Levantamento das espécies de pulgas em cães e gatos...

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Vinícius Eduardo Moura Levantamento das espécies de pulgas em cães e gatos capturados no município de São Caetano do Sul-SP. Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana:Teoria e Prática RIO CLARO 2008

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Vinícius Eduardo Moura

Levantamento das espécies de pulgas em cães e gatos capturados no município de São Caetano do Sul-SP.

Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana:Teoria e Prática

RIO CLARO

2008

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Vinícius Eduardo Moura

Levantamento das espécies de pulgas em cães e gatos capturados no município de São Caetano do Sul-SP.

Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana:Teoria e Prática

Orientador: Prof. Dra. Edna Clara Tucci

RIO CLARO

2008

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595.7 Moura, Vinícius Eduardo M929L Levantamento das espécies de pulgas em cães e

gatos capturados no município de São Caetano do Sul – SP / Vinícius Eduardo Moura. – Rio Claro : [s.n.], 2008

39 f. : il., fots., figs., tabs. Trabalho de Especialização (Entomologia Urbana)

– Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Rio Claro

Orientador: Edna Clara Tucci

1. Inseto. 2. Prevalência. 3. Pulicídeo. Título.

Ficha Catalográfica elaborada pela STATI – Biblioteca da UNESP Campus de Rio Claro/SP

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Vinícius Eduardo Moura

Levantamento das espécies de pulgas em cães e gatos capturados no município de São Caetano do Sul-SP.

Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana:Teoria e Prática

Comissão Examinadora

Prof. Dra. Ana Eugênea de C. Campos-Farinha Prof. Dr. Odair Correa Bueno Prof. Dr. Osmar Malaspina

Rio Claro, 08 de agosto de 2008

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RESUMO

Moura, V. E. Levantamento das espécies de pulgas em cães e gatos

capturados no município de São Caetano do Sul-SP. Monografia (Conclusão de

Curso) - Instituto de Biociências. Universidade Estadual Paulista, 2008.

As pulgas são insetos que parasitam animais de sangue quente. Durante os

meses de outubro/07 e maio/08 foram encontradas 1.343 pulgas infestando 207 cães

e 38 gatos capturados no município de São Caetano do Sul-SP. As espécies foram

identificadas como Ctenocephalides felis felis (Bouché, 1835), Ctenocephalides canis

(Curtis, 1826) e Pulex irritans (Linnaeus, 1758). O índice de infestação em cães foi

94,09% e em gatos 73,07%. A prevalência de Infestação de cada espécie foi de

88,83% para C. felis felis; 10,34% para C. canis e 0,81% para P. irritans. As três

espécies foram encontradas nos cães, porém em gatos apenas C. felis felis foi

assinalada. A relação entre fêmeas e machos de C. felis felis em cães foi 3,29:1 e em

gatos 3,25:1. Para a espécie C. canis tal relação chegou a 3,34:1 em cães.

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ABSTRACT

The fleas are insects that infest warm blood animals. Between october/07 and

may/08, 1.343 fleas were found infesting 207 dogs and 38 cats in São Caetano do sul

city. The samples were identificated as Ctenocephalides felis felis (Bouché, 1835),

Ctenocephalides canis (Curtis, 1826) and Pulex irritans (Linnaeus, 1758). The

infestation index in dogs was 94,09%, in cats was 73,07%. The prevalence of each

species was 88,83% to C. felis felis; 10,34% to C. canis and 0,81% to P. irritans. All

the three species were founded in dogs, but in cats only C. felis felis was founded. The

C. felis felis sexual ratio obtained was 3,29:1 in dogs and 3,25:1in cats. The C. canis

sexual ratio obtained was 3,34:1 in dogs.

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SUMÁRIO

Página

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................06

2. OBJETIVO ................................................................................................08

3. BIOLOGIA .................................................................................................09

4. PRINCIPAIS GÊNEROS E ESPÉCIES.....................................................15

4.1. Ctenocephalides........................................................................15

4.1.1. Ctenocephalides felis felis......................................................16

4.1.2. Ctenocephalides canis............................................................17

4.2. Xenopsylla.................................................................................17

4.2.1.Xenopsylla cheops...................................................................17

4.2.2. Xenopsylla braziliensis...................................................... .....18

4.3. Pulex..........................................................................................19

4.3.1. Pulex irritans...........................................................................19

4.4.Tunga..........................................................................................20

4.4.1.Tunga penetrans .....................................................................20

5. MATERIAL E MÉTODOS ..........................................................................22

5.1. Município de estudo...................................................................22

5.2. Hospedeiros...............................................................................24

5.3. Coleta das Amostras..................................................................25

5.4. Identificação das Amostras........................................................25

6. RESULTADO E DISCUSSÃO ...................................................................26

7. CONCLUSÃO ............................................................................................32

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................33

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1.INTRODUÇÃO

As pulgas são ectoparasitos hematófagos pertencentes à ordem Siphonaptera,

a qual compreende pequenos insetos ápteros de coloração acastanhada e achatados

lateralmente. Parasitam animais de sangue quente (BEAUTY & MARQUARDT,1996),

podendo apresentar especificidade parasitária ou não (SOULSBY 1987; KETTLE,

1995). A maior parte das espécies conhecidas apresenta ctenídeos, estruturas

destinadas à fixação e locomoção entre os pêlos dos hospedeiros, sendo estes na sua

maioria cães, gatos, roedores e o homem.

No contexto urbano, a importância parasitológica desses insetos, deve-se aos

prejuízos causados como parasitos propriamente ditos, levando a irritação, prurido e

dermatites alérgicas; como vetores biológicos de viroses, riquetsioses, doenças

bacterianas (dentre estas a peste bubônica, transmitida ao homem pela pulga de

roedores) e como hospedeiros intermediários de vermes cestódeos, nematódeos e

protozoários (DRYDEN & RUST, 1994). Tais ações interferem diretamente na saúde

humana e animal.

Existem cerca de 3.000 espécies de pulgas no mundo e segundo Razl et al.

(1999), esta distribuição das espécies decorre de fatores biológicos e geográficos que

determinam à ocorrência de hospedeiros e as condições climáticas favoráveis em uma

dada região, considerando que a umidade e a temperatura são fatores determinantes

para a sobrevivência, reprodução e desenvolvimento destes insetos (KOUTINAS et al.,

1995; MENG et al., 2002).

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Na região Neotropical ocorrem 52 gêneros e cerca de 280 espécies, de

maneira que no Brasil, até o presente, foram assinaladas 08 famílias incluindo 20

gêneros e 59 espécies e/ou subespécies, sendo que as três principais espécies de

pulgas que infestam cães e gatos são: Ctenocephalides canis (CURTIS, 1826),

Ctenocephalides felis felis (BOUCHÉ, 1835) e Pulex irritans (LINNAEUS, 1758)

(LINARDI & NAGEM, 1973). Entretanto já houve relatos do parasitismo por algumas

outras espécies, como a Tunga penetrans (L., 1958) e a Xenopsylla cheops em cães e

Polygenis (Neopolygenis) atopus (JORDAN e ROTHSCHILD, 1922) e Polygenis

(Polygenis) bohlsi bohlsi (WAGNER, 1901) em gatos (RASZL et al., 1999).

A grande extensão geográfica do Brasil, permitindo diferenças climáticas

regionais, seria fator relevante na distribuição dessas pulgas, porém poucos são os

trabalhos realizados no país que permitem verificar a prevalência destes insetos

regionalmente (LINARDI & NAGEM, 1973).

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2.OBJETIVO

Realizar um levantamento das espécies de pulgas que ocorrem nos cães e

gatos capturados pelo Centro de Controle de Zoonoses do Município de São Caetano

do Sul - SP, a fim de contribuir com informação sobre a distribuição regional;

incidência e prevalência destes insetos no país.

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3.BIOLOGIA

Ambos os sexos são hematófagos e apenas os adultos são parasitas

(URQUHART et al.,1998).

No desenvolvimento do ciclo biológico, ocorre uma metamorfose completa, ou

seja, são observados todos os estágios de um inseto: ovo, larva, pupa e adulto (Figura

1).

Figura 1 – Representação do ciclo evolutivo das pulgas (Modificado da

Universidade da Pensilvânia, 1998).

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De maneira geral o ciclo tem duração aproximada de 30 dias, (LINARDI &

GUIMARÃES, 2000) podendo estender-se até 174 dias (DRYDEN & RUST, 1994),

dependendo das condições de temperatura e umidade. O início se dá após ovipostura,

a qual geralmente ocorre nos ninhos dos hospedeiros, após 36h a 48h do primeiro

repasto sanguíneo (LINARDI & GUIMARÃES, 2000). Quando depositados no próprio

hospedeiro, os ovos caem ao solo, tendendo a acumular-se em grandes quantidades

nos locais habitualmente mais freqüentados por eles (DRYDEN, 1993; DRYDEN &

RUST, 1994). Os ovos são esbranquiçados, ovóides ou elipsoidais, medindo em

média 0,5 mm (Figura 2).

Figura 2 – Ovos e fezes de pulgas (Universidade da Flórida, 1997).

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As larvas são esbranquiçadas, eucéfalas, vermiformes e ápodas. De um modo

geral existem três estágios larvares, porém Tunga penetrans apresenta dois (HICKS,

1930 apud LINARDI & GUIMARÃES, 2000).

As larvas de 1º estágio eclodem no intervalo entre um e dez dias, de acordo

com as condições ambientais de temperatura e umidade, sendo que os estágios

larvários passam por metamorfose a cada três dias (LINARDI & GUIMARÃES, 2000).

Apresentam fototropismo negativo e geotropismo/higrotropismo positivo. No ambiente

alimentam-se de descamações cutâneas, fungos, microorganismos, resíduos

alimentares e principalmente do sangue desidratado presente nas partículas fecais

expelidas pela pulga adulta (Figura 3).

Figura 3 – Larvas de 2º estágio da espécie C. felis felis apresentando o trato

digestivo preenchido por sangue (PEREIRA M. C., 1998).

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Ao final deste desenvolvimento, o último estágio larvário deixa de se alimentar

e esvazia seu trato digestivo (Figura 4), iniciando a fase de pupa, as quais podem ser

nuas ou encasuladas (DRYDEN & SMITH, 1994). No caso de C. felis felis estímulos

mecânicos provenientes do contato com uma superfície vertical são importantes para

que as larvas de 3º estágio produzam tênues fios de cedas viscosos para a formação

do casulo pupal, que irá aderir-se a qualquer sujidade ambiental como grãos de areia

ou outro tipo de resíduo (Figura 5).

Figura 4 – Larvas de 3º estágio da espécie C. felis felis (PEREIRA M. C., 1998).

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Figura 5 – Pupas da espécie C. felis felis, aderidas em grãos de areia

(PEREIRA M. C., 1998).

A emergência das pulgas adultas ocorre em cerca de cinco a nove dias após o

início da pupação, podendo chegar 140 dias e é desencadeada após determinados

estímulos ambientais como calor, umidade, vibrações, pressão mecânica e Dióxido de

Carbono (DRYDEN, 1989; DRYDEN, 1993 LINARDI & GUIMARÃES, 2000). O

deslocamento dos hospedeiros nas proximidades e aberturas de portas e janelas são

exemplos que explicam a alta infestação de ambientes que estavam fechados por

longos períodos (LINARDI & GUIMARÃES, 2000).

Os adultos apresentam fototropismo positivo e geotropismo negativo, além de

serem atraídos por vibrações, correntes de ar, Dióxido de carbono, ruídos, odores e

outros estímulos químicos (DRYDEN, 1989; DRYDEN, 1993; DRYDEN & RUST,

1994).

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A longevidade é variável por espécies, condições climáticas, nutrição, número

e intervalo de tempo dos repastos sanguíneos. (DRYDEN, 1993; DRYDEN & RUST,

1994). De acordo com estudo realizado por Bacot (1930) apud Linardi e Guimarães

(2000), pulgas alimentadas de C. Canis; X. Cheops; P. irritans obtiveram,

respectivamente, 234, 100 e 513 dias de vida. C. felis felis possui longevidade entre

100 e 113 dias (Dryden, 1997).

Figura 5 – C. felis felis recém removida do casulo pupal (Pereira M. C., 1998).

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4.PRINCIPAIS GÊNEROS E ESPÉCIES

4.1. Ctenocephalides (Stiles & Collins, 1930)

No Brasil há registros da presença de apenas duas representantes deste

gênero: a espécie Ctenocephalides canis (CURTIS, 1826) e a subespécie

Ctenocephalides felis felis (BOUCHÉ, 1835). Como característica principal apresenta

duas estruturas com função de aderência no hospedeiro, os ctenídeos genal e

pronotal (Figura 6).

Figura 6 – Localização dos Ctenídeos genal e pronotal em C. felis felis

(modificado de Pereira M. C., 1998).

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Ambas as espécies causam severos danos aos hospedeiros devido à injúria

provocada pela picada e espoliação de sangue durante o repasto, podendo atuar

como hospedeiros intermediários do cestóide comum de cães e gatos Dipylidium

caninum e do filarídeo de cães Dipetalonema reconditum, ou mesmo desencadear

uma serie de doenças como a Dermatite Alérgica a Picada de Pulgas (DAPP)

(URQUHART et al.,1998; MENDONÇA, 2007). Também já houve relatos da presença

do protozoário Rickettisia spp nesses insetos (HORTA, 2005)

4.1.1. Ctenocephalides felis felis (Bouché, 1835)

Embora esta subespécie tenha origem afrotropical, acredita-se que

possivelmente foi introduzida no continente americano pela importação de gatos

domésticos junto com os europeus na época das cruzadas (PETTER, 1973;

BEAUCOURNU, 1990). É considerado o mais abundante ectoparasito de cães e gatos

sendo mais disseminado que C. canis (RUST, 2005).

De acordo com Genchi (1992) os adultos constituem apenas 5% da população

em parasitismo, ficando os 95% restantes distribuídos entre as outras fases de vida.

Portanto, a maior parte do ciclo biológico se passa fora do hospedeiro, oscilando o

período de incubação dos ovos entre 1 e 12 dias, dependendo da temperatura e

umidade relativa do ar (SILVERMAN et al., 1981).

Os estímulos responsáveis para que os adultos encontrem seus hospedeiros

são, principalmente, os visuais e os térmicos. Luz, dióxido de carbono e correntes de

ar estimulam apenas a locomoção (OSBRINK & RUST, 1985).

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4.1.2. Ctenocephalides canis(Curtis, 1826)

É uma espécie menos adaptável que C. felis felis, estabelecendo-se em

poucas áreas. Existem poucos registros em hospedeiros além dos canídeos

(HOPKINS & ROTHSCHILD, 1935). Produtos químicos a base de cipermetrina

mostrou bom desempenho no controle desta pulga (SAUD et al., 2003).

4.2. Xenopsylla (Glienkiewicks, 1907)

Não existem espécies nativas desse gênero na região Neotropical. Duas

espécies ocorrem no Brasil: Xenopsylla cheops e Xenopsylla brasiliensis. Ambas

espalharam-se pelo mundo através de ratos abrigados em embarcações marítimas

(HOPKINS & ROTHSCHILD, 1953).

4.2.1. Xenopsylla cheops (Rothschild, 1903)

O seu ciclo biológico em laboratório, de ovo a adulto é 28-39 dias no verão e

66-74 dias no inverno (PESSOA & HORTA, 1933).

É considerada a principal transmissora da peste urbana para o ser humano.

Esta doença é desencadeada após a introdução do agente causal no corpo do

hospedeiro após o regurgitamento do sangue bloqueado no proventrículo da pulga

adulta infectada (LINARDI & GUIMARÃES, 2000).

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Figura 7 - Imagem de um exemplar de pulga da espécie Xenopsylla cheops.

(SLOSS et al., 1999).

Segundo estudo realizado por Linardi et al. (1985), esta espécie infesta

preferencialmente roedores machos. O primeiro relato de parasitismo em cães no

Brasil ocorreu em 1998 (RASZL et al., 1998).

4.2.2. Xenopsylla brasiliensis (Baker, 1904)

Esta espécie também é transmissora da peste urbana e embora seu

parasitismo tenha sido relatado em cães, os principais hospedeiros são os ratos

domésticos. Seu ciclo evolutivo completo em estudo realizado em São Paulo foi de 26-

35 dias no verão e 64-72 dias no inverno (PESSOA & HORTA, 1933).

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4.3. Pulex (Linnaeus, 1758)

Dentre todas as espécies presentes neste gênero, apenas Pulex irritans foi

assinalada no Brasil (LINARDI & GUIMARÃES, 2000).

4.3.1 Pulex irritans (Linnaeus, 1758)

Esta espécie é principalmente parasita do homem, porém em algumas regiões

é comum ser encontrada em cães e gatos, podendo nesses casos atuar como

hospedeiro intermediário de Dipilydium caninum (URQUHART, 1998).

Em cães, existe uma tendência deste pulicídeo se associar com outros

ectoparasitos, sendo que as infestações mistas predominam sobre as puras na ordem

de 12 vezes (LINARDI & NAGEM, 1973).

Figura 7 - Imagem de um exemplar de pulga da espécie Pulex irritans.

(SLOSS et al., 1999).

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4.4. Tunga (Jarocki, 1838)

Único gênero da Subfamília Tunginae presente na Região Neotropical, é

dividido em dois grupos de espécies: “penetrans” e “caecata” (LINARDI &

GUIMARÃES, 2000), com este primeiro grupo parasitando principalmente o homem e

outros mamíferos domésticos e o segundo grupo parasitando roedores.

4.4.1 Tunga penetrans (Linnaeus, 1758)

É a principal representante das pulgas penetrantes nos mamíferos sendo que

o homem e suínos parecem ser os hospedeiros preferenciais, embora cães, gatos,

ratos e bovinos sejam encontrados parasitados ((LINARDI, 1998; URQUHART, 1998).

Quando ocorre infestação no homem, causa uma doença endêmica em

comunidades brasileiras de baixo poder aquisitivo (ARIZA et al., 2007; HEUKELBACH,

2003) chamada Tungiíase, conhecida popularmente como “bicho-de-pé”, pois acomete

preferencialmente a sola e dedos dos pés, seguida pelas pernas e mãos (Figura 8). A

fêmea penetra na pele dos locais supracitados causando severa irritação. Seu

abdômen se torna muito distendido e cheio de ovos, formando um nódulo

característico denominado “neossoma” (LINARDI, 1998) (Figura 9). Em suínos os

locais infestados são as patas e escroto (URQUHART, 1998).

O ciclo completo de ovo a adulto pode realizar-se em 17 dias (LINARDI &

GUIMARÃES, 2000), podendo chegar a 28 dias (NACIMENTO & ARIGONY, 1991).

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Foto 1 - Região plantar dos pés apresentando lesões em todos os estágios de

desenvolvimento (ARIZA et al., 2007).

Foto 2 – Pé esquerdo de menina de sete anos apresentando os “Neossomas”

(ARIZA et al., 2007)

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5.MATERIAL E MÉTODOS

5.1. Município de estudo

O estudo foi realizado no município de São Caetano do Sul, localizado na

região metropolitana da cidade de São Paulo. Com uma área de 15,185 quilômetros

quadrados com altitudes que variam de 805 a 730m do nível do mar, o município está

situado a 23º 37' 30" de Latitude Sul e 46º 31' 45" de Longitude Oeste. Distante 12

quilômetros de São Paulo, seu território tem fronteiras com a própria capital - ao Norte

e Oeste; São Bernardo do Campo - ao Sul e Oeste - e Santo André - ao Sul e Leste.

Toda área do município é urbanizada (Prefeitura de São Caetano do Sul).

Figura 8 - Representação cartográfica do município de São Caetano do Sul e

seus limites (Prefeitura de São Caetano do Sul).

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A população humana é estimada em 144.000 habitantes (IBGE, 2007);

população canina e felina estimada em 15.000 e 4.000 indivíduos respectivamente

(Campanha anti-rábica animal, 2007).

O clima da região é Tropical de Altitude, com chuvas abundantes no verão e

inverno seco. As temperaturas médias anuais oscilam entre 16º e 38ºC, com umidade

relativa do ar entre 85% (Jan. / Mar.) e 75% (Jul. / Ago.). As chuvas alcançam marcas

médias de 1300 a 1800 mm/ano. (Prefeitura de São Caetano do Sul).

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5.2.Hospedeiros

Foram examinados os cães (Canis famliliares) e gatos (Felis cati) apreendidos

pelo Veículo de Resgate Animal do Centro de Controle de Zoonoses Municipal,

durante os meses de outubro/07 a maio/08. Algumas informações referentes a cada

animal, como porte e sexo, foram anotados em fichas. Ao todo se resgatou 220 cães

e 52 gatos (Tabela 1).

Tabela 1 – Quantidade de cães e gatos apreendidos pelo Veículo de Resgate

Animal do Centro de Controle de Zoonoses do Município de São Caetano do Sul – SP,

no período de outubro/2007 a maio/2008.

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5.3. Coleta das amostras

Os ectoparasitos foram coletados com pinças e o auxílio de pentes finos,

fazendo vistoria direta nos pêlos dos animais após aspersão de éter para imobilização

dos insetos. Para tal procedimento os cães foram amordaçados.

As pulgas capturadas eram acondicionadas em recipientes plásticos contendo

álcool 70%, devidamente etiquetados com um número correspondente ao registro do

hospedeiro. Após esse procedimento o material era levado ao Laboratório de

Entomologia do Centro de Controle de Zoonoses para análise.

5.4. Identificação das amostras

As pulgas eram retiradas dos frascos, diafanizadas em Potassa 10% a

frio,desidratadas em série alcoólica e montadas entre lâmina e lamínula com Bálsamo

de Canadá, de acordo com a metodologia preconizada por Linardi e Guimarães

(2000). Em seguida as lâminas prontas eram levadas ao microscópio óptico para

quantificação e identificação quanto à espécie e sexo.

O material estudado encontra-se arquivado no laboratório de Entomologia do

Centro de Controle de Zoonoses do Município de São Caetano do Sul-SP.

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6.RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dos 220 cães e 52 gatos apreendidos, observou-se infestação em 207 e 38

animais respectivamente (Tabela 2). O índice de infestação geral de pulicídeos foi de

90,07%. O índice de infestação em cães foi 94,09% e em gatos de 73,07%.

Tabela 2 – Quantidade de cães e gatos apreendidos no período de outubro/07

a maio/08 que apresentaram infestação por pulicídeos.

Os cães machos apresentaram índice de infestação praticamente igual ao das

fêmeas, porém o mesmo não ocorreu com os gatos machos que, apesar de serem

encontrados em menor número, apresentaram índice maior que as fêmeas, conforme

demonstra a tabela 3.

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Tabela 3 – Índice de infestação de pulgas de acordo com o sexo do

hospedeiro.

Ao todo foram capturados 1343 indivíduos, dos quais 1143 estavam presentes

em cães e 200 em gatos. A maior quantidade de ectoparasitos encontrados em cães

esta relacionada com a amostragem destes hospedeiros, a qual foi quatro vezes maior

que gatos.

As alterações climáticas determinadas pelas estações do ano, aliada as

condições físicas do hospedeiro podem influenciar no nível de infestação local desses

insetos (CRUZ-VAZQUEZ et al., 2001). Temperaturas extremas, maiores que 35ºC ou

menores que 3º C, combinado com Umidade Relativa do Ar menor que 33% reduzem

o desenvolvimento das pulgas (SILVERMAN & RUST, 1983). Segundo Cruz-Vasquez

et al., (2001), durante a primavera, verão e outono são encontrados mais

pulicídeos.infestando cães e gatos.

No presente estudo, o período compreendido entre os meses de outubro/2007

e fevereiro/2008 (Primavera/Verão) foi onde se coletou o maior

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número de pulgas tanto em cães quanto em gatos. O fato da maior quantidade de

apreensões dos hospedeiros ter ocorrido nessa mesma época pode ter contribuído

para esse achado.

Foram identificadas três espécies de pulicídeos: Ctenocephalides canis;

Ctenocephalides felis felis e Pulex irritans. A prevalência de Infestação de cada

espécie foi 10,34%; 88,83% e 0,81% respectivamente (Tabela 4).

Tabela 4 – Quantidade de pulicídeos em cães e gatos apreendidos no

município de São Caetano do Sul – SP, no período de outubro/07 a maio/08.

Tabela 5 – Prevalência de infestação específica em cães e gatos apreendidos

no município de São Caetano do Sul – SP, no período de outubro/07 a maio/08.

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Em cães ocorreu infestação pelas três espécies, sendo que 86,87% destes

eram C. felis felis; 12,16% C. canis e 0,96% P. irritans. Em gatos apenas

Ctenocephalides felis felis foi encontrada, conforme demonstrou a tabela 5.

A alta prevalência de C. felis felis relatada neste estudo corrobora alguns

trabalhos realizados referente a presença destes ectoparasitos em cães e gatos no

Brasil e em outros países do mundo.

Em 282 cães examinados no município de Belo Horizonte e de outros

vizinhos, a prevalência desta espécie foi de 84,15% sobre o total de pulgas coletadas

(LINARDI & NAGEM, 1973). Raszl et al. (1999) encontraram-na em 66,67% dos gatos

examinados no município de Uberlândia, MG, com prevalência de 100,00% nestes

hospedeiros. Em Manaus - AM, foi a única espécie encontrada, com prevalência de

28,7% em cães e 72,7% em gatos (CASTRO & RAFAEL, 2006). Em Vitória, ES,

esteve presente em 54% dos ectoparasitos encontrados em cães (COSTA et al.,

1990). Fernandes et al. (1996) relataram prevalência de 50,2% sobre cães e 68%

sobre gatos, no Rio de Janeiro e cidades próximas.

Em estudo realizado em 11 municípios de Minas Gerais, C. canis foi

constatada em apenas três deles, perfazendo 0,76% da amostragem total dessas

pulgas (LINARDI & NAGEM, 1973), porém prevaleceu sobre C felis felis em Salvador-

BA (MENEZES, 1954), Curitiba-PR e Florianópolis-SC (UNTI, 1935).

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Segundo Hopkins & Rothschild, (1935). C. canis se estabeleceu em áreas

menos extensas que sua congênere, demonstrando baixa capacidade de adaptação.

Talvez a maior disseminação de C. felis felis encontrada esteja relacionada com esse

fato. Fatores climáticos existentes em cada região também contribuem para a

incidência das espécies conforme estudo realizado por Linardi & Nagem, (1973).

Na América do Norte, C felis felis é a espécie mais encontrada parasitando

cães e gatos (DRYDEN & RUST, 1994), assim como em Cuernavaca, México (CRUZ-

VAZQUEZ et al., 2001) e nordeste da Grécia (KOUTINAS et al., 1995).

A baixa prevalência de Pulex irritans sugere uma infestação acidental ou

ocasional, uma vez que todos os hospedeiros parasitados era domiciliada e mantinha

relações próximas com humanos. Gomes (1969) e Dobbin Jr et al. (1969) referem alta

incidência desta espécie de pulga em habitações humanas.

A relação entre fêmeas e machos de C. felis felis em cães foi 3,29:1 e em

gatos 3,25:1. Outros autores relatam proporção chegando a 4:1 (LINARDI & NAGEM,

1972) e 3,44:1 (RASZL et al., 1999) respectivamente. Para a espécie C. canis tal

relação chegou a 3,34:1 em cães, valor um pouco acima dos 2:4 relatado por Linardi e

Nagem, (1973). Os valores são observados na Tabela 6.

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Tabela 6 – Prevalência por sexo e espécie de pulgas coletadas em cães e

gatos apreendidos em São Caetano do Sul – SP, no período de outubro

2007/maio2008.

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7.CONCLUSÃO

De algumas espécies de pulgas que podem ser encontradas parasitando cães

e gatos no Brasil, apenas três delas foram identificadas nesses hospedeiros no

município estudado: Ctenocephalides felis felis, Ctenocephalides canis e Pulex irritans,

sendo que a prevalência da primeira sobre as demais foi notadamente mais alta. O

índice de infestação em cães foi maior que em gatos. A relação entre fêmeas e

machos manteve-se na média de 3 para 1 respectivamente, tanto para a espécie C.

felis felis quanto C. canis.

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