MONITORAMENTO DO OZÔNIO NA CIDADE DE LAJEADO/RS …

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL MONITORAMENTO DO OZÔNIO NA CIDADE DE LAJEADO/RS COM O USO DA Nicotiana tabacum Bel W3 COMO BIOINDICADOR Leucádia Telöken Lajeado, junho 2013

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

MONITORAMENTO DO OZÔNIO NA CIDADE DE LAJEADO/RS

COM O USO DA Nicotiana tabacum Bel W3 COMO BIOINDICADOR

Leucádia Telöken

Lajeado, junho 2013

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Leucádia Telöken

MONITORAMENTO DO OZÔNIO NA CIDADE DE LAJEADO/RS

COM O USO DA Nicotiana tabacum Bel W3 COMO BIOINDICADOR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas

do Centro Universitário UNIVATES, como

parte dos requisitos para a obtenção do título

de bacharel em Engenharia Ambiental.

Área de concentração: Centro de Ciências

Exatas e Tecnológicas.

Orientador: Eduardo Rodrigo Ramos de

Santana

Lajeado, junho 2013

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Leucádia Telöken

MONITORAMENTO DO OZÔNIO NA CIDADE DE LAJEADO/RS

COM O USO DA Nicotiana tabacum Bel W3 COMO BIOINDICADOR

A Banca examinadora abaixo aprova o Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas do Centro Universitário UNIVATES, como parte

da exigência para a obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Ambiental:

Prof. Dr. Eduardo Rodrigo Ramos de Santana,

UNIVATES, Doutor em Engenharia pelo

PPG3M/UFRGS – Porto Alegre, Brasil -

Orientador

Prof. Dra. Elisete Freitas, UNIVATES,

Doutora em Botânica, na área de Ecologia

Vegetal, pela Universidade Federal do Rio

Grande do Sul – Porto Alegre, Brasil.

Prof. Diane Sordi, UNIVATES, Engenheira

Ambiental, Técnica em Segurança do

Trabalho.

Lajeado, junho de 2013.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço principalmente aos meus pais que se sacrificaram pela minha educação, pelo

carinho e pelo apoio demonstrados em todos os momentos.

Ao professor Eduardo Rodrigo Ramos de Santana por me orientar no desenvolvimento

deste trabalho e ao professor Rafael Rodrigo Eckhardt, pelas orientações, incentivo e

discussões que tanto enriqueceram meus conhecimentos.

Aos amigos e colegas de faculdade pela amizade, incentivo e ajuda mútua

demonstrada durante a graduação.

Agradeço ao proprietários e responsáveis pelos pontos de amostragem, onde pude

deixar as mudas de Nicotiana tabacum em exposição.

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RESUMO

A gestão da qualidade do ar se dá através de vários instrumentos como a legislação, os

inventários de emissões, as modelagens matemáticas, a fiscalização e o monitoramento.

Observe-se que o monitoramento da qualidade do ar é o processo de medição repetitiva,

contínua e de observação sistemática, sendo de fundamental importância para a preservação

do meio ambiente. Os poluentes atmosféricos, além de causar prejuízos ao ambiente, causam

inúmeros problemas à saúde humana. Dentre estes, o ozônio se destaca como um dos

contaminantes mais agressivos. Este é um poluente secundário, ou seja, que se forma na

atmosfera através da reação fotoquímica de outros poluentes, como hidrocarbonetos, aldeídos

e óxidos de nitrogênio, emitidos diretamente pelas fontes poluidoras. Nos grandes centros

urbanos sabe-se que os poluentes atmosféricos são, majoritariamente, oriundos de emissões

veiculares. A cidade de Lajeado experimentou nos últimos oito anos um crescimento

expressivo da frota de 72%. Espera-se, através do uso de bioindicadores, obter um diagnóstico

preliminar sobre o grau de concentração por ozônio em regiões de Lajeado com alta

circulação de veículos. Para isso foram colocadas mudas de Nicotiana tabacum em seis

diferentes locais por três períodos de 21 dias, após estes períodos realizou-se a contagem de

necroses e comparou-se com a precipitação pluviométrica, onde verificou-se que cinco pontos

apresentaram indicativos de contaminação por ozônio.

Palavras-chave: Poluição atmosférica, Qualidade do ar, Bioindicadores e Ozônio.

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ABSTRACT

The management of the air quality occurs through some instruments such as legislation,

emission inventories, mathematical models, supervision and monitoring. Air quality

monitoring is a repetitive and continuous measurement process with systematic observation,

which is important to the preservation of the environment. Besides the damage to the

environment, the air pollutants also cause problems to human health. In large urban areas it is

known that air pollutants come mostly from vehicular emissions. At the same time, the ozone

is one of the most aggressive pollutant to the human health and the environment. It is a

secondary pollutant, formed in the atmosphere by photochemical reaction of other pollutants

such as hydrocarbons, aldehydes and nitrogen oxides emitted directly by polluting sources

such as automobiles. Lajeado city experienced on the last eight years a growth of 72 % on its

fleet. Therefore, considering the growth of the fleet and thus of vehicle emissions, it is

expected through the use of biological indicators, to obtain a preliminary diagnostic of the

contamination level with ozone in regions with congestion in Lajeado. For this, seedlings of

Nicotiana tabacum were placed at six different places by three periods of 21 days, after these

periods took place counts necrosis and compared with rainfall, it was found out that five

points presented signs of contamination by ozone.

Keywords: Air pollution, Air quality, Bioindicators and Ozone.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Camadas da atmosfera ............................................................................................. 18

Figura 2 - Classificação dos poluentes ..................................................................................... 20

Figura 3 - Germinação das mudas ............................................................................................ 35

Figura 4 - Preparação dos vasos ............................................................................................... 36

Figura 5 - Mudas aguardando atingir 50 dias ........................................................................... 36

Figura 6 - Mudas aos 50 dias .................................................................................................... 37

Figura 7 - Lugares onde foram colocadas as mudas de Nicotiana tabacum ............................ 38

Figura 8 - Molde para a contagem de necroses ........................................................................ 39

Figura 9 - Folha com necroses .................................................................................................. 39

Figura 10 - Folha sem necroses ................................................................................................ 40

Figura 11 - Folha da muda que foi mantida no ponto de origem ............................................. 41

Figura 12 - Folha da Sede Social da Univates (ponto branco) ................................................. 41

Figura 13 - Folha com de necroses (Posto do Arco) ................................................................ 42

Figura 14 - Em exposição no ponto 01, Sede Social da Univates ............................................ 42

Figura 15 - Em exposição no ponto 01, Sede Social da Univates ........................................... 42

Figura 16 - Em exposição no ponto 02, Igreja Matriz Santo Inácio de Loyola ........................ 43

Figura 17 - Em exposição no ponto 02, Igreja Matriz Santo Inácio de Loyola ........................ 43

Figura 18 - Em exposição no ponto 03, Posto de combustíveis Fascina .................................. 43

Figura 19 - Em exposição no ponto 03, Posto de combustíveis Fascina .................................. 43

Figura 20 - Em exposição no ponto 04, rótula de acesso ao prédio 01 da Univates ................ 43

Figura 21 - Em exposição no ponto 04, rótula de acesso ao prédio 01 da Univates ................ 43

Figura 22 - Em exposição no ponto 05, Posto do Arco ............................................................ 44

Figura 23 - Em exposição no ponto 05, Posto do Arco ............................................................ 44

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Figura 24 - Em exposição no ponto 06, Polícia Rodoviária Federal. ....................................... 44

Figura 25 - Em exposição no ponto 06, Polícia Rodoviária Federal. ....................................... 44

Figura 26 - Precipitação por período ........................................................................................ 47

Figura 27 - Contagem de necroses por período ........................................................................ 47

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Origem dos poluentes .............................................................................................. 22

Tabela 2 - Tipos de emissão por veículos automotores ............................................................ 34

Tabela 3 - Crescimento da frota de Lajeado ............................................................................. 34

Tabela 4 - Observação de necroses........................................................................................... 44

Tabela 5 - Dados Meteorológicos no período de exposição 01 ................................................ 45

Tabela 6 - Dados Meteorológicos no período de exposição 02 ................................................ 45

Tabela 7 - Dados Meteorológicos no período de exposição 03 ................................................ 46

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

CO - Monóxido de carbono

CO2 - Dióxido de carbono

COV - Composto Orgânico Volátil

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

FEPAM - Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler

INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

IPCC - Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima

MP - Material Particulado

N2 - Nitrogênio

NO - Monóxido de nitrogênio

NO2 - Dióxido de nitrogênio

NOx - Óxidos de nitrogênio

O3 - Ozônio

OMM - Organização Mundial de Meteorologia

SO2 - Dióxido de enxofre

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12

2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 15 2.1 Objetivo Geral .................................................................................................................. 15

2.2 Objetivos Específicos ...................................................................................................... 15

3 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 16

3.1 Questões ambientais ......................................................................................................... 16

3.2 Composição da atmosfera ................................................................................................ 17 3.3 Poluição atmosférica......................................................................................................... 18

3.3.1 Classificação dos poluentes ........................................................................................... 19 3.3.1.1 Origem dos poluentes ................................................................................................. 21 3.3.1.2 Principais poluentes atmosféricos ............................................................................. 22

3.3.2 Efeitos da Poluição sobre a saúde humana ................................................................. 25 3.3.3 Efeitos sobre o meio ambiente ...................................................................................... 26

3.3.4 Fatores climáticos que influenciam a poluição atmosférica ...................................... 27

3.3.5 Monitoramento da Qualidade do Ar ........................................................................... 29 3.3.5.1 Equipamentos para monitoramento da qualidade do ar ........................................ 29

3.3.5.2 Bioindicadores ............................................................................................................. 31 3.3.5.3 Padrões de qualidade do ar ....................................................................................... 32

3.3.5.4 Índice de qualidade do ar ........................................................................................... 32 3.4 Emissões veiculares .......................................................................................................... 33 3.4.1 Compostos emitidos pelos veículos – As emissões veiculares .................................... 33

3.4.2 As emissões veiculares em Lajeado .............................................................................. 34

4 METODOLOGIA ................................................................................................................ 35

4.1 Cultivo de mudas .............................................................................................................. 35 4.2 Critérios para localização dos pontos de exposição ....................................................... 37

5 RESULTADOS OBTIDOS ................................................................................................. 41

6 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 49

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 50

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1 INTRODUÇÃO

A atmosfera em que se vive é constantemente poluída por diversas impurezas, sendo

continuamente eliminadas pela ação de autodepuração do meio. Entretanto, quando a

quantidade de contaminantes é muito elevada a capacidade de autoregeneração da natureza é

prejudicada e aumentam os riscos à saúde humana (PEREIRA, 1998).

O desenvolvimento das indústrias e de grandes centros urbanos tem causado em todo o

mundo um aumento considerável da emissão de poluentes atmosféricos. Os efeitos da

poluição do ar se caracterizam tanto pela alteração de condições consideradas normais como

pelo aumento de problemas já existentes. Os efeitos causados pela poluição atmosférica de

uma forma geral originam desequilíbrios em todos os ecossistemas (PEREIRA, 2006).

O acréscimo das concentrações elevadas de substâncias tóxicas na atmosfera, a sua

deposição no solo, nos vegetais e nos materiais é responsável por danos na saúde da

população, na vegetação e na fauna, na produção agrícola, nas florestas, nos materiais de

construção, etc. Entre outros impactos estão as alterações das propriedades da atmosfera,

ocasionando a redução da visibilidade, alteração da acidez dos solos e corpos hídricos pelas

águas da chuva (chuva ácida), aumento do efeito estufa, redução da camada de ozônio, etc.

(PEREIRA, 2006).

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A chuva ácida, por exemplo, causada pela emissão de SO2 e NOx, provoca a

acidificação de lagos e rios, modificações no pH do solo, degradação das árvores,

modificações nos nutrientes necessários para o crescimento das plantas e a deterioração de

materiais expostos ao ar livre (PEREIRA, 1998).

Nas últimas décadas o impacto das ações antrópicas no meio ambiente tem sido tema

de discussão em diversos fóruns científicos, como também em programas de televisão e

debates em sala de aula, tentando-se prevenir e mitigar os impactos danosos das ações sobre o

clima, a fauna, a flora e sobre o bem estar do homem. Recentes catástrofes climáticas em

diversas partes do mundo incentivaram a busca de explicações sobre os agentes causais. Em

destaque nos debates está o aquecimento global, que é alavancado pela grande emissão de

gases de efeito estufa (SCHMIDT, 2011).

É importante começar a propor soluções aos diversos problemas ambientais

decorrentes do modelo de desenvolvimento capitalista. As transformações provenientes

dessas propostas provavelmente exigirão que o homem seja capaz de estabelecer uma nova

relação com a natureza, com preocupação da manutenção ou a melhoria da qualidade de vida

das gerações futuras, buscando um patamar de mais equilíbrio (SCHMIDT, 2011).

É notório que o aumento da intensa circulação de veículos na cidade de Lajeado afeta

a qualidade de vida da população em vários aspectos pelas emissões veiculares, ruídos e

odores desagradáveis, entre outros. Portanto, se agravam os problemas ambientais na região

do Vale do Taquari. Os programas desenvolvidos para monitoramento da poluição

atmosférica do ar são necessários para a constituição de um sistema de gestão da qualidade do

ar e podem ajudar a diagnosticar o status de uma região e induzir ao desenvolvimento de

políticas públicas para melhoria da qualidade ambiental.

Nos grandes centros urbanos e regiões metropolitanas, a causa mais comum da

poluição atmosférica são as fontes móveis em circulação pela cidade: veículos leves de

passageiros, veículos leves comerciais e veículos pesados. Evidencia-se o surgimento de

enfermidades derivadas da poluição, desde simples irritações nos olhos até graves e letais

lesões respiratórias e cardiovasculares, causando passivos sociais, ambientais e econômicos

(CANÇADO, 2006).

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Diante deste cenário, o presente trabalho apresenta além do capítulo de introdução,

mais cinco capítulos, conforme descrição a seguir.

Os objetivos gerais e específicos deste trabalho estão descritos no capítulo 2.

O capítulo 3 fornece informações sobre a poluição atmosférica descrevendo as

principais fontes poluidoras, suas características e os efeitos dos principais poluentes na saúde

e meio ambiente. Descreve também, a contribuição dos veículos leves à poluição atmosférica

no que se refere aos tipos de emissão veicular, aos fatores que a agravam emissão e aos

padrões de qualidade do ar existentes, bem como a influência dos aspectos climatológicos e

meteorológicos na poluição atmosférica.

O capítulo 4 apresenta a metodologia a ser aplicada para a realização dos estudos e

atendimento dos objetivos propostos, e o capítulo 5 descreve os resultados obtidos após a

aplicação da metodologia apresentada.

E o capítulo 6 apresenta a conclusão deste trabalho.

As referências utilizadas para a construção do presente trabalho encontram-se no final

deste.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Analisar e quantificar indiretamente o grau de concentração de ozônio na cidade de

Lajeado, apresentando diagnósticos das análises realizadas nas plantas.

2.2 Objetivos Específicos

a) Realizar revisão bibliográfica referente ao assunto contemplando a

quantificação das emissões veiculares;

b) Identificar um ponto branco na cidade de Lajeado, a fim de criar comparativos

de qualidade do ar.

c) Identificar pontos críticos de alta circulação veicular no centro da cidade de

Lajeado;

d) Expor mudas de Nicotiana Tabacum sensíveis ao ozônio no ponto em branco e

nos pontos críticos;

e) Avaliar efeitos causados na planta que podem ser atribuídos a este poluente e

comparar os resultados obtidos às condições climáticas dos dias de exposição

das mudas de Nicotiana Tabacum.

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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Questões ambientais

O tema sobre as mudanças climáticas e do aquecimento global começou a fazer parte

da agenda internacional na década de 80 do século passado, a partir de alguns trabalhos

científicos que indicavam o aumento da concentração de gases, mais precisamente o gás

carbônico, na atmosfera, associado a um aumento na temperatura da Terra (JURAS, 2008).

Devido à necessidade de informações científicas, confiáveis e atualizadas, a

Organização Meteorológica Mundial (OMM) e o Programa das Nações Unidas para o Meio

Ambiente estabeleceram o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima – IPCC, em

1988. O papel do IPCC é avaliar, de forma abrangente, objetiva, aberta e transparente, as

informações científicas, técnicas e socioeconômicas relevantes para compreender os riscos

das mudanças climáticas induzidas pelo homem, seus impactos potenciais e as opções para

adaptação e mitigação (JURAS, 2008).

As questões ambientais no Brasil começaram a ser discutidas a partir de 1.981, com o

estabelecimento da Política Nacional de Meio Ambiente que criou o Sistema Nacional de

Meio Ambiente (Sisnama), através da Lei Federal 6.983 de 31 de agosto de 1.981.

No Artigo 2º da Política Nacional do Meio Ambiente está clara a informação que esta

foi criada com o objetivo da preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental

propicia à vida, visando assegurar, no país, condições ao desenvolvimento sócio-econômico,

aos interesses da segurança nacional e a proteção da dignidade da vida humana.

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Durante os anos 80, a CETESB desenvolveu as bases técnicas que culminaram com a

Resolução nº 18/86 do CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente, que estabeleceu o

Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores - PROCONVE,

posteriormente complementada por outras Resoluções do CONAMA. Essas ações resultaram

na redução significativa de emissão dos poluentes emitidos pelos veículos automotores

(CETESB, 2012).

3.2 Composição da atmosfera

A atmosfera terrestre é uma mistura de gases, inodora e incolor, formada por

fenômenos físico-químicos e biológicos iniciados há milhões de anos, sendo que a atmosfera

atinge uma altitude de cerca 10.000 km. A atmosfera está dividida em quatro camadas

aparentemente homogêneas: a troposfera, estratosfera, mesosfera e termosfera (Figura 1), as

quais são separadas por três zonas de transição: tropopausa, estratopausa e mesopausa.

A densidade dos gases diminui rapidamente à medida que a distância da terra aumenta,

sendo que aproximadamente 97% desses gases se encontram nos primeiros 29 km (TUNDO,

2005).

O vapor d’água tem um impacto decisivo sobre a vida na Terra, causando a formação

das nuvens e das precipitações. Além disso, outra função fundamental do vapor é sua

capacidade da atmosfera de refletir e absorver parte da radiação solar. No seu caminho em

direção à superfície terrestre e no seu retorno, após refletir em nosso planeta, parte do calor

irradiado é capturado e permanece na Terra; desse modo a atmosfera age como uma camada

protetora de isolamento térmico (TUNDO, 2005).

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Figura 1 - Camadas da atmosfera

Fonte: Portal São Francisco (http://www.portalsaofrancisco.com.br)

A troposfera é a mais importante das camadas da atmosfera. Nela se concentram ¾ da

massa total da atmosfera e do vapor de água, o que condiciona a esta zona o acontecimento

dos fenômenos meteorológicos (TUNDO, 2005).

3.3 Poluição atmosférica

A Resolução 003/90, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) descreve

como poluente atmosférico qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em

quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis estabelecidos

por esta norma, e que tornem ou possam tornar o ar:

a) Impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde;

b) Inconveniente ao bem-estar público;

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c) Danoso aos materiais, à fauna e flora;

d) Prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da

comunidade.

A resolução ainda estabelece os seguintes conceitos:

- Padrões primários de qualidade do ar são as concentrações de poluentes que,

ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população.

- Padrões secundários de qualidade do ar são as concentrações de poluentes abaixo das

quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem-estar da população, assim como o

mínimo dano à fauna, à flora, aos materiais e ao meio ambiente em geral.

As emissões dos poluentes atmosféricos resultam de processos naturais ou de

antropogênicos capazes de liberar ou emitir matéria ou energia para a atmosfera, tornando-a

poluída (DALLAROSA, 2005).

A qualidade do ar depende da intensidade e frequência de emissão das fontes, de

aspectos topográficos assim como das condições meteorológicas que determinam uma maior

ou menor diluição dos poluentes. É por isso que a qualidade do ar piora com relação aos

parâmetros monóxido de carbono, material particulado e dióxido de enxofre, durante os meses

de inverno, quando as condições meteorológicas são mais desfavoráveis à dispersão dos

poluentes. Já o ozônio apresenta maiores concentrações na primavera e verão, por ser um

poluente secundário que depende da intensidade de luz solar para ser formado (SILVA, 2008).

3.3.1 Classificação dos poluentes

A qualidade do ar é um sério problema ambiental que vem se agravando nos países

desenvolvidos e em desenvolvimento, tornando-se um dos maiores desafios para a gestão das

cidades. O crescente número de veículos automotivos em circulação, que se caracterizam

como uma fonte poluidora móvel tem aumentado consideravelmente as concentrações de

poluentes atmosféricos nas principais regiões urbanas. O número elevado de veículos provoca

a diminuição da velocidade média de percurso, acarretando no aumento da emissão de gases,

para a mesma quilometragem percorrida.

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Ocorrem no motor reações químicas associadas ao processo de combustão, e, através

do tubo de escapamento dos veículos são emitidos poluentes primários, tais como: monóxido

de carbono (CO), hidrocarbonetos, óxidos de nitrogênio (NOx), óxidos de enxofre (SO2),

ácidos orgânicos e material particulado (SILVA, 2008). Poluentes Secundários, aqueles

formados na atmosfera através da reação química entre poluentes primários e componentes

naturais da atmosfera.

São exemplos de poluentes secundários: o ozônio troposférico (O3), o qual resulta de

reações fotoquímicas, isto é realizado na presença de luz solar, que se estabelecem entre os

óxidos de nitrogênio, o NO ou os Compostos Orgânicos Voláteis (COV).

Figura 2 - Classificação dos poluentes

Fonte: PEDROSO, 2007

Os poluentes atmosféricos podem ser enquadrados, em função do seu estado físico, em

dois grupos:

a) Material Particulado (MP): É um conjunto de poluentes constituído de poeiras,

fumaças e todo o tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso na atmosfera por

causa de seu pequeno tamanho. Suas fontes principais são veículos automotores, processos

industriais, queima de biomassa, ressuspensão de poeira do solo, entre outros. O material

particulado também se forma na atmosfera a partir de gases como SO2, NOx e COVs, que são

emitidos principalmente em atividades de combustão, transformando-se em partículas como

resultado de reações químicas no ar (CETESB, 2002).

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b) Gases e vapores: São poluentes na forma molecular, podem se apresentar como

gases permanentes, como SO2, CO, O3 e NO ou ainda na forma transitória de vapor, como os

vapores orgânicos em geral (CETESB, 2002).

3.3.1.1 Origem dos poluentes

Os poluentes do ar têm origem principalmente na combustão incompleta de

combustíveis fósseis nos grandes centros urbanos, os quais são utilizados para os mais

variados fins: transporte, aquecimento, produção industrial e produção de energia elétrica.

Outras fontes de poluição do ar de significativa importância são vaporização de líquidos

contaminantes, operações industriais de atrito (moagem, corte e perfuração), combustão de

materiais residuais, construção civil, pátios de estocagem de materiais em grãos, etc.

(MAIOLI, 2005).

Os poluentes provêm de duas fontes: fontes de emissão natural que podem ser vulcões,

aerossóis marinhos, decomposição biológica (marinha ou não) e outros. E fonte de emissão

antropogênica: motores de combustão interna, fornos industriais, geração de energia elétrica,

caldeiras, refinarias de petróleo e outros. As fontes antropogênicas podem ainda ser

classificadas como móveis, como exemplo, os automóveis, e estacionárias ou fixas, como

exemplo, as chaminés (MAIOLI, 2005).

A tabela a seguir (Tabela 1) ilustra os tipos de fontes de poluição e respectivos

poluentes, comumente encontrados na atmosfera.

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Tabela 1 - Origem dos poluentes

Fontes Tipos de Fontes Poluentes

AN

TR

OP

OG

ÊN

ICA

S FIX

AS

Processos Industriais MP, SOx, NOx,

CO, HC

Caldeiras, Fornos e Aquecedores MP, SOx, NOx,

CO, HC

Construção Civil MP

Queima ao Ar Livre e Queimado MP, SOx, NOx,

CO, HC, Fumaça

Exploração, Beneficiamento, Movimentação e

Estocagem de Materiais Fragmentados MP

VE

IS

Tipo de

Veículo/Fonte Tipo de Combustível

Avião Gasolina de aviação

e/ou querosene NOx, HC, MP

Navios e Barcos Diesel/Óleo

Combustível

MP, SOx, NOx,

CO, HC

Caminhão e Ônibus Diesel MP, SOx, NOx,

CO, HC

Automóveis e

Motocicletas Gasolina / Álcool

MP, NOx, CO, HC,

Aldeídos

NA

TU

RA

IS

Tipos de Fontes

Oceânica MP

Decomposição Biológica

SOx, H2S, HC,

Compostos de

Enxofre

Praias e Dunas MP

Queimadas MP, SOx, NOx,

CO, HC

Erosão Eólica do Solo e Superfícies MP

Fonte: (MAIOLI, 2005)

3.3.1.2 Principais poluentes atmosféricos

Nos últimos séculos o aumento e a concentração da população humana mundial nas

grandes metrópoles têm gerado efeitos positivos, como o progresso econômico e tecnológico.

Entretanto, esses benefícios provocaram uma série de consequências ambientais

desfavoráveis, resultantes da contaminação do ar por uma variedade de poluentes, originados

de fontes estacionárias e móveis, principalmente a partir da queima de combustíveis fósseis

(PEDROSO, 2007).

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A seguir estão descritos os principais poluentes que podem ser encontrados na

atmosfera de acordo com a CETESB, 2012.

a) Dióxido de enxofre: Resulta, principalmente, da queima de combustíveis que

contêm enxofre, como óleo diesel, óleo combustível industrial e gasolina. O enxofre é

encontrado em estado natural em muitos tipos de combustíveis sólidos ou líquidos. O gás é

corrosivo e tóxico, mas a ameaça para a saúde ocorre quando o dióxido de enxofre se combina

no ar com o vapor de água e outros compostos, para formar o ácido sulfúrico e sulfatos. Além

disto, junto com o NO2 pode vir a formar a conhecida “chuva ácida”.

b) Partículas totais em suspensão (PTS): Podem ser definidas como aquelas cujo

diâmetro aerodinâmico é menor que 50 µm. Uma parte destas partículas é inalável e pode

causar problemas à saúde, e a outra parte também pode afetar desfavoravelmente a qualidade

de vida da população, interferindo nas condições estéticas do ambiente e prejudicando as

atividades normais da comunidade.

c) Partículas Inaláveis (PI): Podem ser definidas de maneira simplificada como

aquelas cujo diâmetro aerodinâmico é menor que 10 µm. As partículas inaláveis podem ainda

ser classificadas como partículas inaláveis finas – MP2,5 (<2,5µm) e partículas inaláveis

grossas (2,5 a 10µm). As partículas finas, devido ao seu tamanho, podem atingir os alvéolos

pulmonares, já as grossas ficam retidas na parte superior do sistema respiratório.

d) Fumaça: ela está associada ao material particulado suspenso na atmosfera

proveniente dos processos de combustão. O método para determinar a fumaça é baseado na

medida de refletância da luz que incide na poeira (coletada em um filtro), o que confere a este

parâmetro a característica de estar relacionado ao teor de fuligem na atmosfera.

e) Monóxido de carbono: É um gás incolor e inodoro que resulta da queima

incompleta de combustíveis de origem orgânica. É encontrado em maiores concentrações nas

cidades onde existe uma maior aglomeração de veículos.

f) Óxidos de nitrogênio: São formados durante processos de combustão. Nas grandes

cidades, os veículos geralmente são os principais responsáveis pela emissão dos óxidos de

nitrogênio. O NO, sob a ação de luz solar se transforma em NO2 e tem papel importante na

formação de oxidantes fotoquímicos como o ozônio. Dependendo de sua concentração, o NO2

causa prejuízos à saúde.

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g) Hidrocarbonetos: São gases e vapores resultantes da queima incompleta,

evaporação de combustíveis e de outros produtos orgânicos voláteis. Diversos

hidrocarbonetos são cancerígenos e mutagênicos, não havendo uma concentração ambiente

totalmente segura. Participam ativamente das reações de formação da “névoa fotoquímica”.

A névoa fotoquímica ou o “smog fotoquímico” é formada quando há a condensação

de vapor d`água e associada à poeira, fumaça e outros poluentes que apresentam aspecto

acinzentado ao ar. É muito comum a ocorrência desse fenômeno nas grandes cidades e

metrópoles, sobretudo nos dias frios de inverno, quando ocorrem associados à presença de

uma inversão térmica.

h) Ozônio (O3) e oxidantes fotoquímicos: Gás azulado, com odor característico,

altamente reativo e principal componente da névoa fotoquímica. Não é emitido diretamente à

atmosfera, é produzido por reação fotoquímica por precursores, os óxidos de nitrogênio e os

compostos orgânicos voláteis, na presença da luz solar. Causa irritação e dano às membranas

respiratórias e olhos bem como perdas agrícolas. Os precursores químicos são provenientes

dos escapamentos dos automóveis e da poluição industrial, sendo encontrado em maiores

concentrações em grandes centros urbanos (PEDROSO, 2007).

“Oxidantes fotoquímicos” é a denominação que se dá à mistura de poluentes

secundários formados pelas reações entre os óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos

voláteis na presença de luz solar, sendo estes últimos liberados na queima incompleta e

evaporação de combustíveis e solventes. O principal produto desta reação é o ozônio, por isso

o mesmo é utilizado como parâmetro indicador da presença de oxidantes fotoquímicos na

atmosfera.

Além de prejuízos à saúde, o ozônio pode causar danos à vegetação e prejuízo à safras.

A Europa já utiliza há muito tempo um padrão de concentração ambiental específico para

proteção vegetal. Este padrão é chamado de AOT40 que significa que são indicadores

relacionados com a exposição da vegetação e baseiam-se na observação rural.

É sempre bom ressaltar que o ozônio encontrado na faixa de ar próxima do solo é

tóxico, sendo também chamado de “mau ozônio”. Entretanto, na estratosfera (a cerca de 25

km de altitude) o ozônio tem a importante função de proteger a Terra, como um filtro, dos

raios ultravioletas emitidos pelo Sol (CETESB, 2002).

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3.3.2 Efeitos da Poluição sobre a saúde humana

Os efeitos da poluição atmosférica se caracterizam tanto pela alteração de condições

consideradas normais como pelo aumento de problemas preexistentes. Esses efeitos podem

ser tanto globais como podem ocorrer em níveis local e regional (ALMEIDA, 1999).

Poluentes atmosféricos podem afetar a saúde humana de diversas formas. Os efeitos

vão desde o desconforto até a morte. Alguns desses efeitos incluem irritação dos olhos e das

vias respiratórias; redução da capacidade pulmonar; aumento da suscetibilidade a infecções

virais e doenças cardiovasculares; redução do desempenho físico; dores de cabeça; alterações

motoras e enzimáticas; agravamento de doenças crônicas do aparelho respiratório tais como,

asma, bronquite, enfisema e pneumoconioses; danos ao sistema nervoso central; alterações

genéticas; nascimento de crianças defeituosas e câncer (ALMEIDA, 1999).

Os efeitos do CO advêm de sua afinidade com a hemoglobina do sangue, pois o CO

tende a combinar-se com esta, ocupando o lugar do oxigênio, podendo causar morte por

asfixia. A formação do complexo CO/hemoglobina é reversível, ou seja, se as concentrações

não forem muito elevadas, cessada a exposição os efeitos cessarão com o tempo (MAIOLI,

2005).

O SO2 é resultante da combustão de elementos fósseis, como carvão e petróleo, têm

como fontes principais os automóveis e termoelétricas. A maior parte do dióxido de enxofre

inalado por uma pessoa em repouso é absorvida nas vias aéreas superiores. Quando inalado

durante a atividade física que leva a um aumento da ventilação alveolar, ele é levado para

regiões mais distantes do pulmão. Mesmo em concentrações muito baixas, provoca espasmos

passageiros dos músculos dos bronquíolos pulmonares. Em concentrações progressivamente

maiores, causa o aumento da secreção da mucosa nas vias respiratórias superiores,

inflamações graves da mucosa e redução do movimento ciliar do trato respiratório,

responsável pela remoção do muco e partículas estranhas e pode aumentar a incidência de

rinite, faringite e bronquite (CANÇADO, 2006).

Os óxidos de nitrogênio, NO e NO2, são os precursores dos oxidantes fotoquímicos,

como o ozônio. Causam decremento da capacidade pulmonar, tosse, desconforto no peito,

aumento do número de ataques de asma, dores de cabeça e irritação nos olhos (MAIOLI,

2005).

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Do material particulado encontrado nas residências pode-se dizer que

aproximadamente 50% é proveniente do ambiente externo (CANÇADO, 2006). O restante

tem origem na combustão de tabaco, no fogão a gás ou indeterminada. À medida que vão se

depositando no trato respiratório, essas partículas passam a ser removidas pelos mecanismos

de defesa. O primeiro deles é o espirro, desencadeado por grandes partículas que, devido ao

seu tamanho, não conseguem ir além das narinas, onde acabam se depositando. Outros

importantes mecanismos de defesa são a tosse e o aparelho mucociliar. Aquelas partículas que

atingem as porções mais distais das vias aéreas são fagocitadas pelos macrófagos alveolares,

sendo então removidas via aparelho mucociliar ou sistema linfático (CANÇADO, 2006).

Causam irritação nos olhos, e gargantas, reduzindo a resistência às infecções e ainda

provocando doenças crônicas (MAIOLI, 2005).

O ozônio existente no ar dos centros urbanos, proveniente de reações fotoquímicas

entre outros contaminantes, pode causar sérios danos, mesmo quando em baixa concentração.

Este gás causa irritação dos olhos, nariz e garganta, causa tosse, dor de cabeça, náuseas,

cansaço, leva ao envelhecimento precoce da pele, diminui a resistência a infecções, agrava

doenças respiratórias e pode ainda estar relacionado ao câncer de pulmão (MAIOLI, 2005).

3.3.3 Efeitos sobre o meio ambiente

Alguns gases atmosféricos são considerados poluentes segundo a sua concentração e

localização, como, por exemplo, o ozônio pela sua localização. Na estratosfera, o ozônio é

fundamental para a filtragem da radiação UV excessiva, mas ao nível da troposfera ele é

considerado um poluente porque pode causar danos ao aparelho respiratório (TUNDO, 2005).

O impacto ambiental da poluição atmosférica pode ser verificado e compreendido por

qualquer pessoa, pois tem efeitos negativos sobre a saúde humana, a agricultura, a zootecnia,

a fauna, a flora e os ecossistemas como um todo. Provoca danos através das chuvas ácidas nas

estruturas realizadas pelo homem, tais como monumentos e obras de arte, estruturas metálicas

e edifícios (TUNDO, 2005).

Os efeitos negativos da poluição podem ser graves e rápidos ou ter efeitos prolongados

e acumulativos. Os poluentes podem agir em nível local, por exemplo, destruindo florestas,

ou em nível global, afetando a biosfera e o clima. O nevoeiro fotoquímico normalmente

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envolve os grandes centros urbanos, caracterizando uma ação local. Alguns fenômenos a ele

relacionados, como as chuvas ácidas, podem também afetar amplas zonas distantes; os seus

efeitos diretos envolvem a flora, a composição dos solos e a mobilidade/migração de alguns

poluentes (como os metais nos solos) (TUNDO, 2005).

Fatores climáticos como a irradiação solar e a temperatura, os ventos e as inversões

térmicas, têm uma influência significativa na difusão e na transformação de contaminantes,

mas o inverso também pode ser verificado. A poluição atmosférica pode influir

significativamente nas mudanças climáticas globais, uma vez que ela pode aumentar a

concentração do particulado (interações com a insolação), dos gases de efeito estufa ou

compostos perigosos para a camada de ozônio (TUNDO, 2005).

3.3.4 Fatores climáticos que influenciam a poluição atmosférica

Um aspecto que influencia a qualidade do ar são as condições meteorológicas.

Períodos com baixa umidade do ar e pouco vento, dificultam a dispersão e levam a um

aumento da concentração de alguns poluentes, como o monóxido de carbono, material

particulado e dióxido de enxofre. Nos períodos mais ensolarados, como primavera e verão, há

tendência clara no aumento da concentração do ozônio, por ser um poluente secundário que

depende da intensidade de luz solar para ser formado (CETESB, 2011).

Situações meteorológicas distintas, mas com idênticas produções de poluentes,

poderão apresentar concentrações atmosféricas completamente diferentes, devido à influência

das condições da atmosfera na dispersão dos poluentes (DAMILANO, 2006).

A seguir estão descritas as variações meteorológicas que podem afetar a concentrações

dos poluentes na atmosfera de acordo com Damilano, 2006.

A circulação geral da atmosfera também interfere na dispersão, uma vez que a

movimentação das grandes massas de ar afeta a circulação local, dependendo do relevo que

tiver, pode afetar a dispersão de poluente, como por exemplo no caso de vales, fica mais

difícil a dissipação dos mesmos. O regime dos ventos, a umidade do ar, a radiação solar, a

temperatura ambiente, a estabilidade atmosférica e a ocorrência de chuvas são alguns fatores

climáticos locais, que podem interferir no tempo de permanência dos poluentes na atmosfera.

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A velocidade do vento aumenta com a altitude afetando de uma maneira mais direta a

massa de poluentes emitidos pelas chaminés de grande altura principalmente no momento

inicial da mistura dos gases de saída com a camada atmosférica. Em situações de calmaria,

onde ocorre estagnação do ar, proporciona um aumento nas concentrações dos poluentes

sobre os grandes centros.

As brisas são um fenômeno de grande importância para as condições de dispersão dos

poluentes devido aos efeitos de recirculação que estão associados. No verão, as massas de ar

oceânico que são transportadas para terra, durante a tarde, pela brisa marítima. A terra firme

pode conter poluentes de dias anteriores (principalmente hidrocarbonetos e NOx). A mistura

desses poluentes primários com outros já existentes na atmosfera local favorece a produção de

oxidantes fotoquímicos que associadas às condições de forte radiação solar leva à produção de

elevados teores de ozônio.

A umidade relativa do ar caracteriza o tipo de massa de ar que está atuando sobre a

região. A ocorrência de baixa umidade relativa pode agravar doenças e quadros clínicos da

população que já possui um histórico de doenças respiratórias, além de causar desconforto nas

pessoas saudáveis.

A temperatura do ar influi diretamente na dispersão de poluentes. Temperaturas mais

elevadas conduzem à formação de movimentos verticais ascendentes mais pronunciados

(convecção), gerando um eficiente arrastamento dos poluentes localizados dos níveis mais

baixos para os níveis mais elevados. Por outro lado, temperaturas mais baixas não induzem

aos movimentos verticais termicamente induzidos, o que permite a manutenção de poluentes

atmosféricos em níveis mais baixos.

Na troposfera a temperatura diminui com o aumento da altitude, porém devido ao

movimento das massas de ar ou pelo tipo de incidência dos raios solares sobre a Terra, o

fenômeno da inversão térmica ocorre; e com ele, todos os poluentes que estão presentes no ar

e mais próximos do solo ficam ali confinados. As inversões térmicas são as que mais

contribuem para o aumento da concentração de poluentes, mais próximo à superfície.

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3.3.5 Monitoramento da Qualidade do Ar

Para uma avaliação inicial da poluição do ar, é necessário monitorar a concentração

dos poluentes em diferentes pontos da região de estudo e comparar os valores registrados com

padrões internacionais da Organização Mundial da Saúde (OMS) ou nacionais (CONAMA), a

partir de estudos de impacto da poluição sobre a saúde e o ecossistema (DAMILANO, 2006).

O monitoramento ambiental pode ser realizado por análises químicas de amostras do

ar para detectar a concentração dos poluentes, ou através de bioindicadores. As análises

químicas fornecem informações relevantes sobre a concentração de poluentes na atmosfera.

Através dos bioindicadores são identificados os efeitos mutagênicos de poluentes presentes na

atmosfera (SILVA, 2005).

A definição do número e localização de pontos para um monitoramento adequado

deve partir de um estudo preliminar envolvendo a caracterização da circulação atmosférica e

medições simultâneas de um parâmetro caracterizador da qualidade o ar (DAMILANO,

2006).

O monitoramento ambiental é limitado a um número restrito de poluentes, definidos

em função de sua importância e dos recursos materiais e humanos disponíveis. De uma forma

geral, a escolha dos poluentes recai sempre sobre um grupo de poluentes que serve como

indicadores de qualidade do ar, consagrados universalmente: dióxido de enxofre, material

particulado que é dividido em partículas totais em suspensão, MP10 e MP2,5 (material

particulado até 10 µm e 2,5 µm, respectivamente), monóxido de carbono, oxidantes

fotoquímicos expressos como ozônio, hidrocarbonetos totais e óxidos de nitrogênio. A razão

da escolha destes parâmetros como indicadores da qualidade do ar está ligada à sua maior

frequência de ocorrência e aos efeitos adversos que causam ao meio ambiente e à saúde

(DAMILANO, 2006).

3.3.5.1 Equipamentos para monitoramento da qualidade do ar

De acordo com Sordi, 2012, os equipamentos de medição de poluentes atmosféricos

podem ser divididos em quatro tipos, dependendo da metodologia utilizada: amostradores

passivos, amostradores ativos, analisadores automáticos e sensores remotos. Todos têm suas

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vantagens e desvantagens e são indicados para a mensuração dos mais diversos tipos de

poluentes.

Os amostradores passivos consistem em um corpo cilíndrico com uma extremidade

aberta, protegida do vento por uma membrana equivalente, para minimizar a interferência de

partículas e difusão turbulenta; e outra fechada, para evitar transporte convectivo. Após o

espaço de difusão, próximo a extremidade fechada, encontra-se um filtro com material

absorvente, específico para cada poluente, que posteriormente, é analisado em laboratório.

Nos amostradores ativos, certo volume de gás é sugado por uma bomba e passa

através de um meio coletor químico ou físico por um determinado período de tempo. A coleta

pode ser feita por processo de absorção, adsorção, impactação, filtração, difusão, reação ou

por uma combinação desses processos. Posteriormente, as amostras são analisadas em

laboratório para determinação da concentração do poluente de interesse.

Os amostradores ativos mais utilizados são para medir SO2 e MP, embora existam

muitos métodos utilizados também para medir NO2, O3 e chumbo. O uso desse tipo de

equipamento para o monitoramento de gases tem sido reduzido, com sua substituição

principalmente por analisadores automáticos.

Os amostrados ativos para medição de MP podem ainda ser divididos em:

amostradores de grande volume (AGV), médio volume (AMV) e pequeno volume (APV), que

variam em função do volume de ar amostrado.

Os analisadores automáticos fornecem medidas com frequência de tempo

relativamente alta. A amostra é analisada online e em tempo real por métodos eletro-óticos

(fluorescência, quimiluminescência, absorção no infravermelho, absorção no ultravioleta, etc).

As médias obtidas pelos analisadores automáticos possuem alto grau de precisão, mas exigem

um trabalho rigoroso de operação, manutenção e controle de qualidade dos dados obtidos.

Os sensores remotos fornecem informações de concentração de poluentes em tempo

real, por meio de técnicas de espectroscopia, sem a necessidade de contato direto com os

elementos poluidores.

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3.3.5.2 Bioindicadores

Além dos métodos de monitoramento que utilizam equipamentos, ainda existe o

método de avaliação da qualidade do ar por meio de bioindicadores. O biomonitoramento é

uma maneira de avaliar a saúde do ar em uma região. Esta técnica consiste no uso sistemático

de respostas biológicas para avaliar mudanças ambientais (geralmente antropogênicas, ou

seja, provocadas pelo homem) com o objetivo de utilizar esta informação em um programa de

controle de qualidade (EMBRAPA,2012).

Ao se aplicar o biomonitoramento, é preciso haver uma seleção criteriosa das

ferramentas nele utilizadas, isto é, escolher bem os chamados bioindicadores

(EMBRAPA,2012).

O biomonitoramento é um método experimental que permite avaliar a resposta de um

organismo vivo à poluição, oferecendo vantagens como custos reduzidos e eficiência para o

monitoramento de áreas extensas por longos períodos de tempo. A utilização da Nicotiana

tabacum Bel W3 como indicador da concentração de ozônio na atmosfera surgiu no sul da

Califórnia (Estados Unidos), a partir da década de 50, quando ocorreu uma queda na produção

das indústrias de charuto em decorrência do aparecimento de manchas necróticas nas folhas

do tabaco (PEREIRA, 2006).

Assim, o tabaco é um dos bioindicadores de ozônio, padronizado e utilizado

internacionalmente (PAULA, 2012).

Para fins de biomonitoramento indivíduos de Nicotiana tabacum devem ser cultivados

em uma área isenta de fontes de poluentes e ser propagados vegetativamente pela técnica de

distribuição em floreiras ou canteiros (LIRA, 2008).

Em cada floreira ou canteiro definitivo deverá ser colocado um vaso com um exemplar

do espécime. O vaso remanescente deverá ser mantido no local primário, e servirá como

referência ou “branco” (controle negativo) para parâmetro da pesquisa (LIRA, 2008).

Ponto branco é um ponto onde não existe poluição, ou a mesma não é considerada alta

em comparação com os outros pontos. Este ponto serve para comparar os pontos entre si.

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3.3.5.3 Padrões de qualidade do ar

Os padrões de qualidade do ar definem legalmente o limite máximo para a

concentração de um poluente na atmosfera, que garanta a proteção da saúde e do meio

ambiente. De acordo com a Resolução CONAMA 003/90, são padrões de qualidade do ar as

concentrações de poluentes atmosféricos que, ultrapassadas poderão afetar a saúde, a

segurança e o bem-estar da população, bem como ocasionar danos à flora e à fauna, aos

materiais e ao meio ambiente em geral. Os padrões secundários são mais restritivos que os

primários e deveriam ser aplicados de acordo com o uso das áreas (lazer, preservação de

ecossistemas, comercial, industrial) que deveria ser classificadas pelos Estados em áreas

classe I, II e III. Prevê-se ainda nesta resolução que, enquanto não for estabelecida a

classificação das áreas, os padrões aplicáveis serão os primários.

São padrões primários de qualidade do ar concentrações de poluentes que,

ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população. Podem ser entendidos como níveis

máximos toleráveis de concentração de poluentes atmosféricos, constituindo-se em metas de

curto e médio prazo (CONAMA, 2008).

São padrões secundários de qualidade do ar as concentrações de poluentes

atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem estar da

população, assim como o mínimo dano à fauna e à flora, aos materiais e ao meio ambiente em

geral. Podem ser entendidos como níveis desejados de concentração de poluentes,

constituindo-se em meta de longo prazo (CONAMA, 2008).

Os parâmetros regulamentados no Brasil são os seguintes: partículas totais em

suspensão, fumaça, partículas inaláveis, dióxido de enxofre, monóxido de carbono, ozônio e

dióxido de nitrogênio (CONAMA, 2008).

3.3.5.4 Índice de qualidade do ar

Conforme a Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler

(FEPAM), o Índice de Qualidade do Ar é uma ferramenta matemática utilizada para

transformar as concentrações medidas dos diversos poluentes em um único valor

adimensional que possibilita a comparação com os limites legais de concentração para os

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diversos poluentes denominado - Padrões de Qualidade do Ar (PQAr), cujo objetivo principal

é informar a população sobre a qualidade do ar local em relação aos diversos poluentes

atmosféricos monitorados.

3.4 Emissões veiculares

Os fatores de emissão veiculares brasileiros são prescritos pelo Programa de Controle

da Poluição do Ar por Veículos Automotores (PROCONVE) e definidos como a quantidade

de poluentes emitida por um veículo ou motor obtida a partir de resultados de ensaios

padronizados realizados em laboratórios. Os fatores são publicados anualmente no Relatório

de Qualidade do Ar da CETESB.

Os veículos automotores são os principais responsáveis pela poluição do ar dos centros

urbanos, pois ocasiona a suspensão e liberação de uma série de poluentes para a atmosfera,

seja pelo atrito dos pneus com o solo, pelo aquecimento de seus componentes ou mesmo a

partir dos gases e partículas liberados pelo escapamento dos motores. Esta poluição pode

levar a episódios críticos de deterioração da saúde humana, dependendo do grau de exposição

dos habitantes, especialmente entre o grupo considerado de alto risco, que inclui as pessoas

idosas, as crianças, os asmáticos e as gestantes (SILVA, 2008).

3.4.1 Compostos emitidos pelos veículos – As emissões veiculares

Segundo o Relatório de Qualidade do Ar no Estado de São Paulo (Secretaria do Meio

Ambiente – CETESB, 2008), os principais poluentes liberados na queima do etanol e da

gasolina são: CO, HC, NOx e aldeídos (LOIOLA, 2011). Na tabela a seguir (Tabela 2), pode-

se observar as principais fontes de poluentes em veículos.

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Tabela 2 - Tipos de emissão por veículos automotores

Tipo de emissão Causa Controle

Escape Emissões de hidrocarbonetos

com os gases de escape.

- conversores catalíticos

oxidantes: oxida os HC e o

CO;

- conversores catalíticos de

três vias: oxida os HC e o

CO e reduz o NOx.

Evaporativa – cárter do

motor

Vazamento de gases através

dos selos do cilindro do

motor durante o estágio de

compressão.

O controle é realizado

recirculando o escape de gás

do cárter para a entrada de ar

do motor para ser queimado

nos cilindros.

Evaporativa – tanque de

combustível e carburador

- evaporação da mistura ar e

vapores por causa do

aquecimento diurno;

- emissões durante a

movimentação do veículo;

- vazamentos durante o

enchimento do tanque.

Têm sido controladas por

meio de recipientes com

carvão vegetal que absorvem

os vapores de gasolina,

enviando os depois para o

motor para a sua combustão.

Fonte: SILVA, 2008.

3.4.2 As emissões veiculares em Lajeado

Nos últimos oito anos a frota de Lajeado teve um aumento de 72%, considerando os

veículos registrados no Detran do estado do Rio Grande do Sul. Na tabela abaixo se pode ver o

acréscimo de veículos ano a ano, de 2004 a de 2012.

Tabela 3 - Crescimento da frota de Lajeado

Frota em circulação

2004 30.335

2005 32.628

2006 34.829

2007 37.185

2008 39.771

2009 42.492

2010 45.457

2011 48.554

2012 52.160

Fonte: Autora, adaptado de Detran-RS, 2013.

Dessa forma é necessário monitorar a poluição do ar. O uso de bioindicadores pode

auxiliar em futuras medidas para melhorar a qualidade do ar.

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4 METODOLOGIA

4.1 Cultivo de mudas

Após exposição na região de interesse por 21 dias, as folhas do tabaco são analisadas

visualmente quanto á presença de necroses foliares e padrão de crescimento. Esses sintomas

são resultantes da interação do ozônio com alguns componentes da célula do tecido foliar;

colapso da célula e água concentrada na vizinhança da interação; branqueamento da clorofila

dentro da célula injuriada e colapso da estrutura foliar em torno da célula danificada. Essa

espécie desenvolve primeiramente lesões bifaciais e mostram diferenças nas quantidades de

injúrias agudas e crônicas, quando expostas a diferentes doses de exposição em ambientes

controlados e sob condições de campo (PAULA, 2012).

A produção das cultivares de Nicotiana tabacum foi feita da seguinte forma: as

sementes foram semeadas em caixas com terra e regadas periodicamente (figura 3). O local de

origem foi no interior de Arroio do Meio, que foi considerado um local livre de fontes

poluidoras.

Figura 3 – Germinação das mudas

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Após a germinação, as plantas foram transferidas para vasos plásticos onde

permaneceram até atingir em torno de 50 dias (figuras 4 a 6).

Figura 4 – Preparação dos vasos

Figura 5 – Mudas aguardando atingir 50 dias

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Figura 6 – Mudas aos 50 dias

Após este período, elas foram expostas por três períodos consecutivos, durante 21 dias

no ambiente a ser estudado e uma delas permaneceu no local determinado como ponto branco.

Todas as mudas foram expostas no mesmo período de dias, para não haver alteração no fator

clima. Período de exposição: 03/03 a 24/03/2013, 24/03 a 14/04/2013 e 14/04 a 05/05/2013.

Após a coleta do primeiro período, foram expostas novas mudas nos mesmos pontos para

exposição do segundo período, e após a coleta do segundo período, novamente foram

expostas novas mudas para o fechamento do terceiro período. Os pontos de exposição podem

ser observados na figura 7.

4.2 Critérios para localização dos pontos de exposição

A escolha dos pontos foi feita da seguinte maneira:

- Locais onde os efeitos negativos do tráfego sobre as pessoas são potencialmente

significativos em função da circulação de veículos;

- Locais próximos a ambientes de trabalho, com um número elevado de funcionários;

- Locais próximos a residências com cruzamentos, estacionamentos, redutores de

velocidade e movimentação de pedestres.

- Locais onde as plantas ficaram em segurança.

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Figura 7 - Lugares onde foram colocadas as mudas de Nicotiana tabacum

Fonte: Google Earth Pro

Descrição do pontos:

Ponto 1: Sede Social da Univates, este ponto foi escolhido para servir de comparativo

com os pontos mais movimentados (ponto branco), pois não existe movimentação intensa de

veículos e também tem ao seu redor uma grande área de vegetação.

Ponto 2: Igreja Matriz Santo Inácio de Loyola, este ponto se encontra no fim da

cidade, porém tem um movimento intenso de veículos, pois na proximidade têm-se uma

escola, uma danceteria, e uma diversidade de bares.

Ponto 3: Posto de combustíveis Fascina, este ponto também concentra uma grande

movimentação de veículos e está próximo a um supermercado, onde existe uma grande

movimentação de pessoas.

Ponto 4: Univates, o ponto escolhido se encontra na rótula que dá acesso ao Centro

Universitário Univates, este ponto foi escolhido por ser um ponto onde há grande

movimentação de carros e também por haver residências próximas.

Ponto 5: Posto de combustíveis do Arco, a sua frente tem-se a RS 130 que é uma das

principais estradas que dá acesso a cidade de Lajeado e também muito utilizada no acesso a

Univates. Possuindo vários semáforos e acessos secundários.

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Ponto 6: Polícia Rodoviária Federal, à sua frente tem-se a BR 386 que é uma via onde

é escoada grande parte da produção agrícola da região, com também é a via que dá acesso do

interior a capital e vice-versa.

Após o período de exposição as amostras foram recolhidas, todas no mesmo dia. A

metodologia para quantificação das injúrias apresentadas pelas folhas da Nicotiana tabacum,

foi desenvolvida no INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), utilizando-se de fácil

manuseio, o que permite que a mesma seja reproduzida facilmente por outras instituições

interessadas no experimento (PEREIRA, 2006). A quantificação de necroses, na folha maior

de cada cultivar, foi realizada com auxílio de um molde de 5 x 5 cm (25 cm²). Foi medido o

centro da folha, sendo colocado o molde ao seu redor para a contagem das necroses (figura 8).

Figura 8 – Molde para a contagem de necroses

Figura 9 – Folha com necroses

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Figura 10 – Folha sem necroses

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5 RESULTADOS OBTIDOS

As figuras seguintes 11 e 12, mostram o tipo de resultado encontrado.

Figura 11 - Folha da muda que foi mantida no ponto de origem

Figura 12 - Folha da Sede Social da Univates (ponto branco)

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Figura 13 - Folha com de necroses (Posto do Arco)

Nas figuras seguintes observa-se os locais de exposição (pontos 1 a 6)

Figura 14 - Em exposição no ponto 01, Sede

Social da Univates

Figura 15 - Em exposição no ponto 01, Sede

Social da Univates

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Figura 16 - Em exposição no ponto 02, Igreja

Matriz Santo Inácio de Loyola

Figura 17 - Em exposição no ponto 02, Igreja

Matriz Santo Inácio de Loyola

Figura 18 - Em exposição no ponto 03, Posto

de combustíveis Fascina

Figura 19 - Em exposição no ponto 03, Posto

de combustíveis Fascina

Figura 20 - Em exposição no ponto 04, rótula

de acesso ao prédio 01 da Univates

Figura 21 - Em exposição no ponto 04, rótula

de acesso ao prédio 01 da Univates

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Figura 22 - Em exposição no ponto 05, Posto

do Arco

Figura 23 - Em exposição no ponto 05, Posto

do Arco

Figura 24 - Em exposição no ponto 06, Polícia

Rodoviária Federal.

Figura 25 - Em exposição no ponto 06, Polícia

Rodoviária Federal.

A tabela 4 sumariza os resultados da contagem de necroses em cada ponto, nos três

períodos. Já nas tabelas 5, 6 e 7 são apresentadas as condições meteorológicas de Lajeado

durante as 3 campanhas de exposição, sendo que as informações contidas foram coletadas

junto ao Centro de Informações Hidrometeorológicas da Univates.

Tabela 4 - Observação de necroses

Período Sede

Social

Igreja

Matriz

Posto

Fascina Univates Posto do Arco PRF

01 - - - - - -

02 6 23 24 25 27 26

03 8 26 27 29 31 29

Fonte: Autora, 2013

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Tabela 5 - Dados Meteorológicos no período de exposição 01 (04/03 a 24/03)

Dia Tem. Min. °C Tem. Máx. °C Precipitação (mm)

04/03 18,9 26,2 8,9

05/03 17,1 25,6 14,2

06/03 15,9 27,3 0,0

07/03 16,4 30,6 0,0

08/03 20,5 27,2 7,4

09/03 21,2 27,4 24,1

10/03 20,7 29,5 0,0

11/03 21,0 29,8 0,0

12/03 19,6 22,8 53,8

13/03 17,4 21,9 1,8

14/03 15,2 24,2 0,0

15/03 17,7 20,8 7,9

16/03 16,7 20,4 4,1

17/03 15,1 22,8 0,0

18/03 13,1 25,1 0,0

19/03 14,8 24,3 21,6

20/03 18,0 20,1 54,6

21/03 16,9 28,6 0,0

22/03 17,1 27,3 0,8

23/03 14,5 27,4 0,0

24/03 14,5 26,2 0,0

Tabela 6 - Dados Meteorológicos no período de exposição 02 (24/03 a 14/04)

Dia Tem. Min. °C Tem. Máx. °C Precipitação (mm)

24/03 14,5 22,7 0,0

25/03 17,3 28,1 0,0

26/03 16,4 25,9 1,8

27/03 15,9 25,3 0,0

28/03 17,8 26,6 0,0

29/03 14,1 26,9 0,0

30/03 16,9 30,7 0,0

31/03 18,3 31,5 0,0

01/04 17,9 28,8 0,3

02/04 20,2 27,2 0,3

03/04 20,1 32,2 0,0

05/04 21,6 28,4 24,4

06/04 18,1 26,6 0,0

07/04 16,2 25,4 0,0

08/04 16,3 23,8 0,0

09/04 17,6 23,7 0,0

10/04 14,7 27,8 0,0

11/04 18,1 30,9 0,3

12/04 17,4 23,7 94,2

13/04 11,1 20,8 1,0

14/04 9,3 21,7 0,0

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Tabela 7 - Dados Meteorológicos no período de exposição 03 (14/04 a 05/05)

Dia Tem. Min. °C Tem. Máx. °C Precipitação (mm)

14/04 9,3 21,7 0,0

15/04 10,4 27,2 0,0

16/04 12,6 22,8 0,0

17/04 10,3 22,3 0,0

18/04 10,3 24,2 0,0

19/04 11,9 25,7 0,0

20/04 12,2 26,0 0,0

21/04 12,8 24,7 0,3

22/04 14,4 26,9 0,0

23/04 13,9 27,1 0,3

24/04 13,7 27,7 0,0

25/04 14,1 28,1 0,0

26/04 15,7 27,6 0,0

27/04 14,5 27,9 0,0

28/04 17,8 31,0 0,3

29/04 19,7 25,7 44,7

30/04 19,4 27,9 0,0

01/05 18,2 22,6 0,0

02/05 18,8 31,9 0,0

03/05 20,8 33,1 0,0

04/05 17,4 22,8 0,0

05/05 13,1 22,2 0,0

No período 01 (04 a 24/03), registrou-se 11 dias com chuva somando 199,2 mm, no

período 02 (24/03 a 14/04), houve sete dias com chuva somando 122,3 mm, sendo que 94,2

mm esteve concentrado num único dia. No período 03 (14/04 a 05/05) ocorreram quatro dias

de chuva, somando 45,6 mm, sendo que em um único dia choveu 44,7 mm.

Com estes dados pôde-se observar a influência direta da precipitação com a formação

de necroses, pois no período chuvoso não ocorreu incidência de nenhuma necrose, sendo que

nos períodos 2 e 3, onde houve uma redução significativa no dias de chuva e também na

precipitação, pode-se observar o aparecimento significativo. Como pode-se observar nas

figuras 26 e 27.

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Figura 26 - Precipitação por período

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21

Dias

Milím

etro

s

Periodo 1

Período 2

Período 3

Figura 27 - Contagem de necroses por período

0

5

10

15

20

25

30

35

1 2 3 4 5 6

Pontos

Nec

rose

s Periodo 1

Período 2

Período 3

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Pode-se com o desenvolvimento deste trabalho observar que ainda existem pontos que

não estão tão contaminados. Como, por exemplo, o ponto correspondente à Sede Social da

Univates, onde houve menor incidência de necroses.

Foi possível também ver que existe uma tendência nos resultados, vendo que os

mesmos podem ser considerados consistentes.

De acordo com Paula, 2012, o nível de contaminação pode ser indicado de acordo com

o número de necroses encontradas por área quadrada. Sendo eles classificados em: nenhum,

baixo, médio, alto ou avançado.

Nenhum, não contém necroses, baixo de 1 a 15, médio de 16 a 45, alto de 45 a 70,

avançado de 71 a 100 necroses por 25 cm².

Com estes parâmetros tem-se um ponto (ponto branco) com uma baixa poluição e os

demais pontos enquadram-se no nível médio de poluição.

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6 CONCLUSÃO

Através do monitoramento realizado neste trabalho foi possível avaliar que existe

poluição de ozônio em todos os pontos avaliados. O ozônio é um poluente impactante na

saúde das pessoas e também na vegetação. Este estudo é um indicativo que é preciso

monitorá-lo, especialmente devido ao contínuo crescimento da frota.

Embora o centro da cidade possa ser uma importante região geradora de poluentes, no

presente trabalho foi constatado que os pontos onde a circulação de veículos não é tão intensa

também merecem atenção e devem ser monitorados.

Foi possível visualizar a influência da precipitação na formação de necroses, seria

importante também que fosse avaliada a influência da radiação solar sobre o desenvolvimento

das plantas e a formação de necroses. É provável que em períodos com maior radiação solar

haverá maior formação de necroses.

O biomonitoramento é uma estratégia barata e simples para uma primeira prospecção,

sendo que após a avaliação dos dados é possível perceber pontos críticos na cidade de Lajeado

devido à formação de ozônio.

É importante que o poder público invista em um monitoramento contínuo na qualidade

do ar e também avalie outros contaminantes, além do ozônio.

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