Metodologia Do Seerviço Social

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O livro reúne conteúdos desenvolvidos na disciplina de metodologia em Serviço Social, pela professora Maria de Fátima Matos Cardoso. A primeira parte se refere a algumas reflexões sobre fundamentos históricos, teóricos e metodológicos do Serviço Social. A profissão surge no Brasil em 1930, um período de industrialização do país, onde está relacionado com o capitalismo, produzindo assim várias transformações de migração do campo para as cidades. Com isso vem a questão social e seus dobramentos, onde é imposto um reordenamento das práticas de Assistência Social. Naquela época a metodologia adotada se destacava como a de caso, grupo e desenvolvimento de comunidade. O Serviço Social adotava modelos europeus e tinha a estratégia voltada para o capitalismo objetivada em exercer controlo sobre as famílias do operariado brasileiro. Em 1960 o Serviço Social recebe influências da Revolução Cubana, introduzindo o pensamento Marxista e a Dialética. Nesse período a profissão reformula as suas práticas e passa a defender os interesses da classe trabalhadora e suas estratégias se dirigem para eliminar as formas de opressão e aumentar a conscientização através de aços transformadoras. Com a promulgação da Constituição de 1988 evidencia-se uma forte direção na defesa dos direitos humanos e dos direitos sócias. Com opassar do tempo as práticas do Serviço Social vem se reformulando, é preciso uma metodologia que corresponda ao contexto em que a prática está inserida para que satisfaça as necessidades da nossa realidade. A segunda parte do texto está destacada a operacionalidade, e como os instrumentos são apropriados dependendo do contexto histórico para a prática profissional. São abordados com profundidade a Observação, a Entrevista, o Relatório e a Visita. Observação Social A observação sensível nos alerta para o sensível no relacionamento com os usuários. É preciso respeitar caso o usuário não esteja em um momento bom e ficar sempre atento,

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Como funciona a metodologia em sim

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O livro rene contedos desenvolvidos na disciplina de metodologia em Servio Social, pela professora Maria de Ftima Matos Cardoso. A primeira parte se refere a algumas reflexes sore fundamentos !ist"ricos, te"ricos e metodol"gicos do Servio Social.A profiss#o surge no $rasil em %&'(, um per)odo de industriali*a#o do pa)s, onde est relacionado com o capitalismo, produ*indo assim vrias transformaes de migra#o docampo para as cidades. Com isso vem a +uest#o social e seus doramentos, onde , imposto um reordenamento das prticas de Assist-ncia Social. .a+uela ,poca a metodologia adotada se destacava como a de caso, grupo e desenvolvimento de comunidade. O Servio Social adotava modelos europeus e tin!a a estrat,gia voltada para o capitalismo o/etivada em exercer controlo sore as fam)lias do operariado rasileiro.0m %&1( o Servio Social recee influ-ncias da 2evolu#o Cuana, introdu*indo o pensamento Marxista e a 3ial,tica. .esse per)odo a profiss#o reformula as suas prticase passa a defender os interesses da classe traal!adora e suas estrat,gias se dirigem paraeliminar as formas de opress#o e aumentar a conscienti*a#o atrav,s de aos transformadoras.Com a promulga#o da Constitui#o de %&44 evidencia5se uma forte dire#o na defesa dos direitos !umanos e dos direitos s"cias.Com opassar do tempo as prticas do Servio Social vem se reformulando, , preciso uma metodologia +ue corresponda ao contexto em +ue a prtica est inserida para +ue satisfaa as necessidades da nossa realidade.A segunda parte do texto est destacada a operacionalidade, e como os instrumentos s#oapropriados dependendo do contexto !ist"rico para a prtica profissional.S#o aordados com profundidade a Oserva#o, a 0ntrevista, o 2elat"rio e a 6isita.Oserva#o SocialA oserva#o sens)vel nos alerta para o sens)vel no relacionamento com os usurios. 7 preciso respeitar caso o usurio n#o este/a em um momento om e ficar sempre atento, pois nem tudo +ue parece ,. .o Servio Social , utili*ada a oserva#o sens)vel significativa, onde o atendimento , !umani*ado e necessrio +ue faa com +ue as pessoas se sintam acol!idas, assim seguras e confiantes para conversar. A oserva#o exige +ue se ten!a outro ol!ar, visando sempre o mel!or para o usurio. As ve*es nem sempre a realidade est n)tida, , preciso +uestionar e procurar entender a verdadeira situa#o.A Oserva#o exige cuidado para saer destacar o +ue , mais importante para a vida social da+uela pessoa ou fam)lia, e s#o de grande import8ncia pois atrav,s dela estudamos para poss)vel processo de interven#o.0ntrevista SocialA entrevista social permiteuma intera#o com a realidade social e atrav,s dela con!ecemos mais sore a !ist"ria de vida de algu,m +ue necessita viver em mel!ores condies. 0m algumas condies sociais +ue as pessoas se encontram, , preciso ser feita uma interven#o social, para +ue assim a /ustia se/a feita.9ara o processo de 0ntrevista Social , necessrio a apura#o da escuta, para saer realmente o +ue o outro est +uerendo di*er e os seus reais interesses. Com o processe de oserva#o Sens)vel , poss)vel desenvolver uma aten#o articulada.Atrav,s do dilogo da entrevista o profissional vai criando v)nculo com o usurio, assimas pessoas v#o se sentindo mais confiantes e produ*em resultados. A conversa deve fluirnaturalmente com a condu#o t,cnica da parte do profissional.O 0spao:Amiente tam,m influi para a entrevista, emora os profissionais se/am +ualificados para reali*ar as entrevistas em diversos locais, estes tem a responsailidadede organi*ar meios para +ue se d- de maneira digna e respeitosa as pessoas +ue s#o tratadas.Antes de entrar em contato com algu,m , importante entender a realidade em +ue est pessoa se encontra, preparar5se tecnicamente e com con!ecimento da realidade.7 importante ressaltar +ue uma entrevista , mais +ue uma conversa, pois , um servio acionado por algu,m +ue precisa onde o profissionalestar lutando pelos seus direitos, assim sendo , preciso con!ecer a+uela realidade.A coleta de informaes contriui para transformar a prtica. 7 importante +ue os profissionais documentem suas prticas, pois estas podem se tornar suas fontes de pes+uisa e compartil!amento com outros profissionais. O entrevistador deve separar umtempo entre as entrevistas para +ue possa refletir sore elas e anotar os aspectos significativos. S" atrav,s da compreens#o ade+uada ser poss)vel uma interven#o apropriada, por isso o usurio deve ter tempo para se expressar. 0m casos de gravaes e fotos, , necessria a autori*a#o do usurio, e os mat,riais devem estar em ar+uivos sigilosos do assistente social.A 0ntrevista Social serve como o/eto de estudo e , de extrema import8ncia para con!ecer a realidade do entrevistado.6isitas SociaisA 6isita 3omiciliar , um processo utili*ado desde a antiguidade, a igre/a Cat"lica mantin!a essa prtica com o o/etivo de manter a influ-ncia da igre/a sore o dia5a5dia dos seus fi,is, assim tin!am certo controle sore eles..o $rasil as visitas domiciliares s#o usadas desde o comeo do Servio Social para monitorar os comportamentos das fam)lias especialmente a servio do capitalismo, visado manter os padres em +ue os !omens sustentam a casa e as mul!eres cuidam da educa#o dosfil!os e da fam)lia.A visita domiciliar entra em contato com os usurios e o espao de vida em +ue vivem, sendo assim poss)vel con!ecer a realidade social +ue o envolve. O territ"rio nos di* muito sore a+uela pessoa, por isso o instrumental da 6isita 3omiciliar aprofunda o con!ecimento da realidade desenvolvendo anlises sore os impactos sociais.A autora coloca +ue , necessrio avisar o usurio sore o dia da visita, para n#o surpreende5lo ao c!egar de surpresa, reforando +ue /amais deve invadir ou usar a fora para entrar no domic)lio de algu,m. 0m casos de n#o autori*a#o para entrar e entrevistar, devem ser esclarecidas as condies para n#o retardar o andamento das anlises sociais.Ao se plane/ar uma visita , interessante pes+uisar sore a regi#o, para con!ecer as suas condies de acesso e os seus deslocamentos. ;am,m cae ao profissional pes+uisar sore a exist-ncia de farmcias, escolas, centros de sade e outros servios +ue atendama+uela regi#o e suas necessidades.A anlise , feita atrav,s da pes+uisa, ou se/a, saer +uantas pessoas moram na+uela casa, a conviv-ncia familiar, como s#o os relacionamentos e etc.A 6isita Social 3omiciliar facilita a a#o na perspectiva do su/eito de direito < Assist-ncia Social.Sore as anotaes , necessrio +ue os relatos se/am o/etivos, lemrando sempre+ue estes devem ser seguidos pelo princ)pio da ,tica. O 2elat"rio Social s" deve ser feito ap"s isso, pois a anlise n#o , t#o imediata.O termo Social deve ser adotado ao documentar os instrumentais, por+ue estes tam,m s#o utili*ados por outros profissionais.As 6isitas Sociais =nstitucionais s#o comuns as situaes em +ue os usurios s#o so*in!os e n#o possuem v)nculos. 0st ligado a +uestes de perda de autonomia para empreendimento de si mesmo.As 6isitas >ospitalares s#o comuns em situaes +ue o usurio este/a vinculado com empresas e arigos, levando a situaes em +ue se encontram internado. 0ssas 6isitas ocorrem para contato com o usurio e saer o +ue eles dese/am em rela#o a institui#o em +ue est#o vinculados.As 6isitas Sociais de 2ecursos se refere ao caderno de recursos +ue todo profissional fa*. 2elat"rio SocialO 2elat"rio Social , um instrumento +ue reflete a +ualidade da aplica#o dos outros instrumentais. Se voc- fa* uma oa 0ntrevista Social e n#o documenta, ou documenta de forma incorreta, isso refletir nas =ntervenes Sociais. O 2elat"rio Social serve pararegistrar o +ue oservamos e o +ue coletamos de informa#o durante a conversa profissional com o usurio..o Servio Social o 2elat"rio , utili*ado como instrumental desde %&'? nos 0stados @nidos, , pioneiro de pes+uisa reali*adopor MarA 2ic!mond. 3entre algumas finalidades ao elaorar o 2elat"rio Social se encontramB Anlise de aplica#o dos princ)pios e t,cnicas do Servio Social, pes+uisar intervenes sociais a partir dos registros documentados, e para aprendi*agem social.Serve tam,m para entender determinadas realidades sociais e suas nuances e desenvolver intervenes a partir da analise dos dados otidos..o caso de =nterven#o Social, o 2elat"rio vai documentar a !ist"ria de vida de determinado grupo familiar, trata5se de um estudo social. 0m relaes a consideraes ,ticas, os documentos elaorados pelo Assistente Social devem ser ar+uivados em locaisrestritos ao Servio Social, ou em casa de documenta#o interdisciplinar, onde o ar+uivodeve ser reservado apenas aos profissionais +ue atuam nessa rela#o con/unta.O 2elat"rio Social , recomendado +ue se/a sempre elaorado em papel timrado contendo local e data, e +ue se/a identificado. A coleta de informaes +ue contem o motivo de procura do usurio ou a demanda +ue na+uele momento tem o o/etivo de interven#o social deve ser destacado logo no primeiro pargrafo. ;am,m , recomendado +ue se ten!a uma linguagem esclarecida.Ap"s registrar as demandas , reali*ada a anlise t,cnica do caso e da realidade social envolvida, essa , a etapa da elaora#o do 3iagn"sticoSocial.Com ase na coleta de dados analisamos as demandas, os informes sociais da pessoa,as articulaes potenciais +ue ela apresenta para lidar com o conflito, suas limitaes e a perspectiva imediata de atendimento social, com recursos a institui#o +ue ora representa.A outra etapa se refere ao 9arecer Social, +ue trata da opini#o profissional e da indica#o ade+uada para presta#o do servio social necessrio, e da manifesta escol!a do usurio, amparadas por todo este processo. 9or ltimo vem o carimo com o nome completo do profissional, seu registro do C20SS competente e assinatura.Outros documentos decorrentes do 2elat"rio SocialB 0volu#o C 2egistro de segmento ao primeiro atendimento social ou outros +ue conten!am no dia5a5dia, +uando o usurio comparece ou por orienta#o ou espontaneamente.2elato Social de 0ncamin!amento C @sado para finalidade de encamin!amentos.Fic!a de =dentifica#o C O profissional pode cuidar de destacar e entender em os o/etivos do por+u- certas informaes s#o solicitadas.O 2elat"rio Social tam,m propicia alguns processos de anlise social, como o 0studo de Caso, 0studo Social e o Daudo Social.0vid-ncias dos 3ireitos Sociais no uso de instrumentaisA lin!a de curso de orienta aos con!ecimentos prticos e te"ricos. Os profissionais devem saer sore as teorias e leis+ue o cercam. Sore as fam)lias, o tema est sempre se alterando caendo ao profissional pes+uisar e con!ecer sore as novas concepes. 0m rela#o ao 0CA a partir desta legisla#o alguns servios foram implementadosB prioridade no atendimento < criana e < gestante,a +ualifica#o da presta#o de servios < maternidade e < inf8ncia. 3estaca5se tam,m ainflu-ncia do Consel!o ;utelar e outras formas de prote#o social. Sore o S@S, a =ntegralidade , aprofundada por+ue inova uma aordagem exclusiva a segmentos +ue uma 9ol)tica de Sade local pode n#o aranger. 3ireciona uma aten#o e gera presta#o de servios diferenciada e articuladora.Sore o DOAS, , preciso saer +ue foi uma inova#o em nosso 9a)s em termo de 9ol)tica Social, e trouxe muitos avanos +ue com o Sistema Enico de Assist-ncia Social, pode reverter situaes de risco social. O estado tam,m tem prima*ia na aplica#o da Assist-ncia Social, +ue , devida universalmente e direito social.Com a 9.AS atrav,s do S@AS temos a possiilidade concreta para estruturar a presta#o de servios sociais, com intervenes organi*adas da popula#o e das foras sociais locais. 0stas prticas exigem novas atitudes dos profissionais, uma ve* +ue as aes transdisciplinares e intersetoriais s#o pr, re+uisitos para o fortalecimento da Assist-ncia Social no $rasil.Visualizar como multi-pginas