Manuel alegre

1
Manuel Alegre (n. 12 de Maio de 1936 em Águeda) Político e escritor. Filho de Francisco José de Faria e Melo Ferreira Duarte e de sua esposa Maria Manuela Alegre de Melo Duarte. Depois da frequência do ensino primário na sua terra natal realizou estudos secundários em Lisboa (Liceu Paços Manuel) e no Porto (Liceu Alexandre Herculano). Ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra em 1956 embora nunca tenha concluído a formação superior. A sua atividade política iniciou-se em 1957, em Coimbra, com a militância no Partido Comunista Português, formação partidária que abandonaria em 1968 para ingressar na Ação Socialista Portuguesa 1 . Entre 1961 e 1963 prestou serviço militar no exército português. O início da guerra colonial determinou a sua mobilização para Angola (1962). Porém a divergência com a política ultramarina colocada em prática pelo regime do Estado Novo (EN), liderado pelo presidente do conselho de ministros António de Oliveira Salazar, condu-lo à prisão e subsequentemente ao exílio em Paris e Argel (1964). A partir daquela altura desenvolveu intenso ativismo contra o regime do EN. A revolução de 25 de Abril de 1974 criou as condições para o regresso a Portugal e para a sua adesão ao recém-fundado Partido Socialista, formação partidária que representou como deputado a partir de 1976. Desempenhou diversos cargos políticos e é conhecida a sua intervenção cívica 2 . A sua obra literária foi muito marcada pelas suas vivências pessoais e foi distinguida com os prémios Pessoa (1999) e da Associação Portuguesa de Escritores (1998). Mas a propósito da comemoração do trigésimo nono aniversário da Revolução de 25 de Abril de 1974, salientamos apena uma obra que versa sobre o período da guerra colonial, processo que esteve a montante dos acontecimentos que conduziram à fundação da 2ª República. Destacamos o primeiro romance de Manuel Alegre, Jornada de África, que tem por cenário o conflito na frente angolana, com as suas contradições e violências que agudizaram a organização do movimento militar que estaria na base da Revolução e da refundação da Democracia em Portugal. ALEGRE, Manuel Jornada de África: romance de amor e morte do alferes Sebastião. 3ª ed. Lisboa: Dom Quixote, 2007. ISBN 978-972-20- 3475-3. 1 MANUEL ALEGRE [Em linha]. [Consult. 22 de Abril de 2013]. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_alegre . 2 Idem, Ibidem.

Transcript of Manuel alegre

Page 1: Manuel alegre

Manuel Alegre (n. 12 de Maio de 1936 em Águeda)

Político e escritor. Filho de Francisco José de Faria e Melo Ferreira

Duarte e de sua esposa Maria Manuela Alegre de Melo Duarte.

Depois da frequência do ensino primário na sua terra natal realizou

estudos secundários em Lisboa (Liceu Paços Manuel) e no Porto (Liceu

Alexandre Herculano). Ingressou na Faculdade de Direito da Universidade

de Coimbra em 1956 embora nunca tenha concluído a formação superior.

A sua atividade política iniciou-se em 1957, em Coimbra, com a militância

no Partido Comunista Português, formação partidária que abandonaria em

1968 para ingressar na Ação Socialista Portuguesa1.

Entre 1961 e 1963 prestou serviço militar no exército português. O

início da guerra colonial determinou a sua mobilização para Angola (1962).

Porém a divergência com a política ultramarina colocada em prática

pelo regime do Estado Novo (EN), liderado pelo presidente do conselho de

ministros António de Oliveira Salazar, condu-lo à prisão e

subsequentemente ao exílio em Paris e Argel (1964).

A partir daquela altura desenvolveu intenso ativismo contra o regime

do EN. A revolução de 25 de Abril de 1974 criou as condições para o

regresso a Portugal e para a sua adesão ao recém-fundado Partido

Socialista, formação partidária que representou como deputado a partir de

1976. Desempenhou diversos cargos políticos e é conhecida a sua

intervenção cívica2.

A sua obra literária foi muito marcada pelas suas vivências pessoais

e foi distinguida com os prémios Pessoa (1999) e da Associação Portuguesa

de Escritores (1998).

Mas a propósito da comemoração do trigésimo nono aniversário da

Revolução de 25 de Abril de 1974, salientamos apena uma obra que versa

sobre o período da guerra colonial, processo que esteve a montante dos

acontecimentos que conduziram à fundação da 2ª República.

Destacamos o primeiro romance de Manuel Alegre, Jornada de

África, que tem por cenário o conflito na frente angolana, com as suas

contradições e violências que agudizaram a organização do movimento

militar que estaria na base da Revolução e da refundação da Democracia

em Portugal.

ALEGRE, Manuel – Jornada de África: romance de amor e morte do

alferes Sebastião. 3ª ed. Lisboa: Dom Quixote, 2007. ISBN 978-972-20-

3475-3.

1MANUEL ALEGRE [Em linha]. [Consult. 22 de Abril de 2013]. Disponível em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_alegre. 2 Idem, Ibidem.