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...uma homenagem a Lygia Fagundes Telles! XI PRÊMIO JOVEM ESCRITOR 2016 “Sabendo interpretar o que lê, o estudante organiza as ideias e produz bom texto. O resto é conversa, falsa teoria.” LYGIA FAGUNDES TELLES Santa Terezinha RI O S S E T N O M O I G É L O C

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...uma homenagem a Lygia Fagundes Telles!XI PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

2016

“Sabendo interpretar o que lê,o estudante organiza as ideias e produz bom texto.

O resto é conversa, falsa teoria.”LYGIA FAGUNDES TELLES

Santa Terezinha

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APRESENTAÇÃOEstamos em uma época em que a rapidez da informação e da comunicação

instantânea é incontestável e isso domina a rotina de nossos jovens.Sinto muito orgulho de nossa equipe de professores da área de Linguagens, Códigos

e suas Tecnologias pelo incentivo dado aos nossos alunos, levando-os a refletir sobre o fascinante mundo das palavras, pois é por meio delas que fluem nossos pensamentos e nos expressamos para o mundo.

Eis aqui o resultado de um trabalho da parceria educador-educando: uma obra representativa do talento, dedicação e criatividade.

Queridos alunos, sei que farão bom uso desta que é uma das dádivas com que fomos abençoados: a capacidade de eternizar nossos pensamentos através de registros.

Somos palavras...Palavra é sentimento.

NEUZA MARIA SCATTOLINIMantenedora e Diretora

PREFÁCIO

Todos crescemos cercados de histórias e, a cada dia, escrevemos mais um capítulo da nossa própria história. É através da linguagem escrita que deixamos registradas angústias, alegrias, sonhos ... nossa identidade.

Homenagear a literatura engajada de Lygia Fagundes Telles, escritora paulistana reconhecida pela força de suas personagens femininas e pelas histórias intensas que mudaram a literatura contemporânea é uma honra. Lembro-me até hoje dos primeiros contatos que tive com suas obras. Ainda adolescente, eu refletia “Que ideia mais estranha de Ricardo! Convidar Raquel para um encontro num cemitério? (conto: Venha ver o pôr-do-sol) Como Talisa podia estar tão preocupada em se preparar para um baile de carnaval, enquanto seu pai agonizava no quarto ao lado?” (conto: Antes do baile verde). Suas narrativas sempre trouxeram desfechos inesperados que me causavam impacto.

Este projeto também é impactante, pois foi realizado com dedicação e amor, buscando incentivar a leitura, estimular o pensamento crítico e criativo, formando não só leitores, mas também produtores de textos. Esperamos que todos leiam o fruto desse trabalho com o mesmo prazer que ele foi produzido pela equipe da área de Linguagens e Códigos e, principalmente, por nossos alunos-escritores.

SILVANA E. O. DA MATTA VÍVOLOProfessora de Gramática

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SUMÁRIO11

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os6 Anos - FundamentalINFÂNCIA SENSACIONAL - Pedro Guedes Antunes Padilha

ÁGUA MARINHA - Mariana Silva Aoki

ERROS, ANSIEDADE E ALEGRIA - Giovanna Sayuri Iwamoto

A MUDANÇA INESQUECÍVEL - Lucas de Macedo Canedo

AVENTURA NO EVEREST - Beatriz Bosco Tavares

UMA TRAMA DIFERENTE - Beatriz Bosco Tavares e Nicole Arissa Shoyama Shimomichi

“LINO POR LINO” - Lino Kobayashi Ueda

O ESPELHO - Ana Clara de Paula Mathias Estrella

LÍVIA POR LÍVIA - Lívia Villaverde

A CORRIDA DE MOTOCROSS - Katherine Ayuki Sakamoto Silva

A CACHORRA OU O VÍDEOGAME - Amanda Cardoso Vieira Manuel

A GELEIRA DO PERIGO - Lívia Morita Nomoto

MARIA EDUARDA POR MARIA EDUARDA - Maria Eduarda Santos Yamamura Fernandes

A METAMORFOSE - Pedro Henrique Paulino Prates

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os7 Anos - FundamentalAMOR À PRIMEIRA VISTA? - Beatriz Amaro Pinto Maioli Ferrigolli

O CASO DO PRÉDIO CINZA - Carolina Ferreira de Sá

TUDO DEU CERTO - Victoria Tiemi Chen Ninomiya

O COVEIRO - Eduardo Jun Saeki Torres

MALDITAS PICADAS - Vivian Negrini Portes de Almeida

LETRAS DE MACARRÃO - Giovanna de Souza Leite

DIA DE VERÃO - Filipe Kenzo Marubayashi Kague

RECEITA PARA SE SER UM ÓTIMO JOGADOR - Mateus Machado Soares Gonçalves

MAGIA, SONHOS E AMIGOS - Cintia Sayuri Nozawa

COMO SER UM AMIGO PERFEITO - Luísa Lopes de Azevedo

O DESAPARECIMENTO DE CRISTIANE - Arthur de Morais D'Elboux

CHUVA DE ARROZ - Gustavo Foltran Umbehaun

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A VERDADE SOBRE HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS - Helena Micucci Pires Amaral

NUNCA É TARDE PARA O AMOR - Mariana Romero do Valle

os9 Anos - Fundamental47

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A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NA FAMÍLIA BRASILEIRA - Laura Santos Rivera

EDUCAÇÃO É A BASE - Vitória Aranha de Medeiros

CONSCIÊNCIA CONTRA O ESCRAVISMO - Rodrigo Volpe Baistin

ESCRAVIDÃO CONTEMPORÂNEA EXTENSIVA - Tiffany Ramirez Ruiz

O RECORRENTE DESRESPEITO CONTRA A MULHER - Vinicius Lopes de Queiroz

ESPERANÇA TRAIÇOEIRA - Carlos Akio Yonamine

VIOLÊNCIA ZERO - Amanda Lima Stricagnolo

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER - Pedro Yanaze

ATÉ QUE PONTO É HUMOR? - André Kiyoshi Miyahara

ESCRAVIDÃO NA ATUALIDADE - Flávia Misawa Hama

ESCRAVIDÃO MODERNA NO BRASIL - Karina Yuri Valente Watanabe

A PERSISTÊNCIA DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER - Lívia Namie Kashiura Otsuka

os8 Anos - Fundamental35

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LEMBRANÇAS DE UM CIRCO - Marcel Aguena Takano

OS HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS - Gabriel Arruda Puig de Moura

A CHATA VIDA DE ADULTO - Dhaiany Silva Fiel

LIVROS - Rodrigo Santos Martines

OPINIÃO - Izabela Hiromi Kague

ABSURDOS DA II GUERRA MUNDIAL - Fernanda Petean Ferreira

HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS NO BRASIL - Caio Lopes Wakai

MUNDO REAL - Juliana Morais Alves

SHOW DE HORRORES - Lucas Monacelli Cípullo

A CASA DE MADEIRA - Aline Cristina de Souza Garcia

OS CUIDADOS PÚBLICOS NO BRASIL - Sthefany Mika Uno

HOSPITAIS DOENTES DE QUALIDADE - Beatriz Lehoczki Boneto

TALVEZ MELHORE - Giovanna Micucci Pires Amaral

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os3 Anos - Ensino Médio

UM SOLO SATURADO - Carina Rivero Pasqualin

RELACIONAMENTO ABUSIVO - Beatriz Miho Kague

AVANÇOS NO MERCADO DE TRABALHO - Henrique de Souza Aguiar e Silva

COMPARTILHE O “SER EM SI” - Caroline Puccioni Katsuda

EXTENSÃO DOS DIREITOS HUMANOS - Vínícius Cravo Gontijo

A TIRANIA DO EGO - Vinícius Hiroshi Batista Shinzato

os1 Anos - Ensino Médio57

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LIBERDADE E DIREITOS - Giovana Bernardes Credie

A VIDA PARA ALGUNS - Juliana Cin Fung Jang Bertachini

NASCENTE - Guilherme Hafez Knirsch Pereira

O DESEMPREGO NÃO PEDE DEMISSÃO... - Giovana Mirna Machado Soares Gonçalves

ENTRETENIMENTO OU ALIENAÇÃO? - Gabriela Kayano

CAPACITAÇÃO: A CURA PARA O DESEMPREGO - Carolina Uehara Salomão

MÁQUINAS E DESEMPREGO - Gustavo Forstman Cavalcante

O FIM DA INJUSTIÇA - Paula Naomi Yonamine

E O DESEMPREGO, COMO FICA? - Bruna Simão Fernandes

LINCHAMENTO: AUTODEFESA OU AGRESSÃO? - Priscila Cesarino Taddone

CARTA - Laura Naomi Lopes Wakai

TV - Maurício de Luccia Martins

os2 Anos - Ensino Médio69

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E SE PENSAR NO BOLSO? - Eduarda Lehoczky Boneto

A PÉSSIMA VIDA NAS CLÍNICAS PSIQUIÁTRICAS - Lucas Toshio Ito

CUIDADO ESQUECIDO - Thaly Yukie Wachi Tamura

SINTO MEDO PELO FUTURO DO PAÍS - Ananda Maria Petean Ferreira

FUGA DO PÚBLICO - Carolina Takose Yamauti

NÃO TENHA UM EMPREGO! - Maurício Devincentis Silva

CAOS NOS MANICÔNIOS - Victor Henrique Hashimoto Alvarez

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os6 Anos

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Difícil falar sobre nós mesmos! Entretanto, mesmo estando no início de ouma jornada marcante e emocionante, mesmo estando apenas no 6 Ano,

estes alunos já demonstram saber o que querem para suas vidas; já nos mostram que reconhecem e valorizam o seu passado, a sua história e que sonham com um futuro brilhante, que se inicia neste princípio de adolescência. Esses são os nossos alunos que ainda há bem pouco tempo “estavam na barriga da mamãe” e hoje já fazem parte da “turma do prédio”, como eles mesmos se orgulham de chamar.

A própria história, a história dos amigos de classe, momentos de transição, as novas responsabilidades, os heróis que parecem resolver todos os problemas... quanta imaginação têm esses meninos e meninas com asas imensas, alçando voos que prometem ser emocionantes, já que são abastecidos pelo inesgotável combustível dos sonhos!

A seguir vocês poderão saborear as mais bonitas histórias de nossos osalunos e alunas dos 6 Anos desta edição anual do Prêmio Jovem Escritor e

também descobrir a riqueza que essas pessoas, tão especiais, podem nos oferecer nos textos que seguem.

Professora Maria Inez F. de Jesus

os6 Anos

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Colégio Montessori Santa Terezinha

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ÁGUA MARINHAMariana Silva Aoki

Há poesia na água marinhaTudo aconteceu há milhões de anos

Quando ela era apenas uma pedrinhaBem pequenininha, lá, penduradinha!

Naquela caverna, num breu lascado,Ela foi crescendo e se desenvolvendoSem ter nem um pouquinho de medo

Cresceu e cresceuPara no fim, virar um anel!

INFÂNCIA SENSACIONALPedro Guedes Antunes Padilha

O carrinho do menino,A boneca e a peteca,

A bola que chuto para o gol,O menino que quer ser o jogador!

A infância é feita de sonhos e magia Ser criança é uma alegria

Não ter que se preocupar com o trabalho,Não ter de cumprir horários

Tem coisas que só acontecem na infânciaTudo o que eu queria era para sempre ser criança,

Lambuzar-me de brigadeiro da mãeE do pai ganhar beijos.

Ser criança é muito legal!Brincar com os amigos, isso é sensacional!

E assim eu acabo meu poema sobre a infância,E sobre uma fase sem problemas!

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ERROS, ANSIEDADE E ALEGRIAGiovanna Sayuri Iwamoto

Quando estava no final do 5º ano estava triste, já que alguns amigos mudariam de escola, e outros até de país, mas também estava ansiosa e alegre para ir para o 6º ano. Queria experimentar a sensação de estranhamento de outra série, de outra unidade.

Ao chegar ao 6º ano vi que não precisava de tanta ansiedade, de tanta alegria, só precisava ter coragem, coragem para levantar da cama cedinho, coragem para chegar à sala e sentar em meu lugar na nova sala de aula.

Com o passar do tempo lembrei-me do 5º ano e me perguntei “Onde tinha essa coragem toda dentro de mim?” Percebi que vinha de meus erros e, com eles, tive a coragem de saber que eu errei e que agora posso consertá-los. Isso me ajudou muito a enfrentar essa nova etapa no 6º ano.

A MUDANÇA INESQUECÍVELLucas de Macedo Canedo

Nos últimos dias de aula, eu e meus amigos recebemos a nota das provas e todo mundo se deu bem. Eu fiquei um pouco preocupado por chegar o último dia de aula, pois seria o último dia em que eu veria os meus amigos e as pessoas que eu gostava tanto.

Quando chegou o dia, mal consegui me levantar, queria ver logo os meus amigos, o último dia foi o dia em que a aula virou brincadeira: nós ouvimos música, vimos filme, jogamos futebol, fizemos brincadeiras com o professor e dançamos “just dance”! Foi mesmo um dia inesquecível. Quando terminou o horário, todos se despediram, uns dos outros, pois era o último dia que ficaríamos juntos.

Começando as férias, eu e meus primos fomos assistir a filmes no cinema e nos divertimos muito. Comemoramos o Natal e o Ano Novo juntos, depois viajamos todos.

Finalmente chegou o primeiro dia de aula na nova escola e meu primo me acalmou, dizendo que ficaria tudo bem. Quando dei o meu primeiro passo, tentei não soltar

nenhuma lágrima e fui rodando pela escola com o meu pai até que o sinal tocou e cada um foi para a sua sala de aula.

Fiquei assustado, mas meu pai disse que eles teriam de me ajudar e que eu ficaria bem feliz e tudo correu bem nos primeiros dias.

Aqui estou bem acostumado e com as lições de casa feitas, notas boas em atividades e provas e com os meus

novos amigos para me alegrar.

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AVENTURA NO EVERESTBeatriz Bosco Tavares

Jonh e Bob, dois homens de 26 anos, subiam o Monte Everest em busca de uma mulher chamada Renata, recordista mundial por escalar os oito maiores picos do mundo em menor tempo. Ela tinha 22 anos apenas e, segundo os especialistas nesse tipo de esporte radical, poderia morrer a qualquer momento, já que estava perdida em locais cujas temperaturas são extremamente baixas.

Chegando num ponto do pico, colocaram suas máscaras de oxigênio para continuarem subindo a montanha e, uma semana depois, os cilindros de oxigênio acenderam as suas luzes de led, indicando que só teriam oxigênio para mais alguns dias. Eles haviam pegado o cilindro de tempo mínimo, ao invés de pegarem os de tempo máximo.

Para “ajudar e facilitar” a subida dos rapazes, John perdeu o equipamento de segurança e começou a cair. Por sorte, um estava amarrado ao outro e ele não chegou a despencar, onde certamente morreria. Dividiram, então, os equipamentos que estavam com Bob para poderem continuar a missão de regate.

Com o problema do oxigênio, John, que dividia os equipamentos com Bob, conversou com ele e tomou a seguinte decisão:

- Vou usar somente o necessário e vou descer a montanha até chegar à base, assim você poderá completar a missão com segurança, já que terá para você todo o cilindro de oxigênio.

Bob concordou com a ideia, já que a vida da recordista estava em jogo.Três dias depois, ele chegou ao ponto do monte onde a moça poderia estar e, por

meio de um detector de calor corporal, a encontrou. Ela havia perdido o movimento dos dedos dos pés e estava faminta. Bob a alimentou e a medicou, depois lhe entregou agasalhos apropriados e ambos desceram a montanha.

Eles dividiram o pouco oxigênio que restava naquele cilindro de Bob, mas mesmo assim, chegaram lá com início de pneumonia, exaustos e debilitados, porém vivos.

Bob e John, ao se recuperarem da difícil missão, ganharam prêmios pela coragem e destreza ao lidarem com a difícil situação.

Meses depois, Renata quebrou mais um recorde em uma difícil missão no Himalaia.

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“LINO POR LINO”Lino Kobayashi Ueda

Eu sou o Lino, um menino tímido, que sempre gostou de jogar jogos diversos e bola. Além de tímido, sou sensível, bem sensível.Gosto do cheirinho de umidade de um dia nublado e chuvoso. Também gosto de um dia calmo, onde a natureza predomina e gosto da comida caseira feita com o carinho de mãe.

Sou feliz com o que sou e tenho, acho que tenho tudo para ter um ótimo futuro. Para mim, o conceito de viver é aproveitar a vida ao máximo. Para mim, também, o objetivo de viver é agradecer aos nossos pais por terem nos acompanhado e orientado por todo esse tempo para, no final, recomeçarmos tudo de novo com os nossos filhos.

Eu sou o Lino.

UMA TRAMA DIFERENTEBeatriz Bosco Tavares e Nicole Arissa Shoyama Shimomichi

Era um dia de tempestade na cidade e Zatanna, quando Geraldina, também conhecida como Dina, estava indo para sua aula de ballet. Ela era solteira, tinha 65 anos (apesar de achar que tinha 30 anos) e era muito grata a Paulo, seu cuidador, que tinha apenas 27 anos.

Um homem e uma moça, vestidos de preto, seguiam com um jeito meio estranho e até suspeito de andar. Ao passarem perto da casa de Dona Dina, queriam saber mais sobre a sua vida. Seus nomes eram Lorilaine e Miráculos.

Esperta como só ela sabe ser, Dona Dina percebeu a intenção da dupla e fingiu um desmaio. Paulo também compreendeu o plano de Dona Geraldina e fingiu socorrê-la. O casal de suspeitos saiu correndo, mas Dina levantou-se, tirou o casaco que vestia e, por baixo dele, havia um super macacão de espião rosa choque. Dele saiu um foguete e G-10 (agora ela não era mais Geraldina ou Dina) saiu voando literalmente atrás dos seus perseguidores. Paulo ficou desesperado, então apertou um botão em seu sapato e também saiu voando.

Os dois perseguidores, agora perseguidos, passaram por um banco e, como já estava escurecendo, resolveram assaltá-lo. Sem ativar os alarmes,

estraram no banco e explodiram cinco caixas com explosivos TNT. É claro que com TNT, explodiram o prédio todo e até algumas casas

mais próximas, que começaram a pegar fogo.G-10 e Paulo, ao perceberem a fumaceira na rua, ligaram telepaticamente para o corpo de bombeiros e

solicitaram um enorme saco de areia para jogarem no banco e nas casas que estavam sendo

destruídos pelo fogo.

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O ESPELHOAna Clara de Paula Mathias Estrella

Em uma cidade grande chamada Porto Alegre vivia uma menina chamada Andreia, que era muito alegre, carinhosa e aventureira. Ela tinha olhos verdes e cabelos lisos. Morava com a sua gatinha Penélope.

Em uma noite Andreia acordou e, junto a ela, estava Penélope que, por perderem o sono, decidiram ir para a sala. Já era bem tarde quando estavam no sofá, assistindo a um filme na televisão, quando um rato preto passou por elas. Instintivamente, Penélope correu em disparada atrás do rato para atacá-lo, mas ele entrou no quarto de Andreia e desapareceu.

Andreia, preocupada, resolveu ver o que estava acontecendo, mas quando chegou lá, só viu a gatinha Penélope encarando o espelho. Sem querer, Andreia tropeçou o que a fez empurrar Penélope para dentro do espelho. Sem nada entender, Andreia decidiu entrar também no espelho, como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo.

Ao abrir os olhos, já dentro do espelho, Andreia ficou assustada, pois estava em uma espécie de nave espacial. Então Penélope disse:

- Fique calma, Andreia! Estamos no mundo dos gatos e aqui eu consigo me comunicar com você, pois nesta dimensão é possível os gatos falarem!

Andreia se acalmou do susto que levou e deixou que Penélope se explicasse.- Se você nos ajudar, voltaremos rapidamente para casa.- O que devo fazer? - perguntou Andreia, louca para voltar para casa.- Só temos que capturar o Negreiro, aquele rato que tentei pegar em

casa.Então Andreia se colocou à disposição de Penélope e treinou

seguindo as suas orientações. Prepararam-se e lutaram com muita agilidade. Elas venceram a luta através de poderes como telepatia, agilidade e inteligência.

Andreia abraçou-se a Penélope e adormeceu de cansaço, mas ao acordar, percebeu que estava no sofá de casa, abraçada à sua gatinha Penélope e que tudo não passara de um sonho.

Enquanto isso, Lorilaine e Miráculos, o casal de bandidos, saiu discretamente da cena, mas deram de cara com Paulo e G-10 que os algemaram.

Nossos heróis os levaram para a cadeia de Alcatraz onde Lorilaine e Miráculos passarão o resto de suas vidas.

G-10 e Paulo voltaram para casa voando, retomando as suas rotinas. Vestiram-se com suas roupas normais, sentaram-se no sofá e ligaram a televisão. Por sorte, chegaram a tempo para assistirem à novela das oito.

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LÍVIA POR LÍVIALívia Villaverde

Quando eu era pequena, gostava muito de desenhar, o que eu gosto até hoje. Quando eu tinha quatro anos, minha irmã nasceu e eu fiquei muito feliz.

Sempre, no Carnaval, nossa família ia ao mesmo clube. Eu sempre tive muitos amigos, tanto no prédio onde morava, como na escola, mas às vezes eu preferia ficar sozinha.

Quando eu estava no primeiro ano, tínhamos, na escola, o banho de mangueira, o dia do pijama, a caça ao coelhinho da Páscoa e muito mais! Era muito divertido! Eu me lembro que tinha muitos brinquedos, mas os meus preferidos eram as bonecas Barbie.

Lembro-me que um dia, na Páscoa, eu ganhei um ovo da Tinker Bell e eu devia ter uns quatro anos. Dentro do ovo, vinha uma bonequinha com asas que, quando as colocava no Sol, as asas ficavam coloridas. O pior foi que a minha mãe pegou a boneca e a colocou em outros lugares, diferentes daqueles que eu a tinha colocado e, assim, eu acreditava, de verdade, que ela voava mesmo e que mudava de lugar. Então eu arranquei as asas dela, mas para ela não ficar triste, eu fazia uma casa para ela, feita de E.V.A., com dois andares, com potes de água com flores e eu dava comida para ela.

Nessa época, eu morava na casa da minha tia, pois estávamos de mudança para o prédio onde moramos até hoje. Mesmo ela morando em São Paulo, a casa dessa minha tia era longe e eu cheguei a faltar na escola por um ano, justamente no ano em que eu estava na pré-escola.

Eu recebi os livros para tentar fazer as lições em casa, assim minha família foi me ajudando e, de vez em quando, minha mãe mandava fotos para a diretora e para a minha professora para elas verem o quanto eu estava aprendendo, mesmo estando em casa e, no final do ano, para a minha surpresa, a escola disse eu poderia passar para o primeiro ano, e então eu fiquei muito e muito feliz, pois estava de volta com os meus amigos!

Tenho muitas histórias engraçadas para contar! Nunca fui tão bagunceira, mas sempre muito engraçada e sou até hoje e, assim se

encerra o meu depoimento de “Lívia por Lívia”!

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A CORRIDA DE MOTOCROSSKatherine Ayuki Sakamoto Silva

Um dia Tom estava no Facebook e viu o anúncio de uma corrida de Motocross que aconteceria no dia 03 de junho daquele ano. Quando soube do evento, passou a treinar muito, até passava da hora de se alimentar, pois esquecia do tempo quando treinava motocross, algo que sempre gostou de fazer.

Depois de muito treino, o jovem Tom decidiu dar um tempo nos treinos para descansar, então ligou a televisão e viu o maior campeão do motocross, Harry. Ele pensou que se ele ganhasse de Harry, seria mais famoso que ele.

Harry também se inscreveu na competição de Motocross na qual Tom estava inscrito. Ele quis conhecer Tom, pois o seu perfil era mesmo o de um futuro campeão. Com medo de ser ridicularizado por perder para um novato, Harry descobriu onde Tom treinava e tentou sabotar a sua moto. Assim ele não teria o risco de perder a competição.

Ao ficar sozinho com a moto de Tom, Harry tirou um de seus parafusos da roda e sorriu, como um bom super vilão que era: “Ah! Ah! Ah!”

No dia da competição, Harry disse a Tom:- Você acredita mesmo que ganhará de mim, garoto?- Claro que vou! – disse Tom, confiante.“Preparados? Apontar... fogo!” – gritou o fiscal da prova.Na primeira manobra de Tom o seu pneu saiu rolando pela pista. Rapidamente ele

olhou ao seu lado e viu Harry bem próximo a ele, então ele soltou a sua moto e deu um pulo na moto de seu adversário. Ele quase morreu, mas agiu como um verdadeiro ninja, agarrando-se a Harry na garupa de sua moto.

No final, nenhum dos dois foi declarado vencedor, pois Jerry, um outro piloto, chegou em primeiro lugar. Já Tom e Harry foram parar no hospital para averiguar algumas lesões que eles ganharam ao derraparem na pista, na linha de chegada.

Hoje, por ironia do destino, eles são amigos e formam uma dupla nas competições dessa categoria.

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A CACHORRA OU O VÍDEOGAMEAmanda Cardoso Vieira Manuel

Estava em casa jogando vídeogame, sozinha, quando ouvi um barulho estranho vindo da cozinha:

“Clac!”Levei um susto e saí correndo para a cozinha. Foi quando vi uma cachorra da raça

Jack Russel que me “pediu desculpas”! Fiquei paralisada, gritei de susto, mas me acalmei e disse:

- Você interrompeu o meu vídeogame, quebrou o copo da minha mãe e ainda falou comigo?

- Bom, mas eu estava com sede... – disse ela.- Está bem, mas meus pais não podem saber que você está aqui, pois minha mãe

não gosta de animais! – eu disse.Depois fui dormir com ela. No dia seguinte, acordei mais cedo para dar comida para

a cachorrinha, mas minha mãe também acordou e percebeu que eu não estava sozinha, então ela disse:

- Filha, quem está aí com você? – perguntou ela, do outro lado da porta de meu quarto.

- Ninguém, mãe! Estou sozinha, oras! – respondi.- Tá, mas então vou ficar aí com você! Abra a porta! – pediu ela.Foi aí que a minha mãe me pegou com a cachorrinha e ela gritou:- Que cachorro é esse? Como ele apareceu aqui? Por que você deixou ele ficar sem

falar comigo? Por que você não me avisou que ele estava aqui?- Mas mãe... – tentei me explicar.- Mas mãe o quê‽ – disse ela, indignada.- Primeiramente é uma cadela, não um cachorro, e depois, ela é tão fofinha, fala... –

eu disse muito naturalmente.- Fala? Como assim, fala? – perguntou a minha mãe.- Ops!

- Filha, você está ficando maluca? Está com febre? Bateu a cabeça‽! – perguntou a minha mãe.

- Não, mãe! Só estava “fingindo” que ela falava! Não estou com febre e nem bati a cabeça! Fique tranquila. E essa cachorra estava morrendo de fome na rua e aí eu resolvi pegá-la para

cuidar! – disse eu, tentando esconder a verdade.- Filha, você sabe que eu não gosto de animais? –

quis saber ela.,- Eu sei, mas eu não poderia deixá-la na rua,

morrendo de fome, né?

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- Então você vai ter de escolher: ou a cachorra ou o vídeogame? - A cachorra, eu fico com ela! – disse sem pensar muito.- Então deixa ela longe de mim! E será você quem cuidará dela todos os dias, hein?Depois da discussão, jantamos e fomos dormir. No dia seguinte, acordei e percebi

que fora tudo um sonho, mas quando cheguei à sala, o vídeogame não estava mais lá!

A GELEIRA DO PERIGOLívia Morita Nomoto

David, com 20 anos, um rapaz de olhos escuros e cabelos negros, convidou sua melhor amiga, Larissa, uma jovem de cabelos lisos e rosto fino, para escalarem uma geleira. David sempre soube que Larissa gostava de esportes radicais, mas o que ele não sabia era que Larissa não gostava de geleiras e demorou dois dias para confirmar a sua presença nesta expedição.

No dia da escalada, os dois estavam no meio da estrada quando Larissa falou:- Podemos ir a outro lugar?David, indignado e ao mesmo tempo chateado, disse:- Por que?A moça, sem saber o que falar, disse para ele esquecer o tinha dito, pois ela decidira

que faria isso por seu amigo. Ele logo esqueceu e partiram.Chegando lá eles estavam fascinados com a geleira, mas perceberam que havia

uma rachadura nela devido às inúmeras escaladas ali praticadas.David achou que aquilo não seria um problema e que eles poderiam escalar assim

mesmo. Foi o que fizeram.Após eles iniciarem a caminhada, os dois pressentiram o perigo. David escondeu

esse sentimento de Larissa, mas ela, logo disse:- Vamos embora? Senti algo ruim...O garoto nem deu bola para a fala de Larissa e continuou andando. Larissa foi com

ele assim mesmo, pois não queria deixar o seu amigo sozinho.Quando começaram a escalar, os dois prometeram cuidar um do outro e,

mal sabiam eles que iriam precisar contar com essa promessa.Chegando à metade da geleira, viram o início de uma avalanche vindo

em sua direção. Sabendo que aquele lugar já tinha a rachadura, nem deu tempo de pensar e só gritaram.

David e Larissa não tinham muito que fazer e saíram correndo até a caverna gelada, com cuidado. Ficaram por lá até a avalanche terminar e, depois de se c o m u n i c a r e m p e l o r á d i o p e d i n d o a j u d a , conseguiram retornar em segurança.

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MARIA EDUARDA POR MARIA EDUARDAMaria Eduarda Santos Yamamura Fernandes

Quando eu estava no 5º ano eu já tinha feito a minha autobiografia, que fez parte de um livro, então não será assim tão difícil fazer esta redação.

Com 7 anos eu viajei para Pernambuco junto com a minha prima e a minha mãe. Eu cheguei lá em um resort muito legal. Eu amei!

Lá havia tantas coisas, mas tantas coisas legais que fica até cansativo eu contar aqui.

Ainda com 4 anos, eu viajei para Porto Seguro e quando eu cheguei no avião, eu disse bem alto, para todos ouvirem:

“- Mãe, eu acho que esse avião vai cair! Espera! Eu tenho certeza!”Quando ela olhou para os outros passageiros, quase todos eles estavam rezando.Até hoje eu dou risada disso!

A METAMORFOSEPedro Henrique Paulino Prates

No último dia de aula, todos estavam felizes, mas também estavam tristes porque sabiam que talvez nunca mais veriam os amigos de longa data. Ao tocar o sinal do meio-dia, todos caíram no choro! Eu fiquei muito feliz, pois daquele momento em diante era só relaxar nas férias de verão.

Infelizmente já estava pensando no 6º ano, com quais amigos eu ficaria, nos alunos novos e em como seria ficar com outros alunos maiores que eu.

As minhas férias foram bem incríveis: eu viajei para a França, Inglaterra e Escócia, mas na viagem eu não parava de pensar em como seria o novo 6º ano e nos meus amigos.

No meu último dia de férias, eu estava ansioso, animado e também muito feliz por poder rever meus amigos, mas também estava apreensivo por não saber como era o prédio e por não conhecer muito bem como era a rotina.

No primeiro dia de aulas, eu estava muito nervoso, não sabia quase nada sobre o funcionamento do prédio, mas fui me tranquilizando no decorrer

da aula.Dava para ver o nervosismo estampado no rosto de meus

amigos, mas quem diria que hoje, já bem adaptado ao 6º ano B, estou eu aqui, fazendo provas aos montes e isso tem sido

bem legal!O único problema é que já estou com uma

saudade imensa das férias.

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Professora Maria Inez F. de Jesus

Com o objetivo de diferenciar enredo de história nas narrativas ficcionais, os textos produzidos seguem uma sequência linear, com uma disposição cronológica, ou não linear, usando a inversão de ordem, com saltos no tempo, elipses e cortes, surpreendendo-nos pela criatividade.

Deixar que o outro se “apodere” da própria história ao narrar a sua história em 3ª pessoa do discurso ou contando a história do outro como se fosse ele próprio, narrando em 1ª pessoa um enredo que não foi vivido por ele mesmo, uma experiência que resultou em textos envolventes.

Perceber a poesia como meio de demonstrar a opinião de uma forma divertida ou sensível.

Criar narrativas de aventuras, usando o fantástico e a ficção, como dar características humanas a animais, e opinar sobre fatos atuais, como a crise hídrica em nosso estado.

osOs alunos dos 7 Anos homenageados deste ano conseguiram expressar os seus melhores sentimentos, emocionando-nos e enchendo-nos de alegria por descobrir talentos tão jovens e cheios de criatividade.

os7 Anos

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AMOR À PRIMEIRA VISTA?Beatriz Amaro Pinto Maioli Ferrigolli

Eram férias de verão e eu estava em nossa casa de praia, no Guarujá. Entretanto, por não ter nenhuma criança lá comigo, apenas a minha mãe, as férias não estavam assim tão divertidas. Fui reclamar com minha mãe e ela sugeriu que eu ligasse para o meu pai e pedisse a ele que trouxesse o meu amigo Robertinho, quando ele viesse, na sexta-feira. Meu pai disse que sem problema, que ligaria para os pais de Robertinho e que seria um prazer ter o garoto com a nossa família.

A sexta-feira chegou; eu estava muito ansioso; meu pai chegou e, qual não foi a surpresa, quando ele abriu a porta do carro e de lá saiu... o Claudinho!

Claudinho fora meu amigo quando tínhamos 6 anos e eu nunca mais tinha falado com ele desde então. Estudamos em escolas diferentes e, apesar da proximidade de nossas casas, não éramos mais tão amigos.

Meu pai explicou que o Robertinho havia viajado para o exterior e que ele decidira, então, convidar o Claudinho que, depois do consentimento dos pais, topou na hora vir com ele. Bom, eu não sabia muito como agir, mas decidi aproveitar a oportunidade para me reaproximar do antigo amigo.

No dia seguinte acordamos cedo e fomos à praia. Claudinho estava animado e não parava de falar que estava achando legal, divertido e blá, blá...

Chegando à praia foi correndo para o mar e eu também fui. Avistei meus amigos Patrick, Lola e Renan. Apresentei Claudinho a eles. Disse que era um amigo de infância. Percebi que Claudinho estava animado quando apresentei Patrick e Renan, mas quando apresentei Lola ele ficou tímido.

Perguntei-lhe se algo estava errado e ele disse que não, mas que achou Lola bem bonita e que estava caidinho por ela... Lá na praia combinamos de ir na sorveteria “Aquarela”. Já era noite e estávamos voltando para casa. Claudinho perguntou-me se poderíamos ir para a casa caminhando pela areia. Respondi que sim.

Percebi que estava rolando um clima entre eles, então eu, Patrick e Renan fomos ficando para trás, deixando-os sozinhos na frente, afinal ninguém merece ficar “de vela”. Avistamos a barraca do pastel e fomos lá comprar um; quando voltamos vimos o beijo de Claudinho e Lola.

Hoje já estou em São Paulo e combinei de comermos uma pizza aqui em casa. Virão o Patrick, o Renan, o Roberto, a Lola e o Claudinho porque agora somos melhores amigos. Claudinho e Lola estão completando um mês de namoro!!!

Aquela semana foi uma semana legal e romântica! De novas amizades. Seis melhores amigos.

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O CASO DO PRÉDIO CINZACarolina Ferreira de Sá

O inspetor Arruda recebeu um telefonema misterioso. A pessoa do outro lado da linha, uma voz de mulher, estava desesperada:

- Por favor, venha depressa. Uiii, acho que vou desmaiar...E, dizendo isso, a ligação foi interrompida... O inspetor ainda escutou o barulho de

alguma coisa... Pelo barulho, parecia... Algo caindo no chão? Oh, sim, e risadas. Desligou o telefone e foi até a central de telefonia da cidade, onde conseguiu localizar o endereço da pessoa que fizera aquele estranho telefonema.

Acompanhado do investigador Tavares, chegaram a um beco, onde havia dois prédios velhos.

O prédio da direita era um tanto residencial. Havia roupas estendidas nas janelas e as mesmas estavam fechadas, possivelmente por ser tarde da noite. Já o a esquerda causava um grande desconforto. Ele era de um tom cinza e todas as entradas visíveis estavam interditadas e lacradas. Provavelmente fora invadido por mendigos, mas agora estava deserto.

Inspetor Arruda e o detetive Tales resolveram dar uma olhada pelo beco (certos de que tinha sido um trote),quando escutaram um grito rouco que parecia vir do prédio da esquerda.

Correram e, depois de analisarem a entrada mais válida, arrombaram a porta. Os gritos não paravam e estavam cada vez mais altos! O detetive e o inspetor estavam arfantes, quando encontraram o local de onde vinham os gritos.

Observaram a porta e abriram-na. Lá dentro havia duas meninas, uma grandona, rindo e batendo na outra, e uma pequenininha, chorando de dor e de medo.

O detetive pegou sua arma de choque e eletrocutou a grandona. Então, levou as duas meninas para a delegacia.

Chegando lá, descobriram que aquilo fora uma cena de bullying e chamaram os pais das duas. Para a grandona, deram uma punição e um aviso aos pais, já a pequena foi aconselhada a procurar ajuda, se isso ocorresse novamente.

Depois desse dia difícil, todos foram para casa para terem uma boa noite de descanso.

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TUDO DEU CERTOVictoria Tiemi Chen Ninomiya

Numa pequena cidade do Reino Unido, na casa 23, rua True Love, morava a família Hall. A família era composta por Francis Hall, 59, o pai, loiro, de olhos castanhos; Sam, 8, o filho mais novo ruivo e baixinho; Carly, 10, a filha mais velha, loira, de olhos verdes como a água, e Lorena, 55, a mãe, ruiva, de olhos azuis. Além deles, também há o Bob, de 3 anos, o papagaio-cinza, com suas pernas cinzas como carvão.

No dia 23 de dezembro de 2014, todos eles estavam felizes, já que era véspera de Natal e cozinhavam pernil, arroz, peru, frutas, enfim, muitas comidas deliciosas, mas na casa da família estava faltando a farofa, então Hall e Lorena foram ao supermercado para comprarem .

Sam e Carly ficaram sozinhos e aprontaram todas! Quiseram montar as luzinhas de Natal, mas quando eles as ligaram na tomada, deu um curto e começou a pegar fogo na cortina. Eles ficaram desesperados e, quando seus pais chegaram com a farofa, viram o fogo. Eles jogaram o pacote de farofa e, logo em seguida, jogaram água e conseguiram apagar o fogo. Já era tarde, então a família foi dormir cada um em seu quarto e o Bob na sala.

Na madrugada, Bob começou a gritar, pois ainda tinha sobrado, uma faísca de fogo que começou a se expandir na cortina.

Com os gritos de Bob a família inteira acordou e conseguiu sair da casa a tempo. Sofreram intoxicação por fumaça, mas Bob não se feriu. Passaram a madrugada no hospital, só saíram às 9 da manhã de lá.

Eles passaram bem o Natal, sem a farofa. Bob, por ter salvado a família de Hall, foi presenteado com brinquedos novos, um balanço, um sino, um espelho e uma companhia feminina.

O papagaio virou bombeiro, mas as autoridades locais não permitiram que ele exercesse a sua nova profissão. Mesmo assim, ele ficou feliz, pois encontrou sua companhia! Ela se chama Raquel e juntos tiveram 2 filhotes: a Rabob e a Bobquel.

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MALDITAS PICADASVivian Negrini Portes de Almeida

Em 2011, quando eu tinha 7 anos de idade, fui viajar para Ilha Bela, junto com os meus pais.

Estávamos em um hotel. No nosso 3° dia de hospedagem, resolvemos aproveitar um pouco da piscina enorme que existia lá.

Assim que chegamos, resolvi dar um salto na piscina, mas no chão havia uma abelha pousada onde eu acabei pisando. Assim que senti o ferrão dela entrando no meu pé, dei um grito e caí “com tudo” na piscina.

Paguei o maior mico! Engoli muita água com cloro e, quando meu pai me puxou para cima, adivinha: havia “trilhões” de pessoas em volta de mim,

rindo e perguntando se eu estava bem. Sinceramente, esse fato estragou a minha viagem.

No último dia de viagem, por incrível que pareça, eu dei graças a Deus por estar indo embora, pois eu devia estar

também com umas 16 picadas de pernilongos e borrachudos.

Bom, esse foi um acontecimento em uma das viagens que já fiz na minha vida!

O COVEIROEduardo Jun Saeki Torres

Eu fui cavando, cavando, cavando, pois minha profissão – coveiro - era cavar. Mas na distração, percebi que cavei demais.

Tentei sair da cova; levantei o olhar e notei que não ia conseguir sair sem ajuda. Gritei, mas ninguém atendeu. Gritei mais forte, mas ninguém veio. Enlouqueci de gritar, cansei de esbravejar, desisti. Sentei-me no fundo da cova, desesperado.

A noite chegou, subiu, fez-se o silêncio das horas tardias. Bateu o frio da madrugada e, na noite escura, eu não ouvi nenhum ser humano, embora o cemitério estivesse cheio de pipilos e coaxares naturais dos matos. Só depois da meia noite eu ouvi uns passos. Deitado no fundo da cova, gritei.

Os passos se aproximaram e um senhor, embriagado, apareceu e perguntou-me:- O que há?Então, eu gritei desesperado:- Tire me daqui! Estou com um frio terrível!- Mas... coitado! - condoeu-se o bêbado - Tem toda razão de estar com frio! Alguém

tirou a terra de cima de você, meu pobre mortinho?E pegando a pá, se pôs a me cobrir cuidadosamente.

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LETRAS DE MACARRÃOGiovanna de Souza Leite

Ponho- me a escrever teu nomeCom letras de macarrão,

Pois assim acaba com o vazioQue mora no meu coração.

Seu nome me acalmaE me tira a razão

Quando eu escrevo o seu nomeCom caroços de mamão

Ao acordar pela manhã Vou para a cozinha e temUm bilhete no meu fogão

Dizendo-me que também ocupoUm lugar no seu coração

Para mim não há sentido É como viver sem razão

Porque você é a ladra Que roubou meu coração

DIA DE VERÃOFilipe Kenzo Marubayashi Kague

Tomava picolé, sentado na beira da praia,

céu azul bem bonito... na paisagem, nada atrapalhava.

As ondas quebravam uma a uma, eu estava só, na areia e na espuma;

Das ondas que cantavam só pra mim. Dia perfeito de verão.

Já estava escurecendo, todos se despedindo do velho mar,

até os barcos e os pescadores estavam voltando para o lar.

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COMO SER UM AMIGO PERFEITOLuísa Lopes de Azevedo

Hoje vamos aprender como ser um amigo perfeito. Siga a receita abaixo e seja um desses amigos que estão prontos quando precisamos deles.

INGREDIENTES3 xícaras (chá) de fidelidade1 colher (sopa) de companheirismo 4 xícaras (café) de amizade1 quilo de amor3 copos (americanos) de respeito3 fatias de sorrisos amigos7 copos (requeijão) de sinceridade

MODO DE PREPAROColoque todos os ingredientes, com cuidado para não esquecer nenhum, no

liquidificador e bata bem. Quando estiver líquido, coloque essa mistura em seu coração e você será o amigo perfeito.

Gostou da receita? Se não funcionar na primeira vez, tente novamente que, em alguma tentativa, funcionará.

MAGIA, SONHOS E AMIGOSCintia Sayuri Nozawa

Quem faz um poema, abre uma janela,a janela do saber, do conhecimento.

Quem entra nessa janela,conhece um mundo mágico, o da fantasia

Quem faz um poema, quebra barreiras,e faz um lugar de sonhos.

Um espaço só da imaginação.Todos podem entrar,

e deixar os sonhos os levar.

Quem faz um poema,coloca suas ideias em ação.

Quem faz um poema,faz amigos de montão.

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RECEITA PARA SE SER UM ÓTIMO JOGADORMateus Machado Soares Gonçalves

INGREDIENTES3 colheres (sopa) de responsabilidade1 litro de confiança3 gramas de chocolate2 colheres (sopa) de disciplina5 quilos de vontade10 quilos de habilidade1 pitada de malandragem

MODO DE PREPAROMisture a vontade, a habilidade, a disciplina e a responsabilidade. Coloque o

chocolate para derreter e depois, misture-os com a confiança. Unte a forma e leve ao forno por 30 minutos. Depois de tirar do forno, coloque a cobertura de chocolate. No final, salpique a pitadinha de malandragem.

ESTIMATIVA DE TEMPO DE PREPARO40 a 50 minutos

RESULTADOCom essa receita você se tornará um ótimo jogador; poderá se tornar um “Neymar”

da vida, mas nunca se esqueça de que o importante mesmo é gan… quer dizer, competir.

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CHUVA DE ARROZGustavo Foltran Umbehaun

Era uma tarde linda de março, perfeita para um casamento. E realmente houve um casamento, ou melhor, o casamento do meu pai e da minha mãe.

Tudo começou no salão de beleza. Minha mãe estava pronta, lindíssima, com tudo feito: cabelo, maquiagem e unhas, tudo que uma noiva merece, já estava até com o vestido, só aguardando o tio de um padrinho que a levaria para a igreja.

José era o nome dele, que adorava levar noivas às cerimônias, mas tinha um problema: ele só tinha visto minha mãe uma única vez, por este motivo, seria fácil confundi-la com outra noiva. E foi o que aconteceu.

A primeira noiva que José viu no salão pensou que fosse minha mãe e quis levá-la para o suposto casamento. Foi quando ela entrou no carro de seu motorista e José, inconformado, a seguiu. Coitado de José, só foi perceber que era a noiva errada quando chegou à igreja. Deprimido, foi para casa, sem contar nada para ninguém.

Desesperada, minha mãe pediu para ligarem para a igreja, mas meu pai disse “calma” (ela é estressadinha mesmo). “Com certeza José só atrasou 5 minutinhos”.

Mas meu primo Antonio, com seu Corsa duas portas, resolveu ver a situação, pois minha mãe já estava atrasada quarenta e cinco minutos. Quando chegou, ficou feliz em ser o primeiro a ver a noiva e a levou para o carro. No mesmo momento, o cabeleireiro teve um ataque, dizendo que noiva arrumada por ele não iria em carro duas portas.

Mas meu primo ameaçou chamar um táxi para levá-la e, na hora, o cabeleireiro mudou de ideia.

Enfim, estavam na porta da igreja meu avô, meu primo e minha mãe. Sem saber como arrumarem o vestido, jogaram-no para cima e ele caiu suavemente, quando abriram as portas.

Após o SIM dos noivos, era hora de cumprimentar os padrinhos. Minha mãe e minha avó ficaram presas. Vestido da avó no cabelo da mãe. E todos acharam lindo, mãe e filha, abraçadas daquele jeito, por um longo tempo.

Mas não parou por aí. Era hora da festa, todos tinham o mapa, menos um, meu tio Márcio e quem todos resolveram seguir? Afinal ele era o irmão da noiva. Só

que ele não fazia ideia de como chegar ao dito cujo salão.Deram voltas e voltas e nada de chegarem. Foi quando um dos

convidados percebeu que o caminho estava errado e, com o mapa em mãos, levou todos ao salão.

Quando chegaram, se depararam com os recém-casados, na porta do salão, preocupados com o

sumiço dos convidados.A f e s t a c o m e ç o u m a r a v i l h o s a , t o d o s

dançando e se divertindo, até o amanhecer de um novo dia.

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O DESAPARECIMENTO DE CRISTIANEArthur de Morais D'Elboux

Quando o dia amanheceu, Jonas e Carla abriram os olhos anunciando um delicioso despertar. Carla adiantou-se e, após o banho, preparou um delicioso café da manhã. Estavam tão felizes com a nova casa que não queriam estragar aquela primeira manhã.

Carla, novamente, adiantou-se e disse em voz alta:- Cristiane, o café está na mesa!Silêncio total.Carla tentou novamente;- Filha, acorde! Deixe de preguiça e desça para tomar o café conosco!Silêncio.Carla sentiu que alguma coisa estava errada, pois sempre ouviu a resposta da filha

pela manhã.Preocupada ela diz ao marido:- Que estranho! Por que será que ela não está respondendo?- Ora, querida! - disse Jonas sorridente - Ela só deve estar num sono profundo! Nada

mais! Daqui a pouco ela desce. Parece que você não conhece a nossa filha!- Não! Ela sempre me respondeu! - disse Carla com um ar de ansiedade e

nervosismo na voz. - Eu vou ver o que aconteceu.Conformado, ele diz:- Tudo bem! Tudo bem! Vou lá com você.Subiram as escadas rapidamente com o objetivo de acordar a filha logo, para que

ela pudesse aproveitar os primeiros dias de férias.Ao abrir a porta, eles têm uma surpresa.Cristiane não estava ali! Então Jonas e Carla entraram em pânico. Carla desceu as

escadas rapidamente, pegou o telefone e ligou para a polícia. Ela descreveu a filha, contou-lhes sobre seu desaparecimento e lhes pediu que fizessem uma busca.

Os policiais, Luís e Galego, chegaram rapidamente à casa e então começaram a procurá-la, mandaram outros policiais, junto com cães farejadores, fazerem uma busca pelas redondezas, mas não a encontraram.

Já estava começando a anoitecer, mas Luís e Galego não conseguiram um bom resultado. Os dois falaram que não a encontraram, mas prometeram que não iriam parar as buscas até encontrá-la.

O casal ficou preocupado e Carla chorou.Ao saírem da casa, a dupla de policiais percebeu que

passou um carro em alta velocidade, com homens mascarados, segurando armas. Galego e Luís entraram no carro de polícia e correram atrás deles.

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Luís dirigindo e Galego chamando reforços, mas, no meio da noite escura, Galego avistou uma garotinha desmaiada com o rosto semelhante ao de Cristiane deitada na beira da estrada.

Galego entrou em choque! Parecia que o tempo tinha parado. Não sabia se ajudava Luís ou se ia até Cristiane, mas, sem pensar, Galego atirou-se do carro, se ralou inteiro, fraturou um braço, mas a menina realmente era a Cristiane.

Do outro lado, Luís não podia parar a perseguição, embora estivesse preocupado com Galego. Os reforços chegaram e eles prenderam os bandidos.

Galego salvou Cristiane, mas ninguém sabia o porquê de ela ter sumido, nem mesmo Cristiane. O importante, entretanto, era que todos estavam bem.

Galego nem tanto, afinal se ralou inteiro e quebrou um braço.

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Entre poesia, narrativa fantástica, crônicas, narrativa de horror e texto de opinião, estes jovens usaram e abusaram dos gêneros imaginativos, jogos lúdicos, brincaram com os sentidos e com as texturas da linguagem. Perceberam acima de tudo, que na vida não há bem nem mal, não há vilão nem mocinhos, existem seres humanos vivendo suas experiências e fazendo as suas escolhas.

A compreensão mais profunda desta fase do indivíduo é a de que todo texto é um registro, um documento, uma prova cabal daquilo que se professa ou que se profere. Portanto, as produções textuais, sejam elas quais forem, precisam ser bem analisadas e concebidas.

Desfrutem.

“Não separe com tanta precisão os heróis dos vilões, cada qual de um lado, tudo muito bonitinho como nas experiências de química. Não há gente completamente boa nem gente completamente má, está tudo misturado e a separação é impossível. O mal está no próprio gênero humano, ninguém presta. Às vezes a gente melhora. Mas passa ... E que interessa o castigo ou o prêmio? ... Tudo muda tanto que a pessoa que pecou na véspera já não é a mesma a ser punida no dia seguinte.”

LYGIA FAGUNDES TELLES

Professora Maína Machado

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LEMBRANÇAS DE UM CIRCOMarcel Aguena Takano

Hoje levei meu filho Otávio ao circo pela primeira vez. Lembro-me da primeira vez que vim a este mesmo circo quando beirava a idade de meu filho. Foi uma sensação incrível: as cores, as acrobacias, os animais, as músicas, os palhaços e equilibristas, os mágicos e muitas outras coisas.

Também me lembro de que o espetáculo acontecia todo mês, porém não conseguia ir em todos, pois não conseguia dinheiro suficiente trabalhando na doceira de meu tio.

Porém, a magia acabou quando eu cresci. Percebi que os animais eram muito maltratados, que as pessoas de lá estavam ganhando muito pouco; que os palhaços não eram tão engraçados; que os truques de mágica eram armados e que um dos equilibristas morreu ano passado.

Mas, de repente, meus pensamentos foram interrompidos por uma risada feliz vinda do meu lado esquerdo. Quando fui ver, era meu filho maravilhado com tudo aquilo que estava acontecendo. Foi quando me dei conta de que a magia do circo não havia acabado totalmente, pois ela continuava com a felicidade do meu filho.

ABSURDOS DA II GUERRA MUNDIALFernanda Petean Ferreira

Já no século XXI, depois de 70 anos da Segunda Guerra Mundial, muitas pessoas ainda não se conformaram como uma pessoa conseguiu matar tantos indivíduos que tinham sua família e sua história de vida como qualquer um. Naquela época, essas pessoas, não apenas judeus, mas soldados da guerra, compartilhavam do mesmo medo: juntar-se aos mortos que a guerra feita por Hitler causou.

Em minha opinião, esse genocídio dos judeus foi um absurdo. Não acredito que um ser humano tenha consiguido chegar a este ponto tão sombrio: por desavenças religiosas, torturar e matar pessoas de uma forma tão insanamente escabrosa.

É triste, é desprezível, é repugnante A INTOLERÂNCIA.

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LIVROSRodrigo Santos Martines

Todo ano que eu ganhava um livro de presente, fosse no meu aniversário, no Natal ou no dia das crianças, já fazia cara feia: “Argh, um livro! Que chato! Por que não posso ganhar um presente mais útil e divertido‽”. Somente por pura educação, agradecia à pessoa e dava uma olhada no livro, mas minha cabeça só pensava em brinquedos.

Pensava que livros eram folhas de papel com palavras insignificantes e os adultos queriam que eu os lesse para “enriquecer o meu vocabulário” ou “ficar mais criativo”. Em minha opinião, uma coisa chata, que só ocupava espaço e o meu tempo.

Os anos foram passando e comecei a perceber que livros não eram “só papel”. Minha opinião havia mudado.

Agora penso que são ferramentas de aprendizado e que isso é algo bom. São diversão, me fazem rir e exploram minha imaginação e curiosidade; prendem-me em seu mundo, as personagens se tornam reais e tudo acontece bem em frente a mim.

Livros não são chatos. Cada um tem sua beleza e sua forma de encantar quem o lê. São mais que folhas de papel. São nossos companheiros em momentos de solidão e aquilo que mais nos deixa à vontade.

MUNDO REALJuliana Morais Alves

Quando eu era criança, achava que os super-heróis eram reais, que com um chamado eles viriam. Achava também que os vilões e seres folclóricos eram reais. Tinha medo do escuro; achava que bruxas eram reais e que se poderia comprar um carro com apenas 1 ou 5 reais; que poderia ter uma loja de carros no antigo móvel de minha avó. Achava que 2+2 era uma matemática difícil e que não poderia piorar e que a gramática era apenas saber ler e escrever o ABC.

Não imaginava o quanto estava errada sobre isto. Quando se é criança a imaginação não tem limites.

Super-heróis existem apenas em filmes, eles não virão ao nosso chamado. Vilões e seres folclóricos nunca vi, pois também não são reais. Bom, escuro

é uma coisa indiscutível: existem pessoas que têm medo de escuro até hoje. Bruxas não são reais. Com 5 reais hoje, no mundo real,

nem um carrinho de brinquedo se pode comprar. Sobre a gramática e a matemática, aprendi que só aumentam o grau

de dificuldade a cada ano que passa. Hoje, super-heróis tem outra face, seus superpoderes são sobreviver

honestamente em meio de tanta exploração que há no mundo.

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OPINIÃOIzabela Hiromi Kague

Quando eu tinha meus cinco, seis anos não me importava com o que as pessoas pensavam sobre mim, o que era bom, mas às vezes nem tanto. Houve uma vez que eu cortei meu cabelo bem curtinho e um menino riu, só que eu nem dei bola, e ele não falou mais nada.

Meus pais também me falam que eu perguntava muitas coisas para os meus vizinhos quando nos encontrávamos no elevador. Fazia perguntas como “quem é você?”, “qual seu nome?”, “quantos anos você tem?”, “você tem filho?”. E perguntava novamente as mesmas coisas para as mesmas pessoas se as encontrasse de novo. Teve uma vez, que uma senhora estava no elevador e eu perguntei se ela usava dentadura! Eu não lembro a resposta, mas sei que ela deve ter me achado estranha, até porque, que criança pergunta isso?

Eu não me importava com a opinião que as pessoas tinham de mim e, às vezes, acabava sendo julgada como intrometida demais. Daí, eu passei a pensar duas ou mais vezes antes de fazer ou falar algo, e isso acabava me atrapalhando também. Agora eu me importo: a opinião alheia me pesa nos ombros e dói.

Será que crescer é mesmo isso? Viver pela opinião alheia e perder a espontaneidade? Evitar conhecer as pessoas mais intimamente? Às vezes penso que crescemos ao contrário. Algo a que se tivéssemos que dar um nome, seria “o avesso da sabedoria”.

O escuro que teme o medo de tantos, apenas o escuro da alma presente nos medos, angústias e depressões. A matemática ficou cada vez mais difícil na relação de entender a soma do dinheiro desviado dos cofres públicos com tamanha desonestidade e o folclore real é acreditar em governantes corretos com tantas palavras esperançosas e nenhuma atitude honesta que possa mudar algo.

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HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS NO BRASILCaio Lopes Wakai

No Brasil, como em outros países, existem pessoas portadoras de vários tipos de doenças mentais, e a verdade é que muitas pessoas não sabem o que acontece dentro de hospitais psiquiátricos, qual é a realidade das pessoas que vivem lá. São tratadas com atitudes desumanas; são tratadas como animais.

Reportagens recentes mostram o dia a dia das pessoas que moram nos atuais “manicômios”. Nesses lugares, a vida é precária, não há colchões, comida nem roupas para os doentes. O diretor afirma que é precário porque o governo não fornece dinheiro suficiente, mas a verdade é que se isso continuar, essas pessoas vão começar a ser vistas como erros, quando são pessoas como nós.

A verdade é que as pessoas que nascem assim deveriam ser tratadas de forma muito melhor, pois são tão importantes quanto as ditas normais numa sociedade tão doente de alma como a nossa que permite que isto aconteça a um semelhante.

Uma das formas de ajudar seria ter mais hospitais especializados, mas que possuíssem condições mínimas de salubridade, com qualidade de atendimento, mais enfermeiros e psicólogos, mais humanidade enfim.

SHOW DE HORRORESLucas Monacelli Cípullo

Cenário: Hospital psiquiátrico público no Brasil.Personagens: Aqueles que nasceram com uma enfermidade mental ou que

adquiriram ao longo da vida uma resistência à sanidade psicológica. Enfermeiros mal pagos. Dirigentes mal orientados ou desinteressados em melhorias.

As pessoas são tratadas como animais, e em minha opinião, nenhum animal merece ser tratado dessa maneira. Acho que um governo tem que ser muito medíocre para permitir que exista um local onde pessoas que precisam de um tratamento especializado cheguem ao ponto de comer animais e fezes ou até mesmo morrer de

frio.Muitas pessoas foram enganadas, já que viram somente a fachada do

hospital, mas não sabem o que acontece lá dentro; como se já não bastasse o sofrimento diário, alguns são obrigados a

trabalhar em troca de café.Essas pessoas podem até ter distúrbios, mas elas não deixam de ser seres humanos. Para mim, todos os

funcionários desses locais têm que ser presos e tratados da mesma maneira com que eles

tratavam os doentes.

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Muitas pessoas acham que os culpados são os familiares, mas eles estão corretos em internar a pessoa doente, pois existe um ponto em que o estado da pessoa está tão crítico que é inevitável que ela seja internada. É uma situação tão calamitosa, que um texto que era para ser de opinião, pode até ser considerado agora uma narrativa de horror.

OS HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOSGabriel Arruda Puig de Moura

Ultimamente, funcionários de redes públicas em clínicas psiquiátricas vêm cometendo os mesmos delitos que nossos governantes: além de cometerem desvios de verba pública, não prestam a devida atenção aos pacientes. Os hospitais estão em condições precárias; fala-se até em um holocausto brasileiro por assemelhar-se ao cenário homônimo.

Essas precariedades em hospitais psiquiátricos refletem um país não apenas em crise, mas uma humanidade em crise. Fezes espalhadas pelo chão, pacientes morrendo de frio e pouquíssimos funcionários para muita demanda de trabalho. Este é o fatídico cenário de uma peça de teatro em cartaz nada engraçada ou cativante: Manicômios, o retorno.

Em minha modesta opinião, de um garoto do oitavo ano, posso estar sendo até muito ingênuo e simplista, mas não bastaria ter ao menos um pouco de bom senso com essas pessoas que já sofrem demais por serem diferentes?

Uma forma de contornar este problema seria a das leis trabalhistas com relação a estes funcionários, e o estímulo à denúncia dos atos de corrupção, exploratórios e desumanos nesses locais que deveriam ser estruturados com o máximo de cuidado e zelo.

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A VERDADE SOBRE HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOSHelena Micucci Pires Amaral

No Brasil, nós pensamos que um hospital psiquiátrico é um lugar de confiança e que podemos contar com os médicos e enfermeiros para cuidarem de amigos e familiares com deficiências mentais, mas nem todo hospital psiquiátrico é assim. No Hospital São Vicente de Paula, em Taguatinga – DF, os pacientes são tratados como nos manicômios antigos e sem supervisão alguma.

A causa para esse acontecimento é bem simples: algum superior do hospital ganha dinheiro em cima do sofrimento dos pacientes, permitindo que eles briguem entre si, perambulem pelo hospital com roupas rasgadas ou seminus, pois assim, o superior recebe o dinheiro dos responsáveis pelo paciente, mas não investe nem em muitos enfermeiros ou empregados, nem na manutenção do ambiente.

É inaceitável que uma pessoa durma bem durante à noite, sabendo que existem deficientes intelectuais sofrendo em um hospital para o indivíduo ganhar dinheiro. É inaceitável que façam um paciente sofrer, enquanto o responsável por ele acha que tudo está bem, já que dependendo do nível de deficiência é perigoso que o paciente tenha um tratamento qualquer.

Para pararmos esses hospitais, precisamos que o governo preste mais atenção aos lugares em que o dinheiro é investido e que os responsáveis conheçam bem o hospital antes de internar o paciente.

OS CUIDADOS PÚBLICOS NO BRASILSthefany Mika Uno

Atendimentos públicos hoje em dia são bem precários e não conseguem atingir a grande quantidade de pessoas que precisa deles. Esses lugares públicos recebem uma grande quantidade de dinheiro do governo para reparos internos e equipamentos, mas aparentemente, grande parte do dinheiro é desviada e o que mais me incomoda é que as pessoas que roubam esse dinheiro sempre negam e dizem que o

dinheiro é utilizado para cuidados do local.O que pode causar essa situação precária é o desvio de dinheiro. Eu

acho que uma coisa que também está envolvida é a vontade dos funcionários de trabalhar, porque quando se está fazendo algo, tem uma diferença enorme se a pessoa está com

vontade ou não.Eu acho muito triste essa situação das mães

acharem que estão deixando os filhos em boas mãos, mas elas os estão deixando nas mãos de

pessoas que os maltratam.

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Em minha opinião, uma solução possível seria um investimento maior no funcionário, por exemplo, oferecer cursos e benefícios, pois quando uma pessoa está satisfeita, o desempenho do funcionário é maior e a qualidade do trabalho é melhor.

A CHATA VIDA DE ADULTODhaiany Silva Fiel

Os adultos acordam, colocam aquelas roupas chiques e correm para pegar o trem. Sinto saudades de quando acordava, tirava o pijama, e ia correr para chamar os outros moleques, corria atrás da bola e de todas as outras brincadeiras de criança.

Sinto saudades de quando ligava a TV e ia assistir aos desenhos com meu avô. Hoje, ligo a televisão e tenho vontade de desligá-la. É tanta desgraça, tantos problemas sociais e políticos!...

Passou o tempo de contar moedas para comprar balinhas e outros doces. Hoje são contas a pagar e tive que aceitar que não se pode comprar tudo com R$ 1,00.

Ah! Naquela época até gostar de alguém era mais fácil! Não se via cara nem cor; bastava sentar ao lado que o coração acelerava.

As pessoas crescem e a inocência vai embora. As coisas que eram importantes vão perdendo seu valor e vão sendo substituídas por coisas de adulto, as chatas coisas de adulto.

Ainda hoje, as crianças querem crescer logo. Isto sim é inocência!

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NUNCA É TARDE PARA O AMORMariana Romero do Valle

Meu nome é Molly e hoje tenho 30 anos. Fui adotada quando tinha 7 anos por uma família formada por uma mulher (minha mãe), um homem (meu pai) e duas crianças (meus irmãos).

No dia em que fui adotada senti extrema felicidade, pois pensava que de agora em diante eu teria uma casa, pais e irmãos que me acolheriam.

Logo percebi que essa não era a realidade... Eles me tratavam como uma estranha que morava em sua casa; eu nunca conseguia me integrar a eles.

Eu tinha meu próprio quarto que ficava de frente para o quintal, de onde podia observar os anões de pedra organizados em círculo na grama. Ali era onde eu passava a maior parte do tempo. Antes de minha chegada, aquele era o quarto dos hóspedes, o que fazia me sentir mais ainda como uma visitante.

Todos os dias era a mesma rotina; acordava, ia pra escola, voltava pra casa, me trancava no quarto e ali passava o resto do dia.

Minha maior diversão era observar os anões e imaginar histórias sobre eles. A principal delas era a de que os quatro anões que formavam o círculo de pedra eram papai, mamãe e meus irmãos, já eu era o patinho de cerâmica que ficava do lado da ciranda apenas observando a sintonia dos outros.

Esse passou a ser meu maior hobby e também o meu martírio. O patinho de cerâmica nunca iria entrar na roda de pedra; seus mundos eram diferentes.

Quando não estava criando histórias sobre os anões, eu observava meus irmãos brincando do lado de fora acompanhados dos meus pais..

Queria aquela sintonia toda, aquela felicidade que não conseguia entender. Durante a noite eu sonhava com o patinho dentro da ciranda dos anões.Uma noite acordei tão atordoada que fui até o quintal colocar a ave no círculo de

pedras, mas não consegui porque ele estava ligado à terra por uma estaca de ferro, então comecei a chorar. Meus pais me tiraram de lá e eu dormi novamente.

Isso seguiu até o dia em que me mudei para uma casa que eu aluguei. Foi então que eu me senti mais sozinha e comecei a olhar o mundo de uma forma diferente.

Percebi que eu não queria me juntar a minha família, brincar com meus irmãos e amar meus pais. Me arrependi. Lembrei de todos os

momentos que fiquei trancada no meu quarto que eu poderia ter passado com eles, todos os sentimentos que eu

poderia ter vivido. Foi assim que senti um vazio dentro de mim, algo que precisava ser preenchido.

Voltei à casa dos meus pais. Quando eles abriram a porta e sorriram para mim, o vazio foi

preenchido.

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HOSPITAIS DOENTES DE QUALIDADEBeatriz Lehoczki Boneto

A precariedade da saúde brasileira alcança até os hospitais psiquiátricos, responsáveis pelos deficientes mentais. A preocupação dos profissionais está relacionada à fachada: pintura impecável e um local arborizado que se opõe e escondem a situação encontrada do lado de dentro: pacientes passando frio, fome e sofrendo maus tratos dos próprios enfermeiros.

Os profissionais não entendem que estão lidando com pessoas e não com animais. Pessoas morrem e pioram ao invés de melhorar, enquanto seus parentes acreditam terem deixando-os em boas mãos.

Certamente as boas condições desses hospitais continuam a desejar devido a falta de fiscalização das autoridades e de uma boa administração. Acredita-se que melhoras não aconteçam, porque, como sempre, o governo fecha os olhos ou nem mesmo interessa-se por mais uma problemática da sociedade e continua jogando dinheiro fora, dando-o para estas instituições que os utilizam de forma errada.

A problemática apresentada poderia ser solucionada com a criação de leis e de um órgão público responsável por fiscalizar o cumprimento das mesmas, punindo e fechando instituições fora da lei e com alto nível de precariedade, que não forneçam o necessário aos pacientes.

Voltei à casa dos meus pais. Quando eles abriram a porta e sorriram para mim, o vazio foi preenchido.

Nos abraçamos fortemente, choramos e vivemos aquele momento juntos.Nunca é tarde para se arrepender. Nunca é tarde para se consertar. Nunca é tarde

para um patinho juntar-se aos anões.

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A CASA DE MADEIRAAline Cristina de Souza Garcia

Nas noites escuras de minha infância, quando tinha mais ou menos cinco anos, em frente à janela do meu quarto havia uma casa. Ela me causava arrepios, pois era de madeira e caía aos pedaços.

Na calada da noite, antes de dormir, olhava pela janela e percebia que não era só eu que olhava para ela. Também havia um homem naquela casa em frente que encarava a rua escura e vazia com seus olhos frios e igualmente vazios.

O que me causava estranheza era que não era apenas um dia e sim todos os dias no mesmo horário. Porém, quando saía de manhã com minha mãe, não havia nem sinal de vida naquela espelunca. Foi assim durante dias, até que vi o mesmo rapaz da janela vindo em direção à minha humilde residência. Com medo, choraminguei, mas continuei observando-o. Jogou algo embaixo da porta e se afastou indo embora. Alguns meses depois, reparei que o sujeito nunca mais aparecera.

Minha vida seguiu normalmente. Cresci, amadureci, terminei a escola e a faculdade de jornalismo. Comecei a trabalhar em uma grande emissora e fui convocada para cobrir uma matéria sobre uma empresa que se tornara uma sensação mundial em poucos anos. Quando fui encontrar o dono dela, percebi que era o mesmo moço que via todas as noites pela janela. Em sua entrevista, relatou que após seus pais morrerem, voltava ao sobrado de madeira em que eles moravam, todos os dias no mesmo horário para relembrar, olhando por sobre o parapeito, como fazia quando criança, esperando seu pai chegar. Até que um dia, lembrou que seu pai queria que ele montasse uma empresa quando crescesse e decidiu que honraria seu desejo. Montou uma microempresa com o dinheiro da herança e para divulgá-la, deixava folhetos embaixo das portas da vizinhança. Sua empresa cresceu rapidamente e logo se, desapegou da casa, mas não a vendeu, pois queria guardar seu pai e sua mãe na memória e no coração.

Hoje percebo que meu medo repercutiu na clausura social que me afastou deste homem. O medo de um mundo tão violento impediu-me de conhecer a mim mesma e

aos outros. Algo muito intrínseco da minha identidade poderia ter sido revelado, se eu tivesse dado oportunidade àquele homem que na minha

infância me dava medo, de ter entrado na minha vida como agora eu fiz fazendo dele meu marido e melhor amigo.

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LYGIA FAGUNDES TELLES

Professora Maína Machado

osOs alunos dos 9 Anos estão nos primórdios das ideias dissertativas, estão visitando aquele lugar que dá acesso apenas à racionalidade. Estão aprendendo a opinarem sem serem pessoais, tarefa dificílima para estes jovens que estão acostumados a usarem o tom de voz e não as concepções e análises racionais da vida para colocarem seus argumentos. Mas, eles são bravos guerreiros e fantásticos aprendizes, interessados e aplicados, estão sabendo trabalhar bem as impetuosidades do verbo regido por um ego ainda em formação.

Um mergulho nas temáticas mais complexas da sociedade, já despedindo-se das narrativas em que deixavam a imaginação correr solta, eis o que estes “duendes” textuais vos aprontaram, desfrutem.

“Mas hoje minha face lúcida acordou antes da outra e está me vigiando com seu olho gelado. Vamos – diz ela – nada de convulsões, sei que você é da família dos possessos, mas não escreva como uma possessa, fale em voz baixa, sem exageros, calmamente.”

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EDUCAÇÃO É A BASEVitória Aranha de Medeiros

Desde pequena a menina é instruída a não mostrar seu corpo e a não andar desacompanhada, enquanto o menino não recebe a mesma restrição. Com o desenvolvimento dessa mentalidade, ao virarem adultos, os homens sentem maior liberdade em relação às mulheres, que aprenderam a ter medo e a se proteger. As agressões contra o sexo feminino, portanto, não cessam devido à forma como os gêneros são educados já na infância.

A violência contra a mulher, constante na sociedade, faz com que ela se sinta vulnerável e coloca o homem em uma posição superior. Esse é mais um exemplo de desigualdade entre os gêneros, não baseada em fundamentos concretos.

A igualdade entre sexos não é tão pregada nas escolas quanto deveria, pois é nesse período que as pessoas adquirem o pensamento de diferença entre homens e mulheres, o que causa problemas futuros. Tendo isso em vista, a solução é um reajuste no s i s t e m a e d u c a c i o n a l fo c a d o n a p r e p a ra ç ã o d o s profissionais envolvidos, fazendo com que eles estabeleçam uma relação igualitária entre as meninas e os meninos.

Assim, eles cresceriam tratando-se com um maior respeito, evitando as agressões.

A PERSISTÊNCIA DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NA FAMÍLIA BRASILEIRALaura Santos Rivera

A população e a mídia dizem que as mulheres estão ganhando mais espaço, porém estatísticas mostram que isso não é verdade. Mulheres ainda ganham 30% menos que homens no mesmo cargo, além dos assédios e abusos que sofrem.

Muitas mulheres são agredidas pelos seus maridos, por eles terem medo de perder o respeito e o controle que têm sobre elas, e de elas se tornarem mais poderosas do que eles. Porém, as mulheres estão ganhando coragem para denunciar as agressões, pois, de acordo com as estatísticas, as denúncias aumentaram.

Uma solução é acabar com a desigualdade salarial e mudar a cabeça das pessoas, pois os pais ainda criam filhas e filhos de formas diferentes. Pode-se dizer que a sociedade é machista, mas se começarem a tratar as mulheres e homens de forma igual desde crianças, se educarem meninos e meninas no intuito de valorizarem a igualdade, os abusos parariam de acontecer e a sociedade se tornaria melhor.

É preciso mexer na base, para que o topo se transforme. Campanhas publicitárias, leis, delegacias e disque denúncias são paliativos para um problema que precisa ser transformado no núcleo da sociedade: o ambiente familiar.

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CONSCIÊNCIA CONTRA O ESCRAVISMORodrigo Volpe Baistin

A escravidão tradicional do século XIX, na qual pessoas eram propriedade de quem tivesse mais capital, foi substituída, nos dias de hoje, pela exploração econômica e pela dependência financeira baseada em dívidas. Tais condições são a realidade de muitos trabalhadores não regularizados no Brasil, aos quais foram feitas falsas promessas e apresentados acordos enganosos.

Pode-se afirmar que o fato da maioria desses trabalhadores pertencerem a classes sociais mais baixas consequentemente, tendo menos acesso à cultura e às informações sobre o trabalho regularizado, está conectado ao porquê deles serem enganados tão facilmente, além da diminuição na oferta de emprego, que os fazem ter menos opções.

Uma possível solução para esta problemática seria o governo, por meio de investimentos à indústria, criar mais empregos regularizados e de baixa qualificação, enquanto promove a conscientização para a escravidão contemporânea através de campanhas informativas e do aumento nas buscas a empregadores desonestos.

Utilizando-se de tal solução, a oferta de emprego seria aumentada, dando mais opções aos trabalhadores de baixa qualificação, e ocorreria a diminuição dos empregadores desonestos causada pela maior conscientização geral da população e pelo maior número de apreensões desse tipo de criminosos.

No momento em que todos tiverem consciência dos acordos enganosos e falsas promessas, e como estes levam o trabalhador à exploração econômica e ao endividamento, a escravidão moderna não terá mais meios para acontecer.

ESCRAVIDÃO CONTEMPORÂNEA EXTENSIVATiffany Ramirez Ruiz

Embora a escravidão seja um ato abolido há muito tempo pela lei Áurea, continua, infelizmente, presente inserida na sociedade atual e está cada vez mais em ascensão.

A problemática atual seria a ausência do tratamento digno e as más condições de trabalho a funcionários, ou seja, a exploração econômica.

O sistema capitalista no qual estamos inseridos atualmente colabora para que o governo não tome nenhuma iniciativa para

diminuir os casos desses abusos; outra causa, seria o aumento das empresas que querem lucrar sem se

preocupar com seus funcionários e remunerá-los contratando, por exemplo, mão de obra barata

como a de trabalhadores bolivianos para colaborarem na produção a favor da empresa.

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Pode-se afirmar que esses funcionários recebem baixos salários, como ocorre nas linhas de produção da marca Zara (a empresa de roupas contrata outra menor para contribuir na produção por meio ilegal com a ajuda desses bolivianos.).

Nota-se que atualmente a escravidão está tanto no setor rural como no setor urbano onde o trabalhador se encontra em péssimas condições de atuação. Ainda são contratados os chamados “candangos”, migrantes nordestinos e nortistas que fogem de condições de escassez para trabalharem nas lavouras de monocultura extensiva, onde, além de se explorar os recursos da terra, exploram-se os recursos físicos, psicológicos e a dignidade dos trabalhadores.

Uma possível solução para essa problemática seria incentivar o governo a criar fortes campanhas para estimular a população a denunciar casos de exploração econômica. Com isso, o número de pessoas exploradas diminuiria e as condições de trabalho melhorariam ao longo dos anos.

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHERPedro Yanaze

A violência contra a mulher ainda ocorre em pleno século XXI, e com muita intensidade. Entre 2012 e 2015, o índice de assassinatos de mulheres cresceu 40%. O problema é mundial e autoridades criam projetos e leis, que muitas vezes não resultam em nada. O governo brasileiro já tentou fazer algumas leis que não solucionaram o problema, como a Lei Maria da Penha; já tentou criar “Disque Denúncia” e até delegacias só para mulheres, porém não foram eficazes. O fato é que nenhuma lei até hoje, amedrontou ou ameaçou os agressores.

Não é só a violência física que ocorre contra as mulheres. Existem os abusos sexuais e os assédios morais. Estatísticas apontam que uma a cada dez mulheres são vítimas de abusos sexuais todos os dias no metrô brasileiro. Por outro lado, 70% dos cargos administrativos mais importantes das empresas são ocupadas por mulheres, que continuam ganhando 30% menos do que os homens.

Esse assunto é muito discutido em escolas e até em casa, tendo atenção redobrada quando se fala aos garotos, pois é bem mais fácil ensinar meninos a respeitarem o sexo oposto, visando assim à diminuição dos números de estupros e outros assédios praticados por homens atualmente.

Uma solução possível que termine de fato com essa violência é a criação de um Ministério especialista no combate à violência contra a mulher. Todos os membros seriam do sexo feminino, já que poderiam criar leis para protegê-las e punições justas.

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A PERSISTÊNCIA DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHERLívia Namie Kashiura Otsuka

Feminismo: um movimento social que acredita na igualdade politica e social dos gêneros. Francamente, todas as mulheres deveriam saber o significado dessa palavra. Todas deveriam levar a sério esse termo. As mulheres não deveriam ficar caladas, pois com isso estão “alimentando” o machismo. Desde as épocas mais antigas, as mulheres foram levadas a acreditar que são donas de casa. A própria

sociedade nos ensina o que é “coisa de menino” e “coisa de menina”: brinquedos das meninas são cozinhas e panelas; os brinquedos dos

meninos são carrinhos e games. Todos os dias, milhares de mulheres sofrem assédios, sejam eles sexuais ou morais. Ser feminista

não é odiar os homens; ser feminista é querer igualdade social, é querer poder andar de short curto (até porque

comprimento de roupa não define caráter) sem sofrer abusos morais; é trabalhar no mesmo cargo do

homem e ganhar o mesmo salário. Violência doméstica, estupro, a lista de atrocidades é

imensa e isso, sem dúvida, é muito triste.

ESPERANÇA TRAIÇOEIRACarlos Akio Yonamine

Embora a escravidão tenha sido abolida na época do Brasil colônia, o trabalho “forçado” ainda permanece existente, muitas vezes “mascarado”, no qual os empregadores podem alegar a existência de dívidas não pagas pelos funcionários.

Pode-se afirmar que, em alguns casos, a escravidão moderna é causada pelas grandes diferenças sociais, problema no qual pessoas de classes baixas são, após muito tempo de procura por uma oportunidade, atraídas por falsas promessas. Além do que já foi citado, há também a escassa fiscalização e a não divulgação da escravidão atual. O cenário é bastante alarmante quando o trabalhador está exposto a situações que agridem sua saúde

Para amenizar o problema, seria necessário investir na divulgação das atitudes exploratórias dos empregadores e na fiscalização de locais de escravização. Leis trabalhistas rígidas não bastam se não são divulgadas e se não são policiadas. Com a prática das medidas propostas, menos pessoas seriam atraídas por falsas promessas e mais locais com “escravos” seriam interditados e fechados. A salubridade tanto física quanto mental dos trabalhadores é o que faz o diferencial de um bom produto e não o sangue e o suor derramado na linha de produção.

Mesmo sendo difícil verificar todos os locais “suspeitos”, quanto mais empenho da população e das autoridades houver, menos vítimas serão feitas.

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Não adianta tentar mudar a mente dos adultos, cuja opinião já está formada. Vamos começar pelos jovens, em casa, ensinando os valores de respeito à mulher esteja onde estiver.

O governo já criou muitas formas de tentar solucionar o problema, mesmo assim não fez tanta diferença. É necessário tomar alguma atitude, como nunca se calar diante o machismo. Campanhas publicitárias para divulgar que elas não estão sozinhas, o número da delegacia da mulher tem que estar gravado na memória. Várias vítimas deixam de denunciar porque têm medo, mas não podem ficar sorrindo como se o mundo fosse perfeito. Porque não é!

Isso seria eficaz para as próximas gerações que teriam em mente que é importante respeitar a todos inclusive a mulher, que não serve só para “pilotar fogão”, pra ser submissa; que elas têm vontade própria e não prestam apenas para cozinhar, passar e lavar. Com isso, elas poderão ver melhor a cidade, sem uma preocupação a cada esquina, se aparecerá alguém para assediar ou matar pelo simples fato de ser mulher. Todos devem ser respeitados, não importa quem, onde ou quando; queremos ter o orgulho de falar que tanto nosso país como o mundo e a sociedade respeita todos os gêneros de forma justa.

ATÉ QUE PONTO É HUMOR?André Kiyoshi Miyahara

Muitos humoristas brasileiros vêm sofrendo processos judiciais e isso nos leva à discussão de qual seria o limite do humor, se todo humor tem uma vítima e se existe humor em que ninguém seja o “alvo”. Um caso recente e polêmico é o do humorista Rafinha Bastos, que sofreu um processo por fazer piadas usando pessoas excepcionais como alvo. Uma das possíveis causas desses humoristas estarem sofrendo tantos processos judiciais está exatamente na ignorância ou negligência aos limites do humor. Alguns desses humoristas alegam que para haver humor, é necessário que se tenha um alvo para acertar. Ou seja, há sempre uma vítima. Mas, há em contrapartida humoristas que conseguem fazer o público rir sem ofender ninguém, nomearam isso de humor inteligente.

Campanhas publicitárias seriam uma forma de conscientizar a população. Nelas, seriam apresentadas discussões sobre direitos no humor que o delimitariam. Através do debate e da troca de ideias é que se podem mudar os conceitos enraizados na mentalidade humana.

A risada libera endorfina, faz uma pessoa sentir-se bem, o humor é positivo para a sociedade, todavia, é necessário que se saiba o seu limite e seu uso positivo, ou seja, criar para ele uma forma em que todos de fato, saiam rindo.

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ESCRAVIDÃO NA ATUALIDADEFlávia Misawa Hama

A escravidão no Brasil foi abolida em 1888, porém continua sendo uma prática presente no país até hoje. Diferentemente desta data longínqua em que havia a

compra e venda de pessoas, atualmente a exploração se dá de outra forma; trata-se da exploração econômica do trabalhador, que desrespeita os

direitos humanos e trabalhistas por sobrecarregar o empregado injustamente e torná-lo refém das condições de trabalho.

A escravidão moderna, na maior parte dos casos, acaba o c o r r e n d o d ev i d o a s i t u a ç õ e s d e m i s é r i a , c o m o

endividamento ou a impossibilidade da obtenção de trabalhos com melhores condições, levando

pessoas a se sujeitarem a trabalhos abusivos. Este cenário está construído tanto nos grandes

centros urbanos como nas zonas rurais.

VIOLÊNCIA ZEROAmanda Lima Stricagnolo

A violência contra a mulher tem aumentado. As notícias de agressões físicas, psicológicas e sexuais são constantes. Essa violência está ligada à classe, etnia, gênero e poder. Aos homens sempre couberam as atividades consideradas nobres, enquanto às mulheres cabia apenas cuidar das atividades domésticas. Apesar do progresso e da valorização maior da mulher, o problema ainda é grande.

Uma a cada três mulheres é vítima de agressão no Brasil. Isso acontece por ciúme dos cônjuges, alcoolismo, machismo, pela baixa autoestima das mulheres e pelo medo de denunciarem seus agressores. As estatísticas nos países em que a submissão da mulher é uma questão cultural são ainda piores.

O problema precisa ser solucionado o quanto antes. Em primeiro lugar, o tema tem que ser tratado tanto nas escolas, quanto nas famílias e os jovens devem ser educados para ver as mulheres como semelhantes e não como seres inferiores. Ao mesmo tempo, é necessário zelar pela aplicação severa das leis de proteção já vigentes como a Lei Maria da Penha, garantindo segurança às vítimas que procuram delegacias especializadas. O universo feminino precisa aumentar a sua voz e fazer-se ouvido.

Além das medidas legislativas e políticas, a maior delas deve ser a educacional. As famílias precisam mudar suas posturas diante deste quadro e dialogarem mais sobre isso. Pois é, desde criança que se aprende e com o governo ao lado da mulher e ela acreditando em si mesma, na sua coragem e no seu poder, essa situação melhorará.

Assim, o Brasil obterá uma população digna, com homens que respeitam mulheres e com mulheres que se respeitam.

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Devido à escravidão atualmente ocorrer de forma menos explícita, muitos acabam não a identificando em seu meio de trabalho, impedindo que denunciem os casos de exploração. Portanto, a utilização de campanhas publicitárias que informem a população sobre as características de um trabalho escravo e que incentivem a denúncia ajudaria a diminuir os casos.

É necessário também o aumento da fiscalização assim como a punição e o confisco de produtos que utilizem mão de obra escrava. A escravidão é uma prática ainda presente no Brasil e no mundo que deve ser erradicada através de um conjunto de medidas como o incentivo à denúncia de casos e da punição daqueles que a praticam. Calar-se diante destes casos é consentir que este crime se perpetue até quando? Qual a cara dos abolicionistas modernos? Estes não têm cara, têm atitude. A denúncia e a procura pelos direitos da população é sempre a melhor arma.

ESCRAVIDÃO MODERNA NO BRASILKarina Yuri Valente Watanabe

Ainda hoje no Brasil, existe a escravidão, porém não mais como no período colonial; atualmente ela acontece mascarada como ofertas de emprego que à primeira vista parecem vantajosas. Promessas de grandes salários, acomodações confortáveis, promoções. Mas, ao se depararem com a realidade, os trabalhadores ludibriados vivem uma situação de precariedade e escassez por vezes pior que as que abandonaram.

Tais casos acontecem principalmente com trabalhadores das regiões Norte e Nordeste, e os afetados são pessoas de camadas sociais mais humildes, que aceitam esses trabalhos na esperança de dar uma vida melhor para suas famílias, mas acabam nessa situação, por vezes sem volta, pois o trabalhador fica endividado e tem que trabalhar muito para saldar suas dívidas.

Para que esses acontecimentos tenham menos frequência ou até mesmo deixem de existir, são necessárias leis com punições mais severas, uma maior fiscalização do governo e também a conscientização das pessoas de que isso é um crime grave que vai contra os direitos humanos e de que a Lei Áurea, assinada em 1888, abolia a escravidão e decretava o fim do direito de propriedade de uma pessoa sobre a outra.

Todos têm o direito de saber que não devem se submeter a tal situação e que calar-se perante a exploração também é um ato de violência contra si mesmo. Por isso, órgãos de denúncia anônima para tais casos também deveriam existir para erradicarmos de vez essa escravidão travestida de oportunidade de emprego.

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O RECORRENTE DESRESPEITO CONTRA A MULHERVinicius Lopes de Queiroz

A violência persistente contra a mulher é algo recorrente no Brasil. Apesar de o governo ter adotado medidas na tentativa de sanar essa problemática, os números dessa triste realidade só aumentam. Os homens estão ficando cada vez mais violentos, os casos de assédio são alarmantes e as mulheres estão sendo cada vez mais desrespeitadas. A diferença salarial e o feminicídio altíssimo são só algumas das consequências que esse problema gera para as mulheres.

E se nada for feito, esse problema que ja é grave se agravará ainda mais. Como efeito, em curto prazo, o que se pode fazer é aumentar as penas para os agressores morais e físicos e como efeito a longo prazo, pode-se conscientizar os jovens e crianças para não serem agressivos e nem desvalorizarem o sexo feminino.

A eficácia dessas medidas seria ótima. Os agressores passariam mais tempo na cadeia e os jovens e crianças, conscientes da importância do respeito que se deve ter pelo sexo feminino. Com a adoção dessas medidas, o número de casos de violência contra a mulher diminuiria e as próximas gerações se formariam com a consciência necessária para que esses dados diminuíssem ainda mais.

TALVEZ MELHOREGiovanna Micucci Pires Amaral

A violência contra a mulher ainda é um problema muito grande na sociedade brasileira. Uma em cada dez mulheres sofre abusos sexuais todos os dias no metrô. O governo já tentou criar propagandas, delegacia da mulher e pena para o agressor, mas esses números só crescem no país. Quanto maior for a violência contra a mulher, menos proteção ela terá, pois mesmo não sendo, ainda é considerada o “sexo frágil” e se medidas não forem tomadas, sempre será.

Mesmo com a pena contra o agressor sendo real, ela ainda é muito pequena; o governo poderia aumentar a pena e incentivar a denúncia de família e amigos, que

muitas vezes não denunciam por medo, oferecendo proteção para o delator e à vítima, mantendo uma viatura por perto durante um mês ou mais.

O incentivo da denúncia seria bem eficaz, pois muitas vítimas têm medo de denunciar as agressões por conta das ameaças feitas pelo agressor, podendo ser até de morte.

Com o aumento das denúncias causado pelo incentivo, seria possível calcular a média certa, trazer mais

proteção para as mulheres e se aprofundar na mente dos agressores para saber as causas de

seus atos.

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LYGIA FAGUNDES TELLES

Professora Maína Machado

oOs alunos do 1 Ano estão num processo profundo de aperfeiçoamento da linguagem formal, critério fundamental para um bom rendimento no vestibular. Estão começando a destrinchar os truques e a beleza de um português distante das gírias tão apreciadas e já intrínsecas de suas personalidades pueris. Brota da ponta de suas línguas a linguagem necessária para a expressão dos sábios, dos cientistas, dos profissionais, do cidadão letrado e assim ela germina em seus textos que falam desde agro florestamento ao desemprego desenfreado que assola nosso país em crise.

Espero que apreciem as sementes germinadas que formaram.

“Com a ponta da língua pude sentir a semente apontando sob a polpa. Varei-a. O sumo ácido inundou-me a boca. Cuspi a semente: assim queria escrever, indo ao âmago do âmago até atingir a semente resguardada lá no fundo como um feto”.

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CARTALaura Naomi Lopes Wakai

São Paulo, 21 de Junho de 2016,Cara Laura aos 45 anos,

Como você está? O que tem feito?Devo confessar que há tempo pretendo lhe escrever uma carta, mas estava incerta

quanto ao seu conteúdo, pois embora não seja difícil escrever uma carta, a tarefa se torna extremamente complicada quando preciso escrever a alguém cujos únicos dados que possuo são o nome e a idade.

É a primeira vez que encaro durante tanto tempo uma folha em branco sendo totalmente incapaz de escrever algo que julgasse ser de seu interesse.

Como não quero pensar que talvez eu não consiga compor um texto como antes, colocarei a culpa no fato de não conhecê-la. Penso que também isso se deva ao fato de eu ter nascido na época que os adultos nomearam “era da tecnologia”, na qual escrever, enviar ou receber cartas é quase tão raro quanto ver uma estrela ao encerrar o dia no céu poluído da cidade onde moro.

Vivemos em uma época difícil e as crises pelas quais o Brasil passa intensificam uma situação já bem ruim. Fico triste em saber que muitas pessoas precisam ter seus sonhos moldados por uma realidade, enquanto outras têm direito a muito mais do que apenas sonhos. O espaço que há entre ricos e pobres parece se estender cada vez mais.

Estamos na iminência da data das Olímpiadas, e o Brasil ainda se encontra em uma situação um tanto quanto delicada em questão de política, considerando que as manifestações do começo do ano culminaram num impeachment. Enfim, não me aprofundarei muito no tema porque nunca foi de meu total interesse, além de não ter sido muito incentivada a discuti-lo, tendo em vista as brigas que esse tipo de assunto costuma gerar.

Penso que não há muito mais a acrescentar, de forma que irei me despedir. Há muitas perguntas que gostaria de fazer, mas, com a certeza de que não posso exigir respostas, não as farei. Não sei que tipos de dúvidas acharam lugar na sua mente ou os novos sonhos, mas espero que esteja bem, feliz e que tenha realizado ao menos alguns dos meus desejos.

Não posso afirmar que anseio por conhecê-la, ainda assim, a considero muito.

Com carinho, Laura aos 15 anos.

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A VIDA PARA ALGUNSJuliana Cin Fung Jang Bertachini

Já desisti de tudonão tente me ajudarEstou desligada deste mundoNão sei quem sou e nem o que fazer

Quero sumir, deixar de existirNão se assuste, não se preocupeÉ o começo de um novo fimEspero que seja melhor, espero estar certa

Sinto-me sozinhaNão me julguem, aceitem-meNão aguento essa dor,quero parar de chorar

Chega de colocar máscaras Quero que me notem do meu jeitoQuero que vejam que estou fraca,mas mesmo assim luto para ser forte

Quero que me aceitemIndependente das circunstânciasQuero que vejam que eu preciso de apoioSem desdém, sem cobranças

Todos somos fracosMas lutamos para ser fortesNão importa o tamanho do problemaTodos sofremos de maneiras diferentes

Todos sentimos algoÀs vezes inexplicável, às vezes nãoMas de diferentes intensidadesSomos humanos e temos direitos

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NASCENTEGuilherme Hafez Knirsch Pereira

Escoam pelos céus pétalas de cor escarlate,Enquanto melodias amargas pelo vento sibilam.Acinzentam-se os pilares opressores em desgasteEnquanto as estrelas em meio ao azul cintilam.

O pulsar da paixão cor lilásGuia o feroz desejo da alcateia.Presas cansadas de lutar Por uma vida tão plebeia.

Novamente preso ao pêndulo vitalNa escura toca da incertezaPonderando qual finalQue me traria menor tristeza

Não temo mais os laços da sensibilidade,Muito menos nego a ternura das ideiasA singela lágrima em meio à tempestade Eu guardarei nessas palavras

Que as luzes atravessem meu peitoE as cores invadam minha menteAceito agora o que já foi feitoE me abro para o que vier à frente.

Lutamos pelo direitoQue direito?Direito de ser felizDireito de ser você mesmo

Direito de criar nossa identidadeDireito de ser aceito perante a si mesmoDireito de se expressar Direito de ser o que você quer ser

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O DESEMPREGO NÃO PEDE DEMISSÃO...Giovana Mirna Machado Soares Gonçalves

Desde a Revolução Industrial, o mundo se tornou uma grande máquina, movida por relações comerciais e grandes produções, mas, antes desse acontecimento, a produção era artesanal, o trabalho era braçal, tudo era feito em pequena escala e em alguns casos a produção era autossuficiente; dessa maneira, nas indústrias, cada funcionário era responsável por uma etapa da produção, como retrata o famoso filme “Tempos Modernos” de Charlie Chaplin.

Conforme a mecanização e a tecnologia chegaram às indústrias, os antigos funcionários ficaram desempregados, já que grande parte da produção seria feita pelas máquinas. Isso causou uma elevação nas taxas de desemprego e de miséria em muitos países que, em alguns casos, não conseguiram reduzi-las até os dias de hoje.

Esse aumento do desemprego tem como possíveis causas problemas como a inserção e a autonomia das atuais máquinas, a baixa capacitação da população, além de uma grande crise que impede a contratação de possíveis candidatos por conta da baixa remuneração, o que torna a tecnologia para algumas empresas um melhor investimento a longo prazo.

Como tentativas de reduzir a taxa de desemprego, as empresas podem oferecer cursos de capacitação que futuramente os beneficiem, tendo como responsável alguém especializado pela parte administrativa (o que trará lucro); dividir o período de funcionamento da empresa em turnos, de maneira que uma mesma máquina possa ser operada por diferentes pessoas; distribuir os funcionários que serão substituídos pelas máquinas para outros setores que careçam de um mesmo nível de capacitação.

Quando oferece um curso ao funcionário, o dono da empresa estará capacitando-o, o que causa uma boa publicidade para e empresa, mas, além disso, torna o funcionário apto a realizar outras funções.

Quando o período de funcionamento da empresa é dividido em turnos, mais de um funcionário trabalha em uma mesma máquina, o que gera mais empregos e se além de

tudo isso houver uma distribuição de funcionários por setores que necessitem da mesma capacitação, do mesmo nível de escolaridade, não será preciso

haver demissões o que diminuirá o índice de desemprego nacional.

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ENTRETENIMENTO OU ALIENAÇÃO?Gabriela Kayano

A apresentação de informações concretas e verdadeiras em telejornais nunca foi do cotidiano das principais emissoras do Brasil. As reportagens apresentadas nunca trouxeram todo o conteúdo em pauta, escondendo alguns tópicos e mostrando apenas o que elas querem propagar aos brasileiros.

A maioria da população deste país , em seu cotidiano, assistam a telejornais, séries e propagandas, e esses meios de “entretenimento” podem alienar todos os que os acompanham, pois eles querem transmitir ao telespectador a ideia de que seu mundo é imperfeito, e portanto, que ele precisa andar segundo o que eles ditam para obter a felicidade, o que gera alienação e a padronização dos hábitos e das idealizações. Sem o questionamento constante e o estímulo para saber mais, em um futuro bem próximo, parte da nação brasileira será alienada.

Poucos têm o hábito de pesquisar sobre os assuntos transmitidos diariamente. Se a população brasileira procurasse meios de informações confiáveis e abandonasse as emissoras que manipulam todo o conhecimento, provavelmente o Brasil teria uma população menos alienada.

Ferramentas do cotidiano dos brasileiros, como o YouTube, podem ajudar e facilitar o acesso a informações; também se pode acessar canais de maior credibilidade. Na televisão existem outros canais além da Globo e da Band, como a TV Cultura e a TV Justiça, que podem oferecer informações aos brasileiros.

Metade da população brasileira atualmente tem acesso à internet, 95% dos domicílios brasileiros fazem uso da televisão e dentre eles 19,71 milhões de domicílios têm canais por assinatura, ou seja, grande parte dos cidadãos tem as ferramentas necessárias para pesquisar e se informar; e a médio ou longo prazo, as principais emissoras que alienam o telespectador terão uma queda em sua audiência, pois o seu público estará mais informado e ele terá “sede” de informações, fato que conduzirá ao aprofundamento dos conteúdos apresentados nas reportagens.

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CAPACITAÇÃO: A CURA PARA O DESEMPREGOCarolina Uehara Salomão

Hoje em dia, com o aumento da tecnologia e da produção de maquinários, a mão de obra humana passou a perder importância, as máquinas estão se sobressaindo em relação ao ser humano. A produção que 100 operários poderiam estabelecer, uma única máquina pode executar em bem menos tempo.

A substituição de homens por máquinas é um dos principais agravantes deste problema, além disso, a falta de qualificação é um fator preocupante. Fator este que leva uma grande quantidade de pessoas ao desemprego.

Uma solução válida para este problema seria uma solução racional; com o avanço da informática e do sistema de ensino nas escolas, abririam-se inúmeras alternativas como projetos, por exemplo, o SEBRAE que estimula o empreendedor a remodelar o cenário do país aliando a educação à indústria. O que falta no Brasil é uma grande capacitação técnica. Nossas escolas mal conseguem abraçar a educação convencional, que se dirá a educação técnica voltada para a indústria?

Segundo o Ministério do Trabalho, desde o começo deste ano, o desemprego aumentou 8% em relação ao mesmo período do ano de 2015. Um fator que influencia esse aumento é a restrita economia brasileira, o que acaba gerando uma diminuição da renda famíliar.

O avanço da tecnologia aliado à iniciativa de projetos que apoiam o empreendedor acentuaria o aumento da economia sustentável. Os projetos sociais, ecológicos, entre outros são alternativas para a reorganização do crescimento econômico da parte marginalizada que já vem mostrando, há décadas, resultados benéficos para a sociedade.

MÁQUINAS E DESEMPREGOGustavo Forstman Cavalcante

No mundo moderno, o desemprego é um fator crescente graças à utilização de diversas máquinas que exercem funções antes feitas por homens que estão

surgindo recentemente. Máquinas essas que, apesar de necessitarem de alguém que as opere, acabam com o emprego de várias pessoas.

Uma máquina é muito mais rentável a um patrão, já que ela não recebe salário e não necessita de “condições

humanas” para funcionar. No entanto, isso pode prejudicar a economia de um país, juntamente com a vida de

diversos trabalhadores, porque acaba acarretando desemprego.

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Há possíveis soluções para isso, sendo algumas delas a redistribuição de cargos e a especialização dos trabalhadores. Poderiam ser feitas da seguinte forma: na redistribuição de cargos, o patrão colocaria os funcionários em áreas que não necessitassem de formação específica; e na segunda alternativa, os trabalhadores fariam cursos (preferencialmente, fornecidos pela própria empresa) para aprender a operar as novas máquinas. Ambos poderiam “melhorar” a situação do desemprego.

TVMaurício de Luccia Martins

A ascensão da televisão é sujeita à seguinte disparidade: alienação ou informação independente da idade. A conflagração recente é consequência desse debate em que a origem indiferente produz o embate. Logo que, de aparência lúdica, a televisão principia-se na comunicação; todavia, sua ação empírica a torna um meio de alienação.

Por intermédio de pesquisas, revela-se o uso incauto de práticas cotidianas junto ao consumismo contemporâneo de alcance generalizado. Conforme os dados abordados, o Brasil encontra-se na sexta posição dentre os países relatados com maior tempo em frente à televisão. Diante dessa problemática constatada, inova-se a solução ininterrupta para essa adversidade recorrente devido à causa corrupta em que não há que se remover o entretenimento, todavia enxergar o comprometimento em que a hodierna informação converge no entreter de transmiti-la com emoção e não no exaurido dizer.

Logo há o confluir de uma ideologia, catalisando o concluir de uma sinergia na busca de uma solução a essa problemática, ainda sem resolução e de propagação sistemática. De onde nasce a transgressão do ideal hodierno como cataclismo de reação do meio moderno, de natureza hostil, consequência da mudança dessa inalteração vil ainda com um resquício de esperança.

E a reflexão causa o desapontar e, por consequência, a compreensão do que pode mudar. Pense na televisão e nas outras coisas não no que elas são, mas o que elas podem ser.

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E O DESEMPREGO, COMO FICA?Bruna Simão Fernandes

Desemprego ocorre quando um trabalhador é demitido ou não entra no mercado de trabalho. As principais causas são a baixa qualificação do trabalhador, a substituição da mão de obra por máquinas, a crise econômica e o custo elevado de tudo. Desde a Revolução Industrial, as empresas substituem os trabalhadores por

máquinas, objetivando o aumento da produção e deixando o custo menor. A causa disto é a baixa qualificação e isto prejudica mais na busca de

emprego, pois “mostra” uma incapacidade para trabalhar e operar a máquina.

Uma solução plausível é o investimento que as empresas devem fazer em seus funcionários, qualificando-os,

investindo para que eles aprendam a mexer nas m á q u i n a s . Po r t e r u m a b o a q u a l i fi c a ç ã o , o

funcionário se valoriza no mercado de trabalho e consequentemente valoriza a empresa e seu

produto.

O FIM DA INJUSTIÇAPaula Naomi Yonamine

Como consequência de crimes, são frequentes os casos de linchamento àqueles considerados culpados por algum delito, que são agredidos por grupos de pessoas com o desejo de praticar a justiça com as próprias mãos. Esse comportamento mostra a falta de crédito da população no sistema judiciário brasileiro.

Entre as causas dos linchamentos podem-se identificar a insegurança com o trabalho da força policial, a burocracia do processo de julgamento dos réus, o desejo de vingança e a ineficiência da atuação moralizadora dos presídios.

Para que a situação seja amenizada, é necessário incentivar policiais com o aumento de salário e a diminuição do tempo mínimo de trabalho para a aposentadoria. Outra profissão a ser valorizada é a dos psicólogos, que devem ser empregados em maior número nos presídios e delegacias, atendendo vítimas e praticantes de linchamentos.

Com o intuito de diminuir a burocracia nos julgamentos, é imprescindível que haja um tempo máximo entre o fim das investigações policiais e o início do processo de julgamento. Nos presídios, deve ser melhorada a infraestrutura, reorganizadas as atividades a serem desenvolvidas pelos encarcerados e evitada a superlotação através da concessão de prisão domiciliar em casos de crimes mais leves.

Com as medidas mencionadas anteriormente bem administradas, será possível diminuir o número de linchamentos e o nível de reincidência criminal.

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A educação deve ser a chave para que não se invertam os valores entre a máquina e o ser humano. O lucro não deve ser o único objetivo de uma grande nem de uma pequena corporação, mas sim as oportunidades que estas oferecem à comunidade. Apenas desta forma, o ciclo de energia girará em torno de uma prosperidade efetiva.

LIBERDADE E DIREITOSGiovana Bernardes Credie

O desenvolvimento de novas tecnologias de comunicação, o crescente acesso mundial às redes sociais e a ampliação da atuação da mídia em embates ideológicos têm destacado situações cotidianas conflituosas do mundo social.

Manifestar-se criticamente por meio de gestos, por discursos e pela arte é característica humana e que, por isso, merece dedicação não apenas para regulamentação legal, mas também para reflexões filosóficas. Diversos questionamentos ganham espaço quando tratam dos conflitos entre liberdades individuais, sendo que, mais recentemente, os conflitos em ambientes públicos têm tomado espaço na mídia.

A liberdade de expressão é uma garantia constitucional, mas quando por meio dela um discurso aparentemente coerente profere sentimentos de ódio, de preconceito, racista, homofóbico ou machista devemos nos posicionar de maneira contrária já que buscamos viver em uma sociedade que tenha respeito a tais grupos alvos de preconceitos.

Discordar de algo é um direito, mas colocar-se contra a ponto de proferir um discurso que apesar de coerente vai contra o direito do outro, não é legítimo e temos o dever de combater este tipo de declaração a fim de conscientizarmos as pessoas sobre a importância do respeito e da educação.

Portanto, não se deve confundir liberdade de expressão (que deve ser promovida de modo respeitoso) com discursos que ferem os direitos humanos.

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LINCHAMENTO: AUTODEFESA OU AGRESSÃO?Priscila Cesarino Taddone

Os casos de linchamento no Brasil vêm aumentando significativamente. Um estudo realizado pelo portal FÓRUM aponta que entre os anos de 1945 e 1998, dentre todos os indivíduos alvos de linchamento nesse intervalo, somente 1150 foram salvos. Desses casos, 64% foram mortos.

Segundo o sociólogo José de Sousa Martins, uma possível causa seria a insegurança e o medo da população. Outra plausível causa a ser apontada é a falha no sistema judiciário brasileiro, que por sua vez deixa muito a desejar. Pesquisas esclarecem que as penas para os cidadãos que cometem esse tipo de delito não são aplicadas de forma adequada, uma vez que eles alegam autodefesa.

Diversas propostas de solução já estão sendo elaboradas, tanto a curto quanto a longo prazo. Uma possível solução seria aumentar o policiamento em áreas propensas a ocorrer linchamentos. Outra medida a ser discutida seria a busca por contribuições da mídia com programas de conscientização.

A eficácia das propostas é comprovada, pois ao reforçar o policiamento nas ruas, a população se sentirá mais segura e os casos de intervenções populares tenderão a diminuir. Tem-se em vista também que a mídia atua com grande influência sobre a maior parte dos indivíduos. Contribuir com ela por intermédio de programas de conscientização é uma medida a longo prazo que poderá gerar uma grande eficácia.

Pode-se concluir que os efeitos gerados pelas propostas de solução sejam promissores, levando-se em conta que as medidas apresentadas não se fundamentam num forte radicalismo ou imposição dos órgãos governamentais.

Espera-se com isso que os casos de linchamento possam vir a diminuir progressivamente.

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LYGIA FAGUNDES TELLES

Professora Maína Machado

Já amadurecidos com alguns conceitos filosóficos e sociais, os alunos do o2 Ano são convidados a aprofundar suas práticas textuais na organização de

suas ideias nos parágrafos. Os temas, mais complexos e mais reflexivos, são um mergulho em suas almas, seus inconscientes individuais, que se tornam coletivos para desvendar e tentar solucionar as problemáticas e mazelas da sociedade.

A ânsia do Enem é justamente a pertinência de se entender o que são os direitos humanos para que sejam respeitados nas produções textuais, mas, mais que isso, o convite mais pungente neste caso é a proposta de intervenção social, uma tentativa de solucionar tais problemáticas.

Algo me emocionou muito nesta turma quando abordamos as condições precárias das clínicas psiquiátricas no Brasil. Após passar um documentário em sala de aula, deixei-a com um silêncio, caso raríssimo entre adolescentes, era um silêncio de dor, eram rostinhos de perplexidade, creio que nesses dias o conceito de direitos humanos ultrapassou a barreira do saber e passou a ser um valor plantado, sentido e, como na expressividade insanamente perfeita dos escritores, supostamente vivido num canto do espírito que apenas a arte da literatura tem acesso.

Espero que apreciem.

“Solução melhor é não enlouquecer mais do que já enlouquecemos, não tanto por virtude, mas por cálculo. C o n t r o l a r e s s a l o u c u r a r a z o á v e l : s e f o r m o s razoavelmente loucos não precisaremos desses sanatórios porque é sabido que os saudáveis não entendem muito de loucura. O jeito é se virar em casa mesmo, sem testemunhas estranhas. Sem despesas”.

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SINTO MEDO PELO FUTURO DO PAÍSAnanda Maria Petean Ferreira

Abro a janela, olho lá fora. Nas ruas, as bandeiras verdes e amarelas penduradas eventualmente em uma casa ou outra. Olho para o céu, onde o sol rouba a cena sem nuvens ao seu redor. Quem dera fosse feriado!

Respiro fundo, ando até a sala. Na folha principal de um solitário jornal deixado na mesa, uma única palavra salta aos meus olhos: Impeachment. Sento, folheio, leio e tomo um gole da caneca de café que preparei. Palavras e palavrinhas sobre briga de gente grande, sobre manifestações com objetivos incompletos e algumas tirinhas satirizando a situação atual. Sinto medo pelo futuro do país.

Levanto-me com a caneca em mãos a fim de ir à cozinha, mas o celular me detém. Várias e várias vezes. No grupo de família alguém posta a mesma matéria que eu acabara de ler no jornal (ou melhor dizendo, só postam a manchete). Cada membro da família revela seu ponto de vista sobre o assunto, de modo sensato ou grosseiro. Sinto desgosto desses grosseiros, do que escrevem, do que ameaçam. Sinto medo de que todas as pessoas atualmente só falem, não pensem.

Meus dedos começam a digitar sobre minha visão perante o impeachment. Digito uma, duas, três linhas. Apago tudo quando vejo a cor da minha blusa na foto de perfil. Com a cor com que apareço na foto, meu texto seria recebido da pior maneira possível pelo grupo.

Repenso meu desejo anterior e agradeço por não ser feriado. Não teria que sentar em uma mesa e discutir política com a minha família.

Desligo o celular e continuo meu percurso até a cozinha onde encontro meus filhos que teriam acordado há pouco. Advirto ambos para terem cuidado nas ruas e que prestassem atenção na cor de suas roupas. Os dois assentem com a cabeça, sem questionar o porquê deveriam temer qualquer cor.

Antes de sair, o mais velho me pergunta se eu gostaria de ir ao cinema com eles assistir ao filme “Guerra Civil”.

- Filho, assisto a esse filme todos os dias vendo as formas de como as pessoas lutam por seus ideais, atualmente.

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FUGA DO PÚBLICOCarolina Takose Yamauti

Em uma época caracterizada pelo elevado desenvolvimento tecnológico e a diversidade de interesses, a mídia tenta de forma constante atrair o máximo de espectadores diferentes para sua audiência. Porém, o modo como isso é feito raramente agrada a todos.

Durante as décadas de 80 e 90, a televisão chegou ao seu auge. Com essa inovação, famílias reuniam-se diariamente para assistir aos programas fornecidos; contudo, com os avanços tecnológicos, a Internet tornou-se a principal fonte de entretenimento, oferecendo uma maior variedade de conteúdos e de praticidade.

A rede televisiva brasileira é criticada por muitos devido à qualidade de programas abordados. Com temas fúteis e que depredam a imagem nacional, a população procura alternativas que a agrade e a represente de uma forma melhor.

É fato que a televisão ainda influencia muitas pessoas, mesmo com a quantidade limitada de programas. Uma medida para diminuir a decadência dos programas expostos seria dar uma maior liberdade dos apresentadores. Na Internet, por exemplo, a possibilidade dos youtubers e bloqueiros de dizerem o que pensam é ilimitada, é isso que o novo público espera ouvir: a verdade.

A presença de jovens dominando a atenção do público mostra que são esses os que realmente atraem as pessoas, não somente pelo semelhante modo de pensar, mas por agirem como pessoas comuns, com problemas e vidas reais.

Nota-se que uma intensa quantidade de brasileiros reprova os conteúdos oferecidos pelos canais televisivos por não representarem o que pensam ou sentem. Assim, procuram outros meios que ofereçam isso. Conclui-se que a relação público – televisão seria elevado se mostrasse mais a verdade, se abordassem assuntos mais elaborados culturalmente e se tivesse um maior senso socioeducativo nas grades de programação.

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NÃO TENHA UM EMPREGO!Maurício Devincentis Silva

Atualmente, o mundo inteiro vem sofrendo com as elevadas taxas de desemprego devido ao avanço tecnológico cada vez mais rápido e intenso. As taxas desde 2009 sofreram um aumento de 39% e com isso fica a grande questão: como conquistar um emprego estável, sem estresse e que tenha um retorno financeiro justo nos dias de hoje?

Talvez a melhor resposta fosse não ter um emprego, isto é, o indivíduo ser dono de seu próprio negócio. Ser um empreendedor é muito mais fácil do que ter um emprego e mais lucros podem ser obtidos, fora o atrativo de ser seu próprio patrão. O forte das microempresas está no setor virtual, que possui facilidades e economias tais como não ter que pagar aluguel, reduzido número de funcionários, entre outras.

Montar uma empresa sem sair de casa, não precisar contratar ninguém e nem precisar ter estoque são algumas das muitas vantagens de se ter um negócio próprio. O problema é a grande alienação social sobre as vantagens do empreendedorismo; isso tem origem no sistema educacional vigente que não capacita os alunos para serem proativos. As escolas oferecem programas que ensinam seus alunos a serem empregados e não empresários.

Todos vivem em uma sociedade conformista, que prega que o indivíduo vá para a escola, estude, tire boas notas, vá para a universidade e depois consiga um bom emprego. A partir desse ponto, a dúvida: qual é o melhor tipo de negócio? Sem dúvidas o negócio pela internet, que além de prático e fácil, é mais lucrativo. Porém, a escolha desse negócio deve ser feita da melhor maneira possível.

As duas melhores opções são o Marketing digital e o Marketing Multinível. Essas são as mais fáceis e lucrativas, basta o indivíduo absorver conhecimento dessas duas áreas pela internet ou por meio de pessoas conhecidas e colocar o negócio para funcionar. A consequência no final seria escapar dessa crise que rodeia o mundo e ter sempre um “emprego” sem riscos de perdê-lo.

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CAOS NOS MANICÔMIOSVictor Henrique Hashimoto Alvarez

Na atualidade, ainda existem locais que persistem em não adequar-se às maneiras corretas e mais humanas de tratar pacientes com transtornos mentais, que

não são apenas exigidas pela sociedade, como também por leis.A Lei 10.216, de abril de 2001 enumera uma série de direitos do

portador de transtornos mentais. Entre eles estão: ser tratado com humanidade e respeito e ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer as necessidades ou não

de sua hospitalização involuntária.Diariamente essa lei é infringida e os direitos dos

portadores de transtornos mentais são feridos em “manicômios” por todo o Brasil.

E SE PESAR NO BOLSO?Eduarda Lehoczky Boneto

O alarme toca e finalmente está na hora do jantar. Mas que jantar? O jantar é o que encontrarem pela frente e que seja possível mastigar. Essa é uma das realidades existentes em clínicas psiquiátricas, mais conhecidas como “manicômios”, ou melhor, pouco conhecidas. A falta de consciência da sociedade sobre essas clínicas é uma das principais causas do desacato ao que pregam os direitos humanos.

O objetivo dessas instituições seria substituir as internações por um tratamento mais humanizado a pacientes com transtornos mentais, o que se contradiz mediante a constatação de agressões físicas entre os pacientes, atendimentos em dias alternados, falta de higiene e de roupas, além de má estrutura e infraestrutura.

Programas de reformas psiquiátricas como “CAPS” (Centros de Atenção Psicossocial), “Saúde Família” e “De Volta para Casa” não são os suficiente para atender o grande número de pacientes.

Seria viável e mais do que necessária a criação de um imposto, o DRVH (Dando Real Valor a Humanidade) que seria cobrado de todas as pessoas com uma renda superior a um limite pré-estabelecido, afinal pessoas com más condições não conseguiriam se sustentar e pagar mais um imposto. Esse valor arrecadado seria direcionado, por exemplo, ao transporte diário dos pacientes que são atendidos durante o dia e voltam para casa à noite, além de treinamentos para médicos serem mais qualificados e conseguirem atender devidamente.

Assim além de programas de conscientização, a longo prazo, também seria estabelecida essa medida a curto prazo. Nessa sociedade capitalista de hoje em dia somente somos capazes de perceber um fato se o mesmo “pesar no bolso”.

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Para que isso seja evitado, medidas devem ser tomadas. A fiscalização nesses locais deve ser constante, devem ser criados mais programas de inserção social para essas pessoas e os funcionários desse setor devem ser bonificados.

Com fiscalização, os “manicômios” teriam de garantir os direitos dos pacientes ou seriam penalizados com multas pesadas.

Os programas de inserção social mostrariam para todos que essas pessoas, apesar de tudo, são humanos como os outros, e que são capazes de exercer atividades comuns do dia a dia como, por exemplo, trabalhar.

Não apenas os pacientes merecem atenção. Os funcionários desse setor têm um trabalho muito difícil, se receberem bonificações e um salário melhor, trabalhariam melhor. Todos seriam beneficiados, de funcionários a pacientes.

A PÉSSIMA VIDA NAS CLÍNICAS PSIQUIÁTRICASLucas Toshio Ito

Hoje em dia, uma realidade esquecida e tratada com descaso são algumas das várias clínicas psiquiátricas do país. Nesses locais, pela superlotação e falta de cuidados para com os pacientes, pode-se considerar que haja uma quebra dos direitos humanos. Assim, persiste a dúvida do que pode ser feito, já que os internados realmente necessitam desse tratamento.

Um dos principais problemas nesses locais é a falta de infraestrutura; mesmo que tivessem vários médicos trabalhando ali, seria impossível um bom atendimento. Assim, a partir de investimentos nesse setor seria possível um atendimento melhor para os pacientes e um bom ambiente de trabalho para os médicos.

Às vezes, por medo dessas pessoas com condições diferentes, acaba-se criando um certo isolamento do resto da sociedade. Com isso, cada vez menos estudantes de medicina decidem trabalhar nesse setor, criando assim falta de profissionais que queiram o serviço.

Atualmente, muitos acabam se recusando a trabalhar nesses locais por pura discriminação. Então, devem-se criar novas formas de conscientização para a população a partir da educação para que assim se quebrem esses “sistemas” que se mantêm há muito tempo, dando espaço para novas formas de pensar.

Então, partindo-se dessas ideias pode-se concluir que é possível ajudar essas pessoas, seja com trabalho voluntário ou tentando mudar a visão da sociedade. Mas antes de tudo isso é necessário mais investimento na infraestrutura das clínicas. Com a junção desses fatores cria-se um bom local de trabalho com alguns que realmente queiram ajudar.

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CUIDADO ESQUECIDOThaly Yukie Wachi Tamura

Há décadas, clínicas psiquiátricas foram criadas e, desde sempre, seus pacientes foram pessoas excluídas da sociedade pelas suas divergências psicológicas, geralmente distúrbios mentais. Estes indivíduos, em grande parte dos casos, não recebem os devidos cuidados, sendo abandonados até mesmo pelos profissionais responsáveis por eles.

O abandono é causado por dois fatores: primeiramente, são poucos os que se habilitam a cuidar dos pacientes; segundo, aqueles que se dispõem a exercer tal atividade, sobrecarregados de responsabilidades, muitas vezes desistem do cargo pela pressão gerada. Assim, o descaso com os pacientes vem aumentando cada vez mais.

O que gera o desinteresse da população por esta área da saúde é a falta de empatia pelo próximo. Não só em relação à saúde e cuidados, mas desde pequenas, crianças e adolescentes são ensinados a pensar primeiramente em si mesmos e depois partir para o cuidado ao próximo. O egocentrismo é muito recorrente na sociedade atual e acaba fazendo com que a própria população execute uma “higiene” em seus integrantes, excluindo aqueles que “não servem”, como os indivíduos com transtornos psicológicos citados acima.

Para resolver tal problemática, é necessário quebrar o pensamento individualista. Responsáveis e instituições escolares devem ensinar as crianças a ter empatia uns pelos outros. Afinal, estes pequenos possuem maior facilidade de aprendizado que um adulto, que possui ideais concretos, difíceis de serem alterados.

Deste modo, quanto mais empatia for desenvolvida, maior será a quantidade daqueles que se habilitarão a cuidar do próximo. Quanto aos profissionais das clínicas psiquiátricas, nenhum será sobrecarregado novamente, pois as tarefas seriam bem distribuídas.

Ao final, é preciso lembrar que, apesar das divergências, todos são humanos e merecem ser tratados com cuidado e respeito.

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LYGIA FAGUNDES TELLES

Professora Maína Machado

Já dominam a linguagem formal, já organizam bem as ideias nos parágrafos, já concebem bem conceitos complexos, enriquecem vocabulário e conteúdo na defesa de seus argumentos. Já assimilaram que nem sempre um discurso coerente respeita os direitos humanos, filtram mais que muito adulto metido a sério as informações que lhes chegam. Estou com esta turma desde o 9º ano, muitos dos seus feitos me emocionaram, não caberiam aqui tantas memórias de pedagogia positiva, aprendi muito. Há momentos na vida do professor que ele também é aluno.

Originais, estes alunos não estão em nenhum outro lugar se não neles mesmos. É uma honra notar o crescimento de cada um. Se estão prontos? Esta é uma pergunta muito complexa, prontos para que? Apropriei-me do pensamento de Lygia ilustrado acima para dizer com certa seguridade, estão inteiros, nunca vi tanta humanidade transbordando num grupo de jovens.

Minha gratidão imensa por ter feito parte da formação de vocês. Brilhem, com toda intensidade que vocês podem brilhar, façam isso por nós.

“Faço filosofia. Ser ou estar. Não, não é ser ou não ser, essa já existe, não confundir com a minha que acabei de inventar agora. Originalíssima. Se eu sou, não estou, porque para que eu seja é preciso que eu não esteja. Mas não esteja onde? Muito boa pergunta; não esteja onde. Fora de mim, é lógico. Para que eu seja assim inteira (essencial e essência), é preciso que não esteja em outro lugar senão em mim”.

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RELACIONAMENTO ABUSIVOBeatriz Miho Kague

Duas pessoas se conhecem e passam a se relacionar. Com o tempo, essa amizade se torna impossível, pois enquanto um lado se doa por completo suprindo todas as necessidades, o outro, este apenas absorve, sem retribuir. Desta forma, a convivência se torna insuportável, pois não há espaço ou liberdade entre as partes, e no final, ambas acabam prejudicadas.

O mesmo vale para a agricultura. O solo brasileiro é um dos mais férteis do mundo, contudo não é bem aproveitado. O mercado capitalista exige quantidade e não necessariamente qualidade. Por isso, as plantations ainda são muito comuns no Brasil.

Agricultores cultivam apenas um tipo de plantação, uma safra atrás da outra. Após certo período, os nutrientes começam a escassear. Por conta disso, químicas e tóxicos são injetados no solo na tentativa que ele se torne fértil novamente. Este ciclo é difícil de quebrar, pois a indústria de insumos é uma das mais fortes do país, perdendo apenas para a máfia da indústria farmacêutica. Ambas deveriam ter como compromisso zelar por nossas vidas.

Deve-se ter em mente que diferentes plantações consomem diferentes elementos importantes do solo, e que este possui diversos tipos de nutrientes. Portanto, ao plantar somente um tipo de produto, apenas alguns serão gastos. Isso mostra o quão importante é a rotação de culturas, a diversidade na agricultura.

Aquelas duas pessoas acabaram se afastando e novas vieram, de modo que aquilo que uma tirou da outra, a nova dá tempo para recuperar. As marcas continuarão, mas com o passar do tempo, tudo pode voltar ao normal. É como um anônimo poeta humildemente coloca: “As pessoas vêm e vão, mas nunca vêm em vão”. O equilíbrio entre o que se doa e o que se recebe é essencial.

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UM SOLO SATURADOCarina Rivero Pasqualin

Grandes extensões agrícolas, desde os primórdios brasileiros, caracterizam a atividade econômica do setor rural do país. Historicamente, suas áreas de cultivo são especializadas, variando entre café, cana de açúcar e monoculturas dos plantations. Apesar do bom uso do solo e do ganho econômico, as consequências da exploração do solo e sua atual condição são boas?

Juntamente com a exploração do solo, ao longo dos anos, técnicas agrícolas foram desenvolvidas por meio da mecanização, da tecnologia e de pesquisas. Nas últimas décadas, a engenharia genética e os transgênicos reformularam e expandiram os desejos capitalistas, mas a preocupação adequada com o solo ainda é um problema.

Mesmo com a técnica da rotação de culturas – desenvolvida há anos e ainda utilizada sem tantas modificações tecnológicas – os solos das áreas de plantação ainda sofrem com o excesso de uso. Um dos principais tipos de cultivo, a monocultura, ainda é um grande agressor nessa natureza localizada.

A monocultura consiste na utilização do solo para o plantio de apenas um tipo de vegetal, normalmente bem avaliado no mercado. Apesar de ser mais prático, comum e rentável, tal prática consome e agride o solo de forma excessiva. Com o passar do tempo, o solo vai sempre perdendo os mesmos nutrientes, fica saturado e grande parte das vezes não é aproveitado da maneira mais correta e harmônica com a natureza.

Considerando a extensão territorial e a capacidade e diversidade das terras brasileiras, a agricultura e seus recursos naturais e comerciais poderiam ser exponencialmente aprimorados. Para que tal fato ocorra, é necessário que haja incentivo governamental e de iniciativas privadas para uma reorganização e cuidado com o solo, de forma a melhorar os ciclos biológicos e aumentar a produtividade adequadamente. Melhorias assim devem ser acompanhadas de campanhas de incentivo e cursos para pequenos e médios agricultores, visando aprimorar as técnicas aplicadas e gerar mais lucro a partir do uso consciente do solo.

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AVANÇOS NO MERCADO DE TRABALHOHenrique de Souza Aguiar e Silva

O desenvolvimento de novas tecnologias da informação e da comunicação possibilitou, e em parte foi responsável, por profundas mudanças no processo produtivo. Principalmente a introdução do capitalismo e a adoção de modelos de produção que visam ao uso de tecnologia como, por exemplo, o fordista, toyotista, taylorismo e volvismo.

Esse processo de mudanças encontra-se em curso principalmente nos países desenvolvidos, porém está trazendo mudanças para o mercado de trabalho brasileiro. O uso de tecnologias acaba por diminuir o número de empregos para pessoas de baixo nível educacional e sem graduação, em contrapartida, a procura pelo profissional especializado está em ascensão. E a carência brasileira está exatamente aí.

A busca por uma reestruturação no processo educacional e na qualificação diferenciada tem que ser alcançada para ocorrer o ingresso no mercado de trabalho. O problema é que a modernização da economia e do mercado não são acompanhadas pela criação de empregos.

O problema é bastante complexo e envolve o presente e o futuro do país, e as medidas a serem tomadas não irão funcionar a curto prazo, pois a formação profissional especializada é bastante longa. O desemprego atualmente é grande e não há a adequação necessária do trabalhador para a crescente utilização da tecnologia, tendo como base que apenas 78% dos adolescentes de até 15 anos são escolarizados, um dado bastante baixo.

O investimento na industrialização é alto, porém não condiz com a situação do país, pois deveria ser acompanhado pelo Estado com investimentos em educação. Deveria então, haver uma mudança no polo e espalhar as universidades, que estão concentradas em São Paulo, pelo país.

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COMPARTILHE O “SER EM SI”Caroline Puccioni Katsuda

Neste exato momento, milhares de internautas certamente compartilham vídeos, comentam fotos alheias, publicam detalhes de seus cotidianos, fazem selfies e curtem os diversos sites de relacionamento amoroso. Contudo, em meio a uma sociedade contemporânea bombardeada a cada segundo com um enorme montante de informações, constrói-se o seguinte paradoxo: até que ponto os usuários são coerentes? Eles se tornam mais individualistas nas redes sociais?

Já afirmava o sociólogo Bowman que a modernidade estaria repleta da “liquidez das coisas”, ou seja, relações efêmeras, desejos, impulsos e a fugacidade das escolhas, contribuindo para um maior controle dos consumidores globalizados. A alienação resultante desse processo se faz ainda mais presente no constante perigo do compartilhamento de opiniões que claramente ferem os Direitos Humanos, como por exemplo, frases machistas, femistas, racistas e homofóbicas.

A liberdade de expressão assegurada pelo espaço público deve ser delimitada pelo direito de respeito e compreensão ao próximo, assim como ilustrava Spinoza, que não concebia um significado para a escolha pessoal e a consequente independência.

A ignorância perante as diferenças de outrem viola a integridade particular, afetando as minorias que são largamente discriminadas. Quantas vezes as postagens são compartilhadas sem o menor senso crítico? Ao mesmo tempo em que a democratização da rede social possibilita um intercâmbio de julgamentos e de culturas, esses ingredientes fomentam uma máquina reprodutora de pensamentos prontos ou mesmo a submissão da expressão particular em nome de mostrar ao corpo social aquilo que se deseja ver, ouvir e apoiar.

Há de se ignorar o que grande parte dos “amigos” do Facebook possa pensar sobre a verdadeira opinião do internauta. A medida a ser tomada seria o pensamento e a análise crítica para acabar com os estereótipos sociais, concepções errôneas, a falácia generalizada e apressada. Bem como uma praça pública deve ser preservada,

os post deveriam ser mais cautelosos a ponto de não potencializar eventuais polêmicas. Diversas discussões no período de manifestações contra o

Partido dos Trabalhadores e a gestão de Dilma Rousseff realizadas na Avenida Paulista, em São Paulo, poderiam ter sido evitadas não fosse pela crescente ignorância e impaciência

sobre o ponto de vista alheio. Ao se aproveitar da popularidade das redes sociais, a criação de um

espaço único de discussões online seria uma solução inteligente, tornando-se uma fonte de

lucro pelo crescente número de visualizações e por uma maior consciência social.

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Com a veiculação de campanhas de conscientização e a diminuição da exposição da vida particular, as pessoas tornar-se-ão mais justas e coerentes com o que curtem ou compactuam. Apertar o botão “like” vai além de um clique; ele transmite a ideia de um ser conivente com aquilo que foi dito integralmente. Segundo o existencialista Sartre, está na hora de os usuários “serem para si”, ou seja, construírem uma vida autêntica seguindo os princípios particulares que cada um concebe como prioridades.

EXTENSÃO DOS DIREITOS HUMANOSVínícius Cravo Gontijo

As redes sociais proporcionam um ambiente propício a discursos sobre os mais variados gêneros. O ser humano é social e por conta disso tende a engajar-se em assuntos variados, os quais defenderá inclusive no ambiente virtual. É comum encontrarmos casos de racismo em comentários do Facebook, atitudes que desrespeitam profundamente os direitos humanos.

O filósofo alemão Karl Marx em sua teoria afirma que toda ideologia esconde sua real intenção, sendo assim textos do Facebook mascaram com belas palavras o ato de desrespeito aos direitos humanos. É comum o vazamento de vídeos íntimos nas redes sociais. Recentemente, foi divulgado o vídeo de uma adolescente sendo estuprada por 33 homens, causando grande comoção nacional, porque, além de ferir a liberdade humana, invadia a privacidade da vítima.

É de suma importância que haja uma remodelação do conceito de Direitos Fundamentais do Homem, pois a abrangência deste para o ambiente virtual é falha, com muitas brechas, passando a impressão de um mundo sem leis. Há emendas constitucionais adotadas para a internet, porém é necessária uma revisão da agenda do poder legislativo para que mais leis possam ser criadas e aplicadas.

Fica claro, portanto, que é necessária a extensão e a ampliação dos Direitos Humanos através de políticas públicas eficazes, como revisão da agenda do Congresso, protegendo assim seus usuários e evitando conflitos.

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A TIRANIA DO EGOVinícius Hiroshi Batista Shinzato

A internet, sem dúvidas, corresponde ao espaço onde o indivíduo pode encontrar maior liberdade de expressão atualmente, pois nela as pessoas podem opinar e escrever o que bem entendem por meio de redes sociais, blogs, e-mails etc. Porém, ao contrário do que muitos pensam, a total liberdade não é algo positivo, uma vez que no anarquismo o ser humano age de acordo com suas vontades pessoais e que por sua vez podem conflitar com a dos demais.

Atualmente, os veículos que os internautas mais utilizam para expressar suas ideias e opiniões, são as redes sociais que por sua vez são espaços de interações interpessoais de abrangência mundial. Em ambientes como estes, a liberdade de expressão é tanta, que muitas pessoas ou grupos que tentam disseminar o preconceito e a discriminação aproveitam a oportunidade.

Apesar de muitas redes sociais possuírem regras que condenam a discriminação, muitas pessoas afirmam terem sido ofendidas por algum comentário que nada teve de preconceituoso, mas pelo simples fato de ela não concordar com o que seu opositor escreveu. Logo ela procura minúcias no texto e os relativiza a tal ponto, que, o que antes nada tinha de ofensivo, passa a ter segundo a ótica de quem leu.

O filósofo grego Platão, fazia altas críticas ao regime democrático, pois afirmava que a demasiada liberdade nela garantida poderia levar as pessoas à anarquia e, posteriormente à tirania. E o efeito do excesso de liberdade de expressão proporcionado por essas redes parece que está se convertendo em uma “tirania do ego”.

Para evitar que isso ocorra, é necessário que o governo juntamente com as empresas responsáveis pelas redes sociais estabeleçam padrões que definam limites, para que uma opinião não passe a ser um discurso de ódio, esse sentimento que modifica e transtorna o pensamento do homem.

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Sinceros agradecimentos da equipe de Português aos colegasdas demais áreas do conhecimento e à equipe técnico-pedagógica,

pela presença constante e incentivo diário.

EQUIPE TÉCNICO-PEDAGÓGICAMantenedora e Diretora-geral - Neuza Maria ScattoliniGerente Administrativa - Maria IoccaOrientadora Educacional (Ensino Fundamental) - Branca Denigres FaustoOrientadora Educacional (Ensino Médio) - Ivete Fierro Araújo Segabinazzi

EQUIPE DE LÍNGUA PORTUGUESAProfessor Diego BezerraProfessora Luciane dos SantosProfessora Mailu AlcántaraProfessora Maína MachadoProfessora Maria Inez Ferreira de JesusProfessora Silvana E. O. da Matta Vívolo

DESIGNER GRÁFICO - Silvio da Matta

PARA QUEM LEVA A EDUCAÇÃO A SÉRIO E FAZ DA VIDA UM ETERNO APRENDIZADO

www.santaterezinha.com.br / www.facebook.com/santaterezinhaSanta Terezinha

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