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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO CAMPUS JUAZEIRO/BA ANÁLISE DO MECANISMO DE ACIONAMENTO DE UM PEDAL DE FREIO Trabalho do sexto período referente à matéria de Mecanismos Mecânicos, ministrada pelo Professor José Bismark de Medeiros . CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA LUCAS ALEXANDRINO MOREIRA DOS SANTOS HUGO PEREIRA

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mecanismo de acionamento

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

CAMPUS JUAZEIRO/BA

ANÁLISE DO MECANISMO DE ACIONAMENTO DE UM PEDAL DE FREIO

Trabalho do sexto período referente à matéria de Mecanismos Mecânicos, ministrada pelo Professor José Bismark de Medeiros .

Juazeiro2014

CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

LUCAS ALEXANDRINO MOREIRA DOS SANTOSHUGO PEREIRA

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DIMENSIONAMENTO DE PEDAL DE FREIO

O pedal de freio é uma alavanca do tipo inter-resistente, podendo ser

suspensa ou modular. O tipo mais frequentemente encontrado em veículos de

passeio é o primeiro. Já o segundo tem uma concepção combinada com o servo-

freio, segundo a qual o módulo todo é montado por baixo do assoalho do veículo. Na

configuração suspensa, o motorista aciona o pedal com o pé, e a alavanca

simplesmente transmite a força muscular para o servo-freio e cilindro mestre, onde é

convertida em pressão hidráulica. O desenho da alavanca irá determinar a relação

de pedal, que é um dos fatores que influenciam a sensação que o motorista

experimenta ao acionar o freio.

Para dimensionar o pedal de freio para o protótipo Baajatinga 2014 é

necessário atentar-se a dois fatores essenciais: a utilização de um mecanismo de

acionamento que transforme um movimento rotacional em um movimento retilíneo

que seja capaz de deslocar o êmbolo do cilindro mestre cerca 25 mm e a relação de

força no braço de alavanca do pedal, que deve ser de 1:4, força de entrada-força de

saída.

MECANISMO DE ACIONAMENTO

Dentre as várias opções de mecanismos existentes que transformam

movimento rotacional em movimento retilíneo optamos por utilizar uma inversão do

mecanismo cursor manivela.

O cursor manivela é um mecanismo é largamente usado e sua maior

aplicação é em motores de combustão interna, onde o movimento linear dos pistões

pela explosão do combustível é transmitido para a haste que gira em um movimento

circular sobre o eixo de manivela.

Esse mecanismo é o ponto de partida para os sistemas que utilizam o

movimento de rotação de um eixo ou de uma árvore para obter movimentos lineares

alternativos ou angulares. Sendo esse constituído por a manivela, a biela, o cursor e

o bloco por onde ocorrerá a transformação do movimento.

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Figura 1. Cursor Manivela

A inversão de um mecanismo ocorre quando uma peça que é originalmente

fixa é liberada e outra peça passa a ser fixa. A inversão de um mecanismo não

altera o movimento relativo entre suas peças, entretanto modifica seus movimentos

absolutos. A figura abaixo mostra quatro possíveis inversões do cursor manivela.

Figura 2. Inversões do mecanismo cursor manivela

Baseado na inversão 3 foi elaborado um esboço do mecanismo de atuação do pedal de freio como mostrado na figura abaixo.

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A peça 1 consiste em um olhal de fixação, a peça 2 é uma haste que acionará

o êmbolo do cilindro mestre e a peça 3 é o pedal de acionamento.

Posteriormente foi feita a modelagem do mecanismo utilizando o programa

SolidWorks 2013. Ressalta-se que as dimensões de cada peça foram delimitadas de

acordo com o tamanho da gaiola do modelo Baaja 2014.

Figura 3. Vista lateral

Figura 4. Vista isométrica

Figura 5. Localização na gaiola

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Figura 6. Vista esplodida

Figura 7. Vista esplodida com lista de peças

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ANÁLISE DE POSIÇÃO, VELOCIDADE E ACELERAÇÃO

A análise cinemática é determinada por meio da elaboração de polígono de

vetores representativo do mecanismo em questão.

Figura 8. Polígono de vetores

Onde R1 indica a posição do pedal de acionamento, R2 indica a posição da

haste de acionamento do cilindro mestre e R3 indica a posição do guia.

Analise de Posição:

Vetorialmente temos que:

R1+ R2=R3

R2=R3−R1

Escrevendo os vetores na forma complexa temos:

R2 eiθ2=R3 e

iθ3−R1 eiθ 1

Como θ2 é igual a zero temos que:

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R2=R3eiθ 3−R1 e

iθ 1 (1)

R2=R3 (cos θ3+isin θ3)−R1 (cosθ1+i sinθ1 )

Separando as partes reais e imaginárias temos que:

Parte Real:

(2)

Parte Imaginária:

0=R3 sinθ3−R1 sin θ1

(3)

Análise de Velocidade:

Obtemos o vetor velocidade diferenciando a equação (1):

R2=R3eiθ 3+i θ3 R3 e

iθ 3−R1 eiθ1−i θ1R1e

iθ1

Como R1 e R3 são constantes temos:

R2=i θ3R3 eiθ 3−i θ1R1 e

iθ1 (4)

Como θ1=ω1e θ3=ω3 temos:

R2=i ω3 R3 (cosθ3+i sinθ3 )−iω1R1 (cosθ1+i sin θ1 )

(5)

Análise de aceleração:

Obtemos o vetor aceleração diferenciando a equação (4):

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R2=i θ3R3 eiθ 3−θ3

2 R3 eiθ 3−i θ1R1e

iθ1+θ12R1 e

iθ 1

Como θ1=ω1, θ3=ω3, θ1=α1e θ3=α3 temos:

(6)

Por se tratar de um pedal de freio, apenas a análise de posição é conveniente

a ser realizada. Desta forma veremos como se comporta o deslocamento de R2 com

a variação de θ1.

Definição dos pontos críticos:

O ângulo θ1 inicial deve ser coincidente com o ângulo de conforto do pé do

piloto, desta forma θ1 inicial = 125,4º conforme mostrado na figura abaixo.

Figura 9. Pedal ajustado pelo ângulo de conforto

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O ângulo θ1 final deve atender os padrões ergonômicos do pé do operador, que

segundo Fenton (1996) deve variar no máximo vinte graus. Desta forma θ1 final =

105,4º.

Análise de altura:

O olhal de fixação e o guia da haste de acionamento do cilindro mestre são

fixos na estrutura e possuem uma diferença de altura de 63 mm. Isso faz com

que ao rotacionarmos o pedal de acionamento ele sofra um deslocamento

vertical, possibilitado pelo furo passante em suas laterais.

Este deslocamento vertical pode ser calculado da forma abaixo:

Figura 10. Altura do pedal

R1 sin θ1=h

R1=63sin θ1

Logo para θ1 inicial = 125,4º, R1= 77,29 mm e para θ1 final = 105,4º, R1= 65,35mm.

Análise de deslocamento nos pontos críticos:

Utilizando as equações (2) e (3) para os seguintes dados iniciais temos:

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Dados IniciaisR1 = 77,29 mm R2 = ? R3 = 122,64 mm

Θ1 = 125,4º Θ2 = 0º Θ3 = ?

Utilizando as equações (2) e (3) para os seguintes dados finais temos:

Dados IniciaisR1 = 65,35 mm R2 = ? R3 = 122,64 mm

Θ1 = 105,4º Θ2 = 0º Θ3 = ?

O deslocamento do embolo do cilindro mestre é dado por:

∆=R2 i−R2 f

∆=27,42mm

Como o deslocamento máximo do êmbolo do cilindro mestre é de 25 mm,

concluímos que mecanismo analisado atende aos requisitos almejados.

REFERÊNCIAS

θ3=sin−1( R1 sinθ1R3 ) θ3=30,91º

R2=R3cosθ3−R1 cosθ1 R2=150mm

θ3=sin−1( R1 sinθ1R3 ) θ3=30,91º

R2=R3cosθ3−R1 cosθ1 R2=122,57mm

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MABIE, H. H. Mecanismos. Editora LTC. Rio de Janeiro, 1980.

BOB WILLIAMS. An Atlas of Structures, Mechanisms, and Robots. 2014.

NORTON, Robert L. Design of machinery: an introduction to the synthesis and analysis of mechanisms and machines. 3 rd ed. Boston: McGraw-Hill Higher Education, 2004.

NORTON, Robert L. Cinemática e dinâmica dos mecanismos. ed. McGraw Hill Brasil, 201 McGraw Hill Brasil, 20100