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  • Manual deE c o t u r i s m ode BaseComunitria

    Ferramentas para

    Todos os direitos reservados. Parte integrante do livro Manual de Ecoturismo de Base Comunitria: ferramentas para um planejamento responsvel, do WWF-Brasil.

    Para conhecer os outros captulos do Manual, o mtodo de elaborao, os projetos parceiros e demais informaes sobre este livro, visite o site do WWF-Brasil www.wwf.org.br.

    SECO 2IMPLEMENTAO RESPONSVEL:instrumentos para desenvolvimento fsico, educao e capacitao

    CAPTULO 2.7Implantao e manejo de trilhasAutora: Jane Maria de Oliveira Vasconcelos

    PARCERIA:

    APOIO:

    Ferramentas para um planejamento responsvel

    Arquivo pdf com 376 k34 pginas, capa e verso da capa

  • MANUAL DE ECOTURISMO DE BASE COMUNITRIAFERRAMENTAS PARA UM PLANEJAMENTO RESPONSVEL

    Publicao do Programa de Turismo e Meio Ambiente do WWF-Brasil

    FICHA TCNICA

    Organizadora do Manual Sylvia Mitraud

    Autores Anna Paula Santos, Ariane Janer, GilbertoFidelis, Jane Vasconcelos, Johan van Lengen,Leandro Ferreira, Marcos Borges, Max Dante,Monica Coruln, Roberto Mouro, SrgioSalazar Salvati, Sylvia Mitraud, TimothyMolton, Vernica Toledo, Waldir Joel deAndrade.

    Edio TcnicaRobert Buschbacher, Srgio Salazar Salvati,Sylvia Mitraud, Leonardo Lacerda

    Coordenador do Programa de Turismo e MeioAmbiente do WWF-BrasilSrgio Salazar Salvati

    Coordenao das Oficinas Sylvia Mitraud

    Consultores do ProjetoJane Vasconcelos, Roberto Mouro, VernicaToledo, Waldir Joel de Andrade, Ariane Janer,Gilberto Fidelis, Marcos Martins Borges

    Coordenao EditorialAlexandre Marino - Varanda Edies Ltda

    Projeto Grfico, capa e edio em pdfPaulo Andrade

    Fotos da capa:Srgio Salazar Salvati

    Tiragem: 3.000 exemplaresNovembro de 2003

    Esta publicao, "Manual de Ecoturismo de Base Comunitria: ferramentas para um planejamento responsvel pu-blicada com o apoio da USAID - Agncia dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional - com sede naEmbaixada Americana no Brasil, nos termos do acordo n 512-0324-G-00-604. As opinies expressas do(s) autor(es)no necessariamente refletem as opinies da Agncia dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional.

    Esta publicao contou com o apoio da Kodak Company, USA, nos termos do acordo de cooperao tcnica celebra-do para apoio ao desen volvimento dos projetos do Programa de Ecoturismo de Base Comunitria do WWF-Brasil. Asopinies expressas do(s) autor(es) no necessariamente refletem as opinies da Kodak Company.

    A viabilidade desta publicao contou com a participao da Companhia Suzano de Papel e Celulose, por meio deconvnio de parceria entre o WWF-Brasil e o Instituto Ecofuturo. As opinies expressas do(s) autor(es) no necessa-riamente refletem a opinio desta Companhia.

    Publicado em papel Reciclato - 100% reciclado

    M294e Manual de Ecoturismo de Base Comunitria: ferramentas para um planejamen-to responsvel. /

    [Organizao: Sylvia Mitraud] - [Braslia]: WWF Brasil, c2003. 470p.: il. Color. ;21x14 cm.

    BibliografiaISBN: 85-86440-12-4

    1. Ecoturismo - Brasil. 2. Turismo Comunitrio. 3. Metodologia de Planejamento e Gesto Ecoturismo. 4. Capacitao Comunitria. 5. Conservao.

    CDU 504.31

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    IMPLEMENTAO RESPONSVEL

    I. OBJETIVO

    E ste captulo tem o objetivo de orientaro desenvolvimento de progra m a se d u c a t ivos baseados na interpretaoambiental, conceito que estabelece critriosp a ra uma ampla compreenso do ambienten a t u ral. A partir desse conceito, busca aconciliao entre a satisfao do ecoturista ea conservao ambiental e cultural das reasvisitadas. Visa tambm promover mudanasp o s i t ivas de comportamento dos turistas.

    Alm de propor o desenvolvimento deprogramas de interpretao ambiental emgeral, o captulo tambm orienta a interpre-tao ambiental em trilhas natura i s .Caminhadas em trilhas so atividades dasmais procuradas no ecoturismo e a existn-cia de programas educativos por meio dainterpretao ambiental torna-se muitoimportante.

    Apesar deste captulo apresentar-se maisdirecionado para a interpretao danatureza, os conceitos e tcnicas aquid e s e nvolvidos podem perfeitamente seradaptados para ambientes e stios histrico-culturais. Mesmo para locais onde se desen-volvem principalmente atividades de aven-tura e esportes radicais, programas educa-tivos podem ser elaborados, conferindo aoprojeto maior consistncia e contribuindopara a compreenso da natureza. Na ver-dade, considera-se importante que toda equalquer atividade turstica empreenda pro-gramas educativos e informacionais, quevalorizem a integrao cultural dos povos,em vez de aes estreis do ponto de vistado conhecimento.

    II. INTRODUO CONCEITUAL

    O ecoturismo surgiu com a crescentedemanda das pessoas por maior contatocom os ambientes naturais, buscando nesseslocais uma oportunidade de relaxamento,beleza e interao. Essa demanda, porm,ao mesmo tempo que representa umareao positiva da sociedade crescenteconcentrao e turbulncia das cidades,vem sendo fonte de alguns conflitos:

    r De um lado, as reas naturais con-tm recursos raros ou nicos, geral-mente frgeis e suscetveis de perdasirreparveis; no possuem estruturae manejo adequados para o usopblico recreativo.

    r De outro lado, os visitantes encon-tram-se desvinculados e distancia-dos dos ambientes naturais, desco-nhecendo at seus mais simplesprocessos, e no se do conta deque cada uma de suas aes corres-ponde a um efeito ambiental. Nose sentindo como parte integrantedo ambiente natural, o homem nopercebe os efeitos de suas atitudes,ou, se percebe, no os avalia.

    O ecoturismo, tendo como princpio oequilbrio entre a utilizao e a conservaodas reas naturais visitadas e consequente-mente o desenvolvimento scio-econmicolocal, deve buscar alternativas para asoluo desses conflitos. O sucesso de umprojeto ecoturstico depende de sua eficin-cia para conciliar a satisfao do visitante e

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    7. Interpretao ambientalJane Maria de Oliveira Vasconcelos

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    MANUAL DE ECOTURISMO DE BASE COMUNITRIA Ferramentas para um planejamento responsvel

    a conservao das reas visitadas. Pa ratanto, o ecoturismo precisa influenciar ati-tudes e comportamentos, no podendoprescindir de atividades educativas.

    Educao Ambiental, conformedefinio da UNESCO, 1987, ump rocesso permanente no qual osindivduos e a comunidade tomamconscincia do seu meio ambiente ea d q u i rem conhecimentos, habili-dades, experincias, va l o res e adeterminao que os tornam capazesde agir, individual ou coletivamente,na busca de solues para os proble-mas ambientais, presentes e futuros.

    Isso significa que os objetivos da edu-cao ambiental esto diretamente rela-cionados com mudanas de valores e de ati-tudes, as quais necessariamente devem pas-sar por reflexes a respeito da viso do serhumano sobre si mesmo, sobre seu ambi-ente e as relaes entre o ambiente humanoconstrudo e o ambiente natural.

    reas naturais protegidas so locaisideais para implantao de progra-mas educativos, uma vez que cons-tituem fonte inesgotvel de meiosque facilitam o re-ligar do homem aseu ambiente.

    A t ividades de Educao A m b i e n t a l ,como parte dos programas de ecoturismo,d e vem levar os visitantes a uma compreen-so e apreciao mais profunda dos recursosn a t u rais e culturais das reas visitadas, possi-bilitando comportamento mais consciente.

    Porm, os ecoturistas buscam recreaosaudvel, relaxamento, inspirao... e noleituras e ensinamentos. Para conciliar arecreao e a educao, vem sendo desen-volvida desde o final do sculo passado aarte e a tcnica da interpretao ambiental.

    1. A Interpretao Ambiental como Instrumento de Educao

    A Interpretao Ambiental ou daNatureza uma forma estimulante defazer com que as pessoas entendam o seuentorno ecolgico. bastante antiga e estintimamente ligada histria dos ParquesNacionais norte-americanos. Alguns dessesParques, no final do sculo passado, jestavam legalmente protegidos e contavamcom os chamados naturalistas, pessoasconhecedoras dos valores naturais do lugare que acompanhavam grupos de excursio-nistas por trilhas e rotas, fazendo, com o seuentusiasmo, que o visitante vibrasse comsuas mensagens (Morales, 1989).

    I n t e r p retao Ambiental umatraduo da linguagem da naturezapara a linguagem comum dos visi-tantes, fazendo com que os ecoturis-tas sejam informados em vez de d i s t rados, e educados, alm dedivertidos.

    As bases e a filosofia da interpretao sf o ram estabelecidas em 1957 por um dra-maturgo e filsofo norte-americano, Fr e e m a nTilden, atravs dos seguintes princpios:

    A interpretao deve relacionar os obje-tos de divulgao ou interpretao coma personalidade ou experincia das pes-soas a quem se dirige.

    A informao, como tal, no interpre-tao. A interpretao uma forma decomunicao que vai alm da infor-mao, tratando dos significados, inter-relaes e questionamentos. Porm, todainterpretao inclui informao.

    A interpretao uma arte que combinamuitas artes (sejam cientficas, histricas,arquitetnicas) para explicar os temas,utilizando todos os sentidos para cons-truir conceitos e provocar reaes noindivduo.

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  • O que diferencia a interpretao da sim-ples comunicao de informaes justa-mente a forma como a comunicao feita.Baseada em tcnicas especiais de comuni-cao, a abordagem interpretativa provoca,cativa e estimula o visitante a observar obje-tivamente, pensar criticamente e agir cons-cientemente.

    r A abordagem InterpretativaA abordagem ou linguagem interpretati-

    va caracteriza-se por possuir quatro carac-tersticas essenciais.

    a) Amena (a abordagem entretm)

    Entreter manter a ateno da audincia.Consegue-se isso de variadas formas, con-forme o meio utilizado. Uma exposioamena tem qualidades diferentes de umap a l e s t ra tambm amena. De um modo gera lutiliza-se a informalidade, tom de voz amis-toso, movimento, cores vivas, humor, msica,i n t e rao. Mesmo no sendo um comuni-cador talentoso, o intrprete pode ser ameno.

    b) Pertinente (a abordagem tem significado e pessoal)

    Para ser significativa, uma informaotem que relacionar-se com algo que j conhecido, tem que fazer parte de um con-texto j formado. Quando ouvimos ouvemos algo que no nos recorda nada, noencontramos sentido para essa informao.Para que informaes novas faam sentido,ou tenham significado, utilizam-se exem-plos, comparaes, analogias, as quaisservem de ponte com um contedo jconhecido ou com o cotidiano.

    Uma informao pessoal quando serelaciona com algo que do interesse doindivduo. As coisas mais interessantes sosempre as que envolvem o prprio indiv-duo, sua famlia, sua sade, seu bem-estar,sua qualidade de vida, seus valores, suascrenas, seus princpios e suas convices.

    Para que uma informao se torne perti-nente, preciso tanto que tenha significadoquanto que seja interessante. Porm, umainformao pode ser significativa e no ser

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    Interpretao ambiental IMPLEMENTAO RESPONSVEL

    O objetivo fundamental da interpretaono a instruo, mas a provocao;deve despertar curiosidade, ressaltandoo que parece, a princpio, insignificante.

    A interpretao deve tratar do todo emconjunto e no de partes isoladas; os

    temas devem estar interrelacionados. A interpretao deve ser dirigida para

    pblicos e interesses determinados: gru-pos de escolas, adultos em frias etc.

    A linguagem interpretativa adota os com-ponentes fundamentais da comunicao:

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    EMISSOR RECEPTOR

    MEIO

    MENSAGEM

    RESPOSTA

    1 QUADRO 1

    COMPONENTES DA COMUNICAO

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    MANUAL DE ECOTURISMO DE BASE COMUNITRIA Ferramentas para um planejamento responsvel

    interessante. Por isso difcil, por exemplo,manter a ateno em um filme j visto ounum livro j lido. Uma boa tcnica paratornar a informao mais pessoal referen-ci-la a situaes j vividas pela audincia,como por exemplo:

    2 Pense na ltima vez que voc...2 Alguma vez voc j...2 Em um momento ou outro a maioria

    de vocs j...2 Ns, que entendemos o valor de

    uma floresta, sabemos que...2 Os pais que se preocupam com...

    c) Organizada (a abordagem no requer muito trabalho da audincia)

    A informao organizada no requermuito esforo da audincia, fcil de seracompanhada. mais fcil seguir uma infor-mao se ela estiver organizada em catego-rias lgicas, como ttulos e subttulos, incio,meio e fim.

    Resultados de pesquisas demonstra mque as pessoas tm capacidade para reter,em mdia, somente sete idias novas decada vez. Esse nmero pode variar entrecinco e nove, o que significa que alguns spodem manejar at cinco idias nova s .Portanto, as palestras, exposies, audiovi-suais etc., sero mais interessantes einteligveis se forem organizadas em nomximo cinco idias principais. Tambm importante que a audincia possa facil-mente distinguir os pontos principais e asinformaes secundrias.

    Essas regras se aplicam a todos os tiposde apresentaes, sejam faladas ou escritas,auditivas ou visuais.

    d) Temtica (a abordagem tem uma mensagem a ser comunicada)

    O tema a idia principal ou chave dequalquer informao. Quando uma apre-sentao tem um tema ela contm umamensagem. Ao final de uma boa atividadede interpretao o pblico deve poder resu-

    mi-la em uma s orao. Esta orao ser o tema ou a mensagem que se pretendetransmitir.

    Muitas vezes, tpicos e temas so confun-didos e isto dificulta tanto a elaborao doscontedos como a sua compreenso pelopblico. Um tpico o assunto que se quert ra t a r, como por exemplo: A contaminaoda gua. O tema ser a mensagem que sedeseja passar, tambm chamada de moral dahistria, frase ch ave, idia principal.

    A mensagem pode ser simples como: Acontaminao da gua est se transforman-do em um problema srio. Ou mais com-plexa, como: A contaminao da guaameaa tanto a nossa sade como nossaeconomia e h algo que todos podemosfazer com relao a isso.

    Cada um desses temas trata de fatos econceitos prprios e tero diferentes abor-dagens, mas os dois partiram de um mesmotpico.

    Muitas interpretaes no alcanam osresultados esperados, porque so elabo-radas e organizadas no nvel do tpico eno do tema. Os tpicos, por serem muitoamplos, no estabelecem um enfoque, umadireo. As apresentaes baseadas emtpicos tendem a dizer tudo e nada aomesmo tempo. No final ficam as perguntasE da? O que importa?.

    O tema deve ser pensado em forma deuma orao completa, que expresse a men-sagem que se deseja que o pblico entenda.As pessoas normalmente expressam-se deforma temtica quando falam ao telefone oucontam uma piada.

    O tema funciona como um fio con-dutor, tanto para o planejador comopara o pblico.

    Para o planejador, um tema bem definidopor si s j indica as diferentes classes deinformaes necessrias, facilitando a inves-tigao e busca destas informaes (cincoidias principais e informaes de apoio).

    Pa ra o pblico, uma apresentaotemtica mais fcil de ser compreendida,

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  • II. CAIXA DE FERRAMENTAS

    Considerando que este captulo apresen-ta orientaes tanto para o desenvolvimentoe realizao de programas de interpretaoambiental em geral, como tambm para odesenvolvimento da interpretao ambien-tal em trilhas, esta seo do captulo estorganizada da seguinte forma:

    1. Como elaborar Programas Interpretativos para o Ecoturismo:

    r Planejamento.r Implementao.r Avaliao.

    2. Trilhas interpretativas:r Tipos de Trilhas Interpretativas.r Como preparar a interpretao de

    uma trilha guiada.r Como preparar a interpretao de

    uma trilha autoguiada.r Modelos que se complementam.

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    Interpretao ambiental IMPLEMENTAO RESPONSVEL

    principalmente quando o tema e as cincoidias principais so explicitados desde oprincpio. Isso confere um propsito, umsentido para a apresentao, facilitando a

    organizao das idias.Temas interessantes e motiva d o r e s

    devem estimular a observao, a ao e areflexo.

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    1) Pense nos tpicos gerais relacionados aos seus objetivos:

    Alguns exemplos de tpicos gerais podem ser: Aves, Florestas, Rios, Eroso. Assim, o tpico principal pode ser:

    Quero que minha apresentao (palestra, exposio etc.) seja sobre aves.

    2) Formule seu tpico em termos mais especficos:

    Alguns exemplos de tpicos especficos podem ser: Adaptaes das aves para o vo; Asaves da floresta; A importncia dos falces e das guias. Por exemplo:

    Mais especificamente, eu quero falar sobre as espcies de aves que esto desaparecendo.

    3) Agora expresse seu tema, completando a seguinte orao: Depois da minha apre -sentao, quero que minha audincia compreenda que...:

    Para o tpico "aves" alguns exemplos de temas podem ser: As aves formam um grupomuito interessante de animais devido s suas adaptaes para o voar; As aves exercemimportante papel na disperso das sementes florestais; As guias e os falces ajudam acontrolar os roedores. Desse modo a formulao do tema pode ficar assim:

    Depois da minha apresentao, quero que minha audincia compreenda que as avesnativas de nossa regio esto desaparecendo rapidamente.

    (Adaptado de Ham, 1992: p.37-40).

    COMO IDENTIFICAR E FORMULAR UM TEMA

    EXEMPLO:

  • QUANTO?

    POR QU e PARA QU?

    O QU e PARA QUEM?

    COMO? QUEM?QUANDO? e ONDE?

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    MANUAL DE ECOTURISMO DE BASE COMUNITRIA Ferramentas para um planejamento responsvel

    1. Como elaborar Programas Interpretativos para o Ecoturismo

    Todo programa educativo / interpretativodeve passar por 3 fases distintas:r Planejamento.r Implementao.r Avaliao.

    r O PLANEJAMENTO

    O planejamento um processo quedefine objetivos, examina diversas opes ealternativas e considera as conseqnciasdas propostas.

    Para que os Programas (ou projetos) deEducao e Interpretao Ambiental sejam

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    eficazes, recomenda-se que o planejamentoseja fundamentado em sete passos bsicosna sua elaborao:

    1) Identificao das questes especficas aserem tratadas em cada local (Por qu?).

    2) Identificao do pblico-alvo e suasnecessidades (Para quem?).

    3) Identificao dos objetivos ou resultadosesperados para cada pblico-alvo (Paraqu?).

    4) Elaborao das mensagens a serem trans-mitidas para o pblico-alvo (O qu?).

    5) Seleo das atividades, recursos, meios emtodos a serem utilizados na transmis-so de cada mensagem (Como? Quem?Quando? Onde?).

    6) Deciso sobre a possvel integrao dealgumas atividades e prazos de execuo(Quando?).

    7) Avaliao dos recursos humanos e finan-

    ceiros necessrios e distribuio deresponsabilidades (Quem? Quanto?).

    bom lembrar que o planejamento uma atividade multi e interdisciplinar.Pa ra responder satisfatoriamente a todasas questes e, como conseqncia, obterum bom plano educativo e interpretativo , necessrio contar com uma equipe det rabalho integrada e, sempre quenecessrio, buscar ajuda (apoio, infor-maes, crticas) em outras instituies ONGs, associaes, universidades ousindicatos. importante que na equipehaja a participao de representantes darea natural e/ou cultural protegida, umavez que os principais atra t ivos ecotursti-cos a serem interpretados se encontra mnesses locais.

    A montagem de uma equipe especializa-da multidisciplinar pode representar um

    QUANTO?

    POR QU e PARA QU?

    O QU e PARA QUEM?

    COMO? QUEM?QUANDO? e ONDE?

    O PLANEJAMENTO RESPONDES SEGUINTES PERGUNTAS:

    1 QUADRO 2

    PASSOS DO PLANEJAMENTO

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    Interpretao ambiental IMPLEMENTAO RESPONSVEL

    grande investimento de recursos financeiros.As parcerias institucionais e a busca de vo-luntrios so muitas vezes fundamentaispara viabilizar a montagem de uma boaequipe. Tambm possvel valer-se de umaequipe virtual, ou seja, que pode ser con-sultada distncia. Neste caso, o principalcuidado de quem organiza a equipe pro-mover a real interdisciplinaridade do pro-grama. Isto , no basta ter informaes dediferentes disciplinas, preciso que elassejam apresentadas de forma integrada. Assalas de conversa (chats de bate-papo) dainternet ou as listas de discusso em grupospor e-mails (mensagens eletrnicas), ofere-cem uma real possibilidade de trabalharintegradamente distncia com uma equipemultidisciplinar. Porm, para que isto sejapossvel, indispensvel que os integrantesda equipe virtual possuam algum conhe-cimento prvio sobre a rea.

    Passo 1 Identificando as questes a serem tratadas (Por qu?)

    De modo geral, numa regio com atra-tivos para o ecoturismo, as questes a seremtratadas em programas educativos so muitoamplas e variveis, mas devem sempre bus-car a conexo das pessoas com o lugar.Podem estar mais diretamente voltadas paraos visitantes, relacionando-se principal-mente com o que se pretende (oportu-nidades) que estes usufruam, apreciem,conheam e respeitem, ou direcionadospara as comunidades visitadas, as quais pre-cisam estar integradas no processo, inclu-sive nos esforos de conservao ambientale cultural local.

    Nem todas as oportunidades e questesambientais e culturais podero ser tratadasem programas educativos. Prioridades teroque ser estabelecidas de acordo com asnecessidades do pblico e do ambiente,buscando-se a identificao de questes-chave. Algumas perguntas podem auxiliarnesse processo:a) Por que a rea est sendo especial-

    mente protegida?b) Quais os seus principais atrativos?

    c) O que seria mais importante que opblico soubesse ou conhecesse?

    d) Quais atividades podem ser reali-zadas pelo pblico durante a visita?

    e) O que faria as pessoas sentirem-semais envolvidas e conectadas?

    f) Quais os principais obstculos conservao e proteo dos atra-tivos?

    g) Quais os principais problemasambientais da regio?

    h) Quais as causas desses problemas?i) Existem solues tcnicas viveis?j) Quais os comportamentos e atitudes

    impactantes por parte dos visitantes? k) E por parte dos visitados?

    Algumas vezes as oportunidades

    educativas e interpretativas surgem

    a partir da identificao de problemas

    ambientais locais. bom lembrar que

    as pessoas podem causar problemas

    por aes ou por omisses.

    A escolha das questes-chave determi-nar as demais etapas do planejamento, ouseja: o pblico, o contedo, os mtodos e oscritrios de avaliao. Nessa fase, os plane-jadores devem reunir e compilar todas asinformaes j existentes sobre a regio:inventrios de atrativos e de recursos, levan-tamentos de flora, fauna, solos, hidrografia eoutros, levantamentos scio-econmicos,cadastros, avaliaes e cara c t e r i z a e s ,publicaes cientficas, teses, planos demanejo, plano diretor, lei orgnica etc..

    Sempre que o atrativo ecoturstico estiverem uma rea protegida, como um parque,um refgio, uma APA ou uma RPPN, fun-damental saber quais so os objetivos deconservao da rea e quais as suas pro-postas de manejo para uso sustentvel. Se area no tiver um plano de manejo, os obje-tivos que constam no instrumento legal desua criao (lei, decreto, portaria), sero osseus objetivos de conservao.

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    MANUAL DE ECOTURISMO DE BASE COMUNITRIA Ferramentas para um planejamento responsvel

    Passo 2 Conhecendo o pblico(Para quem?)

    Aps a definio das questes-chave aserem tratadas, devero ser identificadas aspessoas ou grupos para quem o programaser desenvolvido, que constituiro o pbli-co-alvo do programa.

    Quanto mais o pblico for conhecido,maior a possibilidade de ser desenvolvidoum programa pertinente e envolvente. Esseconhecimento prvio facilita todas asdemais etapas do planejamento, pois cadapblico ter caractersticas prprias e neces-sidades e interesses especiais. Um grupo deidosos, por exemplo, possui mais tempolivre, geralmente aprecia a oportunidade deinterao e troca de experincias, mas podeter menos mobilidade, audio e viso,necessitando de programas especiais.

    Pode-se caracterizar o pblico quanto aoseu nvel cultural, idade, procedncia, moti-vao, atividades que deseja realizar na reae tempo disponvel. Pa ra identificar quais asc a ractersticas do pblico que visita umarea so utilizados registros j existentes,o b s e r vaes, entrevistas e questionrios (ve rcaptulo L e vantamento do Potencial Eco -turstico Inve n t r i o) .

    Pblicos especficos podem ser atradospor meio de convites, eventos direcionadose divulgao de programas especiais.

    Exemplos dos tipos de pblico a que osp r o g ramas educativos e interpretativo spodem destinar-se so:

    a) Visitantes em geral, crianas, idosos,estrangeiros;

    b) Montanhistas e praticantes deesportes radicais;

    c) Professores de diferentes nveis;d) Estudantes de vrios nveis e disci-

    plinas;e) Extensionistas e outros tcnicos da

    regio;f) Cientistas e pesquisadores;g) Comunicadores (rdios, TVs,

    jornais, ...);h) Administradores e funcionrios da

    rea protegida;

    i) Comunidades locais (urbanas erurais);

    j) Lderes locais, associaes etc...

    Quando se est planejando para o eco-turismo, h uma tendncia em eleger comopblico-alvo apenas os visitantes. Porm, osprogramas educativos que visam o desen-volvimento do ecoturismo de base comu-nitria devem tentar atingir a toda a comu-nidade envolvida, incluindo os vrios tiposde visitantes, os vrios grupos de visitados,os funcionrios e administradores das reasnaturais/culturais atrativas e as comunidadesdo seu entorno.

    evidente que um nico programa nopoder atender s necessidades desses dife-rentes pblicos, pois cada um tem suasprprias caractersticas e peculiaridades.Mas, em alguns casos, bastam pequenasadaptaes para que um mesmo programapossa ser dirigido aos vrios tipos de pbli-cos, tornando-o mais eficaz.

    Passo 3 Estabelecendo objetivos (Para qu?)

    Nesta etapa preciso estabelecer comclareza quais so os resultados espera d o sno final do programa educativo e interpre-t a t ivo. Pa ra cada pblico esperam-se deter-minados resultados ou objetivos que deve mser estabelecidos desde o primeiro momen-to, logo aps a definio dos pblicos.

    Para que as pessoas sintam-se conec-tadas com o ambiente, percebendo as con-seqncias de suas atitudes (ou falta de ati-tudes) sobre este ambiente, os objetivos doprograma educativo podero ser o aporte den ovos conhecimentos, a sensibilizao,motivao, desenvolvimento de habilidadese conscientizao. Os objetivos devem rep-resentar alternativas viveis (dentro do con-texto especfico de uma rea) a serem ado-tadas para que os resultados esperados doprograma educativo e interpretativo sejamalcanados.

    Objetivos verificveis facilitam o plano,organizam as aes e produzem resultadostangveis.

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    Interpretao ambiental IMPLEMENTAO RESPONSVEL

    Passo 4 Escolhendo as mensagens (O qu?)

    A escolha das mensagens a serem trans-mitidas reveste-se de grande importncia. aqui que o Programa comea a ter conte-do. Conhecendo o pblico-alvo e os resul-tados esperados decide-se o que ser inclu-do ou excludo do Programa. Ou seja, quaismensagens faro com que os resultadosesperados sejam mais facilmente alcana-dos. Torna-se necessrio um profundo co-nhecimento da rea a ser trabalhada e seusrecursos.

    A pesquisa fundamental nesta fase doplanejamento e nada pode substitu-la, pormais difcil e cansativa que possa parecer.Pode-se pesquisar em bibliotecas, arquivos,instituies pblicas, museus, jornais anti-

    gos e atuais, revistas especializadas, ONGs,pesquisadores ou especialistas, moradoresda regio, entre outros.

    Tambm preciso ouvir o pblico-alvoantes de decidir sobre a escolha das men-sagens. Saber o que as pessoas pensam, noque acreditam e o que valorizam pode sersurpreendente e decisivo na escolha dasmensagens (temas) e contedos mais ade-quados.

    Uma boa forma de conhecer o que pen-sam as pessoas sobre determinados assuntos a aplicao de questionrios ou entrevis-tas, alm da convivncia.

    De um modo geral, o contedo deveresponder pergunta o que o pblico-alvoprecisa saber, compreender e acreditar paramudar seu comportamento?

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    Um problema-chave identificado em determinada regio foi a caa e captura de espciesameaadas de extino e protegidas no parque. O pblico-alvo, diretamente envolvidocom o problema (caadores), foi identificado na comunidade do entorno. Poderiam tam-bm ser envolvidos no programa educativo pblicos multiplicadores e formadores deopinio.

    Os objetivos formulados foram:1. Conscientizar o pblico sobre espcies ameaadas.2. Possibilitar comunidade do entorno do parque amplo reconhecimento

    das espcies da fauna regional ameaadas e protegidas, bem como conhecimento da legislao protetora e das penalidades previstas.

    O objetivo 1 de difcil verificao. O que se entende por conscientizar e como pode-ria ser medido? Espera-se s conscientizar ou melhorar a conservao das espciesameaadas com mudanas de comportamento? Quem o pblico? As espciesameaadas so da flora e da fauna?O objetivo 2 mais especfico e pode ser facilmente verificvel. O reconhecimento podeser medido antes e depois do programa. O pblico foi definido, podendo ser nomeado equalificado. "Espcies da fauna regional ameaadas e protegidas" estabelece o foco etorna o objetivo mais prtico e vivel. A informao sobre a legislao e penalidades adicional e visa tornar a proteo mais efetiva.

    (Adaptado de Berkmller, 1984: p.120)

    A FORMULAO DE OBJETIVOS PARA PROGRAMAS EDUCATIVOS E INTERPRETATIVOS

    EXEMPLO:

  • 270

    MANUAL DE ECOTURISMO DE BASE COMUNITRIA Ferramentas para um planejamento responsvel

    A escolha e o desenvolvimento do temapodem ser facilitados pelo uso de algumastcnicas:a) Tempestade de idias.b) Tempestade de metforas e analogias.c) Tempestade de comparaes.

    Essas tcnicas auxiliam a remover ablindagem cultural que costuma envolveros objetos do dia-a-dia, criando novas pos-sibilidades na forma de v-los e de trat-los.Para que sejam efetivas, necessrio quetodas as idias formuladas sejam registradas,sem julgamento prvio. S depois que seestabelecero relaes, fazendo-se entouma seleo.

    Mesmo assim, muitas idias poderoficar em ebulio at serem destiladas aque-las que sero pesquisadas. Com base nessasinformaes, as idias vo sendo elaboradase o desenvolvimento do tema vai sendodelineado e ajustado.

    Passo 5 Selecionando estratgias (Como? Quem? Quando? Onde?)

    Nesta etapa escolhem-se os meios, osmtodos e as tcnicas mais adequados paraa transmisso das mensagens educativas e

    i n t e r p r e t a t ivas: a escolha das estra t g i a sinterpretativas. A estratgia ser a forma dechegar at o pblico-alvo e eficazmentecomunicar a mensagem do programa.

    7

    Se belas paisagens e espcies raras de pssaros constituem-se no principal atrativoecoturstico de uma regio e esto desaparecendo em conseqncia do desmatamentopraticado por moradores locais pelo sistema de corte e queima, essa a questo-chavea ser tratada, tendo como principal pblico-alvo a populao local. Para que o objetivo diminuir ou eliminar o desmatamento seja alcanado, a mensagem precisa ser assimilada por esse pblico-alvo, envolvendo questes do seu interesse.Nesse caso, seria mais fcil produzir a mudana de comportamento esperada utilizando uma mensagem que relacionasse, por exemplo, a inundao de reas residenciais, como conseqncia do desmatamento da bacia hidrogrfica. O desaparecimento de espcies raras e a perda de belas paisagens podem ser menosimportantes para este pblico e no deveriam ser o foco da mensagem.

    (Adaptado de Wood e Wood, 1990: p. 18-19)

    ESCOLHENDO AS MENSAGENS DO PROGRAMA EDUCATIVO E INTERPRETATIVO

    EXEMPLO:

    PERGUNTAS QUE AUXILIAM

    A DEFINIO DE UM TEMA

    4 O tema est formulado como uma

    orao completa?

    4 O tema conta uma histria importante

    sobre o local,podendo enriquecer

    a experincia do visitante? Ele tem

    significncia ecolgica ou histrico-

    cultural?

    4Este um tema com significado

    (pertinente) para o pblico ao qual

    se destina?

    4Este um tema de meu interesse? Tenhovontade de pesquis-lo? (Entusiasmo contagioso!)

    4No final da atividade, o pblico poder,com facilidade, identificar o temadesenvolvido?

    (Adaptado de Regnier, Gross e Zimmerman, 1994: p.12)

  • 271

    Interpretao ambiental IMPLEMENTAO RESPONSVEL

    A seleo dos meios, mtodos e tcni-cas, local e momento apropriados ser feitade acordo com os tipos de mensagens(temas) que se quer transmitir e os tipos depblico que se deseja atingir.

    Respondendo pergunta onde e quan-do interpretar, pensa-se logo nos locais oureas com os principais atrativos ecotursti-cos. So locais que oferecem excelentesoportunidades para observar intera e secolgicas e culturais, e devem ser utiliza-dos pelo programa. No se pode esquecer,porm, que a interpretao, como instru-mento educativo, pode ser utilizada eminmeros ambientes (auditrios, salas deaula, hotis, pousadas, centros de infor-mao, nibus e outros) e para todos ostipos de pblico, atendendo s variadasnecessidades e oportunidades.

    Quando se decide como fazer a inter-pretao, muitos aspectos devem ser con-siderados. Por parte do pblico, impor-tante considerar suas limitaes de tempo,de interesses e motivaes.

    H tambm que se considerar diferentescapacidades: h pessoas que captam melhoras informaes pela visualizao, outraspela audio, algumas precisam tocar;mas de um modo geral, captam e retmmais a informao quanto mais puderemutilizar seus sentidos.

    Independente de suas cara c t e r s t i c a sespecficas, as pessoas demonstram gostarmais, em ordem de importncia, de: Envolvimento sensorial. Humor. Novas informaes inteligveis. Intrprete entusiasmado.

    E desgostam de: Leituras. Intrprete que fala muito. Programas tcnicos. Apresentaes longas e sem

    entusiasmo.

    Quanto aos meios interpretativos, noexistem frmulas ou receitas para a suaescolha, nem para a sua utilizao. As infor-

    maes disponveis foram aprendidas com aexperincia prtica em determinados locaise circunstncias.

    Resta ainda um largo campo para o usocombinado da tcnica e da arte. O impor-tante encontrar a forma de comunicaomais clara, objetiva e adequada ao pblicoque j se escolheu.

    sempre bom que se faa um levanta-mento prvio do que j existe na regio emtermos de estruturas, equipamentos, materi-ais, alm de experincias anteriores.

    Na escolha, devem tambm ser consid-erados os fatores limitantes como espao,tempo de utilizao e custos. Mas o maisimportante aliar a tcnica com a imagi-nao, criando novas alternativas de utiliza-o para as potencialidades do local que, aomesmo tempo, atendam s necessidades dopblico, aumentando a sua satisfao.

    a) Meios lnterpretativos comumente utilizados

    Os meios interpretativos podem ser clas-sificados em personalizados e no personal-izados. Os meios personalizados propor-cionam uma interao entre o pblico euma pessoa que guia ou intrprete. Sovantagens dos meios personalizados: 2 Possibilitam comunicao efetiva

    entre visitante e intrprete.2 A presena e atuao do intrprete

    despertam maior interesse.2 A mensagem pode ser adaptada

    para diferentes pblicos.

    So desvantagens:2 Requerem o treinamento e a

    presena do intrprete.2 Sua efetividade depende

    da habilidade do intrprete.2 Atendem pequenos grupos.d) Geralmente tm de mdio

    a alto custo, a longo prazo.

    Os meios no personalizados so os queno utilizam pessoas diretamente, apenasobjetos ou aparatos.

    7

  • 272

    MANUAL DE ECOTURISMO DE BASE COMUNITRIA Ferramentas para um planejamento responsvel

    7

    Os exemplos mais comuns de meios interpretativos personalizados so:

    r Trilhas Guiadas passeios conduzidos por um guia ou intrprete, em caminhospreestabelecidos.

    r Audiovisuais com Atendimento Pessoal filmes, projees, amplificao de sonsem que o intrprete est presente para explicar e responder perguntas, ou opalestrante.

    r Palestras ou Conferncias em diversos estilos, onde o especialista traduz seusconhecimentos em linguagem compreensvel para o pblico.

    r Animao Passiva representao em forma teatral, sem contar com a participaodireta do pblico: pode passar uma mensagem complexa, criando um clima derealismo, que torna a visita memorvel e facilita a apreciao e a conscientizao;os animadores precisam ser bons para conquistar o interesse do pblico; reconstruircenrios, roupas e objetos pode ser caro.

    r Animao Ativa simulaes, jogos, representaes teatrais, utilizao de instru-mentos em que o pblico participa utilizando conhecimentos prvios ou adquiri-dos durante a visita rea: aprender fazendo mais efetivo, provocativo, estimu-la a explorao de vrias facetas individuais, permite que o intrprete esclareaconceitos; o xito depende, em grande parte, da reao das pessoas e requer tempoe pessoal treinado, sendo aplicvel somente a grupos reduzidos.

    Os exemplos mais comuns de meios interpretativos no personalizados so:

    r Trilhas Autoguiadas caminhos preestabelecidos onde se utilizam folhetos, placas,painis e gravaes sonoras.

    r Audiovisuais Automticos podem fornecer informao de alta qualidade, criamuma atmosfera especial, com aumento da receptividade; so geralmente caros,requerem fonte de energia e controle permanente.

    r Exposies objetos ou colees que ilustram ou explicam um tema, tanto em inte-riores, em centro de visitantes, como em exteriores.

    MEIOS INTERPRETATIVOS PERSONALIZADOS

    MEIOS INTERPRETATIVOS NO PERSONALIZADOS

    EXEMPLO:

    EXEMPLO:

  • 273

    Interpretao ambiental IMPLEMENTAO RESPONSVEL

    So vantagens dos meios no persona-lizados:2 So auto-explicativos.2 Esto sempre disponveis.2 Garantem a transmisso da mensagem

    planejada.2 Atendem grande nmero de visitantes.2 Constituem forma rpida de educao.

    So desvantagens:2 No possibilitam o esclarecimento

    de dvidas.2 A mensagem dirigida para um

    pblico mdio.2 difcil manter o interesse do visitante.2 Esto sujeitos a vandalismo.

    Uma anlise sobre os meios interpreta-t ivos mais utilizados nos Parques daAmrica Latina (Morales, 1992) apresentouos seguintes resultados: 4 Meios mais utilizados Centros de inter-

    pretao (ou de visitantes), palestra s ,publicaes, painis, exposies, mi-rantes, excurses com guias, trilhas auto-guiadas e audiovisuais.

    4 Meios menos utilizados Jogos ecolgi-cos, sadas noturnas e museus.

    4 Meios mais eficazes Os personalizados,como as trilhas guiadas e as palestra s .

    4 Meios de maior alcance Os no persona-lizados, como as trilhas autoguiadas e oscentros de visitantes ou de informaes.

    4 Meios que precisam ser mais desen-volvidos Trilhas autoguiadas, atividadesldicas (conhecimentos bsicos de psi-cologia infantil), arquitetura em harmo-nia com o meio natural, tcnicas decomunicao inovadoras, como teatro erepresentaes, a participao por meiodo uso dos sentidos, o planejamento e aregularizao do ecoturismo, e asexposies temporrias.

    Passo 6 Integrando algumas atividades, estabelecendo prazos (Quando?)

    Nesta etapa do planejamento o quadrogeral do plano j est montado e alguns

    ajustes provavelmente se faro necessrios.Prevendo, por exemplo, o desenvolvimentodas vrias atividades semelhantes parapblicos diferentes, pode-se pensar em jun-tar esses pblicos, integrando as atividades,aproveitando tempo e pessoal. Pode-se tam-bm decidir pela integrao de atividades aoutros programas j em andamento.

    Essas decises, porm, precisam ser bemanalisadas para que no se perca qualidade,dificultando os resultados. Algumas ativi-dades, principalmente aquelas dirigidas aum pblico muito especfico, ou que tratamde questes muito localizadas, requeremum desenvolvimento especial e devem sermantidas separadas das demais.

    Depois dos ajustes feitos, torna-se entop o s s vel estabelecer um cronograma deatividades que conter uma previso para osprazos de desenvolvimento do programa,estabelecendo o incio e o fim de cada umadas atividades. Se o programa estender-sepor mais de um ano, aconselhvel montarum cronograma para cada ano.

    A elaborao desse cronograma, alm defacilitar a organizao das tarefas, facilitaro planejamento do passo seguinte, que tratada previso dos recursos necessrios, e serfundamental para a posterior avaliao.

    Passo 7 Prevendo as necessidades, distribuindo responsabilidades(Quem? Quanto?)

    A previso dos recursos necessrios deveser feita de forma bem realista. Um planeja-mento mal feito, nesse sentido, leva aimprovisaes que colocaro em risco osucesso de todo o programa.

    Dois fatores podero ser limitantes e pre-cisam ser seriamente considerados: osrecursos humanos e os recursos financeiros.

    As atividades educativas de interpre-tao requerem pessoal treinado e capaz,alm da implantao dos meios interpreta-tivos. Um bom educador/intrprete precisaser inteligente, ter a capacidade e a vontadede relacionar-se com o pblico e requercapacitao especializada. Na execuo deum programa desse tipo, normalmente so

    7

  • 274

    MANUAL DE ECOTURISMO DE BASE COMUNITRIA Ferramentas para um planejamento responsvel

    necessrias vrias pessoas (recursoshumanos), sendo importante que se faauma real previso, deixando bem claroquem far o qu, organizando as aes e adiviso de responsabilidades.

    a) Como fazer previses realistas?Pode-se iniciar imaginando cada uma

    das atividades como se elas j estivessemem desenvolvimento, prevendo em detalhes(e anotando) tudo o que envolvem: pessoal( i n c l u s ive de apoio), transporte, alimen-tao, hospedagem, materiais de consumo epermanente, servios, estruturas locais,construes etc.

    Aps montar essa lista para cada ativi-dade, monta-se uma nica lista final na qualtodos os itens semelhantes devem ser agru-pados, e cada item quantificado e orado.Essa listagem final pode ser estruturada emforma de um cronograma financeiro, combase no cronograma de atividades. Muitasvezes o oramento final extrapola todas asprevises e so necessrios ajustes.

    b) Como enfrentar as limitaes financeiras e de pessoal?

    Diante da escassez de recursos, tantohumanos como financeiros, prov vel que op r o g rama tenha que ser multi-institucional.Sendo assim, importante que se esta-beleam claramente as responsabilidades decada um dos parceiros. Algumas agncias,instituies e ONGs podero participar scom apoio de pessoal, outras com materiale/ou recursos financeiros, outras com olocal. Todos os parceiros devem ser bem-vin-dos, desde que assumam um real compro-metimento na viabilizao da sua parte.

    Pa ra suprir a necessidade de pessoal seriainteressante vincular o programa de interpre-tao a um programa de capacitao (ve rcaptulo P r o g rama de CapacitaoC o m u n i t r i a). Atualmente, existem muitaspossibilidades de financiamento para umbom programa de educao ambiental,como o Fundo Nacional do Meio A m b i e n t e .(FNMA) Sempre importante que sebusquem alternativas que tornem o progra-

    ma total ou parcialmente auto-sustentve l ,tanto em termos financeiros, como organiza-cionais e opera c i o n a i s .

    r IMPLEMENTANDO O PROGRAMA

    Com o planejamento concludo e osrecursos assegurados, chega o momento daexecuo do programa. A implementao o planejamento posto em prtica, omomento em que as idias saem do papel epassam a ser testadas na prtica. Uma dascausas de problemas nessa fase que geral-mente a equipe que planeja no a mesmaque implanta.

    Nesse processo necessrio muita sensi-bilidade por parte da equipe, para que oserros e os acertos sejam percebidos e osajustes possam ser adotados. Tambm importante perceber e saber aproveitar asnovas oportunidades que surgem no proces-so. Uma boa estratgia manter um registrode tudo o que acontece. Esse registro facili-tar a anlise, a reflexo, a avaliao e atomada de decises.

    r AVALIANDO OS RESULTADOS ALCANADOS

    Esta ltima fase do programa interpretati-vo , na realidade, um processo contnuo,que tem seu incio j na fase do planeja-mento. por meio da avaliao que o planopoder ser ajustado reflexo na ao.

    O processo de avaliao um instru-mento de controle que vai demonstrar seo tempo, o pessoal e os recursos estosendo utilizados de forma produtiva, se oso b j e t ivos esto sendo alcanados, e tam-bm se o educador escuta e aprende como pblico.

    Um programa educativo e interpretativo,mesmo bem elaborado, no ter valor seno alcanar os resultados esperados. Aavaliao possibilitar ainda conhecer equantificar os resultados alcanados, previs-tos ou no no planejamento.

    O modelo de avaliao denominadoPlanejamento-Processo-Produto (PPP) temsido aplicado com sucesso em programas de

    7

  • Necessidades Participao

    da comunidade Metas e objetivos Avaliao dos recursos

    (humanos e materiais) Suporte institucional Oramento

    Decises:Estruturao do programa

    e do design

    Decises:Mudanas

    e aperfeioamentos

    Decises:Mudanas

    e melhorias futuras

    Mtodos Design e escolha

    das atividades Estratgias

    (antes da visita; no local;aps visita)

    Treinamento de pessoal Administrao

    Metas e objetivos atingidos

    Resultados esperados Resultados no

    esperados Uso dos dados para

    modificar ou reforar o programa

    Divulgao dos resultados

    RETROALIMENTAO

    Os produtos ou resultados alcanados, deum modo geral, estaro relacionados com: a) A conservao da rea visitada.b) O nvel dos impactos ambientais e/ou

    culturais e das mudanas de comporta-mento dos visitantes, visitados e comu-nidades do entorno.

    c) O grau de satisfao dos visitantes.d) A qualidade de vida dos visitados.

    As tcnicas de avaliao mais comu-mente utilizadas tm sido:a) Observaes sistemticas.

    b) Questionrios abertos ou fechados, compr e ps-testes.

    c) Entrevistas.d) Depoimentos.e) Registros fotogrficos.f) Filmagens.g) Gravaes.h) Anlises de impactos.

    Testes piloto, especialmente planejadose monitorados, podem medir e demonstrar aeficincia do Programa.

    275

    Interpretao ambiental IMPLEMENTAO RESPONSVEL

    educao ambiental. Esse modelo envolvetrs etapas integradas, nas quais a avaliao um processo permanente.

    O Quadro 3 d uma idia desse proces-so de avaliao, exemplificando o que pode

    ser avaliado e os tipos de decises possveisem cada uma das etapas. Quando os obje-t ivos do programa forem claros e ve r i-ficveis, avaliar o seu produto fica bem maisfcil.

    7

    1 QUADRO 3

    MODELO DE AVALIAO (Pdua e Jacobson, 1993)

    PLANEJAMENTO PROCESSO PRODUTO

  • 276

    MANUAL DE ECOTURISMO DE BASE COMUNITRIA Ferramentas para um planejamento responsvel

    PLANEJAMENTOr Tem metas claras.r Apresenta objetivos mensurveis e realistas.r Adota abordagem interdisciplinar.r Identifica os pblicos-alvo e os envolve no processo.r Avalia as caractersticas scio-educativas e econmicas dos pblicos.r Proporciona programas relevantes para a populao local.r Desenvolve o necessrio suporte comunitrio, organizacional, governamental

    e empresarial.r Possui um plano oramentrio.r Desenvolve um plano sustentvel interno/organizacional.r Desenvolve estratgias para problemas potenciais e resoluo de conflitos.

    IMPLEMENTAOr Adota uma abordagem integrada.r Usa efetivamente as organizaes e associaes existentes.r Estimula a participao ativa e voluntria.r Envolve criativamente participantes relutantes.r sensvel audincia.r Proporciona contato direto com o ambiente natural e/ou cultural.r Utiliza efetivamente ecossistemas/recursos/espcies chaves/stios...r Seleciona meios educativos apropriados.r Utiliza eficientemente a mdia.r Focaliza valores econmicos e culturais.r Prev incentivos para a conservao.r Mantm a qualidade do programa prazerosa e informal.r flexvel.

    PRODUTO (AVALIAO)r Avalia continuamente os componentes do programa.r Utiliza mais de um mtodo de avaliao.r Utiliza efetivamente a retroalimentao para modificao do programa e criao

    de novos programas.r Liga o programa com outros componentes da conservao, por exemplo,

    incentivos econmicos e culturais.r Transfere o programa para o controle e suporte local.r Desenvolve planos para a sustentabilidade a longo prazo.r Dissemina amplamente seus resultados.

    (Jacobson, 1995)

    7

    1 QUADRO 4

    ELEMENTOS DE UM PROGRAMA DE EDUCAO/INTERPRETAO AMBIENTAL QUE CONDUZEM AO SUCESSO

  • 277

    Interpretao ambiental IMPLEMENTAO RESPONSVEL

    2. Trilhas Interpretativas

    C aminhar, passear, escalar, excursionarlonge do atropelo, da aglomerao e dotrfego de veculos hoje em dia um dospassatempos favoritos de um grande nmerode pessoas. Muitas destas atividades sorealizadas em trilhas em meio natural, prin-cipalmente em reas protegidas. Trilhas so,alm de tradicional meio de deslocamento,caminhos atravs do espao geogrfico,histrico e cultural que, atualmente, vmsendo utilizadas como meio de contato daspessoas com o ambiente. E as trilhas inter-p r e t a t ivas constituem-se num dos instru-mentos educativos mais facilmente utiliza-dos em programas de ecoturismo.

    Diferentes estratgias esto sendo uti-lizadas para transformar a recreao em tri-lhas em oportunidades prazerosas de edu-cao, traduzindo para o visitante os fatosque esto alm das aparncias, tais comoleis naturais, interaes, funcionamentos,histria ou fatos que, mesmo aparentes, noso comumente percebidos. Tm o propsi-to de desenvo l ver nos usurios um novocampo de percepes, levando-os a desco-brir um mundo ainda no conhecido.Mesmo para visitantes j experientes emcaminhadas por trilhas em diversos am-bientes e ecossistemas, como os monta-nhistas, programas interpretativos criativo se, de fato, focados na realidade local, seroa p r e c i a d o s .

    Uma trilha interpretativa um meio eno um fim. Deve ser planejada de acordocom os objetivos do programa interpretativoe as caractersticas e valores intrnsecos queo local oferece. O captulo Manejo deTrilhas trata do planejamento, construo emanuteno de trilhas. A abordagem nestecaptulo voltada para a interpretaoambiental de trilhas.

    r TIPOS DE TRILHAS INTERPRETATIVAS

    a) Trilhas guiadasSo trilhas que requerem a presena de

    um intrprete treinado, que acompanha os

    visitantes na caminhada, levando-os a obser-va r, sentir, experimentar, questionar e desco-brir os fatos relacionados ao tema estabele-cido. A sua eficincia influenciada pelacapacidade do guia. Os temas podem va r i a rconforme interesses e objetivos dive r s o s .b) Trilhas autoguiadas

    So trilhas com pontos de parada marca-dos onde o visitante, auxiliado por placas,painis ou por folhetos contendo infor-maes em cada ponto, explora o percursosem o acompanhamento de um guia.2 Trilhas autoguiadas com placas

    ou painis interpretativosO tema desenvolvido por meio de

    mensagens (textos, imagens, grav u ra s )gravadas em placas ou painis, colocadosem pontos estratgicos (pontos de interesse). 2 Trilhas autoguiadas com folhetos

    interpretativosO tema desenvolvido em um folheto

    explicativo, contendo referncia aos pontosde parada na trilha. Os folhetos podem con-ter mensagens mais detalhadas do que asplacas. Esse tipo de trilha comporta temasdiferentes a serem utilizados nos mesmospontos de parada, de acordo com o perfil einteresse do usurio/visitante.

    r Como preparar a interpretao de uma trilha guiadaO planejamento de uma trilha guiada

    comear sempre com o reconhecimento epesquisa da rea a ser interpretada, seja emque ambiente for. Conhecer bem a rea,percorrendo muitas vezes o caminho, facili-ta a escolha dos possveis temas, preparapara as possveis perguntas e possibilita omelhor aproveitamento de fatos novos.

    Durante este reconhecimento semprebom ir pensando tematicamente: Quandoas pessoas terminarem a caminhada gostariaque soubessem que....

    Com base no conhecimento da rea e dopblico e diante dos objetivos do programa,a planificao seguir a regra 2-3-1(prepara-se primeiro o corpo da apresen-tao, depois a concluso, e por ltimo aintroduo), com cinco ou menos idias

    7

  • 278

    MANUAL DE ECOTURISMO DE BASE COMUNITRIA Ferramentas para um planejamento responsvel

    principais e uma abordagem interpretativa(amena, pertinente, organizada e temtica).

    As possibilidades de interpretao guia-da variam de acordo com o local, o pblicoe os objetivos propostos. Por exemplo:a) Um bilogo pode conduzir um grupo emuma trilha no interior de uma floresta emostrar como as diferentes partes do ecos-sistema esto relacionadas.b) Um extensionista pode levar um grupode agricultores a um campo demonstrativo,mostrando como a conservao do soloaumenta a colheita.c) Um guia pode demonstrar aos visitantescomo funcionava uma antiga aldeia.

    A interpretao guiada pode ocorrerainda em edifcios e instalaes, centros devisitantes, museus, centros histricos, caver-nas, zoolgicos, jardins botnicos, cemi-trios, lavouras, parcelas experimentais decultivo, estradas, rios, monumentos etc.

    Mesmo com objetivos e contedos dife-rentes, todas essas caminhadas representamo mesmo tipo de desafio para quem asplaneja e guia: criar conscincia, incorporarapreciao e/ou sugerir uma nova maneirade pensar ou encarar algo. A organizao dacaminhada em etapas, com propsitosdefinidos (incio, meio e fim), facilita a supe-rao do desafio.7

    r Preparao para a sada:u Apresentao do guia e saudao aos participantes.u Informao sobre a durao e g rau de dificuldade da caminhada.u Informao e verificao sobre qualquer roupa ou equipamento necessrios.u Recomendaes sobre normas de conduta e de segurana.u No caso de trilhas extensas, abordagens sobre condicionamento fsico e prtica de

    exerccios de aquecimento e alongamento muscular.u Busca de cordialidade e clima amistoso.

    r Introduo (no local de sada ou prximo da primeira parada):u Introduo ao ambiente (ecossistema) visitado.u Orientao sobre o tpico e o tema da caminhada.u Orientao sobre a organizao do tema nas paradas, dando idia de unidade (uma

    histria em vrios captulos e no vrias histrias).u Motivao para a participao.u Criao de expectativa e curiosidade.

    r Corpo (ao longo das paradas):u Apresentao do tema em cada uma das paradas.u Transmisso de informaes pertinentes ao tema, sem fugir das idias principais;u Resposta s perguntas.u Transio de uma parada a outra sem cortes, mantendo a unidade e a expectativa.

    r Concluso (ltima parada):u Reforo da mensagem.u Relao entre o tema e as coisas vistas e discutidas ao longo do caminho.u Finalizao, com agradecimentos do guia e da instituio pela participao.

    1 QUADRO 5

    PARTES DE UMA CAMINHADA GUIADAE SEUS PROPSITOS

  • 279

    Interpretao ambiental IMPLEMENTAO RESPONSVEL

    2 O guia-intrprete e o sucesso das caminhadasA imagem e o comportamento do guia-

    intrprete pode influir diretamente na respos-ta da audincia durante a atividade. De ummodo geral, os guias podem ser enquadra d o sem quatro tipos de personalidades:r O policial Preocupa-se bem mais com

    a proteo do ambiente local do quecom a interpretao, no confia na au-dincia e est sempre recordando asregras e fazendo recomendaes.

    r A mquina Comporta-se como repeti-dor humano da mensagem, dizendo dememria todo o contedo da excurso,quase sem respirar.

    r O sabe-tudo o recitador de dados einformaes tcnico-cientficas, que apro-veita a excurso para demonstrar tudo o

    que sabe sobre aquele tpico e maisainda.

    r O anfitrio Recebe sua audincia maiscomo convidados a participar de umevento especial, do que como ouvintespassivos, ouvintes insaciveis ou amea-as ambientais. o tipo de guia commaior xito.

    Independente de suas caractersticas depersonalidade, um guia-intrprete sempreum educador. Seu compromisso fazer comque as pessoas conheam, aprendam, seinteressem e participem ativamente da con-servao de seu ambiente natural e cultural.O melhor dos planos poder no ter suces-so se o guia no atuar como um profissionalintrprete.

    7

    r Tenha mo ajuda visual e material de apoio comunicao para usar tanto nas paradas previstas como em oportunidades inesperadas (guias de campo, binculo,lentes manuais, termmetro, trena, corda, mapas, fotos, desenhos, gravador, gravaes,argila, amostra de solos, partes de animais e de plantas, fantoches, bonecos, artefatos)conforme o tema e o local a ser percorrido.

    r Faa uso das prefiguraes e do mistrio, principalmente na transio entre as paradas.

    r Incorpore atividades curtas em suas paradas, como medies, uso dos sentidos, jogos,adivinhaes.

    r Faa perguntas para envolver intelectualmente as pessoas no que voc est fazendo. Elas servem para aumentar a ateno e podem ajudar em comparaes, dedues, resolues de problemas, demonstraes, avaliaes.

    r Envolva seu grupo na caminhada, estimulando cada um a usar todos os sentidos na busca de coisas que voc possa no estar percebendo ou que lhes interesse.

    r Se a sua caminhada for em um ambiente natural, no esquea que esta uma oportunidade para que as pessoas redescubram o seu lugar no mundo e aprendam sobre si mesmas. O papel do intrprete o de assisti-las nessa descoberta.

    (Adaptado e ampliado de Ham, 1992: p. 147-149)

    1 QUADRO 6

    COMO TORNAR UMA CAMINHADA MAIS DINMICA

  • 280

    MANUAL DE ECOTURISMO DE BASE COMUNITRIA Ferramentas para um planejamento responsvel

    r Como preparar a interpretao de uma trilha autoguiada

    Oplanejamento de uma trilha autoguiadatambm inicia-se pelo reconhecimentoe x a u s t ivo da rea: seus recursos, potenciali-dades, usos, limitaes, problemas.

    A interpretao autoguiada tambmpode ser feita em variados locais, devendo-se levar sempre em conta que as pessoasfaro sua caminhada sem o acompanha-mento de um guia. Portanto devem ser evi-tados locais naturalmente frgeis, susce-tveis a impactos e locais que possam repre-sentar riscos segurana do pblico, comobeiras de precipcios, autopistas, locais complantas venenosas ou animais perigosos.

    A opo pelo mtodo autoguiado umaalternativa interessante medida que man-tm as informaes sempre disponveis parao pblico, todos os dias e a qualquer hora.No necessitando de um guia intrprete,torna-se mais barata que as ativ i d a d e sguiadas, apesar dos maiores custos iniciais.Tambm atende s necessidades de quemprefere usufruir de uma caminhadadesacompanhado.

    A caminhada autoguiada representa sem-pre um desafio para quem a planeja e im-planta: atingir os objetivos recreativo s - e d u c a-t ivos, capturando a ateno e a imaginaoda audincia, sem o auxilio de um guia.

    Para a apresentao do tema (contedo,mensagens), em cada parada so gera l-mente utilizados dois tipos de meios: fo-lhetos interpretativos ou painis.

    O folheto interpretativo apresenta umcontedo para cada um dos pontos de para-da, os quais so marcados por discretas epequenas placas numeradas ao longo datrilha. Os visitantes param em cada um doslocais numerados e lem no folheto o textorespectivo. Esses folhetos devem ser visual-mente atrativos, de preferncia bem ilustra-dos, e com textos curtos e de fcil leitura.

    Para uma mesma trilha podem ser elabo-rados folhetos com diferentes temas, comohistria, cooperao entre seres vivo s ,relaes animal-planta, diversidade de for-

    mas, tamanhos, texturas e cores, importn-cia da gua e muitos outros. Para um mesmotema podem ser feitos folhetos adaptadospara diferentes pblicos, diferentes estaesdo ano, diferentes idiomas.

    Os painis ou placas apresentam direta-mente o tema a ser lido em cada local, oque limita a quantidade de informao,geralmente muito resumida. A opo poressa forma de interpretao mais adequa-da para locais que recebem grande nmerode visitantes, devendo ser evitada em zonasou reas consideradas mais primitivas, ondeo guia tem papel fundamental.

    O desenvolvimento do tema ao longodas paradas, tanto em forma de folhetoscomo em painis, deve seguir os princpiosda interpretao, adotando uma linguagemamena, pertinente (com significado e pes-soal), organizada (no pode requerer muitotrabalho da audincia) e temtica (tem umamensagem organizada a ser comunicada).

    Deve tambm ser estruturada de forma aapresentar uma introduo, um corpo euma concluso, de forma resumida ea t raente, contando em captulos umahistria que tenha mensagem, com incio,meio e fim. Isso o que distingue uma cami-nhada autoguiada interpretativa daquelasque s identificam uma miscelnea decoisas isoladas.

    As informaes de cada parada deve mc o n t e r, em primeiro lugar, um ttulo-tema,que expresse a idia central da parada; j quea maioria das pessoas s l os ttulos. Se estesenfocarem apenas o tpico A agricultura ;Eroso do Solo; Plantas Medicinais t ransmitiro bem menos do que ttulos-temas, tais como: Nossas Vidas Dependemda A g r i c u l t u ra; Estamos Perdendo o NossoSolo; A Floresta Sua Fa r m c i a .

    Assim, as informaes devem ser organi-zadas para:

    a) Enfocar a ateno da audincia no deta-lhe que est sendo interpretado.

    b) Explicar o que significativo ou impor-tante de observar no detalhe.

    7

  • 281

    Interpretao ambiental IMPLEMENTAO RESPONSVEL

    c) Amarrar a explicao ao tema ou men-sagem.

    A planificao tambm deve ser cuida-dosa quanto s relaes existentes entre ocontedo tratado em cada parada e o quepode ali ser observado. Quanto ao nmerode paradas, no existe um consenso. Algunsrecomendam 15 a 18 paradas em 1 km, ou-tros sugerem entre 20 a 30, e outros dizem

    que 12 um nmero timo. A prticademonstra que no se deve exceder 15paradas, sendo 10 ou 12 um bom nmero.Mais importante do que o nmero fazercom que cada parada seja clara, curta eenvolvente. Obviamente que a definio donmero de paradas envolve tambm os ele-mentos da natureza a serem observados equanto mais rica a biodiversidade, maioresas oportunidades de interpretao.

    w Utilizando algumas Tcnicas da Comunicao Visual

    Um texto que seja realmente interpretati-vo sempre resultado de inspirao, bemmais do que de tcnica. Porm, algumastcnicas de comunicao visual podemtorn-lo mais atrativo e interessante.

    Tanto os folhetos como os painis devemter: unidade, nfase, equilbrio e cor.

    Para que se tenha unidade, todos os ele-mentos (moldura, tipos de letra, cores, for-mas, linhas, ngulos, ilustraes) devem serconsistentes entre si, formando um conjuntoharmnico.

    Quando se deseja atrair a ateno paraum ttulo, uma idia, uma ilustrao, estespodem ser enfatizados ou salientados dentrodo conjunto por meio de tamanhos, formasou cores diferenciadas.

    O equilbrio est associado dis-tribuio espacial dos diferentes pesosvisuais com a qual se obtm simetrias ouassimetrias.

    No existem critrios para a escolha dascores, mas de um modo geral utiliza-se umesquema cromtico, formado por uma corpredominante e outras cores (uma, duas,raramente trs) que ressaltam a predomi-nante, harmonizando-se com ela. Deve-seatentar para no se utilizar cores fortes queagridem a paisagem de entorno.

    Cuidado especial deve ser dispensado escolha da forma e distncia das letras, desmbolos e uso de grficos. De um modogeral recomendado o uso de letras mins-culas. Letras maisculas s devem ser uti-lizadas em ttulos com poucas palavras. Avariao do tamanho das letras alturas elarguras facilita o reconhecimento e a

    71. Tem um ttulo-tema (no s um ttulo-tpico).2. Enfoca diretamente um fato visvel e de interesse.3. Explica os fatos de forma rpida e interessante.4. Relaciona o tema da parada com o tema geral da caminhada.5. Contm menos de 65 palavras.6. Tem oraes curtas, com menos de 20 palavras cada uma.7. Usa verbos simples e na voz ativa, sempre que possvel.8. Apresenta uma linguagem familiar, sem utilizar termos tcnicos.9. Utiliza recursos visuais para ilustrar a mensagem.10. Estimula a participao da audincia, sempre que possvel (com perguntas ou

    sugestes de atividades ou buscas).

    (Ham, 1992: p.314)

    1 QUADRO 7

    DEZ CARACTERSTICAS DE UMA PARADA TEMTICA EFETIVA

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    MANUAL DE ECOTURISMO DE BASE COMUNITRIA Ferramentas para um planejamento responsvel

    memorizao das palavras em forma de tex-tos. Tambm os espaamentos entre asletras, palavras e linhas, podem facilitar oudificultar a leitura.

    Quanto ao material a ser utilizado namontagem dos painis, devem ser conside-radas basicamente as relaes entre a dura-bilidade, o custo e a esttica.

    O tamanho dos painis (incluindo seusuporte) e a sua localizao precisam estaradaptados ao ambiente, formando um con-junto harmnico.

    Pa ra as reas naturais protegidascomo unidades de conservao federais, oIBAMA editou um manual que estabelece asnormas e padres a serem seguidos nas pla-cas de sinalizao e de interpretao.

    w Mtodos que se complementam

    Os diferentes tipos de trilhas interpretati-vas apresentam vantagens e desvantagens.O ideal seria poder contar, no mnimo, comos trs tipos bsicos de interpretao paracada trilha. Os painis oferecem permanen-temente uma orientao resumida para asdescobertas do pblico. Os folhetos, j commaiores detalhes, podem ser distribudospara grupos ou pessoas interessadas. Emdatas e horrios preestabelecidos um guia-intrprete poder estar disposio para oacompanhamento de grupos previamenteinscritos.

    IV. RISCOS E RECOMENDAES

    A interpretao ambiental oferece cami-nhos que facilitam a conexo entre as pes-soas e seus ambientes. Utilizada de formaeficiente, viabiliza os objetivos educativosdo ecoturismo de forma prazerosa, conci-liando a recreao com a educao.

    Porm, no existem frmulas mgicas.Todas as orientaes existentes auxiliam muitona tomada de deciso, mas fazendo querealmente se aprende. Mesmo porque cadalocal nico e requer solues apropriadas.

    O grande objetivo fazer com que o eco-turismo resulte em benefcios para todos os

    e nvolvidos, de forma que cada vez mais pes-soas se re-liguem ao seu ambiente, apren-dam a avaliar as conseqncias das suasaes e possam tomar decises conscientes.

    importante lembrar que abordagens deeducao ambiental em projetos de ecotu-rismo iniciam-se com programas voltadospara a comunidade local, inserem-se noplanejamento dos produtos, executam-se navenda aos ecoturistas e consomem-sedurante os programas de visitao.

    V. BIBLIOGRAFIA

    Muitos textos, dados e exemplos utiliza-dos no captulo foram retirados das publi-caes a seguir, as quais tambm sorecomendadas como leituras comple-mentares.

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    Interpretao ambiental IMPLEMENTAO RESPONSVEL

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    7

  • MATERIAIS DE INTERPRETAO AMBIENTAL DO PARNAMAR FERNANDO DE NORONHA

    Abaixo apresentamos dois dos diversos materiais interpretativos elaborados pela parceriaentre o WWF-Brasil e IBAMA para o projeto de Uso Recreativo do Parque Nacional Marinhode Fernando de Noronha.

    O primeiro refere-se aos textos contidos nas placas na Trilha dos Golfinhos, auto-guiada.O segundo diz respeito aos textos que compem o folheto Ecossistema Marinho, com abor-dagem interpretativa da riqueza da vida marinha e tambm destacando as espcies de golfi-nhos e tartarugas, dois dos projetos conservacionistas l executados.

    Esses textos serviram de base para elaborao final de folhetos e placas e so apenas umindicativo de como foi preparado o material.

    Os textos das placas e do guia temtico marinho foram depois modificados em sucessivosprocessos de edio, seja para adequao ao tamanho dos materiais, seja por questes de lin-guagem, seja por necessidade de complementar ou eliminar informaes.

    SISTEMA DE PLACAS INTERPRETRATIVAS

    TRILHA DOS GOLFINHOSTrilha auto-guiada com placas de interpretao, sinalizao, advertncia e segurana

    PLACA 1: VOC EST AQUISeja bem-vindoAqui comea a Trilha dos GolfinhosCaractersticas:r caminhada guiada das 5:00 s 8:00 horasr caminhada livre das 8:00 s 17:00 horasr percurso circular com 2,2 km de extensor baixo nvel de dificuldadePrincipais atrativos:r observao dos golfinhos, aves e outros animais; r acesso Praia do Sancho, com banho e mergulho livresr acesso trilha Sancho-Porcos

    Lendo as placas, ao longo do caminho, voc ter oportunidade de conhecer um poucomais sobre os animais que vivem neste Parque. So mamferos, rpteis e muitas aves, ter-restres e marinhas. Para conhec-los melhor preste ateno em todas as caractersticas doambiente, pois tudo est relacionado, nada existe de forma isolada.

    Durante sua caminhada observe as normas do Parque, principalmente:p caminhe somente na trilha

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    MANUAL DE ECOTURISMO DE BASE COMUNITRIA Ferramentas para um planejamento responsvel

    Pblica e da Eficincia de DiferentesTipos de Trilhas Interpretativas no ParqueEstadual Pico do Marumbi e ReservaNatural Salto Morato. Tese de Doutoradoem Cincias Florestais, Unive r s i d a d eFederal do Paran. Curitiba, PR.

    WOOD, David S. e Wood, Diane W. 1990.

    Como Planifcar Un Programa deEducacon Ambiental. WRI. Washington,DC, USA.

    ZABALETA, P. de B., MOLINO, C. H. eDIAZ, A. P. 1991. Resposta Educatva aIa Crisis Ambiental. CIDE. Madrid,Espanha.

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    PLACA 1:VOC EST AQUI

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    Interpretao ambiental IMPLEMENTAO RESPONSVEL

    p respeite o ambiente e todas as formas de vidap no perturbe os animais, caminhe em silnciop no alimente os animaisp no danifique a vegetaop no retire nada do ambientep ajude a manter o Parque limpo

    PLACA 2: EM TEMPO DE GUERRA ( direita da atual rea de estacionamento do Sancho, atrs da cerca)Esta edificao era uma bateria, de artilharia de costa, durante a II G u e r ra Mundial. Esta bateria foi construda com pedras em grande parte retiradas do Forte So Joo Batista dos Dois Irmos. Durante a g u e r ra, esta regio da ilha, chamada de Quixaba, era habitada por c e rca de 3.000 soldados, entre brasileiros e americanos.

    PLACA 3: AS AVES TERRESTRES (na trilha dos Golfinhos)Neste caminho voc poder ir conhecendo as aves terrestres que habitam a ilha: arribas (Zenaida auriculata noronha), cocorutas (Elaenia spectabilis); cebitos (Vireo gracilirostris).As arribas constroem seus ninhos nos galhos das rvores mais altas,como o mulungu e a gameleira. Isto parece ser uma adaptao local para proteger os ovos contra os ataques do lagarto-teju, pois no continente seus ninhos so feitos no cho.

    PLACA 4: REA DE RECUPERAO FLORESTAL (+ ou - 160m)Aqui j existiu uma densa Floresta Atlntica Insular. Agora ela est sendo recuperada com o plantio das espcies de rvores mais ca-ractersticas da floresta original. Por ser uma floresta insular, isolada do continente, sua recuperao natural, sem o auxlio de uma inter-veno humana, seria bastante difcil. Participe deste esforo respei-tando este berrio natural.

    PLACA 5: REA DE RECUPERAO FLORESTAL (400m)Um dos objetivos deste Parque Nacional Marinho a conservao da sua vegetao. por isso que as reas alteradas precisam ser recuperadas. Mesmo sendo impossvel reproduzir a floresta original, com o plantio e a proteo destas novas rvores, um dia toda esta regio ser novamente uma floresta repleta de vida. As rvores aqui plantadas so o joo-mole, o jit, a quixabeira, o mulungu e o ip.

    PLACA 6: UM LOCAL PREPARADO PARA A GUERRADevido sua localizao estratgica, Fernando de Noronha foi t ransformada em posto avanado de defesa contra o eixo - A l e m a n h a ,Itlia e Japo. Nesta ocasio a ilha foi ocupada por cerca de 5000 mili-tares brasileiros e, tambm, norte-americanos. Esta uma BATERIA ANTIEREA construda durante a 2 Guerra Mundial (1939-1945), como parte do sistema defensivo aqui montado pelo exrcito bra s i l e i r o .

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    PLACA 2:EM TEMPO

    DE GUERRA

    PLACA 3:AS AVES TERRESTRES

    PLACA 4:REA DE

    RECUPERAOFLORESTAL

    PLACA 5:REA DE

    RECUPERAOFLORESTAL

    PLACA 6:UM LOCAL PREPARADO

    PARA A GUERRA

    MATERIAIS DE INTERPRETAO AMBIENTAL DO PARNAMAR FERNANDO DE NORONHA

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    MANUAL DE ECOTURISMO DE BASE COMUNITRIA Ferramentas para um planejamento responsvel

    PLACA 7: REA DE RECUPERAO FLORESTAL (na quixabeira, entre 600 e 700m)O joo-mole e o jit, aqui plantadas, so espcies chamadas de pio-neiras. Elas agentam muito sol e crescem rpido, criando a sombranecessria para o desenvolvimento das mais sensveis ao sol. Quandoestas ltimas crescerem vo criar um ambiente com muita sombra e, ento, as pioneiras vo desaparecer, ficando apenas nas beiras dos caminhos ensolarados. Este o processo de sucesso das espcies da floresta que far esta trilha voltar a ter muito mais vida e tambm sombra .

    PLACA 8: O QUE VOC PODE OBSERVAR DAQUI (Prximo ao mirante)No mar, em frente, nadam os golfinhos rotadores e, prximo da base do penhasco, as tartarugas-de-pente juvenis se alimentam. Voando ou abrigando-se nas rvores e nas rochas das encostas h vrias espcies de aves marinhas. Nas pedras, junto ao cho, correm mui-tas lagartixas mabuias, enquanto os mocs escondem-se nas frestas.

    PLACA 9: (na beira do mirante)Texto 1: OS GOLFINHOS AVISTADOS NAS GUAS DA BAAOs golfinhos observados nesta enseada so mamferos marinhos da ordem dos Cetceos, que vivem nas regies tropicais, subtropicais e temperadas quentes de todos os oceanos. Seu nome cientfico Stenella longirostris, devido ao seu bico longo e fino. Estes golfinhos podem atingir 2 metros e 75 quilos e so comumen-te chamados de golfinhos rotadores, devido s piruetas ou giros que executam em seus saltos. Estes saltos, facilmente observados daqui, podem ser uma simples brincadeira, uma sinalizao sonora ou servir para desalojar parasitas e comensais, como as rmoras, geral-mente aderidos aos seus corpos.Texto 2: COMO ELES VIVEMOs golfinhos rotadores so animais sociais, que vivem em grupos. Os grupos podem ser formados por pares ou at por mais de 100 indiv d u o s ,de ambos os sexos e de todas as classes de idade. Ao raiar do sol, os gru-pos vm para esta enseada de guas calmas para descansar, reproduzir, criar seus filhotes e se socializar. H registros da ocorrncia dos golfinhos neste local desde 1556. No final da tarde eles se deslocam para as guas profundas, na face sul do arquiplago, para se alimentar. Pes-cam de forma cooperativa para capturar pequenos peixes, lulas e camares.

    PLACA 10: OS GOLFINHOS ROTADORES SE REPRODUZEM NESTAENSEADAAqui possvel a observao do comportamento reprodutivo dos golfinhos rotadores, em todas as pocas do ano. Grupos reprodu-tivos deslocam-se rapidamente, com alguns indivduos mantendo o ventre branco voltado para cima, o que pode ser observado pelo tom

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    PLACA 7:REA DE

    RECUPERAOFLORESTAL

    PLACA 8:O QUE VOC PODEOBSERVAR DAQUI

    PLACA 9:OS GOLFINHOS

    PLACA 10:AQUI OS GOLFINHOS

    R OTADORES SE REPRODUZEM

    MATERIAIS DE INTERPRETAO AMBIENTAL DO PARNAMAR FERNANDO DE NORONHA

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    Interpretao ambiental IMPLEMENTAO RESPONSVEL

    azul mais claro que isto provoca na gua. O cortejo seguido pelo acasalamento, quando vrios machos acasalam com a mesma fmea, para garantir a fecundao. A gestao dura de 10 a 11 meses. Os filhotes nascem com cerca de 77 cm e mamam de 1 a 2 anos, mantendo uma forte relao com a me.

    PLACA 11: A LAGARTIXA MABUIA E O ROEDOR MOC (no mirante, junto s pedras)As mabuias (Mabuya maculata) so as pequenas lagartixas que cor-rem sobre as rochas. Elas so muito curiosas e mansinhas, aproxi-mam-se facilmente das pessoas, mas precisam de sossego parasobreviver. Alimentam-se de pequenos seres vivos e qualquer outro tipo de alimentao pode lhes causar distrbios. Esta uma espcie caracterstica de Fernando de Noronha, pois endmica destas ilhas, s existe aqui. Observando com ateno, voc tambm poder avistar os mocs (Keredon rupestris), abrigando-se nas rochas das encostas. Este roedor muito arisco, mas comum nesses am-bientes. Eles foram introduzidos na ilha por volta de 1967 e aqui se adaptaram e se expandiram. Como toda espcie extica (ou seja, no natural de determinado ecossistema), os mocs causam danos vegetao das encostas, pois roem as razes que do suporte rocha, levando sua derrubada.

    PLACA 12: AVES (antes da sada para Sancho)Estes locais so utilizados por um grande nmero de aves marinhas. As viuvinhas, os atobs ou mumbebos, os atobs-marrom e as fra -gatas podem ser facilmente vistos por toda parte, voando, pescando ou recolhendo-se nos galhos das rvores. Com cuidado e silncio, voc ter a oportunidade de v-los, at a curta distncia. Observetambm, as relaes existentes entre os diversos elementos destas paisagens: as aves, a vegetao e os demais seres vivos, visveis ou no, as encostas rochosas, o mar, tudo est relacionado formando um todo chamado "ecossistema".

    PLACA 13: (mirante 1)Texto 1: OS NUMEROSOS ATOBSDaqui j possvel avistar a Ilha Dois Irmos, j no limite do Parque, e uma grande quantidade de aves. Uma delas, os atobs ou mumbe-bos (Sula sula), habitam as encostas, desde Dois Irmos at a Ponta da Sapata, esquerda, formando uma das maiores populaes de aves marinhas residentes nestas ilhas.Eles alimentam-se de peixes, lanando-se ao mar de grandes alturas. Para se proteger do impacto da gua, seu sistema respiratrio se expande, funcionando como umamortecedor.Texto 2: COMO ELES VIVEMEles esto pousados nos galhos das rvores, descansando, muitas

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    PLACA 11:A LAGARTIXA MABUIA E O ROEDOR MOC

    PLACA 12:AVES

    PLACA 13:OS NUMEROSOS

    ATOBS

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    MANUAL DE ECOTURISMO DE BASE COMUNITRIA Ferramentas para um planejamento responsvel

    vezes com a cabea e o pescoo pendentes, arrumando suas penas, ou voando e pescando. Seu perodo de reproduo vai de maro at agosto. Constroem seus ninhos preferencialmente nos galhos das rvores e as fmeas raramente pem 2 ovos e quando isto acontece, apenas um sobrevive. Seus excrementos tingem de branco rochas e rvores. Ricos em fosfato e outros sais minerais estes so os maiores responsveis pelos depsitos de guano, adubo orgnico formado pelos excrementos das aves e matria orgnica. Entretanto, o exces-so de excrementos depositados diretamente nas folhas e galhos dasrvores, como daqui se observa, pode levar morte das rvores devi-do s grandes concentraes de cidos, como uria e amnia.

    PLACA 14: (mirante 2)Texto 1: CONHECENDO AS VIUVINHAS-NEGRASNumerosas viuvinhas (Anous minutus), com plumagem inteiramente n e g ra-amarronzada e fronte branca so aves pescadoras residentes per-manentes destas encostas. Esta a espcie de ave marinha mais co-mum nestas ilhas, com uma populao estimada em 20.000 indiv d u o s .Sua principal rea de reproduo e concentrao de ninhos est entre a Praia do Sancho e a Ponta da Sapata, onde j foram conta-dos mais de 10.000 ninhos. Elas constroem os ninhos com algas, sobre rvores, arbustos, moitas e nos paredes rochosos, sempre protegidos dos ventos fortes. Seu principal perodo reprodutivo entre maro e agosto. Seus excrementos formam manchas brancas no solo, nas pedras e nas rvores.Texto 2: AS FALSIAS DO SANCHODaqui avista-se a Praia do Sancho e suas imponentes falsias ou en-costas, repletas de vida. Elas so formadas por rochas escuras, do tipo ankaratrticas (Formao Quixaba), tpicas dos ltimos eventos vulcnicos que formaram este arquiplago. Elas esto ali no mnimo h 2 milhes de anos.

    PLACA 15: AS AVES NAS RVORES (logo aps primeira ponte)Este um local especial para observao das aves marinhas. Em uma s rvore concentram-se dezenas de indivduos de vrias espcies. Nos perodos de reproduo possvel acompanhar o namoro, a cons-truo dos ninhos e o revezamento dos pais no cuidado dos filhotes.Alm dos numerosos mumbebos e viuvinhas-negras, voc poder facilmente avistar as viuvinhas-marrons (Anous stolidus), com plumagem marrom e fronte esbranquiada, e as noivinhas (Gygis alba), totalmente brancas, com bico, pernas e olhos negros. As noi-vinhas constrem seus ninh-os em forquilhas de rvores altas, pre-ferencialmente o Mulungu, sem nenhuma proteo. Os filhotes nascem com plumagem escura que o confunde com o galho, dando-lhe proteo.

    7PLACA 14:

    CONHECENDO AS VIUVINHAS-NEGRAS

    PLACA 15:AS AVES

    NAS RVORES

    MATERIAIS DE INTERPRETAO AMBIENTAL DO PARNAMAR FERNANDO DE NORONHA

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    Interpretao ambiental IMPLEMENTAO RESPONSVEL

    PLACA 16: AQUI COMEA UMA CACHOEIRA (na segunda ponte)Aqui, na poca das chuvas, passa um forte crrego que, logo adian-te, despenca na encosta ngreme, formando a Cachoeira do Sancho. Como a maioria dos outros crregos da ilha, este tambm desapa-rece durante a seca, devido ao clima e a baixa reteno de gua no subsolo.

    PLACA 17: A PRAIA COM VIDA CONVIDA (antes dos 1500m)Toda esta paisagem pode ser aproveitada mais de perto. A Praia do Sancho, com acesso um pouco mais adiante, uma praia onde o banho agradvel e seguro. O mergulho livre tambm permitido, possibilitando a observao de grande variedade de peixes, corais e outros organismos. um mergulho fcil, recomendado para iniciantes.

    PLACA 18: A AVE SMBOLO (mirante com bancos)Nestes cus, voam tambm os rabos-de-junco (Phaeton lepturus), ave smbolo de Fernando de Noronha. Podem ser facilmente identi-ficados pela sua longa cauda, que mede at 50cm. Sua populao varia entre 100 e 300 indivduos e este parece ser um dos seus ni-cos locais de reproduo no Brasil. Eles constrem seus ninhos nas fendas dos paredes rochosos das encostas, entre dezembro e mar-o. A fmea pe um ovo de cada vez. Alimentam-se de peixes como os agulhas, voadores e manjubas. Esta uma das espcies de maior vocalizao no arquiplago, especialmente quando so perseguidos por outras aves, como as fragatas, que tentam roubar-lhes os peixes.

    PLACA 19: (no quiosque, placas maiores, com mais texto)Texto 1: UMA FENDA NATURAL NA ROCHAA descida para a Praia do Sancho feita atravs de uma profunda fenda natural existente no interior do paredo de rochas. Observebem esta fenda, sabendo que estas so rochas vulcnicas, vindas do interior da terra para a superfcie, em altas temperaturas. Esta fenda deve ter se formado como conseqncia das tenses surgidas no processo de resfriamento. Estas rochas formaram-se aqui entre 6 e 2 milhes de anos atrs, ltimo perodo de derrame das lavas for-madoras deste arquiplago.Texto 2: AS INTERAES DA NATUREZADeste local possvel observar algumas interaes entre aves, rvo r e s ,solos, paisagem. Aqui ao lado, ocorrem 2 espcies de rvores tpicas daFloresta Atlntica Insular que no passado recobria quase toda a ilha. A de tronco reto e 'listrado' o mulungu (Erythrina velutina varie-dade aurantiaca - Fam. Lugominosae - Faboideae). uma das esp-cies de rvores mais altas da ilha. Nos meses de agosto e setembro colore a paisagem com suas flores vermelho-alaranjadas. Muitas aves constrem ninhos em seus galhos, protegendo-se dos ventos. Arvore com uma verdadeira cortina de razes areas a gameleira(Ficus noronhae - Fam. Moraceae). As razes areas ajudam a sus-

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    PLACA 19:UMA FENDA

    NATURAL NA ROCHA

    PLACA 16:AQUI COMEA

    UMA CACHOEIRA

    MATERIAIS DE INTERPRETAO AMBIENTAL DO PARNAMAR FERNANDO DE NORONHA

    PLACA 17:A PRAIA COM VIDA

    CONVIDA

    PLACA 18:A AVE

    SMBOLO

  • MATERIAIS DE INTERPRETAO AMBIENTAL DO PARNAMAR FERNANDO DE NORONHA

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    MANUAL DE ECOTURISMO DE BASE COMUNITRIA Ferramentas para um planejamento responsvel

    tentar os seus grandes galhos, uma vez que, neste solo raso, as razes subterrneas tornam-se insuficientes. Tambm uma das rvores mais altas desta floresta e muito utilizada pelas aves, que comem seus frutos, abrigam-se e constrem ninhos em seu galhos. As aves tambm so importantes para as rvores, pois dispersam suas se-mentes, possibilitando que nasam rvores at sobre as rochas dos altos paredes. Na natureza assim, tudo est relacionado, formandoum grande ecossistema. Este Parque existe para manter estas intera-es em seu estado natural e precisa contar com a sua colaborao.

    PLACA 20: FORTE DE SO JOO BAPTISTA DOS DOIS IRMOS(no forte)Este forte foi construdo pelos portugueses em 1737, para guardar as praias da Cacimba do Padre ( direita de Dois Irmos) e do Sancho, ltimas praias do mar de dentro onde o desembarque era possvel. Em forma de trapzio, abrigava 6 peas de artilharia e podia cruzar fogo com o Forte de So Pedro do Boldr.

    PLACA 21: REA DE REFLORESTAMENTO (no caminho PIC-Sancho)

    GUIA TEMTICO FOLHETO

    O ECOSSISTEMA MARINHOpara venda a visitantes sobre ecossistema marinho do arquiplagocomplemento para interpretao de todos os pontos de mergulho

    OS DOIS MARES DE NORONHAEm Noronha, existem dois diferentes ambientes marinhos: o Mar de Dentro e o Mar de Fora.O Mar de Dentro, mais abrigado dos ventos, calmo durante a maior parte do ano, comgrandes reas cobertas por corais (principalmente Montastrea cavernosa) e algas marrons.O mar de fora, lado voltado para a frica, mais exposto aos ventos, mexido, com ondasaltas e fortes correntes. Neste mar, nas reas rasas, prximas da praia, h formaes muitosemelhantes aos recifes, comumente confundidas com estes. So as cristas algais, formadaspor algas calcrias e moluscos e no por corais, como os verdadeiros recifes. Na Praia doLeo, as cristas algais formam os "esguichos" e na Praia do Atalaia do origem s "p