma que:

    (...) Manuel de Arajo Porto Alegre escritor, poeta, jornalista e professorda Academia de Belas-Artes foi o primeiro caricaturista brasileiro, autor de

    pranchas avulsas satirizando desafetos polticos entre 1837 e 1839. Em 1844,Porto Alegre lana a revista A Lanterna Mgica, cujos onze nmeroscontinham cenas em que dois personagens fictcios satirizam os problemasda cidade e seus habitantes.(LIMA, 1963 apudTEIXEIRA, 2001, p. 5).

    A partir da a charge ganhou grande destaque nas revistas ilustradas. A Semana

    Ilustrada, O Mosquito, Arlequim, Vida Fluminense e Dom Quixote so algumas das principais

    revistas nacionais que produziram charges/caricaturas de diversos chargistas da poca.

    A charge produzida nessa poca tinha uma grande diferena das que conhecemos hoje.

    No somente por fazerem crticas muitas vezes com personagens fictcios, ou pelo fato do

    humor nem sempre estar presente, mas tambm se diferenciava na sua estrutura. Com quadros

    sucessivos e textos longos.

    O italiano ngelo Agostini um dos nomes mais conhecidos no que se refere charge

    no Brasil. Suas crticas sociais, atravs da ilustrao, abordavam temas de extrema relevncia

    social na poca, como as campanhas abolicionistas e republicanas. Outro chargista que

    marcou histria no Brasil foi Bordalo Pinheiro, um dos principais responsveis pela

    modernizao da charge no Brasil. Segundo Teixeira (2001, p. 15):

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    Ele (Bordalo) inicia, na verdade, o processo de modernizao de seuscontedos, desenhando capitulares e delicadas vinhetas na abertura dematrias, (...) Bordalo quebra a estrutura linear, prpria das charges de ento,com um trao que desconhece limites espaciais de qualquer espcie. Suascharges/HQs se desenvolvem fora de enquadramentos formais, serpenteiam

    como bailarinas leves, soltas nas pginas de O Mosquito, Psit!e OBesouro.Teixeira (2001, p. 15).

    Ainda segundo Teixeira (2001, p. 19), aps a monarquia e o incio das ditaduras

    sucessivas dos marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, acontece o

    desaparecimento de vrias revistas ilustradas. Neste mesmo perodo (1891 a 1894) circula

    uma quantidade significativa de jornais impressos dirios, entre eles, A Notcia, Gazeta da

    Tarde, O Pas, Jornal do Comrcio e Jornal do Brasil.

    A partir de 1894 os governos civis de Prudente de Morais e Campos Sales viabilizam aretomada de uma postura crtica no interior da sociedade, e o retorno progressivo das revistas

    ilustradas com seu trao de irreverncia, stira e humor (TEIXEIRA, 2001, p. 20). No

    entanto, entre o final do sculo XIX e incio do sculo XX as charges passariam por um

    perodo transitrio, a crtica poltica e social que antes preenchiam as revistas agora estava

    atrelada ao jornalismo impresso.

    A perda de espao das charges nas revistas corresponde uma perda de espaodas revistas na sociedade. Paradoxalmente, a melhoria de sua produo,

    impresso e apresentao com profissionalizao e diversificao de seucontedo marca tambm o incio de sua decadncia. Progressivamente, a

    partir da dcada de 1910 elas perdem o lugar privilegiado que tinham comoinstrumentos de comunicao social para um veculo mais gil, sofisticado emoderno como os jornais dirios comeam a ser. (TEIXEIRA, 2001, p.33).

    O incio do sculo XX, portanto, ficou marcado pela unio de diversos contedos

    visuais nas pginas dos jornais impressos. A infografia, a fotografia e as charges agora

    dividiam espao na mdia impressa. Cada recurso com uma funo especfica e todas visuais.

    A concepo de infografia como mutante da ilustrao gozou de umaexcelente sade durante as duas guerras mundiais (famosos so os mapasdramaticamente ilustrados de Robert M. Chapin, na revista Time) e

    posteriormente atingindo seu auge com o nascimento do dirio USA Today,cujo primeiro exemplar apareceu em 15 de setembro de 1982. (CAIRO,2008, p. 51).3

    3La concepcin de la infografa como mutante de la ilustracin goz de una excelente salud durante las dosguerras mundiales (famosos son los mapas dramticamente ilustrados de Robert M. Chapin, en la revista Time) ycon posterioridad, hasta alcanzar su apogeo con el nascimiento del diario USA Today,cuyo primer ejemplarapareci el 15 de septiembre de 1982 (CAIRO, 2008, p.51) (traduo nossa).

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    O jornal americano USA Todayque comea a circular em 1982 retrata um perodo de

    inovao na mdia impressa mundial. Por se tratar de um jornal impresso ps-televisivo o uso

    da imagem (ilustrao, fotografia, infografia) uma das principais caractersticas do

    peridico. Aprimorar as tcnicas e investir na visualidade dos jornais impressos da poca eramais que uma obrigao, era, sobretudo, garantir a existncia dos peridicos diante da

    revoluo que foi a televiso.

    Segundo Cairo (2008, p. 53), foi durante a cobertura da primeira Guerra do Golfo

    (1991) que as novas ferramentas e tcnicas em visualizao da informao foram postas a

    prova4. Silva (2013, p. 56) acrescenta que a razo para a dependncia da infografia naquele

    momento ocorreu ante ao impedimento do governo estadunidense imprensa de reportar-se

    guerra, logo o uso de recursos visuais foi amplamente utilizado nos mais diversos jornaisimpressos da poca. Inclusive no percussor USA Today.

    A televiso que na poca j era consagrada como um potente veculo de comunicao,

    tambm passava pela mesma escassez de imagens da mdia impressa. Silva (2013, p. 56)

    acrescenta que a reportagem jornalstica televisiva do conflito era precria e o mximo que

    as emissoras conseguiam exibir era pequenas bolas resplandecentes sobre um fundo verde,

    representando os bombardeios distantes na capital do Iraque, Bagd.

    A utilizao de elementos visuais (ilustrao, infografia, fotografia e o vdeo), agora

    mais do que nunca fazem parte da realidade do jornalismo. A imagem proporcionou a difuso

    da informao e o desenvolvimento da tecnologia no mbito da comunicao. Tcnicas que

    surgiam em paralelo a momentos nicos da historia mundial.

    Apesar de terem surgido em dcadas distintas, as tcnicas e o conhecimento adquirido

    ao longo do tempo hoje so utilizadas de forma cada vez mais integrada. Com a expanso da

    rede mundial de computadores as mais diversas formas de visualizao na imprensa

    caminham em direo ao uso harmnico, onde existe lugar para todos. E essa caracterstica de

    unir todos os meios, sem dvida o que transforma a internet na nova aposta do jornalismo.

    Antes da criao da Web, alguns experimentos j se utilizavam das redes decomputadores para a produo, e veiculao de material jornalstico. Ser a

    partir dos anos 90, com a rpida evoluo da Internet, que esta ser utilizada

    4Las nuevas herramientas y tcnicas en visualizacin de informacin se pusieron a prueba (CAIRO, 2008, p.53) (traduo nossa).

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    como suporte para uma nova forma de fazer jornalstico (FERREIRA, 2003,p. 3).

    O jornalismo praticado na mdia impressa e televisiva aos poucos se transportava para

    uma nova plataforma. Foi no final do sculo XX que surgiram os primeiros webjornais eportais de notcia. Autores como Cabrera Gonzales (2000 apudCANAVILHAS, 2007, p. 3)

    alertam para este perodo transitrio do jornalismo, onde quase tudo se resumia em uma

    simples transposio de contedo. Esse perodo ficou conhecido como a segunda fase do

    processo evolutivo do jornalismo na internet, como ser abordado no captulo seguinte deste

    trabalho.

    Assim como no impresso, na internet, a fotografia a infografia e a ilustrao ganharam

    seu espao. A interatividade entre leitor/internauta e objeto noticioso tambm uma daspeculiares da plataforma web.

    A presena da ilustrao nos meios de comunicao impresso bem mais comum do

    que na internet. No entanto, ela no ausente, muitas vezes aparece dentro da prpria

    infografia. Ela utilizada como uma alternativa de levar ao leitor a informao de uma

    maneira bem detalhada e muitas vezes realista. No caso do retrato falado, por exemplo, a

    ilustrao tenta se aproximar ao mximo da realidade, desempenhando um papel importante

    na ausncia de uma fotografia.

    O fotojornalismo age como relato do real, seu valor informativo inquestionvel. um

    dos recursos mais utilizados no meio impresso, e hoje est presente tambm na plataforma

    web.

    A infografia por sua vez tem carter bem informativo e, em alguns casos, chega a

    utilizar os recursos da ilustrao e da fotografia para compor o seu papel dentro do

    jornalismo. Cairo (2008) faz uma breve alerta sobre essa diferenciao.

    A corrente estetizante concebe a infografia como um elemento ornamental einformativo ao mesmo tempo, apesar de que, em muitos casos, permite-seque os elementos estticos atrapalhem a compreenso das histrias. Esta atendncia dominante na visualizao de informao na imprensa naatualidade e conduz, em suas manifestaes mais extremas (porm, nem porisso, pouco comuns), a confundir infografiacom ilustrao(CAIRO, 2008,

    p. 29).5

    5La corriente estetizante concibe la infografa como un elemento ornamental e informativo al mismo tiempo, apesar de que en muchos casos se permita que los elementos estticos obstaculicen la comprensin de lashistorias. sta es la tendencia dominante en la visualizacin de informacin en prensa en la actualidad y

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    No item a seguir, a infografia apresentada de forma mais detalhada, visto que se trata

    do objeto de pesquisa desse trabalho.

    2.3 Infografia: Conceitos e Caractersticas

    A infografia jornalstica utilizada h bastante tempo, suas aplicaes j geraram

    amplas discusses a respeito de sua funcionalidade e preciso. Atualmente ela utilizada por

    jornais e revistas na tentativa de esclarecer, descrever ou narrar um determinado

    acontecimento utilizando vrios elementos, na maioria, imagticos. Teixeira (2010, p. 18)

    conceitua o que seria a infografia e sua composio no meio jornalstico.

    A partir da bibliografia especializada e da anlise de mais de cinco centenasde infogrficos publicados em diferentes meios impressos e cibermeios,afirmamos que o infogrfico composto por elementos icnicos etipogrficos e pode ser constitudo por mapas, fotografias, ilustraes,grficos e outros recursos visuais, inclusive aqueles mais abstratos e nonecessariamente icnicos. Essa relao entre imagem e texto, indissocivel, para ns uma das principais caractersticas da infografia jornalstica.(TEIXEIRA, 2010, p.18).

    J Ribas (2004, p.3) explica que a infografia um elemento que tem como principal

    objetivo detalhar a informao, uma forma eficiente que torna a mensagem mais

    compreensvel e mais prxima do leitor.

    A infografia tem a funo de facilitar a comunicao, ampliar o potencial decompreenso pelos leitores, permitir uma viso geral dos acontecimentos edetalhar informaes menos familiares ao pblico. Percebe-se que osgrandes acontecimentos, como guerras, catstrofes e descobertas da cincia,tm merecido um tratamento infogrfico maior nos meios de comunicao(RIBAS, 2004, p. 3).

    Revistas como a Superinteressante e Mundo Estranho dedicam um amplo espao de

    suas publicaes destinado exclusivamente a infografia, os projetos editoriais das revistas sobaseados no que George-Palilonis define como a informao contada visualmente

    (GEORGE-PALILONIS apud TEIXEIRA, 2010, p.21).

    Na concepo de alguns dos principais autores/especialistas da infografia (CAIRO,

    2008; PELTZER, 1991; SANCHO, 2001), o primeiro registro de um infogrfico jornalstico

    conduce, en sus manifestaciones ms extremas (pero no por ello comunes), a hermanar infografa conilustracin (CAIRO, 2008, p. 29) (traduo nossa).

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    foi dado na edio do dia 07 de abril de 1806 no Jornal londrino The Times, intitulada

    Mr.BlightsHouse (ver figura 6). Ao tratar do assassinato de Issac Blight, o infogrfico

    descreveu os passos do assassino dentro da casa, e dando detalhes da trajetria da bala e local

    da queda da vtima. Tambm era composto por legendas que explicavam detalhadamente ogrfico.

    Figura 6 - The Times(1806) publica primeiros registros de infogrfico jornalsticos no mundo.Fonte: TEIXEIRA (2010, p. 17).

    Antes de ser considerada indispensvel ao meio jornalstico, a infografia passou por um

    perodo bem duvidoso e descompromissado com a veracidade dos fatos. Apesar de existir

    excees, CAIRO (2008, p. 51) destaca um momento histrico em que o uso da infografiaestava associado ao processo de desinformao.

    Segundo o autor, em 17 de fevereiro de 1898, oNew York Journalpublicou em primeira

    pgina os detalhes de como o navio de guerra americano Maine teria afundado na Baa de

    Havana, em Cuba. A infografia foi construda sem nenhuma apurao, nem mesmo existia

    evidencia do que foi narrado no jornal. Segundo CAIRO (2008, p. 51), o proprietrio do

    veculo de comunicao era partidrio de uma guerra contra Espanha em Cuba, e no

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    hesitava em publicar rumores, notcias tendenciosas e cheias de exageros para promover

    causas de interesse prprio.

    A partir da segunda metade do sculo XX, a infografia comea a se popularizar,

    fazendo-se mais presente nos grandes jornais. Para autores como CAIRO (2008, p.51) e

    TEIXEIRA (2010, p. 20), a chegada do jornal impresso USA Today,fundado em setembro de

    1982, uma fase importante da infografia no mundo.

    Apesar de no ser exatamente o pioneiro, o USA Today foi o primeiro a desenvolver

    uma infografia jornalstica mais moderna. Pode ser considerado como primordial para o

    desenvolvimento dela no meio jornalstico.

    (...) nasceu com uma aposta editorial que o diferenciava, calcada no usosistemtico de textos curtos, e, sobretudo, em formas inovadoras de uso decores, de produo/concepo de mapas (como os seus hoje clssicos mapasdo tempo), de grficos, de infogrficos e outros tantos recursos similares(GEORGE-PALILONIS apudTEIXEIRA, 2010, p.20).

    Um dos principais motivos pelo qual o USA Todaye, posteriormente outros jornais do

    mundo adotaram o uso da infografia em suas publicaes, era o crescente nmero de

    leitores/pessoas que migravam para a recm chegada televiso. A partir da muitos jornais

    adotaram o uso da infografia e reduziram a quantidade de texto para produzir notcia de uma

    forma mais inovadora e que tomasse menos tempo do leitor.

    Depois da sua popularizao, a infografia teve seu marco na histria durante a Guerra

    do Golfo (1991), principalmente pela censura que vrios fotojornalistas sofreram do governo

    americano, conforme observamos na afirmativa de Cairo (2008, p. 54):

    No entanto, o controle da administrao Bush (pai) exercida sobre asinformaes de frente, e a consequente falta de reprteres no campo deBatalha (apenas alguns foram autorizados a acompanhar as tropas, sempresob estrita vigilncia do exrcito), originadas de uma notvel escassez de

    fotografias numa poca em que os jornais postelevisivos, estavam famintospor imagens impactantes que acompanhasse seus ttulos e matrias deprimeira pgina (CAIRO, 2008, p. 54)6.

    6Sin embargo, el control que la administracin Bush (padre) ejerci sobre la informacin desde el frente, y laconsecuente falta de reporteros en el campo de batalla (slo un puado fue autorizado a acompaar a las tropas,siempre bajo vigilancia estricta del ejrcito), origin una escasez notable de fotografas en un momento en quelos peridicos, ya plenamente postelevisivos, estaban hambrientos por imgenes impactantes con las queacompaar los titulares a gran cuerpo en sus primeras pginas (CAIRO, 2008, p. 54) (traduo nossa).

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    Logo a censura do governo americano obrigou os grandes jornais a optarem pelas

    infografias, que eram baseadas em depoimentos e no trabalho que alguns

    reprteres/infografistas faziam no campo de batalha. Nesse perodo o seu desenvolvimento foi

    notvel. Cairo (2008, p. 57) identifica que a presena constante da ilustrao na composiodos infogrficos durante a Guerra do Golfo (1991) e a Guerra das Malvinas (1982) mostram

    uma linha de continuidade entre o nascimento da infografia como derivado da ilustrao.

    Apesar do aperfeioamento das tcnicas e a notvel evoluo que a infografia sofreu no

    que se refere a questes estticas, durante esse perodo de conflito, mais uma vez, a tica

    profissional entrava em pauta. Voltando a citar Cairo sobre os infogrficos no perodo da

    guerra:

    Estilisticamente eram muito sofisticados: a qualidade das ilustraesalcanaram um lugar nunca visto antes. Eticamente, no entanto, a Guerra doGolfo de 1991 foi um perodo escuro do jornalismo visual que haveria demarcar todos os conflitos posteriores at os dias de hoje, especialmente forada imprensa de elite estadunidense (CAIRO, 2008, p.55). 7

    A inteno deste trabalho no analisar a objetividade na composio dos infogrficos.

    No entanto, importante destacar que uma das principais caractersticas da infografia o seu

    uso como representao da realidade. Geralmente usam-se infogrficos quando no h

    imagens de um determinado fato, ou quando no possvel atravs do texto, oferecer

    informao de maneira clara, detalhada e rpida ao leitor. Para Leturia (1998), a objetividade

    dentro do infogrfico imprescindvel.

    A infografia como a matria jornalstica, deve responder o "que", "quem","quando", "onde", "como" e "por qu", mas tambm tem que mostrarvisualmente. por isso que o infografista deve trabalhar com mentalidade de

    jornalista e no pode se conformar com o que o redator fala sobre o fato ouassunto da notcia. Por exemplo, para compor um infogrfico de um atentadoterrorista, preciso que ele visite o local e mostre com objetividade o queaconteceu l.8

    Os elementos contidos nos infogrficos devem desempenhar uma funo principalmente

    informacional. A presena de elementos que, em detrimento da informao priorizam a

    esttica, pode comprometer sistematicamente a funcionalidade da infografia jornalstica. Para

    7 Estilsticamente eran muy sofisticados: la calidad de las ilustraciones alcanz cotas nunca vistas hasta elmomento. ticamente, sin embargo, la Guerra del Golfo de 1991 fue un punto oscuro del periodismo visual quehabra de marcar todos los conflictos posteriores hasta nuestros das, especialmente fuera de la prensa de liteestadounidense. (CAIRO, 2008, p. 55) (traduo nossa).8LETURIA, Elio. Qu es infografia?.La Laguna (Tenerife): Revista Latina de Comunicao Social, nmero 4,1998. Traduo nossa.

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    Teixeira (2010, p.18), a infografia pode ser considerada como um subgnero do jornalismo

    informativo:

    (...) na qual a presena indissocivel de imagem e texto- e imagem, aqui,

    aparece em sentido amplo em uma construo narrativa permite acompreenso de um fenmeno especfico como um acontecimento

    jornalstico ou o funcionamento de algo complexo ou difcil de ser descritoem uma narrativa textual convencional (TEIXEIRA, 2010, p.18).

    Rodrigues (2005 apud SILVA, 2010, p.27) define infografia como uma nova forma de

    transmitir informao, acontecimentos globais, assuntos menos familiares de maneira rpida,

    segura e simples, combinando texto e elementos grficos, no intuito de auxiliar a

    compreenso.

    J Clapers (1998 apud SCHMITT, 2006, p.24) define o infogrfico: por sua (a)

    autonomia, no estar diretamente atrelada matria, redundante, repetindo o contedo da

    reportagem; b) veracidade, honesto na informao, e no inventar dados para preencher

    espaos vazios ou dissimular lacunas de informao; c) clareza, facilita a compreenso do

    leitor.

    Sojo (2002, apud SILVA, 2013, p.51) partilha do mesmo pensamento de Teixeira

    (2010), quando se refere infografia como gnero jornalstico. Ele considera que o modelo

    est baseado em quatro aspectos: a) Possui uma estrutura claramente definida; b) Tem

    finalidade; c) Apresenta marcas formais que se repetem em diferentes trabalhos; d) Tem

    sentido por si mesma. Para Silva (2013, p.51) tais marcas, como ttulo, texto, corpo, fonte,

    crdito, imagens e desenho, concedem infografia a consistncia de gnero, ampliando-se

    com a incluso de outros elementos como vdeo, udio, animaes e efeitos computacionais

    no mbito da internet.

    Observando tais caractersticas, possvel ver a proposta tipolgica que Teixeira,

    (2010) prope para infografia (figura 7):

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    Figura 7 - Organograma: Os dois grandes grupos de infogrficos.Fonte: Teixeira, 2010, p.42.

    Segundo a autora existem dois grandes grupos de infogrficos, de um lado osEnciclopdicos e do outro os Jornalsticos. Antes de tudo, importante ressaltar que tanto o

    infogrfico enciclopdico quanto o jornalstico so utilizados dentro dos veculos de

    comunicao. No entanto, o primeiro tambm encontrado em livros didticos e em manuais

    de instruo.

    Por isso, para a autora, a infografia enciclopdica mais generalista e universal. Ela

    utiliza como exemplo um infogrfico que detalha o funcionamento do corpo humano. No

    mesmo grupo tambm esto as infografias que mostram quais so os controles de comandos

    da cabine de um avio. Podem-se acrescentar tambm, como exemplo, os efeitos colaterais da

    maconha no corpo humano.

    No que se refere ao grupo de infogrfico jornalstico, a autora define como algo mais

    singular, divergindo assim dos enciclopdicos (generalistas). Para ficar mais claro ela utiliza o

    conceito de singularidade defendido por Adelmo Genro Filho (1987), no qual ele explica que

    a singularidade no jornalismo se d com um fenmeno nico e irrepetvel.

    Como este trabalho se prope a analisar especificamente infogrficos que envolvemdesastres areos, utilizaremos o mesmo exemplo de Teixeira 2010, para esclarecer a diferena

    entre os dois grupos de infografia.

    No caso dos infogrficos, uma maneira simples de compreender o que istosignifica pensarmos que um infoproduzido, por exemplo, para demonstrarcomo ocorreu um acidente areo especfico no poder ser usado paraexplicar outro porque as chances matemticas de acontecerem dois acidentesexatamente iguais so nfimas. Em outras palavras, ele estar visceralmenteligado ao singular embora, claro, deva manter uma relao efetiva com o

    particular e o universal (TEIXEIRA, 2010, p.47).

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    Na citao acima possvel observar a caracterstica predominante no infogrfico

    jornalstico: ele sempre original, e no d margem para generalizao. J o enciclopdico,

    como dito antes, mais abrangente, logo, possvel voltar ao exemplo do infogrfico que

    evidencia os efeitos colaterais da maconha. Esse ltimo pode estar presente tanto em um livrode medicina, quanto em uma matria que fala sobre o uso da maconha pela classe mdia

    brasileira, um nico infogrfico pode exercer a mesma funo em vrias outras matrias que

    falam do uso dessa droga.

    Dando continuidade a tipologia proposta pela autora, possvel ainda classificar cada

    infogrfico como Complementar ou Independente. O primeiro tem como caracterstica o

    acompanhamento de uma matria jornalstica, dando mais profundidade ao assunto abordado.

    J o independente, como o prprio nome diz, age sozinho, no necessita de uma matria paraser compreendido.

    possvel observar nas figuras 8 e 9, (o infogrfico publicado no site da Veja em 16 de

    novembro de 2012) o que seria a infografia enciclopdica complementar. Ele trata de um

    assunto generalista e foi publicado juntamente com uma matria. O infogrfico poderia estar

    acompanhado de qualquer matria que tratasse sobre maconha; poderia aproveitar um

    gancho para ser publicado. Ex: Protesto a favor da liberao da maconha, legalizao da

    droga, ou poderia estar em um livro didtico que trouxesse informaes sobre as ltimas

    descobertas sobre o tema.

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    Figura 8 - Infogrfico enciclopdico complementar (texto e infogrfico).Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/maconha-faz-mal-sim-quem-

    afirma-e-a-medicina/Acesso em 28 jul. 2013.

    Figura 9 - Infogrfico enciclopdico complementar (em modo ampliado).Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/maconha-faz-mal-sim-quem-

    afirma-e-a-medicina/Acesso em 28 jul. 2013.

    http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/maconha-faz-mal-sim-quem-afirma-e-a-medicina/http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/maconha-faz-mal-sim-quem-afirma-e-a-medicina/http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/maconha-faz-mal-sim-quem-afirma-e-a-medicina/http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/maconha-faz-mal-sim-quem-afirma-e-a-medicina/
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    Na sequncia (figura 10), est o infogrfico enciclopdico independente. Ele segue o

    mesmo modelo generalista (como funciona uma escola de samba). No trata de um fato com

    caractersticas nicas e especficas, como a exploso acidental de uma bomba, por exemplo. A

    diferena est na sua autonomia. Ele no vem acompanhado de uma matria jornalstica,geralmente descritivo e traz informaes dentro do seu prprio corpo grfico. Neste

    exemplo possvel observar um infogrfico interativo/animado, onde as informaes so

    visualizadas atravs do clique nas abas e botes da infografia.

    Figura 10 - Infogrfico enciclopdico independente.Fonte: http://g1.globo.com/carnaval-2013/como-funciona-uma-escola-de-samba/platb/Acesso

    em 28 jul. 2013.

    O modelo de infogrfico jornalstico complementar (figura 11 e 12), como explica

    Teixeira, (2010, p.53) costuma ser indispensvel matria, sobretudo quando capaz de

    trazer esclarecimentos que tornariam maantes e/ou confusos se para explicit-los fosseusada a narrativa jornalstica textual e convencional. Definimos este exemplo das figuras 11

    e 12 como complementar, pois ele acompanha uma matria sobre a cobertura danificada do

    Engenho.

    http://g1.globo.com/carnaval-2013/como-funciona-uma-escola-de-samba/platb/
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    Figura 11 - Infogrfico jornalstico complementar (texto e infogrfico).

    Fonte: http://globoesporte.globo.com/rj/futebol/campeonato-carioca/noticia/2013/03/infografico-veja-como-cobertura-do-engenhao-foi-danificada-em-seis-anos.htmlAcesso em 01 ago. 2013.

    http://globoesporte.globo.com/rj/futebol/campeonato-carioca/noticia/2013/03/infografico-veja-como-cobertura-do-engenhao-foi-danificada-em-seis-anos.htmlhttp://globoesporte.globo.com/rj/futebol/campeonato-carioca/noticia/2013/03/infografico-veja-como-cobertura-do-engenhao-foi-danificada-em-seis-anos.htmlhttp://globoesporte.globo.com/rj/futebol/campeonato-carioca/noticia/2013/03/infografico-veja-como-cobertura-do-engenhao-foi-danificada-em-seis-anos.htmlhttp://globoesporte.globo.com/rj/futebol/campeonato-carioca/noticia/2013/03/infografico-veja-como-cobertura-do-engenhao-foi-danificada-em-seis-anos.htmlhttp://globoesporte.globo.com/rj/futebol/campeonato-carioca/noticia/2013/03/infografico-veja-como-cobertura-do-engenhao-foi-danificada-em-seis-anos.html
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    Figura 12 - Infogrfico jornalstico complementar (em modo ampliado).Fonte: http://globoesporte.globo.com/rj/futebol/campeonato-

    carioca/noticia/2013/03/infografico-veja-como-cobertura-do-engenhao-foi-danificada-em-seis-anos.htmlAcesso em 01 ago. 2013.

    http://globoesporte.globo.com/rj/futebol/campeonato-carioca/noticia/2013/03/infografico-veja-como-cobertura-do-engenhao-foi-danificada-em-seis-anos.htmlhttp://globoesporte.globo.com/rj/futebol/campeonato-carioca/noticia/2013/03/infografico-veja-como-cobertura-do-engenhao-foi-danificada-em-seis-anos.htmlhttp://globoesporte.globo.com/rj/futebol/campeonato-carioca/noticia/2013/03/infografico-veja-como-cobertura-do-engenhao-foi-danificada-em-seis-anos.html
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    E por ltimo o jornalstico independente, utiliza-se de vrios recursos para compor o

    infogrfico e geralmente bem mais complexo. Seguindo o organograma da autora (figura 7)

    possvel observar que dentro do grupo dos jornalsticos independentes ela apresenta a

    reportagem infogrfica (figura 13), que inclui dentro do corpo grfico um texto usado comouma espcie de lide que introduz a reportagem, em conjunto dos demais elementos textuais

    secundrios e visuais. Neste caso, o infogrfico no precisa de um texto auxiliar como nas

    matrias convencionais, os nicos elementos textuais esto dentro do mesmo, por isso

    denomina-se independente. Logo a narrativa toda feita dentro da infografia. A caracterstica

    que o define como jornalstico e no enciclopdico a sua particularidade, no caso da figura

    13, essa infografia jamais poder ser utilizada para descrever/narrar o incndio de outra boate,

    da sua especificidade.

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    Figura 13 - Reportagem Infogrfica sobre o incndio na boate Kiss.Fonte: http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/tragedia-incendio-boate-santa-maria-

    entenda/platb/Acesso em 01 ago. 2013.

    Aprofundando ainda mais no contexto da informao contada visualmente e tomando

    como exemplos a classificao empregada e defendida por especialistas da rea, possvel

    encontrar mais um conceito elaborado que merece nfase devido a sua estrutura e

    complexidade. Os megainfogrficosou infografia coletiva (figura 14) colocam em harmoniainfogrficos jornalsticos e enciclopdicos, sua estrutura tambm permite um aprofundamento

    maior e consequentemente taxas informacionais significativas, dependendo claro do estilo e

    maneira na qual os elementos so empregados.

    http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/tragedia-incendio-boate-santa-maria-entenda/platb/http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/tragedia-incendio-boate-santa-maria-entenda/platb/http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/tragedia-incendio-boate-santa-maria-entenda/platb/
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    Figura 14 - Megainfogrfico ou infografia coletiva.Fonte: Material produzido pelo ilustrador do jornal Estado de S. Paulo, Marcos Farrell.Disponibilizado no blog http://www.artefarrell.blogspot.com.br/p/infografia-e-ilustracao.htmlAcesso

    em 04 ago. 2013.

    Para Teixeira (2010, p. 63) apesar dos modelos como o da infografia coletiva serem

    indiscutivelmente inovadores e interessantes, atualmente ainda existe verses bem menos

    elaboradas de infografia. O que ela define como protoinfogrficos. No entanto, ela assegura

    que a sua proposta tipolgica no tm inteno de classificar o infogrfico mais eficiente e

    mais adequado. Para a autora, a editoria e o tempo que voc ter para elaborar uma matria quem dir se o uso de determinado infogrfico vivel e se necessrio utiliz-lo.

    Se aps um acidente automobilstico a equipe decide que obrigatrioinvestir em um infogrfico jornalstico, reprteres, designers e editoresdevero adotar um determinado mtodo de trabalho. Se a opo peloenciclopdico, tem-se uma outra perspectiva. A depender do caso, a segundaopo pode ser muito mais complexa e a primeira, s vezes, quaseimpossvel de ser realizada nos prazos previstos. (TEIXEIRA, 2010 p. 63)

    http://www.artefarrell.blogspot.com.br/p/infografia-e-ilustracao.html
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    Sancho (2001 apud SILVA, 2013, p. 41) acredita que s podemos chamar de

    infogrficos jornalsticos aqueles que possuem as seguintes caractersticas:

    a) Oferea significado a uma informao plena e independente.

    b) Proporcione a informao de atualidade suficiente.

    c) Permita entender o evento ocorrido.

    d) Contenha a informao escrita com formas tipogrficas.

    e) Tenha elementos icnicos precisos.

    f) Capacidade informativa suficiente e ampla para ter entidade prpria ou que realize

    funes de sntese ou complemento da informao escrita.

    g) Proporcione certa sensao esttica, no dispensvel.

    h) No contenha erros ou falhas de concordncia.

    Para Silva, (2013, p. 41) essa peculiaridade da infografia proposta por Sancho (2001,

    p.21) no se resume apenas infografia publicada em veculos impressos. Pode-se acrescentar

    tambm que a tipologia apresentada por Teixeira (2010) segue o mesmo padro. Os conceitos

    podem ser empregados nas diversas plataformas que a infografia jornalstica se faz presente,

    inclusive no webjornalismo, como ser possvel ver no captulo seguinte deste trabalho.

    Antes de aprofundar um pouco mais no uso e peculiaridades da infografia no

    webjornalismo, vale ressaltar algumas caractersticas que enriquecem ainda mais a estrutura

    de um infogrfico. Assim como no lide, de acordo com alguns especialistas da rea, o

    infogrfico tambm deve responder as perguntas bsicas (O qu?, quem?, como?, quando?,

    onde? e porqu?) que do valor a um texto informativo. Essa mais uma caracterstica

    inerente infografia jornalstica. Partilhamos da ideia que como um gnero jornalstico, a

    infografia deve obedecer mesma estrutura formal de uma pea noticiosa. Por isso, ela dever

    responder aos cinco Ws que estruturam uma produo jornalstica Canavilhas (2008, apud

    SOUSA, 2012, p. 45 - 46). Segundo o autor, a estrutura da infografia jornalstica definida daseguinte forma: 1. WHO: quem o elemento importante no processo informativo? 2.

    WHAT: o que fazer com tanta informao? 3. WHEN: Quando publicar? 4. WHERE: Onde

    (em que palavras) colocar os links? 5. WHY. Porque utilizar determinado tipo de contedo?

    Observe que nos cinco Ws propostos por Canavilhas (2008), as questes bsicas se

    referem principalmente produo infogrfica feita para Web. Acrescenta ainda que a estes

    itens poder juntar-se um H (How: Como linkar?), se nos reportarmos ao contexto das

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    plataformas digitais, tornando a mensagem mais clara, rpida, objetiva, exata, completa e,

    consequentemente, mais eficaz para os leitores (CASASS e LADEVZECIT apud

    RIBEIRO, 2008, p. 35 citado por SOUSA, 2012, p. 46).

    Alvarez (2005 apudSILVA, 2013, p. 53) tambm aplica este fundamento das perguntas

    bsicas do lide jornalstico infografia, a relao entre os dois foi feita atravs deste quadro

    proposto por Jaime Serra, (chefe de infografia do peridico espanhol La Vanguardia)

    conforme reproduzidos abaixo:

    Quadro 1 - Composio do Infogrfico

    COMPOSIO DO INFOGRFICO

    INFOTTULO Deve conter as mesmas qualidades de um ttulo de uma notcia.

    TEXTO EINTRODUO

    Baseia-se na apresentao do infogrfico, com um resumo para situar o leitor sobreo tema.

    CORPO E CONTEDOVISUAL

    o local onde o jornalista e o infografista vo construir a pea infogrfica.

    FONTE

    A informao sobre a origem das informaes, que garante credibilidade ao

    infogrfico.

    CR DITO O reconhecimento pessoal daqueles que trabalharam o infogrfico.

    Fonte: Alvarez (2005 apud SILVA, p. 53).

    possvel observar na composio fundamentada por Alvarez (2005), um ponto que se

    relaciona diretamente com a tipologia proposta por Teixeira (2010, p. 42). O texto e

    introduo, apresentados na tabela acima, podem ser vistos tambm na tipologia de Teixeira

    (2010), dentro da classificao de Infogrfico Jornalstico Independente, a partir dadefinio dada pela a autora. (...) definimos como um tipo de narrativa na qual h um texto

    principal que funcionaria como a introduo/abertura de uma reportagem, seguido por

    infogrfico ou infogrficos (TEIXEIRA, 2010, p. 56).

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    3 A INFOGRAFIA NO WEBJORNALISMO

    Neste captulo possvel observar todas as fases do webjornalismo at os dias de hoje.

    As principais caractersticas identificadas dentro do jornalismo praticado na internet e o

    conceito de infografia nessa nova plataforma de comunicao.

    Uma das mais novas e curiosas funcionalidades da infografia jornalstica a interao.

    Caracterstica que s se tornou realidade com a chegada da rede mundial de computadores e a

    evoluo da internet. Nesse novo conceito de visualizao da informao ser possvel

    explorar e identificar as novas possibilidades da infografia dentro do webjornalismo.

    Baseando-se nos novos rumos que a infografia est tomando com o advento das novas

    tecnologias, percebe-se um grande avano na forma e estrutura que compem um infogrfico.

    Todas as caractersticas e ferramentas do jornalismo esto em plena mutao, passando para

    um nvel mais elaborado que proporciona mais informao e contedo de rpido acesso aos

    leitores. Esse novo vis do jornalismo se deu com a chegada do webjornalismo.

    3.1 A Evoluo do Webjornalismo

    Antes de aprofundar no tema infografia jornalstica praticada na internet e suas

    peculiaridades, importante fazer um breve resumo do que o webjornalismo e sua evoluo

    at os dias de hoje.

    So vrias as nomenclaturas utilizadas para definir o jornalismo praticado na internet,entre elas faz-se necessrio destacar algumas citadas por Canavilhas (2007, p. 2): Jornalismo

    online (DE WOLK, 2001; Hall, 2001; Ward, 2002), Jornalismo eletrnico (BASTOS, 2000;

    DIZ NOCI, 2001) Jornalismo digital (MACHADO e PALACIOS, 2003; BARBOSA, 2005)

    jornalismo multimdia (MARCOS, 2000; DEUZE, 2004), jornalismo ciberntico (GMEZ

    MNDEZ e GIL, 2001), Ciberjornalismo (SALAVERRA 2005; PARRA VALCARCE e

    LVAREZ MARCOS, 2004). O autor acrescenta tambm que a expresso utilizada est

    diretamente ligada s diferentes fases de evoluo do jornalismo na web.

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    Cabrera Gonzles (2000, apud CANAVILHAS, 2007, p. 3) identifica quatro modelos

    de jornalismo online que correspondem s suas vrias fases de evoluo. Para que fique claro

    reproduzimos aqui em forma de tabela conforme segue abaixo:

    Quadro 2- As Quatro Fases de Evoluo do Jornalismo Online

    FASE CARACTERSTICAS

    Primeira Fase

    Denominada fac-smile, corresponde a simples reproduo de contedosda verso impressa de um jornal atravs de sua digitalizao outransposio para um PDF.

    Segunda Fase

    Resume-se em uma espcie de -modelo adaptado- que reproduz oscontedos de verses escritas. O diferencial est no layout prprio deWeb. Essa fase deu origem s nomenclaturas jornalismo online

    (periodismo online) e jornalismo em linha (periodismo em lnea).Limitava-se em apresentar a informao em uma nova plataforma, noaprofundando nas demais potencialidades do suporte web.

    Terceira Fase

    Considerado por Cabrera Gonzles (2000) como o modelo digital, nestafase os jornais ofereceram em suas pginas a possibilidade de adicionarcomentrios as suas matrias alm de integrar o hipertexto. A atualizaode contedo em tempo real tambm pode se considerada outracaracterstica desta fase.

    Quarta fase

    A ltima fase identificada pelo autor denominada como modelomultimdia, as publicaes se utilizam das vrias ferramentas oferecidas

    pela plataforma WEB. Aqui foram incorporadas alm da interatividade(que pode ser considerada como o diferencial do webjornalismo), acapacidade de se reproduzir diversos contedos integrados. Entre eles,imagem em movimento (vdeo), imagem esttica (fotos, ilustraes), almde som, grficos e infogrficos.

    Fonte:Canavilhas (2007, p. 3).

    Canavilhas (2007, p. 4) acrescenta que nesta quarta fase do jornalismo praticado na

    Web, a denominao de jornalismo multimdia poderia ser o termo mais apropriado devido ao

    uso integrado das vrias ferramentas utilizadas nesta plataforma. No entanto, ele completa quequando falamos de uma linguagem jornalstica para a Web, falamos de tcnicas de redao, e

    tambm da arquitetura da notcia. Portanto, eliminando as demais opes, ficamos somente

    com duas vlidas: ciberjornalismo e webjornalismo. Contudo, neste trabalho ser utilizado o

    termo webjornalismo, por acharmos o mais adequado e conhecido para designar o jornalismo

    praticado na web na atualidade.

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    possvel observar que esta quarta fase do webjornalismo se d com a integrao de

    vrios recursos disponveis na plataforma web. Entre esses recursos esto os infogrficos, que

    a partir da segue um novo rumo, desenvolvendo ainda mais a sua funcionalidade dentro do

    jornalismo. Agora com algo mais, a possibilidade de interao com o leitor.

    A infografia digital uma unidade informativa (no somente jornalstica) namaioria dos casos apresentada em sequncia sucessiva, que se elabora paraas publicaes digitais audiovisuais no especificamente lingusticas,realizada mediante unidades elementais icnicas (estticas ou dinmicas)com o apoio de diversas unidades tipogrficas e/ou auditivas, normalmenteverbais (SANCHO, 2004, p. 5). 9

    De acordo com Chimeno (2003, apud RODRIGUES, 2009, p. 31) foi a partir de uma

    pesquisa elaborada pelo autor, que ele constatou que a infografia teve seu pice no

    webjornalismo logo aps os atentados de 11 de Setembro de 2001, nos Estados Unidos.

    Assim tambm observou Laurino (2011, p. 19) o quanto o atentado influenciou na difuso da

    webinfografia.

    (...) a internet naquele momento foi a mdia mais procurada para obterinformaes sobre o atentado terrorista, muitos sites de notciasdesenvolveram esquemas que mostravam de onde partiram os avies, emque horrio e o que estava acontecendo dentro deles. No entanto ainteratividade se restringiu a botes de avanar e voltar (LAURINO, 2011, p.19).

    Rodrigues (2009, p. 32) acrescenta a importncia do surgimento de novos aplicativos

    que somaram no desenvolvimento da infografia para o webjornalismo. Logo aps os

    primeiros modelos de infogrficos serem produzidos para Web, observou-se a necessidade do

    desenvolvimento de contedos mais completos e elaborados.

    Dentre os aplicativos dinmicos que favoreceram a infografia para o suporteweb, o Flash pode ser considerado como um divisor de guas para talfinalidade. Desde ento, aps seu salto qualitativo em 2001, o crescimentoda produo de infogrficos ganhou novos contornos e pde reivindicar um

    estatuto prprio, uma vez que sites jornalsticos como ElMundo, El Pas,Folha Online, The New York Times e diversos outros espalhados pelo mundoproduziram inmeras infografias sobre o 11 de Setembro e os temas

    9La infografa digital es un unidad informativa (no nicamente periodstica), en la mayora de los

    casos presentada en secuencia sucesiva, que se elabora para las publicaciones digitales audiovisualesno estrictamente lingsticas, realizada mediante unidades elementales icnicas (estticas o dinmicas)com el apoyo de diversas unidades tipogrficas y/o auditivas, normalmente verbales. (SANCHO,2004, p.5) (traduo nossa).

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    correlatos desencadeados at a 2 Guerra do Iraque (RODRIGUES, 2009,p.32).

    Como observou Rodrigues (2009, p. 32),vrios foram os veculos de comunicao que

    publicaram infogrficos que remetiam ao atentado de 11 de Setembro, dentre eles, a Folha

    Online.No que anteriormente no houvesse registro de infogrficos na Web, mas o atentado

    foi um marco na histria da infografia digital (ver figura 15).

    Figura 15 - Infogrfico do El Pas sobre atentado de 11 de SetembroFonte:Rodrigues (2009, p. 33)

    A partir deste fato pode se entender ento que o uso dos infogrficos no webjornalismo

    (jornalismo digital) surgiu de maneira quase que simultnea no mundo. At porque na era da

    informao tudo acontece de maneira mais rpida e intensificada, por isso, aqui no Brasil a

    infografia webjornalstica evolui de acordo com o que acontecia no resto do mundo.

    A infografia ganhou nova face, a partir do momento que foi instaurada paraestampar notcias em formato informatizado. Mesmo que seu surgimentotenha sido independente da tecnologia, muitas de suas caractersticas atuaiss se tornaram possveis com a digitalizao dos meios de se fazer

    jornalismo (MACIEL et al. 2011, p. 48).

    Ainda partilhando da ideia do mesmo autor:

    No jornalismo online as notcias devem ser dispostas de forma concisa,precisa e atrativa, ento, nada melhor do que um infogrfico bem elaboradopara reunir e apresentar as informaes jornalsticas. Interatividade,

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    dinmica, flexibilidade e personalizao, fazem parte do que oferecido aousurio por uma infografia digital, alm de comodidade no entendimento dasinformaes, o que de certa forma o acostumou a esperar sempre a facilidadena compreenso da notcia (MACIEL et al. 2011, p. 49).

    Esse perodo ps-atentado de 11 de Setembro pode ser considerado uma poca detransio da infografia praticada no webjornalismo. Assim como surgiu no meio impresso, os

    infogrficos apareceram de forma bem tmida e menos elaborada do que se pode ver nos

    dias de hoje. No entanto para poca, sem dvidas pode ser considerado um avano.

    Aps uma dcada de existncia como produto jornalstico no meio online, ainfografia digital tem sido potencializada custa da informatizao dasredaes e da convergncia do mundo editorial com o mundo audiovisual.Face conjuntura atual da convergncia de redaes previsvel que nos

    prximos anos se assista a uma revoluo na rea da infografia digital

    (SOUSA, 2012, p. 51).

    Como observa Nielsen; Loranger (2007 apud RODRIGUES, 2009, p. 45), o

    desenvolvimento de redes de alta velocidade foi fundamental para o amadurecimento da

    infografia na internet. O autor compara a evoluo da rede se referindo as antigas conexes

    de internet discada que surgiram no final da dcada de 90, eram muito lentas, perdia-se

    tempo para fazer downloads de arquivos ou assistir a um vdeo, sem mencionar os problemas

    de incompatibilidades do sistema (NIELSEN; LORANGER, 2007apudRODRIGUES, 2009,

    p. 45).

    3.2Caractersticas do Webjornalismo

    O conceito de webjornalismo est atrelado a uma gama de possibilidades que agregam

    valor e contribuem para disseminao da informao jornalstica, atravs das inovaes

    tecnolgicas da plataforma web. (...) a linguagem jornalstica est fortemente condicionadas particularidades do meio utilizado, adquirindo caractersticas especficas em funo das

    potencialidades do suporte utilizado (CANAVILHAS, 2007, p. 51-52).10

    Depois de passar por vrias fases neste perodo transitrio, o webjornalismo chega a sua

    quarta fase com uma identidade prpria. Desfrutando de vrias caractersticas que o divergem

    10 () el lenguaje periodstico est fuertemente condicionado por las particularidades del medio utilizado,adquiriendo caractersticas especficas en funcin de las potencialidades del soporte utilizado (CANAVILHAS,2007, p. 51-52) (traduo nossa).

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    dos demais. E so essas caractersticas j identificadas por diversos autores que sero

    abordadas aqui, visto que elas esto em plena mutao devido s inovaes que surgem neste

    meio.

    Partindo de estudos de outros autores, como Bardoel e Deuze (2000) que j

    identificavam a estrutura das matrias jornalsticas na web, Palacios (2002, p. 2) define seis

    caractersticas prprias do webjornalismo, so elas: Multimdialidade/Convergncia,

    Interatividade, Hipertextualidade, Personalizao e Memria. Adicionando mais tarde a

    Atualizao Contnua (instantaneidade) como sexta caracterstica.

    Rodrigues e Mendes (2010, p. 7) apontam que, ao analisarem essas caractersticas,

    autores como Gonalves (2004), Pavlick (2000) e Mielniczuk (2003) identificaram um total

    de oito possibilidades peculiares ao jornalismo praticado na internet. Para os autores citados,

    as matrias webjornalsticas apresentam as seguintes caractersticas:

    1. Interatividade: O leitor/usurios pode no apenas receber as mensagens, mas tambm

    tornar-se mais ativo produzindo e distribuindo informaes. A interatividade pode ser

    entendida como a participao do usurio atravs de comentrios, sugesto de pauta,

    envio de material como fotos e vdeos, navegao atravs de hipertextos;

    2. Hipertextualidade: oferecida ao usurio a possibilidade de navegao a partir de um

    texto noticioso, podendo ele ser direcionado para vrios pontos da notcia ou para

    outros textos complementares, fotos, sons, vdeos e animaes;

    3. Personalizao: O usurio tem o poder de configurar/filtrar produtos jornalsticos de

    interesse individual.

    4. Multimidialidade/Convergncia: Mix de diversos formatos de contedo. oferecido

    ao usurio uma diversidade de material multimdia que possibilita a

    complementaridade do contedo. Ex: slideshow com udio, infogrficos animados,

    galeria de imagens, fotos randmicas, vdeos e textos e outros;5. Memria: disponibilizao de material produzido anteriormente dentro da plataforma.

    O usurio e o produtor da notcia tem acesso ao material livremente, podendo

    visualiz-lo sempre que for necessrio. possvel acompanhar a informao passo a

    passo e grav-la, pode repetir a apresentao imediatamente ou pode assisti-la quando

    quiser;

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    6. Instantaneidade/atualizao contnua: Como o prprio nome diz se trata de material

    jornalstico publicado/atualizado na internet em um prazo muito curto de tempo, o

    veculo alimentado continuamente a todo momento que surgem novas informaes;

    7. Imerso: O usurio fica to envolvido com o contedo a ponto de se sentir inserido nanarrativa da histria. Ex: sensao experimentada em jogos eletrnicos;

    8. Contedo dinmico: Juno de todas as outras caractersticas descritas anteriormente,

    garantindo aos sites noticiosos o dinamismo caracterstico do jornalismo digital.

    Todas essas caractersticas identificadas so altamente potencializadas quando unimos

    mais elementos na plataforma webjornalstica. Por exemplo, se pensarmos na interatividade

    dentro da matria webjornalistica falamos da possibilidade de troca de mensagens/opinio,

    navegao pelos hipertextos e etc. Se formos mais adiante e levarmos essa ideia de interao aum elemento existente na matria jornalstica como no caso dos infogrficos animados ou

    newsgames, o conceito de interao se torna bem mais funcional. A matria webjornalstica

    que estiver acompanhada de alguns desses elementos (infografia animada ou newsgames)

    pode levar o leitor/usurio a interagir diretamente com o objeto. Nos dois casos a informao

    s passada ao receptor a partir do momento que ele decide clicar nas abas e botes do

    objeto. Cabendo a ele decidir at que ponto ou momento ele ir interromper este processo.

    Canavilhas (2007, p. 97) afirma que para preparao de um modelo de notcia adaptadopara a web, foi empregada a proposta de Deuze (2003) aos jornalistas que atuavam neste

    meio:

    O jornalista online ter que tomar decises como o tipo de formato ouformatos que melhor se adaptam notcia (multimdialidade), se dar contadas diversas opes que oferece aos usurios para responder, interagir oumodificar a histria (interao), e pensar na forma de interligar a histriacom outros elementos, histrias, arquivos ou outros recursos atravs de links(hipertextualidade). E esta multiplicidade de opes que transforma owebjornalismo em uma atividade complexa, sobretudo quando ainda no hum conjunto de regras estabelecidas que apoie o trabalho do jornalista(DEUZE, 2003 apud CANAVILHAS, 2007, p. 97-98)11.

    11El periodista on line tendr que tomar decisiones como el tipo de formato o formatos que mejor se adaptanala noticia (multimedialidad), tener en cuenta la diversas opciones que ofrece a los usuarios para responder,interactuar o modificar la historia (interaccin), y pensar en la forma de conectar la historia con otras elementos,historias, archivos u otros recursos a travs de enlaces (hipertextualidad). Es esta multiplicidad de opciones laque transforma el webperiodismo en una actividad compleja, sobre todo cuando an no hay un conjunto dereglas establecidas que apoye el trabajo del periodista (DEUZE, 2003 apud CANAVILHAS, 2007, p. 97-98)(traduo nossa).

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    Ward (2002 apudCANAVILHAS, 2007, p. 60) explica que a flexibilidade da Web

    permite ao webjornalismo uma arquitetura de notcia capaz de responder as diferentes

    necessidades do usurio e mais exigente com o jornalista. Entendemos aqui que o jornalista

    ter uma complexidade maior no desenvolvimento e preparao da notcia, o leitor por suavez tende a consumir a notcia bem mais enxuta e ao mesmo tempo carregada de informao.

    Segundo Canavilhas (2007, p. 60), a hipertextualidade o alicerce do webjornalismo. O

    conjunto de ns de informao unidos atravs de ligaes 12permite uma leitura no linear

    da notcia.

    Apesar de esses fatores serem cruciais para construo de um novo vis informacional,

    distinguindo o webjornalismo das demais formas de fazer jornalstico, atualmente ainda

    existem muitos webjornais e portais de notcias que se limitam na utilizao destes recursos.A Internet j passou por vrios momentos e podemos dizer que ela ainda est na

    infncia, mas uma infncia madura (RODRIGUES e MENDES, 2010, p. 3). E nessa

    infncia madura que partimos para explorao da interatividade dentro de um dos elementos

    jornalsticos que tambm esto presentes na internet: os infogrficos.

    3.3 A interatividade nos Infogrficos

    Com o desenvolvimento das redes de internet, os infogrficos ganham mais uma

    funcionalidade. Do esttico (infografia no jornal impresso) ao interativo e animado da Web

    2.013. A velocidade nas conexes de internet e o desenvolvimento de novos aplicativos para

    web proporcionaram ao webjornalismo o uso de infografias em movimento e com

    participao do leitor.

    Uma das principais caractersticas vistas nos infogrficos publicados na web atualmente

    a integrao de vrios elementos j existentes em outras plataformas. A imagem esttica ouem movimento, o som, o vdeo e a animao apesar de desenvolverem funes diferentes

    agora agem juntos na composio da infografia webjornalstica.

    12 Conjunto de nodos de informacin unidos a travs de enlaces (CANAVILHAS, 2007, p. 60), (traduonossa).13Web 2.0: Termo utilizado para descrever a segunda gerao da World Wide Web, plataforma desenvolvida

    para intercambiar um fluxo maior de dados com mashups (vdeos, fotos, udios, mapas e animaes).

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    Antes de chegar a esse estgio, os infogrficos passaram por uma sequncia semelhante

    a do jornalismo quando dava seus primeiros passos na internet. Assim como Cabrera

    Gonzles (2000) identificou as quatro fases evolutivas do jornalismo praticado na internet,

    Rodrigues (2009, p.35) classifica a evoluo das infografias no jornalismo digital atravs detrs fases. A tipologia proposta pela autora lembra as mesmas fases criadas por Cabrera

    Gonzles (2000), conforme citou Canavilhas (2007, p. 3), fazendo-nos constatar que este

    processo aconteceu quase que simultaneamente. Principalmente porque a infografia est

    diretamente ligada ao processo evolutivo do jornalismo na internet. Portanto, faz-se

    necessrio um breve resumo desta classificao proposta por Rodrigues (2009, p.35)

    conforme demonstrado no quadro a seguir.

    Quadro 3 -Evoluo da Infografia no Jornalismo DigitalFASE ESTGIO DE

    DESENVOLVIMENTOCARACTERIZAO

    Primeira Infogrficos lineares

    apresentada de forma estticasequencial, baseia-se na simplestransposio da infografia impressa parao suporte digital. A narrativa doinfogrfico mantm semelhanas com umstoryboard e slideshow.

    Segunda Infogrficos multimdias

    Neste estgio possvel observar os

    primeiros elementos multimdias.Imagens em movimento, gravaosonora, ilustrao, fotografia, vdeos eoutros recursos interativos. A autoradefende tambm que neste perodo osinfogrficos so multilineares,multimiditicos e interativos.

    Terceira Infogrficos em base de dados

    Para Rodrigues (2009) a fase atual dainfografia na Web. O grau deinteratividade est mais avanado, esto

    presentes tambm nos infogrficos vriosaplicativos da Web 2.0, tais como Google

    Maps, Mashups, Flicker, Google Earth.Fonte:Adaptado de Rodrigues (2009, p. 35).

    Como observado no quadro acima, a primeira fase da infografia na web uma

    transposio de contedo impresso para digital. A segunda fase se d com o surgimento de

    vrias outras ferramentas na web, como foto, vdeo e ilustrao. E ai pode-se tomar como

    exemplo os infogrficos publicados em paralelo ao atentado de 11 de Setembro de 2001.

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    Apesar de no ser um modelo interativo totalmente desenvolvido, nesta segunda fase as

    infografias que se faziam presentes na web ofereciam aos leitores a possibilidade de

    navegao dentro do corpo grfico atravs de botes como Next,(prximo) Back,(anterior)

    Incio, Fim, entre outros.

    A terceira e ltima fase destaca-se pela integrao de elementos de base de dados e o

    avanado grau de interao. Nesta fase, destacam-se as infografias que unem aplicativos e

    dados que proporcionam maior aprofundamento ao infogrfico.

    Esses elementos do ambiente da Web 2.0 so favorveis para odesenvolvimento da infografia interativa e do uso de base de dados porqueagregam novas possibilidades para serem exploradas. O Google Maps, porexemplo, pode ser agregado infografia para uma visualizao mais

    detalhada e mais real de um acidente ou de dados de criminalidade de umaregio que esto sendo reconstitudos infograficamente (RODRIGUES,2009, p. 42).

    No que se