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O IDEAL DE IMPLANTAR O REINO DE DEUS NOS CORAÇÕES HUMANOS Dedicatória O desabrochar da mediunidade sempre trouxe perquirições. Dedico este livro, que conta alguns fatos mediúnicos, referentes ao mediunato de Divaldo Franco, aos jovens que se descobrem médiuns e, na maioria das vezes, não têm a quem perguntar... Permito-me divulgar esses fatos, não para curiosidade e deleite dos leitores, tão fiéis e amados por nós, mas para que as gerações vindouras, a quem temos o dever de deixar subsídios, possam estudá-los à luz da Doutrina dos Espíritos, através o exemplo deste nosso irmão. Em particular, dedico-o ao encantador jovem Bruno Gonçalves Pessoa que, enquanto encarnado, com sua cativante presença, ensinou-nos a dignificar a dor.

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O IDEAL DE IMPLANTAR O REINO DE DEUS NOS CORAÇÕES HUMANOS

Dedicatória

O desabrochar da mediunidade sempre trouxe perquirições.

Dedico este livro, que conta alguns fatos mediúnicos, referentes ao mediunato de Divaldo Franco, aos jovens que se descobrem médiuns e, na maioria das vezes, não têm a quem perguntar...

Permito-me divulgar esses fatos, não para curiosidade e deleite dos leitores, tão fiéis e amados por nós, mas para que as gerações vindouras, a quem temos o dever de deixar subsídios, possam estudá-los à luz da Doutrina dos Espíritos, através

o exemplo deste nosso irmão.

Em particular, dedico-o ao encantador jovem Bruno Gonçalves Pessoa que, enquanto encarnado, com sua cativante presença, ensinou-nos a dignificar a dor.

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PREFÁCIO de Jorge Andréa dos Santos

A feliz coletânea enfeixada por Ana Maria Spranger e Silva Luiz, em substancioso livro, de logo nos chama a atenção dos fatos espirituais que se encontram caldeados em forte e delicada rede afetiva, traduzindo as lógicas assertivas da Doutrina Espírita.

Seus edificantes capítulos traduzem, por excelência, condições educacionais, onde seus relatos abrem as cortinas do mundo espiritual que nos cerca, mostrando os valores nos relacionamentos pessoais perante os horizontes da vida. Assim, representam conselhos de uma

aguçada visão na compreensão de um mundo melhor, esclarecendo, ainda, em nossa gleba planetária, as dificuldades a serem vencidas na trilha reencarnatória.

Acresça-se que parte dessas informações foram propiciadas pelo confiável canal mediúnico de Divaldo Pereira Franco, conhecido laborador, ao lado de eficiente equipe, da Mansão do Caminho, reconhecida pelo amparo aos necessitados de variada ordem.

O conteúdo do livro oferece ao leitor um sentimento de amplitude, mostrando a vida qualitativa e com real finalidade, onde os textos alertam sobre os valores das construções psicológicas humanas.

A Autora soube bem situar as vertentes do bem, dando sentido aos acontecimentos, desde os fatos mais simples aos mais complexos, emoldurando-os com a teia espiritual em que todos nos encontramos envolvidos. Assim, tais cometimentos bem representam o movimento de um caudaloso rio, ora com seu leito sereno, ora com pequenas quedas, mas sempre corrigindo e obedecendo as trilhas traçadas pela

evolução a que todos estamos subordinados.

Pela cristalina visão de suas informações e pelo adequado discernimento dos fatos, o livro constitui um festival de luzes ofuscando sombras, permitindo apreciarmos e avaliarmos, nas análises existenciais envolvidas nas ânsias da vida, o valor do amor na busca da plenitude.

O Paulo de Tarso dos Nossos Dias merece atenta leitura, porquanto oferece válidas ilações diante o atual contexto de transformações, de toda ordem, porque passa o nosso milênio. Jorge Andréa dos Santos

explicando este despretensioso livro:

ESPIRITISMO PARA TODO O SEMPRE! (ESTUDANDO COM O INIMIGO)

Diz-nos Joanna de Ângelis, no livro organizado pelos confrades Miguel e Therezinha Sardano, com o sugestivo título S.O.S. FAMÍLIA : ”A transformação do lar em célula viva do Cristianismo operante constitui labor impostergável... Acende o sol do Evangelho em casa, reúne-te com os teus para orar e jamais triunfarão trevas em teu lar, em tua família, em teu coração”.

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------

Outro dia, uma senhora bem jovem ainda, questionou-me o porquê dos jovens não se sentirem estimulados, incentivados, a militarem na Doutrina Espírita. A opinião era dela. Seus três filhos não frequentam as hostes dedicadas ao Espiritismo. Disse-lhe que na minha acanhada opinião, nós, os pais espíritas levávamos nossas crianças e jovens à natação, aos cursos de informática, aos cursos de línguas estrangeiras mesmo que eles não estivessem muito propensos a esses estudos complementares...Mas, para as aulas de evangelho, ou para as mocidades espíritas eles só iriam se por acaso assim o desejassem. Logo, se problema algum havia, seria com os pais, não com os jovens. Esses moços estariam lendo a Codificação? Estudavam-na? Passei a lembrar que jovem ainda embalara-me na doce canção que a Doutrina Espírita representa para mim, através um jovem marido e de um também jovem orador espírita que soubera com suas palavras arrebatadoras e com exemplos, carrear a mim e a tantos outros para a Codificação. Logo, o problema seria falta de exemplos? Talvez...Contei-lhe:

Ao me casar, em 1963, quando arrumava nossos pertences na nova morada, encontrei alguns livros espíritas, que pertenciam ao meu marido, espírita convicto. Coloquei-os, então numa pequena prateleira, num quartinho-despensa nos fundos da nossa residência para que não atrapalhassem os belos exemplares encadernados de nossa estante de jacarandá. O tempo foi passando...

Outono de 1965. Anunciava-se, à tarde uma greve de ônibus. Estávamos num dos núcleos da Universidade do Brasil, atual U.F.R.J., no centro da cidade, na Esplanada do Castelo. Como voltar para casa? Então, minha amiga, Jurema Miranda, filha do Gal. Gothardo Miranda, incansável trabalhador da seara espírita, convidou-me a ficar em casa de sua avó, por algumas horas, até tudo se normalizar. Aceitei com prazer a oferta gentil. Fomos andando a pé do centro da cidade até a rua Mariz e Barros, na Tijuca. Era longe, mas, éramos jovens. Fomos conversando. Jurema só falava de Espiritismo, da Cruzada dos Militares Espíritas, de uma Casa Espírita em Botafogo - o Cristófilos; de um tal de André Luiz, de Kardec, falando, falando... Eu? Desesperada, revoltada! Como uma moça daquelas, rica, bela, casada, possuidora de tantos dotes intelectuais ficava encantada com aquelas bobagens de Espiritismo? O tempo foi passando...

Alguns dias mais tarde, desse acontecimento, Isac convidou-me a assistir a um certo jovem baiano, espírita, que deslumbrava a todos com sua vibrante oratória, e que não ficara somente nas palavras, mas que fundara uma instituição para promoção de crianças e adolescentes. Chamava-se DIVALDO FRANCO. Aceitei. Como recusar o convite do esposo quando recém-casados? Na minha ignorância e arrogância, pressupunha que Espiritismo seria algo somente para pessoas de classes sociais menos aquinhoadas, fiquei espantada por naquele encontro perceber tantas pessoas educadas, distintas, felizes.

Porém, enquanto esperava o orador tivera um insight. Pois não era que todas as minhas amigas eram espíritas? Bastava que eu me interessasse pela amizade de alguma colega, desde os tempos do ginásio, ao entabularmos as primeiras palavras, ela se dizia espírita. Algumas noivavam com rapazes do Colégio Militar, também espíritas. Eu estudava com o inimigo! O Colégio Militar, o Instituto de Educação e a Universidade estavam infestados de espíritas! Eram eles jovens tão diferentes! Não fumavam, não tomavam bebidas alcoólicas, mantinham uma conversação saudável.

Ah! Então, era isso que me encantava neles! Tínhamos todos cerca de vinte e poucos anos.

O baiano começou a falar. E como falava! Comecei a avaliar meus valores. Percebi que essa doutrina viera para todos os filhos de Deus que estivessem dispostos ao Bem. Ao ouvir aquele arrebatado moço descrever sobre Kardec; sobre a reencarnação; lembrar do Cristo, e do Evangelho, fiquei boquiaberta! Ele, alguns anos somente mais velho do que eu já fizera tantas coisas, e eu? Não houvera contribuído com nada de bom e de belo em prol dos

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meus irmãos em humanidade, somente criticara os espíritas, que estavam obrando em nome de Jesus. O tempo foi passando... Passava devagar. Éramos jovens.

1965. Nasceu Claudia. Seu nome foi colocado em homenagem à esposa de Pilatos, médium, que através um sonho profético, advertira o marido para não crucificar Jesus.

1966. Estava em gestação novamente. Seria a vez da Isabela renascer. Seu nome foi colocado em homenagem ao pai e à rainha de Portugal, D.Isabel, médium de efeitos físicos, de origem espanhola, logo, Isabela, também conhecida como Rainha das Rosas.

A gravidez dava-me muitas dores na coluna vertebral, e lá no quartinho-despensa havia uma cama de lona que quando aberta, propiciava-me alívio às dores. Naquela tarde, com dores deitei-me na tal cama de lona, e ao olhar para cima meus olhos bateram na prateleira onde jaziam os livros espíritas do Isac: a Codificação Kardequiana e o livro “Nosso Lar” de autoria de André Luiz, escrito pelas abençoadas mãos de Francisco Cândido Xavier.

Como eu estava sem nada de novidades para ler, e como sou traça de biblioteca, resolvi ler aquelas bobagens. O Espiritismo, desde esse dia, veio como cisne de luz a me retirar dos olhos as densas trevas da ignorância. Eu que não tinha explicações plausíveis para certos fenômenos que comigo ocorriam, passei a entendê-los... O tempo foi passando.

1967. Nilda de Brito Villela, espírita, sobrinha do Dr. Imbassay, espírita de escol, ligou-me propondo um emprego. Não podia aceitá-lo, disse-lhe que ainda me encontrava de licença para aleitamento, mas perguntei-lhe de chofre qual Centro Espírita que ela frequentava. Do outro lado do fio, Nilda, espantada, abre os olhos desmesuradamente, pede uma cadeira, senta-se e dá-me o endereço da Associação Espírita Nosso Lar. No Domingo ao chegarmos, Tio Wilson e Tia Wilma cantavam com as crianças, de sua autoria, a bela canção “A caminho da Luz”. Encantei-me com a pureza e simplicidade daquele momento. Ficamos na Doutrina, os quatro, para todo o sempre!

1998. Então, agora avó, militando no Grupo Espírita André Luiz há trinta anos, saindo das felizes recordações, continuei falando à jovem mãe daqueles três rapazes entediados com a Doutrina Espírita. Entediados! Que tal lerem as boas obras que o Espiritismo nos oferece, frequentarem núcleos idôneos, ou talvez...

Quem sabe?...

Talvez a angústia cedesse lugar à esperança..

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------

Capítulo 1O Paulo de Tarso dos nossos dias...“Não nascestes no Brasil de hoje por

ocorrência casual, mas com a finalidade

de ajudá-lo na eloqüente missão

Histórica do Espírito Imortal,

enganjado pelo amor de Nosso Pai no Joanna de Ângelis

ditoso exército da vera fraternidade”.

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Para aqueles que não conhecem o protagonista deste livro, leiamos o que dele escreveu o ilustre Sérgio Lourenço:

UM MARCO NA HISTÓRIA E NO ESPIRITISMO:

Um século antes do surgimento do Espiritismo, revelação divina para a renovação do mundo, um Espírito já marcava, na história, a sua grandeza. Tratava-se de Soror Joanna Angélica de Jesus, conhecida sob o pseudônimo de Joanna de Ângelis, mentora e sustentáculo de toda a obra vivida pelo médium Divaldo Pereira Franco.

Na história ficou registrada a sua coragem, decisão e fé. Soror Joanna Angélica de Jesus, nasceu na cidade de Salvador, no Estado da Bahia, aos 11 de dezembro de 1761. Aos vinte e um anos de idade ingressou no Convento da Lapa, daquela cidade, fazendo profissão de Irmã de Nossa Senhora da Conceição. Pela sua cultura, fé e confiança, chegou à posição de Abadessa, no ano de 1815.

Por ocasião das lutas armadas, em conseqüencia da Independência do Brasil, defendeu, essa pequena-grande mulher de alma nobre, com coragem extraordinária, o Convento onde era Superiora. Foi no dia 20 de fevereiro de 1822, covardemente assassinada por um infeliz e desequilibrado soldado, com um golpe de baioneta, quando, postando-se `a porta do Convento, disse com autoridade e completo despreendimento:” Esta passagem está guardada pelo meu peito e não passareis senão sobre o cadáver de uma mulher ”. Em seguida, o tresloucado soldado, que tentava invadir o Convento, transpassou aquele frágil corpo com sua baioneta. Caía um corpo morto, mas ressurgia para a Pátria Espiritual um Iluminado Espírito.

Essa gloriosa, corajosa e digna freira, frágil e pequena de físico, alargou, com a sua grandeza espiritual, uma decisão que a história e as mulheres não podem esquecer. Não foi uma defesa política. Foi a defesa de suas tuteladas e de sua Casa de Fé. A vida não contava, se transigisse com a sua convicção. Ato que revela o progresso e a grandeza de um Espírito.

Após quase dois séculos de sua passagem por este mundo, na Vida Espiritual continua, como Joanna de Ângelis, a orientar e contribuir para o engrandecimento do espírito humano. Assiste, com Mentora Espiritual, centenas de Casas Espíritas, entre Creches, Asilos, Livrarias, Bancas, centros Espíritas, etc. Usando o médium Divaldo Pereira Franco, pela psicografia, registra o caminho do Bem e assiste e promove milhares de carentes nesta vida. Espírito amigo de todos os momentos difíceis socorre sempre.

À Soror Joanna Angélica de Jesus, a nossa querida Joanna de Ângelis, a gratidão de todos pelo exemplo que deixou na História e pela amável assistência espiritual que vem registrando.

Sérgio Lourenço

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------

Divaldo educadorDesde 1952, mais de 600 filhos, educados sob o regime de Lares Substitutos;

Três mil crianças e jovens carentes são atendidos todos os dias, gratuitamente, numa área de 77 mil metros quadrados, com 50 edificações, em 22 atividades sócio-educacionais na Mansão do Caminho: Enxovais, Pré-Natal, Creche, Jardim de Infância, três escolas de ensino básico e uma de nível ginasial, Informática, Ballet Clássico, Cerâmica, Panificação, Bordado, Reciclagem de Papel, Centro Médico, Laboratório de Análises Clínicas, Atendimento Fraterno, Caravana Auta de Souza, Casa da Cordialidade e Bibliotecas.

Mais de 30 mil crianças passaram até hoje pelos vários cursos e oficinas da Mansão do Caminho, desde 1952.

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Divaldo escritor- Mais de 180 obras e cerca de 5 milhões de exemplares;

- 219 Autores e Missivistas Espirituais, em vários gêneros literários, como poesia, conto, romance, dissertação, narração crônica e temas filosóficos, psicológicos, psiquiátricos, infantis, comportamentais, religiosos etc;

- Quase 100 livros traduzidos para 14 idiomas (albanês, alemão, braille, castelhano, catalão, esperanto, francês, holandês, inglês, italiano, inglês, sueco, norueguês, tcheco e turco).

- Escreveu mensagens por Xenoglossia isto é, em idiomas que não conhecia, como alemão, francês, italiano, castelhano, inglês invertido e africans;

- Publicou o livro Hacia las Estrelas (Rumo às Estrelas), psicografado inteiramente em castelhano, sendo o primeiro livro escrito em um idioma que não o do médium.

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------

Divaldo ConferencistaDesde 1947, realizou mais de 10 mil conferências, em mais de 300 cidades do Exterior e 700 cidades do Brasil, em 25 Estados;

- Esteve em 52 países, sendo 21 países das Américas, 20 da Europa, cinco da África e seis da Ásia;

- Fez seis conferências na ONU, Departamento de Nova Iorque, EUA e Departamento de Viena, Áustria;

- Falou em quase 40 Universidades, sendo mais da metade do Exterior, da América, Europa e África;

- Suas palestras tratam de assuntos de grande importância para a criatura humana e seu autoconhecimento.

- Concedeu 240 entrevistas a rádios e TVs no Exterior, em 80 cidades, para 78 emissoras de TV e 101 emissoras de Rádio, esteve três vezes na Voz da América, uma das maiores cadeias de rádio em língua hispânica;

- No Brasil foram quase 800 entrevistas, em 135 cidades, para mais de 250 emissoras de TV e 174 emissoras de rádio.

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Homenagens a DivaldoTodas as homenagens que Divaldo Franco recebeu estão reunidas no Acervo Técnico, localizado na Mansão do Caminho. O Acervo é um prédio de dois andares com toda a infraestrutura necessária para conservar os documentos, certificados, diplomas, fotografias, objetos, quadros e medalhas oferecidos ao querido médium.

Todas as homenagens estão catalogadas e expostas.

Divaldo recebeu aproximadamente 590 homenagens, sendo 148 delas oriundas de 64 cidades do Exterior, de 20 países, e 442 do Brasil, de 139 cidades, homenagens essas procedentes de Instituições culturais, políticas, universidades, associações beneficentes, núcleos espiritualistas e espíritas. Várias cidades brasileiras fizeram-no “filho da terra”. Como bem se depreende Divaldo em seus discursos de agradecimento entrega a honra dessas homenagens ao Espiritismo.

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------Joanna - Benfeitora de todos nós

Leiamos também algumas revelações recebidas por via mediúnica de personalidades vividas por Joanna de Ângelis na Terra.

Como Sóror Juana Inés de la Cruz (12/11/1651 – 17/04/1695):

Em 1969, Divaldo realizava uma conferência no Congresso Pan-americano de Espiritismo, no México, quando lhe chamou a atenção um jovem que gravava com muito interesse a palestra. Joanna apareceu-lhe e disse:

“- Ao terminar, fale com aquele jovem que está ali gravando, porque ele faz parte da nossa família espiritual, e lhe peça para o levar a conhecer a pequena aldeia de San Miguel Nepantla, perto de Cuernavaca, onde nós vivemos...”

Divaldo ao término do evento, externou-lhe o interesse de conhecer o lugar. Embora surpreso pelo interesse de Divaldo, o moço se prontificou a levá-lo, no domingo seguinte, devido ao seu trabalho.

O rapaz chamava-se Ignácio Dominguez López.

A aldeia fica a 80 quilômetros da Cidade do México. Ali, numa propriedade do Patrimônio Histórico Nacional do México, Joanna levou-os às ruínas de uma casa que, à sua época, fora modesta e que então era dedicada a Sóror Juana Inés de la Cruz.

Até aquela ocasião, Divaldo Franco pouco sabia sobre sua Mentora espiritual, e o moço lhe disse:

“- Sóror Juana Inés de la Cruz vivera para a literatura, tendo em sua biblioteca quatro mil volumes lidos e comentados. Fora a primeira feminista do mundo, a primeira teatróloga e considerada a maior poetisa da língua hispânica. Musicista e pintora miniaturista fez-se competente em teologia moral e dogma, medicina, direito canônico e astronomia. Falava e escrevia fluentemente seis idiomas, inclusive o português, o grego e o latim. Escrevera carta e artigo reprochando determinado comportamento do Padre Vieira, nascendo aí o vínculo com o Brasil”.

“Renunciara a tudo e desfizera-se dos seus instrumentos musicais e científicos e também dos seus livros, ficando apenas com os de devoção. Desencarnara aos 44 anos, ao contrair a peste que se abateu sobre o México, em 1695, enquanto cuidava das monjas e demais doentes”.

Na parede da casa que visitavam estava escrito um poema de sua autoria, junto ao qual Divaldo fez questão de ser fotografado com outros companheiros. Ao revelar as fotos, para surpresa de todos, apareceu a figura de Joanna de Ângelis em uma delas. Infelizmente, essa foto tão comovedora, desapareceu ou foi roubada dos arquivos da Instituição, antes do acervo haver sido construído.

Joanna pediu a Divaldo informar ao moço que Sóror Juana Inés de la Cruz havia sido ela própria, na sua penúltima reencarnação. Apesar de relutar um pouco, por se tratar de um vulto muito importante para o México - tanto assim que as cédulas mexicanas de mil pesos traziam, nessa época, a sua efígie - Divaldo obedeceu.

Em seguida, dirigiram-se ao Monastério de São Jerônimo, onde Joanna havia servido e desencanara. Ali, Joanna apareceu a Divaldo e lhe disse:

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‘- Eu vivi aqui e o meu nome era Juana de Asbaje. Aos 16 anos de idade, fui para a Ordem de São Jerônimo e adotei o nome de Juana Inés de la Cruz. ““.

Divaldo recebeu de presente do jovem, dias mais tarde, o livro Obras Completas de Sóror Juana Inés de la Cruz, já traduzido para o português.

Como Joana Angélica(11/12/1761 – 20/02/1822):

Disse Joanna à Divaldo por ocasião do sesquicentenário da Independência do Brasil:

“- Tenho uma notícia para te dar. Na minha última reencarnação participei das lutas libertárias do Brasil, na Bahia. Eu vivia aqui mesmo, em Salvador, no Convento da Lapa e me chamava Joana Angélica de Jesus. Vai ao Convento que eu quero te falar como foi o acontecimento”.

Divaldo assim procedeu. Joanna se apresentou com a aparência da época e lhe contou alguns detalhes interessantes. Naquele Convento, ela se dedicara à Ordem, que era mística e muito austera. Fizera votos de silêncio e de dedicação total, tendo sido, também, contemplativa. Tornara-se Abadessa e se dedicara à reeducação das mulheres equivocadas - as chamadas “arrependidas” – que eram “enterradas” vivas por seus pais, isto é, internadas no Convento para não mais saírem’.

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Sóror Joana Angélica de Jesus, Mártir da Independência do Brasil, desencarnara, a golpes de baioneta, por um soldado português, contrário ao movimento de libertação, ao defender corajosamente o Convento e as jovens que ali viviam.

Joanna ditou a Divaldo uma bela mensagem para as comemorações do evento.

Como Joana de Cusa (Século I):

Divaldo, mais tarde, lendo a obra Boa Nova, do Irmão X, psicografada por Francisco Cândido Xavier, edição da FEB, ficou especialmente tocado por uma personagem da história narrada pelo autor.

Era Joana de Cusa, assim chamada por ter sido a esposa de Cusa, despenseiro de Herodes Ântipas. Joanna fora uma das piedosas mulheres citadas no Evangelho - Lucas (8:3 e 24:10) -, por muito amarem o Mestre Jesus. Ao ficar viúva, dedicara-se totalmente ao seu único filho e aos ideais do Evangelho nascente.

Em 1978, Divaldo fez sua terceira viagem a Roma, em companhia de Nilson de Souza Pereira, para alguns compromissos ligados ao Espiritismo.

Joanna convidou-os a se dirigirem a uma região próxima às Águas Termais de Caracala para conhecerem as colinas e arredores. No Monte Aventino ela apareceu a Divaldo, e disse:

“- Eu tenho muito amor histórico a esta região, por que nós vivemos aqui, faz muito tempo. Nossa vinculação com Jesus é muito antiga“.

No Coliseu, informou que Joana de Cusa, ao lado de inúmeros outros cristãos, dera a vida por fidelidade a Jesus.

Falou a respeito da mártir com muita riqueza de detalhes e revelou, com discrição, pormenores da vida dos cristãos primitivos, mostrando-lhes lugares célebres, dentre os quais aquele onde Joana de Cusa, juntamente com seu filho, haviam sido queimados vivos, no mês de agosto do ano 68.

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No transcurso da narrativa, Divaldo viu Joanna de Ângelis transfigurar-se em Joana de Cusa, deixando os que ali estavam envolvidos por indescritível emoção.

Como Discípula de Francisco de Assis (Século XIII):

Em outra ocasião, quando Divaldo e Nilson regressaram à Itália, novamente estimulados por Joanna, foram a Assis.

Convidando-os a visitarem a tumba de Francisco e descendo à cripta, onde estão os despojos carnais dele, Joanna disse:

“- Eu desejo aqui escrever uma mensagem”.

A mensagem, intitulada Êmulo de Jesus, encontra-se no livro A Serviço do Espiritismo, de Nilson de Souza. Pereira e Divaldo Pereira Franco, da Ed. LEAL.

Divaldo a viu-transfigurar-se. Seu rosto apresentava-se muito belo.

Ao terminar de escrever, ela externou o desejo de que Divaldo e Nilson visitassem o Convento de Clara, que fica na parte superior da cidade. Ali, a monja que os atendia foi induzida pela Mentora a abrir-lhes, emocionada, uma porta que conduzia ao altar onde se encontra o corpo, em conservação, de Clara.

Aparecendo a Divaldo, Joanna informou:

“- Há, em minha alma, um amor de ternura infinita por aquele que é o Irmão da Natureza”.

Certamente, Joanna houvera vivido na época de São Francisco... E eu, Ana Maria Spranger, autora destas linhas, arrisco-me a dizer, sem sombra de dúvida, que ela foi Clara de Assis.

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Durante o século XX

Títulos de Cidadão Honorário recebidos por D. Franco.

Data Título recebido 28.07.1996 Água-quentense (Água-Quente - BA)24.01.1992 Anapolino (Anápolis - GO)22.11.1995 Andreense (Santo André - SP) 12.09.1981 Aracajuano (Aracaju - SE)30.05.1984 Araçatubense (Araçatuba - SP) 22.07.1981 Araguarino (Araguari - MG)27.09.1991 Araraquense (Araraquara - SP)04.10.1988 Belo-horizontino (Belo Horizonte)31.07.1989 Bom-jesuense (Bom Jesus de Itabapuana - RJ)21.10.1997 Botucatuense (Botucatu)20.10.2000 Brasileiense (Brasília - DF)25.07.1996 Brumadense (Brumado - BA)02.12.1982 Campineiro (Campinas - SP)27.10.1979 Campista (Campos - RJ)5.01.1978 Campo-grandense (Campo Grande - MS)17.04.1993 Cangaçuense (Cangaçu - RJ)26.10.1982 Carioca (Rio de Janeiro - RJ)25.03.1998 Caruaruense (Caruaru - PE)30.06.1988 Catalano (Catalão - GO)19.12.1979 Conquistense (Vitória da Conquista - BA)16.11.1993 Contaguense (Contagem - MG)19.04.1979 Corumbaense (Corumbá - MS)14.07.1996 Cuiabano (Cuiabá - MT)14.06.1988 Curitibano (Curitiba - PR)04.11.1990 Florianopolitano (Florianópolis - SC)25.11.1977 Fluminense (Estado do Rio)05.05.1979 Fortalezense (Fortaleza - CE)21.03.1982 Francano (Franca - SP)23.11.1993 Garanhuense (Garanhuns - PE)04.10.1984 Goianiense (Goiânia - GO)04.10.1984 Goiano (Estado de Goiás)01.10.1984 Ilhense (Ilhéus - BA)06.09.1999 Itabunense (Itabuna - BA)

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20.07.1981 Ituiutabano (Ituiutaba - MG)16.12.1984 Jaboatãoense (Jaboatão - PE)04.11.1989 Jataiense (Jataí - GO)30.08.1985 Juazeirense (Juazeiro - BA)18.04.1979 Juiz-forano (Juiz de Fora - MG)18.04.1989 Ladarense (Ladário - MT)31.03.1982 Londrinense (Londrina - PR)23.08.1987 Macaense (Macaé - RJ)14.07.1995 Macaubense (Macaúbas - BA)13.06.1984 Nanuquense (Nanuque - MG)26.08.1991 Natalense (Natal - RN)25.12.1982 Nazareno (Nazaré - BA)03.09.1990 Niteroiense (Niterói - RJ)04.09.1998 Olindense (Olinda - PE)18.04.1994 Osasquense (Osasco - SP)29.06.1990 Palmelino (Palmelo - GO)06.07.1982 Paramirinhense (Paramirim - BA)25.01.2000 Paulistano (São Paulo - SP)21.09.1992 Pelotense (Pelotas - RS)24.03.1986 Pernambucano (Estado de Pernambuco)27.08.1990 Pessoense (João Pessoa - PB)16.03.1997 Petropolitano (Petrópolis - RJ)03.04.1989 Piauiense (Estado do Piauí)15.09.1977 Ponta-grossense (Ponta Grossa -PR)25.11.1985 Porciunculense (Porciúncula - RJ)03.10.1993 Porto-alegrense (Porto Alegre - RS)07.08.1994 Queimadense (Queimadas - BA)04.09.1998 Recife (Recife - PE)13.10.1986 Rio-pretano (São José do Rio Preto - SP)05.07.1991 Ribeirão-pretano (Ribeirão Preto - SP)20.04.1986 Rolandiense (Rolândia - PR)22.09.1995 São-caetanense (São Caetano do Sul - PR)15.05.1974 Santaluzense (Santaluz - BA)29.05.1980 Santo-antoniense (Santo Antônio de Jesus - BA)03.06.1997 São-bernardense (São Bernardo do Campo - SP)29.09.1980 São-lourencense (São Lorenço da Mata - PE)29.09.1980 Sergipano (Estado do Sergipe)13.09.1972 Soteropolitano (Salvador - BA)21.04.1981 Sul-mato-grossense (Mato Grosso do Sul)12.11.1985 Teófilo-ottoniense (Teófilo Ottoni - MG)

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------14.11.1985 Ubaense (Ubá - MG)05.11.1980 Uberabense (Uberaba - MG)12.15.1981 Uberlandense (Uberlândia - MG)08.09.1992 Vitoriense (Vitória - ES)29.08.199208.08.1990

Volta-redondense (Volta Redonda - RJ)Votuporanguense (Votuporanga - SP)

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DURANTE O SÉCULO XX

Placas de ouro, prata, bronze e outros materiais recebidos por Divaldo Pereira Franco no Brasil e no MundoRE.J.A. de Buenos Aires ArgentinaFamília Espírita de Laguna SCInstituición Espírita Juana de Angelis, Buenos Aires ArgentinaEscola Alvorada Nova, Salvador BahiaCentro Espírita Amor e Caridade, Birigui SPSamaritanos, Belo Horizonte MGCírculo Lumen da Cidade de Ponce Porto RicoCentro de Reabilitação Bezerra de Menezes, Araras SPTios da "Mansão do Caminho", Salvador BAAmigos de Zaragoza Espanha Centro Cultural e Espiritualista de Viseu Portugal Union Espiritista Colombiana, Bogotá Colômbia Associação Cultural Espiritualista de Viseu Portugal União Municipal Espírita de Guarulhos SP Associação Cultural Espiritualista de Viseu Portugal Organização Espírita Cristã "Irmã Scheilla", Ponta Grossa PR Grupo Espírita Ana Franco, Curitiba PR 1. ª Semana da Previdência e Assistência Social Centro Espírita Perseverança, São Paulo SP Escuela Heliosóphica Luz y Caridad, Guatemala Guatemala Espíritas Campistas, Campos RJ Asociación Juana de Asbaje de Ciudad de México, México DF Instituição Filantrópica Mansão de São Jerônimo, Rio de Janeiro RJ A M E, Uberaba MG Espíritas de Montevidéo Uruguay (pela publicação do 1° Livro Espírita no Uruguay : Después de Ia Tempestad) Centro Integrado Luiz Tarquínio, Salvador BA Espíritas de Réus Espanha

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------Centro Cultural e Espiritualista de Viseu Portugal Instituição Espírita Joanna de Angelis, Rio de Janeiro Aliança Municipal Espírita e Conselho Regional Espírita de Uberlândia União Municipal Espírita de Araçatuba SP Comunidade Espírita de Osvaldo Cruz/SP Secretariado Provincial do Minho Portugal Associação Cultural Espiritualista de Viseu Portugal Família Espírita de Anápolis GO Lar São Francisco de Anápolis GO Sociedade Espírita Kardecista "A Fé Pela Razão", São Gabriel RS Aliança Municipal Espírita de Araguari MG Poder Legislativo Araguarino:MG Câmara Municipal de Ituiutaba MG Loja Maçônica União das Três Fronteiras, Foz do Iguaçu PR Prefeitura Municipal de Santa Maria RS Família Espírita Santiaguense, Santiago RS Centro Espírita Mensageiros da Paz, Francisco Beltrão PR Prefeitura Municipal de Tanabi SP Família Espírita Paduana, Sto. Antônio de Pádua RJ Grupo Espírita José de Anchieta, Campo Grande MS Clube do Livro Espírita da UNIME de Araçatuba SP Comunidade Espírita de Pereira Barreto SP Aliança Municipal Espírita de Uberaba MG (pelo lançamento do livro psicografado em parceria com o médium Francisco C. Xavier: E o Amor Continua) Asociación Espírita Espanola, Madri Espanha Samaritanos do Caminho, Setúbal Portugal Núcleo Espírita Cristão do Porto Portugal Loja Maçônica das Três Fronteiras n° 46, Foz do Iguaçu PR União Municipal Espírita Itaquiense, Itaqui RS União Espírita Editora de Viseu Portugal Espíritas de Monte Alegre MG Lar São Domingos, Maceió AL Círculo de Leitura Espírita de Presidente Prudente SP

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Grupo de Estudos Espírita Emmanuel, Martinópolis SP Associação Espírita Joanna de Angelis, Monte Paranapanema SP Escola Maria de Nazaré, Campos RJ Família Espírita Tupaciguarense, Tupaciguara MGSociedad Evangélica Kardeciana Juana de Angelis, Montevidéo Uruguay Associação de Beneficência Fraternidade, Sintra Portugal Espíritas de Porciúncula RJ Espíritas do Colégio Militar de Belo Horizonte MGCidade de Leiria Portugal Prefeitura Municipal de Mogi Mirim/SP União Brasileira Espiritualista, São Paulo SP FEDAC Fraternidad Espírita Dios, Amor y Caridad, Panamá PanamáEspíritas Uruguaios (1° Seminário Cristiano), Montevidéo Uruguay Centro Espírita Caminho da Redenção, Salvador BA (pelos 40 anos de Mediunidade )Loja Maçônica Justiça e Amor, Bebedouro SP Tios da "Mansão do Caminho", Salvador BA Colégio Militar do Salvador BA Centro Evangélico Kardecista Juana de Angelis, Montevidéo Uruguay Voluntárias Sociais da Bahia, Salvador Núcleo Espírita Investigadores da Luz, Recife PE Central Espírita Venezolana, Caracas Venezuela Asociación Espiritista Tercera Revelación, La Rioja ArgentinaInstituto de Ensenanza Espírita de Ia Confederación Espiritista Argentina, Buenos Aires Câmara de Vereadores de Santa Maria RS União Municipal Espírita de Santa Maria RS Poderes Executivo e Legislativo de Santa Cruz do Sul RS Câmara de Vereadores de Paramirim BA Junta de Freguesia de Olhão Portugal Câmara Municipal de Olhão Portugal C.E. Obreiros da Caridade, São Gabriel RS Expansão Ultramarina, Leiria Portugal Movimento Espírita Dominicano

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------Santo Domingo República Dominicana Escuela de Consejo Moral Inc., de Puerto Rico (Placa dourada em quadro de madeira e gesso com emblema de Puerto Rico e relógio de metal) Família Espírita de Palmelo GO Grupo Espírita União, Fraternidade e Amor, Volta Redonda RJ Centro Espírita Amor, Fé e Caridade, Osvaldo Cruz SP Comunidade Espírita Joanna de Angelis, Osvaldo Cruz SP Cidade Camaquã RS 1991 Associação Espírita de Viseu Portugal Instituição Beneficente "A Luz Divina" (em estojo c/caneta Parker) = SP SP Soc. Espírita A Caminho da Luz, Santa Cruz do Sul RS Comunidade Espírita de Leiria PortugalEscola de 1 ° Grau Jesus Cristo, Salvador BA Lar Fabiano de Cristo, Rio de Janeiro RJ Instituição Beneficente A Luz Divina, São Paulo SP Câmara de Vereadores de Araçatuba SP Jornal Nova Alvorada e Grupo Espírita Pão de Luz, Mogi Guaçu SP Centro Espírita Joanna de Angelis, Valongo PortugalFamílias Zaher, Barcelos e Perri,Ribeirão Preto SP Comunidade Espírita Joanna de Ãngelis, Osvaldo Cruz SP . Tios da "Mansão do Caminho", Salvador BA Federação Espírita do Estado da Bahia, Salvador Instituto de Pesquisas Psíquicas, Salvador BA CAPEMI, Rio de Janeiro RJ Espíritas de Nova Iguaçu RJ Centro Cristão Espírita O Caminho da Verdade, Botucatu SPColégio Bezerra de Menezes, Marília SP Shopping Center Iguatemi (Nacional Iguatemi Empreendimentos S.A.) Família Lageana, Lages SC Liga Espírita Pelotense, Pelotas RS Sociedad Espiritista de Santa Maria SESMAR – Colômbia II Congreso Mundial de Espiritismo, Madrid Espana (como Presidente de Honra do Congresso)

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Allan Kardec Fellowship of California USA Lions Clube/Distrito L 2, Salvador BA Universidade Estadual de Feira de Santana e Revista SITIEENTIBUS Associação Espírita de Leiria/Portugal Família Espírita de Itumbiara GO Abrigo Espírita Oscar Pithan da Univ. Fed. de Santa Maria RS Núcleo Educacional Espírita Joanna de Ângelis de Catanduva SP Programa Radiofônico Espírita HOJE, de Santos SPUnião Municipal Espírita de Uruguaiana RS Consejo Municipal San Pedro Sacatepequez, San Marcos Guatemala Presidente do Congreso Internacional de Espiritismo/93, San Juan Puerto Rico Prefeitura Municipal da Canguçu RS Escola de 1° Grau Jesus Cristo, Salvador BA Câmara de Vereadores de São Lourenço do Sul RS Grupo da Fraternidade Espírita Irmão Alexandre, de Pouso Alegre MG FEESPIRITA, na inauguração da nova sede da FEESP SP Centro de Estúdio Espírita Allan Kardec, de Málaga Espanha Centre d'Etudes Spirite Allan Kardec Le CESAK de Paris, França Federación Espiritista Kardeciana de Ia Florida Inc. (FEKDFLA), no Encuentro Espírita Miami//1994 – USA Centro de Cultura Espírita Amalia Domingo Soler, de Guayaquil Ecuador Centro Espírita Casa de Redenção Joanna de Ângelis, Salvador BahiaConselho Espírita Regional, de Anápolis GO Escola de Administração do Exército, Salvador BAFamília Espírita de Itumbiara GO Federação Espírita Paraibana PB Allan Kardec Educational Society (c/foto do The Spiritts'Book), Londres Inglaterra Placa com emblema e Chave dourada da Cidade de Santo André SP Família Espírita de Itumbiara GO Comunidade Espírita Araguarina (Araguari GO) Associação Cultural Espírita de Caldas da Rainha Portugal Centro Espírita União (Ibirá/SP)

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------Lar Fabiano de Cristo (Rio de Janeiro RJ) Associação Espírita de Leiria –Portugal Placa de madeira comemorativa da Cidade de Catanduva SP Juventude e Diretoria da União Espírita do Rio Grande RSEscolas da Mansão do Caminho (pelos 50 anos de pregação espírita) IPP e do Grupo de Estudos Espíritas CECR (idem)

Grupo de Pais (da Evangelização do CECR) (ib.) Aliança Regional Espírita (ARE 03), Feira de Santana BA (ib.) Mansão Bezerra de Menezes, de Ponta Grossa PR (ib.) Federação Espírita do Paraná (URE 2a R) (ib.) Organização Espírita Cristã Irmã Scheilla, de Ponta Grossa PR (ib.) Instituição Espírita Joanna de Ângelis, do Rio de Janeiro RJ (ib.) Família Espírita Uberabense (ib.) Comunidade Espírita de Araguari MG (ib.) Federação Espírita do Estado da Bahia, pela passagem data natalícia. Câmara de Vereadores de Salvador em colaboração com o MORHAN (Movimento de reintegração do hanseniano), recordando os 10 anos do Mov. na Bahia Seara Espírita Joanna de Angelis, de Campinas SP Espíritas Campineiros USE = Campinas SP Caminheiros do Bem, de Nova Friburgo RJ (pelos 50 anos de pregação espirita) 5° CRE/USERJ (idem) Família Espirita de Nilopolis/Uniao Municipal Espirita de Nilopolis RJ (ib.) Grupo Espirita Andre Luiz, Rio de Janeiro/RJ (ib.) Grupo Espirita Caminho da Esperanca, Rio de Janeiro/RJ (ib.) Grupo Espirita Ana Franco, Curitiba/PR (ib.) Casa da Caridade Adolfo Bezerra de Menezes, Natal/RN (ib.) Academia de Policia Militar do Bonfim, Salvador/BA (ib.) Fundação Jose Carvalho, Pojuca/BA (ib.)Espiritas de Ilheus (2° Forum Espirita de Ilheus/BA) (ib.) Centro Espírita União de Ibirá SP (ib.)

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Associação Espírita Bezerra de Menezes, Votuporanga SP (ib.) Grupo Espírita Maria João de Deus, de Cosmorama SP (ib.) Centro Espírita Evangélico Fraternidade, de Cardozo SP (ib.) Casa Espírita Recanto da Paz, de Votuporanga SP (ib.) Centro Espírita Discípulos de Jesus, de Araçatuba SP (ib.) Centro Espírita Fé e Amor, de Pirangi SP (ib.) Candeia Organização Espírita de difusão e Cultura, de Catanduva SP (ib.) USE Intermunicipal de Nhandeara SP (ib.) USE Regional de São José do Rio Preto SP (ib.) Núcleo Espírita União de Ibirá SP (ib.) USE de Catanduva SP (ib.) Núcleo Educacional Espírita Joanna de Angelis, de Catanduva SP (ib.) Lar Anália Franco, na comemoração dos 85 anos do Lar. Grupo Espírita Chico Xavier, de Jales SP (pelos 50 anos de mediunidade) Grupo Fraterno Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, de Pereira Barreto SP (idem) Grupo Espírita Adolfo Bezerra de Menezes, de Jales SP (ib.) Centro Espírita Dr. Raul de Menezes, de Birigui SP (ib.) Movimento Espírita de Indiaporã SP (ib.) Grupo Espírita Rancho de Luz, de São José do Rio Preto SP (ib.) Grupo Espírita da Prece José de Moraes, de Votuporanga SP (ib.) Centro Espírita Dr. Bezerra de Menezes, de Araçatuba SP (ib.) Sociedade Espírita Vinte e Cinco de Dezembro, de Barretos SP (ib.) Sociedade Espírita Redenção, de Buritama SP (ib.) Centro Espírita Caminho da Damasco, de Votuporanga SP (ib.) Centro Espírita Vianna de Carvalho, de Macaubal SP (ib.) Grupo Espírita Eurípedes Barsanulfo, de Amérido de Campos SP (ib.) Centro Espírita Caminho da Verdade, de Cosmorama SP (ib.) Centro Espírita Allan Kardec, de Votuporanga SP (ib.) Sociedade Espírita Fonte Viva, de Votuporanga SP (ib.) Federação Espírita Espanola (ib) Centro de Estúdio Espírita Allan Kardec/5° Congreso Esp. Nacional Malaga España

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------Centro Espírita Cristo Redentor, Salvador Bahia The Twenty Second Annual SSF 111 HS Internacional Conference em celebração dos 50 anos de serviço a Deus e à Humanidade Montreal/Quebec/Canada. Conselho Espírita Regional do Grande ABC CER 1 Sul (idem), S. Bernardo do Campo SP Obra de Fabiano (Lar Fabiano de Cristo/Capemi), Rio de Janeiro RJ (ib.) Escola de Samba Beija Flor/Pref. Municipal de Nilopolis RJ Loja Maçônica Luis de Camões 3 n° 67m Rio de Janeiro RJ (ib.) Amigos da Mansão do Caminho em Brasília DF Centro Redención, Montevideo Uruguay Anistia Internacional/Setor Bahia Sociedade Espírita Francisco de Assis, de Ponta Grossa PR (50 anos pregação) Associação Cultural Espírita de Caldas da Rainha Portugal Amigos e Colaboradores da Mansão do Caminho pelos 50 anos de oratória Espírita Sociedade Espírita Francisco de Assis, de Porto Alegre RS (idem) Federação Espírita Paraibana, pelos 42 anos que visita João Pessoa. Grupo Espirita Ana Franco, Curitiba PR p/Jubileu de Ouro de oratória espírita Família Espírita Francana (Franca SP), pelos 50 anos de oratória espírita Centro Espírita Cristo Redendor, de Salvador Bahia Centro Espírita Ação Fraternal Joanna de Ângelis, de Mogi Guaçu SP Círculo de Leitura Espírita e C. E. Jesus, o Nazareno, de Presidente Prudente SP Comunidade Jacuipense, de Riachão de Jacuípe BA Grupo Espírita Irmão Fego, de Aracaju SE Família Amor e Caridade (C. E. Amor e Caridade), de Bagé RS Comunidade de Paramirim BA Colégio da Polícia Militar da Bahia, Salvador BA Asociación Espírita Tercera Revelación, La Rioja, Argentina Casa Transitória Fabiano de Cristo, FEESP SP SP

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Centro Espírita A Caminho da Luz, de Irará Bahia Centenário de Campo Grande MS Aliança Municipal Espírita de Frutal MG Movimento Espírita de Barbacena MG Espíritas de Santa Cruz do Sul RS Casa Transitória Fabiano de Cristo –FEESP Centro Espírita Joanna de Angelis, de S.Mamede de Infesta Portugal Federação Espírita Catarinense – FECCâmara Municipal de Loulé PortugalEscuela de Consejo Moral de Puerto Rico, ref. Congreso Espírita PuertorriqueñoColégio de Paramirin BA (c/acróstico)

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DURANTE O SÉCULO XXMedalhas recebidas por Divaldo Pereira Franco no Brasil e no Mundo Honra ao Mérito, Guatemala - GuatemalaCidade de Lobito, Angola - ÁfricaRito Brasileiro Urbi et Orbi - Homo Homini Frater (Maçonaria)Cruz do Mérito Humanístico no Grau de Com. da Sol. - Ordem da Solidariedade, Salvador - BAGovernador José Quintiliano da Fonseca, do Rotary Internacional, Rotary - Salvador - BAComenda Maria Quitéria, da Câmara de Vereadores da Cidade de Feira de Santana - BAMedaille de Reconnaisance Franco-Americane-Classe Especial, do Instituto Humaniste de Paris - FrançaThomé de Souza, da Câmara de Vereadores de Salvador - BAMedalha de Ouro, da Câmara Municipal de Manaus - AMMedalha do Exército Brasileiro, da IV Região Militar, Salvador - BACâmara Municipal de Loulé - PortugalMedalha Monumento Nacional ao Imigrante, da Prefeitura Municipal de Caxias do Sul - RSMedalha de Prata Allan Kardec, do Centro Rufino Junco, México - DFAssociação Espírita de Lagos - Portugal (Comemorativa dos descobrimentos Portugueses)Grupo Espírita de Quarteira - Portugal (Comemorativa dos descobrimentos portugueses - 500 anos)Associação Espírita de Lagos - PortugalFederação Espírita Portuguesa, Lisboa - Portugal (Medalha Infante D. Henrique "O Navegador")Universidade Federal Santa Maria - RS (Medalha de Visitante Ilustre Magnífico Reitor Dr. José M. Rocha Filho)Medalha Leal Valerosa, de Porto Alegre - RS (referente ao Título de Cidadão Porto-alegrense)

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Comenda Santa Maria Cidade Coração do Rio Grande do Sul, da Prefeitura Municipal de Santa MariaMedalha Camilo Castelo Branco 1890-1990, do Centro Espírita Luz Eterna, de Olhão - PortugalComenda da Ordem do Mérito Serigy, da Prefeitura Municipal de Aracaju - SEMedalha Lagos - Berço dos Descorimentos, da Câmara Municipal de Lagos - PortugalMedalha Centenário dos Bombeiros Municipais, da Câmara Municipal de Leiria - PortugalMedalha da Câmara Municipal de Leiria - PortugalMedalha Fundação do Reino de Portugal, da Federação Espírita PortuguesaMedalha Infante D. Henrique "O Navegador", do Núcleo Espírita "O Consolador", de Quarteira - PortugalMedalha D. Leonor, Rainha de PortugalMedalha de Mérito "Pedro Ernesto", da Câmara Municipal do Rio de Janeiro - RJMedalha Ordem do Mérito Aperipê, do Governo do Estado do SergipeMedalha Fundação do Reino de Portugal 1139/40 - 1990, do Centro Espírita Luz Eterna - PortugalMedalha da Federação Espírita Portuguesa - Caravela Portugal 1926Medalha N.S. da Piedade / Mãe Soberana - Padroeira de Loulé, Município de Loulé - PortugalMedalha (chaveiro) Terra de Loulé (um olhar diferente), da Câmara Municipal de Loulé - PortugalComenda da Ordem do Mérito Militar (Brasília - DF)Medalha Face de Jesus, da Associação Espiritualista de Vizeu - PortugalMedalha 20º aniversário (Face de Jesus) da Associação Espiritualista de Vizeu - PortugalPrimeiras Jornadas de História Medieval do Algrave e Andaluzia, da Câmara Municipal de Loulé - PortugalComenda Centenário de Matão - SPMedalha da Câmara Municipal do Recife - PEMedalha Paços do Concelho, da Cãmara Municipal de Ponta Delgada, Açores Medalha Angra das Rotas do Mundo - Vila Cidade, de Angra do Heroísmo (Palácio Municipal, Ilha Terceira, Açores)Medalha Antônio Aleixo (1899-1949), de Loulé - Portugal

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Medalha Dois de Julho, da Câmara Municipal de Salvador - BA

Capítulo 2

“Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos

céus, qual imenso exército que se movimenta ao re-

ceber as ordens do seu comando, espalham-se por

toda a superfície da Terra e, semelhantes a estrelas

cadentes, vêm iluminar os caminhos e abrir os olhos

aos cegos” Espírito de Verdade.

Estrela cadente

Mãe de doze filhos, já beirando a terceira idade, D. Anna era uma dona de casa como as que ainda hoje se encontra com a maior facilidade neste nosso Brasil imenso. Morava em Feira de Santana, lá no interior da Bahia. Analfabeta, devota do Senhor Jesus, acordou certa manhã sentindo necessidade de procurar o único médico que, naquele tempo, havia lá naquelas bandas; homem bondoso exercia a Medicina com a mais absoluta seriedade. Acanhada, entrou ela no modesto consultório e disse iniciando a consulta:

“- Doutor, parece que estou com barriga d’água...”.

O médico olhou silenciosamente a pobre cliente e respondeu entre sério e sorridente:

“- D. Anna”.

“- Doutor, se não fo barriga d’água então é menino. Chico, meu marido, já disse hoje, que talvez seja gravidez..”

“- Na sua idade, D. Anna, como é que a senhora e “seu” Chico deixaram isso acontecer? Já tiveram uma filha com hidrocefalia, têm mais onze filhos, enfrentam uma trabalheira sem fim. E com esta recessão enorme neste nosso país desses anos trinta, a pobreza fica ainda maior... Já disse uma vez que filho de mãe velha nasce destrambelhado...”

“- Não, doutor! Matar? Nunca! Chico está viajando aqui e ali. Nada vai nos faltar, se Deus quiser!”

“- Quem falou em matar, D.Anna. Vá em paz esperar a sua hidropsia...”

“- Hidro... o que, Doutor?”.

“- É barriga d’água, D. Anna. A senhora ficará livre dela em nove meses”.

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Nove meses depois nascia, às cinco horas da manhã, do dia cinco de maio, um robusto menino, cujo choro foi tão forte que quase ninguém pôde ouvir o apito do trem das cinco, lá na estação...

O menino recebeu o nome de Divaldo. Ele mesmo, Divaldo Pereira Franco, uma das estrelas cadente do exército do Senhor.

Não é difícil imaginar a infância de um menino que nasceu em um lar extremamente pobre, mas iluminado pela fé de Jesus. Cresceu, trabalhando mais do que estudando. Contava menos de cinco anos de idade quando começou a sentir as primeiras manifestações de mediunidade. Muito jovem ainda deixou Feira de Santana e foi para Salvador, onde deveria continuar estudando e trabalhando. Fez um concurso público. Tornou-se professor e funcionário.

Nestes dias em que tantos procuram justificar o aborto, recordamo-nos de D. Anna e “seu” Chico. As dificuldades cresciam, os problemas também, no entanto, eles sempre renovavam a esperança, pois como Jesus ensinara: ”Aquele que veste os lírios do campo e alimenta os pássaros dos céus jamais deixará um filho abandonado!”. Ou ainda: “Ora, se, sendo maus como sois, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, não é lógico que, com mais forte razão, vosso Pai que está nos céus dê os bens verdadeiros aos que Lhos pedirem?” Matheus, VII – 7,11.

Joanna de Ângelis no livro “Após a Tempestade”, Editora LEAL, 2a edição, página 67 nos fala:

“Infanticídio execrável, o aborto delituoso, é cobarde processo de que se utilizam os espíritos fracos para desfazer-se da responsabilidade, incidindo em grave delito de que não se poderão exonear com facilidade”.

Não obstante, em alguns países, na atualidade, o aborto sem causa justa - e como causa justa devemos considerar o aborto terapêutico, mediante cuja interferência médica se objetiva a salvação da vida da gestante - se encontre legalizado, produzindo inesperada estatística de alto índice, perante as leis naturais que regem a vida, continua sendo atentado criminoso contra um ser que não se pode defender, constituindo, por isso mesmo, dos mais nefandos atos da agressão à criatura humana...

Defensores insensatos do aborto delituoso costumam alegar que nos primeiros meses nada existe, olvidando, que, em verdade, o tempo da fecundação é de somenos importância... A vida humana, em processo de crescimento, merece o mais alto respeito, desde que, com a sucessão dos dias, o feto estará transformado no homem ou na mulher, que tem direito à oportunidade da experiência carnal, por impositivo divino.

A ninguém é concedida a faculdade de interromper o fenômeno da vida, sem assumir penoso compromisso de que não se liberará sem pesado ônus...”“.

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Capítulo 3O Cônego Amilcar Marques

Em 23 de junho de 1944 desencarna, devido a ruptura de um aneurisma, um irmão de Divaldo Franco chamado José. Divaldo, naquele tempo já era médium mas, não conhecia a Doutrina Espírita, e, ao sentir aquela constrição física - a presença do irmão - e não conseguir mais andar ficou sem atinar com a causa. Divaldo estava com pouco mais de dezesseis anos.

Seis meses se passaram...

Uma prima de Divaldo, chamada Clarisse, que conhecia D. Ana Ribeiro Borges, excelente espírita, pediu que essa senhora fosse visitá-lo. O que ela fez incontinente no dia 5 de dezembro de 1944.

E, após conversar com a entidade espiritual e convencê-lo a seguir com os mentores designados para tal, deu um passe no rapazito que passou a andar no mesmo instante para espanto dos seus familiares.

D. Ana explicou que Divaldo era médium e, precisava ir a um Centro Espírita estudar a Doutrina Codificada por Kardec.

O jovem instava, reclamava que não queria se “meter” nessas coisas de demônios, que queria ser padre, que já era até sacristão, mas...Sua genitora, como faziam as mães naquele tempo, lhe afirmara que criança não tinha querer e arrastou-o ao Centro Espírita Jesus de Nazaré lá de Feira de Santana.

O jovem - médium levara escondido num dos bolsos um terço para quando percebesse a aproximação do demônio mas, o que viu por lá foram pessoas honradas e nobres da pequena Feira de Santana. O tabelião de notas abrira-lhes a porta da instituição e proferira na abertura dos trabalhos a prece de Cáritas. Durante a comovente oração, Divaldo viu o homem todo iluminado, o que lhe causou forte impacto emocional e lhe deu certa confiança tornando-se menos temeroso.

Naquela mesma noite, através a psicofonia, Divaldo transmitiu recado do irmão desencarnado. Ao retornar à lucidez, viu sua mãezinha chorando e dizendo que o filho havia se comunicado, e falara de fatos que só os dois tinham conhecimento... Conta Divaldo que acreditou que a mãe tivesse perdido o juízo logo no primeiro contato com os espíritas. Daí em diante, sempre obrigado por sua mãe, o jovenzinho passou a frequentar o Centro Espírita sem, no entanto, deixar de ir à missa, de confessar-se e comungar. O próprio Padre Amilcar Marques, pároco da Igreja Matriz de Feira de Santana, lhe perguntara como ele que estava paralítico por seis meses agora, andava normalmente.

“- Foi no Centro, padre. Estavam lá o tabelião de notas, dona fulana, o gerente do banco, a senhora tal, aquela outra que ajuda o senhor na arrumação do altar do Sagrado Coração, etc...e até “ recebi ” o meu irmão mas, fui lá obrigado por mainha ; escondido, levei um terço no bolso para quando o diabo chegasse!

“-Vá sempre, meu filho...e me conte tudo o que o diabo faça por lá!

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Divaldo também frequentava a Igreja da Santa Casa de Misericórdia, onde sempre conversava com o padre Mário Pessoa. Divaldo sempre via o pároco Pessoa envolto em luz.

Um dia, na sacristia, o garoto espantado dirige-se ao padre Amilcar:

“- Padre, o diabo está entrando, é uma mulher velha, de xale, e quer lhe dar um recado”.

“- É minha mãe, receba-a!” E assim, após a mãe lhe falar, o padre comenta com o jovem que sua missão não seria na Igreja e que ele deveria mudar-se para um outro lugar pois, que “ ninguém é profeta em sua terra ”.

Seguindo a orientação do padre ele foi morar em Salvador com sua benfeitora, D. Ana Ribeiro Borges a partir de fevereiro de 1945, e, fez concurso para o antigo IPASE onde passou a trabalhar. Em Salvador, aprendeu muito com D. Nanã, apelido carinhoso de D. Ana, convivendo também com o carinho da estimada Matilde, serviçal da casa que o hospedava.

O jovem quando criança já transmitira, aos quatro anos, um recado de sua avó materna D. Maria Senhorinha à sua genitora e à sua tia D. Maria Edwiges tornando-se uma criança diferente que brincava com crianças “imaginárias” tais como o indiozinho -Jaguaraçu - e outros.

Aos oito anos assustara sua mãe “vendo” um homem com expressão patibular apelidado pelo médium - menino de “O Máscara-de-Ferro”. O homem lhe dizia com voz cavernosa:

“-Você vai ver a cruz que eu lhe colocarei às costas. Essa cruzinha do rosário que você trás ao peito de nada lhe adiantará”.

Sua mãe, muito católica lhe falava:

“-É o diabo, meu filho...” e, oravam... oravam... oravam...

Para dormir ele se deitava entre os genitores pois, via rostos com chapéus enormes e tinha pesadelos, muitos pesadelos.

Mais tarde esse mesmo Máscara-de-Ferro, que teria sido um sacerdote a quem Divaldo houvera feito algo contra, no século XVII, provocou inúmeras situações vexatórias envolvendo o médium. Inclusive, um senhor, induzido por essa entidade equivocada esbofeteou o rapaz que ao cair feriu-se na vitrine de uma relojoaria, sangrando bastante. O jovem dirigiu-se para casa e, lá chegando apanhou de seu genitor, no outro lado do rosto, para que nunca chegasse em casa perdedor, tendo perdido uma briga. Sua mãe, depois desse fato ficou um ano em depressão. Tinha ela medo que o moço, diante de tantas pressões se matasse. Ela já houvera tido uma filha suicida, a amada Nayr.

Um dia, muitos anos depois, uma criança foi deixada à porta da Mansão do Caminho, e, o Máscara que se afastara por algum tempo, retorna à visão de Divaldo, e pergunta ao médium:’

“-Tu vais amar essa criança, que chegou hoje?”.

“- Claro, como amo todas as que chegaram”.

“- Então, a partir de hoje eu tenho que te amar pois, essa que aí está é a minha mãe reencarnada!!! Antes você não me convencera, agora você me venceu pela sua paciência! ”

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz---------------------------------------------------------------------------------------------- Nossas homenagens a esses sacerdotes, aos padre AMILCAR e MÁRIO, que aconselhavam o jovem médium com carinho, desvelo, imparcialidade e amor, muito amor...Quando todos nós nos desvencilharmos das paixões, preconceitos e superstições seremos com eles eram!

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capítulo 4 Esperança, sempre!

Em suas conferências Divaldo Franco fala-nos da necessidade do estudo dos livros de Allan Kardec. Tem afirmado, inclusive, que nos momentos de angústia e aflição, pois ele também os tem, como qualquer um de nós, recorre às obras da Codificação Espírita para dessedentar-se nessa fonte inesgotável. Em uma recente palestra, com o objetivo talvez de realçar a importância do estudo, contou fatos de sua vida, dizendo das aflições que sofria quando, muito jovem, não conhecia ainda os livros de Allan Kardec. Vamos recordar alguns desses fatos:

Menino ainda, na pré-adolescência, Divaldo sentia as manifestações da mediunidade que lhe havia aflorado aos quatro para cinco anos de idade lá em Feira de Santana onde nasceu. Conversava com “as almas do outro mundo”, com os “fantasmas” como os seus familiares, ingênuos, chamavam os espíritos comunicantes. Divaldo não percebia que somente ele via essas pessoas com quem dialogava. Muitos que o flagravam falando sozinho diziam que ele só podia ser maluco!...

A II Guerra Mundial eclodira, Divaldo que morava em Salvador e trabalhava na “Companhia de Seguros Sul América Terrestre, Marítima e Acidentes”, com um salário de 13 mil réis, acalentava, então muitos sonhos...Sonhava estudar Medicina e trazer a família para morar com ele na capital do Estado, mas com a guerra chegando cada vez mais perto do Brasil a recessão aumentava... Havia necessidade de cortes nas despesas das empresas. Ele foi demitido... Que fazer? Voltar para a modesta pensão em que morava seria arriscado. A senhoria, pobre também, desconfiaria que ele estava sem trabalho e certamente iria despejá-lo. Perambulou pela cidade e foi parar na amurada do alto do Elevador Lacerda com a monoidéia de suicídio. Pensava e chorava. Como voltar para sua terra natal onde os familiares também eram pobres, e os empregos mais escassos ainda...? Quando ia se jogar apareceu-lhe sua irmã Nayr, desencarnada, que fora suicida. Nayr, que desencarnara em novembro de 1939, em Ilhéus, lhe afirmou:

“- Matar-se, nunca! O suicídio é o maior equívoco que se pode cometer, meu irmão!”.

Divaldo ao vê-la, teve um pequeno vágado, ligeiro desmaio e caiu para dentro da amurada e não para fora como pretendera...

Levantou-se e pegou um bonde que passava...Os bancos estavam ocupados. Eram passageiros que, em realidade somente ele via. Eram Espíritos. Como o jovem ficasse de pé com o bonde vazio o motorneiro indagou, aos gritos, porque ele não se sentava...

Uma senhora negra, cabelo carapinha, blusa branca e saia rendada, olhou para ele, sorriu com extrema bondade e disse:

“-Venha cá, meu filho. Sente aqui perto da” véia “Conceição”.

Divaldo atendeu e D. Conceição continuou:

“-Tem um Espírito aqui me dizendo que gosta muito de vosmicê. Diz que vosmicê não deve ficar triste com a vida. Sua mainha está longe, mas, rezando para vosmicê. Confie em reza de mãe, meu filho! Como ela está longe eu estou aqui. Serei sua amiga. Está bem?

‘- Como é que a Sra. sabe disso tudo? A Sra. também vê os mortos?’

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“- Sim, meu filho”.

“- Então eu não sou maluco, Louvado Seja Deus!”.

“- Ou, pelo menos, agora somos dois malucos... Vamos, vamos para minha casa, casa de pobre, conversar e tomar café com broa de milho”.

Na casa de D. Conceição, sentados em tamboretes conversaram horas a fio. Ela, alma pura, formada pela universidade da vida assim falava:

“-Sinhozinho, existem Espíritos sim. Eles andam, falam, conversam, contam casos que nem gente ‘viva’. Uns são bons e outros não. Vosmicê gosta de Jesus? Eu gosto muito. Lembre-se, Sinhozinho, que Jesus é nosso irmão e nosso patrão... Patrão tem sempre um serviço para nós e nos manda para um lado quando queríamos ir para um outro. Às vezes podemos até não gostar do serviço, mas ordem é ordem... Temos que fazer, confiando em Jesus com alegria! Compreendeu?”.

Durante cerca de dois anos Divaldo foi à casa de D. Conceição e passeavam entre canteiros simples de flores singelas, sempre conversando sobre Jesus e o empolgante assunto que é a comunicabilidade dos desencarnados.

O tempo foi passando...

O jovem estudou os livros de Allan Kardec semeando a Boa Nova, Consolador Prometido por Jesus, para os que choram sozinhos não se sintam desamparados nunca mais; e, consolados pela fé possam construir caminhos de redenção!

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Capítulo 5

Dores que reabilitam...

Entardecer... Dezessete horas... 1949... Divaldo sentara-se em assento modesto, no quintal da casa simples de seus pais, na Rua Machado Monteiro, em frente ao alagado da famosa Av. Chile, em Salvador.

Era dia de reunião no Centro Espírita e, Divaldo estava ali a meditar antes de dirigir-se à tarefa mediúnica, sempre realizada por ele com denodo e dedicação ímpares.

De repente surge diante do médium um ser totalmente deformado, com lepromas nas faces, no nariz, nas orelhas demonstrando que antes de desencarnar teria sido ele um hanseniano muito comprometido, dentro do quadro daquela doença regeneradora.

O médium pensa ser o desencarnado um obsessor, mas, ele calmamente lhe diz serem amigos de priscas eras... Divaldo fica sismando como deveria ser tão endividado para ter aquele deformado como amigo!...

O ser espiritual como a lhe demonstrar que não era um obsessor, metamorfosea-se e, formosea-se diante de seus olhos, surgindo um homem esbelto e lhe afirma:

“- Sou somente um teu irmão, nem anjo nem demônio!”.

Em cada uma daquelas manchas, apresentadas anteriormente, aparece um como quê tampão tecido em seda, como se novas células houvessem sido urdidas em linhas luminosas, tornando-o ao olhar, totalmente encantador!

Divaldo, muito jovem, um tanto inexperiente, seguindo atavismo religioso do passado, ajoelha-se, paralisado de emoção... O espírito repete-lhe não ser anjo nem demônio, mas que havia se chamado Jésus Gonçalves e, que doente saira de Bauru e passara a morar no Leprosário de Pirapintingui no Estado de São Paulo, onde fundara o Centro Espírita Agostinho. Conta a Divaldo ter sido anteriormente, Alarico e, mais tarde noutra reencarnação, Richelieu...

Ah! Os mistérios das provações, das dificuldades, das expiações, das inimizades, das afinidades e empatias são-nos desvendados com o conhecimento da reencarnação!

Diz-nos a Benfeitora de todos nós, Joanna de Ângelis no excelente livro Desperte e Seja Feliz no capítulo Dor - Reparação:

“- Dores há que domam as paixões inferiores, que resgatam dívidas, que reabilitam, que abençoam vidas...”.

Abastece-te nas Fontes Inexauríveis do Bem, e organiza tua vida moral e mental, de forma que os teus atos sejam produtores de harmonia pessoal e de equilíbrio, quando convidado pela dor-reparação ao testemunho de libertação espiritual, ou diante de qualquer expressão de sofrimento que te visite ““.

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Comenta-se, nos arraiais espíritas, que é de bom - tom não trazer à baila assuntos sobre reencarnações de fulano ou beltrano, mas, minha veia de réporter-amador permite-me divulgar esses fatos, para que as gerações vindouras, a quem temos o dever de deixar subsídios, possam estudá-los à luz da Doutrina dos Espíritos. Como por exemplo, aqueles que nos foram deixados por Jésus Gonçalves que mesmo doente, a tantas e tantas pessoas auxiliou e, por certo continua a amparar nas paragens espirituais que agora habita!

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Capítulo 6 No verdor dos anos

Diz-nos Joanna de Ângelis no pequeno -grande livro Vida Feliz à página 144 capítulo CXIV:

“A juventude do teu corpo é breve. Utiliza-a para armazenar valores eternos. O verdor dos anos passa com celeridade, porém, os compromissos firmados se alongam por toda a existência. Coloca sinais de luz pela senda, significando conquistas do terreno percorrido”.

Isso me fez lembrar da “primeira” namorada de Divaldo. Ele anelava, ter alguém com quem conversar ao sair da repartição Pública onde trabalhava, o IPASE.

Todos os jovens da sua idade contavam sobre suas namoradas, os lugares onde tinham ido passear, o que haviam assistido nas telas cinematográficas e também lhes falavam dos primeiros encontros ricos de beleza. Ele que deixara sua família em Feira de Santana, e morava sozinho na cidade grande, na capital baiana, sentia falta de amizades, de calor humano.

Diz-nos Joanna de Ângelis no livro “O Ser Consciente”:

“O indivíduo não pode viver sem relacionamentos, pois que, por contrário, aliena-se. O seu desenvolvimento deflui dos contatos com a natureza e as criaturas, dos seus inter-relacionamentos pessoais... O homem maduro psicologicamente vive a amplidão infinita das aspirações do bom, do belo, do verdadeiro, e , esvaído do ego, atinge o superego, tornando-se homem integral, ideal, no rumo do infinito.”

Um dia, a oportunidade se deu.

Conheceu certa jovem. Marcou então, um encontro com ela, após a lida diária de ambos.

A moça viria no bonde, segundo o combinado, e ele entraria no ponto seguinte para daí seguirem juntos.

Ele? Animadíssimo! Toda hora penteava os cabelos, se olhava no espelho, dava umas espiadas no relógio.

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Chegou o momento ”de bater o ponto”, da saída, e, ele pegou o bonde. Nele vinha a... Que morena! Mas... No bonde, ao lado da jovem encontrava-se um homem muito gordo, enorme! Claro que era um espírito. Só Divaldo o via. O médium naquele lusco-fusco da mediunidade iniciante julgou que talvez pudesse ser o pai da moça e... Saltou do bonde incontinente e durante muito tempo ficou sem vê-la... Posteriormente soube que ela se casara.

Certo dia ao se encontrarem, a moça perguntou ao tribuno baiano:

”- Divaldo, por que foi mesmo que nós desmanchamos o namoro, hein?”.

“- Por causa do gordo, ora!”.

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Capítulo 7

Aguarda um pouco mais...

Seguindo a Benfeitora de todos nós, Joanna de Ângelis, Divaldo Franco continua na faina do auto-encontro, do autodescobrimento, projetando luz interior, a fim de crescer cada vez mais e melhor fazendo todos quanto o procuram também ascenderem com segurança. Ele sabe que as lutas não cessam, mas possui esperança que não se extingue. Novos desafios surgem e vão sendo transpostos qual pequeno córrego que se transformou em caudaloso rio de imensas proporções. Diferentes oportunidades surgem aqui, ali e alhures e ele vai conseguindo atendê-las sempre com os olhos postos no futuro. Ele aprendeu e apreendeu com sua Mentora Espiritual o otimismo, a esperança, a alegria de viver e amar incondicionalmente...

Essas considerações fazem-me recordar, pela tela da memória certo fato ocorrido com ele nos anos 50, aproximadamente: certa feita fora ele a um sepultamento em Salvador...

Lá chegando, através a mediunidade, percebeu maviosa sinfonia que vinha de um violinista desencarnado, que apaixonado, ao lado de sua tumba, tocava e cantava para sua amada, também desencarnada e ali bem perto deles.

O mais interessante, e que nos convém estudar, é que um não via o outro.

Os dois muito saudosos, mas afastados pela Lei que pretenderam burlar. Como amargaram vários problemas no relacionamento familiar, devido ao amor que os unia, resolveram praticar o suicídio, acreditando que ficariam juntos após o desenlace. Sucedeu que, ao contrário, o autocídio afastou-os.

Divaldo via a ambos. E, jovem, sentiu-se aturdido e amargurado com as aflições e angústias daqueles dois corações tão sofridos...

Fala-nos, a respeito, a Benfeitora de todos nós, Joanna de Ângelis, no livro “Após a Tempestade” sob o título Suicídio:

“Ato de extremada rebeldia, reação do orgulho desmedido, vingança de alto porte que busca destruir-se ante a impossibilidade de a outrem aniquilar, o suicídio revela o estágio de brutalidade moral em que se demora a criatura humana...”.

Por uma interpretação precipitada, o amor-próprio ferido arroja o homem que se deseja livrar de um problema no poço bem fundo de mais inditosas conjunturas, de que somente a peso de demorados remorsos e agonias consegue vencer...

“- Aguarda um pouco mais, quando tudo te empurrar ao desespero”.

A Divindade possui soluções que desconheces para todos os enigmas e recursos que te escapam, a fim de elucidar e dirimir equívocos e dificuldades.

Ama a vida e vive com amor - embora constrangido muitas vezes à incompreensão, sob um clima de martírio e sobre um solo de cardos...”“.

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Por isso, qualquer um, que por esse ou aquele problema, muitos dos quais muitíssimos dolorosos pensou ou pensa em por termo à vida, tenha absoluta certeza: matar-se? Nunca!

Capítulo 8 Os pombos? Voaram!...

Março de 1947 o confrade Ederlindo Sá Roriz e esposa convidam o médium Divaldo Franco juntamente com o incansável trabalhador da “Mansão do Caminho”, Nilson de Souza Pereira, para irem até Aracaju. Na ocasião, encontrar-se-ia também presente o casal Celso e Eunice Sá Roriz, respectivamente cunhado e irmã de Ederlindo.Todos ansiavam passar alguns dias prazeirosos na capital de Sergipe ao ar puro daquela encantadora cidade, deliciando-se com suas comidas típicas; suas praias; o descanso merecido. Seriam férias inesquecíveis, e... Foram!

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Divaldo acertou com os Sá Roriz e com o jovem José Martins Peralva Junior que falaria de público, sobre suas experiências, lá em Aracaju, enquanto de férias do IPASE onde trabalhava, em Salvador.

Seria, a primeira palestra de Divaldo em público.

A viagem levava muito tempo num trem “Maria Fumaça”. Os passageiros colocavam uma espécie de guarda-pó, para se protegerem, bem como às suas vestes, da fuligem lançada pela chaminé que crepitava ruidosamente.

Chegaram eles, então, sujos de carvão entre sorrisos e alegrias.

Depois de duas conferências na União Espírita Sergipana, Divaldo e esses amigos combinaram que num certo dia daquele março, após as 15 horas, fariam um encontro fraterno, somente entre eles, para contatarem com entidade amiga e muito conhecida deles.

No dia aprazado, almoçaram no Hotel Marolli onde foram servidos pombos ao molho. Divaldo nunca houvera comido aquela iguaria e inexperiente, com menos de vinte anos, comeu... Comeu o acepipe, esquecendo-se que a digestão não seria concluída satisfatoriamente até o início dos trabalhos, onde ele seria instrumento, através a abençoada mediunidade de que é portador. Era médium, mas ainda não era espírita.

O almoço teve seu término e retornando à residência dos anfitriões para daí darem início à reunião mediúnica, é que Divaldo lembrou-se da digestão, dos pombos, e de tudo o mais... Que fazer? Refletia meio sem jeito como houvera comido tanto assim. Sentiu a presença de Entidade amiga, e, instintivamente lhe perguntou como deveria agir.

O amigo espiritual não se fez de rogado, e lhe falou:

“- Deixe comigo! Por caridade aos que lhe aguardam, faremos que você tenha certa indisposição estomacal. ”

Divaldo sentiu então como se dois dedos, se introduzissem em sua garganta chegando quase à altura do esôfago, produzindo-lhe uma regurgitação natural, e... Nesse instante os pombos... Voaram.

Diz-nos Joanna de Ângelis, Benfeitora de todos nós, no livro “ Após a Tempestade”, no capítulo 9 :

“A pretexto de comemorações, festas, decisões não te comprometas (...)”.

O oceano é feito de gotículas e as praias imensuráveis de grãos.

Liberta-te do conceito: “hoje só”, (...) e não te facultes: “apenas um pouquinho”, porquanto, uma picada que injeta veneno letal, não obstante em pequena dose, produz a morte imediata.”Se estás bafejado pela felicidade, sorve-a com lucidez”.

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Capítulo 9

Os percalços de um tarefeiro do Bem

Organizando, participando ou assistindo as palestras de Divaldo, muito tenho aprendido com as situações por ele vivenciadas. Não foram poucos os instantes de aprendizado.

Contou-nos ele um episódio quando ainda muito jovem trabalhava no antigo IPASE em Salvador: perto de sua mesa sentava-se simpática e alegre colega, Georgeta Franco. O chefe de ambos, homem muito correto, mas um tanto austero, não admitia brincadeiras em serviço.

O médium era, então, responsável pelo atendimento ao público. A todos que chegassem ao balcão deveria ele fornecer informações sobre a situação do segurado. Era comum que para lá se dirigisse várias vezes durante o dia.

Nessas ocasiões Divaldo notava que seu chefe o olhava contrafeito. O rapaz não entendia o porquê dos olhares. Certo dia, após ir ao balcão atender um segurado foi interrogado pelo chefe, quando passava pela sua mesa:

“- O que é agora?”.

“- O chefe não está vendo o cliente?”.

“- Que cliente? Como é o nome dele?”.

E quando Divaldo se virou para o balcão, para sua surpresa, o segurado havia desaparecido. Só ele o havia visto, era um desencarnado! Foi então ao “arquivo-morto” e lá estava a ficha do senhor que acabara de falar com ele...

Conversando com sua amiga Georgeta combinaram um pequeno esquema para o livrar daquelas situações constrangedoras no ambiente de trabalho.

“- Divaldo, quando alguém aparecer no balcão você deve primeiro olhar para mim. Se eu estiver vendo alguém farei um pequeno sinal com a cabeça e então você se levanta e atende ao segurado, está bem?”

E assim ficou acertado. Durante todo o dia Divaldo olhava várias vezes para Georgeta e esta delicadamente lhe acenava com um não. Outras vezes, a querida amiga, afirmativamente, balançava a cabeça com um sim.

O episódio está aqui registrado e servir-nos-á, trabalhadores de diferentes instituições espíritas, ou não, para que possamos refletir em nossas próprias atitudes, no desempenho de nossas atividades. Frequentamos o Centro Espírita de nossa eleição, tomamos passes e, de lá nos retiramos julgando-nos aptos aos Mundos Regeneradores.

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Estaremos realmente fazendo a parte que nos compete?

São algumas das muitas indagações que nos surpreende a mente quando tomamos conhecimento de alguns percalços ocorridos com os que desejam ardentemente dedicarem-se Bem.

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Capítulo 10 Senda de luz

Em suas conferências Divaldo Franco fala-nos da necessidade do estudo dos livros de Allan Kardec. Tem afirmado, inclusive, que sempre está recorrendo às obras da Codificação Espírita para dessedentar-se nessa fonte inesgotável. Em uma recente palestra, com o objetivo talvez de realçar esse estudo recordou alguns fatos de sua adolescência:

Divaldo era médium, mas não era espírita.

Um dia, o espírito Manoel Vianna de Carvalho apareceu e lhe disse que gostaria que ele lesse “O Livro dos Espíritos” para posteriormente trabalharem. Divaldo, muito jovem, estava acostumado a ler Gibi, Pato Donald, Pafúncio e Marocas, as leituras daquela sua época de meninice, mas... Muito dócil, foi até à cidade e procurando daqui e dali encontrou o livro citado pelo Espírito, aliás, o primeiro livro codificado por Allan Kardec. Achou-o grosso! Pudera, não estava acostumado à leitura... E as palavras então? Cada palavra difícil! Esbarrou, logo no início, com uma delas PROLEGÔMENOS. Que significava isso, meu Deus?

Quando noutro dia o espírito Vianninha lhe apareceu ele foi logo replicando:

“- Ah, meu irmão! Que livro, hein? Grosso e dificílimo! Que são prolegômenos? Não consegui sair das primeiras páginas... Diga-me, pelo amor de Deus, que são prolegômenos?”.

“- Divaldo, disse-lhe Vianninha, Espiritismo é Doutrina de amor, as também de instrução!”.

“- Então, o Espiritismo é elitista?”.

“- Não, mas os que dele fizerem marco para suas vidas, constituirão, no futuro, uma sociedade intelecto - moral já que dentro de suas páginas há a seguinte recomendação:” Espíritas, amai-vos e instruí-vos “. Espiritismo é uma doutrina definida por Allan Kardec como sendo a Ciência que trata da origem, natureza e destino dos Espíritos bem como das relações que existem entre o mundo corporal e o mundo espiritual. Ensina a crença em Deus, na imortalidade da alma, na comunicabilidade dos Espíritos, na reencarnação, na pluralidade dos mundos habitados, e tem a sua estrutura filosófica estatuída em O Livro dos Espíritos, entendeu?”.

“- Não senhor!”.

“- Você já leu o livro ou só deu uma olhadinha rápida?”.

Leia-o! E... Compre um dicionário!”- falou com veemência Vianna de Carvalho”.

Divaldo comprou um dicionário baratinho, bem simples e fino, mas ao folheá-lo não encontrou a palavra prolegômenos. Teve que recorrer a um outro dicionário mais tarde, onde descobriu, que prolegômenos significa introdução expositiva de algum tratado científico, prefácio longo, uma explicação...

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Dois meses depois... Divaldo ao perceber a presença do Espírito lhe diz que agora realmente não somente folheara “O Livro dos Espíritos” como o lera detidamente e até decorara-lhe alguns trechos.

“- Ë? - disse-lhe sem muita empolgação Vianninha - pois agora, estude-o! Disse que se Divaldo vivesse cem anos e o estudasse detidamente sempre encontraria em suas páginas novos esclarecimentos ligados a todos os segmentos do conhecimento humano’”.

O jovem estudou, estudou, estudou. Um dia ao rever Vianna de Carvalho falou magoado ao Espírito:

“- O senhor me disse que eu encontraria todos os segmentos do conhecimento humano nesse livro e... onde fala ele na física quântica? Não encontrei nada a respeito”.

“- Então não o leu como deveria, pois ele cita:” o arcanjo de hoje foi o átomo de ontem...”“.

Assim, Divaldo tornou “O Livro dos Espíritos”, no seu livro de cabeceira, atraves daquela recomendação e... Medidas as proporções, como Paulo de Tarso dos nossos dias, sai a semear a Boa Nova, o Consolador Prometido por Jesus.

Isso me fez recordar o Auto de Fé de Barcelona:

Em 9 de outubro de 1861 Kardec mandou para a Espanha, para a cidade de Barcelona trezentos exemplares entre livros e brochuras para o livreiro Maurice Lachâtre. Por ordem do Bispo local, eles foram queimados em praça pública embora tivessem o porte pago. Kardec quis revidar ante as autoridades competentes - os Espíritos disseram-lhe que nada fizesse porque aquela fogueira traria muitos benefícios à Doutrina na Espanha, seria causa de interesse em quem não a conhecia -...

Como as comunicações eram demoradas, mais tarde, um confrade manda-lhe os fatos, com mais detalhes, inclusive, envia uma página semi - encinerada, contando que depois da queima, as pessoas acorriam até a fogueira para pegarem os restos dos escritos a fim de tomarem conhecimento do que elas continham... Contou ainda que numa praça, onde no passado a Inquisição queimava pessoas, reuniram-se um representante da Igreja tradicional, representantes fiscais e um funcionário da aduana portando um archote e quando ele acendeu a pilha dos trezentos livros expostos, o povo começou a vaiar e a gritar:

“- Fora a Inquisição, fora a inquisição!”.

Kardec na edição de novembro da “Revista Espírita” ao rememorar aos leitores o fato diz:

Quando uma idéia é verdadeira não haverá Pirineus capaz de abafá-la nem chamas tão altas suficientes para queimá-la!

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Capítulo 11Amélia Rodrigues

Nasceu em Santo Amaro, Bahia no dia 26/05/1861.

Desencarnou em 1926, em Salvador, Bahia.

Pelos caminhos de Jesus

Contou-nos Divaldo que há muitos anos, Joanna de Ângelis perguntou-lhe se ele estaria disposto a escrever alguns livros, ele respondeu à Benfeitora de todos nós;

“- A Senhora é quem sabe!”

Os anos foram passando e um dia Joanna de Ângelis perguntou se ele estaria também interessado em viajar, levando os ensinamentos de Jesus a irmãos de outras terras. E ele outra vez respondeu:

“- A Senhora é quem sabe!”.

Muito jovem ainda confessa o próprio Divaldo não avaliava o que seriam aquelas viagens. Mesmo assim começou o programa de pregação, que sabemos elaborado e conduzido pela Espiritualidade Superior.

Divaldo contou-nos também que, ao falar sobre Jesus, certa vez, percebeu que à sua frente surgia uma projeção de paisagens dos tempos em que o Mestre trouxera a Boa Nova à Humanidade. Via os lugares por onde Ele passara, tal qual uma aquarela viva, de beleza indescritível. Só depois é que as palavras iam surgindo... Curioso, perguntou a Joanna de Ângelis que amorável entidade o permitia ver quadros tão bonitos e ela prometeu fazer uma apresentação...

Não se passaram muitos dias e Divaldo sentiu-se desdobrado, levado por Joanna de Ângelis para um lugar belíssimo. Uma linda paisagem natalina! A neve caía e suave música parecia balsamizar o ar, acompanhada por alegre tilintar de sinos, não faltavam frondosos pinheiros. Então, de trás de um deles surgiu uma senhora simpática, olhos translúcidos, que lhe disse:

“- Sou Amélia Rodrigues”.

E assim, até os dias de hoje, Amélia Rodrigues nos fala de Jesus em seus belos livros sobre o Evangelho, na maioria das vezes psicografados pelo médium e tribuno baiano, na localidade intitulada Paramirim, na Bahia, onde há linda lagoa, que faz lembrar a Galiléia, no dizer do simpática desencarnada; livros que esclarecem, que auxiliam aos que buscam os caminhos da evolução.

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Amélia Rodrigues quando encarnada fora aquarelista, jornalista, poetisa, escritora, prossegue com sua abençoada tarefa de oferecer-nos seu contributo de amor.

E nós, como se ouvíssemos também, claramente, Joanna de Ângelis a nos indagar, de todos nós, se estamos dispostos a viajar em busca do Amor, pensamos em responder com humildade e esperança renovada:

“- A Senhora é quem sabe!”.

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Capítulo 12 Nas terras verde-amarelas

Corria o ano de 1950. Todos nós, espíritas, recordávamos a passagem do cinqüentenário da desencarnação do Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, ocorrido em 11 de abril de 1900.

Em Salvador, lá em sua residência na Mansão do Caminho, Divaldo, envolvido nas lembranças, sentia-se emocionado, inclusive por ser um dos médiuns mais utilizados pelo Amoroso Mensageiro em suas generosas tarefas de amparo e orientação aos que, como todos nós, encontramo-nos ainda na retaguarda da evolução.

Eram duas horas da madrugada quando Divaldo interrompeu suas atividades. Sentia algo que não podia aquilatar. Viu-se, então, desdobrado, com plena consciência, levado a um grande edifício com enormes colunas estilo greco-romano. Adentrando pelo imenso salão, sem entender bem o que ocorria, percebeu, logo depois, que se tratava de uma reunião em homenagem ao Dr. Adolfo Bezerra de Menezes.

Calculou que cinco mil pessoas, no mínimo, lotavam o anfiteatro. Havia também muitos encarnados, em desdobramento, como ele. Viu quando o Dr. Bezerra entrou cercado de amigos. Dando início à homenagem, Léon Denis falou em nome dos espíritas da Europa e de outros continentes. Após, Manoel Vianna de Carvalho assumiu a tribuna, em nome dos espíritas do Brasil. A seguir, falou Eurípedes Barsanulfo, em nome dos que estudam o Evangelho.

Uma luz magnífica surgiu das alturas. Corporificou-se, então, um sublime espírito. Era Celina, Mensageira de Maria Santíssima, conhecida pelas amoráveis comunicações que transmitia através do médium Frederico Junior. E Celina falou:

“- Adolfo Bezerra de Menezes, pelos teus serviços foi-te concedido que poderás encarnar em qualquer sistema de alguma galáxia próxima da Terra”.

Dr. Bezerra, sem poder conter, naturalmente, a emoção, também falou:

“- Eu não mereço... Eu não mereço... Se algum crédito eu tenho, suplico a Maria Santíssima continuar nas terras verde - amarelas do Brasil. Desejaria ali ficar enquanto houver uma pessoa chorando, um gemido dos meus irmãos brasileiros...”.

O celeste ser ouviu a petição e esvaneceu. Passaram poucos segundos. Um melodioso coro entoava divino cântico e uma alvinitente mão escreveu no ar:

“- Teu pedido foi deferido. Ficarás mais cinqüenta anos nas terras do Brasil”.

Divaldo despertou alegre e encantando. E contou tudo isso quando, em 1991, proferiu uma de suas magníficas palestras no auditório do Colégio Arte e Instrução, no bairro de Cascadura, no Rio de Janeiro, evento coordenado pelos incansáveis tarefeiros da Doutrina Espírita, os irmãos Gilson e Gilberto Bordallo.

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“Nunca mais se apagou de minha memória, a figura sublime do Dr. Bezerra de Menezes, enquanto sob forte emoção, aguardava a resposta de sua paternal súplica”.

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Capítulo 13 Desencarnou atropelado, mas... Não morreu!

Na década de 40 um jovem chamado Valter Albuquerque desencarnou atropelado por um automóvel nas ruas da bela cidade dos rios Capibaribe e Beberibe. Como alguém poderia ser vitimado, tragicamente, por um veículo, naquela época? Ainda mais em Recife, onde tão poucos carros existiam, como, aliás, em todo território nacional à época. Deus tem caminhos imprevisíveis...

O fato é que o jovem começou a comunicar-se com o médium, ainda adolescente, Divaldo Franco. Divaldo era filho temporão, seus pais e irmãos eram de outras gerações, por consequência, o diálogo entre eles ficava a desejar. Assim, carinhosamente, os Benfeitores Espirituais colocaram o jovem Valter como se fosse um irmão mais velho de Divaldo, sempre que possível aconselhando-o, ou brincando espontaneamente ou falando abertamente de todas as grandes dúvidas que pairavam sobre a cabeças do moço naquela fase da vida.

O tempo foi passando...Divaldo além de médium tornou-se espírita, isto é, estudou as obras de Allan Kardec, vivenciou-as, colocou à cabeceira e dentro do coração “O Livro dos Espíritos”.

Os meios de comunicação naquela data eram muito custosos para quem tinha crianças a cuidar. Assim, todas as despesas precisavam ser cautelosamente previstas. Divaldo chamava Valter de “O Correio”, pois sempre que o médium ficava alguns dias longe da “Mansão do Caminho” atendendo a compromissos, e, desejava notícias das crianças, o espírito ia rapidamente até Salvador como se fosse um estafeta abençoado, sendo que de retorno lhe dava informações precisas do que ocorria por lá, tranquilizando-o.

Certa feita, como Divaldo estivesse pregando a palavra do Cristo, na cidade natal de Valter, em Recife, ele pediu ao médium para que juntos fossem à casa de D. Marta Albuquerque, sua genitora. Foi um momento de muita emoção! Não se saberia dizer se era o médium ou o desencarnado que chorando, abraçados à D. Marta repetiam baixinho carinhosas palavras que somente o amor sabe falar... Ela era católica, mas daquele dia em diante, perante a prova de imortalidade, que seu filho lhe dava, descobriu que a Doutrina Espírita “matara a morte” e feliz, passou a frequentar o Centro Espírita da região desejosa de estreitar laços com seu querido Valter.

Lúcida como sempre, Joanna de Ângelis recomendou à Valter que estudasse o Evangelho, que se aperfeiçoasse durante um bom espaço de tempo no Mundo Espiritual pois que vivendo somente a psicosfera ambiente da Terra, ele não progrediria como era de se esperar. Então, durante cerca de dez anos o médium quase não o via, já que aceitando a recomendação da Benfeitora, Valter seguira para certa colônia espiritual. No entanto, na década de 90 o amigo desencarnado voltou a ser presença constante na vida do tribuno tão querido de todos nós.

Diz-nos, no livro “Receitas de Paz, à página 109, Joanna de Ângelis, Benfeitora de todos nós”:

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“Por mais aflitiva se te aprofunde a dor da saudade, em relação ao ser amado que a morte arrebatou, projeta o pensamento no rumo do amanhã que vos reunirá outra vez, na vida - além da vida”.

A morte é fenômeno inevitável, no entanto é bênção que faculta a perene união ““.

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Capítulo 14A Rainha das rosas

Divaldo, de certa feita, viu-se ao lado de Auta de Souza, que o convidava para uma excursão promovida pela antiga rainha de Portugal, D. Isabel, conhecida pela sua bondade e abnegada prática da caridade.

Oportuno recordar que o rei, D. Diniz, não gostava das incursões da rainha, levando pão e moedas para as populações necessitadas. Certa vez foi espreitá-la para surpreendê-la em desobediência... Viu quando ela se dirigia à dispensa do palácio e enchia o avental de alimentos. Ele se postou então à sua espera.

“- Aonde vai Senhora? O que leva aí em seu avental?” - interpelou o rei quando D. Isabel saía apressadamente.

“- São flores, Senhor meu!”.

“- Quero vê-las! Flores em Janeiro?”.

Quando D. Isabel de Aragão, mãe do futuro rei de Portugal, D. Afonso, espanhola de nascimento e portuguesa pelo coração, a Rainha das Rosas, também chamada de Rainha Santa, mostrou o avental, caíram, num fenômeno maravilhoso de efeitos físicos, rosas de diferentes cores... Consta que o rei nunca mais tentou impedir a rainha de praticar a caridade.

Auta de Souza avisa a Divaldo que pisasse nas pegadas da rainha durante a excursão. Eis que chegaram a uma região em que se ouviam gritos de desespero. A caravana vai passando e Divaldo, amparado por Auta de Souza, vê que equipes socorristas, atendendo a ordens de D. Isabel, recolhem muitos dos que clamavam por socorro. Eram os que se mostravam verdadeiramente arrependidos.

Recorda Divaldo, entre outros detalhes da excursão, ter visto também que D. Isabel lançava na direção dos aflitos uma rosa, da qual saíam, então, flocos de luz que pareciam aliviar a angústia daqueles sofredores. Era quando os padioleiros, sob as ordens diretas dela, acorriam para recolherem os mais arrependidos.

“- Recordei-me até das descrições de Dante Alighieri sobre o Inferno”, diz Divaldo. Tocado pelas cenas, indaga de Auta de Souza para onde iam aqueles Espíritos recolhidos nas padiolas.

“- Muitos são atendidos nos agrupamentos espíritas existentes na Terra, para que depois possam ser levados a estâncias outras na Espiritualidade”.

“- E quando não havia ainda agrupamentos espíritas, antes do advento do Espiritismo?”.

“- Os médiuns eram levados, com a aquiescência deles, e com a permissão de Jesus, às zonas intermediárias, onde colaboravam no socorro dos sofredores. Não te esqueças, Divaldo, de que somos, todos nós, amparados pela Misericórdia do Pai Celestial “.

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E Divaldo concluiu dizendo que ficou, depois, e durante muito tempo, e ainda hoje, meditando na responsabilidade dos médiuns, na necessidade do estudo permanente, na dedicação devotada às tarefas; meditando também que devemos orar, sobretudo antes do sono reparador, para que enquanto o corpo repousa, todos possamos trabalhar na Seara de Jesus.

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Capítulo 15

O Socorro e Anonimato das Casas Espíritas (Uma transfusão diferente)

Diz-nos o “Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap.o XXVIII, tópico 9:

“Aquele que, médium, compreende a gravidade do mandato de que se acha investido, religiosamente o desempenha. Sua consciência lhe profligaria, como ato sacrílego, utilizar por divertimento e distração, para si e para os outros, faculdades que lhe são concedidas para fins sobremaneira sérios e que o põem em comunicação com os seres de além-túmulo. Como intérpretes do ensino dos Espíritos, têm os médiuns de desempenhar importante papel na transformação moral que se opera”.

No Brasil, temos médiuns ciosos das suas faculdades, e, que procuram tomar, sob quaisquer circunstâncias, a estrada do Bem. É o que ocorre com Divaldo Franco, e, com os cooperadores do C.E. Caminho da Redenção, na Bahia, onde ele milita, tal como acontece com tantas outras Casas Espíritas, idôneas, pela nossa terra a fora.

Diz-nos Vianna de Carvalho em página psicografada por Divaldo em 25.07 de 1995:

“O Centro Espírita é campo de luz aberto a todos aqueles que tateiam nas trevas da ignorância, da presunção e do egoísmo, apontando rumos de libertação. Atualizá-lo, sem lhe modificar os objetivos básicos; desenvolver as suas tendências, sem lhe alterar as estruturas éticas morais; qualificá-lo para os grandes momentos da hora presente como do futuro é dever de todos os espíritas, preservando as bases doutrinárias que nele devem vigir: amor e estudo, ação da caridade, fora da qual não há salvação, - assim confirmando a promessa do Consolador, feita por Jesus, que abriria os braços para albergar, confortar e libertar todos aqueles que o busquem”.

No ano de 1959, começou Divaldo a emagrecer muito sem causa aparente - pelo menos que ele soubesse. Sentia muito cansaço, completa falta de apetite...Um dia, andando com Nilson de Souza Pereira pela propriedade, onde hoje funciona o complexo educacional Mansão do Caminho, exausto pelo esforço, deixou-se ficar à sombra de uma árvore, deitou-se na relva e dormiu. Dormiu e em desdobramento, viu a benfeitora de todos nós Joanna de Ângelis, que lhe trazia uma pessoa encarnada e dois cateteres próprios para cirurgia. O encarnado deveria estar dormindo em alguma localidade...

Um cateter foi aplicado no braço de Divaldo, o outro, foi igualmente atado ao doador que Joanna trouxera, certamente com anuência deste; foi transmitida força, energia e saúde com a ajuda do poder curativo de vetustas árvores ali existentes. Passados alguns minutos tudo foi retirado e o médium acordou cheio de vida, não mais sentindo o que lhe afligia. Evidentemente, que o encarnado -doador também despertou bem disposto, pois “muito será dado a quem mais tem...”.

Um ano depois, em Uberaba durante a reunião que ocorria às 4.as feiras, com o médium Chico Xavier, o nosso Chico, através a psicofonia, recebeu mensagem de José Petitinga. Petitinga falou então que àquela época era para Divaldo ter desencarnado, mas que vários desencarnados haviam feito muitos pedidos para que tal não ocorresse. Eram aflitos, equivocados, desmemoriados, atendidos nas reuniões de desobsessão que têm lugar no C.E. Caminho da

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Redenção. Diziam que aguardavam a boa vontade de alguém que lhes mitigasse a sede de conhecimentos à cerca do Mundo Espiritual, onde por vezes, ficavam anos a fio sem noção de nada... E Divaldo, e, os médiuns daquela reunião lhes oferecem esse contributo...

Então, foi-lhe dada uma sobrevida devido aos pedidos dos irmãos socorridos.

E o nosso irmão, educador por excelência, continua a postos.

E dizer-se que algumas Casas Espíritas ainda relutam em criar reuniões de conforto e assistência espiritual desse jaez...

Lamentável!

Capítulo 16O poder e a eficácia da prece

Quando os que se destinam à tarefa de difusão da Doutrina Espírita surgem no cenário das nossas vidas nós acreditamos, ingenuamente, que não têm problemas, e, que não passam por vicissitudes. É o que ocorre com Divaldo. Muitos neófitos julgam-no indenes às investidas e assédios das sombras. Há a esse respeito, um fato, muito interessante, contado por ele mesmo, que passo a narrar à guisa de estudo para nós outros meditarmos e reflexionarmos a cerca do ocorrido.

Divaldo viajava para certa cidade a levar a palavra do Cristo. Ficara hospedado na casa do confrade que o convidara, onde além da esposa deste, moravam a filha casada, o seu cônjuge e filhinhos destes.59

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Noite alta. Divaldo dormia tranqüilo num dos quartos do casarão, sem o paletó do pijama devido ao intenso calor. Antes de deitar-se orara, como sempre o faz.

Batem à porta.

“- Abra! Abra! Sou eu - sussura voz feminina - quero lhe falar. Abra!”.

Quem seria àquela hora?

Alguém estaria passando mal? Desejariam um passe? Ele se levanta, corre ao trinco da porta, mas no exato momento que ia escancará-la, para atender ao chamado, vê mão muito branca que o impede, e, ouve a voz de Joanna de Ângelis que lhe diz:

“- Vista o paletó do pijama, abotoe com calma todos os botões, um a um, e só depois disso abra a porta”.

Assim ele fez. Enquanto isso, lá fora novos passos, rumores, uma voz masculina, e, varando o ar o som de estrondoso tapa.

O médium atônito abre a porta.

Vê então o amigo que o convidara, muito nervoso, sua filha casada no chão, e entende que o pai batera nela. Qual seria o motivo? O velho trabalhador espírita daquela cidade então fala:

“- Ë sempre assim. Ela vem constantemente importunar os hóspedes, assediá-los, com propostas indecorosas, toda vez que alguém aqui pernoita”.

Divaldo alongando a percepção percebe entidade infeliz e equivocada junto à moça chorosa, e, para abrandar a situação responde:

“- O senhor está equivocado. Ela veio pedir-me um passe! Não foi, minha filha?”.

“- Foi!” - respondeu ela, com um olhar tão sofrido que jamais Divaldo esqueceria.

O médium e tribuno baiano então convocou todos à sala, para a administração do passe. Pediu uma jarra d’água também. Orou muito. Todos oraram acompanhando-o.

Estavam o esposo, a mãe e o pai da moça, ela própria e Divaldo. Após a transfusão benéfica a moça deu um grito.

“- Mamãe, parece que me tiraram um capacete!” - E virando-se para o esposo conclui: “- Você não sabe o que eu vinha fazendo... Eu não havia ido ao quarto do Divaldo para pedir um passe!”.

“- Amo você e entendo que estava doente”, respondeu o marido.

Como amor tem nuances divinas! Diante dele o sexo fica tão amesquinhado, pensava Divaldo.

Todos choravam.

A entidade foi “desligada” e socorrida convenientemente, e a água, que estava próxima, foi servida aos presentes.

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Divaldo continuou a frequentar a casa do amigo. Aquela força, aquela energia toda, que a moça possuia, foi canalizada. Tornou-se passista. E agora, no Mundo Espiritual seus pais vêem com ternura o progresso constante da filha.

E se fosse outra a atitude do médium?

Por sermos espíritas não significa que passemos incólumes a estas situações, pelo contrário. Vigiemos muito! Oremos mais ainda! Pois sabemos do valor, da eficácia da prece.

Conhecemos os benefícios do passe e da água fluidificada. Usemos nossos conhecimentos e os apliquemos com esperança e otimismo.

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Capítulo 17 Assim falava Jesus

Em mensagem oportuna psicografada pelas abençoadas mãos de DIVALDO FRANCO, de autoria da Benfeitora JOANNA DE ÂNGELIS, intitulada “CURAS”, diz-nos ela:

“- Enquanto não se identifique com o erro e dele se conscientize, assumindo o compromisso de regularização pelo amor, pelo bem, permanecerão os fatores de perturbação ou degenerativos de difícil superação, no ser humano”.

A cura real somente ocorrerá do interior para o exterior, do cerne para a sua forma transitória.

Nesse sentido, a cura tem início quando o paciente se ama e passa a amar o seu próximo.

O processo de recuperação tem o seu curso quando esse indivíduo consciente se liberta das paixões primitivas, alcançando a mente e o coração aos nobres anseios e lutas de auto-aprimoramento.

Assim, a cura é um processo profundo de integração da pessoa nos programas superiores da Vida”“.

Quando muito moço, logo após os seus compromissos, Divaldo passava, a pé, já bem tarde, pela zona do baixo meretrício de Salvador, diariamente. - Baixo meretricio? Será que haverá o alto meretrício? A sociedade, equivocadamente, julga que sim. Dizem os menos avisados que na ” baixa prostituição” estariam as moças de baixa renda, e, que na “alta” sobreviveriam as meninas mais belas, de melhor aparência, com familiares de maior projeção social algumas até com distinções escolares. No que discordamos: a questão é muito mais grave do que supõe o nosso total descaso.

Diz-nos também, noutra mensagem a Veneranda JOANNA DE ÂNGELIS, no excelente livro SOS FAMÍLIA:

- “A família é o fulcro da maior importância para o homem. Num lar lucilado pela oração em conjunto onde, a par do exemplo salutar dos cônjuges, a palavra do Senhor recebe consideração e apontamentos superiores, ao menos periodicamente, os dramas passionais, as ocorrências infelizes, os temores e as discórdias cedem lugar à compreensão fraternal, à caridade recíproca, à paciência, ao amor. Ali se caldeiam os complexos fenômenos da evolução e se resolvem em clima de entendimento os problemas urgentes que dizem respeito à recuperação de cada um”.

É, temos muito que aprender!...

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Mas voltando ao encontro de Divaldo com a mocinha: ele, penalizado, sempre que passa por ali, conversa com ela, que se encanta com aquele jovem, à época, com aparência de artista, tipo Tyrone Power. Divaldo pergunta porque houvera ela optado por aquele trabalho. Ela, sempre lhe responde:

“- Meu corpo é minha máquina de costura. Como não sei” acosturá “é com ele que ganho a vida”.’’.

O jovem médium então, tem uma inspiração, uma idéia:

“- Se eu conseguir lhe comprar uma máquina, você aceita estudar corte-e-costura numa dessas escolas apropriadas?”.

“- Claro que sim!”.

E assim tem sido feito, meus irmãos. Além de atender a cerca de três mil e noventa crianças, a “MANSÃO DO CAMINHO”, instituição criada a cinquenta anos por esse excelente cristão, com várias escolas e atendimento médico-ambulatorial-dentário àquela comunidade carente também tira das ruas, anualmente, cerca de oitenta irmãs nossas, prostitutas, dando-lhes oportunidade de aprenderem um outro ofício.

Assim falava JESUS...

Com nosso Mestre surge uma nova era de amor; programamos no mundo espiritual os filhos, que por sua vez, esperam de nós tudo de bom e belo que temos a lhes ofertar! Não somente coisas devem lhes oferecer, mas qualidade de vida, quando aprendem através de nossa conduta honra e dignidade, pois pelas leis de causa e efeito, nossos filhos são aqueles afetos ou desafetos a quem devemos obrigações alienáveis, não os abandonando nunca sob quaisquer alegações ou motivos, e quando tivermos dúvidas sobre a paternidade, façamos os devidos exames comprobatórios. Se nos for possível, mesmo se o exame der negativo, acompanhemos aquela criança durante nossa permanência na Terra já que é óbvio, um de nós muito errou...

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Capítulo 18 O telegrama

Corria o mês de junho de 1957. Divaldo Franco encontrava-se, como de hábito, trabalhando no IPASE, autarquia governamental hoje incorporada ao INSS, lá em Salvador onde mora.

Súbito um fato inusitado ocorre. Um misterioso telegrama chega-lhe às mãos. Era uma ordem para que se apresentasse incontinente na então Capital da República, no Rio de Janeiro. Teria que ir à Sede.

Que ocorrera? Um inquérito administrativo? Divaldo teria sido denunciado por ser espírita naquele tempo em que o Espiritismo não estava na moda, como atualmente?... Ele não tinha nada que temer, pois jamais exercera qualquer atividade espírita no trabalho. Assim, apreensivo, mas confiante na proteção do Alto, com a passagem aérea que lhe havia sido entregue junto ao citado telegrama, orou, entregou-se a Jesus e partiu para o Aeroporto Santos Dumont com sua velha malinha amarela.

Que afinal o aguardaria? Sentia misto de apreensão, expectativa, angústia e ansiedade...

Ao chegar ao Rio de Janeiro com pouquíssimo dinheiro hospedou-se num hotel chamado Rio Hotel em plena Praça Tiradentes. Ele era ingênuo, não conhecia a fama do local à época. Somente estivera na Capital em 1951, mas de passagem para pegar uma conexão até Belo Horizonte. No dia seguinte, após uma noite mal dormida devido à animação do local, dirigiu-se ao prédio onde ficava a sede do IPASE. Subiu e desceu vários andares muitas vezes perguntando, pois ninguém, absolutamente ninguém sabia do que tratava o convite. E assim três dias se passaram, e, ele sem dormir absolutamente nenhum

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segundo. No terceiro dia, graças a uma senhora boníssima e prestativa que trabalhava no IPASE, consegui então apresentar-se ao Gabinete da Presidência . Era a encantadora Ninita. Ela com seu jeito bem carioca e amigo dialogou com o Sr. Presidente, e, os três descobriram que através pedidos de terceiros, houvera ele assinado aquele papel–convite mas que nada sabia a respeito daquela convocação e que Divaldo deveria apresentar-se a uma Sra. chamada Amélia na Rua Marquês de Abrantes, 119 sala 1208. Agradecendo à Ninita, foi então ao endereço sugerido. No local previsto, após perder-se pela cidade várias vezes, tomou o elevador estranhando, pois o edifício lhe parecia residencial e não um prédio comercial como supusera...

Que mistério seria aquele? Encostou-se ao portal exausto. Divaldo, com o telegrama na mão, que se lhe tornara quase que um “passaporte” toca a campainha do apartamento.

Uma risonha senhora o recebe alegremente. A irmã dessa senhora também aparece. Outro erro fora constatado pelo médium ninguém ali se chamava Amélia mas...ali mesmo é que o esperavam. De que se tratava?

Eram as encantadoras Celeste Motta e Brasília Gonçalves, que gentilmente o mandaram entrar; mostraram-lhe o quarto de hóspedes reservado para a ocasião, apresentando-lhe também o prato, o copo, a xícara, o guardanapo e as toalhas que lhe haviam destinado a fim de que se sentisse à vontade. Seria uma prisão domiciliar? Ele não pedira para morrer pelo Evangelho? Nossa Benfeitora comum, Joanna de Ângelis não lhe afirmara que ele iria morrer devagar a cada dia um pouco? Seria aquela a ocasião aprazada? Quando solicitado que falasse pediu para dormir. Dormiu das nove até as treze horas.

Um outro personagem surge no nosso cenário. Era o Sr. Antônio Cordeiro de Albuquerque que por fim, ao chegar para o almoço na residência das suas amigas, desvendou aquele segredo tão bem guardado!

Esse Sr. havia se encantado com a oratória de Divaldo e, não se sabe como, conseguira uma licença no IPASE para o médium a fim de que ele viesse ao Rio proferir palestras. Ele havia convidado Divaldo Franco para uma série de conferências no Rio de Janeiro, uma larga temporada. Só que o conferencista não fora comunicado dos eventos que participaria!... Trinta e duas palestras em vinte dias. Cada uma num local mais distante que o outro, que ele compareceu quase sempre tomando um lotação, um micro-ônibus da época, que fora apelidado vulgarmente de “fominha” pois só andava em alta velocidade aos trancos e freadas.

Assim, começou a saga do médium e tribuno baiano no nosso Estado!

Uma noite, já na metade do que se convencionou chamar “temporada do RJ”, o médium orava para que o Senhor lhe desse um estímulo para continuar, não se preocupando em demasia com as ocorrências constrangedoras nem ficando levianamente muito despreocupado. Orou com unção, e depois preparou-se para dormir.

Dormiu e sonhou. Sonhou que se encontrava numa paisagem verdejante, e, nas nuvens parecera-lhe ver que se formava um rosto anguloso. Ao seu lado constatou a presença de Nilson de Souza Pereira, que se lhe tornara de há muito verdadeiro irmão e, com ele fundara a Mansão do Caminho em 1952. Aponta para o céu para mostrar Jesus ao amigo mas percebe que o Mestre não mais se encontra no alto, nas nuvens, mas sim luminescente, de costas ao lado de ambos. Estava com uma veste alvinitente tipo sarja acompanhada de manto azul. Tinha as feições angulosas, os cabelos anelados da cor do ouro velho. Depois, virando-se levemente, fazendo um ângulo reto com a cabeça e o ombro lhe diz sem palavras, mas que o médium captou na acústica da alma:

Perdoa a todos os que te ofenderam.(verbo no passado)

Perdoa a todos os que te ofendem.(verbo no presente)

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------Perdoa a todos os que te ofenderem.(verbo no futuro)

Sem recordar-se, naquele momento sublime de absolutamente nada, principalmente de alguma ofensa, em sinal de respeito, ajoelha-se e, comovidamente balbucia:

-“Sim, se o Senhor me abençoar!”.

Não se recorda, ou não quer revelar talvez, o que se passou, depois acordou refeito, animado e diferente já que quem encontra Jesus nunca mais é o mesmo...Daí em diante não mais se sentiu como antes, mas adquiriu, internamente, embora a aparência jovem, a vivência de um probo homem nos seus cinquenta anos de idade com experiência e madureza espirituais. Percebe desde aquela data que o serviço no Bem é de compaixão e perdão.

Divaldo também ficou sabendo que a bondosa Celeste Motta cooperava no Lar de Daniel em Cel.Magalhães Bastos com denodo e imenso carinho pelas crianças ali abrigadas.

A partir daquele junho de 1957 Divaldo passou a vir ao nosso Estado sempre encantando a todos quanto o ouvem falar do Evangelho do Cristo, divulgando a Doutrina dos Espíritos codificada por Allan Kardec.

Celeste Motta, mais tarde Elizabeth Kettmann; depois Lygia Ribeiro e até o ano de 1987 Irene Silva, coordenaram a agenda desse nosso irmão, tarefa atualmente elaborada por mim.

Divaldo, considerado o Paulo de Tarso dos nossos dias, que abnegadamente vem até nós, abandonando o conforto da sua casa, mudando de ambientes, alterando sua alimentação, fazendo-se “fraco para ganhar os fracos” a fim de que os fracos consigam encontrar o Reino de Deus que não está aqui, ali ou alhures, mas dentro de nós próprios!...

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Capítulo 19 Assimilamos o que se passa ao nosso redor!

Recordo-me que, quando estudante, sempre ouvia falar que aqueles que ao estudarem as lições do colégio tivessem dúvidas em algum ponto, ao colocarem a matéria escrita, debaixo do travesseiro, elas entrariam por osmose nas suas cabeças. E, hoje em dia, por incrível que pareça, descobriram os cientistas contemporâneos, que assimilamos de forma inconsciente tudo que se passa ao nosso derredor.

Noutro dia, pela tela da minha memória, surgiu um fato que ocorreu com Divaldo Franco lá pelos idos de 1950, que nos lembra bem essa assimilação, e que lhes passo a narrar ao sabor da minha própria emotividade.

Um dia foi Divaldo a um féretro num dos cemitérios da cidade de Salvador, e encontrou-se em frente a lindíssimo mausoléu, todo de mármore róseo, que homenageava a um médico – o Dr. Fernando Luz. O desencarnado, ali presente, naquele momento, contou-lhe que gostaria muito que ao invés de ter sido presenteado com aquele belo exemplo de arquitetura, preferiria que a vultosa soma em dinheiro, gasta com ele, servisse para a reforma do complexo cirúrgico, onde trabalhava quando ainda encarnado.

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Houve uma grande empatia entre Divaldo e o Dr. Fernando. E, conversa vai, conversa vem, o médium começou a perguntar-lhe sobre alguns procedimentos médicos. Divaldo confidenciou-lhe que possuía muitos amigos ligados à área da saúde, e, que quando eles dialogavam entre si, muitos assuntos eles “perdia”.

O Dr. então combinou que lhe daria aulas uma vez por semana, de madrugada. Tudo acertado; o médico passou a trazer um “retroprojetor fluídico”. Nessas ocasiões projetava na parede e explanava sobre a pineal, a hipófise, a tireóide, os neurônios, o sistema nervoso etc... Na manhã seguinte, Divaldo Franco, sabia na ponta da língua tudo que ouvira; “quase” que por osmose!

Evidentemente, que esses estudos ocorreram, porque os Benfeitores Espirituais tinham conhecimento que tudo o que ali fosse assimilado seria de utilidade para as conferências, as psicografias, os atendimentos futuros feitos por Divaldo.

Fala-nos, a respeito disso, o espírito Manoel Vianna de Carvalho, em página ditada a Divaldo Franco, sob o título Recursos da Memória:

“A memória cerebral responde por todo patrimônio de registros que se iniciam na concepção e se alongam no ser até a sua desencarnação”.

Graças às sinapses elotroquímicas dos neurônios, as mensagens viajam através dos condutos nervosos visuais e auditivos armazenando-se nos refolhos das engrenagens sutis da memória.

Simultaneamente, arquivam de forma inconsciente as informações que são absorvidas pela mente, e passam a fazer parte do conjunto mnemônico de cada criatura.

(...) Através do conhecimento da reencarnação, a Vida adquire significado psicológico, motivação honorável e a pessoa humana deixa de ser marionete movida pelas mãos absurdas do Acaso, que se encarregaria de a umas fazer felizes e a outras desventuradas. A filosofia da reencarnação enriquece o homem com possibilidades de realizar e reconstruir, de produzir e conquistar, tornando-se autor e responsável pelo próprio destino, que está a modificar-se a cada instante conforme o direcionamento mental e os atos que pratique.”“.

Qual de nós não gostaria de aulas dessas, hein?

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Capítulo 20 Goleiro de Deus

Os trabalhadores do Bem, por mais percalços encontrem na tarefa a que se destinam, sentem-se, com esses problemas - empecilhos, mais e mais estimulados ao dever, à renúncia, ao encontro do próximo.

Foi o que sempre ocorreu com Divaldo Franco. Muito jovem já sentia a mediunidade a lhe aflorar os sentidos. O pai, “seu” Chico, como era conhecido, homem austero e nascido no século passado, não entendia seu “Di”, o caçula. Ele gostava de lembrar, com imenso orgulho, os feitos do seu outro filho, que jogava num clube de futebol, como excelente goleiro, conhecido como Yo-Yo do time do Bahia de Feira. E era a mais pura verdade. O irmão de Divaldo era exímio com a bola. Aplaudido. Conhecido por todos como ótimo atleta. Seu time fora até campeão local.

Por que seria o mais novo tão diferente? Sempre a ”ver” o que ninguém via, a “ouvir” vozes que ninguém escutava... Calado. Quieto. Dócil, mas totalmente estranho aos padrões da família, muito religiosa e católica, pensava “seu’Chico. E instava, exigia, incentivava para que Di também se interessasse pelo futebol... mas o rapazola queria mesmo era estudar, ler, pesquisar. Não tinha, consequentemente, nenhuma “intimidade” com a bola. O tempo passou. “Seu “ Chico desencarnou bem velhinho, no ano de 1966.

Um dia, estando o tribuno e médium Divaldo Franco a proferir palestra, num imenso estádio, vislumbra, extasiado a ouvi-lo, o pai. Ele estava postado na cerca que limitava o local dos torcedores da geral e o público das cadeiras. A todo instante, cutucava outros desencarnados, para contar que aquele ali era seu filho.

Então Divaldo, brincalhão, pergunta-lhe:

“- Que faz o pai aqui? Não é dia de jogo...”.

Francisco Franco, entre sorridente e encabulado, responde:

“- Eu, na minha ingenuidade e ignorância das lições do Mestre Jesus, queria-o, meu filho, goleiro de futebol... mas descubro agora que você um dos atletas de Deus!”.

Dali em diante, toda vez que pode, “seu” Chico assiste às palestras do filho com a maior atenção estampada no olhar.

Para nossa escalada espiritual, para nossa ascensão aos páramos da felicidade tão almejada, realmente temos que competir conosco próprios, lutando e procurando vencer nossas dificuldades. É um verdadeiro campeonato! Praza a Deus saiamos vencedores no mais curto espaço de tempo.

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Capítulo 21Que festa de arromba!

Meus irmãos, os seareiros que se dispõem ao Bem, estão sempre assoberbados com inúmeras atividades. Particularmente, no caso de Divaldo Franco, ficam-lhe ao redor pedidos, cartas, mensagens, uma série de tarefas a cumprir num curtíssimo e reduzido espaço de tempo.

No passado, no entanto, as tarefas eram um pouco menos intensas do que hoje, e Divaldo, certa vez, ao retornar dos seus labores, surpreendeu-se com o pedido dos meninos residentes na “Mansão do Caminho” que instavam fossem eles, todos juntos, à praia para se beneficiarem de horas merecidas de lazer.

Divaldo aquiesceu. E lá se foram eles acompanhados de uma bola de futebol. O médium e orador baiano, como não tivesse intimidade com o referido jogo, ficou a olhar o mar, as nuvens, as ondas a baterem nas areias deitado numa toalha. De repente, eis que bonita moça numa sumaríssima roupa de banho se aproxima dele. Os meninos exultam por ver tão fogosa jovem interessada no “tio” deles e, com gestos, de longe, incentivam o jovem conferencista a conversar, dialogar, a flertar com a moça.

Divaldo, no entanto, “tem olhos de ver”, e, percebe que a jovem era seguida de perto por sua mãe desencarnada, que aflita, num diálogo inesquecível, lhe pede:

“- Salve minha filha de seu comportamento equivocado!”

Os dois começam a dialogar.

Os garotos da “Mansão do Caminho” não sabiam se jogavam bola ou se os olhavam tão encantados estavam com aquele fato inusitado.

Divaldo pergunta à moça se gostaria de se encontrar com ele, naquela mesma noite. A jovem aceita. Ele, no entanto, avisa-a que já houvera se comprometido a apresentar-se a um grupo de pessoas. Mas, se ela pudesse ter com ele no endereço que iria lhe fornecer, após o referido compromisso, ficaria ao seu inteiro dispor.

A moça, por certo, acreditou que se tratava de algum cantor, pois perguntou:

“- Será uma festa?”.

“- Sim. Será uma bonita festa. Vá a esse endereço às 20 horas. Espero você lá”. Ao longe música estridente fala de jeans, carrões, de festas de arromba...

Vinte horas. O “Centro Espírita Caminho da Redenção” regurgita de pessoas interessadas em seguir o Mestre Jesus. Aguardam o jovem médium e orador que a todos encanta com sua palavra de verdadeiro êmulo do Cristo. Ele canta as Bemaventuranças como muito poucos. Suave música harmoniza o ambiente...

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A moça chega muito bem vestida. Muito maquiada. Senta-se e espera.

Divaldo entra. Cumprimenta a todos e a ela em particular com leve aceno; fala de dignidade e de honra; de respeito próprio; de auto-estima; de sexo com responsabilidade.Todos se emocionam ao final da preleção.Depois da palestra convida-a para, reservadamente, conversarem.

Encontram-se numa saleta. Divaldo abre O Evangelho Segundo o Espiritismo e lhe dá um passe demorado após a leitura dignificante. Alerta-a com a brandura e ternura que só ele sabe transmitir aos deserdados que dele se aproximam. A moça equivocada chora baixinho, prometendo retornar ali outras vezes.

Assim é Divaldo Franco!

Divaldo não é somente o homem - palavra, mas acima de tudo, é o homem - ação!

Sua Mentora Espiritual a Veneranda Joanna de Ângelis, em recente mensagem assim nos fala:

”- Serve, sem cessar, e prossegue sem enfado e sem desencanto”.

Que festa de arromba!

Capítulo 22 Perdão

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Década de 60, DIVALDO FRANCO estava numa certa cidade brasileira a falar sobre o Cristo, e sobre Kardec. Antes da conferência um jovem confrade perguntou o que significava o controle universal do ensino dos Espíritos, segundo Kardec. O médium, então, polidamente explicou como Kardec o fez na Introdução do Evangelho Segundo o Espiritismo: “Não será à opinião de um homem que se aliarão os outros, mas à voz unânime dos Espíritos; não será um homem, como não será qualquer outro, que fundará a ortodoxia espírita; tampouco será um Espírito que se venha impor a quem quer que seja; será a universalidade dos Espíritos que se comunicam em toda a Terra, por ordem de Deus. Esse o caráter essencial da Doutrina Espírita; essa a sua força, a sua autoridade. Quis Deus que a sua lei assentasse em base inamovível e por isso não lhe deu por fundamento a cabeça frágil de um só”.O jovem confrade parecia tudo assimilar, e Divaldo prosseguiu: “Ora, ninguém, neste mundo, poderia alimentar fundadamente a pretensão de possuir, com exclusividade, a verdade absoluta. Se os Espíritos que a revelaram se houvessem manifestado a um só homem, nada lhe garantiria a origem, porquanto fora mister acreditar, sob palavra, naquele que dissesse ter recebido deles o ensino. Admitida, de sua parte, sinceridade perfeita, quando muito poderia ele convencer as pessoas de suas relações; conseguiria sectários, mas nunca chegaria a congregar todo o mundo.”

A pergunta do jovem parecia premonitória, pois segundos depois, quando o orador e médium baiano subiu à tribuna para sua palestra, seus olhos “ bateram “num prospecto que alguém havia deixado, maldosamente, em cima da mesa. Nele, o infeliz papelucho deixava entrever que Divaldo Pereira Franco somente poderia falar de Espiritismo, pois possuía uma estrela na boca, mas que jamais, jamais poderia escrever livro algum, pois ele como que seria totalmente inabilitado para isso, já que quando psicografava, copiava o que outros Espíritos diziam, somente alternando algumas palavras. Logo, não haveria utilidade de se ler a mesma coisa, dita de outra maneira. O moço orador, ainda inexperiente das maldades humanas, tomou um verdadeiro “tiro mental”. E pensava se os autores intelectuais do escrito nunca haviam ouvido falar na universalidade do ensino dos Espíritos... Seria que interesses pecuniários estariam preocupados com a grande venda de livros de Divaldo que já se entrevia? Seria inveja? Maldade? Falta de estudo doutrinário? Que estaria por trás disso? O fato é que Divaldo retornou à Mansão do Caminho mortificado, é óbvio.

O mais interessante de tudo é que enquanto se movimentavam essas contendas e dissensões, os protestantes nos davam exemplo de fraternidade... A Instituição em que estavam os espíritas para ouvirem Divaldo, também abrigava jovens protestantes, que ali se encontravam, noutra sala, para um tipo de seminário. Eles espontaneamente foram ao salão da palestra, e se ofereceram a cantar para seus irmãos espíritas. E como cantaram bem, que belo exemplo!

Ao chegar à Mansão do Caminho, Divaldo emagreceu cerca de treze quilos. Não comentara nada com pessoa alguma; não gostaria de preocupar os devotados companheiros que se dedicavam à promoção e estudo de tantos jovens e crianças, naquela casa de ensino e amor. Entretanto, forte dor de cabeça seguia com ele, que continuava a proferir palestras, atender ao público necessitado, resolver os assuntos pendentes de tão grande instituição, psicografar, etc...

Joanna de Ângelis, Benfeitora de todos nós, dissera-lhe, passados alguns dias do ocorrido, que não se preocupasse, pois se tratava de injúria e, com injúrias não devemos nos importar... Contou-lhe linda estória sobre um rio que ao se dirigir para o mar encontrara obstáculos naturais ao seu crescimento... Mas a dor de cabeça prosseguia... Então, certo dia, depois de sentida prece, Divaldo viu aproximar-se o caroável Dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcante, acompanhado de enfermeira dedicada do Mundo Espiritual, nossa amada irmã Scheilla, traziam como quê uma toalha dobrada. Colocaram-na ao redor das têmporas do médium e Dr. Bezerra ordenou-lhe amoravelmente: “- Esqueça!” O médium dormiu por várias horas. Daí em diante sentiu-se refeito, otimista, pronto para suportar quaisquer vicissitudes lançadas pelas trevas que egoístas, não desejam nosso progresso.

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E, prosseguiu incontinente; fazendo cinquentenário de oratória mediúnica no ano de 1997; psicografando livros que já foram traduzidos para cerca de quatorze idiomas; socorrendo; auxiliando; amparando quem dele se acerca como os atendidos da Mansão do Caminho, mas muito mais que seus livros ou sua oratória, seu exemplo, sua conduta arrebata e conduz...

Mais tarde, numa de suas conferências o autor intelectual do famigerado panfleto, veio desculpar-se com Divaldo, dizendo-lhe que na ocasião, a inveja, a mágoa o intoxicavam interiormente...

Com esse fato aprendemos que nenhum de nós se encontra livre de a outrem magoar; que qualquer ser humano é passível de sofrer injúrias e que devemos perdoar incondicionalmente tudo que nos fazem passar, pois só nos acontece o que é de melhor para nosso crescimento espiritual. Parafraseando Tereza de Jesus, Espírito de escol que esteve entre nós: “Quem começa a servir deveras ao Senhor o menos que pode oferecer-lhe é a vida”.

Perdoemos, pois!...

Quais os nomes dos 70 juízes que condenaram Sócrates a beber cicuta, quem se lembra deles?

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Capítulo 23 A jóia

(MALEDICÊNCIA)

Certa vez, na década de 60, Divaldo Franco encontrava-se no Estado de São Paulo, no culto do lar de certo casal amigo. À mesa uma senhora mantinha-se em discreta concentração. No dedo anelar esquerdo imenso brilhante. O jovem médium, ainda inexperiente, mentalmente, critica-a pela ousadia de vir àquela reunião com tal jóia... Mas a Veneranda Joanna de Ângelis, não perde a oportunidade de ensiná-lo, e, por extensão, ensinar-nos também. E, lhe diz:

“- Meu filho, essa senhora, nas lides espíritas, é benfeitora de vários lares; auxilia a muitíssimas famílias; proteje e ampara a um número incalculável de jovens; mas, se na seara espírita assim ela procede, no seu lar, no entanto, é mulher do mundo dos negócios, pois seu esposo é um abastado industrial. E, como é natural, ela necessita acompanhá-lo com jóias e vestimentas à altura da posição social de ambos. Ele não a impede de servir ao Cristo, mas durante jantares e compromissos requisita a sua presença, como é óbvio. Ao demais, semanalmente, antes de sair daqui desse lar que nos hospeda, para as tarefas espíritas, inclusive no leprosário, tem ela o cuidado de sempre pedir à amiga para mudar de roupa a fim de não constranger as outras pessoas com suas vestimentas, na sua maioria da alta - costura francesa. Logo, meu filho, conclui-se que teu pensamento foi maledicente, pois esse anel que ela ostenta é o correspondente à aliança matrimonial, foi-lhe dado pelo esposo no dia do casamento. Como então ela poderia estar aqui, ou, noutro lugar qualquer sem ele? A maioria usa aro de ouro no dedo anelar para firmar o contrato nupcial, mas seu esposo deu-lhe este anel, que pode ela fazer se esta é a sua aliança?.

Contar-te-ei uma história: um dia, grande diamante se encontrava perdido entre cascalhos. Foi encontrado. Vendido. Lapidado. Novamente vendido para famosa joalheria que contratou um artista especial para incrustá-lo num aro de ouro branco; vitrinista para apresentá-lo ao público consumidor; uma jovem vendedora bi-lingüe para atendimento, até que um dia um jovem apaixonado comprou-o para sua eleita... Já te deste conta de quantos empregos foram necessários para tal empreendimento?

Daí em diante, contou-nos Divaldo, que mais e mais, contem-se ao formular julgamentos apressados sobre qualquer assunto ou pessoa.

Diz-nos Joanna de Ângelis no excelente livro “Messe de Amor” à pag. 136:

“- Por que retardar a doação da tua generosidade?”.

A misericórdia que usas em favor de alguém se converte em tranquilidade em ti mesmo.

A caridade que endereças aos outros se enfloresce em teu coração como alegria perene ““.

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Capítulo 24

Chico não se engana!

No ano de 1972, no dia 15 de fevereiro, desencarnou em Salvador a Sra. Anna Alves Franco.

Dez anos depois, estando seu filho, Divaldo Franco, em visita a Francisco Cândido Xavier, em Uberaba, o Chico Xavier confiou ao médium e tribuno baiano que a Sra. Anna Franco gostaria de lhe transmitir, naquele momento, mensagem ditada pelo seu coração saudoso de mãe abnegada.

Divaldo estranhou, pois que sua mãezinha era analfabeta, e, quando ele lhe lia o “Evangelho Segundo o Espiritismo”, nos cultos familiares, ela revelava muita dificuldade em compreender as palavras que não fossem do seu vocabulário habitual.

Os dois médiuns seguiram para um recinto, levando duas senhoras para lhes secretariar o intento.

Divaldo psicografou mensagem do Dr. Bezerra de Menezes.

Chico psicografou, em 42 páginas, mensagem de Anna Franco que começava mais ou menos assim:

“- Meu filho, você sempre me dizia que gostaria de me ensinar a ler e a escrever, mas eu sempre dizia que não queria essa atrapalhação na minha cabeça. Voltei para lhe dizer que aqui no Plano Espiritual, descobri que já era alfabetizada, e vou lhe narrar como ocorreu o meu desencarne”.

Anna Franco discorreu sobre detalhes da sua desencarnação, citou os treze filhos em ordem decrescente de idade, e, num certo trecho narrou:

“- Veio me receber D. Maria Domingas Bispo, amiga com a qual eu conversava tanto!... Essa amiga desencarnou em 1932, em Feira de Santana”.

Ao levar a missiva para a Bahia, Divaldo, como é óbvio, mostrou-a, radiante, aos seus familiares, um irmão bem mais velho, uma outra irmã e a alguns parentes. Eles foram unânimes em afirmar-lhe que D. Anna jamais tivera essa amiga!

Por suposto, Divaldo deveria acreditar nos familiares, já que era o último filho, o mais novo de todos. Não se poderia lembrar da senhora citada na carta. Seus irmãos negavam o fato como narrado.

No entanto Divaldo dizia:

“- Chico? Ele não se engana!”.

Pesquisas foram feitas com a ajuda do Prefeito, que havia sido contemporâneo do médium baiano no grupo escolar. Não havia registro de nenhuma D. Maria Domingas Bispo em nenhum cemitério local.

Divaldo pediu auxílio a um amigo, Lauritz Bastos, que depois de uma prece, num dia de inspiração e otimismo, após inúmeras tentativas encontrou o registro do óbito, com a mesma data e detalhes da mensagem do Chico. Num cemitério bem afastado do centro da cidade numa localidade chamada São José das Pororocas. Porque teria seu corpo sido enterrado em São José das Pororocas?

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D. Maria Domingas Bispo, por ter sido protestante, fora inumada num cemitério próprio, já que os evangélicos, naquele tempo, não tinham permissão de serem enterrados através as Santas Casas Locais; devido a um atavismo religioso, acreditava -se que eles seriam castigados por Deus, por não serem batizados!

Este fato singelo em que um coração de mãe vem falar de suas saudades, tornou-se assim, um atestado da imortalidade da alma, pois a ele não se pode negar autenticidade científica já que pelas pesquisas, não poderia haver, como foi citado, nem hiperestesia da mente, nem transmissão de pensamento médium a médium, nem sugestão, nem telepatia! Já que em 1975 todos os que conheciam o fato encontravam-se desencarnados...

A alma é imortal e reencarna tantas vezes quanta precisar para sua ascensão espiritual. “A vida é única, como dizia Paulo de Tarso, mas com várias etapas - as reencarnações!”.

A ausência da família, distante, longe de Salvador, sempre deixou Divaldo saudoso. Os compromissos de cada um deles deixavam todos sem se verem muito amiúde.

Ele pensava no lar distante, nos pais e nos irmãos desencarnados. Por que será que reconhecera no Mundo dos Espíritos todos os que já haviam viajado, mas não encontrava João, desencarnado em 1943? João havia sofrido uma dermatite que o acabrunhara em demasia. Onde estaria ele? Um dia, D. Anna Franco, sua mãezinha desencarnada, dá-lhe a conhecer que ele não via João no mundo espiritual, pois que ele já reencarnara na própria família, era um sobrinho muito querido!

Nós que somos imperfeitos, se nosso filho pede-nos um pão, jamais lhe daremos um cobra no lugar desse pão, imagine-se o Pai o que não faz por nós...

Nossa consciência ao tomar ciência dos equívocos, fica desejosa de liberar-se dos mesmos. Arrepende-se, e procura reabilitar-se através a reparação necessária! As reencarnações são oportunidades benditas para o nosso soerguimento espiritual, já que Deus é Amor! Não castiga nem perdoa... Ama!

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Capítulo 25

Que lição!

Marcelo Ribeiro era filho único do casal Lygia e Emílio Ribeiro, aqui do Rio de Janeiro. Antes de desencarnar, ao encontrar o médium e orador espírita DIVALDO FRANCO, na residência dos seus pais, quase não conversava com ele, somente o cumprimentava meio encabulado, mas... Ao desencarnar, muito jovem, passou a acompanhá-lo, principalmente nas viagens de divulgação e difusão da Doutrina dos Espíritos auxiliando-o em tudo quanto possível.

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Estamos, pois na década de 70, Divaldo viajara para o interior do Estado de São Paulo, e, hospeda-se na residência de dama espírita, exemplo ímpar na cidade onde o orador faria a conferência. Altas horas da noite, madrugada fria. Divaldo começa a ter um pesadelo, reminiscência de certo acontecimento pretérito. Sonha que labaredas enormes o envolvem, e, precipita-se pela janela, acordando na gelada via pública. A brisa faz com que se recupere imediatamente; descobre-se de pijama do lado de fora do lar onde dormia. Que fazer? Como se apresentar naqueles trajes à sua anfitriã? Como entrar? A janela ficava muito alta. Ora com fervor e súbito percebe ao seu lado o jovem Marcelo Ribeiro que sorrindo diz que lhe vai ajudar. Marcelo olha pra um lado, para outro; põe as mãos em concha, tal qual alavanca, e, Divaldo colocando um dos pés nas mãos do espírito dá um salto, entrando pela janela. No entanto, o impulso dado pelo médium fora demasiado e ele ao penetrar no quarto quebra a cama e criado-mudo. Foi um barulho e tanto...

Na manhã seguinte, durante o café, Divaldo sem jeito de contar a verdade, diz à sua amiga que um gato entrara no seu quarto à noite e naquele tumulto os móveis haviam sofrido danos. A senhora, bem humorada, desculpa-se pelo gato dizendo também que não havia problema algum com os móveis danificados. Estava combinado um encontro fraterno, um culto no lar, naquela mesma manhã. A mesa do café foi retirada, providenciou-se então, lápis, papéis, um jarro com água e alguns copos.

Na hora aprazada, o médium percebeu, após a prece inicial, que a Benfeitora Espiritual Joanna de Ângelis, embora estando presente, não se aproximava dele para a mensagem habitual.

“- Que se passa, minha irmã?” - pergunta-lhe mentalmente Divaldo.

“- Não compactuo com mentiras, meu filho” - responde-lhe ela.

Divaldo então, conta a verdade à sua amiga após o que, imediatamente, através a psicografia, recebe excelente página de conforto a todos quanto procuram na Doutrina Espírita o apoio às suas dificuldades. Que lição!

Diz-nos Joanna de Ângelis no livro “Vida Feliz” à página 100, capítulo LXXXI:

“Jesus disse:” Não se turbe o teu coração “, ensinando que a calma e a confiança em Deus devem ser o lema de toda criatura que deseja encontrar a felicidade. Se colocas as tuas ansiedades em Deus e Lhe confias a tua vida, tudo transcorre normalmente, e, se algo perturbador acontece, a serenidade assume o controle da situação e age com acerto”.

Capítulo 2678

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Caminhos tortuosos

No início dos anos 70, Divaldo Franco hospedava-se em São Paulo, quando de suas conferências naquele Estado, num modestíssimo hotel de nome Riviera.Todos ali já o conheciam, pois era um hóspede muito agradável.

Naquela manhã, atrasara-se muito para a palestra na Rua Maria Paula, na Federação Espírita, pois o avião que o trouxera do Rio de Janeiro chegara somente a São Paulo às 9.40 horas. Ele vinha de uma série de palestras pela “Cidade Maravilhosa”, e desde as seis horas aguardava no Aeroporto Santos Dumont, que houvesse “teto” para a referida viagem.

Pegou um táxi, deu o endereço do hotel para ali deixar a mala, pelo menos trocar de camisa, fazer a barba... Em chegando ao hotel Divaldo pediu à portaria para depois assinar os papéis. Subiu ao quarto. Retornou em oito minutos ao táxi que o esperava. Dez horas já estavam estacionando a porta da Federação. No entanto, percebera que o taxista encontrava-se muito atribulado, irritado, de mau-humor mesmo. Resolveu entabular conversa com ele e perguntar o motivo de sua tristeza. Antes, deu-lhe o endereço dos viadutos e explicou que iria à Rua Maria Paula.

“- Estou muito aborrecido. Um colega meu ficou doente e tive que substituí-lo nessa corrida. Logo hoje que pretendia resolver a minha vida. Sou muito azarado. Trabalho na Penha. Um amigo meu convidou-me para ir assistir a um tal baiano que tem o diabo no corpo, não sabe? Eu queria ir até ele e pedir que ele tirasse esse azar de cima de mim e o enviasse para meus inimigos. Não acredito nessas coisas, mas que elas existem, existem. O senhor não acha?”.

“- Pode parar aqui!”.

“- Aqui, na Federação? Vê como Deus brinca comigo, é aqui mesmo que o baiano com o diabo no corpo vai falar, não sabe?”.

“- O baiano sou eu!”.

“- Ah! Agora ninguém me segura, vou atrás do senhor. Largo o carro no meio da rua, mas vou. Deus não vai me puxar o tapete”.

“- Venha! Meu amigo Genuino Viana, por certo pagará a corrida. Eu não poderia usar os seus serviços por tantas horas, mas ele é um homem muito generoso. Venha comigo! Daqui eu vou almoçar com Genuino lá em Cotia. Levo-o também e, poderei depois desses compromissos tirar uns trinta minutos para conversarmos. Uma coisa lhe digo logo de início: posso auxiliá-lo a conseguir ter bom-ânimo para com suas vicissitudes mas daí a “jogar o tal do seu azar” para os outros ...”

Depois do almoço em Cotia Divaldo orou e deu um passe demorado no taxista. Conversaram... O homem sentiu-se por demais aliviado. Era uma alma ingênua. Ao final do passe disse ao médium:

“- Será que consegui isso tudo porque pela manhã eu rezei um pai-nosso, entorcendo-o (!?) na sua direção?

“- Entorcendo, que vem a ser isso? Pergunta Divaldo”.

“- Isto é, orei de trás-para frente pensando na sua pessoa”.Falou o taxista na sua ingenuidade...79

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“- Claro que não, meu amigo... é que Deus vela!... Você nunca ouviu falar no poder e eficácia da prece sincera? Ore louvando e bendizendo ao Senhor da Vida, ore agradecendo alegrias e tristezas que nos dão benditas oportunidades reparadoras; ore em qualquer lugar, em qualquer oportunidade com fervor e contrição, com fé em Deus. Entendeu, meu irmão?”.

Capítulo 27Viver é fácil... Difícil é conviver!

Divaldo Franco, lá pelos idos dos anos 70 dirigia-se para proferir palestras em duas cidades do Brasil-Central. Um casal amigo propusera-se a esperá-lo no aeroporto que ficava mais próximo do roteiro. Depois incontinente partiriam para a cidade da primeira palestra, de automóvel, onde almoçariam na residência de confrades, descansariam um pouco à tarde, e haveria o compromisso à noite. E no dia seguinte retornariam para a cidade do casal onde uma outra palestra se daria.

Ao chegar ao aeroporto Divaldo não viu seus amigos a lhe esperarem. Que houvera ocorrido? Na verdade o casal hospedara, na véspera, quatro jovens atletas, jogadores de basquetebol. Os moços haviam se excedido na bebida. Eles ficaram sabendo da chegada do tribuno baiano e, insistiram em também buscar o médium no aeroporto. Iriam em dois automóveis. O casal pensou em ir bem mais rápido que os jovens para chegar à frente... Mas os rapazes haviam furado os quatro pneus do carro dos anfitriões numa brincadeira de mau-gosto. Assim que avistaram o médium foram dizendo”

“- Viemos lhe buscar. O Dr.fulano e esposa estão impedidos de fazê-lo”.

Divaldo estranhou o fato. Seus amigos lhe eram fiéis, mas entrou no automóvel com eles. O casal, por sua vez desincumbira-se, numa oficina, da tarefa do conserto dos pneus. Após o quê dirigiram-se para o almoço com os amigos comuns na segunda cidade, onde por presuposto Divaldo já deveria estar. Onde estaria Divaldo? Não chegara para a refeição combinada a priori. Onde os rapazes o teriam levado? Os jovens eram tão esquisitos! Tinham até à vespera tentado seduzir a anfitriã! Eram também de outra confissão religiosa, e haviam dito na noite anterior que se encontrassem Divaldo, iriam bater nele até sangrá-lo... Mas talvez fosse por causa da bebida...

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O fato é que Divaldo Franco ao entrar no veículo começou a sentir-se indisposto. Os rapazes contaram uma piada; depois outra, muito chula. Divaldo então pediu educadamente:

“- Gostaria que os senhores, já que vieram me buscar mudassem a tônica da conversação”.

“- Não gosta de piadas?” -perguntou um deles.

“- Adoro-as, não gosto é de gente vulgar”.

Aí o que dirigia o veículo contou uma piada de muito mau gosto.O médium pediu para pararem o carro no acostamento, pois cada vez mais o enjôo se acentuava. E, para fugir aos olhares deles que permaneciam no automóvel, foi andando. De repente vigorosas mãos espirituais o jogaram barranco abaixo, onde ele caiu num charco, a poça d’água espirrou lama até seu rosto. Nisso ele viu um obsessor que lhe disse:

“- Hoje encontrei mãos identicas às minhas para matar... Morrerão os cinco. O motorista é-me afim!”.

Ele sentou-se ali na água mesmo, e orou... Orou. Depois, mansamente subiu a encosta até o acostamento. Quando os moços o viram perguntaram o que sucedera. Ele explicou que tivera um vágado, que desmaiara. Divaldo pediu-lhes que o ajudassem a retirar a bagagem do porta - malas e, mais a maleta que se encontrava no banco da frente. Talvez pensando que ele iria trocar de camisa, eles cooperaram, mas de posse dos seus pertences, diz-lhes que declinava da companhia dos mesmos; que ficaria ali aguardando. Eles então, foram embora, talvez com medo de sujarem de lama o rico automóvel.

Meia hora se passa. Um caminhoneiro num FNM, com sua carga de trigo, atende à mão levantada do médium que pedia carona.

“- Que lhe aconteceu?”.

“- Desejo ir para a cidade de... onde me aguardam amigos”.

“- Entre. Acomode-se. Para lá que estou indo mesmo. Meu compadre fulano de tal, vai dar uma festa de gente direita, escolhida à dedo. Para um tal baiano que fala dos espíritos. Eu não acredito nisso não, mas devo muito ao compadre...”

“- Por favor, aqui à direita é a casa onde vou ficar”.

“- Aqui? Aqui é a casa do compadre fulano!”.

“- Pois é! Eu sou o tal baiano que fala com os espíritos”.

Aquele homem enorme, gentilmente auxiliou-o, levou-o para dentro; carregou suas malas, não insistiu com perguntas indiscretas e disse ao compadre:

“- Trate bem do homem. Aí tem fenômeno. Ele está muito amarelo”.

Alguns anos depois, ao pronunciar conferência, num clube de basquetebol, Divaldo vê os quatro rapazes na primeira fila do clube onde acontecia o evento. E, a Benfeitora Joanna de Ângelis lhe diz:

“- Um deles está com câncer no joelho, o outro com sério problema de psicose- maníaco – depressiva bi-polar; os outros dois se tornaram espíritas. Meu filho, o Bem sempre vence. Nunca desanimar. Nunca deixar de vigiar e orar incessantemente! Não estamos a sós. Só nos acontece o que devemos à

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------Lei. O buril desvela o diamante. Não estamos no lugar que merecemos mais naquele que necessitamos... Não às queixas, às desavenças, à maledicência. Sigamos intimoratos”.

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Capítulo 28A banheira

No excelente livro “Vida: Desafios e Soluções” diz-nos a Benfeitora Joanna de Ângelis:

”Viver é um desafio sublime, e realizá-lo com sabedoria é uma bem-aventurança que se encontra à disposição de todo aquele que se resolva decididamente por avançar, auto-superar-se e alcançar a comunhão com Deus.”

Corria o ano de 1975. Divaldo fora convidado por confrades da antiga Lourenço Marques, em Moçambique para uma série de atividades. Durante o ano anterior cartas foram enviadas de ambos os lados para que tudo saísse a contento; um mês antes ambas as partes se telefonaram dando ciência dos preparativos e, três dias antes da viagem Divaldo lhes cumunicara o número do vôo . Os confrades disseram que iriam recebê-lo. Tudo pronto! Malas e passaporte, lá foi o tribuno e médium baiano para Moçambique...

Ao chegar no aeroporto expressões apreensivas o aguardavam. Divaldo estranhou e lhes perguntou:

”- Qual o motivo da tristeza?”.

“- É que o irmão Divaldo não deveria ter vindo... Estamos atribulados, em guerra com os autóctones, os negros, colonizados por nós os portugueses... Tememos que o irmão morra aqui em Lourenço Marques, que agora, tem o nome de Maputo”.

E falaram das atrocidades cometidas. Disseram que os colonizados ameaçavam jogar uma bomba nos centros de força para deixar a cidade completamente às escuras; que juravam que iriam envenenar as águas e mil e umas notícias foram dando ao médium.

E ele:

“- Se voces queriam me amedrontar já o conseguiram... mas como sei que a morte não existe, que a vida continua... vamos à conferência!”.

Como pré-estabelecido à noite Divaldo falou no Auditório dos Ex-Alunos de Coimbra. E, mais tarde dirigiu-se ao 8. 0 andar do Hotel para recolher-se. Orou, orou muito, como de hábito. Dormiu.

Às três horas da manhã acordou ele com um vozerio estranho, num linguajar desconhecido para ele. Parecia-lhe que inúmeras pessoas sibilavam. Seriam gritos? Luzes estranhíssimas deixavam-se perceber pelas frestas da porta. Que seria aquilo? Tentou acender a luz. Não havia eletricidade. Então pensou ele:

“- Pronto! São os autóctones atacando. Destruíram os centros de forças, e agora sobem correndo as escadas para irem matando todos os hóspedes que encontrarem, um a um. Meus Deus, eu que não tenho nada com isso vou morrer aqui! Eu gostaria de morrer pela causa, pelo Espiritismo... mas assim! Bem, se não estivesse no 8.0 andar até daria para pular... Tenho que encontrar um lugar seguro...”.

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Dentro do armário ou debaixo da cama seria muito óbvio. Então, lembrou-se ele da velha banheira do quarto de banho. Pegou um cobertor, cobriu-se bem, deitou-se dentro dela, e puxou mais ou menos a cortina do box para dar a impressão de que ninguém por lá estivesse. Orou muito. E lembrou-se, de que em Antióquia, Inácio desejou morrer pelo Cristo. Foi levado ao Circo Máximo, mas as feras nada fizeram com ele. Os amigos, desconfiados supuseram que Inácio houvesse abjurado. Ele, no entanto, ouvira ao ouvido sublime voz que lhe sussurara que morreria pelo Cristo a cada dia. Na renúncia de si mesmo, passo a passo, na incompreensão dos amigos, minuto a minuto...”“.

Em Maputo, de repente, D.Anna Franco, veneranda mãezinha de Divaldo, que desencarnara em 1972, lhe apareceu com um sorriso maroto nos lábios:

“- Meu filho, levante daí, não é nada disso que você está pensando! É que faltou luz; os funcionários do hotel, prestativamente, correm para deixar lanternas em todos os corredores e escadas para que os hóspedes não sofram acidentes por causa da escuridão! Esse vozerio sibilante são eles cantando no dialeto local! A sua hora ainda não chegou. Você também, como já lhe disse Joanna de Ângelis, morrerá a cada segundo um pouquinho...”

No dia seguinte, pela manhã, por garantia, Divaldo transferiu-se para o primeiro andar do edifício... Ainda teria mais dois dias de palestras...

Capítulo 29

Que cachorro!

Na década de 70 Divaldo Franco foi à Portugal convidado pelo saudoso casal Julio - Estela Trindade. Julio Trindade ofereceria as condições financeiras para o evento. Divaldo faria a oratória, a divulgação da doutrina Espírita. Julio anelava por levar a palavra dos espíritos à sua longínqua aldeia.

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Assim foi feito com excelentes resultados. Houvera sido uma aventura! O país estava em ditadura e, o Espiritismo, propositadamente, era confundido com o comunismo, passível de prisão para os profitentes, os adeptos ou até os simpatizantes. Havia a famosa PIDE - Polícia Internacional de Defesa do Estado. Na sua maioria as conferências eram proferidas no breu total. Sem nenhuma lâmpada acessa.

Para aproveitar a viagem Divaldo resolveu ir até a Espanha. Seria uma outra aventura! O país também estava em ditadura e, o Espiritismo também era controlado.

No meio da rua, em plena Espanha, Divaldo confabula com um espírito que lhe diz ter a chave para o empreendimento divulgatório. Conta que foi professor numa Universidade. Que uma sua aluna o venera com devoção e possui uma foto sua, no seu quarto, onde regularmente ali coloca uma flor. Diz-lhe que ela exerce a profissão de médica. Dá-lhe o número do telefone dela! Divaldo resolve telefonar e daí marcam uma entrevista na residência da senhora. A médica após relutar muito, aceita recebê-lo depois que ouve o nome do professor tão querido.

Na residência da senhora, Divaldo explica que como espírita (imagine-se!), resolvera, acolitado pelos Bons Espíritos, falar naquela cidade, e que seu antigo mestre corroborara para o intento. Vindo em espírito lhe dizer que sua aluna também era simpatizante da causa, e que seria, naquela circunstância, a única a ajudá-lo.

A moça aparvalhada pensa ser Divaldo alguém da polícia, e afirma categórica não conhecer nada de Espiritismo e que não tinha relações de amizade com quaisquer espíritas. Divaldo insiste, e para materializar suas palavras fala da flor que a médica costumava colocar ao lado da foto em sua alcova. Ela, emocionada, leva-lhe até lá e mostra o rosto do mestre, e a jarrinha com as mimosas flores. Começa a freneticamente telefonar para aqui, ali e alhures marcando a palestra para a casa de uma costureira pontualmente às 20 horas.

Uma costureira? É que sendo um local onde várias pessoas têm de ir para ajustarem suas roupas não ficaria nada estranho tantas pessoas entrando e saindo. Ao demais haveria o subterfúgio de desde às 15 horas os confrades chegarem devagarinho, como “quem não quisesse nada”... E assim foi feito. Vinte horas. Divaldo falava, falava, no escuro. Eles não acenderam as luzes por precaução. Um deles, num dado instante, num rasgo de coragem disse:

“- Ora, estamos em nossa terra. Acendamos as luzes!”.

Quando as luzes se acendem para surpresa, Divaldo estava falando virado para a parede tal era o breu anterior! Virou-se, e entusiasmado continuou à falar do Cristo e de Kardec. Súbito, abre-se a porta com ligeira rapidez, até um certo barulho.Todos se voltam. Entra um casal. O homem segurando enorme cão, e os três “sentam-se” na primeira fila. Isto é, o cachorro se espoja aos pés de Divaldo que não se pode quase mexer daí em diante. O cão bem deitado, quieto, encantado, olha, olha...

Ao final da conversa o homem eufórico diz:

“- Gostei do senhor, vejo que é um homem de bem! Sei disso por causa do meu cachorro. Ah! Se o amigo não fosse quem dizia ser... meu cão não o perdoaria...”.

E daí em diante por causa disso tudo a divulgação da nossa tão querida Doutrina passou a contar com a palavra abalizada de Divaldo Franco nas terras espanholas.

Que cachorro, por certo bem mais esclarecido que muitos humanos!

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Capítulo 30 Huracán

Não posso deixar de transcrever parte do capítulo Huracán do excelente livro “O Semeador de Estrelas”, de Suely Caldas Schubert, Ëditora LEAL.

Começa Divaldo a descrever:

“Em 1985 fui à Guatemala, e após fazer a conferência em Guatemala, os confrades me disseram que a palestra do dia seguinte seria em Coatepec e que haviam feito uma larga propaganda para atrair umas seis mil pessoas”. — Mas, em Coatepec, seis mil pessoas? — indaguei. — Sim, irmão Divaldo, há um mês estamos viajando pelos vales, pelas montanhas e o irmão vai falar ali no Palácio de Metal. Eu comecei a imaginar a beleza do Palácio de Metal. Tenho a mente muito entusiasta e logo imaginei alguma coisa de belo como os palácios da Índia. Quando chegou o dia, os confrades estavam entusiasmadíssimos com a minha palestra no Palácio de Metal. — Irmão — disse-me um deles —, toda a província de Coatepec virá para assisti-lo. Viajamos trezentos e vinte quilômetros e quando chegamos perto, disseram-me: — Vamos esperar a comissão de recepção. Veio a comissão e entramos, na cidade, em caravana. Eu imaginava a cidade de Coatepec, com o seu Palácio de Metal, imponente e grandioso. Quando entramos, porém, constatei que era um lugar mais simples e menor do que eu esperava. O hotel, onde me hospedei, era quase todo de tábuas, ainda em construção. Às quinze horas começou a chover, a relampejar, a trovejar. O presidente amigo me disse: — Aqui chove muito; é chuva tropical, dá aquela pancada e logo passa. Às dezessete horas a chuva prosseguia. Ele voltou a afirmar-me: — Passará já. Às dezoito e trinta a cena se repetiu e ele garantiu-me que a chuva logo passaria. Eu me aprontei, e, às dezenove horas, disse-lhe que já podíamos ir. — Ainda não. Só iremos quando faltarem quinze minutos, pois preparamos uma entrada triunfal. O irmão já imaginou quase sete mil pessoas aplaudindo a sua entrada? Tentei demovê-lo desse propósito, dizendo que preferia entrar por alguma porta lateral, pois fico constrangido, quando tenho que passar pelo meio do povo a me aplaudir. 87

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------— Não — respondeu-me. — Tudo está preparado; tem mestre-de-cerimônias, o salão mede setenta metros por dez. Fiquei a imaginar um salão assim, devia ser quase uma quadra. Mas a chuva prosseguia, torrencialmente. Às dezenove e quarenta, saímos de carro. Quando chegamos a uma certa distância, tudo estava interrompido. As enxurradas eram como rios. Carroças, carros, ônibus, caminhões, tudo interditado, O meu anfitrião olhou para mim e falou: — O irmão trouxe guarda-chuva? — Não, eu não sabia que ia chover. — E se importa de se molhar? Porque não vamos conseguir ir até lá de carro. — Não havendo outra alternativa... — Então vamos correr. Quando desci do carro a água me veio quase aos joelhos. Fomos andando pela rua, bem devagar, cercados d eágua e com a chuva caindo sobre nós. Então, chegamos ao local. Quando eu parei para olhar o Palácio de Metal... Era enorme e estava superlotado. Era, porém, um barracão de meia parede e a chuva entrava por um lado quase saindo pelo outro. Em cima era de zinco, daí a razão do nome — Palácio de Metal. A chuva caindo sobre o zinco fazia um barulho de estremecer. O mestre-de-cerimônias falava ao microfone e o povo permanecia firme.

— É o irmão Divaldo! — anunciou. Entrei e foram muitas as palmas. Fui sendo levado até o meu lugar. Sentei-me e olhei o público. E o que vi, me comoveu. Foi um dos dias mais belos da minha vida.

Ali estavam índios e mestiços guatemaltecos. Alguns haviam vindo desde mais de cem quilômetros de distância: a cavalo, de caminhão, de carruagem, de carroça, de ônibus para ouvir a mensagem. Mães com filhinhos às costas e um xale, como é comum na região, ali estavam, de pé. Não tinha um assento, todos paradinhos... Cheguei ao palco e exclamei intimamente: — Meu Deus! — Comovi-me, e fiquei envergonhado de mim próprio. — O que vou dizer a eles, se não tenho o que dar. Se Jesus não vier, o que será de mim? — conjeturei. Havia, na cidade, um problema, porque o senhor bispo, a véspera, atacara duramente o Espiritismo e ameaçou de excomunhão a quem fosse assistir a palestra espírita. Esta seria irradiada, Os intelectuais, o bispo e as autoridades iriam ouvi-la em casa, certamente, mas aquele povo ali era modesto, semi-alfabetizado, simples de discernimento. Eu teria que falar para os críticos que ficaram em casa, sem esquecer-me dos necessitados ali presentes. Supliquei intimamente: — Meu Deus, tenha misericórdia de nós! Se eu jamais fui inspirado, meu Jesus, hoje, por caridade para com eles, inspire-me. Eu afirmo que, a partir de hoje, irei mudar para melhor, procederei bem, para o Senhor me inspirar sempre, sem eu o pedir. — Comecei a orar. As lágrimas me corriam pela face. Olhei o público novamente. Havia próximo uma indiazinha, com imensa pureza me olhando como se eu fosse um totem. Deram-me a palavra. Levantei-me, o microfone com defeito de transmissão, um som descontrolado. Fechei os olhos, para me concentrar, porque a zoada externa era terrível. Comecei a falar, a falar e a pedir intimamente: — Meus Deus, pare a chuva!

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Falei sobre a imortalidade da alma, que é um tema universal. De repente, ouviu-se um estrondo. Caiu um raio em algum lugar; faltou luz; pararam os sons e eu me sentei; não podia continuar, porque a sala era muito comprida, embora eu tenha a voz muito forte, não conseguiria fazer-me ouvir. Eu fiquei sentado, mas ninguém saiu do recinto, nem mesmo a chuva. O silêncio era sepulcral. Vinte minutos depois voltou a luz fluorescente, voltou o rádio. Alguém disse alto: — Continue! (Mas eu me esquecera onde havia parado.) O presidente, então, falou: — Irmão, estamos esperando. Eu me aproximei do microfone e, nesta hora, lembrei-me da parte em que parara. Continuei a falar, mas, com uma ternura diferente. Eu estava falando para as minhas necessidades espirituais. Descobri que me amava pela onda de amor que senti por aquele povo. Prossegui, e, quando me preparava para a pré-tarefa de terminar, vi aparecer, à porta de entrada, um ser luminescente, estóico, em corpo espiritual como nunca havia visto antes com tanta beleza. Parecia um deus da mitologia, mas era um deus asteca. Ele estava de torso nu, uma compleição robusta, parecendo ter dois metros de altura, uma perfeição; os olhos eram duas lâmpadas que me alcançavam. Sobre a cabeça havia um tipo de cocar especial, feito de plumas de quetzal, que é a ave nacional (de onde se originou a moeda) que dá uma pluma que chega a ter dois metros. E uma ave que só existe na Guatemala e só em Coatepec, porque só ali tem um fruto, que parece grão de café, de que a ave se nutre. O macho é lindo, a fêmea é pequenina, não tem a mesma plumagem. Ele me apareceu com tal adorno. Joanna, então, alertou-me: — Continue falando. Ele veio andando, triunfalmente, se pode falar, como se deslizasse. Comecei a ouvir uma música no ar. Uma melodia de ordem ritual, aquela melodia infinita, em muitas vozes, que balsamizava o ambiente. Mas, esqueci-me de um detalhe. Quando entrei, do lado esquerdo, estava uma mulher deitada ao solo, visivelmente paralítica, no palco; e no lado direito estavam dois outros paralíticos, igualmente deficientes nas pernas e nos braços. O Espírito veio vindo, chegou-se até mim e, naquela grandiosidade, disse-me: — Chamam-me Huracán; eu sou tido como o deus que criou o povo asteca. Sou teu amigo e teu irmão. Venho para encerrarmos a nossa noite. Continua! A mente dele, entretanto, era tal que a minha se inundou de inspiração e, dentro do tema da imortalidade, eu dizia, terminando: — Para vós não é estranho o tema da imortalidade, porque quando Huracán desceu à Terra, tomou do lodo do riacho para formar a raça asteca, soprou-lhe a imortalidade da alma.., e comecei a contar a história do povo asteca, que não conhecia, mas que me chegava em clichês psíquicos transmitidos pelo Espírito. Ele foi até a mulher paralítica e curvou-se. Foi até o outro lado, curvou-se e chegou a mim, envolveu-me por detrás e me senti flutuar. Ele atravessou-me o corpo e, chegando, naquele imenso corredor, eu já estava terminando o tema, ele abriu os braços (necessitei de muita imaginação para entender) e por ideoplastía eu o vi numa forma cerimonial do povo: sobre a cabeça estava uma moldura de águia, nos dois braços cresceu uma plumagem e ele, de repente, como uma seta voou, e, ao voar, naquela inclinada em direção ao infinito, deixou um rastro de luz, com os braços abertos, ficando sobre o povo uma imensa cruz dourada, flutuando no ar, que gotejava uma luz violácea ou dourada-prateada. Eu terminei a palestra e percebi que as pessoas choravam. Notei cair sobre a multidão flocos de luz e todos ficaram como que revestidos de um ectoplasma de luminescência invulgar. Sentei-me, fechei os olhos, e a chuva parou.

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------Nesse momento, eu disse a Joanna de Ângelis: — Que pena, se a chuva tivesse parado antes... — Meu filho, porque recalcitras? Tu achas que deves dizer a Deus o que fazer? Se choveu, havia uma razão. Esta região está invadida por lutas camponesas, pela guerra civil que ronda a Guatemala, provinda de El Salvador, da Nicarágua, de Honduras. Estas almas estão sendo aliciadas pelos fomentadores das guerras pelas terras. Elas não sabem o que é “direito de terras”, mas estão sendo envenenadas para matar e morrer, e quando foi anunciada a palestra, o Mentor da comunidade pediu aos céus para que uma tempestade varresse o ar, retirasse os miasmas... (Eu me lembrei de Obreiros da Vida Eterna, de André Luiz, ao referir-se ao fogo purificador para limpar a psicosfera.) E agora — prosseguiu ela — que a mensagem terminou, esses vibriões mentais, essas construções pestíferas do ódio foram afastadas ou destruídas pelos raios, os trovões, a chuva, e a paz permanecerá neste ambiente. Nunca suponhas que o Senhor não sabe. Aprende a submeter-se sem sugerir. A solenidade foi encerrada. A cruz permanecia no ar como nunca vi nada igual antes, em quarenta anos de mediunidade consciente. Fui saindo, e quando passei pela senhora paralítica, muito comovida, aproximei-me, passei-lhe a mão na cabeça e perguntei-lhe: — A senhora gostou? Veio um rapaz, um indiozinho, correndo, e respondeu-me: — Ela não fala espanhol, só o asteca e o maia.

Então, pensei: — Meu Deus, ela não entendeu nada.

Vendo o meu interesse, o jovem intérprete esclareceu: — Esta senhora é minha mãe. O senhor quer saber alguma coisa? — Pergunte-lhe se gostou da palestra. Ele inquiriu-a e traduziu-me a resposta: — Sim, ela gostou. — Volte a perguntar-lhe — insisti — se me compreendeu. Ele indagou e respondeu-me: — Não, ela não compreendeu, ela entendeu, ela sentiu; não é necessário falar quando se pode penetrar a idéia. Admirado ante tal resposta, prossegui: — Indague-lhe o que ela veio fazer. (Mas não esperava a resposta). Ela falou através do intérprete: — Eu vi o deus e ele me disse que eu trouxesse os doentes e os aleijados para escutar o “emissário do Senhor”. — O “emissário do Senhor?” Ela me olhou, profundamente, e completou: — O senhor tem a “voz de Deus”. Eu vi chegar o deus Huracán e senti o rociar de suas asas abençoando-nos. Ela falou qualquer outra coisa e o filho esclareceu-me: — Mamãe o está abençoando. Ela é quem recebe as mensagens do nosso deus. Ele mandou que se espalhasse pelas aldeias que o “emissário do Senhor” viria a Coatepec, e que todo o mundo viesse assisti-lo. Eu tomei aquela mão engelhada, olhei aquela mulher sofrida, encostei a minha na sua cabeça e ela sorriu. Quase não se podia mexer. O

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rapazinho então me esclareceu: — Nós moramos a quase trinta quilômetros daqui. Mamãe veio amarrada num cavalo e eu vim noutro, puxando-a. Ouvindo-o, senti-me envergonhado. Fui levado pelo jovem aos outros dois paralíticos e um deles falou-me: — Nosso deus mandou dizer que se nós viéssemos ficaríamos curados. Estamos esperando que o senhor dê a ordem. Hesitei, emocionado, mas Joanna orientou-me: — Mande-o levantar-se, meu filho. Eu vi que não tinha a “fé que remove montanhas”, porque sendo um homem racional, naquela hora a primeira coisa que pensei foi: quem sou eu? Mas, num momento como aquele é o Cristo quem está em nós, naquela hora não somos nós. Joanna me deu segurança e amparo. Ficou atrás de mim e tornou a dizer-me: — Fale, meu filho. Aproximei-me, e, olhando-o fixamente, disse-lhe: — Você crê em Deus? — Creio! — respondeu-me. — Então, levante e ande, em nome de Deus e de Huracán! Venha! Ele foi escorregando do palco como quem ia cair. Quiseram segurá-lo, porém, pedi que o deixassem. Ele caiu mais ou menos em pé e qual um pêndulo de relógio oscilou. Equilibrou-se e deu o primeiro passo. O silêncio em todo o salão era total. Todos permaneciam numa postura de dignidade, como se já soubessem o que iria acontecer. Nenhum grito, nenhuma emoção. Fé! A fé que nos falta. E o amor! Ele andou, segurou o meu braço. Fomos até ali, voltamos até acolá. — E eu, e eu? — indagou o outro, afobadamente. — Venha, o Senhor está mandando-o também. Venha, em nome de Deus! Ele foi desentortando, como se estivesse obsidiado, padecendo de uma obsessão física. Não era um paralítico orgânico. Recordei-me, imediatamente, de que Kardec narra, no capitulo 23, de O Livro dos Médiuns, o caso de um obsessor que atuava nos jarretes de um homem, fazendo-o cair de joelhos diante de uma moça, humilhando-o terrivelmente. Mas, ele se foi retorcendo, e do seu corpo saiu um fluido, como um fumo, como que uma nuvem escura e ele começou a andar. — Deus abençoe o “emissário do Senhor” — disseram repetidas vezes. A minha emoção foi tão grande que eu não saberia descrevê-la. Vi que estava na hora de ir-me embora, porque não podia suportar mais tão intenso estado emocional —um sentimento intraduzível. Só sei dizer que meu coração parecia querer arrebentar-se dentro do peito. Chamei o presidente e amigo anfitrião, que estava a regular distância, e pedi-lhe, quase sem voz: — Vamos? Já que a chuva parou, vamo-nos embora. Fomos atravessando o salão. Olhei o relógio, eram vinte e duas e trinta. Alguém veio e me abraçou. Veio outro e fez o mesmo. E veio outro mais outro. Quando cheguei à porta, após atravessar o largo recinto, faltavam quinze minutos para a meia-noite. Eram o amor e a visão do deus Huracán, porquanto vivendo eles no contexto de uma crença totêmica, é óbvio que a resposta espiritual se apresentaria de igual forma. Huracán seria, pois, o Mentor, o Guia Espiritual da comunidade, que se apresentava conforme a concepção deles: uma águia que habita as grandes alturas, nas montanhas mais elevadas.

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------A rua escoara, não havia mais água ou enxurrada. Não pude dormir. Durante um largo tempo não consegui dormir, porque o deus Huracán havia vindo e a mensagem do amor tornara-se realidade em Coatepec. ““.

É como se os que ali estavam a ouvir Divaldo, se tornassem ressurrectos, isto é, ressuscitados para as coisas de Deus, aptos a encontrarem, dentro se si mesmos, as luzes do amor. Isso tudo me fez lembrar, caro leitor, Atos dos Apóstolos 20: 9,10.

“... fomos a Troade, onde estivemos por sete dias. E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e alargou a prática até à meia-noite. E, havia muitas luzes no cenáculo, onde estavam juntos. E, estando um certo mancebo, por nome Éutico, assentado numa janela, caiu do terceiro andar, tomado de um sono profundo, que lhe sobreveio durante o extenso discurso de Paulo, e foi levantado morto. Paulo, porém descendo, inclinou-se sobre ele e, abraçando-o, disse: Não vos perturbeis, que a seu espírito nele ainda está. E, subindo e partindo o pão, e comendo, ainda lhes falou largamente, até à alvorada, e assim partiu. E levaram vivo o mancebo, e ficaram não pouco consolados. Nós, porém, subindo ao navio, navegamos até Assos, onde devíamos receber a Paulo, porque assim o ordenara, indo ele por terra”.

 

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Capítulo 31

Interferem os espíritos em nossa vida?

No dia 22 de agosto de 1987, em Campos, no Estado do Rio de Janeiro, Divaldo nos ensinava sobre os percalços que surgem com aqueles que se comprazem em perseguir o Bem. Citou vários deles ocorridos com confrades desejosos de seguir ao Mestre Jesus. No entanto, um fato acontecido com ele próprio chamou-me atenção. E, passo a lhes narrar:

- Em 1971, Divaldo foi convidado para proferir conferências em Angola, na sua capital, Luanda, bem como também em Lourenço Marques, capital de Mocambique. À época havia somente um vôo que partia da Äfrica do Sul para os citados lugares. Logo ao sair do Brasil, na grande aventura que era falar na África Portuguesa, no tempo da didatura salazarista, ainda teria que pernoitar em Joannesburg, onde ele não conhecia ninguém. Então, para aproveitar o tempo, também pronunciaria uma palestra em Joannesburg, cidade próspera; dos diamantes, do ouro, do urânio... Metrópole enorme com um aeroporto excelente, gigantesco... D. Maria Cleofé, anfitriã dos países portugueses mandou foto de Divaldo a um seu amigo, nascido em Cabo Verde, e pediu-lhe que o fosse buscar no aeroporto e o levasse ao hotel que já se encontrava reservado. Esse senhor também seria o intérprete da conferência do dia seguinte, já que na África do Sul são usados o inglês e o africans como línguas oficiais.

Divaldo desce no aeroporto. Procura a enorme esteira onde as malas ficam expostas para serem levadas pelos respectivos donos. No Rio de Janeiro, antes de partir para a viagem internacional, ele ganhara de presente uma linda mala preta de marca famosa, do querido e saudoso Sr. Aristides Silva - mas... Surpresa! A maioria das malas era da referida marca, todas parecidíssimas. Divaldo pega a que lhe pareceu ser a sua e sai para procurar o senhor que o levaria ao hotel.

Após as apresentações de praxe, a alegria daquele encontro, o senhor pede à Divaldo que fique em sua casa para poderem treinar mais, a fim de que no dia seguinte a tradução pudesse ser a melhor possível dada as diferenças de pronúncia.

O Português dos nascidos em Cabo Verde é muito fechado. O Português de Divaldo Franco é muito aberto já que ele é baiano. Divaldo aceita o convite. Partem no automóvel do anfitrião com a mala preta - que não era a dele. Chegam às 23,30 horas. Divaldo percebe o engano ao abri-la, aproximadamente às 24,30 horas, ao se preparar para descansar de tão exaustiva viagem. Ora. Pede ao Senhor da vinha e da vida amparo e proteção e... Percebe o espírito MARCELO RIBEIRO ao seu lado:

“- Que se passa, baiano?”.

“- Essa não é a minha mala! Você sabe onde a minha se encontra, Marcelo?”.

“- Quando os passageiros extraviam seus pertencem, normalmente, as bagagens são levadas para os respectivos depósitos... mas sua mala preta ainda está na rede, na esteira. Peça ao seu anfitrião que o leve lá, que bata na porta que se encontra fechada, mas o vigia autorizado será gentil, e tudo dará certo.

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------Confie! Entregue a mala que não lhe pertence ao tal vigia, pois seu verdadeiro dono parte amanhã cedo para a África Portuguesa, e, como você também está em aflição”.

O médium e tribuno fica constrangido... Como explicar tudo isso àquele homem que não era espírita, que não entendia - que os espíritos interferem em nossas vidas... - que tivera boa - vontade em ser seu intérprete, mas não sabia da comunicabilidade dos desencarnados - que não acreditava na reencarnação? Assim mesmo, sai ao corredor e lhe pede que o leve ao aeroporto que distava 60 minutos de onde se encontravam. O homem fala:

“- Amanhã iremos lá”.

“- Por favor, hoje. Ou, então pensando melhor, chame-me um táxi. Do aeroporto, depois de pegar minha mala, que está na esteira, irei para o hotel. Não quero mais incomodá-lo...”.

“- Homem, como o irmão Divaldo, afirma com tanta certeza que a mala se encontra na esteira e não no depósito?”.

“- O senhor leu meu curriculum. Eu sou médium. Vejo os espíritos, converso com eles. Um amigo espiritual está aqui a me dizer”.

“- Aqui? Em pé? Perto de nós? Se tudo acontecer como o irmão Divaldo está a falar eu me torno espírita! Mas, se a mala lá não estiver o irmão me promete que larga tudo isso?”.

“- Prometo!... Mas ninguém “vira” espírita da noite para o dia.”

Foram. Tudo ocorreu como MARCELO RIBEIRO previra. Vez que outra, dentro do automóvel, o homem perguntava – “ tem alguém aqui? ”

No dia seguinte mais uma surpresa. O espírito VIANNA DE CARVALHO, não gostou da tradução, pois que o homem ao invés de somente limitar-se a traduzir, inseria conceitos próprios. Então Vianninha, por psicofonia, durante a conferência, e para espanto do tradutor, falou em castíssimo inglês. Muito aborrecido, acreditando-se vítima de alguma farsa, disse o português a Divaldo que não lhe serviria mais de intérprete. E não ficou somente nisso, levou o médium para a platéia dos autóctones, dos negros colonizados - já que lá tudo era separado, mantendo-se calado. Também ali, VIANNA pela mediunidade ímpar de Divaldo dirigiu-se a todos em inglês.

“- E o irmão Divaldo a me falar que não sabia inglês”, diz-lhe o tradutor.

“- E não sei! Foi o espírito...”.

“- Não me venha com” espírito “; nunca vi espírito entrar pela boca de ninguém...!”.

O difícil foi ao final da conferência Divaldo Franco receber os cumprimentos, as afetuosas palavras dos que ali se encontravam, que pensando que ele compreendia o idioma, falavam... Falavam... Em inglês! E explicar que espírito não entra, mas “sai” pela boca!

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Capítulo 32

Mais um lindo caso de Chico Xavier

Quem teve a ventura de assistir a uma das conferências de Divaldo sabe que ao término delas, de toda parte, surgem confrades que lhe solicitam orações, notícias de familiares desencarnados, e também sua palavra bondosa e amiga.

Contou-nos Divaldo, em meio aos ensinamentos que sempre transmite, nessas ocasiões de maior colóquio, que numa de suas idas à África, cumprindo longo e ininterrupto roteiro de palestras, enfrentou, logo de início, surpreendentes mudanças climáticas. Pois ele saira de Salvador, com Nilson de Souza Pereira, com os termômetros marcando quase 40.0 a sombra. No dia seguinte, em Pretória, cidade em que fez a primeira palestra, os termômetros já marcavam temperaturas negativas. Um dia após, em outra cidade africana, a temperatura já era positiva. As bruscas mudanças do clima foram sentidas pelo Nilson. Tarde da noite ele estava com febre e Divaldo tentou, inclusive, chamar um médico. Não havia telefone. E ele ignorava também onde estavam os anfitriões que, tão generosamente, propiciaram aquela hospedagem acolhedora.

Divaldo contou que orou, aplicou passes em Nilson e, subitamente, lembrou-se que àquela hora Chico Xavier deveria estar em Uberaba atendendo aos sofredores que, vindos de toda parte, solicitavam orações, notícias de familiares desencarnados, e pedindo também uma palavra bondosa e amiga.

Divaldo buscou, mentalmente, o socorro de Chico Xavier. De repente, eis que lhe surge à frente o Chico. Sem dizer qualquer palavra, Chico põe a mão sobre a testa de Nilson, aplica um passe no enfermo e com a mão faz um gesto como se fosse o número dois, que Divaldo entendeu como lhe estimular calma. Em duas horas tudo se normalizaria... Era a razão do gesto com número dois que Chico fizera.

Na manhã seguinte, encantado com o fato, Divaldo telefonou lá da Äfrica para D. Altiva Glória Noronha, sua amiga, em Uberaba, que frequentava as reuniões realizadas aos sábados por Chico Xavier. Relata o próprio Divaldo:

“- Eufórico, eu queria contar tudo a ela”, mas Altiva falou primeiro, e foi dizendo:

“- Olhe, Divaldo, tenho um recado do Chico para você. Ele manda lhe avisar que se lembra da sua grande preocupação com Nilson. Pediu-lhe que, quando você chegasse, eu dissesse...”.

E Altiva foi contando tudo o que acontecera. Quando terminou perguntou:

“- Mas Divaldo, o que é que você queria me contar? Uai, você já está no Brasil, já chegou?

“- Não, Altiva. Era tudo isso que você me contou que eu queria contar. Ainda estou na África”.

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Capítulo 33

Trabalhar... Trabalhar!

A cidade do México foi alvo de tremenda catástrofe em setembro de 1985. Um terremoto hediondo deixou muitas vítimas, e, no ar uma virose respiratória.

Em 1986, Divaldo chegou àquela cidade para cinco dias de conferências. Ali mesmo, em Drascala e Puebla.

Assim que saiu da alfândega nas atividades da bagagem e do passaporte, sentiu-se mal. Pegara virose do terremoto do ano anterior!

Pediu então que o Dr. Castelhanos, cardiologista, espírita, e amigo, o atendesse e medicasse.

Os amigos e confrades que o haviam convidado ficaram preocupados. Mesmo assim ele falou naquela noite, como havia combinado com o irmão Inácio Domingues.

No dia seguinte, no Hotel Guadalupe, a febre persistia.

O médium viu chegar até ele a Benfeitora de todos nós, Joanna de Ângelis que lhe fallu:

“- Filho, faze o desjejum, que temos que trabalhar. Desejo aproveitar teus dias aqui nesta cidade, que me é tão cara, para confeccionarmos um livro”.

O tribuno espantado comunicou que estava febril, indisposto, mas Joanna retorquiu:

“- Melhor advir a desencarnação no trabalho, com a mão no arado, que na poltrona da ociosidade.”

Como não havia alternativa, ele pediu papéis e lápis na portaria do hotel, e, lanche à cozinha do mesmo.

Começou a psicografar às 9h30. Às 14h voltou à consciência lúcida, com várias páginas escritas. E, bem melhor fisicamente. Fora atendido pelos Mensageiros do Senhor, por certo.

Joanna lhe confidenciara que naqueles cinco dias pretendia escrever um livro de bolso que mais tarde intitularia “Filho de Deus”, totalmente em iluminúrias, evocando o tempo em que vivera no México como Sor Juana Inés de La Cruz.

E assim foi feito... E nós aprendemos com Divaldo e sua Mentora que obstáculos não existem se nos dispusermos ao Bem, já que quando se quer nada é impossível...

Naquele dia, Divaldo lembrou-se que noutra feita, após um cateterismo, Joanna de Ângelis fê-lo levantar-se e convidou-o à uma reunião mediúnica que estava se processando a cerca de duzentos metros do quarto do médium.

Ele protestou:

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“- Minha irmã, o médico me disse que estou noventa e cinco por cento morto, com angina e enfartado, mal saído de um cateterismo, feito hoje mesmo.”

Ao que ela redargüiu:

“- E dai, não estás falando com uma cem por cento morta? Levanta-te da preguiça e vamos ao trabalho!

Ao término da reunião mediúnica, onde ele psicografou e atendeu a uma entidade equivocada, pela psicofonia, sentia-se muito melhor, e, eloquente começou a falar animadamente com vários amigos.

E Joanna:

“- E agora? Como te sentes? Que fazes ai em pé, Divaldo?”.

“- Ora, estou aqui a conversar, estou cem por cento melhor!”.

“- Vá deitar-te, Divaldo, imediatamente, para não perderes a” percentagem “que te demos!”.

Que fiquem os dois fatos narrados como testemunho, que para os Mensageiros do Senhor, o que importa mesmo é o trabalho!...

Se Paulo de Tarso foi aos gentios, Divaldo Franco vai a todas as gentes! Em praças públicas, teatros, universidades, anfiteatros, pequenas saletas de modestos centros espíritas, enfrentando platéias desconhecidas, para resoluto, falar do Cristo e de Kardec, incessantemente.

Capítulo 3497

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Agradeçamos a Jesus

Agosto de 1987 estamos agora em Petrópolis.

Eu, e mais um grupo de onze senhoras arrumávamos os livros, num stand improvisado, onde às 19:30 horas Divaldo começaria a autografar os livros psicografados por ele.

Ele chega. Começamos a nos movimentar para formar a fila dos inúmeros confrades que gentilmente compram os excelentes livros, ainda mais sabendo que a renda é em prol da Mansão do Caminho. Por isso, distraída, não percebo que uma jovem o aguarda, braços cruzados, em atitude de briga, vociferando contra ele.

O médium, pacientemente, senta-se para os autógrafos. A primeira da fila é a tal moça que fala agressivamente:

“- Disseram na emissora de rádio local que você viria. E, que os aflitos acorressem até a esse clube porque aqui haveria uma palavra de conforto aos carentes como eu, mas... você chega e nem me dá boa-noite!”.

“- Desculpe-me, eu não a vi”.

“- Como não me viu? Sou invisível por acaso?”.

No palco, onde o médium faria a conferência da noite com o tema “Provas da Existência de Deus”, um belíssimo coral com cerca de cinquenta vozes, começa a cantar o Hino à Irmã Scheilla. As Entidades Benfazejas vão derramando, por sobre nós, os remédios salutares próprios às nossas necessidades. O ambiente, com a melodia vai se tornando saturado de bons flúidos. A jovem perturbada cala-se, aquieta-se e senta-se para ouvir a conferência.

Ao final da palestra, na hora das despedidas ela é novamente a primeira da fila, mas agora totalmente refeita fala a Divaldo.

“- Eu queria me matar. Esse evento era-me a oportunidade! Se você falasse alguma coisa, qualquer que fosse, eu tiraria o revólver da bolsa, daria um tiro em mim, e, outro, por certo em você. Estava irritada porque o rádio falava, falava que o orador poderia auxiliar com sua fala, nesta noite, os aflitos com eu. Estou tão melhor! E agora, que faço com esse revólver?”.

“- Vira isso para lá, minha filha, diz-lhe Divaldo”.

”- Muito obrigada!”.

“- Não me agradeça, continua o médium, agradeça a JESUS!”.

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Capítulo 35

Divaldo e Rabindranath Tagore

O companheiro Nélson Afonso no prefácio do livro “Filigranas de Luz” comenta sobre a figura de Rabindranath Tagore fazendo-nos vislumbrar sua veneranda figura quando na tarde de 13 de novembro de 1913 recebeu da Academia Sueca o Prêmio Nobel de Literatura com o livro ”A Oferenda Lírica”, quase por unanimidade. Diz-nos Nélson Afonso: “das margens do velho Ganges ecoou para o Ocidente aquele canto suave, pleno de esperança, fé e amor, como se o rio sagrado ampliasse seu leito até o infinito, fazendo com que suas águas milagrosas passassem a lavar, também, o resto do mundo ao som do borbulhar macio de sua correnteza e da música dolente e mística das flautas de bambu...”

Isso nos lembra a primeira vez que Divaldo Franco sentiu a presença espiritual de Tagore. Ele ouviu ao longe ressoar maviosa melodia numa flauta, como um som magnético. Viu um homem idoso, barbas e cabelos brancos, tez morena, vestido à indiana, que dentro de uma balsa ia ao encontro de alunos sentados em gramados, à sua espera... Divaldo, então teve um impulso de escrever e passou a psicografar mensagens de Rabindranath Tagore que mais tarde foram coligidas no livro de sua safra mediúnica em parceria com esse venerando prêmio Nobel de literatura, que como já dissemos, intitulou-se “Filigranas de Luz”.

Divaldo apresentou os originais ao prof. Carlos Torres Pastorino que já lera Tagore na língua máter, e, também no inglês. Pastorino não teve dúvidas da autenticidade do autor, inclusive oferecendo a editora que o tinha como responsável, a Spiritvs, para editar a primeira edição da obra.

Interessante narrar-se que pouco tempo depois dessa visão de Divaldo com Tagore, lá em Minas Gerais, no dia 28.01de 1958, nosso Chico Xavier, através suas abençoadas mãos psicografa mensagem desse indiano abençoado, endereçado ao próprio Divaldo. Ao término da mensagem Chico diz a Divaldo que Tagore pedia ao médium para colocá-la prefaciando o livro “Filigranas de Luz”. Divaldo, acanhado, não a aproveitou de imediato, na primeira edição. Utilizou-se assim, do não menos belo prefácio do confrade Nélson Afonso. Mais tarde, noutro livro, o excelente “Estesia”, editado em 1987, e, psicografado em 1984, também de autoria de Tagore é que Divaldo Franco apôs o prefácio do ano de 1958, em cópia fotostática (a xerox da época), onde se pode ler a seguinte mensagem entitulada Louvor:

Deslumbrado ante o sol da manhã, pobre pastor no campo escutava as melodias da natureza.

Tudo, na Terra, era um poema de louvor ao Amado, em seu trono invisível de luz e ouro!...

Insetos multicores zumbiam compondo hinos, o vento tangia as cordas do arvoredo, sacudindo, de leve, as gotas de orvalho que desfaleciam de enlevo e cada ninho, em festa, era doce canção...

O anônimo zagal em vão tentou dizer seu êxtase sublime por que o verbo mortal lhe fugia à garganta, mas, contemplando a relva, encontrou verde avena que assoprou com ternura. E a flauta delicada, respondendo-lhe aos beijos fez-se ave divina e cantou dominando a harmonia do bosque!

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- Graças, Amado meu! Senhor, bendito seja!...

Tagore

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Capítulo 36

Jesus chegou!

Hoje, as lembranças fizeram-me recordar de D. Benedita Fernandes.

Chegou ela à Araçatuba, na Região Alta Noroeste de São Paulo, que se localiza a umas seis horas da capital paulista totalmente desequilibrada pela mediunidade que lhe aflorava os sentidos. Foi mediatamente, bondosamente, amparada e recolhida em nome da fraternidade, por um casal amigo.

Mais tarde, refeita, começou a recolher aqui e ali, crianças desvalidas, surgindo assim um modestíssimo LAR, hoje o Lar Benedita Fernandes de Araçatuba.

Certa feita, as crianças não tinham o que comer. Benedita explicou-lhes que se elas fossem para o portão Jesus as auxiliaria. Elas se postaram à entrada do Lar, com o estomago a doer.

Ora, passava por ali um homem chamado RICIERI, que era vendedor numa carrocinha, de buchos, rins, fígado, um tripeiro, enfim. Ricieri, perguntou-lhes o que elas faziam ali fora.

“- Estamos esperando Jesus para nos dar de comer!”.

“- Digam, pois lá dentro, para a mãezinha de vocês, que Jesus chegou!“.

E daquele dia em diante com as sobras do tripeiro não houve mais fome por lá... Mas ele também em cada casa que parava, falava aos fregueses daquele pequeno abrigo e muitos passaram a auxiliar.

Conta-se, que um dia, Benedita Fernandes viu jogado a um monturo, morto, e semidevorado por urubus, o corpo de um antigo mendigo, seu conhecido, que pela carência sócio - emocional, era considerado louco... Ela ali mesmo jurou, que jamais alguém, considerado louco, ou mesmo os loucos, ficariam sem o seu amparo! Passou a recolhê-los e abrigá-los num quartinho... Quando em crise, os dementes avançavam para ela... Mas essa mulher de seios fartos, cabelos carapinha e sorriso de esperança, sentava-se numa cadeira próxima, aconchegava-os ao seu regaço, colocava a cabeça dos desvairados no seu colo e a crise ia regredindo, regredindo e eles ficavam calmos, pacificados pela força irresistível do amor!

O Prefeito da cidade, vendo que aquela era uma boa causa, passou a auxiliá-la com recursos financeiros, mas um dia, esse dinheiro tão bem vindo passou a não mais chegar. E ela, ao reclamá-los com o Sr. Prefeito soube que não mais os teria. Não titubiou... Era mulher de fibra vigorosa, avisou ao mandatário que soltaria os loucos todos, por não poder sustentá-los, o que o fez incontinente. Eles ficaram então, por algumas horas, vagando pela cidade de Araçatuba e, assim, Benedita Fernandes obteve novamente a subvenção e pôde continuar a deles tratar no que é hoje o Sanatório Benedita Fernandes de Araçatuba.

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Muitos anos mais tarde, Ricieri passou a consultar-se no atual INCA, no Rio de Janeiro, na Praça da Cruz Vermelha, devido a um doloroso câncer no pulmão. Sabedor que Divaldo Franco estaria num Culto na residência do casal Irene-Aristides Silva, no Flamengo, para lá se dirigiu com a esposa Matilde e com os confrades Ana e Geraldo Guimarães.

Todos nós conhecemos como Divaldo Franco é discreto. No entanto, naquele dia, tomando conhecimento do caso do doente, Divaldo disse-lhe de chofre, para espanto de todos que ali se encontravam:

“- É, Ricieri você vai desencarnar mesmo, mas... há aqui um venerando espírito a me dizer que irá recebê-lo e auxiliá-lo no trânsito pós - morte. Diz-me ela também, que você a conhece bem, desde os tempos das sobras...” está ela a agradecer, a dizer obrigada pelas sobras!

“- Sobras? Ah, então é D. Benedita Fernandes! Pergunte-lhe se eu não poderia ter uma moratória. Preciso de um tempo, para terminar a obra dos esgotos no Lar de crianças da minha cidade. Divaldo será que posso pedir além da moratória, que minhas dores sejam minimizadas?”.

Divaldo ficou a escutar Benedita Fernandes.

“- Ela me diz que sim, que a moratória ser-lhe-á concedida. Mais tarde, você sentirá uma dor forte no coração e no pulmão. Aí será chegada a hora da viagem...” - completa-lhe Divaldo. Depois, o médium oferece ao doente a terapêutica do passe renovador e suave perfume balsâmico invade o ambiente.

Ricieri e a esposa Matilde foram para casa; para espanto dos médicos a dor havia passado.

Um ano após esses acontecimentos, o bondoso tripeiro já havia terminado os esgotos do abrigo quando... Sentiu uma fortíssima e aguda dor no peito, avisou a mulher, deitou-se e, tranqüilamente desencarnou auxiliado, por certo por esse espírito dedicado que se chama Benedita Fernandes!

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Capítulo 37 Selma Lagerloff

Certa feita, Divaldo Franco foi agraciado com uma homenagem muito bonita.

Ele, então, ficou a pensar que verdadeiramente, aquela honraria não lhe era dirigida, mas sim aos espíritos que por ele se comunicam e também ao Espiritismo.

Assim pensando, Divaldo viu ao seu lado a figura simpática de Selma Lagerloff, prêmio Nobel de literatura. Ela começou dizendo ao médium que também ela por ocasião da solenidade de entrega do prêmio em Estocolmo, sentiu as mesmas emoções pelas quais ele agora estava passando. Disse-lhe, outrossim, que a caminho, dormiu no trem que a conduzia e sonhou... Sonhou que chegava ao céu onde entrevistou seu avô materno que ironicamente lhe falou:

“- Selma, você não tem direito a esse prêmio, pois somente contou e publicou as estórias que sua ama e avó lhe transmitiram oralmente”.

Ao chegar diante dos jurados ela contou-lhes o sonho e entregou simbolicamente as honrarias aos antepassados.

O médium então, falou ao espírito Selma Lagerleff que lamentava, mas não conhecia nenhuma estória de sua safra literária. Ela, não se fez de rogada, e materializou diante dos olhos de Divaldo uma coluna de madeira onde se via grosso livro. Divaldo então, sorrindo lhe falou:

“- Possivelmente, continuarei a não sabê-las, pois não terei tempo disponível para ler tão grosso livro”.

Então, Selma tocou no livro, e, uma luz saindo de dentro dele foi direta à testa do médium à altura do terceiro olho, e as páginas foram virando, sucedendo-se... Após a última delas Selma disse a Divaldo:

“- Agora, minhas estórias estarão arquivadas em sua mente, para quando você precisar lembrar-se delas”.

Assim, toda vez que Divaldo recebe um prêmio, lembrando-se de Selma Lagerleff, transfere para os espíritos, para o Espiritismo, e, para os espíritas, a referida homenagem!

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Capítulo 38Acidente com Divaldo

Corria o ano de 1987. Divaldo Franco iria proferir mais uma de suas conferências inesquecíveis. Também participaria de um seminário sobre “CIÊNCIA DO ESPÍRITO” na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais, bem próxima da capital do Rio de Janeiro. Parte, então, de Salvador num vôo que chega à Cidade Maravilhosa aproximadamente ao meio-dia. No aeroporto é recepcionado por companheiras das lides espíritas. Seguem imediatamente para o compromisso. Vão trocando idéias, no veículo que os transporta, conversando jubilosos, pela oportunidade concedida pelo Pai, daquele reencontro benfazejo para todos.

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Desnecessário se faz dizer que antes de encetar a viagem houvera o médium orado e rogado aos Bons Espíritos que o auxiliassem no empreendimento que iria iniciar. Pedira ao Celeste Amigo que amparasse a ele próprio e a todos envolvidos direta ou indiretamente no evento a se realizar. Orara muito, como sempre o faz.

Começa, então, a chover copiosamente... De repente, o automóvel fica desgovernado talvez por falha mecânica, ou, por alguma poça de óleo no asfalto. Bate na mureta de proteção uma, duas, várias vezes. Agora, vai à direção do barranco do lado direito da estrada.Os passageiros do banco de trás do carro acabam batendo com o rosto nos estofados. Estão aflitos. O médium começa a clamar, em voz alta, a proteção de Deus, o socorro de sua mentora, a veneranda Joanna de Ângelis. Divaldo, nesse instante vê a suave Benfeitora de todos nós aproximar-se. Joanna abre o manto azul e branco como a envolver o capô do automóvel. O auto estanca a poucos centímetros do abismo...

Um caminhoneiro presta-lhes os primeiros socorros. Uma ambulância da cidade de Três Rios, próxima ao acidente, leva as três irmãs para a Santa Casa local. Duas estão com ferimentos no rosto e perna. A terceira com fortes dores na coluna.

Divaldo, no entanto sabe que o esperam em Juiz de Fora, precisa prosseguir viagem em atenção ao compromisso pré-estabelecido. Sente dores, mas não comenta nada... Divisa ao longe um táxi, que “inesperadamente”, por ali passa. Acena ao motorista que pára.Vai até a sua bagagem, pega-a, transporta para o táxi os discos e fitas de palestras que iriam ser vendidos durante o Seminário, revertendo-se a quantia obtida para a Mansão do Caminho “, e, prossegue resoluto. Quando chega ao seu destino, a anfitriã da cidade, a amiga Suely Caldas Schubert, e o confrade de São Paulo, Miguel de Jesus observam que sua cabeça está repleta de cacos de vidro provenientes do pára-brisa quebrado. No entanto, algo de mais sério houvera ocorrido. Divaldo estava com uma vértebra quebrada. Continua não comentando nada com ninguém. Profere as conferências, e, só nos dias subsequentes, após os eventos concluídos é que se dirige ao médico.

E dizer-se que alguns confrades, em conversa comigo, dizem-me que adorariam a “agradável vida de viagens” de Divaldo Franco!

Diz-nos “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, parte 4 cap 1:

”... O homem moral, que se colocou acima das necessidades factícias criadas pelas paixões, já neste mundo experimenta gozos que o homem material desconhece. A moderação de seus desejos lhe dá, ao Espírito, calma e serenidade. Ditoso pelo bem que faz, não há para ele decepções e as contrariedades se lhe deslizam por sobre a alma, sem nenhuma impressão dolorosa deixarem”.

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Capítulo 39 A entidade alada

Agosto de 1988, Cantagalo, cidade do Estado do Rio de Janeiro, aproximadamente 23 horas. A palestra que Divaldo proferira, intitulada “O BISPO PIKE E SEU FILHO TOXICÔMANO” calara fundo nos corações ali presentes.

Foram vendidos muitos livros de autoria do médium em benefício das obras da Mansão do Caminho.

Eu e mais um grupo de onze senhoras guardávamos os livros, em grandes sacos de couro que seriam logo mais transportados para a capital.

Uma jovem senhora, nossa amiga, e, trabalhadora da seara espírita, moradora noutra cidade do Rio de Janeiro, aproxima-se da banca de livros. Num olhar mais atento percebo que com ela também se aproxima entidade muito sofredora, inclusive alada tal qual pássaro de rapina. Eles vão se aproximando. Eu, inadvertidamente, esqueço-me de orar, olho a ambos, e, começo a dar uns passos para trás. Caio. Felizmente, caí em cima das malas de couro. Não chego ao chão.

Como havíamos sido convidados a lanchar numa Instituição modelar para crianças, pegamos o carro: Divaldo, meu marido Isac, eu, e mais dois confrades de outros Estados. Começo a me sentir mal. A cabeça parece-me enorme, o corpo parece-me pequeno. Digo a Divaldo que não estou bem. E ele, brincando responde-me:

“- Olhe que não volto mais aqui. A coordenação da agenda das minhas palestras no Rio a está cansando, hein?”.

A Instituição fica a quinhentos metros. Saltamos do automóvel. Chegamos ao portão da escola que nos albergaria.

Então, Divaldo tem ocasião de me olhar, já que no veículo ele estava de costas para mim. Sutilmente, diz que vai me dar um passe. Coloca rapidamente a mão direita no centro de minha testa. Sinto que sai de mim algo que rodopia no ar, como a voar. Suave perfume de éter e flores balsamiza o ar. Ë o fenômeno de olorização a que o médium é afeito com o auxílio dos Bons Espíritos. Joanna de Ângelis, fala mansamente e discretamente à entidade equivocada.

Eu fico me sentindo ótima. Atrás de nós, em outros carros, vão chegando os convidados, inclusive a jovem senhora que servira de médium, trazendo-nos a entidade alada. Entramos primeiro que os outros para visitarmos a Instituição tendo por cicerone a diretora da escola, pois chegáramos na frente deles.

Todos sentamo-nos para o lanche. Subitamente Divaldo nos pergunta pela jovem senhora. Onde estaria? Não viera ela com os outros amigos? Não soube responder-lhe. Eu não a vira mais. Aliás, verdade seja dita, não havia citado seu nome ao médium. Um amigo, na ponta da mesa do lanche, cirurgião, afirma-nos que realmente ela chegara até ao portão mas lá, caíra no chão, e, segundo palavras desse cirurgião que a atendera, talvez houvesse fraturado o vômer, o osso do nariz.

Divaldo pede que a chamemos. Ela estava numa enfermaria improvisada, descansando, com chumaços de algodão nas narinas já bastante inchadas. O médium oferece-lhe uma laranjada. Percebemos, os espíritas ali presentes, que por certo, os Benfeitores Espirituais deveriam ter colocado algum remédio no refresco. A moça o toma.

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O cirurgião afirma que dali em diante ela não nos poderia acompanhar mais nas palestras, pois que a tendência seria que cada vez mais o rosto ficasse inchado.

No caminho de volta para a capital, pergunto ao médium intrigada:

“- Di, porque eu fui socorrida a tempo, antes que algo de mais grave me ocorresse, e ela somente depois do fato consumado?’”.

“- Porque você pediu, minha filha”.

Dois dias depois, na entrega do Título de Cidadão Benemérito do Estado do RJ, concedido com muita propriedade a Divaldo, reencontramos a senhora completamente saudável.

Recordo-me do fato lembrando as palavras de Jesus:

“- Pedi e dar-se-vos-á”.

Capítulo 40 Espiritismo vai à praça

Estávamos passando por Salvador, e, ao chegarmos ao Shopping Center Iguatemi, ficamos encantados, pois cerca de mil pessoas se acotovelavam numa pracinha. Percebemos que a praça e mais duas ruas estavam sendo inauguradas naquele instante. O nome dela? Praça Divaldo Franco.

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Divaldo, na ocasião lançou dois livros de sua safra mediúnica: Momentos de Saúde e Palavras de Luz, quando extensa fila se formou com pessoas que aguardavam pressurosas uma palavra, um conselho do bondoso médium.

Para Divaldo o fato não é inusitado. Outras cidades já ostentam ruas com seu nome: Juazeiro (BA), Feira de Santana (BA), Paramirim (BA) e Campo Grande (MT). Anotamos também, no evento, a presença do Superintendente Herbert Visco. No mesmo Shopping fora também homenageado o insígne jurista Dr. Orlando Gomes e os cantores Dodô e Osmar, figuras da terra baiana.

Pela tela de nossa memória vislumbramos o distante dia nove de outubro de1861, quando livros espíritas foram queimados em praça pública, no chamado Auto de Fé da cidade de Barcelona, num ato infeliz causado e criado pela intolerância religiosa de muitos, a perplexidade de alguns e indignação de todos quantos nos consideramos conscientes. Sentimo-nos imensamente ditosos por constatamos que o Espiritismo já pode “ir à praça” quando homenageamos homens - renúncia que com seus ideais nobres engradecem nossa Doutrina

Quando às 10h30 da manhã, na esplanada da cidade de Barcelona, lugar onde eram executados os criminosos condenados na Inquisição, foram queimados aqueles trezentos livros e brochuras sobre o Espiritismo, lá na França, Kardec, na Revue Espirite de novembro/1861, n o 11, Ano IV, assim se pronunciou:

“A perseguição sempre foi proveitosa à idéia que se quer proscrever. Graças a esse zelo imprudente, todo mundo na Espanha vai ouvir falar do Espiritismo e quererá saber o que é ele. Eis tudo quanto desejamos. Podem queimar-se livros, mas não se queimam idéias: as chamas das fogueiras as superexcitam, em vez de as abafar. Aliás, as idéias estão no ar, e não há Pirineus bastante altos para as deter. E quando uma idéia é grande e generosa, encontra milhares de corações prontos a aspirá - la”.

Com o que concordamos.

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Capítulo 41 Chico visita Divaldo durante um sonho

Até que o fato relatado aqui poderia ser considerado também como um lindo caso de Chico Xavier... Ouvimos, com muita emoção, do próprio Divaldo Franco. Estava ele cansado. Pudera, havia chegado de um longo roteiro de palestras e entrevistas sobre o Espiritismo em diferentes países e naquela noite dedicava-se a escrever cartas e mais cartas a irmãos que lhe confiavam seus sofrimentos. Participara da reunião mediúnica do Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, e até pensara em dormir um pouco mais cedo... Eram três horas da madrugada.

Disse Divaldo que sentia enorme vontade de conversar, de falar também de suas angústias e, de súbito, lembrando-se de Chico Xavier, pensou: ”- Como seria bom se ele estivesse aqui... Não demorou muito e Divaldo dormiu. Dormiu e” sonhou “”.

Divaldo acrescentou que Chico Xavier apareceu-lhe no “sonho” e perguntou:

“- O que foi, Divaldo? Qual o motivo do aperto no coração?”.

“- Não sei, Chico. Sei que queria muito conversar com você, contar-lhe alguns casos. Precisava falar-lhe”.

Chico Xavier ouviu atenta e carinhosamente e depois voltou a falar:

“- Meu filho, leia Celeiro de Bênçãos. É um verdadeiro celeiro esse livro”.

“- Ah! Fui eu quem o psicografou, Chico”.

“- Psicografou, meu filho, mas não leu... Leia também” Apresento-lhe a Baronesa ““.

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------

No dia seguinte o médium baiano despertou refeito e, animado, acorreu bem cedo à livraria das “Edições Paulinas”, em Salvador e foi logo pedindo à vendedora aquele exemplar. Novas surpresas...

“- Como é o nome do livro? Apresento-lhes a Baronesa? Nunca ouvi falar dele. E nunca vi esse livro por aqui...”, disse a moça.

Divaldo não desistiu. Olhou para a moça, sorriu e disse:

“- Moça, se Chico Xavier falou, mesmo em sonho, está falado... Por fineza, procure o livro...”.

Não se passaram muitos minutos e a moça voltou lá do interior da loja trazendo a encomenda. Divaldo acrescentou que sentiu emoção e alegria. E a moça, quando soube da história, não escondeu sua enorme surpresa, dizendo que “então vendera um livro encomendado num sonho por Chico Xavier”.

Oportuno acrescentar que Celeiro de Bençãos é de autoria de Joanna de Ângelis. Foi editado pela primeira vez em 1983 e contém sessenta mensagens que nos auxiliam a melhor entender a dádiva divina que é a reencarnação. No prefácio, Joanna explica que...

“São reflexões demoradas, realizadas do lado de cá, ante as conjunturas da evolução, em que todos nos encontramos envolvidos, ansiosos como nos sentimos de alcançar a paz e a alegria no Reino dos Céus, reservadas aos que triunfarem sobre as próprias imperfeições”.

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Capítulo 42 Armai-vos uns contra os outros?

Ano de 1988, DIVALDO FRANCO, estava na Cidade do Rio de Janeiro, para mais um ciclo de palestras edificantes que tanto bem proporcionam a quantos tem a oportunidade de ouvi-lo. Naquela ocasião a conferência se daria no Salão Nobre do antigo Ministério da Fazenda. O público expectante aguardava ansioso a presença do médium no palco... Mas como chegar até lá? Era impossível que alguém passasse por entre a multidão.

Chega Divaldo, mas não consegue ir além do saguão da entrada. Gentil, dirige-se a um senhor e lhe pede licença. O cavalheiro responde: “- Não dou licença. Cheguei mais cedo que você. Quero ver Divaldo”.

“- Eu sou Divaldo. Com licença, por favor, porque se eu não puder chegar até o palco, de nada adiantará ao caro confrade ter chegado cedo, já que não poderá ocorrer a palestra...”.

O homem imediatamente se afastou, meio encabulado por não tê-lo reconhecido, o que também não modificou em muito a situação, já que tantos outros se mantinham à frente... Nisso, Divaldo é mais uma vez retido. Dessa vez é um pai desesperado. Seu filhinho, criança presente, de aproximadamente quatro a cinco anos estava em estado lastimável. Segundo o médico, em perigo de vida. Uma oclusão renal persistia em ceifar-lhe a vida. Mais algumas horas e o médico por certo o desenganaria. O médium, na impossibilidade de parar, continua andando, já agora com o garoto nos braços. Caminham por cerca de uns cinco metros, distancia que medeia entre o corredor e o palco. Lá chegando, Divaldo entrega-o ao pai com palavras de esperanças e um sorriso a lhe bailar nos olhos. Suave perfume balsamiza o ar. É o fenômeno de olorização. Quando os Bons Espíritos misturam os seus fluidos ao do médium visando atividades compatíveis com o momento.

A conferência tem seu início. O tema, como sempre, emociona os ouvintes até às lágrimas. Ao final o conferencista declama o Poema da Gratidão. Uma fila interminável se alonga para os amigos mais uma vez se encontrarem, trocarem opiniões, falarem com Divaldo, levarem um livro com o autógrafo

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------do médium para alguém muito especial, cumprimentarem-no, ou simplesmente agradecer sua presença entre eles. Na fila, novamente aquele pai, só que agora bem mais sorridente e mais confiante, pois que logo após o médium ter-lhe devolvido a criança, a oclusão renal cessara!

Lembrei-me de lhes narrar esse fato porque alguns dias atrás, em agosto de 1996, um confrade perguntou-me a razão porque eu e mais aproximadamente onze senhoras auxiliamos a Divaldo, na banca de livros, quando de suas palestras no nosso Estado do Rio; pois que, no dizer desse caro amigo, há tantas crianças cariocas carentes...Para quê cooperarmos com a Mansão do Caminho, Instituição a que Divaldo se dedica, mas que se encontra localizada na Bahia?

Como é de conhecimento público aquele lar dá dignidade a 3.090 crianças, mas na opinião do confrade são baianas, não devem ser do interesse de cariocas...

Talvez o amigo desconheça que todas nós também militamos em Entidades Espíritas do nosso Estado, porquanto vivemos aqui.

Meus irmãos! Fiquei até em dúvida... Será que Jesus disse:

“- Amai-vos uns aos outros?” Ou será que ele nos ensinou a amarmos os de mesma raça, aos que hajam nascido nos mesmos países, os de mesma naturalidade, que hajam reencarnado nos mesmos municípios?... Provavelmente não interpretei bem as palavras do Mestre... Ele deve ter dito: “Armai-vos uns contra os outros “.

Nós já dizemos que “Deus é brasileiro”.

Já somos conhecidos pelo jeitinho brasileiro.

Talvez agora não possamos mais ler Kardec por ter ele nascido na França; logo, não ser nosso conterrâneo...

Qual seria a procedência do menino com oclusão renal?

Já pensaram se Chico Xavier só atendesse aos nascidos em Pedro Leopoldo?

Ou, quem sabe não poderemos mais seguir o Cristo por não ter sido ele carioca.

Tenhamos tento! Diz-nos O Evangelho Segundo o Espiritismo “Cap XV ítem 10 no último parágrafo”:

“... agradecei a Deus o haver permitido que pudésseis gozar a luz do Espiritismo. (...) Esforçai-vos, pois, para que vossos irmãos, observando-vos, sejam induzidos a reconhecer que verdadeiro espírita e verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa”.

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Capítulo 43 Ardente fé (A LARANJADA)

Divaldo Franco encontrava-se no Rio de Janeiro. Corria o ano de 1989.

O fato se deu na cidade de Niterói. A conferência do tribuno houvera sido de encantadora beleza doutrinária. Ao final, Divaldo declama o Poema da Gratidão de Amélia Rodrigues; estávamos na Faculdade Maria Thereza, onde os alunos, professores e diretor à época, estudavam a doutrina codificada por Kardec com denodo. Divaldo havia falado sobre a personalidade Maria de Magdala, sua transformação ao conhecer o Mestre Jesus, fazia um paralelo entre ela e Paulo de Tarso que ao chamado do Rabi deixara tudo para segui-lo incondicionalmente. Citara também a mensagem-estória psicografada pelas abençoadas mãos de Chico Xavier, de autoria do Irmão X intitulada ”No Caminho do Amor”, que se encontra no livro “Contos e Apólogos”. A todos arrebatara lembrando nosso Modelo e Guia.

Fomos convidados, após a palestra para fazermos ligeiro lanche no refeitório da faculdade citada. Muitas mesinhas espalhadas. À mesa central, Divaldo sentado com alguns confrades. Uma senhora me contava, à meia-voz, que desde os quatorze anos de idade sentia séria dor de cabeça. O fato causava-me estupor, pois a referida senhora era médica, demonstrando que sua dor seria quase impossível de ser sanada, já que vários procedimentos

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------médicos haviam sido tentados. Ao final da sua fala ela fez como que uma prece ao Senhor Jesus implorando misericórdia. Divaldo da mesa central onde estava, nos olha, sorri, e, derrama num copo, laranjada que se encontrava numa jarra próxima. Oferece o citado suco à médica. Ela, encantada com a gentileza do médium toma o copo de suas mãos e bebe o líquido despreocupadamente.

Passados alguns dias recebo telefonema da médica, que confesso, não me era íntima, o que me causou expectativas. Conheci-a ligeiramente...

“- Aninha, fala ela, sabe de uma coisa? Aquela dor de cabeça passou!”.

Meus irmãos, esse depoimento vindo de uma médica deixou-me mais uma vez com a certeza que realmente o Senhor é Nosso Pastor e nada nos faltará.

Lembrei-me também, na ocasião, que em Volta Redonda, uns dois anos antes, estando eu muito doente, com forte hemorragia, avisei à Divaldo que não iríamos pernoitar por ali devido ao meu mal-estar. Ele tomou de um doce que se encontrava à mesa onde estávamos sentados. Ofertou-mo. Eu o comi, entendendo que os amigos espirituais deveriam ter enviado algum auxílio usando o doce como veículo. Como a conversa se prolongava noite adentro, distraída, peguei outro doce. Ele parou de conversar com os amigos e me advertiu:

- “Aninha, falei-lhe para comer somente um”.

Voltei naquela noite para o Rio de Janeiro, pois no conforto do lar, as dores sempre nos parecem amenizadas; vim com Isac, e também na companhia da companheira de ideal Therezinha de Oliveira, presidente da Instituição Joanna de Ângelis, de Japeri. No dia seguinte, a hemorragia que durara 28 dias desaparecera por completo!...

Diz-nos o “Evangelho Segundo o Espiritismo”, Cap XIX, ítem 5:

O poder da fé se demonstra, de modo direto e especial, na ação magnética; por seu intermédio, o homem atua sobre o fluído, agente universal, modifica-lhe a qualidade e lhe dá uma impulsão por assim dizer irresistível. Daí decorre que aquele que a um grande poder fluídico normal juntar ardente fé pode, só pela força da sua vontade dirigida para o bem, operar esses singulares fenômenos de cura e outros, tidos antigamente por prodígios, mas que não passam de efeito de uma lei natural. Tal o motivo por que Jesus disse a seus apóstolos: se não o curastes, foi porque não tendes fé.

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Capítulo 44Acredite, se quiser!

Obrigada, Divaldo!

Início da década de 90. Corria o mês de fevereiro quando fomos, em nosso lar, submetidos a doloroso teste. Nossa filha mais velha - Claudia - fora acometida, repentinamente, de grave infecção. Só a fé permitiu, compreendemos bem agora, superássemos aqueles momentos tão difíceis. Eis alguns trechos diários do nosso testemunho:

Sábado, 22 de fevereiro. Claudia nos avisa que chegará ao Rio de Janeiro, vinda de Belo Horizonte, onde trabalha, no avião das 12 horas. Está irreconhecível. Em 20 de janeiro submetera-se ela a uma cirurgia corretora do septo nasal.Que teria ocorrido? Infeçcão hospitalar depois de um mês de haver saído do hospital? A coerência dizia-nos ser isso impossível... Às 14 horas o médico a examina e constata que ela deveria ficar em observação por 48 horas. Mais tarde, o Dr. Pierre de Almeida nos conta que tinha a certeza que Claudia estava com problema seríssimo. Na região do pescoço uma protuberância do tamanho de uma bola de tênis surgira... Ele nos deu 48 horas para ver se seu colega, o excelente Dr. Bellizzi poderia tomar conta do caso... Que ele já considerava quase perdido... Era ela como que doente terminal!

Segunda-feira, 24 de fevereiro. Claudia é hospitalizada de emergência. Os leucócitos, ou glóbulos brancos estavam a se proliferar rapidamente. Em nosso organismo, aproximadamente, contamos com 7 a 11 mil. Ela estava com 47 mil. Outros e outros problemas surgiam de instante a instante. Orávamos com fervor, passes eram aplicados, diariamente, pelos nossos confrades Pablo e Maria Gonzalez; Maria Luiza Sodré e Conceição Collares do Grupo Espírita André Luiz também compareciam ministrando na paciente a contribuição da bioenergia. Reflexionávamos sobre a fragilidade da vida... Mas nos lembrávamos também que Ele é Vida e Vida em abundância.

Quarta-feira, 26 de fevereiro.Temos que correr contra o relógio. Uma operação cirúrgica ocorre, de emergência, à noite, e termina, com relativo êxito, pela madrugada. Um abcesso é eliminado, cerca de 36 recipientes apropriados ficam repletos de pús, retirado do local da intervenção. Há ainda algumas interrogações que os médicos não sabem responder, por agora. Ela estava com menos de 40 quilos.

Telefono para Divaldo, nosso amigo, nosso irmão. Ele se prontifica a orar aos Benfeitores Espirituais, em particular ao amado Dr. Adolfo Bezerra de Menezes. A bondade de Divaldo, seu carinho e dedicação para com os semelhantes são comovedores. No dia seguinte ele nos telefona e diz: “O caso é grave. Esperamos que Claudia, mercê de Deus, suporte, embora debilitada do corpo-físico”. Desligo o telefone certa da Misericórdia Divina. Claudia precisava comer, além de receber soro, glicose... Cada colherada de alimento é antecedida de prece sentida, feita por nós duas. Ela está com inapetência. Passa a tomar medicação homeopática, também.

Sexta-feira, 28 de fevereiro. Vou à varanda que há no hospital e me recordo, preocupada, que no dia seguinte, seria sábado de Carnaval, quando, no Rio de Janeiro, tudo se torna mais difícil, dos transportes coletivos e particulares à psicosfera... Oro ao Dr. Bezerra de Menezes penso em Divaldo e suplico o socorro da Benfeitora Joanna de Ângelis. Nesse ínterim Divaldo está na Mansão do Caminho, orando. E, desdobrado vem ao hospital e me vê na varanda. Percebe minha aflição, vai até o leito de Claudia, acompanhado do Dr. Bezerra. São ministrados passes e certo tratamento espiritual na paciente que nos foge

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------ao entendimento. No dia seguinte, para espanto de todos nós, Claudia é examinada e há constatação clínica, através exames, que os leucócitos estavam em 7.200, ”inexplicavelmente”.

Segunda-feira, 2 de março. O quadro clínico modificara-se. Os médicos, agora confiantes, e cientes do fato mediúnico, que fizemos questão de alardear aos quatro ventos, fazem outra cirurgia, debelando a doença por completo. Uns pensavam ser Angina de Ludwig, outros, que fosse tuberculose glanglionar; uns supunham tratar-se de bactéria aeróbica, outros que fosse anaeróbica, o fato é que a doença foi extirpada radicalmente!

Quarta-feira, quatro de março. Divaldo nos dá a alegria de visitar nossa Claudia no Hospital Casa de Portugal no Rio Comprido, de passagem pelo Rio de Janeiro, a caminho de conferências que iria proferir em Lisboa e noutras cidade portuguesas. Fluidifica uma garrafa d’água filtrada. A água fica com um sabor misto de remédio e perfume, num fenômeno inconfundível de olorização.

Quinta-feira, cinco de março. Claudia recebe alta. Inacreditavelmente já está com 45 quilos... Em casa inicia novo tratamento, de recuperação paulatina.

Cada vez que disso me lembro, verto lágrimas agradecidas, na certeza inabalável do poder e da eficácia da prece!

Obrigada, Divaldo!

Ao Dr. Bezerra nossa eterna gratidão!

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Capítulo 45Pedras

Contou-nos Divaldo Franco, velha lenda, há alguns anos na inauguração das Oficinas Joanna de Ângelis, em Belo Horizonte, departamento da SEJA, administrada pela dinâmica Marlene Assis, - que uma senhora andava desesperada por não poder sustentar adequadamente seu filhinho pequeno; quando empregada, chamavam-na de mãe desnaturada por cumprir com as obrigações dos encargos assumidos e se ficava desempregada, para melhor cuidar da criança, chamavam-na preguiçosa...

Naquele dia em particular, o menino acordara febril devido à fome que sentia. Ela vivia de favor, num canto da casa de certa senhora amiga.

Naquela manhã só possuía em casa um pouco de água e algum açúcar, fez a poção para a criança que a sorveu ansiosamente, voltando a dormir no ralo colchão jogado ao solo...

Tomou ela então a decisão de ir a busca de algum auxílio, embora muito envergonhada.

Lembrou-se que havia perto dali, imensa vivenda, onde morava o monarca daquela localidade, homem muito conceituado - chamavam-no o maior sábio da região.

Deixou a criança com a amiga, que também pouco possuía, e partiu incontinente para o palácio principesco do sábio.

Ventava muito...

Ao chegar à calçada, ricamente trabalhada, percebeu caídas, inúmeras laranjas, e algumas outras frutas, no chão, do lado de fora...

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Freneticamente começou a apanhá-las, improvisando com seu avental uma espécie de sacola e, deu-se conta que com o açúcar que havia em sua pobre casa, poderia fazer com elas, geléia, que ofereceria, durante toda a semana, ao filhinho doente. Estavam bichadas, mas com afinco, com denodo, poderia aproveitar, com certeza, a metade de todas elas.

Sentia-se tão feliz! De repente... Uma algazarra e latidos de muitos cães. O primeiro-ministro do reino, acompanhado de vários líderes, apareceu chamando-a de ladra e, ordenando aos guardas que a prendessem, e que fosse ela lapidada, como rezava a tradição do local... Mas surgiu grande dúvida e algumas interpretações.

Uns afirmavam que a Lei dizia que, aquela mulher deveria ser morta a pedradas num local próprio, já existente, com pedras apropriadas, local esse construído na cidade para aqueles casos, onde as pedras próprias para o cometimento eram pontiagudas, para que ao bater nas fronte, logo matassem! Outros, afirmavam que não! Ela deveria ser morta ali mesmo, no local do flagrante, com quaiquer pedras.

A discussão estava já acalorada quando de súbito, surgiu o homem mais sábio da região que informado da situação, para escândalo de todos, dirigiu-se à infeliz e lhe perguntou:

“- Mulher, de que te acusam?”.

Ela ajoelhada, de mãos erguidas diz:

“- Senhor, pegava eu as laranjas podres, da tua calçada, aquelas que o vento derrubara, do lado de fora de tua casa, não pensei que estivesse te roubando; estavam caídas e do lado de fora, asseguro-te que não peguei nenhuma das que estão nas árvores, que se encontram repletas, tombando os galhos pesados pelo muro abaixo...”.

“- É, disse o sábio mais sábio do lugarejo, és culpada mesmo! Tens que morrer a pedradas. Aqui mesmo, agora nesse instante e, é meu desejo que eu seja o primeiro a lapidar-te e ordeno que depois de mim, todos também o façam”,

Põe-te em postura de lapidação.

A pobre moça largou o avental deixando cair as laranjas podres, pela calçada e, estarrecida , desesperada e apavorada ficou de pé.

A maioria sentiu-se muito satisfeita com a decisão do monarca.

E ele, tomando do enorme rubi que trazia no turbante, arrancou-o e jogou para ela que, atônita o pegou entre lágrimas. Os demais, muito constrangidos, cumprindo a ordem, também lhe atiraram anéis e pedras valiosíssimas que traziam como adorno.

Ao final da inusitada lapidação o monarca falou:

“- Agora, já morreste... Então, esta que aí está é uma nova mulher, pode ir agora... Com essas pedras, compra comida, víveres, adquire pequena vivenda e trabalha em teu benefício, dos teus e de todos que de ti se acercarem...”.

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Aqui acaba a bela lenda das pedras e, gostaria de dizer que assim também nós ao adentramos a Doutrina Espírita e, envidando esforços mil para que ela nos penetre por definitivo, sentimo-nos, como aquela mulher, totalmente renovados, alegres, hoje melhores do que ontem e, certamente amanhã melhores que hoje. Abençoada Doutrina Espírita, codificada por esse sábio, pelo bom-senso reencarnado, que foi Kardec.

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Capítulo 46 Autógrafo de Deus

Diz-nos, Joanna de Ângelis, em excelente assertiva: “Caminha um pouco ao ar livre. Tranqüilamente, redescobre a natureza que te abençoa a vida. Espairece, saindo deste turbilhão em que te encontras, deixando a imaginação voar. Evita os lugares movimentados, para o teu passeio, e aspira o oxigênio balsâmico da floresta, da montanha, do mar. Refaze conceitos, acalma-te e abençoa a vida na forma como se te apresente. A tua atual existência é rica do que necessitas para ser feliz”.

Oportunamente, ao ler esses conceitos, pela tela da minha memória recordei fato que se deu com Divaldo Franco, quando viajava ele de Madrid a Toledo. Seguia ele com um confrade amigo, de automóvel, para uma de suas conferências, onde com sua palavra clara e balsâmica, esclarece sobre o Evangelho de Jesus, aplacando anseios dos ouvintes em aflição, apresentando, outrossim, aos que o ouvem, a excelência da doutrina dos espíritos, através a codificação kardequiana, dirimindo a depressão de tantos que o buscam...

Faltavam ainda quarenta e cinco minutos para os dois chegarem a Toledo, quando de súbito, surge aos olhos do médium baiano, um enorme campo de papoulas. Eram flores amarelas, outras vermelhas, mergulhadas como num oceano belíssimo de cor verde. Divaldo não titubiou e disse ao amigo:

“- Pare o veículo, por favor”.

“- Sentindo-se mal?”.

“- Não, nunca me senti tão bem! Ë que quero desfrutar dessa natureza ímpar, desse sol de verão, nesse abençoado mês de agosto, respirar ar puro ao invés do monóxido de carbono que nos acompanha...”.

“-... mas e a conferência em Toledo?”.

“- Amigo, são nove horas e vinte minutos, a palestra se dará às vinte horas. Faltam ainda dez horas e quarenta minutos para o início dos trabalhos em Toledo...!”.

Divaldo desceu animado, feliz, sorvendo a plenos pulmões aquela flagrância deliciosa das papoulas, e, adentrando pelo campo em flor, percebe ao seu lado Joanna de Ângelis, que distendendo sua nívea mão, fala doce e suavemente:

“- Meu filho, as flores são o autógrafo que Deus coloca no álbum da natureza para dizer: fui eu quem fez!”.

Refeito, encantado e alegre, Divaldo retorna ao asfalto, o amigo encontra-se sentado no acostamento, olhos marejados, e diz:

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“- Divaldo, eu passo por aqui três dias na semana, o que equivale a dizer seis vezes, ida e volta, e, jamais houvera percebido essas papoulas! Só me detenho na estrada, no asfalto, sempre atento aos horários, às vezes remoendo fatos ocorridos no dias anteriores... agradeço-lhe o haver me ensinado mais essa lição!”.

Diz-nos Joanna de Ângelis, Benfeitora de todos nós, no excelente livro da Editora LEAL, “Episódios Diários”, à página 11:

“- Cada amanhecer é convite sereno à conquista de valores que parecem inalcançáveis”.

À medida que o dia avança, aproveita os minutos, sem pressa nem postergação do dever.

Não te aflijas ante o volume de coisas e problemas que tens pela frente.

Dirige cada ação à sua finalidade específica.

Após concluir um serviço, inicia outro e, sem mágoa dos acontecimentos desagradáveis, volve à liça com disposição, avançando, passo a passo, até o momento de conclusão dos deveres planejados ““.

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Capítulo 47 Sei que vi!

O médium Divaldo Pereira Franco, certa feita, no ano de 1990, encontrava-se na cidade de Uberaba pelas comemorações dos 50 anos de fundação da UMEU - União das Mocidades Espíritas de Uberaba - a convite de alguns confrades tendo à frente o inesquecível Emmanoel Chaves, o nosso estimado Lilito, como era conhecido na região. Foram momentos inenarráveis que culminaram com excelente conferência do querido tribuno e médium baiano no Clube Sírio e Libanês, daquela localidade, já que sua presença marcante era há muito desejada por todos que ansiosos o aguardavam.

Depois da palestra dirigimo-nos com algumas pessoas, em dois automóveis, até a residência do anfitrião para fazermos ligeiro lanche. Estavam conosco: Miguel de Jesus Sardano, de Santo André (SP) do C.E. Bezerra de Menezes; o Sr. Jophir Silva, morador na cidade de Rio Paranaiba; a Sra. Altiva Glória Noronha e sua filha Márcia residentes em Uberaba; Gisele Faganello de Catanduva; Isac Abrahão Luiz do Grupo Espírita André Luiz (RJ) e, naturalmente, Divaldo.

Então, quando chegamos à soleira da casa de Lilito, verificamos que não possuíamos chave para entrarmos na residência que hospedava Divaldo. Emmanoel ainda ficara um pouco mais no Clube agilizando algo pendente. A sua esposa estivera por todo o dia adoentada e ingerira um remédio para relaxar. Dormia a sono solto, sem nos escutar. Márcia e Isac retornaram ao Clube para pegarem a chave com o Lilito. Entre nossa chegada e até aquele momento uns cinco minutos haviam se passado...

Vi Divaldo olhar para a casa vizinha, não havia ninguém por ali; entre uma e outra, um muro de cerca de três metros, aproximadamente... Impossível, pois, saltá-lo...Tudo em total silêncio...Ninguém para chamarmos... Acompanhei com o olhar quando o médium para lá se dirigiu.

Ele me disse sorrindo:

- “Não vamos ficar por muito tempo aqui fora...”.

Eu então pensei:

- “Será que Divaldo tem conhecimento de que o vizinho possui alguma chave extra? Haverá alguma passagem entre uma casa e outra? Alguma escada?”.

Verifiquei mais tarde que nenhuma dessas hipóteses era verdadeira...

Aguardei ansiosa com minha veia de articulista e de “repórter” pulsando... Sentia no ar, pelo sorriso dele, que algo inusitado iria acontecer.

Caro leitor, cerca de menos de dois minutos após o médium ter entrado no quintal do vizinho, apareceu ele, dentro da casa do Lilito, a nos abrir a porta da sala! .

Como será que ele agiu?

Desdobramento? Bilocação?

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Possivelmente volitação, tal qual o famoso médium do século XIX Daniel Dunglas Home?

Aí, uns doze minutinhos se passaram e chegaram, com a chave, Lilito, Isac e Marcinha que ficaram sem entender nada!

No dia seguinte tivemos a ventura de ir de automóvel visitar D. Elite, irmã do abençoado Eurípedes Barsanulfo, na companhia de Divaldo. Eu, então arrisquei uma pergunta:

- “Di, como foi que você fez aquilo?...”.

E ele entre acanhado e reticente...

“- Lembrei-me que a janela, tipo guilhotina, do quarto onde eu dormira, estava um palmo aberto...”.

- (?!)

No desdobramento ou bilocação, o Espírito do médium afasta-se do corpo, que fica em estado letárgico, e projeta-se à distância, tornando-se visível pela condensação do seu corpo espiritual, podendo falar, impulsionar quaisquer objetos e tocar nas pessoas.

Diz-nos Martins Peralva, no seu livro “ESTUDANDO A MEDIUNIDADE” à página 88, 1a edição, da FEB:

“Médium de desdobramento é aquele cujo espírito tem a propriedade ou faculdade de desprender-se do corpo. Desprende-se e excursiona por diversos lugares na Terra ou no Espaço, a fim de colaborar nos serviços, auxiliando, consolando, amparando e até curando. Uns se recordam do que ocorreu nessas excursões, outros, têm dificuldades de se lembrar desse serviço de fraternidade”.

Já na volitação, diz-nos o Mundo Espiritual, e também atualíssima pesquisa na Universidade de Belfast, na Irlanda do Norte, que os Benfeitores, aliando os seus fluidos ao fluido Universal e mais aos do médium, criam uma alavanca fluídida que arremessa à distância qualquer objeto ou pessoa, chamada alavanca de Crawford, o nome do professor universitário que a estudou. Era o que ocorria com Home e outros tantos, suponho eu.

Que sei eu... Há mais coisas entre o Céu e a Terra que meus parcos conhecimentos... Mas, parafraseando o cego da Bíblia posso afirmar: sei que vi!

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Capítulo 48

Silêncio mental!

Um dia, um nosso amigo desencarnou deixando muitas saudades em todos que conheciam sua palavra equilibrada, seu sorriso fraterno e sua alegre companhia. Divaldo, chegando de uma de suas viagens, onde estava a falar do Cristo e de Kardec com denodo, e, sabedor da situação, rogou a Joanna de Ângelis se poderia dar-lhe notícias do confrade, já que não pudera estar no funeral deste. A Benfeitora de todos nós avisou ao médium que dentro em pouco o desencarnado acordaria e, caso ele ficasse em silêncio, ela poderia desdobrá-lo e levá-lo até a colônia que o hospedava.

Divaldo sentiu-se ofendido!

“- Minha irmã, eu me considero uma pessoa educada, claro que não vou chegar na espiritualidade dando gargalhadas”.

“Divaldo, prometa-me silêncio que eu lhe levo lá!” - reiterou Joanna de Ângelis.

No dia aprazado, Joanna avisa que é chegado o momento. Desdobrando o médium e tribuno baiano, dando-lhe passes longitudinais, leva-o a uma construção no Mundo Espiritual.

Era um “prédio” de material translúcido qual o mais belo cristal; na forma exagonal, e, andando pelos corredores, numa das alamedas do exágono, encontrou o amigo “por trás de uma porta”, nos braços da mãezinha, tal como a escultura conhecida como La Pietá; Divaldo sentiu tamanha emoção que suas pernas tremeram, e, percebeu que o desencarnado também tremeu.

Joanna de Ângelis então, lhe reafirmou:

“- Já lhe recomendei, silêncio mental!”.

Por incrível que pareça, essa perturbação, aparentemente singela, atrasou em algumas horas o despertamento do amigo.

Quando finalmente ele pôde ser acordado, e, viu a mãezinha, perguntou:

“- Mamãe, você já morreu!”.

“- Você também, meu filho!”.

Depois, virando-se e vendo Divaldo por ali, perguntou espantado:

“- Divaldo, você também morreu?”.

“- Ainda não, caro amigo!”.

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A Doutrina Espírita é uma luz que clareia sem queimar; um bálsamo, a certeza de que não estamos a sós. De acordo com nossa onda mental atrairemos os bons espíritos, se pensarmos no Bem, encontraremos os Mensageiros da Luz! Nosso amigo assim enfrentou o grande desafio da morte do corpo com galhardia; fazendo-me lembrar da mensagem de Joanna de Ângelis, psicografada por Divaldo Franco, por ocasião do 2.0 Congresso Espírita Mundial ocorrido em Portugal, de 30 de setembro a 03 de outubro de 1998:

“Vivemos a hora dos grandes desafios morais. O conhecimento do Espiritismo implica em compromisso com a Verdade. Após haver aprofundado o estudo da Codificação Espírita, encontra-se o indivíduo equipado de recursos para os grandes enfrentamentos, dos quais deverá sair vitorioso, conduzindo a paz e a consciência do dever retamente cumprido”.

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Capítulo 49 1990 - Chico, Divaldo e Nós.

Chegamos a Uberaba jubilosa ante a expectativa de dias venturosos. É que para nós era gratificante poder estar com dois missionários do Senhor: Francisco Candido Xavier e Divaldo Pereira Franco.

Abraços, saudações e o calor amigo da hospitalidade do saudoso Dr. Emmanoel Chaves, nosso Lilito. Seguimos depois para a simpática Uberlândia onde Divaldo proferiu conferência na presença de aproximadamente duas mil pessoas e sob os acordes de maviosas melodias que encantavam a todos. A venda dos livros em favor da Mansão do Caminho foi profícua, demonstrando a generosidade dos confrades daquela cidade.

No mesmo dia da chegada, após o almoço e, antes da palestra em Uberlândia, Divaldo reencontrou-se com Chico Xavier. Se tivéssemos olhos de ver, por certo, perceberíamos sobre nossas cabeças as messes de luz enviadas pelos Benfeitores Espirituais durante o colóquio dos dois, de aproximadamente duas horas. Se no Uberlândia Tenis Clube, Divaldo entusiamado, fôra brilhante, ali em Uberaba, diante de nosso Chico era o amigo retemperando-se das lutas e da azáfama.

No dia seguinte, junto a Divaldo, tivemos a honra de visitar D. Elite, irmã de Eurípedes Barsanulfo. Foi uma hora de bençãos e recordações. À noite seguimos para a União das Mocidades Espíritas de Uberaba, que comemorava 50 anos de fundação, e, nos distinguiu carinhosamente. Seus antigos jovens, hoje vovós e vovôs, nos contaram das suas experiências e Divaldo nos brindou com a psicografia da amorável página de Eurípedes Barsanulfo intitulada “Renovação”, que nos incentiva a sermos sempre jovens, embora a idade cronógica.

No outro dia participamos da “peregrinação”, sob a direção do Dr. Eurípedes Umberto Higino dos Reis, que com outros confrades de Uberaba, minimizava a dor de quantos o procuravam, realizando esse labor em substituição ao Chico. Chico Xavier, mesmo antes de desencarnar, no dia 30 de junho de 2002, já não ia mais lá, devido aos impositivos do cansaço do corpo. Na ocasião foram ofertados o pão material e o espiritual. Coube a Divaldo a palestra da tarde quando discorreu sobre o livro “Apresento-lhes a Baronesa”, exortando-nos à paciência. Depois no Clube Sírio Libanês, com a conferência “Psicologia e Espiritismo”, Divaldo encerrou as festividades da UMEU. Foi uma noite alegre, quando ouvimos a talentosa Márcia Noronha cantando músicas sertanejas, e o casal Sérgio-Marlene entoando hinos ao Senhor Jesus. Anotamos a presença de vários confrades de diversos Estados, entre outros: Suely Caldas Schubert, que lançava no Triângulo Mineiro o excelente livro “O Semeador de Estrelas” narrando suas vivências, de 35 anos, com Divaldo Perreira Franco à semelhança do que já fizera a respeito de Francisco Cândido Xavier com o livro “Testemunhos de Chico Xavier”.

No Domingo, Divaldo participou de um Seminário de Perguntas e Respostas com dezoito mocidades espíritas presentes.

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Capítulo 50

O Homem Integral

“O Espiritismo, sintetizando diversas correntes de pensamento psicológico e estudando o Homem e a Mulher na sua condição de Espíritos eternos, apresenta proposta de um comportamento filosófico, idealista, imortalista, auxiliando-os na equação dos seus problemas, sem violência e com base na reencarnação, apontando -lhes rumos felizes que devem seguir”.

Foi este um dos destaques da conferência proferida por Divaldo Franco em Teresópolis, perante seleta platéia, com pessoas de diversas outras cidades, que lotavam o auditório da Faculdade de Medicina. Era o ponto alto das comemorações do 13.0 aniversário do Centro Espírita Aristides Silva, situado na Rua Muqui 90, um dos mais ativos núcleos do Movimento Espírita no Estado do Rio de Janeiro, fundado em homenagem ao amado irmão, já na pátria espiritual.

Estendeu-se ainda, Divaldo, numa análise objetiva do livro “Homem Integral”, recordando a certa altura, “os quatros gigantes da alma”: o medo, a rotina, a ansiedade e a solidão. Discorreu depois, como só ele sabe fazer, sobre os problemas afligentes do ser humano e as emoções perturbadoras, lembrando-nos, então, a crescente oportunidade do estudo e da vivência do Evangelho, aproveitando os conhecimentos que já alcançamos no Espiritismo.

Divaldo falou durante noventa minutos. Depois, enquanto o víamos cercado por pessoas ávidas em saudá-lo ou simplesmente tocá-lo, e ele a todos atendendo com bondade e paciência, passou pela nossa tela mental a figura de Aristides Silva.

Tivemos a felicidade de partilhar da sua amizade. Recordamo-nos, então, do quanto era também fraterno, igualmente paciente e bondoso. Como irradiava alegria quando praticava a caridade, o que fazia sempre com a maior discrição. Nas noites de inverno, para citar apenas um exemplo, saía altas horas com cobertores escondidos em seu caríssimo automóvel dourado, de marca Mercedes, para piedosa distribuição entre famílias carentes, quase sempre em bairros distantes. Era benfeitor da Mansão do Caminho e do Grupo Espírita André Luiz, para somente citar dois grupos. E na promoção do estudo e difusão do Espiritismo “esquecia” sempre, por onde passava, exemplares de “O Livro dos Espíritos”. Na espiritualidade está, sem dúvida, em crescente atividade na seara de Jesus, ajudando, certamente, sua dileta companheira D.Irene, que aqui permanece a exemplificar fé e amor.

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Capítulo 51 Já estás me sendo útil...

(Que vergonha!)...

Dezembro de 1995, Divaldo Franco acabara de proferir a primeira parte do workshop “Desperte e Seja Feliz”, que fazia na cidade do Rio de Janeiro, nas dependências da Escola de Música da Universidade Federal do RJ, em comemoração aos 15 anos do Grupo Espírita Caminho da Esperança, atualmente com sede própria no bairro do Rio Comprido, à Rua Aristides Lobo.

Embora todas as medidas tomadas para minimizar o calor, ele era insuportável; as oitocentas pessoas previamente inscritas suavam em bicas; mesmo com a instalação de vinte ventiladores - extras no ambiente; colocação de plantas para que refrescassem o local e o auxílio de companhia especializada em diminuir o odor do mofo provocado naquelas circunstâncias... Porém, naquele sufocante calor nenhum dos inscritos havia arredado do salão, e, após os intervalos, sempre todos retornavam, participando do excelente estudo feito por Divaldo.

Doze horas. Divaldo segue para a casa dos anfitriões para ligeiro lanche a fim de incontinente dar prosseguimento aos trabalhos que ocorreriam das quatorze às dezoito horas. Chega para o repasto, exausto pela canícula, dirige-se para saleta no interior da residência. Senta-se na mais incômoda das cadeiras ali existentes. A dona da casa gentilmente lhe diz:

“- Por que não se senta nesta poltrona marrom? Ela é mais confortável”.

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“- Muito obrigado, diz Divaldo, mas quero daqui mesmo onde estou sentado, contar-lhes que me preparava para descansar quando vislumbrei ao meu lado entidade equivocada, muito sofredora, embora o olhar de mofa e desdém que me lançava... Era como se fosse um demônio; mantive-me calmo e lembrei-me que Joanna de Ângelis, nossa Benfeitora comum comenta que, precipitado o homem tomba nas próprias armadilhas, e, paciente soluciona todos os enigmas, perguntei-lhe”:

“- Que deseja de mim? Em que lhe posso ser útil?”.

“-Você já está me sendo útil...”, disse o equivocado.

“- Eu, meu irmão? Não me lembro de lhe ter dado guarida alguma com pensamentos...”.

“- Você ainda não, mas os que estão ao seu redor têm-me dado bastante incentivo e sustentado... Seus pensamentos desregrados têm odores especiais, nauseantes, putrefatos que me atraem tal qual mosca voejando ao redor de restos de comida. Ficamos eles e eu imantados. Logo, por sintonia, pelas leis de afinidade existentes entre você e seus amigos à medida que eles caem no fosso, você também sente as consequências. Fica impregnado. Como os não-fumantes ao contato com os tabagistas... E isso me dá muito prazer”, comenta a Entidade.

“- Meu irmão, não vê você que isso não pode ser causa de felicidade para ninguém? Saiba que vencedor é aquele que cede, ditoso é aquele que serve, feliz é aquele que doa, fiel é aquele que renuncia”.

A Entidade equivocada retruca:

“- Não é da sua conta... Não desejo felicidade. Sou daqueles que repartem desgraças e desventuras”.

Contou-nos então o médium que se pôs a orar e não mais viu o demônio.

Imagine o caro leitor a minha vergonha ao ouvir o fato narrado por Divaldo. Pois não sou eu um dos que ficam ao seu redor no Rio de Janeiro, por ter a honra de estar encarregada de agendar os horários de alguns de seus trabalhos neste Estado, e, outrossim, pela amizade que nos une há anos? De minha parte orei muito ao Senhor da Vida para que de agora em diante meus pensamentos e dos demais companheiros possam, cada vez mais, atrair os amados Benfeitores Espirituais e nossa conduta auxilie a influir na melhoria espiritual dos infelizes equivocados do caminho, não sendo nosso comportamento, pedra de tropeço...

Há grupos de entidades perversas, que trabalham mediante hipnose profunda, agindo nos centros perispiríticos, de modo a completarem fenômenos psíquicos de licantropia, zoantropia, e, outros, dos que lhes caem nas garras, vitimados pelo ódio.Vampirizando as energias das suas vítimas, enquanto estas o fazem dos seus desafetos, conforme nos afirma Manoel Philomeno de Miranda no excelente livro “Nas Fronteiras da Loucura”. E, mais recentemente em “Tormentos da Obsessão e em Sexo e Obsessão, todos da editora LEAL”.

Por esses e outros motivos é que JESUS, nosso modelo e guia lecionava:

- “Vigiai e orai”.

Vigiemos, amigos!

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Capítulo 52O Senhor é Nosso Pastor e nada nos faltará

Diz-nos JOANNA DE ÂNGELIS no livro VIDA FELIZ cap. CLXXX...

”Distende a tua presença confiante e rica de luminosidade, auxiliando os tímidos e os desanimados, os que caíram e os revoltados. Não deixes que se apague essa estrela, porque haja fatores dissolventes e agressões em volta”.

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E assim tem sido, meus irmãos, Divaldo Franco tem-nos demonstrado à mãos cheias que segue passo a passo o conselho da Benfeitora de todos nós. Percalços, lutas, queixumes, dissensões não o têm afastado do trabalho redentor. É o educador por excelência, é o semeador da palavra do Cristo, é o homem-ação, é o irmão devotado de todos que dele se aproximam, mas... Acima de tudo tem dia após dia demonstrado sobejamente o mediunato a que ele próprio se impôs, com o consentimento natural do Mundo Espiritual que o acompanha. Pela tela da minha memória lembrei-me, hoje, de um fato que isso atesta sem sombra de dúvida:

Em 11de maio de 1994 desencarnou Jaime Machado Andréa, filho do incansável trabalhador do Cristo, nosso amado confrade, Jorge Andréa, e, de sua estimada esposa D.Gilda Andréa. Quando da desencarnação do filho Jaime, Divaldo, esceveu-lhes uma carta de solidariedade em seu, e, em nome de toda a comunidade da Mansão do Caminho, tentando levar-lhes o afeto, no momento da saudade, após os testemunhos de dor e ansiedade. Alguns meses após essa primeira missiva, no dia quatro de agosto de 1994, Divaldo volta a escrever aos pais de Jaime usando as seguintes palavras “... hoje volto como um amanhecer, a fim de dar-lhes notícias dele (refere-se a Jaime), recuperado e feliz... Recebido pelo avô e atendido por Amigos devotados, ele está sem marcas ou sequelas da desencarnação, totalmente livre. Falou-me das suas frustrações e da amargura com a doença e aflição que provocou nos pais e familiares. No entanto, sabe que as causas reais estão em um ato criminoso ocorrido na antiga República Checo-Eslovaca, na cidade de Praga, por volta de 1610, quando participou de trucidamento da nobreza, por interesses subalternos, atirando alguns deles janela a fora do palácio, em situação de grande impiedade. Experimentou nas carnes da alma as dilacerações que infligira... Em paz e sorridente agradece aos pais todo sacrifício e devotamento, que lhe foram tesouros de resignação, referindo-se aos últimos dias de dores”acerbas...”“.

Meus amigos, desde esse dia, nosso Dr. Jorge Andréa passou a procurar, pesquisar, perguntar e... Nada! Nenhuma informação havia de que alguém houvesse jogado pela janela co-patriotas na antiga República Checo-Eslovaca! Em janeiro de 1997, entretanto, o Dr. Andréa ao ler o Artigo “Praga um Mosaico de Estilos” editado pela Revista Geografia Universal da Editora Bloch, surpreende-se...

Lá estava escrita toda a história:

“- Em frente, no centro da praça, a estátua do mártir reformador Ian Huss parece assistir ao constante movimento impassível. Ele é o símbolo da identidade nacional e uma espécie de lembrança das muitas lutas que os tchecos enfrentaram para conquistar sua autonomia. Acusado de heresia, um século antes de Lutero, Hus pregava em tcheco e denunciava corrupção do clero. Sua condenação e morte na fogueira, em 1415, desencadearam a primeira onda de protestos nacionais - a Revolução Hussita. Uma guerrilha interna que se estendeu por mais de duas décadas e na qual bandos de protestantes queimaram conventos e se tornaram famosos por arremessar pela janela da prefeitura três cônsules e sete cidadãos”.

A defenestração aconteceu no dia 30 de julho de 1419 e terminou por fazer escola em Praga.Voltou a ser repetida em maio de 1618, desta vez, sob o reinado dos Habsburgos. Na época, os locais de cultos protestantes foram fechados e alguns destruídos. E, em represália, a comunidade voltou a invadir a sede do governo local e atirou pela janela dois tenentes e um secretário do imperador. O episódio deu início à Guerra dos Trinta Anos, que teve consequências terríveis para o país. A língua tcheca desapareceu dos estados da Boêmia, a população foi reduzida à metade e a nobreza e os intelectuais obrigados a emigrar para escapar da repressão.”“.

Como nos lembramos, Ian Huss vem a reencarnar como o Prof. Hippolyte Leon Denizard Rivail, que usará nos livros da Codificação o nome de uma outra sua vida quando se chamou Allan Kardec. Huss ao ser queimado na fogueira em 1415 expressou-se mais ou menos assim:

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“- Hoje vós assais o pato (hus=pato em tcheco), mas dia virá em que um cisne de luz alçará vôo tão alto que o não podereis impedir”.Numa alusão, e, premonição clara ao Consolador Prometido.

Assim, caro leitor, vemos como os médiuns que estão à serviço do Bem, tornam-se instrumentos maleáveis nas mãos dos Benfeitores que os utilizam para amparar, auxiliar e fortalecer seus irmãos de caminhada evolutiva. Divaldo Franco é um desses medianeiros. Em 1994, na carta citada acima, já ele consolava os pais de Jaime contando-lhes fatos que só surgiram de público em 1997! Nunca o ocorrido houvera sido comentado...

No dia 26 de fevereiro de 1997 desencarnava Pedro Xavier Andréa, com um tumor cerebral, menino de cinco anos, neto do Dr.Andréa e filho de D. Mariza e do Sr. Julio Cesar Andréa. Não estaria esse menino também ligado ao seu tio Jaime e aos fatos citados? Praza a Deus a mediunidade abençoada de Divaldo nos informe a respeito num curto espaço de tempo. De nossa parte, como espectadores dos acontecimentos, supomos que sim...E, recordando o salmista dizemos assim:

”O Senhor é nosso Pastor e nada nos faltará”.

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Capítulo 53Fale com o homem!

Em agosto, durante a realização do Feirão Pró Mansão do Caminho que ocorre dentro dos jardins do Colégio Militar, do Rio de Janeiro, um fato inusitado se deu, digno de nota: uma jovem senhora espanhola, que nunca ouvira falar de Espiritismo e, que se encontrava passeando no Brasil, ao passar pelo portão principal da referida instituição educacional, ouviu “uma voz” que lhe dizia:

“- Fale com o homem, fale com o homem!”.

Ela, filha de um famoso jogador do Clube do América que há alguns anos atrás se transferira para a cidade de Barcelona, na Espanha.

Como notasse movimentação no pátio do Colégio, adentrou também, como as outras pessoas o faziam e vendo as faixas alusivas ao evento e o nome de Divaldo Franco, várias vezes, percebeu que a ele é que tinha que se dirigir. Perguntando aqui e ali foi levada à presença do amado irmão prof. César Soares do Reis, mui digno presidente do Lar Fabiano de Cristo, que a encaminhou ao médium. O interessante diálogo, em castelhano, foi mais ou menos assim:

“- Senhor, é você quem faz 50 anos de Oratória Mediúnica nesse ano de 1997?”.

“- Sim, minha filha”.

“- Senhor Divaldo, uma misteriosa voz mandou-me aqui, mas não sei bem o que isso significa”.

“- Minha filha foi o espírito (e Divaldo declinou o nome e grau de parentesco) que está a lhe dizer aqui e agora que a morte não existe que a vida continua por trás dos muros do desencarne”.

Após trocas de endereços a senhora saiu cantando hosanas ao Senhor, radiante de alegria!

Como duvidar do salmista?

”Ainda que eu ande no meio da sombra da morte, não temerei males, porque estás comigo”.

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Capítulo 54 Deus vela!

Lembrei-me esta manhã de um fato interessantíssimo que se passou com o tribuno baiano e nossa Ana Jaicy Guimarães há algum tempo atrás... Pedi-lhes licença para contá-lo de público. Eles, prazeirosamente aquiesceram.

Numa manhã estava Ana muito assoberbada, eram-lhe constantes os desafios de paciência, tolerância, no campo da paz íntima...

Naquela manhã deveras atribulada, porém não aflita, pegou na vassoura para varrer a sala. De repente olhou o telefone postado à mesinha, e, pensou:

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- “Ah! Se Divaldo estivesse do outro lado do fio... Eu lhe perguntaria sobre... Ora, claro que ele não deve estar no Rio. Evidentemente estará em Salvador onde mora, mas... um dia deu-me ele próprio esse número de telefone onde se hospeda aqui na cidade...” Não!... Ligo ou não ligo?... Preciso conversar com ele... Ligarei! ““.

Ana discou o número dela conhecido. O telefone soou-lhe ao ouvido umas duas ou três vezes, ela desligou mais do que depressa antes que alguém atendesse. E elocubrou:

- “Ora, claro que Divaldo não está nesse número, agora. Por certo se encontra em Salvador. Talvez eu lhe mande uma carta... Vou tentar de novo...”.

Ele atende incontinente e lhe fala:

“- Ana, é Divaldo. Porque você desligou, minha filha? Eu estava de saída, mas fiquei esperando que você retomasse a chamada. O que você queria me perguntar eu posso lhe responder nesse instante mesmo. Siga tudo o que tem aprendido nesses anos todos de Doutrina que você própria expõe, como oradora. Tenha paciência, perseverança no Bem, fé no Cristo, esperança e otimismo”.

“- Mas... Divaldo é uma expiação? Provavelmente, pelo nosso passado... Que expiação...!”.

“- Então, minha filha, se é uma expiação, expie com educação! E, se for uma prova, passe com nota dez. Pois o galardão será ofertado pelo Senhor Jesus àquele que perseverar até ao fim”.

Entendeu, minha filha?”“.

Como temos visto, ela nunca mais esqueceu!

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Capítulo 55

O suicídio frustrado

A cada ano os auditórios tornam-se pequenos para tantas pessoas ávidas de ouvir Divaldo Franco com sua palavra repleta das lições do Cristo.

No ano de 1997, no dia 22 de agosto, no Auditório da UERJ, os confrades que não conseguiram entrar, ficaram muito tristes.O auditório só comportaria mil e cem lugares; quando a lotação chegou a quase dois mil assistentes, a direção do auditório houve por bem fechar suas portas. Foi uma reclamação só... Divaldo falaria na concha acústica, local muito maior, mas uma professora ao defender sua tese de mestrado requisitou-a... Ela teve a preferência por ser mestra na Universidade citada.

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Isso me fez lembrar o mês de outubro do ano de 1994. A convite da Cruzada dos Militares Espíritas, Divaldo Franco, veio ao Rio de Janeiro, para Conferência no Colégio Militar. Falou ele nas excelentes dependências do seu Ginasium. Estávamos todos algo constrangidos, pois o tribuno não pudera falar no magnífico auditório do Colégio. Um professor de ginástica o requisitara para um evento, e, evidentemente tivera prioridade.

Cadeiras improvisadas, som razoável muitos confrades presentes. Nosso Divaldo começou a falar sobre o tema “Em defesa da Vida”, alusão à Campanha da F.E.B. à época: dizendo não ao suicídio, à eutanásia, ao aborto e à pena de morte. A palestra estava no seu auge, Divaldo ao falar sobre o suicídio começou a fazer uma abordagem emocionante discursando sobre alguns fatos particulares de sua vida privada. Contou-nos que teve irmã suicida, chamada Nayr; falou-nos das angústias passadas por sua mãezinha, dos problemas com o cunhado e das dificuldades surgidas àquela ocasião.

“- Matar-se? Nunca!” - comentou ele, a certa altura.

Ao término da fala de Divaldo muitas pessoas vão até ele para trocarem cumprimentos, para autógrafos, apertos de mão ou um até breve. Naquela tarde de domingo não foi diferente.

Uma senhora, já de bastante idade, foi-se chegando até o médium e tribuno, e, chorando copiosamente contou-lhe que naquele dia iria se matar. Houvera levado sua netinha até ao auditório para a tal festa do professor de ginástica. Estava disposta a não mais buscá-la e suicidar-se em seguida. No entanto, ao sair pelo portão principal do Colégio, ouvira um soldado indicando a alguém o novo local da palestra do “espírita”. Seus olhos se fixaram num cartaz com a foto do médium. Resolveu seguir os que o buscavam. Ao ouví-lo, rejeitara a idéia! Mostrava-se agora feliz, otimista, esperançosa...

Nós ficamos, a partir do ocorrido, muito jubilosos, pois embora a precariedade do som, as dificuldades surgidas , embora algumas pessoas muito aborrecidas viessem se queixar de que não haviam ouvido quase nada da conferência, o fato de que pelo menos, em tese, um só indivíduo tivesse se beneficiado da palestra, fez com que tudo o mais se tornasse de somenos importância.

Diz-nos Joanna de Ângelis, no livro Vida Feliz, capítulo CXLIV:

... “O que hoje percas a favor de alguém, amanhã receberás sem prejuízo de ninguém”.

O Dr. Bezerra de Menezes, durante a temporada de Divaldo no ano de 1997, comunicou-se conosco através psicofonia em belíssima página de consolação para nossos espíritos sequiosos:

Meus amigos! Meus irmãos!

Estamos na Terra para encontrar o reino de Deus.Viajores da longa noite dos tempos acumpliciamo-nos com a loucura; deixamo-nos penetrar pelos aguilhões terríveis das paixões;

escravizamo-nos aos desejos que arrebatam a vida em labaredas devoradoras, mas a Misericórdia Divina nos ofereceu a reencarnação.Vós, que chorais, fazei-o bendizendo a dor que rasga a alma como a bigorna que despedaça o metal em fogo para nele insculpir a forma.Não recalcitreis.Não vos revolteis.Pagai em lágrimas a honra de preparardes a vossa libertação.Todo parto dá vida, mas todo parto dói.

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A vida, para viver, produz dor.Foi assim que Jesus se alçou ao esplendor do imarcecível, saindo dos braços da cruz, cantando o hino da eterna imortalidade.Estais aqui, hoje, conosco, para que vos digamos que sois bem-aventurados, porque podeis ouvir-nos, porque tendes a capacidade de

afirmar que a vida na Terra é um cadinho de depuração.Alegrai-vos então, filhos e filhas, e pedi a Deus que, antes de vos curar o corpo vos liberte das paixões que geram doenças; que vos

desligue das amarras com o passado de delitos, para que vos desalgemeis, podendo voar na direção do paraíso.Pedi ao Senhor, ao Divino Terapeuta, que vos cure a alma, dando-vos paz, essa paz que o mundo ainda não pode dar porque não tem, e

que somente Ele vos pode oferecer.Cantai, filhos e filhas, cantai como os mártires da fé, saídos dos calabouços na direção da arena e provocando estupefação nos grandes

dominadores da própria mesquinhez não controlada.Cantai hosanas.“- Ave Cristo! Os que vão viver a vida eterna Te homenageiam e saúdam!”.

Em nome de André Luiz, de Garcêz, de Eunice Weaver e dos trabalhadores desta Casa, nós vos abraçamos, exorando ao Senhor de nossas vidas que nos dê a Sua paz. São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre, Bezerra(Página psicofônica recebida pelo médium Divaldo P. Franco, no final da conferência proferida no G. Espírita André Luiz, no Rio, na noite de 21/08/97).

Tema da noite: vida de Eunice Weaver

Capítulo 56Aa damas do nascer do sol

Um dia, estando Divaldo a psicografar lá na Mansão do Caminho, colocou, como de costume, belíssima melodia no aparelho eletrônico, era o Requiem de Mozart. Escolhera esse trabalho que o encantava.

Nisso, enquanto o espírito comunicante, Victor Hugo, tomava-lhe as mãos no fenômeno da psicografia, ele, o médium, desdobrado, vê adentrarem no seu gabinete de trabalho duas encantadoras senhoras, desencarnadas, é óbvio. Uma aparentava sessenta anos, a outra um quarenta. Elas diziam:

“- Como gostamos desta música, ela atraiu-nos até aqui!”.

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SERGIO ROBERTO O. DOS SANTOS, 03-01--0001,
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A mais nova continuou a conversa mediúnica, contando ao médium que quando encarnada, morava no vale do Paraíba, próximo a uma cachoeira e, possuia muitos discos de música clássica; disse também que sempre pela manhã, após a prece que proferia, colocava uns daqueles discos de 78 rotações, à época grande novidade e moda, e, ficava à janela olhando a cachoeira lá longe... Nessas ocasiões pensava em Deus, na Sua Misericórdia, na brisa fresca da manhã, no por do sol, em crianças felizes correndo pelas praias, nas montanhas e nas flores desabrochando; enfim, em tudo de bom e belo que temos dentre nós...

Quase num coro as duas repetiam:

“- Diga aos homens e mulheres na Terra que os hospeda que se vistam de beleza, amem a vida, meditem sempre e reflexionem muito!”.

Março de 1998, novamente está o médium a psicografar. Desta feita música de Mozart envolve o ambiente de trabalho. De súbito, ei-las que retornam, esfusiantes de alegria pela música que as fascina...

Uma delas, então, dialogando com o médium, lhe diz estar muito preocupada com a filha, que deixara na Terra, jovem senhora, materialista, que em nada crendo após a morte, estava se deixando arrastar pela solidão, pelas paixões avassaladoras e perturbadoras, que tentam os incautos que por elas se deixam arrastar.

“- Hoje, continuava a desencarnada, pela madrugada irei conversar com minha filha enquanto dorme, pedindo-lhe que modifique sua conduta perante a vida, e, rogo a você, Divaldo, que amanhã pela alva, telefone-lhe contando-lhe sobre esta nossa conversa, a respeito da música de Mozart e de outros detalhes que lhe informarei... Será como que uma última advertência. Diga-lhe que estou” viva “, que não desgaste a saúde!”.

Pediu licença à entidade que psicografava, tomou de um papel e escreveu pelas mãos do próprio Divaldo, o nome, endereço e telefone da filha!

O médium emocionado, no dia seguinte, fez tudo quanto prometera àquela mãezinha preocupada, explicando à moça, ao telefone, sobre a Reencarnação, a Comunicabilidade dos Espíritos, Deus, a Imortalidade da Alma, e Jesus, nosso Modelo e Guia; além do que o recado da mãezinha desencarnada dava evidências da sobrevivência após a morte, contando-lhe fatos só das duas conhecidas. Divaldo convida-a também para uma conferência que proferiria na capital de São Paulo.

É claro que a moça não se convenceu nessa primeira conversa, que não se interessou, de momento, a assistir a nenhuma conferência espírita, ou a ler qualquer obra no gênero, mas evidentemente, aquela pequenina semente lançada, por certo ficou para conscientização num futuro próximo.

O que ocorreu, quando Divaldo ao terminar conferência no Estado de São Paulo, vislumbra dois olhos tais quais estrelas a lhe acompanharem com sofreguidão os ensinamentos do Cristo. Era a moça que encantada com o telefonema aceitara o convite de Divaldo para assistir a palestra.

Ah, o amor! Esse que nos faz vir de onde estivermos para abraçarmos, auxiliarmos, e afagarmos com toda ternura nossos afetos, nossos entes amados!

“O amor é substância criadora e mantenedora do Universo, constituído por essência divina. É um tesouro que, quanto mais se divide, mais se multiplica, e se enriquece à medida que se reparte” como nos diz Joanna de Ângelis no excelente livro Amor, Imbatível Amor.

E o amor mais uma vez se fez presente, pois o Dr. Bezerra de Menezes mandou-nos mensagem encorajadora pela mediunidade ímpar de Divaldo:

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Em 1998 no GEAL

“... Jesus toma conta de nós”.

Durante quase dois mil anos pedimos para que Ele desça até nós, a fim de atender as nossas imensas necessidades.

Hoje, meu filho, Jesus espera que vamos até Ele.

Rompamos os elos escravocratas que nos retém às paixões primitivas, vinculando-nos ao passado de sombras e de equivocações.

Transformemos as nossas dores em asas de Luz para podermos planar acima das vicissitudes.

Sabemos, os Espíritos, que vos amamos, das dores acerbas e das aflições que vos crucificam. Não somos alienígenas entre vós. Atravessamos os mesmos caminhos por onde agora transitais. Conhecemos as ciladas da sombra, as dificuldades da vereda, mas não podemos recomendar outra trajetória senão aquela que foi percorrida pelo Mártir do Gólgota, seguida pelo Apóstolo de Assis.

Cantai, quando as vossas dores se vos fizerem mais intensas.

Bendizei, quando vos deparardes afligidos, mas não afligentes.

Alegrai-vos por serdes lembrados pelo testemunho purificador.

Os triunfadores de um dia também abandonam a carcaça, que se decompõe, para enfrentar a consciência que desperta.

Bem aventurados sois, bem como todo aquele que ama e que entende que a experiência carnal, ao invés de ser uma viagem pela ilha do prazer e da fantasia, é uma experiência auto-iluminativa!

Não vos prometemos as ilusões que tipificam o Mundo.

Não vos acenamos com as glórias transitórias, mas afirmamo-vos: sedes fiéis e encontrareis a Vida em triunfo na qual a plenitude estará ao vosso alcance.

Filhos da alma porfiai no Bem, mantende-vos estóicos! Iluminai o lado-sombra que teima em predominar, e cantando um hino a Jesus, dizei que sois instrumentos para a Sua Vontade a fim de restaurar na Terra o primado do Espírito, alterando as estruturas do planeta nesse momento em que se anuncia a Era Nova, que se caracterizará, de começo, pelas grandes transformações.

Tende bom ânimo vós que sofreis.

Mantende a coragem vós que amais... E dando-nos as mãos avancemos.

Jesus espera-nos!

Que Ele nos abençõe nos guarde e nos dê a Sua paz.

São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre,

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Bezerra

Muita paz, meus filhos.”“.

(Mensagem psicofônica transmitida ao final da conferência proferida pelo médium Divaldo Pereira Franco na noite de 20-08-1998, no G.E.André Luiz, no Rio de Janeiro).

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Capítulo 57 Tenhamos tento!

"Em muitos relacionamentos o amor brota com espontaneidade e cresce harmônico. Noutros, no entanto, é conflitivo, atormentado, com altibaixos de alegria e de raiva, de ansiedade e medo, de hostilidade e posse...”.

Diz-nos a Benfeitora de todos nós, Joanna de Ângelis, no excelente livro da editora LEAL, "Amor, Imbatível Amor” à pág. 211.

Passou então, pela tela da minha memória, ao ler essas palavras, a recordação dos enfrentamentos, dos escolhos, das dificuldades que enfrentam aqueles que se tornaram tarefeiros da Era Nova, alvos de inúmeras vicissitudes desse teor.

O fato é que, irmãos equivocados que se sentem em carência afetiva, acreditam necessitar do contato físico, com esse ou aquele expositor; esse ou aquele dirigente de reunião mediúnica; desse ou aquele médium. Perturbando, perseguindo, envolvendo, aquele alvo de sua afetividade desgovernada, em vibrações de alto teor pestilento, devido à emissão que lançam.

Estejamos atentos se formos o receptor.

Tenhamos tento se estivermos sendo o emissor!

Perseguição essa no dia - a dia, pela Internet, em cartas, e-mails, ao término das conferências e palestras e, em muitos casos, naqueles momentos que precedem o sono que deveria ser reparador... Ofertando aos incautos que caem nessas armadilhas de lobos, descarga emocional negativa que via de regra, produz estados de saúde irreversíveis, no emissor e no receptor; verdadeira violência, imposta pelo"amor" desses irmãos egoístas e desavisados que não amam mas somente desejam...

Ontem, nos jornais e periódicos espíritas, liamos estarrecidos, críticas e malquerenças aos irmãos de ideal, num descalabro total...

Hoje, em nome do tal "amor", evocações mentais sórdidas, em sua maioria urdidas durante aquele período que antecede o sono, não sendo tributo de carinho, de gratidão, de respeito, e sim, fantasias e fome de estar com o "eleito", inúmeros problemas de grave monta causam.

Esse "amor", em verdade, é ataque imperceptível, sutil, das trevas...

Não que sejamos espiões do comportamento alheio... Mas essa perseguição alcança indiretamente, o Movimento Espírita, no qual estamos inseridos... Já que quando esses irmãos equivocados conseguem o intento, além de colocarem os médiuns em posição insustentável, muito mais fazem - denigrem não a Jesus, Kardec ou a Doutrina Espírita – mas a nós num "efeito dominó" incontestável!

DIVALDO FRANCO, NUM SEMINÁRIO BELÍSSIMO OCORRIDO NO ANO DE 1999, NA CASA DE ESPANHA, AQUI NO RIO DE JANEIRO, CONTOU-NOS A SEGUINTE PARÁBOLA ORIENTAL:

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“- Um dia moça sedutora e bela, instou, rogou, pedir à sua genitora, que era uma bruxa, para casar com um discípulo de Buda, que houvera escolhido o celibato e se dedicava a estudos idealistas de grande envergadura com seu guru”.

Como todos aceitavam a reencarnação, dizia a jovem que o rapaz, provavelmente, seria ele algum "antigo amor".

Então, devido aos sortilégios da magia infeliz, o discípulo à noite começou a sonhar com aquela jovem seminua, insinuando-se, dançando e convidando-o para o conúbio carnal. Envolto naquele encantamento, o moço suava e passava mal envolvido naquela emoção perturbadora.

Buda, no entanto, estava atento e, orando, fez com que o jovem discípulo acordasse.

Mais tarde chamou a moça e, com ela conversou longamente, convencendo-a ao trabalho dignificante, naquele templo de luz para auxiliar, ajudar, amparar aos que por lá passavam...

Tempos depois, o guru avisou à gentil senhorita que a considerava apta a casar com o rapaz, se assim os dois o quisessem, tendo ele que renunciar aos votos de castidade, ao que ela lhe respondeu:

“- Agora? Agora, eu o amo verdadeiramente! Quem ama, liberta a criatura amada. Não a prende em peias, nem em algemas de ferro. Respeito-o. Não necessito mais casar com ele, pois eu o desejava... Mas agora eu o amo”.

"Amadurecido pela experiência da personalidade e pelo equilíbrio das emoções, o amor proporciona bem-estar na espera sem ansiedade, e alegria no encontro sem exigências", ensina-nos Joanna de Ângelis, ao final do belíssimo capítulo, do citado livro.

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Capítulo 58 Carta na Internet

(Divaldo em Belo Horizonte em 2001)

Amigos recebi esta linda missiva que fala da importância das viagens que Divaldo Franco empreende. A missivista, a Sra. Silvania, mãe de uma criança especial, deixou claro que gostaria que a mensagem chegasse ao conhecimento de muitos. Por isso, com minha veia de repórter, interessada na divulgação da Doutrina Espírita em todos os instantes da minha vida, passo a carta que retirei da Internet, para todos os leitores, com o sabor da minha própria emotividade. Ela é mais ou menos assim:

“Ontem, 11 de março foi um dia marcante e inesquecível na minha vida. Novamente, eu estava um pouquito, um pouquinho triste, devido ao meu filho André Luís ter sido novamente, novamente, todo unhado no braço direito. Junto com as unhadas, haviam sinais de mordidas, o bracinho dele está roxo, como se ele estivesse sido paulatado. Havia me chocado e para falar a verdade, chorado um pouco. No momento que vi o braço dele, senti a impotência e o peso do sofrimento. Senti como tudo estivesse voltado... mas, meu Deus, sou espírita, não devo me abater, deixar-me levar por outras vibrações”.

Os amigos poderão questionar, mas é um grande defeito meu, querer sempre estar melhorando... Muito perfeccionismo da minha parte. Ainda desconheço aplicar em mim própria, a palavra mais linda do planeta: humildade. Um dia, com certeza, a conhecerei. O tempo não pode me roer, o tempo deve é me ensinar a tudo superar, é, me ensinar a viver e reviver todas as situações, por mais doloridas que se apresentem.

No fundo seria eu, eterna criança que não soube amadurecer? E, onde estaria eu, colocando os equívocos do passado? Eles estão a cada instante, sendo visualizados pelas atitudes da sociedade, da vida, dos meus filhos.

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Na verdade, para a progressão do André devo ser sempre forte, tenaz. A fraqueza não deve fazer parte do meu vocabulário. Tenho tantos planos para a educação, pois sou uma educadora. Tenho plano para a minha religião, filosofia de vida e conhecimento, pois, louvado seja Deus, sou espírita. Tenho plano para minha maternidade, pois sou mãe. Tenho plano para os meus irmãos em Cristo, pois tenho muito a plantar, cultivar e colher.

Por que estava eu a chorar, a desvairar? Como questionar a Obra Divina? O bracinho do Dedé está em estado terrível. Não deveria eu reagir, e sim, agir imediamente. Agir imediatamente! Passei um bilhete para a escola e pedi providências. Diretora, supervisora, orientadora, professoras, e todas as outras "oras" haviam nos ligado, a mim e ao Juca, meu marido... Juraram, prometeram, e não sei quantos "ram" a mais, foram ditos ao telefone.

A emoção já está passando. O equilíbrio volta a minha cabeça. Seria somente passar mercúrio no braço do Dedé; ele adora mercúrio, pede para ter mercúrio, pois sempre se lembra do dedo massacrado em uma outra escola.

Se nossos governantes cuidassem mais de nossas crianças especiais, todos teriam mais espaços, mais atendimentos terapêuticos, mais cortesia educacional, mais sabor de maçãs em suas merendas... Mas para isso ocorrer, o amor precisa pulsar, é preciso chuva para florescer. Não conseguiremos isto da noite para o dia! A luta deverá ser constante, contínua e, às vezes, árdua. Cada um de nós faz a sua história...

Deixando reflexões dos quês, dos porquês, a vida está ÓTIMA, pois embora, tendo o baque, o André está inteirinho e os arranhões, as mordidas, as agressões, inclusive as espirituais, saram.

Estamos agora orando pela criança que o agrediu.

Divaldo Pereira Franco chegou em Belo Horizonte para uma palestra, falará sobre Reencarnação.

Graças a Deus e, à Espiritualidade Superior estava, novamente, como sou constantemente, tentando ser feliz e equilibrada. Meu marido levou-me para assistir a palestra. Infelizmente ele não pôde entrar. Todos os convites distribuídos para a fala do Divaldo estavam esgostados, (cerca de 6000 pessoas num espaço que comporta 4.500 pessoas!).

Nem é preciso dizer que Joanna de Ângelis inspirou o médium! Que a Mãe de Jesus estava presente em seu Amor, que Nosso Senhor havia mandado os mais meigos e fervorosos espíritos de luz para ajudar o nosso amigo do coração.

Divaldo como sempre, estava insuperável. Sua conferência foi maravilhosa e precisa, nos recados espirituais. Ao finalizar a palestra, dei um tempo e esperei para comprar um livro do nosso amigo e assim, além do autógrafo, ter aquela convivência amiga, aconchegante... Acabei comprando dois, que valiam o preço de um. Assim eu teria, portanto, mais um tempinho com ele. Tudo que eu planejei estava dando certo. Entrei na fila de autógrafos e cheguei perto dele e, lhe fiz a pergunta que tinha planejado fazer. Anteriormente, ele nos houvera recebido, a mim e a todos os companheiros, com sorriso encantador no semblante.

"- Divaldo, quando você escreverá um livro de terapias para as mães de crianças especiais?".

Naquele momento estava muito emocionada, característica de qualquer ser humano. Emocionada e feliz pela oportunidade que Jesus havia me dado. A resposta veio simples e objetiva. A essa altura, já sabia inclusive meu nome e, com sua memória fantástica, chamou-me por ele.

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"- Silvania, minha amiga. Não é preciso escrever livros para mães de crianças que estão especiais. Elas já são os livros, são pessoas escolhidas, privilegiadas; são missionárias. Não se escrevem livros para missionários. Eles que escrevem livros para todos nós”.

O autógrafo terminou:

"- Obrigada Sr. Divaldo”, disse timidamente, estava engasgada e já chorava. Lógico, como não? A amiga sentada ao lado dele, pegou uma rosa vermelha e ma entregou. Abracei-me a ela. Não nego que queria um acalento...Mas se quisesse este acalento somente para mim, não tornaria a sua mensagem e minha vivência junto do médium, publicada, já que "tudo que se coloca na Internet se torna público", como diz um amigo, o Albino, da lista do meu catálogo de endereços da Internet. Naquele momento, quando fiz simples pergunta, estava pensando em todas as outras mães especiais que conheço, dos que me comunico pela tal lista, nos pais dedicados de crianças outras. Todos que conheço da creche, todos que conheço pela vida.

Confirma-se, através do grande médium, a mensagem única para todos que se dedicam às crianças especiais. Divaldo Pereira Franco, conhecido internacionalmente, com vários livros psicografados, escritos e doados para grande obra - a "Mansão do Caminho" que promove cerca de 3090 crianças e jovens, confirma também a mensagem da Doutrina Espírita.

Divaldo ainda adiantou:

"- Amiga, seja feliz na sua missão de amor. Você é privilegiada pela Obra Divina”.

Ou seja, amigos pais, amigas mães, amigos terapeutas, amigos dedicados à causa da criança especial, vocês são privilegiados pela grande Obra Divina. Fiquei a pensar na sua captação mediúnica, o quão intensa ela é. Ali, naquele contexto, eu poderia ser a mãe, como também poderia ser: a médica, a fono, a fisio, a pedagoga, a interessada no assunto... Mas ele captou que eu era a mãe.

Amigos, esta mensagem não tem cunho totalmente pessoal, tem um cunho distributivo, tem cunho esclarecedor. É como se a Espiritualidade Superior, através daquele médium, mandasse um recado para todos nós:

“- Continuem no seu burilamento especial, na sua renúncia, no seu engrandecimento junto do seu (sua) filho (a) amado (a) e terão glórias na Pátria Espiritual!”.

Que esta mensagem possa ser lida por todos aqueles que estão envolvidos neste processo de amor. Acho que não é preciso dizer mais nada. Quanto a mim, estou lindamente bem. Que Deus lhes abençoe para todo sempre.

Peço perdão para aqueles, da lista de amigos da criança especial, que não gostarem de receber esta mensagem por não serem da mesma denominação religiosa que nós. Ela é de incentivo.

Abraços de muita paz,

Silvania

Amados leitores, então mandei para Silvania, por um amigo comum, de Volta Redonda, esta mensagem do Dr. Bezerra de Menezes, obtida no ano de 2000, através Divaldo. Durante aqueles enriquecedores dias de aprendizado, perfumes espirituais, por várias vezes, foram sentidos pelos companheiros presentes. Num desses momentos, chegou-nos à mensagem de esperança e incentivo que o Dr. Bezerra de Menezes nos ofertou:

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O Espiritismo, meus irmãos, é a luz que verte do Alto na grande noite da Humanidade, para nos apontar o caminho na escuridão.

O Espiritismo é Jesus de volta aos nossos corações, que nos vem convidar a reflexões muito profundas a respeito do que somos - Espíritos imortais - de como estamos - corpos transitórios - e para onde vamos - na direção da pátria espiritual, conscientizando-nos que a lei que deve viger em todas as nossas atitudes é a lei de amor. Este amor, porém, que é lei natural e está em todo o Universo, porque é a lei do equilíbrio.

Quando, realmente, nos deixarmos penetrar pela proposta de Jesus, quando legitimamente nos permitirmos mimetizar pelo Seu dúlcido olhar, feito de misericórdia e de compaixão, uma nova conduta se estabelecerá em nossas vidas, e aprenderemos, por fim, a seguir com equilíbrio pela estrada libertadora.

O Espiritismo, anunciado pelo Mestre, chega na hora predita para atender o rebanho aturdido que, tresmalhado, aguarda o cajado do Bom Pastor. Ele veio, meus filhos, e convocou-nos a uma nova ordem de pensamento e de conduta. A Sua voz, de quebrada em quebrada, chegou até estes dias,

para que tivéssemos um roteiro de segurança, para não mais incidirmos ou reincidirmos nos delitos a que nos vinculamos.Da primeira vez, iludidos, fascinados, atormentados, deformamo-Lhe os ensinamentos, adaptando-os aos nossos interesses escusos. Mas Ele não

cessou de nos enviar embaixadores encarregados de recordar-nos Seu amor inefável até quando Allan Kardec nos trouxe, desvelado, o Evangelho para vestir nossa alma com a luz mirífica das estrelas.

Tenhamos cuidado com a prática espírita! O Consolador não se deterá, mesmo que os homens coloquem pelos caminhos impedimentos à sua marcha, dificuldades ao processo evolutivo,

porque Cristo vela!O Espiritismo, meus filhos, é doutrina dos Espíritos para os homens. Espíritos, por sua vez reencarnados, comprometidos com a instalação na Terra

do reino do amor, da justiça e da caridade.Tende tento!Meditai profundamente na palavra de ordem e de razão que deflui do Evangelho vivo e, se por certo, estais sendo chamados para o rebanho,

esforçai-vos para atender ao convite, e lutai até o sacrifício para serdes escolhidos.Recebeis farta messe de luz; distribuí-a pelo mundo estróina.Sois aquinhoados com o conhecimento libertador, passai-o adiante através da voz eloqüente dos vossos atos e pela palavra austera dos vossos

sentimentos.Jesus espera! Como nós confiamos Nele e Lhe pedimos apoio, Ele confia em nós, e nos pede fidelidade.Os Espíritos amigos, vossos anjos guardiães e companheiros de jornada, aqui estão para sustentar-vos nos testemunhos, para dar-vos força, para

que possais vencer com idealismo, de maneira estóica.Não adieis o momento de ajudar, não procrastineis a hora de servir e, integrados na falange do bem, cantai, cantai ao Senhor, mesmo que lágrimas

escorram pelos vossos olhos e dores macerem vossos corações. Cantai um hino de júbilo e de liberdade, demonstrando que na cruz os braços estão abertos para afagar, dando testemunho que pode aquilatar o valor

de quem ama.Que o Senhor de bênçãos vos abençoe, e que a paz prossiga convosco, suavizando vossas lutas e dores!São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre,Bezerra

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(Mensagem psicofônica obtida pelo médium Divaldo Pereira Franco, ao término da conferência pública no Grupo Espírita André Luiz, no Rio de Janeiro, na noite de 24 de agosto de 2000).

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Capítulo 59 O perfume de Divaldo

Aqueles que privam da companhia do médium sentem no ar, um perfume singular, que a todos impregna e faz com que, balsamizados nos sintamos corajosos, esperançosos no envolvimento dessa fragrância. É a presença dos Bons Espíritos.

O fato não é inusitado. O fenômeno se chama: olorização.

Os Espíritos Benfeitores aliam ao fluido universal, o fluido do médium, e, o deles próprios, propiciando aromas encantadores!

O éter como é um éster torna-se veículo para que se sinta no ar perfumes de violetas, rosas, jasmins, cravos, e, até de hortelã e menta em alguns casos, como ao tempo do médium Staiton Moses.

O fato foi estudado na “Enciclopaedia of Psychic Science” pelo pesquisador Nandor Fodor que afirma que ainda se desconhece os íntimos mecanismos através dos quais são produzidos os perfumes espirituais.

Daniel Douglas Home, um dos médiuns mais investigados na Europa, tinha o poder de extrair o perfume das flores, espargindo-o, depois, sobre os que participavam da sessão. De uma feita, usando um maço de flores, separou perfume em duas partes distintas: uma tinha o cheiro de terra, a outra era adocicada.

Conta-se que Staiton Moses emanava perfumes líquidos e oleosos do alto de sua cabeça. Alternando-se entre o almiscar, a verbena e o feno recém cortado. Além do de rosas que a todos inebriava.

No dia quatro de julho de 1874, estando ele sentado num banco de jardim, em Londres. Sentiu cheiro forte de menta. Passou a mão pelos cabelos e lá estava o fenômeno ocorrendo.

E que não dizer do nosso Chico Xavier e de Júlio Cezar Grandi Ribeiro, contemporâneos nossos, que também o produziam quando encarnados?

Por várias vezes, quando da presença de Divaldo o fenômeno ocorre; a água posta à mesa fica com odor delicioso! Depois que todos dela se servem, guarda-se o que restou, em frasco de vidro que, por vários meses, na geladeira, conserva a fragrância inicial! E a tolha que veste a mesa, até ser lavada, também fica impregnada.

Esses fenômenos não são elaborados para satisfazerem a curiosidade dos circunstantes, com bem se vê. São utilizados para curas como é lógico, se subtendem. Acredita-se que os Benfeitores procedem a um trabalho de esterilização do ambiente, através dos aromas identificados. Os perfumes funcionam como medicação.

E nós oramos aos Mensageiros Celestes, que continuam dispensando a todos nós suas bênções e messes de amor, para que dedicado como sempre, Divaldo Franco seja instrumento fiel do Senhor Jesus entre nós como o foi na mensagem psicofônica obtida no ano de 2001:

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Meus filhos,

O Evangelho de Jesus tem regime de urgência, já não podemos postergar a vivência da palavra do Senhor.

Ouvimo-la.

Anotamo-la. Registramo-la na memória e não obstante conduzimos os passos muito distantes do cumprimento do dever. Convidados pelo Mestre no momento histórico mais grave da sociedade, imolemo-nos por amor! Já não temos as arenas onde as feras e gladiadores nos ceifavam a vida física. Já nos não empalam nem nos põem na roda trucidando nossas carnes. Já não somos atados a madeiros que se transformam em fogueiras vivas cujas chamas se transformam em fumo e apagam a claridade das estrelas, mas nos encontramos em um campo de batalha muito mais severo, muito maior, que é o mundo. As feras ululantes e vigorosas estão dentro de nós: sanguicedentas umas, apaixonadas outras, atormentadas e atormentadoras as demais. Mantenhamo-nos em fidelidade com o Senhor sem nos preocuparmos com os ouropéis das fantasias terrenas. Que nos acusem de seguidores de Cristo para que nossa consciência alegre-se pelo galardão de servi-Lo. Que nos apontem como místicos ou piegas longe das cátedras de cultura vazia e de intelectualismo perturbador e tenhamos a satisfação infinita de estar desobrigando-nos dos nossos deveres. A Doutrina Espírita é um amanhecer. As suas claridades lógicas, racionais, luminíferas, diluem a sombra da ignorância, mas o sol de amor de que se investe derrete o gelo das nossas emoções para que seja possível, em perfeita harmonia, o nosso desenvolvimento intelecto-moral, propiciando-nos sabedoria. O conhecimento pode ser considerado como a grande horizontal das conquistas humanas, mas o Amor é a grande vertical que nos ergue na direção do infinito para sintonizar-nos com Deus. Filhos da alma:- não mendiguemos as coisas transitórias, busquemos a verdade que liberta;- não nos escravizemos às paixões que confundem, abrasemo-nos com o amor que nos sublima;- não lutemos pelas quinquilharias que ficam, laboremos pelos tesouros invioláveis do dever, da paz e da honradez que seguem conosco para todo o sempre. Jesus nos aguarda, meus filhos! O Espiritismo é uma ciência filosófica-ético-moral-religiosa que decifra os enigmas existenciais e dignifica a vida porque torna nobres aqueles que se lhe vinculam. Hoje é o nosso dia de nos libertarmos das marcas do passado perturbador, vencida a morte pela Vida, vencei os tormentos da retaguarda perturbadora e tomados pelo espírito do Cristo, sintonizai com Ele para que desçam até vós as Suas Misericórdias, penetrando-vos e tornando-vos discípulos legítimos do seu coração, ensinando àqueles que estão ao vosso lado, brandura, cordialidade e amor, conforme Ele a todos nos tem ensinado. Ide em paz, mergulhados na psicosfera do Amor, vitalizados pela esperança do triunfo sobre a inferioridade, e vestidos pela luz da Verdade, para que nenhuma sombra se agasalhe em vossos corações. Nós, em nome dos espíritos-espíritas, que aqui estão, desejamo-vos paz e plenitude. Com carinho paternal, o servidor humílimo de sempre, que vos abraça com ternura,BezerraMuita paz, meus filhos.

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Mensagem psicofônica obtida pelo médium Divaldo Pereira Franco, na noite de 16 de agosto de 2001, ao término de conferência, no Grupo Espírita André Luiz, no Rio de Janeiro.

Capítulo 60Katy Meira entrevista Divaldo Franco sobre o Summit Nova Iorque

Desta vez o cenário não é a bucólica Roosevelt Island, nem a agradável sala de estar de Glória Vetter. Lá estava eu na esquina da quinta avenida com a trinta e quatro "street", bem ao lado do "Impire State Building". Eram três e meia da tarde, um trânsito de louco, início de feriado, céu azul de um verão pálido de muitas chuvas e pouco calor.

Era o dia 1º de setembro, Divaldo estava voltando ao Brasil, depois de alguns dias de intimidades com a O.N.U.. Glória Vetter o transportava para o aeroporto. O carro parou e eu misturei minha alegria aos sorrisos de Glória e Divaldo.

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Divaldo era só felicidade e não é para menos. A entrevista estava combinada, eu ainda disfarcei alguns sinais fechados, mas não agüentei, de gravador em punho perguntei: Podemos começar a nossa entrevista?... Então, aí está para todos vocês, diretamente de Manhattan engarrafada, nos caminhos do aeroporto J.F.K, também engarrafados, algumas das experiências de Divaldo Franco na O.N.U.

Eram tantas as perguntas que vinham a minha cabeça... Eu queria saber se era a primeira vez que ele era convidado da O.N.U., o que ele achou, se era a primeira vez que havia um representante da Doutrina Espírita... Foi quando optamos para que ele falasse tudo o que ele quisesse:

“No mês de julho, eu recebi um convite muito singular. Tratava-se de uma proposta feita pelo senhor Bauer Jain, e o convite, estava encimado por Cúpula do Milênio de Líderes Religiosos e Espiritualistas. Neste convite falava-se que haveria uma reunião na O.N.U., trazendo todos os líderes religiosos do mundo, para que fossem debatidos problemas sobre a guerra e a paz”.

Era a primeira vez na história da humanidade, que se iriam reunir os representantes de todas as religiões e, desta forma, ele tinha o prazer de convidar-me para participar também.

Acompanhava o convite um questionário no qual estavam os quesitos básicos: Qual era a religião, como deveria ser tratado, se necessitava de assistência policial especial, além daquela que o hotel dispensava, se se tratava de escritor, no caso afirmativo, pedia que mandasse alguns livros e que a resposta fosse acompanhada com uma breve biografia e uma página a respeito da paz.

Respondi imediatamente. A resposta era direcionada ao senhor Joe Mail. Graças à Glória (Vetter), por insistência continuada dela, viemos, a saber, que a documentação não chegara, fiz uma nova remessa, que também não foi recebida. Só na terceira vez, através de e-mail, à senhora Schaffir, é que nós conseguimos a inscrição.

A reunião foi aberta no dia 28 de agosto, na sala da Assembléia das Nações Unidas. Naquela oportunidade foram realizados vários espetáculos de arte, começando por japoneses, apresentando o espetáculo dos tambores, alguns líderes religiosos enunciaram orações e no dia seguinte é que as atividades tiveram real começo, com uma conferência do Secretário Geral das Nações Unidas e logo depois as palavras de Bauer Jain. Então começaram os discursos.

Esses "Summit" do milênio tinham como metas:

1º Convidar todos os religiosos para trabalhar em favor da paz, porque a guerra não se justifica. Os líderes políticos de alguma forma falharam, porque defendem os seus interesses nacionais. E como os religiosos estão em diferentes países, vinculados pela mesma denominação, isto seria mais factível.

2º Estudar os problemas da pobreza, que é um dos fatores que leva à violência da guerra.

3º O meio ambiente - a defesa ambiental.

4º Cuidar da infância, que é a grande vítima das guerras, a infância e as mulheres. Noventa por cento das vítimas da guerra são crianças, idosos e mulheres.

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------A partir daí começamos a ouvir a palavra dos delegados das religiões majoritárias. Estiveram presentes 752 delegados com os seus acompanhantes, quase duas mil pessoas. Estavam 72 países diferentes e 15 religiões, podíamos destacar as religiões majoritárias como Induísmo com um bilhão de profitentes, o Cristianismo com um bilhão, depois o Budismo, o Jainísmo, o Judaísmo etc., estavam também como religiões o Confucionismo e outras doutrinas do Oriente, especialmente o Budismo Tibetano, o Budismo Chinês, graças à grande problemática entre o Tibete e a China, o que impediu a presença do Dalai Lama.

Todos os representantes fizeram abordagens profundamente confortadoras, mostrando o grande erro do sectarismo.

O sectarismo, a intolerância tem sido, os grandes responsáveis pelas guerras inter-religiosas.

A nova proposta é de que todas as religiões têm por base Deus, a imortalidade da alma, a justiça divina, torna-se necessário que todos os líderes se apóiem no amor e tenham sempre em mente a reconciliação, em outras palavras, o perdão.

Todas as religiões sofreram perseguições e guardaram seqüelas, quando tiveram as suas oportunidades revidaram, o que sempre é um erro.

Desde os Judeus, aos Induístas, aos Jainistas, aos Tibetanos, aos Cristãos, aos Indígenas.

Os Espíritas, embora como delegados, éramos: Eu, o Presidente da Federação Espírita Brasileira, o Secretário Geral do Conselho Espírita Internacional, não estávamos no programa, porquanto o Espiritismo estava como Cristianismo e, como estava presente o representante do Papa, que leu uma mensagem de sua Santidade o Papa João Paulo II, nós ficamos embutidos com as demais denominações cristãs...Mas havia exceções para as Igrejas Ortodoxas Armena e Russa, que vieram como representantes e tiveram acesso à palavra.

Quando as conferências foram transferidas para o Hotel Waldorf-Astoria, foram discutidos os temas básicos em salas especiais. Nesta oportunidade, nós elegemos a sala que discutia o problema da pobreza e então tivemos acesso à palavra, por três minutos.

Mostramos, como uma das técnicas para acabar com a pobreza, a educação, conforme Allan Kardec recomenda em O Livro dos Espíritos. Porém educação integral, não a educação que apenas dá informações, que transmite notícias e que dá instrução, mas aquela educação que forma o indivíduo, que o moraliza e que lhe dá uma consciência de responsabilidade para com a vida, perante si mesmo, perante Deus, conseqüentemente a natureza.

As reuniões transcorreram em clima de muita paz, sem incidentes, alguns momentos de exaltação do representante do Nepal, que se sentia discriminado, dos líderes Indígenas, que se diziam ainda vítimas do imperialismo das doutrinas ortodoxas que lhes quiseram impor os seus deuses, mas que foram habilmente contornados. Tratando-se da primeira experiência, ficaram decididas as seguintes programações:

1ª Criar-se junto a O.N.U., um comitê de líderes religiosos em favor da paz.

2ª Realizar-se um segundo "Summit" dentro de dez anos, quando se teria oportunidade de amadurecer as experiências.

3ª As propostas apresentadas por escrito seriam sintetizadas em um documento que deverá ser encaminhado a todos os Governos da Terra, a partir de Janeiro de 2001, para ver se dessa forma se poderá influir em favor da paz mais duradoura.

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4ª Os líderes religiosos comprometem-se a trabalhar em favor da identificação entre as diferentes religiões, portanto, entre os seus fiéis, e também interferirem fortemente quando se apresentarem ditaduras, se apresentarem idéias perversas, porque as guerras não são formuladas por diferenças entre as nações, mas por opiniões de pessoas psicopatas, apaixonadas que invariavelmente tomam conta do poder.

5ª Pedir à O.N.U. que não mais aplique sanções a países, porque os governantes ficam isentos dessas sanções e o povo é que sofre a miséria, a doença, a pobreza.

6ª Fazer um trabalho em favor da infância e da mulher, com graves resoluções objetivando a defesa da criança.

Nesse momento transita uma proposta na O.N.U., para que não se forneçam armas a crianças, fazer exércitos de adolescentes, que as guerras somente possam convocar pessoas maiores de dezoito anos, isto porque recentemente nas lutas da África, crianças de dez anos são preparadas para matar.

Depois, fazer-se um serviço internacional para acabar-se com as armas nucleares, biológicas e químicas. E, nós sugerimos, primeiro, desarmar os indivíduos, porque não importa que se acabe com o armamento no qual se gasta uma fortuna incalculável, mas desarmar as pessoas, para que se unam mais, para que se ajudem e para que contribuam em favor de um mundo melhor.

O encerramento foi no dia 31/08/00, à noite, com preces, com cantos e particularmente com um Hino de exaltação à natureza.”“.

Depois deste resumo rico, fiquei eufórica – porque, quando os delegados Espíritas, optaram pela sala que falava da pobreza e lá puderam falar... Não resisti e perguntei: Divaldo, o que você falou?

“Eu procurei demonstrar que o maior inimigo do indivíduo é o egoísmo e que o egoísmo de um era a dor da miséria de milhões. Que a riqueza do mundo está detida em 10% dos indivíduos e que 90% da humanidade é pobre ou miserável, mas concomitantemente procurei dizer que o egoísmo é o gerador da ignorância e a ignorância é um dos grandes males da humanidade. O antídoto para o egoísmo e ignorância é a educação com valores éticos, não apenas a instrução em si, mas aquela educação de natureza moral, uma educação que tenha efeitos religiosos. Demonstrar ao indivíduo que a sua permanência na Terra é sempre curta, por mais longa que seja, ela é sempre breve e a herança que ele deixa são seus atos. Daí a miséria que existe no mundo é resultado desses fatores, o egoísmo, a ambição de uns em detrimento de todos e a ignorância que viceja como o agente dominador de consciência e que o Espiritismo, igualmente como todas as doutrinas religiosas, apresenta a solução da educação dos valores humanos com”. Responsabilidade humanitária ““.

É sempre difícil desligar o gravador, mas resta-nos a certeza de que ele será religado sempre que as oportunidades aparecerem, os cenários poderão ser os mais diversos, mas isto dá um certo charme à entrevista.

Como estudante da Doutrina Espírita estou em júbilo com a oportunidade ímpar de Divaldo Franco ter podido falar o que a nossa Doutrina demonstra e sugere há 143 anos.

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------O que hoje o Órgão máximo da união e paz entre as Nações buscou e encontrou, está contido, de forma concentrada, nas respostas às perguntas 913 e 914 de O Livro dos Espíritos. Sem poder deixar de falar que ainda neste livro temos a solução do problema, na resposta à pergunta 919 – Conhece-te a Ti Mesmo. É Kardec mais atual que nunca!

Todos nós observamos que nesta Nova Era, o Homem está querendo religar-se ao Pai. De todos os cantos do mundo vem esta confirmação...Mas para isto é indispensável nos educarmos, erradicarmos o amor excessivo ao bem próprio, sem consideração aos interesses alheios, termos consciência de quem somos para podermos nos amar melhor, para podermos verter este amor ao próximo, como nos foi ensinado pelo nosso Mestre e confirmado por Kardec em "Espíritas, amai-vos e instruí-vos".

São momentos como estes que nos fazem sentir a presença constante Daquele a quem seguimos, o Seu "consolo" e a certeza que estamos no Caminho, encontrando a Verdade e descobrindo a Vida.

Ao Divaldo o meu mais sincero obrigada e a vocês que lêem este texto a minha saudação feliz, por poder dividir com vocês este grande acontecimento para todos os povos e para todos os credos.

"Não turbe o vosso coração, credes em Deus, crede também em mim (...) vou preparar-vos o lugar”.((...) João 14; 1,2).

Paz!Katy Meira

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Capítulo 61

Monografia enviada por Divaldo à O.N.U.

A paz vem de Deus

Herança do primarismo, que ainda predomina em a natureza humana, a guerra é vestígio de barbárie que necessita ser extirpada da Terra.

Quando acossado, esfaimado ou atormentado pelo cio, que lhe faculta a procriação, o animal ataca e mata.

O ser humano, no entanto, preservando essa herança ancestral, também se faz agressor do seu irmão, vitimado por fatores de profunda perturbação emocional, mental, social, econômica, religiosa, étnica, cultural, demonstrando que ainda não se identificou com Deus, ou se O conhece, o seu relacionamento é superficial ou fanático, não lhe havendo permitido uma perfeita sintonia com a paz que dEle se irradia, e que deve estender-se por todo o mundo.

A paz é resultado da Lei natural – o amor - que vige em toda parte no Universo.

Quando o sentimento de amor, que se encontra na base e na estrutura de todas as Doutrinas religiosas, se apossa dos sentimentos humanos, espalha-se e dirige todas as formas de comportamento, gerando saudável intercâmbio entre as criaturas, que se ajudam reciprocamente, contribuindo para a felicidade umas das outras, evitando qualquer tipo de relacionamento agressivo ou belicoso.

No entanto, porque o desenvolvimento intelectual do ser humano não se fez acompanhado daquele de ordem moral, homens e mulheres, grupos sociais e Nações, ainda não conseguiram libertar-se da constrição do ego, que se lhes torna verdadeiro algoz, propelindo-os para a alucinação preconceituosa de falsa superioridade, que se destaca na conduta social, religiosa, econômica, racial, patriótica e espiritual, impulsionando essas suas vítimas – do egotismo - na direção das calamidades destrutivas, quais as perseguições inclementes que culminam nas guerras hediondas.

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------Esse egoísmo avassalador é responsável pelo nascimento e crescimento do poder impiedoso que se apresenta na economia pessoal, nacional e internacional, fomentando a miséria de outros indivíduos e povos que lhe jazem sob o domínio insensato e perverso.

Enquanto acumula fortunas incalculáveis, que somente podem ser mensuradas através de equipamentos de tecnologia avançada, centenas de milhões de outros indivíduos estorcegam na miséria, sem a menor dignidade humana, experimentando a fome, a desolação, as doenças pandêmicas e dilaceradoras variadas e a promiscuidade de toda natureza, havendo perdido, inclusive, o direito de existir... Esses bolsões de miséria econômica, que proliferam mesmo nos países supercivilizados, constituem cânceres em desenvolvimento no organismo social, que terminam por degenerar, mais cedo ou mais tarde, a sociedade como um todo, ameaçando a própria vida inteligente na Terra.

Isto porque, os seus gritos de dor e de angústia, mesmo que abafados pelo estardalhaço das paixões desgovernadas naqueles que os oprimem, terminam por alcançar-lhes os ouvidos da alma, atormentando-os e produzindo neles a consciência de culpa, pela responsabilidade que lhes diz respeito nesse clamor resultante do desespero que envolve o planeta em que habitamos.

Ninguém pode ser feliz a sós, ou apenas no seu grupo de fantasia e prazer, porquanto, embora a fortuna em que se refestela, não se pode evadir da presença interna de Deus, exteriorizando-se como libertação da anestesia do desinteresse pelo próximo; das enfermidades, que fazem parte do programa existencial do ser biológico e se encontram ínsitas na fragilidade orgânica; dos conflitos de natureza psicológica; dos desvios do comportamento mental; da solidão; da frustração e da falta de objetivo existencial, que se faz reconhecido como um vazio interior.

O ser humano foi criado por Deus para a glória estelar. Transitando pelas paisagens terrestres, onde desenvolve as potencialidades interiores que são herança divina nele insculpidas, tem por missão melhorar o mundo, que lhe serve de escola, promovê-lo, intercambiar valores morais, culturais, artísticos, tecnológicos e espirituais, trabalhando para a aquisição da paz interna e da plenitude, que deverá espalhar em volta dos passos, propiciando-as a todos que o seguem na retaguarda.

A Humanidade cresce, etapa a etapa, em razão das conquistas ancestrais, que passam de uma a outra geração, sempre enriquecidas pelas experiências de engrandecimento e de sabedoria. Nesse ministério incessante, muitos homens e mulheres se permitem sacrificar: uns na abnegação, outros na pesquisa incessante, outros mais em holocaustos pelos ideais que esposam e são prematuros, portanto, inaceitáveis nos seus dias, abrindo espaços para a sua implantação no futuro... De Sócrates, incompreendido e sacrificado, a Jesus-Cristo, perseguido e assassinado, a Gandhi, a Marthin Luther King Junior, vitimados pela loucura da perversidade, disfarçada de preconceitos e hediondez, o fenômeno criminoso se repete, ameaçando as estruturas sociais e culturais, em vãs tentativas de impedirem que sejam eliminados o sofrimento e a desgraça social e econômica na Terra. Assim mesmo, lentamente embora, as criaturas vêm crescendo espiritualmente e aprendendo a respeitar o pensamento e a ação dos missionários do Bem e do Amor, que se convertem em vexilários da paz e da fraternidade entre os povos, promovendo as criaturas humanas individualmente e a sociedade como um todo.

Dessa forma, quando todos os religiosos se unirem nos fundamentos essenciais das suas diversas Doutrinas – Deus, imortalidade da alma, justiça divina, amor, fraternidade, perdão e caridade em relação ao seu próximo - esquecendo as pequenas diferenças, que decorrem das interpretações e exegeses, haverá o desarmamento interior dos indivíduos e, conseqüentemente, o entrosamento de todos, dando surgimento a um só bloco de seres humanos, harmônico e compacto, materializando o ensinamento de Jesus: Um só rebanho e um só Pastor, que será Deus, não importando o nome que se Lhe atribua, ou a forma sob a qual seja venerado.

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Para que esse desiderato se faça alcançado, torna-se urgente a erradicação da miséria moral e as suas conseqüências imediatas: a social, a econômica, que vitimam e enlouquecem quase três quartas partes da Humanidade.

Os governos compreenderão, por fim, que se torna uma necessidade de emergência a elaboração de programas de salvação, como a educação, a saúde, o saneamento de regiões infestadas, o trabalho digno, sem a utilização de mão de obra escrava, a recreação e os cuidados especiais com a criança, trabalhando-a moralmente, como medida preventiva, para que se evite o surgimento no futuro de cidadãos perversos e vingadores. Porquanto, tudo aquilo que a sociedade no momento negar aos seus coevos, eles o tomarão logo possam pela violência, quando as circunstâncias lhes permitirem.

Educar, portanto, as novas gerações, dignificando-as, é terapia moral que prevenirá o porvir das calamidades que hoje assolam as ruas das pequenas e grandes cidades do mundo, das aldeias ou das megalópoles que se tornam, a cada dia, mais vítimas de insuportáveis agressividades e violências, transformadas como se encontram em palcos de guerras urbanas, embora vicejando a paz...

Por outro lado, o trabalho de conscientização política dignificadora, que os religiosos do mundo poderão empreender, evitará que personalidades psicopatas e extravagantes, portadoras de programas de extermínio e de crueldade, se apossem do poder e repitam as tragédias de canibalismo, de genocídio, de vandalismo, de guerras cruéis e ininterruptas, conforme vêm acontecendo.

O indivíduo religioso e espiritual tem o dever de descobrir que a sua vida somente tem um sentido: servir à Humanidade. E nesse mister, é convidado a empenhar-se para alterar o contexto da sociedade em que vive, mesmo que lhe seja necessário o sacrifício como forma de extirpar do mundo o crime, as agressões, o fanatismo de qualquer expressão, fomentadores das pequenas e grandes guerras que espocam diariamente em toda parte.

As tensões sociais e humanas, conseqüentemente desaparecerão, quando as criaturas se desarmarem e se amarem, se derem as mãos e intercambiarem os sentimentos de solidariedade e de amor, porquanto essa é a recomendação de Krishna, de Moisés, de Buda, de Lao-Tseu, de Jesus-Cristo, de Mahomé, de Lutero, de Allan Kardec, de Baha-ú-la e de todos aqueles que trouxeram para a Humanidade a Mensagem libertadora do PAI CRIADOR, em favor de todos os Seus filhos, portanto, irmãos entre si.

Com esse propósito no imo dos sentimentos e da mente racional e lúcida, desaparecerão os focos de atritos, de paixões religiosas, de dominações políticas arbitrárias, de perseguições de todo jaez, e a paz lentamente estenderá o seu psiquismo de harmonia nos indivíduos, nos grupos sociais, nos povos e em todas as Nações da Terra.

Salvador, Bahia, Brasil, 10 de julho de 2000.

Divaldo Pereira Franco – Espiritista (*)

(*) – Profitente da Doutrina Espírita, que foi Codificada por Allan Kardec, o Missionário que recolheu dos Espíritos Superiores as informações a respeito da imortalidade, da comunicabilidade dos desencarnados, da reencarnação, da pluralidade dos mundos habitados, confirmando a excelência do Pensamento de Jesus e, facultando, através da mediunidade, uma perfeita compreensão do mundo espiritual, que nos é causal, de onde nos originamos e para onde retornamos. A sua Obra básica é O LIVRO DOS ESPÍRITOS, publicado em Paris, no dia 18 de abril de 1857.

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------No dia 19 de dezembro de 1998, criamos um Movimento em nossa Cidade, ao qual denominamos VOCÊ E A PAZ, que se constitui de um grande encontro na Praça da Independência da Bahia, atraindo milhares de pessoas, para as quais é apresentado um programa de trabalho em favor da paz, mediante distribuição de camisetas, panfletos e palestras elucidativas, divulgação através das Emissoras de Rádio, de Televisão e pelos Jornais, com grande receptividade pública. Esse Movimento vem sendo multiplicado, e hoje é realizado em diversas cidades do Brasil, inclusive em forma de caminhadas.

Nota de Divaldo Franco.

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Capítulo 62 O convite da ONU à Divaldo

Conversemos mais a respeito desse momento ocorrido na vida de Divaldo: Quando a convite da O.N.U., Divaldo Franco participou do I Encontro Mundial pela Paz, reunião de cúpula com líderes religiosos de todo o mundo - fato inédito na história da Humanidade - ele produziu esta proposta de paz, com base no “Livro dos Espíritos”:

As guerras religiosasA maioria das guerras que aconteceram na História foram provocadas por religiosos, sedentos pela supremacia e poder sectário, já que os políticos falharam na tarefa de construir a paz entre as nações. Um encontro de religiosos desarmados poderia produzir uma proposta de paz para a Humanidade.

Unidade de pensamentoSe existir unidade de pensamento entre os quatro bilhões e 800 milhões de religiosos em todo o mundo, poderemos acabar com as guerras, já que elas são provocadas por intolerantes e psicopatas, que estimulam a vingança e o ódio.

As propostasPodemos trabalhar pela paz se enfrentarmos os quatro temas escolhidos, (que aqui Divaldo Franco compara e complementa com os ensinamentos de Allan Kardec).

1ª - A paz em si mesmaLE - Quando souber aproveitar todos os recursos de sua inteligência e quando ao cuidado de sua conservação pessoal, souber aliar o sentimento de uma verdadeira caridade por seus semelhantes.

2ª - Trabalhar para acabarmos com a pobrezaLE - Em uma sociedade em que alguém passa fome, deveríamos ter vergonha de viver nela.

3ª - Respeito ao meio ambienteLE - Porque a Terra é nossa mãe e este mundo, hoje de provas e expiações, cederá lugar ao mundo de regeneração.

4ª - O perdão e a reconciliaçãoLE -...Não é vingativo a exemplo de Jesus, perdoa as ofensas para não se recordar senão dos benefícios, porque sabe que lhe será perdoado como ele próprio tiver perdoado.

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Considerações de DivaldoDivaldo Franco considerou a reunião emocionante, principalmente porque foi um significativo encontro mundial de líderes religiosos que, pela primeira vez na História, não estavam brigando. Budistas ao lado de hinduístas, islamitas, indígenas da África, da América do Norte, índios brasileiros pataxós e caetés, guatemaltecos etc. Participaram as 15 religiões mais representativas da Terra e também o Espiritismo, catalogado como uma religião com os mesmos direitos das outras, num universo de 1 bilhão de hinduístas, 1 bilhão e 200 milhões de cristãos e 600 milhões de islamitas e muçulmanos.

A simplicidadeDivaldo Franco se reconhece apenas como servidor da Causa Espírita, apesar de ter-lhe sido conferido pelos promotores do evento o título de líder religioso. Na condição de divulgador da Doutrina Espírita e médium, ali esteve discreto, conforme recomenda o pensamento kardequiano.

Considerações de Joanna de ÂngelisAo abordar sua religião, um líder judeu afirmou que para ser respeitada sua crença, ele deveria respeitar as outras religiões, já que não era a única. Nesse momento, Joanna de Ângelis, parafraseando uma parábola, disse ao médium: “Deus, tomou de um imenso espelho no qual Ele estava refletido e atirou-o a Terra. Ao bater no solo, fragmentou-se em mil pedaços. Cada criatura da Terra, ao pegar-lhe um pedaço, ficou com um fragmento que reflete Deus, mas ninguém conseguiu a posse total, razão porque Deus se revela proporcionalmente ao nível de consciência e inteligência de cada um”. Assim são as religiões: encarregam-se de revelar parcialmente Deus, sem o fazer em sua totalidade.

A escolha do temaDivaldo Franco escolheu a pobreza por desejar conhecer as soluções para as propostas. Fez uso da tribuna, explicou as bases do Espiritismo e ressaltou: “Este encontro comprova que a Doutrina Espírita possui as mesmas propostas aqui apresentadas e que o grande inimigo do homem ainda é o egoísmo. O filho predileto do egoísmo é a ignorância, que envolve as criaturas em sombras”. Citou Allan Kardec, que defendeu a educação moral para pôr fim à miséria

no mundo e não apenas a educação convencional.

Já nos dizia a Benfeitora Joanna de Ângelis no excelente livro “Vida Feliz” no capítulo XCIX:

“Os violentos terminam por exterminarem-se uns contra os

outros ou cada qual por si mesmo.

A atitude de paz resolve qualquer situação beligerante, se o amor

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comandar os contendores.

Toda reação, para cessar, deve ter sustada a causa que a desencadeia.

Se esta é a violência, somente o seu antídoto, a prudência, conseguirá fazê-la passar.

Uma pessoa pacífica acalma outra, as duas alteram o comportamento de um grupo, este pode modificar a comunidade, e, assim por diante.

Faze a tua parte, vencendo a violência.”“.

Isso me faz lembrar também de certa feita quando Divaldo tendo sido convidado para falar num órgão governamental, ao longo do corredor que o levaria para a conferência, observou belos quadros que estavam sendo expostos por conhecido artista plástico da Bahia. Qual não foi sua surpresa quando o anfitrião confidenciou-lhe tratar-se o autor da exposição de menino oriundo da Mansão do Caminho e, ainda avisou ao médium que o rapaz encontrava-se presente para ofertar um regalo da sua safra artística ao querido conferencista .

No momento aprazado o jovem entrou no salão da recepção de óculos escuros, roupas e cabelos bem espalhafatosos. Deu um abraço no tio e, tirando de baixo do braço um embrulho, desamarrou-o e apresentou maravilhoso trabalho que retratava Divaldo, que se encantou com a oferta.

Pois é, caros leitores, esse jovem quando criança houvera trocado de lar na Mansão do Caminho por inúmeras vezes e, só não fora rejeitado por todas as tias devido à firmeza do médium que não permitiu que isso ocorresse.

Era um menino violento e, desde os cinco anos criava armas pontiagudas desejoso, segundo ele próprio, “de ver o sangue quente escorrer” do peito das tias que o acalentavam com todo carinho, mas a dedicação, a persistência, os conselhos pacíficos de Divaldo fizeram com que o garoto ao se emancipar procurasse estímulo em criar não mais armas para matar mas quadros para a todos encantar.

No abraço final Divaldo pergunta-lhe então:

“- Você por muito tempo persistiu com aquela vontade de matar, meu filho?”

“- Sim, muitas vezes, mas sempre que tal ocorria eu me lembrava das suas palavras, quando me chamava ao gabinete para guardar na sua gaveta mais uma arma feita por mim“:...se algum dia você quiser matar alguém, venha aqui e me mate. Eu que prego a paz e procuro vivenciá-la, terei fracassado com você ? Confio que não, meu filho!”.

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Capítulo 63 Divaldo Franco Dr. Honoris Causa.

Ardendo no fogo do inferno e... Sem Divaldo por companhia

Aqui no Rio de Janeiro, recebi um convite para estar no bairro da Canela, à Rua Augusto Viana, no dia 08 de maio de 2002, quando Divaldo Franco receberia a outorga de Doutor Honoris Causa concedida pela Universidade Federal do Estado da Bahia sendo apresentado pelo ilustre Prof. João Eurico Matta, durante a gestão do Magnífico Reitor Dr. Heonir Rocha.

Muito embora não podendo ao evento comparecer, por motivos de saúde de familiares, ele não me saía da mente... Ficava participando, mentalmente da festa, “ouvindo” o Madrigal e os alunos do Canto Coral da Escola de Música a homenagearem nosso querido irmão em Cristo, que com sua conduta ilibada e exemplos ímpares, têm-nos ensinado dia após dia, dignidade, respeito pelo próximo e auto-estima.

Pensava eu nas horas e horas despendidas pelo médium no labor estafante, mas, abençoado a que se propôs!

Durante as comemorações de mais um ano de vida, pela passagem do seu aniversário, no dia 05 de maio de 2002, ao invés de ir festejá-lo com lautos jantares ou almoços ruidosos em churrascarias ou restaurantes, acompanhado por pessoas queridas, como tenho presenciado, que muitos o fazem, ele simplesmente, estará participando de um Seminário Beneficente pró - Mansão do Caminho nas prévias comemorações do Jubileu de Ouro daquela Veneranda Instituição do nosso tão sofrido Brasil!

Ah! Os seminários beneficentes! Quantas histórias para contar!

E, pela tela da minha memória passou-se um fato quase humorístico, se não fosse lamentável.

Certo dia, altas horas da noite, quase às duas horas da manhã, telefonou-me uma certa conhecida, mãe de duas encantadoras jovens. Sempre em conversas amistosas, esta companheira, ressaltava, com certa empáfia, o quanto “suas crianças” comiam. Contado pela própria mãe, sabia-se, que uma das filhas saboreava um pudim de aipim, sozinha, quase que diariamente.

“- Ana - dizia-me a jovem senhora ao telefone - estou ofendidíssima, pois eu a houvera calalogado na condição de amiga e, não admito, em hipótese alguma, que você esteja fazendo isso comigo!”.

Amigos leitores, meus irmãos, ao acordar, com o som da campaínha estridente do telefone, pensara ser algum acidente envolvendo familiares, pois houvera lido notícias num jornal local, que chovia muito em Belo Horizonte, onde nossa filha mais velha mora.

Jamais me passou pela cabeça que alguém, em sã consciência, ligasse às duas da manhã para minha residência para conversar. Conversar? Sã consciência? O que ela estaria dizendo? Estaria pedindo satisfações?...Mas de quê? E ela continuava...

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“- Quer dizer que agora você está vendendo a Doutrina Espírita por 30 dinheiros, não é? Você está promovendo seminários beneficentes, que absurdo! Eu não pago! Se você, envergonhada, enviar-me o ingresso de graça, também não irei, pois não quero ser conivente! Soube que você oferece, aos que adquirem o ingresso, um livro de quase 20 reais, com ordem de quem? Com ordem da editora LEAL é que não deve ser... Assim você está tirando o leite da boca das criancinhas da Mansão. Coitado do Divaldo!... admiro-me muito tudo isso partir da sua pessoa, que um dia, se bem me recordo, até me ajudou numa certa caridade que pratiquei num Centro Espírita bastante pobre. Você vai arder no inferno! Estou telefonando para lhe dizer que você vai arder no inferno por causa disso!”.

Resolvi então dizer àquela fiscal do comportamento alheio, tão interessada na minha ascensão espiritual:

“- Quando eu estiver no inferno e, me perguntarem o porquê da minha presença por lá, direi assim: estão vendo aquele homem ali, chamado Divaldo? Pois é! Eu estou aqui por causa dele. Na Terra, ele fundou no dia 15 de agosto de 1952, uma instituição veneranda com cerca de 3.090 crianças e adolescentes e, eu promovi na minha terra natal um seminário beneficente para auxiliar aquela entidade filantrópica!”.

“- Alto lá, disse a” amiga “ao telefone, você nessa historinha colocou o Divaldo no inferno... Divaldo não vai para o inferno, pois o mal que ele está fazendo com esses seminários é suplantado pelo muito de bem que tem feito por todos nós. Só você é quem vai para o inferno, ora!”.

Mandam as boas maneiras que quem faz a ligação é quem deve desligá-la, mas aí já passava das duas horas da manhã e fui eu quem arrematou a conversa para ir dormir (o sono que eu estava sentindo era-me constrangedor).

“- Agradeço sua preocupação para com a minha pessoa; presumo, outrossim, que você compre leite para suas filhas... afirmo-lhe que não foram trinta dinheiros, mas sim cerca de 30.000 dinheiros que divididos por 3.090 crianças deram cerca de menos de 10 litros de leite para cada uma delas. Sendo que cada uma terá que dividir esses quase 10 litros pelos 30 dias do mês. Já entendi o seu telefonema, minha irmã: resumindo, irei para o inferno porque enviei para a Mansão do Caminho, o montante referente à cerca de alguns goles de leite, em nome das mil pessoas que compartilham, no Rio de Janeiro, do Seminário Beneficente pró-Mansão do Caminho. Boa noite!”.

Urge escrever mais algum comentário, caro leitor?

Deus abençoe Divaldo Pereira Franco, Doutor Honoris Causa da UFBA!

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Capítulo 64

E o amor continuará eternamente... (CHICO XAVIER E DIVALDO - LUZES INAPAGÁVEIS)

Esse carinho que Divaldo nutre por Chico Xavier data de muito tempo, quiçá algumas reeencarnações anteriores as atuais. Muito jovem, no ano de 1947 enviara ele missiva ao médium mineiro contando-lhe sobre algumas dificuldades encontradas. Antes de responder, pelas vias tradicionais, Chico Xavier, desdobrado a convite do seu guia espiritual Emmanuel, vai até ao quarto do rapazito baiano a fim de conhecê-lo. Chico ao retornar a consciência lúcida recordava-se que vira ali a foto de José Petitinga e encontrara o quase menino a orar, o que o comovera muitíssimo e, somente depois desse encontro espiritual é que responde a carta contando sobre aquele fato mediúnico.

No mês de março do ano de 1948 Chico Xavier encontrava-se a Rua Tupinambás, número 330 na cidade de Belo Horizonte capital da Minas Gerais, no Foto Minas onde residia a viúva Lucília Cavalcante com seus dois filhos Dorothy e Carlos. Um semicírculo composto de espíritas, na calçada, ansiava ardentemente ver o médium mineiro que se despedia dos amigos. Divaldo jamais houvera se encontrado com Chico Xavier e ali estava para olhá-lo, pelo menos de longe. Ele chega para as despedidas, aperta a mão de todos e, ao ver Divaldo diz-lhe com sorriso maroto nos lábios:

“- Olá, Divaldo, você me pareceu mais velho quando lhe vi naquele dia em seu quarto é bem mais novo do que eu supunha. Segure meu braço, vamos conversar”.

Divaldo boquiaberto fica a refletir naquela mediunidade ímpar. Convidado por Chico Xavier passa uma semana em Pedro Leopoldo como hóspede do médium mineiro. Chico não estava de férias e teria que retornar ao trabalho na Fazenda Modelo, mas durante o tempo do expediente deixaria o hóspede entregue aos cuidados maternais de Luiza, sua irmã. A casa de Luiza confinava com a do irmão e algumas roseiras faziam a separação entre elas. Na manhã do primeiro dia de Divaldo por lá após acordar e se arrumar para o trabalho Chico teve a tarefa de levar o jovem até Luiza. Junto com o hóspede tranca a porta dos fundos e se dirige para a casa da irmã para tomarem o desjejum, mas antes pára em frente de uma rosa príncipe negro e fica algum momento a conversar com ela.

Mais uma vez Divaldo, inexperiente, se espanta com o fato e pergunta entre confuso e intrigado:

“- Você conversa com as plantas? Ouve o que as flores dizem?”.

“- Claro, todos os dias antes de ir para o trabalho, conversamos bastante”.

O interessante é que muitos anos depois, na década de 70, um cientista expert em aparelhos detetores de mentiras passou a fazer extensa pesquisa com plantas descobrindo que elas possuem, sistema nervoso embrionário, e, como tal enorme sensibilidade, muito maior que se supunha. Como por exemplo: quando alguém que as haja maltratado de alguma forma entra numa sala onde elas estejam, imediatamente elas detectam o malvado, o aparelho

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mostra que ficam como a tremer. O oposto também ocorre, isto é, como se elas reconhecessem seus afetos. Chico já sabia disso tudo quase trinta anos antes da referida pesquisa!

E Chico continuou a conversa com o jovenzinho Divaldo antes de ir trabalhar:

“- Por falar em conversa coloquial quero afirmar que André Luiz está aqui e lhe manda um recado. Está ele a me dizer que jovem como você ainda o é, necessita de muita disciplina para levar adiante a tarefa mediúnica a que se propôs. Não se preocupe muito com as idéias de sexo fervilhando em sua mente, isso é mais que natural nos seus quase vinte anos. É da natureza humana, aprenda a se valer dela, a usá-la proveitosamente. Veja o exemplo: a raiz da rosa penetra terra adentro para colher a água, e, assim vigorosa perpetuar a espécie. Divaldo transforme essa energia toda em trabalho no Bem. Viva, fale e pense bem, isto é, positivamente. Quando eu tinha a sua idade Emmanuel mandava-me correr, correr bastante ao redor de algumas árvores de um bosque que havia na minha cidade natal a fim de desgastar essa energia acumulada. Agora já tenho filhos”.

“- Tem filhos, Chico?”.

“- E pretendo ter alguns netos também. Meus filhos são os livros psicografados, aprendi a usar essa vigorosa energia, ela me auxilia nos trabalhos intelectivos ao invés de ficar inativa no aparelho genésico. Os netos serão os livros quando forem traduzidos para outros idiomas”. A propósito psicografara Divaldo certa feita uma página do espírito Eros: DIÁLOGO SOBRE O AMOR

A jovem discípula acercou-se do mestre, e, ruborizando-se, pediu-lhe que falasse do amor.O Sábio sorriu, e, desculpando-se, perguntou-lhe o que ela considerava como sendo o amor.Emocionando-se, a aprendiz explicou:- Compreendo o amor, como sendo a ânsia que experimentam as praias, que aguardam os beijos sucessivos das ondas continuas do mar;"como a sofreguidão que tem a raiz de introduzir-se no solo, a fim de sustentar a planta;"como a expectativa da rocha que anela pela caricia do vento, embora se desgaste com isso;"como o desejo infrene da terra crestada, pela generosidade da chuva;"como a flauta aguarda pelo sopro que lhe arranca das entranhas a doce melodia;"como o barro esquecido pede ao oleiro que lhe de forma e beleza;"como a semente que necessitava despedaçar-se, para libertar a vida;"como a lâmpada apagada que exige a energia para brilhar."O amor é o sangue novo para o coração e o vinho bom para aquecer a criatura, quando o frio lhe enregela a via."Assim vejo e sinto o amor."E vós, como vedes o amor?"- O amor é o doce e compreensivo companheiro da criatura em todos os dias da sua vida."Se esta é jovem, ei-lo que se apresenta, ardente e apaixonado, como no teu caso, mas que segue adiante."O amor é calmo e ameno.

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------"Não incendeia paixões; dulcifica-as."Confundido com o desejo, permanece, quando este passa."Nunca se irrita; porque espera."Considerado como instinto, persiste, quando descoberto pela razão."Jamais perturba; pois que felicita e produz harmonia.O amor é claridade que permanece; é pão que nutre; é vida que se irradia da Vida."Mesmo quando não identificado, encontra-se presente, porque, sem ele, a vida não existe ou perderia o sentido de ser."A jovem ardente, empalideceu, e, submissa, a voz do amor, pediu ao mestre:- Ensina-me a amar, eu que agora corro em busca do amor, sem dar-me conta que, em mim, ele se deve irradiar, abrangente, em todas as direções.- Não te apresses, no amor, e descobrirás que já começaste a amar, quando sentires necessidade de doar e doar-te sem desejares receber nada em retribuição.( in Em Algum Lugar no Futuro, p.13 de Eros, psicografia de Divaldo Pereira Franco)

Divaldo passou a ir duas vezes por ano a Pedro Leopoldo para aurir da companhia de Chico Xavier já que os laços de afeto entre ambos mais e mais se afinizavam. Numa dessas vezes, numa madrugada fria do mês de julho de 1955, depois dos trabalhos no C.E. Luiz Gonzaga, Divaldo e Chico foram andando a pé até a casa de André, irmão do Chico. O jovem baiano começou a sentir um perfume inebriante de rosas, imediatamente depois, de cravos e jasmins. Comentando o fato com Chico Xavier ele respondeu:

“- São as maravilhosas flores de Pedro Leopoldo, meu filho”.

Aí é que Divaldo percebeu que os aromas exalavam do tórax de Chico Xavier. E exclamou entusiasmado:

“- Chico, eles estão saindo do seu tórax!”.

Acanhado, e, fechando rapidamente o paletó Chico fala:

“- Não, meu filho, se saísse de mim só poderia ser Detefon!”.

Detefon era um líquido mal-cheiroso que se usava para matar insetos. Muitos e muitos fatos extraordinários ocorreram nesses encontros. Se pudéssemos, ficaríamos aqui horas e horas a contá-los.

Quando do desencarne do querido Apóstolo do Bem, ocorrido no dia 30.06 de 2002 em Uberaba, Divaldo lá na Bahia, em Salvador, após chegar de exaustiva, mas proveitosa viagem ao sul do país, onde a Doutrina Espírita fora, com sempre, divulgada com denodo por ele conformou-se em não ir ao Estado de Minas Gerais velar o corpo do amigo. Entrou em recolhimento e orou por aquele homem-amor de palavra doce e ungida de bondade, infatigável, que ensinara e encaminhara, durante todo seu périplo, as pessoas que o buscaram. Divaldo, emocionado, horas depois psicografou esta mensagem de Joanna de Ângelis:

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O Retorno do Apóstolo Chico Xavier

Quando mergulhou no corpo físico, para o ministério que deveria desenvolver, tudo eram expectativas e promessas.

Aquinhoado com incomum patrimônio de bênçãos, especialmente na área da mediunidade, Mensageiros da Luz prometeram inspirá-lo e ampará-lo durante todo o tempo em que se encontrasse na trajetória física, advertindo-o dos perigos da travessia no mar encapelado das paixões bem como das lutas que deveria travar para alcançar o porto de segurança.

Orfandade, perseguições rudes na infância, solidão e amargura estabeleceram o cerco que lhe poderia ter dificultado o avanço, porém, as providências superiores auxiliaram-no a vencer esses desafios mais rudes e a crescer interiormente no rumo do objetivo de iluminação.

Adversários do ontem que se haviam reencarnado também, crivaram-no de aflições e de crueldade durante toda a existência orgânica, mas ele conseguiu amá-los, jamais devolvendo as mesmas farpas, os espículos e o mal que lhe dirigiam.

Experimentou abandono e descrédito, necessidades de toda ordem, tentações incontáveis que lhe rondaram os passos ameaçando-lhe a integridade moral, mas não cedeu ao dinheiro, ao sexo, às projeções enganosas da sociedade, nem aos sentimentos vis.

Sempre se manteve em clima de harmonia, sintonizado com as Fontes Geradoras da Vida, de onde hauria coragem e forças para não desfalecer.

Trabalhando infatigavelmente, alargou o campo da solidariedade, e acendendo o archote da fé racional que distendia através dos incomuns testemunhos mediúnicos, iluminou vidas que se tornaram faróis e amparo para outras tantas existências.

Nunca se exaltou e jamais se entregou ao desânimo, nem mesmo quando sob o metralhar de perversas acusações, permanecendo fiel ao dever, sem apresentar defesas pessoais ou justificativas para os seus atos.

Lentamente, pelo exemplo, pela probidade e pelo esforço de herói cristão, sensibilizou o povo e os seus líderes, que passaram a amá-lo, tornou-se parâmetro do comportamento, transformando-se em pessoa de referência para as informações seguras sobre o Mundo Espiritual e os fenômenos da mediunidade.

Sua palavra doce e ungida de bondade sempre soava ensinando, direcionando e encaminhando as pessoas que o buscavam para a senda do Bem.

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Em contínuo contato com o seu Anjo tutelar, nunca o decepcionou, extraviando-se na estrada do dever, mantendo disciplina e fidelidade ao compromisso assumido.

Abandonado por uns e por outros, afetos e amigos, conhecidos ou não, jamais deixou de realizar o seu compromisso para com a Vida, nunca desertando das suas tarefas.

As enfermidades minaram-lhe as energias, mas ele as renovava através da oração e do exercício intérmino da caridade.

A claridade dos olhos diminuiu até quase apagar-se, no entanto a visão interior tornou-se mais poderosa para penetrar nos arcanos da Espiritualidade.

Nunca se escusou a ajudar, mas nunca deu trabalho a ninguém.

Seus silêncios homéricos falaram mais alto do que as discussões perturbadoras e os debates insensatos que aconteciam a sua volta e longe dele, sobre a Doutrina que esposava e os seus sublimes ensinamentos.

Tornou-se a maior antena parapsíquica do seu tempo, conseguindo viajar fora do corpo, quando parcialmente desdobrado pelo sono natural, assim como penetrar em mentes e corações para melhor ajudá-los, tanto quanto tornando-se maleável aos Espíritos que o utilizaram por quase setenta e cinco anos de devotamento e de renúncia na mediunidade luminosa.

Por isso mesmo, o seu foi mediunato incomparável.

...E ao desencarnar, suave e docemente, permitindo que o corpo se aquietasse, ascendeu nos rumos do Infinito, sendo recebido por Jesus, que o acolheu com a Sua bondade, asseverando-lhe:

- Descansa, por um pouco, meu filho, a fim de esqueceres as tristezas da Terra e desfrutares das inefáveis alegrias do reino dos Céus.

JOANNA DE ÂNGELIS(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, no dia 2 de julho de 2002, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.)

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Capítulo 65Lydia Teixeira e Anna Alves Franco

Era ela mulher franzina, baixinha, de olhos verdes e dinamismo ímpar. Quando algo se punha a confeccionar, tinha um jeito todo especial, que demonstrava que houvera ali estado presente, até mesmo ao dobrar as roupas dentro de uma gaveta comum, dava seu toque, todo especial. Não dispunha de geladeira, fogão a gás, liquidificador, máquina de lavar roupas ou serviçais. Eram seus braços e mãos, como os de tantas mães anônimas, por esse nosso Brasil, quem esfregavam as roupas na tina de madeira enquanto a lenha cozinhava o parco almoço, ou lá estava ela a assoprar o velho ferro a carvão, enquanto de olhos atentos observava seus “meninos”. Pelo olhar das crianças ela descobria os “seus malfeitos”. Foi ela quem recebeu nos seus braços experientes de mãe de doze filhos, a Divaldo Pereira Franco, seu décimo terceiro rebento.

Já lhes contei, no capítulo 2, que chegou acanhada ao consultório do único médico da então pequenina Feira de Santana, lá no interior da Bahia. Analfabeta, devota do Senhor Jesus, e foi logo dizendo ao facultativo:

“- Doutor, se não for barriga d’água então é menino. Chico, meu marido, já disse hoje, que talvez seja...”.

“- Na sua idade, D. Anna, como é que a senhora deixou isso acontecer? Com esta recessão enorme neste nosso país, a pobreza ficará ainda maior... além disso, filho de mãe velha nasce destrambelhado...”.

“- Não, doutor! Matar? Nunca! Chico está viajando, vendendo aqui e ali... nada vai nos faltar, se Deus quiser!”.

“- Vá em paz esperar a sua hidropisia. A senhora ficará livre dela em nove meses.”

No dia cinco de maio, um robusto menino, nascia naquele lar pobre, mas repleto de esperanças... O choro alto, segundo sua irmã mais velha, foi mais forte que o apito do trem que passava pontualmente às cinco horas da manhã naquela localidade. Pudera! Seus pulmões tinham que ser fortes mesmo para suportar tantas conferências...

E por falar em conferências, durante um debate com perguntas e respostas, em sua recente temporada no Rio de Janeiro, quando falou, no dia 10 de agosto de 2002, para cerca de trezentos jovens inscritos pelo 12.º CRE-USEERJ, no tradicional Colégio Pedro II, contou-nos Divaldo, quando discorria brilhantemente sobre a família e a responsabilidade dos pais, que D. Anna observava com olhos atentos os filhos, mesmo atarefada e sem muitos preparos acadêmicos.

Ele muito pequeno e influenciado pelos outros garotos, certo dia, deu tragada num cigarro de palha retorcida, feito com vagem de feijões. Ao chegar em casa, ressabiado, ela logo foi lhe dizendo:

“– O que você andou fazendo, Di? Seu rosto está diferente...“.

O garoto Di, pressionado, foi contando tudo o que ocorrera na rua.

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Isso me faz recordar certos pais hodiernos, que dispõem de tantos artefatos e aparelhagens de última geração em suas casas, que são casas, mas não são lares, pois quê, quando descobrem o que seus filhos “andaram fazendo”, já se passaram dois, três, quatro anos! Conviveram durante mil dias sem se darem conta das angústias, temores e dúvidas dos jovens ao derredor; forneceram coisas, foram provedores, mas não se deram ao amor!

Pois foi em homenagem a essa mulher e mãe singular que, no Rio de Janeiro, criou-se, no século passado, nos idos de 1986, o Grupo de Estudos Espíritas Anna Franco, seguindo as pegadas de alguns confrades de Curitiba. Reunimo-nos, cerca de quinze pessoas, despretensiosamente, com muita alegria e assiduidade, às sextas-feiras, pela manhã, para estudarmos a Codificação e, em particular colocamos em pauta as fitas de vídeo de palestras proferidas por Divaldo Franco, após uma leitura edificante e prece inicial. Têm-nos sido gratificantes e profícuas essas horas passadas juntas a beber dessa fonte inexaurível que é a Doutrina Espírita. Assim, quando Divaldo chega ao Rio para a temporada anual, já estamos cientes do que ele fala nos vídeos, fitas, Cds e Dvs e, podemos, nos stands que se formam à entrada dos eventos, orientar as pessoas que nos procuram.

Como não poderia deixar de ser, têm vindo estudar conosco pessoas incomuns e singulares como D. Anna. Tais como Carmem Lucia Silveira, Ivone Simão do Carmo, Maria Magdalena Fernandes, Maria de Jesus Farias da Silva, Nilda de Brito Villela, Rita de Cássia Mendes Senra e Souza, Vera Lucia dos Santos Ferreira, Yoselda e Yvonne Banhos, entre muitas outras, mas gostaria de referir-me à incansável e dinâmica, septuagenária, Lydia Teixeira, que durante quatorze anos militou no grupo. Recentemente desencarnada, deixou-nos rastro de exemplos. Vitimada por um câncer no cerebelo, perdeu a locomoção, mas não a dedicação e amor ao próximo. Na Clínica, onde passou a residir nos últimos três meses na Terra, vivificou exemplos de fidelidade a Jesus, comentados por todos quantos ali a conheceram, demonstrando que velho só o é aquele que perdeu o rumo de si mesmo.

É a excelência da Doutrina Espírita quando veramente penetra no âmago do ser humano.

Já o dissera o apóstolo Paulo...Ó morte, onde está teu aguilhão?...Pela tela da minha memória passa-se um encontro que uma senhora, levando uma amiga bastante aturdida obteve com Divaldo Franco na Mansão do

Caminho, o caso era muito grave.A senhora contou ao médium que sua amiga encontrava-se no portão da casa despedindo-se de seu filho, que se dirigia ao curso Supletivo noturno,

quando de repente um outro jovem desceu de um automóvel e, à queima roupa deu dois tiros no estudante que desencarnou nos braços da mãezinha ali mesmo. O assassino que era usuário de drogas estava agora na prisão.

Estavam, pois na sala o médium, a senhora, a amiga e o marido. Divaldo não sabia o que dizer assim de imediato e... Percebeu a benfeitora de todos nós, Joanna de Ângelis, bem atrás dos companheiros que o visitavam a lhe dizer:

“- Parabenize-a!”.Divaldo pensou que não teria coragem de dar parabéns a uma senhora açulada por tão grave acontecimento, mas... Joanna de Ângelis repetiu:“- Parabenize-a por ter sido ela a mãe da vítima e não a do algoz!”.Divaldo então, seguindo orientação da mentora espiritual assim procedeu ao que a senhora prosseguiu:“- Dar-me os parabéns pelo filho morto?”.“- Ele não está morto! A vida continua... A morte não existe... O assassino é mais infeliz. Não esquecerá o barulho dos estampidos, ficar-lhe-ão nos

refolhos da alma... Vejo nesse instante chegar, amparado, seu filhinho, desejoso de lhe afirmar tudo isso ao lhe transmitir o final da frase que estava proferindo ao levar os tiros”.

“- É verdade, a frase que ele estava me falando foi interrompida”.

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E o rapaz acercando-se de Divaldo Franco, através a psicofonia, balbuciou para a mãe a frase que ficara inarticulada. Ele exortou aos pais o perdão, que visitassem a mãe do outro rapaz, afirmando que por certo existiria uma causa anterior para o ocorrido, que ele ainda não atinava, mas, que futuramente, quando mais fortalecido, seria esclarecido. Sua avózinha o recebera no mundo espiritual. Todos choravam. Abraçaram-se ao filho que voltara, enternecidos.

Depois, o médium interrogou à mãezinha:“- E então?”.E ela ingenuamente:“- É meu filho falando ou é o Sr. Divaldo?”.“- Sou eu, Divaldo, já na consciência lúcida do presente. Mais confortada?”.“- Vou seguir a recomendação de meu filho, visitarei a mãe do outro. Eu a odiava... mas agora não posso ter mais esses sentimentos maus!”.No sábado seguinte, as duas trouxeram uma moça, que Divaldo percebeu ser a mãe do outro rapaz. E a mãezinha reconfortada, usou de uma

expressão muito feliz ao apresentá-la a Divaldo:“- Essa é a mãe do amigo de meu filho”.“- Amigo, porque não fala do assassino de seu filho?”, disse a outra.“- Seu filho está doente - disse-lhe Divaldo - vá visitá-lo na prisão, antes que coisa pior aconteça. Não foi ele quem matou, foi o efeito da droga... Ele

só tem 16 anos, pode não suportar tanto sofrimento, pode matar-se, agravando todo o quadro!”.Ao chegar dias depois ao presídio, a moça encontrou o filho extenuando e aflito, que ao vê-la atirou-se-lhe aos braços, agradecido pela visita.

Afirmou-lhe após alguns minutos de conversa que certamente tentaria matar-se, mas que agora tudo se fazia sol diante da presença da mãe.Diz-nos Joanna de Ângelis à pag.24 do livro “Vida Feliz”:“Nunca retribuas maldade com vingança ou desforço”.O homem mau se encontra doente e ainda não sabe.Dá-lhe o remédio que minorará o seu aturdimento, não usando para com ele dos recursos infelizes de que ele se utiliza para contigo.Se alguém te ofende, o problema é dele.Quando és tu quem ofende, a questão muda de configuração e o problema passa a ser teu.O ofensor é sempre o mais infeliz.Conscientiza-te disso e segue tranqüilo.”“.

No ano de 2002, no Rio de Janeiro, o Dr. Bezerra de Menezes ofereceu-nos, por psicofonia através Divaldo Franco, esta mensagem de paz que nos exorta ao despertamento para o bem, enquanto ainda temos tempo:

“Neste amanhecer de novas luzes quando o Planeta, em sombras, estertora, a voz do além-túmulo vara distâncias para dizer às criaturas humanas: tende tento!”.

Despertai, em definitivo para o bem enquanto o tempo urge.

Saí da anestesia da ilusão para os patamares da consciência lúcida.

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Até aqui, transitastes por caminhos que ficaram assinalados pelos erros, pelos desvios de conduta, pelos compromissos negativos.

Reabilitai-vos, nesta alvorada, que debilmente vai rompendo a noite.

Estais chamados pelos mensageiros do Senhor, para o banquete nupcial; cuidai da vossa indumentária mental, dos vossos hábitos morais porque não fugireis da própria consciência, que vos não permitirá a apresentação no momento azado.

Rogastes aos Céus que vos mandasse mensageiros de luz e a Terra recebeu estrelas de imarcescível beleza.

Suplicastes a revelação libertadora e Jesus deu-vos o Consolador.

Errastes muito e anelastes pela oportunidade de reparar, de auto-iluminar-vos e, renteais com a dor- bendizei-a, filhos da alma, deixai de recalcitrar contra o aguilhão, baixai a cerviz enquanto é tempo.

Conscientizai-vos de que Jesus vos espera, desde há muito - e este é o vosso momento.

Dizeis, muitas vezes, que Jesus está longe – na Glória Estelar – e, não podeis segui-Lo, cobrindo-Lhe as pegadas da Galiléia. Mas Ele mandou-vos intermediários, semelhantes a vós, que palmilharam as mesmas sendas de espinhos e pedregulhos e alcançaram as estrelas.

Erguei-vos, transformando vossas queixas em hinos de gratidão e os vossos lamentos em poemas de alegria.

Não vos permitais errar outra vez; comprometer-vos, porque talvez não haja tempo hábil para novas recuperações.

Os Céus descem a Terra.

Nós vos abraçamos para que subais conosco, o monte da sublimação evangélica, e alcanceis as Alturas. Não vos amedronteis. Não desistais. Só há uma alternativa – avançar.

Vinde, pois, filhos da alma, Jesus vos espera!

Envolvendo-vos na claridade libertadora do Evangelho, abraça-vos o servidor paternal e humílimo de sempre,

Bezerra.

Muita paz, meus filhos. ““.

Mensagem psicofônica obtida pelo médium Divaldo Pereira Franco ao final da Conferência Pública, proferida no Grupo Espírita André Luiz, no Rio de Janeiro, na noite de 08.08 de 2002.

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Capítulo 66 1947/2003

Continua ele, a refertar-nos de amor!

“O notável é que realmente amamos nosso próximo como a nós mesmos”.

Fazemos aos outros o que fazemos a nós.

Odiamos os outros quando odiamos a nós mesmos.

Perdoamos aos outros quando nos perdoamos.176

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Não é o amor-próprio, mas o "ódio-próprio" que está na raiz dos problemas que afligem nosso mundo.”Eric Hoffer.

Em seus workshops, a notável Dra. Louise Hart comenta: “pergunto aos pais quantos deles sabiam, enquanto cresciam, que eram amados por seus próprios pais. Em geral, muitas mãos se levantam. Então pergunto quantos deles se sentiam amados; menos mãos se erguem”.

Às vezes, pais que amam de verdade os filhos não sabem como transmitir esse amor; às vezes os filhos não sabem como aceitá-lo. O pai de uma adolescente confessou: "Minha filha nunca se sentiu amada, mas eu a amei tanto!". Ser amado não significa necessariamente sentir-se amado.

Em nossa sociedade, muitos homens aprendem a não sentir desde a infância. Tendo aprendido a bloquear os sentimentos difíceis, eles, por infelicidade, também bloquearam o belo sentimento do amor. A pesquisa de Shere Hite com sete mil homens revelou que quase nenhum deles fora próximo do pai. Criar as crianças era sempre considerado "serviço de mulher" e o pai, trabalhando longe de casa por muitas horas, tinha pouco contato com os filhos. Uma pesquisa revelou que os pais passavam uma média de trinta e sete segundos por dia interagindo com os filhos pequenos. Outra pesquisa mostrou uma diminuição marcante do contato após o divórcio: no início da adolescência, 50% dos filhos de famílias divorciadas não tinham contato algum com o pai, 30% tinham contatos esporádicos e apenas 20% viam o pai uma vez por semana ou mais. Entretanto, as crianças precisam tanto do pai como da mãe. Precisam sentir-se amadas por eles. E os pais precisam sentir-se amados pelos filhos.

Se não aprendeu a amar quando criança, o momento é agora. Aprenda a dar amor, a recebê-lo e a amar-se. Então você poderá proteger e amar seus filhos, e exercer-se como pai, ou mãe, para com eles.

Prefiro acreditar que a maior parte dos pais tenha amado de fato seus filhos, mas devido a deficiências pessoais e falta de comunicação, estes não se sentiram amados. Sua auto-estima sofreu desnecessariamente.”(Louise Hart in A Família Moderna)”.

Lendo esse excelente livro, pela tela da minha memória, recordei-me de um acontecimento ocorrido com Divaldo Franco, quando bem jovenzinho.

Infelizmente, tenho notado, muito amiúde que, principalmente os jovens são marginalizados nessa questão chamada amorterapia.

As crianças ainda recebem pequenas migalhas de amor.

Para os jovens, no entanto, oferece-se um quase quê de desprezo, falta de atenção, escárnio pela natural imaturidade, que a bem da verdade, todos nós por ela, de um modo ou de outro, já passamos.

Também nos arraias espíritas, esse desprestígio é notado. Pouquíssimas oportunidades de trabalho são ofertadas aos jovens. Eles são chamados, somente, quando o peso da idade, de alguns, não mais lhes permite exercer certas tarefas físicas, mas... A oportunidade da tarefa mediúnica, aplicação de passes, oratória, francamente, não temos visto muito...

Lembrei-me da década de 50, quando Divaldo Franco houvera ido até a Federação Espírita do Estado do Paraná, para uma visita amistosa. Como não possuísse uma vestimenta adequada àquele clima, o médium optou pelo seu terno claro, de caroá, que com aquela temperatura fria, tornara-se gelado. Respeitoso e quieto, esperava a palestra do orador convidado.

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À ocasião usaria da palavra o ilustre Dr. Hernani Cabral. A assembléia aguardava com ansiedade o palestrante, que anos mais tarde tornou-se abnegado Procurador do Estado, mas como ele estivera anteriormente em outra conferência na bela Paranaguá, desembarcara do trem muito afônico, em crise mesmo.

Que fazer então? Convocar outro expositor seria óbvio... Mas quem?

Então, alguém, revelando esse desrespeito pelos jovens, aqui denunciado neste artigo singelo, disse assim:

“– Nós não vamos nos arriscar a falar de improviso; existe aqui no salão um jovem baiano que parece que fala alguma coisa sobre Doutrina. Ponham-no para” encher - linguiça “!”.

É meus irmãos, como vemos, até hoje, cinquenta e seis anos depois, ele continua enchendo.

Enchendo linguiça? Não!

Transbordando, refertando, nossos corações de bom - ânimo, de esperança, ensinando-nos a Amar!

Nestes cinqüenta e seis anos de mediunato queremos dizer a Divaldo Franco: Deus te abençoe, amado irmão!

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Capítulo 67

Compromisso de Amor

27 de Março de 1947.

27 de Março de 2003.

56 anos com Jesus!

O confrade Ederlindo Sá Roriz e esposa convidaram Divaldo Franco, juntamente com o incansável trabalhador da “Mansão do Caminho”, Nilson de Souza Pereira, para irem até Aracaju naqueles idos de 1947.

Na ocasião, encontrar-se-ia também presente o casal Celso e Eunice Sá Roriz, respectivamente cunhado e irmã de Ederlindo.

Todos ansiavam passar alguns dias prazerosos na capital de Sergipe ao ar puro daquela encantadora cidade, deliciando-se com suas comidas típicas, suas praias, o descanso merecido. Seriam férias inesquecíveis, e... Foram!

Divaldo acertara com os Sá Roriz e com o jovem José Martins Peralva Junior a ida à Aracaju, quando falaria de público, sobre suas experiências, enquanto de férias do IPASE onde trabalhava, em Salvador. Seria a primeira palestra de Divaldo. Estava ele com menos de 20 anos, um adolescente ainda...

A viagem levava muito tempo num trem “Maria Fumaça”. Os passageiros colocavam uma espécie de guarda-pó, para se protegerem, bem como às suas vestes, da fuligem lançada pela chaminé que crepitava ruidosamente.

Chegaram eles, então, sujos de carvão entre sorrisos e alegrias. Divaldo em casa dos anfitriões enquanto se preparava para lavar o rosto, encontrou no corredor, à caminho do lavabo, a revista mensal “O Reformador” editada pela FEB, leu um artigo, e encantou-se, tendo então idéia de fazer da página encontrada, abertura para a palestra, memorizou-a. Era a bela “A Lenda da Guerra”, ditada pelo espírito Irmão X ao médium Chico Xavier.

Quando lhe deram a palavra na União Espírita Sergipana, levantou-se e olhou a multidão que ali estava para ouvi-lo – quatorze pessoas. Começou lentamente, como era costume à época: Sras, Srs...Mas esqueceu-se subitamente de tudo o que planejara para a ocasião.

Quando já ia sentar-se, viu entrar um espírito que lhe disse:

“- Sou o beletrista Humberto de Campos, levanta-te! Falarei por ti! E esta tua primeira lição - Para falar de Jesus há que te postares de pé...”.

E Divaldo falou, encantando a todos.

Os confrades Peralva e Ederlindo felizes com a palavra fácil do jovenzinho convidaram-no para dali a dois dias falar novamente. E animados, começaram a fazer divulgação do próximo acontecimento.

Ele? Aquiesceu, despreocupado. Para que se preocupar se na hora o espírito “vinha” e falava por ele?

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No dia aprazado, sem estudar absolutamente nada para a palestra, subiu à tribuna. Duzentas pessoas aguardavam-no ansiosas. E ele... Novamente esqueceu-se do conteúdo de sua fala. E o pior, não viu entrar nenhum espírito disposto a auxiliá-lo. Leal, resolveu dizer ao público que se acotovelava no pequeno espaço:

“- Sra, Srs, no outro dia eu iria lhes falar da Lenda da Guerra, mas esqueci-me, deu-me um branco, com se costuma dizer. No entanto, falei sob a inspiração de um Benfeitor Espiritual que se propôs a me ajudar. Hoje, no entanto, nem me lembro de nada para lhes dizer, nem vejo espírito algum disposto a me auxiliar”.

Aí, ele ouviu uma voz que lhe sussurrou:

“- Porque não estudaste? Auxiliar-te-ei em consideração ao público presente”.

Esta a segunda lição: Nunca venhas falar sem te preparares antes, sem estudar.

“O bom andamento de todo trabalho requer esforço próprio, denodo, dedicação...”.

Nas festas do quinqüagésimo sexto ano de mediunato de Divaldo Franco rogamos ao Senhor Jesus que ele possa continuar por muito tempo entre nós para que de uma vez por todas possamos aprender e apreender a mensagem do Cristo, através os exemplos de abnegação desse irmão tão amado que sempre nos ofereceu sua melhor parte, doando-se em prol de todos quanto dele se acercam!

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Capítulo 68Estiveram lá... Mas não participaram.

Um dia desses conversava eu com brilhante jovem, oradora espírita, moradora no Rio de Janeiro. Ela é, no meu entender, excelente expositora da Doutrina dos Espíritos, pois quê, aquilo que prega para os outros, pratica-o na sua vida, ao lado do esposo. Dizia ela estar quase que desestimulada, uma vez que estuda muitas horas para proferir suas conferências, e, ao término das mesmas, quando o público dela se aproxima nunca é para questionar, pesquisar, tirar dúvidas sobre os temas tratados, mas para perguntas pessoais das mais descabidas.

Lembrei-me, imediatamente, de nosso irmão Divaldo Franco. Quantas alegrias, mas também quantas vicissitudes, quantos percalços, quantas lutas e dissabores nesses cinqüenta e seis anos de oratória. Viajando cerca de 200 dias por ano, passando por fusos horários, alimentação típica dos locais onde profere suas palestras, acomodações dos mais diversos tipos; enfrentando situações constrangedoras quando é convidado a dar opiniões sobre perguntas as mais disparatadas possíveis... Ele, no entanto, tem muita experiência e sabe contornar essas vississitudes.

Automaticamente, passei também a recordar dos Congressos Espíritas que ao longo desses meus trinta e seis anos de Espiritismo tenho participado. Os promotores do evento tudo fazem para que mil providências sejam avaliadas, resolvidas mesmo; reúnem-se exaustivamente, deixam seus lares e respectivas famílias em ocasiões das mais variadas; conseguem patrocínios, e, efetivamente tudo sai a contento, às vezes com dificuldades naturais, como bem se depreende, mas...Alguns confrades participantes desses eventos...Chegam aos hotéis perguntando de quantas estrelas é ele detentor; trocam de apartamento por não simpatizarem com o colega de quarto; pedem para mudar de vôo uma, duas, e até três vezes, para usufruírem do privilégio de aproveitar outras capitais com a mesma passagem aérea; reclamam dos poucos ventiladores, ou, quando o local é frio, dizem que o aquecimento é deficiente; acham as poltronas pouco confortáveis; o som, deplorável; e, ficam admiradíssimos quando são informados de que o salão custou caro. Julgam-se no direito de tantas reclamações fazerem porque contribuíram com pequena taxa de adesão. Pensam eles que tudo é conseguido gratuitamente, por sermos espíritas.

Continuando a conversar com a jovem expositora, contei-lhe também, que muitos desses confrades também não pesquisam, não perquirem, não gravam ou anotam as conferências tirando pouquíssimo proveito dessas enriquecedoras ocasiões. Embora na abertura solene tenham recebido pasta, bloco e caneta apropriados (e que saem muito caro aos promotores). Na verdade, assistem à abertura e aos últimos momentos do encerramento do evento, preferindo depois, ficarem nas piscinas, nas saunas; à cata deste ou daquele restaurante; nos tours; à procura desse ou daquele médium “ de quem ouviram falar” que mora por ali nas vizinhanças ; nas compras de souvenirs; pois essas viagens ficam-lhes muito mais em conta, por comportarem muitas pessoas, do que as de turismo propriamente dito; ou, o que é de mais se lamentar, chegando tarde da noite nos hotéis por terem ficado dançando e cantando, em grupos, nos arredores da cidade - anfitriã.

De minha parte, nada contra, mas certo é, que depois de saraus e comemorações de variada natureza, como podem eles dirigir-se às oito horas para as atividades nos auditórios ? Chegam, modorramente, quase às dez horas, arrastando cadeiras; levantando-se a todo instante, indo para lá e para cá,

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------comendo enquanto o orador fala, e, sujando o chão com restos de comida; atrapalhando os que estão atentos e interessados. Evidentemente, não conseguindo fixar-se nos temas propostos. Nós, professores, conhecemos bem essa situação em alguns dos estabelecimentos de ensino em que ministramos nossas aulas...

Logo, concluímos que estiveram lá, mas não participaram... As atividades materiais foram-lhes mais apelativas que as espirituais! Muitos retornam aos lares amargurados sem entenderem bem o porquê da desilusão.

Alguns até possuem o saudável desejo da outorga de mediunato, como o têm Divaldo e outros médiuns ostensivos, mas não conseguem chegar às renúncias e abnegações desses... Divaldo geralmente é convidado a fazer a abertura ou o encerramento dos Congressos, pelo menos nos de que tenho participado. Qual a atitude dele nessas ocasiões? Dando-nos exemplo de conduta ilibada, têmo-lo sempre visto discreto, vigilante, atento, orando, retirando-se para suas acomodações logo as atividades o permitam; tornou-se assim apto, e, recebeu o “Reino de Deus” que não está aqui, ali ou alhures, mas no interior dos que, efetivamente, se dispõem a obtê-lo.

Ao que minha lúcida interlocutora acrescentou:

- Ah! É como Jesus nos disse.”Ouvi os que têm ouvidos de ouvir”, não é mesmo?

Tristemente tive que concordar.

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Capítulo 69Serenidade.

Diz-nos a Benfeitora Joanna de Ângelis que “ há muita aflição esperando socorro e compreensão”.

Década de sessenta e Divaldo recebera convite de professora da Universidade do Panamá para fazer uma série de conferências naquele país. Haveria um ponto de contacto que seria um certo hotel no centro da capital panamenha de onde depois das devidas apresentações ambos partiriam para a primeira palestra, estando o evento sob a coordenação da referida senhora.

Divaldo chega ao aeroporto e toma um carro de aluguel, mas quando se refere ao nome do Hotel onde a professora deveria aguardá-lo recebe a informação do taxista que estavam em guerra civil e que justamente ali se encontrava o foco dos confrontos. Deu-lhe por várias vezes durante a viagem, talvez até sob inspiração dos bons espíritos, detalhes de como seria perigoso ali se hospedar, mas o médium acreditou tratar-se de ardil para rodarem mais um pouco e conseqüentemente o taximêtro mostrar mais despesa depois pensou que poderia estar recebendo aviso da misericórdia do Pai e que estaria deixando que a rebeldia tomasse o seu coração. Combinou outrossim com o chofer que ele viesse buscá-lo no dia da partida para o Brasil e, caso não o encontrasse no local previsto pediu ao mesmo que seguisse à nossa embaixada para as devidas providências. Tudo acertado Divaldo registrou-se no hotel.

Às três horas da tarde depois de banhado e mais descansado sai para uma visita de olhos pela região desejoso de comprar um gravador que lhe seria útil no labor mediúnico. De posse do aparelho começa a encaminhar-se para o hotel quando subitamente tiros são disparados em toda a direção, em cima da multidão que corria esbaforida. Divaldo retém o passo, suspende a respiração, espera encostado na soleira de uma porta e...perde a consciência lúcida. Ao retornar a si um antigo mascate, dono agora de uma loja de casimira abanava-o preocupado, ao mesmo tempo que o sacudia com força perguntando:

“- Que tens homem? Que se passa? Quem és?

“- Sou brasileiro, aqui de passagem, para uma conferência na Universidade do Panamá, mas não consegui contactar com a pessoa que me convidou, diz-lhe recobrando-se.

“- Eu já morei no Brasil, no Rio de Janeiro, mas conferência sobre o quê?

“- Sobre Paranormalidade e Espiritismo, responde o jovem baiano.

“- Espiritismo? Eu frequentei a Tenda Umbandista Mirim, somos pois irmãos. Eu fui curado lá de uma dor intensa na cabeça, infelizmente, ela retornou de uns tempos para cá...

“- Aí Divaldo, já refeito, contrapõe: somos primos pois a Doutrina dos Espíritos codificada por Allan Kardec nada tem a ver com sincretismo religioso.

Sorriem alegres e o mascate manda que seu motorista vá levá-lo ao hotel, mas a estratégia não surte efeito pois a praça e arredores estava sitiada pela Guarda Nacional. O motorista retorna à loja de casimira contando o ocorrido ao patrão. Aí ele próprio acompanha Divaldo e o leva até ao quarto mandando que trancasse bem a porta pois iria ver se encontrava a professora e retornaria ali no dia seguinte às dez horas para as providências cabíveis. Que ele fechasse o grosso cadeado existente na porta e não a abrisse senão sob código combinado entre ambos. Divaldo agradece e começa a empurrar a porta para fechá-la mas a Benfeitora Joanna de Ângelis lhe diz:

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------“- Agradeça, meu filho!”.

“- Obrigado, Sr. Habibi”.

No entanto Joanna repete-lhe:

“- Agradeça, meu filho”.

Refletindo melhor Divaldo percebe a intenção da veneranda, manda que ele entre no quarto e aplica um passe demorado no homem depois de leitura do Evangelho e rápida preleção. O paciente sente uma suave brisa refrescante e acanhado diz à Divaldo:

-“Só não o levo para minha residência porque seremos expulsos eu e você pela minha esposa”.

No dia seguinte às seis horas da manhã, ainda de pijama, recebe o Sr. e Sra. Habibi. A mulher, sem mais delongas, fala que soube da visita do marido na noite anterior, da aplicação da bio-energia e de como ele acordara bem disposto naquela manhã sem dor alguma. Logo, ela queria a comprovação do ocorrido com um passe também e, já foi empurrando Divaldo, entrando no quarto. O médium espantado com tamanho atrevimento pede-lhe para que pelo menos pudesse vestir-se primeiro. Após a aplicação da energia curadora a mulher fala decidida:

“- É verdade é como se suave refrescor houvesse percorrido meu corpo... Pegue suas coisas e vamos embora daqui, desse foco de revolução, partamos para nossa residência que é segura e guardada”. Divaldo serenamente os segue na certeza de que tudo estava bem.

Às dez horas umas cem pessoas entre familiares e amigos, pela primeira vez no Panamá, assistiam a uma palestra sobre Espiritismo que se repetiu no dia seguinte às dez, às quinze e às vinte horas quando foi instituído o Grupo Allan Kardec na residência daquele homem simples e bom tendo sido eleita a diretoria do Centro Espírita, naquela tarde mesmo, com a Sra. Habibi como secretária dos trabalhos...

“ Onde te encontres, estimula a paz e vive em paz”.

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Capítulo 70

No dia dois de abril do ano de 2003, numa quarta-feira, às dezenove horas, no Auditório do LARA, situado à Rua Dr Rômulo Joviano, no Centro, próximo à Fazenda Modelo, da UFMG, Divaldo Franco recebeu, numa comovente e bela cerimônia, a Comenda Francisco Cândido Xavier, na cidade de Pedro Leopoldo, berço do saudoso Chico Xavier.

A outorga oferecida pelos irmãos de Minas Gerais é justíssima e carinhosa, como sempre foi carinhoso o tratamento dado à Divaldo por Chico Xavier. O médium baiano como é público e todos atestam, sempre após receber medalhas, diplomas e troféus, entrega-os, simbolicamente, ao Espiritismo, nossa amada Doutrina codificada por Allan Kardec, ficando somente com a oferta física, com o objeto em si.

Lembro-me como Chico incentivara a todos os médiuns que o buscavam e, principalmente Divaldo, era recebido pelo apóstolo mineiro com amizade e afeto, como presenciei algumas vezes. Esses estímulo e carinho que almas bondosas nos dedicam fazem-me recordar, medidas as proporções, é óbvio, como também tenho recebido inúmeras provas de bondade do médium baiano e da Benfeitora de todos nós, Joanna de Ângelis.

Foi numa de minhas viagens à Salvador que, pelas abençoadas mãos de Divaldo Franco, chegou-me psicografia onde Joanna de Ângelis estimula-me a prosseguir para frente e para mais alto; atrevo-me a colocá-la aqui, para reflexionarmos e meditarmos como recebemos irrestrita e misericordiosamente o olhar de nosso Pai Criador e, porque entendo que ela poderá servir de roteiro para quaisquer pessoas que a lerem.

:

Aninha, minha filha;

Jesus prossiga direcionando nossos passos para o Pai.

São longos os caminhos da evolução que nos cumpre percorrer. Nem sempre se apresentarão atapetados de pétalas de rosas...Quase sempre, porém, cobrem-se de pedrouços, abrolhos e cardos.

Necessário, no entanto, vencê-los, mesmo que sob o contributo das aflições.185

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------

O cristão decidido compreende que foi convidado a modificar o planeta, instalando as bases do reino de Deus, nas paisagens das consciências humanas. Como, porém, ainda predominam a ignorância dos valores espirituais, a exacerbação do egoísmo, a tarefa se transforma em desafio, que não pode ser postergado.

Desse modo, não desanime, nunca, no ministério de amor e de iluminação de vidas, que você tem entregado sua atual e proveitosa existência.

Fale, escreva, ensine, utilizando-se de todos os recursos ao seu alcance, a fim de que o Cristo vivo se aposse das pessoas que, por enquanto, transitam aturdidas, inconsequentes...

Não se preocupe com as incompreensões, as competições, as informações malsãs.

Somente se colhem flores nos jardins, e nem sempre com o respeito exigível, muitas vezes, danificando-se as plantas...

Você comprometeu-se antes do berço para a tarefa que ora realiza.

Nos momentos difíceis, como tem sabido fazer, recorra à oração, e os zéfiros do Amor acercar-se-lhe-ão auxiliando-a no cumprimento do dever.

Silencie aflições e ansiedades, direcionando suas aspirações para Jesus e confiando nEle.

A mediunidade para ser exercida corretamente exige muito silêncio interior, entrega, discrição. No espelho da alma tranqüila aparecem as páginas de incomparável beleza que são escritas pelos nobres Amigos.

Não tenha pressa nos resultados do labor, recordando-se que somos semeadores e o Senhor realiza a sega de luz.

Estimule, como sempre, com paciência e bondade, nossos irmãos que constituem o nobre grupo de divulgação do nosso pensamento espiritual, aos quais- a todos esses corações afetuosos – somos profundamente reconhecida.

Quando as circunstâncias nos permitem, temos assistido as reuniões ao lado de nossa irmã Ana*, sempre comovida e grata, bem como ao lado de outros, abnegados irmãos, tais as nossas Lygia Banhos, Dagmar Bomtempo, Sinhá, e mais recentemente sua mãezinha, perfeitamente integrada nos grupo dos familiares desencarnados dos membros do trabalho do Livro...

Expresse ao nosso Isac a mesma ternura e afeto pelo abnegado trabalho a que se afeiçoa, no qual o pão, a sopa e o socorro sempre escorrem pelas suas mãos amigas procedentes do coração generoso.

...No mais, minha filha, envolvemos as nossas Isabela e Claudia e seus familiares em nosso melhor carinho, que expandimos aos nossos queridos companheiros de ação iluminativa.

Com gratidão e devotamento, abraça-a, a mãezinha espiritual, humílima de sempre,

Joanna de Ângelis

Salvador, 15.XI.2000

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* Anna Alves Franco – refere-se às reuniões hebdomadárias do Grupo de Estudos Espíritas Anna Franco do Rio de Janeiro todas às sextas-feiras das nove às doze horas.

Ora, caríssimos leitores, se eu que nada represento diante do Movimento Espírita recebi essa consoladora missiva, imagine-se como não estava repleta de luz a psicosfera ambiente de Pedro Leopoldo, no dia dois de abril de 2003, com convidados desencarnados especialíssimos, por certo, a distribuírem messes de amor e paz aos emocionados presentes, confortando-os, socorrendo-os, animando-os, auxiliando-os e os estimulando a prosseguirem no bem, falando e pensando bem !

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------

POSFÁCIO

AMIZADE "Era uma vez uma flor que nasceu no meio das pedras.

Não se sabe como, conseguiu crescer e ser um sinal de vida no meio de tanta tristeza. Passou uma jovem e ficou admirada com a flor. Logo pensou em Deus. Cortou a flor e a levou para a igreja. Mas, após uma semana a flor

havia morrido.

Era uma vez uma flor que nasceu no meio das pedras. Não se sabe como, conseguiu crescer e ser um sinal de vida no meio de tanta tristeza. Passou um homem, viu a flor, pensou em Deus, agradeceu e a deixou ali; não quis cortá-la para

não matá-la. Mas, dias depois, veio uma tempestade e a flormorreu...

Era uma vez uma flor que nasceu no meio das pedras. Não se sabe como, conseguiu crescer e ser um sinal de vida no meio de tanta tristeza. Passou uma criança e achou que aquela flor era parecida com ela: sozinha. Decidiu voltar todos os

dias. Um dia regou, outro dia trouxe terra, outro dia podou, depois fez um canteiro, colocou adubo... Um mês depois, lá onde havia só pedras e uma flor,

surgira um jardim!..."Assim ocorre conosco desde que conhecemos Divaldo. Seus ensinamentos, seu carinho, sua dedicação, seus

exemplos e ética de convivência têm feito de minha vida e, da vida da minha família, a rega, a poda, o adubo que nos fazem desejar cada dia mais crescermos em busca da Grande Luz que é Jesus!

A autora

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Ana Maria Spranger e Silva Luiz

Carioca, nascida no bairro da Glória, no dia 21.02 de 1943. Professora primária graduada pela Escola Normal Carmela Dutra do Rio de Janeiro.

Baixarel e Licenciada em Pedagogia, pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - U.F.R.J.

Graduada pelo Instituto Helena Antipoff, do Rio de Janeiro, como pedagoga-terapeuta especializada em alunos especiais com deficiências mentais.

Graduada na área de Introdução ao Jardim de Infância pela Associação Brasileira de Educação - A.B.E.

Terapeuta Holística na área dos Florais de Bach.

Milita na Doutrina Espírita desde a década de 60.

Levada pelo esposo conheceu a doutrina codificada por Allan Kardec, através palestra proferida pelo médium Divaldo Pereira Franco, no bairro do Catumbi no ano de 1964, vislumbrando o alvorecer de era nova e percebendo o tempo que perdera por não haver nascido em lar espírita. Desde então almeja, ardentemente, que todos e, em especial os mais jovens possam aurir, cada vez mais cedo, da ventura de descobrirem os ensinamento espíritas. Por isso, divulga, escreve, fala e labuta, ao máximo de suas possilidades, para que tal possa ocorrer, embora saiba muito bem que “... a divulgação da doutrina espírita é tarefa que compete aos espíritos desencarnados que habitam o mundo ao nosso redor. Quanto a nós, míseros trabalhadores da doutrina, compete esculpi-la em nós mesmos, porque a palavra muda do exemplo é mais persuasiva que as mais belas palavras dos mais conceituados oradores em suas tribunas, conforme já nos afirmara Francisco Cândido Xavier ”.

Faz parte do corpo de médiuns de instituição, situada no Maracanã, Rio de Janeiro - o Grupo Espírita André Luiz - no qual coordenou a Escola Espírita de Evangelho Gamaliel e dirigiu o Departamento de Divulgação durante a última década. Na Biblioteca Jachynto Pereira criou o Círculo de Leitura Moacyr Veiga; a Bibliotroca; a Feirinha de Livros Usados Lygia Ribeiro. Na sua gestão foi criado também o Informativo Mensal daquela modelar Instituição.

Como encontrou em Divaldo Franco não somente o homem – palavra, mas acima de tudo o homem-exemplo, desde o dia 11.11 de 1987 agenda as suas palestras quando da vinda deste, em temporada, ao RJ. Responsável pelos Seminários Beneficentes do médium, em prol da Mansão do Caminho, quando este se encontra na capital do Estado do Rio de Janeiro.

Com o advento da Internet achou por bem manter no ar alguns espaços que falassem de Kardec, criando, com revisão diária, oito homes pages.

Destaca-se, nesses espaços, o excelente portal gratuito, com 30 MB: http://groups.msn.com/DIVALDOFRANCONORJ que se encontra incluído no serviço de busca, sobre Espiritismo, da Microsoft, para pesquisas dos internautas.

Organizou os livros: Afinidade, Serenamente em Paz e Amorterapia - da editora LEAL – usando frases de autoria de Joanna de Ângelis pela mediunidade ímpar de Divaldo Franco.

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------Desde 28.04 de 1998 coordena e apresenta o programa espírita intitulado “Sorriso de Esperança” pelas ondas da emissora da fraternidade Rádio Rio de Janeiro - 1400 Klz - AM sempre às 3as.Feiras das 14 às 14:55 H.

Casada desde 1963 com o comerciante Isac Abrahão Luiz.

Genitora da Promotora Dra. Claudia Spranger Motta do Ministério Público do Estado de MG e da Dra. Isabela Spranger Gomes de Castro, sócia-fundadora do IBRAPE-TVP RJ.

Atualmente com quatro netos: Léon, Emmanuel, Paula e Rafael.

INDICE:

PREFÁCIO

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Palavras da autora - Explicando Este Despretensioso Livro

01 - O Paulo de Tarso dos nossos dias

02 - Estrela cadente

03 - O Cônego Amilcar Marques

04 - Esperança sempre!

05 - Dores que reabilitam...

06 - No verdor dos anos

07- Aguarda um pouco mais

08 - Os pombos? Voaram!

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09 - Os percalços de um tarefeiro do bem

10 - Senda de luz

11 - Pelos caminhos de Jesus

12 - Nas terras verde-amarelas

13 - Desencarnou atropelado, mas...Não morreu!

14 - A rainha das rosas

15 - O socorro e anonimato das Casas Espíritas

16 - O Poder e a eficácia da prece

17- Assim falava Jesus

18 - O telegrama

19 - Assimilamos o que se passa ao nosso redor!

20 - Goleiro de Deus.

21 - Que festa de arromba!

22 - Perdão

23 - A Jóia

24 - Chico não se engana

25 - Que lição!

26 - Caminhos tortuosos

27- Viver é fácil... Difícil é conviver!

28 - A banheira

29 - Que cachorro!

30 - Huracán

31 - Interferem os Espíritos em nossa vida?

32 - Mais um lindo caso de Chico Xavier

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O Paulo de Tarso dos Nossos Dias/ Ana Maria Spranger e Silva Luiz----------------------------------------------------------------------------------------------33 - Trabalhar, trabalhar!

34 - Agradeçamos a Jesus

35 - Divaldo e Rabindranath Tagore

36 - Jesus chegou!

37 - Selma Lagerloff

38 - Acidente com Divaldo

39 - A entidade alada

40 - Espiritismo vai à praça

41 - Chico visita Divaldo durante um sonho

42 - Armai-vos uns contra os outros?

43 - Ardente fé

44 - Obrigada Divaldo!

45 - Pedras

46 - Autógrafo de Deus

47 - Sei que vi!

48 - Silêncio mental!

49 - Chico, Divaldo e nós.

50 - O Homem integral

51 - Já estás me sendo útil...

52 - O Senhor é nosso pastor e nada nos faltará

53 - Fale com o homem!

54 - Deus vela!

55 - O suicídio frustrado

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56 - As damas do nascer do sol

57 - Tenhamos tento!

58 - Carta na Internet

59 - O perfume de Divaldo

60 - Kate Meira entrevista Divaldo Franco sobre o Summit

61 - A paz vem de Deus

62 - O convite da O.N.U. à Divaldo (considerações)

63 - Divaldo Franco Dr. Honoris Causa da UFBA

64 – E o amor continuará eternamente...

65 - Lydia Teixeira e Anna Alves Franco

66 - Continua ele a refertar-nos de amor!

67 - Compromisso de amor

68 - Estiveram lá, mas não participaram ________________________________________________________________

69 - Serenidade

Posfácio _____________________________________________________________

A Autora dados biográficos

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