MINISTl!llIO IJA - icmbio.gov.br · trimestral da situaç§o em que se encontra a frota operante....

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MINISTl!llIO IJA AGRICULTURASUPERINTENDENCIA DO DESENVOLVIMENTO DA PESCA

INSTITUTO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO PESQUEIRO DO BRASIL:CENTRO DE PESQUISA E EXTENSAO PESQU[IRA DA REGIÃO SUDESTE/SUL - CEPSULi

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INFORME TECNICO'SOBRE A,PESCA DEARRASTEIROS DE PARELHA NO RIOGRANDE DO SULt DURANTE O 12 TRI-MESTRE DE 1966.

, por

JORGE EDUARDO KOTAS(Projeto Demersais)

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INFORME TECNICO SOBRE ~ PESCA DE ARRASTEIROS00 SUL DURANTE O lQ TRIMESTRE DE 1986

DE PARELHA NO RIO GRANDE

Por Jorge Eduardo Kotas(Projeto Oemersais)

1 - INTROOUÇ/lO

A partir de Janeiro de 1986 foi iniciado o Projeto Amostra-gem Bioestatistica de Peixes Oemersais no porto de Itajal-SC, com afinalidade de avaliar periodicamente a situação em que se encontram -os principais recursos demersais capturados pela frota de arrasteirosde parelha na plataforma continental do Rio Grande do Sul. Este proj!to consiste em amostragens semanais de comprimento nos desembarques -das 4 principais espécies de pescado ( Castanha - Umbrina canosaiCorvina - Micropogonias furnieri ; Pescadinha Real - Macrodon ancylo-don e Maria-mole - Cynoscion striatus ) , bem como um acompanhamento-trimestral da situaç§o em que se encontra a frota operante.

No presente informe são apresentados alguns resultados pre-liminares deste tipo de estudo para o 12 trimestrft de 1986 e espera-mos que o mesmo seja de utilidade ao empresário e pescador direciona-dos nessa modalidade de pesca.

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2 - SITUAÇ/lO DA FROTA

Durante o lQ Trimestre de 1986 a frota de parelhas que dese~barcou no porto de Itajal esteve constituida predominantemente porarrasteiros do tipo "Grande"(acima de 20 m de comprimento total), sen-do que o comprime~to médio das embarcações e potência média dos moto _res esteve em torno de 22,5 e 313 respectivamente .

Analisando a tabela NQ Dl , observa-se que 36 embarcações(18'parelhas) operaram durante o referido perlodo , com um número total de47 viagens . O maior esforço de pesca ( em número de viagens ) ocorreudurante o mês de março (24 viagens) e o menor , durante o mês de Feve-reiro (8 viagens) . A maioria dessas embarcações operou na plataforma-do Rio Grande do Sul entre o Cabo de Sta Marta Grande (280 36'S) eChul (330 44'S) , sendo que os lances eram efetuados em profundidadesentre 11 e 42 metros ( Veja a figura NQ Dl ) . Um número reduzido deparelhas operou em áreas compreendidas entre a Ilha de Queimada Grande(240 26'S) e a Barra de Itajal (260 55'S) em profundidades que oscila-

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ram entre os 5 e 32 m .

3 - DESEMBARQUES

Para o 12 Trimestre de 1986(Tabela N202) a frota de parelhasdesembarcou um total de aproximadamente 1026 toneladas de pescado(Cor-vina, Castanha,Maria-mole e Pescadinha real) , sendo que os desembar -ques de pescadinha real foram os mais significativos ( em torno de372,7toneladas) . O maior indice encontrado para a Pescadinha real é justi-ficável, já que a frota operou em toda a faixa de distribuiç~o desta -espécie que se estende até os 25 metros de profundidade. Para esta e~pécie o mês de Março foi o que atingiu os maiores valores de captura (161,7 toneladas) .

Com relaç~o à Corvina, esta apresentou um total de 332,7 to-neladas para o referido per rodo , coincidindo as capturas com a época -em que a Corvina apresenta a sua distribuiç~o mais costeira para a Sua reproduç&o. Maiores valores foram obtidos durante o mês de Marçocom um total de 157,8 toneladas.

A Maria-mole e a Castanha foram as espécies que apresentatamos menores valores nos desembarques, finalizando um total de 222,4 e98,7 toneladas respectivamente para o 12 Trimestre de 1986 . As maio -res capturas também foram obtidas durante o mês de Março.

Os menores valores obtidos na Castanha possivelmente se de -vam ao comportamento migratório desta espécie,já que nessa época doano os maiores rendimentos se encontram no Uruguai e Argentina ( ACastanha realiza migrações tróficas e reprodutivas , concentrando-se _no ver~o na plataforma Argentina-Mar de Plata e no inverno reproduzin-do-se na costa do Rio Grande do Sul ). E interessante também conside _'rarmos que as maIores concentrações de Castanha no Rio Grande do Sul -ocorrem durante inverno-primavera a profundidades que vão dos 60 a 80metros , rfixa esta mais utilizada pelos arrasteiros de portas .

4 - AMOSTRAGENS DE COMPRIMENTOS

• Apresentamos a seguir alguns resultados preliminares das a-mostragens de comprimento na frota para a Corvina e Pescadinha Real . 'Com relaçao à Castanha e Maria-mole , a informaç~o ainda é insuficiente para algum comentário à respeito. Esperamos que após um semestre _de amostrgens, as informações sejam mais concisas para uma avaliação _inicial destes dois últimos recursos p~squeiros .

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5 - PESCADINHA REAL

5-1 - METODOLOGIA

Foram realizadas 7 amostragens de comprimento na frota de arrasteiros de parelha operantes no Rio Grande do Sul , totalizando2.404 individuos medidos para o 10 trimestre de 1966 (Tabela NQ 03)As amostras foram obtidas das capturas realizadas nas áreas entre as -localidades de Rio Grande e Torres a uma faixa de profundidade compre-endida entre 13 a 40 metros (Figura NO 02)

5-2 - RESULTADOS

As medidas de comprimento total dos individous amostrados f~ram apresentadas por meio de um gráfico de distribuiç~o de freqUênciaspercentuais(Figura NO 3) . Para o 10 Trimestre de 1986 a média dos co~primentos totais esteve em torno de 24,1 Cm, sendo que a maior frequê~cia permaneceu em torno de 22 Cm . Vemos pois, que a maioria dos ind~viduos capturados pela frota durante esse período do ano eram Juvenis-(60X) e ainda n~o haviam completado a sua 10maturaç~0 sexual(Esta oco-rre aos 25 Cm de Comprimento total). Resulta evid~nte que esta espécieesteve submetida a uma forte "Sobrepesca de Crescimento"(Growth Over ~fishing), já que mais da metade das pescadinhas capturadas eram sexualmente imaturas. E também importante salientar que as áreas de concen -traç~o dos Juvenis coincide com a dos exemplares maiores, sendo a in-tensidade de pesca semelhante para todos os grupos'de Comprimento .

Se a situaç~o anterior persistir, Há sem dúvida a necessida-de a curto prazo de minimizar as capturas sobre essa populaçao jovem -mediante a utilizaç~o do tamanho mínimo de malha no ensacador regula _mentado pela SUDEPE desde 1983 ( 60mm nol0semestre e 90mm no 20semes _tre - distAncia n6 a n6 com a malha esticada).

O desrespeito ao tamanho mínimo de malha, que infelizmente _prossegue , está certamente comprometendo a pescaria da Pescadinha Re _ !

al no Rio Grande do Sul , pois este recurso n~o está possuindo mais-a capacidade de auto-renovaçao , através do recrutamento de individuosJovens . Dados anteriores já levam a crer que o estoque atingiu um e~tado de Sobreexploraçao( Diminuiç~o de 548 Kg/h em 1968 para 101Kg/h _em 1982 nos rendimentos da frota que operou na regiao Sul e desembar-cou no porto de Santos , desaparecimento das classes de idade maioresde 5 anos e um aumento da taxa de crescimento) .

6 - CORVINA,

6-1 - METODOLOGIA

Foram realizadas 5 amostragens de comprimento na frota de a!rasteiros de parelha operantes no Rio Grande de Sul, totalizando 1872individuos medidos para o 1º Trimestre de 1986 (Tabela Nº4). As amos -tras foram obtidas das capturas realizadas nas áreas entre as locali~~des de Rio Grande e Torres a uma faixa de profundidade compteendida entre 13 a 34 metros ( Figura Nº 4 ).

6-2 - RESULTADOS

As medidas de Comprimento total dos individous amostrados foram apresentadas no gráfico de distribuição de freqUências percentuais(Figura N2 5).Para o 12 trimestre de 1986 , a média dos comprimentos -totais esteve em torno de 32,7 Cm , sendo que a maior freqUência de indivíduos permaneceu em torno de 30 Cm.

Comparando a distribuição de freqUências Trimestral com o tamanho de 12 maturação sexual da Corvina na plataforma continental doRio Grande do Sul ( Em torno de 35 Cm - 2 anos de;vida ) , verifica-seque mais da metade dos individuos capturados (71,6%) são jovens imatu-ros , ou seja , recrutas ao estoque adulto(recrutamento ocorre duranteo verão-outono no Rio Grande do Sul).

De acordo com o comentário apresentado anteriormente, perce-be-se para o 12 trimestre de 1986 o efeito da Sobrepesca de crescimen-to (Growth Overfishing)sobre a população .

Embora os resultados anteriores sejam apenas trimestraisacreditamos da necessidade imediata de uma tomada de consciência por -parte dos mestres das embarcações de parelha quanto ao tamanho mínimo-de malha a ser utilizado e do respeito da distância minima da costa de3 milhas , visto q~e os rendimentos das parelhas operantes no Rio Gra~de do Sul já foram reduzidos em 43% durante o per iodo de 1977 a 1984(Em Kg/HpXDia) .

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TABELA NQ01~ Arrasteiros de Pa- ~. I11 I'

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DESEMBAR-QUES

TABELA N2 02- Pescado Desembarcado no Porto de Itajaí-SC pelosArrasteiros de parelha (em Kg) por mês e espécie - 12 Trimestre de 1986

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TABELA N2 03- Informações gerais das amostras de comprimento _para a pescadinha Real (Macrodon ancylodon) no porto de Itajaí-se - Estoque Sul - 12 Trimestre de 1986

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TABELA NQ 04- Informações gerais das amostras de comprimento para,a Corvina (Micropogonias furnieri) no porto de Itajaí-SC Estoque-;Sul - 1Q Trimestre de 1986

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FIGURA NQ 1 - Localização das áreas de Pescaonde a frota de arrasteiros de Parelha sedia

_ da em Itajaí atuou - lQ Trimestre de 1986 .

FIGURA NQ 2 - Localização das áreas de Pescados desembarques amostrados para a PescadinhaReal .

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FIGURA NQ 3 _ Distribuiçfto de freqUências de comprimentos paraa pescada-foguete(Macrodon ancylodon) desembarcada no Porto -de Itajal-SC e capturada no Estoque Sul pela frota de arras -te iras de Parelha - 10 Trimestre de 1986.

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FIGURA NO 4 - Localização das áreas de Pesca dos· desembarquesamostra dos para a corvina

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FIGURA ~ 5- Distribuição de freqUências de comprimentos pa:aa Corvina (Micropogonias furnieri) desembarcada no porto de!taja!-SC e capturada no Estoque Sul pela frota de Arraste!rcs-de Parelha - 12 Trimestre de 1986 .

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