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  • LIVRO DIDTICO E O ENSINO DE HISTRIA: PROFESSOR, MERO

    APNDICE DO INSTRUMENTO DE TRABALHO?

    Cezar Ricardo de Freitas1

    Amilton Benedito Peletti2

    Adriele Cristina de Souza3

    Para tentarmos fazer neste texto uma reflexo sobre o papel que o livro didtico

    de histria tem ocupado no processo educativo, buscamos entender historicamente que

    elementos fizeram com que o manual didtico se tornasse o direcionador, no somente

    do ensino de histria, mas de todas as reas do conhecimento em todos os nveis de

    ensino. Ao fazermos isso, apontamos alguns problemas presentes nesses livros, segundo

    alguns autores, bem como as possibilidades de trabalho com esse instrumento.

    Ao abordarmos a questo do livro didtico faz-se necessrio destacar a condio

    de mercadoria deste produto, que contm tanto os elementos da sua materialidade, ou

    seja, das leis de mercado, como tambm do seu uso, portanto, na Educao.

    O livro didtico representa uma grande parte do mercado editorial brasileiro.

    Segundo ALVES (2001), em 1986 30% da produo era ocupada por manuais

    didticos. Em 1997, o nmero de ttulos publicados cresceu 83% e o de exemplares

    produzidos 61%. Ou seja, o mercado editorial brasileiro quase dobrou de tamanho.

    (ALVES, 2001, p. 205-6). Considerando apenas os livros didticos para o ensino

    fundamental, em 2006 o MEC contabiliza a aquisio de 102,5 milhes de

    exemplares, nos diferentes contedos de ensino que compem o currculo escolar com

    investimento de R$ 563,7 milhes e previso para 2007 de R$ 620 milhes (GARCIA,

    2007, p. 03).

    Percebe-se com isso a grande importncia econmica do livro didtico.

    Entretanto ao problematizar a presena do livro didtico nas escolas deve-se ir alm de

    1 Doutorando em Educao pela Universidade Estadual de Maring - UEM. Professor da Universidade

    Tecnolgica Federal do Paran UTFPR Campus de Toledo. Pesquisador do GEPPES Grupo de Estudos e Pesquisas em Poltica Educacional e Social. Rua Agronomia, n1337, Cascavel PR. Fone (45) 3038-1457. E-mail: [email protected]. 2 Mestrando em Educao pela Universidade Estadual do Oeste do Paran - UNIOESTE Campus de

    Cascavel PR. Professor da Rede Pblica Municipal de Cascavel e Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Polticas Educacionais e Sociais - GEPPES. E-mail: [email protected]. 3 Mestranda em Educao pela Universidade Estadual do Oeste do Paran - UNIOESTE Campus de

    Cascavel PR. Pesquisadora do GEPPES Grupo de Estudos e Pesquisas em Poltica Educacional e Social. E-mail: [email protected].

  • uma preocupao de racionalizao econmica. O problema no apenas maximizar a

    utilizao do livro didtico tendo em vista o volume de recursos investidos nele.

    preciso questionar porque o livro didtico recebe tanto recursos assim. No campo da

    Educao, entender o livro didtico na sua completitude justifica-se, principalmente, em

    funo do papel que este adquire no contexto escolar, pois os livros didticos

    estabelecem grande parte das condies materiais para o ensino e a aprendizagem nas

    salas de aula. O fato que o livro didtico se tornou o elemento central da prtica

    educativa.

    Um estudo desenvolvido por Luciana Telles Arajo em So Paulo mostra

    como esses manuais vm ocupando um espao significativo nas aulas de Histria:

    Da diversidade de materiais mencionados pelos professores no

    trabalho em sala de aula ou no preparo da aula, os mais citados

    foram a utilizao do livro didtico no que se refere a textos

    (100% dos professores), imagens (99%, apenas um

    professor no mencionou), atividades propostas pelo livro

    (apenas trs afirmaram no utiliz-la por considerarem que

    elas condicionam o aluno a decorar, alm de suas respostas

    serem facilmente identificadas nos pargrafos) (ARAUJO, apud

    SANTOS, 2007, p. 3).

    Para entender como o livro didtico se tornou o elemento central da prtica

    educativa, no s do ensino de histria, preciso recuperar alguns elementos histricos

    e que ainda se fazem presentes. O processo de universalizao do ensino fornece alguns

    elementos fundamentais para a compreenso disso.

    A utilizao das cartilhas para alfabetizar a partir do sculo XV nos fornecem

    alguns elementos para entender a difuso posterior do livro didtico. Segundo Cagliari

    (1998) as cartilhas surgem num perodo histrico em que a escola era privilgio das

    elites, e, muito diferente do que hoje, a funo da escola at o feudalismo no era

    ensinar ler e escrever. Os alunos chegavam escola j lendo e escrevendo para estudar

    os clssicos da Filosofia, Teologia, Matemtica, etc. As crianas eram alfabetizadas em

    casa por um preceptor, ou muitas vezes, pelos prprios pais. As primeiras cartilhas,

    ento, eram destinadas aos pais que queriam ensinar seus filhos a ler.

    Este antepassado do livro didtico tinha, at ento, outros objetivos.

    Primeiramente era voltado para uma questo especfica, a alfabetizao. Em segundo

    lugar, no era destinado quele que detinha o domnio do processo educativo, o

  • professor. Quando passa a ser defendida amplamente a universalizao do ensino, na

    crise do feudalismo, e crianas das classes mais baixas comeam a ser incorporadas pela

    escola, somente ento, a alfabetizao passa a ser matria escolar. Diante do que, as

    cartilhas sofrem algumas modificaes para se direcionarem tambm aos professores

    (CAGLIARI, 1998, p. 19-21).

    A universalizao da educao toma grande importncia, enquanto debate, com

    a Reforma Protestante. com Martin Lutero (1493 1546) que a preocupao de que

    todos saibam ler e escrever vem tona. Lutero prope que todos tenham contato direto

    com as escrituras bblicas como nica fonte de contato com Deus. Ele combate a Igreja

    como exclusiva educadora, sustentada pela idia de ser a nica representante de Deus na

    Terra. Argumenta ele que o contato entre Deus e o homem no precisa de

    intermedirios; pode ser feito diretamente atravs da leitura da Bblia. Era preciso,

    ento, uma escola para ensinar todos a ler, e como alguns no poderiam pagar por essa

    instruo, era necessrio, segundo Lutero, que o Estado a financiasse (MANACORDA,

    1992, p. 196).

    O primeiro, no entanto, a pensar formas de superar as condies materiais

    postas pela universalizao do ensino foi o pastor luterano Joo Ams Comnio (1592

    1671). Foi este pensador que transformou profundamente a maneira de se conceber a

    escola. Suas idias, ainda hoje, esto presentes na prtica educativa, ainda que o

    contexto histrico no seja o mesmo. Com a sua obra Didtica Magna: Tratado da arte

    de ensinar tudo a todos, escrita em 1630, Comnio d uma nova dimenso ao processo

    educativo. Sua pedagogia est intimamente ligada ao desenvolvimento da manufatura,

    por isso baseada nos critrios de racionalidade, eficincia, utilitarismo, ao, etc. Se na

    manufatura temos a expresso da diviso do trabalho, a escola comeniana expressa a

    diviso do saber em reas do conhecimento. Assim como o trabalho manufatureiro

    dividido em etapas, os alunos so divididos em sries. Tudo isso, baseado naqueles

    critrios que se expressam nos ttulos dos captulos da Didtica Magna: Como ensinar

    de forma segura e concisa; Como se deve ensinar e aprender com segurana para que

    seja impossvel no obter bons resultados; Base para rapidez no ensino com economia

    de tempo e fadiga (COMNIO, 1996).

    Sobre os reflexos da obra comeniana sobre a universalizao do ensino,

    Gilberto Luiz Alves faz um importante estudo em sua obra A produo da escola

  • pblica contempornea (2001). Ao buscar elementos que demonstrem como a escola

    constituiu-se historicamente, o autor encontra em Comnio uma referncia

    importantssima que, segundo ele, merece ser revista. Este autor vai mostrar porqu a

    escola manufatureira comeniana foi pensada, juntamente s finalidades religiosas e

    civis que tornavam necessria a expanso da escola para todos, a possibilidade de

    realiz-la repousava na reduo de seus custos. Portanto, a soluo preconizada por

    Comnio deveria perseguir a queda dos custos da Escola Pblica, condio sine qua non

    de sua universalizao (ALVES, 2001, p. 86).

    Um dos elementos polmicos levantados por Alves diz respeito idia de

    Comnio sobre formao de professores:

    Para Comnio, ento, tratava-se de simplificar e objetivar o trabalho

    didtico, de tal forma que qualquer homem mediano pudesse ensinar.

    At ento, o mestre, na condio de preceptor, era uma figura cujo

    conhecimento ia muito alm da mdia dos homens. No raro essa

    modalidade de educador despontava por sua erudio. [...] Mas esse

    tipo de exigncia havia sido superado pelo tempo e representava, de

    fato, um impedimento expanso da educao. A exigncia

    imperativa de universalizao do ensino era tolhida pelo caro servio

    do preceptor, em correspondncia com a complexidade da tarefa que

    exercia. Portanto, quando a escola se props atender a todos, precisou

    desvincilhar-se desse mestre sbio (ALVES, 2001, p. 88-89).

    A soluo posta, ento, por Comnio, foi a utilizao do manual didtico como

    um instrumento de simplificao e objetivao do trabalho didtico. Com esse

    instrumento, segundo Alves, era possvel conseguir o barateamento do ensino por

    diversos fatores: primeiramente porque, resumindo o conhecimento no manual didtico,

    dispensaria o grande nmero de livros clssicos; segundo porque apresentaria uma

    sistematizao dos conhecimentos humanos de uma forma adequada criana; terceiro

    porque, ao simplificar e objetivar o trabalho didtico, o manual tornaria possvel o

    barateamento da mo-de-obra do professor.

    Percebe-se, ento, que o trabalho de expropriao que ocorreu com o

    trabalhador arteso tambm aconteceu com o professor. Assim como o primeiro teve

    que desvencilhar-se do domnio de todo o processo de produo, tambm o professor

    manufatureiro desvencilhou-se do saber, que passou para o manual didtico. Da

    mesma forma que o trabalhador, nos sculos seguintes, tornou-se apndice da mquina,

    o professor e os alunos tornaram-se apndices do livro didtico.

  • O manual didtico proposto por Comnio assemelha-se s cartilhas na medida

    em que, possibilita queles que os utilizam o desconhecimento de todo o contedo que

    trazem em suas pginas. No entanto, o livro didtico, diferentemente das cartilhas, trata

    das mais diferentes reas do conhecimento e atravessa todos os nveis de ensino.

    Alm desse determinante posto pela universalizao do ensino via

    barateamento, h outros elementos histricos que ajudam a compreender a supremacia

    do livro didtico nas escolas. Um aspecto importante o processo de especializao do

    trabalho, que inicia-se na produo de mercadorias e reflete-se tambm, na organizao

    escolar. O desenvolvimento acelerado das foras produtivas traz consigo constante

    produo de novos conhecimentos. Seria impossvel na sociedade atual, um professor

    que dominasse todas as reas do conhecimento, como acontecia at o feudalismo.

    Figuras histricas como Leonardo da Vinci, que era artista, filsofo, matemtico,

    astrnomo, inventor, entre outras coisas, so difceis de existir numa sociedade cada vez

    mais especializada como a de hoje.

    Isso no significa, porm, que a escola deva abandonar o ensino baseado no

    conhecimento cientfico, somente porque ele est cada vez mais especializado. cada

    vez mais dominante o discurso de que a escola deva trabalhar apenas com o

    desenvolvimento de competncias e habilidades, em detrimento do saber cientfico.

    Entendemos que o processo educativo deve envolver o conjunto de saberes acumulados

    pela humanidade.

    A dificuldade da escola trabalhar como esse saber no apenas produto da

    especializao do conhecimento, mas tambm resultado da precria formao de

    professores, que na ausncia de uma formao mais slida, amparam-se quase que

    totalmente no conhecimento dos livros didticos.

    Depois de ter sido desconsiderado por bibligrafos, educadores e intelectuais de

    vrios setores, entendido como produo menor enquanto produto cultural, o livro

    didtico comeou a ser analisado sob vrias perspectivas, destacando-se os aspectos

    educativos e seu papel na configurao da escola contempornea. O livro didtico um

    objeto cultural contraditrio que gera intensas polmicas e crticas de muitos setores,

    mas tem sido sempre considerado como um instrumento fundamental no processo de

    escolarizao. Esta ferramenta docente provoca debates no interior da escola, entre

    educadores, alunos e suas famlias, assim como em encontros acadmicos, em artigos de

  • jornais, envolvendo autores, editores, autoridades polticas, intelectuais de diversas

    procedncias.

    Na dcada de 1960 iniciam-se as anlises sobre o carter ideolgico do livro

    didtico. Esta abordagem ocupava e ainda ocupa um lugar de destaque nas pesquisas

    nacionais onde o enfoque sobre as ideologias subjacentes aos manuais ainda permanece

    (NADAI, 1992/3, p. 150).

    No entanto, nos ltimos anos houve mudanas de abordagens, pois foram

    ganhando destaque anlises acrescidas de outras temticas, como por exemplo, relaes

    entre as polticas pblicas e a produo didtica, evidenciando o papel do Estado na

    normatizao e no controle da produo.

    A partir dos anos 1980, muitos dos problemas relacionados ao contedo ou ao

    processo de produo e uso do livro didtico por professores e alunos passaram a ser

    analisados em uma perspectiva histrica, constituindo-se tais anlises em uma das

    vertentes mais importantes desse campo de investigao. Os objetivos centrais de tais

    anlises so o de situar o processo de mudanas e permanncias do livro didtico tanto

    como objeto cultural fabricado quanto pelo seu contedo e prticas pedaggicas ,

    considerando sua insero hoje, quando se introduzem, em escala crescente, novas

    tecnologias educacionais, as quais chegam a colocar em xeque a prpria permanncia

    do livro como suporte preferencial de comunicao de saberes escolares

    (BITTENCOURT, 2004).

    Alm disso, h uma postura do Banco Mundial de valorizar investimentos na

    aquisio de livros didticos. Isto ocorre principalmente pelo fato de que os textos

    escolares na maioria dos pases perifricos do capitalismo constiturem-se em si

    mesmos o currculo efetivo e, tambm, por tratar-se de um insumo de baixo custo e alta

    incidncia sobre a qualidade da educao e o rendimento escolar (Torres apud Sapelli,

    2005, p. 11). Em pases como o Brasil, onde as condies precrias da educao fazem

    com que o livro didtico acabe determinando contedos e decidindo estratgias de

    ensino, diz-se, ainda, que o livro didtico instrumento importante para o ensino e a

    aprendizagem formal e que, apesar de no ser o nico, pode ser decisivo para a

    qualidade do aprendizado resultante das atividades escolares.

    As discusses em torno do livro esto vinculadas ainda sua importncia

    econmica para um vasto setor ligado produo de livros e tambm ao papel do

  • Estado como agente de controle e como consumidor dessa produo. No caso brasileiro,

    os investimentos realizados pelas polticas pblicas nos ltimos anos transformaram o

    Programa Nacional de Livro Didtico (PNLD) no maior programa de livro didtico do

    mundo (Bittencourt, 2004).

    O livro didtico tem uma grande importncia poltico-ideolgica. Segundo

    Davies: [...] os livros didticos de histria procuraram e procuram ainda construir uma

    memria oficial, onde tm vez os grandes homens` das classes dominantes, o

    nacionalismo, e onde os conflitos sociais so omitidos ou atenuados (DAVIES, 2007,

    p. 01). Atravs desta reflexo, possvel observar que os fatos histricos contidos nos

    livros didticos reproduzem a viso de mundo de quem o escreveu.

    Considerando que fazemos parte de uma sociedade de classes, muitas vezes os

    conflitos e contradies no so abordados pelos livros didticos: [...] a banalizao e a

    unidimensionalizao dos temas nos livros didticos decorrem da necessidade do

    mundo capitalista de padronizar tudo e submeter todos lgica e ao ritmo de sua

    produo (SCHFFER, 2001, p. 135). O professor precisa estar preparado para

    perceber isso, e fazer, juntamente com os alunos, um trabalho de anlise crtica do que

    est posto no livro.

    Percebemos que o livro didtico tem contribudo para a formao de uma

    identidade nacional na escola, com a sacralizao de certos acontecimentos histricos e

    personagens tanto por meio das narrativas dos textos didticos como por meio das

    ilustraes. Exemplo disso so as pinturas ou ilustraes representando: Tiradentes, D.

    Pedro I, Princesa Isabel, Independncia do Brasil, a primeira missa, a Batalha de

    Guararapes, pintadas por artistas que receberam todo o apoio do governo imperial,

    como Pedro Amrico, Vtor Meireles, considerados pintores oficiais da Monarquia.

    Portanto, a formao de uma identidade nacional e do conceito de nao um

    processo ideolgico que na escola passa necessariamente pela conservao de uma

    memria nacional e pela formao de uma conscincia poltica. As propostas

    educacionais do Estado no discutem no processo educativo que a formao da

    identidade nacional e da nao so construes sociais em que o povo sujeito

    (ZAMBONI, 2003).

    Para tanto, o Estado impulsionou a indstria cultural, sendo que, no caso do

    ensino, houve uma adoo em massa de livros didticos, assumindo, em muitos casos,

  • reiteramos, a forma de currculo.

    A grande produo editorial no Brasil, principalmente de livros didticos, no

    significou a democratizao do saber, pelo contrrio, o consumo em massa de livros

    didticos de Histria, no contribuiu para a compreenso crtica da Histria entre os

    alunos, pois este material tornou-se um veculo de difuso de uma histria que

    reproduzia a memria oficial, por sua vez excludente.

    A indstria cultural tornou-se um dos agentes que definem qual histria ensinar

    e como ensin-la na escola, contribuindo para um ensino descolado do social ou um

    ensino comprometido com outras experincias histricas. Os livros didticos no so

    apenas instrumentos pedaggicos: so tambm produtos de grupos sociais que

    procuram, por intermdio deles, perpetuar suas identidades, seus valores, suas tradies,

    suas culturas (CHOPPIN apud BITTENCOURT, 2002, p. 69). Ainda para a mesma

    autora o livro didtico tem sido objeto de avaliaes contraditrias, pois existem

    professores que os abominam culpando-os pelo fracasso escolar e outros que se calam

    diante dos livros e o vem como um auxlio positivo nas aulas. No entanto, para a

    autora, o livro didtico continua sendo o referencial dos professores.

    A Histria Poltica que predominou no ensino de Histria at recentemente foi

    responsvel pela configurao nestes livros de uma galeria de personagens da vida

    administrativa do pas. Houve o cuidado de se pesquisar os possveis retratos de

    personagens que ficaram famosos posteriormente, para serem apresentados aos jovens

    estudantes. o caso, por exemplo, de Tom de Souza e de Pedro lvares Cabral. O

    descobridor e o primeiro chefe poltico ou governador-geral, ou seja, biografar

    chefes polticos fazendo uma galeria de pessoas ilustres.

    Nessa perspectiva, o conhecimento histrico de outras sociedades definiu uma

    memria utilizada para rememorar e glorificar o passado de grupos dominantes. Para

    desmistificar isso necessrio a introduo de outros elementos histricos e, tambm,

    mostrar que essa viso uma construo histrica e que constitui apenas uma parte da

    realidade passada que foi criada.

    Para Arajo (1999), o livro didtico um instrumento essencial nas aulas de

    histria e, por isso mesmo, considerado hoje por muitos estudiosos como sendo um dos

    problemas crnicos do ensino fundamental e mdio por serem os principais

    veiculadores de conhecimentos sistematizados. Isso torna emergente uma reflexo sobre

  • a relao entre conhecimento historiogrfico produzido na academia e o saber

    sistematizado do livro didtico e, conseqentemente, das aulas de Histria. Sendo que:

    a partir dos finais dos anos 70 que ocorrero mudanas

    significativas no espao acadmico e na indstria cultural brasileira.

    At ento a histria ensinada no Brasil seguia os guias curriculares

    cujos princpios norteadores estavam definidos pela Lei 5.692/71 e

    cujas caractersticas principais eram a simplificao e a excluso das

    lutas sociais [...] Nos anos 80 constata-se o estreitamento das relaes

    entre academia e o mercado editorial brasileiro, entretanto,

    observamos que embora mudanas e avanos tenham ocorrido, ainda

    so marcantes as lacunas e descompassos entre os novos paradigmas

    historiogrficos e o que se vincula enquanto contedo dos manuais

    didticos de Histria. O livro didtico continua com um forte carter

    alienador, j que se constitui em canal de transmisso e manuteno

    de mitos e esteretipos que povoam a histria ensinada (ARAJO,

    1999, p. 237).

    O que pode ser observado nestes manuais que na relao dos principais fatos,

    se expressa uma histria factual, personalista, exaltao dos grandes feitos polticos,

    sendo que o motor da histria so as aes dos grupos dominantes, e no a luta de

    classes. O uruguaio Eduardo Galeano, em sua obra As veias abertas da Amrica Latina

    (2002), expe o outro lado da questo, ou seja, a histria que no abordada pelos

    vencedores e pelo livro didtico.

    A venerao pelo passado sempre me pareceu reacionria. A direita

    escolhe o passado porque prefere os mortos; mundo quieto, tempo

    quieto. Os poderosos, que legitimam seus privilgios pela herana,

    cultivam a nostalgia. Estuda-se histria como se visita um museu; e

    esta coleo de mmias uma fraude. Mentem-nos no passado como

    mentem no presente: mascaram a realidade. Obriga-se o oprimido a

    fazer sua, uma memria fabricada pelo opressor: estranha, dissecada,

    estril. Assim, ele se resignar a viver uma vida que no sua, como

    se fosse a nica possvel (GALEANO, 2002, p. 286).

    O que percebemos uma continuidade da histria tradicional, apesar de

    inmeras pesquisas e do movimento dos educadores e historiadores no sentido de

    explicitar a crtica a esse tipo de histria. Essa uma viso que tem por objetivo a

    manuteno dos valores sociais expressos pela sociedade capitalista, transmitida por

    meio de um discurso competente, ou seja, veiculada atravs do livro didtico que

    refora mitos e esteretipos burgueses como se fossem universais e imutveis,

  • destituindo a histria de suas contradies.

    Essas posturas emergiram da anlise da literatura que vem explicitando as

    contradies e lacunas no ensino de Histria, especialmente na dcada de 80,

    questionando a concepo nica e acabada de Histria, tradicional, fragmentada, linear

    e distante da realidade do aluno. Ainda hoje de 1 a 4 sries ensina-se noes vagas de

    tempo, datas comemorativas, origem tnica do povo brasileiro e costumes como se essa

    diversidade no trouxesse consigo contradies e conflitos (COSTA, 1999, p. 286).

    Para alm dos limites e problemas do livro didtico preciso apontar as

    possibilidades do uso desse material. fundamental, neste sentido, a recuperao do

    papel do professor no processo educativo, e colocar o livro didtico como um

    instrumento auxiliar e no como direcionador.

    necessrio que durante as aulas, ao utilizar o livro didtico e outros

    documentos, os professores se preocupem com a formao de uma conscincia social e

    poltica dos alunos, fornecendo elementos para que pensem historicamente. Isso

    significa pensar a realidade como um espao social de lutas e contradies.

    O conhecimento histrico construdo em sala de aula pode algumas vezes estar

    centrado na cronologia, na informao de fatos descontextualizados para a vida dos

    alunos, sem nenhuma vinculao com o momento presente, mas o conhecimento

    histrico e a perpetuao das memrias nacionais, acontece tanto no interior do

    ambiente escolar como fora dele e com diferentes linguagens: est presente nas

    exposies, nos museus, nos arquivos, nos meios de comunicao (cinema, jornais,

    televiso, Internet). Cada uma destas formas de ensinar a histria implica uma

    metodologia prpria e recursos a serem utilizados. Em cada um deles o historiador est

    formando a conscincia histrica (ZAMBONI, 2003).

    importante que a aula seja um espao de compartilhamento de experincias

    individuais e coletivas, de relao dos sujeitos com os diferentes saberes envolvidos na

    produo do saber escolar, orientaes e discusses sobre as condies, finalidades e

    objetivos do ensino de histria e envolve questes como: para que serve ensinar a

    histria? Por que trabalhar histria na escola? E qual significado tem a histria para

    alunos e professores? (SCHIMIDT; GARCIA, 2005).

    Portanto, de fundamental importncia uma abordagem que entenda a histria

    como o estudo da ao humana transformadora, onde o homem, atravs do trabalho,

  • produz mudanas, transformaes situadas em diferentes espaos e no tempo. Este pode

    ser um dos principais critrios para a seleo de contedos. Desta forma, os contedos

    evidenciariam a luta de classes as contradies da sociedade, mostrando a sua

    organizao em temas a serem ensinados com o objetivo de contribuir para a formao

    de conscincias individuais e coletivas numa perspectiva crtica.

    Torna necessrio que professores e alunos busquem a renovao dos

    contedos, a construo de problematizaes histricas, a apreenso

    de vrias histrias lidas a partir de distintos sujeitos histricos, das

    histrias silenciadas, histrias que no tiveram acesso Histria.

    Assim, busca-se recuperar a vivncia pessoal e coletiva de alunos e

    professores e v-los como participantes da realidade histrica, a qual

    deve ser analisada e retrabalhada, com o objetivo de convert-la em

    conhecimento histrico, em autoconhecimento, uma vez que, desta

    maneira, os sujeitos podem inserir-se a partir de um pertencimento,

    numa ordem de vivncias mltiplas e contrapostas na unidade e

    diversidade do real (SCHMIDT; GARCIA, 2005).

    Com relao aos livros paradidticos e didticos, eles entram na sala de aula

    como objetos, cuja inteno apresentar um conhecimento j organizado, fechado. Tm

    um status especial, foram produzidos para a sala de aula. Portanto, cada um deles tem

    uma forma particular de organizao. Os textos so curtos, bem divididos e com uma

    linguagem especial. So colocados na sala de aula como sujeitos que intermediam a

    relao de conhecimento entre o professor e o aluno. Muitos apresentam uma parte

    introdutria com orientaes de como us-los e explor-los. As imagens so postas ao

    lado dos textos, muito mais como meras ilustraes do que como um outro texto a

    complementar o principal (ZAMBONI, 1998).

    Consideramos que a essncia do conhecimento histrico so as aes humanas

    repletas de contradies traduzidas no fato histrico, sendo de extrema importncia que

    o professor consiga relacionar a sua fala com o texto do livro didtico e o universo

    cultural dos alunos, pois o ensino de histria pressupe um dilogo entre esses

    elementos, para que os alunos possam ampliar a compreenso do conhecimento

    histrico, o que os levar a pensar historicamente podendo ento, fazer a distino entre

    o que histrico e o que ficcional.

    Por fim, entendemos que no esgotamos a discusso e a reflexo sobre a estreita

    relao entre o livro didtico e o ensino de histria, no entanto, algumas consideraes

    podem ser feitas, pois esperamos ter demonstrado que os apontamentos aqui feitos no

  • so novidades, apenas um resgate daquilo que ao longo das ltimas dcadas permeou as

    discusses sobre este tema e a histria ensinada nas escolas do Ensino Fundamental e

    Mdio.

    importante considerar o fato de que o livro didtico ainda o principal,

    quando no o nico, material utilizado nas aulas de histria, embora muitas vezes o

    professor tenha disponvel para pesquisa uma diversidade de materiais tais como:

    jornais, revistas, livros paradidticos, imagens/gravuras, entre outros. Dificuldades de

    tempo adequado para um planejamento que envolva a pesquisa desses elementos, acaba,

    de forma geral, por influenciar de tal maneira que o livro didtico visto por muitos

    como sendo o prprio currculo escolar.

    Junto com isto vem o evento de os livros didticos trazerem fatos

    fragmentados, de maneira cronolgica linear, sem uma idia de processo, justamente

    para limitar a construo do pensamento histrico no educando. Uma sada para esse

    problema seria a utilizao, pelo docente, de diversos livros didticos, com

    possibilidades diferenciadas de interpretao, para confrontar idias, debater e construir

    conhecimento, j que a histria no deve trazer verdades absolutas. Porm a realidade

    de escola pblica que se vivencia, principalmente no que permeia o aspecto financeiro,

    no permite tal ao.

    Em sua maioria, os livros para o ensino de histria no trazem notas que

    referenciam outras obras que podem ou devem ser utilizadas, tanto pelo educador

    quanto pelo educando. Sabe-se que a pesquisa em mais de uma obra traz maior

    conhecimento e instiga a capacidade de relao entre idias diferentes.

    Por fim, o professor deve perceber que o livro didtico no o nico

    instrumento que pode ser utilizado na sala de aula em sua prtica educativa. Ele no

    deve ser referncia nica na transmisso de conhecimento para o sujeito, mas sim como

    um dos meios de apoio, de possibilidade de pesquisa, juntamente com tantos outros que

    se tornam disponveis na rea educativa.

    A possibilidade de acesso outros instrumentos didticos (internet, tv, etc)

    tambm contribuiria para um processo educativo onde o professor poderia estabelecer

    diferentes relaes. Os mais modernos, instrumentos didticos no so os nicos

    instrumentos capazes de enriquecer o trabalho em sala de aula. Concordamos com

    Alves (2001) quando aponta a necessidade da escola retomar o ensino a partir dos livros

  • clssicos. Esse autor lembra que quando Comnio pensou no manual didtico uma das

    preocupaes era a dificuldade de todos terem acesso livros, devido ao alto custo.

    Hoje esse custos esto menores e h uma possibilidade maior de acesso aos livros. Uma

    biblioteca escolar bem estruturada seria um bom instrumento didtico.

    Para que o manual didtico deixe de ser o direcionador do processo educativo

    preciso que o professor tenha condies para assumir essa tarefa. Se os discursos, a

    partir da dcada de 90, da qualidade na educao tivesse suscitado investimentos na

    formao de professores com a mesma monta que a indstria do livro didtico,

    conforme citamos no incio, talvez teramos professores hoje capazes de fazer um bom

    trabalho educativo, at mesmo sem o livro didtico. Um professor bem formado e com

    condies de trabalho adequadas, tem a possibilidade, inclusive, de escolher um livro

    didtico que tenha menos problemas. o professor que ir proporcionar o espao para

    reflexes crticas com relao aos fatos histricos que, por ventura, venham descritos de

    forma superficial, de forma a induzir a um pensamento ideolgico, geralmente, de

    manuteno da condio existente. , portanto, por meio de pesquisas e reflexes sobre

    o livro didtico que podemos identificar a importncia e as relaes contraditrias desse

    instrumento de comunicao, de produo e transmisso de conhecimento, integrante da

    tradio escolar.

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