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AMOSTRAGEM INDIVIDUAL DE UM AEROSSOL COM O COLETOR INDIVIDUAL DE PARTICULADO - CIP 10 Ficha H4 CIP10 25-10-02 (2).doc (v1 : 25/09/2002) 1) OBJETIVOS Esta ficha descreve o método de amostragem individual das frações de um aerossol em relação á saúde, tal qual foram definidas pelas Normas EM 481 [*1] e ISO 7708 [*2]. O amostrador CIP 10 [*3] existe em três modelos : CIP 10-R [*4], CIP 10-T [*5] e CIP 10-I [*6], para amostragem conforme a necessidade sendo a fração alveolar, torácica ou inalável. Um exemplo de utilização do método é a medição da exposição individual à poluentes particulados que contenham uma substância para a qual existe um valor limite de exposição em fração alveolar, torácica ou inalável. 2) MATERIAL CIP 10 equipado com seletor de fração alveolar (fig.1), torácica (fig.2) ou inalável (fig.2b ou fig.9). Cassete Rotativo equipado com um filtro específico de espuma poliuretana de grau 60 (60 PPI * ). Sistema de controle de fluxo com compensação de perda de carga (Fig.3) Figura 1 : Foto e esquema do aparelho CIP 10 em versão alveolar (CIP 10-R), fluxo de ar: 10 L.min -1 1 :Fenda anular de aspiração 2 :Capacete protetor 3. Impactador 4. Filtro de espuma grau 45 PPI * 5. Cassete rotativo com espuma de grau 60 (60 PPI * ) 6 : Saída do ar 7 :Sinalizador de funcionamento 8 : Motor 9 : Baterias 10 : Circuito de regulagem 11 : Entrada 0-220 Vac. * PPI Poros por polegada (número. de poros sobre um comprimento de 2,54 cm).

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    1) OBJETIVOS

    Esta ficha descreve o mtodo de amostragem individual das fraes de um aerossol em relao sade, tal qual foram definidas pelas Normas EM 481 [*1] e ISO 7708 [*2]. O amostrador CIP 10 [*3] existe em trs modelos: CIP 10-R [*4], CIP 10-T [*5] e CIP 10-I [*6], para amostragem conforme a necessidade sendo a frao alveolar, torcica ou inalvel. Um exemplo de utilizao do mtodo a medio da exposio individual poluentes particulados que contenham uma substncia para a qual existe um valor limite de exposio em frao alveolar, torcica ou inalvel.

    2) MATERIAL CIP 10 equipado com seletor de frao alveolar (fig.1), torcica (fig.2)

    ou inalvel (fig.2b ou fig.9). Cassete Rotativo equipado com um filtro especfico de espuma

    poliuretana de grau 60 (60 PPI*). Sistema de controle de fluxo com compensao de perda de carga

    (Fig.3)

    Figura 1 : Foto e esquema do aparelho CIP 10 em verso alveolar (CIP 10-R), fluxo de ar: 10 L.min-1 1 :Fenda anular de aspirao 2 :Capacete protetor 3. Impactador 4. Filtro de espuma grau 45 PPI* 5. Cassete rotativo com espuma de grau 60 (60 PPI*)

    6 : Sada do ar 7 :Sinalizador de funcionamento 8 : Motor 9 : Baterias 10 : Circuito de regulagem 11 : Entrada 0-220 Vac.

    * PPI Poros por polegada (nmero. de poros sobre um comprimento de 2,54 cm).

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    Figura 2a: Seletor da frao torcica (CIP 10-T, fluxo de ar 7 L.min-1)

    Figura 2b : Seletor da frao inalvel (CIP 10-I, fluxo de ar 10 L.min-1)

    3) PRICPIO DE FUNCIONAMENTO DO CIP 10

    O fluxo do aparelho assegurado pela rotao em alta velocidade (7000 rpm) de um cassete com espuma porosa no interior de uma cavidade chamada cabea, equipado com uma entrada axial e uma sada tangencial. A aspirao provocada pela combinao do escoamento chamado ciclonico e anti-ciclonico descrito nos anos sessenta [*7, *8] e utilizado em determinados amostradores anteriores ao CIP 10. O fluxo diretamente proporcional a velocidade da rotao [*9]. Se obtivermos com o aparelho CIP 10 um fluxo relativamente elevado em relao a sua compacidade, o dispositivo em contrapartida sensvel a qualquer fuga de carga imposta pelo escoamento, o que faz com que a medio do fluxo seja acompanhada obrigatoriamente por uma compensao de perda de carga do instrumento de medio (Fig. 3).

    As partculas recolhidas so coletadas no filtro rotativo de espuma de poliuretano de grau 60. A filtragem atravs de uma espuma de poliuretano foi estudada inicialmente por Brown [*10] e por Gibson e Vincent [*11]. Outros estudos foram realizados desde ento [*12,*13]. A eficcia de filtragem cresce proporcionalmente a velocidade de rotao do filtro, tal como verificamos experimentalmente [*9].

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    O estagio coletor precedido por um seletor de partculas. Sua funo selecionar as partculas em funo do seu dimetro aerodinmico. Ele assegura a passagem da frao medida para o cassete rotativo retendo as partculas maiores. Os trs seletores valem-se de uma fenda anular onidirecional de aspirao. O encaminhamento do aerossol no interior do seletor difere em funo da frao selecionada (Fig. 1, 2a, 2b ou 9). Uma seleo correta assegurada unicamente respeitando os fluxos nominais dos seletores:

    Frao Alveolar 10 L.min-1

    Frao torcica 7 L.min-1

    Frao inalvel 7 L.min-1

    4) CARACTERSTICAS TCNICAS DO CIP 10

    O CIP 10 um dispositivo compacto comparado com os dispositivos clssicos compostos geralmente de uma cabea de amostragem ligada a uma bomba por um tubo flexvel. As dimenses, o peso, a tenso das baterias, o consumo, as caractersticas das espumas e outros parmetros tcnicos encontram-se relacionados no manual tcnico de utilizao. [*14, *15]. Resta ressaltar sua grande autonomia que ultrapassa 30 horas de funcionamento para uma s carga de bateria. A particularidade do CIP 10 reside ao mesmo tempo na utilizao de um filtro rotativo para aspirar o ar e coletar as partculas. Esta soluo tcnica lhe confere algumas propriedades interessantes. A rotao do cassete consome pouca energia em relao a uma bomba clssica, o que confere ao aparelho uma grande autonomia. A utilizao de um filtro de pouca perda de carga em espuma de poliuretano permite seu funcionamento com um fluxo relativamente elevado para uma amostragem do tipo individual (10 L.min-1) e a coleta de uma massa importante de partculas sem saturao (at 50 mg.). Em contrapartida, a eficcia de reteno do filtro diminui levemente para partcula finas menores de 2 m. Esta diminuio parcialmente compensada por uma fraca superestimao da quantidade de partculas na faixa de 3 5 m em relao conveno alveolar (Fig. 4).

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    5) MEDIO E REGULAGEM DO FLUXO A regulagem do fluxo do CIP 10 obtido, modificando a velocidade da rotao do motor que movimenta o cassete. A medio do fluxo necessita de um dispositivo de compensao de perda de carga. Um esquema de medio e regulagem do fluxo representado na figura 3.

    Figura 3: Esquema de medio e regulagem do fluxo do amostrador CIP 10.

    O princpio da medio do fluxo com compensao da perda de carga baseia-se na manuteno do equilbrio do fluxo do amostrador com o fluxo de compensao. O fluxo de compensao regulado por uma vlvula com o fluxo nominal do amostrador e medido atravs de um contador de gs (ou equivalente) calibrado. Esse fluxo enviado num recinto no qual encontram-se inserida a cabea de aspirao do CIP 10 em condio de funcionamento. O recinto possui uma tomada de presso esttica conectada ao monmetro. O equilbrio entre o ar expelido e o ar aspirado atingido quando a presso diferencial p entre a presso atmosfrica e a do recinto igual a zero. Se no for o caso, o fluxo de aspirao do aparelho CIP 10 deve ser modificado com a ajuda do potencimetro sobre o circuito eletrnico do aparelho at obter p = 0. O modo de utilizao esta descrito no manual de utilizao do amostrador [*14, *15]. Aps a regulagem do fluxo para o valor nominal, a velocidade de rotao do cassete rotativo pode ser medida com o auxilio de um conta-giros eletrnico. A proporcionalidade direta entre a velocidade de rotao e o fluxo do CIP 10 [*9] permite uma verificao posterior do fluxo. Este procedimento pode ser utilizado somente no caso da utilizao de seletores do mesmo tipo (medio da mesma frao de aerossol). Se no caso deste controle, a velocidade de rotao for diferente da que foi registrada aps a regulagem do fluxo, o fluxo dever ser reajustado ao fluxo normal seguindo o procedimento completo de medio com compensao de perda de carga.

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    Nota:A regulagem do fluxo deve-se realizar sistematicamente na mudana do

    tipo de seletor. Mesmo se os seletores da frao alveolar e da frao inalvel so utilizados com o mesmo fluxo (10 L/.min-1), as regulagens no so idnticas. Esses dois seletores impem realmente ao fluxo de ar, perdas de carga diferentes. Conseqentemente a velocidade de rotao levemente diferente nos dois casos. Isto vlido tambm para o seletor de frao torcica que funciona com o fluxo nominal de 7 L/.min-1.

    6) MONTAGEM E UTILIZAO

    O acoplamento dos diferentes seletores e a montagem do cassete rotativo so relatados no manual de utilizao do aparelho [*14, *15]. Para a amostragem individual o CIP 10 pode ser montado numa bolsa de amostragem que permita sua fixao sobre o peito nas proximidades das vias respiratrias superiores. A inicializao e a parada do aparelho poder se realizar com o auxlio de um interruptor magntico. A concentrao macia do aerossol desconta-se da massa das partculas coletadas no cassete rotativo equipado de seu filtro em espuma de poliuretano. O procedimento de pesagem encontra-se descrito tambm [*15, *28]. No caso de algumas aplicaes analticas a espuma pode ser incinerada e somente as partculas minerais podem ser recuperadas para anlise (no caso do silcio, por exemplo) [*27]. Se as substncias das quais queremos medir a concentrao no ar so solveis num solvente, podemos recuper-las por extrao.

    7) PERFORMANCE DO AMOSTRADOR

    A eficcia da amostragem foi medida em laboratrio em funo do dimetro aerodinmico das partculas e comparado as curvas convencionais de amostragem de fraes de aerossol ligadas sade [*1, *2]. As performances do amostrador foram avaliadas e expressadas em forma de fichas de divergncias e preciso obedecendo a norma europia EN 13205 [*17]. Pelo fato do amostrador permitir em funo seletora de medir uma das trs fraes convencionais, convm avaliar suas performances frao por frao.

    Performances de amostragem da frao alveolar

    Para amostrar a frao alveolar de um aerossol, o aparelho utilizado na sua verso CIP10-R com o seletor representado na figura 1, com o fluxo de 10 L/min-1. As medidas de eficcia foram realizadas num tnel aero mtrico nas condies prximas das conhecidas como ar calmo valendo-se de um aerossol polidisperso. Os resultados relativos eficcia da amostragem encontram-se representados na figura 4 em funo do dimetro aerodinmico das partculas [*16]. A curva convencional alveolar igualmente representada.

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    A eficcia experimental encontra-se prxima da curva convencional, mas apresenta um mximo acima de 2. A diminuio da eficcia inferior a 2 m deve-se a rejeio parcial das partculas menores pelo filtro rotativo. As fichas de desvio e preciso correspondentes a eficcia medida encontram-se representadas na figura 5 para uma srie de distribuio granulomtrica de um aerossol do tipo log-normal. Os parmetros de distribuio constituem as coordenadas da ficha: MMAD Mass Median Aerodynamic Diameter (Diametro aerodinmico mediano em massa) e GSD - Geometric Standard Deviation (Desvio geomtrico). Podemos lembrar que a carta de desvio representa os desvios relativos entre a concentrao que ser medida pelo amostrador em pauta e a concentrao que corresponderia exatamente conveno alveolar para o mesmo aerossol. A carta de desvio indica de fato a impreciso da definio da concentrao dos aerossis em relao concentrao convencional. Ela composta essencialmente pelo valor absoluto do desvio ao qual se acrescenta os elementos de incerteza relativa determinao experimental da eficcia e sobre a utilizao do amostrador (por exemplo, o fluxo). A norma europia EN 13205 [*17] prev que o desvio e a impreciso no devem ultrapassar respectivamente 10% para o desvio e 30% para a impreciso no interior do domnio granulomtrico correspondente a frao especificada. A ttulo de informao os ndices BPC e APC nas fichas (Fig. 5) indicam cada um a porcentagem de pontos satisfazendo os critrios correspondentes. Os aerossis quase mono-dispersados sendo pouco freqentes na indstria, s as distribuies com um desvio-tipo geomtrico GSD 2 so consideradas para o clculo dos ndices de performance BPC e APC.

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    Figura 5 : Carta de desvio e carta de preciso do amostrador CIP 10-R, fluxo 10 L.min-1,

    em relao frao convencional alveolar EN 481.

    BPC - Bias Performance Criterium (Indice de performance sobre o desvio) APC - Accuracy Performance Criterium (Indice de performance sobre a preciso)

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    Efic

    acia

    Podemos constatar que o critrio do desvio de medio da concentrao alveolar satisfatrio em 81% dos pontos e o critrio de preciso em 94%. Este desempenho pode ser considerado como sendo muito satisfatria para a maior parte. Entretanto convm sinalizar uma baixa das performances para os aerossis compostos principalmente de partculas submicrnicas. Isto deve-se a baixa eficcia da filtragem do filtro rotativo para esse tamanho de partculas, tal como foi relatado no captulo 4. No caso dos aerossis poli-dispersados essa baixa de desempenho para as partculas submicrnicas largamente compensada pela muito boa eficcia obtida para as partculas submicrnicas. Em contrapartida fortemente desaconselhado utilizar o CIP 10 para amostragem dos aerossis muito finos, principalmente os fumos (cujas distribuies granulomtricas encontram-se localizadas na extremidade esquerda da carta), para evitar subestimar perigosamente sua concentrao. Esta precauo destina-se principalmente aos fumos de soldagem, os fumos de diesel e no geral aos aerossis ultra-finos.

    Desempenho de amostragem da frao torcica Para amostragem da frao torcica de um aerossol o aparelho utilizado na sua verso CIP 10-T, com o seletor representado na figura 2a, com fluxo de 7 L/min-1. A medio de eficcia foi realizada num tnel aeromtrico nas condies prximas do ar calmo utilizando um aerossol poli-disperso. Os resultados relativos eficcia de amostragem so representados sobre a figura 6 em funo do dimetro aerodinmico das partculas [5]. A curva convencional torcica encontra-se igualmente representada.

    1,2

    1

    0,8

    Coulter dolomita Coulter Aloxita 175 APS dolomita CEN conveno torcica Eficcia de coleta (APS) Modelo

    0,6

    0,4

    0,2

    0

    1 10 100

    Dimetro aerodinmico (m)

    Figura 6 : Eficcia de amostragem da frao torcica do aparelho CIP 10-T Em funo do dimetro aerodinmico das partculas. Fluxo de ar 7 L.min-1

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    A eficcia experimental se encontra prxima da curva convencional alm de 2m mas apresenta um mximo. Ela ligeiramente superior a eficcia convencional entre 10 e 30 m. A diminuio de eficcia abaixo de 2m deve-se a rejeio parcial dessas pequenas partculas pelo filtro rotativo. Os dois efeitos compensam-se parcialmente.

    As cartas de desvio e preciso correspondendo eficcia medida so representadas sobre a figura 7. As exigncias normativas [*17] relativas ao desvio e preciso de amostragem da frao torcica so as mesmas que para a frao alveolar.

    Figura 7 : Carta de desvio e preciso do amostrador CIP 10-T, fluxo 7 L.min-1, em

    relao frao convencional torcica EN 481.

    BPC - Bias Performance Criterium (ndice de desempenho relativo ao desvio) APC - Accuracy Performance Criterium (ndice de desempenho relativo preciso)

    CIP 10 T Carta de Desvio

    CIP 10 T Carta de Preciso

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    Podemos constatar que o critrio relativo ao desvio (BPC) atendido em 73% dos pontos e o critrio de preciso (APC) em 94% com a condio GSD 2 (Fig. 7). Este desempenho pode ser considerado muito satisfatrio para a maior parte. Entretanto convm assinalar uma baixa do desempenho para os aerossis compostos essencialmente de partculas submicrnicas. Isto se deve a baixa da eficcia de filtragem do filtro rotativo para esse tamanho de partculas, tal como foi mencionado no captulo 4. No caso dos aerossis poli-dispersados essa baixa de desempenho para as partculas submicrnicas por demais compensada pela muito boa eficcia obtida para as partculas micrnicas. Para o caso da medio da frao torcica este efeito tem geralmente pouca repercusso sobre os resultados considerando-se que essa frao considera as partculas at aproximadamente 30 m. Entretanto insistentemente desaconselhado utilizar CIP 10-T para amostragem dos aerossis muito finos, notavelmente fumos (cujas distribuies granulomtricas encontram-se situadas na extremidade esquerda do grfico), para evitar subestimar gravemente sua concentrao. Esta precauo refere-se, por exemplo, aos fumos de soldagem, os fumos de diesel e em geral aos aerossis ultrafinos. O CIP 10-T pode ser utilizado notoriamente para amostragem de aerossis na indstria txtil onde foi possvel substituir com vantagem o elutriador vertical [*18] que s podia ser utilizado em postos fixos. Seu desempenho em relao ao elutriador foi verificado tanto em laboratrio quanto em fbrica [*19]. Neste tipo de indstria, o aerossol presente nos locais de trabalho pode conter fibras txteis de dimenses avantajadas, freqentemente aglomeradas em montculos que podem obstruir o seletor torcico do CIP10-T e impedir desta forma seu funcionamento. Recomenda-se neste caso utilizar uma grade externa protegendo a fenda de aspirao, representada na figura 8. Foi possvel verificar que sua utilizao no modifica nem o fluxo nem o desempenho do aparelho [*20].

    Grade metlica:

    Ao inoxidvel 0.2 mm Tranado 0.8 x 0.8 mm Superfcie da grade 21 cm2

    .

    Figura 8: Seletor torcico equipado com sua grade exterior.

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    Desempenho de amostragem da frao inalvel

    O CIP10 utilizado para a amostragem da frao convencional inalvel na sua verso CIP10-I utilizando o seletor inalvel (Fig. 2b) com fluxo de 10 L.min-1. Os desempenhos do seletor inalvel s puderam ser estudados recentemente por falta de instalaes experimentais adequadas. Sua eficcia comparvel aos outros dispositivos testados durante estudos promovidos pela comunidade europia [*6, *21]. Bartley [*22] calculou para um conjunto de oito amostradores da frao inalvel o limite superior do intervalo de confiana do desvio no nvel 95% partindo dos resultados dos prprios estudos europeus {*6}. Esse limite no ultrapassou 50% para 3 aparelhos unicamente, dos quais o aparelho CIP10-I. Baldwyn e al.[*23] efetuaram medidas comparativas no local entre o CIP10-I e o aparelho IOM {24}. Concluiu-se sobre a compatibilidade dos resultados entre as duas tcnicas e sobre a vantagem do CIP10 no caso onde o processo industrial d origem a projeo de partculas. Podemos constatar que na sua configurao atual, o amostrador CIP10-I apresenta desempenho comparvel as de outros dispositivos utilizados na Frana e no exterior [*22, *23]. Entretanto um depsito de partculas foi constatado na parte superior do seletor durante os ensaios em laboratrio. Esse depsito diminui a eficcia de transmisso das partculas entre a fenda de aspirao e o nvel coletor do CIP10. Uma verificao da eficcia de aspirao realizou-se experimentalmente [*25], sendo esta julgada satisfatria, pois o encaminhamento das partculas a leva para dentro do prprio seletor, a fim de minimizar o fenmeno de depsito das partculas sobre as paredes. Dando prosseguimento a esse estudo, modificaes de geometria interior foram aplicadas ao seletor para eliminar o depsito. O novo prottipo (fig. 9) foi testado [*26]. A melhoria do encaminhamento das partculas sugadas para o cassete rotativo deve-se a acelerao radial do aerossol dentro da fenda anular e a sua retomada vertical no eixo da fenda. Essa melhoria traz-se pelo aumento da eficcia de transmisso do novo seletor em relao as verses precedentes ( fig. 10). A eficcia de transmisso encontra-se prxima da unidade, o que corresponde a ausncia de depsito no seletor. A eficcia global de amostragem do novo modelo foi medida para duas velocidades de vento externo W=1 e 3 m.s-1 e no ar calmo . Os resultados experimentais so mencionados na figura 11 onde so acompanhados da curva convencional inalvel. Eles mostram uma eficcia global de amostragem satisfatria em relao ao tamanho das partculas [*26].

    Figura 9: Esquema do novo modelo de seletor inalvel

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    Selector Fig. 1a W = 1 m/s Selector Fig. 1b Selector Fig, 1c

    W = 1 m/s W = 3 m/s Calm Air Inhalable Convention

    W = 1 m/s W = 3 m/s Ar calmo ---Conveno Inalvel

    Tran

    smis

    sion

    eff

    icie

    ncy

    Sam

    plin

    g ef

    ficie

    ncy

    2

    1,8

    1,6

    1,4

    1,2

    1

    0,8

    0,6

    0,4

    2 verses anteriores nova verso

    2 1,8 1,6 1,4 1,2

    1 0,8 0,6 0,4

    0,2 0,2

    0

    0 10 20 30 40 50 60 Dae ( m)

    0 0 10 20 30 40 50 60

    Dae ( m)

    Figura 10: Eficcia de transmisso dos seletores inalveis do CIP 10-I

    Figura 11: Eficcia global de amostragem da nova

    verso do CIP 10-I 8) OBSERVAES SOBRE A UTILIZAO DO MTODO

    O fluxo elevado e a grande autonomia do CIP 10 permite coletar uma quantidade aprecivel de matria particulada para um amostrador individual. As partculas de aerossol sendo coletadas no cassete rotativo equipado com um filtro de espuma de poliuretano, a anlise da massa da amostra apresenta algumas particularidades: A pesagem do cassete pode ser afetada pela umidade do ar por causa do carter hidrfilo da superfcie da espuma de poliuretano. As pesagens devem ser realizadas de preferncia num local com higrometria estvel utilizando cassetes padro. O procedimento descrito em outro local [*15, *28]. Para anlises qumicas ou mineralgicas, o material coletado deve ser extrado do filtro. Exceto uma amostra solvel o procedimento de lavagem demonstra-se inseguro. Podemos incinerar a espuma conforme o mtodo descrito na norma AFNOR [*27], mas no caso exclusivo de anlise de substncias minerais. Nos outros casos onde temos anlise para realizar, prefervel optar pela tcnica de amostragem sobre filtro com o amostrador CATHIA (descrito em outra ficha METROPOL [*29]), que utiliza as mesmas cabeas de coleta e os mesmos seletores. Isto imperativo para a amostragem de partculas fibrosas das quais a anlise se realiza por contagem e medio das fibras no microscpio na superfcie de um filtro.

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    9) REFERNCIAS [*1] CEN (Comit Europeu de Normalizao ) (1993) Atmosfera dos locais de trabalho - Definio

    das fraes de tamanho para a medio das partculas em suspenso no ar. Norma Europia NF EN 481. Classificao AFNOR X43-276.

    [*2] ISO (International Organization for Standardization) (1995) Qualidade do ar

    Def in io dasFraes de tamanhodas partculas para amostragem ligadas aos problemas de sade. ISO 7708 - Classificao AFNOR X43-100.

    [*3] Courbon, P., Wrobel, R., Fabris, J.F. (1988) Um novo amostrador de poeira

    respirvel: O CIP 10. Anual de Higiene Ocupacional, 32, 129-143. [*4] Grner, P., Fabris, J.F. (1996) Industrias de aerossis fazem medies de acordo

    com a nova conveno de amostragem. Higiene Ocupacional, 3, 361-376. [*5] Fabris, J.F., Grner, P., Kauffer, E., Wrobel, R., Vigneron, J.C. (1998) Amostrador Torcico

    Pessoal CIP10-T e sua verso CATHIA-T. Anual de Higiene Ocupacional, 42, 453-465. [*6] Kenny, L.C., Aitken, R., Chalmers, C., Fabris, J.F., Gonzalez-Fernandez, E.,

    Kromhout, H., Lidn, G., Mark, D., Riediger, G., Prodi, V. (1997) Um estudo colaborativo europeu sobre o desempenho do amostrador pessoal de inalvel. Anual de Higiene Ocupacional, 41, 135-153.

    [*7] Quinot, E., Kueffer, D. (1968) Turbo-Coletor de p continuo autnomo. Revista

    Mdical Minire, n46, 3-12. [*8] Quinot, E. (1968) Estudo de um instrumento para poeira com ciclone de fluxo areo: The

    Turbo-Coletor. Report n92, June, Centro de estudos Mdicinais - Mineiros. [*9] Grner, P., Wrobel, R., Fabris, J.F. (1990) Filtragem de ar atravs de cassete rotativo.

    In Proceedings of the 5th World Filtration Congress, Nice 5-8 June, pp. 165-167. [*10] Brown, R.C. (1980) Tamanho de espuma porosa dos seletores para amostrador de poeira

    respirvel. Journal of Aerosol Science, 11, 151-159. [*11] Gibson, H., Vincent, J.H. (1981) A penetrao da poeira atravs do f i l t ro de espuma

    porosa. Anual de Higiene Ocupacional, 24, 205-215. [*12] Vincent, J.H., Aitken, R.J., Mark, D. (1993) Mdia de filtrao de espuma de

    plstico poroso: caractersticas de penetrao e aplicao na amostragem seletiva de tamanho de partculas. Journal of Aerosol Science, 24, 929-944.

    [*13] Kenny, L.C., Aitken, R.J., Beaumont, G., Grner, P. (2001) Investigao e aplicao de

    um modelo de penetrao de aerossis de espuma porosa. Jornal de cincia para aerossol, 32, 271-285.

    [*14] Amostrador individual de poeira modelo CIP 10. Manual de ut i l izao, ARELCO,

    Fontenay-sous-Bois 1994. [*15] Amostrador pessoal de poeira CIP 10. Manual de Instruo, ARELCO, Fontenay-sous-

    Bois 1994.

  • AMOSTRAGEM INDIVIDUAL DE UM AEROSSOL COM O COLETOR INDIVIDUAL DE PARTICULADO - CIP 10

    Ficha H4 CIP10 25-10-02 (2).doc (v1 : 25/09/2002)

    [*16] Grner, P., Wrobel, R., Micka, V., Skoda, V., Denis, J., Fabris, J.F. (2001) Estudo de

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    [*29] METROPOL, Ficha mtodo H5. Amostragem esttica de um aerossol pelo

    dispositivo CATHIA. INRS, Departamento Metrologia dos Poluentes.

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