Jornal-Marco-2010

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Jornal Mensal de Educação Ano 08 | Março de 2010 | N° 79 distribuição gratuita Escolas preocupadas com a Gripe A As escolas já intensificaram as ações de prevenção contra o vírus da Gripe A. Representantes das redes municipal, estadual e particulares estiveram reunidos para discutir formas de combater a doença, que no ano passado causou 49 mortes no estado. Este ano, até o final de março, já foram confirmados 524 casos, com sete mortes. páginas 4, 5 e 6 O Paraná tem conseguido se destacar na produção e comercialização de material didático para todo o Brasil. Estão localizadas no estado, principalmente em Curitiba, algumas das mais importantes editoras que disputam esse mercado, que só tem crescido nos últimos anos. páginas 7 e 8 Paraná, grande fornecedor de livros didáticos Praticamente todas as escolas já disponibilizaram álcool gel para os seus alunos. José Gomercindo Esther Cristina Pereira Pág. 05 Colunistas O mundo e o umbigo Jacir J. Venturi Pág. 14 O amor é lindo, mas dói Teo Pereira Neto Pág. 13 As onze regras que não são de Bill Gates Novos livros Confira na página 11 o lança- mento de novos livros na área de educação. Um deles é o inti- tulado “Cenários futuros para a Educação”, de Álvaro Chrispino, da Editora FGV. A obra oferece uma valiosa ferramenta para a avaliação e tomada de decisão em políticas de ensino médio no Brasil.

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Jornal Mensal de Educação

Ano 08 | Março de 2010 | N° 79distribuição gratuita

Escolas preocupadas com a Gripe A

As escolas já intensifi caram as ações de prevenção contra o vírus da Gripe A. Representantes das redes municipal, estadual e particulares estiveram reunidos para discutir formas de combater a doença, que no ano passado causou 49 mortes no estado. Este ano, até o fi nal de março, já foram confi rmados 524 casos, com sete mortes.páginas 4, 5 e 6

O Paraná tem conseguido se destacar na produção e comercialização de material didático para todo o Brasil. Estão localizadas no estado, principalmente em Curitiba, algumas das mais importantes editoras que disputam esse mercado, que só tem crescido nos últimos anos.páginas 7 e 8

Paraná, grande

fornecedor de

livros didáticos

Praticamente todas as escolas já disponibilizaram álcool gel para os seus alunos.

José

Gom

ercin

do

Esther Cristina Pereira

Pág. 05

Colunistas

O mundo e o umbigo

Jacir J. Venturi

Pág. 14

O amor é lindo, mas dói

Teo Pereira Neto

Pág. 13

As onze regras que não são de Bill Gates

Novos livros

Confi ra na página 11 o lança-mento de novos livros na área de educação. Um deles é o inti-tulado “Cenários futuros para a Educação”, de Álvaro Chrispino, da Editora FGV. A obra oferece uma valiosa ferramenta para a avaliação e tomada de decisão em políticas de ensino médio no Brasil.

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Redes de ensino se reúnem para discutir modelos de prevenção

Gripe A volta aassustar escolas

Nos últimos dias as redes municipal, es-tadual e particular de ensino do Paraná rea-lizaram uma série de reuniões para discutir um assunto que, desde o ano passado, não saiu de foco, embora tenha diminuído de in-tensidade: a Gripe A. No inverno de 2009 o vírus foi o responsável pela morte de cente-nas de pessoas e, com a proximidade dos dias frios, aumenta o nível de preocupação com a doença.

Helio [email protected]

Nas instituições de ensino isso não é diferente. A preocupação cresce por parte dos alunos. Pelo menos até agora, não têm direito à vacina gratuita, por estarem fora das faixas etárias para receber a dose, estipuladas pelo governo fe-deral.

A saída, definida nessas reu- niões, é que as instituições de ensi-no orientem os pais a comprarem a vacina para os filhos de laboratórios credenciados. Mas o produto ainda não está disponível para comercia-lização e não há um preço definido.

Tenha uma ótima leitura.

capaJornal Nota 10 | Março de 2010 03

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Escolas voltam a se preocupar com a Gripe A04 capa Jornal Nota 10 | Março de 2010

Desde que o verão terminou e o outono começou a trazer dias com temperaturas mais amenas as pes-soas voltaram a se preocupar com a Gripe A (H1N1), que no ano passado trouxe e provocou muito medo. Nas escolas a preocupação também está de volta, tanto que representantes das redes municipal, estadual e par-ticular se reuniram para discutir for-mas de prevenção ao vírus.

A Secretaria de Estado da Edu-cação (Seed) divulgou um comunica-do aos chefes dos Núcleos Regionais de Educação (NRE), solicitando re-forço na divulgação das orientações sobre o combate ao vírus da Gripe A (H1N1). De acordo com a superin-tendente de Educação, Alayde Digio-vanni, o objetivo é o de aumentar os cuidados para evitar problemas de saúde.

O comunicado alerta que todas as salas de aula devem ter cartazes informando os cuidados necessários para o enfrentamento da doença. “Os

ambientes devem ser mantidos arejados e não se pode compar-tilhar o uso de copos e garrafas. Além disso, deve-se assegurar a limpeza constante de torneiras, bebedouros, maçanetas e vál-vulas, a oferta de sabonetes e toalhas descartáveis nos banhei-ros”, diz o documento.

Caso algum aluno apresen-te sintomas de gripe, a principal função do cuidador da gripe, pessoa designada para atender e orientar os alunos, é informar à família e avisar os agentes de saúde locais. Ele deve alertar o responsável pelo aluno para a necessidade de levar o aluno a um posto de saúde. “Os cuida-dores da gripe não devem e não podem diagnosticar a gripe. Isto cabe aos profissionais da saú-de”, ressalta a assessora de ga-binete, Solange Maria Rodrigues da Cunha, responsável pelo con-tato junto à Secretaria da Saúde

(Sesa). A família ainda deve in-formar à escola o resultado da consulta.

Cada escola deve ter uma pessoa em cada turno para assumir as responsabilidades como cuidador. Ela pode ser qualquer pessoa escolhida pela comunidade escolar. “Pode ser

um representante da APMF, professor ou funcionário, desde esteja compro-metido com as ações de prevenção à gripe”, informa. Nas escolas em que os cuidadores da gripe deixaram a função, os diretores automaticamen-te ficaram responsáveis em repassar as informações aos novos cuidado-res escolhidos.

Na rede estadual as orientações já começaram com esclarecimentos e palestras.

José

Gom

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do

Nas redes municipal e particular de Curitiba os cuidados também es-tão sendo tomados. Em março uma reunião discutiu o assunto, em uma parceria entre a Secretaria Municipal de Educação e o Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe). “Esse evento é determinante porque, além dar mais segurança a todos os que estudam e trabalham nas nossas escolas, tam-bém dá às nossas equipes mais res-paldo para repassar as orientações aos pais, em caso de suspeita de gri-pe”, afirma Ademar Batista Pereira, presidente do Sinepe.

Em caso de suspeita, a escola chama os responsáveis, comunica o

Embora o inverno ainda nem tenha começado, a Secretaria de Estado da Saúde já confirmou 524 casos da Gripe A no Paraná até o dia 29 de março. Destes pacientes sete morreram. Houve ainda o re-gistro de 573 suspeitas da doença, que deram negativo.

De todos os casos deste ano, 71% acometeram mulheres e 29% homens. O maior número de casos foi registrado em Londrina, com 122 contágios. Em seguida apare-cem Maringá, com 113, e Curitiba e região metropolitana, com 91.

fato e orienta para que o aluno seja avaliado por médico. Apenas este pode dizer se a criança tem condição de ser acompanhada em casa ou, então, precisa de outro tipo de aten-dimento. O período de isolamento de crianças com até 12 anos é de duas semanas.

Para a professora Odiléa Mo-reira, que atua na secretaria da pré-escola Alegria de Aprender, no bairro Taboão, os encontros realizados para discutir o assunto foram oportunida-des para checar se o estabelecimen-to de ensino está agindo de forma correta com as prevenções. “Come-çamos o ano do mesmo modo como

Já são 524 casos confirmados este anofizemos em 2009: janelas abertas,

álcool gel à disposição e a reco-mendação de lavar as mãos cons-tantemente”, disse Odiléa.

Segundo a médica do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, Marion Burger, a Secretaria tem feito o acompanhamento e mo-nitoramento semanal da Gripe A. “Esse monitoramento nos ajuda a antecipar medidas e ações caso haja alguma manifestação do ví-rus Influenza”, ressalta. Ela ainda diz que até março deste ano não houve nenhum registro de casos de Gripe A na capital.

Cuidados também nas redes municipal e particular

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Desde o início da pandemia de gripe, em abril do ano pas-sado, Curitiba notifi cou 18.950 casos da doença. Desse total, 16.118 eram moradores da cida-de, dos quais 49 apresentaram complicações e morreram.

As unidades de atendimento da Secretaria Municipal da Saúde em Curitiba têm registrado cerca de 350 consultas semanais moti-vadas por quadros gripais. Esse número é baixo quando conside-rados os casos registrados em 2009, que chegaram a ultrapas-sar 5 mil apenas na semana 26 de julho a 1.º de agosto.

Gripe A é uma infecção cau-sada por um novo vírus da gripe e que se caracteriza por febre superior a 38 graus centígrados,

Calendário prevê mais férias em julhoEste ano as escolas do Paraná, tanto públicas quanto privadas, ado-

taram um calendário diferenciado ao utilizados em anos anteriores em relação às férias do meio do ano. “Foram deixados 30 dias de férias entre julho e agosto, quando o inverno é mais intenso e quando podem surgir mais casos da gripe”, explica Solange Maria Rodrigues da Cunha, res-ponsável pelo contato junto à Secretaria da Saúde (Sesa).

Pacientes sob suspeita de es-tarem com gripe A e tiverem indi-cação de tratamento ambulatorial não precisam mais da Ficha de Notifi cação para retirar o antiviral Oseltamivir - comercialmente co-nhecido como Tamifl u - das far-mácias dos centros municipais de urgências médicas (CMUM).

Os médicos que os acompa-nham necessitam somente pre-encher e assinar as duas vias do novo Formulário de Dispen-sação do medicamento e emitir receita simplificada com orien-

acompanhada por tosse ou dor de garganta. Dependendo da gravidade dos sintomas ou da condição do paciente (gestan-tes, crianças menores de 2 anos ou pessoas com doenças crô-nicas), há necessidade de hos-pitalização e exame laboratorial. A amostra para análise, coletada somente de quem está interna-do, é retirada da região nasofa-ríngea.

Pacientes que não apresen-tam complicações ou risco são tratados de acordo com pres-crição médica e submetidos a internamento domiciliar por uma semana. O objetivo desse cuida-do é o monitoramento da evolu-ção do quadro clínico e também evitar que o vírus se propague.

Novas regras para fornecimento do medicamento Tamifl u

tações para o paciente. A Ficha de Notificação do Ministério da Saúde passa a ser obrigatória somente para os pacientes hos-pitalizados.

“Estamos simplifi cando o fl uxo de atendimento para facilitar a roti-na tanto dos pacientes quanto dos profi ssionais de saúde e manten-do o rigoroso acompanhamento da evolução da doença em nossa cidade”, explica o diretor do Cen-tro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde, médico Moa-cir Gerolomo.

Veja como está a situação desde o surgimento da pandemia

capaJornal Nota 10 | Março de 2010 05

Cuidados básicos evitam proliferação do vírus

O vírus H1N1, responsável pela proliferação da nova gripe, pode ser transmitido por duas formas básicas: a direta e a indireta. Ao tomar cuidados básicos de higiene, a população pode evitar que a doença se alastre.

Na contaminação direta, uma pes-soa infectada transmite o vírus para ou-tra saudável. Isso pode ocorrer ao es-pirrar ou tossir, já que gotículas líquidas com o H1N1 podem atingir um indiví-duo que esteja próximo. Essa é uma das formas mais comuns de dissemi-

nação da doença, principalmente em locais com grande concentra-ção populacional.

A nova gripe também pode se espalhar por contaminação indi-reta. Nesse caso, uma pessoa não-infectada toca em superfí-cies que foram contaminadas por um paciente com o vírus e coloca a mão em contato com qualquer tipo de mucosa, seja ela oral, nasal ou conjuntiva (da área dos olhos).

O simples ato de lavar as mãos ajuda a prevenir contágio do vírus da Gripe A.

ALGUNS CUIDADOS BÁSICOS:

• Lavar bem as mãos frequentemente com água e sabão;

• Evitar tocar os olhos, boca e nariz após contato com superfícies;

• Não compartilhar objetos de uso pessoal;

• Cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar;

• Manter os ambientes arejados, com portas e janelas abertas;

• Conversar com outras pessoas mantendo certa distância – o vírus pode ser projetado de um a dois metros, podendo chegar a quatro metros, dependendo do caso;

• Limpar frequentemente superfícies como portas, mesas, telefones e maçanetas;

• Quando não existir a possibilidade da lavagem das mãos, o álcool 70%, líquido ou gel, com registro na Anvisa, pode ser usado como alternativa efi caz desde que as mãos estejam secas e sem sujeira aparente.

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Amarrar um saquinho com cân-fora no pescoço é uma velha crença, que tem sido adotada por algumas pessoas para se proteger contra a nova gripe. Este hábito, segundo a médica do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde, Ângela Maron, não oferece nenhu-ma proteção efetiva contra o vírus H1N1, conforme sugerem e-mails que têm circulado pela internet. “Esta medida costumava ser uti-lizada durante a gripe espanhola. Naquela época, vigorava a teoria miasmática, pela qual se acreditava que a transmissão dos chamados miasmas (ar corrompido) ocorria em função do mau cheiro, e a cân-fora, por possuir um aroma melhor, combatia a transmissão”, explica.De acordo com os e-mails que têm circulado na rede, o hábito era adotado durante a gripe espanho-

Os trabalhadores ligados diretamente a pacientes com sintomas da gri-pe, como médicos e enfermeiros, já foram vacinados de 8 a 19 de março, assim como a população indígena. De 22 de março a 2 de abril, foi a vez de gestantes (mulheres que engravidarem após esta data poderão ser va-cinadas nas demais etapas da campanha), doentes crônicos (idosos com doenças crônicas serão vacinados em data diferente, durante a campanha anual de vacinação contra a gripe sazonal) e crianças de seis meses a menores de dois anos.

Em abril, de 5 a 23, será a vez da população que tem entre 20 e 29 anos. As pessoas com mais de 60 anos irão tomar a dose de 24 de abril a 7 de maio. E de 10 a 21 de maio, as pessoas que têm entre 30 e 39 anos.

Saquinho de cânfora no pescoço NÃO PROTEGE

la no começo do século passado (1918), por profi ssionais de saú-de que lidavam diretamente com os doentes. Na época, médicos e enfermeiros costumavam usar um saquinho de gaze com pedras de cânfora, acreditando que isso serviria como medida preventiva. “Esta é uma ideia antiga, já supera-da por estudos científi cos, e que não corresponde à realidade. A proteção efetiva contra a doença só se dará de fato pela vacina”, completa Ân-gela.

Há alguns sites recomendáveis para se obter informações seguras sobre a gripe A:

www.who.intwww.opas.org.brwww.saude.gov.brwww.novagripe.pr.gov.brwww.saude.pr.gov.br

Confi ra o calendário da vacina

Profi ssionais da saúde, índios, gestantes e

crianças até 2 anos já foram vacinados.

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06 capa Jornal Nota 10 | Março de 2010

palavra do especialista

PsicopedagogaDiretora da Escola AtuaçãoContatos:[email protected](41) 3274-6262

Esther Cristina Pereira

infantileducação O mundo e o umbigo

Vivemos hoje a era da individualidade e do egoísmo exacerbado.

Hoje, tudo está extremamente fácil. Nossos problemas são resolvidos com um clicar de tecla, com um piscar de olhos. Por exemplo: se nosso carro estraga, cha-mamos o seguro; se � camos doentes, usamos o plano de saúde; se � camos sem carro, o táxi está na porta; se temos fome, alimento há em qualquer esquina. Tudo se resolve com dinheiro, aliás, com pouco dinheiro.

Portanto, estamos vivendo uma era do umbigo e o que gira em torno dele.

Lenine compôs, em parceria com Bráulio Tavares, uma canção que expres-sa, de forma veemente, esse “poder” do umbigo. A letra diz:

Umbigo meu nome é umbigoGosto muito de conversar comigoUmbigo meu nome é espelhoNão dou ouvidos nem peço conselhosUmbigo meu nome é certeza

Só é real o que convém à realezaUmbigo meu nome é verdadeSou o dono do mundo e o rei da cidade...

...Eu sou mais eu! Dê cá um close no narcisoUmbigo meu nome é umbigoMe peça tudo, só não peça para ter juízoUmbigo meu nome é umbigoNão sei de nada além de mim: o amor é cegoUmbigo meu nome é umbigoVivo na sombra e água fresca do meu egoEu vou andando, e quem quiser que acerte o passoFaça o que eu digo, e eu me concentro no que façoSe um dia o mundo pegar fogo eu salto antesE dou adeus a seis bilhões de � gurantes...

Dou o exemplo desta canção pois a letra retrata esse pseudopoder que acre-ditamos ter. Estamos educando crianças para um futuro incerto, instável e preo-cupante. Muitos não percebem o outro como parte integrante do mesmo pla-neta, por que seus pais não conseguem ensinar a dividir e respeitar a comuni-dade que vive, pois já vêm de uma edu-cação falha com relação a esta conduta.

Ao fazer uma avaliação tento men-

surar onde concebemos que o mundo é nosso umbigo e, obrigatoriamente, deve girar em torno de nós. Não temos o mundo ao nosso dispor, apesar de muita gente achar isso.

É preciso que percebamos que somos um todo, feito de pequenos átomos, que formam uma molécula, que é como uma grande so-ciedade. Se formos inteligentes e capazes de usar o senso e a observação, podemos re� e-tir e perceber que os átomos poderiam ser tudo que nos cercam, nosso trabalho, nossa família, amigos, vizinhos, a escola dos � lhos, o clube, as pessoas que nos ajudam a termos uma vida saudável física e emocionalmente. E que a molécula gerada com estes itens, a união de tudo, formaria a vida que levamos. Os conceitos que cada um defende, os exem-plos que damos, os caminhos que trilhamos e, � nalmente, o que deixamos como resposta e herança para as pessoas que nos seguem.

Como diz Lenine em sua música, muitos acreditam que podem sair ilesos: Se um dia o mundo pegar fogo eu salto antes/E dou adeus a seis bilhões de � gurantes... Mas é necessário que não fujamos. Fiquemos para apagar o incêndio. E você, que papel vai fazer nesta história?

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O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) fechou, em 2009, a compra de 114,8 milhões de livros didáticos a serem usados por 36,6 milhões de estudantes da educação básica pública a partir deste ano. No total, o investimento será de R$ 622,3 mi-lhões.

Como grande fornecedor de material didá-tico para o país, o Paraná surge como expo-ente no setor, tanto na distribuição para a rede pública quanto para a particular.

O governo federal tem intensificado a dis-tribuição de obras didáticas a estudantes da rede pública de ensino. Desde a metade da década de 90, a aquisição de livro didático pelo governo se dá por meio do Programa Na-cional do Livro Didático (PNLD).

Editoras e autores têm se preocupado com isso. A fim de garantir o padrão exigido pelo MEC, essas esferas de produção de ma-terial didático chegam a transformar concep-ções de ensino e adaptá-las de acordo com a realidade do local no qual o material será aplicado.

O Paraná tem se destacado e hoje figura como um dos principais nichos de distribuição em nível nacional. As editoras paranaenses se fazem presentes em praticamente todos os estados brasileiros e atuam diretamente na distribuição para a rede particular ou também para a rede pública de ensino, vinculados ao PNLD ou também na produção de material próprio (sistemas apostilados, etc).

De acordo com a diretora da Editora Dom Bosco, Cristiane Pizzatto, não é só a distribui-ção do material que é feita. É dado também um suporte extra às instituições particulares que recebem. “Nosso foco é a assessoria pedagógica. Por meio do Programa de Aper-feiçoamento Didático (PAD), fazemos consul-torias bimestrais presenciais nas instituições parceiras, capacitação de professores, jorna-das pedagógicas etc”, afirma.

A Editora Opet também trabalha na mes-ma linha. “Além do fornecimento, nos atenta-mos para a adequação do nosso material ao processo de ensino na escola. Dispomos de uma assessoria aos professores 24 horas no nosso portal, além dos cursos de aperfeiçoa-mento direcionados a eles”, destaca o diretor geral da editora, Maurício Nunes. Ambas as empresas não têm participação no PNLD.

Seguindo a mesma linha de assessora-mento e também a de produção de livros

Paraná, grande fornecedor de livros didáticos

didáticos, outra representante parana-ense é a Editora Positivo. Segundo o editor editorial, professor Joseph Ra-zouk Júnior, a empresa atua em dois segmentos diferentes: um deles são as coleções de livros para planos governa-mentais (PNLD, por exemplo) e merca-do; e outro são os sistemas de ensino, tanto para escolas particulares, quanto para escolas públicas municipais.

“Os livros do governo tem carac-terísticas próprias, como por exemplo, os de língua estrangeira para o ensino médio serem consumíveis, sendo que para o mercado de escolas particulares de ensino médio que utilizam coleções, a prática é de livros não consumíveis”, explica. Entende-se por “consumível” o livro no qual o aluno pode escrever nele e por “não-consumível” aquele no qual o aluno não pode escrever nada, até mesmo porque ele será usado por outros estudantes, nos anos seguintes, de acordo com Joseph.

Cristiane Pizzatto diz que a visibilida-de que o Paraná tem conseguido nessa área se dá, em boa parte, devido à as-sessoria pedagógica. “Por conta desse processo pedagógico bem acompa-nhado, nossas escolas crescem”, afir-ma. Já para Maurício Nunes, é a con-sultoria pró-ativa que faz a diferença. “O Paraná, como fornecedor de soluções em educação às instituições de ensino, é referência”, destaca.

Joseph Razouk Júnior diz que as

editoras do eixo Rio de Janeiro-São Paulo ficaram muito tempo detendo a distribuição de livros em âmbito nacio-nal. “Nos últimos dez anos o Paraná vem sendo reconhecido como celeiro de produção de livros didáticos. A va-lorização de autores locais, a migração de autores desses estados para o Pa-raná e o investimento de grupos educa-cionais na linha editorial, contribuiu para deixá-lo numa ótima posição nesse mercado”, afirma.

O mercado de livros e material di-dático representa uma quantia signi-

ficativa na lucratividade dos grupos que os produzem. No caso do Grupo Dom Bosco, a editora representa 50% da lucratividade. Já no Grupo Opet, a editora é uma das três uni-dades da empresa. Maurício Nunes não divul-gou números, mas diz que “é a unidade mais positiva, rentável e em expansão”, ressalta.

De acordo com o presidente da Associa-ção Brasileira dos Autores de Livros Educati-vos (Abrale), José de Nicola, as escolas parti-culares, além dos livros tradicionais, também adotam materiais didáticos diferenciados, como os sistemas apostilados. “Os livros são superiores aos sistemas apostilados”, decla-ra. Ele ainda diz que há uma diferença entre os livros destinados às escolas públicas e os destinados às particulares. “Os livros que o governo compra passam por rigorosas ava-liações feitas por universidades federais, en-quanto os das escolas particulares não pas-sam por essas avaliações”, salienta.

Para ele, essa diferença cria um paradoxo que, segundo ele, é positivo no Brasil. “Alu-nos de escolas públicas estudam com livros melhores do que os de escolas particulares, justamente devido a essa rigorosa avaliação feita pelas universidades”, comenta. Além disso, deixa o Brasil em posição de destaque no setor de compra de livros. “Os programas do governo federal, de compra de livros di-dáticos, é um dos maiores do mundo, sem dúvida”, diz.

capaJornal Nota 10 | Março de 2010 07

PR lidera ranking de pedidos de livros ao FNDE

O Paraná foi o estado que mais selecionou obras didáticas para trabalhar em suas escolas nos próximos três anos, de 2010 a 2012. Cerca de cem mil escolas públicas de ensino fundamental escolheram os livros didáticos este ano em todo o país. O número representa 81% das 122 mil instituições que oferecem turmas do primeiro ao quinto ano. Quinze estados conseguiram índices acima dessa média, com destaque para o Paraná, onde 93% dos colégios fizeram a seleção. Pela primeira vez, a escolha dos livros didáticos do ensino fundamen-tal foi feita exclusivamente por meio da página do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) na internet. “A participação foi recorde e esse resultado mostra o compromisso dos professores com a escolha dos melhores livros para seus alunos”, afirma Rafael Torino, diretor de ações educacionais do Fundo.

No Paraná os livros didáticos são escritos por professores da rede estadual.

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Programa Nacional do Livro DidáticoO mais antigo dos programas voltados à

distribuição de obras didáticas aos alunos da rede pública de ensino teve início com outra de-nominação, em 1929. É voltado para o ensino fundamental público, incluindo as classes de al-fabetização infantil.

A partir de 2001, ampliou sua área de atu-ação e começou a atender, gradativamente, com livros didáticos em braile, alunos porta-dores de defi ciência visual presentes nas salas de aula do ensino regular das escolas públicas. Em 2004 passou a atender estudantes porta-dores de necessidades especiais das escolas de educação especial públicas, comunitárias e fi lantrópicas, com livros didáticos de língua portuguesa, matemática, ciências, história, ge-ografi a e dicionários.

Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio (PNLEM)

Foi implantado em 2004. Prevê a universali-zação de livros didáticos para os alunos do en-sino médio público de todo o país. Inicialmente,

atendeu 1,3 milhão de alunos da 1.ª série do ensino médio de 5.392 escolas das regiões Norte e Nordeste, que receberam, até o início de 2005, 2,7 milhões de livros das disciplinas de português e de matemática. Em 2005, as demais séries e regiões brasileiras também foram atendidas com livros de português e matemática.

Todas as escolas benefi ciadas estão ca-dastradas no censo escolar realizado anual-mente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC). Em 2006, 7,2 milhões de volumes foram adquiridos para serem utilizados em 2007, por 6,9 milhões de alunos Em 2007, foi feita a escolha dos livros didáticos de história e química, usados em 2008, ano em que as disciplinas de geografi a e física foram inclu-ídas para serem utilizadas em 2009, o que completou a universalização do atendimento do ensino médio.

Programa Nacional do Livro Didático para a Alfabetização de Jovens e Adultos (PNLA)

Conheça as variantes do PNLD08 capa

O governo federal possui atualmente três programas voltados ao livro didático: o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), o Programa Nacional do Livro Didá-tico para o Ensino Médio (PNLEM) e o Programa Na-cional do Livro Didático para a Alfabetização de Jovens e Adultos (PNLA). Todos têm como objetivo fornecer obras didáticas de qualidade, gratuitamente, às escolas das redes federal, estaduais e municipais e às entidades parceiras do programa Brasil Alfabetizado.

Os alunos do 1.º e 2.º ano do ensino fundamental recebem livros consumíveis (sem necessidade de de-volução) de alfabetização matemática e linguística. Há também a distribuição de obras reutilizáveis de ciências, história, geografi a, matemática e língua portuguesa. A partir de 2011, cada estudante do 6.º ao 9.º ano rece-berá livros consumíveis de língua estrangeira (inglês ou espanhol). Para o ensino médio, a distribuição abrange livros reutilizáveis de língua portuguesa, matemática, história, geografi a, biologia, química e física. A partir de 2012, será feito o envio de livros consumíveis de língua estrangeira (inglês ou espanhol), fi losofi a e sociologia.

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa-ção (FNDE) executa diretamente os programas, não havendo repasse de recursos para as aquisições de livros, que são realizadas de forma centralizada. Segun-do José De Nicola, presidente da Associação Brasileira dos Autores de Livros Educativos (Abrale), o mercado editorial está centrado praticamente no governo federal.

Governo federal possui vários programas; no Paraná há três projetos

Foi criado em 2007 para distribuição, em nível de doação, de obras didáticas às entidades par-ceiras, alfabetização e escolarização de pessoas com idade de 15 anos ou mais. Entidades parcei-ras são os estados, Distrito Federal, municípios, entidades da sociedade civil organizada e institui-ções de ensino superior que estabelecem parceria com o Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetiza-ção e Diversidade (Secad/MEC), na execução das ações do Programa Brasil Alfabetizado.

Os objetivos do programa são os de cumprir o Plano Nacional de Educação, que determina o fi m do analfabetismo e o progressivo atendimento a jovens e adultos no primeiro segmento de Edu-cação de Jovens e Adultos até 2011. Além disso, promover ações de inclusão social, a fi m de am-pliar as oportunidades educacionais para jovens e adultos a partir dos 15 anos que não tiveram acesso ou permanência na educação básica; e estabelecer um programa nacional de fornecimen-to de livro didático adequado ao público da alfa-betização de jovens e adultos como um recurso básico, no processo de ensino e aprendizagem.

“É o maior comprador”, destaca.Em 2009, o governo federal investiu R$ 577,6 mi-

lhões na compra de livros didáticos para a educação básica e R$ 112,8 milhões na distribuição dessas obras para todo o país, por meio de pagamento à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Só para os livros a serem usados por alunos do 1.º ao 5.º ano em 2010 foram R$ 427,6 milhões de investimen-to em aquisição e R$ 85,8 milhões em distribuição. Livros de reposição foram comprados e distribuídos para estudantes do 6.º ao 9.º ano do ensino funda-mental (R$ 80 milhões) e das três séries do ensino médio (R$ 97 milhões).

De acordo com o coordenador pedagógico da Secre-taria de Estado da Educação do Paraná (Seed), Jairo Mar-çal, em termos de publicação a secretaria tem trabalhado com três projetos atualmente: 3.ª edição do Livro Didático Público, para o ensino médio (todas as disciplinas curri-culares); 1.ª edição do Livro Didático Público, para ensino fundamental (disciplinas de artes, ensino religioso, educa-ção física, língua estrangeira moderna - inglês) e Antologia de Textos Filosófi cos, em processo de impressão. “O De-partamento de Ensino Médio acreditou que os professores da rede pública seriam capazes de produzir livros de apoio teórico e didático contemplando as doze disciplinas de tradição curricular”, comenta.

Segundo ele, os livros passaram por revisão. Foram selecionados professores das disciplinas de tradição cur-ricular no ensino médio, num total de 62 docentes, pro-cedentes dos 32 núcleos regionais de Educação, que trabalham em regime de dedicação integral (40 horas se-manais), assessorados pelos professores do Departamen-to de Ensino Médio e por consultores de Instituições de Ensino Superior. “A coordenação do Livro Didático Públi-co (LDP), juntamente com as equipes de disciplinares do Departamento de Educação Básica (DEB) da Secretaria de Estado da Educação, professores-autores, professores de instituições de ensino superior e demais professores da rede pública do Paraná, trabalharam na revisão dos livros didáticos públicos a fi m de se garantir melhoria na qualida-de do material”, salienta.

Jairo Marçal, coordenador pedagógico da Seed.

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Editora adjunta do Jornal Nota 10

Contato:[email protected]

Andréa Marques

10 Jornal Nota 10 | Março de 2010LEIgislativo

literatura

Nesta obra, o psiquiatra americano Jerome Liss revela os mé-todos fundamentais para criar e desenvolver uma comunicação democrática entre as pessoas. Trata-se de um guia prático que ensina, passo a passo, a exercer a crítica construtiva, resolver confl itos, facilitar o diálogo, desenvolver projetos de interesse pessoal e social e cooperar com outros grupos. “A comunica-ção ecológica pode ser aplicada a todos os aspectos da vida humana, incluindo família, escola, trabalho e amizades, além de servir como referência para grupos comunitários”, explica o autor.

Jerome LissSummus Editorial

Gestão de grupos comunitários - As bases da comunicação ecológica

notícias dos projetos que podem virar lei

Este livro oferece uma valiosa ferramenta para a avaliação e tomada de decisão em políticas de ensino médio no Brasil. Com vasta experiência na área, Alvaro Chrispino propõe um sistema inovador de ordenação de diferentes cenários para alcançar aquele desejado. Com base em pesquisas e entrevistas a outros especialistas, o autor faz um levantamento dos indicadores do ensino médio e suas projeções. A partir desses dados, apresenta quatro cenários: um atual, dois intermediários e um desejado. O leitor pode acompanhar a aplicação técnica do desenvolvimento dos cenários por meio do exemplo hipotético do Colégio Estadual Júlio Verne.

Alvaro ChrispinoEditora FGV

Os cenários futuros para a educação

O livro mostra como direcionar ciência e tecno-logia para fi ns públicos, evitando danos sociais e ambientais pela falta de compreensão sistêmica sobre os efeitos de longo prazo. A visão do autor se baseia em profundo estudo empírico e na apli-cação prática em sua empresa, a Nutrimental, líder nacional em barras de cereais. A obra visa também suscitar refl exão e diálogo a respeito do desafi o de se oferecer uma educação empresarial responsável e promover o valor da inovação sustentável como caminhos em favor do bem-estar da vida humana no planeta, afi rma o autor.

Rodrigo Costa da Rocha LouresEditora Gente

Sustentabilidade XXI - Educar e inovar sob uma nova consciência

Pais e fi lhosno cinema

O Projeto de Lei 6815/10, em trami-tação na Câmara dos Deputados, permi-te que crianças e adolescentes assistam a � lmes e peças teatrais considerados ina-dequados para sua faixa etária, desde que estejam acompanhadas dos pais ou respon-sáveis. A proposta, de autoria do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), altera o Es-tatuto da Criança e do Adolescente (ECA - Lei 8.069/90).

Cobranças na aviaçãoA Câmara dos Deputados analisa o

Projeto de Lei 6960/10, do Poder Execu-tivo, que dá garantias a passageiros preju-dicados por cancelamentos do voo, impe-dimentos ao embarque por overbooking ou atrasos superiores a duas horas. Pelo projeto, as companhias serão obrigadas a oferecer ao usuário a possibilidade de em-barque no primeiro voo da própria empresa ou de outra companhia aérea; uso de meio de transporte alternativo para o mesmo destino e reembolso pelo valor do bilhete pago em até sete dias.

Jalecos proibidos  Os deputados aprovaram no dia 16 de

março, a redação � nal do Projeto de Lei n.º 410/09, do deputado Ney Leprevost (PP), que proíbe que pro� ssionais da área de saú-de usem jalecos, aventais ou outro tipo de vestimenta de proteção individual de tra-balho em ambientes públicos que servem refeições, como bares e restaurantes. A res-trição não será exigida em estabelecimen-tos localizados no interior de hospitais e clínicas médicas. A proposição segue agora para sanção ou veto do governador do Pa-raná, Orlando Pessuti (PMDB).

Medicamentos em braile Um projeto apresentado na Assembleia

Legislativa do Paraná pelo deputado Ed-son Praczyk (PRB) obriga as farmácias e as drogarias do estado a manterem a dis-posição do público, para consulta, lista de medicamentos genéricos em braile. Para ser votada pelos deputados, em Plenário, a proposição precisa primeiramente ser analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), para veri� cação da cons-titucionalidade e legalidade da matéria, e demais comissões permanentes da Casa, como a de Saúde.    

Controle de animaisA Comissão de Assuntos Sociais

(CAS) aprovou, no dia 31 de março, proje-to do deputado A ̄onso Camargo (PSDB-PR), que estabelece uma política nacional de controle de natalidade para cães e gatos domésticos. Pela proposta, a reprodução desses animais será controlada por meio de esterilização cirúrgica, � cando proibida a prática de outros procedimentos veteriná-rios. O projeto também recomenda atendi-mento prioritário aos animais provenientes de comunidades de baixa renda.

Licença-maternidade“Licença-maternidade de seis meses:

Agora é a vez da empresa”. Esse é o slo-gan da campanha que o Senado Federal lançou no início deste mês de abril, para incentivar a adesão das empresas à licen-ça-maternidade de seis meses. A senadora Patrícia Saboya (PDT-CE) e a Socieda-de Brasileira de Pediatria (SBP) dividem a autoria do projeto que originou a Lei 11.770/08, responsável pela criação do Programa Empresa Cidadã, garantidor de incentivo � scal ao empregador que conce-der a prorrogação da licença-maternidade por mais 60 dias.

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INFORME PUBLICITÁRIO

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12 Jornal Nota 10 | Março de 2010vitrine

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13palavra do especialista

Teo Pereira Neto

Circula na internet um texto com o sugestivo título “AS ONZE REGRAS DE BILL GATES PARA SE TER SUCESSO”, que faria parte do discurso de Gates em uma universidade norte-americana. Mas as regras não são de autoria dele, o nome do texto original é “ALGUMAS RE-GRAS QUE AS CRIANÇAS NÃO APRENDERÃO NA ESCOLA”, que integra Dumbing Down our Kids, um livro voltado a universitários, escrito pelo educador Char-les Sykes. Na imprensa o texto apareceu pela primeira vez em setembro de 1996, no jornal San Diego Union Tribune. Na realidade, as regras são catorze, porém apenas as onze primeiras � caram mais conhecidas: 1 - A vida não é fácil, acostume-se com isso. 2 - O mundo não está preocupado com a sua autoestima. O mundo es-pera que você faça alguma coisa útil por ele, antes de ape-nas sentir-se bem com você mesmo. 3 - Você não ganhará 40 mil dólares por ano logo que sair da escola. E não será vice-presidente de uma empresa antes que tenha conse-guido comprar um carro com telefone. 4 - Se você acha seu professor rude, espere até ter um chefe. Ele não terá

Executivo do Grupo Educacional Opet. Contatos:[email protected](41) 3021-4848

As onze regras que não são de Bill Gates“Não existe maneira certa de fazer uma coisa que é errada”.

Ken Blanchard, conferencista (EUA)

pena de você. 5 – Trabalhar fritando hambúrguer não é algo que esteja abaixo da sua posição social. Seus avós têm uma palavra diferente para isso, eles chamam de oportuni-dade. 6 - Se você fracassar, não é culpa de seus pais. Então não lamente os erros, aprenda com eles. 7 - Antes de você nascer, seus pais não eram tão críticos como agora. Eles só � caram assim por pagar as suas contas, lavar suas roupas e ouvir você dizer que eles são “antiquados”. Então antes de salvar as � orestas tropicais, querendo consertar os erros da geração dos seus pais, tente limpar seu próprio quarto. 8 - Sua escola pode ter eliminado a distinção entre vence-dores e perdedores, mas a vida não é assim. Em algumas escolas você não repete mais de ano e tem quantas chances precisar até acertar. Isto não tem a menor semelhança com nada na vida real. 9 - A vida não é dividida em semestres. Você não terá sempre verão livre, e poucos colegas estarão interessados em lhe ajudar a “se achar”. Faça isso em seu próprio tempo. 10 - Televisão e videogames não são a vida real. As pessoas, na vida real, têm que deixar o barzinho e ir trabalhar. 11 – Saiba lidar com os nerds. É possível que você venha a trabalhar para um deles.

Jornal Nota 10 | Março de 2010

corporativomundo

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14 Jornal Nota 10 | Março de 2010palavra do especialista

Diretor de escola, foi professor da UFPR e da PUCPR e autor do livro Da Sabedoria Clássica à Popular.

Contato:[email protected]

Jacir J. Venturi

ensino&educação

Amar intensamente implica em sofrimento intenso, pois “todo o amor vivo é um amor em con� itos”. O amor é um sentimento extasiante, mas, como o parto, dói. O poema de Adélia Pra-do corrobora: “O amor é a coisa mais alegre./ O amor é a coisa mais triste./ O amor é a coisa que eu mais quero...”

Numa relação a dois, amar não é o único ver-bo a ser conjugado: eu amo, tu me amas. Passada a fase da paixão – que sempre tem data de validade –, há outros verbos a serem conjugados: perdo-ar, tolerar, dialogar, valorizar... O escritor alemão Hermann Hesse (1877-1962) se faz oportuno: “Sai sempre ganhando quem sabe amar e perdo-ar; não quem tudo sabe e tudo julga”.

O que compromete uma relação adulta e duradoura é a indiferença, a falta de diálogo e não as discordâncias. A dois, à medida que en-velhecemos – e amar é desejar envelhecer juntos – desfaz-se a paixão, a libido fenece (e para fazer rima e blague: a lei da gravidade prevalece), há de preponderar primordialmente o companhei-rismo e o diálogo.

O amor por si só não garante uma boa con-

vivência. O grande desa� o é a coabitação: túmulo do amor para aqueles que praticam exercícios de afastamento e momentos de enlevo e crescimento para outros que se propõem à prática dos exercícios de apro-ximação.

O escritor e � lósofo Rubem Alves, com a sabedoria de uma existência vivida intensa-mente em uma palestra fez uma pertinente analogia: a relação a dois não deve ser como uma partida de tênis e sim de frescobol. Nesse, cada um com sua raquete lança a bola para que o outro a receba e a devolva da forma mais ajeitada possível. Há sinergia e ambos buscam o equilíbrio. No tênis, ao contrário, prevalece o antagonismo, a com-petição.

Os parceiros do frescobol praticam a empatia, uma palavra condizente quando se analisa a sua etimologia grega: en (dentro) + pathos (sentimentos). Destarte, empatia sig-ni� ca: dentro do sentimento do outro.

Homens São de Marte, Mulheres São de Vênus é um título de um best-seller. Nessa

metáfora reside a etiologia das diferenças tanto biológicas (que bom!) quanto psí-quicas e são essas que afetam os relacio-namentos.

Gosto de aforismos, pois uma ou duas linhas podem conter mais sabedoria que dezenas de páginas de um livro e é por isso que eles sobrevivem aos séculos. Em meio a tantos, um deles mitiga aquela impotên-cia quando os homens querem mais racio-nalidade na convivência com a cônjuge: “as mulheres foram feitas para serem amadas e não compreendidas”, frase de Oscar Wilde (1854-1900).

Amá-las, com gestos e palavras é o se-gredo. Se quiser compreendê-las, empregue mais utilmente o seu tempo em desvendar os enigmas da es� nge ou o problema da quadratura do círculo ou o último teorema de Fermat!

A distância entre o coração e o cérebro pode ser longa, mas aí cabe a indagação que provém da sabedoria popular: você quer ser feliz ou ter razão?

O amor é lindo, mas dói

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Estados, municípios e o Distrito Federal terão, a partir deste ano, uma nova alternativa para comprar uniformes escolares para os alunos de suas redes de ensino. O Fundo Nacional de Desen-volvimento da Educação (FNDE) lançou no fi nal de março, edital de pregão eletrônico para registro de preços de diversas peças do vestuário escolar, como camisetas, calças, saias, bermudas e agasalhos, além de meias, bonés e tênis.

Uniformes mais baratos

Jornal Nota 10 | Março de 2010 15rápidas

coluna da apadeAssociação Paranaense de Administradores Escolares - ApadeDeclarada de Utilidade Pública pela Lei nº. 7.527/81

R. Des. Ermelino de Leão, 15, Cjs, 81 e 82 - Fone: (41) 3323.6493CEP: 80.410-230 - Curitiba / Paraná

O ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu, duran-te a Conferência Nacional de Educação (Conae), em Brasília, a criação de uma mesa permanente de negociação entre parla-mentares, governadores, prefeitos e centrais sindicais e órgãos representativos, para fazer avançar a lei do piso. A Lei 11.738, de 16/07/2008, instituiu o piso nacional para os profi ssionais do magistério público da educação básica, mas ainda não é cum-prida por todos os prefeitos e governadores.

Piso salarial

Expediente Jornal Nota 10: Jornal Nota 10 – Um veículo da Nota 10 Publicações. Circulação: Distribuição gratuita em escolas públicas e particulares do Paraná, sempre a partir do dia 10 de cada mês. Redação: R. Duílio Calderari, 122, Hugo Lange - CEP 80.040-250. Telefone/Fax: (41)3233-7533. E-mail: [email protected] Editor e jornalista responsável: Helio Marques - MTb 2524. Revisão: Andréa Maria de Carvalho Marques. Colaboração: Douglas Luz. Diagramação: Marcos Mariano.

INFORME PUBLICITÁRIO

Professores do Paraná – Achatamento Salarial continua. O assunto “salário” dos Professores das Redes Públicas Municipais, Estaduais e Federal tornou-se uma

vergonha nacional. Nem o mísero Piso Nacional emplacou, ferido por ações de ADIN (e o Paraná entre os signatários). O nosso Estado e os seus 399 Municípios não fogem à regra nacional.

Para compreender melhor a desastrosa situação, basta informar que o salário inicial dos Professores efetivos do Paraná, hoje, é R$ 516,57.

Esse é, sem sombra de dúvida, o principal fator da má qualidade do ensino público. Não é necessário informar, por ser uma questão óbvia, que com professor desmotivado, nada vai ajudar à melhoria do ensino. Essa situação se agrava com vários e notórios fatores: falta de segurança física da comunidade escolar; violência provocada pelas drogas; impunidade dos agressores; falta de um plano digno de atendimento à saúde, nos moldes do saudoso IPE, dentre tantos outros.

É oportuno demonstrar que, ao invés de reajustar salários do Pessoal da Educação, tem sido promovido um desastroso achatamento dos já minguados vencimentos dos mestres.

Eis a demonstração:Tabela Salarial – Lei Complementar 7/76: A diferença entre o salário inicial da Professora NORMALIS-

TA e o do Professor de Licenciatura Plena era de 82,50%. Situação que permaneceu por 20 anos aproximada-mente.

Tabela Salarial – Lei Complementar 77/96 – Governo Lerner, a diferença de 82,50% caiu para 52,08%.Tabela Salarial – Lei Complementar 103/04 – Governo Requião – a diferença de 82,50% caiu para

42,85%.Além disso, mais duas observações importantíssimas:Primeira: O salário base (piso), num determinado momento da Lei Complementar 7/76, era exatamente

igual a três Salários Mínimos. Hoje, como vimos acima, é R$ 516,57. Apenas R$ 6,57 acima de Salário Mínimo

Nacional, sem considerar o Regional.Segunda: Foram criados níveis superiores aos da

Licenciatura Plena, como PF-6 e PG-7 da LC 77/96 , hoje transformados nos Níveis I e II, respectivamente, pela LC 103/2004.

Mas: 01) Os aposentados não foram contempla-dos;

02) Os da ativa, sim, porém, não atingiram o índice dos 82,50% acima enfocado.

Essas artimanhas o� ciais foram demonstradas ao Governador/Secretários/Deputados, através de ofícios protocolados nas respectivas instâncias administrativas.

Então, para corrigir, minimamente, os salários é preciso aplicar ao atual Nível I o índice de 39,65%, recupe-rando, assim, apenas o achatamento dos 82,50%, acima demonstrado.

A APADE encaminhou ao Governador Roberto Requião uma proposta, nos moldes da prática adotada por outros Poderes (Legislativo e Judiciário), que de� nem vencimentos, aplicando percentuais decrescentes, a partir do teto. Assim: N-III = 100%; N-II = 85% do N-III; N-I = 75% do N-III. Para os Níveis Especiais (NE-III, NE-II, NE-I, todos em extinção) manter os índices do LC 103/04, isto é, 85%, 75% e 70% sobre o novo valor do N-I.

A APADE aguarda audiência com o Governador, para demonstrar e discutir mais uma vez as propostas.Só para refrescar: Os salários dos funcionários do executivo, judiciário e legislativo, sem contar o Ministério

Público, para cargos que exigem formação acadêmica, variam de 5 a 45 vezes o valor � xado para os professores. Candidatos a Governador: O que pensam sobre tudo isso? Queremos ouvi-los.

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