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COMISSO DE CONTROLE DE INFECO HOSPITALAR SERVIO DE CONTROLE DE INFECO HOSPITALAR

CENTRAL DE CURATIVOS

MANUAL DE CURATIVOS

Elaborao: Dr. Flvia Valrio de Lima Gomes Enfermeira da SCIH / CCIH Dr. Mnica Ribeiro Costa Infectologista SCIH / CCIH Dr. Luciana Augusta A. Mariano Enfermeira da SCIH / CCIH

3 Reviso: Agosto de 2005

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AVALIAO E TRATAMENTO DE FERIDAS MANUAL DE CURATIVOS

Cuidar de feridas sempre pareceu ser muito simples. To simples que dificilmente era prioridade no tratamento do paciente. Qualquer pessoa podia fazer o curativo e utilizar o que tinha disponvel. No se dava a devida importncia tcnica e a outros fatores associados. Hoje sabemos que vrios fatores interferem no processo de cicatrizao e que o mercado dispes de uma variedade de produtos que podem ser utilizados com sucesso tanto na preveno quanto no tratamento de feridas. Contudo, sabemos que para o cuidado de pacientes com feridas, necessria a atuao de uma equipe multidisciplinar a fim de que as aes teraputicas possam ser integradas.

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SUMRIOCaptulo I: Princpios Bsicos para Avaliao e Intervenes no Tratamento de Feridas .. 05 I. II. INTRODUO.......................................................................................................... 05 CLASSIFICAO DAS FERIDAS ......................................................................... 05 01. Classificao Quanto s Causas .......................................................................... 05 02. Classificao quanto ao Contedo Microbiano ................................................... 06 03. Classificao quanto ao Tipo de Cicatrizao ..................................................... 06 04. Classificao quanto ao Grau de Abertura .......................................................... 07 05. Classificao quanto ao Tempo de Durao ....................................................... 07 III. CONCEITO DE CICATRIZAO .......................................................................... 07 01. Fases do Processo de Cicatrizao ...................................................................... 07 02. Fatores que Afetam a Cicatrizao ...................................................................... 08 IV. V. FATORES DE RISCO PARA INFECO ............................................................. 09 PRINCPIOS BSICOS PARA AVALIAO DE FERIDAS ............................... 10 01. Tamanho .............................................................................................................. 10 02. Profundidade ....................................................................................................... 10 03. Tipo de Tecido ..................................................................................................... 11 04. Exsudato .............................................................................................................. 11 05. Bordas .................................................................................................................. 12 06. Pele Periulceral .................................................................................................. 12 07. Estgios ............................................................................................................... 13 VI. CONCEITOS RELACIONADOS AO TRATAMENTO DE FERIDAS ................ 13

Captulo II: Princpios Bsicos para Realizao de Curativos ........................................... 15 I. DEFINIO DE CURATIVO ................................................................................ 15 01. Objetivos ............................................................................................................. 15 02. Finalidades ........................................................................................................... 15 03. Categorias ............................................................................................................ 16 04. Tipos de Curativos ............................................................................................... 16 05. Classificao do Curativo de Acordo com o Tamanha da Ferida ...................... 17

4 06. Tcnica de Curativo ............................................................................................. 17 II. PADRONIZAO DOS TIPOS DE CURATIVOS ................................................ 21 01. Classificao do Curativo de Acordo com as Caractersticas da Ferida ............ 21 1.1. Curativos de Feridas Cirrgicas ...................................................................... 21 1.2. Curativos de Sistemas de Drenos Abertos ...................................................... 22 1.3. Curativos de Sistemas de Drenos Fechados .................................................... 23 1.4. Curativos de Feridas Abertas .......................................................................... 24 1.5. Curativos de Feridas Contaminadas ................................................................ 25 1.6. Curativos de Feridas com Fstulas ou Deiscncia de Paredes ......................... 26 02. Tcnica de Desbridamento .................................................................................. 27 03. Tcnica de Coleta de Material para Exame ........................................................ 28 04. Uso de Antimicrobianos para o Tratamento das Feridas..................................... 30 III. IV. PRODUTOS PADRONIZADOS PARA CURATIVOS .......................................... 30 PRODUTOS CONTRA INDICADOS PARA CURATIVOS ............................... 31 REFERNCIA BIBLIOGRFICA ...................................................................... 32

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CAPTULO IPRINCPIOS BSICOS PARA AVALIAO E INTERVENES NO TRATAMENTO DE FERIDAS I. INTRODUO O Tratamento de feridas se refere a proteo de leses contra a ao de agentes externos fsicos, mecnicos ou biolgicos, tendo com objetivo reduzir, prevenir e/ou minimizar os riscos de complicaes decorrentes Antes da seleo e aplicao de um curativo, necessria uma avaliao completa da ferida, do seu grau de contaminao, da maneira como esta ferida foi produzida, dos fatores locais e sistmicos e da presena de exsudato, como forma de agilizar o processo de cicatrizao e proteger a ferida. Ferida - qualquer leso da integridade da pele e tecidos adjacentes (tecido subcutneo,

muscular, etc). II. CLASSIFICAO DAS FERIDAS 01. Classificao quanto s causas: 1.1. Feridas Cirrgicas: so provocadas intencionalmente e se dividem em: Incisa: onde no h perda de tecido e as bordas so geralmente fechadas por sutura; Por exciso: onde h remoo de uma rea de pele, ex: rea doadora de enxerto. Por Cirurgia e procedimentos teraputico-diagnsticos (cateterismo cardaco, puno de

subclvia, bipsia, etc.) 1.2. Feridas Traumticas: so aquelas provocadas acidentalmente por agentes: Mecnico (conteno, perfurao, corte);

6 Qumico (por iodo, cosmticos, cido sulfrico, etc.); Fsico (frio, calor, radiao). 1.3. Feridas Ulcerativas: so leses escavadas, circunscritas na pele, formadas pela morte e expulso do tecido, resultantes de traumatismo ou doenas relacionadas com o impedimento do suprimento sanguneo. O Termo lcera de pele representa uma categoria de ferimento que inclui lceras de decbito, assim como de estase venosa , arteriais e ulceras diabticas. 02. Classificao quanto ao contedo microbiano: 2.1. Limpa: condies asspticas sem microorganismo; 2.2. Limpas contaminadas: leso inferior a 6 horas entre o trauma e o atendimento, sem contaminao significativa; 2.3. Contaminadas: leso ocorrida com tempo maior que 6 horas (trauma e atendimento) sem sinal de infeco; 2.4. Infectadas: presena de agente infeccioso no local e leso com evidncia de intensa reao inflamatria e destruio de tecidos podendo haver pus. 03. Classificao quanto ao Tipo de Cicatrizao: 3.1. Feridas de cicatrizao de primeira inteno: no h perda de tecidos, as bordas da pele ficam justapostas. Este o objetivo das feridas fechadas cirurgicamente com requisitos de assepsia e sutura das bordas. 3.2. Feridas de cicatrizao por segunda inteno: houve perda de tecidos e as bordas da pele ficam distantes. A cicatrizao mais lenta do que primeira inteno. 3.3. Feridas de cicatrizao por terceira inteno: corrigida cirurgicamente aps a formao de tecido de granulao, a fim de que apresente melhores resultados funcionais e estticos.

7 04. Classificao quanto ao Grau de Abertura: 4.1. Ferida aberta: tem as bordas da pele afastadas; 4.2. Ferida fechada: tem as bordas justapostas. 05. Classificao quanto ao Tempo de Durao: 5.1. Feridas agudas: so as feridas recentes; 5.2. Feridas crnicas: tem um tempo de cicatrizao maior que o esperado devido a sua etiologia. Por exemplo, os pontos epiteliais de uma ferida cirrgica podem ser retirados com 7 a 10 dias aps o procedimento, pois nesse perodo espera-se ter ocorrido o reparo da leso, que aguarda apenas a fase de maturao. No caso da ferida no apresentar a fase de regenerao na poca esperada, havendo um retardo, a ferida encarada como crnica. III. CONCEITO DE CICATRIZAO Cicatrizao conjunto de processos complexos, interdependentes, cuja finalidade A cicatrizao da ferida otimizada em ambiente mido, isto porque a sntese do colgeno e a formao do tecido de granulao so melhoradas, ocorrendo com maior rapidez a recomposio epitelial e, alm disso, no h formao de crostas e escaras. A re-epitelizao em feridas expostas ocorre em 6 a7 dias, enquanto em feridas midas ela mais rpida, totalizando 04 dias. Uma vez que a migrao celular acontece em meio mido as clulas epidrmicas no primeiro caso, necessitam tuneilizar a crosta formada, secretando colagenase, para atingir a umidade. 01. Fases do Processo de Cicatrizao: 1.1. Fase Inflamatria: reao local no especfica a danos teciduais ou invases por microrganismos. Seu incio imediato e a durao 3 a 5 dias. o processo que ocorre no organismo como defesa leso tecidual que envolve reaes neurolgicas, vasculares e celulares que destroem ou barram o agente lesivo e substituem as clulas mortas ou danificadas, por clulas sadias.

restaurar os tecidos lesados.

8 Tem a funo de ativar o sistema de coagulao, promover o debridamento da ferida e a defesa contra microrganismos. So sinais de inflamao: rubor, calor, edema e dor. Quanto maior a rea da ferida, maior ser a durao desta fase. Problemas como infeco, corpos estranhos, permanncia das fontes causais, podem exacerbar esta resposta e prolong-la. 1.2 Fase de exsudao ou fase de limpeza inicia-se imediatamente aps o aparecimento da ferida. Em termos clnicos estamos diante de um local com inflamao que conduz a um pronunciado exsudato. Nesta fase o organismo inicia a coagulao, limpa a ferida e protege-a da infeco; os tecidos danificados e os germes so removidos (fagocitose). 1.3. Fase de Revascularizao (Granulao ou Proliferao): so geradas novas clulas e forma-se o tecido de granulao (uma espcie de tecido temporrio para o preenchimento da ferida). Fibrosblastos penetram na ferida em grandes quantidades, inicia-se a sntese do colgeno e os capilares movem-se para o centro da ferida. E quanto estas transformaes ocorrem, reduz-se a quantidade de exsudato. A forma como se apresenta agora de tecidos vermelho com um bom fluxo sanguneo. 1.4. Fase de Reparao - Epitelizao - fase de cobertura da ferida pelas clulas epiteliais. A diferena entre os tecidos torna-se cada vez mais evidente. As bordas da ferida deslocam-se para o centro e a ferida fica gradualmente coberta de tecido epitelial. medida que a ferida se contrai o tecido vai se formando, o processo de cicatrizao fica concludo. 1.5. Maturao - leva um ano nas feridas fechadas e mais nas feridas abertas. Nessa fase diminui a vascularizao, o colgeno se reorganiza, o tecido de cicatrizao se remodela e fica igual ao normal. A cicatriz assume a forma de uma linha fina e branca. Aumenta a fora de distenso local. 02. Fatores que Afetam a Cicatrizao: Idade : nos extremos de idade o funcionamento do sistema imunolgico est alterado, ora

por imaturidade, ora por declnio de funo;

9 Uso de substncias imprprias para limpeza da ferida : algumas solues so irritantes e Uso de substncias imprprias para anti-sepsia : algumas substncias so lesivas aos Compresso exagerada na ocluso ou na limpeza mecnica da leso : pode promover Constituio/ peso em relao altura: na obesidade temos o aumento da espessura do Estado de nutrio (alimentao e hidratao) : para reconstruo tecidual necessrio Diabete : alm da diminuio da resposta imunolgica, os novos capilares podem ser Uso de drogas : esterides, imunossupressores, citotxicos; Tabagismo : a nicotina altera o funcionamento do sistema imunolgico, as substncias

citotxicas; fibroblastos; necrose dos tecidos; tecido subcutneo (adiposo), o qual pobremente vascularizado; aporte de nutrientes, especialmente as protenas; lesados devido a hiperglicemia;

liberadas pelo cigarro (ou similar) so citotxicas, alm disso, causam vaso constrico, favorecem aterosclerose e hipxia tecidual, haja vista a diminuio da capacidade de perfuso alveolar; Infeco : a presena de mcrorganismos prolonga a fase inflamatria e a leso tecidual.

IV. FATORES DE RISCO PARA INFECO Gerais: idade, nutrio mobilidade, estado mental, incontinncia, sade geral, higiene Locais: edema, isquemia, leses de pele, corpos estranhos; Drogas: citotxicos, esterides, antibiticos; Procedimentos invasivos: cateterizao, cirurgia, intubao; Doenas: carcinoma ( leucemia, anemia aplsica), anemia grave, diabete, doena heptica, Durao da internao pr operatria : sabe-se que em 48 horas de exposio ambiental

geral;

doena renal, AIDS; ocorre a colonizao do paciente pela flora nosocomial, que especialmente patognica e antibitico resistente; Ocupao de leitos : quanto maior a taxa de ocupao das enfermarias, maior ser o volume de microrganismos circulantes, os quais provm das pessoas que esto no ambiente.

10 Tricotomia : a raspagem mecnica dos pelos cria micro-reas de leso que servem de

porta de entrada para microorganismos. Recomenda-se que em alguns casos os pelos sejam apenas aparados (parto normal ) ou, ao realiz-la, que se execute o procedimento o mais prximo possvel do ato cirrgico; No lavagem das mos por parte da equipe de sade antes e aps manipular cada paciente.

V. PRINCPIOS BSICOS PARA AVALIAO DE FERIDAS A avaliao das feridas direciona o planejamento dos cuidados de enfermagem, implementa a terapia tpica alm de proporcionar dados para monitorar a trajetria da cicatrizao das feridas. Devemos observar: Localizao anatmica Tamanho: cm2 / dimetro; Profundidade: cm; Tipo / quantidade de tecido: granulao, epitelizao, desvitalizado e necrose; Bordas: aderida, perfundida, macerada, descolada, fibrtica, hiperqueratose; Pele peri-ulceral: edema, colorao, temperatura, endurecimento, flutuao, creptao, descamao; Exsudato: quantidade, aspecto, odor. 01. Tamanho: use a rgua para medir, em centmetro, o maior comprimento e a maior largura da superfcie da ferida, multipliquem comprimento x largura, para obter a rea em cm2; 02. Profundidade: escolha a profundidade e a espessura mais apropriada para a ferida usando essas descries adicionais: Dano tecidual sem soluo de continuidade na superfcie da ferida; Superficial, abraso, bolha ou cratera rasa. Plana/nivelada com a superfcie da pele, e / ou Cratera profunda com ou sem descolamento de tecidos adjacentes; Sem possibilidade de visualizao das camadas de tecidos devido presena de necrose; Comprometimento de estruturas de suporte tais como tendo, cpsula de articulao.

elevado acima da mesma (ex. hiperplasia);

11 03. Tipo de Tecido: 3.1. Tecido Necrosado: escolha o tipo de tecido necrosado predominantemente na ferida de acordo com a cor, a consistncia e a aderncia, usando o seguinte roteiro: Necrose branca/cinza: Pode aparecer antes da ferida abrir, a superfcie da pele est branca Esfacelo amarelo, no aderido: Fino, substncia mucinosa, espalhado por todo o leito da Esfacelo amarelo, frouxamente aderido: Espesso, viscoso, pedaos de fragmentos, aderido Tecido preto, macio e aderido: Tecido saturado de umidade; firmemente aderido ao leito Tecido preto / duro, firmemente aderido: Tecido firme e duro, fortemente aderido ao leito ou cinza; ferida; facilmente separado do tecido da ferida; ao leito da ferida; da ferida; e s bordas da ferida (como uma crosta dura / casca de ferida). Obs: Quantidade de Tecido Necrosado: Determinar o percentual de ferida envolvida. 3.2. Tecido de Granulao: tecido de granulao o crescimento de pequenos vasos sangneos e de tecido conectivo para preencher feridas de espessura total. O tecido saudvel quando brilhante, vermelho vivo, lustroso e granular com aparncia aveludada. Quando o suprimento vascular pobre, o tecido apresenta-se de colorao rosa plido ou esbranquiado para o vermelho opaco. 04. Exsudato: algumas coberturas interagem com a drenagem da ferida produzindo um gel ou um liquido que pode confundir a avaliao. Antes de fazer a avaliao do tipo de exsudato, limpe cuidadosamente a ferida com soro fisiolgico ou gua. Escolha o tipo de exsudato predominante na ferida de acordo com a cor e a consistncia, usando o seguinte roteiro: 4.1. Tipo de Exsudato: Sanguinolento: Fino, vermelho brilhante; Serosanguinolento: Fino, aguado, de vermelho plido para rseo; Seroso: Fino. Aguado, claro; Purulento: Fino ou espesso, de marrom opaco para amarelo;

12 Purulento ptrido: Espesso, de amarelo opaco para verde, com forte odor. 4.2. Quantidade de Exsudato: Determinar o percentual da cobertura envolvida com o exsudato. Use o seguinte roteiro: Nenhum: Tecidos da ferida secos; Escasso: Tecidos da ferida midos, exsudato no mensurvel; Pequena: Tecidos da ferida molhados; umidade distribuda uniformemente na ferida;

drenagem envolve 25% da cobertura; Moderada: Tecidos da ferida saturados; a drenagem pode ou no estar distribuda Grande: Tecidos da ferida banhados em fludos; drenagem abundante; pode ou no estar uniformemente na ferida; a drenagem envolve > 25% para < 75% da cobertura; distribuda uniformemente na ferida; a drenagem envolve > 75% da cobertura. 05. Bordas: use este roteiro Indistinta, difusa: No h possibilidade de distinguir claramente o contorno da ferida; Aderida: Plana / nivelada com o leito da ferida, sem presena de paredes; No-aderida: Presena de paredes; o leito da ferida mais profundo que as bordas; Enrolada para baixo, espessada / grossa: De macia para firme e flexvel ao toque; Hiperqueratose: Formao de tecido caloso ao redor da ferida e at as bordas Fibrtica, com cicatriz: Dura, rgida ao toque. 5.1. Descolamento: (undermine) para avaliar insira um aplicador com a ponta de algodo sob a borda da ferida, introduza-o to longe quanto possvel sem forar; levante a ponta do aplicador de forma que possa ver visualizada ou sentida na superfcie da pele ao redor da ferida; marque a superfcie com uma caneta; mea a distncia entre a marca na pele e a borda da ferida. Continue o processo ao redor de toda a ferida. Determinar aproximadamente a porcentagem da ferida envolvida. 06. Pele peri-ulceral:

13 6.1. Cor da Pele ao Redor da Ferida: a partir da borda avalie quatro cm de pele ao redor da ferida. As pessoas de pele escura apresentam coloraes vermelho brilhante e vermelho escuro como um escurecimento normal da pele ou roxo, e conforme a cicatrizao vai ocorrendo o novo epitlio apresenta colorao rseo e poder nunca vir a escurecer. 6.2. Edema de Tecido Perifrico: a partir da borda avalie 04 cm de tecidos ao redor da ferida. A pele edemaciada sem formao de sulco apresenta-se brilhante e esticada. Para identificar o edema com formao de sulco/depresso/escavao comprima firmemente o local com um dedo durante cindo segundos; ao ser aliviada a presso exercida os tecidos no retornam a posio prvia e aparece um sulco/escavao. Crepitao o acumulo de ar ou gs nos tecidos. Determinar a distancia do edema alm da ferida. 6.3. Endurecimento do Tecido Perifrico: a partir da borda avalie 04 cm de tecidos ao redor da ferida. O endurecimento reconhecido pela firmeza anormal dos tecidos perifricos. Avalie beliscando cuidadosamente os tecidos. O endurecimento resulta em uma inabilidade de se pinar os tecidos. Determinar a porcentagem de rea envolvida. 07. Estgio: classificao baseada no comprometimento tecidual e se dividem em 4 estgios de acordo com a sua profundidade: Estgio 1: no h perda tecidual, ocorre comprometimento apenas da epiderme, com Estgio 2: perda de tecido envolvendo a epiderme, a derme ou ambas (a lcera Estgio 3: perda total da pele, com necrose de tecido substancial, sem comprometimento Estgio 4: ocorre destruio extensa de tecido, necrose tissular ou leso de osso, msculo

presena de eritema em pele intacta; superficial e apresenta-se clinicamente como uma abraso ou lcera rasa); da fscia muscular (a ferida apresenta-se clinicamente como lcera profunda); ou estruturas de suporte. VI. CONCEITOS RELACIONADOS AO TRATAMENTO DE FERIDAS 1. Anti-sepsia : o processo que visa a destruio ou inativao de microrganismos das camadas superficiais ou profundas de tecidos de um organismo vivo;

14 2. Assepsia : o conjunto de tcnicas utilizadas para evitar a chegada de germes a um local que no os contenha; 3. Assepsia mdica : tcnicas que visam impedir o crescimento de microrganismos em locais que possuem flora normalmente; 4. Assepsia cirrgica : diz-se das tcnicas utilizadas para impedir proliferao e crescimento de microrganismos onde no existem infeces; 5. Degermao : remoo de detritos e impurezas sobre a pele, aliado a reduo da flora microbiana local, mediante uso de degermante; 6. Esterilizao: processo que visa destruio de todo microrganismo inclusive a forma esporulada. A esterilizao pode se dar por processos qumicos (ex. glutaraldedo) ou fsicos (ex. autoclave); 7. Desinfeco: Processo fsico ou qumico (ex. lcool a 70%) que destri os microrganismos na forma vegetativa (menos os esporos) de objetos; 8. Anti-sptico : preparao qumica que reduz o nmero de microrganismos seja destruindoos, ou inativando-os (usado em superfcie viva); 9. Detergente : preparao qumica que promove limpeza, purifica ou clareia uma superfcie inanimada; 10. Degermante : preparao qumica que por meio de ao fsica produz limpeza e simultaneamente por meio antimicrobiano reduz o nmero de microrganismos da pele; 11. Sepse : presena de organismos patognicos e formadores de pus ou toxinas, no sangue ou nos tecidos; a septicemia (disseminao de microrganismos patognicos pela corrente sangnea) um tipo comum de sepse;

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CAPTULO IIPRINCPIOS BSICOS PARA REALIZAO DE CURATIVOS I. DEFINIO DE CURATIVO um meio teraputico que consiste na limpeza e aplicao de uma cobertura estril em uma ferida, quando necessrio, com a finalidade de promover a rpida cicatrizao e prevenir a contaminao ou infeco. 01. Objetivos: Auxiliar o organismo a promover a cicatrizao; Eliminar os fatores desfavorveis que retardam a cicatrizao da leso; Diminuir infeces cruzadas, atravs de tcnicas e procedimentos adequados;

02. Finalidades: Limpar a ferida; Promover a cicatrizao, eliminando fatores que possam retard-la. Tratar e prevenir infeces; Prevenir contaminao exgena; Remover corpos estranhos; Proteger a ferida contra traumas mecnicos; Promover hemostasia; Fazer desbridamento mecnico e remover tecidos necrticos; Reduzir edemas; Drenar e/ou absorver secrees e exsudatos inflamatrios; Diminuir odor; Manter a umidade da ferida; Fornecer isolamento trmico;

16 Dar conforto psicolgico ao paciente; Diminuir a intensidade da dor; Limitar a movimentao em torno da ferida.

03. Categorias: Curativos primrios: colocados diretamente sobre a ferida Curativos secundrios: colocados sobre o curativo primrio.

04. Tipos de Curativos: O Tipo de curativo a ser realizado varia de acordo com a natureza, a localizao e o tamanho da ferida. Em alguns casos necessria uma compresso, em outros lavagem exaustiva com soluo fisiolgica e outros exigem imobilizao com ataduras. Nos curativos em orifcios de drenagem de fstulas entricas a proteo da pele s em torno da leso o objetivo principal. 4.1. Curativo semi-oclusivo: Este tipo de curativo absorvente ,e comumente utilizado em feridas cirrgicas, drenos, feridas exsudativas, absorvendo o exsudato e isolando-o da pele adjacente saudvel. 4.2. Curativo oclusivo: no permite a entrada de ar ou fludos, atua como barreira mecnica, impede a perda de fludos, promove isolamento trmico, veda a ferida, a fim de impedir efzema,e formao de crosta. 4.3. Curativo compressivo: Utilizado para reduzir o fluxo sangneo, promover a estase e ajudar na aproximao das extremidades da leso. 4.4. Curativos abertos: So realizados em ferimentos que no h necessidade de serem ocludos. Feridas cirrgicas limpas aps 24 horas, cortes pequenos, suturas, escoriaes, etc so exemplos deste tipo de curativo. 05. Classificao do Curativo de acordo com o Tamanho da Ferida:

17 5.1. Curativo pequeno: curativo realizado em ferida pequena: aproximadamente 16 cm . (ex: cateteres venosos e arteriais, cicatrizao de coto umbilical, fstulas anais, flebotomias e/ou subclvia/jugular, hemorroidectomia, pequenas incises, traqueotomia. Cateter de dilise e intermitente). 5.2. Curativo Mdio: curativo realizado em ferida mdia, variando de 16,5 a 36 cm2. (ex: Cesreas infectadas, incises de dreno, leses cutneas, abscessos drenados, escaras infectadas, outros especificar). 5.3. Curativo grande: curativo realizado em ferida grande, variando de 36,5 a 80 cm2. (ex: Incises contaminadas, grandes cirurgias especificar). 5.4. Curativo Extra Grande: curativo realizado em ferida grande, com mais de 80 cm2 (ex: Todas as ocorrncias de curativos extragrandes devero obrigatoriamente constar de justificativa mdica). 06. Tcnica de Curativo: 6.1. Normas Gerais: Lavar as mos antes e aps cada curativo, mesmo que seja em um mesmo paciente; Verificar data de esterilizao nos pacotes utilizados para o curativo (validade usual 7 Expor a ferida e o material o mnimo de tempo possvel; Utilizar sempre material esterilizado; Se as gazes estiverem aderidas na ferida, umedec-las antes de retir-las; No falar e no tossir sobre a ferida e ao manusear material estril; Considerar contaminado qualquer material que toque sobre locais no esterilizados; Usar luvas de procedimentos em todos os curativos, fazendo-os com pinas (tcnica Utilizar luvas estreis em curativos de cavidades ou quando houver necessidade de incises extensas (cirurgia torcica, cardaca), queimaduras (rea e grau), toracotomia com drenagem, lceras infectadas, Outros2

dias);

assptica); contato direto com a ferida ou com o material que ir entrar em contato com a ferida;

18 Se houver mais de uma ferida, iniciar pela menos contaminada; Nunca abrir e trocar Quando uma mesma pessoa for trocar vrios curativos no mesmo paciente, deve iniciar

curativo de ferida limpa ao mesmo tempo em que troca de ferida contaminada; pelos de inciso limpa e fechada, seguindo-se de ferida aberta no infectada, drenos e por ltimo as colostomias e fstulas em geral; Ao embeber a gaze com solues manter a ponta da pina voltada para baixo; Ao aplicar ataduras, faz-lo no sentido da circulao venosa, com o membro apoiado, Os curativos devem ser realizados no leito com toda tcnica assptica; Nunca colocar o material sobre a cama do paciente e sim sobre a mesa auxiliar, ou Todo curativo deve ser realizado com a seguinte paramentao: luva, mscara e culos.

tendo o cuidado de no apertar em demasia.

carrinho de curativo. O mesmo deve sofrer desinfeco aps cada uso; Em caso de curativos de grande porte e curativos infectados (escaras infectadas com reas extensas, leses em membros inferiores, e ferida cirrgica infectada) usar tambm o capote como paramentao; Quando o curativo for oclusivo deve-se anotar no esparadrapo a data, a hora e o nome de quem realizou o curativo. 6.2. Cuidados importantes: Em portadores de ostomias e fstulas utilizar placa protetora e TCM na proteo da pele No comprimir demasiadamente com ataduras e esparadrapos o local da ferida a fim de As compressas e ataduras devero ser colocadas em saco plstico protegidos e jogar no Quando este material estiver com grande quantidade de nas reas adjacentes ferida; garantir boa circulao; hamper de roupa do paciente.

secreo, deve-se colocar em saco plstico e desprezar; Trocar os curativos midos quantas vezes forem necessrias, o mesmo procedimento deve Quando o curativo da ferida for removido, a ferida deve ser inspecionada quanto a sinais ser adotado para a roupa de cama, com secreo do curativo; flogsticos. Se houver presena de sinais de infeco (calor, rubor, hiperemia, secreo) comunicar o S.C.I.H. e / ou a supervisora e anotar no pronturio, colher material para cultura conforme tcnica; O curativo deve ser feito aps o banho do paciente, fora do horrio das refeies;

19 O curativo no deve ser realizado em horrio de limpeza do ambiente, o ideal aps a Em feridas em fase de granulao realizar a limpeza do interior da ferida com soro Os drenos devem ser de tamanho que permitam a sua permanncia na posio vertical, Mobilizar dreno conforme prescrio mdica; Em lceras venosas e neuropatias diabtica (p diabtico) manter membro enfaixado e Em lceras arteriais, manter membro elevado. 6.3. Antes de Iniciar o Curativo, deve-se Realizar: Avaliao do estado do paciente, principalmente os fatores que interferem na cicatrizao, Avaliao do curativo a ser realizado, considerando-os em funo do tipo de ferida; Orientao do paciente sobre o procedimento; Preparo do ambiente (colocar biombos quando necessrio, deixar espao na mesa de fatores causais, risco de infeco;

limpeza; fisiolgico em jatos, no esfregar o leito da ferida para no lesar o tecido em formao. livre de dobras e curva;

aquecido com algodo ortopdico;

cabeceira para colocar o material a ser utilizado, fechar janelas muito prximas, disponibilizar lenol ou toalha para proteger o leito e as vestes do paciente quando houver possibilidade de que as solues escorram para reas adjacentes); Preparar o material e lavar as mos;

Aps estes preparativos, podemos iniciar o curativo propriamente dito (remoo, limpeza, tratamento, proteo). 6.4. Aps a realizao do curativo proceder a: Recomposio do paciente; Recomposio do ambiente; Destinao dos materiais (colocar em sacos no carrinho de curativos encaminhando Lavar as mos; Evoluo: Registro do procedimento incluindo avaliao da ferida; Aps cada curativo

C.M.E. o mais rpido possvel, ou de acordo com as rotinas do Setor);

devem ser anotadas no pronturio do paciente as seguintes informaes sobre a leso:

20 Localizao anatmica; Tamanho e profundidade; Tipo de Tecido Presena de secreo / exsudato (quantidade, aspecto, odor); Bordas e Pele peri-ulceral; Presena de crosta; Presena de calor, rubor, hiperemia e edema.

Observaes: A evoluo do curativo, bem como os materiais gastos devero ser anotados ao trmino de Se houver mais de um curativo em um mesmo paciente anotar as informaes separadas cada curativo, evitando assim erros e esquecimentos de anotaes; para cada um deles citando a localizao do mesmo. Lembre-se de: Evitar falar no momento da realizao do procedimento e orientar o paciente para que faa Fazer a limpeza com jatos de SF 0,9% sempre que a leso estiver com tecido de A troca do curativo ser prescrita de acordo com a avaliao diria da ferida; Proceder a desinfeco da bandeja, carrinho, ou mesa auxiliar aps a execuo de cada Manter o Soro Fisiolgico 0,9 % dentro do frasco de origem (125 ml); Desprezar o restante em caso de sobra; O T.C.M. deve ser distribudo em frascos pequenos estreis, (individuais); Realizar os curativos contaminados com S. F. 0,9 % aquecido (morno). 6.5. Principais Erros Cometidos ao se Fazer um Curativo: Usar curativo em feridas totalmente cicatrizadas; Cobrir o curativo com excesso de esparadrapo; Trocar o curativo em excesso em feridas secas; Demorar a trocar o curativo de feridas secretantes; Esquecer de fazer as anotaes ou no faze-las corretamente; o mesmo; granulao vermelho vivo (para evitar o atrito da gaze);

curativo, com soluo de lcool a 70%;

21 No lavar as mos entre um curativo e outro; Conversar durante o procedimento; Misturar material de um curativo e outro, em um mesmo paciente; No fazer desinfeco do carrinho de um curativo para outro.

II. PADRONIZAO DOS TIPOS DE CURATIVOS 01. Classificao do Curativo de Acordo com as Caractersticas da Ferida. 1.1. Curativos de Feridas Cirrgicas: Ferida limpa e fechada: o curativo deve ser realizado com soro fisiolgico e mantido

fechado nas primeiras 24 horas aps a cirurgia , passado este perodo a inciso deve ser exposta e lavada com gua e sabo. Se houver secreo (sangue ou seroma) manter curativo semi-oclusivo na seguinte tcnica; Materiais: bandeja contendo 01 pacote de curativo estril (com 02 pinas e gases); gases estreis, esparadrapo (micropore) soro fisiolgico 0,9% e luva de procedimento. Procedimento: 1. Lavar as mos com gua e sabo; 2. Reunir o material e leva-lo prximo ao paciente; 3. Explicar ao paciente o que ser feito; 4. Fechar a porta para privacidade do paciente; 5. Colocar o paciente em posio adequada, expondo apenas a rea a ser tratada; 6. Abrir o pacote de curativo com tcnica assptica; 7. Colocar gaze em quantidade suficiente sobre campo estril; 8. Calar as luvas; 9. Remover o curativo anterior com uma das pinas usando soro fisiolgico 0,9 %; 10. Desprezar esta pina; 11. Com outra pina, pegar uma gaze e umedece-la com soro fisiolgico; 12. Limpar a inciso principal, utilizando as duas faces da gaze, sem voltar ao inicio da inciso;

22 13. Limpar as regies laterais da inciso cirrgica aps ter feito a limpeza da inciso principal; 14. Ainda com a mesma pina, secar a inciso cirrgica aps ter feito a limpeza da inciso principal; 15. Ocluir a inciso com gaze e fixar com esparadrapo ou ataduras se necessrio; 16. Manter o curativo ocludo enquanto houver exsudao; 17. Colocar o setor em ordem; 18. Lavar as mos; 19. Fazer a evoluo da ferida e anotaes de materiais na papeleta do paciente. Observao: em feridas cirrgicas aps 24 horas no ocorrendo exsudato realizar apenas higienizao com gua e sabo e manter a ferida aberta. 1.2. Curativos de Sistemas de Drenos Abertos: Feridas com drenos abertos: O curativo do dreno deve ser realizado separado da inciso,

e o primeiro a ser realizado ser sempre o do local menos contaminado. O curativo deve ser mantido limpo e seco, isto significa que o nmero de trocas deve estar diretamente relacionado com quantidade de drenagem. Feridas com drenagem superior a 50ml quando possvel deve-se aplicar uma bolsa para coletar o excesso de drenagem. Colocar bolsas em torno de feridas permite medir com exatido a quantidade de drenagem, restringe a disseminao de contaminao e aumenta o conforto do paciente. Alfinetes no so indicados como meio de evitar mobilizao dos drenos de pen rose pois enferrujam facilmente e proporcionam a colonizao do local. Materiais: bandeja contendo pacote de curativos estril (com 02 pinas), gases estreis, esparadrapo (ou micropore) soro fisiolgico 0,9%, luva de procedimento e bolsa para colostomia estril se necessrio. Procedimentos: 1. Lavar as mos com gua e sabo; 2. Reunir o material e lev-lo prximo ao paciente; 3. Explicar ao paciente o que ser feito;

23 4. Fechar a porta para privacidade do paciente; 5. Colocar o paciente em posio adequada expondo apenas a rea a ser tratada; 6. Abrir o pacote de curativo com tcnica assptica; 7. Colocar gaze em quantidade suficiente sobre o campo estril; 8. Calar luvas; 9. Remover o curativo anterior com uma das pinas usando soro fisiolgico; 10. Desprezar esta pina; 11. Com a outra pina pegar uma gaze e umedec-la com soro fisiolgico; 12. Limpar a inciso do dreno e depois o dreno; 13. Limpar as regies laterais da inciso do dreno; 14. Ainda com a mesma pina secar a inciso e as laterais; 15. Mobilizar dreno a critrio mdico; 16. Ocluir o dreno mantendo uma camada de gaze entre o dreno e a pele ou quando ocorrer hipersecreo colocar bolsa simples para colostomia; 17. Colocar o setor em ordem; 18. Fazer evoluo na papeleta; 19. Fazer evoluo da ferida e anotao de materiais na papeleta do paciente. 1.3. Curativos de Sistemas de Drenos Fechados Feridas com sistema de drenos fechados (Torxico, Hemovcuo), cateter venoso

central (Intracath, duplo lmem): Antes de iniciar o curativo, inspecionar o local de insero do dreno por meio de palpao. Realizar troca de curativo a cada 24 horas ou sempre que o mesmo se tornar mido, solto ou sujo. Observao: os curativos em cateter venoso central (intracath) e cateter de duplo lmen devero se realizados pelo enfermeiro do setor. Materiais: bandeja contendo pacote de curativo estril (02 pinas e gaze), gazes estreis, esparadrapo, soro fisiolgico, lcool a 70% e luva de procedimento. Procedimento: 1. Lavar as mos com gua e sabo; 2. Reunir o material e lev-lo prximo ao paciente; 3. Explicar ao paciente o que ser feito; 4. Colocar o paciente em posio adequada, expondo apenas a rea a ser tratada;

24 5. Abrir o pacote com tcnica assptica; 6. Colocar gaze em quantidade suficiente sobre o campo estril; 7. Colocar luvas; 8. Remover o curativo anterior com uma das pinas usando Soro fisiolgico 0,9%; 9. Desprezar esta pina; 10. Com outra pina, pegar uma gaze e umedec-la com soro fisiolgico; 11. Limpar o local de insero do dreno ou cateter, utilizando as duas faces da gaze; 12. Usando a mesma pina secar o local de insero do dreno ou cateter aplicar lcool a 70%; 13. Ocluir o local de insero com gaze; 14. Colocar o setor em ordem; 15. Lavar as mos; 16. Fazer evoluo da ferida e anotaes de materiais na papeleta do paciente. 1.4. Curativos de Feridas Abertas sem Infeco: Feridas Abertas sem infeco: Podem apresentar perda ou no de substncias, por

estarem abertas estas leses so altamente susceptveis as contaminaes exgenas. O curativo deve ser oclusivo e mantido limpo. O nmero de trocas est diretamente relacionado a quantidade de drenagem, no entanto o excesso de trocas deve ser evitado afim de no interferir no processo de cicatrizao. Materiais: bandeja, pacote de curativo (contendo 02 pinas e gaze) SF 0,9%, cidos graxos essenciais, gaze, coxim compressa de acordo com o tamanho da ferida. Procedimentos: 1. Lavar as mos com gua e sabo; 2. Reunir o material e leva-lo prximo ao paciente; 3. Explicar ao paciente o que ser feito; 4. Fechar a porta para privacidade do paciente; 5. Colocar o paciente em posio adequada e expor apenas a rea a ser tratada; 6. Abrir o pacote de curativos com tcnica assptica; 7. Colocar gaze, coxim, compressa de acordo com o tamanho da ferida sobre o campo estril; 8. Calar luvas; 9. Remover o curativo anterior com uma das pinas usando soro fisiolgico;

25 10. Desprezar esta pina; 11. Com outra pina pegar uma gaze e umedece-la com soro fisiolgico; 12. Limpar toda a extenso da ferida com soro fisiolgico em jatos; 13. Limpar as laterais da ferida; 14. Ainda com a mesma pina, secar toda a extenso da ferida evitando movimentos bruscos afim de no destruir o tecido em granulao. 15. Aplicar gaze embebida com cidos graxos essenciais; 16. Proteger a ferida com coxim ou compressa; usar.atadura quando necessrio 17. Colocar o setor em ordem; 18. Lavar as mos; 19. Fazer evoluo de ferida e anotaes de materiais na papeleta do paciente; 1.5. Curativos de Feridas Abertas Contaminadas: Feridas Abertas Contaminadas: Apresenta secreo purulento , tecido necrosado ou

desvitalizado. O curativo deve ser mantido limpo e oclusivo, o nmero de trocas est diretamente relacionado a quantidade de drenagem, devendo ser trocado sempre que houver excesso de exsudato para evitar colonizao e macerao das bordas. necessria uma limpeza meticulosa pois o processo de cicatrizao s ser iniciado quando o agente agressor for eliminado , e o exsudato e tecido desvitalizado retirado. Materiais: Bandeja contendo: 01 pacote de curativos estril (com 02 pinas e gazes); gazes estreis, esparadrapo (ou micropore), soro fisiolgico 0,9%, coxim, compressa (se necessrio), luva estril, colagenase se houver tecido desvitalizado ou necrosado, lmina de bisturi, se necessrio desbridamento. Procedimentos: 1. Lavar as mos com gua e sabo; 2. Reunir o material e leva-lo prximo ao paciente; 3. Explicar ao paciente o que ser feito; 4. Fechar a porta para privacidade do paciente; 5. Colocar o paciente em posio adequada, expondo apenas a rea a ser tratada; 6. Abrir o pacote de curativo com tcnica assptica;

26 7. Colocar gaze em quantidade suficiente sobre o campo estril, abrir todo o material a ser utilizado no curativo; 9. Colocar gazes, compressas ou lenol prximos ferida para reter a soluo drenada; 10. Calar luvas; 11. Remover o curativo anterior com uma das pinas usando soro fisiolgico 0,9%; 12. Com a mesma pina, pegar uma gaze e umedec-la com soro fisiolgico; 13. Comear a limpar a ferida da parte menos contaminada para a mais contaminada, ou seja, neste momento limpar ao redor da ferida; 14. Limpar a ferida com gaze embebida com soro fisiolgico; 15. Se necessrio, remover os resduos da fibrina ou tecidos desvitalizados (necrosados) utilizando debridamento com instrumento de corte, remoo mecnica com gaze embebecida em SF 0,9%, com o cuidado de executar o procedimento com movimentos leves e lentos para no prejudicar o processo cicatricial ver tcnica de debridamento; tambm poder ser utilizado o debridamento enzimtico; 16. Embeber a gaze com pomada desbridante atingindo toda a rea com tecido desvitalizado; 17. Ocluir a ferida com gaze estril e coxim, se ferida muito exsudativa utilizar compressa; 18. Colocar o setor em ordem; 19. Lavar as mos; 20. Fazer evoluo da ferida e anotaes de materiais na papeleta do paciente. Lembre-se: Para curativos contaminados com muita secreo, especialmente tratando-se de membros inferiores ou superiores, colocar uma bacia sob a rea a ser tratada, lavando-a com SF 0,9%. 1.6. Curativos de Feridas com Fistula ou Deiscncia de Paredes: Feridas com Fistula ou Deiscncia de Paredes: Quando ocorre uma fistula ou

deiscncia de parede ou tnel torna-se difcil a realizao de limpeza no interior da ferida proporcionando um ambiente ideal para a colonizao de patgenos. O ideal realizar a limpeza da ferida em todo o seu interior com jatos de soluo fisiolgica. Material: Pacote de curativo com 02 pinas e gaze, cuba pequena estril, cuba rim, sonda uretral n 8 e 12, seringa de 20ml, SF 0,9%, cido graxo essencial se a ferida no estiver contaminada: luva estril.

27 Procedimentos: 1. Lavar as mos com gua e sabo; 2. Reunir o material, e lev-lo prximo ao paciente; 3. Explicar ao paciente o que ser feito; 4. Fechar a porta para privacidade do paciente; 5.Colocar o, paciente em posio adequado expondo apenas a rea a ser tratada; 6. Abrir todo o material com tcnica assptica sobre o campo estril; 7. Colocar SF% na cuba; 8. Colocar luva estril; 9. Conectar sonda a seringa, aspirar o SF% e introduzir no orifcio da ferida; 10. Aspirar novamente e desprezar na cuba rim; 11. Repetir o procedimento at que a secreo aspirada saia limpa; 12. Secar as bordas da ferida; 13. Se no estiver contaminado aplicar cidos graxos essenciais; 14. Ocluir a ferida com coxim ou compressa quando necessrio; 15. Colocar o setor em ordem; 16. Lavar as mos; 17. Fazer evoluo da ferida e anotaes de materiais na papeleta do paciente; 02. Tcnica de Desbridamento: Desbridamento: O desbridamento envolve a remoo de tecido necrtico para permitir a

regenerao do tecido saudvel subjacente. Na ferida infectada deve ser realizado um desbridamento seletivo de tecido necrtico minimizando danos ao tecido de granulao mais saudvel. As feridas podem ser debridadas mecanicamente, quimicamente ou por uma combinao das duas tcnicas dependendo do tipo de leso. Material: Bandeja contendo pacote de curativo (02 pinas), cabo de bisturi, uma cuba pequena, lmina de bisturi e soro fisiolgico; Procedimentos: 1. Lavar as mos com gua e sabo; 2. Reunir o material, e lev-lo prximo ao paciente; 3. Explicar ao paciente o que ser feito;

28 4. Fechar a porta para privacidade do paciente; 5.Colocar o paciente em exposio adequado expondo apenas a rea a ser tratada; 6. Abrir o pacote com tcnica assptica; 7. Colocar sobre o campo estril, gaze em quantidade suficiente, a lmina de bisturi (com cabo de preferncia); 8. Colocar gazes, compressas ou lenol prximos ferida para reter a soluo drenada; 9. Calar luvas; 10. Remover o curativo anterior com uma das pinas usando Soro fisiolgico 0,9%; 11. Com a mesma pina, pegar uma gaze e umedece-la com soro fisiolgico; 12. Comear a lavar a ferida da parte menos contaminada para a mais contaminada; 13. Lavar o leito da ferida com grande quantidade de soro fisiolgico 0,9%, atravs de pequenos jatos com a seringa e agulha (a seringa com a agulha poder ser substituda, se no tiver, fazer um pequeno corte na abertura do frasco de SF % o invs de abri-lo totalmente, ou colocando a seringa diretamente no frasco); 14. Iniciar o debridamento da rea desvitalizada pela borda, com auxilio da outra pina, fazendo cortes superficiais ao redor do tecido desvitalizado. O debridamento deve ser interrompido na presena de vascularizao (sangramento sinal de tecido vivo ou reao de sensibilidade dor); 15. Limpar o local com SF 0,9% com auxilio da mesma pina; 16. Embeber a gaze com pomada desbridante quando a ferida apresentar pouca quantidade de exsudato, espalhado por toda a rea que ainda apresentar necrose ou fibrina residual; 17. Ocluir a ferida ou gaze estril e coxim, se a ferida for muito exsudativa utilizar compressa e fixar com esparadrapo ou atadura quando necessrio; 18. Colocar o setor em ordem; 19. Lavar as mos; 20. Fazer evoluo da ferida e anotaes de materiais na papeleta do paciente. 03. Tcnica de Coleta do Material: No recomendamos a coleta de material superficial das feridas, pois como orienta o Manual de Coleta de Microbiolgicas da Santa Casa * , o swab de lceras ou feridas no amostra mais adequada para recuperar o agente responsvel pela infeco. Os agentes responsveis pelo processo infeccioso no esto nas secrees superficiais que podem conter microrganismos que apenas colonizam as feridas. Os microrganismos de

29 importncia para o processo infeccioso esto nos tecido hiperemiados e edemaciados, porm no desvitalizados. Portanto, antes da coleta as leses devem ser limpas com soro fisiolgico e o material preferencialmente obtido por puno ou bipsia. Os resultados obtidos por meio de cultura de lquidos, atravs da aspirao de secreo da rea mais profunda da leso ou biopsia (retirada de um pequeno pedao de tecido), so considerados como mais fidedignas, uma vez que culturas de Swab proporcionam resultados com crescimento apenas da flora superficial que pode no ser a fonte infectante. A indicao da coleta de material para cultura deve obedecer alguns critrios: Ferida Operatria: com presena de sinais inflamatrios como edema, hiperemia e calor lceras: No recomendamos a coleta de rotina de material para cultura exceto em local ou secreo com ou sem sinais sistmicos (febre). pacientes com febre e sem outro foco aparente de infeco, ou com presena evidente de secreo sem resposta ao tratamento local (curativo). A coleta de material para cultura tambm poder ser recomendada pelo SCIH para fins de vigilncia de patgenos resistentes, em rotinas a serem estabelecidas. A coleta inadequada do material alm de dificultar a interpretao, gera custos desnecessrios para processamento dos exames e induz o uso desnecessrio de antimicrobianos.* O Manual de Coleta Microbiolgica foi elaborado por profissionais do Laboratrio de Anlises Clnicas e Aprovado pela CCIH em 2004.

3.1. Aspirao: Material: Todo material para curativo mais uma seringa de 10ml e agulhas 40 12. Procedimentos: 1. Proceder a limpeza mais soluo fisiolgica; 2. Coletar material utilizando seringa com agulha; 3. Identificar a amostra e encaminhar ao laboratrio. Quando no for possvel a realizao da tcnica de aspirao, realizar a coleta com Swab. 3.2. Swab: Material: Todo material para curativo mais um Swab com meio de cultura.

30

Procedimentos: 1. Limpar minuciosamente a ferida com soro fisiolgico; 2. Gire suavemente o Swab no interior da ferida e depois bordas da ferida. 3. Coloque o Swab em meio de cultura, identifique-o e encaminhe ao Laboratrio 04. Uso de Antimicrobianos para o Tratamento das Feridas: O tratamento das lceras infectadas deve ser primeiramente local com utilizao adequada dos curativos e acompanhamento dos casos. O uso de antimicrobianos sistmicos deve ser reservado para os casos em que houver comprometimento local alm das bordas, com hiperemia e calor local evidente (celulite) ou repercusso sistmica (p. ex. febre) sem outro foco evidente. O uso indiscriminado de antimicrobianos pode causar seleo de patgenos resistentes sem benefcio para o paciente. III. PRODUTOS PADRONIZADOS PARA CURATIVOS PRODUTO Soro fisiolgico 0,9% TIPO DE FERIDA Todos os tipos de ferida Sistema de drenos fechados, cateter venoso central e coto umbilical. Ferida em fase de granulao sem infeco. INDICAO Limpeza da ferida, mantm a umidade. Promover anti-sepsia da ferida, remover a flora bacteriana local, diminuindo assim colonizao por bactrias. Protege, hidrata o leito da ferida, restaura a pele na formao de tecido de granulao. Promove a retirada do tecido necrtico superficial por ao enzimtica sem afetar o colgeno de tecido sadio ou de granulao. Absorve o excesso de exsudato, estimula a agregao plaquetria, promove desbridamento, mantm a umidade e, tem

lcool a 70%

TCM (dersani)

Pomada Desbridante. Colagenase - mono

Feridas com crostas, tecido necrosado, fibrina, pouco exsudato

Alginato de Clcio

Feridas moderadamente exsudativas.

31 ao bacteriosttica podendo ser trocado a cada dois dias. Feridas com grande Tem ao de absoro quantidade de exsudato e odor bactericida e desodorizante ftido. pode permanecer at 07 dias.

Carvo Ativado

IV. PRODUTOS CONTRA INDICADOS PARA CURATIVOS PRODUTO Acar EFEITO NA FERIDA CONTRA INDICAO

Permaganato de potssio (kmno4) Povidine (PVPI)

Antibitico tpico

Corticides

ter/benzina

Violeta genciana Lidocana gel

Vaselina

esfoliante lesando o produto considerada fonte de de granulao. infeco, atrai pragas (formigas e insetos), exige vrias trocas. Resseca os tecidos - Impossibilita que o leito da ferida se torne mido. Citotxico para feridas, Pode causar dermatites destri os fibroblastos - Existem relatos de absoro pela mucosa e leses, podendo levar tardiamente a uma tireoidite a at mesmo insuficincia renal se usado por tempo prolongado. Seleo de flora bacteriana Predispe a hipersensibilidade no local da leso, ao antibitico e dermatites. prejudicando a cicatrizao. Desfavorece o processo inflamatrio por ao Retarda o processo de antiinflamatria retardando o cicatrizao. crescimento tecidual Ao irritante, resfria o tecido Retarda o processo de perileso, desidrata o mesmo. cicatrizao e promove ressecamento do tecido perileso. citotoxica para os Promove ressecamento da fibroblastos e dificulta a leso, pode provocar machas granulao normal na pele. No promove efeito Inibe a ao de outros anestsico comprovado. produtos que sero usados nas feridas ex: pomada desbridante Causa impermeabilizao da Dificulta a ao de outros pele produtos, no tem como garantir qualidade de esterilizao o que pode promover colonizao por microrganismos.

32 REFERNCIA BIBLIOGRFICA 01. APON, S; Anlise e Crticas dos Modelos Propostos para Avaliao de Feridas. In: Simpsio Avanos e Controvrsias no Cuidado com a Pele no Contexto da Infeco Hospitalar. APECIH Associao Paulista De Estudos e Controle de Infeco Hospitalar, 2001. 02. BACHION, M. M; NAKATANI, A. Y.K; Tratamento de Feridas. Universidade Federal de Gois, Faculdade de Enfermagem, Texto de Apoio Didtico. 03. CCIH / HC Unicamp: Normas para Utilizao de Anti-Spticos. Universidade Estadual de Campinas, Hospital das Clnicas, 2000. 04. DALEY, C. Cuidando de Feridas. Atheneu, So Paulo, 1996. 05. DECLAIR, V; CARMONA, M. P; cidos Graxos Essenciais (AGES) Protetores Celulares dos Mecanismos Agressivos da Leso Hipxica. Separata, vol. 4, n 1, Jan/Fev/Mar, 1998. 06. FERNANDES A. T. et. All. Infeco Hospitalar e Suas Interfaces na rea da Sade. So Paulo: Atheneu, 2000. 07. FERNANDES, L. M; BRAZ, E. A Utilizao do leo de Girassol na Preveno de lceras de Presso em Pacientes Crticos. Nursing, Janeiro, 2002. 08. FIGUEIREDO, M. lceras Varicosas. In: PITTA G. B. B; CASTRO A. A; BURITTAN, E; editores. Angiologia e Cirurgia Vascular: Guia Ilustrado. Macei: Uncisal / Ecmal & Lava; 2003. Disponvel em: url: http://www. lava.med.br/livro 09. MANDELBAUM, M. H; Vantagens e Desvantagens das Diferentes Modalidades de Curativo. In: Simpsio Avanos e Controvrsias no Cuidado com a Pele no Contexto da Infeco Hospitalar. APECIH Associao Paulista De Estudos e Controle de Infeco Hospitalar, 2001.

33 10. MARTINS, M. A. Manual de Infeco Hospitalar: Epidemiologia, Preveno e Controle. Medsi Editora Mdica Cientfica: 2 edio, Belo Horizonte, 2001. 11. MONACHINI, M. et. All. Padronizao de Monitorizao Hemodinmica e da Utilizao de Cateteres Artrio-Venoso. Hospital Srio Libans, Fevereiro, 2004. 12. SANTOS, V. L. C. G; O que o Profissional Precisa Saber Sobre Avaliao da Ferida. In: Simpsio Avanos e Controvrsias no Cuidado com a Pele no Contexto da Infeco Hospitalar. APECIH Associao Paulista De Estudos e Controle de Infeco Hospitalar, 2001. 13. SMELTZER, S. C; BARE, B. G; BRUNNER & SUDDARTH. Tratado de Enfermagem Mdico-Cirrgica. Guanabara-Koogan: 8 edio, cap. 21, Rio de Janerio, 1998. 14. TAKEITI, M. H; Adoo de um Mtodo de Avaliao de Leses de Pele: Expedincia. Prtica. In: Simpsio Avanos e Controvrsias no Cuidado com a Pele no Contexto da Infeco Hospitalar. APECIH Associao Paulista De Estudos e Controle de Infeco Hospitalar, 2001. 15. TENRIO, E. B; BRAZ, M. A Interveno do Enfermeiro como Diferencial de Qualidade no Tratamento de Feridas. Revista Brasileira de Home Care, 2002.

____________________________ Dra. Flvia Valrio de L. Gomes Enfermeira SCIH / CCIH

_______________________________ Dra. Luciana Augusta A. Mariano Enfermeira SCIH / CCIH

_______________________________ Dra. Mnica Ribeiro Costa Infectologista da C.C.I.H. /S.C.I.H.