Jornal Hora da Luta

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HORA DA Luta Luta ASSIBGE – SINDICATO NACIONAL Abril de 2013 - Edição 0 - Ano 1 Núcleo Paraná Nossa greve Pág. 06 vitoriosa! Sobre Pesquisas Domiciliares Pág. 02 SAP - Secretaria de Aposentados e Pensionistas Pág. 04 Retirado de http://passapalavra.info A greve 2012 no Paraná Pág. 07 O Papel e a Função do Sindicato Pág. 03 Aposentadoria: Uma reflexão necessária Pág. 05 Um hemograma do IBGE Pág. 07

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Jornal Hora da Luta - ASSIBGE Núcleo Paraná

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Page 1: Jornal Hora da Luta

HORA DALutaLuta ASSIBGE – SINDICATO NACIONAL

A b r i l d e 2 0 1 3 - E d i ç ã o 0 - A n o 1

N ú c l e o P a r a n á

Nossa greve

Pág. 06

vitoriosa!

Sobre PesquisasDomiciliaresPág. 02

SAP - Secretaria deAposentados e PensionistasPág. 04

Retirado de http://passapalavra.info

A greve 2012 no ParanáPág. 07

O Papel e a Funçãodo SindicatoPág. 03

Aposentadoria: Umareflexão necessáriaPág. 05

Um hemogramado IBGEPág. 07

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É com imensa alegria e esforço, que a Coordenação do Núcleo Paraná da ASSIBGE-SN publica o número 0, ano 1, do Jornal Hora da Luta em suas v e r s õ e s i m p r e s s a e o n l i n e (www.assibgeparana.org), cuja linha editorial primará pelo desenvolvimento de reflexões mais elaboradas nos seguintes eixos temáticos: a) processo de formação político-sindical a médio e longo prazos tendo como referência os trabalhadores do IBGE, em particular no Estado do Paraná; b) recuperação da história da ASSIBGE-SN, resgatando a sua importância no desenvolvimento das relações entre Estado e sociedade como mediadoras das relações entre capital e trabalho; c) destaque das nossas lutas na defesa dos direitos do trabalhadores do IBGE, por melhores condições salariais, saúde, trabalho e as nossas lutas para que o IBGE seja cada vez mais respeitado pela sociedade civil e governos em virtude de sua importância estratégica no planejamento nacional; d) resgate da história do IBGE e sua importante contribuição no desenvolvimento do Estado brasileiro, para que tanto os trabalhadores com mais tempo de “casa” quanto os mais novos

conheçam melhor a sua história e compreendam o caminho que foi trilhado para chegarmos onde estamos e como isto impacta diretamente no seu trabalho cotidiano; e) refletir como a melhora da qualidade na interconexão entre as áreas “fim” (elaboração, coleta e divulgação das pesquisas) e “meio” (at ividades administrativas) são imprescindíveis para o desenvolvimento da coleta de dados das pesquisas demográficas, geográficas, econômicas e sociais, cujos resultados possam retratar a realidade das condições de vida da população e de sua economia e com eles a possibilidade de se criar políticas públicas em níveis federal, estadual e municipal para melhorar a vida de cada cidadão brasileiro; f) apresentar análises dos resultados das pesquisas do IBGE e seus impactos na vida da classe trabalhadora e dos movimentos sociais; g) unificar as lutas dos trabalhadores ativos (efetivos, contratados temporários e terceirizados – enquanto persistir essas condições), aposentados e pensionistas; e h) incentivar e divulgar atividades realizadas pela Secretária de Aposentados, Aposentandos e Pensionistas.

A proposta é que a publicação do Jornal Hora da Luta tenha periodicidade mensal, estando aberto à edições extras em caso de necessidades. Associado ao Jornal Hora da Luta, a política de comunicação do Núcleo do Paraná da ASSIBGE-SN ainda contará com o Informativo Gralha Azul, com a página na internet:(www.assibgeparana.org)e com a página do nosso núcleo no facebook:(http://www.facebook.com/pages/Assibge-N%C3%BAleo-do-Paran%C3%A1/434729909937 347?ref=hl).Para que o Jornal Hora da Luta se transforme em uma realidade concreta da vida de cada trabalhador(a) do IBGE, contamos com a contribuição dos colegas com artigos, materiais, análises, sugestões e etc. Assim, poderemos progressivamente anular a separação entre teoria e prática, reunindo estas duas instâncias da atividade política em uma práxis transformadora. Juntos, contribuiremos para a necessária transformação das consciências em direção a uma sociedade radicalmente nova.Vida longa para o nosso Jornal Hora da Luta!!!!

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E D I T O R I A L

O ato de decidir, tomar decisões, em qualquer nível, envolve pelo menos dois elementos essenciais: conhecimento e coragem. Quanto mais se tem de um, menos se utiliza do outro. Quem tem vasto conhecimento sobre o assunto a ser decidido precisa um nadinha de coragem para tomar sua decisão; já quem conta apenas com a coragem, precisa muito dela. Normalmente, os muito corajosos caminham sobre o fio de uma navalha. Quando o assunto é planejamento estratégico, então, é inconcebível que ainda se tomem decisões baseadas apenas na experiência de vida ou na capacidade intuitiva de quem decide. Pois proporcionar meios para reduzir os riscos na tomada de decisões estratégicas, especialmente no plano governamental (mas não só nele), é a razão de existir do IBGE. Tudo o que o Instituto produz está voltado para oferecer à sociedade brasileira os elementos necessários para melhorar as condições de decisão tanto no plano público como no privado e a demanda por informações socioeconômicas e demográficas tende a crescer constantemente nos próximos anos.Há, portanto, a necessidade de preparar o IBGE para atender essa exigência da sociedade por informações mais aprofundadas, em intervalos de tempo mais curtos e com maior detalhamento regional. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua é um dos pilares do Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares (SIPD), modelo

de produção de pesquisas amostrais domiciliares, concebido com a finalidade de atender parte dessas demandas futuras. O SIPD ainda prevê a realização de pesquisas de orçamentos familiares (POF) anuais, além da periodicidade quinquenal a que já estamos habituados. Essas duas pesquisas (PNAD e POF) têm uma característica operacional comum: ambas, por serem pesquisas realizadas mediante entrevistas conduzidas presencialmente, requerem pessoal em número suficiente e com qualificação adequada. Quanto à sua formulação, o SIPD possui as qualidades com que os trabalhos feitos pelo IBGE são reconhecidos. No plano operacional, entretanto, cabem alguns questionamentos importantes. As agências do IBGE estão trabalhando acima do seu limite suportável há algum tempo, especialmente devido às exigências da PNADC. Fala-se até em relegar a segundo plano o esforço de coleta das pesquisas econômicas anuais para atender aos trabalhos de coleta da PNAD, porque não dá para fazer tudo com a quantidade de pessoal que temos. A maior parte do trabalho de coleta da PNAD é feito por pessoal temporário, cuja rotatividade é enorme. Isso acaba sobrecarregando ainda mais o pessoal efetivo que tem que arranjar tempo para treinar gente nova a todo instante. Esse processo, além de representar um desgaste enorme a quem tem que se encarregar

da tarefa de treinar pessoal novo, tem reflexos negativos indiscutíveis sobre a qualidade dos dados pesquisados.Considere-se também que mais de 50% do pessoal efetivo lotado nas agências está em vias de se aposentar e, portanto, deverá deixar o IBGE nos próximos anos. Até agora, a notícia de abertura de concurso para apenas 300 vagas para o Nível Intermediário em todo o país está muito aquém da verdadeira necessidade de prover a substituição desse pessoal. Acrescente-se que mesmo a substituição quantitativa de pessoal não resolveria no curto prazo, pois o que está se perdendo é um patrimônio enorme acumulado por cerca de três décadas de pesquisa de campo.A pergunta que deixamos para iniciar o debate é: os compromissos que o IBGE está assumindo para atender o “constante questionamento, tanto por parte de órgãos governamentais e pesquisadores brasileiros como de organismos internacionais, sobre a inexistência de indicadores conjunturais relativos à força de trabalho do país e das Unidades da Federação” pode ser prejudicado por causa da falta de cuidado quanto à renovação do quadro de pessoal com a tarefa de coletar dados?

¹ Hipólito, Elizabeth Belo. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – principais mudanças conceituais referentes ao tema trabalho. www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/sipd/conjunta_analise_n_43.pdf

Pesquisas Domiciliares:as decisões estão à altura dos desafios?por Luís Alceu Paganotto

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O Papel e a Função do Sindicatopor Cassius Marcelus Tales Marcusso Bernardes de Brito

Discutir o papel do sindicato nos dias atuais tem se convertido em uma agenda cada vez mais complexa e urgente. Durante os séculos XIX e XX, assim como os partidos políticos e os movimentos sociais, os sindicatos se constituíram como construções coletivas da classe trabalhadora na luta pelos seus interesses. Mas muita gente diz que esses tipos de organização estão com os dias contatos. Afinal, as mudanças ocorridas nas relações de trabalho teriam alterado o modo como o trabalhador pensa e interage com a sociedade, o que teria levado à derrota das concepções coletivistas e a instauração, em seu lugar, do ideário individualista da busca pelo sucesso pessoal a todo custo. Um exemplo prático: se formos a qualquer uma destas grandes livrarias, encontraremos muito poucos livros sobre temas sociais profundos, tais como a estrutura social, a relação entre riqueza e pobreza, a fome, a desigualdade de poder, o desenvolvimento de sistemas de seguridade social, de saúde e educação públicas, etc. E, se encontrarmos, dificilmente estarão em posição de destaque. Por outro lado, toparemos com uma infinidade de best sellers de auto-ajuda, focados na ideologia da ascensão social e da riqueza. Todos alinhados à concepção do indivíduo isolado “quixoteando” contra um mundo de incertezas.Neste mundo do “salve-se quem puder”, entidades como sindicatos seriam peixes fora da água (com exceção, é claro, dos sindicatos patronais: os patrões sempre souberam exatamente quais são seus objetivos e sempre foram muito espertos para alcançá-los). Mas vejamos mais de perto a nossa situação. Como andam as condições físicas e psicológicas de trabalho? Péssimas e piorando, para quase todos ao redor do mundo. A ideia neoliberal de que o melhor a fazer é cuidar de si mesmo está funcionando? Absolutamente não. Apesar de algumas exceções serem apontadas como regra pela imprensa (para nós brasileiros, o exemplo clássico é do futebolista da favela, mas recentemente ouvimos muito a respeito de um taxista e de um professor que finalmente “subiram ao topo”), o individualismo está falhando miseravelmente para os trabalhadores — e quando o fracasso não é claro, esconde-se atrás de um endividamento crescente. Se o quadro é esse, então estaria mesmo correta a afirmação de que os sindicatos não seriam mais necessários?O Sindicato é um Instrumento Utilizado por um Sujeito em uma Ação Orientada a um FimComo já mencionamos, os sindicatos são instrumentos criados para defender os interesses da classe trabalhadora dividida em seus mais diferentes ramos de atividade. Ou seja, o sindicato é um meio utilizado por um sujeito para atingir determinado objetivo. Esse sujeito, por causa do caráter coletivo do sindicato, precisa ser toda uma categoria de trabalhadores, que planeja e atua em conjunto para atingir o objetivo almejado. Nesse sentido, o caráter ativo (ou inativo) do sindicato não deve ser atribuído somente ao seu aparelho enquanto tal, mas também ao sujeito que o utiliza. Não adianta existir o agente (os trabalhadores) sem o meio (o sindicato) e não

adianta haver ambos sem que esteja claro o objetivo a alcançar.Também não podemos esquecer que as ações do sindicato não acontecem em um espaço vazio. A defesa dos interesses de uma categoria de trabalhadores pelo sindicato ocorre em plena sociedade, que é um terreno complexo, repleto de sujeitos com objetivos contraditórios e em que não há espaço vazio. Isso significa que todo o resultado final de uma atividade sindical depende da correlação de forças dos interesses em disputa. É por isso que todo sindicato é uma entidade política e, por isso, age sempre no terreno da política — o que não significa de forma alguma a redução dessa política ao seu sentido partidário. Sindicato dependente de partido político é algo que se deve combater, o que não significa que a participação de partidos políticos no movimento sindical seja condenável por princípio, uma vez que , cada um respeitando sua independência, ambos podem somar forças para atingir objetivos em comum.

Sindicato não é empresa prestadora de serviçosO que refletimos até agora nos permite entender melhor a função do sindicato. Na medida em que é uma entidade representativa de interesses específicos de uma categoria da classe trabalhadora, a função do sindicato não pode ser confundida com a de uma empresa de prestação de serviços. Se a natureza da ação sindical é política e coletiva, é tendo por base critérios políticos e coletivos que devem ser planejadas as ações do sindicato e avaliadas os resultados alcançados. Não é difícil encontrar pessoas que pensam que o sindicato é um prestador de serviços — que deve promover festas, jantares, brindes, tratamentos ortodônticos, etc. —, e avaliam a sua eficácia a partir da satisfação do consumidor em

relação ao produto oferecido. Mas de forma alguma esse é o objetivo central do sindicato e da luta sindical. Os indivíduos que condicionam sua participação nas atividades sindicais aos benefícios imediatos que receberam ou podem receber esquecem que o próprio alcance desses mesmos benefícios depende, na maioria das vezes, de sua própria participação naquelas atividades. A força do sindicato na luta política em defesa dos interesses de sua categoria depende da demonstração de força da própria categoria em sua organização. Condicionar a sua participação aos resultados atingidos pelo sindicato é, no limite, condenar o sindicato à inatividade e a um ciclo vicioso: o sindicato é fraco porque as pessoas não participam e as pessoas não participam porque o sindicato é fraco. Basicamente, é querer fazer um bolo sem quebrar os ovos nem misturar a farinha.É claro que nem todas as ações do sindicato têm de ser necessariamente de cunho político. O próprio perfil de classe do sindicato muitas vezes demanda algumas ações de assistência aos seus associados, e isso por si só não contradiz a sua natureza. Assim, por exemplo, o sindicato pode promover atividades de integração entre seus associados, como atividades culturais (música, filmes, dança, etc.), esportivas, de formação teórico-política, confraternizações, entre outras. O problema começa quando essas medidas passam a ser as principais — e, nos piores casos, as únicas — ações da entidade. O sindicato deve se direcionar por meio do debateAs propostas de linhas de ação do sindicato devem ser apresentadas e discutidas nas reuniões e assembleias. As diferentes opiniões não são um empecilho à melhora do relacionamento entre a direção do sindicato e a sua base. Pelo contrário, elas devem se transformar em um princípio de d inamização da sua estrutura e do seu funcionamento. Mas essas diferenças devem ser apresentadas e as pessoas devem estar dispostas a discuti-las nos espaços propícios, porque é nesses espaços que uma opinião que aparentemente pode ser sentida como sendo unicamente pessoal se apresenta como aquilo que ela realmente é: uma concepção de mundo compartilhada com várias pessoas, que se posiciona diante das contradições da vida e acaba se expressando como posicionamento político. A suposta neutralidade é inevitavelmente uma tomada de posição.O sindicato deve estar ciente das condições em que seus associados estão trabalhando. Procurando estar presente em todos os espaços de trabalho, ele conseguirá alcançar esse objetivo se for capaz de mudar a concepção de sua função. A ideia de funcionamento do sindicato como empresa prestadora de serviços tende a afastar seus associados das atividades do sindicato. É preciso que este se mostre como aquilo que verdadeiramente é: um espaço de decisão coletiva dos objetivos e dos meios que uma categoria tem que usar para alcançar melhores condições de trabalho e de vida para os seus associados.

Numa sociedade individualista como acaba,na ação, uma frase popular como essa:

Se cada um fizer a suaparte, dá certo?Não é preciso apenas que cada um faça sua parte.É preciso associemos nossas ações de acordo com um objetivo comum.

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SAP - Secretaria de Aposentados e Pensionistaspor Luís Almeida Tavares

A Secretaria dos Aposentados e Pensionistas (SAP) foi criada pela ASSIBGE-SN para ocupar um vácuo deixado pela ausência de uma política efetiva por parte da direção do IBGE em relação àqueles contribuíram para a construção deste órgão ao longo do tempo. Na estrutura da Executiva Nacional e das Coordenações dos Núcleos, esta secretaria desempenha um papel muito importante, pois, busca um processo de unificação das lutas dos trabalhadores ativos, aposentados e pensionistas através da elaboração de pautas integradas. A principal diferença que existe entre os trabalhadores ativos e os aposentados é que estes já deixaram de vender a sua força de trabalho ao IBGE. Isto significa que os atualmente ativos estão trabalhando em condições legadas por gerações de trabalhadores, que historicamente lutaram pela conquista de direitos e de melhores condições de trabalho. Integrar os aposentados nas

lutas dos ativos é não apenas um gesto de gratidão, mas também de responsabilidade para com o futuro, uma vez que os ativos também se aposentarão.A mesma lógica vale para os pensionistas, pois é preciso fazer valer o entendimento de que eles têm os mesmos direitos dos seus companheiros, quando em vida.Se a Direção do IBGE não considerasse os aposentados com uma peça descartável em sua estrutura, manteria um programa permanente de apoio e assistência para garantir uma melhor qualidade de vida àqueles que muito contribuíram para que o IBGE chegasse ao atual grau de reconhecimento e credibilidade perante as sociedades brasileira e internacional. Enquanto não conquistamos esse direito, a ASSIBGE-SN, consciente do papel de um sindicato combativo e progressista, desenvolve atividades que procura

integrar ativos e aposentados, pois entende que todos fazemos parte da mesma classe trabalhadora. As atividades prestadas pela SAP do Paraná são diversificadas. Vão desde programas de preparação para a aposentadoria a passeios, bingos, palestras e outras mais. Nos últimos dois anos, a inciativa de maior destaque da SAP talvez tenha sido o convênio firmado com a UFPR – Programa Integrar para a promoção do Programa de Preparação para a Aposentadoria (PPA), que foi ministrado pela psicóloga Flávia Pachiega. Os participantes do programa aproveitaram muito as orientações e atividades desenvolvidas e é preciso despertar o interesse em um número cada vez maior de pessoas.A SAP foi muito ativa nos últimos anos. Ao lado, destacamos algumas atividades realizadas pela secretaria, com os relatos do Luizinho:

Diário de bordo por Luiz Carlos de Oliveira Santos,o Luizinho

Caminho do Vinho – São José dos Pinhais-PRMaio de 2011

Degustação dos vinhos produzidos na região. Conhecimento da cultura italiana, seu folclore e sua culinária (compotas diversas, queijos, embutidos, etc.);

Navega-se pela maravilhosa Baia de Babitonga/SC. Servido, no barco, lauto almoço com frutos do mar e outras iguarias. Visitando a cidade de São Francisco do Sul/SC e seus casarios antigos. Maravilhosos. Retorno com parada obrigatória para um delicioso Café Colonial, pois ninguém é de ferro;

Castro-PR - visita ao Museu do Tropeiro, onde se encontra vários objetos e roupas utilizados, naquela época, pelos tropeiros que passaram pelo nosso Estado.

Castrolândia-PR – Com sua cultura holandesa, seu folclore, pastos imenso e bem cuidados para servir a criação de animais responsáveis pela produção da matéria prima à economia da comunidade. O LEITE.

Fazenda Capão Alto – PR - Propriedade rural nos transporta ao passado. Lembrança da fase Imperial quando a região era rica e recebia as visitas de nobres. Hoje restou apenas o casarão, sede da propriedade, que exala História do Brasil Colonial;

Barco Príncipe, em Joinville/SCAgosto de 2010

Castro - Castrolândia - Fazenda Capão Alto

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Aposentadoria: uma reflexão necessáriapor Flávia Pachiega - Psicóloga

Ao longo de nossa vida nos preparamos e nos planejamos para as mais diversas situações. Pode ser para uma viajem que desejamos fazer, uma festa que queremos realizar, a compra de um imóvel para nossa família, uma mudança de emprego, um filho... No entanto, são poucas as pessoas que percebem a importância de se planejarem e se preparem para a aposentadoria. Para muitos pode soar estranho e desnecessária tal preocupação, afinal, o que há de difícil em se aposentar? Porém, essa dificuldade fica evidente quando vemos colegas próximos mantendo relações pouco saudáveis e produtivas com o trabalho em um tempo no qual já poderiam (seja por tempo de trabalho ou seja por idade) estarem vivenciando outras experiências.

A decisão por aposentar-se é particular e envolve decisões que apenas o sujeito em questão pode considerar.Normalmente observamos que os fatores que mais influenciam são ligados à aspectos econômicos, às relações afetivas com colegas de trabalho, à questões referentes à dinâmica familiar, ao medo de adoecer. Para que essas (e outras) questões referentes à aposentadoria pudessem ser discutidas e pensadas foram realizadas junto à ASSIBGE-PR atividades voltadas aos aposentandos e aposentados do IBGE. Ao longo dos anos de 2011 e 2012 recebemos profissionais de diversas áreas para falarem sobre temas como planejamento orçamentário, saúde e qualidade de vida na aposentadoria, aspectos

jurídicos da aposentadoria, entre outros. Além de atividades em grupos onde os trabalhadores e os aposentados puderam partilhar suas experiências de vida, falar sobre suas expectativas e medos e elaborar projetos de vida para sua aposentadoria. Passo a passo foi sendo construído nos grupos reflexões que levaram cada participante a pensar sobre como construiu sua carreira, o que influenciou suas escolhas profissionais, como a figura do aposentado é vista pela sociedade e como nos identificamos ou não com essa imagem, como é para a família receber essa pessoa em casa... Tudo isso para auxiliar o trabalhador na decisão pela sua aposentadoria, se assim for de seu desejo.E você, já pensou em como será sua vida, seu dia a dia, após a aposentadoria?

A Secretaria congrega pensionistas e aposentados, regidos pelo regime celetista. Todos, indistintamente, são comunicados das atividades que acontecem no Sindicato, por intermédio de e-mails, cartas e telefonemas. São informados, prioritariamente, sobre as atividades que ocorrem no Sindicato. Os movimentos promovidos pela ASSIBGE-SN-PR tem também a frequência destes companheiros (aposentados e pensionistas). A Secretaria de Aposentados e Pensionista auxilia todos que a procuram. Além de enviar cartão felicitando, todos os trabalhadores do IBGE/PR, na data do aniversário.

Outras Atividades

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Atividade lúdica e muito concorrida. Vários já foram realizados. As horas passam rápido demais e muitos companheiros “sortudos” levam muitas prendas ganhas no bingo. Ao final da atividade é servido lanche. Muito divertido!!!

Bingo

Programa de Preparação para a Aposentadoria

Tarde Beneficente e Musical

Palestra “Qualidade de Vida”

Palestra “Prevenir é o Alvo”

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A greve vitoriosa por Cleiton Batistacleitonbatista.com.br

Se fosse dado a alguém voltar no tempo, encontraria no IBGE de um ano atrás muitos incrédulos de que uma greve nacional estava prestes a ser encampada. Se tentasse anunciar o fato, seria alvo de desdem por aqueles que teimam em duvidar da força dos trabalhadores.Inédita a muitos olhos, a nossa greve vitoriosa foi gestada num ambiente carregado de insatisfações. A derradeira parcela do último reajuste havia sido paga em 2009, desde então, os trabalhadores calejaram uma inflação, sempre acima da meta, que devorava o poder aquisitivo de suas famílias, corroendo assim a qualidade de vida daqueles que dia a dia constroem esta instituição. E esse, era apenas um dos itens.A falta de condições mínimas para a realização de um trabalho cada dia mais volumoso, era ainda agravada pela forma equivocada com que eram pagas as indenizações de campo. Tudo isso, sem contar a ausência de regulamentação da GQ, o que impedia que os processos iniciados após agosto de 2008 fossem apreciados, trazendo um elevado prejuízo mensal a muitos colegas.Essa soma de motivos, soava ainda mais sombria longe das capitais, em agências cuja realidade parece ser ignorada por aqueles que planejam o IBGE. E foi neste terreno que a greve germinou, cresceu e espalhou-se rapidamente para todos os cantos do País. Ficou então clara a importância da rede de coleta, que enfrenta a realidade do campo para alcançar os dados que são a atividade fim desta instituição. Sem ela, o resto não acontece.As informações trocadas rapidamente por meio virtual foram decisivas no desenvolvimento da greve, mas restou provado que a garra e a coragem não são substituíveis, e foram cheios delas que os trabalhadores sustentaram o movimento, para espanto daqueles que, acostumados a penhorar sua dignidade por um pedaço de grama nos quintais do terceiro escalão, não esperam se deparar com estes atributos fora dos romances ou dos cinemas.A essa altura, a greve já tinha alcançado um sem número de órgãos do governo federal, nem assim, o governo arredava o pé de seu posicionamento, feito cem por cento de descaso. Enquanto o ministro da Fazenda afirmava que não havia nem um centavo para o funcionalismo, os trabalhadores eram recebidos e respondidos pela SRT.Denominada como Secretaria de Relações do Trabalho, poderia ser chamada, e muito apropriadamente, de Perfumaria do Ministério do Planejamento. Tendo a frente um sujeito que, sendo outrora um respeitado presidente do Dieese, parece ter sido vítima de alguma bruxa má, que o transformou num boticário iludido pelo poder que não tem.Passou-se mais alguns dias, e o boticário, que também se ocupava como garoto de recados do Palácio do Planalto, anunciou o corte de ponto aos grevistas. Para os trabalhadores do IBGE, a medida

surpreendeu menos, pois tudo já havia sido prenunciado por um clarividente Boletim Informativo. Suspeita-se que, já não tendo meios de ser mais submissa, a direção da instituição recorreu a consultorias místicas, na busca de poder adiantar-se aos comandos superiores.Nem assim a resistência dos trabalhadores foi vencida. O corte de ponto; a pressão sob os detentores de FG´s; o comando para que os temporários abrissem as agências; e todas as demais formas de pressão, não foram mais do que testes que, uma vez vencidos, deixaram o movimento grevista ainda mais forte.Veio então o problema na divulgação da PME, que fez com que a encastelada Ministra do Planejamento, até então ausente da mídia, assumisse o papel que lhe cumpre e viesse a público explicar o atraso na divulgação dos dados. Isso, de demover uma autoridade de primeiro escalão de sua confortável letargia, foi mais uma prova da importância do trabalho desenvolvido nesta instituição.Os resultados, se não vieram na velocidade que desejávamos, com o tempo foram alcançados pela nossa persistência. Quando serviços básicos já estavam comprometidos, e a greve ameaçava a imagem de governo eficiente, ideia falsa, mas cuidadosamente talhada e frequentemente envernizada, foi só então que o Palácio do Planalto cedeu.O dono da botica – ou secretário da SRT, como preferirem – recebendo as ordens reais, veio à

tona, mais uma vez saboreando uma autoridade muito distante de si, simulando um poder de decisão que nunca foi seu, emergiu para dar cabo a realização de um série de acordos. Entre eles, estava lá o do IBGE, e nossa vitória estava então declarada!Nossa vitória alcançou um reajuste modesto, mas, ao menos para o nível médio, temperado por alterações no regime das GQ. Naquele momento, iniciou-se também a tramitação do processo in terno que dar ia or igem ao decreto regulamentador das gratificações, até então aguardado por anos. Para os temporários, veio a promessa de um reajuste e a mudança no aditamento dos contratos; para o nível superior, surgiu um amplo espaço de discussão quanto às RT's; para os trabalhadores das agências, foram corrigidas algumas distorções no pagamento das indenizações de campo.É certo que ainda estamos muito distante do IBGE que sonhamos, mas agora já é mais difícil duvidar de nossa força. Alguns anseios, só serão realizados quando a cultura institucional mudar, quando valores democrát icos permearem, com intensidade, esta instituição, até agora toldada por ideias retrogradas.Não é hora, portanto, de recolhermos as armas. Agora é o momento para celebrarmos, recarregarmos nossa munição e avançar no campo de batalha. Ainda há muito o que conquistar. E como a experiência recente comprova, somos vencedores!

É GREVE!

Não dá mais pra continuar assim.Os trabalhadores do IBGE no Paraná votaram pela greve!

A PARTIR DE 27/06 Participe da construção

desse movimento!

Núcleo Paraná

2009 2010 2011 2012

Cartaz elaborado pelo Núcleo Paraná para a Greve em 2012.

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O avanço pelo interiorHá algum tempo tem sido despendidos esforços da coordenação do Núcleo do Paraná no sentido de levar o movimento sindical para o interior do estado. A organização de reuniões e assembleias nas regiões mais afastadas, o esforço para que colegas possam se deslocar até assembleias na Capital, além de outros projetos em curso, trouxeram resultados na greve de 2012.Durante a greve, algumas agências foram visitadas num trabalho de conscientização e conven-cimento. As demais, foram trabalhadas por telefonemas, num esforço despendido pelo Comando de Greve Estadual, que também elaborou instruções quanto a forma mais segura de proceder e esclarecimentos a respeito dos direitos dos servidores.O resultado foi um avanço até então inédito no interior, com mais da metade das agências paralisadas, estando, entre estas, as maiores do Paraná.

Blog IBGE em greveCriado e alimentado pelo Comando de Greve Estadual, o blog ibgeemgreve.blogspot.com, entre outras coisas, trazia notícias sobre o avanços da greve, abordava os movimentos do governo e, assim, difundia informações de interesse estadual e nacional. Logo, se transformou num referência em diversos cantos do país, e ao final do movimento grevista, já somava mais de 15 mil acessos.

Piquete de convencimento, IBGE na praça, denúncia ao MP, e outras coisasDurante todos os dias da greve, foi mantido o piquete de convencimento, na sede da UE-PR, onde companheiros se revezavam para manter reafirmar, a cada dia, a força da greve. No rigoroso frio curitibano, não se perdia o entusiasmo. Animados pela música, aquecidos pelo café ou pelo chá com bolachas e bolos, os companheiros mantiveram-se firmes.Foi colocada em prática também a ideia do IBGE na praça, onde companheiros se deslocaram até um praça de grande movimento da capital paranaense para discutir diretamente com a população os trabalhos desenvolvidos pela nossa instituição e a importância de preservar a sua qualidade, a qual não se faz sem uma política de valorização de recursos humanos.Foi também protocolado, no Ministério Público Federal e no Ministério Público do Trabalho, uma denúncia quanto as condições dos trabalhadores temporários nos estados, que, assim como no resto do país, são contratados sob o manto da excepcionalidade, mas que realizam tarefas permanentes na instituição.O trabalho não foi conduzido apenas pelos companheiros que integravam o comando de greve, mas contou também com o amplo auxílio da base. Só assim foi possível aos companheiros se desdobrarem para manter, durante toda a greve, um representante no Comando Nacional, e assim fortalecer a greve nacionalmente.

Mais do que as conquistas alcançadas, a greve 2012 alcançou mostrar o poder de nossa

mobilização. Mais uma vez atestada a importância do IBGE, fica reforçada a ideia de

que, unidos, podemos mais do que uns e outros pensam ou desejam. Porém, há um algo

mais nisso tudo.

Dos vários processos desencadeados pela greve, muitos ainda estão a pleno vapor. Ou

seja, nosso movimento ainda não cessou seus efeitos. Entre os eventos em curso,

destaca-se os procedimentos adotados para apreciação dos pedidos de GQI, II e III.

Contudo, antes de aborda-los, falemos de alguns já passados.

No decorrer da greve, a direção do IBGE se adiantou ao governo, e antes de ninguém, já

falava em corte de ponto. Quando o governo cumpriu a profecia, dentre todos os

órgãos que compunham o movimento, nenhum atendeu ao corte de ponto de forma

mais ampla do que a direção IBGE. Fomos os destaque no listão dos servidores

rebelados.

Quando nossa vitória já estava declarada, os mandatários do IBGE estavam dispostos a

demonstrar que, apesar de não haver nenhuma direção mais submissa em todo o reino,

ela ainda botava ordem em algum lugar, e então impuseram o regime de compensação

que, mais uma vez, foi destaque nacional.

O regime de compensação não era apenas duro, exigindo trabalho aos sábados e

impondo limites de toda a ordem. Era sobretudo estúpido, inovador no campo da

imbecilidade administrativa. Entre os seus limites, estava o impedimento de que o

servidor compensasse a greve desenvolvendo trabalho de campo, quando muitos não

desenvolviam outro trabalho senão desse tipo.

Em muitos setores, a compensação seria desnecessária, mas a direção parece ter se

atentado a isso. O trabalhador não precisava ter trabalho pendente para cumprir a

compensação, uma vez que, passava todo o tempo extra na instituição tentando operar,

e fazendo ajustes, no sistema de compensação. Por vezes, uma hora a mais todo dia até

era pouco, o servidor passava ainda mais tempo no SECAF.

Em seguida, passou a ser necessário a análise dos pedidos de reenquadramento das

GQ’s. Aí, a confusão foi ainda mais escancarada. Tendo a princípio sido delegado às

unidades de recursos humanos dos Estados a análise dos pedidos, não demorou para

que fosse ordenado que tudo fosse remetido ao Rio. Então passou-se a alegar que eram

poucos servidores disponíveis, e por isso o servidor deve ter paciência até receber a

gratificação que vai lhe colocar em outro patamar salarial.

Todos estes fatores ensejam por reflexão, por deixam claro que, a falta de democracia, e

a indiferença quanto aos trabalhadores, trazem efeitos mais danosos do que

costumeiramente se pondera. É hora de buscarmos avançar na nossa luta, não apenas

buscando a substituição de diretores, mas, antes de tudo, mudar a forma de pensar a

instituição.

por Cleiton Batistacleitonbatista.com.br

A greve 2012no Paraná:

A greve 2012:

um hemograma do IBGE

Page 8: Jornal Hora da Luta

8 HORA DALutaLuta A b r i l d e 2 0 1 3

EXPEDIENTE:Hora da Luta é uma publicação mensal da ASSIBGE-SN, Núcleo Paraná. Sua distribuição é gratuita, sendo disponibilizado a todos os trabalhadores do Paraná, e enviado a alguns núcleos sindicais de outros Estados, quando há possibilidade de distribuição.

assibgeparana.org

Acompanhe as

novidades do

Núcleo Paraná

também pelo site:

HORA DA

V E R S Ã O O N L I N ELuta

PALAVRAS CRUZADAS

1. Primeiro nome do revolucionário alemão,

nascido no século XIX, considerado o fundador da

doutrina comunista.

2. Elemento necessário para as conquistas

coletivas.

3. Nome de autor francês que escreveu a teoria da

separação dos poderes, e que combatia a

personalização do poder.

4. Pesquisa domiciliar do IBGE, abordada

recentemente num manifesto subscrito pelos

núcleos sindicais do Paraná e da Bahia.

5. Os servidores públicos não são responsáveis

por devastar o orçamento, como quer mostrar a

grande imprensa. A metade dos recursos federais,

na verdade, são consumidos pelo pagamento da

.................. pública.

6. Neste ano, um item muito caro a luta dos

servidores público federais é a anulação da

reforma da .....................

7. No IBGE, não raro, as avaliações de

desempenho são ........................

8. Primeiro nome do fundador do IBGE.

9. Lutamos por eleições diretas para todos os

cargos de direção, como forma de instaurar a

...................... no IBGE.

10. Apelido dado a um monarca absolutista

francês, nascido no século XVII, e que não cairia

mal em algumas autoridades ibgeanas.

11. Denominação para governante que impõe sua

vontade de forma tirânica.

12. Século em que nasceu o autor referido no

número 3.

13. Princípio constitucional que impede que

direitos sejam restringidos ou extintos por outro

instrumento normativo que não seja lei.

Respostas: Em poucos dias, estarão disponíveis em

, e em seguida, estarão

impressas na próxima edição do Hora da Luta.

www.assibgeparana.org

Equipe de edição:Cássius Marcelus, Cleiton Batista e Luis Almeida.Colaboração especial: Marieta Telefone de contato: (41) 33231103E-mail: [email protected]

Correspondência: Av. Vicente Machado, nº 160, Conj. 104 - CEP 80420-010 - Curitiba - PRTiragem: 5.000 cópiasVersão online disponível em: www.assibgeparana.org