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A N I V E R S Á R I O . . º º 8042 boul. St-Michel Satellite - Écran géant - Événements sportifs Ouvert de 6 AM à 10 PM 37 37 376-2652 Vol. XXI • N° 370 • Montreal, 11 de maio de 2017 Cont. na pág 4 Em Gatineau: Celebra-se centenário das aparições de Fátima • Leia artigo na página 6 Festa de São Bento: Muito participada... • Reportagem de Anália Narciso, pág. 11 Editorial Salvar a Europa Por Carlos DE JESUS U fa! Desta vez escapámos. Os europeus escaparam! Já imaginaram que se fosse a Le Pen que tivesse ganho as eleições em França teria sido o fim da Europa? Do Euro, da União Europeia, da Europa! Sim, e com ela, o fim das ins- tituições europeias que foram criadas ao longo dos anos para trazer a estabilidade e a paz àquele continente. Um continen- te que durante milénios não conheceu outra coisa senão a guerra. É preciso ser-se muito ignorante da História para se desejar o fim da União Europeia. Ou então muito enfeudado à Rússia de Putin para colaborar no sinis- tro complot em que aquele antigo appa- ratchik soviético e os seus esbirros se têm envolvido para destruir o princípio mesmo da democracia. Quanto menos Europa, quanto mais fraco o Euro, quan- to mais divididos os países do continente, maior o seu domínio sobre o povo russo. Está mais que provado que o grande adversário de Putin sãos os regimes de- mocráticos europeus. Aquela Europa com os seus parlamentos, as suas intui- ções dos direitos humanos, a voz do po- vo, a liberdade de imprensa, estão contra a ideia que ele se faz dum Estado autocrá- tico. Quando caiu o Muro de Berlim, em 1989, Vladimir Putin era o número um dos serviços secretos da embaixada da União Soviética em Berlim. Teve a oca- sião de ver, com os seus próprios olhos, que não foram os carros de assalto, nem POLIMENTO DE SOALHOS Instalação de pisos de madeira MIRANDA Telefone: 514-272-0519 DIA DA LÍNGUA PORTUGUESA... COMEMORADO COM MÚSICA E POESIA Reportagem de Vitória FARIA Numa iniciativa conjunta do Consulado-Geral de Portugal em Mon- treal e do Consulado-Geral do Brasil em Montreal, com o apoio da Univer- sidade de Montreal, da Caixa Desjardins Portuguesa e do Instituto Camões, teve lugar no passado dia 4 deste mês um espetáculo musical, visual e poético para sublinhar a Comemoração do Dia da Língua Portuguesa. Este evento foi organizado pelo Arte Institute, um organismo benévolo que promove a cultura contemporânea portuguesa e serve de vitrina para a criação artística lusitana, no campo das artes plásticas, da literatura, da música, da dança e do cinema. Artigo na página 12. La vie est plus radieuse sous le soleil Manuel Resendes 514-895-1649 [email protected] www.sunlife.ca/manuel.resendes Conseiller en sécurité financière, Distribution Financière Sun Life (Canada) inc.†, cabinet de services financiers Représentant en épargne collective, Placements Financière Sun Life (Canada) inc.†, cabinet de courtage en épargne collective †Filiales de la Sun Life du Canada, compagnie d’assurance-vie La Sun Life du Canada, compagnie d’assurance-vie est membre du groupe Financière Sun Life. © Sun Life du Canada, compagnie d’assurance-vie 2017. Seguro de Vida Seguro de Hipoteca Invalidez e Doenças Criticas Investimentos REER CELI Seguro de saúde Fundo mutualista

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ANIVERSÁRIO

..ºº

8042 boul. St-MichelSatellite - Écran géant - Événements sportifs

Ouvert de 6 AM à 10 PM

3737376-2652

Vol. XXI • N° 370 • Montreal, 11 de maio de 2017

Cont. na pág 4

Em Gatineau:Celebra-se centenáriodas aparições de Fátima• Leia artigo na página 6

Festa de São Bento:Muito participada...• Reportagem de Anália Narciso, pág. 11

Editorial

Salvar a Europa• Por Carlos DE JESUS

Ufa! Desta vez escapámos. Oseuropeus escaparam! Já imaginaram quese fosse a Le Pen que tivesse ganho aseleições em França teria sido o fim daEuropa? Do Euro, da União Europeia,da Europa! Sim, e com ela, o fim das ins-tituições europeias que foram criadas aolongo dos anos para trazer a estabilidadee a paz àquele continente. Um continen-te que durante milénios não conheceuoutra coisa senão a guerra.

É preciso ser-se muito ignorante daHistória para se desejar o fim da UniãoEuropeia. Ou então muito enfeudado àRússia de Putin para colaborar no sinis-tro complot em que aquele antigo appa-ratchik soviético e os seus esbirros setêm envolvido para destruir o princípiomesmo da democracia. Quanto menosEuropa, quanto mais fraco o Euro, quan-to mais divididos os países do continente,maior o seu domínio sobre o povo russo.

Está mais que provado que o grandeadversário de Putin sãos os regimes de-mocráticos europeus. Aquela Europacom os seus parlamentos, as suas intui-ções dos direitos humanos, a voz do po-vo, a liberdade de imprensa, estão contraa ideia que ele se faz dum Estado autocrá-tico.

Quando caiu o Muro de Berlim, em1989, Vladimir Putin era o número umdos serviços secretos da embaixada daUnião Soviética em Berlim. Teve a oca-sião de ver, com os seus próprios olhos,que não foram os carros de assalto, nem

POLIMENTODE SOALHOS

Instalaçãode pisos de madeiraMIRANDATelefone: 514-272-0519

DIA DA LÍNGUA PORTUGUESA...

COMEMORADO COM MÚSICA E POESIA• Reportagem de Vitória FARIA

Numa iniciativa conjunta do Consulado-Geral de Portugal em Mon-treal e do Consulado-Geral do Brasil em Montreal, com o apoio da Univer-sidade de Montreal, da Caixa Desjardins Portuguesa e do Instituto Camões,teve lugar no passado dia 4 deste mês um espetáculo musical, visual e poéticopara sublinhar a Comemoração do Dia da Língua Portuguesa.

Este evento foi organizado pelo Arte Institute, um organismo benévoloque promove a cultura contemporânea portuguesa e serve de vitrina para acriação artística lusitana, no campo das artes plásticas, da literatura, damúsica, da dança e do cinema. Artigo na página 12.

La vie est plus radieuse sous le soleil

Manuel Resendes [email protected] www.sunlife.ca/manuel.resendes

Conseiller en sécurité financière, Distribution Financière Sun Life (Canada) inc.†, cabinet de services financiers Représentant en épargne collective, Placements Financière Sun Life (Canada) inc.†, cabinet de courtage en épargne collective†Filiales de la Sun Life du Canada, compagnie d’assurance-vieLa Sun Life du Canada, compagnie d’assurance-vie est membre du groupe Financière Sun Life.© Sun Life du Canada, compagnie d’assurance-vie 2017.

Seguro de Vida • Seguro de Hipoteca

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Investimentos • REER • CELI

Seguro de saúde • Fundo mutualista

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Página 211 de maio de 2017 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Se viajarpara os Açores...

Escolha...

Paulo DuarteSEDE:Largo de S. João, 189500-106 Ponta DelgadaTel.: 296 282 899Fax: 296 282 064Telem.: 962 810 646Email: [email protected]ÇORES

O BRASIL DE MILHÕES DE BRASILEIROS• Por Lélia Pereira NUNES*

Da última vez que estive nos Açores,os primeiros Ranchos de Romeiros já começa-vam a circular pela Ilha de São Miguel. No do-mingo, dia 5, retornava do almoço com osamigos Urbano e São Bettencourt, quando sur-ge um grupo de Romeiros, a passos rápidos,indo em direção do Campo de São Francisco.Nem parei pra pensar e saí a correr em dispara-da pela Rua Marquês da Praia e Monforte atéchegar ao jardim do Convento de Nossa Se-nhora da Esperança, onde em 1861 o poetaAntero de Quental pôs fim a sua vida. De lon-ge, fiquei observando-os, ajoelhados junto àsgrades da Igreja de São José, sem se daremconta da chuva fria e miúda que caía devagarcomo uma benção. Homens, velhos e jovens,unidos numa caminhada de meditação e peni-tência.

Fotografei-os naquele cenário pensandoem escrever sobre as Romarias Quaresmais,nos mais de 50 Ranchos que nessa época doano percorrem a Ilha de São Miguel, numa co-movente tradição de fé que remonta ao séculoXVI.

O fato da tradição dos Romeiros de SãoMiguel não ocorrer no litoral catarinense com-prova a crença de que poucos micaelenses parti-ciparam da grande epopeia do Século XVIII.Com certeza, um bom “gancho” para escreveruma crônica retratando a singularidade dos Ro-meiros e as nossas tradições da Semana Santa,quando a Ilha de Santa Catarina se veste de ro-xo e o Senhor Jesus dos Passos sai em procis-são pelas ruas de Florianópolis. Uma caminha-da de 251 anos, uma multidão de fiéis, sob omanto da fé, em oração e promessas. A Procis-são do Senhor dos Passos, Patrimônio Cul-tural Imaterial de Santa Catarina e do municípiode Florianópolis, é mantida pela Irmandadedo Senhor Jesus dos Passos, fundada em 1765,pelo madeirense Padre Marcelino de Sousa eAbreu e os açorianos Tomás Francisco da Cos-ta, Manuel de Sousa da Silva, Manuel de Medei-ros e Sousa, Manuel Vieira Maciel e André Viei-ra da Rosa.

Não há como não reconhecer o maior si-gnificado das duas manifestações, o valor reli-gioso e cultural para a população das ilhas –São Miguel e Santa Catarina.

Pretendia encerrar a tal crônica falando nacelebração Pascal, detendo-me na representa-ção simbólica de fénix a renascer da morte paraa ressureição da vida e nas tradições popularesdo “coelhinho e seus ovos de chocolate”, fa-zendo um passeio afetivo pela memória da in-fância a recordar o encantamento dos domin-gos de Páscoa.

Contudo, nada escrevi... Deixei passar to-dos os bons e doces motivos que a época litúr-gica e a cultura ensejavam como, por exemplo,a montagem da maior árvore de Páscoa domundo, segundo o Guinness Book, em Pome-rode, no Vale do Itajaí, – a Osterfest, com 82404 cascas de ovos de galinha pintadas e pen-duradas nos seus galhos, uma tradição dos imi-grantes germânicos. Ou, ainda, a deliciosa pro-fusão de chocolates, de todos os tipos e sabo-res, espalhados pelo comércio, numa verdadeiratentação em dose múltipla.

O fato é que não consegui esquecer a no-tícia divulgada, dias antes da chegada do coelhi-nho, de que a palavra “chocolate”, despida de

toda gostosura, fora usada como senha, pass-words para o dinheiro da corrupção: “Vim pe-gar meu chocolate”. “Trouxe o chocolate?”“Vai um chocolate, aí?”. O Brasil saqueado edistribuído como um insuspeito “chocolate”– o alimento dos deuses. Que ironia! Infeliz-mente, a nossa faceirice capitulou diante dapátria mãe cansada de tanta corrupção, aviltadapor inimaginável cleptocracia, subtraída emtenebrosas transações, parafraseando versos doantológico Vai Passar de Chico Buarque. Umrolo compressor decorrente das delações dosexecutivos das empreiteiras Odebrecht e OASna semana que antecedeu a Páscoa, na maiordelação da história do Brasil, cuja dimensãoainda não se pode mensurar. No entanto, espe-lha o imenso lamaçal que atola o País e não éde hoje.

A operação Lava-Jato revelou o quantotudo era corrompido na vida pública nacionale de forma tão generalizada que resultou naabertura de inquéritos contra 108 políticos dediferentes partidos e ideologias. “A Lava-Jatonos mostrou que todas as tendências partidá-rias e correntes ideológicas estão unidas nocrime”, afirmou a Veja, em recente entrevista,a atriz Fernanda Montenegro, a dama do teatrobrasileiro. Certíssima! Surpreende-nos a pro-fundidade da sangria da corrupção no Brasil.Bilhões de reais remunerando “o poder” emtodas as esferas: de quem sonhava tê-lo, dequem usufruía as benesses do passado e dequem exercia o poder por delegação demo-crática do voto. A divulgação da espantosa listado Ministro Luiz Edson Fachin provocou odesmantelamento de toda essa enorme ope-ração criminosa, escancarando a promíscua re-lação do “toma lá dá cá”, a cooptação financeirade parlamentares e gestores públicos. No rastoda devastação moral e ética, um cenário de terraarrasada e uma população atônita que tão so-mente clama por políticas públicas que melho-rem o seu viver.

Espanto. Raiva. Deceção. Tristeza. Vergo-nha. É impossível não sentir. São sentimentosque machucam o coração do brasileiro, masnão podem minar a sua esperança. É precisoacreditar que toda essa descoberta avassaladorapermitirá avançar na escrita da nossa história,derrotando comportamentos cristalizados,rompendo paradigmas da impunidade, corri-

gindo percursos e finalidades e promovendouma mudança estrutural e cultural do processopolítico, sob a rigorosa aplicação da lei – afinal,o brocardo latino Dura Lex, sed Lex no seusignificado irrestrito e amplo é o que se quer ese deseja para o futuro do País.

O arremate final desta crônica fica mesmopor conta de uma questão levantada no Face-book por José Ávila, açoriano da Ilha Terceirae editor do Tribuna Portuguesa (Modesto, Ca):“Será mesmo que o Brasil do sambaé todo uma pantomina de corrupção?”

– Não, é não, senhor José...O Brasil do samba enterra a tristeza para

viver a magia do Carnaval. Por uma semanadeixa tudo para trás, das crises do cotidianoaos escândalos políticos, agora desvirginadospela Lava-Jato. Até a nossa fé desfila na avenidacomo fez a Unidos de Vila Maria, em São Paulo,no enredo à Nossa Senhora Aparecida – a ra-inha do Brasil e a Estação Primeira da Manguei-ra que lá, no Rio de Janeiro, fez ferver a Sapucaísambando “Só com a ajuda dos Santos”. EsteBrasil vive intensamente todos os instantescomo o puxador de um samba enredo – semdeixar o samba cair.

O Brasil do samba é aquele que povoa ossonhos de milhões de brasileiros que traba-lham o ano inteiro na construção da nação. Éo Brasil arquipélago, centenas de ilhas espalha-das pelo vasto território, 208 milhões de caras,gente que a vida ensinou a olhar o verde nacio-nal como um mar de esperança infinita. Umpovo que tem o direito de viver com dignidadee de ser feliz no seu País.

* Da Academia Catarinense de LetrasL P

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Página 311 de maio de 2017 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Fazer história da... História

UM MANTO BRANCO• Por Norberto AGUIAR

As despedidas no Aeroporto de Ponta Delgada, versãoantiga, naquela manhã de 2 de março de 1975, com sol explêndido,lembro-me bem, não foram fáceis, nem para mim, sentimentalcomo sou, nem para os amigos e familiares que ali me foram dizeradeus... Um adeus que se pensava demorasse apenas cerca de ummês, pois a autorização que possuia, adquirida em janeiro, já cami-nhava para o seu términus, por força da minha lesão, já aqui refe-renciada. Não esquecer que a data da nova incorporação militar ti-nha data marcada para meados de abril e o meu nome poderia virlogo nessa lista...

Foi assim, com autorização militar de três meses, mas já no«fio da navalha», e com visto de turista que embarquei naquele dia2 de março em direção a Santa Maria, primeira etapa com destinoao Canadá. Ainda hoje não esqueço muitos dos que ali estiveramna minha despedida. E se não avanço com os seus nomes é por-que tenho receio de esquecer algum...

E veio o momento de partir. Embora as chamadas se repe-tissem «Passageiro... com destino a Santa Maria é favor dirigir-separa a sala de embarque», a verdade é que eu continuava aos abraçose choro, agora ainda mais pronunciados. Deixá-los atrás e não tera certeza do meu futuro mais próximo, quase me despedaçava ocoração. Tenho a impressão que foi dos dias mais dolorosos daminha vida enquanto jovem homem. Nem quando a minha mãe,mais o meu casal de irmãos, deixou a ilha para se vir juntar a meupai eu chorei tanto...

Meia hora depois de ter deixado São Miguel, eu punha os pésem Santa Maria, que desconhecia totalmente. Entretanto, divagueipela pequena gare do aeroporto mariense, apesar dele ser de carizinternacional, marcando o tempo de espera pela aeronave da TAP(Transporte Aéreos Portugueses) que vindo de Lisboa ali faria es-cala com destino ao Canadá, mais concretamente a Montreal, aminha cidade de destino e para onde a TAP de resto estava autori-zada a voar. (Nesse tempo, Toronto era uma quimera para a com-panhia de aviação portuguesa...)

Lembro-me que o avião da TAP era muito grande, habituadocomo estava a ver os pequenos aviões da SATA...

A entrda para a aeronave, se bem me lembro, como diria opoeta, aconteceu já tarde dentro. Talvez pelas 15h00. Talvez fossem16h00... Pouco importa. O que sei é que o avião estava cheio, comos açorianos ali entrados, a juntar aos passageiros vindo do con-tinente... Lembro-me de tirar uma fotografia ao cimo da escadariaque nos levava ao avião. Mas do que não me lembro é de quem atirou. Devo ter pedido a um qualquer passageiro... Se assim nãofosse de certeza que ainda hoje saberia quem me tinha registadoem momento tão marcante.

Do que me lembro também é que vim sentado no lado es-querdo do avião, junto à janela, podendo assim ver o belo sol quenos acompanhou em toda a viagem. De tão boa que nem deu pa-ra perceber se demorou cinco, seis ou mais horas... Outra coisa deque me lembro igualmente, foi da barulheira dos passageiros,principalmente no momento de ser servido o repasto.

Já dissemos que o sol, brilhante, nos acompanhou em toda a vi-agem. Mas o que verdadeiramente me tocou mais foi ver os prados emontes canadianos todos brancos, numa imagem de sonho, que eusó tinha já visto em postais, primeiro, os que minha a madrinha debatismo – irmã da minha saudosa mãe – mandava da A-mé-ri-caquando eu era criança; e, depois, já enviados por minha mãe pelo Na-tal, sortido de um maço de dólares para «... não te faltar nada, meu que-rido e saudoso filho», dizia-me ela nas suas sempre doridas cartas.

Foi assim, com neve por todo o lado, que cheguei a Montreal(Aeroporto Dorval) na tarde do dia 2 de março de 1975... Nos A-çores, lembrava-me eu amiúde, o que estariam os meus amigos efamiliares a fazer? Estariam ainda a falar na minha partida? Ou à-quela hora estariam já a dormir?...

Foi assim com um misto de alegria e de tristeza que abraceimeus pais e irmãos depois de ter sido interrogado durante poucomenos de uma hora pelos agentes da Imigração Canadiana.

Próximo número: 15 dias para ficar! L P

EM MAIS UMA HOMENAGEM DA COMUNIDADE...

DAVID DIAS SENTE-SE RECOMPENSADO• Por Anália NARCISO

Veio para reforçar os conhecimentosem Francês e Inglês – ver a entrevista de Nor-berto Aguiar, na LusaQ TV – mas acabou porir ficando em Montreal. Até hoje!

Trata-se de David Dias que, num espaçode poucas semanas, voltou a ser homenageadopela comunidade, melhor dizendo, por inicia-tiva de um grupo de amigos, liderado por Car-los Moleirinho, com a ajuda de Duarte Amo-rim. Para que se perceba o alcance desta segundahomenagem, que teve uma participação assazinteressante, refira-se a grande amizade que Car-los Moleirinho nutre pelo Senhor David Dias,que considera quase como um pai. De resto,foi no Solmar que Carlos Moleirinho começoupor conhecer os meandros da restauração, aodar início, quando ainda era estudante, a umacarreira que o levou a passar, e a dirigir, outrosrestaurantes na sua vida de empresário.

David Dias, um rijo transmontano, che-gou a Montreal em 1965 e pouco depois ligou-se à restauração, domínio profissional em quetrabalhava antes de deixar Portugal. Abriu oque se pensa ter sido o segundo restaurante nacomunidade – o primeiro parece ter sido oLisboa Antiga... –, cujo nome começou porser, numa primeira abordagem, Estoril Sol,passando tempos mais tarde para Solmar. Noentremeio ainda houve algumas desavenças,com sócios incautos, talvez desconhecedoresdo métier... Toda uma história para contar, es-tamos certos. Mas, aí, será preciso fazer umtrabalho em profundidade de maneira a nãodeixar pormenores importantes no baú do es-quecimento.

Com quase 50 anos de Solmar, por ondepassaram muitos dos hoje empresários da res-tauração portuguesa de Montreal, não é deadmirar os muitos amigos que tem, que reco-

nhecem nele o grande pioneiro da gastronomia lusitana nesta terra,agora servida por muitos e bons profissionais, o que não aconteciaquando ele aqui chegou. Sobre isso, David Dias mostra-se orgulhosoquando diz que «Muitos dos que por aí andam formaram-se no Solmar».

Se nos detivéssemos nas suas palavras, facilmente chegaríamos àmesma conclusão, pois ali mesmo, no almoço servido pelo Portus360, que de resto haveria de elogiar, na pessoa da sua chef e proprietáriaHelena Loureiro, assim como na mesma altura elogiaria o Carlos Ferreirae o seu Ferreira Café, «dois restaurantes de qualidade», mas dizíamosque, chegaríamos à mesma conclusão, pela presença de muita gente li-gada à culinária portuguesa que assentou conhecimentos no Solmar...

Daí que o almoço, para além dos seus familiares mais chegados –esposa, filhos e netos – contasse com pessoas que o admiram pelo quefoi, ao ensinar-lhes os rudimentos da cozinha, pelo que é, e pelo quecontinuará a ser: «um homem bom», como se ouviu dizer naquela tardede verdadeira e feliz confraternização.

Júlio Loureiro e Marta Raposo, esta acompanhada dos seus violae guitarra, marcaram musicalmente o almoço em homenagem a DavidDias, ele que também tanto fez – e faz – nesse plano. Basta lembrar queem Montreal se se quer ouvir fado é no Solmar que se vai encontar... Ejá não falamos nos seus dotes de empresário artístico, que trouxe atéesta cidade fadistas como a Grande Amália Rodrigues.

Como remate final, uma palavra para o excelente repasto servidopelo staff do Portus 360, onde o esmero e a classe estiveram de par. L P

Foto LusoPresse.

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Página 411 de maio de 2017 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Dra. Carla Grilo, d.d.s.

Escritório1095, rue Legendre est, Montréal (Québec)Tél.: (514) 385-Dent - Fax: (514) 385-4020

Clínica Dentária Christophe-Colomb

Dentista

FICHE TÉCHNIQUE

LusoPresseLe journal de la Lusophonie

SIÈGE SOCIAL6475, rue Salois - AuteuilLaval, H7H 1G7 - Québec, CanadaTéls.: (450) 628-0125 (450) 622-0134 (514) 835-7199Courriel: [email protected] Web: www.lusopresse.com

Editor: Norberto AGUIARAdministradora: Anália NARCISOContabilidade: Petra AGUIARPrimeiros Diretores:• Pedro Felizardo NEVES• José Vieira ARRUDA• Norberto AGUIAR

Diretor: Carlos de JesusCf. de Redação: Norberto AguiarAdjunto/Redação: Jules NadeauConceção e Infografia: N. Aguiar

Escrevem nesta edição:

• Carlos de Jesus• Norberto Aguiar• Fernando Pires• Luciana Graça• Daniel Bastos• Anália Narciso• Humberta Araújo• Lélia Pereira Nunes• Elizabeth Pacheco• Vitória Faria

Revisora de textos: Vitória Faria

Societé canadienne des postes-Envois depublica-tions canadiennes-Numéro deconvention 1058924Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec etBibliothèque Nationale du Canada.Port de retour garanti.

LusaQ TVProdutor Executivo:• Norberto AGUIARContatos: 514.835-7199

450.628-0125Programação:• Segunda-feira: 21h00• Sábado: 11h00; domingo: 17h00(Ver informações: páginas 5 e 9)

EDITORIAL...Cont. da pág 1

as armas, nem a força dos exércitos que deita-ram um regime a baixo. Mas apenas a força, oclamor dum povo em revolta.

Viu o mesmo efeito, anos mais tarde, naTunísia, no Egito, na Ucrânia. Quando os cla-mores do povo chegaram a Moscovo usoudos métodos fortes. Assassinatos de jornalis-tas e adversários políticos, controle dos meiosde comunicação, censura e propaganda paraeliminar toda oposição.

O objetivo de Putin é convencer o PovoRusso que o sistema democrático não funcio-na. Foi para isso que ele pôs a sua máquina deguerra cibernética em marcha para derrotar Hil-lary Clinton. Usou do mesmo processo paraque a dirigente da Frente Nacional, Marine LePen chegasse à presidência francesa. Feliz-mente que o bombardeamento com falsas no-tícias que tanto tinham ajudado à eleição deDonald Trump, desta vez não resultou. A im-prensa francesa mostrou-se mais responsávelque a americana. Assim como também não re-sultaram os milhões de euros que Putin pôsnos cofres do Front National.

O que continua a ser um mistério é ocomportamento de Jean Luc Melenchon, odirigente da extrema esquerda que incitou osseus partidários a votarem em branco.

O mesmo acontecera nas eleições america-nas com os democratas de Bernie Sanders quepreferiram ver eleger um Donald Trump doque votar em Hillary Clíton. Como se a dife-rença entre um e outro pouco importasse! Ho-je devem torcer a orelha com todas as asneirasque o presidente – que eles deixaram ganhar –tem feito.

Não há dúvida que os extremos se tocam!Embora confessando escolhas políticas diame-tralmente opostas a extrema direita e a extremaesquerda são partidos ideológicos para quemo mais importante é o partido e não o país.

Felizmente, apesar do voto nulo ou embranco ter atingido percentagens nunca vistasnuma eleição presidencial francesa, o candidatoEmmanuel Macron conseguiu ganhar comuma margem folgada.

Esperamos agora que, com o novo e maisjovem presidente da França, e sem o contra-peso da Grã-Bretanha, a Europa possa final-mente encarar uma nova e mais promissoraetapa em direção a um futuro de paz, tranqui-lidade e prosperidade, em vias duma transiçãopara um regime federativo.

Português ao raio X• Por Luciana GRAÇA

(Leitora de português do Camões- Instituto da Cooperação e da Língua,na Universidade de Toronto)Rubrica pro-duzida em colaboração com a Coordena-ção do Ensino Português no Canadá/Camões, I.P.

Caso: «elo de ligação» ou «elo»?• A mesma fonte confirmou que «a

PJ […] está a trabalhar em estreita articu-lação» com os dois adidos da Polícia Fe-deral junto da Embaixada do Brasil, emLisboa, os quais estão a servir de ELODE LIGAÇÃO entre as autoridades por-tuguesas e as brasileiras. (Jornal de Notí-cias, 2016-08-30)

• Do ponto de vista do festival, oArredas é um ELO entre a tradição e cul-tura que representa Tregosa e o imagináriosubjacente à música folk. (Rádio Kapa,2016-08-31)

Comentário:• «elo» (e não «elo de liga-

ção»): um «elo» já designa «cada um dosanéis de uma cadeia»; ora, um elo, então,liga; por isso, basta-lhe ser «elo», não sen-do necessário o atributo «de ligação».

Em síntese:• elo de ligação X• elo V

L P

A alteração da lei da nacionalidade e os luso-descendentes• Por Daniel BASTOS

No passado dia 20 de abril foi apro-vado, em Conselho de Ministros, o decreto delei que regulamenta a Nacionalidade Portuguesae estabelece melhorias no procedimento deatribuição da aquisição da nacionalidade.

Entre as principais alterações estabele-cidas, e que visam tornar o procedimento maisjusto e célere para o requerente eliminando atosinúteis, destaca-se a possibilidade de a naciona-lidade portuguesa poder ser atribuída a netosde portugueses nascidos no estrangeiro que,entre outros requisitos, tenham “laços de efe-tiva ligação à comunidade nacional”.

Ligação que deve ser comprovada, por ex-emplo, através da residência legal em territórionacional; pela deslocação regular a Portugal;pela propriedade em seu nome há mais de 3anos ou contratos de arrendamento celebradohá mais de 3 anos, relativos a imóveis sitos emPortugal; pela residência ou ligação a uma co-munidade histórica portuguesa no estrangeiro;ou pela participação regular ao longo dos últi-mos 5 anos à data do pedido na vida culturalda comunidade portuguesa do país onde resida,nomeadamente nas atividades das associaçõesculturais e recreativas portuguesas dessas co-munidades.

No conjunto dos requisitos para os netosde lusitanos nascidos no estrangeiro obterema nacionalidade portuguesa, enquadra-se a in-dispensabilidade dos mesmos terem de declararque “querem ser portugueses”, assim como denão terem “sido condenados, com trânsitoem julgado da sentença, pela prática de crimepunível com pena de prisão de máximo igualou superior a três anos, segundo a lei portugue-sa” e inscreverem “o seu nascimento no registocivil português”.

Trata-se de uma relevante medida do Go-verno que vai ao encontro de uma antiga rei-vindicação dos luso-descendentes, assim comoum importante contributo que aproxima osluso-descendentes das suas raízes e cultura por-tuguesa.

Recorde-se que segundo o detalhado estu-do “Emigração: A diáspora dos portugueses”,o total de portugueses e luso-descendentes noMundo, até à terceira geração, é superior a 31milhões. O mesmo sustenta que existem 10,8milhões de portugueses e luso-descendentesno Brasil; 9,31 milhões nos EUA e Canadá;3,19 milhões em África; 154 800 na Ásia; 7,54milhões na Europa e 193 360 na Oceânia.

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TRABALHO TODO O ANO.

E TAMBÉM HOMEMPARA TRABALHO GERAL

O ANO TODO(514) 770-6200 OU (514) 272-2431

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Feliz Natala todos!

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Em Gatineau...Centenáriodas aparições em Fátima

A Missão Nossa Senhora deFátima de Gatineau prepara-se para ce-lebrar com fé, devoção e entusiasmo, ocentenário das aparições da sua Padro-eira em Fátima, iniciadas no dia 13 demaio de 1917 e a canonização dos pas-torinhos Francisco e Jacinta. O povoportuguês, na sua terra ou na diáspora,sempre venerou, duma forma especial,a Senhora aparecida em Fátima, commuita ternura, fé e devoção. Durantetodo o mês de maio, haverá diversasformas de honrar e celebrar a Senhorade Fátima. No dia 12, em união comos peregrinos de Fátima, incluindo oPapa Francisco, depois de solene Eu-caristia, pelas 19h00, terá lugar a tradi-cional procissão de velas nas ruas vizi-nhas do Centro Comunitário e da igrejaNossa Senhora de Fátima. No sábado,dia 13, sobressai, no programa, umaEucaristia festiva, ao meio-dia, presididapor Mgr. Roger Ébacher, bispo emé-rito de Gatineau-Hull, em ação de graçaspela canonização de Francisco e Jacin-ta, nesse mesmo dia, em Fátima, a quepreside o Papa Francisco. De seguida,haverá um almoço comunitário, numaatitude de convívio e de partilha cristã.

Gostaria esta Comunidade que osseus vizinhos e amigos, doutras comu-nidades cristãs, se juntassem, na unida-de do Espírito, a tão grande e singularcelebração em ato de louvor e de açãode graças à Virgem Mãe de Deus e nossaPadroeira.

A mensagem deixada pela Virgemem Fátima, de oração e conversão, per-manece atual e mesmo urgente nosnossos tempos. É, sobretudo, essamensagem maternal, que queremos es-cutar e seguir com esta celebração doCentenário e da canonização dos pasto-rinhos. Que o Centenário de Fátimapossa trazer mais paz, verdade e amoraos homens e mulheres do nosso tem-po. Que, através do mundo inteiro sefaça mais justiça e se possa viver ummais acentuado espírito de serviço aopróximo. Sobretudo àquele que maissofre por se encontrar descartado, es-quecido e abandonado.

Elizabeth Pacheco

COMUNICADO

O Consulado-Geral de Portugal em Montreal infor-ma a Comunidade Portuguesa que irá ter lugar a seguinte per-manência consular:

CIDADE DE QUÉBEQUEDia 13 de maio de 2017, das 9h00 às 17h001260, boul. Lebourgneuf, bureau 350Québec, QC

As “permanências consulares” são uma iniciativa cujoobjetivo é levar os serviços consulares às Comunidades Portu-guesas geograficamente mais afastadas dos Postos Consulares.

Nesta permanência consular poderão ser tratados os atosconsulares que não podem ser tratados por via postal, nomea-damente: Cartão de Cidadão; Passaporte; Procuração; Na-cionalidade Portuguesa; Reconhecimentos de Assinatura eRecenseamento Eleitoral.

Para mais informações contactar o Consulado-Geral dePortugal em Montreal, por via do endereço eletró[email protected] e do número de telefone (514)499-0359, extensão 204.L P

Uma Região de foguetões... e foguetório!• Por Osvaldo CABRAL

Os gover-nos da república e daregião, apesar de an-darem desconcerta-dos na questão dasLajes, deviam formaruma sociedade anó-nima de pirotecnia.

São especilis-tas em lançamentos

de foguetões, saté-lites e muito fogue-tório.

O encontro in-ternacional que de-correu na ilha Ter-ceira, com cerca detrês dezenas de dele-gações, é bem o ex-emplo de como sefaz a festa, lançandoos foguetes e apa-nhando as canas.

As duas centenas de convivas que compareceram em vários re-pastos da vistosa sala do Campo de Golfe da Terceira não justifi-cam a meia dúzia de postos de trabalho que poderão vir a ser cria-dos com o famigerado Air Center, que ninguém sabe o que é – umdia é um centro de investigação para o clima e o mar, no outro é pa-ra lançamento de satélites e foguetões.

Num mês é para ser na Base das Lajes, no outro é para SantaMaria, onde se fazem trabalhos na Malbusca que ninguém sabe pa-ra que é, provavelmente no âmbito do secretismo que estas coisasdo espaço celestial implicam, precavendo nesta clandestinidademariense uma possível acção de espionagem por parte da Coreia doNorte...

Foi preciso o amigo de Donald Trump, o açor-americano De-vin Nunes, vir pôr ordem na casa e mandar parar o baile: “Estran-geiros perto da Base das Lajes, nem pensar!”.

A ordem trumpista é reveladora de quem manda nas Lajes, as-sim como assim o governo de António Costa e o de Vasco Cordei-ro não se entendem neste processo de “descontaminação” entretanta política festiva e contaminada.

Num mês um ministro diz que o famoso PREIT “vale zero”,no mês seguinte outro ministro diz que a “descontaminação” écom a região: um belo coro de luvas brancas revelador da inutilidadeem que se tornaram os raspanetes de Vasco Cordeiro.

Está visto que o Air Center vai esfumar-se na espuma dos dias,tal e qual o rasto fumegante de um foguetão.

Agora a sério.Este governo de Vasco Cordeiro já mostrou, em tão poucos

meses, que é de uma impotência atroz em todos os setores, semplanos para nada e sem sabermos que orientação é que está a ser da-da aos Açores para os próximos anos.

Desde secretários visivelmente cansados e envelhecidos, há detudo, até os que já se desligaram da governação para se dedicarem aomunicipalismo.

O Presidente anda ocupado a dar raspanetes, sem consequên-cias, à “aparente leviandade” dos ministros de António Costa; oVice transpira cansaço com tantas empresas públicas falidas e atola-das em dívidas até às orelhas; o Secretário dos Transportes e ObrasPúblicas já não governa, pois agora montou estaleiro pela Câmarade Ponta Delgada, ostentando na lapela o bonito rombo da pontada doca há mais de um ano, como sinal de amor pelo município queagora abraça; a Secretária do Turismo anda deslumbrada com os tri-lhos e mostrou-se impotente com o adeus que a easyJet trilhou; oSecretário da Educação anda ansioso pelas férias grandes, farto deouvir os sindicatos dos professores e os sucessivos índices de insu-cesso escolar, mas a revelar-se também um exímio académico na ar-te do foguetório; o Secretário das Pescas anda desaparecido emcombate, quiçá a afundar-se com os pescadores, numa redentorasolidariedade submarina perante o choro das espécies pelágicas; aSecretária da Solidariedade anda ocupadíssima a visitar os velhinhos;o da Saúde esmera-se na caça às bruxas por estas ilhas abaixo; o Se-cretário da Agricultura é nitidamente uma carta fora do baralho, in-do chegar ao fim do mandato ainda a visitar pastos e quintas à pro-cura de perceber como se dança ao ritmo de Jorge Rita.

Como se explica tamanha longevidade?Com a penosa incapacidade da oposição.Pobre região, que tais políticos tem.Que o Espírito Santo nos proteja... no meio dos foguetes.

Longe de uma democracia perfeita• Por Osvaldo CABRAL

A geração do 25 de Abril sabe que, 43 anos depois, não vi-vemos numa democracia perfeita, onde permanecem muitas desilu-sões. Mas também estamos longe da época obscura do antes do 25de Abril.

A Revolução que nos restituiu a liberdade valeu a pena, mas pelocaminho criaram-se dois países diferentes, com velocidades diferentese com profundas desigualdades que marcam, ainda hoje, a nossa so-ciedade, incluindo a nossa Região.

O pior de tudo foi o caráter de alguns responsáveis políticos,envolvidos numa teia elitista de negócios e interesses pessoais, quelevaram as instituições e pessoas ao descrédito, à ganância e à cor-rupção.

Empurraram-nos para uma austeridade que trouxe mais pobreza,enquanto outros viviam à custa do amiguismo e clientelismo parti-dário, usufruindo de milhões concedidos pelos amigos da banca, atéà degradação do nosso sistema financeiro.

Hoje, somos todos nós que estamos a pagar por estes desman-dos.

Já lá vão mais de 13 mil milhões só para salvar os bancos, sa-bendo-se que a dívida não ficará por aqui.

Nos Açores também se prometeu igualdade para todos e elevou-se a fasquia demasiadamente alta com o compromisso do desenvolvi-mento harmónico entre todas as ilhas.

O projeto das Ilhas de Coesão falhou, as desigualdades são cadavez mais evidentes, a pobreza vai crescendo e o descrédito das popu-lações é cada vez maior, como se constata em cada ato eleitoral.

É verdade que o sistema vai funcionando, os órgãos democra-ticamente eleitos também, existe liberdade de opinião, mas os grausde dependência são cada vez maiores.

E uma sociedade dependente não é nada saudável para o fun-cionamento perfeito da democracia.

43 anos depois é importante que haja mais sociedade civil nosAçores e menos sufoco político, que se espalha numa autêntica redepara controlo de tudo.

Quando o poder político é eleito por uma minoria de cidadãosé sinal de que a restante população já desistiu da luta e da participaçãocívica que se impõe.

Não foi para isso que se fez o 25 de Abril.Ao menos o invoquemos como fórmula sonhadora de uma ge-

ração que a consiga trespassar às gerações seguintes.

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ConsuladoEncerramento – Tolerância de Ponto

O Consulado-Geral de Portugal em Mon-treal informa que S. Ex.ª o Primeiro Ministrodecretou tolerância de ponto aos trabalhadoresque exercem funções nos serviços da admi-nistração direta do Estado para a próxima sex-ta-feira, 12 de maio de 2017, pelo que este Con-sulado-Geral estará encerrado nesse dia.L P

L P

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O Porquê dos Bancos Nacionaisna Boca dos Tubarões dos Bancos Centrais

• Por Fernando PIRES

Escreve Pacheco Pereira que os ban-cos nacionais “estão ligados à Europa e aoBanco da América do Norte”, sendo estesdois os mais influentes dos dois continentes!Para além disso, temos também o Banco doComércio Mundial (BCM) e os bancos dosobscuros paraísos fiscais. E mais, quem sãoos capatazes da notação que as agências de“ratings” atribuem a países sem grande podereconómico, onde se esconde a bandalheirada ladroagem económica e especulativa, quedeposita aí o suor daqueles que produzem ariqueza das Nações? Talvez aqui se encontreuma parte da resposta à pergunta levantadapor Pacheco Pereira quando escereve: “Porque é que se pode acabar com tudo menoscom os bancos?”

Não seria talvez melhor começar porbarrar a casta da gatunagem, que sem éticanem escrúpulos em cargos públicos e políti-cos exercem, acumulam antes e depois dasfunções que ocupam, servindo-se de privilé-gios que deteem nas funções que exercem,para daí tirarem vantagens? E que dizer daseconomias domésticas nacionais europeiasde alguns países que não teem poder econó-mico imediato, porque são os orçamentosdos ministros das Finanças de cada um dosestados nacionais membros europeus, quelhes é distribuído pelos vários ministériosde cada governo? Por isso andamos semprea reboque do Eurogrupo de Bruxelas, con-trolado pelos países nórdicos da Europa. Pa-ra além de tudo isto, quem são os decisoresda política europeia, senão os mandarins co-mo o ministro das Finanças alemão, o presi-dente do Eurogrupo, e outros da burocraciade Bruxelas?

Conservadores como Jeroen Dijssel-boem, Wolfgang Schauble e todos os chefesdos partidos da direita no poder, o holandêsGert Wilderes, o partido “liberal” da Áustria,o partido da Liga do Norte da Itália, e agoraos partidos da Polónia e da Hungria, se re-veem hoje no conservantismo dos Reaganse Thatchers do chamado sistema “economi-camente liberal”.

Debrucemo-nos agora sobre outros as-petos políticos mais específicos, porque es-tes passam-nos todos os dias diante dos o-lhos para quem ouve, vê e lê. Christine Lagar-de, diretora do FMI, disse em tempos queprevia para 2016, um não crescimento econó-mico em países ricos. Se assim foi, por que éque exigiram a países menos ricos, orçamen-tos que igualassem os de esses países ricos?

Ora a resposta à interrogação de Pache-co Pereira seria a democracia do PSD à qualele pertence, mesmo se por vezes foi críticodo partido de Passos Coelho. No entanto, oex-ministro das Finanças Vitor Gaspar, quan-do ia a Bruxelas, punha-se em bicos de pépara dar palmadinhas nas costas dos caciquesdo Eurogrupo (do Norte, da Comissão). Étalvez aqui o momento de Pacheco Pereirase questionar sobre a democracia aplicadaaos bancos, no que diz respeito ao seu par-tido.

Como e porquê não perguntaram aCavaco Silva, ideólogo desse sistema eco-nomicamente liberal, e ex-apologista deThatcher e de Reagan? Que respeito teveesse presidente pela democracia da nossaConstituição, quando de boca cheia dedemagogia apelou aos valores da Nação?Só os ingénuos que não estão atentos àrealidade da qual os pobres de Portugalsofrem na pele com a austeridade do go-verno da direita podem ter ficado indife-rentes a essa injustiça. Quem foi senãoCavaco Silva que deu cabo das pescas du-rante o seu mandato? E o seu PSD queriaprivatizar a TAP, o BANIF, deixando oscontribuintes portugueses a pagarem opreço, enquanto os pobres da capital vãobuscar sopa e cabazes de Natal à mesquitamuçulmana de Lisboa?!

Os coveiros da democracia “abriram-lhe a cova”, com as novas tecnologiasdo sistema da finança mundial e dos pa-raísos fiscais que os protegem! Portugaltornou-se assim uma coutada bancária daroubalheira e da corrupção. Tudo estava àvenda com políticos e empresários semescrúpulos, que se aproveitam da políticapara terem dois empregos e privilégiosutilizando lóbis como consultores, e poraí adiante...

O director honorário e historiadorensaista no CNRC em Paris, conhecebem os meandros das democracias quan-do afirma o seguinte: “A democracia estádoente na sua desmedida, a liberdade tor-na-se tirania, o povo transforma-se emmassa manipulável”. Assim, o desejo depromover o progresso, torna-se espíritoparadigmático de uma nova cruzada con-tra a democracia. E é em nome dos ditosde Democracia, de todos os Facebooksdeste mundo, que assistimos a um mundosem eira nem beira!

A “liberdade” dessa democracia é a“nova tecnologia algorítmica” que seapregoa com toda a basófia que lhe co-nhecemos. Segundo a “democracia Goo-gle” os chamados peritos da economiadigital, tornaram agora as empresas dezvezes mais “eficientes”, traduzindo-se nu-ma rápida baixa dos preços de todos osprodutos de que temos necessidade... Quediriam certos filósofos da doença que cor-rói e adormece certas mentes, ou seja, filó-sofos como Demócrito (370 a.C.), Leu-cipo (460 a.C.) ou Aristóteles (384 a.C.)?

Ref.: Tzvetan Todorov, «Les ennemisintimes de la démocratie», Robert Laf-font, Versilio, Paris, 2012.

Jornal “O Público”, 2015.Jornal “Le Devoir” – Éradiquer Face-

book pour sauver la démocratie.Richard Stallman, «Le père des logi-

ciels libres appelle les citoyens à reprendrele control de leur vie».

Fabien Deglise“Le Devoir des Journalistes”, Ber-

trand Labasse, professeur à l´Universitéd´Ottawa, invité à l´École supérieure deJournalisme de Lille.

Para a FondationRessources pour les enfants diabétiques

APURO IMPRESSIONANTE!LUSOPRESSE – Já aqui

reportámos o êxito que foi afesta recentemente levada a caboem favor da Fondation Ressour-ces pour les enfants diabétiques,obra da Família Tavares Bello eamigos. Mas o que não dis-semos, por escassez de tempo ede espaço, foi a quanto chegouo montante recolhido. Agoraestamos em condições de infor-mar os nossos leitores que o re-sultado de tantas boas vontadesterminou com uma recolha de40 110 $ – receita líquida de 38442,86$ –, soma nunca vista emsituações do género alguma vezangariada no seio da nossacomunidade. Daí que estejam,nunca é demais dizê-lo, deparabéns todos os organiza-dores e voluntários!

Espera-se, agora, que a ha-ver uma nova iniciativa, os es-forços continuem a remar parao mesmo lado. As crianças agra-decerão!

L P

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MURAL DE AZULEJOS PORTUGUÊS...

ASSINALA 375 ANOS DA CIDADE DE MONTREAL• Entrevista de Humberta ARAÚJO

No passado mês de dezembro foidado a conhecer o projeto vencedor de umconcurso para um mural de azulejos a ser ofe-recido à cidade de Montreal, que comemora375 anos. O painel, que de acordo com os es-tatutos deve evidenciar «a contribuição da co-munidade portuguesa ao desenvolvimento doPlateau Mont-Royal» e celebrar o caráter multi-cultural de Montreal, homenageando o diálogointercultural «que caracteriza o Plateau Mont-Royal e/ou as personagens que contribuirampara que este bairro ficasse conhecido como oDistrito das Artes» vai ser inaugurado no dia10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e dasComunidades Portuguesas e será instalado nu-ma das paredes da Quinquilharia Açores, em-presa que cedeu também os azulejos.

O painel está concluído graças ao volunta-riado de uma mão-cheia de artistas alunos daUniversidade dos Tempos Livres da Missãode Santa Cruz, em Montreal, que ofereceram300 horas de trabalho, acarretando ainda commuitas outras despesas inerentes ao projeto.

O jornal LusoPresse foi entrevistar o co-ordenador do painel, o professor e escultorNelson Figueiredo e algumas das artistas envol-vidas.

LusoPresse – Montreal é já quase queuma segunda casa para o escultor Nelson Fi-gueiredo. Como é estar aqui de novo com estesartistas, que através dos anos se têm mostradosempre muito entusiastas pela arte da pinturado azulejo?

Nelson Figueiredo – Este é sem dú-vida um regresso. Já venho cá desde 2002 e du-rante várias visitas vim dar o curso de Pinturae História de Azulejos. Esta minha vinda agorasurge por solicitação do grupo dos artistas pin-tores de azulejos, que me pediram para vir coor-denar o mural que ganhou o prémio do concur-so, que foi feito para assinalar os 375 anos dacidade de Montreal. Este grupo de antigos alu-nos faz parte da UTL da Missão Santa Cruz, oorganismo que ficou com a responsabilidadede executar o painel junto de um comité criadopara o efeito.

LP – Um painel desta responsabilidadee envergadura composto de mais de mil azulejos,enfrentou sem dúvida alguns desafios?

NF – Relativamente ao painel em si e emtermos de execução prática tudo correu dentroda normalidade, pois foi uma reprodução. Oautor inspirou-se em vários temas portugueses,reproduzindo-os e fazendo uma espécie demontagem interessante. Todavia, e na minhaperspetiva, este é um painel e, sublinho na mi-nha opinião, um painel maçónico, com sím-bolos da maçonaria portuguesa, que na minhaforma de ver não tem nada a ver com a históriados portugueses em Montreal. É uma repro-dução interessante de vários azulejos portugue-ses antigos. A execução em si foi fácil, comodizia na medida em que foi apenas reproduzirum trabalho por um grupo de artistas que têmexpêriencia e sabem bem pintar. No meu casoeu só estive aqui a coordenar. Embora não ti-vesse havido dificuldades de execução, houveoutras. Como sabem, foi aberto um concursopara este projeto e foi-nos pedido para repro-

duzirmos o trabalho vencedor e nós o reprodu-zimos fielmente. O trabalho original continhaos símbolos do Canadá e do Quebeque, entreeles a folha do acer e a flor de lis. Todavia, e de-pois de termos reproduzido o original chegou-nos indicações do jurí para retirarmos estessímbolos. No meu ponto de vista, tal foi umaadulteração à obra do próprio autor. Na se-quência desta diretiva do júri tivemos que refazertoda esta parte. Tal deixou os artistas respon-sáveis pela execução numa situação delicada,na medida em que já não se está a tratar de umareprodução. É importante este esclarecimento,pois não fomos nós, não foram os artistas aadulterar o trabalho original. Nós o reproduzi-mos fielmente, mas o júri pediu que tirássemosos símbolos do Canadá e da província e assimo fizemos. Para os artistas esta é uma situaçãoque importa esclarecer. Por outro lado, há ques-tões técnicas próprias da pintura do azulejo,que devem ser respeitadas e foi assim que tra-balhamos e executamos o painel.

LP – Este interesse pelo azulejo na nossacomunidade é importante para a continuidadedesta arte?

NF – O interesse desta UTL pelo azulejoe a sua história faz deste projeto, um projetoúnico. Antes da Universidade dos Tempos Li-vres começar eu já tinha cá vindo há algunsanos para dar cursos de pintura de azulejos,através da Missão de Santa Cruz, que aconte-ceram depois do Padre José Maria ter conheci-do o meu trabalho em Lisboa.

Devo dizer, na minha ótica, que realmenteeste movimento é interessante, pois acho queé a primeira vez em que os portugueses deixammarco, desta forma da sua história. Tem sidoaqui no Plateau que publicamente e desde hámuitos anos que os portugueses escrevem asua história através de paineis de azulejos. Nes-te aspeto acho isto muito interessante.

LP – Como foram os apoios para a super-visão e execução deste projeto?

NF – Este é também um aspeto interes-sante pois apoios financeiros para a execuçãodo painel não os houve. Este foi um convitepelo qual me interessei e no qual eu acrediteipessoalmente, talvez por uma filosofia de vida

minha muito própria. Aqui mostrou-se que sepode trabalhar sem subsídios nem apoios, nemdo Consulado nem dos Ministérios. Foi o vo-luntariado dos artistas e o contributo do PadreJosé Maria que tornaram viável a sua reprodu-ção.

Recordo, no entanto, que o primeiro cursode azulejos aqui foi financiado pela FundaçãoD. Manuel II. Este acabou por ser uma pré-experiência para a UTL. Por isso tenho consi-derado este trabalho e este entusiasmo muitointeressante e daí a minha participação nele,por um ideal pessoal. Nunca ganhei nenhumordenado aqui. Vivo do meu ordenado e soufreelancer.

Neste caso do painel, o senhor padre JoséMaria, a título particular, cedeu a casa paroquialonde me receberam e me hospedaram gratuita-mente. Não houve apoios da comunidade esempre que cá vim foram os alunos, ou seja, aspessoas que frequentaram os cursos que coti-zaram a minha estadia. O pagamento do curso

por parte dos alunos tem financiado as despe-sas da minha vinda, nomeadamente as passa-gens.

Nunca vim com um ordenado, inclusivénesta minha estadia agora. A turrice é uma ma-neira de estar e é uma prova de que sem subsí-dios e sem apoios oficiais, as coisas se fazem.O que é importante é que os artistas aqui têmprovado que as coisas funcionam com a boavontade de todos.

LP – Como vê esta criatividade e interes-se por parte da comunidade portuguesa emMontreal pelo azulejo?

NF – Esta criatividade é interessante edo meu ponto de vista tem muito a ver com aforma como os portugueses estão no mundo.Não só se dizia e diz-se que Portugal é um paísde grandes poetas – o que é um facto, mas étambém de artistas. Isso tem a ver com a nossamentalidade e sensibilidade. Sem saudosismos,somos um povo de coragem. Não só o fomosnos Descobrimentos, mas também agora coma história da emigração. Quanto à sensibilidadee criatividade há de tudo e aqui temos muitosartistas. Eles já existiam quando aqui chegueiem 2002. Eu só ensino a técnica para quemquiser. A arte em si não se ensina e realmentetenho constatado em Montreal este grandeinteresse e esta grande sensibilidade artística.Podemos dizer que estes cursos tiveram maisde 400 pessoas ao longo destes 15 anos. Sãoartistas na prática, mas também na forma deser e de estar.

LP – Do seu ponto de vista, as artes por-tuguesas, nomeadamente o azulejo, estão bementregues no Quebeque?

NF – Sim e eu faria aqui uma separação:por um lado a UTL, um centro de dia para pes-soas reformadas. Por outro, os cursos de azu-lejos em si, onde tenho tido alunos jovens emenos jovens, pois estes estão sempre abertosa toda a gente e vão para além da comunidadeportuguesa.

Relativamente ao futuro, há aqui um gru-po de pessoas mais restrito que continua apraticar. Eu já não vinha cá há seis anos e aspessoas continuam a pintar e até têm feito tra-balhos fabulosos apenas com a aprendizagemda técnica que fizeram comigo. As sementesforam lançadas e as pessoas seguiram e seguemo seu caminho. Há gente que pinta aqui muitobem azulejos e há obras destes artistas nas ru-as de Montreal. Tal é muito interessante. Nesteaspeto acho que é uma arte que vai continuar.

LP – Como nasce a paixão em si pelaescultura e o azulejo?

NF – Há 30 anos, precisamente, iniciei aminha formação académica em França na áreadas Letras. Paralelamente interessei-me pelasBelas Artes. Fiz sempre um paralelismo, entrea parte mais clássica e académica e a parte ar-tística, que era onde eu me sentia mais à vontadee com alguma versatilidade. A minha área foisempre a escultura. O meu interesse pelos azu-lejos coincidiu com a abertura do Museu dosAzulejos em Portugal. Eu tive um professormuito conhecido que era o único que sabia deazulejos. Era o professor Rafael Calado, umareferência como fundador e Director do MuseuNacional do Azulejo, Conservador do MuseuNacional de Arte Antiga, e que escreveu e cola-borou ainda num importante número de obrassobre cerâmica. Tive a sorte de trabalhar tam-bém na Viúva Lamego com contactos e algu-mas influências do Cargaleiro. Passei pela Ofi-cina 59 com vários artistas. Tive a sorte de naminha carreira artística ter conhecido e de tertrabalhado com essas pessoas, ter colaboradona reprodução de alguns azulejos com o Pinto

Nelson Figueiredo, um grande amigo da Comunidade Portuguesa! Foto HumbertaAraújo/LusoPresse.

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Coelho, sempre tentando criar o meu estilo. Devo o meu gosto pelo a-zulejo também às pessoas com quem me cruzei na vida e que me aju-daram na técnica e no conhecimento.»

Neste encontro com o professor Figueiredo, o LusoPresse falouainda com duas das 10 artistas que participaram neste painel.

LÍDIA RIBEIROOs portugueses deram uma contribuição muito significa-tiva a este bairro

«Tem sido muito giro colaborar neste trabalho coletivo. Tenhoestado fora da pintura do azulejo já há algum tempo. Para mim foi umregresso muito agradável, pois vim reencontrar colegas e também par-ticipar num projeto agradável. Houve uma grande solidariedade e foimuito bom pegar outra vez no pincel.

A ideia do painel em si acho importante, na medida em que osportugueses ocuparam um lugar importante na emigração e aqui sobre-tudo no bairro deram uma contribuição muito significativa e, já que oazulejo faz parte do nosso património, este painel vai iluminar umpouco o bairro. Foi uma boa participação da nossa parte e, o facto decolaborarmos todos com muita solidariedade e muito prazer, o resultadofoi por isso importante como obra coletiva de vários artistas.»

BERTINA BULHÕESFoi um prazer muito grande fazer parte deste projeto

«Para mim participar neste projeto foi muito bom porque depoisde cinco anos em casa na reforma, este passo constituiu uma forma deme tornar ativa. Tinha deixado um pouco a pintura do azulejo de ladoe é evidente que em grupo tenho mais motivação para trabalhar. Foium prazer muito grande estar aqui e fazer parte deste projeto. Gostomuito de conviver e colaboramos todos uns com os outros. Foi muitointeressante pois sempre gostei muito de artes. Qualquer atividade de-pois da reforma é muito importante, especialmente para pessoas commais idade que se podem envolver em projetos artísticos e que precisamde ter algo para se entreter. É uma forma de combate à solidão e fazernovas amizades com novos projetos de vida.»

Do grupo artístico que voluntariamente trabalhou neste paineldestaque-se ainda Isabel Faia, as irmãs Abreu, Isabel Coimbra, Odete eLúcia Pinto, Artur Araújo e Elizabeth Carreiro.

QUEM É QUEM

José Nelson Cruz Lemos Figueiredo nasceu na Merceana,concelho de Alenquer. Estudou Literatura Francesa na Univer-sidade de Letras, e simultaneamente o Curso de Belas Artes co-mo auditor livre em França, Nancy. De regresso a Lisboa completapor 7 anos o curso de Escultura de Arte Sacra com Carvalheirada Silva, a qual fora aluna de Leopoldo de Almeida e Barata-Feyo.Mais tarde, conheceu Bual no botequim de Natália Correia, etem grande admiração pelas obras do Mestre Leopoldo de Al-meida, Mestre António Duarte e Mestre Joaquim Correia, quesempre o apoiou. Em finais dos anos oitenta frequenta curso deHistória e Pintura Tradicional do Azulejo. De 1988 a 1995 leccio-nou Pintura Tradicional do Azulejo no Centro das Taipas, emLisboa. Desde 1999 que se tem dedicado mais exclusivamente àescultura. Executa peças em bronze, pedra e terracota. EnsinaHistória e Pintura Tradicional do Azulejo em Portugal. Encontra-se representado em várias Instituições Públicas e em coleçõesparticulares, tanto na Europa como na América. A 13 de maiode 2000, as primeiras imagens oficiais dos Beatos Francisco e Ja-cinta Marto, da sua autoria, são oferecidas pela Associação dosServitas de Fátima ao Papa João Paulo II. L P

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FESTA DE SÃO BENTO...

MUITO PARTICIPADA E CHEIA DE ALEGRIA• Por Anália NARCISO

A Festa dos São-Bentonenses deMontreal, que contou com a presença do pre-sidente da Junta de Freguesia de São Bento,concelho de Porto de Mós, Sr. Luís Cordeiro,que por sua vez se fez acompanhar da esposa,foi muito participada – a sala esteve repleta! –e cheia de alegria, aqui por mor das colabora-ções dos artistas Júlio Lourenço, Sara Franco,Viviana Lourenço e Suzi Silva.

Com efeito, este grupo de músicos conse-guiu fazer da Festa dos São-Bentonenses deMontreal, um espetáculo digno de aplausos,que levou os presentes a deleitarem-se com asatuações das três jovens cantoras, e do menosjovem, digamos assim, cantor romântico, queé Júlio Lourenço.

Numa primeira parte, as três cantoras apre-sentaram-se disfarçadas de comediantes para,depois, enveredarem pelo musicol, afinal, sa-voir-faire primeiro das três simpatiquíssimaslusodescendentes.

Com sucessivas mudanças de guarda-rou-pa e interpretações variadas, que tanto focavamo fado como a música ligeira, o «Grupo dasTrês e d’Artagnan», chamemo-lhes assim, se-mearam alegria por toda a sala com as suascanções, muitas das quais a tocarem coraçõesde gente nostálgica, onde a Saudade não foi(era) palavra vã.

«Amar como Jesus amou», «A casa da Ma-riquinhas», «Desfolhada», «Uma casa portu-guesa», «Bate o pé», «Nasci prá música», «De-pois do Adeus», foram algumas das muitas in-terpretações que ecoaram pelo salão grande daMissão de Santa Cruz pelas vozes de Suzi Silva,Viviana Lourenço, Sara Franco e Júlio Louren-ço e que tanto agradaram aos convivas pre-sentes.

Depois, para arredondar na perfeição umafesta de origem portuguesa, lá entrou em cenao sempre apreciado folclore, na ocasião inter-pretado pelo Praias de Portugal, do Clube Por-tugal de Montreal.

Antes, porém, já Júlio Lourenço e SaraFranco haviam cantado os hinos da Freguesiade São Bento, cuja letra é da autoria de DinisTibúrcio, ex-empresário do setor de alimenta-ção há muitos anos radicado nesta cidade, e dePortugal.

Ainda mais adiante na soirée, um poemadedicado ao nosso país, «Bom dia meu Portu-gal», seria declamado por Aldina Perpétuo.

O resto do serão foi preenchido com mú-sica para dançar da responsabilidade do jovemDJ Moreira.

Saliente-se ainda que no decorrer deste 28.° Convívio anual dosnaturais da Freguesia de São Bento falaram, sucessivamente, a presidentedo certame, Idalina Vicente, o presidente da Junta extremenha, LuísCordeiro, e o padre José Maria Cardoso. A presidente para agradecer oapoio indefetível de todos os que foram abordados no sentido de cola-borarem ou participarem na festa; o autarca para felicitar todos os são-bentonenses presentes pela bela festa e agradecer ao mesmo tempo oconvite que lhe foi feito para vir pela primeira vez a Montreal; enquantoo padre José Maria se encarregaria de benzer o repasto.

Repasto que, pelos vistos, não desmereceu e foi servido em temporazoavelmente correto.

Terminada a festa, a Associação São-Bentonense de Montreal,responsável por mais este convívio, tem a responsabilidade de fazercontas sobre o apuro da festa que, depois, será distribuído por organiza-ções locais e de Portugal, como vem sendo tradição através dos anos.Recorde-se que em 2016 foram doados por esta organização nove mildólares.

Outro assunto a resolver nas semanas mais próximas por esta or-ganização, é a substituição do elenco diretivo, até agora, como já vimos,liderado por Idalina Vicente. L P

Foto 1) - As três jovens cantoras Suzi, Viviana e Sara.Foto 2) Em primeiro plano, o presidente Luís Cordeiro, Fer-nando, o animador da soirée; seguem-se-lhes a esposa de LuísCordeiro, e Idalina Vicente, a presidente da Associação.

Foto LusoPresse.

Foto Adelaide Vilela..

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DIA DA LÍNGUA PORTUGUESA

COMEMORADO COM MÚSICA E POESIA• Reportagem de Vitória FARIA

Numa iniciativa conjunta do Consu-lado-Geral de Portugal em Montreal e do Con-sulado-Geral do Brasil em Montreal, com oapoio da Universidade de Montreal, da CaixaDesjardins Portuguesa e do Instituto Camões,teve lugar no passado dia 4 deste mês um espetá-culo musical, visual e poético para sublinhar aComemoração do Dia da Língua Portuguesa.

Este evento foi organizado pelo Arte Ins-titute, um organismo benévolo que promovea cultura contemporânea portuguesa e servede vitrina para a criação artística lusitana, nocampo das artes plásticas, da literatura, da mú-sica, da dança e do cinema.

O espetáculo “Sobre o Mar” é um projetooriginal que contou com três artistas repre-sentando três países e três continentes, ligadosentre si pelo mar, neste caso o Atlântico.

Sob um fundo visual animado,representando várias facetas do mar e da água,

o escritor angolano Ondjaki foi improvisando,criando, brincando com as palavras até formarversos e poesia. Também cantou acompa-nhado pelo guitarrista brasileiro Marcello Mag-daleno e do pianista português Renato Diz. Oespetáculo é totalmente original, no sentidoque cada representação segue a inspiração domomento dos artistas, numa total improvisa-ção e criação.

Ondjaki é o pseudónimo artístico do es-critor angolano Ndalu de Almeida. Nasceu emLuanda, em 1977, e, além de romances e poesia,é autor de livros infantis, contos, novelas, teatroe de argumentos de cinema.

Alguns dos seus livros estão traduzidosem 14 países em francês, espanhol, italiano,alemão, inglês e chinês.

Marcelo Magdaleno nasceu no Rio de Ja-neiro e, além de músico, é compositor e pro-dutor.

Compôs diversas bandas sonoras para ci-nema, televisão e teatro, e gravou o seu primei-ro disco a solo, com o título “Astronáutico”,

denotando influências das suas viagens porAngola e Portugal.

O pianista Renato Diz, é natural do Porto.Recebeu em 2010 o prémio do melhor projetoartístico do Festival de Serralves. Mudou-se paraNova Iorque em 2011, para estudar na NewYork University, onde recebeu várias bolsas demérito e terminou a sua licenciatura com hon-ras.

A sala estava completa e a reação dopúblico foi calorosa perante a qualidade doespetáculo.

A apresentação esteve a cargo do Profes-

sor Joaquim Eusébio que referiu a importânciada língua portuguesa, como quinta língua ma-terna mais falada no mundo.

Antes do espetáculo, a diretora do departa-mento de literatura e línguas modernas da Uni-versidade de Montreal, proferiu uma breve alo-cução sobre a importância da aprendizagemdas línguas estrangeiras e da sua cultura. Dis-seram também algumas palavras de circunstân-cia a Cônsul do Brasil, D. Maria Elisa Théofilode Luna e o Cônsul de Portugal, José Guedesde Sousa.

Portugueses residentesno estrangeiro e o recenseamento automático

• Por Daniel BASTOS

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No fim do espetáculo, Ondjaky falou para o programa português de televisão Lu-saQ TV. Foto LusoPresse.

Recentemente,a imprensa nacional elusófona destacounas páginas dos seusórgãos de informa-

fendo, todavia, que este pacote sobre participa-ção eleitoral deve contemplar a breve trecho aintrodução do voto eletrónico para os emigran-tes, em substituição do voto por correspon-dência que vigora nas Eleições Legislativas oudo voto presencial que é obrigatório nas Elei-ções Presidenciais.

Ainda no campo das alterações à lei elei-toral, que têm que passar necessariamente pelodebate parlamentar, é também fundamental pa-ra a prossecução desta revalorização da partici-pação das comunidades portuguesas na vidapolítica do país, o aumento do número de depu-tados eleitos pelos círculos da emigração. Umavez que, os quatros mandatos dos dois círculosda emigração, o círculo da Europa e o círculode Fora da Europa, constituem uma manifestasub-representação dos cerca de cinco milhõesde portugueses emigrantes, isto já sem falardo alargado universo de luso-descendentes.

ção, que foi aprovado em Conselho de Mi-nistros uma proposta de lei que introduz o re-censeamento eleitoral automático para os cida-dãos portugueses residentes no estrangeiro.

Esta decisão, avançada pelo Governo,permite assim que os portugueses no estran-geiro maiores e portadores de cartão de cida-dão fiquem automaticamente recenseados, co-mo acontece com os residentes em territórionacional, estimando-se que esta antiga reivin-dicação das comunidades emigrantes abranjamais de um milhão de pessoas.

Trata-se de uma medida de enorme alcancepara as comunidades portuguesas, dado queesta proposta de lei ao consagrar em matériade recenseamento eleitoral a igualdade entreos portugueses residentes no país e os que vi-vem no estrangeiro, reforça inquestionavel-mente o envolvimento dos emigrantes nastomadas de decisão política em Portugal. Co-mo alude o Secretário de Estado das Comu-nidades Portuguesas, José Luís Carneiro, seráprovavelmente “a mais importante alteraçãoque se fez relativamente às condições de igual-dade entre os Portugueses que estão em Portu-gal e os Portugueses que estão no estrangeiro”.

Estando em claro acordo com esta linha,traçada pelo Governo, de reconhecimento daimportância das comunidades portuguesas, de-

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IMPACTO, QUE OBJECTIVOS?• Por Norberto AGUIAR

«PORTUGUÊS MAIS PERTO»LUSOPRESSE – A Plataforma de ensi-

no à distância “Português Mais Perto”, umainiciativa do Camões, I.P. e da Porto Editora,foi apresentada no dia 12 de abril na Missão deSanta Cruz. Como pode ser lido no site, estaplataforma reúne dezenas de aulas interativaspara a aprendizagem da língua, proporcionan-do uma experiência de estudo orientada para aaprendizagem individual e autónoma do aluno,complementada, numa segunda modalidade,com a possibilidade de dispor de apoio de umtutor. É disponibilizada em duas vertentes:Português Língua Materna, para alunos quefrequentaram a escola em Portugal e têm noseu horizonte voltar ao sistema escolar portu-guês, e Português Língua de Herança, para alu-

nos que sempre frequentaram a escola no es-trangeiro. Pode ser consultada aqui:

http://www.portuguesmaisperto.pt/PT/Também foi apresentado o Bonecos &

ca., um projeto da Porta Editora ajustado à re-alidade do ensino de português no estrangeiro.Embora os manuais estejam pensados paraser utilizados em várias micro-realidades quesão as várias comunidades espalhadas pelomundo, também refletem ao mesmo tempoas realidades locais. Entre outros, um exemplodesta adaptação, é o semáforo para os peõesque na Europa é verde e vermelho e que para oCanadá terá o boneco como nos semáforoscanadianos.

Depois de Toronto, a apresentação emMontreal foi feita por dois representantes daPorto Editora, Paula Cardoso e Renato Gomes.

Professoras da Missão de Santa Cruz e da Escola Portuguesa de Lavalcom Paula Cardoso e Renato Gomes da Porto Editora.

A 10.ª Edição do Campeonato Ca-nadiano de Futebol já está em marcha. Acon-teceu no passado dia 3 de maio, com o jogoFury de Otava x FC Edmonton. Este primeirodesafio teve lugar em Otava e o resultado verifi-cado foi de 1-0 para a equipa da Capital Nacio-nal. O desafio da segunda-mão disputou-seontem, em Edmonton, a horas em que estaedição já estava nas máquinas rotativas da tipo-grafia que imprime este jornal... Lembre-se queesta eliminatória tem cariz preliminar, visto oCampeonato ter cinco equipas, daí que hajanecessidade, todos os anos, de organizar estejogo de maneira a qualificar o seu vencedor pa-ra as meias-finais, indo defrontar a formaçãomelhor classificada – da época anterior – dastrês que fazem parte da Major League Soccer,sendo neste caso o Toronto FC.

Com o Toronto FC à espera do vencedor

de entre as duas equipas dos escalões inferiores dofutebol norte-americano, pois o Otava FC faz parteda Terceira Divisão, enquanto o FC Edmonton in-tegra a Segunda Divisão, o Impacto, por sua vez, játem o seu destino traçado, pois o seu antagonista,está bem de ver, é o Whitecaps de Vancouver, com oqual não deixa de ter uma forte rivalidade, como aindase viu há duas semanas, em jogo disputado no Está-dio Saputo e em que a equipa do Oeste canadiano le-vou a melhor, batendo os locais por 2-1...Assim sendo, vejamos os acasalamentos:Meias-finais, primeira volta:Terça-feira, dia 23 de marçoWhitecaps x Impacto de MontrealFury ou FC Edmonton x Toronto FCSegunda volta:Terça-feira, dia 30 de maioImpacto de Montreal x Whitecaps de VancouverQuarta-feira, dia 31 de maioToronto FC x Fury ou Edmonton FC.A final, a disputar a duas mãos, acontecerá nosdias 20 ou 21 e 28 de maio.

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JORNADA 10 DA MAJOR LEAGUE SOCCER

Impacto ganha fora• Por Norberto AGUIAR

A 10.ª jornada da Major League Soc-cer, que começou na sexta-feira e terminou nodomingo, teve mais umas quantas surpresas...A maior de todas, em nossa modesta opinião,foi a derrota do Orlando City, primeiro destaca-do, e que foi perder ao Texas, contra o Dynamode Houston, um conjunto que está a tentar re-gressar aos bons velhos tempos em que foicampeão, em fins da década passada, quandotinha jogadores como o canadiano DwayneDe Rosario. Esta surpresa não é tanto peladerrota em si, pois de tão equilibrada que é aescala de valores nesta liga. Mas sobretudo pe-los números, um 4-0 que não deixa nenhumadúvida.

O Orlando City, de Kaká, e de outros be-líssimos jogadores, como é o caso de Cyle Lau-rin, um jovem canadiano que está a fazer furordesde que chegou a esta liga vai para três anos,vindo do futebol colegial, dizia, o Orlando Ci-ty, em oito jogos disputados tinha apenas umaderrota, o que lhe dava a primazia de estar colo-cado no cimo da pirâmide das 22 equipas daMLS... Perdendo no Texas, o Orlando Citydesceu para segundo lugar, mas mantendo boasperspetivas de recuperar a liderança da sua zo-na, a Este, e da classificação geral.

Mas a equipa da Florida tem que se por apau, isto na medida em que, precisamente noTexas, há outra equipa que tem vindo a fazeruma carreira quase irrepreensível. Trata-se do

FC Dallas, da cidade do mesmo nome, que emoito jogos ainda não perdeu, muito embora játenha cedido três empates. É, de resto, estaequipa que agora ocupa a primeira posição daZona Oeste, com 18 pontos, os mesmos quepossui o Orlando City, mas agora com esta ater mais um jogo realizado, de quem vem omaior perigo, mesmo se o Toronto FC, mercêda excelente vitória (1-0) que foi arrebatar a ca-sa do campeão de 2016 sexta-feira passada, oSounders de Seattle, a que ocupa o primeirolugar da tabela classificativa geral, com 19 uni-dades, mas com 10 jogos já disputados...

Também espetacular foram as vitórias (3-0e 2-0) dos últimos, União de Filadélfia e Min-nesota United perante os favoritos à vitóriano Campeonato Red Bull Nova Iorque e Spor-ting Kansas City, respetivamente. Outro resul-

tado surpreendente foi o 3-0 inflingido peloSan Jose ao Timbers de Portland, que é outraequipa com pretensões.

Já mais normais foram as vitórias (2-0 e3-1) do Columbus Crew sobre o Revolutionda Nova Inglaterra e do Nova Iorque City dian-te do surpreendente Atlanta United do famosotreinador Gerardo Martino, ex-técnico do Bar-celona e da Seleção argentina.

Desastradas começam por ser as carreirasdo Real Salt Lake e do La Galaxy, duas equipascom pergaminhos na liga, onde ambas já fo-ram campeãs... Sobretudo a equipa angelina,já com cinco títulos nas vitrinas.

No primeiro caso, a derrota (0-3) diantedo FC Dallas, para muitos a formação do mo-mento na MLS – já o foi em 2016, como aquijá deixámos perceber -–, o resultado é nitida-mente injusto, pois no decorrer dos 90 minu-tos o diferencial de valores nunca assumiu pro-porções a condizer com o resultado final...Foi mesmo o Real que teve mais tempo a bola,criando ainda várias oportunidades que deveri-am ter dado outra expressão ao marcador...

No caso do La Galaxy, as coisas estão ni-tidamente complicadas, já que esta é uma equi-pa habituada a andar na frente, obtendo maisvitórias do que a maioria dos seus adversáriose que neste momento nem em casa é capaz dese impor... Em oito jogos, a formação da se-gunda cidade americana tem duas vitórias, umaem casa e outra fora, cinco derrotas e dois em-pates, o que dá um escasso pecúlio de novepontos... Se levarmos estes dados para a classi-ficação geral, o La Galaxy encontra-se na 19.ªposição, isto numa competição que envolve22 clubes!...

No último jogo, em casa, diante do Chica-go Fire do português João Meira e da vedetaalemã Bastian Schweinsteiger, o La Galaxy es-

teve a perder por 2-0, mas, vá lá, acabou a con-tenda com um lisongeiro empate a dois golos.

Mais uma vez se viu que João Pedro, apesardo denodado esforço, não pode ser responsá-vel por substituir jogadores da estirpe de Do-navan, Gerrard, Keane, etc...

Impacto de MontrealQuem também foi conseguir um resultado

perfeito nas circunstâncias foi o Impacto deMontreal, que jogando em Washington, a casado DC United, conseguiu ganhar o jogo, porum a zero, com golo do jovem Ballou.

Mesmo se sofreu alguma pressão do adver-sário, com mais oportunidades e tempo de pos-se de bola, o golo de Tabla Ballou foi o sufici-ente para arrecadar os três pontos, tão precio-sos neste momento da época, quase a atingiro seu primeiro terço.

Caso tivesse perdido, o Impacto cairia parauma posição bastante inconfortável, mesmose os três pontos agora recuperados não dãodescanso aos seus jogadores, Staff técnico, di-reção e restantes apaniguados. Para isso bastaatentar na classificação geral, onde o Impactoocupa a fraca posição de 18.°, com 10 pontosem 9 jogos...

Na próxima ronda calha ao Impacto de-frontar, no seu estádio, o Columbus Crew, po-sicionado na oitava posição da classificaçãogeral, com apenas mais seis pontos (em 10 jo-gos) do que o Impcato, o que diz bem do equi-librio de forças desta liga, como temos vindoa insistir, e com razão. Duas vitórias seguidasdos montrealenses e cá vamos nós tabela aci-ma...

Próximo encontro:Estádio Saputo, sábado, dia 13, às 17h00Impacto x Columbus Crew.

Ballou Tabla, 18 anos apenas e já umacerteza do futebol do Canadá e norte-americano.

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