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ANO 2002 GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO

GERALDO ALCKMIN SECRETÁRIO DE ESTADO DA SAÚDE JOSÉ DA SILVA GUEDES COORDENADOR DOS INSTITUTOS DE PESQUISA - CIP JOSÉ DA ROCHA CARVALHEIRO

DIRETOR TÉCNICO DO CENTRO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA “PROFESSOR ALEXANDRE VRANJAC” - CVE/SES-SP JOSÉ CÁSSIO DE MORAES DIVISÃO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS DE TRANSMISSÃO HÍDRICA E ALIMENTAR - CVE/SES -SP MARIA BERNADETE DE PAULA EDUARDO - Coordenação e redação geral ELIZABETH MARIE KATSUYA JOCELEY CASEMIRO DE CAMPOS MARIA LÚCIA ROCHA DE MELLO NÍDIA PIMENTA BASSIT BEATRIZ YUKO KITAGAWA - estagiária CVE/FUNDAP COLABORADORES DO INSTITUTO ADOLFO LUTZ - IAL LILIAN REGINA M. MARQUES - Assistente Técnica/Direção Geral KINUE IRINO - Bacteriologia SUELI A. FERNANDES - Bacteriologia TÂNIA MARA IBELLI VAZ - Bacteriologia DOMINGAS M. A. G. V. TORRES - Parasitologia MARIA DO CARMO S. T. TIMENETSKY - Virologia Manual disponível no site do CVE em http://www.cve.saude.sp.gov.br, em Doenças Transmitidas por Alimentos

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VIGILÂNCIA ATIVA DAS DOENÇAS TRANSMITIDAS POR

ALIMENTOS

NORMAS E INSTRUÇÕES

- 2002 -

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SUMÁRIO Apresentação

1. O que é o Sistema de Vigilância Ativa das Doenças Transmitidas por Alimentos 1

2. Objetivos 2

3. A importância da Vigilância Ativa para a saúde pública 2

4. A Vigilância Ativa e suas diferenças com outros sistemas de vigilância 3

5. Os componentes da Vigilância Ativa 4

5.1. A Vigilância Ativa com base em laboratórios 4

5.2. Inquérito de laboratórios clínicos 6

5.3. Inquérito de médicos 7

5.4. Inquérito de população 8

5.5. Outros estudos 8

6. A operacionalização do sistema de Vigilância Ativa 9

6.1. Mapeamento dos recursos existentes na área 9

6.2. Os recursos humanos necessários 10

6.3. Da organização do sistema - a busca ativa de casos a partir dos laboratórios 10

6.3.1. A notificação dos laboratórios 10

6.3.2. As vi sitas aos laboratórios, aos hospitais e domicílios 11

6.3.3. Critérios para o registro de casos positivos de patógenos transmitidos

por alimentos detectados através dos laboratórios 11

6.3.4. O encaminhamento de cepas ou amostras para o Laboratório de

Referência - Instituto Adolfo Lutz 13

6.4. Inquéritos e estudos epidemiológicos 14

6.5. Instituições componentes do Sistema 15

7. Padrões de performance para as áreas de Vigilância Ativa - avaliação e

monitoramento do sistema 15

7.1. Indicadores Vigilância 15

7.2. Indicadores de Referência 16

7.3. Estudos de Caso-Controle 17

7.4. Gerência 17

8. Considerações finais 18

9. Bibliografia consultada e utilizada para a elaboração do manual 18

Anexo 1 20

Anexo 2 27

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Apresentação

Este manual tem como objetivo apresentar o Sistema de Vigilância Ativa de Doenças

Transmitidas por Alimentos (VA-DTA), seus conceitos, objetivos e metas, impressos e fluxos de

investigação e informação, fornecendo orientações básicas aos gestores de saúde, equipes de

vigilância epidemiológica e outros profissionais de saúde, para a organização do sistema e seu

gerenciamento.

A vigilância ativa das doenças transmitidas por alimentos representa um sub-sistema do

Sistema de Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmitidas por Alimentos, complementar

ao de investigação de surtos e ao monitoramento das doenças diarréicas agudas (MDDA), com

vistas a conhecer a incidência dessas doenças na população e a proporção de alimentos

responsáveis por elas.

A diarréia, manifestação clínica mais comum das doenças transmitidas por alimentos,

ainda que reconhecida como uma importante causa no quadro de morbi-mortalidade do país,

devido a sua elevada incidência ou por ser considerada ainda um fato "normal", tanto por parte

da população como de profissionais de saúde, impõe desafios para o seu registro e controle.

Assim, sua subnotificação tem sido o fator principal a impedir o conhecimento do verdadeiro

impacto das doenças transmitidas por alimentos na população, dificultando consequentemente

o conhecimento dos alimentos causadores de doenças.

As diarréias, anteriormente associadas quase que exclusivamente à veiculação hídrica,

tiveram, no passado ainda recente, uma redução drástica em sua morbi-mortalidade devido às

medidas de saneamento básico e à implantação de programas como o da TRO - Terapia da

Reidratação Oral. Causavam desidratação com complicações decorrentes do atendimento

inadequado ou da falta de atendimento. Hoje, contudo, quando causadas pelos novos

patógenos, denominados emergentes, veiculados principalmente por alimentos, podem, como

conseqüência das potentes toxinas desses patógenos, evoluir para outras manifestações

clínicas graves, deixando seqüelas e óbitos.

Alguns fatores são apontados como determinantes para que o alimento seja hoje em

dia considerado a principal fonte de veiculação de doenças: a) o desenvolvimento econômico e

a globalização do mercado mundial favoreceram a disseminação dos micróbios; b) as

modificações no estilo de vida com a crescente utilização de alimentos industrializados e pela

mudança de hábitos consumindo-se refeições fora de casa; c) os próprios processos

tecnológicos de produção que podem propiciar condições para o surgimento de novos

patógenos como o uso indiscriminado de antimicrobianos na criação de animais, o uso de

rações industrializadas, ou processos industriais de preparação do alimento; d) o aumento do

consumo de alimentos "in natura" ou crus, além da, f) intensa mobilização mundial das

populações, através das viagens internacionais, dentre outros.

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Assim, não somente as metrópoles refletindo mais caracteristicamente os problemas da

globalização da economia e da urbanização sem planejamento, mas também os municípios

pequenos, aparentemente distantes dos novos problemas, vêm apresentando em seu perfil

epidemiológico, os novos patógenos com surtos de grandes proporções causados pelas

salmoneloses, criptosporidioses, ciclosporíases, ou por enteroviroses provocadas pelos vírus

Norwalk ou Rotavírus, além das diarréias sanguinolentas, causadas pela E.coli O157:H7 e por

outras bactérias produtoras de toxina tipo Shiga que podem causar síndromes gravíssimas

como a síndrome hemolítico-urêmica (SHU) e a púrpura trombocitopênica trombótica (PTT).

São conhecidos cerca de 250 agentes causadores de doenças transmitidas por

alimentos e água que podem se manifestar através de distintas síndromes, isoladas ou

associadas, tais como as diarréicas, neurológicas, renais, hemolíticas, ictéricas, alérgicas,

respiratórias e sistêmicas.

A veiculação da doença por alimento modifica também o protótipo de surto,

anteriormente identificado como restrito à instituições como escolas, creches ou residências, ou

a eventos como festas. Hoje, casos aparentemente isolados, em regiões distintas, podem ser

componentes de um mesmo surto, causado por um alimento comum, não detectado pelos

métodos tradicionais da vigilância epidemiológica. Devido a este fato, um caso isolado causado

por uma refeição suspeita passa a ter importância epidemiológica porque pode ser a expressão

de um surto.

Além disso, devido à ampla distribuição de alimentos e à alta capacidade de

alastramento de vários desses novos patógenos, medidas e monitoramentos mais rígidos

passam a ser necessários para seu controle e prevenção.

Por essa razão, conhecer a freqüência de determinados patógenos isolados ou

identificados pelos laboratórios de análises clínicas e microbiologia, ação central da Vigilância

Ativa de Doenças Transmitidas por Alimentos, poderá ser de grande utilidade para desvendar

novos surtos.

Surtos de quaisquer natureza, dentre eles os causados por alimentos e água, e os

agravos inusitados, são de notificação compulsória conforme estabelecem a Portaria GM/MS

Nº. 1943, de 18 de outubro de 2001 e o Código Sanitário do Estado de São Paulo promulgado

através da Lei Nº. 10.083, de 23 de setembro de 1998.

Conforme o artigo 64 do Código Sanitário do Estado, constituem unidades ou cidadãos

notificantes para o Sistema de Vigilância Epidemiológica os seguintes: a) médicos que forem

chamados para prestar cuidados ao doente, mesmo que não assumam a direção do tratamento;

b) responsáveis por estabelecimento de assistência à saúde e outras instituições médico-

sociais de qualquer natureza; c) responsáveis por laboratórios que executem exames

microbiológicos, sorológicos, anatomopatológicos ou radiológicos; d) farmacêuticos,

bioquímicos, veterinários, dentistas, enfermeiros, parteiras e outros que exerçam profissões

afins; e) responsáveis por estabelecimento prisionais, de ensino, creches, locais de trabalho, ou

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habitações coletivas em que se encontre o doente; f) responsáveis pelos serviços de verificação

de óbito e institutos médico - legais; e g) responsáveis por automóvel, caminhão, ônibus, trem,

avião, embarcação ou qualquer outro meio de transporte em que se encontre o doente.

Dessa forma, situando a legislação e o contexto epidemiológico das doenças

transmitidas por alimentos, entende-se que todo cidadão deve comunicar à vigilância

epidemiológica municipal, regional ou central a existência de uma doença de notificação

compulsória, agravo inusitado à saúde e surtos, incluídos os patógenos emergentes e

reemergentes veiculados por alimentos, considerando-se sua epidemiologia, como causadores

de surtos e agravos inusitados à saúde e o fato que um único caso possa ser a manifestação de

um surto.

O envio dos achados laboratoriais à vigilância epidemiológica tem como objetivo

melhorar a notificação de surtos, captando as subnotificações, para que medidas de controle e

prevenção sejam tomadas no menor prazo possível e na real extensão do problema.

Por sua vez, a investigação de novos casos a partir de patógenos isolados ou

identificados nos laboratórios permitirá não somente o conhecimento de possíveis novos surtos,

mas do perfil epidemiológico dos patógenos emergentes e reemergentes na população, um dos

principais objetivos da Vigilância Ativa de Doenças Transmitidas por Alimentos.

Nossos agradecimentos especiais aos estagiários do Programa de Aprimoramento

Profissional em Epidemiologia das Doenças Transmitidas por Alimentos, convênio FUNDAP e

CVE/SES-SP, dos anos de 2000 e 2001 e aos alunos do I Curso de Especialização em

Epidemiologia Aplicada às Doenças Transmitidas por Alimentos, convênio Faculdade de Saúde

Pública/USP e CVE/SES-SP, do ano de 2000, que participaram dos inquéritos e estudos

epidemiológicos para o novo sistema, bem como, dos treinamentos para as DIRS e Municípios,

apresentando os conceitos do programa, os formulários para a captação de casos em

laboratórios, fluxos e exemplos para a sua operacionalização e assim contribuindo para a

elaboração deste documento.

Este manual incorpora, fundamentalmente, os conceitos e a experiência em Vigilância

Ativa desenvolvidos pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC/Atlanta/USA), do

programa denominado FoodNet, levando-se contudo, em consideração, as especificidades de

nossa realidade. Constitui-se em documento básico para as equipes de vigilâncias à saúde,

contendo, além de orientações técnicas, os formulários e fluxos de informações para a captação

de dados em laboratório e para a investigação dos casos nos serviços de saúde ou domicílios.

O novo programa deve permitir conhecer o impacto das doenças transmitidas por

alimentos no estado de São Paulo e os alimentos envolvidos em surtos, possibilitando, assim, o

estabelecimento de medidas mais efetivas de controle e prevenção.

DIVISÃO DE DOENÇAS DE TRANSMISSÃO HÍDRICA E ALIMENTAR - CVE

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1. O que é o Sistema de Vigilância Ativa das Doenças Transmitidas por Alimentos

O Sistema de Vigilância Ativa das Doenças Transmitidas por Alimentos - VA-DTA,

consiste de uma ação de vigilância epidemiológica, integrada a vários órgãos envolvidos com a

doença e o alimento, que tem como base a investigação de casos detectados pelos laboratórios

de análises clínicas e de microbiologia e inquéritos e estudos epidemiológicos incorporados à

rotina para compreender melhor o perfil epidemiológico das doenças transmitidas por alimentos

no estado de São Paulo.

As doenças transmitidas por alimentos que compõem o VA-DTA incluem as infecções

causadas pelas bactérias - Salmonella, Shigella, Campylobacter, Escherichia coli O157:H7 e

outros grupos de E. coli, Listeria monocytogenes, Yersinia enterocolitica e Vibrios; pelos

parasitas - Cryptosporidium, Cyclospora, Giardia e Toxoplama gondii e pelos vírus - Rotavírus,

Adenovírus, Calicivírus, Astrovírus e Coronavírus, Norwalk vírus e Norwalk-like vírus. Não se trata de uma vigilância dirigida apenas à ocorrência de surtos, mas de busca

ativa de casos decorrentes desses patógenos, contribuindo sobremaneira a detectar surtos.

A Vigilância Ativa é um programa elaborado para aprimorar o controle das doenças

transmitidas por alimentos, melhorando a detecção de surtos, especialmente em casos mais

complexos onde a investigação epidemiológica não foi capaz de estabelecer as relação entre os

casos.

O programa teve seu início no ano de 2000 com o desenvolvimento de estudos

epidemiológicos em áreas escolhidas como sentinelas como os municípios de Botucatu, Marília

e alguns distritos administrativos de São Paulo - Consolação, Jardim Paulista, Cerqueira César,

Saúde e Vila Mariana.

O sistema é constituído de uma rede informatizada para registro dos dados dos

laboratórios públicos e privados e daqueles obtidos pela investigação dos casos, o que permite

monitorar as doenças emergentes e reemergentes transmitidas por alimentos em nível

estadual. Uma rede informatizada é necessária para se ter uma resposta rápida quando da

detecção de surtos ou agravos à saúde, para alertas, bem como, para situar os casos

identificados por áreas de ocorrência e residência, e assim monitorar o impacto dessas

doenças, sua freqüência, identificando e controlando as fontes específicas de transmissão.

Além disso, o programa de Vigilância Ativa deve incluir técnicas laboratoriais mais avançadas

no campo da biologia molecular, incorporando os conceitos e práticas em Epidemiologia

Molecular, como um importante instrumento para estabelecer a relação entre os casos

aparentemente isolados de doenças e identificar os alimentos responsáveis.

Tem como recurso humano central, responsável pela condução das ações, as equipes

de vigilância epidemiológica das regionais de saúde e de hospitais, incluindo as universidades e

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municípios que aderirem ao projeto. Sua implantação pressupõe a delimitação de áreas

populacionais, como bases da ação, com seus recursos de saúde - médico-hospitalar e

laboratorial. Propõe-se como critério de delimitação um conjunto de distritos e subdistritos de

uma determinada região ou área geográfica ou o município como um todo. Áreas delimitadas

para o programa de monitorização da doença diarréica aguda (MDDA) podem ser a base para a

vigilância ativa das doenças transmitidas por alimentos.

Trata-se portanto de uma nova forma de organização da vigilância epidemiológica e de

ação em saúde pública para conhecer as doenças, suas complicações e suas causas, e mais

do que isso, para prevenir e proporcionar uma intervenção mais rápida e eficaz.

A vigilância ativa de doenças transmitidas por alimentos funciona há mais de 5 anos

nos EEUU, sob a coordenação do CDC/Atlanta/USA, bem como, em países como o Canadá,

França e Irlanda.

2. Objetivos

- Conhecer a epidemiologia dos patógenos emergentes e reemergentes - bactérias,

parasitas e vírus transmitidos por alimentos;

- Estimar a freqüência e a severidade das doenças transmitidas por alimentos que

ocorrem no estado de São Paulo;

- Determinar a proporção dessas doenças devido à alimentos específicos como carnes,

aves, ovos, verduras e outros, procedência, tipo de processamento e fatores de risco;

- Responder ao controle das doenças infecciosas emergentes.

3. A importância da Vigilância Ativa para a saúde pública

As doenças transmitidas por alimentos são comuns. Dados de surtos de diarréia

notificados ao CVE nos últimos quatro anos mostram que mais de 80% dos surtos são devidos

a alimentos e não água. Contudo, não temos como precisar quantos casos realmente ocorrem

no estado de São Paulo.

Utilizando-se os dados de diarréias agudas registradas pelo programa de MDDA e de

surtos notificados ao CVE, no ano de 2001, de municípios e regiões do estado de São Paulo em

que estes programas têm merecido especial ênfase, pode-se estimar, que teriam ocorrido no

estado de São Paulo, pelo menos 1 milhão de diarréias e não apenas as 140 mil registradas, e

destas, quase 50 mil casos (5%) e não somente os cinco mil notificados, foram participantes de

surtos provocados por alimentos. Estas estimativas permitem inferir que há uma taxa de

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subnotificação de surtos de DTA de pelo menos 10%, mas, não permitem compreender quanto

das diarréias aparentemente isoladas foram causadas por alimentos e podem representar

casos de um mesmo surto onde a investigação tradicional não conseguiu estabelecer a relação

entre eles.

Embora uma grande parte dessas infecções cause quadros leves, infecções graves

ocorrem, provocando sérias complicações, seqüelas ou óbitos, além de prejuízos econômicos

para a população, em termos de gastos ou custos hospitalares, ausências no trabalho ou na

escola, dentre outros problemas.

A importância da veiculação de doenças pelo alimento tem exigido mudanças não

apenas nos sistemas de saúde pública, mas, na produção de alimentos visando aumentar sua

segurança. Uma monitorização mais rígida e estudos epidemiológicos e laboratoriais têm sido

necessários para trazer novas estratégias de intervenção e prevenção das doenças

transmitidas por alimentos e para melhorar as práticas de manipulação e produção dos

alimentos.

4. A Vigilância Ativa e suas diferenças com outros sistemas de vigilância

É necessário ressaltar algumas diferenças entre a vigilância ativa e os sistemas

tradicionais de vigilâncias. O sistema tradicional tem sido chamado de "passivo" porque centra

sua ação na notificação de determinadas doenças ou de surtos para desencadear a

investigação. Sabe-se que embora as DTA sejam comuns, somente uma pequena fração é

rotineiramente notificada. Isto pode ser explicado devido a uma cadeia complexa de eventos

que ocorrem até que o caso seja notificado, como pode ser visto pela pirâmide na Figura 1.

Infecção na população

Pessoas doentes

Procuram cuidadosmédicos

Espécimes colhidas

Caso confirmado/cultura

Notificação para a VE

Testes de Laboratório

Figura 1 - Pirâmide de Incidência das Doenças Transmitidas por Alimentos Fonte: CDC, 1998

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A Vigilância Ativa da DTA é elaborada segundo a concepção de que as autoridades de

vigilância epidemiológica ou de saúde devem, não apenas esperar a notificação dos

laboratórios de microbiologia e análises clínicas da área, mas contatá-los para ir buscar

freqüentemente novos casos, investigá-los e registrá-los nos órgãos de vigilância

epidemiológica. Isto é necessário devido à complexidade dos eventos que podem ocorrer antes

que os casos sejam notificados. Na Figura 1, a base larga da pirâmide da DTA é representada

por pessoas que adquiriram a infecção, podem estar transmitindo-a, mas são assintomáticas.

Em seguida há as pessoas que adoeceram, e dentre elas, as que procuraram serviços médicos

e as que não. No terceiro patamar acima, se os médicos solicitaram exames, há os doentes que

coletarão exames laboratoriais, e aqueles que não. No laboratório, dependendo da capacidade

tecnológica e das solicitações do médico, certos patógenos poderão não ser testados,

resultando assim em teste falso-negativo. Somente a cultura positiva estaria sendo notificada.

Dessa forma, além da busca ativa no laboratório, dos resultados positivos e da

investigação do caso, a Vigilância Ativa é desenhada para monitorar cada evento ocorrido ao

longo da pirâmide e através dela realizar inquéritos e estudos epidemiológicos que possibilitem

estimativas mais precisas e a interpretação da incidência das doenças transmitidas por

alimentos ao longo do tempo. A Vigilância Ativa analisa essa cadeia nas pessoas que

apresentam doença diarréica, por ser a diarréia, a manifestação mais freqüente das infecções

por alimentos.

5. Os componentes da Vigilância Ativa

A Vigilância Ativa das Doenças Transmitidas por Alimentos deve ter cinco componentes:

1. Vigilância Ativa com base em laboratórios;

2. Inquérito de Laboratórios Clínicos;

3. Inquérito de Médicos;

4. Inquérito de População;

5. Outros estudos epidemiológicos.

5.1. A Vigilância Ativa com base em laboratórios

O núcleo central da Vigilância Ativa são os laboratórios de análises clínicas e

microbiologia, públicos e privados, que testam amostras de fezes nas áreas delimitadas e o

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estabelecimento de uma população base que utiliza os laboratórios nessas áreas. Isto permite

construir uma base de dados em uma população bem definida. Além da notificação desses

patógenos por parte dos laboratórios aos órgãos de vigilância epidemiológica, as equipes

técnicas de serviços de saúde, de vigilância epidemiológica ou pesquisadores vinculados ao

sistema, devem visitar regularmente esses laboratórios para encontrar todos os casos dos

patógenos emergentes e reemergentes objeto desta vigilância.

Dessa forma, os laboratórios necessitam padronizar o registro das informações básicas

em seus livros de registro ou sistemas informatizados para que realizem adequadamente a

notificação prévia à vigilância e possam cooperar com as equipes técnicas de vigilância

epidemiológica no levantamento de dados adicionais à investigação. Os laboratórios poderão

fazer as notificações semanalmente por contato telefônico, fax ou meio eletrônico às regionais

de saúde, utilizando de preferência os formulários padrão do sistema (Anexo 1 ou Anexo 2) ou

seus próprios impressos, desde que contenham os dados básicos solicitados.

As informações serão reorganizadas ou coletadas pelas equipes epidemiológicas

através de um formulário padrão para cada grupo de patógenos - bactéria, parasita e vírus

(Anexo 1), digitadas na base de dados e transmitidas eletronicamente, das regionais de saúde

para o CVE. Devem ser analisadas rotineiramente com vistas à observação das freqüências

dos patógenos, relação entre os casos, alimentos envolvidos e outros indicadores. Além disso,

os investigadores devem buscar os casos de síndrome hemolítico-urêmica (SHU) e a E. coli

O157:H7, a síndrome de Guillain-Barré e o Campylobacter e casos de toxoplasmose não

notificados ao sistema.

Os dados levantados no laboratório permitem a investigação hospitalar ou domiciliar

dos casos. Deve -se verificar se o indivíduo é participante de surto ou não (outros casos em sua

residência, rua, trabalho, escola, ou em algum evento devido a algum alimento ou refeição

comum), se o surto foi notificado à vigilância ou não, se há relação entre os casos detectados

pelo laboratório ou outros na região, as características da doença, dentre outras informações.

A utilização de técnicas de biologia molecular pode também contribuir para estabelecer

a relação entre casos aparentemente isolados e a incriminar a fonte alimentar de transmissão

de doença. Neste aspecto, os laboratórios de referência - Instituto Adolfo Lutz Central e suas

Regionais, desempenham importante papel para a confirmação dos principais patógenos e para

testes adicionais para maiores esclarecimentos da relação entre os casos, quando isto for

necessário.

O desenho da base de dados e o programa de computador permitem o conhecimento

de casos por áreas de realização dos exames e residência, corrigindo-se assim possíveis

distorções em regiões que apresentem problemas de delimitação de populações adstritas aos

laboratórios. Estudos adicionais são necessários para avaliar os fatores que vão interferir nas

tendências históricas desses patógenos.

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5.2. Inquérito de laboratórios clínicos

Cada região ou área deverá realizar um estudo baseline sobre os laboratórios de

análises clínicas e de microbiologia para determinar quais patógenos estão na rotina de

detecção desses laboratórios, quais testes são requisitados pelos médicos e quais as técnicas

que são utilizadas para isolar ou identificar o patógeno. Outros inquéritos deverão ser feitos

periodicamente para detectar as mudanças nas práticas de laboratório que possam estar

interferindo na mudança da freqüência dos patógenos isolados ou identificados.

No ano de 2000 o CVE, juntamente com a Faculdade de Saúde Pública, da

Universidade de São Paulo (FSP/USP), incorporando estagiários do I Curso de Especialização

em Epidemiologia Aplicada às Doenças Transmitidas por Alimentos e Bolsistas FUNDAP em

sua rotina de investigação, conduziu um estudo sobre o perfil de patógenos isolados ou

identificados nos laboratórios de áreas escolhidas como sentinelas - os municípios de Botucatu

e de Marília e alguns distritos administrativos de São Paulo - Consolação, Jardim Paulista,

Cerqueira César, Saúde e Vila Mariana. Foram analisados, entre julho de 1998 e julho de 2000,

808 resultados positivos de patógenos isolados em amostras de sangue, fezes, líquor e lavado

gástrico, registrados pelos laboratórios de análises clínicas participantes do estudo nestas área.

Nos três anos pesquisados, foram localizados 631 casos positivos para bactérias (78,1%), 71

para parasitas (8,8%) e 106 para vírus (13,1%). Entre as bactérias, as mais freqüentes foram a

E.coli (68,6%), a Salmonella (19,8%) e a Shigella (11,3%), isoladas de 445 coproculturas

(70,5%), de 174 hemoculturas (27,6%), de sete culturas de líquor (1,1%) e de cinco culturas de

lavado gástrico (0,8%); entre os parasitas e vírus, isolados a partir de amostras de fezes, 100%

eram Cryptosporidium e 100% Rotavírus, respectivamente.

Os resultados sobre patógenos detectados por laboratórios mostram um perfil distinto

dos isolados nos surtos notificados no mesmo período - a Salmonella, por exemplo, dentre os

surtos caus ados por bactérias foi o patógeno predominante (mais de 60%), enquanto que nos

laboratórios a E. coli apresentou a maior freqüência entre as bactérias testadas (68,6%).

Um outro estudo realizado nessas áreas, conduzido pelo CVE, em parceria com a

FSP/USP, no mesmo ano e complementar ao primeiro, trouxe o perfil dos laboratórios de

análises clínicas e de microbiologia, no estado de São Paulo, quanto a sua capacidade de

detecção de patógenos de doenças de transmissão alimentar. Nos laboratórios participantes do

estudo observou-se que Salmonella e Shigella foram os patógenos relatados como mais

testados na rotina. Campylobacter e Yersinia não fazem parte dessa rotina. Os Vibrios são

pesquisados em apenas 15% dos laboratórios privados localizados na cidade de São Paulo.

Entre os vírus somente o Rotavírus é testado na rotina; entre os parasitas , Cryptosporidium e

Isospora são os mais pesquisados, mas somente se solicitados pelo médico.

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Assim, os métodos utilizados em laboratórios podem interferir nas tendências das

doenças e devem ser investigados para explicar possíveis variações ao longo dos anos.

5.3. Inquérito de médicos

Com a finalidade de obter informações sobre a prática de solicitação de exames

laboratoriais de fezes (coprocultura e parasitológico) por parte dos médicos, cada região deve

realizar um estudo baseline para a população de médicos que atendem diarréia nas áreas,

utilizando estudo transversal, por amostragem ou universo, dependendo da região ou município.

O estudo tem por objetivo detectar e quantificar as solicitações de coprocultura e parasitológico

para pacientes com diarréia, e sob quais circunstâncias foram requisitadas. A amostra deve ser

estratificada de tal forma que permita conhecer o perfil das distintas instituições - públicas,

privadas, médicos de família, consultórios, convênios, etc.. Sabe-se que as mudanças ocorridas

nas práticas médicas ou na organização dos serviços de saúde podem interferir na prática de

solicitação de exames laboratoriais. Essa prática deve ser monitorizada por estudos periódicos

através de inquéritos similares e outros estudos de validação.

Este inquérito, no ano de 2000 foi também conduzido pelo CVE, juntamente com a

FSP/USP, com os estagiários do I Curso de Especialização em Epidemiologia Aplicada às

Doenças Transmitidas por Alimentos e Bolsistas FUNDAP. As áreas escolhidas foram as

mesmas dos estudos anteriores - os municípios de Botucatu, Marília e alguns distritos

administrativos de São Paulo - Consolação, Jardim Paulista, Cerqueira César, Saúde e Vila

Mariana. A partir de uma amostra do cadastro fornecido pelo Conselho Regional de Medicina

do estado de São Paulo, foram enviados questionários para os médicos selecionados. Houve

uma baixa taxa de resposta, isto é, de devolução dos questionários - 33,8% para os médicos do

município de São Paulo, 18,6% dos médicos de Botucatu e 25,9% de Marília. As taxas de

resposta em Connecticut /USA foram de 57% em um estudo semelhante. Dos médicos que

realizaram atendimento de diarréia no último ano, cerca de 33% solicitaram coprocultura e

parasitológico para o último paciente que atenderam com diarréia. Nas áreas de Vigilância Ativa

dos EEUU essa taxa de solicitação foi de 44%, e em Connecticut, de 55%. Quando da vigência

de diarréia sanguinolenta, 67,3% informaram solicitar a coprocultura. Nos EEUU, nas áreas de

Vigilância Ativa, a taxa foi de 77%, e em Connecticut, 74%. Além da diarréia sanguinolenta,

foram estudados vários outros motivos de solicitação de exames que podem estar interferindo

nas tendências das doenças transmitidas por alimentos, ao longo do tempo.

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5.4. Inquérito de população

Um inquérito com os residentes, selecionados por amostras randomizadas, em cada

área de vigilância ativa, deve ser conduzido para verificar se tiveram diarréia em período

recente, se procuraram cuidado médico, que tipo de alimentos consumiram e se fizeram parte

de surtos de doenças alimentares. Os residentes podem ser entrevistados por telefone ou em

suas casas pela equipe de pesquisadores da vigilância epidemiológica. Devido a que muitas

pessoas ficam doentes e não procuram médico, este estudo permite estimar a freqüência de

diarréia em uma determinada população e dos que procuram serviços médicos quando

afetados por doença diarréica. Isto permite estimar não somente a freqüência da diarréia na

população, mas, as circunstâncias em que as pessoas procuram os serviços médicos. Estes

estudos devem ser repetidos freqüentemente para monitorar as tendências na população.

Este estudo também foi conduzido pelo CVE e FSP/USP nas áreas anteriormente

citadas. Uma amostragem de 310 pessoas (71 pessoas para Botucatu, 60 para Marília e 179

nos subdistritos escolhidos do município de São Paulo) apontou os seguintes resultados - entre

as pessoas estudadas somente 3,2% tiveram diarréia na última semana; destes 40%

procuraram serviço médico e 20% a farmácia; os frutos do mar foram os alimentos relacionados

como de maior risco para diarréia. Não foi possível estabelecer a relação desses casos como

participantes de surtos.

Estudos freqüentes na população são importantes para conhecer o impacto da diarréia

e a sua relação com os alimentos.

5.5. Outros estudos

Outros estudos devem ser desenvolvidos visando melhor conhecer os tipos de

patógenos e suas características para trazer novas e precisas informações sobre eles, sobre os

alimentos relacionados, além de aspectos como resistência aos antibióticos, fagotipagem e

subtipagem biomolecular. Os resultados desses estudos permitem redirecionar as ações de

vigilância epidemiológica e aprimorar as medidas de controle e prevenção das doenças e

surtos. Devem contribuir também para as ações de vigilância sanitária visando a segurança dos

alimentos.

No caso do estado de São Paulo, com base em pontos críticos detectados através da

análise de dados fornecidos pelo conjunto de sistemas de vigilância epidemiológica de DTA e

bases secundárias de dados, estão em avaliação vários protocolos de pesquisa a ser

desenvolvidos, em conjunto com a universidade, e vinculados à rotina de investigação do CVE,

tais como: a) rastreamento da diarréia sanguinolenta e estudos sobre sua associação com E.

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coli O157:H7 e síndrome hemolítico-urêmica; b) estudos sobre Cryptosporidium em creches e

vias de transmissão; c) perfil dos patógenos emergentes em determinadas cidades; d) validação

de inquéritos populacionais nas áreas sentinelas; e) estudos sobre hábitos alimentares em

determinadas populações e risco para determinadas doenças; f) validação de resultados para

inquéritos de médico, laboratório e população; g) estudos de restaurantes e refeitórios de

empresas envolvidos em surtos; e h) estudos de caso-controle em regiões com ocorrência de

surtos onde a investigação epidemiológica local não conseguiu estabelecer a fonte de

transmissão.

6. A operacionalização do sistema de Vigilância Ativa

A Vigilância Ativa de Doenças Transmitidas por Alimentos é um sistema de vigilância

epidemiológica que fundamentalmente se embasa na captação de dados registrados por

laboratórios de análises clínicas e de microbiologia, públicos e privados, em sua rotina normal, e

a partir da identificação e investigação epidemiológica desses casos permite a construção de

tendências das doenças e vários indicadores. Assim, a sua implantação não requer mudanças

nas práticas desses laboratórios, nem em sua capacidade de realização de exames. A única

condição essencial, é que disponibilizem os dados necessários para a investigação dos casos a

ser realizada pelas equipes de vigilância epidemiológica. Contudo, a criação de uma rede

informatizada de dados e os resultados obtidos pelo sistema, se discutidos com os laboratórios,

podem contribuir para a melhoria do diagnóstico etiológico nas áreas, além de, contribuir para a

correção de práticas que possam interferir nas tendências das doenças.

6.1. Mapeamento dos recursos existentes na área

A Regional de Saúde ao delimitar a área de Vigilância Ativa deve conhecer e mapear:

a) a população da área (número de habitantes); definir os subdistritos e distritos e a

área como um todo para ação do programa - é essencial que se defina uma população base

para o cálculo dos indicadores;

b) cadastramento dos recursos médico-hospitalares e laboratoriais: laboratórios de

análises clínicas e de microbiologia; consultórios médicos (clínica, pediatria e

gastroenterologia), hospitais e ambulatórios (recursos públicos e particulares);

c) equipes técnicas de vigilância epidemiológica de hospitais, de universidades e de

municípios vinculados ao programa;

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d) o Laboratório de Referência para confirmação dos patógenos e exames adicionais

requeridos a partir das investigações (técnicas de biologia molecular para amostras de

pacientes ou de alimentos ou outros, quando há forte associação entre os casos e quando os

métodos fenotípicos não forem suficientemente satisfatórios).

6.2. Os recursos humanos necessários

Em cada Regional de Saúde, responsável pela coordenação dos sistema ou município

(caso tenha condições de assumir estas ações) deverão ser destacadas uma ou duas pessoas

para trabalhar como responsáveis pela Vigilância Ativa de DTA. Esta equipe pode assumir

também o programa de vigilância da SHU, da E. coli O157:H7 e outras STEC, e das diarréias

sanguinolentas. Deverá estar integrada aos programas de MDDA e de Investigação de Surtos.

A equipe técnica tem como função de rotina receber, semanalmente, os dados

notificados pelos laboratórios de casos confirmados, analisá-los e contatar os laboratórios para

complementação dos dados nos formulários padrão, por telefone ou nas visitas. Proceder à

investigação dos casos nos hospitais ou no domicílio, dependendo da situação dos pacientes,

se internados ou não. Alimentar a base de dados e enviar as informações por via eletrônica à

Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar do CVE.

Agentes do Programa da Saúde da Família (PSF), integrados à Vigilância

Epidemiológica, podem realizar as visitas domiciliares dos casos achados através dos

laboratórios.

6.3. Da organização do sistema - a busca ativa de casos a partir dos

laboratórios

6.3.1. A notificação dos laboratórios

Cada regional de saúde deve estabelecer uma rede de notificação de laboratórios

públicos e particulares, sendo que essas notificações representam apenas uma base do

sistema para as investigações dos casos. A busca ativa do caso em laboratório e sua

investigação oportuna representam o núcleo de ação do sistema.

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6.3.2. As visitas aos laboratórios, aos hospitais e domicílios

A equipe de vigilância epidemiológica deverá contatar semanalmente os laboratórios

para verificar a possível ocorrência de casos que deixaram de ser reportados ao sistema e para

complementação dos dados nos formulários (Anexo 1).

No caso de o paciente estar internado a equipe de vigilância deverá fazer a visita

hospitalar e, a partir dos prontuários e informações dos profissionais de saúde, completar as

informações do formulário padrão. Proceder da mesma maneira, nas visitas domiciliares, a

pacientes não internados (Anexo 1).

Caso o paciente seja participante de surto notificado ou não ao sistema, preencher a

Ficha Individual de Investigação de DTA (Formulário 3B) do Manual de Investigação de Surtos.

Se se tratar de um caso de síndrome hemolítico-urêmica (SHU) preencher a ficha específica

dessa doença disponível no Manual de Vigilância Epidemiológica da SHU. Toda informação

nova obtida deve ser reportada aos demais níveis do sistema de vigilância epidemiológica

(SVE).

Outras visitas poderão ser necessárias para complementação dos dados e

especialmente para a detecção de outros casos de diarréia na família, escola ou comunidade e

identificação dos alimentos implicados.

Todo o paciente detectado através do laboratório dentro de cada região de saúde

entrará no sistema de vigilância, independente do local de residência. No processamento global

de dados o endereço de residência de cada paciente permitirá o cálculo dos coeficientes por

residência. Se a residência do paciente pertence à outra regional de saúde, a complementação

de dados será feita pela equipe de vigilância da região de residência do paciente, assim como,

essa região computará os dados que lhes são pertinentes.

Revisões anuais das fichas de laboratório poderão ser necessárias para completar a

avaliação dos registros de casos.

6.3.3. Critérios para o registro de casos positivos de patógenos

transmitidos por alimentos detectados através dos laboratórios

1. Definição de caso confirmado:

Considera-se como caso confirmado o isolamento de - Salmonella, Shigella,

Campylobacter, E. coli O157:H7 e outras E. coli, Vibrio, Listeria monocytogenes ou Yersinia

enterocolítica de fezes, sangue, líquor ou outros espécimes estéreis (excluída a urina) de um

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residente da área de vigilância ativa, excluindo-se pessoas com o mesmo patógeno isolado de

uma mesma fonte de espécime dentro de um período de 30 dias. O mesmo critério se aplica

para a identificação de vírus e para os resultados de parasitas, obtidos de amostras de fezes.

Ainda que a urina seja excluída, segundo os critérios do CDC/USA, da rotina da

vigilância ativa, estudos recentes têm mostrado a existência de novos grupos de E. coli

transmitidos por alimentos que são causadores de infecções do trato urinário (ITU). Assim, as

autoridades de saúde e de vigilâncias devem estar atentas à incidência dessa doença e ao

isolamento de E. coli na urina, podendo realizar estudos adicionais para o estabelecimento de

associação com a transmissão alimentar.

2. Formulário de Registro de Caso e para a entrada de dados no Sistema de VA-DTA:

Os formulários de Vigilância Ativa (para o registro de casos por bactérias, parasitas e

vírus) possibilitam a coleta padronizada de informação, nos laboratórios, referente a espécimes

de pacientes (Anexo 1).

O número de identificação (Nº ID) do caso será assinalado da seguinte forma: o ano do

isolamento do patógeno (primeiros 2 dígitos) seguido do código da DIR (2 dígitos), do código

IBGE do município onde se localiza o laboratório ( 7 dígitos), o código do laboratório atribuído

pela DIR (3 dígitos) e de um número de caso seqüencial (últimos 4 dígitos). Por exemplo, o 10o.

caso na DIR 19, no município de Santos, ocorrido no ano 2002, no Laboratório XX (Cód. 015),

seria assim identificado: 02-19-3548500-015-0010.

Os dados de cada caso serão digitados em Epi Info e enviados eletronicamente para o

nível central (Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar/CVE) até no máximo

duas semanas após completado o preenchimento.

Um paciente com isolamentos múltiplos irá requerer um ou mais formulários,

dependendo da situação. Quando isso ocorrer conferir a existência do paciente - sobrenome e

as três primeiras letras do primeiro nome, comparando com os outros, para evitar incorreções.

Para evitar a duplicação de pacientes, deve-se comparar os nomes dos pacientes pelos

mecanismos de seleção próprios do programa de computador.

As seguintes regras devem ser seguidas:

A) Tempo entre os patógenos isolados:

(i) Se o paciente tem o mesmo patógeno isolado de uma mesma fonte, e as amostras

foram colhidas em tempo maior que 30 (trinta) dias, então deverá ser preenchido um novo

formulário de casos. Por exemplo, se Salmonella foi isolada de fezes no 1º. dia do mês, e uma

segunda Salmonella é isolada de fezes no 15 º. dia do mês seguinte, ambas as Salmonellas

devem ser consideradas. No sistema serão contados, portanto, dois casos.

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(ii) Se o paciente tem o mesmo patógeno isolado de uma mesma fonte (por exemplo,

fezes), e os espécimes são distanciados de menos de 30 dias, então não será necessário um

novo formulário de registro de casos. Por exemplo, se a Salmonella é isolada de duas amostras

diferentes de fezes, mas, na mesma semana, somente entrará o resultado da primeira amostra.

No sistema, portanto, será contado como apenas um caso.

B) Áreas Múltiplas:

(i) Se o paciente tem o mesmo patógeno isolado de diferentes fontes, um formulário

será necessário para cada fonte. Contudo, este será contado como um único caso. Por

exemplo, E. coli O157 isolada de fezes e sangue.

C) Múltiplas patógenos

(i) Se o paciente tem múltiplos patógenos isolados de uma mesma fonte, um novo

formulário é necessário para cada fonte. Por exemplo, se Campylobacter e Shigella são

isolados de fezes, ambos os patógenos entram no sistema. Estes serão contados como dois

casos para a análise de dados.

6.3.4. O encaminhamento de cepas ou amostras para o Laboratório de

Referência - Instituto Adolfo Lutz

A rede de laboratórios do Instituto Adolfo Lutz (IAL), referência laboratorial do Sistema

de Vigilância Epidemiológica do estado de São Paulo, tem as seguintes atribuições:

a) Realizar testes diagnósticos e testes adicionais para a caracterização fenotípica e/ou

molecular dos agentes etiológicos isolados quando houver forte associação entre os casos e

necessário para o esclarecimento epidemiológico;

b) Receber cepas de agentes etiológicos (bactérias, vírus e parasitas)

isolados/identificados por todo e qualquer laboratório para confirmação e/ou caracterização

adicional. Os principais patógenos a serem confirmados, obtidos na Vigilância Ativa, são: entre

as bactérias - as Salmonellas, a E. coli O157:H7 e outras E. coli (isoladas de pacientes com

diarréia sanguinolenta ou com diagnóstico de SHU). Outros patógenos como o Campylobacter,

os Vibrios e a Listeria monocytogenes serão submetidos a testes adicionais dependendo da

importância epidemiológica estabelecida entre os casos - isto requer que os laboratórios que os

isolaram mantenham suas cepas/material durante o período de investigação epidemiológica,

em comum acordo com a equipe de vigilância, para que possam ser enviados à referência

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laboratorial ou então, descartados - esses patógenos poderão ser incluídos posteriormente

nessa rotina dependendo do perfil epidemiológico encontrado na área/região e de prévio

planejamento entre a vigilância epidemiológica e o laboratório de referência; entre os parasitas

- toda a amostra positiva para Cyclospora e/ou Cryptosporidium ; e entre os vírus - até três

amostras positivas para Rotavírus, lembrando que os fluxos de informação e envio são

semanais;

c) Promover cursos e treinamentos para o diagnóstico laboratorial de DTA;

d) Prestar assessoria técnica aos laboratórios.

As cepas de agentes etiológicos isolados de pacientes deverão ser encaminhadas ao

IAL (Laboratório Central ou Laboratórios Regionais) devidamente identificadas e acompanhadas

do formulário de requisição (Anexo 2). Recomenda-se que as cepas bacterianas a serem

encaminhadas sejam repicadas em ágar comum (tubos com tampa de borracha ou frascos tipo

penicilina com tampa de borracha); na falta destes tubos, encaminhar o mais breve possível no

próprio meio de diagnóstico presuntivo. As cepas devem ser devidamente acondicionadas para

evitar a contaminação e transportadas à temperatura ambiente.

No caso de E. coli, se for possível, o laboratório deve identificar presuntivamente e

preservar de 5 a 10 colônias. Caso nenhum agente etiológico seja identificado, estas colônias

devem ser encaminhadas ao Laboratório Central do IAL para a pesquisa de categorias

patogênicas de E. coli (outros sorotipos não O157). Instruções mais detalhadas estão

disponíveis no Manual de Investigação de Surtos e no Manual de Vigilância da Síndrome

Hemolítico-Urêmica, do CVE.

Os resultados dos exames reavaliados pelo IAL serão encaminhados para o laboratório

de origem e para a Vigilância Epidemiológica da área de Vigilância Ativa, bem como, para o

Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria Estadual de Saúde.

6.4. Inquéritos e estudos epidemiológicos

O CVE desenvolverá periodicamente inquéritos e estudos juntamente com as áreas de

Vigilância Ativa, para compreensão de características regionais e locais das doenças e para o

estabelecimento de parâmetros gerais para o estado de São Paulo.

Utilizando recursos humanos a partir de convênios com universidades, cursos de

especialização e programas de aprimoramento profissional, similares ao programa de

residência médica, busca-se a criação de uma rotina no programa de vigilância ativa, de

investigação epidemiológica de casos detectados em laboratório e de inquéritos e estudos

epidemiológicos que garantam os objetivos do sistema e o alcance de melhores medidas para

controle e prevenção de doenças transmitidas por alimentos.

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6.5. Instituições componentes do Sistema

1. Laboratórios de análises clínicas e de microbiologia públicos e privados;

2. Unidades sentinelas componentes do programa de MDDA;

3. Hospitais, ambulatórios, consultórios, unidades básicas de saúde e demais serviços de

saúde ou programas relacionados ao atendimento de casos de diarréia e outras DTA;

4. Instituições de referência (coordenações do sistema, universidades, serviços

especializados, laboratórios de referência).

7. Padrões de performance para as áreas de Vigilância Ativa -

avaliação e monitoramento do sistema

Ao implantar a área de Vigilância Ativa, além da consolidação e análise dos dados que

devem permitir o conhecimento do perfil das DTA , é importante que o sistema seja monitorado

quanto ao seu desempenho e oportunidade dos dados. Foram delineados aqui alguns

indicadores de performance:

7.1. Indicadores de Vigilância

1. Participação dos Laboratórios

a) Percentual de participação dos laboratórios de análises clínicas e de microbiologia

nas áreas sentinelas (meta > 95%)

b) Percentual de culturas de fezes em laboratórios da área (meta > 95%)

2. Índice de Vigilância Ativa

a) Percentual de casos confirmados dos laboratórios participantes em relação aos

testes de confirmação realizados pelo IAL para os principais patógenos (meta > 75 % dos

casos)

3. Acompanhamento de Casos

a) Percentual de casos segundo a sua situação quando da coleta do exame

(hospitalizado, ambulatório e desconhecido) na categoria "desconhecido" ( < 10%).

b) Percentual de casos segundo a situação de alta, na categoria "desconhecido" ( <

10%).

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4. Agilidade do sistema

a) Média de dias da coleta de cultura até a entrada de dado no sistema/programa de VA

(meta < 15 dias).

5. Vigilância da Síndrome Hemolítica Urêmica - HUS

a) Medida de participação - notificação dos dados a partir dos laboratórios, hospitais e

investigação de todos os casos. Comparação com os casos registrados na base de dados da

AIH.

6. Vigilância de Surtos

a) Medida de participação - proporção de surtos desvendados e surtos notificados.

7.2. Indicadores de Referência

7. Isolamentos enviados ao laboratório de referência

a) Percentual de casos que deveriam ser enviados para análises de subtipagem e

outros métodos mais refinados entre os isolamentos realizados.

Metas para as Bactérias:

Todas as Salmonellas, incluída a S. Typhi

Todas as E. coli O157

Todas as E. coli em fezes com diarréia sanguinolenta e de pacientes de SHU

As metas abaixo somente serão estabelecidas a partir de importância epidemiológica

detectada na região e a partir de planejamento prévio entre a vigilância epidemiológica e o

laboratório de referência:

1 Campylobacter por semana

Cada 10 ª Shigella

Todas as Listerias monocytogenes

Metas para os Parasitas:

Todas as Cyclospora

Todos os Cryptosporidium

Metas para os Vírus:

Até três Rotavírus por semana por laboratório.

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8. Pulsed-Field (PFGE)/Biologia Molecular

A evolução do sistema implicará futuramente a incorporação dos testes de biologia

molecular, incluindo-se as técnicas de Pulsed-Field para conhecimento dos tipos de cepas

circulantes, da relação entre os casos, incriminação de alimentos e medidas precoces de

prevenção. Centros universitários com tecnologia apropriada poderão colaborar com o sistema

em áreas de vigilância ativa.

As metas abaixo somente serão estabelecidas a partir de importância epidemiológica

detectada na região dos patógenos isolados/identificados e da associação entre os casos, do

grau de desenvolvimento de tecnologia local e/ou a partir de planejamento prévio entre a

vigilância epidemiológica e o laboratório de referência:

Metas para Testes de PFGE

a) Percentual de casos que deveriam ser submetidos ao PFGE (meta = todas as E. coli

O157, Salmonella Typhimurium e Listeria monocytogenes).

7.3. Estudos de Caso-Controle

9. Número de casos registrados em estudos de caso-controle

10. Percentual de casos selecionados para os estudos de caso-controle e

detectados pelo sistema (meta > 50% dos casos registrados entre os casos selecionados

para cada estudo).

11. Percentual de casos não registrados em estudos de caso-controle e

detectados pelo sistema (meta = 25% do registro de casos selecionados para cada estudo).

7.4. Gerência

12. Envio regular de dados para o CVE

a) Envio regular de dados de casos completados de VA semanalmente, referentes ao

período anterior de até no máximo 15 dias.

b) Implantação do sistema em > 95% dos laboratórios da área de VA.

13. Número de protocolos de pesquisa realizados anualmente

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- objetivo: cada área deve realizar > 1 publicação dos resultados de estudos

epidemiológicos ou inquéritos por ano (publicação no REV NET CVE).

8. Considerações finais

A Vigilância Ativa é um importante instrumento para a compreensão do impacto das

doenças transmitidas por alimentos e para a determinação dos alimentos que as veiculam. É

desenhada para aumentar a eficiência do sistema de vigilância de surtos contribuindo para

detectar episódios mais complexos que não seriam detectados pela investigação

epidemiológica tradicional.

Uma rede de informações bem estruturada é a infra-estrutura necessária para a

condução da vigilância ativa de patógenos emergentes e reemergentes e dos alimentos

implicados. Além disso, técnicas de biologia molecular e o enfoque propiciado pela

Epidemiologia Molecular devem contribuir para a maior efetividade do sistema no conhecimento

do perfil epidemiológico dos patógenos e dos alimentos envolvidos nos casos em que isso se

fizer necessário.

O detalhamento dos conceitos que cercam o novo sistema, seus objetivos e

mecanismos de operacionalização visaram aqui subsidiar tecnicamente as Regionais de Saúde

para que reorganizem seus recursos e implementem essas ações para uma vigilância

epidemiológica mais efetiva, capaz de registrar as doenças transmitidas por alimentos, detectar

os fatores de risco e vias envolvidas, e melhor direcionar as ações de controle epidemiológico e

sanitário.

9. Bibliografia consultada e utilizada para a elaboração do manual

1. CDC/USA. Active Surveillance Hemolitic Uremic Syndrome (HUS) - Protocol FoodNet.

(Technical document). Atlanta, March 24, 1997.

2. CDC/USA. 1999 Survey of Laboratory Practices. CDC's EID Program. (Technical

document). Atlanta, April, 1997.

3. CDC/USA. Foodborne Diseases Active Surveillance Network (FoodNet): Variable

Definitions. (Technical document). Atlanta, March 25, 1999.

4. CDC/USA. Foodborne Diseases Active Surveillance Network (FoodNet): Case

Ascertainment. (Technical document). (without date).

5. CDC/USA. Foodborne Illness Active Surveillance Case Report Form: Atlanta Site, 1999.

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6. CDC/USDA/FDA. CDC'S Emerging Infections Program - Foodborne Diseases Active

Surveillance Network (FoodNet).1998, In: http://www.cdc.gov/ncidod/foodnet/foodnet.htm

7. CDC/USA. PROTOCOL - 2000: FoodNet Survey of Clinica Laboratories. (Technical

document). Atlanta, September,1999.

8. CDC/USA. Performance Standards - FoodNet/NARMS. (Technical document). Atlanta,

October, 14, 1999.

9. CDC/USA. 2000 Survey of Clinical Laboratory Practices. CDC's EID Program. (Technical

document). Atlanta, December 9, 1999.

10. CDC/USA. CDC's Emerging Infections Program - Foodborne Diseases Active Surveillance

Network (FoodNet), 2002, In: http://www.cdc.gov/foodnet/what_is.htm (23.08.02)

11. CVE/SES-SP. Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmitidas por Alimentos - VEDTA

- Manual do Sistema de Informação - Investigação de Surtos. DDTHA/CVE. São Paulo,

1999.

12. CVE/SES-SP. Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmitidas por Alimentos - VEDTA

- Manual de Investigação de Surtos. DDTHA/CVE. São Paulo, 2002.

13. CVE/SES-SP. Manual de Vigilância Epidemiológica da Síndrome Hemolítico-Urêmica -

Normas e Instruções. DDTHA/CVE. São Paulo, 2002.

14. Eduardo, M.B.P. Doenças transmitidas por alimentos - perfil epidemiológico, controle e

resultados no estado de São Paulo. Palestra realizada no II Simpósio de Segurança

Alimentar, CVE, São Paulo, 23 e 24 de setembro de 2002. (Slides) In:

http:www.cve.saude.sp.gov.br <DTA><Anais do II Simpósio de Segurança Alimentar>

15. Francescato, R.F.; Sebastião, P.C.A.; Santos, H.H.P. Freqüência de patógenos emergentes

relacionados com doenças transmitidas por alimentos em áreas selecionadas no estado de

São Paulo - julho de 1998 a julho de 2000*. RevNet DTA, N º 2, São Paulo, 7 de janeiro de

2002, p. 45-53. In: http:www.cve.saude.sp.gov.br <DTA><RevNet>

16. Lancerotto, E. M.; Conde, M. T. R. P.; Mansho, W. Inquérito laboratorial de avaliação da

capacidade de detecção de patógenos relacionados às doenças transmitidas por alimentos

no estado de São Paulo, no ano 2000* . RevNet DTA, N º 4, São Paulo, 6 de maio de 2002,

p. 77-80. In: http:www.cve.saude.sp.gov.br <DTA><RevNet>

17. Riley, L.W. Urinary Tract Infections and E. coli . (citação em aula - Curso de Epidemiologia

Molecular, 17 de outubro de 2002, II Curso de Especialização em Epidemiologia das

Doenças Transmitidas por Alimentos - FSP/USP.

18. SOBEL, J. Novas tendências em vigilância das doenças transmitidas por alimentos e

segurança alimentar: vigilância ativa e epidemiologia molecular. Revista CIP, Ano I, no. 2, p.

20-26, São Paulo, 1998.

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ANEXO 1

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FVA01 Bactéria SE |__|__| FORMULÁRIO DE REGISTRO DE CASO - VIGILÂNCIA ATIVA DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS No. ID (paciente - amostra) |____|____| |____|____| |___________________| |____|____|____| |____|____|____|____| Ano Dir Município (Cód.IBGE) Lab Caso Nome do paciente ________________________________________________________________________________ Endereço _______________________________________________________________________________________ Rua No. Município UF 1) Bairro ____________________________________CEP _____________ Tel. ( ) _______________________ 2) Sexo: [ ] Masc. [ ] Fem. [ ] Ignorado 3) Data Nascimento (dia, mês, ano): ___/___/___ 4) Data da coleta exame ____/___/___ 5) Idade_______ 6) Se < 1 ano, em meses __________________

(dia, mês, ano) 7) Nome do Laboratório ______________________________ Tel. ( ) ________________________________ 8) Médico Consultante _____________________________ Tel. ( ) _________________________________

Especialidade________________________ Endereço ______________________________________________

Rua No. Município UF CEP 9) Tipo de amostra: [ ] Fezes [ ] Sangue [ ] Líquor [ ] Ignorado [ ] Outro __________________ (especificar) 10) Bactéria Isolada: [ ] Salmonella (sorogrupo/sorotipo __________________) [ ] Vibrio (espécies_________) [ ] Shigella (sorogrupo/espécies_____________________) [ ] Listeria monocytogenes [ ] Campylobacter (espécies _______________________) [ ] Yersinia enterocolítica [ ] E. coli O157:H7 [ ] Outra ___________________(especificar) [ ] E. coli O157:H- [ ] STEC não-O157 (especificar o sorotipo) :----------------------- Presença da Toxina Shiga [ ] SIM [ ] Não [ ] Não feito 11) Se data de coleta não disponível - data recebimento no laboratório (dia, mês, ano) ___/___/___ Acompanhamento Hospitalar: 12) Situação do paciente quando da coleta do exame: [ ] Hospitalizado [ ] Ambulatório [ ] Desconhecido 13) Se paciente de ambulatório, foi hospitalizado em seguida? [ ] SIM[ ] NÃO [ ] DESCONHECIDO 14) Se o paciente foi hospitalizado (sim para os itens 12 ou 13), fornecer as seguintes informações:

Nome do Hospital ________________________________ Data de admissão ao hospital ___/___/___ No. de Registro do Paciente ____________________ Data da saída do Hospital ___/___/___

14a) Transferido para outro hospital? [ ] SIM [ ] NÃO [ ] DESCONHECIDO 14b) Nome do Hospital em que foi transferido ___________________________________________________

15) Situação da Alta: [ ] Bom estado geral [ ] Óbito [ ] DESCONHECIDO Acompanhamento da Unidade de Vigilância: 16) O Laboratório de Referência recebeu o patógeno isolado?[ ] SIM [ ] NÃO [ ] DESCONHECIDO 16a) Se sim, registrar o no. de registro do exame _____________________________________________________ 17) O caso pertence a um surto ? [ ] SIM [ ] NÃO [ ] DESCONHECIDO 18) Era surto notificado ao SVE? [ ] SIM [ ] NÃO [ ] DESCONHECIDO 19) É caso de estudo de caso-controle? [ ] SIM [ ] NÃO [ ] DESCONHECIDO 20) É caso confirmado e completado? [ ] SIM [ ] NÃO [ ] DESCONHECIDO 21) Data de encerramento ___/___/___ ____________________________________________ ___________________________________ Assinatura do Responsável pelo encerramento do caso Unidade Responsável

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS CENTRO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA SISTEMA DE VIGILÂNCIA ATIVA DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS

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INSTRUÇÕES PARA O PREENCHIMENTO - Formulário FVA01 - Bactéria (VERSO)

Identificar a SE - semana epidemiológica correspondente ao início da data dos sintomas do paciente.

No. ID (paciente-amostra) - No espaço em branco registrar o ano (2 dígitos), o número da DIR (2 dígitos), o código IBGE do município (7 dígitos), o código do laboratório (3 dígitos) e o número seqüencial do paciente dado pelo laboratório (4 dígitos). Os próximos 3 dígitos referem-se ao número da amostra. O sistema permite múltiplas amostras por paciente, construindo-se uma estrutura de base relacional para identificação das mesmas por tipo de espécimes colhidos (sangue, fezes, líquor, etc.) e resultados. 1) Bairro - utilizados para determinar se o indivíduo reside ou não dentro da área de captação de dados e portanto se será incluído ou não dentro dos relatórios e de estudos. 2)Sexo - preencher se sexo masculino, feminino ou ignorado. 3) Data de nascimento - mês, dia e ano. 4) Data da coleta do exame - dia, mês e ano. Quando não disponível, data do recebimento do material no laboratório. 5) Idade em anos para maiores de 1 ano. 6) Se < 1 ano, em meses. O programa de computador deve calcular esta informação a partir da data de nascimento e data da coleta do espécime. 7) Nome do Laboratório que realizou o exame e telefone - construir o programa de computador criando uma lista de laboratórios (comparar esses dados com o cadastro da Vigilância Sanitária); 8) Nome do Médico Consultante que atendeu o caso e solicitou o exame - o programa deve permitir a construção de uma lista de médicos, endereço e telefone; 9) Tipo de amostra - tipo de material coletado - se fezes, sangue, líquor ou outro; 10) Bactérias isoladas - a lista inclui as bactérias definidas no programa de vigilância ativa. O programa deve selecionar as bactérias e os sorotipos se conhecidos. Se produtora de Toxina Shiga, sim, não, não feito. 11) Dados sobre o recebimento da amostra no laboratório - apenas se a data de coleta não for disponív el. 12) Situação do paciente quando da coleta da amostra - hospitalizado, paciente de ambulatório ou consultório ou desconhecido; 13) Paciente de ambulatório, se foi em seguida hospitalizado - os que foram hospitalizados dentro de um período de 7 dias de coleta de amostra devem ser contados como pacientes de ambulatório internados posteriormente devido à infecção. 14) Se hospitalizado - fornecer as seguintes informações: nome do hospital (o que permite uma lista de hospitais), data de admissão, data de saída, transferências, nome do hospital transferido (lista de hospitais), etc.. 15) Situação da alta: Bom estado geral, óbito ou desconhecido. Casos que morrem dentro de 30 dias da coleta dos

amostras devem ser contados como ÓBITO devido à infecção.

16) Se o laboratório de referência (o laboratório público de referência padrão para subtipagens e confirmações dos patógenos) recebeu o patógeno isolado - nos casos de E. coli, Salmonellas, Campylobacter e Listeria. 16a) Cada exame deve ter um número de registro. 17) Registrar se o caso pertence a um surto ou não. 18) Se o surto foi notificado ao SVE - sistema de vigilância epidemiológica ou não. 19) Se o caso foi incluído ou participa de um estudo de caso-controle. 20) Se é caso confirmado, se foi completado e encerrado. 21) Quando o formulário foi completado - preencher data, nome e assinatura do responsável pelo preenchimento do formulário e da unidade de vigilância. 22) Os dados de cada região de saúde, digitados por caso e em Epi Info devem ser transmitidos para o nível central (Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar) através de e-mail ou por disquete, até no máximo duas semanas após completado o formulário.

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FVA02 Parasito

SE |__|__|

FORMULÁRIO DE REGISTRO DE CASO - VIGILÂNCIA ATIVA DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS No. ID (paciente - amostra) |____|____| |____|____| |___________________| |____|____|____| |____|____|____|____| Ano Dir Município (Cód.IBGE) Lab Caso Nome do paciente ________________________________________________________________________________ Endereço _______________________________________________________________________________________ Rua No. Município UF 1) Bairro ____________________________________CEP _____________ Tel. ( ) _______________________ 2) Sexo: [ ] Masc. [ ] Fem. [ ] Ignorado 3) Data Nascimento (dia, mês, ano): ___/___/___ 4) Data da coleta exame ____/___/___ 5) Idade_______ 6) Se < 1 ano, em meses __________________

(dia, mês, ano) 7) Nome do Laboratório ______________________________ Tel. ( ) ________________________________ 8) Médico Consultante _____________________________ Tel. ( ) _________________________________

Especialidade________________________ Endereço ______________________________________________

Rua No. Município UF CEP 9) Tipo de amostra: [ ] Fezes [ ] Biópsia de intestino [ ] Outro __________________ (especificar)

10) Parasitos Identificados Técnica (s) utilizada (s):

[ ] Cryptosporidium _____________________ ___________________________________

[ ] Cyclospora _________________________ ___________________________________

[ ] Giardia ____________________________ ___________________________________

[ ] Toxoplasma gondii ___________________ ___________________________________

[ ] Outros ____________________________ ___________________________________

(especificar)

11) Se a data de coleta não disponível – data recebimento no laboratório (dia, mês, ano) ____/____/____

Acompanhamento hospitalar:

12) Situação do paciente quando da coleta do exame: [ ] Hospitalizado[ ] Ambulatório [ ] Desconhecido

13) Se paciente de ambulatório, foi hospitalizado em seguida? [ ] SIM[ ] NÃO [ ] Desconhecido

14) Se o paciente foi hospitalizado (sim para os itens 12 ou 13), fornecer as seguintes informações:

Nome do Hospital ________________________________ Data de admissão ao hospital ___/___/___ No. de Registro do Paciente ____________________ Data da saída do Hospital ___/___/___

14a) Transferido para outro hospital? [ ] SIM [ ] NÃO [ ] DESCONHECIDO 14b) Nome do Hospital em que foi transferido ___________________________________________________

15) Situação da Alta: [ ] Bom estado geral [ ] Óbito [ ] DESCONHECIDO Acompanhamento da Unidade de Vigilância: 16) O Laboratório de Referência recebeu a amostra/lâmina para confirmação?

[ ] SIM [ ] NÃO [ ] DESCONHECIDO 16a) Se sim, registrar o no. de registro do exame _____________________________________________________ 17) O caso pertence a um surto ? [ ] SIM [ ] NÃO [ ] DESCONHECIDO 18) Era surto notificado ao SVE? [ ] SIM [ ] NÃO [ ] DESCONHECIDO 19) É caso de estudo de caso-controle? [ ] SIM [ ] NÃO [ ] DESCONHECIDO 20) É caso confirmado e completado? [ ] SIM [ ] NÃO [ ] DESCONHECIDO 21) Data de encerramento ___/___/___ ____________________________________________ ___________________________________ Assinatura do Responsável pelo encerramento do caso Unidade Responsável

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS

CENTRO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

SISTEMA DE VIGILÂNCIA ATIVA DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS

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INSTRUÇÕES PARA O PREENCHIMENTO - Formulário FVA02 - Parasita

Identificar a SE - semana epidemiológica correspondente ao início da data dos sintomas do paciente.

No. ID (paciente-amostra) - No espaço em branco registrar o ano (2 dígitos), o número da DIR (2 dígitos), o código IBGE do município (7 dígitos), o código do laboratório (3 dígitos) e o número seqüencial do paciente dado pelo laboratório (4 dígitos). Os próximos 3 dígitos referem-se ao número da amostra. O sistema permite múltiplas amostras por paciente, construindo-se uma estrutura de base relacional para identificação das mesmas por tipo de espécimes colhidos (sangue, fezes, líquor, etc.) e resultados. 1) Bairro - utilizados para determinar se o indivíduo reside ou não dentro da área de captação de dados e portanto se será incluído ou não dentro dos relatórios e de estudos. 2)Sexo - preencher se sexo masculino, feminino ou ignorado. 3) Data de nascimento - mês, dia e ano. 4) Data da coleta do exame - dia, mês e ano. Quando não disponível, data do recebimento do material no laboratório. 5) Idade em anos para maiores de 1 ano. 6) Se < 1 ano, em meses. O programa de computador deve calcular esta informação a partir da data de nascimento e data da coleta do espécime. 7) Nome do Laboratório que realizou o exame e telefone - construir o programa de computador criando uma lista de laboratórios (comparar esses dados com o cadastro da Vigilância Sanitária); 8) Nome do Médico Consultante que atendeu o caso e solicitou o exame - o programa deve permitir a construção de uma lista de médicos, endereço e telefone; 9) Tipo de amostra - tipo de material coletado - se fezes, biópsia de intestino ou outro; 10) Parasitos identificados - a lista inclui os parasitos definidos no programa de vigilância ativa. Especificar espécies e genótipos se realizados e técnicas utilizadas. 11) Dados sobre o recebimento da amostra no laboratório - apenas se a data de coleta não for disponível. 12) Situação do paciente quando da coleta da amostra - hospitalizado, paciente de ambulatório ou consultório ou desconhecido; 13) Paciente de ambulatório, se foi em seguida hospitalizado - os que foram hospitalizados dentro de um período de 7 dias de coleta de amostra devem ser contados como pacientes de ambulatório internados posteriormente devido à infecção. 14) Se hospitalizado - fornecer as seguintes informações: nome do hospital (o que permite uma lista de hospitais), data de admissão, data de saída, transferências, nome do hospital transferido (lista de hospitais), etc.. 15) Situação da alta: Bom estado geral, óbito ou desconhecido. Casos que morrem dentro de 30 dias da coleta dos

amostras devem ser contados como ÓBITO devido à infecção.

16) Se o laboratório de referência (o laboratório público de referência padrão para subtipagens e confirmações dos patógenos) recebeu a amostra ou lâmina do parasito identificado - Cyclospora e Cryptosporidium. 16a) Cada exame deve ter um número de registro. 17) Registrar se o caso pertence a um surto ou não. 18) Se o surto foi notificado ao SVE - sistema de vigilância epidemiológica ou não. 19) Se o caso foi incluído ou participa de um estudo de caso-controle. 20) Se é caso confirmado, se foi completado e encerrado. 21) Quando o formulário foi completado - preencher data, nome e assinatura do responsável pelo preenchimento do formulário e da unidade de vigilância. 22) Os dados de cada região de saúde, digitados por caso e em Epi Info devem ser transmitidos para o nível central (Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar) através de e-mail ou por disquete, até no máximo duas semanas após completado o formulário.

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FVA03 Vírus

SE |__|__|

FORMULÁRIO DE REGISTRO DE CASO - VIGILÂNCIA ATIVA DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS No. ID (paciente - amostra) |____|____| |____|____| |___________________| |____|____|____| |____|____|____|____| Ano Dir Município (Cód.IBGE) Lab Caso Nome do paciente ________________________________________________________________________________ Endereço _______________________________________________________________________________________ Rua No. Município UF 1) Bairro ____________________________________CEP _____________ Tel. ( ) _______________________ 2) Sexo: [ ] Masc. [ ] Fem. [ ] Ignorado 3) Data Nascimento (dia, mês, ano): ___/___/___ 4) Data da coleta exame ____/___/___ 5) Idade_______ 6) Se < 1 ano, em meses __________________

(dia, mês, ano) 7) Nome do Laboratório ______________________________ Tel. ( ) ________________________________ 8) Médico Consultante _____________________________ Tel. ( ) _________________________________

Especialidade________________________ Endereço ______________________________________________

Rua No. Município UF CEP 9) Tipo de amostra: [ ] Fezes [ ] Sangue [ ] Líquor [ ] Ignorado [ ] Outro __________________ (especificar) 10) Vírus Identificado e Técnicas Utilizadas:

[ ] Rotavirus _____________________ [ ] Astrovirus ________________________

[ ] Adenovirus ____________________ [ ] Norwalk virus _____________________

[ ] Calicivirus _____________________ [ ] Norwalk-like virus __________________

[ ] Coronavirus ___________________

11) Se a data de coleta não disponível – data recebimento no laboratório (dia, mês, ano) ____/____/____

Acompanhamento hospitalar:

12) Situação do paciente quando da coleta do exame: [ ] Hospitalizado[ ] Ambulatório [ ] Desconhecido

13) Se paciente de ambulatório, foi hospitalizado em seguida? [ ] SIM[ ] NÃO [ ] Desconhecido

14) Se o paciente foi hospitalizado (sim para os itens 12 ou 13), fornecer as seguintes informações:

Nome do Hospital ________________________________ Data de admissão ao hospital ___/___/___ No. de Registro do Paciente ____________________ Data da saída do Hospital ___/___/___

14a) Transferido para outro hospital? [ ] SIM [ ] NÃO [ ] DESCONHECIDO 14b) Nome do Hospital em que foi transferido ___________________________________________________

15) Situação da Alta: [ ] Bom estado geral [ ] Óbito [ ] DESCONHECIDO Acompanhamento da Unidade de Vigilância: 16) O Laboratório de Referência recebeu o patógeno identificado? [ ] SIM [ ] NÃO [ ] DESCONHECIDO 16a) Se sim, registrar o no. de registro do exame _____________________________________________________ 17) O caso pertence a um surto ? [ ] SIM [ ] NÃO [ ] DESCONHECIDO 18) Era surto notificado ao SVE? [ ] SIM [ ] NÃO [ ] DESCONHECIDO 19) É caso de estudo de caso-controle? [ ] SIM [ ] NÃO [ ] DESCONHECIDO 20) É caso confirmado e completado? [ ] SIM [ ] NÃO [ ] DESCONHECIDO 21) Data de encerramento ___/___/___ ____________________________________________ ___________________________________ Assinatura do Responsável pelo encerramento do caso Unidade Responsável

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS

CENTRO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

SISTEMA DE VIGILÂNCIA ATIVA DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS

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INSTRUÇÕES PARA O PREENCHIMENTO - Formulário FVA03 - Vírus

Identificar a SE - semana epidemiológica correspondente ao início da data dos sintomas do paciente.

No. ID (paciente-amostra) - No espaço em branco registrar o ano (2 dígitos), o número da DIR (2 dígitos), o código IBGE do município (7 dígitos), o código do laboratório (3 dígitos) e o número seqüencial do paciente dado pelo laboratório (4 dígitos). Os próximos 3 dígitos referem-se ao número da amostra. O sistema permite múltiplas amostras por paciente, construindo-se uma estrutura de base relacional para identificação das mesmas por tipo de espécimes colhidos (sangue, fezes, líquor, etc.) e resultados. 1) Bairro - utilizados para determinar se o indivíduo reside ou não dentro da área de captação de dados e portanto se será incluído ou não dentro dos relatórios e de estudos. 2)Sexo - preencher se sexo masculino, feminino ou ignorado. 3) Data de nascimento - mês, dia e ano. 4) Data da coleta do exame - dia, mês e ano. Quando não disponível, data do recebimento do material no laboratório. 5) Idade em anos para maiores de 1 ano. 6) Se < 1 ano, em meses. O programa de computador deve calcular esta informação a partir da data de nascimento e data da coleta do espécime. 7) Nome do Laboratório que realizou o exame e telefone - construir o programa de computador criando uma lista de laboratórios (comparar esses dados com o cadastro da Vigilância Sanitária); 8) Nome do Médico Consultante que atendeu o caso e solicitou o exame - o programa deve permitir a construção de uma lista de médicos, endereço e telefone; 9) Tipo de amostra - tipo de material coletado - se fezes, sangue, líquor ou outro; 10) Vírus identificado e técnicas utilizadas - a lista inclui os vírus definidos no programa de vigilância ativa. Especificar grupos e tipos e técnicas utilizadas. 11) Dados sobre o recebimento da amostra no laboratório - apenas se a data de coleta não for disponível. 12) Situação do paciente quando da coleta da amostra - hospitalizado, paciente de ambulatório ou consultório ou desconhecido; 13) Paciente de ambulatório, se foi em seguida hospitalizado - os que foram hospitalizados dentro de um período de 7 dias de coleta de amostra devem ser contados como pacientes de ambulatório internados posteriormente devido à infecção. 14) Se hospitalizado - fornecer as seguintes informações: nome do hospital (o que permite uma lista de hospitais), data de admissão, data de saída, transferências, nome do hospital transferido (lista de hospitais), etc.. 15) Situação da alta: Bom estado geral, óbito ou desconhecido. Casos que morrem dentro de 30 dias da coleta dos

amostras devem ser contados como ÓBITO devido à infecção.

16) Se o laboratório de referência (o laboratório público de referência padrão para subtipagens e confirmações dos patógenos) recebeu o parasito identificado - Rotavírus. 16a) Cada exame deve ter um número de registro. 17) Registrar se o caso pertence a um surto ou não. 18) Se o surto foi notificado ao SVE - sistema de vigilância epidemiológica ou não. 19) Se o caso foi incluído ou participa de um estudo de caso-controle. 20) Se é caso confirmado, se foi completado e encerrado. 21) Quando o formulário foi completado - preencher data, nome e assinatura do responsável pelo preenchimento do formulário e da unidade de vigilância. 22) Os dados de cada região de saúde, digitados por caso e em Epi Info devem ser transmitidos para o nível central (Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar) através de e-mail ou por disquete, até no máximo duas semanas após completado o formulário.

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ANEXO 2

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ANEXO A Nº SINAN VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Solicitação de Exame ou Análise

LABORATÓRIO ENCAMINHADO: ______________________________________________________________________

1- UNIDADE REQUISITANTE CÓD.UNID.SAÚDE

NOME:_______________________________________________________________ |___________________________| ENDEREÇO: _____________ ____________________________________________ |___________________________| CÓD. DE MUNICÍPIO

MUNICÍPIO: __________________________________________________________ TELEFONE:_____________________________________FAX:__________________________________________________ MÉDICO RESP.: _______________________________________________________CRM:____________________________

2- IDENTIFICAÇÃO DO INDÍVIDUO OU LOCAL NOME :_______________________________________________________________

Nº MATRÍCULA OU TIPO:________________________________________________ DATA DE NASCIMENTO:__________________________SEXO:_________________ ENDEREÇO:___________________________________________________________ ______________________________________________________________________ SUSPEITA CLÍNICA:____________________________________________________ DATA DE INÍCIO SINTOMAS:______________________GESTANTE?:____________ ANTIBIÓTICO?:_____________QUAL?______________________________________

3- CONDIÇÃO DO INDÍVIDUO CASO COMUNICANTE ISOLADO SURTO IMUNIZAÇÃO ÓBITO

IDENTIFICAÇÃO DO SURTO :

IDENTIFICAÇÃO DA VACINA: DATA DA VACINAÇÃO OU ÓBITO:

4- EXAME OU ANÁLISE SOLICITADA ESPECIFICAÇÃO:______________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ MATERIAL (CLÍNICO, ALIMENTO, AMBIENTAL) CEPA DESCRIÇÃO DO MATERIAL OU CEPA:_____________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________

5 - DATAS COLETA:_____/_____/___________ ENVIO:_____/_____/_____________ ENTRADA:_____/_____/__________

OBS: o não preenchimento dos campos acima resultará na devolução do material ou cepa para a unidade requisitante e não realização do exame/análise.

NOME E ASSINATURA DO RESPONSÁVEL PELA SOLICITAÇÃO