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Emanuelle Bueno
Evelyn Paz
Marianna Antunes
PROJETO EXPERIMENTAL EM RADIOJORNALISMO
RADIORREVISTA GASTRONÔMICA:
A CULTURA ATRAVÉS DO PALADAR
Santa Maria, RS
20121
Emanuelle Bueno, Evelyn Paz e Marianna Antunes
RADIORREVISTA GASTRONÔMICA: A CULTURA ATRAVÉS DO PALADAR
Projeto apresentado à disciplina de Projeto Experimental em Rádio do 7º semestre do curso de Comunicação Social – Jornalismo, Área de Ciências Sociais, do Centro Universitário Franciscano – Unifra.
Orientador: Maicon Elias Kroth
Santa Maria, RS
2012
2
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................................4
2. TEMA E DELIMITAÇÃO........................................................................................................4
3. JUSTIFICATIVA........................................................................................................................5
4. OBJETIVOS................................................................................................................................6
4.1. OBJETIVO GERAL...........................................................................................................6
4.2. OBJETIVO ESPECÍFICO.................................................................................................6
5. REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................................6
5.1. GASTRONOMIA COMO CULTURA..............................................................................7
5.2. MEMÓRIA RADIOFÔNICA.............................................................................................8
5.2.1. O RÁDIO E SUAS MUTAÇÕES................................................................................9
5.2.2. A RADIORREVISTA COMO GÊNERO RADIOFÔNICO..................................11
6. PERCURSO METODOLÓGICO...........................................................................................12
7. PERCEPÇÕES..........................................................................................................................13
7.1. DO GRUPO........................................................................................................................13
7.2. EMANUELLE BUENO....................................................................................................14
7.3. EVELYN PAZ....................................................................................................................15
7.4. MARIANNA ANTUNES...................................................................................................17
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................................18
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................19
10. ANEXO........................................................................................................................................20
10.1. O PASSEIO PELAS AGROINDÚSTRIAS DA REGIÃO CENTRAL EM IMAGENS. .20
3
1. INTRODUÇÃO
O trabalho desenvolvido na disciplina de Projeto Experimental em Rádio evidencia como
algumas das culturas imigrantes presentes na região central do Rio Grande do Sul influenciam na
culinária local. Diante deste contexto, a gastronomia de produtos coloniais de origem alemã e
italiana foi o tema do programa radiofônico (gênero radiorrevista). A peça midiática foi escolhida,
pois abrange alguns anseios que o grupo gostaria de expressar: contextualizar a origem, os modos
de preparo, as influências culturais, o envolvimento da comunidade e a comercialização de tais
produtos.
Nessas condições, o grupo definiu algumas ações de pesquisa. O objetivo inicial foi constituir
um manancial teórico para contextualizar o objeto e sua relevância social. A proposta desenvolveu-
se a partir de um levantamento bibliográfico a respeito da gastronomia de produtos coloniais na
região central do Rio Grande do Sul. Também se apresentou um aporte teórico a respeito de
produções radiofônicas, já que a proposta midiática final era a organização e produção de um
programa radiofônico no gênero radiorrevista.
Tal programa, que recebeu o nome de “Universo Gastronômico: O sabor da colônia”,
apresentado pelas integrantes Emanuelle Bueno e Evelyn Paz, e com parte da edição feita por
Marianna Antunes, aborda aspectos informativos e de entretenimento, apresentando como se produz
alguns produtos coloniais. Através dele, acredita-se que o ouvinte pode identificar-se com
elementos que fazem parte das etapas de produção da matéria-prima até o final. As entrevistas, as
receitas e as falas de quem utiliza a agroindústria como principal fonte de renda possibilitam que o
ouvinte conheça um pouco mais sobre este universo, descobrindo, por exemplo, qual a diferença
entre bebida láctea e o iogurte.
O resultado foi uma radiorrevista com cerca de 20 minutos, que mescla as falas de oito
entrevistados com efeitos sonoros. Estes por vezes são músicas, um som de ligação ou mesmo um
ruído característico do campo e da produção colonial.
2. TEMA E DELIMITAÇÃO
2.1. TEMA: Gastronomia de produtos coloniais na região central do Rio Grande do Sul.4
2.2. DELIMITAÇÃO DO TEMA: Gastronomia de produtos coloniais provenientes dos
imigrantes italianos e alemães. O projeto será realizado durante o primeiro semestre de 2012 e
abrangerá a cultura gastronômica das cidades de Restinga Sêca e Santa Maria. Através da
radiorrevista será explicado aos ouvintes o processo de produção dos principais produtos coloniais
consumidos na região, tais como: cuca, linguiça, queijo, iogurte, suco, massa caseira, bem como
curiosidades sobre esses produtos.
3. JUSTIFICATIVA
Este projeto justifica-se pela eminente importância que a gastronomia colonial advinda das
culturas alemã e italiana possuem na região central do Rio Grande do Sul. Os produtos coloniais
vistos sob uma ótica diferenciada são muito mais que uma simples comida saborosa, e passam a ser
“peças” históricas e culturais que derivam da história de um povo.
Ao conhecer a fundo a forma de fabricação desses produtos, podemos afirmar que esses
processos se transformaram ao chegar à colônia brasileira, e, por sua vez, cada grupo de imigrantes
foi adaptando os ingredientes e as receitas, criando seus próprios produtos. Ou seja, mais instigante
do que estudar apenas os produtos coloniais, é saber que eles são peculiares e únicos em cada região
do estado, do Brasil ou do mundo em que forem provados. Identificar e problematizar tais
particularidades são uma das justificativas desse projeto.
Junto com a comida, com os produtos e com os ingredientes existem gerações que trazem
consigo muita história. Essas pessoas são as principais responsáveis por ainda existir uma
gastronomia muito distante dos restaurantes refinados. Através deste trabalho, também poderemos
conhecer os protagonistas dessa história e apresentá-los aos ouvintes.
O programa de rádio objetiva atingir moradores de grandes centros que possuem pouco
conhecimento das atividades rurais. Mostrar, tanto para os ouvintes, quanto para o próprio grupo,
que existe uma cultura gastronômica colonial ativa e, para que ela permaneça e mantenha a sua
essência, as atividades tradicionais do campo, como a ordenha matinal ou mesmo a colheita de
materiais frescos, devem ser preservadas, é de fundamental importância.
Para que tudo isso possa ser apresentado fielmente ao ouvinte, foi preciso escolher
municípios onde essa cultura é conservada e transmitida, pois a ida ao local estudado é vital para
contarmos uma história e apresentarmos uma notícia. Restinga Sêca, além de uma das integrantes
5
do grupo ser residente local, possui uma grande extensão territorial e a incidência de diferentes
grupos étnicos, o que resultou na aglomeração de uma ampla rede de agroindústrias e cooperativas,
facilitando a pesquisa.
A cidade de Santa Maria, por estar localizada no coração do Rio Grande do Sul, é uma
representante acessível, pois duas colegas residem no município, e fiel, vendo sob a ótica de que
estamos tratando, aqui, de estudos gastronômicos coloniais da região central. Além desses
apontamentos, Santa Maria possui grandes eventos incentivadores da área e tem crescido
constantemente na área do turismo rural, a exemplo do distrito de Arroio Grande, que integra a Rota
Turística e Gastronômica Santa Maria - Silveira Martins, o qual se destaca pelas cantinas típicas
italianas. Sendo assim, por inviabilidade, elencam-se apenas esses dois municípios, mas que são
ricos em material e história para o engrandecimento deste projeto.
4. OBJETIVOS
4.1. OBJETIVO GERAL
- Ampliar o conhecimento dos ouvintes e das comunidades locais a respeito da produção de
produtos coloniais na região central do RS;
4.2. OBJETIVO ESPECÍFICO
- Identificar as tapas de produção de alguns produtos coloniais e sua adaptação à cultura
gastronômica da região, bem como toda a cultura que está inserida na matéria-prima final.
- Proporcionar maior visibilidade aos produtos de origem colonial;
- Valorizar a cultura gastronômica italiana e alemã da região central do RS;
5. REFERENCIAL TEÓRICO
Para o desenvolvimento da pesquisa, considera-se necessário consultar e fazer um
levantamento de referências teóricas que possam ser utilizadas como embasamento a respeito de
diversos conceitos para a realização do produto final. Na sequência, o trabalho tratará de abordar
alguns temas como a história do rádio, sua inserção social e a cultura gastronômica de forma a
ampliar os conhecimentos sobre produção radiofônica e a temática a qual se aborda. Autores como
Luiz Artur Ferraretto (2001) e Gisela Swetlan Ortriwano (1984) e outros foram utilizados como
6
base para entender o meio radiofônico e seus diferentes formatos. Massimo Montanari (2008) e
Maria da Graça Portela (2011) foram utilizados para ampliar o conhecimento a respeito da produção
de alimentos coloniais.
5.1. GASTRONOMIA COMO CULTURA
Neste trabalho, visa-se entender a cultura do produto colonial de parte da região centro do
Rio Grande do Sul, tendo em vista a riqueza desses ingredientes tanto em sabor quanto em história.
Cada alimento estudado traz consigo a descoberta de uma nova cultura, um novo jeito de produzir e
um sabor inigualável.
Aqui iremos trabalhar com o conceito de produto colonial associando-o à produção realizada
por um grupo de indivíduos da mesma nacionalidade que se estabelecem em país estrangeiro, num
território determinado e com produtos naturais, em sua maioria, cultivados dentro dessa mesma
colônia. Sem entrar em discussão das grandes marcas que vendem seus produtos rotulados como
“da colônia”, nem classificando esses como não naturais, apenas foca-se na valorização das
pequenas produções ou até mesmo elaborações caseiras.
As produções que têm essa origem podem ser consideradas comida, pois perpassam os
valores de um produto. Assim, cabe ressaltar que: “Comida é cultura quando produzida, porque o
homem não utiliza apenas o que encontra na natureza (como fazem todas as outras espécies de
animais), mas ambiciona também criar a própria comida, sobrepondo a atividade de produção à de
predação”. (MONTANARI, 2008, p. 16)
Sob essa ótica, pode-se afirmar que produto colonial é cultura quando produzido por um
determinado grupo e em um determinado local, sobrepondo à atividade comercial. Por exemplo, o
queijo prato à venda nos mercados e fabricado em grande escala não é considerado cultura, pois, a
automatização desse processo o distância do queijo fabricado por uma família em sua agroindústria.
Cultura é um conceito de várias acepções e que se diferencia da definição de natureza.
Assim, diferente das frutas que podem ser encontradas na Amazônia, por exemplo, o pão caseiro
precisa de um sujeito que o faça.
[...] o pão não existe na natureza, e somente os homens sabem fazê-lo, tendo elaborado uma sofisticada tecnologia que prevê (desde o cultivo do grão até a preparação do produto final) uma série de operações complexas, fruto de longas experiências e reflexões. Por isso, o pão simboliza a saída do estado bestial e a conquista da "civilização" (MONTANARI, 2008, p. 26).
7
Todos os alimentos que encontramos, tanto na região central do Rio Grande do Sul, quanto
em outras colônias gaúchas, são produções próprias e dificilmente se encontra outro produto igual.
O pão caseiro tem diversas receitas, tipos e formas. Cada cultura o produz de uma maneira, assim
como todos os outros produtos locais de cada grupo. Esta forma diferenciada de produção constitui
também as identidades de um povo. Assim, Portela (2011) afirma que “a expressão identidade,
grosso modo, significa um conjunto de traços e características que identificam um grupo social,
distinguindo-o dos demais grupos”.
Um programa de rádio possibilita que uma realidade, muitas vezes, distante da vivida pelo
ouvinte, chegue até ele. Desta maneira, através deste veículo que alcança lugares bem longínquos
moradores de grandes centros urbanos podem conhecer as histórias de personagens do campo. O
advento da Internet potencializa ainda mais este alcance e torna possível que qualquer cidadão com
acesso a rede tenha condições de ouvir programas de rádio produzidos nas mais diversas partes do
mundo.
A grande capacidade de abranger diferentes públicos por sua linguagem simples e direta
também é uma importante capacidade do meio radiofônico. Esta potencialidade aproxima o ouvinte
do programa que está sendo transmitido e fará com que a cultura gastronômica colonial cultivada
nas três cidades da região central do Rio Grande do Sul seja conhecida por mais pessoas.
Por meio de suas singularidades o rádio também pode se tornar um companheiro de quem o
escuta. Principalmente por permitir que o ouvinte possa seguir suas atividades ao mesmo tempo em
que o ouve. Em localidades do interior do estado, algumas visitadas durante a execução deste
projeto, por exemplo, o meio radiofônico é ainda é o mais popular, também por isso é importante
que estes indivíduos que tanto valorizam o rádio possam estar em destaque e ser colocados como
protagonistas deste meio através da realização deste programa radiofônico.
5.2. MEMÓRIA RADIOFÔNICA
A definição de rádio é apresentada por César (2005, p.190): “é um meio de comunicação
baseado na difusão de informação sonora por meio de ondas eletromagnéticas (hertezianas) em
diversas frequências, que podem ser em quilohertz, megahertz e gigahertz”. Ferrareto define o
veículo como (2001, p.23) “um meio de comunicação que serve para transmitir a longa distância
mensagens sonoras destinadas a audiências numerosas”. Desta forma, os autores ressaltam o grande
poder de alcance e disceminação de mensagens do rádio.
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A história deste importante meio de comunicação teve início no século XX. O rádio,
segundo Neuberger (1997), foi desenvolvido para possibilitar a comunicação e auxiliar na
movimentação do exército ao longo de extensas trincheiras durante a 1ª Guerra Mundial. Nessa
perspectiva, Ferrareto (2001, p. 23) destaca três características da audiência do veículo que o
distinguem dos demais, pois ele possui uma audiência ampla devido à grande potencialidade para
alcançar longas distâncias e ao mesmo tempo heterogênea, já que atinge diversos tipos de público
além de que ela é anonima.
O passar dos anos ocasionou diversas transformações nos formatos do rádio. Uma dessas
mudanças é destacada por Tonguinha (2001, p. 69), quando afirma que “os primitivos jornais
falados, apresentados pelos locutores que liam as notícias, foram dando lugar aos programas de
atualidades e entrevistas conduzidas por âncoras”. A política também está diretamente ligada ao
capitalismo, pois possuir um rádio durante este período era privilégio de poucos e, essa realidade,
foi sendo modificada ao longo dos anos.
Dessa forma, pode-se afirmar que o marco do rádio no mundo está diretamente ligado aos
processos intensos de mobilidade, do ponto de vista político: vivia-se a época das grandes
imigrações; o capitalismo esmagava violentamente alguns países da Europa, pois a comunicação à
distância tornou-se indispensável, como afirma Barbosa Filho (2003 p. 38) “O mundo passa a
funcionar em ondas, em frequências, comunicando-se de pontos distantes e com certa
instantaneidade”.
Para que possamos entender como o meio no qual será veiculado o programa produzido
funciona, hoje é fundamental que localizemos sua história dentro do país, pois o processo de
popularização e de disseminação dos meios de comunicação ocorre de maneira distinta nos
diferentes lugares do mundo.
5.2.1. O RÁDIO E SUAS MUTAÇÕES
No país, a história do rádio começa com a primeira transmissão radiofônica. Barbosa Filho
(2003) explica esse processo, dizendo que ela foi realizada durante a festa de Centenário da
Independência em 7 de setembro de 1922, na cidade do Rio de Janeiro. Tal solenidade, ainda
segundo o autor, foi aberta com o discurso do presidente Epitácio Pessoa e os acordes da peça “O
Guarani”, de Carlos Gomes, executada no teatro Municipal da então capital federal.
9
Nesta época, segundo Barbosa Filho (2003, p.39) é a radiodifusão que possibilita a
consolidação do rádio no país. Neste período, em 1923, Roquete Pinto e Henry Morize criam a
Rádio Sociedade do Rio, uma emissora de caráter educativo. A década de 1920 foi marcada pela
experimentação do novo veículo, sem muitos compromissos com a qualidade e o profissionalismo.
Grandes modificações acontecem no rádio na década de 1930, é a partir delas que começam
a surgir características e marcos que possibilitaram que este veículo se torne o que é hoje em dia.
Isso pode ser confirmado conforme a afirmação de Barbosa Filho (2003, p. 40) “Em 1931 surge o
primeiro documento sobre radiodifusão” e de Neuberger (1997, p. 19) “Nesta época, o rádio passa a
ser usado com mais frequência e extensão como instrumento da difusão de ideologias políticas”.
A legislação foi modificada e passou a favorecer a inserção de publicidade no rádio por
meio do Decreto-Lei nº 21.111. Essa medida possibilitou a propaganda no meio radiofônico e como
afirma César (2005, p. 196), trouxe consequências “a introdução de mensagens comerciais fez a
radiodifusão brasileira se popularizar”.
É importante ressaltar o período de grande destaque na história do rádio, conhecido como a
“fase de ouro”, época determinante para que ele atingisse seu apogeu, consolidada na década de
1940. A partir deste período, segundo Barbosa Filho (2003, p.43), o jornalismo passa a se definir
mais claramente, Repórter Esso é resultado desta fase. Também nesta década, os programas
passaram a ser previamente preparados e, segundo César (2005, p. 198), agora “havia horários fixos
para sua veiculação, bem como para a distribuição da programação”.
Na década de 1960, surgem as primeiras emissoras em FM (frequência modulada) com
“música ambiente” para assinantes interessados, conforme Barbosa Filho (2003). Uma década mais
tarde, as agências de produção radiofônica foram criadas e apresentavam programas com artistas
famosos e assuntos do interesse do momento. Estas agências comercializavam este material para
emissoras menores, pois elas “não tinham condições de realizar produções desse tipo” (BARBOSA
FILHO, 2003, p. 44). Através dessas inovações novos gêneros foram sendo criados, entre eles, a
radiorrevista, formato escolhido para a produção deste trabalho.
O rádio apesar de todas as mutações e das novas configurações da sociedade continua atuando
como ferramenta de fortalecimento das culturas. O veículo amplia a visibilidade por seus meio de
produção e não tem como papel apenas informar ou entreter, mas também valorizar aspectos
culturais amplamente ensejados na temática abordada neste trabalho.
Ferrareto; Klöckner (Orgs.) (2010) apontam o cenário atual como ambiente complexo que
exige que as emissoras de rádio construam suas programações, invistam em tecnologia e novos
10
profissionais. Portanto, hoje, o público possui mais formas para se comunicar, porém, está realidade
ainda não está presente em todos os territórios.
Já a participação dos habitantes do interior do Estado ou da própria cidade apresenta
características diferentes, principalmente no referente à tecnologia. Neste caso, as ferramentas mais
utilizadas são o telefone e o torpedo por celular, por serem de custo mais baixo e mais rápidas, além
de indicarem que nem todos os participantes utilizam computadores. (FERRARETO; KLÖCKNER
(Orgs.), 2010, p.21).
O futuro dos meios de comunicação tende a ser cada vez mais complexo e exigir dos
profissionais que estejam aptos para se adequar à diferentes plataformas. Ouvir rádio pela internet
pode se tornar um hábito extremamente corriqueiro. Modificações nos processos de produção,
marketing, venda e distribuição de serviços de informação e comunicação serão cada vez mais
necessários.
Segundo Ferrareto e Klöckner, o desenvolvimento das tecnologias tem ampliado todos os
meios de comunicação. “As possibilidades de escuta se estenderam com as plataformas digitais:
internet, players de MP3, celulares, satélite e rádio digital. Situação que levou o instituto americano
de pesquisa Arbitron denominar de “rádio sem limites”” (FERRARETO; KLÖCKNER, 2010, p.
558).
Diante do panorama do rádio e seu papel desempenhado na sociedade, o projeto lança mão de
uma produção radiofônica que visa dar condições de tratar sobre a temática da gastronomia colonial
através de um programa do genêro radiorrevista. Assim, entende-se que um programa de gênero
radiorrevista além de reunir informação e entretenimento, possibilita ao ouvinte uma interação com
o programa. Pois, além deste não ser factual, mantém o ouvinte próximo do rádio, através de uma
programação menos formal, como receitas, notícias, entrevistas, entre outros.
Diante do panorama do rádio e seu papel desempenhado na sociedade, o projeto utiliza a
produção radiofônica que visa dar condições de tratar sobre a temática de maneira clara. Dessa
maneira, vê-se imprescindível mostrar elementos fundamentais da produção dos produtos coloniais
com um pouco de distração e serviço, a exemplo de como é a maneira certa de realizar a ordenha,
contar aventuras vividas pelo grupo ou mesmo histórias instigantes pela voz dos ruralistas. Para
isso, o gênero radiorrevista enquadra-se perfeitamente.
5.2.2. A RADIORREVISTA COMO GÊNERO RADIOFÔNICO
11
Antes de definirmos um gênero radiofônico, é importante destacar a definição de programa
de rádio ou produto radiofônico, dada por Barbosa Filho (2003), que afirma ser este o módulo
básico de informação radiofônica, é a reprodução concreta do que é proposto nos formatos
radiofônicos, seguindo a uma planificação e a regra de utilização dos elementos sonoros.
Como gênero para execução do trabalho, optamos por uma produzir uma radiorrevista ou
também conhecida como programa de variedades. Esse formato permitirá apresentarmos
informações, receitas, curiosidades, e tudo com uma pitada de aventura. A radiorrevisdta possibilita
que seja utilizado um tom menos formal, fazendo com que se estabeleça ainda mais uma conversa
entre o ouvinte e o rádio.
Para Ferraretto (2001, p.57), esse gênero une informação e entretenimento em uma só
instância. “Nas emissoras dedicadas ao jornalismo, pode aparecer na forma de espaços voltados à
cultura e ao lazer, intercalados, algumas vezes, com orientações nas áreas de Medicina ou de
Direito”.
O tema escolhido para ser abordado permite que o formato escolhido para a realização do
programa não seja necessariamente factual. A radiorrevista não precisa:
“[...] estar diretamenta ligado à atualidade, pode conter a informação de interesse presumível para público a que se destina, intercalada entre música, humor etc. São as entrevistas de orientação, esclarecimentos sobre possíveis dúvidas presentes no dia-a-dia dos ouvintes, a prestação de serviços etc.” (ORTRIWANO, 1985, p.94).
Dentro dessa afirmação, percebe-se que o som, a música e os ruídos são ricos na temática,
ampliando a possibilidade de explorar essa pesquisa na mídia radiofônica. A radiorrevista irá
possibilitar que ampliemos sons que são peculiares/singulares ao meio rural como o mugido da vaca
durante a ordenha, o barulho do leite na etapa de refrigeração, a voz de personagens típicos do
interior de forma descontraída.
A diversidade de elementos sonoros que podem ser capturados são fundamentais para
prender o receptor, pois o som espontâneo traz naturalidade às falas e isso leva o ouvinte para o
local que desejarmos. Essa “viagem” que é essencial para a interação desejada, uma vez que
objetivamos realizar uma produção instigante.
6. PERCURSO METODOLÓGICO
12
As técnicas metodológicas escolhidas para fazer parte deste trabalho foram identificadas
através da pesquisa de campo, coleta de materiais sonoros e entrevistas que pudessem possibilitar a
compreensão do ouvinte de como é a produção dos produtos coloniais até chegar à mesa do
consumidor.
Primeiramente, definimos o tema do nosso trabalho. Em seguida, determinamos as fontes a
serem entrevistadas. Elas, inclusive, foram determinantes para a ascensão da pesquisa, pois foram
pesquisadores na área ou produtores dos próprios produtos coloniais, ou seja, pessoas que puderam
nos mostrar a matéria-prima, o processo, a finalização e o histórico de tudo isso.
Durante esse processo, detalha-se o apanhado de sons, que foram gravados durante as
entrevistas, nos intermédios do local onde o produto é feito, a exemplo do som que a máquina
produz, ou mesmo o ruído do vento.
Para que o ouvinte pudesse se tornar mais próximo, percebemos sons singulares, como o
barulho da primeira ordenha da manhã, o mugido da vaca ao vir do pasto para ser colocada para a
ordenha, o “cantar” dos pássaros, entre outros. Foram seis visitas realizadas em diferentes
agroindústrias ou produção caseira. Os entrevistados somam um em casa ambiente, mais duas
pesquisadoras da área.
Após a coleta desse material e a seleção dos mesmos, o grupo realizou a produção do roteiro
do programa, que totalizou quatro páginas e 10 minutos de fala das apresentadoras, que foram as
integrantes Emanuelle Bueno e Marianna Antunes. A gravação do programa no estúdio foi realizada
logo depois da decupagem das entrevistas, o qual foi detalhista, pois se gravou muitas horas de
áudio.
Com a gravação das apresentadoras e as entrevistas finalizadas, a etapa de edição e
finalização do programa começou. A integrante Marianna Antunes foi uma das responsáveis pela
edição final do programa, e o técnico Clenilson Oliveira pela gravação do áudio do programa.
7. PERCEPÇÕES
7.1. DO GRUPO
O grupo realizou todas as visitas em conjunto, possibilitando uma integração de ideias e
compartilhamento das mesmas. Cada etapa foi concluída com o consentimento de todas as
integrantes, sendo, para nós, um imenso prazer ver esse trabalho concluído. Nas próximas linhas,
13
cada uma explana sua percepção pessoal sobre o desenrolar do projeto, mas deixamos registrado
que todas nós evoluímos tanto como profissionais como pessoas durante essa ação.
7.2. EMANUELLE BUENO
O veículo Rádio por si só já pode ser encarado como um desafio na era digital que estamos
vivendo. Não que ele tenha perdido a importância ou a capacidade de comunicar, mas sem dúvida é
realizar um trabalho que atraia ouvintes em um momento que a sociedade está tão voltada para a
multimidialidade do meio online torna nosso trabalho mais desafiador e porque não mais
importante.
Todavia, desafios foram o que rodearam cada etapa dessa faculdade tão fascinante que é o
Jornalismo, por isso tanto eu, quanto minhas colegas, Evelyn Paz e Marianna Antunes, encaramos o
trabalho com muita seriedade e, desde o primeiro momento, fizemos o que estava ao nosso alcance
para alcançar um resultado satisfatório.
O grupo trabalhou em conjunto desde o primeiro momento, quando precisávamos
determinar o tema. Tanto que não me recordo como chegamos a essa ideia final. Lembro-me apenas
que todas nos apaixonamos pelo projeto antes mesmo de começar a realizá-lo.
Antes de qualquer coisa, conversamos com a professora do curso de história da UNIFRA e
pesquisadora nessa área, Nikelen, sobre costumes, histórias, cultura e origem dos produtos. Sua
orientanda que realiza seu trabalho final de graduação sobre gastronomia alemã, também nos ajudou
a nortear nosso foco e constituir pautas e perguntas.
Infelizmente nossa ideia inicial de visitar três cidades da região centro (Restinga Sêca,
Agudo e Santa Maria) não foi concluída, os motivos se misturam entre dificuldade de locomoção
até o local, custos, e difícil conciliação de horários, uma vez que muitas do grupo estagiam e para
acompanhamento de um profissional da prefeitura precisamos fazer as visitas em dia de semana.
Mas, embora com duas cidades (ficando de fora Agudo), a quantidade de informações e a riqueza
delas são de encantar qualquer apreciador da história e da cultura.
A ideia de visitar agroindústrias não estava nos planos, pois tínhamos pensando em ir até as
festas gastronômicas. Entretanto, tais festas estão muito voltadas para o comércio dos produtos e
não cultivam a cultura da produção das comidas coloniais. Sendo assim, por indicação da Secretária
de Cultura e Turismo de Restinga Sêca, o grupo visitou as principais agroindústrias e também
algumas microempreendedoras. A partir de tais visitas que foi possível adentrar nesse meio e 14
perceber o quanto foi importante viver essa experiência. Após tais visitas, ainda fomos até Mostra
de Turismo da Região Central do rio Grande do Sul em Santa Maria, local com uma diversidade
encantadora de produtos coloniais.
Antes de qualquer coisa, esse trabalho me proporcionou uma visão diferenciada desses
produtos. A primeira questão que modifiquei com pensar tais produtos como oriundos da Itália, ou
da Alemanha. Toda a matéria-prima produzida pelos microempreendedores da região centro do Rio
Grande do Sul é singular, ou seja, sofreram modificações e hoje podem ser chamadas de receitas
(italianas ou alemãs) de determinada colônia da região centro do estado. Prova disso é a cuca. A
produzida na Itália e diferente da consumida em Restinga Sêca, que certamente difere da cuca de
Uruguaiana, por exemplo. Cada região e grupo tem sua peculiaridade, pois adaptavam suas receitas
conforme os produtos cultivados em cada colônia.
Além disso, o contato com a produção, com o produto fresco, colido na horta, cultivado no
pé, reservado durante a safra, são muito mais que preservação de uma cultura, é uma forma de não
deixar a grande indústria tomar conta da produção nacional, e ainda oferecer aos que procuram e
podem consumir, um produto livre de agrotóxicos e rico em sabor.
As técnicas empregadas em cada propriedade, desde a ordenha, até a colheita dos granjeiros
ou mesmo armazenamento das frutas, são etapas desconhecidas pela grande maioria das crianças
ditas “urbanas”. Além de oferecerem saúde, tudo isso deveria ser apresentado a elas para que
possam entender o valor da comida, da onde tudo que está na mesa surge, que pessoas estão
envolvidas nesse processo.
Eu, particularmente, eliminei inúmeras curiosidades e, a cada uma delas, me encantava mais
com o trabalho realizado por essas pessoas no campo. Somos míseros consumidores desses
produtos, e vejo que, apresentar isso a sociedade, significa levar um pouco de conhecimento e
consciência ecológica e histórica aos ouvintes. Por isso digo, foi, a cima de tudo, agradável produzir
essa radiorrevista.
7.3. EVELYN PAZ
Desde o primeiro contato com a disciplina de rádio percebi que não seria nada fácil, para quem
pensava que este veículo não era tão interessante. Engano meu. O rádio me proporcionou novas
15
descobertas e desafios. E ao cursar a matéria de Projeto Experimental em Rádio neste semestre,
fiquei na expectativa do que seria feito.
Um pouco de medo do desafio a ser proposto na cadeira, mas tudo foi superado, ao lado das
minhas colegas Emanuelle Bueno e Marianna Antunes. Ao desenrolar da disciplina, começamos a
pensar o que faríamos em termos de projeto. Aí surgiu a ideia de fazer sobre a gastronomia colonial,
nas festas. Não tivemos muito sucesso. Então, decidimos mudar um pouco nosso rumo e saber
como os produtos coloniais como o queijo, pão, cucas, bolachas chegam até a nossa casa.
A partir daí o trabalho se desenvolveu de forma satisfatória, facilitado pelo fato da mãe da
Emanuelle, Clara Maria Tronco fazer parte da Diretoria de Cultura e Turismo de Restinga Sêca, o
que nos facilitou a encontrar as fontes e os pontos a serem abordados.
No início do nosso projeto a ideia era visitar três cidades: Restinga Sêca, por já termos os
contatos feitos através da mãe da Emanuelle, Agudo pelo fato de ser outra colônia e Santa Maria,
que teria uma mostra colonial fazendo com que pudéssemos conhecer um pouco de cada cultura em
geral. Novamente, mudança de planos. O material que conseguimos captar nas agroindústrias de
Restinga Sêca foi tão rico em sons, sonoras e curiosidades, que acabamos desistindo de visitar o
município de Agudo (até porque percebemos que não teríamos tempo), mas Santa Maria ainda
continuou nos planos.
Através da Mostra de Turismo da Região Central do rio Grande do Sul, podemos conhecer o
sabor das cucas de Agudo e a como é feita a produção dos sucos e geleias do produtor Luís Isaia, o
que acrescentou curiosidades em nosso projeto.
Analisando o produto, acredito que conseguimos atingir o objetivo pretendido. Reunimos
depoimentos que nos revelam o modo de produção dos alimentos. Pude acompanhar o processo da
ordenha, o que para mim foi uma experiência nova e reveladora. Pois, neste procedimento, vimos
para onde vai o leite que é tirado do animal e o que é feito com ele depois disso: queijo, iogurte e a
própria comercialização do leite.
Todas nós contribuímos para a realização deste trabalho, pegamos junto e assim o se deu o
sucesso do projeto. Digo sucesso, pelo fato de que ele nos trouxe conhecimento, do modo como as
pessoas vivem e fazem seus produtos até chegar em nossas casas. Mas para que isso aconteça, elas
‘lutam’ com dificuldades para se manter e comprar produtos, máquinas para que sua produção
também possa crescer e render lucros. Por isso, este trabalho para mim foi bastante relevante,
porque não foi mais uma disciplina obrigatória do curso e sim, de uma maneira diferenciada, se
tornou a produção de conhecimento.
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7.4. MARIANNA ANTUNES
Minha participação no trabalho foi intensa e gratificante. Desde a escolha do tema, no início
do semestre quando reunidas, decidimos tratar dos produtos coloniais, assunto que me despertava
interesse e curiosidade, até a edição do programa, realizada nos últimos dias de trabalho. Estive
presente em quase todas as entrevistas, desde que resolvemos tentar entender o que era o produto
colonial e recorremos a uma professora de história da UNIFRA e a uma acadêmica que realizou um
trabalho sobre culinária alemã, até as visitas em agroindústrias de Restinga Seca.
Participei durante o processo de entrevistas, registro fotográfico e gravação de sons e das
próprias falas dos entrevistados. Este processo foi extremamente rico e de grande aprendizado, pois
entrevistar pessoas que normalmente não recebem tanto destaque em veículos tradicionais da mídia
possuem valiosas informações para nos passar.
Um dos objetivos da escolha do nosso tema foi também deixar estes relatos tão ricos em
história e conhecimento registrados para que não se percam. Fui responsável também por criar um
blog para o trabalho, que mostra o registro das imagens das nossas entrevistas, já que o rádio não
possibilita a exploração deste aspecto e nós consideramos que tínhamos um material muito rico
também de fotografias, não só de áudios.
No processo de decupagem das entrevistas participei escolhendo e já separando trechos que
seriam utilizados no programa e acrescentados no roteiro. Não me envolvi totalmente no processo
de produção do roteiro, pois por saber editar áudios fiquei responsável por esta parte. Mesmo assim,
estava sempre revisando e debatendo os temas que seriam incluídos no roteiro junto com as outras
colegas. A seleção da trilha sonora, captação de efeitos para serem utilizados no programa, edição
das entrevistas e finalização da edição foram realizadas por mim.
Acredito que seja válido nos aventurarmos em áreas com as quais não estamos tão
familiarizados. Editar o programa foi uma forma de melhorar meus conhecimentos no Audacity,
programa que utilizei, exercitando e aprimorando meus conhecimentos nesta área. Hoje em dia,
acredito que cada vez mais, podemos nos utilizar de aplicativos tecnológicos para realizar algumas
funções já que eles possibilitam que uma função seja realizada de maneira mais fácil, em nossa
própria casa, do que anteriormente.
Transmitir o que estivemos vendo de perto para o ouvinte foi um dos principais desafios do
nosso trabalho, pois desejávamos que as sensações e as percepções que tivemos em nossas visitas
também pudessem ser notadas pelos ouvintes. Desta forma, tentamos trazer feitos sonoros captados
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durante as entrevistas como o som dos pássaros e o canto do galo, tão ouvidos nas pequenas
propriedades que visitamos.
O barulho da ordenhadeira e de uma das máquinas que faz salame também foi incluído para
que aguçasse a imaginação do ouvinte e ele não tivesse apenas a percepção de vozes e falas durante
o programa. Tentamos também mostrar o como o modo de preparo simples e artesanal das
agroindústrias que visitamos são importantes para manter a cultura de um povo que continua tirando
seu sustento destas atividades.
Apesar de não termos conseguido visitar mais cidades que também possuem produtos
coloniais, por não termos tido tempo e o gasto com deslocamento ter se tornado difícil, buscamos
trazer para o trabalho a maior quantidade de produtos coloniais e também uma variedade de vozes
que pudessem transmitir o quanto esta cultura ainda é presente na região central do estado.
Visitamos produções de leite, queijo, suco, geleia, salame, iogurte, bolachas, cucas e agroindústrias
que faziam uma infinidade de produtos mesmo com espaço e quantidade de funcionários limitada.
A realização deste trabalho foi de extrema importância para que eu pudesse compreender as
diferentes etapas de produção de um produto radiofônico que foi produzido de maneira
comprometida e dedicada. Enfim, participar da escolha do tema, realização das entrevistas,
decupagem, produção do roteiro, elaboração do projeto, edição e finalização deste programa em
conjunto com as minhas colegas foi muito satisfatório e gratificante.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No presente trabalho, pretendeu-se elucidar a importância de existir uma cultura
gastronômica de produtos coloniais. Para tal, embasamentos teóricos tanto na linha gastronômica
quanto histórica foram indispensáveis; além da pesquisa de campo, que possibilitou um contato
direto com o objeto em foco, uma vez que, quando se fala em comunicação radiofônica, é
imprescindível o detalhamento da vivência em uma maior dimensão, pois se exclui alguns sentidos
possíveis em outros meios.
Evidentemente, não houve nenhuma intenção de negar o valor dos produtos industriais, ou
mesmo questionou-se um modo de produção diferente do defendido no trabalho. Aqui, apenas
tentou-se debater assuntos relacionados com produção colonial, desde a preservação dessa cultura,
até a valorização da produção. O método de elementos sonoros, que perpassam o silêncio, e as
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vozes múltiplas da entrevista, foi adotado com o objetivo de tentar sensibilizar o ouvinte que, ao se
deparar com sons tão naturais, pode desejar entendê-los.
Embora a cultura agroindustrial seja um fato existente há décadas, sua produção e realidade
encontram-se distantes dos grandes centros urbanos, o que ocasiona uma falta de conhecimento e,
consequentemente, de valorização do produto. Assim, o trabalho em foco se torna importante a
partir do momento que utiliza de técnicas sólidas para aproximar o ouvinte ao máximo do assunto
apresentado, mostrando situações reais, detalhando suas peculiaridades, a fim de encantá-los com
vivências diferentes, que, ao mesmo tempo, expressam-se tão reais e singulares.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA FILHO, André. Gêneros radiofônicos: os formatos e os programas em áudio. São Paulo, SP: Paulinas, 2003.
CÉSAR, Cyro. Rádio: a mídia da emoção. São Paulo, SP: Summus, 2005.
FERRARETTO, Luiz Artur. Rádio: o veículo, a história e a técnica. Porto Alegre: Sagra Luzzato, 2001.
FERRARETO, Luiz Artur; KLÖCKNER, Luciano (Orgs.). E o rádio? Novos Horizontes Midiáticos. Porto Alegre: Edipucrs, 2010. Disponível em: <http://www.pucrs.br/edipucrs/eoradio.pdf>
JUNG, Milton. Jornalismo de rádio. São Paulo, SP: Contexto, 2004. 156 p.
MONTANARI, Massimo. Comida como cultura. São Paulo: Senac São Paulo, 2008.
NEUGEBERGER, Lotário. Radiodifusão no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Círculo de Pesquisas Literárias: Plátano, 1997.
ORTRIWANO, Gisela Swetlana. A informação no rádio: os grupos de poder e a determinação dos conteúdos. São Paulo, SP: Summus, 1985.
PORTELA, Maria da Graça. A valorização do potencial cultural material local: estudo da cultura ítalo-brasileira na Quarta Colônia/RS. Lisboa, Portugal, 2011.
TONGUINHA, Thomé Luís. Na onda do progresso: o papel do rádio no desenvolvimento do rio Grande do Sul. Porto Alegre: Alternativa, 2001.
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10. ANEXO
10.1. O PASSEIO PELAS AGROINDÚSTRIAS DA REGIÃO CENTRAL EM IMAGENS
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Mais fotos podem ser encontradas no endereço: http://produtodacolonia.blogspot.com.br
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