Mestrado em Comunicação, Cultura e Tecnologia de Informação.

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Geopolítica dos Media Liliana Pacheco ([email protected]) Mestrado em Comunicação, Cultura e Tecnologia de Informação

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Geopolítica dos Media Liliana Pacheco

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Mestrado em Comunicação, Cultura e Tecnologia de Informação

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O presidente do banco do Vaticano demitido, o mordomo do Papa preso, cartas e documentos sigilosos de Bento XVI e dos seus colaboradores publicados em livro. A Santa Sé está em ebulição.

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O Escândalo Vatileaks envolve documentos secretos que vazaram do Vaticano, que revelam a existência de uma ampla rede de corrupção, nepotismo e favorecimento relacionados com contratos a preços inflacionados com os seus parceiros italianos. Este termo foi usado pela primeira vez pelo porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, em comparação com o fenómeno Wikileaks.

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O escândalo veio à tona em Janeiro de 2012, quando o jornalista italiano Gianluigi Nuzzi publicou cartas de Carlo Maria Viganò, anteriormente o segundo administrador do Vaticano, em que ele implorava para não ser transferido por ter exposto uma suposta corrupção que custou a Santa Sé um aumento de milhões nos preços do contrato.

Viganò está actualmente no Núncio Apostólico dos Estados Unidos.

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Nos meses seguintes, o escândalo aumentou com documentos que vazaram para jornalistas italianos, revelando uma luta pelo poder no Vaticano, sobre os seus esforços para mostrar maior transparência financeira e cumprir com as normas internacionais de combate à lavagem de dinheiro.

Também no início de 2012, uma carta anónima fez manchete devido ao alerta de uma ameaça de morte contra o Papa Bento XVI.

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O escândalo agravou-se em Maio de 2012, quando Nuzzi publicou um livro intitulado Sua Santidade, as Cartas Secretas de Bento XVI que consiste de cartas confidenciais e memorandos entre o Papa Bento XVI e seu secretário pessoal, um livro polémico que retrata o Vaticano como um foco de intrigas, confabulações e confrontos entre facções secretas.

O livro revela detalhes sobre finanças pessoais do Papa, e inclui histórias de subornos feitos para obter uma audiência com ele.

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Paolo Gabriele, que foi mordomo pessoal do Papa desde 2006, é acusado de ter vazado a informação para Gianluigi Nuzzi.

Gabriele foi preso em 23 de Maio , após cartas confidenciais e documentos endereçados ao papa e outras autoridades do Vaticano serem supostamente encontrados no seu apartamento no Vaticano. Documentos semelhantes haviam sido publicados na imprensa italiana ao longo dos cinco meses anteriores, muitos deles com denúncias de corrupção, abuso de poder e falta de transparência financeira do Vaticano.

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Apesar de Gabriele ter dito aos investigadores policiais que agiu por sua conta e risco, Gianluigi Nuzzi garante que há mais umas vinte pessoas, de diferentes organismos do Vaticano, implicadas no caso.

A própria fuga de informação terá sido um jogo de poder?

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Um segundo implicado, ClaudioSciarpelletti foi detido em Maio mas está em liberdade. Foi apenas suspenso das suas funções “por precaução”, mas não deixou de receber o seu salário.

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, garantiu numa conferência de imprensa que, programador informático do governo central do Vaticano, teve um papel “marginal” e por isso não pode ser considerado um cúmplice.

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Gabriele terá entrado no escritório do secretário particular do Papa, Georg Gänswein, e apoderou-se de centenas de cartas e emails sigilosos que fotocopiou e, durante os meses de Janeiro e Fevereiro, foi passando a jornalistas.

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Segundo o jornal italiano La Repubblica, o escândalo influenciou a renúncia do papa Bento XVI, em Fevereiro de 2013.

A Santa Sé recusou comentar as notícias que associam a renúncia de Bento XVI à eventual divulgação de um relatório em dois volumes que alegadamente descreve a existência de um lobby gay – secreto e activo – no Vaticano.

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A resposta do Vaticano aos factos relatados pelo jornal italiano (e depois amplificados pela imprensa mundial) foi ambígua.

“Nem a comissão de cardeais nem eu próprio faremos qualquer comentário para confirmar ou desmentir o que foi escrito sobre esta matéria. Cada qual assumirá as suas responsabilidades. Não faremos mais nenhuma declaração sobre este assunto”, reagiu o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.

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Lombardi referia-se a Julian Herranz, Josef Tomko e Salvatore De Giorgi, os três cardeais responsáveis pelo relatório – mais de 300 páginas divididas por dois volumes – e que terão constatado que “vários lobbies dentro da Santa Sé consistentemente violaram os sexto e sétimo mandamentos da lei da Deus”, que condenam o adultério e o roubo, respectivamente.

A doutrina interpreta ainda o sexto mandamento como uma interdição das práticas homossexuais.

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Aparentemente, os membros do lobby gay mantinham encontros ilícitos em vários pontos de Roma. Os envolvidos teriam sido depois sujeitos a ameaças e chantagem.

O relatório entregue ao Papa em Dezembro supostamente também expõe lutas de poder, intriga e corrupção entre diferentes facções internas, mas também grupos externos ao Vaticano: segundo o La Repubblica, há referências a lobbies “de natureza mundana” que condicionam a acção da Igreja.

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Alegações de corrupção na atribuição de contratos e lavagem de dinheiro no banco do Vaticano já tinham sido levadas ao Papa, como provaram as cartas privadas que foram roubadas pelo seu ex-mordomo e divulgadas no “Vatileaks”.

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O facto de Bento XVI se ter referido vagamente às “divisões” na Igreja durante o discurso de Quarta-feira de Cinzas, foi apresentado como prova de que teria sido este relatório a precipitar a decisão de renúncia do Papa.

“Penso particularmente nos pecados contra a unidade da Igreja, nas divisões no corpo da Igreja”, disse.

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Gianluigi Nuzzi pediu acreditação para acompanhar o conclave que escolhe novo Papa.Vaticano deu resposta negativa e não explicou motivos, segundo o italiano.

Cerca de 5.600 jornalistas de todo o mundo foram credenciados para cobrir o conclave.

Um documentário realizado pelo jornalista, chamado de "La scelta del papa" ("A escolha do papa"), será transmitido pela televisão privada no dia 23 de Março.

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Em Dezembro, Bento XVI indultou o mordomo, que foi libertado após 117 dias de prisão. O pontífice renunciou ao seu cargo no dia 28 de Fevereiro, alegando falta de forças para seguir à frente da Igreja Católica.

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Wikileaks Verdades e Mentiras

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“Cobardia” media tradicionais

Nova forma de propagar informação

Usar a tecnologia para desafiar governos corruptos e autoritários

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Hillary Clinton: não apenas um ataque aos interesses estrangeiros dos EUA, mas à comunidade internacional.

Maior fuga informação da história

Embaraçava o país mais poderoso do mundo

Julian Assange: entre o cyber-terrorista e o messias digital.

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Media tradicionais: imprensa de referência

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Colaboração com os media tradicionais (imprensa): The Guardian, NY Times, Le Monde, El País, Der

Spiegel.

Os jornalistas filtravam a informação e contextualizavam.

Questões deontológicas

Volume de informação gigante.

Jornalismo a partir de bases de dados.

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Ficam mais questões do que conclusões…

Tendência a manter-se ou episódio relevante?

Desafios geopolíticos e instituições envolvidas

Eterna questão equilíbrio entre segurança e liberdade

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Bibliografia

ARQUILLA, John e David Ronfeldt. The Emergence of Noopolitik – Toward an American Information Strategy (1999) RAND Corporation

BELL, David, Ciberculture Theorists - Manuel Castells and Donna Haraway (2006), Taylor & Francis Ltd

CASTELLS, Manuel. Communication power (2009), New York: Oxford University Press

CASTELLS, Manuel. The Internet Galaxy – Reflections on the Internet, Business and Society (2001) New York: Oxford University Press

CARDOSO, Gustavo, Os media na sociedade em rede (2005), Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian

HIMANEN, Pekka, The hacker ethic and the spirit of the information age (2001), London : Vintage

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Online:

“Just because they hunt witches doesn't mean we have to worship heroes”, disponível em http://www.kenanmalik.com/essays/gp_wikileaks.html

“Consequências das revelações da wikileaks são difíceis de prever”, disponível em http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior.aspx?

content_id=1724492

“Analysing data is the future for journalists, says Tim Berners-Lee”, disponível em http://www.guardian.co.uk/media/2010/nov/22/data-analysis-tim-berners-lee

“A ciberguerra do Wikileaks”, disponível em http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=620IMQ020

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Online

Wikileaks e os mitos da era digital, disponível emhttp://pt.mondediplo.com/spip.php?auteur558&debut_auteurs=20

“Wikileaks: Estivemos na sala do “El País” onde se tratam em segredo documentos”, disponível em http://www.publico.pt/Mundo/wikileaks-estivemos-na-sala-do-el-pais-onde-setratam-em-segredo-os-documentos_1471577?all=1

Documentário: Wikileaks – Segredos e Mentiras