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Vol. XX • N° 349 • Montreal, 12 de maio de 2016 Cont. na pág 4 Santa Cruz: Nova Capela do S.S. Cristo, uma jóia! • Leia artigo na pág. 3 Média da Diáspora Vivências açóricas... • Artigo na pág. 6 Editorial Alea jacta est Por Carlos DE JESUS Les jeux sont faits, rien ne va plus” – é com esta fórmula que os crou- piês do casino dão a saber que não se aceitam mais apostas. O resultado do jo- go agora depende da casa onde a bola da roleta vai parar. E nesta roleta, a sorte só pode cair em Donald Trump ou em Hillary Clinton. Os mais experientes especialistas da política americana, comentadores, jorna- listas e observadores falharam redonda- mente nas suas apostas. Ninguém acredi- tava que um pavão, vedeta da telerrealidade, conhecido pelos seus negócios imobiliá- rios, de misses universo e casinos, que coleciona casamentos e divórcios com a mesma facilidade com que coleciona em- presas e falências, criador de falsas univer- sidades e de companhias de aviação que não levantam voo, que tem mais ar dum gerente de circo que dum partido político, ninguém, mas ninguém foi capaz de pro- gnosticar que ele ia ser o candidato do Partido Republicano, do Great Old Party (GOP), do partido de Abraham Lincoln, nas próximas eleições presidenciais. E, no entanto, o improvável aconteceu. Mas nem é só por causa da imagem que o homem representa que todos nós cá fora nos surpreendemos. É, sobretudo, da falta de substância, da falta de coerência, da falta de um plano político, duma equipa sólida, e também da completa ausência de experiência política, tanto interna co- mo externa. Nunca exerceu um cargo polí- tico, nem sequer de presidente de junta de freguesia… Mas, para ele, o jogo político é um negócio. É um circo, um bluff. Dirigir La Grande Envolée du Commandant Piché Reportagem de Carlos DE JESUS L USOPRESSE – Há cerca de 15 anos, um Airbus A330 que fa- zia a ligação aérea entre Toronto e Lisboa com 306 pessoas a bordo, devi- do a uma avaria mecânica, no meio do Atlântico, em plena noite, ficou sem combustível, sem motores, sem corrente eléctrica, sem meios de comunicar com terra. A última gota de energia que restava foi para comunicar por rádio que iam tentar chegar à ilha Terceira, nos Açores, e que estivessem a postos para uma aterragem de emergência. Mas, como alcançar uma pista a 20 minutos de distância, num avião sem motores, sem luz, sem comunicações, carregado com mais de três centenas de pessoas, com malas e bagagens? Planando. Artigo na página 4. Foto de François Nadeau. 8042 boul. St-Michel Satellite - Écran géant - Événements sportifs Ouvert de 6 AM à 10 PM 37 37 376-2652

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Vol. XX • N° 349 • Montreal, 12 de maio de 2016

Cont. na pág 4

Santa Cruz:Nova Capela do S.S. Cristo,uma jóia!• Leia artigo na pág. 3

Média da DiásporaVivências açóricas...• Artigo na pág. 6

Editorial

Alea jacta est• Por Carlos DE JESUS

“Les jeux sont faits, rien ne vaplus” – é com esta fórmula que os crou-piês do casino dão a saber que não seaceitam mais apostas. O resultado do jo-go agora depende da casa onde a bola daroleta vai parar. E nesta roleta, a sorte sópode cair em Donald Trump ou em HillaryClinton.

Os mais experientes especialistas dapolítica americana, comentadores, jorna-listas e observadores falharam redonda-mente nas suas apostas. Ninguém acredi-tava que um pavão, vedeta da telerrealidade,conhecido pelos seus negócios imobiliá-rios, de misses universo e casinos, quecoleciona casamentos e divórcios com amesma facilidade com que coleciona em-presas e falências, criador de falsas univer-sidades e de companhias de aviação quenão levantam voo, que tem mais ar dumgerente de circo que dum partido político,ninguém, mas ninguém foi capaz de pro-gnosticar que ele ia ser o candidato doPartido Republicano, do Great Old Party(GOP), do partido de Abraham Lincoln,nas próximas eleições presidenciais. E,no entanto, o improvável aconteceu.

Mas nem é só por causa da imagemque o homem representa que todos nóscá fora nos surpreendemos. É, sobretudo,da falta de substância, da falta de coerência,da falta de um plano político, duma equipasólida, e também da completa ausênciade experiência política, tanto interna co-mo externa. Nunca exerceu um cargo polí-tico, nem sequer de presidente de junta defreguesia… Mas, para ele, o jogo políticoé um negócio. É um circo, um bluff. Dirigir

La Grande Envolée du Commandant Piché• Reportagem de Carlos DE JESUS

LUSOPRESSE – Há cerca de 15 anos, um Airbus A330 que fa-zia a ligação aérea entre Toronto e Lisboa com 306 pessoas a bordo, devi-do a uma avaria mecânica, no meio do Atlântico, em plena noite, ficou semcombustível, sem motores, sem corrente eléctrica, sem meios de comunicar comterra. A última gota de energia que restava foi para comunicar por rádioque iam tentar chegar à ilha Terceira, nos Açores, e que estivessem a postospara uma aterragem de emergência.

Mas, como alcançar uma pista a 20 minutos de distância, num aviãosem motores, sem luz, sem comunicações, carregado com mais de três centenasde pessoas, com malas e bagagens? Planando. Artigo na página 4.

Foto de François Nadeau.

8042 boul. St-MichelSatellite - Écran géant - Événements sportifs

Ouvert de 6 AM à 10 PM

3737376-2652

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Se viajarpara os Açores...

Escolha...

Paulo DuarteSEDE:Largo de S. João, 189500-106 Ponta DelgadaTel.: 296 282 899Fax: 296 282 064Telem.: 962 810 646Email: [email protected]ÇORES

L P

Português ao raio X

Luciana Graça (Leitora de por-tuguês do Instituto Camões na Univer-sidade de Toronto)Rubrica produzidaem colaboração com a Coordenação doEnsino Português no Canadá/Camões,I.P.

«Vão haver propostas?» ou «Vai ha-ver propostas?»

O verbo «haver», com o sentido de«existir», é um verbo impessoal (semsujeito); daí que fique sempre na 3.ª pessoado singular, independentemente de serseguido de uma palavra ou de uma expres-são no plural; ora, e o que acontece, quan-do o verbo «haver» é utilizado com umauxiliar?

E a todos os nossos estimados Lei-tores, claro, os votos de uma excelentesemana!

Caso:

• «”[No] programa eleitoral do PSD[…], vão haver propostas com as quaisvamos concordar e outras com as quaisnão vamos concordar”.» (palavras atri-buídas a Miguel Relvas, Expresso em li-nha, 2011-04-06).

Comentário:

• «vai haver»: i) como referimos,o verbo «haver», com o sentido de «exis-tir», é um verbo impessoal (sem sujeito);daí que fique sempre na 3.ª pessoa dosingular, independentemente de ser se-guido de uma palavra ou de uma expres-são no plural; ii) quando o verbo «haver»é utilizado com algum auxiliar, é estemesmo verbo auxiliar que passa a assumira impessoalidade gramatical; ou seja, overbo auxiliar, nestas situações, fica tam-bém sempre na 3.ª pessoa do singular;iii) no caso acima apresentado, devemosdizer, portanto, «vai haver propostas»(assim como diríamos também «vai haverproposta»).

Em síntese:

• vão haver X• vai haver V

O mistério das empresas públicas regionais falidas• Por Osvaldo CABRAL

Bem-vindos,uma vez mais, aomundo misteriosodas empresas públi-cas regionais.

O filme com oenredo mais intrigan-te, de ação e mistério,envolvendo o mundoescuro do setor em-

gais e ainda as despesas de funcionamento?Tudo isto, note-se, numa empresa em

que, segundo o Tribunal de Contas, “partesignificativa da atividade da SPRHI, S.A.consistiu na gestão dos processos admi-nistrativos de diversas empreitadas e naobtenção do financiamento necessário àsua execução”, existindo assim “uma clarasobreposição de atribuições entre aSPRHI, S.A, e as direções regionais dasObras Públicas e Comunicações, da Habi-tação e da Educação”.

As ditas “receitas” vêm dos tais em-préstimos bancários, a maioria dos quaiscontraídos com garantias pessoais presta-das através da concessão de avales da Re-gião ou da emissão de cartas de confortosubscritas pelo Vice-Presidente do Gover-no Regional.

Só em finais de 2014 as responsabili-dades assumidas pela Região no âmbitodaquelas operações ascendiam a cerca de157,6 milhões de euros, dos quais 130,9milhões de euros por via da concessão deavales, sendo os restantes 26,7 milhões deeuros relativos às cartas de conforto emiti-das até à data em referência.

E isto chega?Não senhor, o filme continua.Para pôr a complicada máquina a fun-

cionar são precisos ainda contratos-pro-grama, uma espécie de atalho, para fugir àsemboscadas, em que o Governo Regionalatribui subsídios a estas empresas em trocadas suas atividades.

No final de 2014 a SPRHI tinha 9contratos desta natureza em vigor.

Só que, conforme descobriu o Tribu-nal de Contas, “a execução financeira doscontratos-programa não se tem proces-sadoem conformidade com as condições ini-cialmente acordadas, verificando-se que astransferências concretizadas até à data em re-ferência, no montante de 110,7 milhões deeuros, correspondem a apenas cerca de 55,3%do montante previsto nos contratos iniciais– 200,3 milhões de eu-ros”.

Ora, é através destes contratos-pro-grama que estas empresas financiam o seufuncionamento e pagam as remunerações,o que significa que somos nós, contribuin-tes, que estamos a sustentar esta teia deempresas falidas, através do orçamento daregião.

Em 2014 – conclui o Tribunal de Con-tas – a SPRHI, S.A., reconheceu comorendimentos associados à execução dosdiversos contratos-programa uma verbana ordem dos 9,6 milhões de euros, querepresentou 85,5% da respetiva estruturade rendimentos.

Portanto, mistério desvendado: pagacontribuinte!

Em suma, como diz o douto tribunal,“a SPRHI, S.A., não possui sustentabi-lidade económica, pois depende maiori-tariamente de apoios públicos para asse-gurar o equilíbrio da sua exploração”, peloque o melhor que o Governo Regionalfaria, era encerrá-la.

O governo já respondeu, dizendo quenão senhor, o que significa que o filme vaiter cenas para próximos capítulos.

O mistério está desvendado, mas oterror continua.

presarial público, volta a estar em cena, masdesta vez o denso mistério da trama, montadopelo Realizador principal, foi desvendado.

A urdidura do argumento prolongou-seao longo destes últimos anos dos governosdo Dr. Sérgio Ávila, onde era difícil encontrarresposta para esta teoria conspirativa dos con-tribuintes: se as empresas públicas regionaisestão quase todas falidas e sem receitas, comoé que são pagos os salários aos seus quadros?

Numa cena desvendada a semana passada,um grupo de ‘malfeitores’ deu um tiro certeirono ator e no cavalo, chamado SPRHI, umasociedade criada em 2003 para relinchar pelaspradarias açorianas, onde começou por ca-valgar nos domínios da habitação social e darecuperação, construção e reconstrução de ha-bitações e de outras infraestruturas, mas depoiso ator tomou-lhe o gosto e ficou igualmentehabilitada a promover a execução de qualquerobra pública considerada de interesse geral, fu-gindo assim ao (des)controlo das contas doorçamento regional.

Só que agora, por força da atualização doSistema Europeu de Contas Nacionais e Regio-nais, empresas como esta foram reclassificadasno perímetro do setor público administrativoregional, passando a contar para o impactodas finanças públicas regionais.

A Seção Regional dos Açores do Tribunalde Contas seguiu-lhe o rasto e o que descobriué uma verdadeira pérola sobre a forma ardilosacomo o esquema está montado para financiara atividade desastrada destas empresas e o pa-gamento de salários à fileira de “boys and girls”que, de ano para ano, engrossa os quadros daadministração pública regional.

O guião é simples: a SPRHI, que em 2010tinha 11 funcionários, já vai em 18, o que fazsupor que é uma empresa de sucesso e comum fulgor de atividade capaz de invejar umaempresa de construção civil desta terra.

A verdade é que a SPRHI não produz na-da, à semelhança de muitas outras que andampor aí, como a “ATA”, “Ilhas de Valor” e ou-tros filmes de igual terror, limitando-se a lançara concurso obras de construção que a Secretariadas Obras Públicas poderia muito bem assu-mir, ou a receber algumas rendas de habitaçãosocial, que os seus administradores e mentorquerem fazer-nos crer que dão para as despesas.

O Tribunal de Contas descobriu-lhes acareca e pôs a nu o modelo engenhoso comotudo isto funciona, sustentando uma teia po-lítica que não tem, na verdade, qualquer susten-tabilidade económica.

Como é que uma empresa que não produz,que contrai dívidas aos bancos na ordem dos180 milhões de euros, com dívidas a forne-cedores de 6 milhões de euros e paga saláriosde 4 750 euros para o presidente do conselhode administração, 4 550 euros para os dois vo- L P

Página 312 de maio de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

IGREJA BAPTISTA PORTUGUESADomingos às 15H00 – Pregação do Evangelho6297 Ave. Monkland, (NDG) Montreal

http://www.madisonbaptistmontreal.com/portugues.htmlTel. 514 577-5150 – [email protected]

Em Santa Cruz

Nova Capela do S. S. Cristo, uma jóia!• Por Norberto AGUIAR

Domingo passado houve festa naIgreja Santa Cruz, já que se procedeu à inaugura-ção da nova Capela do Senhor Santo Cristo,um sonho de alguns, tornado agora realidadepor mor da capacidade de trabalho, e de decisão,de Ildeberto Silva, importante industrial da nos-sa comunidade.

A festa começou com missa coordenadapelo padre José Maria Cardoso, o pastor deSanta Cruz. Nela tomaram parte muitos fiéis,na sua grande maioria crentes do Senhor SantoCristo dos Milagres. Houve ainda a participa-ção da Filarmónica do Divino Espírito Santode Laval, do Coro dirigido por Filomena Amo-rim, várias bandeiras do Divino Espírito Santoe muitas coroas da Santíssima Trindade. Antesda inauguração da Capela, o padre José MariaCardoso haveria de coroar crianças, jovens egraúdos, todos, ou quase, ligados às Festas doDivino Espírito Santo do próximo fim de se-mana através das respetivas Domingas.

Comovida cerimóniaTerminada a Eucaristia, a Comissão das

Festas de Santa Cruz, sob a orientação de Ilde-berto Silva e sua esposa Maria da Graça Vieira,transportaram a imagem do Senhor Santo Cris-to para o seu novo Habitat, a nova Capela,um pequeno templo de envergadura fantástica,uma peça museal digna de se ver e apreciar.Não há dúvidas que a imagem do Senhor SantoCristo, a partir de agora, está no seu devido lu-gar, sem desprimor para a capela anterior. Mascomo dizia o seu obreiro maior, o industrialIldeberto Silva à reportagem da LusaQ TV edeste jornal, «não é melhor, é diferente!»

Colocada no seu pedestal, a imagem im-pressiona, pela sua grandeza e altivez, ao mes-mo tempo que transporta uma capa bela, bor-dada a letras de ouro. Isso mesmo terão consta-tado os fiéis presentes, que rodeavam a entrada

da Capela ao ponto de dificultar o livre movi-mento de Ildeberto Silva e seus mais diretoscolaboradores.

Mas, depois de algum tempo e de enxuga-das algumas lágrimas, as pessoas tiveram a pos-sibilidade de entrar no novo espaço religioso,umas para tocar na imagem do Santo Cristo,outras para recolher o papelinho com a fotoDele, e ainda outras para depositarem ofertasna caixa colocada à entrada da Capela. Forammomentos de grande religiosidade.

Fotos como prémioDepois de muito trabalho e algumas preo-

cupações, a equipa de Ildeberto Silva estava ra-diante pelo trabalho concluído. Ou melhor,quase concluído, já que faltam os vitrais prome-tidos, mas que não chegaram a tempo. Aquipercebeu-se algum desconforto. Ildeberto Silvanão gostou que a inauguração da Capela fossefeita com a falta dos vitrais, o que se compreen-de. E disso, ele deu conta à nossa reportagem.Já o padre José Maria Cardoso, sobre o mesmoassunto, mostrou-se otimista, avançando que«... a seu tempo tudo vai ficar resolvido».

Seguiu-se um tempo para fotografar asequipas de trabalho responsáveis pela conce-ção, e construção do pequeno, mas belo tem-plo. Neste aspeto, Ildeberto Silva não teve mã-os a medir, chamando todos para a foto recor-dação, largamente merecida pelo mérito quetodos puseram no trabalho.

Também merecidas foram as palavras deagradecimento dirigidas por Ildeberto Silva aFilomena Amorim e a Emanuel Linhares peloapoio financeiro que puseram à disposição detão custoso projeto. «Foi a minha mulher queme incentivou a colaborar. Foi uma promessadela», disse o proprietário da Joem. Já a esposa,a Maria João, haveria de nos dizer que promes-sas são promessas e por isso ficam com quemas faz. No entretanto, soubemos que foi aMaria João a bordar alinda toalha de renda

Sonho realizado, mérito para Benjamim Amorim, o «cabouquei-ro» das Festas em Honra do Senhor Santo Cristo em Montreal, eIldeberto Silva, o homem responsável pelo importante e beloprojeto da Capela. Foto LusoPresse.

que orna o patamar da imagem do Senhor San-to Cristo.

Já falámos em lágrimas neste texto, mas omomento mais intenso vivido no decorrer des-ta cerimónia de inauguração foi aquele em queIldeberto Silva agarrou pelo braço de um ado-entado Benjamim Amorim para subir os doisou três degraus da Capela até ele se poder apro-

ximar da imagem do Senhor Santo Cristo. Re-corde-se que foi Benjamim Amorim que há 50anos iniciou as Festas do Senhor Santo Cristoem Montreal!

No final da festa, Ildeberto Silva, sua espo-sa Maria da Graça e dois dos seus filhos, distri-buíram massa pelos presentes.

Depois de tanta expetativa, a Capela aí está para guádio dos crentes. Uma Famíliatrabalhou muito para que o sonho fosse realizado. Trata-se da Família Ildeberto Silva.Foto LusoPresse.

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Página 412 de maio de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

FICHE TÉCHNIQUE

LusoPresseLe journal de la Lusophonie

SIÈGE SOCIAL6475, rue Salois - AuteuilLaval, H7H 1G7 - Québec, CanadaTéls.: (450) 628-0125 (450) 622-0134 (514) 835-7199Courriel: [email protected] Web: www.lusopresse.com

Editor: Norberto AGUIARAdministradora: Anália NARCISOContabilidade: Petra AGUIARPrimeiros Diretores:• Pedro Felizardo NEVES• José Vieira ARRUDA• Norberto AGUIAR

Diretor: Carlos de JesusCf. de Redação: Norberto AguiarAdjunto/Redação: Jules NadeauConceção e Infografia: N. Aguiar

Escrevem nesta edição:• Carlos de Jesus• Norberto Aguiar• Carlos Taveira• Luciana Graça• Lélia Pereira Nunes• Anália Narciso• António da Silva Cordeiro• Jules Nadeau• Onésimo Teotónio Almeida

Revisora de textos: Vitória Faria

Societé canadienne des postes-Envois depublica-tions canadiennes-Numéro deconvention 1058924Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec etBibliothèque Nationale du Canada.Port de retour garanti.

LusaQ TVProdutor Executivo:• Norberto AGUIARContatos: 514.835-7199

450.628-0125Programação:• Segunda-feira: 21h00 às 22h00• Sábado: 11h00 ao meio-dia(Ver informações: páginas 5 e 16)

La Grande Envolée du Commandant Piché• Reportagem de Carlos DE JESUS

LUSOPRESSE – Há cerca de 15 anos,um Airbus A330 que fazia a ligação aérea entreToronto e Lisboa com 306 pessoas a bordo,devido a uma avaria mecânica, no meio do A-tlântico, em plena noite, ficou sem combus-tível, sem motores, sem corrente eléctrica, semmeios de comunicar com terra. A última gotade energia que restava foi para comunicar por

rádio que iam tentar chegar à ilha Terceira, nosAçores, e que estivessem a postos para umaaterragem de emergência.

Mas, como alcançar uma pista a 20 minu-tos de distância, num avião sem motores, semluz, sem comunicações, carregado com maisde três centenas de pessoas, com malas e baga-gens? Planando. Planando como ele já tinhafeito, noutras circunstâncias, sem motores eàs escuras, quando Robert Piché, o comandan-te do Airbus A330, era um piloto do mato.Mas foi essa experiência que lhe deu a energia,a coragem, quase raiva, de se atacar aos coman-dos mecânicos que lhe restavam para levar oavião a planar até à pista mais próxima. A his-tória da aviação está cheia de exemplos de queninguém se salva quando um avião tenta pou-sar na água a uma tal velocidade. Portanto, paraPiché a única alternativa possível era chegar aterra firme, custasse o que custasse.

Foi assim que o avião do voo Air Transat236 conseguiu aterrar no aeroporto das Lagescom 293 passageiros e 13 tripulantes. Todosse salvaram, embora alguns ficassem ligeira-mente feridos durante a operação de saída deemergência.

Este feito de armas fez do comandantePiché um herói instantâneo. Tanto no Canadácomo em Portugal. Infelizmente, como sem-pre acontece quando alguém tira a cabeça forado rebanho, logo aparece um para lhe fazerbaixar o cabelo... E foi assim que um jornalistase pôs a vasculhar a vida do comandante Pichée descobriu que ele já tinha estado preso nosEstados Unidos por ter feito voos de noite,sem luzes e sem motores, para transportarsubstâncias ilícitas para os carteis mafiososamericanos. Como vem bem descrito no livrosobre a vida dele e no filme que foi feito depois,o comandante Robert Piché, num período ne-gro da sua vida tinha-se visto obrigado a traba-lhar para o crime organizado a fim de poderresgatar a sua familiar posta em causa por abu-so de drogas. Depois da prisão americana foireabilitado, caso raro na história dos serviçosprisionais americanos, e contratado pela AirTransat.

Finalmente, não fora esta folha de servi-ços as 306 pessoas a bordo não teriam sobrevi-vido para contar esta história extraordinária.Provavelmente também, se não fora a revelaçãodo passado conturbado de Robert Piché, talvezele não se tivesse envolvido na criação da fun-dação que vem em apoio a pessoas com pro-blemas de dependência.

Para financiar esta fundação, Robert Pichélevou a efeito o ano passado um voo à voltado rio São Lourenço, até à cidade de Québec,com cerca de 300 passageiros a 500 dólarespor pessoa, sob o título de “La grande envoléedu Commandant Piché”. Este ano, ano da cele-bração dos 15 anos da aterragem forçada dovoo AT236 nos Açores, repetiu-se a mesmainiciativa na passada quinta-feira, dia 5 de maio.

Tal como o ano passado representantesda comunidade portuguesa estiveram intima-mente ligados ao evento, como foi o caso deHelena Loureiro, dos restaurantes Portus 360e Helena, que teve a seu cargo o beberete servi-do no fim daquele voo, e do importador de vi-nhos Emanuel Cabral, distribuidor de vinhos“Cabral” e que forneceu todos os vinhos servi-dos a bordo e durante o cocktail em terra. Su-blinhe-se que os acepipes confecionados pela

equipa de Helena Loureiro, foram todos inspi-rados da cozinha portuguesa, embora com al-gumas variantes surpreendentes que deliciaramos convivas. No final foi sorteada uma viagemde dez dias a Portugal com o patrocínio de“Turismo Portugal”.

Para concluir o evento, o Cônsul-Geralde Portugal em Montreal, Dr. José Guedes deSousa, pronunciou um discurso em francêsonde lembrou, a traços largos, a epopeia docomandante Piché e a estreita colaboração quese estabeleceu entre a fundação Robert Piché ea comunidade portuguesa de Montreal.

“Quando cheguei a Montreal, fiquei a sa-ber que em 2003 o Presidente da República

Em 2015, o LusoPresse esteve representado, no voo do Comandante Robert Piché, poruma equipa de jovens (Nuno Cansado e Karene Aguiar). Este ano, quem tomou partena viagem foram o nosso diretor Carlos de Jesus e o nosso chefe adjunto da redaçãoJules Nadeau. Foto Jules Nadeau/LusoPresse.

Portuguesa tinha distinguido o ComandanteRobert Piché com a Ordem do Mérito da Re-pública Portuguesa. E, por esse facto, alegro-me por constatar que o meu país reconheceuoficialmente a coragem e o sangue frio destepiloto que salvou centenas de vidas.”

“A prova deste elo que liga a FundaçãoRobert Piché e Portugal, está na presença por-tuguesa no seio do seu conselho de adminis-tração – continuou o Senhor Cônsul-Geral,mencionando o nome de Manuel Videira, e acontribuição de diversos representantes danossa comunidade para o sucesso deste eventocaritativo”.

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o país é como dirigir uma empresa de casinosou de show televisivo. E disso ele percebe.Rodeia-se de ‘yes men’ e quando não gosta dacara dum, despede-o de imediato. “You’re Fi-red!”

É assim que ele entende governar a primei-ra potência comercial e nuclear do mundo. Éassim que ele vai construir um muro entre osEUA e o México, com dinheiro dos mexica-nos, diz ele, retendo as remessas que os imigran-tes mexicanos enviam para as famílias. É assimque ele vai marcar os muçulmanos com umchip eletrónico para os poder controlar nassuas andanças. É assim que ele vai fechar asfronteiras aos refugiados, cortar as relações co-merciais com a China, lançar uma bomba ató-mica nos países que se ataquem aos interessesamericanos, matar a família dos camicases… epor aí fora.

A lista das declarações absurdas que eletem feito nesta campanha é tão longa que seriafastidioso enumerá-la. E, no entanto, apesarda sua crassa ignorância tanto em termos depolítica interna como externa, apesar da opo-sição clara e feroz das próprias instancias na-cionais do Partido Republicano, da falta deapoio de antigos presidentes republicanos, na-da disso o impediu de ganhar o voto dos AngryWhite Male (homem branco enraivecido) para

EDITORIAL...Cont. da pág 1

representar os republicanos no próximo dia 8de novembro.

A popularidade de Donald Trump só sepode explicar pela revolta das classes traba-lhadoras brancas que pensam que os negrostêm mais direitos do que eles, que nunca acei-taram ser representados e muito menos gover-nados pour un negro. Que pensam que a pro-messa de trazer de volta os empregos que desa-pareceram devido ao Outsourcing (empregosenviados para o México e para a China) lhesvai dar um novo trabalho mais bem pago. Quea expulsão dos imigrantes vai criar mais postosde trabalho (que na realidade ninguém quer),que a abolição do seguro de doença de Obama(o Obamacare) vai fazer baixar os descontosque pagam para o Estado, que Donald Trumpnão está vendido à Wall Street porque tem for-tuna própria. Tudo isto faz crer a esta fatiaconsiderável da população americana que tra-dicionalmente nem sequer votava, que vai vol-tar à mó de cima quando Trump estiver na Ca-sa Branca.

E, pelo andar das coisas, apesar de tudoparecer que os americanos que foram capazesde eleger um negro, nunca iriam escolher umbobo para os governar, apesar disso, muitosdos céticos já nem sequer apostam na HillaryClinton e resignam-se a ver uma personagemde vaudeville a chefiar a maior potencia militare nuclear do mundo!

«Les jeux sont faits, alea jacta est».

Página 512 de maio de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Feliz Natala todos!

Página 612 de maio de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Por via do Encontro dos Média da Diáspora Açoriana

Vivências açóricas de relevo• Por Anália NARCISO

O Encontro de Órgãos de Comuni-cação Social da Diáspora Açoriana: Desafiosatuais e futuros, que se realizou de 22 a 26 de a-bril nas ilhas do Faial, Pico e São Jorge, termi-nou como começou: em apoteose!

Com efeito, tudo começou pela manhãdaquela sexta-feira, dia 22 de abril, no Centrode Interpretação do Vulcão dos Capelinhos,com a sessão de abertura a ser presidida pelopresidente do Governo dos Açores, Dr. VascoCordeiro, e seguida da brilhante conferênciado jornalista Dr. José Lopes de Araújo, intitu-lada «A Diáspora e os Média», e que terminouna terça-feira seguinte com a animada sessãode encerramento no aparthotel Cantinho dasBuganvílias, em São Jorge, sob a direção doDiretor Regional das Comunidades, Dr. PauloTeves.

Para nós, uma neófita nestas andanças,estas jornadas passadas nas «Ilhas do Triân-gulo» foram muito enriquecedoras sob todosos pontos de vista, cultural, político, gastronó-mico... e social. Desfrutámos, sem nenhumadúvida, de todos os seus bons aspetos. Numapalavra, saímos deste encontro mais açoriana!

Mas atenção, porque também houve pe-quenas coisas que podiam ter corrido melhor.Elas aparecerão algures adiante neste texto.

A Comunicação SocialPara este Encontro vieram representantes

do Brasil, Bermudas, Canadá e Estados Unidos.Ao todo, 35 representantes dos Média da Diás-pora. E, note-se desde já a excelente participa-ção dos Média luso-quebequenses, onde sódemos pela falta do programa de rádio Portuga-líssimo, certamente ausente por razões de forçamaior.

Dos Média açorianos presentes, a listaapontava muitos nomes. No entanto, só pude-mos descortinar alguns, os mais conhecidosou os que faziam parte dos órgãos de comuni-cação social mais salientes no arquipélago. Nes-te aspeto faltou, a nosso ver, interação entretodos os jornalistas de forma a haver um co-nhecimento mais adequado entre os de cá e osde lá.

Entretanto, da única reunião que houvesobre a Comunicação Social, levada a efeito natarde da sexta-feira, numa das salas do HotelHorta, o que se pode dizer é que a discussãovagueou mais sobre o futuro da língua portu-guesa nas Comunidades do que propriamentenos problemas da Comunicação Social. Deresto, alguns até aproveitaram o momento para«bater» na SATA em detrimento da discussãodos nossos reais problemas. Enfim, visões...

Dirigiu esta sessão o credenciado profes-sor universitário Vamberto Freitas, grande co-nhecedor dos problemas da imigração por tervivido alguns anos na Califórnia.

O dia de sexta-feira foi concluído comuma visita à Assembleia Legislativa Regional,onde os Médias «estrangeiros» foram recebidospela sua presidente, a Doutora Ana Luís.

Conferências instrutivasA primeira de uma série de várias conferên-

cias sobre o estado do arquipélago no mo-

mento que passa, foi da responsabilidade deFilipe Porteiro, diretor regional dos Assuntosdo Mar. A sessão teve por título «O valor domar nos Açores». Esta dissertação teve lugarna Fábrica da Baleia, tal como a conferênciaseguinte, sobre o tema «Destino Açores», daresponsabilidade do secretário regional do Tu-rismo e Transportes, Dr. Vítor Fraga. Aqueleaflorou as riquezas do mar dos Açores, comsuas vantagens e, também, alguns inconveni-entes; o segundo martelou sobre os Açoresmodernos do tempo que passa e as vantagensde se acreditar no que se está a fazer para pro-gresso contínuo da nossa região no plano regi-onal, nacional e até internacional. O atual fluxoturístico, que muito tem ajudado a economiadas ilhas principalmente no último ano, dissoé prova.

Em ambas as conferências, os Média pu-deram questionar os dois governantes. A SA-TA, como não podia deixar de ser, voltou àbaila. E aqui, sim, com todo o a propósito.

Depois de um almoço de «comer e chorarpor mais», onde os chicharrinhos e as lapasforam reis e rainhas, no restaurante «Vítor dosLeitões», os congressistas visitaram o JardimBotânico, a Caldeira Velha e a Casa Manuel deArriaga, esta última dirigida por Rita Dias, an-tiga diretora regional das Comunidades.

O passeio foi muito apreciado e instruti-vo, a começar pelo jardim, onde se pôde apreci-ar as espécies autóctones e outras importadasdo exterior no decorrer dos séculos. Na CasaManuel de Arriaga, o contacto com um valiosoespólio do primeiro presidente da República,que não teve vida fácil, a começar pelo confron-to com um pai monárquico...

O dia terminou com a conferência «O Go-verno Regional e as Relações Externas: Comu-nidades, Cooperação e Europa», na sede daDireção Regional das Comunidades, proferidapor Paulo Teves, em substituição de RodrigoOliveira, subsecretário Regional da Presidênciapara as Relações Externas, impedido de se des-locar à cidade da Horta (Faial).

O incremento do desporto nos Açoresatravés de provas ciclistas foi apresentado porresponsáveis da Associação de Ciclismo dos

Pico especial! - No voo da Terceira para o Faial, conseguimos, através da janela doBombardier da SATA, fazer esta magnífica fotografia. Foto Norberto Aguiar/LusoPresse.

Açores.

Pico deslumbrante!Depois de meia hora de barco, o grupo

chegou à Vila da Madalena pelas oito horas da

manhã de domingo. De imediato percorreu aPaisagem Protegida da ilha – os seus incríveiscurrais de vinha, que só por si merecerão, emtempo oportuno, um artigo à parte. Logo aseguir o autocarro levou-nos à Casa da Mon-tanha – a pouco mais de mil metros da terra-chã e a outros tantos do seu cume. Aqui, assis-timos à conferência «Políticas Ambientais nosAçores», proferida pelo diretor regional doAmbiente, Hernâni Lopes. Pelo que ouvimose porque desconhecíamos, os Açores ambien-talmente estão no bom caminho.

Da Casa da Montanha, muito bem prepa-rada, com bar e tudo, a vista é simplesmentedeslumbrante!

O próximo destino foi a Vila das Velas,uma localidade histórica por via da caça à baleia,hoje extinta. Almoçámos no «O Lagoa» e de-pressa seguimos para o Museu dos Baleeiros.Nuno Lopes, diretor regional da Cultura e gran-de obreiro do Centro de Interpretação dos Ca-pelinhos – falaremos disso em ocasião opor-tuna – esperava-nos. A sua apresentação, «Apromoção da Cultura nos Açores» foi-nostransmitida no prático auditório do bonitomuseu. As palavras do respeitado arquitetoafloraram o muito que se tem feito em termosde cultura nos Açores, uma região difícil pelasua dispersão, daí certas dificuldades apresen-tadas, compreensíveis, claro.

O dia terminou com uma degustação devinhos e queijos no Museu do Vinho da Vilada Madalena, com atuação do Rancho Folcló-rico da Casa do Povo da freguesia da CriaçãoVelha.

São Roque do Pico e a sua Pousada da Ju-ventude foram visitados por nós logo pelamanhã. Antes, porém, demos um pulo ao Ca-chorro e ao Lagido, onde fomos ver as adegasde verão dos habitantes da(s) ilha(s) e suaspiscinas naturais.

Entretanto, antes do almoço na Pousada,presenciámos a conferência «Políticas de Ju-ventude nos Açores», da autoria de Pilar Da-mião, a diretora regional da Juventude que viveuno Ontário durante os anos dos seus estudosuniversitários.

Na troca de impressões a seguir a sua expla-

nação, muitas sugestões e questionamentosforam deixados ao critério da jovem diretora.Neste particular, Norberto Aguiar, da LusaQTV e chefe de redação deste jornal, esteve parti-cularmente ativo, como de resto em todas assessões do Encontro.

Já de regresso ao hotel, ainda fomos visitaro Museu da Indústria Baleeira, ainda em SãoRoque, e o muito popular Cella Bar, um restau-rante futurista, com uma decoração fantástica,situado à beira-mar, já na Vila da Madalena emuito procurado pelos turistas.

O próximo passo foi pegar nas malas noHotel Caravela, por sinal muito bom, e seguirpara a gare marítima da Madalena para tomar obarco em direção à Vila das Velas, em São Jorge.

De referir que a nossa estada no Pico tevecomo cicerone Manuel Serpa, um ex-deputadototalmente enamorado pela sua terra!

Nota: por já ser muito extenso este texto,no próximo número falaremos da nossa visitaà ilha de São Jorge, para além de outros conside-randos.

L P

Em cima, Vasco Cordeiro, presidentedo Governo Regional dos Açores, nouso da palavra no decorrer da ses-são de abertura do Encontro de Ór-gãos de Comunicação Social da Di-áspora Açoriana: Desafios Atuais eFuturos. Em baixo, o eminente jorna-lista Lopes de Araújo, que proferiua conferência inicial do Encontro,intitulada de «A Diáspora e os Mé-dia». Fotos Norberto Aguiar /Luso-Presse.

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O fotógrafo François Nadeau:

Voo de uma cultura para outra• Por Jules NADEAU

Tributo a Marcolino Candeias• Por Lélia Pereira NUNES

Cerca de dois meses ou mais recebi um convite do escritor O-nésimo Teotónio Almeida, lá de Providence, para escrever um pequenotexto em homenagem ao poeta terceirense Marcolino Candeias, a lem-brar da geração que fez furor nos anos de 80 e 90. Fiquei muito sensibi-lizada com a lembrança de alinhar ao lado de nomes das Artes e Letrasaçorianas de dentro do arquipélago e de outras geografias. Amigos deum chão telúrico comum, de muitas aventuras por terras da diáspora,de sonhados projetos e mil ideias debatidas a exaustão noite adentro.Aceitei botar a palavra na reverência à obra poética e literária do Mar-colino Candeias, de me associar a esta corrente de amizade e de reconhe-cimento a sua criatividade literária e d’artes. Nem parei para pensar sehavia gente muito melhor qualificada do que eu para falar do poeta con-siderado uma das vozes mais importantes do grupo “Geração Glacial”.Ou, do seu jeito doce, elegante e apaixonado de declamar “Aqui nãotem sabiá”, dedicado a sua Deka – uma brasileira do Paraná que hámuito conquistou o seu coração e inspirou versos de imensa ternura.

Neste domingo, 1° de maio recebi a triste notícia de sua partida.Muitas foram as mensagem deixadas na rede social do Facebook numaúltima homenagem ao Amigo Marcolino ou ao “Angra Brother”, co-mo o escritor Diniz Borges gosta de chamá-lo.

Lembro-me do texto que escrevi a convite do Onésimo, no passadofevereiro, “Madalena vem à Ceia”, onde brinquei em torno da foto-montagem “Felix Et Amici Cena”, impagável leitura da famosa pin-tura “A Última Ceia”(1497) do gênio renascentista Leonardo Da Vinci,criação do genial Marcolino. Peço-lhes licença para reproduzir dois pa-rágrafos do que escrevi naquela oportunidade:

Atrevido na sua arte, irreverente e estiloso, Marcolino deixa trans-parecer um ar de motejo, o espírito gozador típico do ilhéu. Seus dedosflanam livres ao compor com lirismo telúrico a cena sagrada do cenáculoaçoriano num inegável tributo ao poeta Emanuel Félix. Seu olhar argutose debruça sobre as sutilezas de cada personagem sentada na grandemesa da açorianidade. Doze convivas reunidos em torno do MestreEmanuel Félix, em íntima comunhão de ideias, de diálogo liberto, frontal,democrático. Identifico-os – a irmandade atlântica de escritores, íconesda literatura e artes açorianas. Merece a eternidade.

É evidente que não faço parte desta Ceia. Tal qual a Maria Madalenaque não estava sentada ao lado direito de Jesus, também não sentei na-quela grande mesa. Fiquei para sempre cheia de inveja e com muita sau-dade pelo que nunca partilhei.

Neste 1° de Maio de 2016 retorno ao cenário daquela famosa Ceiasem qualquer esperança de ser incluída, de sentar à mesa junto aos ami-gos, cumplices de vivências e afetos, porque Marcolino Candeias jánão pode mais atender ao meu pleito e portanto – “Madalena nãovem à ceia”.

Fica a saudade da memória vivida, do seu inconfundível lirismo, naalegria brejeira de cantar o amor ou fazer um breve discurso aos seusamigos e recitar: “Oh! Meus amigos de café de cerveja gelada e coraçãofervente/ que resolvíamos a paz e a guerra e inventávamos a justiça so-cial/todos os meus amigos das artes que sonhávamos até o clímax dafúria/ a utopia suprema/ e expurgámos do mal todo o universo parafazer só de beleza.”

Fica a certeza de que a palavra do poeta não silencia jamais.

O caçador de imagens François Nadeau voa por cima da crostaterrestre por duas vezes durante o mesmo mês. Primeiro, a 5 de maio úl-timo, para participar na «Grande Envolée du Commandant Piché» e parao seu batismo da comunidade portuguesa. Depois, a 19 de maio, para oseu quarto périplo no Império do Meio: um mês de caminhadas para en-riquecer a sua coleção de mais de 10 000 clichés da China.

Em Dorval, François Nadeau teve ocasião de apertar a mão do he-rói Robert Piché, do cônsul-geral Dr. Guedes de Sousa, e de provar osacepipes de Helena Loureiro regados com vinho português. Isto en-quanto o diretor do LusoPresse, Carlos de Jesus, e eu, lhe falávamos dapátria de Camões. Bom aluno, o fotógrafo escutava atentamente, massobretudo estava de olho aberto para observar tudo o que se passava.No avião sobrevoando o Quebeque e no grande hotel a festa do Co-mandante.

Iniciação à culturaNo princípio do ano, o LusoPresse deu a notícia da publicação do

seu magnífico livro «La Chine, Récit photographique dans l’empiredu Milieu». O autor destas linhas (sem qualquer parentesco com ele)teve o prazer de escrever o prefácio, texto que aparece em três línguas.François Nadeau é o primeiro fotógrafo quebequense autorizado a pu-blicar em solo um álbum sobre a grande China e que mostra um grandeentusiasmo pela exploração da cultura chinesa.

Enquanto que a sua iniciação à cultura portuguesa não faz que co-meçar, a iniciação do montrealense à cultura chinesa merece que se de-em mais informações. Em 2016, convidado de novo pela cidade de Pe-quim para fotografar os mais belos sítios durante uma semana, FrançoisNadeau não se contentou dum limite de tempo tão curto e lutou durantevárias semanas para conseguir um visto dum mês completo. Nestecombate para um visa melhor, aproveitou os conselhos amigáveis docônsul da China em Montreal. Um bom ponto a seu favor.

No dia do lançamento do seu opus, François Nadeau estabeleceucontacto com o jornal montrealense Sept Days (Qi Tian). Depois, ajornalista de terreno Hu Xian e a diretora do hebdomadário Yin Ling, en-trevistaram-no longamente. Uma vez que a sua fotografia foi mesmo pu-blicada num artigo na primeira página, François Nadeau teve naturalmentedireito a encontros com representantes do governo chinês.

O consulado da ChinaOs diplomatas da República Popular convidaram-no a expor o seu

método de trabalho nos escritórios da rua Sainte-Catherine, onde estavampresentes uma quinzena de empregados do Estado. «Foi divertido ver osoficiais a folhearem o meu álbum e a fazerem-me todo o género de per-guntas», comenta o autor que explica «se ter enamorado da China».

Entretanto, o senhor Long Qi (o seu nome chinês que quer dizerDragão Especial) seguiu cursos de chinês na Universidade de Montreal.«Não é fácil», confessa-me ele. A professora de experiência, madame LiXiaofei (nascida na Mongólia Interior) e que vive em Montreal desde1999, sabe comunicar o seu próprio entusiasmo aos seus estudantes.

François adora tudo até à cozinha chinesae impressiona os seus hóspedes debicandoamendoins com as baguetes. Que seja numrestaurante do Shandong, no Carrefour Angri-gnon ou em casa duma família duma etnia doGuangxi, o Quebequense sente-se como nacasa dele em Lasalle. Picante, amargo ou açu-carado. (Não vai ser difícil iniciá-lo à cozinhaportuguesa).

Aplicando a máxima do Grande Timonei-ro «Contar sobre as suas próprias forças», odiplomado de Concordia multiplica as expo-sições no estrangeiro (Turquia), os artigos derevista (Estados Unidos) e tudo o que ajuda àdifusão do seu livro editado na Cayenne: novacasa de edição fundada por Robert Hébert,

especialista em foto-grafia. Assim, provados seus bons con-tactos chineses podever-se no seu portal(www.aminumerique.com),a imagem do cônsul-geral chinês de Mon-treal oferecendo o li-vro de François Na-deau ao Primeiro-Mi-nistro PhilippeCouillard. Os repre-sentantes do Que-beque na Ásia e aquiapoiam ao máximo opercurso deste loucodas culturas.

L P

François Nadeau com o comandante Ro-bert Piché. Foto Jules Nadeau/Lpresse.

François Nadeau durante uma exposiçãode fotografias junto da Comunidade chi-nesa. Foto Jules Nadeau/LusoPresse.

L P

Página 912 de maio de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Em Ponta Delgada

Grandiosas Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres• Por Anália NARCISO

PONTA DELGADA, São Miguel –A última vez que assistimos às Festas do Se-nhor Santo Cristo dos Milagres, em PontaDelgada, São Miguel (Açores) foi no já longín-quo ano de 1983 do século passado. Tínhamosregressado à terra depois de sete anos a viverno Quebeque. Chegámos ao Canadá solteira,em 1975, e regressámos, para ficar, em dezem-bro de 1982, já casada e mãe de três filhas.

Desta vez a história conta-se de outra ma-neira.

Convidada para representar o LusoPresseno Encontro de órgãos de Informação da Diás-pora, levado a efeito nas ilhas do Faial, Pico eSão Jorge, como se sabe, ali tão pertinho dailha irmã S. Miguel, e com o Encontro a ter-minar a 27 de abril, logo pensámos – o Nor-berto acompanhou-me em representação daLusaQ TV – que devíamos dar um pulo a SãoMiguel para ver a família – dois irmãos, sobri-nhos, primas... – e ao mesmo tempo assistiràs Festas do Senhor Santo Cristo, questão dever como ainda eram... A decisão não podiater sido melhor.

Enquanto os colegas de outros Média se-guiam o destino de casa, nós – evidentemente,eu e o Norberto – seguimos de São Jorge paraPonta Delgada, onde ficaríamos por mais oitodias. Escusado será dizer que programámos anossa vida em função das festas, coisa que afamília compreendeu e até colaborou.

ImpressionanteDepois do que vimos das festas em 1983

– regressámos definitivamente ao Canadá emjulho do mesmo ano – o que muitos nos diziamera que as festas na terra estavam a esmorecer...Que os mais novos já não ligavam a essas coi-sas. Outras vozes, essas vindas com maior in-sistência dos Açores, eram que nós na diásporaé que estávamos a alimentar essas festas reli-giosas no estrangeiro, por não termos evoluí-do.... Aliás, ainda hoje há gente a dizer que osemigrantes são uma cambada de ignorantes eatrasados. Como devem calcular, não vou poraí. Deixo isso para os mais experientes nestamatéria...

Passo agora a dar a minha opinião sobreo que vi das festas do Senhor Santo Cristo dosMilagres 33 anos depois!

Um mar de genteA primeira constatação foi que chegado o

momento toda a gente fala e sente as festas.Não vimos, mas temos a sensação que todas,ou quase todas, as freguesias da ilha ficam des-pidas de gente tão grande é a multidão que,principalmente no domingo, acorre a PontaDelgada. Não são, como informaram, os doismil emigrantes de passagem que fazem a dife-rença. Nem tão pouco os turistas em trânsito...O grosso daquela massa humana é forçosa-mente micaelense. Se ainda são crentes? A julgarpela imensidão das promessas que participaramna procissão acreditamos que sim. E olhemque também vimos muita juventude no des-file...

Outra surpresa foi constatar que a procis-são ainda dura muitas horas! No local ondeestávamos, esquina das ruas Comandante Jaime

de Sousa, Marquês da Praia e Monforte e Con-selheiro Dr. Luís Bettencourt de Medeiros eCâmara, sem exagerar, esperámos cerca de seishoras para que a procissão passasse...

Vimos muitos homens de opas, curiosa-mente perfilados em duas filas por lateral, coisanova para nós. Muitas bandas de música, coma particularidade da presença de uma vinda daCalifórnia (Lusitânia Band of the North Bay).Os políticos como de costume, com a novida-de da presença do primeiro-ministro AntónioCosta, coisa nova comparada com o meu tem-po.... Muitos padres, a contrastar com poucosseminaristas. A presença de dois bispos, o re-signatário Dom António Braga e o seu substi-tuto João Lavrador. A presença dos escuteiros,habituada que cheguei a estar com a presença,se não estou em erro, da Mocidade Portuguesa...Os bombeiros, os anjinhos, as várias irmanda-des e corporações; poucos clubes de futebol.Assinalámos apenas a presença do Marítimo....Houve outras ausências certamente. Apesarde tudo, a procissão foi muito bonita. Nãosei, ainda hoje, se estava à espera do que vi oualgo diferente...

Imponente, como sempre, estava a ima-gem do Senhor Santo Cristo, levada em om-bros por homens robustos. Já nem tinha bema ideia de como era.... Do arraial, sempre muitoconcorrido no meu tempo, deu-me a sensaçãode acabar precocemente. À meia-noite acaba-ram-se as apresentações filarmónicas. Poucagente ficou então no Campo de São Francisco.Muitos acabaram por escolher as barracas decomes e bebes na entrada para a Doca... Ouvisitar as exposições paredes-meias com as Por-tas do Mar, que nem sonhadas no meu tempo.Na Avenida Infante Dom Henrique, várias es-planadas modernas, com diferentes ofertas.Muito movimento de veículos para uma cidadede ruas estreitas.... Outra surpresa, a duração

Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres em Ponta Delgada: Os peregrinos atingemnúmeros impressionantes! Foto LusoPresse.

das festas por toda uma semana. Ao tempo,na melhor das hipóte-ses, tínhamos sábado edomingo, já sexta e segunda não mereciam ró-tulo de dias de festa. Agora «sai» toda uma se-mana, com tolerância de ponto e tudo!

Em resumo, valeu a pena ter dado o saltoa São Miguel para retomar o contacto com asfestas maiores da ilha. E de certeza que não va-mos esperar mais 33 anos para assistirmos àsFestas do Senhor Santo Cristo dos Milagres.Prometido!

L P

Dom António Braga, por ter atingido o li-mite de idade, resignou ao seu pontificado.Para o seu lugar veio Dom João Lavrador.Foto LusoPresse.

Página 1012 de maio de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

FULANO, SICRANO E BELTRANOOnde se fala da diferença entre corruptores, corruptos e corrompidos

© Por Carlos TAVEIRA

Artigo publicado simultaneamente no meu blogue: «O Blogue do Beto Piri».

Conheces o site internet Ciberdúvi-das da Língua Portuguesa? Fui lá para encontrarresposta a uma questão difícil que me tem ataza-nado o espírito: aquele indivíduo «está corrom-pido» ou «está corrupto»? Se bem assimilei aexplicação, diz-se que alguém «está corrompi-do» e que um outro da mesma súcia «é igual-mente um corrupto». E como ninguém se cor-rompe sozinho, deve dizer-se, quando se falado agente externo que os corrompeu: «Fulanoque tinha corrompido Sicrano e Beltrano». Oque quer dizer que se emprega corrupto comoadjetivo ou substantivo e corrompido comoparticípio passado. Passado é uma maneira defalar porque, segundo as últimas notícias, ostais substantivos, adjetivos e particípios estãomuito presentes e, dizem os pessimistas, comfuturo garantido e promissor.

Fulano, Sicrano e Beltrano, citados acima,são variáveis. Variável, em terminologia infor-mática, é um objeto que representa um valormutante. Exemplo: a variável Fulano contémum certo nome neste preciso instante e umoutro no momento seguinte. Quando fazes apergunta «então quem é o Fulano que agora secorrompeu?», o objeto Fulano possui agoraum nome diferente do que continha há um se-gundo atrás. Felizmente os computadores tra-tam a informação a uma incrível velocidade se-não, com a quantidade de nomes que essas va-riáveis podem tomar, ainda se encravava. Parasimplificar, podemos afirmar, sem receio denos enganarmos, que Fulano, Beltrano, Sicranoquando possuem os valores corruptor, corrom-pido e corrupto, são tudo vocábulos associados.

Já agora que falamos em associações, re-cordei-me dum jogo de adolescência, do tempoem que espinhas e arrogância nos esburacavamo rosto e nos achávamos inteligentíssimos. Éassim: pede-se a um amigo para fechar os olhose esvaziar a mente antes de pronunciarmosuma palavra-estímulo. Em seguida o sujeito daexperiência dita os vocábulos que inconscien-temente lhe associou. Quando alguém diz,«porco», as palavras que me vêm ao espíritosão: chouriço, morcela, linguiça, toucinho, fei-joada. Olha outro exemplo que se passou co-migo. Fechei os olhos, esvaziei o mental e apalavra-estímulo que recebi foi «Político». Es-pontaneamente saltaram-me aos lábios os se-guintes substantivos: incorruptível, honesto,fiável, responsável, humilde, simples, transpa-rente... No caso de repetires esta brincadeiracom alguém e pronunciares a palavra «corrup-to», o sujeito da tua experiência pensará prova-velmente num compadre velho muito dadoao carrascão, nicotina, marijuana e jogo, e queabandonou este vale de lágrimas na bancarrota,de olhos amarelos, meia dúzia de úlceras e umacirrose no fígado. Quando eu era menino, eradestes infelizes que se dizia: «está todo corrom-pidinho, coitadinho». Como os tempos mu-daram!

Segundo a companheira do meu amigovitriólico e ateu, o Rebenta Balões, alcoolismo,droga, jogo e ganas de dinheiro é tudo farinhado mesmo saco: do saco das dependências!Por outras palavras: coisas do foro da saúde

mental. Esta admirável mulher tem profissãoútil: entra na cabeça das vítimas de violênciasabomináveis, tentando mostrar-lhes como de-satar os nós que as sufocam. Foi ela quem meapresentou o triângulo da vitimização que tolheas pessoas abusadas: o perseguidor (que é omau); o perseguido (que é ela, a vítima); o sal-vador (quem a vem socorrer). Libertá-la dessaprisão de três muros, torná-la autónoma, éum dos desafios do terapeuta.

Rebenta Balões, eterno destilador desarcasmos, aproveitou logo para meter a colher:

– Até há povos que se encontram prisio-neiros da mesma situação: cabalas internacio-nais de perseguidores oprimem as vítimas queesperam pela vinda de quem os há-de resgatare salvar. E espera aí, não te vás embora, olhaoutro triângulo muito giro: corruptores, cor-ruptos e paraísos fiscais.

– Não há vítimas nem perseguidores noteu triângulo! – Protestei.

– Mas há um salvador: o paraíso fiscal. –Riu-se, escarninho – Repara que é triângulopositivo, em cada ângulo há um corno de abun-dância. Era ali que devíamos estar: à sombrados coqueiros, estendidos nas areias doiradasdum paraíso fiscal, cocktail nas unhas, untadi-nhos de creme de bronzear... Em vez dissoandamos feitos parvos a tiritar de frio nestepaís de gelos e a trabalhar para pagar impostos,a meio de gente que refila, rezinga e ronca masque não faz nada, à espera que a ComissãoCharbonneau e a UPAC resolvam o assunto.

Calei-me para não lhe espicaçar o mauhumor: o animal, quando contrariado, torna-se cáustico como um desentupidor de canaliza-ções. Mas olha que o bicho não deixava de teruma certa razão. Nos dias seguintes dei comigoa sonhar acordado com praias, palmeiras, co-cktails, biquínis sobre corpos bronzeados, cre-me solar… E com um jacto privado para láchegar. Imaginei serviçais vestidos de libré,sorrisos e salamaleques, servindo-me um Kobestreap steak de 12 onças frente ao mar oceano,regado com um tinto Barca Velha de 1999, daCasa Ferreirinha, nobre filho das castas TourigaNacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e TintoCão… Frutas tropicais... Sultan’s Golden Cakeem sobremesa com um Dow’s Vintage Porto2011 para me acariciar as papilas gustativas...Enfim uma bica assanhada, vibrando de cafe-ína, e um cálice de aguardente velhíssima DomTeodósio para digerir tudo isto.

Passou-se então uma coisa curiosa: eu,que estava já de caninos afiados para me lançarao teclado e atacar o triângulo da corrupção,denunciar injustiças fiscais, acicatar o teu ódiocontra políticos venais, fazer pilhérias sarcásti-cas... Nada! Em vez disso, dei comigo a re-considerar os meus sentimentos agressivos emrelação a quem se deixa corromper. De facto,quem sou eu para os julgar? Bem vistas as coi-sas, somos todos humanos, sujeitos a tenta-ções. Ademais, tu e eu sabemos como são ma-nhosos, e difíceis de perceber, os embustes deBelzebu! Recordei-me também, humildemen-te, da eterna verdade pontificada por um grandesábio: «Quem nunca pecou que jogue a primei-ra pedra.»

Confesso-te, e isto fica só entre nós, quea corrupção me tentou. Todavia, e depois desondar essas águas torvas mas doces, foi coma morte na alma que constatei o total desinte-resse dos corruptores e me rendi à triste evidên-cia que não reúno as condições objetivas paraos atrair! Não possuo nenhuma influência naatribuição de contratos de construção, na vendade equipamento ao exército, na escolha dumfornecedor farmacêutico... Por outras palavras,não sou corruptível (a não confundir com in-corruptível), consequentemente não interessoeventuais corruptores.

Fiquei a matutar no assunto, a consideraro álcool, grande corruptor da humanidade eao qual devemos tantas mortes e tragédias. Masque é legal e que contribui chorudamente aoscofres de estado, tal como o tabaco que sevende livremente por todo o mundo, mesmonas teocracias. Isto, para não falar dos casinosonde se arruínam alegremente tantos viciadose onde se suicidam alguns. Por associação deideias, veio-me à cabeça aquele compadre velhotodo corrompidinho, coitadinho, a abarrotarde maleitas físicas e mentais causadas por subs-tâncias legais: tabaco, álcool, jogo... Haveriade ficar feliz sabendo que a marijuana vai serlegalizada e que existem salas de injeção assistidade drogas (as piqueries dos francófonos e shoo-ting houses dos anglófonos). E foi ao levantarum cálice de Duas Quintas à sua memória queuma ideia pegou lume ao meu pobre cérebrofatigado, subiu ao céu escuro como um fogueteonde explodiu e tudo iluminou num clarão degénio.

Legalize-se a corrupção!Excitadíssimo, enchi uma segunda taça de

Duas Quintas e compilei as vantagens dumatal legalização.

• Cobrar-se-iam impostos pesados aoscorruptores e corruptos sobre as transacçõesantiéticas.

• Diminuir-se-iam as despesas do aparelhodo estado destinadas a reprimir a corrupção(polícia, aparelho judicial, comissões Char-bonneau, UPAC, etc.).

• Nasceriam novos ramos da psicologiaaplicada e cursos superiores: as universidadesformariam corruptólogos com mestrados e dou-toramentos.

• Abrir-se-iam clínicas com profissionaisespecializados em terapias da corrupção.

• À semelhança dos Alcoólicos Anóni-mos e Jogadores Anónimos, dar-se-ia à luzuma nova irmandade: Corruptos Anónimos.

• Os governos dotar-se-iam de uma novaentidade: A Agência da Corrupção (ou Minis-tério em países onde o número de transaçõesimorais o justificasse).

E por que não sonhar com Centros Esta-tais de Corrupção, onde corruptores devida-mente homologados pela Agência (ou Minis-tério) proporiam pacotes interessantes a even-tuais corruptíveis?

Um mundo novo, prenhe de possibili-dades!

Para finalizar, e aureolar este artigo comum bafo de erudição e sabedoria, transcrevouma frase de Confúcio: «Os vícios vêm comopassageiros, visitam-nos como hóspedes e fi-cam como amos».

E já que assim é, por que não dar foros decidadania a este amo que entre nós se hospe-dou? L P

Página 1112 de maio de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

V I V E R N U M D O I S E M U M : S E R P O R T U G U Ê S E M O N T R E A L E N S E

Concurso para os alunos (entre os 10-13 e entre os 14-17 anos) das escolas portuguesas ou cursos de Português em Montreal

Considerado uma homenagem aos emigrantes portugueses em França o filme “A Gaiola Dourada” é uma homenagem a

todos os emigrantes portugueses espalhados pelo mundo. Valores como a família, a partilha à volta da mesa de jantar, a

dedicação ao trabalho, a celebração das festas religiosas ou a luta pela preservação e transmissão das tradições portugueses às

gerações seguintes, entre outros, unem todas as comunidades portuguesas no mundo. Mas cada comunidade portuguesa tem as

suas próprias características de acordo com o país onde se instala. São essas especificidades da comunidade portuguesa em

Montreal que queremos celebrar: sob o mote “Viver num Dois em Um: ser português e montrealense”, promovemos um concurso

que visa saber a forma como os estudantes das escolas comunitárias ou de cursos de língua portuguesa, jovens das segunda e

terceira geração de portugueses, vivem a sua herança portuguesa em Montreal. Os estudantes que queiram participar no

concurso podem partilhar as suas experiências seja através de um conto (ficção ou não-ficção) com base numa experiência

pessoal, mas podendo também recorrer a fotografias antigas, entrevistas a familiares, etc.. O importante é dar asas à

imaginação. Os trabalhos podem ser apresentados por escrito ou vídeo, etc. Ganha o mais original!

Os trabalhos a concurso serão divididos e avaliados em duas faixas etárias diferentes: haverá assim um grupo de alunos com

idades compreendidas entre os 10 e os 13 anos e outro grupo de alunos com idades compreendidas entre os 14 e 17 anos. A

entrega dos trabalhos deve ser feita até sábado dia 14 de maio na secretaria da Missão de Santa Cruz. Deve constar a

indicação do nome, idade, morada, telefone ou email. No caso de ser o vencedor será contactado dois dias antes do dia 28 de

maio, ou seja, dia 26, quinta-feira.

Os vencedores serão anunciados no dia da festa de final de ano das Escolas Santa Cruz e Lusitana no sábado de 28 de

maio. O vencedor do grupo 14-17 anos receberá um cheque-prenda de $60 da Renaud-Bray e o do grupo 10-13 de 40$. Os

segundos e terceiros lugares receberão livros em português. Todos os participantes receberão um diploma de participação. Os

três trabalhados vencedores terão destaque nos meios de comunicação comunitários, assim como na página de Facebook da

Coordenação do Ensino de Português no Canadá – Montreal.

O Concurso “Viver num Dois em Um: ser português e montrealense” é uma iniciativa da Coordenação do Ensino de

Português no Canadá/Camões I.P. em parceria com o Consulado de Portugal em Montreal e com as Escolas da Missão de Santa

Cruz.

Notas Bárbaras (de um quase diário)

Ernest Moniz – o poder e o saber• Por Onésimo Teotónio ALMEIDA

Acabo de chegar da conferência doSecretário da Energia (cargo equivalente ao deministro em Portugal) Ernest Moniz, o luso-americano mais poderoso e famoso dos EUA.Falou sobre “The Iran Deal, Non-Prolifera-tion and Global Nuclear Security”, assuntosem que está inteiramente em casa, pois foi ogrande arquiteto do extraordinário acordo con-seguido com o Irão, para além de outros êxitosalcançados no posto que ocupa desde 2013,graças ao seu calibre como cientista (foi pro-fessor no MIT) e às suas magníficas qualidadesde negociador/diplomata. Ajudou-o, segundoele, o facto de o ministro iraniano ter sidotambém formado no MIT, se bem que não te-nha sido seu aluno. Mas o gabarito de ErnestMoniz vem sendo mais do que reconhecido.Já a atribuição do seu cargo foi unanimementeaceite no Senado, onde costuma haver luta re-nhida para se ratificar qualquer nomeação do

Executivo (em Portugal o Primeiro-Ministroé livre de selecionar quem bem entender, masaqui o Senado tem de aprovar): a votação foi97-0 (os três que faltam para os 100 da Casanão se abstiveram; simplesmente não estavampresentes).

O Washington Post há tempos afirmavaque Moniz tem provado ser a melhor escolhade Obama para um ministério.

Vê-lo e ouvi-lo discorrer com extraordi-nária calma e ponderação, citando factos e da-dos científicos atrás um do outro sem sequerolhar para o papel, foi um espetáculo deliciosode se reter.

Um grupo de entre os mais prestigiososcientistas americanos (incluindo o Nobel daFísica Leon Cooper, da Brown) escreveu aObama a elogiar o enorme triunfo que foi oacordo JCPOA (acrónimo para o acordo nu-clear com o Irão).

Uma nota de petite-histoire: quando noperíodo de perguntas e respostas um alunoinquiriu sobre a composição da equipa cientí-

fica que o acompanhava, respondeu que tinhaos sete principais laboratórios de Energia Nu-clear dos EUA em contacto direto com ele e,porque as negociações decorreram na Suíça eem Viena, favorecia-o a vantagem de cincohoras (Costa Leste) e oito (Califórnia) de avan-ço sobre os iranianos: assim, toda a documen-tação levada para as reuniões havia já sido par-tilhada com os laboratórios dos EUA e analisa-da ao mínimo pormenor. Quando Moniz che-gava à mesa das negociações, já podia aproveitardo imenso trabalho realizado durante a tarde enoite pelas equipas de apoio nos EUA.

Ernest Moniz nasceu em Fall River, netode micaelenses. Numa das respostas a uma per-gunta (todas foram feitas por alunos, pois essaé uma das estipuladas regras das Ogden Lectu-res), referiu o trabalho de purificação das águasdos rios, que beneficiaram indiretamente o seuTaunton, o rio que passa em Fall River e ondeele adorava pescar quando jovem.

Felizmente o Ernest em jovem não fezcaso das vozes que naquele tempo circulavamgarantindo que, com um apelido português,ninguém chegaria a lado nenhum.

PS – Sempre ouvi dizer que Ernest Monizé neto de micaelenses emigrados para Fall Ri-ver. Porque uma coisa é ouvir-se dizer e outra

saber-se ao certo, procurei investigar. A primei-ra tentação foi a Internet e, naturalmente, aWikipedia. Aí, encontrei o seguinte dado: nasci-do em Fall River, Massachusetts, em 1944, filho(em vez de neto afinal) de emigrantes de S. Mi-guel: Georgina Pavão Moniz e Ernesto PerryMoniz. O facto, porém, de o nome do paiaparecer como Ernest Perry levantou-me sériasdúvidas sobre se não seria já luso-americano,isto é, nascido nos Estados Unidos. É óbvioque poderia ter adquirido um nome americanoao naturalizar-se (Perry é a americanização dePereira), mas havia que averiguar.

Pormenores destes podem parecer insignifi-cantes, todavia não são. Por isso decidi indagar di-retamente, contactando a mulher de Ernest, a Pro-fessora Naomi Moniz, minha colega de profissãodurante décadas. Brasileira, paulista de ascendênciajaponesa (nisei), doutorou-se em Harvard e lecio-nou toda a vida no Departamento de Portuguêsda Georgetown University, em Washington, DC.Confirmou serem fundamentadas as minhas sus-peitas. Segundo ela, os avós (e não os pais, comovem dito na Wikipedia) eram açorianos. Mas há alioutra informação incorreta: micaelenses são osavós paternos (Pavão e Moniz); os avós maternossão das Flores. E, portanto, os pais já nasceramnos EUA.Mini-lição: cuidado com a Internet e com a Wikipedia.

Página 1212 de maio de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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Liberdade de imprensa e direito à informaçãoClaude Robillard:«A liberdade de imprensa não é o privilégio de 4000 jornalistas do Quebeque»

• Por Jules NADEAU

Numa breve alocução quando dolançamento do seu livro, Claude Robillard de-senvolveu uma ideia fundamental servindo-sede uma anedota que muito o tinha impressio-nado. No fim duma entrevista que o veteranoda FPJQ acabava de fazer com uma pessoa degrande calibre da elite intelectual, um universitá-rio que conhece bem os média, este últimoperguntou-lhe: «Mas por que é que faz tudoisto sobre a liberdade de imprensa? Parece-meque é um pouco corporativista, um pouco pri-vilégio dos jornalistas, que pouco diz respeitoao conjunto dos cidadãos. Por que não publicarantes sobre o direito à informação?»

Claude Robillard, grande oficiante de Fede-ração Profissional dos Jornalistas do Quebequedurante um quarto de século, acaba de lançar,com a presença de 80 amigos e camaradas, umaobra cuja importância é fundamental. Um ma-nual de referência indispensável que «faz uminventário do lugar da liberdade de imprensano Quebeque, e que a enquadra» e oferece pre-ciosos utensílios a todos os que praticam ojornalismo. Também para «realçar o prestígioda liberdade de imprensa» junto de pessoas(por vezes conservadoras) como os presidentesde câmaras e os juízes.

De grande lutaO título diz tudo e responde bem à obje-

ção do universitário acima citado: «A liberdadede imprensa, a liberdade de todos». A contraca-pa do livro publicado pela Québec Amériqueinsiste: «A liberdade de imprensa não é o privi-légio do pequeno grupo dos 4000 jornalistasdo Quebeque. Conquistada com grande luta,sempre frágil, é uma liberdade fundamental decada cidadão. Ela é indispensável à vida demo-crática». O autor acrescenta que na sua leiturade julgamentos dos tribunais, «é muito maisquestão de liberdade de expressão do que de li-berdade de imprensa».

A primeira parte das 223 páginas, intitula-da «Uma liberdade essencial a todas as liberda-des», fala de história, de proteção das fontes,de difamação, do direito à imagem, das leis edo direito do público à informação. A segundaparte, «No terreno», aborda assuntos tais co-mo as pressões políticas sobre a Rádio Canadá,a cobertura de acontecimentos políticos, asações policiais, e a lei que impede de ter acessoà informação.

Foto sem autorização?O direito à imagem? Fotógrafo (talento-

so) nos seus tempos livres, Claude Robillardexplica que a foto da capa (anónimo, do MuseuMcCord, cerca de 1905) mostrando um jovemardina não seria possível hoje – sem autoriza-

ção – depois do julgamento Aubry. Todos os«fotógrafos de rua» ficam agora de pé atrás aseguir a este embargo que vai contra a foto di-ta humanista à Robert Doisneau ou à HenriCartier-Bresson. Este julgamento de 1998 «pa-rece muito contestável» para o veterano dosmédia (de que podemos admirar numerosasimagens em Flickr).

Secretário-Geral da «Fédé» de 1989 a 2014(organização que conta mais de mil membros), L P

Claude Robillard participou em todos os gran-des debates sobre a informação e o jornalismono Quebeque. Também ensinou a deontologiajornalística na Uqam em Montreal. Praticou ojornalismo e a profissão de documentalista naimprensa, na rádio e na televisão. Resumindo,a pessoa indicada para tratar deste assunto cujahistória merece páginas e páginas.

«Estamos um pouco sozinhos quandodefendemos a liberdade de imprensa, há rela-tivamente pouca gente que nos apoie», comen-tava o sorridente reformado com um grandechapéu estival. Já não é o caso agora graças aesta publicação – útil aos artesãos da imprensaétnica. Publicado na Québec Amérique, o livrovende-se pelo preço de 26,95$. Para saber maispormenores: quebec-amerique.com

O autor do livro, Claude Robillard, veterano da FPJQ, em companhia de Jean Paré,outro pilar bem conhecido do jornalismo no Quebeque. Foto Jules Nadeau/LusoPresse.

Página 1312 de maio de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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Campeonato da MLS

Impacto resiste!• Por Norberto Aguiar

Durante a nossa estada nos Açores,o Impacto de Montreal disputou quatro jogospara o Campeonato da Major League Soccer.E nesses quatro desafios, a formação montrea-lense perdeu um encontro, diante dos rivaisdo Toronto FC, por 2-0, e logo em casa; de-pois, nos três embates seguintes, a formaçãocomandada por Mauro Biello empatou-os to-dos, contra o Rapids do Colorado (2-2), noEstádio Saputo, e contra o Nova Iorque City(1-1) e Columbus Crew (4-4), ambos fora deportas.

Se bem que a derrota diante do TorontoFC tenha sido algo inesperada, isto se atender-mos aos últimos resultados entre estes dois ri-vais, já os empates que se lhe seguiram acabampor ser compreensivos, pois jogar fora do seuestádio nesta liga torna-se sempre muito pro-blemático.

Com algumas equipas já com 10 partidasefetuadas; há outras com nove e oito jogosapenas, o Campeonato da Major League Soc-cer já está ao rubro, não fosse ele uma com-petição extremamente dura, pelo seu grandeequilíbrio. De resto, basta atentar no facto dejá não haver nenhuma equipa invicta, quandoainda nem um terço da prova foi disputado.

Surpresa maiorA grande surpresa deste início de tempo-

rada na MLS é sem dúvida a equipa do Rapids

do Colorado que lidera o Campeonato, com20 pontos. Para quem há um ano lutou, semconseguir, fugir aos últimos lugares da tabelaclassificativa, trata-se de um grande êxito. Epara que isto acontecesse não houve necessida-de de mudar de treinador... Um ou outro novojogador, onde o destaque veio do ingresso deJermaine Jones, ex-Revolution da Nova Ingla-terra e titular da Seleção dos Estados Unidos,que com o seu talento tem ajudado o Rapids afazer boas exibições, que obviamente se têmtransformado em vitórias. E Jones, que antesde chegar à MLS andou pelas melhores equipasda Alemanha e Inglaterra tem sido o patrão daequipa, até marcando golos decisivos, ele quealinha habitualmente como médio-defensivo...

A continuar assim, o Rapids do Coloradopode aspirar a terminar a época 2016 em lugarde disputar as eliminatórias de fim de ano, ogrande objetivo de todas as equipas que com-põem o quadro competitivo da MLS.

Bem posicionadoO Impacto de Montreal também está a

fazer uma carreira dentro do que se pensavaque fosse capaz. Tem 10 jogos realizados e 15pontos conquistados. Quer isto dizer que jáperdeu 15 pontos em 10 jogos... Mas o Im-pacto não está só neste domínio. Muitas outrasequipas sofrem do mesmo mal... Por exemplo,o Rapids, que segue em primeiro lugar, tambémjá perdeu 10 pontos, sintomático da durezadeste campeonato. Só uma equipa, neste mo-mento, está em posição de fazer melhor que oRapids. É o Galaxy de Los Angeles, que tem18 pontos quando tem um jogo a menos... Seganhar essa partida em atraso, os angelinos fi-cam com 21 pontos e 10 jogos.

Pelo que se vê, o Impacto de Montrealestá dentro dos parâmetros do que lhe é exigido.

Mas atenção, que atrás de si há equipas que deum momento para o outro lhe podem «fazer abarba», ultrapassando-o. Neste aspeto, o maiorperigo vem dos rivais de Toronto, que tiveramde disputar os primeiros oito jogos semprefora de casa pela simples razão de que houvenecessidade de aumentar a capacidade do seuestádio de 20 para 30 mil lugares e as obras sóacabaram agora. Apesar desse importante in-conveniente, o Toronto FC só está atrás doImpacto por apenas um ponto, mas com umjogo em mão... E por que dá a sensação de queestá mais forte do que em 2015, nada nos ad-mira que o Toronto FC, daqui a algumas jorna-das, possa estar a liderar a zona Este, agora,repete-se, comandada pelos homens de MauroBiello.

Resultados:Impacto x Toronto FC, 0-2Nova Iorque City x Impacto, 1-1Impacto x Colorado, 2-2Columbus Crew x Impacto, 4-4

Próximos jogosDia 14 de maio, às 17h00Estádio Saputo:Impacto x União de FiladélfiaDia 21 de maio, 19h30Orlando City x ImpactoDia 29 de maio, às 19h00Estádio Saputo:Impacto x La Galaxy.

Comunicado

Excursão a OtavaO Centro de Ação Sócio-Co-

munitária de Montreal (CASCM) infor-ma que está a organizar, no quadro dasatividades para a 3ª idade, uma excursãoa Otava ao festival canadiano das túlipasdia 17 de maio. Para além das túlipas es-tão programadas duas visitas guiadas,uma ao Tribunal Supremo do Canadá eoutra à residência do Governador-Geraldo Canadá. O autocarro sai do CASCM,no 32, boul. St.-Joseph Ouest, às 7h30,e regressa ao mesmo local às 20h00.

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Página 1412 de maio de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Campanha eleitoral americana

Cada vez mais se desenha o confronto Clinton - Trump• Por António DA SILVA CORDEIRO

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Na quarta Super Terça-feira, a 26 deabril, houve Eleições Primárias importantesem cinco estados da costa leste: Delaware, Ma-ryland, Pensilvânia, Connecticut e Rhode Is-land. Resultados finais: Trump 5, Clinton 4,Sanders 1.

Grande vitória para Donald Trump que,com o ímpeto natural de tal vitória, tem quasegarantida a eleição na primeira votação da Con-venção Republicana. Mesmo que, segundo osperitos na contagem de delegados, ele chegasseà Convenção sem ter atingido o número má-gico de 1237, haveria distúrbios violentos emCleveland, Ohio, onde ela se realizará, se elenão fosse eleito à primeira votação.

Houve um acordo entre Ted Cruz e JohnKasich para dividirem entre si os estados e quecada um concorresse sozinho contra Trump afim de o impedir de chegar ao número mágicoe garantir uma ‘convenção contestada’. Junte-se a isto o fracasso do movimento republicano“Trump, nunca” que também falhou depoisde gastar milhões de dólares. Esta tentativados dois sobreviventes republicanos nem pelopróprio Ted Cruz foi respeitada. Os peritosem estatísticas e previsões de números de dele-gados do Partido Republicano pensam que, seTrump não chegar ao número mágico, vai che-gar à Convenção com um deficit de apenas 30a 50 delegados.

Para muita gente, excepto os advogadosdo Comité Nacional Republicano e os que seopõem a Donald Trump, seria impensável quea Convenção não votasse nele e não o esco-lhesse à primeira votação como o candidatorepublicano à Presidência.

Depois das. Primárias desses cinco esta-dos da costa leste, a campanha passou para oestado de Indiana, a 3 de maio, seguindo-se,durante o mês, vários estados pouco impor-tantes, acabando, já em junho, com NewJersey e Califórnia, estados com número grandede delegados. Tudo pode acontecer mas, emtermos realistas, Donald Trump será o candi-dato republicano à Casa Branca.

Do lado democrata, tudo se passou tam-bém com muito entusiasmo e animação. Peloavanço que Hillary Clinton conseguiu no prin-cípio da campanha, Bernie Sanders já está sempossibilidades matemáticas de chegar vitorio-so à convenção democrata em Filadélfia. Doscinco estados em disputa, dois foram mais re-nhidos: Connecticut e Rhode Island. Sandersganhou em Rhode Island porque é um estadopequeno com uma elevada percentagem de jo-vens universitários que são apaixonados peloSenador de Vermont. No estado de Connecti-cut ganhou Hillary Clinton, mas também adisputa foi intensa, graças a duas universidadesmuito grandes: Yale University e Universityof Connecticut.

Depois dos resultados destes cinco esta-dos, Bernie Sanders anunciou que regressava acasa para descansar e repensar a campanha.Na manhã seguinte, sabe-se que foram dispen-sados cerca de 300 trabalhadores da campanhade Sanders. Esperava-se que o Senador suspen-desse a campanha, o que não aconteceu. Refor-çou-a, aliás, embora limitando o número de

cooperadores pagos e anunciou que se concen-traria exclusivamente na última eleição – a Ca-lifórnia. Neste repensar a campanha, Sandersbaixou o antagonismo pessoal contra HillaryClinton e concentrou-se mais nas decisões po-líticas do passado dela e das suas ligações coma Wall Street.

No campo republicano Ted Cruz a descercada vez mais e cada vez com menos hipótesesde conseguir uma ‘convenção contestada’ ten-tou um truque quase malabarista antes das Pri-márias do Indiana. Basicamente sem preceden-tes históricos, decidiu anunciar que, se for ven-cedor, Carly Fiorina será a pessoa escolhidapara o cargo de Vice-Presidente. Nesta apresen-tação ao público de Fiorina, Ted Cruz atacouTrump, e os dois, Fiorina e Cruz, atacaram osMedia por darem a vitória a Trump muito pre-maturamente. Apresentando a sua opção paravice-presidente ainda antes da Primária de Indi-ana (uma eleição de vida ou de morte), TedCruz abriu ainda mais as divisões no PartidoRepublicano. Se o establishment republicanonão gosta de Trump, também não morre deamores por Ted Cruz. Escolher Carly Fiorinapode ser problema para Trump devido aos ata-ques sistemáticos dele contra as mulheres emgeral. Basta ver o que já começou a dizer sobreHillary Clinton ainda antes de obter a nomea-ção republicana. A história das relações deTrump e Fiorina é muito acidentada e ele des-denha-a e tem feito comentários muito ofensi-vos para qualquer mulher. Por isso é visto des-favoravelmente pela maioria das mulheres nassondagens sobre a eleição geral. A escolha deTed Cruz foi um ato desesperado de improvisa-ção; é o equivalente político do estudante quepuxa de uma arma de fogo para evitar um examepara o qual não está preparado. Poucos resulta-dos positivos sairão desta decisão do Senadordo Texas, pois ele tem uma diferença negativade cerca de 400 delegados que não conseguirádebelar. A única esperança de Ted Cruz é de-safiar Trump numa convenção contestada que,no presente, não se antevê possível.

Muito mais convencional foi a posiçãode Bernie Sanders: mudou para uma persistên-cia calma e não uma confrontação agressivacom Clinton. Normalmente os candidatos fa-zem isso em vez de suspenderem a campanha,a fim de avançarem uma agenda específica, oupor respeito para com os seus apoiantes. Pou-cos candidatos democratas geraram tanto apo-io e entusiasmo entre a juventude. Os líderesdemocratas e a própria Secretária de Estadotentam tratar bem esta juventude porque irãonecessitar do seu voto na final. Sanders podeganhar, em maio, algumas Primárias menosimportantes e pode chegar à Califórnia e, ga-nhando essa Primária, humilhar Clinton e for-çá-la a gastar muito dinheiro para evitar a humi-lhação. Será o processo de chamar a atençãodo establishment democrata nas proximidadesda Convenção. Ao contrário de Trump, Clin-ton e os oficiais democratas têm tentado tratarSanders bem e estão a sugerir ao de leve queambos os candidatos comecem a trabalhar naunião do partido para a eleição geral.

No dia 27 de abril, Donald Trump fez umdiscurso que recebeu muita atenção dos Médiaamericanos e não só. Porquê? Deslocou-se a

Washington para clarificar as suas posiçõesnesse campo. Até aqui a sua posição sobre opapel da América no mundo tem sido expri-mida em tweets, entrevistas e comícios que nãotêm sido bem-recebidos nos Estados Unidosnem no resto do mundo. O discurso revelou amão de novos assessores, mas não eliminou aredação final de Trump e foi lido usando umteleponto (ele, Trump, que tem ridicularizadoObama e Clinton por usarem esta tecnologia).Acabou por revelar desconhecimento da com-plexidade do mundo, falta de entendimentodo equilíbrio ou exercício do poder, ou mesmouma cuidada leitura da história. Ao ouvirTrump descrever a sua visão das relações es-trangeiras, imagina-se um grupo de nações sen-tadas à volta duma mesa, com ele à cabeça damesma (como uma cena de The Aprentice), aexigirem mais dinheiro, mais tropas e mudan-ças de política em troca da proteção, negócio eamizade da América. E se ele não obtém o quedeseja? “A negociar, temos que querer podersair”, disse ele. Esta visão unilateral é boa pa-ra a TV, mas estamos num mundo real em queas outras nações também têm as suas agendas.Ele “trabalhará muito de perto com os nossosaliados do mundo islâmico, mundo este queestá todo confrontado com a violência do Isla-mismo radical.” Como conseguirá cooperaçãona sua guerra contra o Estado Islâmico en-quanto nega a entrada dos Muçulmanos nestepaís e força os que vivem aqui a registarem-se?Trump repetidamente afirma evidentes men-tiras, frequentemente baseadas em falsas pre-missas. Não existe evidência de que o EstadoIslâmico faz milhões de dólares por semanavendendo óleo líbio. O acordo nuclear entreos EUA e outros países com o Irão não o tor-nou uma “grande potência” e Trump continuaa dizer que o Irão viola as condições do pacto.Ele não exprimiu, neste discurso, a menor von-tade de aprender ou corrigir os seus erros. Paraquem afirma estar preparado para liderar o mun-do livre isto é indesculpável. Ted Cruz classi-ficou-o de “mentiroso patológico”. Alguémdisse que o grande problema é que Trump acre-dita profundamente nas suas mentiras.

As Primárias de Indiana foram muito im-portantes para os dois partidos. DonaldTrump ganhou confortavelmente e tornou-seo nomeado virtual do Partido Republicano. OSenador Ted Cruz suspendeu a sua campanhae prometeu manter-se ativo no movimentoconservador. Nãomencionou o PartidoRepublicano nem oPartido Democrata.Não se prevê que en-dosse Donald Trumpou que o apoie e co-labore na campanhapresidencial. Trumpagradeceu usando umtom muito calmo(chamam a isto serpresidencial!) e mo-derado. Mencionou,sem ofender, pelomenos duas vezes oSenador Cruz e pro-meteu fazer a América

grande novamente. Trump não conseguiu es-conder o choque da notícia da desistência deTed Cruz. No dia seguinte, o GovernadorJohn Kasich anunciou que também suspendiaa sua campanha e assim Donald Trump temtodas as condições para ser o candidato repu-blicano à Casa Branca.

No lado democrata, Bernie Sanders recu-perou duma série de derrotas e ganhou bem.Hillary Clinton optou por não contestar Indi-ana porque as sondagens indicavam que teriadificuldades em ganhar. Não gastou temponem dinheiro neste estado. O resultado finalreduziu minimamente a diferença no númerode delegados entre os dois. Sanders continua alutar e tem planos firmes de chegar até à Con-venção. Tentará imprimir a sua “marca” políticae ideológica na “plataforma” democrata. Clin-ton começa a concentrar-se na campanha pre-sidencial e em Donald Trump. Vai ser uma cam-panha extremamente ativa e excitante entre asduas figuras mais polarizantes da América nes-tes dias.

Whiting, New Jersey

Paulo Teves em Montreal

LUSOPRESSE – O diretor regi-onal das Comunidades Açorianas, Dr.Paulo Teves, estará em Montreal este fimde semana para assistir às Festas do DivinoEspírito Santo.

A sua estada em Montreal será curta,de alguns dias apenas e para além de tomarparte nas festividades montrealenses, PauloTeves tem encontros marcados com algunsdos Órgãos de Comunicação Social da Co-munidade.

Recorde-se que a maioria desses Médiaacabaram de chegar dos Açores, onde to-maram parte no Encontro de Órgãos deComunicação Social da Diáspora ali rea-lizado. L P

Página 1512 de maio de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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Montréal (Québec)Canadá H2T 1R2

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PORTUGUESES NA MAJOR LEAGUE SOCCER

POUCOS, MUITO POUCOS…• Por Norberto AGUIAR

A Major League Soccer tem, no inte-rior das suas 20 equipas, jogadores de todas asnacionalidades, desde a Inglaterra à Espanha,da Itália ao México, passando pela Argentina,Brasil, Alemanha e de outros países onde ofutebol é o desporto-rei. Também tem alguns,embora muito poucos, de Portugal. É delesque hoje nos propomos falar...

Três titulares e um suplenteA liga norte-americana de futebol, deno-

minada por Major League Soccer começou assuas atividades em 1996, ano do aparecimentodeste jornal. A época começou em março, com10 equipas; o jornal nasceu em dezembro. Dosprimeiros anos da MLS não estamos muitoinstruídos, mas de alguns anos a esta parte te-mos direcionado os nossos interesses futebo-lísticos para esta liga de forma que hoje, semdúvida nenhuma, estejamos assaz familiari-zados com o seu desenvolvimento, exponen-cial a partir dos anos 2000.

É por isso que não temos dados, por faltade tempo de pesquisa, claro, sobre os portugue-ses que participaram na MLS durante os seusprimeiros anos de atividade. Mas sempre ou-vimos falar de um Jailson (cabo-verdiano deorigem) no Revolution em dada altura e poucomais. Em tempos não muito recuados tambémaqui trouxemos os nomes de Matt Reis e A.J.Soares, assim como Agostinho Videira, CarlosMendes, estes os mais conhecidos, como fute-bolistas lusodescendentes a participarem naMLS. Mas de Portugal, concretamente, as novi-dades foram quase sempre, para não dizer sem-pre, nulas.

Entretanto, nos últimos anos, passarampela MLS alguns jogadores mais ou menosconhecidos. O de maior nomeada foi YannikDjaló (San Jose Earthquakes). Depois vieramPaulo Renato, também ex-San Jose Earth-quakes (finalista do Mundial da Colômbia 2011,nos Sub-20), Steven Vitória (União de Filadél-fia) e Estrela, ex-Orlando City (esteve no Mun-dial Sub-20 da Nova Zelândia em 2015). Todosforam embora não deixando rasto...

Vejamos os que estão a triunfar...

Rafael Ramos, defesa direitoQuem tem estado a bom nível, no ano

passado e agora neste, é Rafael Ramos, o defesadireito do Orlando City de Kaká. Veio jogarnesta equipa quando ela ainda estava na Ter-ceira Divisão. Subiu com o Orlando City noano passado e neste início de temporada con-

tinua a não largar o seu posto de trabalho, si-nal de que tem lugar na equipa. Curiosamente,o seu companheiro dos juniores do Benfica,Estrela (Valdomiro Lameiras), angolano, mascom nacionalidade portuguesa, que chegou àcidade do Walt Disney na mesma altura, foidispensado no final de 2015, por não ter conse-guido ganhar lugar na equipa.

Rafael Ramos é bravíssimo, como dizemos italianos. Joga cada jogo como fosse umafinal. É daqueles jogadores que deixa a camisaem campo pelos companheiros e pela equipa.Tem futuro este jovem de 21 anos.

Nuno André Coelho, defesa centralFormou-se no Porto, jogou no Sporting

e impôs-se no Braga e chegou a internacional.Nos últimos anos, como tantos outros joga-dores portugueses, imigrou para a Turquia. Foiimportante na equipa que o contratou, per-cebendo-se assim porque ficou naquele paístanto tempo.

Terminado o contrato com os turcos, Nu-no André Coelho, de 30 anos, demandou aosEstados Unidos para ingressar este ano noSporting Kansas City. E em boa hora o fez,isto na medida em que está a jogar no seu novoclube. Em 10 jogos de campeonato, Nuno An-dré Coelho disputou os 10 encontros, assinan-do boas exibições, suficientes para se manterna equipa.

Espera-se que o seu labor continue em al-ta de forma a merecer a confiança da equipatécnica deste Sporting, mas este equipado deazul.

José Gonçalves, defesa centralJá está nos Estados Unidos há três tem-

poradas. E logo na primeira foi considerado omelhor defesa da liga. É titular indiscutível doRevolution da Nova Inglaterra. No seu currí-culo tem uma final, embora perdida para o La

Gala-xy, da MLS. Pelo que se vê continuará aser peça importante da sua equipa. Pena queninguém em Portugal «deite» olho nele parafazer parte da Seleção Nacional.

José Gonçalves, que depois de ter deixadoos juniores do Benfica fez toda a sua carreirana Suíça e na Escócia, com 30 anos e está noauge da sua carreira, perfeitamente em formapara alinhar em qualquer equipa. As suas quali-dades como futebolista dão prestígio ao paísonde nasceu, Portugal!

João Meira, defesa centralVeio do Belenenses para o Chicago Fire,

a equipa que ficou em último lugar do campe-onato na época passada. Quando chegou àequipa, depois da pré-época, João Meira foiutilizado como titular no eixo da defesa, seulugar natural. Alguns resultados menos bonse logo o ex-belenenses foi excluído da equipacomo titular. Agora «aquece» o banco de su-plentes à espera de nova oportunidade, o quenão será fácil, mormente pela chegada de umcentral holandês.

João Meira tem 28 anos e se quiser ter êxi-to nesta liga tem que trabalhar muito se nãoquiser ter a mesma sorte que Paulo Renato, ex-Sporting e Steven Vitória, ex-Benfica e jogadorque chegou muito bem referenciado ao União,ao serem dispensados no final da época pas-sada.

São estes, os quatro jogadores portugue-ses que fazem parte da Major League Soccer

em 2016.Entretanto, numa próxima oportunidade,

voltaremos com mais algumas informaçõesde interesse para os portugueses a respeito des-ta poderosa liga, a sétima a nível mundial comrespeito a assistências aos jogos. L P

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Página 1612 de maio de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e