Jornal Sem Terrinha fevereiro de 2011

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Ano 4 № 30 Fevereiro de 2011 V ocê sabia que a brincadeira de carnaval começou há muito, muito tempo, antes mesmo de Jesus nascer? Pois é verdade! As primeiras festas de que temos conhecimento aconteciam relacionadas a acontecimentos religiosos e rituais agrários, na época da colheita de grandes safras. Desde essa época as pessoas já pintavam os rostos, cantavam, dançavam, comiam e bebiam com fartura. Eram dias de festa para comemorar o trabalho duro do resto do ano, e todo mundo parava o que estivesse fazendo para brincar. As pessoas trocavam presentes, atiravam água, papel ou bolinhas de lama umas nas outras, um rei era eleito por brincadeira e comandava o cortejo pelas ruas e aldeias. Era como se todo mundo virasse criança de novo! Mais tarde (já faz uns mil anos) a Igreja definiu que o feriado de carnaval seria comemorado 40 dias antes da Páscoa, período chamado de Quaresma. Desde então, aos poucos, o carnaval em muitos lugares foi deixando de ser uma festa de todo mundo e passou a ter algumas pessoas fantasiadas, cantando e dançando para as outras assistirem. Esse jeito de comemorar em salões fechados e desfiles começou nos países na Europa, mas se espalhou – e adivinha: no século passado chegou aqui no Brasil também. No nosso jornal tem história de muita festa brasileira como a do maracatu, do carnaval baiano, do boi amazonense... Eu adoro carnaval, não vejo a hora de me fantasiar! Nos vemos então na festa! É F e st a , é S a m ba, é C a rna v a l !!!

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Ano 4 • № 30 • Fevereiro de 2011

Você sabia que a brincadeira de carnaval começou há muito, muito tempo, antes mesmo de Jesus

nascer? Pois é verdade! As primeiras festas de que temos conhecimento aconteciam relacionadas a acontecimentos religiosos e rituais agrários, na época da colheita de grandes safras. Desde essa época as pessoas já pintavam os rostos, cantavam, dançavam, comiam e bebiam com fartura. Eram dias de festa para comemorar o trabalho duro do resto do ano, e todo mundo parava o que estivesse fazendo para brincar. As pessoas trocavam presentes, atiravam água, papel ou bolinhas de lama umas nas outras, um rei era eleito por brincadeira e comandava o cortejo pelas ruas e aldeias. Era como se todo mundo virasse criança de novo!

Mais tarde (já faz uns mil anos) a Igreja definiu

que o feriado de carnaval seria comemorado 40 dias antes da Páscoa, período chamado de Quaresma.

Desde então, aos poucos, o carnaval em muitos lugares foi deixando de ser uma festa de todo mundo e passou a ter algumas pessoas fantasiadas, cantando e dançando para as outras assistirem. Esse jeito de comemorar em salões fechados e desfiles começou nos países na Europa, mas se espalhou – e adivinha: no século passado chegou aqui no Brasil também.

No nosso jornal tem história de muita festa brasileira como a do maracatu, do carnaval baiano, do boi amazonense... Eu adoro carnaval, não vejo a hora de me fantasiar! Nos vemos então na festa!

É Festa, é Samba, é Carnaval!!!

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Os desenhos são feitos por crianças Sem Terrinha de todo o Brasil. Agradecemos também a todas as pessoas que

de alguma forma contribuíram para este trabalho,

Esta edição faz parte do Jornal Sem Terra nº 310

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2 Jornal SEM TERRINHA • Fevereiro 2011

Num país tão grande e formado por tantos povos e culturas como o nosso, há maneiras muito diferentes de brincar o carnaval, que variam de região

pra região! Vamos saber mais sobre essas diferenças?

O Carnaval Carioca e Paulistano

Os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo são verdadeiros espetáculos. Os desfiles têm regras, pois há uma competição entre as escolas. São avaliados, dentre outras coisas, a comissão de frente, mestre-sala e porta-bandeira, bateria, samba enredo, harmonia, alegorias e adereços. A preparação para a festa começa muitos meses antes e envolve centenas de pessoas.

O Carnaval Baiano e o Trio Elétrico

Em Salvador, os foliões saem pelas ruas dançando atrás dos trios elétricos - caminhões em cima dos quais tocam conjuntos musicais. Outra manifestação típica do da Bahia são os grupos de afoxé, formados quase exclusivamente por pessoas negras. Esses blocos têm origem na época da escravidão, quando se reuniam vestindo trajes de nobres africanos para cantar e dançar as músicas de sua terra, nos seus idiomas. Além dos afoxés, o carnaval baiano conta com os blocos afro e os que se fantasiam de povos indígenas.

O Maracatu e o Frevo no Nordeste

Os mais tradicionais carnavais de rua do país acontecem no Rio Grande do Norte, Alagoas e Pernambuco. No maracatu, principalmente em Pernambuco e no Ceará, os participantes vestem pesadas fantasias, representando personagens: rei, rainha, príncipes, damas, embaixadores, cavaleiros, índios, baianas etc. Dançam ao som de um batuque, seguindo as kalungas, bonecas gigantes que abrem o desfile levadas por mulheres. Outra tradição pernambucana é o frevo, nas principalmente em: Recife e Olinda. Durante o Carnaval, as pessoas dançam pelas ruas até de manhã, ao som desse ritmo.

A Unidos da Lona Preta

O MST também tem seu carnaval! Desde 2005, em São Paulo, a Escola de Samba Unidos da Lona Preta – Batucada do Povo Brasileiro reúne militantes e amigos e amigas do Movimento de todas as idades, para estudar, cantar e dançar, convidando as pessoas a pensar sobre o mundo e a lutar pela transformação. Os ensaios são sempre muito animados, e no dia do desfile vem gente de todo canto pra se juntar à batucada. As crianças Sem Terrinha vão ensinando a letra do samba e o jeito de dançar pra quem vem chegando. A Unidos não tem dinheiro, nem fantasia de luxo, mas tem energia de sobra pra anunciar com alegria mais um ano de lutas e de esperanças que já começou.

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Num país tão grande e formado por tantos povos e culturas como o nosso, há maneiras muito diferentes de brincar o carnaval, que variam de região

pra região! Vamos saber mais sobre essas diferenças?

O Maracatu e o Frevo no Nordeste

Os mais tradicionais carnavais de rua do país acontecem no Rio Grande do Norte, Alagoas e Pernambuco. No maracatu, principalmente em Pernambuco e no Ceará, os participantes vestem pesadas fantasias, representando personagens: rei, rainha, príncipes, damas, embaixadores, cavaleiros, índios, baianas etc. Dançam ao som de um batuque, seguindo as kalungas, bonecas gigantes que abrem o desfile levadas por mulheres. Outra tradição pernambucana é o frevo, nas principalmente em: Recife e Olinda. Durante o Carnaval, as pessoas dançam pelas ruas até de manhã, ao som desse ritmo.

Arlequim, Colombina e Pierrô eram personagens da antiga comédia italiana que tinham a função de divertir o público, nos intervalos, com piadas e palhaçadas. Nos salões, o Pierrô é sentimental e se derrete de amores pela Colombina.

A Festa do Bumba-Meu-Boi

Essa comemoração surgiu no nordeste do país, e depois se espalhou por todas as regiões. São encenações com música, dança e vários personagens que variam bastante entre os diferentes grupos, mas os principais são o Pai Francisco, a Catirina e o Boi. Durante o período de carnaval, no estado do

Amazonas é realizado o Festival Folclórico de Parintins, onde se apresentam as duas maiores agremiações de Boi-bumbá.

No carnaval brasileiro, em 1933, nasceu o Rei Momo, no Rio de Janeiro. Era um boneco de papelão colorido,

com uma coroa de lata, com formas redondas e que comanda a folia. No ano seguinte um folião gordo

substituiu o boneco de papelão do ano anterior e virou Rei Momo. Aos poucos, o Rei Momo passou a receber as chaves da cidade onde havia sido escolhido e o título de “rei do carnaval”.

O palhaço Arlequim é seu rival. Diverte-se com a ingenuidade de Pierrô e usa todas as artimanhas para conquistar o coração

da Colombina. É nesse triângulo amoroso que os

compositores se inspiraram para criar muitas das marchinhas de carnaval.

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Você já sabe do que vai se fantasiar no Carnaval? Que tal usar uma das máscaras abaixo? Você pode recortá-las e colar num papel mais resistente. Aí é só amarrar com elático ou

barbante e está pronto! Ah, e não se esqueça de caprichar na pintura

enquanto brincam de carnaval. Daí, podem surgir muitas idéias – bandeiras, estandartes, bonecões, coreografias... Escreva para nós contando como foi!

Dica de atividade: VAMOS FAZER UMA MÁSCARA?

Vamos precisar de papel, lápis, papel cartão, tesoura, cola e barbante ou elástico para amarrar. Copie o molde para as crianças menores, e convide-os a fazer a decoração – a máscara pode ser de bicho, de monstro, de personagem, mas também pode ser simplesmente de fantasia. Hora de usar a criatividade! Dá para aproveitar tintas, tecidos, fitas, penas, folhas, lantejoulas e tudo o que for colorido. Depois, incentive os/as Sem Terrinha a criar uma música, mesmo pequenininha, para cantar

Bichos Mascarados