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Ministério da Educação
Universidade Federal de Itajubá
Instituto de Recursos Naturais- IRN
THAIS VILAS BOAS MESSIAS
EDUCAÇÃO PARA SAÚDE:
ANÁLISE DE LIVROS DIDÁTICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
ITAJUBÁ 2018
Ministério da Educação
Universidade Federal de Itajubá
Instituto de Recursos Naturais- IRN
THAIS VILAS BOAS MESSIAS
EDUCAÇÃO PARA SAÚDE
A EDUCAÇÃO ALIMENTAR NUTRICIONAL:
UMA ANÁLISE DE LIVROS DIDATICOS DO ENSINO
FUNDAMENTAL II
ITAJUBÁ 2018
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de
Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal de
Itajubá como requisito à obtenção do título de Licenciada em Ciências
Biológicas
Orientadora
Profa. Doutora Rita Stano
Ministério da Educação
Ministério da Educação
Universidade Federal de Itajubá
Instituto de Recursos Naturais- IRN
TERMO DE APROVAÇÃO
EDUCAÇÃO PARA SAÚDE
A EDUCAÇÃO ALIMENTAR NUTRICIONAL:
UMA ANÁLISE DE LIVROS DIDATICOS DO ENSINO
FUNDAMENTAL II
THAIS VILAS BOAS MESSIAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura em
Ciências Biológicas da Universidade Federal de Itajubá como requisito à obtenção do
título de Licenciada em Ciências Biológicas, pela seguinte banca examinadora.
________________________________________________________________
Profa. Doutora Rita de Cassia M.T.Stano
Orientadora
Universidade Federal de Itajubá CEDUC
_______________________________________________________________
Prof. Dr. Marcelo C. Matsudo
Banca Examinadora
Universidade Federal de Itajubá
Instituto de Recursos Naturais
ITAJUBÁ 2018
‘Os livros são fantásticos meios de
alimentação da alma. Onde nos desenvolvemos em
aptidões variadas para somarmos o que somos com o
que passamos a ter. Porque todo conhecimento é uma
soma na busca de subtrair as coisas mais danosas em
nosso caminho.’
Ágacy Celestino Júnior
RESUMO
EDUCAÇÃO PARA SAÚDE
A EDUCAÇÃO ALIMENTAR NUTRICIONAL:
UMA ANÁLISE DE LIVROS DIDATICOS DO ENSINO
FUNDAMENTAL II
Autora: Thais Vilas Boas Messias
Orientador: Rita Stano
Data e Local da Defesa: Itajubá, 28 de novembro de 2018
O presente trabalho de conclusão de curso tem como tema “Educação para Saúde:
A educação alimentar e nutricional - Uma análise de Livros didáticos do ensino
fundamental II. Ciente de que os livros didáticos são as principais ferramentas de uso em
sala se aula, analisou-se como é apresentado o conteúdo de nutrição e saúde em dois livros
de ciências usados na maioria das escolas públicas da cidade de Itajubá. As Diretrizes
Curriculares Nacionais estabelecem a saúde um assunto principal para o desenvolvimento
do cidadão. Os Parâmetros Curriculares Nacionais enfatizam a criação de propostas
pedagógicas para incentivar o aluno a conhecer o próprio corpo e as necessidades físicas,
químicas e biológicas reconhecendo a importância da promoção da saúde na escola. Para
o desenvolvimento da pesquisa, foi realizada uma pesquisa bibliográfica a fim de se
levantar trabalhos relacionados à análise de livros e ao tema nutrição. Mediante
referencial teórico, foi feita análise de cunho qualitativo onde, por meio de um processo
descritivo-argumentativo, fez-se uma reflexão de conteúdos apresentados nos Livros.
Criou-se uma tabela, onde os principais conceitos seguindo os Parâmetros Curriculares
Nacionais. Depois de toda análise concluiu-se que, apesar de o livro didático ser a
ferramenta mais usada em sala de aula, foram encontradas falhas e erros conceituais
relacionados aos conteúdos de saúde e nutrição que precisam ser identificados pelos
professores de Ciências.
Palavras Chave: Ensino de Ciências, Educação para a saúde, livro didático
ABSTRACT
NUTRITIONAL FOOD EDUCATION:
AN ANALYSIS OF DIDATICAL BOOKS OF FUNDAMENTAL
TEACHING II
Author: Thais Vilas Boas Messias
Advisor: Rita Stano
Date and local of presentation: Itajubá, November, 28, 2018
The theme of the present study was "Education for Health: Food and nutritional
education - analysis of elementary school (ensino fundamental II) textbooks”.
Considering the fact that textbooks are the main educational instrument used in
classrooms, this study aimed to evaluate how nutrition and health is presented in two
science textbooks used in most of the public schools in Itajubá-M.G. The Brazilian
National Curriculum Guidelines establish health as a major issue for citizenship
development. The Brazilian National Curriculum Parameters emphasize the creation of
pedagogical proposals to encourage students to know their own body and their physical,
chemical, and biological needs, recognizing the importance of health promotion at school.
For the development of the present work, a bibliographical research was carried out in
order to find publications related to book analysis and nutrition. With the use of these
theoretical references, qualitative analysis was performed through a descriptive-
argumentative process, taking into account a reflection on the content presented in the
textbooks. A table containing the main concepts, proposed by the National Curricular
Parameters, was elaborated. It was possible to conclude that although textbook is the most
used educational tool in classrooms, it may contain several flaws and conceptual errors
related health and nutrition
Keywords: Teaching Science, Health education, textbook
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 9
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................... 10
2.1 Breve histórico da alimentação ................................................................. 10
2.2 Alimentação e desafios sociais ................................................................. 12
2.3 Alimentação saudável ............................................................................... 14
2.4 Consequências da má alimentação ............................................................ 15
2.5 Influencia da mídia na determinação de hábitos ....................................... 17
2.6 Bullying na escola: Obesidade e estética .................................................. 17
2.7 O ensino para a saúde ................................................................................ 18
2.8 Importância do ensino para sobre nutrição no nível fundamental ............ 20
2.9 Livro didático: Conceitos e importância ................................................... 22
2. METODOLOGIA ..................................................................................... 24
3. OBJETIVO GERAL ................................................................................. 26
4.1 Objetivos Específicos: ............................................................................... 26
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................. 27
5.1 Capitulo : ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA ....................................... 31
5.2 Análise das atividades do Livro Ciências nosso corpo; ............................ 34
5.3 Análise do segundo livro ........................................................................... 36
5.4 Análise das atividades: .............................................................................. 40
5.5 Comparação dos conteúdos de Alimentação nos dois diferentes livros
analisados. ................................................................................................................... 41
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 49
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 51
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1- INFORMAÇÃO NITROCIONAL NA EMBALAGEM DE
BISCOITO.......................................................................................................................27
FIGURA 2- ALGUNS ALIMENTOS RICOS EM PROTEÍNAS: CARNES, PEIXES,
AMENDOIN, AVELÃ, OVOS E QUEIJO ....................................................................29
FIGURA 3- ÁGUA, SUCO DE FRUTAS E LEITE ....................................................30
FIGURA 4- ALIMENTOS RICOS EM
CARBOIDRATOS..........................................................................................................31
FIGURA 5- LEITES E DERIVADOS..........................................................................33
FIGURA 6- PRODUTOS RICOS EM GORDURAS...................................................35
FIGURA 7- ALIMENTAÇÃO E DIVERSIDADE
CULTURAL....................................................................................................................39
FIGURA 8- IMAGEM ILUSTRATIVA DA ATIVADE DE
REFLEXÃO....................................................................................................................42
9
1. INTRODUÇÃO
A alimentação está presente desde os primórdios da história da vida terrestre.
Não apenas como necessidade biológica para obtenção de energia para os seres vivos,
mas também como forma de caracterizar uma sociedade influenciando diretamente na sua
cultura. Para Abreu (2001), existem diversas questões envolvidas em torno da
alimentação no mundo. Desde as mudanças ocorridas ao longo dos anos, como os avanços
tecnológicos, a evolução da agricultura, os alimentos transgênicos, as mudanças ocorridas
na dieta dos povos e a influência do poder econômico.
O tema alimentação está ligado também ao tema saúde, pois, atualmente é
uma das maiores preocupações na sociedade e sua relação com o aumento dos índices de
determinados tipos de doenças e problemas sociais que estão relacionados com as
mudanças na dieta das pessoas. Ramos (2013), confirma que , a educação nesse processo
de prevenção e reversão se torna uma peça-chave para que por meio da sensibilização
quanto a gravidade do problema, questões que antes eram negligenciadas possam receber
atenção.
Tal como é importante estudar a existência de problemáticas que rodeiam o
assunto alimentação e saúde, como transtornos psicológicos enfrentados por alunos acima
do peso, influência midiática sobre dietas e padrões de beleza, questões econômicas e
sociais, o presente trabalho pretende tratar a questão da alimentação e saúde no contexto
educacional, mais precisamente como este tema é apresentado no livro didático de
ciências do ensino fundamental, considerado hoje uma das principais ferramentas
utilizadas na sala de aula.
10
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Breve histórico da alimentação
A história da alimentação está estritamente associada com a evolução do
homem no mundo. No início da colonização humana na terra, os primeiros hominídeos
eram nômades e consumiam basicamente o que era ofertado pela natureza como frutos,
raízes e folhas. Eles foram categorizados como caçadores e coletores.
Segundo Marin (2005) os primeiros seres humanos na era das cavernas,
evoluíram de caçadores e nômades para agricultores. Iniciaram o processo de
domesticação de animais e o cultivo de hortaliças, tubérculos e frutas. Essa transição fora
importante pois libertou o homem da dependência absoluta da natureza. Estes processos
e, principalmente, o processo da agricultura iniciou o início da civilização humana e sua
expansão em busca de terras férteis. Para Cordain (2002) a revolução agrícola foi
fundamental para a adoção dos cereais como base da alimentação. O antigo estilo de vida
de caçadores-coletores fora abandonado e iniciou-se o processo de transformação de
nossa sociedade industrial e tecnológica.
Garcia (1995) explica que a utilização de diversos tipos de alimentos entre os
países se deve a implementação do comércio e a domesticação de animais. Os gregos e
Romanos monopolizavam o mercado na idade média. Comercializavam grande parte das
plantas comestíveis, óleos de azeite e outras especiarias. Em meados do século XVIII a
revolução industrial ocorrida na Inglaterra influenciou grande parte do comércio
alimentício. Os homens começaram a deixar o campo para trabalhar na indústria e as
mulheres começaram a trabalhar fora de casa. Com o passar dos anos e com a evolução
tecnológica foi necessária a produção de alimentos de fácil preparo e novos
procedimentos para a conservação dos alimentos.
De acordo Marin (2005) essas pequenas mudanças que ocorreram durante a
história foram determinantes para traçar o perfil alimentar que conhecemos hoje. O
processo de evolução humana e a industrialização foram os fatores determinantes que
modificaram os hábitos alimentares ao longo do tempo. Impulsionaram o
desenvolvimento de novas tecnologias em busca de novas fontes alimentícias e terras
férteis.
Durante toda a história existiu grande influência sobre a difusão dos
alimentos devido ao poder econômico e comercial dentre os povos. De acordo com
11
Ernandes (2013) o processo de expansão na navegação do séc.X.V teve como
consequência a busca por recursos alimentares. A procura do caminho das Índias resultou
na descoberta e colonização da América e de outras regiões. Na época temperos como
noz moscada, pimenta do reino, cravo da índia eram especiarias muito valorizadas.
Antes da “descoberta”, as terras eram habitadas por tribos indígenas que
tinham costumes e culturas próprios. Os alimentos mais consumidos eram mandioca,
palmito assim como peixes e frutas. Antes da chegada dos portugueses os índios não
conheciam a cana-de-açúcar, eles utilizavam mel de abelhas que traziam das matas. O sal
era obtido a partir da queimada de troncos de palmeiras, onde as cinzas eram fervidas
obtendo um sal de cor escura. Os portugueses influenciaram em grande parte na culinária
brasileira, assim como também os africanos. Pode-se citar alguns alimentos trazidos da
África, como melancia, amendoim, banana, café, inhame, quiabo, dentre outros.
No início da colonização brasileira os povos africanos vieram forçados para
o Brasil junto aos senhores de engenho e foram obrigados a trabalhar e servir a elite
portuguesa. Eram encarregados da alimentação dos senhores brancos e com a necessidade
de suprir sua própria demanda, os negros passaram a adaptar seus hábitos culinários aos
ingredientes da colônia. Segundo Ernandes (2013), houve uma influência dos portugueses
e indígenas nos hábitos e técnicas de culinária nos africanos. A culinária nacional rica e
diversa, é resultado dessa mistura de variedade de técnicas de preparos característica da
cultura brasileira.
De acordo com Documento Brasil (2000) fatores ambientais e o tipo de
colonização são variáveis que influenciam nas diferenças alimentares. Determinadas
regiões com clima, solo, fauna também influenciam na disponibilidade de alguns
alimentos. O Nordeste, por exemplo, é dividido em Zona da Mata e sertão. A zona da
mata que compreende o Piauí até o Sul da Bahia, o solo é fértil e os alimentos mais usados
são a farinha de mandioca, o feijão, a carne seca, a rapadura e o milho. Já na região do
sertão nordestino existe uma maior escassez de chuva e a população consome uma maior
quantidade de carne vermelha, leite, queijo e a manteiga proveniente da criação de gado.
Na região sudeste permanece o aspecto histórico envolvido onde a comida tradicional
mineira se define tipicamente no arroz, feijão, derivados de milho e carnes de porco assim
também como, queijo, doces de leite e amendoim. No estado de São Paulo o consumo de
massas foi influenciado pelos italianos, lasanhas, canelones, pizzas, nhoques e pães são
produtos muito presentes nessa região.
12
Segundo Sonati (2005) a cozinha brasileira é resultado da junção de várias
culturas, principalmente da cozinha portuguesa, negra e indígena. Considerando a
dimensão continental do país, cada região desenvolveu uma cultura peculiar e um modo
de preparo diferente dos alimentos de acordo com as variáveis culturais de cada local.
2.2 Alimentação e desafios sociais
Para Avelar (2010), as transformações nos hábitos alimentares fizeram da
alimentação humana, antes considerada apenas um fator de sobrevivência, hoje alvo de
pesquisas e como indicador social, cultural e também como opção de lazer. Segundo
França (2010), além da necessidade fisiológica da alimentação é um direito humano que
está sujeito a sofrer diferenças e tabus em todas as categorias da sociedade como, étnica,
social, filosófica, religiosa regional e cultural. Alimentação para o autor traz satisfação as
necessidades do corpo físico como é uma ferramenta que une costumes, sendo um método
de socialização.
Teixeira (2005) aborda a globalização como ferramenta que agrega a
sociedade novas práticas de consumo de alimentos. Esta consequência é decorrente do
aumento do numero de alimentos industrializados, a famosa alimentação fast-food. No
meio social, indivíduos podem ser influenciados constantemente a consumir certos tipos
de alimentos pela sua alta disponibilidade e aceitação. A mudança no estilo de vida com
aumento do consumo de “comidas de rua” está associada à necessidade de refeições
rápidas principalmente nas grandes cidades brasileira. De acordo com Sonati (2005),
pastéis, coxinhas, esfihas, milho verde cozido, cocada, cachorro quente, caldo de cana,
sucos, sorvetes, doces, bolos, pipoca, churrasco grego, amendoim, queijo quente,
enroladinho, tapioca, acarajé, churros, crepes, são encontrados todos os dias nas ruas das
metrópoles do país. Mudanças na economia influenciam hábitos na sociedade. A exemplo
do desemprego que contribui para o aumento da disponibilidade desses alimentos. A
busca por um trabalho informal leva diversas pessoas a iniciarem seu próprio
empreendimento e o fazem exercendo a comercialização destes insumos para
conseguirem um sustento.
Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) em 2011 mostrou que quanto mais alta a renda, maior é o número de pessoas que
fazem pelo menos uma refeição fora de casa por dia. Isso significa um maior consumo de
13
biscoitos recheados, batata industrializada, pizza e refrigerantes. A mesma comparação
foi feita entre a população urbana e rural. Alimentos como arroz, feijão, batata-doce,
mandioca, farinha de mandioca, manga, tangerina, peixes e carnes é maior na zona rural.
Na área urbana revelou um consumo de alimentos prontos e processados, como pão de
sal, biscoitos recheados, iogurtes, vitaminas, sanduíches, salgados, pizzas, refrigerantes,
sucos e cervejas.
Embora a renda seja um fator de grande impacto sobre a questão alimentícia,
existe outro grande problema que se alastra desde épocas antigas. A má distribuição de
alimentos associada à má distribuição de renda que por consequência acarreta a fome em
regiões e países diferentes. Segundo o Comitê Nacional dos Estados Unidos (1992) o
alimento está disponível, mas não é acessível para milhões de pessoas que não têm poder
aquisitivo nem terras. Mais de 100 países do mundo são importadores de alimentos,
portanto, não são produtores daquilo que consomem. No caso de alguns, essa importação
tem pouca importância, mas no caso de outros como, por exemplo, Bangladesh, Etiópia
e Haiti certamente este fator influencia muito a manutenção da pobreza e da fome.
A economia está diretamente ligada ao estilo de vida e dieta básica de cada
sociedade. Muitos países enfrentam o problema da desigualdade social, assim como fome
e desnutrição. No Brasil, a partir de políticas públicas adotadas pelo governo Lula, a
porcentagem de desnutrição e fome caiu consideravelmente. Com a instauração de seu
governo em 2003, iniciou-se a implementação da proposta Fome Zero, sob a coordenação
do Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome, quando foi
realizado um grande esforço jurídico de elaboração dos instrumentos da política de
segurança alimentar (SILVA, GROSSI, FRANÇA, 2010).
A alimentação participa ativamente do processo de identidade cultural de
uma sociedade. Diferentes culturas e povos são caracterizados especificamente devido à
sua alimentação. A economia implica diretamente na qualidade e quantidade de alimentos
consumidos em dadas regiões. Dessa forma, percebe-se que alimentação está estritamente
relacionada a diversos contextos. Disponibilidade de alimentos em cada região, o poder
aquisitivo, a globalização, a economia e as políticas de distribuição são alguns fatores que
influenciam em grande parte o estilo de vida de dada sociedade.
14
2.3 Alimentação saudável
Os alimentos são importantes, pois são fundamentais para um bom
funcionamento do organismo. Conhecer os nutrientes, suas funções e onde podem ser
encontrados são de suma importância para que a criança inicie a fase de conscientização
sobre a ingestão de uma dieta rica de bons nutrientes.
Garcia Deon define a alimentação saudável como:
Existem duas classes distintas de alimentos. A classe de alimentos que
provêm da natureza e a classe de alimentos industrializados. Alimentos que provêm da
natureza são aqueles que não sofreram nenhum tipo de processo ou aditivo químico e
contêm nutrientes que ajudam o nosso organismo com as necessidades básicas, como por
ex: Arroz, Feijão, Leite, Farinha de Milho, Soja, Aveia, Lentilha, verduras, legumes e
frutas, etc. Alimentos industrializados são aqueles produzidos pelas indústrias e que
muitas vezes substituem os alimentos naturais, exemplo: Bolachas, refrigerantes, lasanhas
congeladas, nugtts congelados, macarrão instantâneo, embutidos em geral, enlatados,
barras de cereais, etc. Para Claro (2013), a troca constante do consumo de alimentos
naturais por alimentos industrializados prejudica a saúde, pois, na maioria das vezes, os
produtos ultra processados não oferecem a quantidade de nutrientes necessárias para o
organismo humano.
A fim de reverter alguns danos ocasionados pelo consumo exagerado de
determinados nutrientes, muitas dietas começaram a aparecer nos dias de hoje. Dietas
paleolíticas, Dietas Low Carb, Jejum Intermitente, Dieta Vegetaria, etc. A maioria dessas
dietas restringe um determinado tipo de nutriente.
Dieta paleolítica evidencia a exclusão do consumo de alimentos ricos em
Hidratos de Carbono (arroz, trigo, cevada, milho, pão, massa e cereal, feijões, porcas,
sementes, vegetais e frutos). Essa dieta é baseada em pesquisas que sugerem que o homo
Sapiens não evoluiu seu organismo para as dietas de grãos e que as gorduras são nutrientes
suficientes para obtenção de energia e menos prejudiciais à saúde. Segundo Cordain
(2009), os nossos genes não estão adaptados para as mudanças na dieta depois da
[...]aquela que fornece quantidades adequadas de nutrientes
(carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais);
rica em frutas e verduras; moderada em gorduras, sal e
açúcar; aquela que proporciona uma boa hidratação e que
apresenta um fracionamento entre quatro a seis refeições
diárias [...] ( Garcia Deons 2015)
15
revolução da agricultura. As dietas com baixo teor de hidratos de carbono tendem a
normalizar o metabolismo da insulina na maioria das pessoas, especialmente naquelas
que têm um grande excesso de peso. (Cordain 2009.)
Jejum intermitente é uma estratégia alimentar usada por nutricionistas
esportivos para acelerar o processo de perda de gordura corporal, principalmente na
região abdominal. Azevedo (2013), em uma pesquisa publicada na associação Médica
Brasileira, mostrou que a prática do jejum indicou melhorias no perfil lipídico, redução
de respostas inflamatórias, com redução na liberação de adipocinas inflamatórias e
alterações na expressão de genes relacionados com a resposta inflamatória e de outros
fatores, além de promover em obesos uma melhora no stress oxidativo. Este estudo sugere
que a prática dessa estratégia melhora a qualidade de vida, combate doenças e previne o
envelhecimento celular.
Além do jejum uma prática alimentar muito conhecida é a alimentação
vegetariana. Segundo Teixeira (2006) esta prática opta pelo consumo de nenhum tipo de
alimento de origem animal. Adeptos a esse tipo de alimentação o fazem por crença,
solidariedade aos animais, por questões de saúde, por tendência da moda ou fatores
culturais.
Existem diversas questões nutricionais que indicam qual melhor ou pior
opção de alimentação. Porém, pode-se dizer que uma alimentação equilibrada deve
fornecer nutrientes necessários para que a criança/indivíduo consiga desenvolver as suas
funções metabólicas necessárias. Para Sichieri (2000) alimentos providos de fontes
naturais, seja de origem animal ou vegetal, devem estar presentes e ser prioridade na
alimentação diária.
2.4 Consequências da má alimentação
Kopruszynsk (2011), relata um problema crescente que vem acentuando nos
países desenvolvidos e subdesenvolvidos, as DCNT (Doenças Crônicas Não
Transmissíveis). São atualmente um sério desafio para os sistemas de saúde causando
sérias consequências econômicas e sociais em todas as regiões ameaçando os recursos de
saúde em cada país. Para França (2010), o surgimento e/ou agravamento de patologias
como desnutrição, dislipidemias, obesidade e outras doenças crônicas não transmissíveis
estão intimamente ligadas a tais mudanças na alimentação do indivíduo.
16
A obesidade é uma das primeiras consequências aparentes envolvendo
maus hábitos alimentares. Nos adolescentes, o sobrepeso segue forte tendência de
aumento. Nas áreas mais desenvolvidas do Brasil, como no Sudeste, a prevalência de
sobrepeso atingia em 1997, 17% das meninas e dos meninos, enquanto no Nordeste a
prevalência era de 5% entre os meninos e 12% entre as meninas. Em 2004, a estimativa
de excesso de peso entre crianças e adolescentes era de 10%; destes, 25% eram jovens
obesos. (MEDRONHO; et al, 2009).
Segundo Guimarães (2014), o aumento de doenças crônicas degenerativas
tem sido atribuído à má alimentação. O autor afirma, também que, com o envelhecimento
ao longo dos anos, o corpo perde a capacidade de combater essas doenças.
Para Garcia Deon (2015), a densidade energética é elevada devido a ingestão
inadequada de alimentos fonte de gorduras saturadas. Este comportamento gera um fator
de risco para o aparecimento da obesidade, assim como o aparecimento ou agravamento
de doença diabetes mellitus tipo 2, que está relacionado à obesidade abdominal e à
resistência à insulina.
De acordo com Ribeiro, Jaime & Ventura, 2017
Segundo o autor supracitado, a maior disponibilidade de alimentos tem
como consequência a queda da prevalência da fome. Por outro lado, o aumento dos
índices de doenças crônicas tem emergido como novas epidemias urbanas. Há além de
mudanças de comportamento, para Ribeiro (2017), a dependência de veículos
motorizados diminui o tempo de atividade física, assim como a oferta de alimentos
industrializados dificulta nas escolhas alimentares saudáveis.
Dessa forma percebe-se uma necessidade maior de conscientização e de
politicas publicas para o contorno deste desafio atual. Conscientização, acesso a
informação de qualidade e o trabalho ativo na educação nutricional, são fatores
importantes para que não ocorra o agravamento dos problemas relacionados a má
alimentação.
[...] há uma grande transição nutricional em curso, com adoção
de dietas ocidentalizadas, baseada em elevado consumo de carne
e produtos lácteos, ao lado de alimentos ultra processados, por
quase todos os povos, que tem levado a um aumento acelerado
da obesidade e da incidência de doenças crônicas[..] (2017)
17
2.5 Influência da mídia na determinação de hábitos
O bombardeio de informações fornecidas hoje pelos meios de
comunicação tem contribuído para uma distorção dos conceitos sobre alimentos
essenciais para uma boa qualidade de vida. A maioria dos produtos alimentícios
veiculados em propagandas na televisão são de alimentos industrializados, que acabam
despertando interesse e curiosidade de crianças (SOARES, 2010).
Propagandas televisivas de fast food, comidas enlatadas com alto teor de
conservantes, alimentos ricos em gordura hidrogenada, açúcares e sal, levam à criação de
hábitos onde satisfação alimentar não condiz com a qualidade nutricional. Segundo
Carvalho e Tamasia (2016), o apelo da mídia somado ao pouco conhecimento dos
consumidores sobre as propriedades nutricionais dos alimentos tem intensificado o
consumo de alimentos altamente prejudiciais à saúde.
Segundo Fernandes (2009) a alimentação engloba tanto a necessidade,
quanto o desejo do indivíduo, assim os meios de comunicação influenciam muito no
consumo de alimento. Devido a isso é importante buscar desenvolver o pensamento
crítico desde cedo, para que as crianças cresçam não deixando se influenciar pelas
propagandas televisivas e consigam distinguir sobre o que é saudável ou não. A família,
por sua vez deve contribuir para esse processo, pois a criança geralmente consome o que
é fornecido dentro de casa, sendo assim opções saudáveis precisariam estar mais presentes
na mesa para influenciar o consumo.
Segundo Santos (2007) os meios de comunicação atualmente são os maiores
vilões no comportamento alimentar das pessoas. O grande desafio para mudar essa
questão seria uma regulamentação em lei evitando ao máximo propagandas tendenciosas
e persuasivas para o consumo destes alimentos. Devido a fatores econômicos, essa será
uma mudança lenta, mas ainda assim é um fator primordial para a contribuição desse
grande problema.
2.6 Bullying na escola: Obesidade e estética
A fase da pré-adolescência é bastante influenciada pelos conceitos da mídia
que tem grande interesse em determinar padrões para fins lucrativos. Segundo Freitas
18
(2010), o mercado cria complexos existenciais femininos relacionados a aparência
principalmente ligado a obesidade.
A mídia intitulou ao longo de várias décadas padrões de beleza definidos
como belo e feio. Para Batalini (2014), o corpo para algumas pessoas é visto como
inimigo, assustador e limitante na vida destas em vários sentidos. Corpo físico é usado
como armadura para catalogar o que é visto antes mesmo de se conhecer a personalidade
ou estilo de vida.
Estar acima do peso em uma cultura que valoriza o corpo magro é não se
enquadrar aos padrões da normalidade. O individuo obeso é visto com menor valor e está
sujeito a preconceitos em todos os campos da sociedade.
Para Costa (2012) estar acima do peso em uma cultura que valoriza o corpo
perfeito faz com que o indivíduo seja alvo de discriminações em todos os contextos
sociais principalmente no contexto escolar.
Sendo assim, é notável que toda a discriminação sofrida pode gerar
consequências para toda a vida. Se não dado acompanhamento psicológico necessário, a
criança tem grandes chances de se tornar um adulto com sérios distúrbios emocionais
prejudicando ainda mais a sua qualidade de vida.
2.7 O ensino para a saúde
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) estabelecem que a educação
em saúde seja tratada no ensino como tema transversal. De acordo com o mesmo,
informações sobre o funcionamento do corpo, doenças e noções de higiene são
necessárias para fornecer um conhecimento abrangente aos estudantes, para que eles
desenvolvam atitudes de vida saudável. É preciso educar para a saúde levando em conta
todos os aspectos envolvidos na formação de hábitos e atitudes que acontecem no dia-a-
dia da escola. (BRASIL, 2009).
[...]há uma relação entre a obesidade e o padrão de beleza
corporal; uma relação de negação. Simbolizando o velho, o
passado, aquela cede seu lugar à magreza, que é a novidade e,
portanto, preferida; sua influência é no sentido de significar o
indesejado pela sociedade, o que as pessoas devem evitar[...]
(Freitas, Lima e Costa 2010, p 05)
19
De acordo com os PCN é preciso que o individuo tenha acesso a meios de
educação que colaborem para a adoção de estilos de vida saudáveis. Promoção da saúde
acontece quando são garantidas condições dignas e necessárias para que o indivíduo. A
abordagem da saúde deve estar sempre presente na sala de aula e no ambiente escolar.
Segundo Bizzo (2009), educação em saúde não deve ser compreendida como uma
simples intervenção no espaço e na dinâmica da escola, mas sim deve ser objetivo de
trabalho dos professores e de aprendizagem para os alunos. Para o autor a questão da
saúde, ainda que deva ser trabalhada na escola de forma abrangente, é especificamente
uma responsabilidade pessoal e comportamental. É certo que o aluno durante os primeiros
anos da infância começa a acumular uma bagagem de aprendizado que obteve no espaço
familiar. Assim, quando ele inicia a fase pré-escolar, esses conhecimentos começam a ser
moldados de acordo com a educação oferecida. Porém, hábito é o que se cria repetindo
determinada ação durante um intervalo de tempo. No âmbito da saúde, hábitos saudáveis
são adquiridos e para serem moldados é preciso uma série de ações e intervenções para
que ocorram mudanças.
Educação em saúde é um termo abrangente. Engloba componentes
tecnológicos, étnicos, naturais, pois existe uma série de questões envolta do tema.
Todo o processo envolvendo saúde se relaciona com as doenças e permite
questionar o que seria um indivíduo saudável. É afirmativo que as condições e hábitos de
vida são fatores que permitem determinar se o individuo é ou não saudável de acordo com
seus hábitos de vida.
[...] esta série, nominada de Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs), procura oferecer às Secretarias de
Educação, escolas e demais instituições ou pessoas
interessadas em educação, uma proposta de reorientação
curricular com princípios e metas do projeto
educacional[...] (Friore, 2012)
A Educação e a saúde são dois pilares de sobrevivência humana
que estão em eterna construção e desconstrução. Falar de saúde
envolve componentes aparentemente tão díspares como a
qualidade da água que se consome e do ar que se respira, as
condições de fabricação e uso de equipamentos nucleares ou
bélicos, o consumismo desenfreado e a miséria, a degradação
social e a desnutrição, os estilos de vida pessoais e as formas de
inserção das diferentes parcelas da população no mundo do
trabalho ( BRASIL, 2000, p.251)
20
Existe, porém, uma carência de informações e metodologias que estimulem
e colaborem com o trabalho do tema em sala de aula, visto que a própria BASE
NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) do ensino fundamental não inclui no
seu texto questões relacionadas a essa temática. O tema nutrição no documento só
aparece no 5º ano do ensino fundamental onde é dito para que o conteúdo seja trabalhado
de forma a estimular o aluno a aprender a montar pratos saudáveis.
Promover o conhecimento sobre alimentação saudável vai além de estimular
os alunos a comerem frutas e verduras. Existe um contexto cientifico, social, histórico
por traz de toda a abordagem. Zequinão (2016) considera que, problemas não só como
obesidade, mas como anorexia, bullying, culto ao corpo, precisam ser trabalhados e
discutidos na escola a fim de iniciar-se uma reflexão.
A descontinuidade do tema nas series seguintes do ensino fundamental é
uma problemática que desconsidera a importância do tema nutrição e saúde na escola. A
atual Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) descreve a educação
nutricional como uma estratégia para a promoção da alimentação saudável, porém não
apresenta soluções ou sugestões para esta implementação (GOMES, 2013).
Assim, pode dizer que saúde é, portanto, produto e parte do estilo de vida
e das condições de existência, sendo a vivência do processo saúde/doença uma forma de
representação da inserção humana no mundo. (BRASIL,2012). Já o ensino para a saúde
deve fornecer ao estudante uma série de conceitos para que este por sua vez consiga
exercer um comportamento em beneficio a sua própria saúde e a saúde dos indivíduos a
seu redor. A educação alimentar nutricional (EAN) deve ser trabalhada de forma
abrangente de modo que estimule o conhecimento científico do aluno e promova uma
troca de ideias na sala de aula. O ambiente escolar surge como um local adequado para
desenvolver estas ações.
2.8 Importância do ensino para sobre nutrição no nível
fundamental
Em termos de constituição a Lei nº 11.947/2009 /FNDE e Resolução nº 26/2013
/FNDE que dispõe sobre o Programa de Alimentação Escolar inclui no Art. 2º algumas
diretrizes:
21
I - o emprego da alimentação saudável e adequada, compreendendo o uso de
alimentos variados, seguros, que respeitem a cultura, as tradições e os hábitos alimentares
saudáveis, contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos e para a
melhoria do rendimento escolar, em conformidade com a sua faixa etária e seu estado de
saúde, inclusive dos que necessitam de atenção específica;
II - a inclusão da educação alimentar e nutricional no processo de ensino e
aprendizagem, que perpassa pelo currículo escolar, abordando o tema alimentação e
nutrição e o desenvolvimento de práticas saudáveis de vida, na perspectiva da segurança
alimentar e nutricional;
O período escolar, para o Ministério da Saúde, é entendido como fundamental
para trabalhar a promoção de saúde, pois a população atendida pelo setor educacional
vive momentos de criação e revisão de hábitos e atitudes (Ministério da Saúde, 2002 ed
all Fiore 2012).
Isto vem ao encontro de Chakur (2015) que conclui que, para que o ensino possa
contribuir para a formação do aluno é necessário estabelecer critérios onde consiga, além
do objetivo de conscientizar sobre hábitos alimentares saudáveis, respeitar o contexto
histórico e cultural do indivíduo preservando seus costumes e suas crenças.
Santos (2012 ) também comenta que, a educação para saúde, no contexto
nutricional, deverá ir além de construir um conhecimento científico baseando em
definições e conceitos sobre nutrientes, mas também deverá ser um trabalho de
conscientização envolvendo uma reflexão sobre possíveis problemas e consequências
enfrentados pelos maus hábitos alimentares buscando assim gerar uma sensibilização nos
alunos, motivando para mudança de hábitos.
Considerando a importância da alimentação na promoção
da saúde de crianças e adolescentes e, consequentemente,
no estado de saúde na vida adulta, o respaldo legal que o
Direto Humano à Alimentação Adequada vem ganhando,
a importância do processo de aprendizagem para
adolescentes, bem como o questionamento da forma pela
qual a alimentação é abordada na escola. (FRIORE, 2012)
22
2.9 Livro didático: Conceitos e importância
Para Oliveira (2014) existem diversas definições de Livro Didático. Segundo
o autor, os dicionários conceituam “Livro didático’’ como um livro destinado ao ensino,
cujo texto deve obedecer aos programas escolares.
O livro didático é a ferramenta mais comumente utilizada nas escolas públicas
do país. Material de fácil acesso e disponibilizado gratuitamente de acordo com
Resolução 42/2012 que dispõe sobre o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD)
para a educação básica:
O livro didático tem sua importância devido a se tornar muitas vezes o único
material de pesquisa do aluno. Eles têm sido alvo de estudos e pesquisas no ambiente
acadêmico devido a sua importância da sala de aula. Para Rosa e Mohr (2000), o tema da
análise do livro didático faz parte da atualidade da educação básica brasileira, já que é o
recurso didático mais presente nas salas de aula, além de ser objeto de política e de
significativa movimentação financeira.
Não somente utilizado como material de pesquisa para os educandos, os
professores, na sua maioria, se apoiam em usar o livro didático para seguir uma prática
de ensino durante o período letivo. Por despreparo, falta de tempo, na maioria das vezes,
este acaba sendo o único material usado pelo professor como ferramenta de trabalho. A
falta de estrutura que muitas escolas enfrentam, falta de acesso a outros materiais de apoio
e desvalorização do profissional docente, são circunstâncias que, juntas, somam para que
se justifique a utilização do livro didático como único e especifico material em sala de
aula.
Gasparini (2005) identifica que, professores de escola pública tem uma
jornada de trabalho árdua. A desvalorização da carreira obrigada os profissionais a
assumirem grandes quantidades de aula para conseguir sobreviver. Este problema implica
diretamente com a qualidade das aulas sendo que, com pouco tempo disponível, na
O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) é o mais
antigo dos programas voltados à distribuição de obras didáticas
aos estudantes da rede pública de ensino brasileira e iniciou-se,
com outra denominação, em 1937. Ao longo desses 80 anos, o
programa foi aperfeiçoado e teve diferentes nomes e formas de
execução. Atualmente, o PNLD é voltado à educação básica
brasileira, tendo como única exceção os alunos da educação
infantil (BRASIL, 2018).
23
maioria das vezes, os professores não preparam suas aulas e utilizam do trabalho
mecânico e repetitivo de seguir o livro didático como facilitador no dia a dia.
A utilização do Livro didático como única ferramenta de trabalho embora
muito comum existe uma problemática envolvida. A utilização de uma única ferramenta
durante as aulas impede a inovação e criação de estratégias de ensino lúdicas que
proporcionam maior contextualização e dinamização das aulas de ciências. Segundo
OLIVEIRA (2017), o livro didático contribui para a desmotivação de alunos e
professores. O seguimento de metodologias tradicionais de ensino impede a capacidade
de inovar e faz com que se prendam a uma prática extremamente teórica com uma leitura
monótona e cansativa.
Para Frison (2009), existe uma dificuldade em definir a função do livro
didático e qual papel este deveria exercer em sala de aula. Porém, o autor concorda que,
na maioria das escolas, o livro didático tem sido praticamente o único instrumento de
apoio aos professores e considera uma importante fonte de estudo e pesquisa para os
estudantes.
Segundo Vasconcelos (2003) a maioria dos livros de ciências no mercado
brasileiro apresenta uma fragmentação de informações e conhecimentos, dificultando um
trabalho interdisciplinar. Para ele a abordagem tradicional dos conteúdos gera atividades
fundamentadas na memorização sem possibilidade de contextualização.
No campo da saúde Lemos (2009) analisou o conceito de saúde presente
nos livros didáticos do ensino fundamental. Foram analisados livros das coleções
distribuídos pelo PNDL no ano de 2005, 2006 e 2007. Coleções analisados foram os
presentes no Guia Nacional do Livro didático de 5º a 8º série, cada uma com 4 volumes.
O trabalho analisou a presença ou a ausência de conteúdos referente ao tema alimentação
e a adequação do conteúdo em maior ou menor proximidade com o tema. Os resultados
desse trabalho mostraram que os conhecimentos presentes nos livros didáticos do ensino
fundamental indicam a existência de um distanciamento entre o que é apresentado nos
livros e suas referências. De acordo com o trabalho, o tema nutrição tem se limitado a
contextos moleculares, não incluindo, em sua abordagem, o organismo, a sociedade e o
ambiente.
Greenwood (20014) em sua pesquisa investigou como o assunto Educação
Alimentar e Nutricional era tratada no livro didático do oitavo ano, com o objetivo de
propor sugestões para incluir o tema no LD de acordo com a realidade do aluno. A autora
24
coletou dados de três cidades de três diferentes regiões brasileiras e entrevistou alunos e
professores do oitavo ano do Ensino Fundamental II, assim como autores dos LDs e
avaliadores do PNLD, também realizou a análise de capítulos referentes ao tema
alimentação. A pesquisa apontou vários fatos, dentre eles de que o conteúdo de nutrição
não é fator determinante para a escolha do livro didático. Que na maioria das vezes é
responsabilidade do professor contextualizar o tema dentro da sala de aula. Apontou
também a carência de relação com o tema apresentado no livro com a realidade social do
estudante.
Embora tais pesquisas tivessem objetivos diferentes, ambas concordaram que
o Livro didático é a ferramenta mais utilizada nas escolas, muitas vezes, sendo a única
fonte de pesquisa do professor e aluno. É notório perceber uma preocupação em relação
ao conteúdo de nutrição e o livro didático sendo a crescente problemática envolvendo
essas duas questões.
Dessa forma, a não adequação a realidade do aluno prejudica o
conhecimento cientifico a interpretação e a contextualização desse conhecimento. Para
Vasconcelos (2003), existe uma variedade de critérios que se enquadra na escolha do livro
didático. Para ele é importante uma discussão em torno da escolha dos livros que é fator
determinante, como também uma maior participação da comunidade cientifica, pois
conteúdo do ensino fundamental e médio ainda não gera interesse nessa comunidade e na
maioria das vezes o professor do ensino fundamental não recebe oportunidades para
exercitar a crítica ao material usado em suas aulas.
2. METODOLOGIA
A maioria dos trabalhos científicos utiliza de critérios pré-estabelecidos para
a análise dos Livros. Geralmente os métodos utilizados são: a) de análise conceitual, onde
aprofunda-se nos dados conceituais e erros conceituais; b) de análise didática que verifica
como o livro contribui para a compreensão em determinado conceito, ou seja, como este
conceito é apresentado para o aluno; c) de análise didático-conceitual que, além de
verificar dados conceituais, é discutido como esses dados são apresentados e a existência
de limitações para o ensino.
25
Escolha dos Livros seguiu dois critérios: Livros de autores e anos de
publicações diferentes e autores mais usados nas escolas da rede publica de ensino do
município de Itajubá.
A análise dos livros escolhidos pretende identificar de que modo os autores
introduzem o conteúdo de nutrição nos Livros do ensino fundamental. Sendo este
conteúdo apresentado nos PCN como tema transversal, pretende-se também verificar a
existência do mesmo em diferentes capítulos dos livros, presença de conteúdos básicos
para conhecimento cientifico sobre nutrição e a presença ou ausência de temas
importantes para reflexão e sensibilização quanto a importância da prática de hábitos
saudáveis. Foram analisados dois livros do ensino fundamental dos 8° anos
distribuídos pelo PNLD. As análises foram feitas observando as questões levantadas nos
capítulos específicos onde era tratado o assunto de alimentação, buscando avaliar a
qualidade das informações, a procedência dos dados comparando com pesquisas
cientificas recentes e a construção do conhecimento cientifico como um todo. Na análise
das atividades buscou-se relacionar a coerência das questões propostas de acordo com o
que foi apresentado ao longo do capitulo.
A abordagem qualitativa segundo Godoy não é rígida e não apresenta uma
forma estruturada. Permite ao autor explorar da criatividade em trabalhos com diferentes
enfoques. Dentro das diferentes abordagens o presente trabalho se encaixa na proposta
pesquisa qualitativa documental, onde segundo autor:
A análise do livros didáticos se encaixam na definição considerando que o
termo “documento” deve ser entendido como: todo material impresso e na forma escrita.
A metodologia de trabalho utilizada buscou verificar possíveis erros
conceituais e levantar questões como:
A abordagem qualitativa oferece três diferentes possibilidades
de se realizar pesquisa: a pesquisa documental, o estudo de caso
e a etnografia. (Godoy 1995)
O exame de materiais de natureza diversa, que ainda não
receberam um tratamento analítico, ou que podem ser
reexaminados, buscando-se novas e/ ou interpretações
complementares, constitui o que estamos denominando
pesquisa documental. (GODOY,1995)
26
1. Os conceitos apresentados no livro didático promovem o conhecimento
cientifico?
2. Estimulam a reflexão crítica sobre o tema saúde e alimentação?
3. Promovem um debate sobre a alimentação saudável?
4. Apresenta os dados e figuras respeitando a realidade sócio cultural do
aluno? São Conceitos de fácil entendimento que respeitam a faixa etária?
5. As atividades propostas apresentadas são de cunho reflexivo e coerentes
com o capitulo?
3. OBJETIVO GERAL
A pesquisa objetiva analisar como o tema alimentação e saúde é apresentado
no Livro didático e ainda, se existem aspectos transversais, culturais e problemáticas
locais presentes, assim como verificar como é dado o enfoque nutricional, a adequação
dos termos e se estes obedecem a faixa etária do aluno.
Espera-se que essa pesquisa amplie a visão acerca da importância do tema
alimentação no livro de didático e proporcione reflexões sobre as consequências dos maus
hábitos alimentares, sensibilizando a todos sobre a importância de cuidar da saúde e
promover uma educação voltada para o bem-estar social.
4.1 Objetivos Específicos:
1. Identificar de que modo os autores introduzem o conteúdo de nutrição nos
Livros do ensino fundamental.
2. Verificar a existência do mesmo em diferentes capítulos dos livros.
3. Presença de conteúdos básicos para conhecimento cientifico sobre
nutrição.
4. Presença ou ausência de temas importantes para reflexão e sensibilização
quanto a importância da prática de hábitos saudáveis.
27
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
No início do capítulo A QUÍMICA DOS ALIMENTOS, o autor traz uma
figura interessante. A figura ilustra um biscoito onde esta é utilizada para exemplificar as
informações nutricionais presente nos alimentos. Porém, a imagem que é apresentada não
pode ser considerada uma imagem ideal. Biscoitos e bolachas industrializados
apresentam uma grande quantidade de açúcares e gorduras, (GOMES, 2015). Estes, são
alimentos que fornecem calorias vazias e que se consumidas em excesso, podem causar
danos à saúde.
Figura 1. Informação Nutricional contida na embalagem de biscoito
28
Na secção 2 o autor trabalha suscintamente o conteúdo de Lipídios. Não
há citação sobre diferença dos 3 diferentes tipos de gorduras e do colesterol, como
também não se observa a associação, de maneira geral, ao consumo de gorduras à
obesidade. No quadro seguinte, aparece abordagem sobre as gorduras trans e o autor
relaciona esse nutriente ao risco de problemas cardiovasculares ocasionado pelo aumento
do colesterol ruim. Cita os principais alimentos que apresentam esse tipo de gordura
como: Sorvetes, batatas fritas, bolos, biscoitos, chocolates e margarinas.
Na secção 4 onde trabalha o assunto proteínas, apresenta suas funções e
alimentos onde são encontrados. Não há presença da distinção de tipos de proteínas e sua
relação com a porcentagem de gordura que pode ser encontrada em cada alimento. Como,
por exemplo, carne vermelha uma boa fonte de proteína que apresenta uma elevada taxa
de gordura se comparada com a carne de peixe que, além de ser proteica, é do tipo magra.
Na imagem ilustrativa mostra diferentes alimentos ricos em proteínas. O Autor poderia
explicar que dois dos alimentos que aparecem na imagem são também fonte de outros
nutrientes, como exemplo, o pão fonte de carboidrato e avelã fonte de gordura insaturada.
Figura 2. Alguns alimentos ricos em proteínas: carnes, peixes, amendoim, avelã, ovos e queijo.
Ao trabalhar o conteúdo água a explicação é curta e sucinta. O autor explica
como podemos obter água através de alguns alimentos. De acordo com o livro, a água
29
representa cerca de 80% do nosso corpo e pode ser obtida pela água pura, sucos, chás e
refrigerantes. Sabe-se que o consumo excessivo de refrigerante é extremamente
prejudicial à saúde e tem sido responsável pelo aumento das taxas de obesidade em todo
mundo. Com alto teor de açúcar, corantes e baixo valor nutricional, citar essa bebida como
fonte de água é difundir um conceito perigoso para agravar ainda mais os maus hábitos
dos estudantes. Não é mencionado no item sobre a quantidade mínima necessária de
ingestão de água para o funcionamento do corpo, como, também não apresenta dicas de
higiene e preservação.
Ainda sobre o conteúdo de água, encontra-se uma imagem ilustrativa com
algumas fontes de água. Dentre elas a própria água, sucos e Leite.
Boilesen (2017) enfatiza que, a ingestão diária de água é crucial para a saúde
humana, desempenhando papel fundamental na regulação do organismo, podendo-se citar
o controle da temperatura, o transporte de nutrientes, a eliminação de substâncias tóxicas
ou aquelas não utilizadas pelo organismo e a participação nos processos digestivo,
respiratório, cardiovascular e renal.
Figura 3. Água, suco de frutas e Leite
30
O leite é fonte de minerais, vitaminas e proteínas de alto valor biológico,
além de estar associado ao controle da hipertensão e osteoporose. Porém, existem
pesquisas mostrando várias controvérsias em relação ao seu consumo na fase adulta.
Embora este alimento tenha na sua composição 80% água , há também uma grande
quantidade de gorduras e sódio. O leite é considerado um dos alimentos mais alergênicos
do mundo. Segundo Junior(2000), “Dentro do caótico estudo das alergias alimentares,
a alergia ao leite de vaca é o modelo de estudo, pois apresenta a maior incidência e uma
sintomatologia bastante variável.”
Além das alergias, existe a intolerância à lactose que afeta grande parte da
população na idade adulta, fato este que não é mencionada no livro. O alimento também
pode estar ligado a outros problemas como, rinite, aumento de secreções mucosas,
catarata, câncer de ovário e outras doenças. Segundo Junior(2000) alergias infantis
relacionadas ao leite de vaca desenvolvem outros problemas na fase adulta como eczema
e asma.
Há uma grande diferença entre o leite puro de vaca e o leite UHT comprado nos
supermercados. Embora em relação à higiene sanitária o processamento tem deixado mais
seguro a ingestão do alimento, este por sua vez oferece o risco de contaminação por
microtoxinas, hormônios, pesticidas e antibióticos. Ao inves de relacionar o leite como
fonte de água, poderia o autor ter citado a sua importancia para crianças, já que o leite
integral é fonte de vitaminas liposoluveis (D,A,e E, por exemplo).
Quando menciona os Carboidratos, o autor cita sua função energética e lista
alguns grupos de alimentos como principais fontes de carboidratos como Cereais,
raizes,leguminosas e alimentos com alto teor de açucar comum como bolos, tortas, etc.
É dito que o principal carboidrato encontrado nos vegetais é o amido. Na
imagem ao lado dessa informação, são apresentadas amostras de alimentos como pães,
macarrão, cereais, assim como também aparece as frutas: banana, uvas,maças,abacaxi.
Embora esse grupo seja uma fonte benéfica de carboidrato faltou explicar que os
carboidratos presentes aqui não advém somente do amido como os outros alimentos, mas
sim da glicose, frutose e sacarose que são açúcares presentes em grande quantidade nas
frutas em geral, além de serem ricos em fibras, o que eleva o valor nutricional do alimento
melhorando o funcionamento do intestino e prolongando a saciedade.
31
Figura 4. Alimentos ricos em caiboidratos
Os carboidratos são um grupo importante, pois participam do processo de
fornecimento de energia. Porém, devem ser consumidos de acordo com a necessidade
energética de cada indivíduo. Existem grupos de carboidratos que podem ou não ser
prejudicais a saúde. Algumas fontes de carboidratos são ricas em fibras, o que contribui
para um bom funcionamento do organismo. Já outras fontes são ricas em açúcares e com
elevado valor calórico. Embora os carboidratos sejam fontes primárias de energia ao
organismo, mudanças na rotina influenciam a quantidade necessária desse macronutriente
para cada pessoa, assim como a qualidade e o tipo de carboidrato influencia diretamente
em questões como ganho de peso e diabetes.
5.1 Capitulo : ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA
Neste capitulo o autor aborda o consumo consCiente de alimentos para uma
boa qualidade nutricional e cuidado com a saúde.O autor traz nesse capitulo os seis
grupos de alimentos : Cereais (carboidratos), Verduras, frutas, Leite, carnes ( proteínas),
gorduras. Diferentemente do capitulo anterior A QUIMICA DOS ALIMENTOS, que
tratava o tema com uma abordagem mais fisiológica, agora a intenção do capitulo é
32
mostrar para o aluno a importância em manter um equilibrio na alimentação para se evitar
doenças e melhorar a qualidade de vida.
Nesta secção ele traz um alerta importante sobre o cuidado com o consumo de
bebidas alcóolicas, cuidado com o uso de suplementos alimentares, assim como alerta
para o perigo em seguir dietas ou usar produtos anunciados nos meios de comunicação.
A relação de ciência e tecnologia também é considerada pelo autor que aborda os meios
de conservação de alimentos e cita o processo de refrigeração, pasteurização, aditivos
quimicos e desidratação. O problema relacinado à desidratação também é abordado,
relacionando a fome, contextualizando com o desperdicio de alimentos, sendo um grande
problema no Brasil com conceito de segurança alimentar (acesso fisico e econômico a
alimentos suficientes para uma vida saudavél).
Ao trabalhar o conteúdo de leite e derivados o autor menciona que crianças e
adolescentes devem ingerir leite integral. O leite integral embora tenha mais gorduras na
sua composição traz com ele vitaminas lipossoluveis, diferente do leite desnatado que
após o processo de desnatação perde essas vitaminas que são fundamentais para o
organismo humano.
Figura 5. Leites e derivados
33
Na seccção PRODUTOS RICOS EM GORDURAS E AÇUCARES é dito
que bebes e crianças de até 2 anos de idade precisam proporcionalmente de mais gorduras.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam
aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais
BRASIL, 2009, p.12 . As gorduras possuem a maior fonte de energia do leite materno
,em sua composição cerca 45 a 55 % de percentual de gordura , cerca de 3 e 4 g/dl
(CALIL e LEONI 2003). Sendo dessa forma, a gordura necessária para o
desenvolvimento da criança nos primeiros três anos de vida deve ser proveniente do
aleitamento materno. No livro o autor não traz nenhuma nota sobre a importância do
aleitamento materno e sua relação com a saúde da criança nos primeiros anos de vida. O
aleitamento materno deveria ser a primeira prática alimentar a ser estimulada para a
promoção da saúde, formação de hábitos alimentares saudáveis e prevenção de muitas
doenças(1), pois o leite materno tem uma composição nutricional específica que
acompanha as necessidades da criança durante o seu crescimento, confere proteção contra
infecções e diarreia, fortalece a musculatura facial e da boca (TEIXEIRA, 2010).
Figura 6. Produtos ricos em gorduras
34
5.2 Análise das atividades do Livro Ciências nosso corpo;
• Atividade 1 pag.43
“Um estudante afirmou que “açúcar é energia”, explique o que ele quis dizer
com isso.
Fazer o aluno refletir sobre a relação de açúcar e energia não é ideal. Nos
capítulos anteriores energia é citada como questão fundamental para o funcionamento das
células e de todo o organismo. Fica clara a importância da obtenção de energia para o
funcionamento celular. Relacionar o açúcar como fonte de energia pode criar um conflito
de entendimento. O aluno ao relacionar o consumo de açúcar pode fazer uma relação que
seu consumo é benéfico pois é fonte de energia para as células. Cabe ao professor por sua
vez, fazer a distinção de grupos alimentares. Açucares provenientes das frutas e alimentos
saudáveis não são prejudiciais ao organismo como por exemplo os açucares provenientes
dos alimentos industrializados.
• Atividade 1. Pag.43
“Uma pessoa que precisa emagrecer resolveu diminuiu a ingestão de alimentos
ricos em carboidratos.”
Essa afirmação nessa atividade gera uma ideia deturpada, pois, para promover
o emagrecimento é necessário promover um déficit calórico no corpo que por sua vez
pode ser feito com várias estratégias. A ideia de diminuir o consumo de carboidratos para
o emagrecimento é rasa, pois desconsidera que existem duas fontes de carboidratos:
Fontes simples e complexas. Fontes simples de carboidratos apresentam grande
quantidade de açúcar e elevam de imediato o hormônio insulina dentro do corpo
impedindo assim que o organismo utilize as reservas de gordura como fonte de energia.
Já as fontes complexas de carboidratos são ricas em fibras e não geram um pico de
insulina no organismo e permite que o corpo queime gordura para obtenção de energia
mesmo quando o indivíduo está alimentado.
Dessa forma, estratégias nutricionais para perda de peso estão relacionadas
com o aumento da ingestão de fontes complexas de carboidratos como (bata doce,
inhame, mandioca, massas 100% integrais), pois são alimentos fonte de energia e que, ao
mesmo tempo, contribui para uma maior perda calórica durante seu consumo.
35
• Atividade 1 Letra B, Pag.43
“Um médico disse que, além dos carboidratos, há outro nutriente que contém
muitas calorias. Por isso, indicou ao paciente que diminuísse sua ingestão na dieta. Qual
seria esse nutriente e que funções ele tem no organismo?”
Durante o capitulo foi citado que:
“Engordar é aumentar a quantidade de gordura (Lipídios) no corpo. Uma
maneira de engordar é comer muitos alimentos ricos em gorduras ou açúcares. ”
Essa citação foi feita no item LIPÍDIOS onde o livro trouxe explicações sobre
esse nutriente. Mais uma vez vemos aqui uma construção incompleta sobre causas do
sobrepeso e obesidade. Existem duas principais categorias de gorduras: Gorduras
saturadas e gorduras insaturadas.
A despeito disso Lottenberg (2009) afirma que, gorduras saturadas são aqueles
presentes nos alimentos industrializados, frituras, fast food. Essas contribuem para o
surgimento de doenças crônicas, diabetes, colesterol ruim e outros. Gorduras insaturadas
são gorduras boas, necessárias para o aumento do bom colesterol, regulação de hormônios
e construção de membranas celulares, de maneira geral são benéficas para o corpo.
Quando o indivíduo engorda, a causa desse fator é o acumulo de gorduras no
corpo que é na maioria das vezes consequência da ingestão de alimentos com alto teor de
açúcar e gorduras saturadas.
• Atividade 4. Pág. 44
“Por que mesmo as pessoas obesas não devem eliminar totalmente a gordura da
alimentação?”
Essa pergunta é reflexiva e faz o aluno pensar sobre o fator da obesidade
relacionado ao consumo de gordura. No capitulo foi apresentado de maneira simples a
função dos lipídios no corpo. O conteúdo quando não é apresentado de maneira a sanar
qualquer contradição, pode ocasionar confusões de interpretação. Quando o aluno lê o
capitulo e entende que a gordura está relacionado à obesidade e depois é colocado a pensar
do porquê gorduras, ainda que relacionado à obesidade, são importantes, sendo que
obesidade é visto como algo ruim, esta confusão pode ocasionar má interpretações se o
professor na sala de aula não levantar questionamentos e respondê-los.
36
• Atividade 8. Pág. 44
“As proteínas são responsáveis por muitas características dos seres vivos.
Explique por que, por mais carne bovina que uma pessoa coma, ela jamais vai adquirir
características do boi por causa disso.”
Relacionar a proteína da carne de boi com características fenotípicas do ser
humano é uma questão irrelevante. O livro citou várias fontes de proteínas, peixes, por
exemplo. A questão foi mal elaborada neste caso e não contribui para a construção de
uma reflexão crítica baseada em meios e evidencias cientificas.
5.3 Análise do segundo livro
Capitulo 3, pag.49, é destinado a abordagem mais direcionada ao conteúdo de
nutrição. NÓS SOMOS O QUE COMEMOS.
Inicialmente na página do capitulo, é mostrado uma gravura de uma família
aparentemente feliz se alimentando. Destacando nessa página dois fatores que chamam a
atenção. Primeiro, a família é negra, o que indica um detalhe importante quando se coloca
as ferramentas de inclusão social. Segundo, bebida bastante comum na sociedade e
extremamente nutritiva o suco de laranja. Juntando os fatores pode-se interpretar que, no
início do capitulo, o autor já traz uma relação de bem-estar, felicidade, harmonia com o
consumo de alimentos naturais que trazem um maior benefício para a saúde.
37
Figura: Apresentação do capitulo
A abordagem do capitulo como traz um enfoque fisiológico, com abordagem
de questões sobre ingestão, digestão, enzimas e processamento dos alimentos. Faz pouco
uso da sensibilização dentro dos textos para uma alimentação mais saudável e pouca
utilização de recursos interdisciplinares para enriquecer o tema. Ao longo do capitulo o
autor traz quadros sugerindo reflexões e pesquisas sobre temas relacionados a
alimentação.
Na parte em que direciona para a nutrição com foco em saúde traz um quadro
comparativo dos principais nutrientes importantes para o corpo como: Carboidratos,
proteínas, gorduras, minerais, destacando suas funções e efeitos de sua ausência na dieta.
Em um quadro destacado traz um texto informativo sobre: Alimentação e diversidade
Cultural, p.59. Nele trata sobre os aminoácidos essenciais e não essenciais, aqueles que o
organismo humano não é capaz de produzir e devem estar presentes na alimentação e
aqueles que o corpo humano já produz, respectivamente. Neste quadro há uma leve
citação sobre a tradição da culinária mineira (ARROZ E FEIJÃO) e logo convida o aluno
38
a pensar sobre mudanças necessárias nos hábitos alimentares. A imagem neste texto é
bastante convidativa, uma vez que mostra a convivência de pessoas em um momento de
lazer saboreando refeições saudáveis. Um destaque a essa imagem é que o autor aproveita
para trabalhar a sensibilização quanto à inclusão social. Como exemplo um garoto com
deficiência física e uma garota de cor Negra, socializando em harmonia com os outros
integrantes da imagem.
Figura. Imagem ilustrativa do texto: Alimentação e Diversidade Cultural
Esta atividade se torna muito interessante, pois se o professor usar deste
momento para promover um debate em sala de aula, pode enriquecer o tema trabalhado
e ao mesmo tempo, inserir a questão da alimentação com dois fatores importantes: A
alimentação e diversidade cultura. Relacionando costumes, crenças e hábitos alimentares
de sociedades distintas.
Atividade também poderia ser trabalhada de forma interdisciplinar
juntamente com os conteúdos de História e Geografia, resultando em um momento muito
produtivo na aplicação do conteúdo.
O autor traz duas atividades sugeridas para pesquisa ao lado do texto:
1- Pesquisa sobre as contribuições dos diferentes povos para a alimentação
brasileira;
39
2- Discussão em grupo sobre providências que poderiam ser tomadas para
acabar com a fome no mundo.
Figuras: Atividade sugerida para pesquisa. 1(Esquerda), 2 (Direita)
Uma ausência identificada no Livro é sobre a falta de abordagem sobre os
principais nutrientes para o organismo humano como Carboidratos, proteínas, gorduras.
Estes não aparecem em tópicos específicos tão pouco existe relação considerável a nível
molecular e fisiológica. O conceito de caloria e Quilocaloria aparece brevemente e não
está relacionado com o consumo diário ou a relação com consumo/necessidade do corpo
humano.
Em um outro quadro de destaque o autor traz um texto sobre: Nutrição,
saúde, propaganda e consumo, onde, de maneira sucinta, aborda relação do consumo de
açúcar e gordura com diabetes e obesidade, assim como faz um alerta para o consumo de
suplementos vitamínicos e convida o aluno a refletir sobre seus cuidados com a
alimentação.
Ao longo do livro não foram encontradas relações com os capítulos
seguintes ao tema alimentação, somente algumas imagens aleatórias de frutas e carnes
que apareceram no capitulo 8, p.162 .
No Capitulo balinhas e perfumes é mostrada uma imagem de um prato
considerado saudável, de arroz, feijão, alface e batata frita, onde o autor aborda a questão
do olfato. Esta imagem seria ideal para estar presente neste capitulo que é direcionado ao
40
tema alimentação. Esse mesmo capitulo traz outras imagens de alimentos como exemplo,
limão, morango, chocolate.
De maneira geral o livro trouxe um conteúdo pobre para se trabalhar o Tema
nutrição. Não foi abordada sobre a água, que constitui cerca de 70% da composição
celular do corpo humano, a abordagem sobre bebidas alcoólicas não estavam presentes,
não constou a importância da atividade física para garantir uma longevidade de vida, não
trouxe uma questão básica que deveria estar presente como ajudar o aluno a montar
refeições saudáveis nem tampouco o autor utilizou de recursos visuais como imagens de
pratos saudáveis, de frutas, verduras, para enriquecer o capitulo.
5.4 Análise das atividades:
• Atividade 3. Pag.68
“Se a Pessoa não perdeu gordura por que houve uma diminuição da massa?
b) Por que recuperou a massa tão rapidamente?
c) Na sua opinião essa dieta é saudável?”
Nesta atividade o autor traz algumas questões importantes, porém ao longo do
livro não houve nenhuma abordagem sobre as mesmas.
No capitulo não apareceu a relação de quantidade massa magra e massa gorda, o
que seria essencial para o aluno interpretar a atividade. Na atividade também houve o
aparecimento do termo Diurético. Este termo não foi trabalhado no capitulo, caberia ao
professor fazer a reflexão sobre o conteúdo esclarecendo as duvidas e levantando
questões.
• Atividade reflexão, pag.68
‘’ Reflita sobre suas atitudes:
Você acredita que promessas milagrosas como a do cartaz acima sejam
possíveis?’’
41
Essa atividade aborda as propagandas televisivas e os conceitos de padrões de
beleza instaurados pela mídia. Convida o aluno a pensar sobre essas questões e questionar
os valores que são transmitidos pelos meios de comunicação.
Figura. Imagem ilustrativa da atividade de reflexão
5.5 Comparação dos conteúdos de Alimentação nos dois diferentes
livros analisados.
Para tanto, foi montada uma ficha de avaliação de conteúdo a fim de
direcionar a análise dos dois livros. A metodologia utilizada foi baseada no trabalho de
Lemos (2009) onde fez o uso de tabela elencando vários conceitos importantes que
deveriam estar presentes no Livro.
Lemos utilizou notas de 0 a 5 para avaliar a presença, ausência e qualidade
dos conteúdos nos livros. Para avaliar a importância ou não do conteúdo estar presente
nos Livro analisados, neste trabalho as questões foram levantadas seguindo o PCN.
Uma primeira análise ao documento foi feita para diagnosticar como o
conteúdo era tratado e assim ser possível montar critérios de acordo com o que é
42
recomendado. No documento o tema é tratado na aba Ser Humano e Saúde e apresenta
pontos importantes que precisariam ser trabalhados com os estudantes no ensino
fundamental.
Tabela 1. Comparação dos Livros analisados de acordo com critérios PCN
TABELA COMPARATIVA DE CONTEÚDO NOS LIVROS ANALISADOS
Existe nos livros o conceito de calorias, quilocalorias?
Livro 01- SIM
Livro 02- SIM
O livro tras a relação de calorias, gasto calórico ?
Livro 01- EM PARTES
Livro 02- NÃO
Apresenta o conceito de proteina, assim como as fontes que são encontradas e
relação de quantidade de proteinas e gorduras em certos tipos de alimentos?
Livro 01- SIM
Livro 02- NÃO
Existe diferença dos tipos de carboidratos em relação a maior e menor
quantidade de fibras?
Livro 01- SIM
Livro 02-NÃO
O Livro cita colesterol e diferenças do colesterol bom e ruim?
Livro 01- NÃO
Livro 02-NÃO
Sobre lipideos, existe diferença de gorduras saturadas, insaturadas e trans?
Livro 01- NÃO (Apenas informa sobre gorduras trans, mas não relaciona)
Livro 02-NÃO
No conteúdo de nutrição é mencionado a prática regular de atividade fisica?
43
Livro 01- SIM
Livro 02-NÃO
No conteudo de nutrição é mencionado as consequencias de uma má
alimentação?
Livro 01- SIM
Livro 02-NÃO
É mencionado sobre o processo de transformação e perda de determinados
nutrientes durante o preparo?
Livro 01- NÃO
Livro 02-NÃO
Cita agrotóxicos?
Livro 01- NÃO
Livro 02-NÃO
Cita alimentos transgenicos?
Livro 01- NÃO
Livro 02-NÃO
Há presente informações sobre conservação dos alimentos?
Livro 01- SIM
Livro 02-NÃO
Trás informaões sobre rótulos de alimentos e como analiza-los?
Livro 01 – NÃO (Apresenta exemplo de rótulo mas não ensina como analiza-lo)
Livro 02-NÃO
Apresenta relação de proteínas, gorduras e carboidratos?
Livro 01- NÃO
Livro 02-NÃO
44
Apresenta figura da piramide alimentar? Esta está atualizada?
Livro 01- NÃO
Livro 02-NÃO
Ao longo do conteúdo o estudante consegue ter a ideia de quantida de comida
necessária a longo do dia para a obtenção de todos os nutrientes que precisam?
Livro 01 – NÃO
Livro 02-NÃO
Apresenta conceitos de higiene assim como riscos de contaminação com
alimentos?
Livro 01- SIM
Livro 02-NÃO
Sobre higiene menciona a diferença de alimento contaminado e estragado?
Livro 01 – NÃO
Livro 02-NÃO
Apresenta relação entre Preservação do meio ambiente ,produção e descarte de
alimentos?
Livro 01- NÃO
Livro 02-NÃO
Menciona a água e sua importância?
Livro 01- SIM
Livro 02-NÃO
Contextualiza o tema alimentação com a problemática da fome e desnutrição
infantil?
Livro 01 – SIM
Livro 02-NÃO
45
Informa como os meios de comunicação incluenciam na escolha dos alimentos?
Livro 01- NÃO
Livro 02-NÃO
Fala sobre Suplementos nutricionais; bebidas energéticas; repositores
hidroeletrolíticos ou isotônicos; anabolizantes.
Livro 01- EM PARTES
Livro 02-NÃO
Cita os Tabus alimentares X informações científicas
Livro 01 - NÃO
Livro 02-NÃO
Explica nos capitulos referentes a nutrição o conceito de caloria assim como
calcular e analisar o valor nutricional de um alimento?
Livro 01 - NÃO
Livro 02-NÃO
Explica o significado e as diferenças entre os alimentos “diet” e “light”?
Livro 01- NÃO
Livro 02-NÃO
Aparecem os benefícios e prejuízos das dietas da moda? Existe algum
comentário sobre distúrbios alimentares como anorexia e bulimia?
Livro 01- NÃO
Livro 02-NÃO
Sobre obesidade apresenta as definições, causas, consequências, tratamento,
prevenção e dicas de vida Saudável?
Livro 01 - SIM
Livro 02-NÃO
Traz algum alerta ou informação sobre o consumo de bebidas alcolicas?
Livro 01- SIM
Livro 02- NÃO
46
Gráfico: Comparação quantitativa de critérios presentes nos Livros
Conteúdo de nutricional nos livros didáticos é de grande importância devido a
nossa realidade atual. Embora ambos os livros apresentarem conteúdo relevante sobre
nutrição, os aspectos contidos mostram-se insuficientes para gerar um conhecimento
cientifico e uma reflexão sobre a importância da alimentação. Analisando a tabela e o
gráfico percebe-se que embora o Livro 01 tenha recebido mais criticas pela incoerência e
erros apresentados ele apresenta mais critérios sugerido pelos PCN se comparado ao
Livro 02.
Considerando temas importantes para a sensibilização da modificação dos
hábitos alimentares, o tema mais citado no livro 01 foi da obesidade, o livro 02 não
apontou nenhuma questão envolvendo este assunto. Houve a falta de apontamentos e
profundidade nos assuntos relacionados a diabetes, doenças cardiovasculares, anemia
ferropriva e hipovitaminoses no livro 01. No livro 02 não houve nenhuma citação a
respeito desses problemas.
Dentre os assuntos relevantes citados, alguns apareceram como forma de
leitura complementar ou foram citados nas atividades para reflexão. A anemia por
deficiência de ferro é a alteração carência de maior magnitude mundial, atingindo,
47
atualmente, cerca de 35% da população humana continua sendo uma doença de grande
prevalência no mundo. (TEIXEIRA, 2010)
Sobre os temas que apareceram em ambos os livros sob forma de leitura
complementar, há a possibilidade de estes poderem ser negligenciados e não discutidos
em sala de aula, uma vez que se o professor indicar essa leitura para casa essa maneira de
trabalhar tais temas não garante uma grande assimilação do conteúdo pois é preciso
grande enforque nessas problemáticas e muita reflexão.
O tema nutrição deve ser trabalhado de modo a promover um estilo de vida
saudável, conscientizando sobre saúde e bem-estar do indivíduo, ajudando o aluno a se
posicionar frente a um pensamento crítico sobre o tema. Segundo BRASIL (2000, p.259),
educar para a saúde é responsabilidade de muitas outras instâncias, em especial dos
próprios serviços de saúde, porém a escola ainda é a instituição que, privilegiadamente,
pode se transformar num espaço genuíno de promoção da saúde.
Em ambos os livros não apareceu a ideologia a nenhuma dieta pré-
estabelecida, apesar de carências de informações, os autores não favoreceram nenhum
tipo especifico de alimentação.
De acordo com os PCN sobre o tema nutrição, avaliam-se as necessidades
básicas de nutrientes por pessoa, a contribuição dos diferentes alimentos para o
crescimento e desenvolvimento e as tabelas de ingestão recomendadas, associando-as à
presença dos diferentes nutrientes nos alimentos — água, oxigênio, proteínas, hidratos de
carbono, gorduras, sais minerais, vitaminas — e suas funções no organismo. No livro 01
analisado houve o trabalho, mesmo que incompleto, de todos esses aspectos citados. Já
no livro 02 não se abordou a situação da água, oxigênio, assim como observou-se a falta
de informações a respeito de proteínas, hidratos de carbono, vitaminas e suas
contribuições para o corpo e não foi encontrado a presença de tabelas de ingestão
recomendadas.
[...] conceito de uma dieta universal “correta” deve ser
evitado, sob pena de desestimular a construção de um
padrão alimentar desejável e compatível com a cultura local,
composto a partir dos alimentos ricos em nutrientes próprios
de cada realidade[...] (PCN, 2000, p.259)
48
Sobre a prática da atividade física incluso no tema transversal saúde do PCN
é dito que o aprendizado das relações entre a prática correta e habitual de exercício físico
e a melhora da saúde devem incluir os benefícios, riscos, indicações e contraindicações
de diferentes modalidades esportivas, além das medidas de segurança na prática de
atividades físicas. No livro 01 o autor cita a importância da atividade física como
ferramenta para combater a obesidade, no livro 02 não há nenhuma citação sobre a sua
importância, nem relação consumo / gasto energético envolvendo o a ingestão recomenda
de alimentos.
Além de analisar o enfoque dado aos temas nutricionais na abordagem
molecular, atentou-se durante a análise para os detalhes implícitos dentro do tema. No
livro 01 algumas imagens apresentadas podem não corresponder a atual realidade do
aluno. A exemplo da imagem abaixo, subtende-se uma mesa com fartura e diversidade.
Em uma visão geral, a maioria dos alunos das escolas públicas brasileiras são de baixa
renda. De uma forma mais simplista, a maioria não tem em todas as refeições diárias
farturas e diversidades de alimentos para consumir. Em casos extremos, mas existentes,
alunos vão para a escola e muitas vezes a refeição oferecida durante o período é a sua
principal refeição diária. É importante fazer o uso de imagens que denotam uma
harmonia, prazer e bem-estar no momento da alimentação para gerar valor sobre o tema.
Mas, visto a realidade brasileira e se tratando de escolas públicas no contexto real, é
diferente e essa visão pode provocar uma interpretação mal compreendida de que para
uma boa alimentação é necessário um alto investimento financeiro, o que não é verdade.
Alimentos mais simples e baratos são suficientes para manter uma qualidade nutricional
adequada na vida do aluno.
Visto que a alimentação é parte integrante e primordial do cotidiano de
qualquer indivíduo e que erros implicam em inúmeros problemas à saúde, a alimentação
deveria ser um tema fundamental para gerar conhecimentos e promover o
desenvolvimento de práticas alimentares conscientes
49
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O livro didático é a ferramenta mais utilizada pelos professores e alunos em sala
de aula. Um material de facil acesso e fornecido gratuitamento pelo governo federal é
uma ferramenta de grande ajuda durante as intervenções didáticas. Considerando que o
tema saúde e alimentação é fundamental para propiciar o conhecimento critico do
educando, frente a inumeros problemas enfrentados pela falta de informação e
sensibilização, tem-se a necessidade de deselvolvimento de novas práticas e metodologias
de ensino para enrriquecer o trabalho de conteudo em sala de aula.
De acordo com os critérios metodológicos usados para a pesquisa, os conceitos
apresentados no livro didático não são suficientes para a promoção do conhecimento
cientifico. Muitas das informações contidas em ambos os livros não contribuem para uma
reflexão critica sobre o tema saúde e alimentação. Existem problemáticas como alimentos
Diet (baixo teor de açucar) e Light ( baixo teor de gordura), anorexia (magreza escessiva),
bulimia que poderiam estar presentes no texto e dar oportunidade ao professor e ao aluno
de explorar melhor esses temas. No livro 02 o autor menciona Diet e Light como sugestão
de pesquisa para a casa. Sendo assim caberia ao professor o comprometimento em
explorar melhor essas sugestões e trabalha-las em sala de aula. Sobre o debate quanto ao
que é uma alimentação saudavél, somente o livro 01 apresentou conteúdo significativo
para exploração do mesmo. O livro 01 trouxe implicito em forma de figuras. Seria
necessário que o professor utilizasse da sabedoria para explorar os conhecimentos dos
alunos. O livro 02 trouxe no inicio do capitulo uma imagem de uma família negra, feliz,
com uma mesa rica e diversa de alimentos. Essa imagem não condiz com a realidade
brasileira, onde no país a maioria das pessoas de baixa renda são negras e não possuem a
oportunidade de fazer as refeições mininimas necessárias para uma boa qualidade
nutricional.
Nos dois livros analisados, percebe-se uma falta de informações sobre nutrição e
alimentação, assim como erros conceituais. Por se tratar de um tema transversal, ou seja,
pode ser trabalhado junto a vários outros conteúdos dentro do ensino de ciencias, não
observou a sua contextualização nos demais capitulos do livro. Embora preocunte os
resultados encontrados nas duas análises, ainda não é suficiente para determinar a
gravidade dos problemas encontrados e os impactos no ensino de saúde em sala de aula.
Porém os resultados encontrados junto a todo refencial apresentado deixa claro a urgencia
50
de estudos mais amplos a fim de investigar o nivel de ensino em torno do tema educação
para saúde.
Dessa forma podemos concluir que, ao analisar o conteúdo sobre nutrição dos
livros didáticos de Ciências, conforme objetivou esta pesquisa, faz -se necessário que os
professores se atentem mais a escolha do material didático priorizando a apresentação de
informações, a contextualização e as ativades, ao mesmo tempo que não facam do livro
como única e exclusiva ferramenta de ensino, mas que utilize de outros materiais para
enrriquecer o trabalho durante o proceso ensino aprendizagem.
51
7. REFERÊNCIAS
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