Jornal do Centro | 758

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P.9 JUSTIÇA 10 21 OUT. 2016 António Figueiredo Diretor Nº 758 SEMANÁRIO 6ªF 1€ (IVA INCLUÍDO) INDEPENDENTE • PLURAL REGIONAL • INOVADOR AO CENTRO P.2 / REGIÃO P.4 / ENTREVISTA P.30 / CULTURA P.31 / DESPORTO P.32 / OPINIÃO P.37 / CRÍTICA P.39 P.6 REGIÃO “VISEU ARENA” NO MULTIUSOS SÓ DENTRO DE DOIS ANOS P.7 VISEU CASA DAS BOCAS METE ÁGUA ENTRE CÂMARA E SAÚDE P.31 CULTURA COMIDA E FUTEBOL NO PALCO DO NACO P.34 DESPORTO HÁ DÉRBI DAS BEIRAS NO FONTELO P.19 ESPECIAL FEIRA DA MAÇÃ DE ARMAMAR Denúncia da CDU, na Assembleia Municipal, encaminhada para o Ministério Público Candidato a juíz social suspeito de assédio sexual P.13 LAMEGO Memórias e relatos de mortes violentas P.4 INFOGRAFIA Abortos aumentam no Hospital de Viseu Interrupção da gravidez por opção da mulher cresce 10% Dez anos de crimes no distrito 23.OUT 16h00

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P.9 JUSTIÇA

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António Figueiredo

Diretor

Nº 758SEMANÁRIO 6ªF1€ (IVA INCLUÍDO)

INDEPENDENTE • PLURAL REGIONAL • INOVADOR

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AO CENTRO P.2 / REGIÃO P.4 / ENTREVISTA P.30 / CULTURA P.31 / DESPORTO P.32 / OPINIÃO P.37 / CRÍTICA P.39

P.6 REGIÃO

“VISEU ARENA”NO MULTIUSOSSÓ DENTRODE DOIS ANOS

P.7 VISEU

CASA DAS BOCASMETE ÁGUA ENTRE CÂMARAE SAÚDE

P.31 CULTURA

COMIDA E FUTEBOLNO PALCODO NACO

P.34 DESPORTO

HÁ DÉRBI DAS BEIRAS NO FONTELO

P.19 ESPECIAL

FEIRA DA MAÇÃDE ARMAMAR

Denúncia da CDU, na Assembleia Municipal, encaminhada para o Ministério Público

Candidato a juíz social suspeito de assédio sexual

P.13 LAMEGO

Memórias e relatos de mortes violentas

P.4 INFOGRAFIA

Abortos aumentam no Hospital de Viseu Interrupção da gravidez por opção da mulher cresce 10%

Dez anos de crimes no distrito

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AO CENTRO

AUTÁRQUICAS 2017Texto Sandra Rodrigues

Os “assaltos” às câmaras e os jogos de bastidores

Nesta edição, o Jornal do Centro dá a conhecer os cenários que se colocam aos municípios durienses nas Eleições Autárquicas de 2017. A última etapa do dossiê sobre este pro-cesso eleitoral termina na próxima edição com os candidatos e as escolhas que se vão fazer na região Viseu Dão Lafões

O PS quer repetir a vitória nas autárquicas de 2017 para man-ter a presidência da Associação Nacional de Municípios, mas o PSD joga tudo por tudo para re-conquistar alguns dos municí-pios que já lhe pertenceram. No distrito de Viseu, nos concelho que fazem parte do Douro, se a maioria não deverá mudar de “� gura”, há outros em que se vai jogar o tudo ou nada. É o caso de Resende que continua a ser o concelho em que o PS tem o “monopólio” mas o PSD quer ir “ao fruto proibido”. É tam-bém aqui que a coligação está tremida. Moimenta da Beira ainda está em preparação e em Cinfães há a possibilidade de re-gressar um “dinossauro”, mas pelo partido contrário. Com todo este cenário, Bloco de Es-querda e CDU querem é conso-lidar as suas presenças.No distrito de Viseu, nas pró-ximas autárquicas três autarcas do PSD não se podem recan-didatar. São eles Francisco Lo-pes (Lamego), Luís Vasconcelos (Oliveira de Frades) e Alexan-dre Vaz (Sátão). O PS detém 11 autarquias, o PSD as restantes 13, das quais três em coligação com o CDS-

-PP.

Concelhos analisados nesta edição

Concelhos a analisarna próxima edição

Concelhos analisadosna edição anterior

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Em Resende, a coligação que foi acordada entre o PSD e o CDS há três anos está em vias de divórcio. Este é um dos municípios em que o acordo está em “coma induzido”. Nas últimas autárquicas, Jaime Al-ves foi o nome avançado para ten-tar que o PS não continuasse no poder, mas os resultados ficaram muito aquém das expetativas. Ago-ra, a um ano de um novo processo eleitoral, não há entendimento nos lugares que cada partido ocupa na lista que seria apresentada. “A co-municação que nos é dada é que o PSD prevê rever o acordo de coli-gação mas para pior. A isso nós di-

zemos não. O PSD tem de perce-ber que os interesses do concelho estão acima dos interessantes do militantes. Porque é que os lugares eram bons há quatro anos e ago-ra têm de ser revistos? Porque pre-vê agora que tenha uma vitória e o PSD quer ter mais lugares?”, ques-tiona fonte do CDS. Aliás, uma po-sição que vai ao encontro do que Hélder Amaral, presidente da Dis-trital, tem defendido de que não há

“coligações de conforto”. O PSD de-verá avançar com o nome do pro-vedor da Santa Casa da Misericór-dia Jaime Alves.Este é um dos municípios durien-

ses onde o PS sempre esteve em van-tagem. Liderado por António Bor-ges durante três mandatos, Manuel Garcez Trindade foi quem ficou a substituir o antigo presidente que assumiu o lugar de líder da Assem-bleia Municipal. O nome do atual deputado e líder da Federação Dis-trital do PS (que também foi fala-do para ser candidato em Lamego) pode voltar a estar em cima da mesa para não deixar cair o poder socia-lista, mas tudo dependerá então do candidato que o PSD apresen-tar. Por outro lado, António Borges quererá levar até ao fim a sua fun-ção na Assembleia da República.

RESENDEPSD QUER “ASSALTAR” A CÂMARA MAS CDS NÃO GOSTA DO JOGO

Em Cinfães, quem mandava era o PS e quem manda ainda continua a ser o mesmo parti-do. Mas não se avizinham bons tempos para os socialistas que querem manter a autarquia li-derada por Armando Mourisco. É que há um antigo conhecido que poderá querer avançar, mas pelo partido oposto. Pereira Pinto foi ex-presiden-te socialista de Cinfães e quer muito voltar à autarquia que deixou por causa da limitação de mandatos. Não seria tudo mal (o PS até poderia chegar a um entendimento quanto ao candidato a apresentar), não fosse o facto do ex-autarca co-locar a hipótese de voltar, mas com o apoio do PSD coligado com o CDS. No município que pertence à região do Tâmega e Sousa, fala-se de uma eventual

“vingança” por a filha de Pereira Pinto ter sido afastada da autar-quia, num processo que envol-ve alegadas fraudes com fundos comunitários. Resta agora saber se o PSD está disposto a receber de braços abertos um “inimigo” e se o anterior candidato, Manuel Pi-nheiro, deixa de ser o “homem de combate” dos sociais demo-cratas.

CINFÃESO REGRESSO DE UM “DINOSSAURO SOCIALISTA”... PELO PSD

Em Moimenta da Beira, o PSD antes de escolher um candida-to para defrontar José Eduardo Ferreira (PS) tem que conseguir eleger uma Comissão Política. É que este órgão partidário já de-veria ter ido a eleições, mas há uma “falha” de candidatos ou, antes, um ainda “não entendi-mento” sobre os nomes que de-vem liderar esta secção. José Governo, que foi chefe de gabi-nete de José Cesário, ex-secretá-rio de Estado das Comunidades, já se mostrou disponível, assim

como ser também o candidato à Câmara nas eleições de 2017. Mas, o nome dentro do PSD, mesmo a nível Distrital, não é o que recolhe mais “aplausos”. Outro nome que poderia liderar a Concelhia e também ser uma possível escolha para a Câmara é o de Paulo Figueiredo, técni-co superior da autarquia. No en-tanto, fonte do partido adianta que este militante social demo-crata, apesar de estar em boa posição para reconquistar a Câ-mara socialista, só o deverá fa-

zer quando o atual presidente não se recandidatar. À espera de uma decisão do PSD está o CDS-PP, partidos que con-correram juntos em 2013. Esta é uma coligação que será para man-ter, frisou já o líder da Distrital centrista.O PS tem a vida mais facilitada. José Eduardo Ferreira volta a ser o candidato, mas é o seu último mandato. O autarca foi o respon-sável por em 2009 ter conquistado uma câmara onde o PSD foi poder autárquico durante décadas.

MOIMENTA DA BEIRAHÁ NOMES DISPONÍVEIS MAS CONCELHIA DO PSD NEM CANDIDATO TEM AINDA

Em Armamar, PSD e CDS são os úni-cos partidos no executivo. Trata-se de um município atípico, tendo em con-ta que desde o 25 de Abril de 1974 é di-rigido pelo PSD, sem alternância. Nas eleições autárquicas de 2013, os so-ciais democratas elegeram quatro ele-mentos para o executivo (o presidente é João Paulo Fonseca) e o CDS elegeu um vereador. Para o próximo ano não se prevêem alterações. O PSD continua

a recandidatar João Paulo Fonseca e o CDS, até porque é o mais natural, de-verá avançar novamente com Luís Pai-va Cardoso Pinto. Pelo PS, o nome em cima da mesa continua a ser o de Amé-rico Teixeira Moreira.Já S. João da Pesqueira foi um dos municípios no distrito de Viseu (o outro foi S. Pedro do Sul) onde con-correram Grupos de Cidadãos. “Pela Nossa Terra” elegeu dois vereadores

e Manuel Natário Cordeiro deve-rá voltar a liderar uma candidatura independente. De resto, José Tulha, atual presidente da Câmara, assume-

-se como candidato pelo PSD. No PS e CDS ainda não há nomes assumi-dos. Em Penedono, o cenário é idên-tico. Carlos Esteves, eleito pelo PSD, segue para mais um mandato. Em Sernancelhe é Carlos Silva Santia-go (PSD) que continua a ser “o dono

e senhor” do município. Nestes dois concelhos, caberá aos restantes par-tidos apresentarem nomes que consi-gam inverter o cenários das últimas autárquicas.Em Tabuaço, fala-se no regresso de João Ribeiro (PS), numa autarquia que está a ser governada por Carlos Carvalho em coligação entre o PSD e o CDS e que deverá ser para manter.

ARMAMAR, SERNANCELHE, S. JOÃO DA PESQUEIRA, TABUAÇO E PENEDONOPOR OCEANOS MAIS OU MENOS PACÍFICOS

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As interrupções da gravidez (IG) aumentaram em 2015 no Centro Hospitalar Tondela Viseu, relativa-mente ao ano de 2014, de acordo com o relatório “Registos das Interrupções da Gravidez 2015”, dispo-nibilizado pela Direção-Geral da Saúde (DGS). Houve mais interrupções por opção da mulher, assim como por grave doença ou malformação do nascituro. Nú-meros que estão em contracorrente quando compa-rados com os dados a nível nacional. Em Portugal, as interrupções da gravidez continuaram a diminuir em

2015, tendo registado o número mais baixo desde 2008. Por opção da mulher diminuíram 1,9% entre 2014 e 2015.Em 2015 foram realizadas 16454 interrupç õ es de gravidez. Tal como já aconteceu em anos anteriores, as interrupç õ es da gravidez por opç ã o da mulher nas primeiras 10 semanas constituem cerca de 96,5% do total das interrupç õ es realizadas. O segundo motivo mais frequente de IG é : “grave doenç a ou malformaç ã o congé nita do nascituro”

com 423 registos (2,6%). De acordo com o relatório, quando se consideram as interrupções da gravidez por todos os motivos, verifi -ca-se que 71,3% das intervenções são realizadas no Serviço Nacional de Saúde (SNS), o que correspon-deu a um aumento de 0,3% relativamente a 2014.Os relató rios anuais de Interrupç ã o de Gravidez (IG) sã o elaborados a partir dos registos efetuados na base informá tica sediada na Direç ã o-Geral da Saú de (DGS).

Interrupções da gravidez em Viseu Texto Sandra Rodrigues / Infografi a Tânia Ferreira

Total de interrupções da gravidezFEITAS NO HOSPITAL S. TEOTÓNIO EM VISEU

328(em 2014)

362(em 2015)

Interrupção da gravidez por região

NORTE CENTRO LVT (Lisboa e Vale do Tejo) ALENTEJO ALGARVE

56,43%9458

0,73%123

6,75%1132

23,23%3894

11,54%1935

57,72%9497

1,15%190

6,69%1100

22,46%3696

10,81%1778

Motivo de interrupç ã o da gravidez NO HOSPITAL DE VISEU

Por opção da mulher 310 em 2014 > 354 em 2015

Grave doenç a ou malformaç ã o congé nita do nascituro 15 em 2014 > 7 em 2015

Evitar perigo de morte ou grave e duradoura lesã o para a saú de fí sica ou psí quica da grá vida2 em 2014 > 0 em 2015

Ú nico meio de remover perigo de morte ou grave lesã o p/ o corpo ou p/ a saú de fí sica ou psí q. da grá vida 1 em 2014 > 1 em 2015

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Os trabalhadores do setor da restau-ração existente na secular Feira de S. Mateus de Viseu chegam a estar ao serviço 12 horas por dia e muitos só ganham à comissão, o que acontece normalmente com quem está afeto ao serviço de mesas. Grande parte das pessoas empregadas nos restaurantes instalados no certame não faz qualquer tipo de desconto para a Segurança Social por interesse mútuo. Os jovens fá-lo-ão para não perderem as bolsas de estudo. Estes casos foram denunciados ao Jornal do Centro por várias pessoas que nos últimos anos trabalharam na feira franca. O Sindicato de Hotelaria do Centro diz ter conhecimento destas situações, que são admitidas “pelos trabalhadores pela necessidade que têm de ocupar o seu tempo naquele período do ano e pelo rendimento que tiram”. “Não conseguimos quantificar, mas temos conhecimento que uma grande parte dos trabalhadores na feira trabalha so-bre uma pressão muito grande. Há um desrespeito muito grande em relação à contratação coletiva e aos direitos dos

trabalhadores”, refere o sindicalista Afonso Figueiredo. Jorge Loureiro, vice-presidente da As-sociação da Restauração e Similares em Portugal (ARESP), diz que não chegou à organização “nenhuma reclamação ou denúncia” relacionada com a Feira de S. Mateus, ainda que admita que possa existir “um caso ou outro de uma situação de excesso de horas” fruto do afluxo de clientes aos espaços de restauração. Quanto às remunerações dos funcionários, sublinha que isso depende da negociação que é feita por cada pessoa.

ACT fiscalizou evento em 2015Contactada pelo Jornal do Centro, a Autoridade para as Condições do Tra-balho (ACT) garante que “tem estado atenta a esta tipologia de eventos”, em concreto à Feira de S. Mateus onde o organismo “desenvolveu [uma] ação inspetiva em 2015 em todos os res-taurantes, os quais tinham ao serviço 94 trabalhadores, todos com idade legal para prestar trabalho”. “Esta ação inspetiva privilegiou a eventual deteção

de trabalho não declarado, organização dos tempos de trabalho, segurança e saúde dos trabalhadores. Foram encontrados dez trabalhadores não declarados e no tocante à organização dos tempos de trabalho e segurança e saúde foram detetadas algumas irre-gularidades. Contudo, na sequência da intervenção da ACT, todos os empre-gadores promoveram a regularização das situações de infração verificadas”, adianta a organização. “Apesar de este ano não ter sido possível desencadear ação inspetiva na Feira, a ACT cons-tatou que todas as entidades, objeto de ação inspetiva em 2015, promoveram a declaração dos seus trabalhadores”, acrescenta.

Viseu Marca desconhece casos A direção da Viseu Marca, entidade organizadora da Feira de S. Mateus, garante desconhecer “o registo de quei-xas de trabalhadores de empresas de restauração ou de qualquer outro setor de atividade a respeito de incumpri-mentos da legislação laboral” na edição deste ano do evento. “A Viseu Marca

não tem competências legais para regular e fiscalizar as relações laborais das mais de 300 empresas expositoras na Feira, responsabilidades que cabem exclusivamente às autoridades públicas competentes, como a ASAE ou a Inspeção para as Condições do Tra-balho. Todavia, a Viseu Marca espera e reclama das empresas expositoras o estrito cumprimento da legislação em vigor nas diversas áreas aplicáveis, incluindo as laborais. Por esse motivo, a associação poderá excluir em futuras edições [do certame] empresas que comprovadamente tenham incumpri-do de forma grave a legislação nacional em vigor”, informa.Num esclarecimento ao Jornal do Cen-tro, a direção da entidade dirigida por João Cotta sublinha ainda ter “sensibi-lizado os operadores quanto à neces-sidade de dar estrito cumprimento às leis do trabalho, a que estão obrigados, sabendo que a natureza temporária da Feira acarreta vínculos laborais transi-tórios e a prática (corrente de resto nos setores comerciais) de comissões sobre venda”. – JRF

VISEU

ACT ENCONTROU DEZ TRABALHADORES ILEGAIS NA FEIRA DE S. MATEUS EM 2015

PAVILHÃO MULTIUSOS

VISEU ARENA ENTRA EM OBRAS NO PRÓXIMO ANOE VAI TER CAPACIDADE PARA QUATRO MIL PESSOASCOM META PARA ARRANCAR EM 2018, O “NOVO” ESPAÇO PERMITIRÁ A VISEU ENTRAR NO ROTEIRO NACIONAL DOS ESPETÁCULOS, COM DESTAQUE NO EIXO REGIÃO CENTRO, VILA REAL, SALAMANCA

A transformação do Pavilhão Multiusos em “Viseu Arena” deverá começar no próximo

ano, depois da realização da Feira de S. Mateus. Até ao final do ano, o espaço vai continuar a receber os eventos que já estão para lá progra-mados. O projeto deverá fcar pronto em julho de 2017. O protocolo foi assinado entre a autarquia, a Viseu Marca e o Arena Pavihão (sociedade gestora do Meo Arena). A Câmara fica responsável pela requalificação do equipamento que englobará um “upgrade” não só ao nível da infraes-trutura, como também tecnológico

e de segurança. Já a Arena Atlântico compromete-se a apresentar uma programação, enquanto que a Viseu Marca fica responsável por promo-ver o Pavilhão e criar um plano de negócios, até para que o investimen-to seja autossustentável.Para o presidente da Câmara de Vi-seu, Almeida Henriques, a interven-ção profunda vai permitir qualificar a sala para quatro mil lugares, “a maior da região Centro”. Por outro lado, a presença da sociedade gestora do Meo Arena vai contribuir para que Viseu venha a “receber espetáculos de média e grande dimensão” e

colocar a cidade no “roteiro nacional de espetáculos”. “Contamos ter entre 15 a 20 eventos a passar anualmente por Viseu, desde bailado, ópera ou revista”, anunciou. O que é a Arena AtlânticoA Arena Atlântico é uma sociedade que tem como objeto social a gestão, exploração e manutenção de pavilhões multiusos, de outros recintos de espetáculos ou de quaisquer outros espaços adequados à realização de eventos de natureza diversa, bem como a promoção e realização de eventos, desenvolvendo todas as atividades

acessórias ou conexas com aquelas, tendo a seu cargo, há mais de 15 anos, a gestão e a exploração do MEO Arena, equipamento de grande dimensão com capacidade de acolhimento de eventos de natureza diversa, nomeadamente de âmbito desportivo, cultural e social. É também detentora da Blueticket , empresa que assegura a bilhética e o controlo de acessos dos grandes eventos e espaços de norte a sul do país.“Uma cidade que se quer assumir cada vez mais como cidade de cu ltura e eventos tem de estar nestes circuitos”, conclui Almeida Henriques. – SR

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A Câmara Municipal de Viseu é a dona e a responsável pe-las obras da Casa das Bocas

(imóvel que será transformado em Unidade de Saúde Familiar), mas acabou por ter de assumir também os encargos de manutenção caso ocorram infiltrações de água no edifício. Este foi um “acrescento” feito ao acordo entre a autarquia e a Administração Regional de Saúde (A R S) do C ent ro e que inicialmente não estava previsto. Tudo porque a Câmara de Viseu optou por defender uma solução técnica de impermeabilização do rés-do-chão do imóvel que não terá sido aceite pelos técnicos da ARS. O protocolo de cooperação será agora aprovado na próxima reunião do executivo. “Será responsabilidade municipal a eventual necessidade de correção dessa solução ou a reposição das suas condições no caso de ocorrerem in-filtrações de água nesse mesmo pata-

mar”, explica, em nota, a autarquia.

Edifício “sofre de enormes patologias”Uma fonte ligada a este processo contou ao Jornal do Centro que a Casa das Bocas é um edifício que “sofre de enormes patologias” e que a solução encontrada para a impermeabilização (no projeto feito por uma empresa a pedido da responsável da obra – SRU) “não foi a mais correta”, razão pela qual a ARS rejeitou assumir o encargo. Disse ainda lamentar que a autar-quia se tenha colocado ao lado de uma solução “má” e que levou a que se tivesse criado um “mau estar, até no seio da própria SRU”. “Acabou por haver uma guerra muito acesa entre as duas entidades e reuniões mais acaloradas”, disse. “O problema é que os prazos – a obra é candidata a fundos comunitários – não deixa-ram que fossem feitas alterações”, frisou ainda.

Já a autarquia viseense justificou que no contexto dos projetos de obra, a “Câmara Municipal de Viseu optou por uma solução técnica de impermeabilização do rés-do-chão do imóvel (dada a localização da Casa das Bocas), entre várias opções técnicas estudadas. A análise foi realizada pelos técnicos responsáveis pelo projeto e suportada em várias consultas a especialistas externos, tendo sido validada nomeadamente por especialistas ligados à Universi-dade de Coimbra e à Universidade da Beira Interior, que apontam para as vantagens da solução preconizada”.Também a ARS Centro, que recor-dou que o protocolo foi celebrado em 30 de junho de 2015, explicou que o que “efetivamente ocorreu foram alterações na obra de âmbito técnico, consensualmente def inidas por técnicos da autarquia e da ARSC”, entidade a quem caberá a responsa-bilidade de manutenção do equipa-mento. “Ou seja, toda a manutenção

e reparação do restante edifício e do equipamento continuará a cargo da ARS”, reforça a autarquia viseense.

Unidade de Saúde Familiar para 18 mil utentesA Casa das Bocas está localizada na rua João Mendes (conhecida por rua das Bocas). Vai receber a futura Unidade de Saúde Familiar, num investimento superior a 1,8 milhões de euros. A casa foi adquirida pela autarquia há cerca de dois anos pelo valor de 230 mil euros e vai servir 18 mil utentes. “Quer a fachada, quer as duas escadarias, serão mantidas e depois todo o resto do edifício será requalificado”, explicou Almeida Henriques, presidente da Câmara, aquando da aprovação do proje-to de reabilitação que aconteceu recentemente. A obra deverá ser adjudicada no primeiro semestre do próximo ano, tendo depois um prazo de execução de um ano e meio.

IMÓVEL QUE VAI SER TRANSFORMADO EM UNIDADE DE SAÚDE FAMILIAR ESTÁ LOCALIZADO NUMA ZONA DE TERRENOS COM POUCA DRENAGEM DE ÁGUA. TÉCNICOS RECEIAM INFILTRAÇÕES E FALAM EM “MÁ ESCOLHA” DO PROJETO. AUTARQUIA GARANTE QUE CONSULTOU ESPECIALISTAS EXTERNOS E QUE SOLUÇÃO APRESENTADA É A MAIS VANTAJOSA

EDIFÍCIO NA RUA JOÃO MENDESTexto Sandra Rodrigues

“ÁGUA” NA CASA DAS BOCAS LEVA AUTARQUIA DE VISEU A ASSUMIR MANUTENÇÃO EM CASO DE INFILTRAÇÕES

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Mais do que um “bom balanço”, o presidente da Câmara de Viseu afir-ma que nos últimos três anos foram lançadas “muitas boas sementes à terra” para a concretização de plano de desenvolvimento local – Viseu Primeiro – com o qual o autarca apresentou-se à autarquia há três anos. Esta é a mensagem que Al-meida Henriques deixa no encontro que a Comissão Política Concelhia do PSD promove este sábado (22 de outubro) para assinalar os três anos de mandato. “Desde o início que temos como imagem de marca deste mandato o estímulo da democracia e, por isso, criámos, por exemplo, os vários fo-runs e conselhos estratégicos. É neste sentido que surge este encontro de debate e reflexão”, salienta Almeida Henriques. Aos colegas de partido, o autarca vai deixar um balanço virado para o futuro. Destaca as concretizações e o trabalho conso-lidado nas várias áreas, entre elas a captação do investimento. “Dia 8 de novembro vamos inaugurar o centro de competências da IBM, este será um dos momentos mais importantes de Viseu nos últimos anos. Estamos a falar de um investimento que nos coloca numa vertente em que nunca estivemos. Entramos no domínio avançado do investimento e da tecnologia com alto valor acrescen-tado”, salienta, frisando que em três anos “criámos, efetivamente, 1200 novos postos de trabalho”. Almeida Henriques refere ainda o investi-mento nas freguesias, na ordem de 22 milhões de euros, ou o salto qualitativo e de “coesão que se está a dar no centro histórico”. “Ainda te-mos muito trabalho pela frente, mas estamos a trilhar um caminho para chegarmos a trabalho consolidado”, conclui o autarca que anunciou já a sua recandidatura a um novo man-dato à frente da Câmara de Viseu. SR

ALMEIDA HENRIQUES FAZ BALANÇO

TRÊS ANOS DE MANDATO COM “BOAS SEMENTES NA TERRA”

CORREÇÃONa última edição demos conta que a melhor nota de ingresso no Insti-tuto Politécnico de Viseu pertence a Beatriz Miranda, residente em Abraveses e por lapso foi referido que t inha sido a luna da Escola Secundária Alves Martins. Beatriz Miranda frequentou a Escola Se-cundária de Viriato.

POLÍTICATexto José Ricardo Ferreira

UM MILHÃO E 700 MIL EUROS PARA OBRAS NA URGÊNCIA DO HOSPITAL DE VISEUO ORÇAMENTO DE ESTADO CONTEMPLA UMA VERBA PARA UMA INTERVENÇÃO HÁ MUITO RECLAMADA PELAS FORÇAS VIVAS DA REGIÃO NO S. TEOTÓNIO. DEPUTADOS DA DIREITA ANALISAM DOCUMENTO. CONTACTADOS, OS PARLAMENTARES DO PS NÃO ESTIVERAM DISPONÍVEIS

As obras de requalificação e ampliação das urgências no Hospital de S. Teotónio, em

Viseu, têm uma dotação de cerca de um milhão em 700 mil euros inscrita no Orçamento de Estado (OE) para 2017, de acordo com fonte do governo. Esta é uma intervenção há muito reivindicada na região, mas que até agora não saiu da gaveta. As últimas obras realizadas no serviço de urgência foram há doze anos por altura do Europeu de Futebol de 2004. Segundo responsáveis hospitalares, “o atual espaço torna-se exíguo para dar resposta a todas as solicitações tendo em conta não só o volume de utentes, mas também a sua tipologia que tem vindo a aumentar de gravidade. As urgências do Hospital de Viseu tam-bém dão resposta a utentes da Guarda e Cova da Beira”.Em 2014 o projeto foi apresentado ao ministro da tutela do executivo PSD-CDS, mas nunca saiu do papel. A Liga dos Amigos da unidade hos-pitalar acusou na altura a Adminis-tração Regional de Saúde do Centro de mais uma vez “dizer que não há dinheiro para as obras nas Urgências de Viseu”.

O documento“Este Orçamento de Estado é o pior que me lembro da minha atividade política”. A afirmação é do deputado

do CDS-PP eleito pelo distrito de Vi-seu Hélder Amaral e no fundo resume o que a oposição de direita tem a dizer sobre a proposta que foi apresentada há precisamente uma semana pelo go-verno socialista chefiado por António Costa. Para o parlamentar centrista, este é o pior orçamento de todos porque a chamada geringonça o criou tendo por base pressupostos (acabar com a austeridade, devolver rendimentos e crescimento económico) que não vão ser alcançados. Hélder Amaral critica o aumento de impostos no setor imobiliário que vai penalizar o comércio e a subida dos combustíveis, medidas que, defende, vão ser “mortais para o interior”. Os reparos não se ficam por aqui, Hélder Amaral lamenta igualmente que o documento seja “um completo deserto” no que toca a obras públicas no distrito. “Do ponto de vista de melhorar as acessibilidade quer seja na ferroria, quer seja na rodovia tem zero este orçamento e portanto o distrito de Viseu tem razões para estar desiludido e preocupado porque este orçamento não tem nenhuma perspetiva de futuro e não nos traz nenhuma boa notícia”, diz. De positi-vo o centrista só destaca a majoração de 15 por cento para as empresas nos programas 2020. Já o deputado do PSD Pedro Alves

considera que o OE para 2017 “vem demonstrar que o governo mantém como permanente a austeridade, contrariando aquilo que foi dito quando tentou formar governo com uma maioria de esquerda”. Para o social-democrata, o documento reforça também as “desigualda-des e injustiças sociais”, dando como exemplo as pensões. “Não se compreende um governo que se diz preocupado com os mais desfa-vorecidos manter ou reforçar esta desigualdade. Não é mais do que um orçamento cheio de embustes e de truques”, argumenta. Quanto às obras públicas, Pedro Alves vai esperar para ver qual vai ser o orçamento do Ministério das Infraestruturas. O deputado PSD acalenta a esperança de as obras de requalificação das urgências do Hospital de S. Teotónio (entretanto anunciadas) poderem finalmente sair do papel por “se encontrar garantido o investimento através dos fundos comunitários, via FEDER”. “Deverá haver a comparticipação nacional correspondente ao Ministério da Saú-de para poder concluir a obra. Julgo que este é o único investimento que está previsto por este governo social comunista”, rematou.O Jornal do Centro tentou em vão obter uma reação dos deputados do PS eleitos pelo círculo de Viseu.

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Há localidades na região de Viseu cujo nome está associado a acontecimentos que chocaram a sociedade. Crimes que, mesmo cometidos há décadas, não cairam no esquecimento pelo horror que provocaram e as marcas que deixaram.

Casos que acordaram populações para o “monstro” que pode viver mesmo ao lado. Nos últimos dias, todo o país esteve com os olhos postos no homicida de Aguiar da Beira, local onde Pedro Dias terá atirado a matar em duas pessoas e deixou outras duas feridas. Aconteceu nos primeiros dias de outubro de 2016 e a história � cará, de certeza, na memória por muito mais tempo. Foi assim com o “serial killer” de Santa Comba Dão, o “monstro” de S. João da Pesqueira ou o

“carrasco” de Joana Fulgêncio. Mais ou menos mediáticos, a história está repleta de assassinatos que obrigaram autoridades policiais a lidarem com novas formas de investigação e populações a terem de conviver com a ideia de que pode acontecer em qualquer altura, a qualquer um e na porta ao lado.

Nas páginas seguintes, alguns dos crimes que � zeram manchetes na última década e cujos autores foram dos que maior números de anos de cadeia apanharam

Crimes da vida real e com penas

elevadas na justiça

Texto Sandra Rodrigues

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PALITO MATOU DUAS MULHERES E ANDOU FUGIDO À POLÍCIA EM S. JOÃO DA PESQUEIRAFoi em abril de 2014. Manuel Baltazar interrompeu uma tarde que

estava destinada à confeção de bolos para a Páscoa. De caça-deira em punho, matou a ex-sogra e uma tia da ex-mulher. Tentou ainda terminar com a vida da filha e também da

ex-mulher, embora em julgamento tenha sempre negado a intenção. Depois de consumados

os atos, desapareceu e esteve 34 dias fugido às autoridades. Foi “caçado”, julgado e apanhou 25 anos de cadeia. Dois anos depois dos acontecimentos, � lha e mãe ainda vivem com as mazelas (físicas e psicológicas – vivem em constante descon� ança, por exemplo) deste crime que uniu mais do que separou uma comunidade em Trevões, S. João da Pesqueira. Sobre o homem conhecido por “Palito”, a po-pulação foi unânime em o condenar pelos crimes cometidos, mas a “perdoar-lhe” a obsessão que tinha pela ex-mulher.

SERIAL KILLER MATOU TRÊS JOVENS EM SANTA COMBA DÃOÉ considerado um dos mais macabros crimes da história de Portugal. Um ex-cabo da GNR foi o responsável pela morte de três jovens, suas vizinhas. Matou-as, escondeu os corpos e andou a ajudar a polícia a tentar resolver o mistério. Foi em junho de 2016, em Santa Comba Dão. António Costa, que � cou conhecido como o “serial killer” residia em Cabecinha de Rei, próximo das três jovens assassinadas: Isabel Isidoro, Joana Oliveira e Mariana Lourenço. Conhecia-as desde crianças e mantinha um contacto quase diário com as respectivas famílias. A descoberta de que era o autor do desparecimento e morte das vítimas provocou uma ‘onda de choque’ e sentimentos de revolta na população local, incrédula pelas atrocidades atribuídas ao ex-GNR.Isabel Isidoro terá sido a primeira vítima do antigo militar da GNR: a jovem desapareceu a 24 de Maio de 2005, mas os pais não comunica-ram o sucedido às autoridades, por pensarem que tinha emigrado para França. O cadáver foi encontrado a 31 de Maio de 2005 na praia da

Figueira da Foz.O corpo de Mariana Lourenço - a segunda jovem a desaparecer, em Outubro de 2005 - foi encontrado no rio Mondego, na zona de Penacova: uma parte a 01 de Junho de 2006 e as pernas a 28 do mesmo mês. Joana Oliveira foi a última das jovens a desaparecer, alegadamente no percurso entre a escola onde estudava e a sua residência, a 8 de Maio de 2006, tendo o seu corpo sido encontrado a 24 de Junho, igualmente no rio Mondego, na barragem da Aguieira.Em 2007, o “serial killer” foi condenado a 25 anos de prisão que está a cumprir no estabelecimento em Santarém. Recentemente, a família tentou que fosse transferido para Coimbra para o poder ver com mais frequência, mas a solicitação foi recusada.

França. O cadáver foi encontrado a 31 de Maio de 2005 na praia da

MATOU NAMORADA À MARRETADA E DEIXOU-A NA BARRAGEM DE FAGILDE (VISEU)Inspirou um � lme e chamou a atenção para a vio-lência no namoro, trazendo para o debate público um problema silencioso. Foi o caso de Joana Fulgên-cio, a jovem que foi morta em 2009 à marretada pelo namorado e que a atirou dentro de um carro para uma ravina da Barragem de Fagilde, em Viseu. O rapaz, agora a chegar aos 30 anos, tinha 22 quando cometeu o crime. Em Tribunal admitiu que o relacionamento que mantinha com Joana Fulgêncio era conflituoso e com discussões frequentes. A 17 de novembro encontrou-se com a jovem estudante de Comunicação Social, no centro Comercial ‘Fo-

rum’, em Viseu, com o propósito de “conversarem” e “fazerem as pazes”, seguindo depois para um pinhal, em Teivas, que frequentavam para “fazer amor”. Neste mesmo pinhal e após discutirem, foi à bagageira do seu carro e pegou numa marreta com a qual acabou por lhe tirar a vida. Horas depois do crime, � ngiu para as autoridades que tinha sido víti-ma de carjacking e que não sabia da namorada. Foi “traído” pelas câmaras de � lmar de um bar junto à Barragem de Fagilde. O assassino, David Saldanha, foi julgado em 2010 e apanhou 18 anos de cadeia.Para a família de Joana Fulgêncio está longe de terminar este caso. A mãe, para quem a “ausência incomoda e tortura constantemente”, sempre disse que a história não pode acabar aqui.

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DEGOLADA COM FACA DE COZINHA À FRENTE DOS DOIS FILHOS EM LAMEGOLília Monteiro tinha 20 anos quando o ex-compa-nheiro acabou com a vida desta jovem. Munido de uma faca, o homem degolou a vítima e nem a presença

dos filhos, um de quatro anos, o outro de três meses, o impediu de levar avante a sua

intenção. Uma tragédia “anunciada”. A jovem mãe tinha saído de casa

por estar farta de “levar porrada”. Duas semanas

depois, na manhã do 10 de junho de 2011, o assassino parou a motorizada à frente da casa onde a vítima se tinha refugiado. Após uma discussão, arrastou-a para a casa de banho e cortou-lhe o pescoço com uma faca de cozinha. Em Tribunal, testemunhos confirmaram que o menino de três anos não parava de gritar que a mãe deitou muito sangue... O casal era de Vila Verde, Resende, mas escolheu ir morar para Lamego. Cinco anos depois, os militares da GNR que ocorreram ao local ainda se recordam de ter visto o pai com os � lhos à espera que as autoridades chegassem. O homem foi julgado e apanhou 18 anos de cadeia.

MULHER LEVOU PORRADA, FOI ATINGIDA A TIRO E ACABOU POR MORRER AFOGADA NA CUNHA BAIXAO assassinato de Carla Silva aconteceu em 2007, na Cunha Baixa, em Mangualde. O autor foi o marido. Apanhou 20 anos de cadeia e o Tribunal deu como provado a “brutal violência empregue” e “vontade criminosa muito intensa” no ato cometido. Nos dias de hoje, as pessoas ainda se sentem revoltadas por nas primeiras horas terem confortado o assassino que chorava por não saber da mulher. Tudo começou quando o corpo da Carla, de 30 anos, foi encontrado na lagoa da pedreira da Cunha Baixa ao � nal da manhã de 14 de Julho de 2007, um sábado, no dia seguinte a Paulo Silva ter comunicado o seu desapareci-mento a familiares, vizinhos e até à GNR e a ter partici-pado nas buscas. O que não se sabia, nessa altura, é que Paulo Silva foi quem nessa noite discutiu com a mulher, convenceu-a a acompanhá-lo à pedreira, perto da meia--noite, enquanto a � lha dormia. Ali atingiu-a com quatro disparos – primeiro quando a mulher se encontrava ao volante do carro e depois quando tentava fugir. Depois bateu-lhe na cabeça, fazendo com que ela mergulhasse na água da lagoa. No regresso a casa, lançou as luvas para a mata, quando chegou lavou-se e escondeu a t-shirt ensanguentada debaixo de uma telha.Além dos 20 anos de cadeia, Paulo Silva foi obrigado a pagar à � lha, na altura com dois anos, 150 mil euros pelos danos morais sofridos.

MATOU PAI EM CINFÃES POR CAUSA DE UMA GARRAFA DE VINHOEm 2013, o Tribunal de Cinfães con-denou um homem de 34 anos a 18 anos e meio de prisão. O indivíduo foi acusado de matar o pai com uma roda de uma charrua. Este foi o des-fecho de uma discussão que come-çou à mesa por causa de uma garrafa de vinho. Na aldeia de S. Cristóvão de Nogueira eram conhecidas as zaragatas entre pai e filho. Os dois, a lcóolicos, andavam sempre de “candeias às avessas”. Os berros e as acusações eram constantes e até ha-via quem adiantasse que mais cedo ou mais tarde alguém iria sair ferido. Não esperavam era que a violência fosse tão mortal. Em Tribunal, o juíz chegou a considerar a agressão de um “crime extremamente grave” em resultado de uma “descarga de raiva e de ódio”. Tudo começou quando a vítima agarrou a garrafa de vinho e tentou agredir o � lho, que se desviou e empurrou o pai. Já com o pai no chão, o assassino, na altura com 37 anos, desferiu vários pontapés e agarrou na roda de charrua com que bateu na cabeça do pai.

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TODOS AJUDAM NA CAÇA AO HOMICIDA DE AGUIAR DA BEIRA

Uma barba e cabelo grisalhos, uns olhos escuros ca ídos ou alguém que se assemelhasse, um pouco que fosse, ao homem da fotografia, o mais procurado do país, eram motivos para que os telefones dos quartéis tocassem. Do outro lado um “Estou sim? É da polícia? Acho que estou a ver o homicida de Aguiar da Beira”. Desde que Pedro Dias fugiu, de-pois de há mais de uma semana ter atingido mortalmente um mi-

VIOLOU, MATOU E ATIROU IDOSA PARA CAIXOTE DO LIXO EM MOIMENTA DA BEIRACarlos Almeida, de 40 anos, foi condenado pelos crimes de violação (seis anos e meio de prisão), homicídio quali� cado (18 anos de prisão) e ocul-tação de cadáver (um ano e três meses de prisão), o que resultou na pena única de 21 anos de prisão. Matou uma mulher de 74 anos em Sarzedo, Moimenta da Beira, em fevereiro de 2015. Antes de a matar através de “as� xia mecânica”, esganando-a, obrigou-a ter relações sexuais. Um saco do lixo de Carlos Almeida que continha os chinelos e toalhe-

tes com vestígios biológicos da idosa e que foi depositado, juntamente com o cadáver, no contentor situado a poucos metros de casa foram as provas que rapidamente levaram ao autor do crime. As autoridades policiais não tiveram di� culdades em encontrar provas para condenar o homem que, segundo o Tribunal, agiu “com frieza e insensibilidade perante as consequên- cias da sua conduta”, não confessando o qu e t i n h a fe i to e “tenta ndo a fasta r de si qua lquer responsabilidade”.

O CATEQUISTA ASSASSINO DE TONDELAPaulo Ferraz, de 38 anos, foi condenado a 25 anos de prisão por dois crimes de homicídio quali� ca-do. Em julho de 2010 matou o pai e a madrasta a tiro e com golpes de machado. O homicida, que era catequista e funcionário administrativo do Hospital de Tondela, deixou a população de Póvoa de Baixo, em Tondela, em estado de cho-que. Primeiro porque ninguém esperava que um homem da terra pudesse ter tal atitude, embora as discussões fossem uma constante. Depois por causa da gravidade do crime. No meio de um desentendimento com a madrasta, atacou-a com golpes de machada e a seguir mandou-lhe um tiro de caçadeira. A seguir matou o pai também com um tiro.

litar e um civil e ter ferido outros dois, um deles também militar da GNR, em Aguiar da Beira, que as forças de segurança deixaram de ter mãos a medir. Ora no terreno, ora nos quartéis onde, de quando em vez, lá aparecia mais alguém que dizia ter avistado o duplo homicida.Houve quem o tivesse visto em S. Pedro do Sul, em Espanha, em Arouca, em Montalegre, em Vila Real, em Viseu, em Seia e em tantos outros locais. Ainda esta semana, em Viseu, um transeunte alertava a PSP para a possível presença do “piloto” na cidade. A testemunha dizia que Pedro Dias estaria perto do tribunal de Viseu. Na altura as buscas con-centravam-se numa localidade de Vila Real, que � ca a praticamente 100 quilómetros de distância, mas o alerta foi dado. O momento mandava que não se descurasse qualquer pista e rapidamente uma brigada se deslocou ao local. O homem era parecido mas não era quem se procurava. Estava

con� rmado: mais um falso alarme. O medo, a descon� ança e a vontade em querer ajudar a capturar um homem con-siderado perigoso podem justi� car as chamadas “que foram sendo recebidas em alguns postos”, como frisou fonte da PSP. Em Viseu não foi uma prática recorrente mas as zonas onde as descon� an-ças eram maiores, como Arouca ou Vila Real, os telefones eram mais estridentes. O primeiro relato de avistamento de Pedro Dias foi algumas horas depois de este ter d isparado contra quatro pessoas em Aguiar da Beira, no passado dia 11. Uma testemunha assegurava que tinha visto o “piloto” a fugir a pé, no Ca nda l, em S . Pedro do Su l . Depois disso surgiram relatos em Montalegre, Salamanca, Arouca (onde roubou uma viatura, no passado domingo, dia 16) ou Vila Real (onde foi encontrada essa mesma viatura, no dia seguinte).

A fuga de Pedro Dias desde cedo mobilizou centenas de meios, desde elementos da componente territorial e de trânsito a militares da unidade de intervenção e da investi-gação criminal e a eles junta-ram-se os cidadãos atentos, descon� ados e em alerta e que por momentos se tornaram verdadeiros “experts” na ajuda à caça ao homem. - MC

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LAMEGOTexto Iolanda Vilar

DEPUTADO DEIXOU ASSEMBLEIA MUNICIPAL EM POLVOROSA AO DENUNCIAR CASO DE ALEGADO ASSÉDIO SEXUALEM CAUSA UM DOS NOMES QUE INTEGRA LISTA PARA JUÍZES SOCIAIS E QUE ESTEVE EM DISCUSSÃO NO ÓRGÃO AUTÁRQUICO. DEPUTADO DA CDU NÃO QUER REVELAR NOME, MAS DIZ QUE TEM PROVAS

A Assembleia Municipal de La-mego apresentou uma queixa no Ministério Público depois

de naquele órgão ter sido levantada a suspeita de favorecimento ilícito em troca de favores sexuais. Os atos terão sido perpetrados por um elemento que faz parte da lista apresentada aquele órgão para a escolha de juízes sociais. A acusação foi lançada na última As-sembleia pelo deputado municipal João Pedro Melo que, perante a apresentação dos trinta nomes a votação para juízes sociais, se insurgiu contra a inclusão de um determinado elemento. Sem relevar o visado, o representante da CDU começou por dizer que era “primordial ter certas cautelas” quando se fazem

A existência de juízes sociais está prevista na Constituição para questões de trabalho, de in-fracções contra a saúde pública, pequenos delitos, execução de penas e outras “em que se justi� que uma especial ponderação dos valores sociais

ofendidos”.Cabe às Câmaras propor os nomes para depois serem aprovados pela Assembleia Municipal. As listas são enviadas ao Conselho Superior da Magistratura e ao ministro da Justiça, que nomeia

por despacho publicado em Diário da República. Os mandatos duram dois anos. Pode ser juiz so-cial quem tenha entre 25 e 65 anos, bastando além disso saber ler e escrever e nunca ter sido condena-do nem estar pronunciado por crime doloso.

QUEM SÃO OS JUÍZES SOCIAIS?

escolhas, para logo a seguir afirmar que “da lista faz parte um nome que, infelizmente, tem tido práticas pouco agradáveis na sociedade lamecense, práticas essas que utilizam a fragilidade humana de certas pessoas para obter favores ou benefícios sociais em troca de emprego”.As acusações criaram de imediato des-conforto em todos os membros da As-sembleia Municipal que exigiram que o deputado municipal fundamenta-se a acusação. Da parte dos socialistas, Agostinho Ribeiro criticou que se tenha “levantado o labéu em relação a todos os elementos da lista”, considerando que � caram “manchados os nomes de pessoas ilustres e idóneas”.Por seu turno, Ascensão Amaral,

que assume também as funções de presidente da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Lamego, lamentou que “tenha sido proferida uma acusa-ção demasiado grave”, não votando também na lista em questão.Francisco Lopes, presidente da autarquia, disse ter ficado “estupe-facto” com as acusações” e, perante o depoimento do deputado comunista, assumiu que será apresentada ao Ministério Público uma queixa para que a questão seja investigada.A polémica lista foi aprovada em sessão de Câmara no passado dia 29 de agosto, com três votos a favor, uma abstenção e um voto em branco. Contactado pelo Jornal do Centro, João Pedro Melo escusou-se a prestar

mais esclarecimentos, Referiu, no entawnto, estar disponível para prestar todos os esclarecimentos ao Ministério Público. “Estou a recolher provas e depoimentos de pessoas que podem sustentar as minhas palavras”, garantiu.O deputado explicou ainda não ser “parvo ao ponto de mencionar um nome” quando não tem toda a documentação, recordando que precisa “do aval dessas pessoas, que por vergonha têm medo de dar a cara”. Segundo o deputado, a pessoa em questão, mas da qual não diz o nome, aproveitou-se da “fragilidade humana e do facto de serem o único garante de rendimento familiar para obter aquilo que bem queria”.

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SANTA COMBA DÃOTexto Clemente António Pereira

MORTES NO IP3: AUTARCAS QUEREM MEDIDAS URGENTES UMA MOÇÃO APROVADA POR UNANIMIDADE NA CÂMARA DE SANTA COMBA DÃO EXIGE DA INFRAESTRUTURAS DE PORTUGAL MEDIDAS URGENTES E CONCRETAS PARA REDUZIR A SINISTRALIDADE NO IP3

O documento que recla ma por um IP3 mais seguro foi apresentado pelo vereador do

PSD, João Onofre, na autarquia de Santa Comba Dão. Nele, o autarca demonstra que este itinerário princi-pal que liga Viseu a Coimbra é, desde o seu início, uma via remendada, utilizada diariamente por mais de 18 mil veículos ligeiros e pesados e que há muito esgotou a sua capacidade de resposta. A referida moção será agora submetida à Assembleia Municipal. O documen-to vai ser ainda enviado a vários mu-nicípios atravessados pelo IP3 “para os � ns que tiverem por convenientes, designadamente, para uma tomada de posição conjunta relativamente a este tema junto do Governo”. “Merecíamos e merecemos uma estrada nova. O atual IP3 menos-preza os interesses e as vidas dos santacombadenses, mas também dos penacovenses, dos mortaguenses, dos

De quinze em quinze dias, a carrinha da Unidade de Saúde Móvel acaba um pouco com a solidão que atinge os idosos nas freguesias rurais de Tabuaço. Com uma população cada vez mais envelhecida, este concelho do Douro criou esta unidade para levar mais alento a homens e mulhe-res e prestar assim de forma regular cuidados de saúde primários.

O ponto de encontro, por norma, é o centro da povoação. Com o cartão da marcação da visita, idosos e não idosos, procuram manter atualizada a sua condição de saúde. Pequenas coisas que evitam dispendiosas e por vezes longas deslocações ao centro de saúde local. Desde 2010 que uma enfermeira faz a vigilância de rotina. Segundo fonte da edilidade, “a pres-

tação de cuidados básicos de saúde é primordial”, frisando que “para além de uma intervenção mais regular em pequenas questões de saúde, esta unidade veio trazer mais alento às po-pulações, em especial às mais idosas, que também vêm nesta unidade uma forma de matarem a solidão”.Com muitos quilómetros de roda-gem, a Unidade de Saúde percorre

quatro vezes por mês as 17 fre-guesias de Tabuaço. Entre vários atendimentos, pretende manter os cuidados de enfermagem no âmbito da hipertensão arterial, diabetes e enfermagem curativa, gestão de receituário, avaliando assim as necessidades mais urgentes quer a idosos e cuidadores, bem como à população em geral.

TABUAÇO

UNIDADE DE SAÚDE MÓVEL ACABA COM SOLIDÃO

tondelenses e dos viseenses. Está visto que não chega. Chegou a hora de dizer Basta! É preciso uma nova estrada que sirva os interesses das populações por ele atualmente atravessado. Uma estrada que traga vida e não que leve à morte”, sustentou o vereador do PSD aquando da apresentação do documento em reunião do executivo .Segundo João Onofre, “o Governo não estará a afetar as receitas da Contribui-ção de Serviço Rodoviário (CSR), para financiar a rede de estradas a cargo das Infraestruturas de Portugal, como deveria ser feito”. “Ora esta situação

não poderá deixar de ser preocupante, porquanto, o que já está construído não estará, eventualmente, a ser objeto de manutenção e reparação. O IP3 possui sinalética queimada pelo sol, piso irregular, taludes destruídos, pintura desgastada e sem luminosi-dade, escoamento de águas pluviais deficiente, entre outros problemas conhecidos”, alertou.Também a Liga dos Bombeiros Por-tugueses demonstrou grande preo-cupação face ao número de mortes veri� cado no IP3 no decurso deste ano e exigiu medidas urgentes.

A requalificação e modernização da Escola Básica de Santa Comba Dão vai arrancar em julho de 2017 e tem um investimento de 200 mil euros. Vai ser intervencionada toda a estrutura exterior do edifício. O Mu nicípio de Sa nta Comba Dão a ss i nou já u m acordo de cooperação com o Ministério da

Educação. Para o presidente da Câ-mara Municipal, Leonel Gouveia, “esta obra representa mais uma importante etapa na concretização de um conjunto de investimentos que o Município tem programado para o parque escolar do conce-lho” e vai melhorar as condições térmicas e de climatização deste

estabelecimento.O protocolo agora assinado encon-tra-se integrado no “Pacto para a Coesão e Desenvolvimento Terri-torial da CIM Dão Lafões” a execu-tar no âmbito do Programa Opera-cional Regional “Centro’2020”.Nesta intervenção está também prevista a substituição de portas e

janelas exteriores do edifício, bem como a substituição da iluminação convencional por luminárias que utilizam tecnologia led. É esperado ainda o reforço desta verba (200 mil euros) em meio milhão de euros para recuperar e melhorar todo o miolo interior do edifício.

ENSINO

INVESTIMENTO DE 200 MIL EUROS PARA REQUALIFICAR E MODERNIZAR ESCOLA BÁSICA

Uma via remendada, utilizada diariamente

por mais de 18 mil veículos ligeiros

e pesados e que há muito esgotou a sua

capacidade de resposta

João Onofrevereador do PSD

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Quinta do Sobral Tinto Reserva 2013 é a Melhor CompraUM DOS SEIS VINHOS PORTUGUESES NOS 100 VINHOS SELA-CIONADOS PELO GUIA DA “WINE & SPIRITS”

Já saiu o 30º Guia Anual de Compras da Norte Americana Wine & Spirits, uma das mais conceituadas publicações relacionadas com o vinho do mundo.

Nesta publicação os seus crí� cos selecionam 100 vinhos catalogados como sendo as melhores compras. Desta lista constam 6 vinhos portugueses selecionados pela sua relação qualidade preço, área em que Portugal se tem vindo a dis� nguir largamente de outros produtores mundiais, com os entusiastas a descobrirem a qualidade dos nossos vinhos aliada a preços muito apela� vos.

Nesta lista encontramos um vinho do Dão, o Quinta do Sobral, o que vem atestar a qualidade dos vinhos que têm vindo a ser produzidos nesta região e que demonstram que para se beber um bom vinho não é necessário deixarmos metade do ordenado na Adega.

O Quinta do Sobral Reserva Tinto de 2013 obteve 91 pontos e é um vinho que se caracteriza pela sua cor rubi concentrada, aroma complexo com frutos silvestres, especiarias e notas fumadas. É um vinho que apresenta um bom volume, com taninos polidos e um fi nal longo e envolvente. É ainda caracterizado como tendo um notável equilíbrio entre a intensidade de frutos vermelhos e o envelhecimento em madeira, com excelente integraçãoo dos taninos, evidência de notas de azeitonas pretas e a presença herbácea, � pica do seu “Terroir” de montanha. Segundo os crí� cos este é um vinho elegante, fresco e suave, sendo ó� ma para acompanhar carne de porco com molho de ervas fi nas.

Da lista constam ainda os vinhos Quinta da Aveleda, Quinta Foz de Arouce, Luís Pato, Vér� ce e Jus� no s Madeira. O Quinta do Sobral Reserva Tinto 2013 custa cerca de 7€, como vê um preço perfeitamente acessível!

FICHA TÉCNICAQuinta do Sobral Reserva Tinto 2013

Cor Rubi concentrada, aroma complexo com frutos silvestres, especiarias e notas fumadas. Apresenta um bom volume, com taninos polidos e um fi nal longo e envolvente.

CASTAS | Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta RorizTEOR ALCOÓLICO | 14%ACIDEZ TOTAL | 5,7 g/L

PH | 3,80AÇUCAR TOTAIS | 3,1 g/L ENÓLOGO | Carlos Lucas

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Depois de em anos anteriores ter criado apoios para f ixar médicos em Cinfães, a autarquia leva a cabo mais uma série de me-didas que visa colmatar a lacuna nos cuidados de saúde. O apoio, que terá um limite de três anos, visa dar resposta à falta de clínicos, em especial no Posto de Saúde de Nespereira.Com cerca de 20 mil habitantes, o concelho de Cinfães é um dos que se debate com graves lacunas a nível de saúde, o que obriga as populações a deslocarem-se a unidades no distrito do Porto. Em Nespereira, se-gundo a autarquia, é urgente acabar com a falta de médicos e avançar com obras de conservação no Centro de Saúde local. O au-tarca recorda que o quadro clínico tem mais doentes por médico do que seria desejado. Armando Mourisco refere que já fez chegar o eco das suas preocupações às entidades competentes.Nesse sentido e reconhecendo que, “não sen-do a contratação de médicos uma competên-cia das autarquias, estas não se podem alhear dos problemas que afetam as pessoas. É nossa

obrigação criar todos os mecanismos de incentivos à melhoria dos cuidados de saúde no Concelho, sobretudo na área da medicina familiar e da fixação de médicos de família”, frisa o edil.Para incentivar a ida de clínicos para Cin-fães, além do pagamento do arrendamento da habitação dos médicos, a nova proposta agora aprovada pela autarquia propõe o pagamento de despesas de deslocação desde o local de residência até ao local de trabalho.“Decidimos acrescentar ao incentivo já em vigor desde o final de 2014 - o do apoio ao arrendamento até um máximo mensal de 500 euros - a alternativa do pagamento das despesas de deslocação, sejam combustível, portagens ou transportes públicos até ao limi-te de 300 euros ”, explica Armando Mourisco, O pagamento de despesas de deslocação entrou em vigor no início do ano e abrange os médicos que se fixem em Cinfães e não pos-suam residência no concelho. Este incentivo está disponível para um número máximo de quatro médicos.

CINFÃES

POSTO DE NESPEREIRA CONTINUA SEM MÉDICOS

TONDELATexto Sandra Rodrigues

CONTRATAÇÃO DE ADVOGADA LIGADA AO PSD CONTESTADA EM MOLELOSSOCIALISTAS ACUSAM JUNTA DE FREGUESIA DE ILEGALIDADE. PRESIDENTE JUSTIFICA ESCOLHA COM O FACTO DO GABINETE SER ESPECIALISTA EM LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA

A contratação de uma advo-gada, dirigente do PSD em Viseu, pela Junta de Fregue-

sia de Molelos (Tondela) levou os socialistas a contestarem a escolha e a acusarem a autarquia de ilegali-dade. O PS anunciou ainda que vai participar judicialmente os factos relacionados com a aquisição do serviço.A Comissão Política Concelhia do PS, em conferência de imprensa, de-nunciou que a Junta (PSD) contratou “ilegalmente” a advogada e o seu só-cio porque prestaram serviços “antes destes apresentarem um orçamento e antes da Junta ter deliberado a sua contratação”. Afirmam que a delibe-ração para recorrer aos serviços do escritório da advogada Ana Paula Santana ocorreu a 4 de março, mas que antes, a 5 de fevereiro, a Junta já tinha passado uma procuração ao escritório de advogados para a repre-sentar numa ação de contestação na Entidade Reguladora da Comunica-

ção Social (ERC).O presidente da Junta de Freguesia de Molelos, José Dias, sustentou, por seu lado, que a presença da advogada na ação de contestação foi feita de forma “gratuita” e que a Junta aca-bou por contratar este escritório de Viseu por os seus elementos estarem “dentro da legislação autárquica”. “Foi esse o nosso critério, tal como

temos outro gabinete a prestar-nos serviço e que é, por exemplo, es-pecialista em baldios”, explicou o autarca.Os serviços de Ana Paula Santana, que já foi vereadora na autarquia viseense eleita pelo PSD, foram requeridos pela Junta por causa da polémica que opõe este órgão autárquico ao eleito e membro da

Assembleia de Freguesia, Luís Fi-gueiredo, e que envolve a filmagem das reuniões. O também diretor do jornal Augaciar já foi detido pela GNR por ter recusado a desligar a câmara de filmar, um caso que já se arrasta desde dezembro de 2015 e que tem obrigado à suspensão, desde então, das reuniões da Assembleia de Freguesia.

Socialistas denunciaram ilegalidades em conferência de imprensa

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NELASTexto Clemente António Pereira

SOCIALISTAS COM REUNIÃO LONGA MAS POUCO CONCLUSIVA

PLENÁRIO DO PS POUCO CONSENSUAL EM TORNO DA CANDIDATURA ÀS AUTÁRQUICAS 2017. UMA MOÇÃO A FAVOR DE BORGES DA SILVA COMO CANDIDATO E OUTRA A PEDIR A DEMISSÃO DO PRESIDENTE DA CONCELHIA FORAM APRESENTADAS, MAS NÃO CHEGARAM A SER VOTADAS

Cerca de 70 militantes do PS partici-param no plenário para clarificar a candidatura às eleições autárquicas de 2017 em Nelas. No encontro foram apresentadas duas moções: uma de louvor ao trabalho desenvolvido pelo atual presidente da Câmara, Borges da Silva, e de apoio à sua recandidatura e outra a exigir a demissão do presi-dente da Comissão Política Concelhia, Adelino Amaral. Nesta última moção, os signatários repudiam as posições que dizem ser de oposição ao atual autarca, e que são assumidas pelos vereadores do PS, Adelino Amaral e

Alexandre Borges. Acusam-nos de estarem a fazer uma “coligação ne-gativa” ao atual executivo, conforme refere um dos subscritores das duas moções, António Borges, presidente da Assembleia Municipal de Nelas, também eleito pelo PS.Segundo António Borges, “as mo-ções acabaram por não ser votadas, porque o atual líder da Comissão Política Concelhia do PS de Nelas manipulou o plenário convocado pelo Secretariado do PS, ao longo de quase quatro horas, impedindo que outros militantes pudessem intervir, adiando sucessivamente que as moções fossem lidas e votadas”. Adelino Amaral, presidente da Con-celhia do PS Nelas, rejeita as acu-sações, af irmando não fazerem “qualquer sentido”. “Sempre que alguém quis intervir fê-lo livremente, tanto que ao longo dessas quatro horas de plenário registaram-se mais de uma dezena de intervenções e houve até militantes que falaram mais do que uma vez. Alguns deles usaram da palavra por seis, ou mais vezes”, disse.

A título de exemplo, Adelino Amaral assegura que registou intervenções de militantes como Américo Borges, Pedro Borges, Aires dos Santos, Maia Rodrigues, Sofia Relvas, Carla Fran-cisco, Borges da Silva, António Borges, entre muitos outros.Por sua vez, António Borges acusa Adelino Amaral de ter estado a falar “durante mais de três horas e ocupou a maioria do tempo, como estratégia, para impedir que as moções fossem apresentadas e votadas”.Adelino Amaral rejeitou também este argumento e alegou que “as duas moções foram apresentadas tardia-mente por um grupo de militantes que tinha como principais subscritores Francisco Cardoso e António Borges, entre outros.Perante o impasse criado, dezenas de militantes acabaram por abandonar a sede do PS. Alguns demonstraram de forma clara que se sentiam defrauda-dos e muito agastados com a situação e lamentaram ter estado ali ao longo de “tantas horas, sem qualquer solução”. Também Adelino Amaral refere que este plenário “foi uma fantochada” e adianta que se tratou de “uma manobra suja e conspirativa para tomar de assalto os destinos da Concelhia do PS”. “Nós não podemos aceitar e pactuar com este tipo de comportamentos que não fazem qualquer sentido” disse. Alguns militantes do PS dizem ter presenciado a “mais um capítulo ne-gro nesta novela”. Na reunião foi ainda abordada a atual situação financeira do PS, considerada “difícil, já que não têm feito transferências de verbas para as Concelhias”, revelou Adelino Amaral.

Os presidentes de junta de Penalva do Castelo aproveitaram as reu-niões preparativas do Orçamento Municipal de 2017 para reclamar melhores infraestruturas rodoviária. O executivo liderado por Francisco Carvalho esteve a auscultar os prin-cipais anseios dos presidentes das 11 Juntas de Freguesia do concelho. O autarca anunciou que o Orçamento Municipal para 2017 será de oito milhões de euros.A principal preocupação transversal a todas as freguesias do município de Penalva do Castelo está relacionada

com a melhoria das estradas e arranjos de arruamentos.Segundo o autarca de Penalva do Castelo, muitas destas reivindicações já constavam das Grandes Opções do Plano de 2014 a 2017 e muitas delas já estão colmatadas. “Agora falta o restante que está relacionado com melhores acessibilidades, com inter-venções a realizar no pavimento de alguns arruamentos, bermas, passeios e passadeiras para peões”, frisou. Francisco Carvalho garantiu que para completar o que ainda falta fazer “existe uma dotação de 30 mil euros

para os poucos quilómetros que ainda estão por concluir”.Outra das preocupações mencionadas nas reuniões por parte da generali-dade das freguesias do concelho esta relacionada com questões ambientais, nomeadamente, na reparação da rede de esgotos e limpeza de fossas.Em termos globais, o Orçamento de 2017 prevê a distribuição por todas as 11 freguesias do concelho de uma dotação orçamental de 400 mil euros, para assegurar as suas atividades gerais do dia-a-dia e para pequenas intervenções locais.

PENALVA DO CASTELO

FREGUESIAS QUEREM MELHORES ESTRADAS E PASSEIOS

No ocaso do Estado Novo e, apesar da frugalidade e austeridade próprias de Oliveira Salazar, era vox populi uma quadra aleivosa: “… Portugal é País de bananas governado por bando de sacanas…”. O “Homem das botas” era integralmente honesto no que toca às mordomias e às � nanças pessoais, morreu pobre, mas sabia que o rodeava alguma gente pouco recomendável, apesar de escolher o que pensava haver de menos mau.Que adesão pode haver a este respeito, quando, no presente Orçamento, ainda em discussão, se verifica um aumento das pensões cujo valor ultra-passa os 264 €/mês? Nenhuma.Curiosamente, as pensões de valor inferior terão indexação simbólica. É pouco! É gozar com os mais pobres!As “pensões rurais”. O seu valor ronda os 201 €/mês, mas não terão(!?) direito aos 10 € de aumento, pela sim-ples razão de terem sido aumentadas pelo Governo de Passos Coelho.Sabemos que o mundo rural não vive apenas das “miseráveis pensões” de 201 €, pois junta, com o seu labor, luta e sacrifício, algo da chamada “agri-cultura de subsistência”. O vinhito, algum produtor direto que os capan-gas de Salazar mandaram erradicar, sem o conseguir, pois nos lameiros outra variedade não se dava; as batati-tas, as hortaliças e, se a ASAE deixar, o porquito que, os descendentes vêm buscar nas épocas festivas.Mesmo com esta economia de sub-sistência, 201 € é incrivelmente baixo para comprar os géneros alimentícios necessários e não produzidos domi-ciliariamente e, ainda mais ridículos serão se for preciso recorrer à medici-na privada, já que o S. N. S. está pelas ruas da amargura.Assim, é corrente ver “velhinhas” car-regadas com um molho de lenha ou vides à cabeça, pois o gás tem preço proibitivo.Entretanto, o País está em festa permanente e tornou-se um casino (jogos para todos os gostos).Pela minha parte, fique o Sr. Costa com o meu valor da sobretaxa e do IVA da restauração e, reencaminhe este valor para um “aumentozinho” das lamentáveis pensões rurais. Ou então experimente viver com 201€/mês, mais os haveres agrícolas.O que mais me espanta é o aparente autismo do P.C.P., por quem sempre nutri o maior respeito, pela razão da sua história e coerência.Última hora: o Ministro da S. Social descobriu que Portugal é “… País com demasiada pobreza…”! Um génio!

AMÉRICO NUNES

Classe Média

OPINIÃO

REGIÃO

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REGIÃO

S. PEDRO DO SULTexto José Ricardo Ferreira

PARQUE URBANO E REQUALIFICAÇÃO DA ANTIGA CADEIA APROVADOSREQUALIFICAÇÃO URBANA ESTÁ DIVIDIDA EM TRÊS FASES. OBRAS DEVEM IR PARA O TERRENO MUITO EM BREVE

A candidatura apresentada pelo município de S. Pedro do Sul ao programa Centro

2020 no âmbito do Plano de Ação de Regeneração Urbana (PARU) foi aprovada. Com um investimento total de 1 milhão e 400 mil euros, o projeto de requalificação urbana está dividido em três fases. A pri-meira inclui a reabilitação de todo o espaço envolvente à antiga cadeia da cidade, onde será construído um parque infantil, espaços verdes e ainda 51 lugares de estacionamento. Esta intervenção já foi alvo de um concurso público e em breve deverá ter início. A segunda fase, que é das três a mais emblemática, engloba a construção do Parque Urbano do Nogueiral na zona ribeirinha do Lenteiro do Rio.

O terreno onde será edificado um espaço de lazer e desporto ao ar livre ainda pertence a privados pelo que a autarquia vai avançar com a expro-priação do mesmo. “O novo parque da cidade vai desde o Centro de Saúde até ao Lenteiro do Rio, numa área de cerca de seis hectares. Que-remos dar outra vida à nossa cidade, fazer com as pessoas se sentiam bem, que as crianças possam andar em liberdade, com muitos espaços verdes, zonas de lazer, circuitos de manutenção. Está ainda prevista a construção de um grande parque de estacionamento, um parque de

atividades, um bar de apoio, e possi-velmente a central de camionagem. Será um novo espaço que ligará a ponte ao centro da cidade”, adianta o presidente da edilidade sampedren-se, Vítor Figueiredo. A terceira fase da PARU compreen-de a reabilitação do edifício do ex-estabelecimento prisional de S. Pedro do Sul. No imóvel será insta-lada a futura biblioteca municipal, um espaço de cultura e de lazer e ainda os serviços municipais de cultura, educação e ação social que neste momento estão espalhados por alguns edifícios da cidade.

“Não há verbas, não pode haver pro-jeto”, lamenta José Tulha, presidente da Câmara de S. João da Pesqueira perante o recuo na criação de um passadiço entre as Bateiras e Vargelas. O investimento que já esteve previsto em anteriores quadros comunitários de apoio fica agora na gaveta.Localizado ao longo da marginal duriense, na Estrada Nacional 222,

este caminho pedonal pretendia “proporcionar um local onde se pudesse apreciar uma das mais su-blimes paisagens do Douro”, refere José Tulha.Em 2005 houve já um estudo para que os passadiços fossem uma rea l idade, sendo que o projeto tinha uma baliza máximas de meio milhão de euros.

S. JOÃO DA PESQUEIRA

PASSADIÇOS DO DOURO NA GAVETA

A segunda fase, que é das três a mais emblemática, engloba a construção do Parque Urbano do Nogueiral na zona ribeirinha do Lenteiro do Rio

O município de S. Pedro do Sul está a ponderar reforçar o montante do orçamento participativo no próximo ano. Nas duas primeiras edições, a iniciativa tinha afeta 30 mil euros, um valor que poderá ser aumentado em 2017 “para criar mais oportuni-dade”, avançou o vice-presidente da autarquia, Pedro Mouro.Certo é que em 2017 o orçamento participativo vai sofrer algumas alterações ao nível do regulamento. No próximo ano só poderão votar munícipes com 18 anos, até agora podiam participar jovens a partir dos 16 anos. Vai ser possível também aos cidadãos votarem em mais de uma proposta, o que até agora era impossível. Este ano o orçamento participativo foi ganho pelo projeto de construção de um “Parque Intergeracional” em Carvalhais. A ideia apresentada por Domingos Marques, com vista à criação de um espaço para a prática do desporto e atividades ao ar livre para todas as idades, recebeu 339 votos. Segundo o promotor, a obra vai nascer no centro de Carvalhais e prevê a construção de mesas de leitura, casas de banho e aparelhos para quem corre e caminha. “Vamos compor mais um bocadinho aquele centro que se encontra abandonado. Espero que corra tudo bem e que a Câmara nos ajude a fazer o projeto no próximo ano”, referiu Domingos Marques. Das 29 propostas entregues ao orça-mento participativo, 13 passaram à fase de votação online e presencial, um número que deixou satisfeito Pedro Mouro. “É salutar termos 29 propostas. Já é um sinal claro da participação dos cidadãos”, subli-nhou o autarca na sessão pública de apresentação dos resultados do projeto de democracia participativa.

ORÇAMENTO PARTICIPATIVO PODERÁ SER ENGORDADO EM 2017

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especial

Feira da Maçã de Armamar

MAÇÃ DE ARMAMAR É “MAÇÃ DE MONTANHA”

O conceito “Maçã de Mon-tanha” surge em Armamar pelo facto de se cultivarem as maçãs, em circunstâncias muito especiais, com refle-xos diretos no produto final.No concelho a cultura da maçã desenvolve-se a cotas de altitude que variam en-tre os 500 e os 800 metros e isso permite, segundo os es-pecialistas, obter frutos com características únicas: “mais aromáticas, mais crocantes e mais saborosas que outras, das mesmas variedades, pro-duzidas em diferentes re-giões do país. Segundos os dados da autar-quia no concelho de Arma-mar são produzidas mais de 75 mil toneladas por ano, um

valor que tende a aumentar por força dos investimen-tos na plantação de novos pomares e na requalifica-ção dos existentes, do apu-ramento contínuo das técni-cas e tecnologias aplicadas ao processo produtivo e da melhoria das redes de rega criadas.Numa estratégia de promo-ção e colocação nos merca-dos a marca “Armamar, Ca-pital da Maçã de Montanha” já está registada. A Feira da Maçã, evento anual, orga-nizado pela câmara munici-pal em conjunto com a As-sociação de Fruticultores de Armamar pretende apoiar os produtores e promover a marca e o produto.

20 PRODUTORES, 10 MIL QUILOS DE MAÇÃ E TRÊS DIAS DE FESTA

Mais de 10 mil quilos de maçãs vão estar à ven-da durante três dias na

feira que se realiza entre os dias 21 e 23 de outubro em Armamar. São cerca de 20 os produtores que vão ocupar os mais de 24 metros de expositores. São os representantes de um concelho que é responsável de 25 por cen-to da produção da maçã a nível nacional.Para esta edição da Feira, a au-tarquia de Armamar em con-junto com a Associação de Fru-ticultores do concelho lançou o desafio aos produtores para, em conjunto, fazerem a venda e promoção do seu produto. Jorge Augusto, da Associação, expli-cou que em vez de cada produ-tor/armazenista ter o seu stand, todos os que participam vão ter

a sua maçã a ser vendida pela Associação que disponibilizou caixas e preços iguais. “As cai-xas têm o nome do produtor, o calibre e a variedade da maçã. Os preços podem variar entre os 60 cêntimos e um euro”, disse o também responsável pela em-presa Maçã BemBoa.Esta é uma das inovações des-te evento onde o visitante pode ainda conhecer os vinhos Douro, Porto e Távora Varosa, além da gastronomia e do artesanato lo-cal. “Desta forma conseguimos que mais produtores se juntas-sem à Feira. Em edições ante-riores, apenas apareciam pouco mais de meia dúzia e eram sem-pre os mesmos”, salientou Jorge Augusto, satisfeito com a ade-são. “Gostaram da ideia e isso é muito bom”, concluiu.

AÍ ESTÁ MAIS UMA EDIÇÃO DA FEIRA DA MAÇÃ DE ARMAMAR. ORGANIZADA PELA CÂMARA MUNICIPAL E PELA ASSOCIAÇÃO DE FRUTICULTORES PRETENDE SER MAIS QUE UM CERTAME DE PROMOÇÃO DA MAÇÃ DO CONCELHO

TRÊS DIAS DE FESTA E PROMOÇÃO PARA A “MAÇÃ DE MONTANHA”

Mais de uma centena de ex-positores vão marcar pre-sença este ano em mais

uma edição da Feira da Maçã de Armamar. O certame acontece este fim de semana, nos dias 21, 22 e 23 de outubro. Durante os três dias, sexta, sábado e domingo, os visitantes vão poder tomar con-tacto com empresas, sobretudo do setor agrícola, que fazem me-xer a economia do município. Na Feira da Maçã há também um espaço dedicado aos vinhos do Douro, Porto e Távora Varosa. São três regiões vinícolas de que o território do município faz par-te. As indústrias alimentares liga-das aos fumeiros e aos laticínios, com os queijos de cabra, sector também relevante no concelho, vão promover e dar a provar os seus produtos. Empresas ligadas ao turismo e prestadoras de ser-viços também têm o seus espaço no certame. Durante os três dias da feira as

coletividades culturais, a univer-sidade sénior e a banda de música do concelho também se mostram aos visitantes. Grupos de teatro de rua desenvolvem programas específicos dirigidos às crianças.A autarquia volta a contar com a parceria da CP Comboios de Por-tugal com preços especiais para quem utilizar o comboio como forma de chegar ao Douro e a Ar-mamar. As ligações entre a esta-ção de comboios da Régua e Ar-mamar são asseguradas pela Câmara Municipal.A Feira da Maçã de Armamar sur-giu em 2009, ano em que a então designada Feira das Atividades Económicas dava a conhecer os frutos do principal setor de ativi-dade do município, a agricultura. Na segunda edição, em 2010, mu-dou de nome, para Feira da Maçã de Armamar, para afirmar um produto diferenciador da agricul-tura Armamarense, no contexto do Douro Vinhateiro.

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REGIÃO

VOUZELATexto José Ricardo Ferreira

FEIRA DA PROTEÇÃO CIVIL JUNTA PROFISSIONAIS DO SETOR DURANTE TRÊS DIASSECRETÁRIO DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA INAUGURA PRIMEIRA EDIÇÃO DO EVENTO. PELO MENOS 30 EXPOSITORES ESTARÃO PRESENTES NO CERTAME

Numa organização da As-sociação Humanitária de Bombeiros Voluntários de

Vouzela (AHBVV) e Câmara Mu-nicipal local, o Pavilhão Multiusos Municipal vai acolher entre os dias 25 e 27 de novembro a primeira edi-ção do “Vouzela Protege” - Feira da Proteção Civil. O certame vai abran-ger áreas como a Proteção e Combate a Incêndios, a Segurança de Pessoas e Bens, o Socorro e Salvamento, a Segurança e Saúde no Trabalho e a Segurança na Circulação, nos Trans-portes e Comunicações. O objetivo é “dar a conhecer a missão, os meios e os recursos das entidades envolvidas na área da proteção civil, possibili-tando também o contacto direto e a interação com a população”.“Este é o primeiro evento do género no concelho e esperamos que tenha uma dimensão nacional. Trata-se de uma iniciativa que pretende promover a interação entre os diversos agentes das proteção civil, divulgando o trabalho que é feito e os meios existentes”, avançou o pre-sidente do município vouzelense, Rui Ladeira.Já Ca rlos L obo, presidente da Direção da AHBV V, informou que o evento estava a ser pensado há vários meses, surgindo de uma proposta do comando à qua l a direção respondeu positivamente.

A Câmara Municipal de Castro Daire e a Federação Portuguesa de Natação (FPN) assinaram o protocolo do Projeto “Portugal a Nadar” que visa envolver as comunidades à prática da modalidade. A cerimónia da assi-natura realizou-se entre o presidente da autarquia, Fernando Carneiro, e o presidente da FPN, António José Silva, e contou com a presença do presidente da Associação de Natação do Centro Norte de Portugal, Manuel Pereira.

Para a Câmara Municipal de Castro Daire, a assinatura deste protoloco “reveste-se de uma mais-valia muito importante”. “Primeiro, porque a certificação irá elevar o nível da qualidade dos serviços à população e, segundo, porque permite acolher mais vezes os jovens e realizar mais provas no Concelho”, afirmou o presidente da autarquia.Pedro Pontes, diretor técnico das Piscinas de Castro Daire, referiu que a adesão ao projeto Portugal a Nadar

“será certamente uma mais-valia para as piscinas municipais assim como para todo o concelho. Ao nível de infraestruturas é o que falta para complementar a qualidade reconhe-cida que já temos um contributo aos utentes para que possa ter um serviço melhor e usufruir deste projeto”.O Projeto “Portugal a Nadar” pre-tende agregar todas as entidades que têm escolas de natação ou gestão de piscinas com o intuito de acrescentar valor aos serviços prestados por essas

entidades. A FPN assume como prin-cipais objetivos o desenvolvimento da natação enquanto modalidade desportiva, que passam pela “adesão à Federação Portuguesa de Natação (Filiação), na criação de oportunida-des de contacto direto com os par-ceiros FPN (Cartão FPN), no acesso à formação profissional certificada para os seus quadros e colaboradores e na participação dos seus utentes em várias iniciativas de cariz lúdico ou desportivo com a tutela da FPN”.

CASTRO DAIRE

FEDERAÇÃO DE NATAÇÃO ASSINA PROTOCOLO COM AUTARQUIA

“Pensamos que vai ser uma iniciati-va muito importante para a área da proteção civil. Durante três dias, é nossa intenção ter aqui um evento de grande significado para o conce-lho de Vouzela, mas também para toda a região e país”, sublinhou. O comandante da corporação, Joaquim Tavares, espera que este seja um momento “marcante para a região e principalmente para todos os bombeiros e agentes de proteção civil que vão estar envolvidos”. “Es-peramos que haja receção da parte

dos bombeiros da região, do distrito e do país. Contamos com a presença de todas estas entidades ligadas à proteção civil para que no final seja o sucesso que a gente pretende”, referiu.

Simulacros marcarão eventoO programa do “Vouzela Protege” incluiu a realização de um semi-nário subordinado ao tema: “O passado, o presente e o futuro da Proteção Civil” e que contará com a presença de vários oradores de referência nacional. Durante a feira

vão decorrer igualmente simulacros com bombeiros da região e uma mostra de produtos e entidades, que estarão espalhados por 30 stands. A inauguração da primeira edição da iniciativa vai ser presidida pelo secretário de Estado da Adminis-tração Interna, Jorge Gomes. No distrito de Viseu já decorre um certame do género, mais concre-tamente na vila de Sernancelhe. A Expo-Protec, Feira de Atividades, Segurança e Proteção Civil aconte-ce de dois em dois anos.

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OLIVEIRA DE FRADESTexto José Ricardo Ferreira

ESGOTOS A CÉU ABERTO EM PINHEIRO DE LAFÕES

“OS VERDES” QUESTIONAM GOVERNO SOBRE SITUAÇÃO QUE, DIZEM, DECORRE HÁ MAIS DE DOIS ANOS. JUNTA ASSEGURA QUE O CASO ESTÁ RESOLVIDO.

A Junta de Freguesia de Pi-nheiro, em Oliveira de Fra-des, garante que o caso de

esgotos a céu aberto em Pinheiro de Lafões denunciado pelo Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) está resolvido. Segundo o PEV, esta é uma situação “que se arrasta há mais de dois anos” e que compromete não só a biodiversidade, como a saúde pública. “Os esgotos de Pinheiro de Lafões em vez de estarem a ser enca-minhados para a ETAR de Sequeiró estão a correr a céu aberto por meio da vertente abaixo em direção ao rio Vouga. É uma situação inadmis-sível por uma questão ambiental e de saúde pública. Até porque estes ef luentes são encaminhados diretamente para a albufeira da bar-ragem de Ribeiradio onde existem captações de água”, a� rmou Miguel Martins, dos Verdes. O dirigente visitou o local no dia

30 de setembro após ter sido aler-tado pela população, que se queixa deste problema “ já perdurar há bastante tempo” e de ter informado a Câmara Municipal “há mais de dois anos para corrigir” a situação. “O caso tornou-se cada vez mais visível após ocorrer um incêndio f lorestal naquele local e a verdade é que continua por resolver, o que é lamentável”, referiu Miguel Marins.Por causa desta questão, o PEV decidiu pedir explicações ao Mi-nistério do Ambiente. Os Verdes querem saber se o governo tem conhecimento da situação e “que medidas irão ser tomadas para que se proceda ao tratamento adequado destes ef luentes”. “O Ministério do Ambiente tem monitorizado a qualidade das águas do Rio Vouga a montante da barragem de Ribei-radio? A qualidade da água está dentro dos padrões aceitáveis?”, questionam ainda.

Problema solucionadoApesar das tentativas, o Jornal do Centro não conseguiu obter respostas do presidente do muni-cípio de Oliveira de Frades, Luís Vasconcelos. Já o presidente d a Ju nt a de Pinheiro, Carlos Rosa, negou que esgotos estejam a correr a céu aberto há dois anos como a f i r m a o PE V. “I s s o é u m a situação que está a ser acompa-nhada pela Câmara Municipal e que foi detetada agora porque é no meio do pinhal. Foi uma tampa que com a pressão subiu e assim que se descobriu foi corrigido. Está tudo resolvido”, assegurou.O autarca disse ainda que este caso “é único” na freguesia e que por ter sido “de imediato corrigido” não foi assim “tão grave”. “Nem tão pouco é perto das habitações”, acrescentou.

A Câmara de Sernancelhe tem em marcha uma alteração por adapta-ção do Plano Diretor Municipal de Sernancelhe com vista a facilitar a construção na zona da Barragem do Vi lar. Esta modif icação foi aprovada em Assembleia Municipal e decorre o período de apresentação de propostas.Segundo Carlos Santiago, autarca sernancelhense, esta modificação surge com vista à transposição das normas do Plano de Ordenamento

da Albufeira do Vilar. O edil re-corda que o seu executivo pretende ajustar as regras do PDM às norma-tivas nacionais, com vista a “per-mitir que o plano existente não seja demasiado limitativo”, frisando que por ser “retrógrado seja demasiado limitativo no que toca à construção ou possíveis construções na zona de albufeira”. O edil recorda que esta medida pretende também evitar que “haja dois pesos e duas medidas” no que toca ao PDM do

concelho.Carlos Santiago lamenta que Ser-nancelhe, mais especif icamente nas suas zonas de baixa densidade junto às albufeira, “seja prejudicado quanto à autorização de constru-ções, ao contrário do que acontece noutras zonas do litoral, onde se constrói de forma quase selvagem”. No entanto, recorda que possíveis construções naquele local só podem ser feitas “de forma ordenada e sem prejudicar o ecossistema”.

SERNANCELHE

ALTERAÇÃO DO PDM PARA FACILITAR CONSTRUÇÃO

Perante a conjuntura actual de crise, é comum as empresas com escassos recursos financeiros optarem por contactarem potenciais trabalhadores, qualificados ou não, para exercerem funções durante um determinado período com a promessa de celebração de um Contrato de Trabalho.Assim, com essa promessa, o potencial trabalhador desloca-se diariamente para o local, que pertence ou determinado pelo “fu-turo” patrão, onde utiliza os equipamentos ou instrumentos disponíveis para desen-volver a sua função, cumpre um horário e recebe ordens de um superior hierárquico, mas no final do mês, ao invés de receber a retribuição devida é surpreendido com a sua dispensa. O potencial trabalhador dispensado, muitas vezes, por não ser titular de um Contrato de Trabalho reduzido a escrito, julga que a nada tem direito, aceitando ou admitindo a inexistência de qualquer vínculo com aquele promitente patrão. Não é assim!Ora, o “Contrato de Trabalho é aquele pelo qual uma pessoa singular se obriga, median-te retribuição, a prestar a sua actividade a outra ou outras pessoas, no âmbito de orga-nização e sob a autoridade destas”, conforme estabelece o art. 11.º do Código de Trabalho. Assim, quando a relação entre a pessoa que se propõe a trabalhar e a pessoa de quem promete ou oferece o emprego em tudo se assemelha a uma relação laboral como a acima descrita, mas não reduziram a escrito esta relação por meio de contrato, desde o primeiro dia vigora um autêntico Contrato de Trabalho Sem Termo.A Lei não impõe a celebração de um ver-dadeiro contrato escrito para vigorar um Contrato de Trabalho com a imposição e descrição das obrigações inerentes às partes, pelo que no caso supra mencionado, a pessoa que exerceu as suas funções e que no � nal do mês ao invés da retribuição, foi dispensada, não pode � car desprotegida.In casu, atendendo à descrição da relação en-tre as partes é inequívoco que estamos perante um Contrato de Trabalho Sem Termo, contu-do, em caso de dúvida, o art. 12 .º do Código de Trabalho menciona as características que, a se veri� carem algumas, poderemos presumir que estamos na óptica de uma relação laboral. Assim, decorrido um mês de trabalho ainda se encontra em vigor o período experimental, que para a generalidade dos trabalhadores é de 90 dias, assistindo o direito a qualquer das partes de denunciar o contrato (não escrito) sem aviso prévio, sem a invocação de uma justa causa, e sem ainda, direito a indemni-zação. Porém a retribuição pelo seu trabalho, ou melhor, a contrapartida do trabalhador pelas funções desenvolvidas durante aquele período, é devida, não podendo o bene� ciário furtar-se ao seu dever, nomeadamente ao pagamento pontual. Resumidamente, se o empregador, no � nal daquele mês, entender que o trabalhador não é o mais indicado para a ocupação do cargo é-lhe perfeitamente lícito dispensá-lo, uma vez que o período experimental conferido por lei tem em vista esse � m.

CONTRATO DE TRABALHO

NELLY BRANCOAdvogada

NELLY BRANCO

CONSULTÓRIO JURÍDICO

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MORTÁGUATexto Clemente António Pereira

ACADEMIA “SABER MAIS” COM 22 “CALOIROS”SÃO MAIS 22 NOVOS ALUNOS A INSCREVEREM-SE PARA O NOVO ANO LETIVO DA ACADEMIA SÉNIOR DE MORTÁGUA. JUNTAM-SE AGORA AOS 54 QUE SE MATRICULARAM EM 2015, ANO DE ARRANQUE DESTE PROJETO

É um novo ano letivo na Aca-demia “Saber Mais”, escola que arrancou com mais 22

caras novas. No seu segundo ano de funcionamento, a Academia conta agora com 76 alunos. Os que fre-quentaram o primeiro ano regres-saram o que é, para os responsáveis, “um forte indicador de satisfação para todos os que decidiram voltar para continuarem adquirir novos conhecimentos e ajudar a consoli-dar o projeto e a sua aprendizagem”.Laurindo Marques, antigo bancário, que frequenta a valência pelo segun-do ano, garante que o balanço que faz “é muito positivo”. “Está a ser uma experiência nova e muito boa. Pelas coisas novas que tive oportu-nidade de aprender, pelo convívio, pela ocupação do tempo, porque nos incentiva a sair da cama mais cedo, e intelectualmente estamos ocupados. Tem sido muito enriquecedor quer no aspeto pessoal como intelectual”, conclui.Fernanda Meda é uma das novas inscritas. “Gosto de saber mais e como agora tenho mais tempo disponível resolvi vir aprender”. Maria Odete também é “caloira” na Academia. “Eu já fazia pintura, mas achei que aqui podia aprender algo mais abrangente e então decidi experimentar. O convívio também pesou na decisão, já que foi também um fator que me puxou para cá. Não podemos ficar parados no tempo, apesar da idade avançada”, diz.

Autarquia lança desa� oCriado pela Câmara de Mortágua, a Academia “Saber Mais” pretende colmatar uma necessidade sentida pelos seniores, que a partir de uma certa idade passam a ter mais tempo disponível para outras atividades. O projeto surgiu como uma resposta para essa realidade e ao mesmo tempo com o objetivo de fomentar a máxima de que “nunca é tarde para aprender e saber mais”, ao promover a partilha do conheci-mento numa base informal, � exível e multidisciplinar.O presidente da autarquia mostrou-se “sensibilizado e feliz” por ver tão significativo número de inscritos, defendendo que este é “um sinal de que este projeto vale a pena e constitui uma aposta ganha”. Júlio Norte a� rma que “é muito importante mantermo--nos ativos e atualizados”, destacando também “os valores da partilha e do convívio” e o fato da Academia ser frequentada por pessoas diferentes, com variadas pro� ssões e experiências de vida e até nacionalidades.

O autarca aproveita para lançar um desafio à Academia no sentido de colaborarem no trabalho que o mu-nicípio está a desenvolver relacio-nado com a temática das Invasões Francesas e na perspetiva da criação do futuro Centro Interpretativo, pedindo o seu envolvimento nesse projeto. “Seria muito interessante e úti l essa colaboração”, diz. Segundo Júlio Norte, há todo um campo de estudo, investigação e colaboração que a Academia pode desenvolver e que deve ser aproveitado. “É uma mais-valia colocar o vosso saber e a vossa colaboração ao serviço da comunidade, é também uma forma de valorizarem o fruto do vosso trabalho”, a� rma o autarca.

A Câmara Municipal de Tarouca está a preparar a criação de uma área de Acolhimento Empresarial e Logística. O investimento ainda não tem data para arrancar mas, se-gundo fonte da edilidade, já está em marcha a expropriação do terreno, na zona de Dalvares.Numa fase embrionária, o pro-je to pretende d a r respost a à s necessidades dos empresár ios locais, bem como sat isfazer os

pedidos de implementação de empresas e indústrias em Tarou-ca. De acordo com o vice-presi-dente, José Damião, o objetivo estratégico passa por “procurar d a r soluçõe s e re sponder aos pedidos de empresários de outros concelhos e zonas do país que considera m Tarouca um loca l apetecível para promover a sua fonte de trabalho”.Recordando a estratégia da edili-

dade para “captar investimento” e “criar postos de trabalho”, José Da-mião sublinha que “não podemos deixar perder esta oportunidade de desenvolvimento e criação de riqueza quando tanto se fala em melhorar as condições de vida das populações”.Localizado na freguesia de Dal-vares, o terreno com 28 500 m2 pretende ser “uma forma de � xar as populações e gerar rendimentos”.

TAROUCA

ZONA EMPRESARIAL EM CRIAÇÃO

SUN TZU E A LIDERANÇA

AUGUSTO ANTUNESDoutorado em Gestão

Bancário

Diversos autores sugerem que o papel dos líderes é serem agentes de mudança e, portanto, tornam-se cada vez mais importantes nos níveis mais altos de gestão já que, nestes estados, os gestores possuem autonomia cres-cente para efetuar mudanças sisté-micas. Em níveis menos elevados nas organizações, os comportamentos de liderança ou a aprendizagem através do treino como um substituto para a liderança, são elementos fundamen-tais de melhoria contínua. Awamleh diz-nos que, ao longo das últimas décadas, a investigação da liderança foi rejuvenescida por uma variedade de novas teorias que compartilham um reconhecimento comum de que a liderança é um fenómeno percetivo, i.e., engloba o processamento de informações para avançar num modelo abrangente de perceções de liderança. Uma referência histórica para respal-do da importância desta temática, leva-nos a citar Sun Tzu e a sua obra “A Arte da Guerra”, escrita 500 a.c., que realça a importância do espírito de corpo nas tropas, da confiança recíproca entre o general e o seu exército, assim como o necessário co-nhecimento do terreno, da envolvente e a utilidade de ter sempre em conta a psicologia do adversário.Algumas das observações deste autor mantêm, na sua grande maioria, uma espantosa atualidade, especialmente ao nível dos valores da liderança, e que se passa a citar: “Geralmente, quem ocupa primeiro o terreno e � ca à espera do inimigo está em posição de força; quem chega ao local mais tarde e se precipita no combate já está enfraquecido”; “O bom general traz o inimigo para onde quer lutar… e o exército vitorioso ataca um exército desmoralizado e derrotado”.Assim, diversos princípios incluídos neste livro, são usados modernamen-te na gestão empresarial.Entre outros fatores, Sun Tzu, dis-cutia a relação do soberano com a ligação ao seu comandante nomeado, i.e., as qualidades morais, emocionais e intelectuais de um bom general, a organização... O comando enquanto qualidades de sabedoria, sinceridade, humanidade, coragem e rigor. Em boa verdade, estes ensinamentos de antanho remetem-nos para Bennis (1991:1)“Gestor é aquele que faz as coisas bem, líder é o que faz as coisas certas”. Precisamos de bons líderes no mundo como do pão para a boca!

76 ALUNOS no segundo ano de funcionamento

OPINIÃO

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MORTÁGUATexto Clemente António Pereira

ACADEMIA “SABER MAIS” COM 22 “CALOIROS”

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MANGUALDETexto Irene Ferreira

“DA TRADIÇÃO À MODERNIDADE” NA FEIRA DOS SANTOSNO PRIMEIRO FIM DE SEMANA DE NOVEMBRO, A CIDADE DE MANGUALDE ACOLHE MAIS UMA EDIÇÃO DA SECULAR FEIRA DAS “FEBRAS”. ENTRE OS DIAS 4 E 6, MILHARES DE PESSOAS SÃO ESPERADAS NO CERTAME PROMOVIDO PELA CÂMARA MUNICIPAL. A CERIMÓNIA DE ABERTURA ESTÁ AGENDADA PARA DIA 4 DE NOVEMBRO, SEXTA FEIRA, ÀS 19H30, NO MERCADO MUNICIPAL DR. DIAMANTINO FURTADO

A Feira dos Santos decorre uma vez mais no centro da cidade sob o lema «Da Tradição à

Modernidade». Já considerado um marco a nível nacional, o evento conta com diversas ofertas desde a gastronomia, através das tradicionais febras, os enchidos, os frutos secos, o artesanato, o vinho, os produtos agrícolas, entre outras. O presidente da Câmara Municipal de Mangualde, João Azevedo, considera a feira das “febras” um momento importante para a economia local. “Vamos ter uma Feira dos Santos muito rica em termos de emoções e de atividades e continuamos a recriar a tradição no presente e no futuro”, refere o autarca. João Azevedo sublinha que o certame é “o momento mais marcante que temos durante o ano no concelho e que já é uma feira que atinge proporções importantes naquilo que é a visita dos turistas e até mesmo da diáspora”. O edil destaca ainda os turistas espanhóis “que visitam Mangualde nesta altura”. João Azevedo adianta que a autarquia mangualdense tem sido e continua a ser muito rigorosa nas questões da segurança. “Existe uma atuação mui-to forte em termos de segurança para também dar credibilidade e conforto a quem nos visita, quer seja a quem vende, a quem compra ou a quem pretende apenas divertir-se”.

Cerca de cinquenta e cinco mil euros foi quanto o município de Mangualde investiu nas obras de remodelação da sede da União de Freguesias de Tavares, que reúne as aldeias de Chãs de Tavares, Várzea e Travanca. Um edifício com 42 anos. O remodelado espaço vai receber a curto prazo um Espaço do Cidadão para além dos serviços já existentes, entre eles os CTT, posto médico, espaço internet e espaço formação. Para o presidente da União de Freguesias, “mais do que um edifício é parte da nossa história”. Alexandre Constantino lembra que desde que tomou posse em 2013 era sua intenção avançar para a intervenção. “É com satisfação que digo que passados três anos não só realizámos as obras para as quais tínhamos solicitado os projetos mas fizemos muito mais”, adianta.

Segundo o presidente da União de Freguesias de Tavares, “todos somos iguais e todos merecemos as mesmas oportunidades de ter acesso a bens e serviços”.

Concurso público para a requalificação de estrada em Torre de Tavares A ligação de Torre de Tavares ao pontão superior da A25 vai também ser alvo de obras. Um investimento de cerca de 200 mil euros que, segundo João Azevedo, “vai permitir que todo o eixo rodoviário daquela zona do conce-lho fique restabelecida e requalificada”. O concurso público é lançado “a curto prazo dentro dos limites financeiros do município mas com organização, com estratégia e com planeamento”, conclui o autarca mangualdense.

OBRAS

EDIFÍCIO DA UNIÃO DE FREGUESIAS DE TAVARES ALVO DE REQUALIFICAÇÃO

Fazer mexer o concelhoVários setores de atividade são dina-mizados durante os três dias, com a realização da Feira das Febras, a Mostra das Freguesias, a iniciativa Mangualde Regional (venda de produtos regionais do concelho), a Expovinhos e Degusta-ções, o Mangualde Indústria, também a AgroMangualde (exposição de má-quinas e alfaias agrícolas), o Mangualde Motor (exposição de veículos) e a Man-gualde Transporte (exposição de al-gumas marcas e modelos de camiões). As artes também não são esquecidas através do II Encontro Nacional de Produções Artesanais certificados, o Manguald Arte - XI Mostra de Arte-sanato Nacional e as atividades de pin-tura ao ar livre com o Artes & Ofícios. Durante o fim de semana da Feira dos Santos é ainda possível visitar o Espaço Recordação Fotográfico – Eu estou na

Feira dos Santos de Mangualde! A animação pelas ruas da cidade promete ser uma constante com a atuação da Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Mangualde, a atuação do Grupo Zés Pereiras “Os Parentes de Teivas”, também o grupo Mega Lua, Art & Manhã e grupos de Con-certinas. O programa da TVI “Somos Portugal” volta a estar em direto do Largo Dr. Couto, no domingo, dia 6, a partir das 14h00. Segundo João Azevedo, a edição

deste ano da Feira dos Santos “vai ser um certame muito forte, de grande qualidade”. “Acredito que quem nos visitar ficará muito satisfeito em passar por Mangualde nesta altura do ano”, conclui.

FEIRA DOS SANTOS À MESADurante os três dias do even-to, os restaurantes voltam a aderir à iniciativa Feira dos Santos à mesa. Os espaços de restauração têm disponível uma ementa regional dedicada à feira com enchidos da região, Rojões à Moda de Mangualde, Febras à Feira dos Santos, Re-queijão com doce de abóbora e Queijo da Serra acompanhado

de Vinho do Dão.

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REGIÃO

VILA NOVA DE PAIVATexto Pedro Pontes

CRIANÇAS SEM ATL E PAIS SEM SOLUÇÕESENCERRARAM AS ATIVIDADE DE TEMPOS LIVRES (ATL) PARA AS CRIANÇAS EM VILA NOVA DE PAIVA. O ATL ERA A ÚNICA GARANTIA DA OCUPAÇÃO DAS CRIANÇAS DURANTE O DIA, QUE DEIXAVA DESCANSADOS PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO DURANTE A JORNADA DE TRABALHO. NA ORIGEM DO ENCERRAMENTO, ESTIVERAM DIFICULDADES COM INSTALAÇÕES E TRANSPORTE PARA AS CRIANÇAS

A Casa do Povo decidiu encer-rar as atividades de ATL para as crianças em Vila Nova

de Paiva. Até agora esta valência funcionava nas instalações do lar da Associação de Solidariedade Social do Alto Paiva (ASSAP), mas as crianças não podem ali continuar uma vez que a lei impede que os dois serviços este-jam juntos. A alternativa era deslocar a valência para as instalações da Casa do Povo, mas também aqui o ATL não pode funcionar porque o edifício não tem condições para receber esta valência. São precisas obras de requa-lificação que por enquanto ficaram adiadas por falta de verbas. A juntar a tudo isto, as carrinhas da instituição que estão autorizadas para o transporte de crianças só o podem fazer até ao início do próxi-mo ano. O tempo útil de vida dos

veículos da Casa do Povo para este tipo de transporte vai terminar em janeiro de 2017. Confrontada com a situação, a Casa do Povo ainda tentou substituir os antigos veículos por uma nova carrinha em conformidade. A Segurança Social disponibilizou-se em contribuir com 50 por cento para a aquisição do novo equipamento, mas, sem dinheiro, a Casa do Povo solicitou à Camara Municipal de Vila Nova de Paiva apoio financeiro. No entanto, a autarquia rejeitou o pedido e a Casa do Povo perdeu o financia-mento da Segurança Social, encerrou o ATL e vai também agora deixar de poder transportar os jovens atletas que mantém na estrutura em várias atividades desportivas.

O presidente da Câmara de Vila Nova de Paiva, José Morgado, diz que não rejeitou o pedido de apoio porque “nunca lhe foi transmitido em concre-to o valor necessário para a compra da carrinha”. “A Câmara até poderia contribuir com uma verba para ajudar mas nunca a totalidade da parte que cabe à Casa do Povo”, sustentou o autarca. José Morgado lembra que a autarquia tem um protocolo de colaboração com a instituição para subsidiar as refeições e o transporte das crianças, bem como as atividades da Casa do Povo. “Por ano eram transferidos cerca de 50 mil euros. Com o fim do serviço de apoio às crianças, o subsídio annual caiu para os 18 mil. Os apoios vão continuar

para as atividades desenvolvidas”, explicou José Morgado.O presidente da direção da Casa do Povo, Alfredo Afonso, lamentou o en-cerramento do ATL e está agora preo-cupado com o transporte dos jovens e crianças nas atividades desportivas. Para além das escolinhas, a Casa do Povo tem inscritos na formação em futebol equipas de sub 10, sub 11, sub 12, veteranos e uma equipa de sub 19 feminina no Campeonato Nacional da modalidade. A instituição desen-volve ainda atividades de dança, BTT e Trail, entre outras. A primeira Rota da Truta de Trail, por exemplo, está marcada para este domingo, dia 23, e até ao encerramento desta edição já contava com mais de 250 inscritos.

Os vereadores do partido Social Democrata (PSD) da Câmara de Moimenta da Beira consideram que o atual executivo ainda não conseguiu resolver o problema de endividamento bancário e lamentam ainda a falta de investimento no concelho. Para o autarca José Eduardo Ferreira, as críticas são infundadas e assume que conseguiu reduzir em metade a dívida encontrada há sete anos. Na última reunião de câmara, os ve-readores Luís Carlos Silva e Cristiano Coelho lamentaram que a “dívida continua pesada e o investimento praticamente não existe”. Remetendo todos esclarecimentos para a declara-ção de voto, Luís Carlos Silva recorda que “as freguesias continuam a ficar

desertificadas, o investimento parou, a dívida continua sem grandes altera-ções e muito do que se faz no concelho não passa de folclore”.José Eduardo Ferreira já veio contra-por estas afirmações e assume que ao longo do mandato “temos conseguido reduzir a um nível bastante aceitável a dívida”. “Há sete anos o endividamen-to bancário estava na ordem dos 14 milhões de euros”, recorda o autarca, que diz que a redução foi de metade. Ainda que reconheçam que a dívida tenha baixado, os sociais-democratas lamentam que o atual executivo esteja “numa encruzilhada” e que “o investimento por todo o Município e principalmente nas freguesias seja uma miragem”. “Os encargos de uma

MOIMENTA DA BEIRA

PSD ACUSA CÂMARA DE ESTAR EM ENCRUZILHADA PARA RESOLVER DÍVIDA

dívida pesada subsistem e o desempre-go aumenta”, afirmam ainda.Perante a apresentação dos números do auditor externo relativo ao 1º semestre de 2016, os vereadores do PSD dizem “não vislumbrar um futuro risonho para o concelho”. Em primeiro lugar consideram que em relação “à execução orçamental, do lado da receita, podemos verificar que a execução da receita de capital está

com tendência para se situar abaixo do previsto” e que no cômputo geral “a execução global da receita em junho de 2016 atingia os 38% do valor orçado, descriminado desta forma: receita corrente 44% e receita de capital em 20%”. O documento aponta ainda para um aumento de endividamento a fornecedores em mais de 17% do que no final de 2015”.O edil moimentense acha “intolerável a desvalorização do esforço” que o executivo tem feito ao longo dos anos, sublinhando que “tem valido a pena o esforço para diminuirmos uma dívida que foi uma pesada herança e recordando que “estamos no bom caminho para resolver este problema e continuar a investir no concelho”. – IV

“Há sete anos o endividamento bancário estava na ordem dos 14 milhões de euros”

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PENEDONOTexto Iolanda Vilar

CAMPEÃO DE HÓQUEI RECONHECIDO COM MEDALHA DE MÉRITOO JOVEM ATLETA TEM RAÍZES NA BESELGA. O PAI, TAMBÉM PROFISSIONAL DA MODALIDADE, AINDA SE RECORDA QUANDO AS BALIZAS ERAM FEITAS COM PINHEIROS PEQUENOS E OS STICKS DE PAUS DUROS E CURVADOS. OS JOGOS ERAM FEITOS JUNTO À RIBEIRA DA SENHORA

João Rodrigues, atleta da seleção nacional de hóquei em patins, vai ser agraciado com a Medalha

de Mérito Municipal da Câmara de Penedono. Com raízes no concelho, o hoquista vê esta homenagem “como uma forma muito reconfortante de ver reconhecido o nosso trabalho”. Para o atleta, “com estas ações ainda dá mais vontade de trabalhar para novas conquistas”.A cerimónia pública, que terá lugar este domingo, dia 23 de outubro, pelas 15h30, visa reconhecer a sua conquista de campeão europeu naquela modalidade. O jovem atleta, nascido em Lisboa, tem raízes familiares no concelho de Penedono, mais concreta-mente na freguesia da Beselga. Nunca viveu em Penedono, mas conserva as boas memórias de infância passadas na casa dos avós. Segundo João Rodrigues, a paixão e o empenho no hóquei em patins nasceu por culpa do pai, com o mesmo nome, e que foi internacional de hóquei em campo.Aos 25 anos, o hoquista do Sport Lisboa e Ben� ca soma no seu currículo a conquista da Liga Europeia 2015/16 e o campeonato nacional da 1ª divisão, a Taça Intercontinental (2011/12) e, recentemente, ao serviço da seleção nacional foi campeão da Europa, con-quista que também alcançou enquanto juvenilComo � lho de peixe sabe nadar, neste caso “sticar”, João Rodrigues sempre acompanhou o pai nas suas incursões neste desporto. O pai, João Rodrigues, também foi internacional de hóquei em campo por Portugal 25 vezes e alcançou a melhor classificação de sempre na modalidade um sexto lugar num europeu. Vestiu a camisola do CF Belenenses durante 25 anos. O jovem campeão divergiu no que toca

O Prémio Rebelo Moniz home-nageou 72 alunos do concelho de Resende pela sua prestação escolar no a no let ivo de 2015/2016. A homenagem levada a cabo pela autarquia aconteceu no passado dia 5 de outubro.Para o presidente da Câmara Muni-cipal de Resende, Garcez Trindade, “este prémio representa o reconheci-

mento do desempenho de excelência destes alunos que se esforçaram ao longo do ano para obter os melhores resultados, o que lhes faculta uma melhor formação, conhecimentos e preparação para no futuro en-frentarem o mercado de trabalho, pelo que é objetivo da autarquia manter a atribuição desta distinção”.Os alunos do 2.º e 3.º ciclos foram

distinguidos com um diploma e com um prémio monetário no valor de 124,79 euros, sendo que no ensino secundário o aluno com melhor média final obtida recebeu 149,64 euros. O segundo melhor estudante recebeu 124,79 euros e o terceiro melhor 99,76 euros, perfazendo um total de mais de oito mil euros em prémios.

RESENDE

MELHORES ALUNOS HOMENAGEADOS

João Rodrigues, � lho, com o pai João Augusto Rodrigues

MEDICINA ORAL

MIGUEL COSTA Médico Dentista

Centro Visage Viseu

OPINIÃO

Medicina Ora l é a área da Medicina Dentária que visa a prevenção, diagnóst ico e tratamento das doenças das estruturas orais e periorais, especia lmente da mucosa , e manifestações de doenças sistémicas na boca.

Muitas alterações observadas na cavidade oral, erradamente associadas aos dentes, são cau-sadas por doenças sistémicas. Uma simples afta pode não ser apenas resultante de um traumatismo, mas ser o sinal de uma doença sistémica grave ainda não diagnosticada, e que simplesmente através da observação clínica das suas características pode auxiliar no estabelecimento de um diagnóstico.

Dores ou ardores na língua podem ser devido a Anemia, a a lteração neurológica, ou simplesmente sinal de uma cond iç ão sem sig n i f ic ado patológico, no entanto devem ser estudadas para esclarecer a sua origem. Algumas doenças como a Diabetes, a Anemia e doenças auto imunes podem provocar a lterações muito evidentes na cavidade oral, mas que podem ser facilmente resolvidas se detectadas preco-cemente, permitindo ao doente uma vida normal sem queixas ou desconforto.

O d iag nóst ico precoce do Cancro Oral é também muito importante para aumentar o sucesso de tratamento, per-mitindo um tratamento mais conservador que assegure a qualidade de vida do doente. A observação clínica por um Mé-dico Dentista especializado é essencial na detecção de lesões potencialmente malignas, que pode efectuar uma biópsia de modo a obter um diagnóstico histológico. Alguns sinais de alarme, como a persistência de úlceras, zonas endurecidas, feridas que não cicatrizam ou dor não controlada, devem ser consideradas e observadas na consulta de Medicina Oral.

ao “tipo” de hóquei muito por in� uên-cia da irmã que praticava patinagem artística. “É preciso muito esforço e dedicação para alcançarmos o sucesso”, diz João Rodrigues, o � lho, que “vê no desporto uma forma muito salutar de ocupar os tempos livres e de quem sabe um dia tornar-se uma pro� ssão”.

Pai orgulhosoJoão Augusto Rodrigues, há muito afastado das lides do hóquei, não esconde o “orgulho” pelo filho e vê “mais com o coração de pai que com os olhos” as suas conquistas quer a nível nacional ou internacional. “Peço

desculpa de ser mais o coração a falar, mas vejo com especial emotividade este reconhecimento da minha terra ao meu � lho”, assume. O engenheiro nascido na Beselga passou também à � lha Raquel Rodrigues a paixão pelo hóquei.O pai do campeão europeu recorda ainda os tempos de infância onde jogava no quintal da Don’Ana, na sua aldeia da Beselga, e que perante a al-gazarra da miudagem eram “corridos pelos proprietários dos terrenos, pró-ximo da Ribeira da Senhora, com as balizas feitas com pinheiros pequenos e os sticks de paus duros e curvados.

REGIÃO

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REGIÃO

Sátão era, até agora, o único concelho do distrito de Viseu que ainda não tinha disponível o SAAS, Serviço de Acompanhamento e Apoio Social. O novo programa, que estará instalado na Casa do Povo de Sátão, entra em funcionamento na próxima semana e foi apresentado em reunião do CLAS-

Conselho de Local de Ação Social.O SAAS é “um serviço que assegura o atendimento e acompanhamento de pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade e exclusão social, bem como de emergência” e que tem como funções, entre outras, informar, aconselhar e encaminhar

para respostas, serviços ou prestações sociais adequados a cada situação; prevenir situações de pobreza e de exclusão sociais ou mobilizar os recursos da comunidade adequados à progressiva autonomia pessoal, social e pro� ssional.Este apoio era feito junto da Segu-

rança Social mas com a criação dos SAAS passa a ter um espaço próprio, no caso de Sátão na sede da Casa do Povo das 8h30 às 13h00 e das 14h00 às 16h30, onde estarão um coordena-dor e dois técnicos. O SAAS foi criado no âmbito da rede Local de Intervenção Social (RLIS).

SÁTÃO

SERVIÇO DE ACOMPANHAMENTO E APOIO SOCIAL NA CASA DO POVO

CARREGAL DO SALTexto Clemente António Pereira

CULTIVO DE PINHEIRO MANSO CONVENCE E SURPREENDE GOVERNANTES

APOSTA NO DESENVOLVIMENTO DOS RECURSOS FLORESTAIS DO CONCELHO COM ESPECIAL FOCO PARA O CULTIVO DO PINHEIRO MANSO DESPERTOU O INTERESSE DA TUTELA QUE SE DISPONIBILIZOU A DIRECIONAR APOIOS PARA ESTE PRODUTO ENDÓGENO

A aposta feita no desenvol-vimento e crescimento da cultura endógena do Pinhei-

ro Manso no concelho de Carregal do Sal surpreendeu pela positiva o

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secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural. Na sua última passagem pelo concelho, Amândio Torres decidiu contactar de perto com a nova realidade que resulta da “Centralidade da Cultura do Pinheiro Manso” assumida pela Câmara Municipal em parceria com a Associação de Produto-res Florestais do Planalto Beirão (APFPB).Trata-se de uma aposta recente e que resultou na criação de um Centro de Clonagem desta espécie que tem reg is tado u m g ra nde desenvolvimento e crescimento na região, tendo sido considerado “um produto endógeno de referência”

por parte do governante. Amândio Torres felicitou o mu-nicípio por apostar fortemente nesta cultura do Pinheiro Manso em parceria com APFPB e pediu para que “não sejam esquecidos os excelentes recursos f lorestais que existem em Carregal do Sal que reúne as condições de solo, clima e humidade favoráveis e adequadas ao desenvolvimento do pinheiro manso”. O governante fez ainda votos para que daqui a 10 anos “o concelho possa ter pelo menos o dobro da área � orestal ocupada com pinheiro manso, como fonte de r iqueza para Carregal do Sal e para Por-

tugal” e que “irá gerar mais valor acrescentado”.Certo é que já existem linhas de apoio para esta área de produção ao abrigo do Programa de Desen-volvimento Regional 2020 (PDR) estando abertas as candidaturas e condições exigidas para a apre-sentação de projetos e intenção de investimento a realizar.

Área de pinheiro manso cresceu e já ocupa 200 hectaresO Pa rque Clona l de P i n hei ro Manso plantado no concelho de Carregal do Sal regista um aumento da área ocupada por esta espécie de quase 40 por cento. “Estamos a falar de cerca de uma centena de pro-dutores, identi� cados e registados, mas produtores ainda com pouca expressividade”, adianta a APFPB. A área plantada no concelho já re-presenta cerca de 200 hectares, ex-cluindo o povoamento de espécies autóctones. Atualmente a imple-mentação de um pomar de Pinheiro Manso (plantação, mais enxertia) envolve custos que rondam cerca de dois mil euros. Ao fim de 7 a 8 anos o povoamento estará pronto a dar fruto (ou seja, pinhões todos os anos). Em condições normais um hectare poderá produzir cerca de 15 a 20 toneladas de pinha, estando o quilo a 0,70 euros em média, o que corresponde por ano a um rendi-mento de 10 mil e 500 euros.

Amândio Torres esteve em Carregal do Sal

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ENTREVISTA

DIAMANTINO SANTOS, PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DE VISEUTexto António Figueiredo Fotos Tânia Ferreira

“Sem recursos o nosso trabalho de proximidade fica comprometido”

A gerir a maior freguesia do distrito, Diamantino San-tos considera que é positiva

a união das três Juntas da cidade de Viseu. Com mais recursos “po-deria ser feito mais e melhor”

Após três anos de União de Freguesias as juntas da cidade de Viseu devem con-tinuar agregadas? Faz todo o sentido a agregação. O pro-blema está na falta de recursos das fre-guesias em geral. O poder central tem que perceber que sem os necessários recursos humanos e financeiros a dele-gação de competências não faz sentido e o nosso trabalho de proximidade fica comprometido.

Quais as maiores vantagens da agregação? Tratar de uma forma coerente tudo o que diz respeito ao tecido urbano da cidade. Os cidadãos ganham com a possibilidade de tratar todos assuntos de uma forma uniforme e num mes-mo local. Muito importante é a maxi-mização dos recursos existentes.

Um mandato para juntar todos os ser-viços da freguesia num único edifício, no Solar dos Peixotos, como está decido, não é demasiado tempo? O acordo com a Câmara Municipal de Viseu está assinado há mais de um

ano. Como a Junta não tem as verbas necessárias para recuperar o edifício, tem que ser articulado com a Câmara.

O nova sede da Junta de Freguesia de Viseu vai estar pronta este mandato?Não me posso comprometer porque as obras a realizar são significativas.

De que mais se orgulha neste mandato? Dos projetos que estamos a realizar em parceria com as associações cultu-rais, desportivas e sociais.

Continua a haver muita gente a pedir apoio social à Junta? A cidade atrai muitas pessoas que vêm à procura de uma vida melhor e que nem sempre é conseguida.

Que pessoas procuram o apoio social da junta de freguesia? São famílias em dificuldades financei-ras, novos e idosos, que precisam de comprar medicamentos, pagar a água, a luz, a renda, etc. Há de tudo.

O orçamento participativo é um suces-so ou uma bandeira com poucos efeitos práticos na vida da freguesia?Embora seja cedo para fazer uma ava-liação, temos a certeza de que é um instrumento fundamental para envol-ver os cidadãos na tomada de decisões.

O regulamento para legalizar os arru-madores de automóveis é que foi um fiasco… Foi feito de acordo com a lei. Os entra-ves que as seguradoras levantam para fazer o seguro aos arrumadores é que não nos diz respeito. Têm que ser ou-tras entidades a resolver o problema.

Nas próximas eleições autárquicas a sua recandidatura é uma certeza…Tenho vontade em fazer um novo mandato. O partido tomará a decisão na altura que entender.

Vai assumir a necessidade de ter mais alguém a tempo inteiro para além do presidente da junta? Pode ser apenas a meio tempo. Vere-mos isso com racionalidade. Há municípios com cinco ou seis mil habitantes que têm vários vereadores a tempo inteiro. A nossa freguesia tem 27 mil habitantes.

Vai convidar, para a sua lista, o Luís Lo-pes, do Bloco de Esquerda, uma vez que foi ele que, na Assembleia da Freguesia, lhe viabilizou a atividade da junta por-que o PSD não tem maioria? O Luís Lopes fez uma oposição cons-trutiva e sem deixar de ser crítico. Gos-távamos que toda a oposição tivesse atuado dessa maneira.

Ter dito na Assembleia Municipal de Viseu que não havia projeto para a requalificação da Escola da Ribeira foi um equívoco ou uma forma de se colocar ao lado de Almeida Henri-ques contra Fernando Ruas?Não me quero colocar ao lado de nin-guém. Tenho muito respeitos pelos an-teriores autarcas. Reconheço de uma forma simples e humilde que tive um excesso de verbalismo. O que importa é termos uma Escola da Ribeira reno-vada.

As estruturas do PSD deviam ajudar a que Fernando Ruas e Almeida Henri-ques fizessem as pazes e aparecessem juntos na próxima campanha eleitoral autárquica? Seria saudável que isso fosse possível. Ganharíamos todos.

A Junta de Freguesia de Viseu assinala o terceiro aniversário, hoje 21 de outubro, com diversas atividades. O que tem o li-vro que vão lançar? Foi um dos projetos vencedores do primeiro orçamento participativo. No livro “Histórias Perdidas - vivên-cias e memórias do viseenses”, fica para o futuro a memória e as histórias de muitos cidadãos simples da nossa cidade.

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DANÇA

VERA MANTERO NO TEATRO VIRIATO COM PERFORMANCE SOBRE DESERTIFICAÇÃOOLHAR SOBRE AS PRÁTICAS DE VIDA TRADICIONAIS NUM ESPETÁCULO DE DANÇA QUE CRUZA OUTRAS DISCIPLINAS ARTÍSTICAS

Vera Mantero regressa este sá-bado (22 de outubro) ao Tea-tro Viriato. A peça “Os Ser-

renhos do Caldeirão, exercícios em antropologia � ccional” debruça-se sobre a deserti� cação/desumaniza-ção da Serra do Caldeirão, no Algar-ve. Cruzando as suas próprias reco-lhas vídeo com as recolhas em � lme de Michel Giacometti, sobretudo aquelas feitas em torno das canções de trabalho, Vera Mantero lança um forte olhar sobre práticas de vida tra-dicionais e rurais em geral, conheci-mentos das culturas orais de norte a sul do país e de outros continentes. Com este “retrato alargado” dos “Ser-renhos do Caldeirão”, Vera Mantero fala-nos de povos que possuem uma sabedoria que perdemos, uma sabe-doria na ligação entre corpo e espíri-

to, entre quotidiano e arte. Mas uma sabedoria que podemos (e devemos, para nosso bem) reativar.Vera Mantero é um dos nomes cen-trais da nova dança portuguesa, ten-do iniciado a sua carreira coreográ� -ca em 1987 e mostrado o seu trabalho por toda a Europa, Argentina, Brasil, Canadá, Coreia do Sul, EUA e Singa-pura. Desde 2000, dedica-se também ao trabalho de voz, cantando reper-tório de vários autores e cocriando projetos de música experimental. Re-presentou Portugal na 26ª Bienal de São Paulo 2004, com “Comer o Co-ração”, criado em parceria com Rui Chafes. Em 2002 foi-lhe atribuído o Prémio Almada (Ministério da Cul-tura Português) e em 2009 o Prémio Gulbenkian Arte pela sua carreira como criadora e intérprete.

Os diálogos entre o cineasta An-tónio-Pedro Vasconcelos e José Jorge Letria estão agora num li-vro que é apresentado esta sex-ta-feira (21 de outubro) no Hotel Montebelo, em Viseu com a pre-sença do autor do � lme “Amor Impossível”.Segundo a sinopse, António-Pe-dro de Vasconcelos “sempre es-teve no centro do furacão que é o cinema português”, recordan-do tratar-se de “um dos mais jo-vens fundadores do cinema no-vo” e que iniciou um movimento de “rutura e de utopia estética dos anos 60, que procurou aproximar das vanguardas estéticas euro-peias e americanas o cinema por-tuguês sufocado pela ditadura do Estado Novo”.

ANTÓNIO-PEDROVASCONCELOSAPRESENTA LIVRO

Espetáculo vai estar no Teatro Viriato

CULTURA

O Instituto Português da Juventu-de, em Viseu, tem patente uma ex-posição coletiva de trabalhos cerâ-micos de autores/professores que participaram nos cursos de forma-ção - Materiais Cerâmicos e Cerâ-mica Criativa. A partir do dia 20 de outubro, e até 30 de novembro, estará exposto um signi� cativo conjunto de trabalhos que percor-re os diferentes processos cerâmi-cos, que vão desde a chacota, com ou sem aplicações cromáticas, até à vidragem.As obras exibem uma abordagem criativa que, de algum modo, rom-pe com carácter utilitário e artesa-nal normalmente associado às pe-ças cerâmicas.Os trabalhos resultaram de con-ceções grá� cas originais e conse-quente transposição para placas de pasta cerâmica, através da aplica-ção de técnicas de modelação, gra-vura e escultura.

VISEU

EXPOSIÇÃO NO IPJ

“Bitoques e Campos da Bola” escri-to por R.M. Ribeiro, é a proposta des-te � m de semana do festival de teatro “Palco Para Dois ou Menos”. Organi-zado pelo Núcleo de Animação Cultu-ral de Oliveirinha (NACO), a iniciativa entra nas duas últimas semanas de exi-bição. O espetáculo, que terá duas ses-sões, é inspirado nas “matinés” da bola, nos campos de futebol e nos problemas da deserti� cação do interior. Tudo para ser acompanhado por um “bom” jan-tar de, claro, bitoques. É para ouvir e saborear nos dias 22 e 23 de outubro. Na semana seguinte é a vez de Pompeu

José mostrar “Em Memória ou a Vida Inteira dentro de Mim”, uma peça en-cenada a partir da obra “Até ao Fim” de Virgílio Ferreira. Trata-se de uma coprodução entre o grupo de teatro da Vela com o Trigo Limpo teatro ACERT.É desta forma que o NACO encerra a décima edição deste Festival que tem a particularidade de, em palco, apenas estão uma ou duas pessoas. “O festival é um dos momentos altos da nossa pro-gramação”, realça o presidente do Nú-cleo, José Figueiredo, para quem, este evento, pela sua originalidade, já con-quistou lugar nos festivais nacionais.

FESTIVAL DO NACO

“BITOQUES E CAMPOS DA BOLA” NO PALCO PARA DOIS OU MENOS

«NO FUNDO, UM PAÍS É SÓ UMA CIDADE MAIOR

e aquilo que tem sido feito em Lisboa, no Porto, na Madeira, nos Açores, no Algarve, que tem sido feito um pouco por todo o País, é aquilo que temos de fazer cada vez em mais locais, para que tenhamos cada vez mais turistas, em mais dias do ano, em mais sí-tios diferentes do País». A poética talvez não vença o Nobel, como Bob Dylan, mas as palavras [citadas] do Pri-meiro-ministro na III Cimeira do Turismo Português (Lisboa, 27/09/2016) são de reter. Claro que como qualquer bom PM, An-tónio Costa valoriza o que há a valorizar: os novos � uxos, os au-mentos, os incrementos. Como bom PM descreve também a es-cala do país, perdão, cidade, que tem a seu cargo: uma enorme fai-xa litoral pontuada/servida por três aeroportos internacionais e dois arquipélagos (idem). A es-tratégia é essa: da “periferia” ao centro, quando e se lá chegar. E, portanto, do anterior � ca a pergunta: o que é que “tem si-do feito”? O que é que esta cida-de “maiorzita”, que é o país, tem feito, que justi� que continuar a fazer o mesmo? Sabemos quais os investimentos de bandeira que existem na tal faixa litoral, mas no restante, o que há? Por exem-plo, os “Mirós” que vão criar no-vo polo de atractividade no Porto não poderiam ter casa na Régua, ou em Vila Real ou Lamego (e as-sim o Douro mantinha-se na foto de família, incrementando tam-bém o tal turismo de cruzeiros, ainda que por via � uvial)? Bas-ta durante um ano não “ceder” a orçamentos de 8 milhões em Ser-ralves ou 19 no CCB… isso e bem gerir, dentro do Estado Central.Não quando o Estado descen-traliza a Cultura, dotando mu-nicípios de competências e ver-bas que na Proposta de OE 2017 são enquadráveis no subgru-po “SOBERANIA”. Faz sentido, a soberania económica já se foi (internacionalmente), a obriga-ção patrimonial e cultural vai-se agora (internamente; também para privados). Duas parcelas de soberania em menos de 5 anos. Já não faltam todas; com tempo isto vai.

RUI MACÁRIOInvestigador

OPINIÃO

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DESPORTO

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Lusitano e Mortágua são os protagonistas do dérbi distri-tal deste � m de semana. As

duas equipas defrontam-se no do-mingo, em jogo da sétima jornada da série D do Campeonato de Por-tugal, no Campo da Gandarada, em Mortágua. Duas equipas à procura de pontos e de olhos postos no objetivo de so-mar nesta primeira fase. O Mortá-gua, equipa an� triã, quer aprovei-tar o fator “casa” para complicar a vida ao vice-líder Lusitano e se pos-sível regressar às vitórias, no cam-peonato, que fogem há duas jorna-das. A última vez que a formação de Maná conquistou os três pontos foi precisamente na Gandarada, frente à Académica SF (2-0). Depois, uma derrota com o líder Gafanha (3-2) e um empate na Pampilhosa (2-2). Mas em casa o Mortágua já mos-trou que não é uma equipa fácil de

bater e exemplo disso foi o jogo do último � m de semana onde compli-cou o apuramento do Cova da Pie-dade na Taça de Portugal e onde valeu à equipa da Segunda Liga um golo solitário de Irobiso, mas numa altura em que a formação de Mor-tágua estava reduzida a 10, por ex-pulsão de Tagui que é assim baixa para o jogo com os trambelos.Já o Lusitano viaja até Mortágua mais “fresco” uma vez que não jo-gou para a Taça, competição de onde já tinha sido afastado. Os trambelos estão assim focados no jogo com os mortaguenses e na vitória. Depois de na última jorna-da, há duas semanas, o Lusitano ter falhado o assalto à liderança da série D, com a derrota frente ao líder Ga-fanha (2-3), a jornada deste domin-go é de máxima importância para que se possa manter na corrida ao apuramento para a fase de subida, e

não ver aumentar a distância para o Gafanha. A equipa de Rogério Sousa está em segundo lugar, com 11 pontos, mas têm por perto Anadia e Gouveia com menos um ponto.

Moimenta e Cinfães na fuga aos últimos lugaresNa série C, o Moimenta da Beira re-cebe o Estarreja e o Cinfães o Sou-sense. As duas equipas continuam na fuga aos últimos lugares e per-der pontos é praticamente proibido. O Moimenta, equipa orientada por Rui Cordeiro, não ganha há cinco jornadas. Venceu na primeira jor-nada e soma apenas quatro pontos, mais um que o último, o Cesarense. O Cinfães vem de uma derrota frente ao Estarreja (2-0) e vai querer apro-veitar o regresso a casa para regres-sar às vitórias. A turma de Arlindo Gomes soma seis pontos e duas vi-tórias (ambas conseguidas em casa).

SÉRIE D MARCADA POR DÉRBI DISTRITAL ENTRE LUSITANO E MORTÁGUA. NA SÉRIE C, CINFÃES E MOIMENTA DA BEIRA JOGAM EM CASA

FUTEBOL

GANDARADA RECEBE JOGO ENTRE “VIZINHOS”

P J V E D1 SC Salgueiros 18 6 6 0 02 Sanjoanense 15 6 5 0 13 SC Coimbrões 11 6 3 2 14 Sousense 9 6 3 0 35 Oliveirense 8 6 2 2 26 Estarreja 7 6 2 1 37 Cinfães 6 6 2 0 48 Gondomar 4 6 1 1 49 M. da Beira 4 6 1 1 4

10 Cesarense 3 6 0 3 3

7ª JORNADA Oliveirense 23/10 – 15h00 Salgueiros

SC Coimbrões 23/10 – 15h00 GondomarM. da Beira 23/10 – 15h00 Estarreja

Cinfães 23/10 – 15h00 SousenseSanjoanense 23/10 – 15h00 Cesarense

Serie C

P J V E D1 Gafanha 15 6 5 0 12 Lusitano FCV 11 6 3 2 13 Anadia 10 6 2 4 04 CD Gouveia 10 6 3 1 25 Águeda 8 6 2 2 26 Pampilhosa 8 6 2 2 27 Mortágua 6 6 1 3 28 Nogueirense 5 6 1 2 39 Tourizense 4 6 1 1 4

10 Académica-SF 4 6 1 1 4

7ª JORNADAMortágua 23/10 – 15h00 Lusitano FCVGafanha 23/10 – 15h00 Gouveia

Académica 23/10 – 15h00 NogueirenseAnadia 23/10 – 15h00 Tourizense

Pampilhosa 23/10 – 15h00 Águeda

Serie D

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DESPORTO

8ª JORNADAPaços Ferreira 21/10 – 19h00 Nacional

Marítimo 21/10 – 21h00 BoavistaFeirense 22/10 – 16h00 V. SetúbalSporting 22/10 – 18h15 TondelaFC Porto 22/10 – 20h30 Arouca

Moreirense 23/10 – 16h00 Rio AveEstoril Praia 23/10 – 18h00 V. GuimarãesBelenenses 23/10 – 20h15 Ben� ca

Braga 24/10 – 20h00 Chaves

P J V E D1 Ben� ca 19 7 6 1 0

2 Sporting 16 7 5 1 1

3 FC Porto 16 7 5 1 1

4 Braga 14 7 4 2 1

5 Chaves 12 7 3 3 1

6 V. Guimarães 11 7 3 2 2

7 Rio Ave 10 7 3 1 3

8 Belenenses 9 7 2 3 2

9 Marítimo 9 7 3 0 4

10 Feirense 9 7 3 0 4

11 Paços Ferreira 8 7 2 2 3

12 Boavista 8 7 2 2 3

13 V. Setúbal 8 7 2 2 3

14 Estoril Praia 7 7 2 1 4

15 Nacional 6 7 2 0 5

16 Arouca 5 7 1 2 4

17 Tondela 5 7 1 2 4

18 Moreirense 4 7 1 1 5

Foi há nove meses que o Clube Desportivo de Tondela gelou o Estádio de Alvalade quan-

do, aos 83 minutos, Salva Chamor-ro saltou do banco para fazer o 2-2 � nal. Foi a estreia dos auriverdes na casa dos leões, em janeiro passado, e que não podia ter corrido melhor ao Tondela. Na altura os leões eram líderes isolados, enquanto os auri-verdes lutavam desesperadamente para fugir ao último lugar. Spor-ting era favorito, mas o Tondela não se deixou vergar perante um “gran-de” e acabou por roubar pontos em Alvalade. Episódio que poderá ins-pirar a turma de Petit para voltar a repetir a “graçinha” em partida da oitava jornada, perante um leão fe-

rido no orgulho, após uma derrota a meio da semana para a Liga dos Campeões, frente aos alemães do Borussia Dortmund.Sporting apostado em fazer o Ton-dela pagar a fatura da desilusão eu-ropeia, mas perante uma equipa que esta temporada já roubou pon-tos ao Futebol Clube do Porto, com um empate, sem golos, no Estádio João Cardoso.Um leão “ferido” que ainda assim não deverá facilitar a vida ao Ton-dela para não se atrasar na corrida à liderança. Já o Tondela mantém a fuga aos últimos lugares e Petit já fez saber que o 11 para Alvalade será pensado para que no � nal pos-sam conseguir um bom resultado.

AURIVERDES JOGAM AMANHÃ EM LISBOA. LEÕES VÃO APROVEITAR RECEÇÃO AO TONDELA PARA APAGAR DERROTA NA LIGA DOS CAMPEÕES

PRIMEIRA LIGATexto Micaela Costa

TONDELA QUER VOLTAR A SER FELIZ FELIZ EM ALVALADE

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A MOTIVAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Importa re� etir sobre a importância da motivação para os alunos  nas aulas de Educação Física uma vez que é frequente pensarmos que os alunos gostam das au-las de Educação Física e tendo em conta a relevância da actividade física nas suas di-ferentes valências. A motivação para as aulas de educação é fundamental para fazer com que a práti-ca se torne num hábito saudável ao longo da vida. A concepção de Educação Física como sinónimo de aptidão física, é um concei-to limitativo, o ser humano passou a ser considerado para além da sua dimensão biológica, mas também numa dimensão cultural, qualquer intervenção pedagó-gica deve levar em conta estes aspectos e a própria dinâmica escolar, passa a ser vista, também, como uma prática cultu-ral. A Educação Física deve deixar de ser vista como uma componente isolada do currículo, nem meramente técnica, mas em interligação com as outras discipli-nas, tendo que ser criadas condições me-todológicas para trabalhar com todos os alunos.  Igualmente, no campo do lazer ou ocu-pação dos tempos livres, questiona-se so-bre a razão pela qual as pessoas escolhem certas modalidades para desenvolverem a sua prática e não outras. Quando deter-minadas pessoas praticam desporto, con-trariamente a outras que não o fazem, é devido ao facto, pelo menos em parte, de esse desporto dar condições que estimu-lam as pessoas para a sua prática. Ambas as situações nos encaminham para o entendimento de que a motivação in� uencia em grande medida as opções de cada um no momento da escolha da modalidade. Cratty (1984: 13) a� rma que “a pesquisa sobre a importância da motivação é, sem dúvida, uma das áreas de estudo mais im-portantes para a Psicologia Desportiva, fornecendo informações potencialmente úteis para o professor e o aluno”. Segundo Alves, Brito e Serpa (1996), o professor só consegue executar o seu pa-pel com uma maior e� cácia, nas técnicas suscetíveis de in� uência, na persistência dos indivíduos nas atividades e na inten-sidade como se lhes dedicam, quando co-nhece os porquês. Assim, é necessário co-nhecer quais os fatores que in� uenciam o individuo/aluno e neste caso o que mo-tivação os alunos nas aulas de Educação Física.  Para Carron (cit. por Alves, Brito e Ser-pa, 1996), a motivação era o termo usado para representar as razões que levam as pessoas a seleccionar diferentes activida-des, a persistirem nelas e a efectuá-las com mais ou menos intensidade. Deste modo, foi concluído que “não são as motivações do treinador/Professor de Educação Física, mas sim os interesses dos jovens que devem determinar os ob-jectivos e metodologia do treino e das au-las de Educação Física” (Alves, Brito e Ser-pa, 1996: 42).

MADALENA NUNESProfessora de Educação Física

O Pavilhão Cidade de Viseu recebe amanhã, dia 22, a Supertaça de volei-bol. Frente a frente o campeão nacio-nal Fonte do Bastardo e o vencedor da última Taça de Portugal e Supertaça, Ben� ca. As duas equipas voltam as-sim a medir forças depois de, no últi-

mo � m de semana, terem protagoni-zado a � nal do Torneio das Vindimas que acabou por ser ganho pelo Fonte do Bastardo. A Supertaça está marcada para as 19h30 e terá transmissão na Sportv. Esta é uma competição que se reali-

za desde a época 1988/89 e, desde en-tão, o Ben� ca e o Castelo da Maia são as equipas que mais se destacam ao vencerem o troféu por cinco vezes. Espinho, Sporting e Leixões foram outros dos clubes que levantaram a taça.

VOLEIBOL

FONTE BASTARDO E BENFICA NA SUPERTAÇA EM VISEU

Esta tarde, pelas 18h45, a seleção nacional feminina A joga uma das mais importantes partidas da sua história. A equipa orientada pelo viseense Francisco Neto disputa a primeira mão do play-o� de apura-mento para o Campeonato da Euro-pa, que decorre na Holanda no pró-ximo ano, frente à Roménia. Este é o primeiro de dois jogos decisivos

para a equipa das quinas que depois de jogar esta tarde no Estádio do Restelo segue para a Roménia onde se realiza a segunda mão do play-o� .

Francisco Neto renova até 2019O técnico da seleção, natural de Mortágua, prolongou o víncu-lo com a Federação Portuguesa de Futebol até ao � nal da quali� cação

para o Campeonato do Mundo de 2019, que vai ter lugar em França. Para Francisco Neto, esta renova-ção é o reconhecimento dos últi-mos três anos de trabalho, desta-cando que o “voto de con� ança” surgiu ainda antes de Portugal ter garantido um lugar no play-o� de quali� cação para o Campeonato da Europa de 2017.

FUTEBOL FEMININO

SELEÇÃO NACIONAL COM JOGO HISTÓRICO

OPINIÃO

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DESPORTO

DOMINGO, 23 DE OUTUBRO - 16H00

ACOMPANHE O JOGO

ACADÉMICO DE VISEU - ACADÉMICA11ª Jornada da Segunda Liga (Ledman Pro)

RELATO em 98.8 FMRádio Jornal do Centro/ Rede Mundial FM

SÁBADO, 22 DE OUTUBRO - 18H15

ACOMPANHE O JOGO

SPORTING CP - CD TONDELA 8ª Jornada da Primeira Liga (NOS)

RELATO em 98.8 FMRádio Jornal do Centro/ Rede Mundial FM

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Em quatro jogos o Viseu 2001 já mar-cou 33 golos. Números que fazem des-ta a equipa, de entre todas as que par-ticipam nas sete séries da competição, a que mais golos marcou no campeonato da II Divisão. Dados parecidos só na sé-rie F com o Fabril Barreiro, da Associa-ção de Futebol de Setúbal, que conta já com 30 golos marcados. O Viseu 2001 é também a equipa com a defesa menos batida, com apenas dois golos sofridos, e na última jornada frente ao Pedreles. Este � m de semana os viseenses, líderes com 12 pontos, viajam a Belmonte para defrontar o Cariense (oitavo com quatro pontos). O ABC de Nelas, terceiro com oito pontos, recebe o Ossela, de Olivei-ra de Azeméis e o Pedreles, quarto com seis pontos, vai a casa do Casal Cinza, equipa da Guarda que ainda não ven-ceu esta época.

Rio de Moinhos já conhece adversário da TaçaA equipa açoreana do Posto Santo é o adversário do Rio de Moinhos, de Sátão, na ronda inaugural da Taça de Portugal de futsal. O calendário foi conhecido no início da semana e ditou a receção à equipa de Angra do Heroísmo, que mi-lita na II Divisão, série Açores.O Rio de Moinhos foi o vencedor na úl-tima época da Associação de Futebol de Viseu mas acabou por não rumar aos nacionais por não ter equipas de forma-ção, fator obrigatório para integrar a II Divisão Nacional. Acabou por tomar o seu lugar o Pedreles, vice campeão dis-trital na época passada. Nesta primeira eliminatória, marcada para o próximo dia 30, participam 24 clubes, oito dos quais apurados da série Açores. Na próxima fase já entram os clubes da II Divisão, casos do ABC de Nelas, Pedreles e Viseu 2001, se não � -carem isentos.

FUTSAL

NINGUÉM MARCA TANTO COMO O VISEU 2001

Realiza-se este � m de semana, dias 22 e 23, o III Torneio Cidade de Vi-seu em Ténis de Mesa. A prova, de classi� cação nacional “A”, a mais elevada, decorre no Pavilhão do Colégio da Via Sacra e vai reunir 385 atletas de 40 clubes de todo o país. Números que, segundo a or-

ganização, levada a cabo pelo Agru-pamento de Escolas de Mundão em conjunto com a sua Associação de Pais e com o apoio da autarquia de Viseu, são de recordes para a moda-lidade no distrito. Para os respon-sáveis, “esta adesão ao torneio re� e-te a avaliação de excelência feito ao

mesmo nas épocas anteriores por atletas, treinadores e responsáveis federativos, o que aumenta a res-ponsabilidade da organização do AE Mundão que teve o condão de nos últimos anos colocar a Cidade de Viseu no mapa do ténis de mesa nacional.

TÉNIS DE MESA

TORNEIO CIDADE DE VISEU RECEBE MAIS DE 350 ATLETAS

Académico de Viseu e Aca-démica de Coimbra jogam este domingo uma das par-

tidas que suscita maior interesse, e curiosidade, na 12ª jornada da Se-gunda Liga. Viseenses e estudantes são velhos conhecidos e são muitas, mas antigas, as histórias dos en-contros entre dois dos grandes em-blemas da Beira. Há muito que as duas equipas não se encontravam na mesma divisão, o que volta a acontecer esta época depois da des-promoção da Académica de Coim-bra à Segunda Liga.Mas recentemente as duas forma-ções tiveram oportunidade de revi-ver momentos antigos num jogo de treino, ainda que durante a pré-épo-ca, que terminou com a vitória da formação de Coimbra. Este a encon-trar-se desta vez “a sério” e com im-portantes pontos em jogos. O Aca-démico quer continuar a somar para

se afastar cada vez mais do fundo da tabela e a Académica para não au-mentar a distância para os lugares da frente, e manter bem vivo o sonho do regresso à Primeira Liga.A partida decorre no Fontelo, no re-gresso a casa dos viseenses depois de duas jornadas fora, a última nos Açores, a meio da semana, frente ao Santa Clara e que terminou em vitó-ria para o Académico (1-2), quebran-do assim o jejum de cinco jogos sem vencer para o campeonato – a última vez foi a 28 de agosto, em casa, frente ao Guimarães B.

Espera-se enchente no FonteloA Académica prepara uma verdadei-ra “invasão” ao Fontelo. Por Coim-bra estão espalhados vários lençóis onde pode ler-se “Todos a Viseu” e, ao que foi possível apurar, os estu-dantes deverão vir em peso e são es-perados mais de 500 adeptos.

ACADEMISTAS E ESTUDANTES JOGAM ESTE DOMINGO. REENCONTRO DE VELHOS CONHECIDOS ONDE NINGUÉM VAI QUERER SAIR A PERDER. ACADÉMICA PREPARA ENCHENTE EM VISEU

SEGUNDA LIGATexto Micaela Costa

DÉRBI DAS BEIRAS AQUECE JORNADA

P J V E D1 Portimonense 29 11 9 2 02 Santa Clara 23 11 7 2 23 Ben� ca B 21 11 6 3 24 Desp. Aves 20 11 5 5 15 Pena� el 19 11 5 4 26 Cova da Piedade 19 11 5 4 27 Vizela 18 11 4 6 18 Académica 18 11 5 3 39 Gil Vicente 16 12 3 7 2

10 FC Porto B 15 11 4 3 411 Fafe 14 11 3 5 312 U. Madeira 14 11 3 5 313 Sporting B 14 11 4 2 514 Braga B 13 11 2 7 215 Varzim 12 11 3 3 516 Sp. Covilhã 10 11 2 4 517 Ac. Viseu 10 11 2 4 518 Famalicão 10 11 2 4 519 V. Guimarães B 10 11 3 1 720 Leixões 9 11 1 6 421 Freamunde 8 11 1 5 522 Olhanense 1 12 0 1 11

12ª JORNADAGil Vicente 2-1 OlhanenseVarzim 23/10 – 11h15 PortimonenseVizela 23/10 – 15h00 FC Porto BDesp. Aves 23/10 – 16h00 FreamundeBen� ca B 23/10 – 16h00 Pena� elBraga B 23/10 – 16h00 Santa ClaraFamalicão 23/10 – 16h00 U. MadeiraAc. Viseu 23/10 – 16h00 AcadémicaFafe 23/10 – 16h00 Sp. CovilhãCova da Piedade 23/10 – 16h00 V.

Guimarães BSporting B 23/10 – 16h00 LeixõesDesp. Aves 5/3 - 15h00 Freamunde

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Centro Comercial

O Crédito Agrícola Terras de Viriato premiou três alunos, entre o 7.º ao 12.º

ano de escolaridade, pelos bons resultados escolares alcançados no ano passado. A instituição anunciou já que o programa “CA Nota 20” vai continuar neste ano letivo.Ricardo José Alves Silva, do Agru-pamento de Escolas de Canas de Se-nhorim, foi o 5º melhor aluno do 7.º ano entre os clientes do Crédito Agrícola. Gabriela Gomes Rodri-gues, do Agrupamento de Escolas de Carregal do Sal, foi a 4ª melhor aluna do 10.º ano. Já José Filipe Fer-reira Soares de Melo, do Agrupa-mento de Escolas de Carregal do

Sal, foi o 18º melhor aluno do 12.º ano.O programa “CA Nota 20” atri-bui aos 20 melhores alunos de cada ano de escolaridade prémios mone-tários que variam entre os 100 e os mil euros, num total de 25 mil eu-ros, para depósito nas respetivas contas poupança.Com esta iniciativa, o Crédito Agrí-cola, segundo os seus responsáveis, “valoriza o esforço e o desempenho escolar dos jovens, incitando-os aos bons resultados escolares e à cultu-ra de mérito, ao mesmo tempo que lhes incute hábitos de poupança – uma das competências básicas face ao dinheiro e que deve ser trabalha-da desde cedo”.

INSTITUIÇÃO PROMOVE CULTURA DE MÉRITO

CRÉDITO AGRÍCOLA TERRAS DE VIRIATO BONIFICA MELHORES ALUNOS

Conta “Poupança Futuro”Para participar na próxima edição basta abrir uma conta “Poupança Futuro” até ao dia 18 de Novembro numa das agências do Crédito Agrí-cola, ou no caso de já ser titular de uma “Poupança Futuro” à data de 10 de Outubro de 2016, programar reforços automáticos mensais com um montante mínimo de 10 euros para que, à data de 30 de Junho de 2017, tenha uma variação positiva mínima de 120 euros no saldo da respetiva poupança. Até 31 de Julho de 2017 deve ser entregue na mesma agência o certificado de habilitações referente ao ano letivo 2016/2017. O Crédito Agrícola cuidará de sele-cionar, com base no cumprimento dos referidos parâmetros, os alunos com as médias mais elevadas a nível nacional para a atribuição dos pré-mios.O Crédito Agrícola é a única insti-tuição financeira cooperativa por-tuguesa, de capitais exclusivamen-te nacionais, com a segunda maior rede de Agências (675) em território nacional.

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OFERTAS DE EMPREGO

INSTITUCIONAL

Podem candidatar-se organiza-ções com atividade na integração económica e social dos migrantes, e/ou na promoção do empreende-dorismo imigrante e/ou na presta-ção de serviços de apoio aos em-presários e futuros empresários; nomeadamente:- Autoridades públicas e admi-nistrações públicas;- Câmaras de comércio e indús-tria;- Associações empresariais e redes de apoio a empresas;- Organizações de apoio às em-presas e incubadoras;- Organizações Não Governamen-tais;- Outras entidades sem fins lucra-tivos;- Associações e fundações que trabalham com os migrantes;- Entidades públicas e privadas especializadas na educação e for-mação.As propostas devem ser apresen-

tadas em consórcio, composto por um mínimo de cinco entidades elegíveis em pelo menos três paí-ses participantes no COSME.Esta iniciativa apoia o objetivo específico COSME relacionado com a promoção do espírito em-presarial e cultura empreendedor e aborda as prioridades da União Europeia para uma abordagem abrangente e holística para a mi-gração.Poderá aceder à página da COS-ME de convite para apresentação de propostas de Promoção do Em-preendedorismo Migrante (COS--MigrantsENT-2016-4-02) e con-sultar os documentos associados em http://bit.ly/2enMXYG. Eventuais questões devem ser co-locadas à EASME-Agência de Execução para as Pequenas e Mé-dias Empresas, Comissão Eu-ropeia, através do endereço: [email protected].

ESPAÇO PME EUROPA

PROMOÇÃO DO EMPREENDEDORISMO MIGRANTE: CONVITE PARA APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS

DONA LIMPEZA232 429 154

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No âmbito do COSME – Programa para a Competitividade das Empresas e das PME, está aberto até ao dia 20 de dezembro de 2016, um convite para apresentação de propostas que visem promover o empreendedorismo mi-grante. O orçamento disponível é de 1.500.000 euros com um financiamen-to máximo de 90% dos custos elegíveis

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21 OUT

OPINIÃO

Corre entre moradores e comer-ciantes do CHV mais um abaixo--assinado reclamando o que Al-meida Henriques prometeu no “Viseu Viva Plano de Recuperação do CHV”.Naquele documento pode ler-se: “... serão criadas micro bolsas de esta-cinamento, para residentes e público em geral”, “O desempenho do CHV no contexto da cidade dependerá das acessibilidades”; “Deve orientar-nos aqui um sentido de equilíbrio”.Atentemos nos fatos. Quem melhor garante que o CH continua vivo são os moradores e comerciantes. Parte signi� cativa da população residen-te é idosa, tem direito a condições mínimas de bem-estar, sossego, se-gurança e habitabilidade. Aos jo-vens, ali residindo ou trabalhando, devem ser dadas condições de se-

gurança para cuidarem de bebés e crianças, com exigências especí� -cas de transporte. Ir às compras é, para qualquer morador, uma verda-deira aventura. Parte signi� cativa do CH não tem rede de distribuição de gás o que implica, muitas vezes, estacionar à porta para transportar a botija até casa. Ao preço do gás, o residente deve sempre, preventi-vamente, acrescentar o preço da multa de estacionamento. Ao pre-ço do almoço em casa, acrescen-tar o preço da multa de estaciona-mento. Deve planear com visitas ao facebook do município, o dia e a hora em que faz compras ou o dia e a hora em que se desloca para vi-sitar a mãe idosa que ali reside, não vá haver mais uma prova desporti-va domingo pela manhã e � car blo-queado no trânsito condicionado e

não publicitado.Como já foi denunciado na Assem-bleia Municipal, diariamente, entre as 13 horas e as 15, a PSP, tem or-dens da Câmara para multar todos os carros fora dos estacionamentos autorizados no CH. Almeida Hen-riques não desmentiu, assumin-do assim que esta orientação exis-te. Sobreviverão os restaurantes? As lojas mais antigas como as mais modernas? Os habitantes?Os subscritores do abaixo-assinado reclamam protecção para os mo-radores. Que se criem alternativas de estacionamento em vez da re-pressão da multa. É uma questão de respeito, como a que se tem com os automobilistas que, ao Domin-go, vão à Sé cumprir a sua devoção religiosa. Será pedir demais?

Todos os anos em Portugal, por vol-ta de Outubro, começa um pequeno drama. Trata-se da discussão e apro-vação dos orçamentos do Estado. Ou-tubro é o mês em que não há alma que não seja economista especializada na sua vertente macro e micro. Ele é a ba-lança comercial, o PIB, o dé� ce, a dí-vida, a carga � scal, o lado da despesa, o lado da receita, os impostos directos e indirectos, o diabo.Transformamo-nos em pequenos teó-ricos de � nanças públicas, tal como, aos domingos, nos trans� guramos em treinadores de futebol, ou juristas quando há um caso intrincado qual-quer na Justiça, ou médicos quando vamos ao centro de saúde, etc.Contudo, tanto quanto tenho conhe-cimento, nenhuma comoção em Por-tugal é mais forte do que aquela que se segue à apresentação da proposta do orçamento do Estado. Ora, que eu saiba, isso não acontece em mais ne-

nhum país civilizado, ou ocidental, se quiserem.Esta não deixa de ser uma marca do atraso social, político e económico de que padecemos enquanto povo. O orçamento é do Estado. Se é do Es-tado, porque nos afadigamos tanto no escrutínio minucioso desse orça-mento? Pela simples razão de que de-pendemos dele para lá dos limites do razoável.Portugal transformou-se num imen-so Estado. Os portugueses habitua-ram-se a ser os � lhinhos pedinchões do Estado.Esta dependência debilita, entorpece, infantiliza, desresponsabiliza e limita.Quanto menos desenvolvida é uma sociedade, mais ela depende do Esta-do para sobreviver. Em Portugal, a espera angustiante pelo que pode trazer o orçamento do Estado explica-se por razões que nada têm a ver com discussão do rumo que

o país deve tomar fazendo uso de ar-gumentos de ciência e de razão para criar riqueza e prosperidade colectiva. Não. Em Portugal, o que angustia mesmo e torna o orçamento um do-cumento central é a necessidade de sa-ber quanto nos calha pessoalmente da magra ração que o Estado, à laia de es-mola, nos distribui.Enquanto tivermos necessidade dis-so, estamos condenados à pobreza e ao atavismo.

CARTOON

RICARDO FERREIRACartoonista

FILOMENA PIRESEleita na Assembleia Municipal de Viseu

CDU

LUGARES PARA ESTACIONAR EM VEZ DE

MULTAS

CDS/PP

FILHOS DO ESTADO

PAULO DUARTEAdvogado

Militante e dirigente do CDS Portugal transformou-se num imenso Estado. Os portugueses habituaram-se a ser os � lhinhos pedinchões do Estado.

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OPINIÃO

Com a apresentação do OE para 2017, cumpriu-se um dos grandes objectivos do Governo e de todos os que o apoiam. Demonstrar que há alternativa para a muito invoca-da AUSTERIDADE!!! (apenas para os mais desfavorecidos, acrescento eu...) e que essa alternativa é passí-vel de ser construida e executada. Contudo, se veri� camos uma mu-dança de paradigma em diversas áreas, haverá que levar essa mudan-ça para as também muito faladas durante os ultimos anos mas, prati-camente, nunca tocadas... “gorduras do Estado”.Nesta matéria, talvez seja interessan-te lembrar um exemplo concreto... No municipio do interior onde vivo (e o exemplo serve para quase todos os outros...), o Estado exerce os seus “poderes” por via dos orgãos da cha-mada “administração desconcen-

trada”. São os serviços que todos co-nhecemos, prestados nas áreas da Saúde, Educação, Justiça, Finanças, Segurança Social, Polícia, Agricul-tura e outras. Ora, se os serviços públicos na área da Saúde, Educação e Segurança In-terna, pela sua própria natureza, têm de ser concretizadas em “esta-belecimentos” muito especí� cos, já todos os outros poderiam per-feitamente coexistir num mesmo espaço/edi� cio.Contudo, o que se veri� ca é que cada um destes serviços utiliza es-paços independentes e arrendados, acrescendo ao custo das diversas rendas e entre outros, o pagamento da operacionalização de todos eles. Espantosamente, nesse mesmo mu-nicípio, o Estado é detentor de uma das maiores edi� cações aí existente, a qual alberga o Tribunal e as Con-

servatórias do Registo Civil e Pre-dial. Mas esse edifício tem ainda amplos espaços livres e praticamen-te preparados para neles poderem ser instalados todos os outros servi-ços acima referidos!!! Para além de tornar bem mais confortavel para os cidadãos o acesso àqueles servi-ços, facilmente se percebe quanto o Estado poderia poupar só nesta pe-quena área do seu território... Não está na hora de se fazer este cor-te na despesa?

António Guterres é o Secretário--Geral da ONU. O ex primeiro-mi-nistro e secretário-geral do PS con-seguiu ao longo da última década, como Alto-Comissário para os Re-fugiados, granjear a estima e o res-peito do mundo. A sua aclamação pela Assembleia Geral, depois de ter sido posto à pro-va em seis votações secretas, espelha a unanimidade, o consenso e o re-conhecimento pelas nações das suas invulgares capacidades. A transparência do processo presti-giou a ONU, ao arrepio da nebulosa gerada por Merkel e pela Comissão Europeia numa lamentável e mal su-cedida jogada de última hora.Nada poderia ter contribuído mais para a autoestima dos portugueses

e prestígio de Portugal. Igualmente importante, foi o facto de António Guterres ter conseguido unir o país à volta de uma ambição comum. Desde as forças políticas, passando pelo atual e anteriores Chefes de Es-tado, até ao generalizado sentimen-to popular, tudo funcionou muito bem.Permito-me relevar o papel da di-plomacia portuguesa e do ministro Santos Silva, bem como o empenho máximo do Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa e do Pri-meiro-ministro António Costa. To-dos não foram demais para o suces-so coletivo. É uma vitória de todos, mas, em especial, do mérito de An-tónio Guterres.Tive o privilégio de, ao longo da mi-

nha vida política, ter pertencido à equipa restrita que sempre o acom-panhou no PS (Comissão Perma-nente e Secretariado Nacional) e ter partilhado responsabilidades no seu governo como secretário de estado da Administração Marítima e Por-tuária. Conheço-o bem, a sua entre-ga, integridade e empenho. Sempre prestigiou a vida pública.Portugal vive um bom momento e o PS também. De facto, à eleição de António Guterres pode somar-se o bom desempenho, publicamente re-conhecido, do governo de António Costa, tal como a vitória do PS Aço-res e de Vasco Cordeiro nas eleições regionais deste último domingo. Se tudo continuar assim, tudo conti-nuará bem com o PS e com o país.

Há um facto que podemos retirar da análise do Orçamento de Esta-do: a austeridade não acabou, ape-sar do seu anunciado � m há um ano atrás. A obsessão pelo dé� ce e a preo-cupação pelo crescimento da econo-mia foi uma utopia gritada por An-tónio Costa até 2015. E como todas as utopias, teve o seu invariável cho-que com a realidade. O que é real é o menor crescimento da economia portuguesa, uma clara falta de estra-tégia neste orçamento e uma eviden-te tentativa de sobrevivência política do governo perante pressões na en-grenagem da geringonça. Vejamos: promessa falhada do � m da sobretaxa do IRS para 2017, que

até tinha lei aprovada pela Assem-bleia da República em Dezembro de 2015. A promessa falhada do � m do pagamento do subsídio de Natal em duodécimos. O aumento subs-tancial dos impostos indiretos. A criação do imposto especial sobre o património, supostamente sobre imóveis avaliados em mais de 600 mil euros. Contudo, com a esquer-da temos sempre que ler as letras pe-quenas com que nos enganam. Al-guém reparou que há uma ressalva para pessoas com dívidas ao � sco? Ou seja, quem tiver dívidas � scais e uma casa avaliada em 100 mil euros (ou muito menos) é aplicado os 0,3% do imposto especial sobre imoveis.

Ou seja, os pobres vão pagar como ricos. Já referi que o este aumento de pensões não abrange as pensões mínimas de 200 euros, aumentadas por Passos Coelho?Entre subidas e descidas há um nú-mero incontornável para 2017: os contribuintes portugueses vão pa-gar mais 140 milhões de euros em impostos.Quem com boca cheia falava no � m da austeridade, na mudança de rumo e no encontro de alternativas para cortar na despesa e aumentar na re-ceita venha agora explicar este nú-mero. Mas o PS nunca foi bom aluno a matemática. E o BE e o PCP? Nem querem saber…

JOSÉ VASCONCELOS

BE

MUDANÇA DE PARADIGMA...

PS

UM BOM MOMENTO NO PAÍS E NO PS

FILIPA MENDESPresidente da JSD Concelhia de Viseu

PSD

A “BOA” AUSTERIDADE DA GERINGONÇA…

Este texto está escrito de acordo com a anterior ortogra� a

JOSÉ JUNQUEIROVereador do PS na Câmara Municipal de Viseu

FICHA TÉCNICA

Diretor António Figueiredo, C.P. n.º 2153 - a.� [email protected] • Redação ([email protected]) / Micaela Costa, C.P. n.º 10054 - [email protected] // Sandra Rodrigues, C.P. n.º 4367 - [email protected] • Cartoonista Ricardo Ferreira [email protected] • Correspondentes / Colaboradores José Ricardo Ferreira, C.P. n.º8624 // Pedro Pontes // Clemente António Pereira, C.P. n.º 9053 // Irene Ferreira, C.P. n.º 6350 // Iolanda Vilar [email protected] • Departamento Comercial ([email protected]) / Luís Duarte [email protected] T. 967 475 664 / Daniela Cardoso ([email protected]) T. 969 331 055 // • Departamento Grá� co ([email protected]) / Projeto Grá� co DPX Design /Paginação Tânia Ferreira • Impressão Coraze - Oliveira de Azeméis T. 910252676 / 910253116 / [email protected] • Distribuição Vasp • Tiragem 5.300 ex. / edição • Sede e Redação Av. Alberto Sampaio, 132 - 2º, 3510-028 Viseu • Contatos T. 232 431 311 / 969 331 031 / [email protected] • Propriedade Legenda Transparente, Lda. / Contribuinte Nº 510 803 636 / Capital Social €10.000 / Depósito Legal Nº 44 731 - 91 / Título registado na ERC sob o nº 124 008 • Gerência João Rebelo Cotta / Francisco Rebelo dos Santos • O Estatuto Editorial do Jornal do Centro está disponível em www.jornaldocentro.pt

Haverá que levar essa mudança para as também muito faladas durante os ultimos anos mas, praticamente, nunca tocadas... “gorduras do Estado”

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CRÍTICA

“A diferença entre as lembranças falsas e as verdadeiras é a mesma que existe entre as jóias: as falsas sempre parecem mais brilhantes e reais.” Salvador Dali.Continuando o meu percurso pe-los � lmes de 1996, era inevitável fa-lar de Crash de David Cronenberg, uma adaptação do livro homónimo de J.G. Ballard. Foi o primeiro � lme deste realizador que vi e � quei petri-� cado. Não sei se será mesmo essa a palavra certa. Ver Cronenberg pela primeira vez assemelhava-se à mi-nha experiência de ver um quadro de Salvador Dali. Foi um misto de des-lumbramento, repugnância, insegu-rança, desconforto, fascinação, des-concertante e belo. A partir daí fui ver todos os � lmes de Cronenberg para trás e tenho acompanhado a sua carreira, � lme após � lme, sempre com a sensação que me vou expor a uma violência intrínseca e mergu-lhar na frieza da natureza humana. É uma violência silenciosa que por ve-zes explode na nossa cara, mas que na maior parte das vezes é uma vio-lência contida, consentida, em nome de valores de uma comunidade, que os � lmes expõem de uma forma subcutânea. São espelhos de dese-jos e emoções escondidas bem lá no fundo das sociedades industriais e que Cronenberg explora de formar maestra, na relação do Homem com as máquinas e de como elas têm in-� uenciado o nosso quotidiano. Crash não é o melhor � lme deste realizador (os meus preferidos são Videodrome, Naked Lunch, M. Butter� y ou Eastern Promisses), mas como um quadro de Dali, através de uma narrativa su-postamente simples, um acidente de carro e consequentes mazelas psico-lógicas, Cronenberg mergulha nos nossos mais íntimos desejos como o sexo, a masturbação, a condução perigosa, a prostituição, o adulté-rio e os vícios. Muitos críticos acu-saram o � lme de ser pretensioso, de querer chocar gratuitamente ou de ser apenas interessante para os jo-vens que queiram ver cenas escal-dantes no cinema. Revendo o � lme, penso que são as cenas onde que-remos olhar para o lado que mere-cem ser vistas, porque são espelhos dos nossos desejos mais secretos que Cronenberg nos quer mostrar e que poucos tenham tido a coragem de � lmar de forma tão coerente. Este quase “nojo” que se sente, quer em Dali, quer em Cronenberg, é a nossa mente educada a lutar com os nossos instintos mais básicos.

Crescimento e criação de emprego são objectivos partilhados da direi-ta á esquerda. Então seria fácil um entendimento para criar uma saída. Porque não acontece? Porque sur-giu um novo paradoxo que se cha-ma austeridade, mas curiosamente, até aí se podia chegar a um princípio de conversa. O problema só come-ça quando se pergunta, austeridade para quem? Uns acham que a auste-ridade é para os pobres, são muitos, outros taxar os ricos, que tem de-mais. O que difere a� nal é como dis-tribuir os sacrifícios e não a riqueza, mas aí ninguém se candidata.Porque não há ideias que suportem esta discussão, a conversa � xa-se nos cortes, nos impostos e o poder fragiliza-se. A crise que se segue já não é uma luta entre partidos polí-ticos, mas uma disputa de con� ança entre o Estado e os mercados. Como se tem visto na Europa a que perten-cemos, as pessoas e os países pare-ce con� arem mais nos mercados do que no Estado. Quando se discu-te a austeridade para crescer, é cer-to e sabido que nada disso garante mais emprego. O crescimento que gera emprego é o da economia real, produtiva, com mais e melhores em-presas e não o investimento especu-lativo. Quando precisamos de inves-timento, falamos de qual?É aqui que os governos se sentem prisioneiros e passam a ter que pres-tar contas a dois eleitorados. Os ci-dadãos que votam e os elegem e os credores que os suportam ou derru-bam com moções de descon� ança nos mercados. Mas tal pressão não é feita apenas sobre o governo actual, mas também sobre os futuros e no sentido de lhes refrear as promessas eleitorais. Já não se discute mais os grandes objectivos, os grandes nú-meros, entra-se no detalhe e só com muita imaginação se conseguem criar pequenas alternativas.A discussão do Orçamento de Estado seria um tempo bom para se fazer pedagogia, as pessoas preci-sam compreender o mundo em que vivem. É preciso que o governo e a oposição, confessem nos momentos certos as suas fraquezas…Porque essa é a realidade.

O António Gonçalves reveste os seus dias de um sonho. O de viver somente dos pergaminhos da in-fância e dos caminhos solitários do Caramulo. De pouco precisa, de quase nada se alimenta. Só o preen-chem o pão, o sol, a água e o recor-te in� nito do horizonte da serra. Desta pobreza voluntária recolhe o desprendimento interior de todas as zangas do mundo. De uma avó re-corda um dito muitas vezes repetido a propósito das vaidades e ambições do mundo: “Andamos tão engana-dinhos». Pretendia ela signi� car a condição elementar, mas tão dia-riamente esquecida, de sermos se-res para a morte. Para o meu amigo há só uma maneira de fazer justiça a esta � loso� a de vida da avó. Viver plenamente cada instante numa nu-dez primordial, liberto de todo o ferro velho da civilização material. É um homem feliz o meu amigo, da-quela felicidade que se constrói da aceitação serena do ser. E lê-me des-prendidamente um outro poema de juventude:

Quieto, a olhar devagar a tarde.Pelo chão, como uma ferida,a gordura dos dias espalha-senuma lenta e inútil geometria.

E é em silêncio,num incêndio todo interior,que teimo em viver,e por entre o vazio das sombras respiro o esplendor da insigni� cância de cada instante.

Foi ainda no ano passado que C Duncan, graduado em composição pelo Conservatório Real da Escócia, captou a atenção da crítica com Architect, justi� cando a nomeação para o Mercury Prize, galardão que anualmente honra o melhor álbum produzido por artistas britânicos e irlandeses. Conservando o singular carácter do disco de estreia, ao lar-gar a in� uência folk para acomodar atributos da linhagem ambient pop, C Duncan enriqueceu as suas can-ções com uma sonoridade não ape-nas mais brunida e equilibrada, mas mais introspectiva também. Ao es-cutá-las, surgem manifestas a� nida-des ao rumo seguido pelos Coldplay em Ghost Stories, mas � e Midnight Sun apresenta um trabalho mais at-mosférico e menos emotivo que o dos londrinos. Embora produzido na íntegra, design da capa incluí-do, no apartamento do artista, pelo próprio, soa como Edelweiss inter-pretado por um coro de Hollywood na década de 50, com orquestrações subtraídas a alguma compilação re-unindo suaves clássicos das manhãs de Ibiza. Um artefacto da cena indie britânica é certo, mas com veemên-cia para aspirar à conquista de qual-quer ouvinte, independentemente da idade ou preferências musicais.

C DUNCAN

� e Midnight Sun [Fat Cat]CRASH 1996 AS FRAQUEZAS DO PODER“ANDAMOS TÃO

ENGANADINHOS”

VÍTOR COSTA

MÚSICA

CRÍTICA

CINEMA

CRISTÓVÃO CUNHA DAVID BARBOSA

LEITURAS

JORGE MARQUESEscritor e Consultor de Empresas

OPINIÃO

Ter que prestar contas a dois eleitorados

Ao trocar Londres por Berlim, Guy Brewer trocou também o drum’n’bass que, como elemen-to dos Commix, produzia para a mais nobre instituição discográ� ca do género, a Metalheadz, pelo tech-no que inevitavelmente associamos à cidade alemã. Com o terceiro ál-bum a solo, o conhecimento adqui-rido, aplicado no novo estilo, aten-ta à percepção cerebral ao invés de estimular a dança, aproximando Shi� ed bem mais de experimenta-listas como Coh ou Ntogn, do que de dj’s que concorrem pelos clubes nocturnos.

SHIFTEDAppropriation Stories [Hospital Productions]

É um homem feliz o meu amigo, daquela felicidade que se constrói da aceitação serena do ser

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Jornal do Centro

OPINIÃO

26 QUA.

16º / 12º

21 SEX.

19º / 11º

22 SÁB.

17º / 12º

24 SEG.

14º / 7º

23 DOM.

11º / 9º

25 TER.

17º / 11º

TEMPO

27 QUI.

18º / 13º

NÚMEROS NETSONDA

(Fonte: Interpol)

1%Proporção do dinheiro de origem criminosa que chega mesmo a ser apreendido (Fonte: UNESCO)

2046Ano em que será possível a� rmar que todos os portugueses sabem ler e escrever

(in Motor Authority)

458,66 KM/H Velocidade máxima que o novo Bugatti Chi-ron atingiria se não viesse com um limitador que corta aos 420 Km/h

Olho de GatoJOAQUIM ALEXANDRE RODRIGUES

PATOS SENTADOS

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1. “Lá vamos, que o sonho é lindo! Torres e torres er-guendo. Rasgões, clareiras, abrindo”, cantava-se assim no hino da mocidade portuguesa salazarista, uma can-toria mais tarde aplicada em força à construção civil.Patos bravos rasgaram clareiras e abriram urbaniza-ções de torres e torres nos arredores das cidades. Ao mesmo tempo, nos quarteirões centrais, as rendas congeladas foram deitando casas abaixo e, no seu lu-gar, patos taveiras ergueram pós-modernices envidra-çadas, o metro quadrado sempre upa-upa, um ai-jesus para ricos, emigrantes bem-sucedidos, angolanos, vis-tos gold, ultimamente airbnbs, malta com pilim, di-nheiro da estranja que em Portugal pilim não há desde o reinado do magnânimo D. João V.O estado, a mando do divino espírito santo e seus co-legas, foi ajudando os patos bravos e os patos taveiras de três modos: matou o mercado do arrendamento ao manter as rendas congeladas, deu descontos no IRS às hipotecas e isentou, por prazos generosos, o imposto sobre o imobiliário.É claro que os spreads do divino espírito santo e dos seus colegas que, como se sabe mas convém relembrar, não tinham pilim, eram spreads de bancos estran-geiros aplicados em casas que as pessoas tiveram que comprar porque não havia para arrendar. É por isso que a dívida privada portuguesa é muito maior que a dívida pública.

2. De 2012 a 2015, as câmaras do distrito de Viseu pas-saram de uma receita de IMI de 26,2 milhões de euros para 38,5 milhões. Um incremento de 47% nos quatro anos negros que se seguiram ao resgate.Porquê? A resposta é simples: as casas não têm rodas. Os seus proprietários são “patos sentados” (os ingle-ses inventaram a expressão: “sitting ducks”). As nossas alegres casinhas, tão modestas e longe do mar, agora já não têm o bem-bom da isenção de IMI e estão à mercê dos xutos e pontapés de um estado sem pilim nem ver-gonha na cara, que, em vez de diminuir despesa, todos os anos aumenta os impostos. Mais 47% de IMI. Em quatro anos.

NO MUNDO

DO BRASIL PARA ÉVORA E A SEGUIR PARA VISEU

Rogério Souza com a sua família

Rogério Almeida de Souza chegou a Portugal há 16 anos. Em Viseu está há 14. Oriundo de Vila Velha, no estado do Espírito Santo, no Brasil, decidiu dei-xar o país natal onde tinha dois empre-gos (nadador salvador e assistente ad-ministrativo num serviço de urgências) porque os “rendimentos auferidos” não lhe “proporcionavam a estabilidade na saúde, educação e segurança pretendi-da”. “Reconheci esta estabilidade na vida de alguns amigos que já residiam em Portugal e decidi tentar”, explica. No nosso país começou por viver em Évora, onde residiu e trabalhou como comercial durante dois anos e meio. A projecção pro� ssional que teve propor-cionou-lhe a oportunidade de vir tra-balhar para Viseu, onde ainda hoje se encontra. No Alentejo não teve gran-des problemas de adaptação, mas estra-nhou quando veio viver para a cidade de Viriato pois sentiu algumas di� culdades na relação com os empresários, já para não falar do processo de regularização. “Em Viseu senti muito mais problemas de adaptação que em Évora, principal-mente por ser estrangeiro. Enquanto em Évora usava o meu sotaque como uma mais-valia na área comercial residencial, aqui tornou-se um problema. Confesso

que tentei deixar o meu sotaque, mas não consegui”. Fruto dessas complicações, deixou de lado o emprego como comercial e pas-sou a ser motorista numa empresa de transporte de aves vivas. Hoje é Pastor Evangélico, presidente e cofundador da “Igreja Evangélica Restaurada em Cristo”, fundada em outubro deste ano na “Rua das Bocas”. É também presiden-te da Associação de interculturalidade e solidariedade social Mundi� car.Rogério Almeida de Souza sente sau-dades das praias do seu Estado, da gas-tronomia, dos familiares e amigos com quem vai falando pela Internet o que ajuda a encurtar a distância. Garante que gosta “muito de Portugal”, de “Viseu em geral, da Saúde, Educação, Segurança, da parte histórica, do verde e da calma da cidade”. O que não gosta em Viseu e no país em geral “é o estigma que é imposto aos cidadãos brasileiros devido à escolha de alguns”. “As mulhe-res têm uma má fama injustamente de-vido a generalização e os homens tam-bém acabam por ser estigmatizados”. Voltar ao Brasil é uma possibilidade, mas só se se registarem “muitas altera-ções drásticas”, principalmente na “polí-tica e segurança pública”.