Jornal do Baixo Guadiana_Edição Abril

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Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000 Jornal Mensal Ano 10 - Nº131 PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico ou papel Pode abrir-se para verificação postal ABRIL 2011 PREÇO: 0,85 EUROS Guadiana Baixo Baixo Guadiana JORNAL DO PUB

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JBG - Hipoterapia e Histórias de Vida

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2011 | 1

Director: Carlos Luis FigueiraPropriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal

Ano 10 - Nº131PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

Autorizado a circular em invólucrofechado de plástico ou papel

Pode abrir-se para verificação postal

ABRIL 2011

PREÇO: 0,85 EUROS

GuadianaBaixoBaixo

Guadiana

JORNALDO

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2 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2011

A necessidade de um novo ciclo!

Director:Carlos Luis Figueira

Sub-Director:Vítor Madeira

Chefe de Redacção:Susana de Sousa

Redacção:Antónia-Maria,Carlos brito,Joana Germano,José CruzVictoria Cassinello

Colaboradores da Edição:Ana brásAna Lúcia GonçalvesEusébio CostaFernando pessanhaFrancisco AmaralJoão RaimundoRui RosaSusana CorreiaAssociação AlcanceAssociação Guadie Associação Odiana

Departamento Comercial:[email protected]@gmail.com

Sede:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21 8950-909Castro MarimTel: 281 531 171Fax: 281 531 080

Redacção:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIM281 531 171966 902 [email protected]

Propriedade:Associação OdianaRua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIMTel: 281 531 171Fax: 281 531 [email protected]

Pessoa Colectiva:504 408 755

Direcção Executiva:Associação Odiana

Design:Daniela VazLaura Silva Rui Rosa

Paginação:Daniela VazRui Rosa

Impressão:postal do Algarve, LdaRua Dr. Silvestre Falcão,nº 13 C8800-412 TAVIRATel: 281 320 900

Tiragem desta edição:3.000 exemplares

Registo no ICS:n.º 123554

Depósito legal:n.º 150617/00

De novo o País confronta-se perante a escolha proporcio-nada pela realização de eleições antecipadas para a Assembleia da República de cujos resulta-dos dependerá a formação de um novo Governo. Escolha difícil em momentos particularmente duros e incertos para a vida da maioria dos portugueses.

A crise económica e finan-ceira que desde há muito se arrastava e da qual resultavam consecutivamente perdas de postos de trabalho, empobre-cimento de largos sectores da sociedade, novo fluxo emigra-tório de milhares de portugue-ses, a esse arrastar de múltiplas dificuldades - expressas algu-mas delas de forma veemente nas conclusões da Assembleia Geral da Associação Odiana, em relação ao que se passa neste território face a promessas não cumpridas - sucedeu-se uma crise politica com a demissão do actual Governo, somando-se assim, crise à crise.

Desfecho inevitável? Talvez! Sobretudo pela inépcia revelada por todos os responsáveis polí-

ticos para erguer soluções em defesa do País, revelando uma total incapacidade para enfrentar uma União Europeia, nas mãos de especuladores financeiros e dirigida por um directório que a cada dia se revela mais apri-sionado a tais interesses.

Neste contexto a sensação que fica para muitos de nós é a de estarmos numa espécie de fim de ciclo. As manifestações de 12 de Março convocadas por um aglomerado disperso e diverso de jovens às quais acabaram por espontaneamente aderir gente, muita de outras gerações, bas-tantes, seguramente abstencio-nistas em sucessivas eleições, deram sinais de procura de outras respostas. Não sei se o País e os seus principais respon-sáveis estarão em condições de responder a tais expectativas. Mas, se assim não acontecer, pode suceder que venham a ser impostas, mais tarde ou mais cedo, por gente que claramente aspira a mudanças e acredita que as pode obter em democracia.

Com o número de Abril inicia-mos a publicação de uma nova

secção a que demos o nome de «Histórias de Vida». Porque não há futuro sem memória e o terri-tório do Baixo Guadiana guarda na diversa população que aqui permanece recordações de vida que nos devolvem conhecimento e nos despertam para a valori-zação das profundas mudanças que o 25 de Abril nos trouxe. Conquistas que a liberdade nos

propiciou, associada a direitos e condições de vida alcançados e que hoje sentimos ameaçados.

O País ainda que agora ima-turo e sem consciência clara sobre como enfrentar e sair do atoleiro em que estamos mergu-lhados aspira a um novo ciclo. A novas e inovadoras políticas. Não suportará por muito mais tempo mais do mesmo.

Carlos Luis [email protected]

JBGJornal do Baixo Guadiana

EDITORIAL

Como encara a crise política que portugal enfrenta?

Vox Pop

R: Já era algo que se fazia prever. Portugal leva bastantes anos a ser mal governado e em algum momento teria que suceder esta crise causada por Governos de políticas centristas.

Nome: Júlio Tomás CardosoProfissão: Técnico de Comunicação

R: Penso que Sócrates tentou tudo, e bem, para o FMI não entrar em Portugal embora isso seja ine-vitável. Tenho a certeza que caso Passos Coelho suba ao «poleiro» não vai fazer melhor do que o Sócrates, aliás já disse que se tiver de ser irão subir novamente os impostos. Assim sendo, mal por mal, que venha o FMI e ponha as contas do país em ordem.

R: Encaro com pessimismo esta crise que já se avistava há meses. Parece-me uma crise combinada para haver apenas troca de rostos no Governo, enquanto o que inte-ressa, a política, continuará sendo a mesma, penalizando quem menos pode.

Nome: Álvaro Leal Profissão: Eng. Informático

Nome: Luís SousaProfissão: Disc Jockey

R: Encaro com preocupação. O país não está bem; uma mudança poderá ser benéfica, mas ao mesmo tempo a nossa imagem lá fora vai ficar comprometida. Uma coisa é certa: os próximos tempos vão ser de grande incerteza e de sérias dificuldades para os portugueses.

Nome: Inês PereiraProfissão: Jornalista

RubRICA REALIzADA VIA FACEbOOk

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2011 | 3

CRÓNICAS

O Partido Socialista, displicentemente, desencadeou uma crise política no país, com o pedido de demissão de José Sócra-tes do Governo, na sequência do chumbo pela Assembleia da República, da «versão 4» do Programa de Estabilidade e Cres-cimento (PEC), quando o mesmo, à socapa dos portugueses, denunciando uma profunda deslealdade e desres-peito pelo Parlamento e pelo Presidente da República, assumiu o compromisso perante a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu de novas medidas de austeridade para os portugueses.

Foi uma vida inteira de trabalho e de sacrifício. Quase sempre de sol a sol. Os filhos emigraram para o estrangeiro ou para o litoral. E agora? Que condi-ções de vida? Isolados nos montes, não menos isolados da Serra Algarvia e do Baixo Alentejo. Quantas vezes as refei-ções foram sopas de pão, ou pão com chouriço e azeitonas? O que vale é que o “caseiro” anestesiava. A seguir vieram as dores reumáticas (mais que muitas!), os almareios frequentes provocados pela

Paradoxalmente, o Governo demis-sionário de José Sócrates, numa atitude vexatória aos algarvios, a partir de dia 15 de Abril, mês em que se comemora a instauração da democracia em Portugal, vai começar a cobrar portagens na Via do Infante – A22, que liga Castro Marim a Lagos.

Esta decisão do Governo do Partido Socialista é desastrosa para o Algarve e compromete, perigosamente, o futuro do turismo e da economia da região. José Sócrates, na cegueira política de arreca-

aterosclerose ou hipertensão. Neuroses (ansiosa e depressiva), fibromialgia e outras, nem pensar. Não havia tempo para essas minudências modernas.

Entretanto, a visão vai diminuindo. As cataratas avançam imparáveis. A audição vai-se perdendo. Tanta surdez severa. A quem recorrer? Como? Quem paga? Quantas vezes se pensa: «Não há nada a fazer. É o destino. O destino é ficar assim…»

dar 175 milhões de euros em receitas para reduzir o défice das contas públicas, ignorou por completo as consequências lesivas desta medida para a vida dos algarvios.

Como foi possível a um Governo Socialista que diz apoiar a inovação, a modernidade e o empreendedorismo, esquecer que os algarvios e os agentes económicos e turísticos que operam na região não dispõem de uma alternativa à Via do Infante? Será que o Senhor Primeiro-Ministro julga que as prome-

Todos os filhos deviam ajudar. Uns podem, outros não. Uns podem e ajudam, outros não. Alguns, mais atre-vidos, ainda vêm de vez em quando à serra buscar parte da reforma do idoso e alguns produtos. Outros, levam os fami-liares idosos para um apartamento para Faro ou para Lisboa, onde, quiçá, esta-rão mais isolados do que no seu monte isolado. «Será melhor ficar», dirão os idosos. Os filhos, a maior parte quer

tidas obras de requalificação ou obras de «Santa Engrácia» da EN 125, vão dar resposta para todo o tráfego que hoje entra no Algarve? Não. As portagens na A22 vão entupir a EN 125 e estrangu-lar os fluxos rodoviários, devolvendo a esta via a divisa de «estrada da morte», uma das mais perigosas da Europa, onde morrem em média 30 pessoas por ano. O que nós sabemos, Eng. José Sócrates, é que a introdução das famigeradas portagens conduzem, inevitavelmente, ao encerramento de muitas empresas e

ajudar, mas não consegue. Depois vêm os internamentos naturais no Hospital (Faro, Beja, Portimão). Surgiu a pneu-monia, ou o AVC, ou o infarto, ou a neoplasia…

Muitas vezes internados numa maca ou numa cama de um corredor, ou à “molhada”, como às vezes acontece. Mais grave do que esta situação em si, é toda a gente já achar normal. As pessoas já não se indignam. Já se resignaram.

vão determinar que o número de desem-pregados na região que neste momento é de 30.000, vá continuar a aumentar assustadoramente.

Depois, é uma aldrabice completa admitir que a Via do Infante é uma SCUT (Auto-Estrada Sem Custos para o Utili-zador), uma criação do ex-deputado e amigo do Algarve, Eng. João Cravinho, quando o 1º troço da A22 entre Castro Marim e Albufeira, o equivalente a dois terços da via, ter sido pago com fundos comunitários, o que deixa fundadas dúvi-das quanto à legalidade em portajar esta auto-estrada.

Hoje, há duas questões que são claras. As portagens na Via do Infante são a pesada factura de seis anos do Governo Socialista para o Algarve. E os algarvios revelam a total ausência de uma cons-ciência regional, ao deixarem-se tratar como cidadãos de segunda, tudo isto, a coberto dos políticos que nos repre-sentam na «Casa da Democracia» em São Bento.

Lembro-me, então, do que se passa hoje no Egipto, na Tunísia, na Líbia…

Normal estar internado uma semana num corredor de um Hospital!? Numa Europa dita civilizada em pleno século XXI!? Será?!

Depois, se sobreviverem, têm alta para uma Unidade de Cuidados Conti-nuados. Haverá vaga? Geralmente não! E agora filhos? Que fazer?: «Vou deixar o emprego? Vou meter baixa?». Ouvimos do Hospital: «O seu familiar tem de sair, tem de sair, desenrasque-se…»

Isto é o dia-a-dia! Só quando nos bate à porta é que nos apercebemos desta maldade. Melhor dizendo, deste drama. Até lá, é um problema dos outros. Cru-zamo-nos neste fadário com a indife-rença, com o egoísmo e o salve-se quem puder…

Os familiares dirão que estão a fazer o que podem!...

Os nossos responsáveis políticos dirão que estão a fazer tudo para resolver a situação!...

Será mesmo?!...

Vítor Madeira

Francisco Amaral

O insubmisso

Idosos com dignidade?

Nas vésperas de mais um aniversário do 25 de Abril, não consigo fugir a um sentimento de desgosto perante a situação de crise profunda a que o país foi conduzido por quem teve a responsabilidade de o governar nas últimas décadas.

A crise política, agora aberta com a demissão do Governo, implicando eleições antecipadas a curto prazo, representa um salto no escuro que agravará de forma extrema, nin-guém sabe até onde, a crise finan-ceira, económica e social em que o

Por outro lado, a verdade no que respeita à dívida soberana que des-poletou a actual crise generalizada, é que, sendo certo que foi incre-mentada e agravada pelos erros de governação interna e factores inter-nacionais dos últimos anos, constitui também a consequência de políticas que vinham muito de trás.

Eu diria que é o resultado lógico do modelo que começou a vigorar entre nós desde meados dos anos

oitenta, acompanhando a entrada na CEE, com orientações marcada-mente neo-liberais, que a par das nefastas consequências sociais, levaram também à desastrosa substituição da produção nacional por importações. Foi assim que se abandonou grande parte da produ-ção agrícola porque, dizia-se, «fica mais barato comprar lá fora». Foi assim que grande parte da nossa frota pesqueira foi abatida porque,

dizia-se, «é antieconómica». Com os mesmos argumentos, deixou-se esmagar pela concorrência alguma da nossa indústria tradicional e muita outra menos tradicional.

O que é espantoso é que isto não seja reconhecido e nos venham agora propor, como alternativa, mais do mesmo em dose reforçada.

Nas vésperas do 37º aniversário da «revolução dos cravos», a espe-rança de merecermos o 25 de Abril, não a encontramos quando olha-mos para as diferentes instâncias do poder político, mas é ainda na rua que a encontramos e, quero acredi-tar, no voto dos portugueses.

As manifestações de 12 e 19 de Março, entre outros indicadores, mostram que há uma crescente tomada de consciência, envolvendo as camadas mais jovens, que pode gerar verdadeiras respostas demo-cráticas que travem o caminho do desastre.

Reside aí a esperança de mere-cermos o 25 de Abril!

país está mergulhado.Governo e oposições aplicam-se

na guerra de empurrar de uns para os outros as responsabilidades.

Por mim, não reduzo as culpas de ninguém. Nem as da governa-ção de Sócrates; nem a fome de poder por parte da direita; nem a exclusiva posição de protesto da extrema-esquerda; nem o incen- diário discurso de posse do Presi-dente da República.

Carlos Brito

Merecer o 25 de Abril

Portagens na Via do Infante (A22) – A factura do Governo Socialista no Algarve

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O grupo existe, sensivelmente, há 5 anos. Chama-se «TeaTroTeca» e faz juz à parceria que junta a biblioteca escolar e o grupo de teatro da escola de Castro Marim. Em Maio este grupo vai estar no Teatro Aberto, em Lisboa, para onde foi seleccionado a integrar «Uma Aventura Literária».

No passado dia 1 de Março realizou-se a sessão distrital algarvia «Parlamento dos Jovens». «Deputados» da Escola Secundária de Vila Real de Santo António vão até Lisboa.

EDUCAÇÃO

em Faro.A sessão contou com a presença

da deputada social democrata, Anto-nieta Guerreiro, que respondeu a perguntas dos estudantes; foram aprovadas ainda várias medidas que os jovens do Algarve propõem que sejam tidas em consideração pela Assembleia da República.

A sessão Nacional deste programa, vai acontecer a 30 e 31 de Maio, na Assembleia da República e o Algarve vai ser, então, representado pela Escola Secundária com 3ª ciclo do Ensino Básico de Vila Real de Santo António e a Escola Secundária João de Deus, com a presença de dois deputados de cada um destes esta-belecimentos.

«TeaTroTeca» de Castro Marim conta já com 30 alunos

VRSA vai ser representada por jovens «deputados» no Parlamento

A sessão distrital do programa «Par-lamento dos Jovens – Secundário» teve lugar na Direcção Regional do Algarve do Instituto Português da Juventude. Foram premiadas escolas de Vila Real de Santo António e de Faro. No total foram eleitos para a sessão 40 jovens «deputados», que representaram oito escolas do dis-trito.

O tema «Que futuro para a Edu-cação?» foi o escolhido pela Assem-bleia da República para o debate. Os estabelecimentos vencedores nesta iniciativa da Assembleia da República foram a Escola Secundá-ria com 3.º Ciclo do Ensino Básico de Vila Real de Santo António e a Escola Secundária João de Deus, Ataque a Santarém», do livro «Reis

de Portugal». 30 alunos, ou seja a totalidade,vão representar os papéis de soldados, cristãos, mouros, reis e historiadores, recorrendo também à dança e música medievais.

Apoios

Os apoios para este grupo surgem da parte da EB 2,3 de Castro Marim e da câmara municipal local. Estão envolvidos os professores: Graça Corvinho, na coordenação; António Cavaleiro, na banda sonora, Cristina Felício na dança e audiovisual e Pedro Tavares, pela Biblioteca, adaptação de textos e encenação.

Há três anos que a biblioteca esco-lar de Castro Marim se juntou ao grupo de teatro da EB 2,3 de Castro Marim. Desde então que, no início do ano escolar, professores e alunos escolhem uma obra para represen-tar. Mais recentemente o grupo «Tea-troTeca» levou à cena «O Auto da Curandeira», da adaptação da obra «Este Livro que vos deixo» de Antó-nio Aleixo. A apresentação decorreu na inauguração da nova geração da «Casa da Marioneta», em Vila Real de Santo António, onde tiveram «casa cheia».

Espaços abertos à representação

Para além de terem agora mais um espaço para apresentarem os seus tra-balhos, no concelho de Castro Marim existem duas salas que recebem com regulariade este grupo; o auditório da escola e a biblioteca municipal.

Os alunos tiveram já a oportuni-dade de participar em diversas mos-tras de teatro escolar e recentemente estiveram no Teatro das Figuras, em Faro. A hipótese surgiu depis de uma selecção onde ficaram bem posicio-nados.

Ensaios às sextas

Os ensaios deste grupo acontecem às sextas-feiras, pelas quatro da tarde. Tal como nos explica Pedro Tavares, professor que integra este projecto. “Por vezes os ensaios são conjuntos, mas acontecem também ensaios separados, onde a música, a dança e o teatro não se juntam”.

O grupo de teatro escolar de Castro Marim, que reúne já 30 alunos, desde o oitavo ano até alunos do secun-dário - que se mantêm no grupo

porque foi aqui que começaram – está a preparar uma peça sobre a educação sexual. Vai ser uma adap-tação da obra «A cegonha quer, mas não manda», de Margarida Fonseca Santos. “Deverá ser apresentada no fim de ano, na escola, aos alunos do 4.º ano”, explica Pedro Tavares. Este trabalho vai também servir de colaboração com o projecto «Escola Activa» de Castro Marim [projecto de combate à obesidade infantil].

Adesão “óptima”

De acordo, também, com Pedro Tavares, a adesão de pais, professores, alunos e toda a comunidade escolar “está a ser óptima”. Diz este docente que “estão todos entusiasmados pelo trabalho desenvolvido e pelo espírito de amizade do grupo”.

Quanto a «futuros talentos» o pro-fessor adianta que “ainda é cedo, mas já alguns se destacam e poderão especializar-se nas artes”, afirma, frisando, no entanto, que “é preciso dizer-lhes também que é impor-tante adquirirem habilitações lite-rárias superiores noutras áreas para assegurarem uma vida profissional mais estável, caso as artes não possam ser o futuro das suas vidas”.

Maio: Teatro Aberto

Depois de passarem por mais uma selecção o «TeaTroTeca» vai marcar presença no concurso «Uma Aventura Literária...2011». Trata-se de uma iniciativa da editora livreira «Cami-nho» que pede a adaptação de obras da dupla Ana Margariada Magalhães e Isabel Alçada, que celebrizaram a colecção «Uma Aventura...».

O grupo vai fazer na modalidade de teatro a adaptação do excerto «O

Este grupo tem sido seleccionado para diversas mostras de teatro ao nível nacional

Teatro Escolar

Jovens debateram o «Futuro da Educação»

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2011 | 5

Dois jovens do Liceu profissional de Guèrande estiveram ao longo de três semanas em dois golfes de Castro Marim para aplicar conhecimento e adquirir novas práticas.

A organização da sessão de trabalho está a cargo da câmara municipal de Alcoutim e da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) em risco local. É já dia 6 de Abril.

Jovens de Guèrande estagiam em golfes locais

O grupo «Violência Doméstica» da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco de Vila Real de Santo António iniciou recentemente as jornadas de trabalho e na tertúlia organizada com o JBG, conseguiu reunir APAV, PSP, GNR, Cruz Verme-lha e comunidade geral.

O encontro informal, mas de extrema importância para o desen-volvimento comunitário, aconteceu no passado dia 11 de Março, e ficou marcado por uma conversa bastante informativa.

Os contributos dados por todos os que partilharam o espaço foi con-substanciado ainda mais pela pre-sença de elementos da autoridade que explicaram, nomeadamente, quais os procedimentos e afluên-cia de casos de violência doméstica que coloquem em risco a integri-dade física, e, até mesmo, a vida, de crianças e jovens em Vila Real de Santo António.

Rita Bessa, da Associação de Apoio à Vítima (APAV), explicou qual o papel desta entidade e clarificou a lei de apoio à vítima.

Maria Judite de Sousa, presidente da Cruz Vermelha Portuguesa de VRSA, apontou a problemática dos flagelos sociais e os apoios que a instituição fornece no concelho.

A tertúlia, que se inseriu no calen-dário de tertúlias mensais do JBG, contou ainda com a presença da

docente, Rita Prieto, e alunos de Cidadania da Universidade dos Tempos Livres de VRSA.

Dorisa Peres, coordenadora do grupo de violência doméstica da CPCJ local, enalteceu a presença de todos os tertulianos e explicou que este grupo está especialmente atento a esta problemática que “em tempo de crise tende a crescer”, lembrando que “ a violência domés-tica é um crime público, cabendo a todos ajudar a combatê-lo”.

O JBG enaltece a participação dos, cada vez mais, tertulianos neste espaço de encontro mensal.

A próxima tertúlia está marcada para dia 15 de Abril, também na biblioteca municipal Vicente Campinas. O tema será, como não poderia deixar de ser, o «25 de Abril».

Recorde-se que as tertúlias do Jornal do Baixo Guadiana têm o alto patrocínio da Rede de Biblio-tecas do Baixo Guadiana. Aos lei-tores e amigos do JBG fica o repto: contactem-nos e digam-nos onde e sobre que assunto gostariam de encontrar uma tertúlia nossa. Decerto, estaremos sempre dispo-níveis para ir ao vosso encontro.

ram alojados, até Castro Marim, mais precisamente, até Junqueira, a loca-lização dos dois golfes. Às sete horas começava a jornada de trabalho. Valen-tin garante que “há diferenças entre os métodos de trabalho de França e de Portugal”, desde logo pelo “tipo de terra e plantas que são distintas”, e afirmou que, por isso mesmo, o estágio em Castro Marim permitiu “experi-mentar novos métodos e partilhar a experiência do conhecimento que se adquire no liceu francês”.

Também o calor que sentiram na parte final do estágio mostrou o quão diferente pode ser trabalhar ao ar livre no Algarve!

Elogio aos portugueses

Estes jovens, que ainda têm um percurso escolar a fazer, reconhe-cem que “em Portugal ganha-se mal

tomar refeições nas suas casas”. Em França “as pessoas são menos dadas”, reconhece.

Estes dois jovens franceses também não poupam elogios ao serviço dos golfes onde tiveram oportunidade de estagiar. “São de altíssimo nível”, elogiam.

“É preciso limar algumas arestas”

Jean-Didier Gry teve a responsabili-dade de coordenar todos esta relação bilateral que juntou duas vilas-irmãs. “Os jovens inicialmente queriam ir para Amesterdão, mas era em Castro Marim que o director do Liceu Pro-fissional de Guèrande tinha contac-

nesta área da manutenção”, con-trastando os cerca de 1300 euros mensais de França com o ordenado mínimo dos trabalhadores portu-gueses na área. “Mas pensamos que em França também se trabalha num ritmo acelerado...” arriscam. Valentin e Flavien querem ir mais longe e ser arquitectos paisagísticos. Para mostrar as suas competências pediram nos locais de estágio que lhes dessem a oportunidade para criarem o seu próprio jardim. “E correu muito bem”, garantem.

Por cá encontraram “colegas muitos simpáticos e que nos aco-lheram muito bem”. Flavien reco-nhece “as dificuldades económicas que se vive em Portugal”, mas elogia “o acolhimento extraordinário”, fri-sando que “apesar de o ordenado não dar para grandes regalias ainda há espaço para convidarem para

tos”, explica este técnico da Odiana e membro da Comissão Instaladora pela Associação de Geminação envolvida no processo de estágio.

Num balanço de organização, Jean-Didier avança que “há que limar ainda algumas arestas”, referindo-se, nomeadamente à relação entre as instituições que enviam os alunos e os locais de estágios receptores. “Este foi o primeiro estágio promovido por nós, e sendo a primeira experiência verificamos que há que agilizar o pro-cesso, mantendo mais em contacto próximo as instituições dos dois países, confinando-se o papel da Odiana ou da Associação de Geminação no estabe-lecimento de um primeiro contacto”, defendeu.

Infantil. Para mais informações deverá

contactar o número 281 540 559.

Aprender a detectar, sinalizar e intervir, é o grande objectivo desta jornada sobre maus tratos a crianças, que se realiza em Alcou-tim no próximo dia 6 de Abril, entre as 14h e as 17h.

É organizada pelo município de Alcoutim e pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em risco de Alcoutim, e é um encontro destinado a elementos de CPCJ’s, técnicos de Interven-ção Social, professores, técnicos de Saúde, Forças de Segurança e associações de Pais e Encarrega-dos de Educação.

Já confirmadas estão as comu-nicações da Martine Carapeto, psicóloga clínica, Mestre em Psicologia da Saúde e investiga-dora na área da violência e de Luís Villas-Boas, psicólogo clínico, director do Refúgio Aboim Ascen-são e fundador da Emergência

A acção contou com a organização da Odiana e da Associação para a Gemi-nação de Castro Marim/Guèrande. Do lado dos empreendimentos turísticos «Castro Marim Golfe» e a «Quinta do Vale», em Castro Marim, receberam os alunos em contexto de trabalho, que se deslocaram no âmbito do programa europeu de estágios «Leonardo da Vinci». A experiência de estágio passou pela manutenção dos campos.

Flavien e Valentin têm a mesma idade. Aos 18 anos tiveram a pri-meira saída de estágio. Apesar de Portugal não fazer inicialmente parte da lista de locais de eleição para está-gio confessam que esta experiência “foi muito boa e até inesperada”. Do Algarve pouco ou nada sabiam, e hoje muito mudou na visão destes jovens franceses.

Todos os dias seguiam às 06h30 da manhã desde Monte Gordo, onde fica-

JUVENTUDE

Valentin esteve no empreendimento «Quinta do Vale»

Flavien fez estágio no «Castro Marim Golfe»

Luís Villas-Boas vai fazer uma comu-nicação nesta jornada anti-violência A CPCJ de VRSA criou um núcleo dedicado à violência doméstica

De liceu profissional francês

Em AlcoutimTertúlia reuniu APAV, PSP, GNR, Cruz Vermelha e CPCJ

Jornada sobre maus tratos a crianças

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6 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2011

LOCAL | EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

por Antónia-Maria

Las fiestas de la alegría 2011

El mayor parque eólico de Europa continental fue inaugurado en el Andévalo Occidental con una capa-cidad de 292 MW de potencia.

Su propietario es la empresa Iber-drola, líder en el sector energético en Europa, la puso en marcha, reciente-mente, en la región de Bajo-Guadiana con la presencia del presidente de la Junta de Andalucía Jose Antonio Grillan.

La producción anual de este com-plejo, que está formado por ocho par-ques, equivale al consumo eléctrico de mas de 140.000 hogares y, al mismo tiempo, evitará la emisión de 510.000 toneladas anuales de CO2

El Andévalo, una región tradicio-nalmente pobre, con tierras impro-ductivas de pizarra y piedra “ tierra donde sólo podía sembrar el diablo” ha basado su economía, en los últimos años, en estos dos sectores primarios: agricultura y energías alternativas. La

inversión de 400 millones de euros en la región para la implantación de este recurso, y la creación de mas de 50 puestos de trabajo directos en el mantenimiento de la misma, ha repre-sentado un importante impulso socio económico para los pequeños pueblos de la Mancomunidad Beturia como Puebla de Guzmán, El Granado, San Silvestre de Guzmán, San Bartolome de la Torre…

Está prevista, a corto plazo, la construcción de una linea que unirá la localidad de Puebla de Guzmán y el vecino país de Portugal, y que con-vertirá a este complejo eólico en un punto estratégico de interconexión entre los dos países.

La energía eólica recibe este nombre del dios griego del viento Aeolus en la antigua Grecia, y la fuerza del viento ya fue utilizada hace miles de años por los persas en el funcionamiento de los molinos de trigo.

El Carnaval en la ciudad fronteriza de Ayamonte, arrancó, este año, a finales de Enero con la presentación del pregón y Cartel de Carnaval, a cargo de una conocida figura local y el II Revoltijo Carnavalero para todos las asistentes en un numeroso público asistente.

El cartel que va a representar el Carnaval 2011, ha sido realizado por el joven pintor local Juan Galán.

A seguir, se lleva a cabo la elección de las Reinas infantil y juvenil de este año, acompañadas de las damas de su corte, así como su posterior coronación en un brillante acto.

En el teatro Cardenio y dentro del Concurso Local de Agrupaciones, actuaron 8 comparsas 5 chirigotas, con un gran nivel y superándose cada año más para alzarse con el codiciado premio concedido, anu-almente, por ACA - Asociación de Carnaval de Ayamonte- al grupo mas

original en las letras de las canciones y la puesta en escena.

Siguió el candelario con actua-ciones callejeras, disfraces y bailes de máscara en la carpa oficial ins-talada por el Ayuntamiento de la ciudad fronteriza frente al Teatro Cardenio , hasta culminar con la gran cabalgata a desfilar por las calles de la ciudad y, más tarde, con el tradicional “entierro de la sardina” ,el miércoles de cenizas, donde una gran representación de “viudas”ataviadas para la ocasión, la arrojaron al Guadiana, acompaña-das de un numeroso público que las acompañaron, llorando como plañi-deras para despedir el Carnaval.

El último acto culminó el 12 de Marzo en el Auditorio Amador Jiménez con la entrega de premios a todos los participantes en las diver-sas categorías de participación y una gran piñata.

El mayor parque eólico de Europa continental fue inaugurado en el Andévalo Occidental con una capacidad de 292 MW de potencia

En Moguer, pueblo típico de la comarca onubense del Condado

Carnaval de Ayamonte, arrancó a finales de Enero con la presentación del pregón y Cartel de Carnaval

Curso de portugués en San Silvestre de Guzmán

Visita cultural a Huelva

Energía eólica en el Andevalo

Los miembros de La Asociación de Solidaridad Social de los Profesores del Algarve, ASSP, realizaron una excursión cultural, el día 25 de Febrero, a la ciudad de Huelva y su entorno.

La visita transcurrió por los “luga-res colombinos” tan ligados a la memoria del marino genovés Cris-tóbal Colón, que descubrió América, como los estuarios de los ríos Tinto y Odiel, así como, el monumento dedicado a la Fe Descubridora, realizado en1922 por la escultora y filántropa norteamérica Gertrudis Vanderbilt Whitney.

En Moguer, pueblo típico de la comarca onubense del Condado, una visita obligada a la Casa-Museo del poeta Juan Ramón Jiménez, premio Nobel de Literatura en 1956.

El paseo concluyó con una visita pormenoriza a la interesante expo-sición itinerante: “Cádiz y Huelva: puertos fenicios de Atlántico” en el Museo Provincial de Huelva, expo-sición que permanecerá abierta al público hasta el próximo mes de Abril.

Toda la visita cultural fue diri-gida por el profesor Juan José de la Paz de la Universidad de Huelva y director del Gabinete Pedagógico de Bella Artes en esa ciudad.

A Orilla del Guadiana

El Ayuntamiento de San Sil-vestre de Guzmán inició, en el mes de Febrero, un curso de portugués que se imparte en el Centro de Mayores de esta localidad de la Man-comunidad Beturia , hasta Mayo del 2011 con horario de 17 y media a 19 y media de la tarde.

Dos orillas tiene el rio Guadianauna en Portugal y otra en Españaen medio suben y baja sus aguas.a veces cristalina, aveces empañada.En ella se pasean barcos y lanchasCustodiados por sus verdes adelfas y verdes cañas.Dios te creó poniendo en ti la belleza de la bravura y la tranquilidad de tus aguasHoy eres testigo de todo aquel que te admiray se embelesa contemplando tanta belleza.Tú eres el fresco del verano y en el invierno, la nostalgia.Todo el que viene se enamora de ti, rio Guadianay siempre estarás ahí con tus subidas y bajadas.El que te contempla, se irá, pero tú seguirás ahípara todo aquel que viene detrás y de esta forma dirá:¡Qué bonito es el rio Guadiana! Tomasa Cejudo Martín. Poeta de Sanlúcar de Guadiana.

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LOCAL

ODIANA apresenta moção contra “falsas promessas do Governo”

Odiana tem novo director

A ODIANA – Associação para o Desenvolvimento do Baixo Guadiana, aprovou em Assembleia Geral, e por unanimidade, uma moção de cen-sura contra aquilo que considera as “falsas promessas do Governo”. Em causa estão “investimentos adiados” e “promessas que não têm tido reper-cussões no território”.

Na moção pode ler-se “o compro-misso sucessivamente adiado do desassoreamento da foz do Gua-diana, da intervenção com vista a promover a sua navegabilidade e a implementação de uma política efec-tiva de combate a desertificação. No entanto, a política deste Governo, que tudo prometeu e pouco concre-tizou, tem sido de um profundo des-respeito para com o Território e suas populações. Veja-se, a título de exem-plo, o que sucedeu com o programa POCTEP, com a promessa sucessi-vamente adiada da Ponte Interna-cional de Alcoutim - San Lucar, o desaparecimento dos mecanismos compensatórios pela saída da região do objectivo I e os obstáculos que têm sido criados na captação e criação de investimentos e postos de trabalho, por critérios subjectivos, incompre-ensiveis e por um fundamentalismo ambiental sem explicação”.

Também a Entidade Regional de Turismo do Algarve (ERTA) não escapa às críticas desta Associação que, segundo a ODIANA, “tem-se esquecido de promover este territó-rio junto do mercado de Espanhol e em particular na região da Andalu-zia. Por este facto, a Associação dará inicio a breve prazo à sua promoção nesse mercado turístico”.

Recorde-se que a Associação ODIANA é composta pelos três municípios: Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António, sendo presidida pelo edil castromarinsense José Estevens .

repensar a sua estratégia de desen-volvimento para o território em articu-lação com o resto do Algarve, uma vez que a aposta no binómio «sol – praia», só por si não funciona, essencialmente pelo seu carácter de sazonalidade. É preciso apostar na diversificação da oferta turística, estruturando novos produtos em torno de segmentos como o Turismo de Natureza e Aven-tura, que apresentam taxas de cresci-mento elevadas.

JBG: Como encara o desafio de liderar a equipa ODIANA?

VM: Trata-se de um desafio de grande responsabilidade, conside-rando que cabe-me a mim sob a orientação da direcção da Odiana, conduzir os destinos desta prestigiada entidade e dar continuidade ao pro-jecto de desenvolvimento deste ter-ritório, numa altura particularmente difícil, marcada por uma grave crise económica e política.

JBG: Sendo uma associação para o desenvolvimento de três municípios como é possível balançar equilíbrios de apoio a três concelhos distintos entre si?

VM: Apesar de serem três concelho distintos, mas unidos por um elemento comum que é o Rio Guadiana, na ver-dade as suas diferenças não são um obstáculo ao equilíbrio de apoios a estes três concelhos, na medida em que encerram um conjunto de valo-res transversais aos três e apresentam áreas com características semelhantes, onde as necessidades e problemas são idênticos. Por outro lado, a diversidade de paisagens, elementos patrimoniais, gastronomia, tradições, saberes, fauna e flora que este território apresenta, não são um aspecto negativo, mas sim positivo, uma vez que possibilita à Odiana definir uma estratégia de desenvolvimento conjunta para este território, com valor acrescido em vir-tude desta diversidade. Além disto, alguns dos projectos assumem um carácter intermunicipal, reforçando o quilibrio dos apoios aos três muni-cípios.

JBG: Que projectos mais estru-turantes gostaria de destacar para o futuro próximo da ODIANA?

VM: Os projectos futuros da Odiana, deverão assentar essencial-mente na promoção, dinamização e afirmação deste território através dos seus produtos e recursos disponíveis, no sentido de gerar riqueza, criação de emprego e tornar o Baixo Gua-diana num território cada vez mais sustentável. Para além de projectos a

desenvolver, é fundamental intensifi-car o apoio e acompanhamento aos empresários e promotores de novos projectos no território; fortalecer o trabalho em rede e em parceria com os vários agentes do território, prestar apoio aos jovens e idosos e ter uma voz mais activa e interventiva em questões estruturantes para o desen-volvimento desta subregião, tal como o desassoreamento do Rio Guadiana, a conclusão do IC27, a requalificação da EN125 e da via férrea do Algarve, a construção da ponte Alcoutim-S.Lucar, a ausência de medidas de combate à desertificação, entre outras promessas até agora não cumpridas.

JBG: Quais as dificuldades que esta associação enfrenta?

VM: As dificuldades existem e fazem parte de qualquer entidade ou instituição, pelo que também a ODIANA tem tido dificuldades. A Odiana tem um percurso e uma his-tória e como sempre existem sempre momentos bons e menos bons, carac-terizados por dificuldades.

De momento e face à conjuntura económica e social do País, não estaria a ser sincero, ao não mencionar que a principal dificuldade é de ordem financeira. Convém porém referir que esta dificuldade deve-se essen-cialmente aos enormes atrasos veri-ficados nos reembolsos das despesas, efectuadas na execução dos vários projectos, candidatados aos fundos comunitários. Por outro lado, e no âmbito do Contrato Local de Desen-volvimento Social, que foi assinado em 2009 entre a Odiana e o Governo agora demissionário, é lamentável que mais uma vez tenham sido assumidos compromissos por parte do Governo, que entretanto tardam em ser cumpri-dos, nomeadamente no que se refere aos reembolsos das despesas assumi-das pela Odiana e demais entidades executoras das acções previstas, cujo o montante em crédito ascende aos 200 mil euros. De salientar que foi o próprio Secretário de Estado da Segurança social que endereçou o convite aos municípios de Alcoutim e de Castro Marim a executarem as acções prevista no projecto «+ Inclu-são», afecto ao referido Contrato.

Para além das dificuldades finan-ceiras, também o crescente grau de exigência e burocracia associado à execução dos projectos candidata-dos aos vários programas de apoio comunitário, representa uma dificul-dade acrescida, uma vez que exigem o envolvimento de vários técnicos e tempo para proceder a operações como a elaboração de pedidos de reembolso, alterações aos projectos e prorrogações de prazos.

Valter Matias natural de Alta Mora, freguesia de Odeleite, e que integrou a equipa «Odiana» em 2000, quer dar o seu melhor para que a Associação continue a ser uma entidade respeitada dentro e fora do Baixo Guadiana. Garante que perante a crise o objectivo é reforçar trabalho.

Jovem integra a equipa da Odiana desde o ano de 2000

Jornal do Baixo Guadiana : A intervenção da ODIANA tem-se mantido ou alterado ao longo dos anos?

Valter Matias: A intervenção da Odiana tem vindo a crescer e a amadu-recer. Com base na estratégia definida e com os Quadros Comunitário II e III, a Odiana procurou desenvolver um vasto leque de projectos, nas áreas do turismo, ambiente, social, cultural, patrimonial, e outros. Foi o início de uma intervenção activa e de proximidade junto da população deste território, geradora de dinâmica, pro-jecção e de desenvolvimento social e económico.

Interessa referir, que foi durante este período que a Odiana alargou e intensificou as suas relações de parce-ria com entidades de vários países da Europa, o que permitiu divulgar e afir-mar este território no contexto euro-peu e aumentar significativamente a captação de fundos comunitários para este território.

Outra vitória fulcral foi em con-junto as associações Odiana, ADPM e Alcance, terem conseguido trazer para esta subregião o programa LEADER, actual PRODER.

Com a entrada em vigor do Quadro de Referência Estratégica Nacional [QREN 2007-2013], a Odiana pro-curou dar continuidade à sua estraté-gia através da execução de projectos conjuntos e articulados com a vizinha Espanha e Baixo Alentejo, no âmbito do Programa POCTEP, antigo INTER-REG.

Um ponto igualmente de referência neste período, refere-se à transferência de propriedade do Jornal do Baixo Guadiana, fundado em 2000 pela Associação Alcance, para a Odiana, que rapidamente procurou dar uma nova imagem e dinâmica a este impor-

tante meio de comunicação e de uni-ficação deste território, em que para além da notícia tem também asso-ciado uma forte componente social e de projecção do Baixo Guadiana.

JBG: Quais os novos desafios desta associação?VM: Considerando que vivemos num mundo cada vez mais globalizado, e que os recursos financeiros são cada vez mais escassos, é necessário ajustar estratégias e, mais do que nunca, defi-nir um modelo de desenvolvimento sustentável para este território. É visível e meritório todo o trabalho desenvolvido, não só pela Odiana mas essencialmente pelas três autar-quias, ao longo desta última década, neste território. Contudo este traba-lho, com uma forte componente de obra associado, não obstante da sua importância para o território denota alguma fragilidade em termos de sus-tentabilidade e geração de riqueza.

A melhoria e abertura de novas vias, obras de saneamento básico, construção de equipamentos e infra-estruturas de primeira necessidade, recuperação de património histórico e natural, melhoria das condições de vida da população, etc, são projec-tos de grande importância para este território e que estão na base de qualquer desenvolvimento, contudo cabe-nos agora dar-lhe o melhor uso, através da sua dinamização e explo-ração de uma forma sustentável e geradora de riqueza e emprego.

É necessário desenvolver uma aposta forte no que realmente é genuíno deste território, centrar-nos naquilo que é nosso e que não existe noutras partes do mundo, promover e valorizar cada vez mais o nosso riquís-simo património histórico e natural, os nosso produtos, os nossos saberes e tradições, a nossa gastronomia, pai-sagens e cultura.

Na área do Turismo, é preciso

Associação para o desenvolvimento do Baixo Guadiana

Susana de Sousa

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GRANDE REPORTAGEM

Num mundo em que os Estados lutam por alcançar a inclusão, será correcto dizer que estamos perto de a abraçar? As deficiências fazem parte do mundo, muitas vezes a própria genética atraiçoa a biologia humana com desamparos que o mundo quotidiano ainda tenta perceber, nomeadamente a ausência ou disfun-ção de uma estrutura psíquica, fisio-lógica ou anatómica. Neste combate, não tão experiente quanto seria de esperar, e no qual o vocábulo «defi-ciente» é frequentemente tido como de carga negativa ou depreciativa, entra em marcha um atendimento especializado e directamente dirigido à pessoa; as terapias, que mais que uma abordagem inclusiva tratam e estimulam as pessoas a aprender a lidar com a deficiência e a desenvol-ver potencialidades. Neste sentido, a educação especial tem sido uma das áreas que tem desenvolvido estudos científicos para melhor atender estas pessoas. No entanto, a educação con-vencional passou a ocupar-se também do atendimento de pessoas com necessidades educativas especiais, acompanhando deficiências além das necessidades comportamentais, emocionais ou sociais. A não esquecer que as necessidades educativas espe-ciais não se referem apenas à pessoa com deficiência, engloba qualquer necessidade considerada atípica e que exija uma abordagem especí-fica por parte das instituições, seja de ordem comportamental, social, física, emocional ou familiar. Aqui a hipoterapia, com raízes no Norte da Europa, começou por se disseminar, usufruindo já muitos sujeitos desta prática. No entanto as necessidades educativas especiais ainda não são completamente atendidas, quem deve

ciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação. Procura o desenvolvi-mento psicossocial de pessoas com deficiência e/ou com necessidades especiais; trata-se de uma actividade sócio-desportiva altamente benéfica, que promove uma simbiose entre natureza-criança-cavalo. Como tal, pode ser não apenas a resposta, mas uma das, para a problemática da inac-tividade habitual associada a certos tipos de deficiência.

“Existe na realidade uma relação de carácter permanente entre o equi-líbrio tónico-postural e o equilíbrio da personalidade, sendo um dos fundamentos da psicomotricidade”, explica o docente que esclarece que com a deslocação do cavalo, o jovem é submetido a um movimento que faz com que os músculos se contraiam e relaxem, de acordo com um padrão tridimensional (similar ao da marcha humana). “Assim, o cavalo está per-manentemente a desequilibrar o pra-ticante, que automaticamente procura um ponto de equilíbrio, retornando à posição correcta; através deste pro-cesso trabalham-se a tonicidade, equi-líbrio, lateralidade, noção de corpo, organização espacial, praxia fina e praxia geral, com evidentes benefícios para o desenvolvimento da criança ou jovem com condicionalismos de desenvolvimento”. Estes são eviden-tes inicialmente, no plano motor, desencadeando a médio-longo prazo, importantes alterações no domínio

praticar hipoterapia nem sempre tem o apoio estatal necessário, e o valor, a somar as várias consultas, torna-se por vezes insuportável, para quem muitas vezes é essencial.

Educação é primordial

Domingos Palma é professor de 1º ciclo do Ensino Básico, é licen-ciado em sociologia e tem uma pós graduação em educação especial. O currículo é vasto e a tónica é indiscutivelmente na área da edu-cação. Foi em Évora, na Associação Sócio-Cultural e Terapêutica de Évora / Lar Escola S. Francisco de Assis, que tomou pela primeira vez contacto com a Educação Especial. “Foi por sugestão da instituição onde leccionava e desenvolvendo traba-lho na área da educação da pessoa portadora de défice cognitivo, que frequentei formação na área da Equitação Adaptada, e efectuei a primeira experiência neste domí-nio, no Centro Equestre da Universi-dade de Évora”, conta o interlocutor. No regresso ao Algarve, de onde é oriundo, sobreveio a decisão. “Quis permanecer em definitivo na Edu-cação, e trabalhar em Educação Especial, uma área que considero um verdadeiro desafio”.

Escola Pública e a Escola Inclusiva

Nesta área tão única e apelidada ainda de «especial», existem muitas lacunas, naquilo que se reivindicou ser uma escola inclusiva; o início da história provém dos países escandi-navos. “Na década de 50, um grupo de pais de crianças dinamarque-ses, reivindicou a necessidade dos seus filhos frequentarem a escola pública, porque alegadamente, o facto de interagirem com jovens

cognitivo e sócio comportamemen-tal, sustenta o docente que adianta ainda que a mediação do processo um papel primordial. “É aconselhável um quadro de interdisciplinaridade entre profissionais de áreas diversas, como a saúde, a educação e a equitação”.

Sotavento com menor expressão na hipoterapia

Esta terapia tem ganho na verdade um número crescente de adeptos e são os pais que mais constatam os seus benefícios. Domingos P. refere que comparativamente a outras terapias não tem custos elevados. “Contudo como a generalidade das terapias são comparticipadas, ou fazem parte da rede do Serviço Nacional de Saúde, inúmeras crianças e jovens, por questões económicas, ou por escassez de informação, não têm acesso a esta actividade”. No Algarve é no Barlavento que esta terapia tem maior expressão, já no sotavento são em menor escala, mas também exis-tem.

Um pouco por todo o país podem encontrar-se a hipoterapia, mas também a equitação adaptada que o docente clarifica. “Hipoterapia é a designação utilizada para os quadros de saúde mais restritivos; aqueles em que o praticante não dispõe de condições físicas ou mentais para se manter sozinho sobre o cavalo, necessitando do auxílio de alguém

Joana Germano sem handicap, seria facilitador do desenvolvimento”, conta o docente que refere a impossibilidade de tal facto na época. Mas tudo mudou. “Não baixaram os braços, as pre-tensões foram ouvidas, a lei alterada e assim, anos mais tarde, nasceu a «Escola Inclusiva»”. Em Portugal este paradigma chegou bem mais tarde. “Sendo a «Escola Inclusiva», não um momento, mas um processo que envolve uma mudança de percep-ção daquilo que é o handicap, e do modo como deverá ser enquadrado, actualmente a escola pública con-tinua a atravessar um período de ajustamentos, e adaptações a novas realidades e objectivos educativos”.

Para evoluirmos para um sistema que denote preocupação na inserção de todos os seus cidadãos há peque-nos passos que devem ser tomados; o apoio terapêutico, é em definitivo um deles. Sempre que a criança melhora as suas competências, significa que existe um processo de desenvolvi-mento em curso, trata-se de uma atenuação do handicap, ou de supe-ração dum bloqueio de desenvolvi-mento”, acrescenta. No entanto, o docente deixa desde já algo em que pensar no que diz respeito ao papel da Entidade Estatal neste processo. “Na Europa Central os serviços de Segurança Social comparticipam uma grande diversidade de actividades de âmbito terapêutico, designadamente a Equitação Adaptada…”

As mais-valias da equitação adaptada

De acordo com a definição, a hipoterapia, introduzida em 1966 pelo neurologista suíço H. F. Kaser, também conhecida como «Equite-rapia», é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdis-

Para crianças e jovens com deficiência

Hoje em dia são muitas as terapias, e não menos importantes, algumas conhecidas como a frequente fisioterapia, a terapia da fala e a convencional mas pouco assídua terapia ocupacional; outras ainda um pouco desconhecidas ou dispendiosas, como a musicoterapia e a hipoterapia. Esta última é indubitavelmente conhecida pelo vocábulo «hipo» com cavalos, mas será que se conhecem os seus benefícios terapêuticos e educacionais na recuperação de indivíduos com deficiência? Para aprofundar as mais-valias o JBG falou com Domingos Palma, professor de Educação Especial no Baixo Guadiana com qualificações que lhe têm permitido prestar terapias na valência da equitação adaptada, uma vertente da hipoterapia. Ouvimos também um testemunho de uma mãe e filho que fundamentam os benefícios, mas contestam a ausência de apoios.

Há casos reais que testemunham a importância valiosa da hipoterapia em crianças com deficiência

Hipoterapia, um recurso valioso na recuperação

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GRANDE REPORTAGEM

que monta consigo; é considerada por algumas correntes, como uma fase da Equitação Adaptada, que antecede a educação/reeducação, antecipando esta, a pré-desportiva. Eu encontro-me mais orientado para o segmento educação/reeducação”, atesta.

Inovador em Portugal; Comum no Norte da Europa

Para já Domingos P. tem uma ideia inovadora cá, em Portugal, mas que é comum no norte da Europa. “Trata-se de proporcionar uma tarde ou uma manhã de envolvimento com as acti-vidades da quinta, com regularidade semanal, a grupos heterogéneos de jovens, que poderão ser portadores de perturbações do desenvolvimento; nomeadamente, dificuldades no con-trolo da impulsividade, défice cog-nitivo, hiperactividade e défice de atenção, dislexia, (…); ou simples-mente gostar de desfrutar o campo”, a qual possuiria como emulação do desempenho, o estreito contacto com os equídeos, na forma mais gratifi-cante, que é montar o cavalo”, conta Domingos que deixa a mensagem. “Quem é conhecedor, afirma que esta prática conduz a resultados verdadei-ramente interessantes…”

De momento, Domingos Palma efectua equitação adaptada na loca-lidade da Junqueira (concelho de Castro Marim) na Quinta do Vale

Mariana e Jaime (nomes fictícios visto que ao testemunhar optaram pelo anonimato), são mãe e filho. Jaime é uma criança de 11 anos que se suspeita sofrer de síndrome de Kabuki, uma doença rara e difícil de diagnosticar; estão confirmados no mundo pouco mais que uma centena.

Os indícios clínicos vão desde algumas carac-terísticas faciais até a problemas neurológicos como a hipotonia, que pode afectar a coorde-nação motora, provocar convulsões, problemas alimentares, hipermobilidade articular (sendo que a fisioterapia e actividade física podem fortalecer a musculatura), algum atraso no crescimento, anomalias esqueléticas e cardio-vasculares.

Como portador desta síndrome Jaime, acon-selhado por médicos especializados e docentes, realizou hipoterapia durante três anos, uma vez por semana, em que cada sessão durava 45 minutos. Deixou esta terapia há dois anos atrás, porque os gastos não eram mais suportá-veis. Esteve no centro de equitação de Almancil: Centro Hípico Pinetrees, tendo que percorrer largos quilómetros e nunca em horário pós-laboral. Neste caso o custo não era tão acrescido porque a mãe é sócia da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral e como tal apenas cus-teava uma percentagem da terapia. “Não vou neste momento porque os gastos eram muitos e, mais uma vez, o Estado não comparticipa nada”, refere acrescentando que na «Sala de Desenvolvimento» [commumente conhecida como sala TEACCH] onde o Jaime estuda deram um ano essa terapia, este ano e até ao momento a hipoterapia ou equitação adaptada não estão disponíveis”, sustenta.

É importante referir que o Centro Hípico Pinetrees em Almancil trabalha com residen-tes locais, turistas e dispõe de um programa de equitação terapêutico. Para além de passeios e aulas de equitação o centro é credenciado para actividades de hipoterapia e equitação adap-tada colaborando com o Clube de Equitação do Algarve e com a Associação de Equitação para deficientes do Algarve.

“Notei sobretudo melhorias ao nível de tacto”

Mariana conta entusiasmada algumas das peri-pécias do Jaime com o cavalo e revela que notou melhorias no filho; pequenos, mas grandes milagres. “O meu filho fazia terapia individual, [há terapias deste tipo também em grupo], nomeadamente ao nível do tacto, olfacto e postura e equilíbrio; conduzia o cavalo, aprendia a tratar dos animais, faziam jogos, desde puzzles até outros didácticos com cores para efectuar a correspondência com objectos”, revela Mariana, recordando outrora as aulas e mostrando algumas fotos onde é possível ver Jaime a sorrir e a tocar no cavalo sem qualquer constrangimento, facto que Mariana diz que para ele era impossível fazer anteriormente. “Para além da postura, porque ao andar de cavalo treinavam a postura e movimento [andando para a frente, trás e lado], notei sobre-tudo melhorias ao nível de tacto, visto que era muito difícil para ele tocar em algo, desde o mais áspero ao suave”.

Mariana é peremptória; enaltece os benefícios da hipoterapia, mas já como uma mãe versada e experiente na matéria enaltece o trabalho conjunto que supera em larga escala o individual. “Todas as coisas no conjunto ajudam-no imenso, isto porque todas as terapias devem ser trabalhadas em conjunto, portanto todas as áreas, e não apenas uma”, defende esta mãe que já realizou inúmeras terapias, a mais recente englobou a musicoterapia por 35 euros com sessões semanais de 45 minutos semana. Mariana luta pelos direitos à inclusão de Jaime; luta por apoios que não devem ser tidos como actos de bondade ou solidariedade, mas como deveres dos cidadãos; luta por maior intensidade e frequência da terapia da fala na escola e contesta a ausência de terapia ocupacio-nal. Percebe que são muitas as crianças para poucos docentes especializados, mas como crente na inclusão não deixa de esconder a mágoa e arregaça mangas para ultrapassar outros obstáculos, que concerteza virão, neste longo caminho que é a batalha de uma mãe para integrar um filho que é diferente, mas é igual, que é especial como todas as crianças, mas que é único aos olhos dos seus pais.

da Palmeira. A periodicidade desta terapia é definida pelo próprio como irregular, dependendo antes da pro-cura; que é mais elevada em tempo de aulas e reduzida nas férias. “Para haver progressos usualmente seriam necessárias duas sessões semanais, na impossibilidade, no mínimo uma, mas tudo depende do quadro apre-sentado pela criança/jovem e do espectro da problemática, que pode ser muito vasto”, diz Domingos Palma que confirma que a duração da sessão, depende da disfunção apresentada pela pessoa, bem como a idade e muitos outros factores podem care-cer de um relatório médico, deixando desde já uma salvaguarda. “Esta acti-vidade não pode ser vista como uma obrigação ou algo rotineiro para a criança, tem sempre que se revestir de um invólucro lúdico, ou seja, terá sempre carácter lúdico pedagógico. Pode produzir resultados interessantes em problemáticas diversas que vão dos défices cognitivos, a dislexias, pas-sando pela hiperactividade, défice de atenção, controlo de impulsividade, entre outras”. Para terminar fica uma advertência final. “Há quadros de saúde nos quais não é producente enveredar por esta actividade, ficam os exemplos de alguns problemas de coluna e epilepsia não controlada”. Para saber mais sobre a hipoterapia e equitação ção adaptada em Castro Marim pode contactar: [email protected] ou 91 924 98 62.

Pequenos grandes milagres

Há casos reais que testemunham a importância valiosa da hipoterapia em crianças com deficiência

O contacto com o cavalo permitiu que Jaime (nome fictício) ao longo de três anos conhecesse pequenos grandes milagres

Hipoterapia, um recurso valioso na recuperação

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LOCAL

Pão Quente e Queijo Fresco atraíram milhares de pessoas

Restauração e requalificação dos altares da Igreja de Santo António

A XIII Feira do Pão Quente e Queijo Fresco em Vaqueiros “foi mais um sucesso”, garante a orga-nização. Milhares de pessoas visi-taram esta aldeia em meados de Março no concelho de Alcoutim, à procura da qualidade que os produtos caseiros alcoutenejos oferecem.

Ao pão quente e ao queijo fresco juntaram-se o artesanato, os doces tradicionais e outros produtos locais, como as azei-tonas, o mel e as chouriças. A animação musical, com o «Duo Musical Bailasons» e «Tony das Favelas», divertiu o público do evento durante a tarde.

A chuva prevista para o dia impediu a realização da marcha-passeio de manhã, mas a tarde surpreendeu com bom tempo e a 13ª edição desta feira reuniu a maior afluência de sempre.

O presidente da câmara munici-pal de Alcoutim realçou a impor-tância destas feiras na economia das zonas rurais e garante conti-nuar a apoiar a Junta de Freguesia na realização do certame, que é já um dos eventos que atrai mais gente ao concelho de Alcoutim.

É um projecto pioneiro idealizado por Isabel Mestre que está disposta a apoiar aqueles a quem pode faltar ajuda preciosa.

nativa. “Não serei eu a levar o pro-jecto por diante, mas estou disposta a encontrar alguém que o faça por mim”, explica esta alcouteneja que há 10 anos é auxiliar de enfermagem na Suíca. “Acho que uma enfermeira interessada por esta doença poderá

O projecto «Mercado Solidário» tem como objectivos dar a conhecer a toda a comunidade em que consiste um mercado solidário, envolver e sensibilizar a comunidade neste tipo de iniciativas de carácter sócio-edu-cativo, divulgar o trabalho realizado no concelho nas mais diversas áreas e, ainda, divulgar o Banco Local de Voluntariado (BLV) de Vila Real de Santo António.

A moeda de troca utilizada terá o nome de «solidário», sendo que serão entregues a cada participante 10 solidários.

O projecto tem como organiza-dores a equipa de dinamização do Banco Local de Voluntariado, a equipa de trabalho do Centro Inves-tigação e Informação do Património Cultural de Cacela e a Associação de Defesa, Reabilitação, Investigação e Promoção do Património Natural e Cultural (ADRIP).

Modalidades de participação: Existem duas modalidades de

participação. Uma que se destina a participantes que tenham artigos suficientes para expor numa banca, estes participantes terão que efec-tuar uma inscrição prévia para a organização saber com quantas

Na sequência do projecto de rea-bilitação da Colina do Revelim de Santo António a câmara munici-pal adjudicou a obra de restauro e requalificação dos altares da Igreja de Santo António.

Os trabalhos de restauro dos altares estão a ser realizados, obser-vando todas as técnicas e rigor cien-tífico inerentes a uma intervenção com estas características, e visam devolver a beleza e a excelência a este valioso património religioso da Vila de Castro Marim.

Trata-se de um investimento de 100 mil euros, cujo prazo de exe-cução é de seis meses, estando a conclusão da intervenção prevista para o mês de Junho.

Edificada no interior do Revelim de Santo António, a Igreja de Santo António foi mandada construir pelo Rei D. João IV, por volta de 1640. Originalmente de construção bar-roca com um altar ao mártir S. Sebastião, era de planta quadran-gular mas sofreu grandes alterações ao longo tempo.

O interior é composto por uma nave longitudinal com cobertura em abóbada de berço com dois retá-bulos laterais de meados do século XVIII dedicados a Nossa Senhora da Conceição e a Santa Isabel.

agarrar o projecto com tanta força quanto eu. Depois com tanta falta de emprego acho que pode ser um estímulo a esse nível…”. O papel de Isabel M. seria o de voluntária “estando disposta a apoiar a 100% e também a ajudar idoso e/ou doentes que estão

bancas deve contar, o material que cada participante precisa e quais os produtos que vai ter para troca.

Há também uma modalidade que se destina a visitantes do mercado que, no caso de levarem algum pro-duto para troca, também poderão participar no mesmo, fazendo uma troca directa do seu produto por outro, ou trocando o seu produto pela moeda solidária e depois uti-lizar esta para adquirir um ou mais produtos nas outras bancas.

em casa no concelho de Alcoutim”

Deixar a família por uma missão

Ansiosa por ver o projecto da CAT concretizado esta emigrante não vai hesitar em deixar a Suiça e a família por esta causa. “Tenho de cumprir a minha missão de ajudar os outros. E hoje em dia ir à Suiça é tão simples como ir a Lisboa…”.

A família apoia a ideia.“Eles com-preendem a minha vontade e dão-me a maior força”, garante. Convicta que o projecto que tem em mãos vai concretizar-se, Isabel Mestre está dis-posta a todos os esforços por ajudar os mais idosos e/ou doentes.

Aguarda agora outra mão amiga para levar por diante aquela que, a concretizar-se, poderá ser a primeira Casa de Acolhimento Temporário de Alcoutim.

Na Suíça pode encontrar esta emi-grante via e-mail: [email protected]

Isabel Mestre tem 47 anos e é emi-grante na Suíça. Natural de Balurcos de Baixo, Alcoutim, está disposta a regressar à terra-natal para cumprir um sonho que passa por dar vida a uma Casa de Acolhimento Temporário (CAT) para pessoas idosas ou doentes que necessitem de auxílio permanente. Em particular, tem paixão por cuidar de doentes com Alzheimer e há três anos que é assistente de enfermagem nesta área. “Tenho tirado diversos cursos e é importante dar um apoio especializado a estas pessoas que por vezes não têm cuidados à medida, o que as faz rapidamente regredir para o último grau da doença”. Sensibili-zada para a complexidade da doença sente-se capaz de dar mais qualidade de vida a estes e outros doentes ou idosos que temporariamente não tenham apoio, quer da família, ou de

um lar, muito menos de uma cama de hospital. “Sabemos bem que há fami-liares que cuidam destas pessoas, mas que também precisam de descansar porque é um trabalho muito duro”. A pensar nos beneficiários, mas também na qualidade de vida de quem cuida habitualmente deles, Isabel Mestre não quer deixar a oportunidade de concretizar esta vontade.

Tal como o nome indica, a casa fun-cionaria para dar apoio permanente e não para se transformar em Lar ou Centro de Dia.

Ajuda precisa-se

Há bem pouco tempo esta emi-grante esteve prestes a desistir do sonho quando lhe foi diagnosticada uma doença na coluna que a limita nos esforços. Mas arranjou uma alter-

Emigrante quer criar «Casa de Acolhimento Temporário»

Mercado Solidário livre de restrições monetárias

Em Cacela Velha

Para idosos e doentes em Alcoutim

Até Junho

Isabel Mestre está agora à procura de quem a ajude nesta causa

Moeda de troca é o «Solidário»Obras representam investimento de 100 mil euros

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2011 | 11

LOCAL

PS de VRSA delineou criação de mil postos de trabalho«Plano Emergência de Promoção do Emprego da Competitividade e da Economia Familiar» é o nome para um projecto de apoio social que os socialistas liderados por Jovita Ladeira garantem que é “exequível”. Já está definido o financiamento para o concretizar.

Jovita Ladeira apresentou a 18 de Março um plano de emergên-cia social cujo grande objectivo passa por combater o desemprego e promover a retoma económica no concelho de Vila Real de Santo António. Uma das prioridades é a economia familiar. “É preciso ajudar as famílias a gerir melhor os orçamentos”, defendeu à margem da conferência de imprensa a líder da concelhia socialista que é também vereadora da oposição no

município pombalino. “No conce-lho de VRSA, tomando por referên-cia os últimos 4 anos, verifica-se que a média mensal de desempre-gados cresceu 118% e o desem-prego de longa duração teve uma variação de +290%”, afirmam os socialistas que acrescentam que “a estrutura do desemprego, no que se refere ao sexo, sofreu uma inversão, os homens que represen-tavam 28,4% dos desempregados representam hoje 51%. A situação

Cruz Vermelha tem novo serviço de transporte

A câmara municipal de Vila Real de Santo António assinou um pro-tocolo com o Instituto Nacional para a Reabilitação que fez nascer na divisão de acção social deste município o Serviço de Informa-ção e Mediação para Pessoas com Deficiência ou Incapacidade (SIM-PD).

Estes Serviços são instalados nas autarquias, especializados no aten-dimento da pessoa com deficiência, suas famílias, técnicos e profissio-nais bem como da população em geral, que permitem concentrar num único lugar a informação per-sonalizada e correcta sobre todos os direitos e recursos existentes para os vários casos de incapaci-dade ou deficiência.

Agora os munícipes ou visitantes no concelho nestas condições já podem ser encaminhadas e acom-panhadas na procura das soluções mais adequadas à sua situação concreta e no desenvolvimento das suas capacidades para assumirem, nas respectivas comunidades, os direitos e deveres cívicos inerentes a qualquer cidadão.

Luís Gomes, edil local, afirmou que uma das grandes preocupações tem sido “promover a inclusão de pessoas com deficiência na socie-dade, estando para isso a autar-quia a trabalhar continuadamente na preparação do espaço público de todo o concelho, eliminando barreiras e criando um espaço com mobilidade para todos”.

Secretária de Estado felicita

A cerimónia contou com a pre-sença da Secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, Idália Serrão. A responsável no Governo demissionário apelou à responsabi-lidade social “de todos os cidadãos, não apenas das autarquias e do Governo”. Lembrou que “é preciso mudar mentalidades” e enalteceu “os esforços desenvolvidos pela câmara municipal na área de pro-moção da mobilidade”.

Recorde-se que este serviço vem juntar-se aos outros já existentes no município vilarealense, no desenvol-vimento da política de acção social, contando com vários apoios aos cidadãos com deficiências e mobi-lidade reduzida, como a terapia da fala, transporte a deficientes, «Praia para Todos», sala de desen-volvimento ou ainda a hidroterapia e reabilitação.

A apresentação do novo serviço disponível no município foi apre-sentado pelo Director do Instituto Nacional para a Reabilitação, Rui Ribeiro.

100 estágios locais e 10 estágios internacionais.

Do ponto de vista da competitivi-dade económica o plano em causa realça também o apoio ao tecido empresarial local, privilegiando os fornecimentos e aquisição de serviços a empresas com sede no concelho e pagamentos a 60 dias. Os socialistas defendem ainda que empresas com obras adjudicadas no concelho devem integrar uma percentagem de trabalhadores do concelho e de igual forma privi-legiar as empresas com sede no município nas subempreitadas; também ceder lotes para instala-ção de empresas a valor simbólico em razão da área de negócio estra-tégica para o concelho e do n.º de postos de trabalho a criar.

Economia Doméstica

Está também prevista formação a 200 pessoas para a economia doméstica, em que os socialistas defendem que devem ser privile-giadas aquelas que auferem Ren-dimento Social de Inserção (RSI). Jovita Ladeira quer também que se institua a figura do «Mediador Familiar para a Economia Domés-tica», que promova actividades de formação sobre economia domés-tica nas escolas, desde o 1.º ciclo

é “alarmante”, avisa Jovita Ladeira que critica “as opções estratégicas de desenvolvimento para o con-celho que não têm sido as mais adequadas”.

25 medidas previstas

Alterar o paradigma actual é do ponto de vista dos socialistas desenvolver um Plano Estraté-gico Local. O plano apresentado reveste-se de 25 medidas que se desenvolvem em cinco áreas: Com-bater o desemprego e melhorar a empregabilidade; Promover a transição dos jovens para a vida activa; Reforçar o apoio ao tecido empresarial e a competitividade das Empresas Locais; Melhorar a qualificação dos activos e dos desempregados; Melhorar a eco-nomia doméstica.

Mil postos de trabalho

Uma das metas deste docu-mento, que vai ser apresentado em próxima reunião de câmara passa por criar mil postos de traba-lho, incrementando um conjunto de apoios às empresas que criem postos de trabalho e à criação do próprio emprego. Há também o objectivo de colocar 100 jovens no primeiro emprego, promover

ao ensino secundário e crie um Gabinete de Apoio às Famílias sobre endividadas.

Financiamento

“O sucesso e a exequibilidade do Plano Emergência de Promoção do Emprego da Competitividade e da Economia Familiar exige que seja participado por diferentes parcei-ros de forma a potenciar medidas e sinergias”, avisou Jovita Ladeira que propôs que se assumam como parceiros principais o IAPMEI, Instituto de Emprego e Formação Profissional, Educação, Segurança Social, Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, DECO e Empresas Locais.

Quanto ao financiamento para este programa propõem que passe por um fundo onde confluam:3% do IRS da receita municipal; 50% receitas destinadas a publicidade, eventos e consultadorias, estudos pareceres exposições seminários e outros serviços (para este ano estão previstos em Orçamento cerca de 6.000.000 €); 50% das verbas gastas nas diversas Revistas Municipais; diminuição de eventos com artistas dispendiosoo, privile-giando artistas locais e redução em 60% das deslocações de dirigentes e funcionários do município, no país e ao estrangeiro, substituindo-se pela utilização das tecnologias de comunicação - vídeo conferen-cia e teleconferência, por exem-plo.

A Delegação da Cruz Vermelha Portuguesa de VRSA tem um novo serviço de transporte de utentes. Este novo serviço está disponível para levar os utentes a tratamen-tos, consultas, exames médicos, entre outros. Esta delegação garante “serviço personalizado e de qualidade”, pode ler-se numa nota à imprensa enviada às redacções.

Pessoas com mobilidade reduzida têm mais apoio

A economia doméstica é também um dos pilares deste programa

Secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, Idália Serrão marcou presença na cerimónia

Plano de Emergência

Promoção da Integração em VRSA

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Horário: Laboral6h diárias / 330h totaisDestinatários: Desempregados de longa e muito longa duração, bene�ciários do RSI (Rendimento Social de Inserção) Condições mínimas de acesso:

Nível 3 (12º ano)

Objectivos: Desenvolver competências pro�ssionais, sociais e pessoais.

Local: Vila Real de Santo AntónioBenefícios: Bolsa de formação Sub. de alimentação Sub. de alojamento ou transporte Outros encargos

Início: 2 de Maio

Horário: Pós- Laboral4h diárias / 100h totaisDestinatários: Desempregados de longa e muito longa duração, bene�ciários do RSI (Rendimento Social de Inserção), jovens com o 9º ano Condições mínimas de acesso:

Nível 2 (9º ano) Objectivos: Desenvolver competências pro�ssionais,sociais e pessoais.

Local: Castro Marim - Associação Odiana

Bolsa de formação Sub. de alimentação Sub. de alojamento ou transporte Outros encargos

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Informações e inscrições na Associação OdianaR u a 2 5 d e A b r i l , n . º 1 A p a r t a d o 2 1 8 9 5 0 - 9 0 9 C a s t ro M a r i m e - m a i l : g e ra l @ o d i a n a . p t Te l m : 9 6 7 9 4 4 9 3 0 Te l f : 2 8 1 5 3 1 1 7 1 f a x : 2 8 1 5 3 1 0 8 0* * *

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HISTÓRIAS DE VIDA

É na sua oficina, no seio da movimentada Zona Industrial de Vila Real de Santo António,

que António José Pereira todos os dias faz o que mais gosta. Com 64 anos e reformado não sabe estar longe da profissão que lhe enche as medidas. Fá-lo por gosto e não por dinheiro, embora reconheça que nos tempos que correm “as despesas são muitas e não se pode recusar uma boa proposta que possa surgir de um comprador”. O seu armazém não está à venda, mas admite que é difícil manter tanta paixão com tão pouca margem de lucro. “Passamos os dias a fazer orçamentos e desenhos, sendo que na maior parte das vezes não servem para nada”. Comanda o trabalho de cinco trabalhadores; um deles com quem trabalha há 25 anos e outro é seu filho. O filho “aprendeu tudo com o pai, com quem é que haveria de aprender?!”. Não há falsas modéstias nas palavras deste marceneiro que lamenta que hoje “não se aprenda um ofício como acontecia antigamente”. Garante que na sua oficina “só trabalham profissionais”, e que tem dificuldade em encontrar jovens que saibam alguma coisa destas lides. Aos 11 anos iniciou o ofício de marcenaria. Fazia parte da «Mocidade Portuguesa». Não sabia ao que pertencia, e por isso não o sentia. A política não lhe dizia nada, e “era isso que o regime de Salazar

queria; manter as mentes obscuras e quanto mais íamos crescendo mais queriamos a Salazar”. Recorda um ambiente na sala de aula muito rígido; uma instrução do tipo militar “e havia, inclusivé, núcleos com armamento que faziam a instrução com a espingarda na mão sempre”.A escola que frequentou chamava-se «Escola Oficial». “Chegávamos até à quarta classe e depois íamos aprender um ofício. Aprendía-se e ganhava-se gosto por fazer alguma coisa”, afirma, lembrando que “tanto da escola oficial como da escola comercial saíram grandes profissionais”. Para os rapazes os ofícios passavam muito pela marcenaria, carpintaria, serralharia. Já para as mulheres – e estamos a reportar especificamente à realidade da «Vila» - a maioria tinha saída profissional para a Indústria Conserveira.A marcenaria artesanal “é uma arte” e por isso António J. P. sente-se um artista. Aliás, para se explicar recorre a uma comparação que gosta de fazer entre aquilo que é a marcenaria e a carpintaria. “A marcenaria, embora se trabalhe com as mesmas ferramentas que com a carpintaria é totalmente diferente. Na marcenaria você tem que inventar; criar, acima de tudo. Criamos os móveis, as medidas, as perspectivas e a harmonia do próprio móvel. A carpintaria não tem o feeling no acabamento...”Não se lembra da primeira peça que fez, mas recorda-se que participou num concurso regional da «Mocidade Portuguesa». Elaboravam-se peças em madeira que depois eram expostas e iam a concurso. “Eu ainda me lembro que fiz uma carroça em miniatura muito bonita!”. Reformado não consegue desligar-se da marcenaria artesanal

A marcenaria artesanal é a profissão e a paixão de António José Pereira. Aos 11 anos iniciou a aprendizagem deste ofício na «Mocidade Portuguesa». Eram

tempos diferentes; altura em que as profissões chegavam cedo, sobretudo

para os rapazes. Da história de sua vida destaca o tempo em que foi fuzileiro

em Moçambique. Percorreu aquele país grande - ex-colónia portuguesa - de

norte a sul - “em defesa de Portugal” - a Metrópole. Mais tarde deu a volta ao

mundo como polícia de bordo, mas a vida mudou de sentido quando foi pai pela

primeira vez. E como «não há amor como o primeiro» voltou para os braços da

marcenaria.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2011 | 15

HISTÓRIAS DE VIDA

Entrou para os fuzileiros com 17 anos. “Com 18 estava já em Moçambique a combater como fuzileiro especial”. Valeu-lhe na selecção para a Marinha Portuguesa uma boa condição atlética e uma boa capacidade para aguentar “uma série de coisas que era preciso aguentar em prol da nação”. Na oficina este marceneiro ostenta inúmeras fotografias do tempo de guerra. “Era muito doloroso, mas eu não estou arrependido acima de tudo porque através dessa instrução que tive na marinha consigo-me ver hoje como se tivesse 18 anos!”. Ganhou um espírito jovem e aberto, garante. Na altura - década de 60 do século XX – os homens tinham serviço militar obrigatório de quatro anos. José A. Pereira cumpriu seis, “mais dois por imposição”, recorda. Agora partilha os momentos, as fotografias e as sensações com muitos «camaradas de guerra» através do facebook. “Se for à minha página vê lá que tenho muitas fotografias e até um vídeo ao qual tive acesso ao fim de quase trinta anos”. Integrou o primeiro grupo de fuzileiros que foi lutar para a Guerra Colonial em Moçambique. O vídeo que partilhou na página de facebook foi feito pelos serviços cartográficos do exército que queriam conhecer a intervenção dos fuzileiros e divulgar pela televisão e em documentários de cinema”. Era um filme real de dias em que a vida dos militares estava sempre em risco. Voltou a Moçambique dois anos depois de terminada a Guerra Colonial [1961 -1974]. Teve com alguns moçambicanos com quem tinha feito amizade. “Fui à palhota deles e não me esperavam por ali. Diziam que eu era um fantasma; não me esperavam voltar a ver”, lembra emocionado o reencontro. Não voltou mais, mas um dia que os compromissos profissionais abrandem quer regressar. “É uma terra maravilhosa. O clima, o cheiro atraem-nos”

Foi no meio de uma volta ao mundo que António J. Pereira foi pai pela primeira vez. O jovem polícia de bordo com apenas 21 anos, mas que já tinha sido fuzileiro ao longo de seis anos, recebeu a notícia da paternidade via «Aerograma». Desde que recebeu a novidade até ao dia em que viu o filho passaram longos cincos meses. Nos dias de hoje em que a comunicação se multiplica, José A. Pereira lembra que antes comunicava-se “por carta e por uma coisa muito engraçada que eu lhe vou mostrar que você não conhece” [levanta-se e dirige-se para a parede do escritório onde tem afixadas algumas das suas relíquias]. “Isto é um «Aerograma», e deve ter para aí uns 45 anos. Era fornecido pelo «Movimento Nacional Feminino». Forneciam-nos e nós depois escrevíamos, fechávamos e enviávamos como se fosse uma carta”, conta. Por norma este correio demorava uma semana a chegar ao destinatário. Mas ciente de que também cabe ao Homem comandar a sua vida José A. Pereira deixou a itinerância para trás e fixou-se na cidade do Barreiro, precisamente numa fábrica de móveis onde trabalhou 16 anos, sendo que 10 deles assumiu o cargo de encarregado. Subiu na vida “graças a muito trabalho”, afirma, e garante que um dos seus crivos é o perfeccionismo. “Também falho, não sou perfeito, mas a verdade é que admito poucas falhas, a começar por mim…”Foi a profissão de marcenaria que o levou até à Arábia Saudita. Em 1993 foi escolhido através de uma companhia de decoração francesa. Criou móveis, montou-os, forrou paredes num palácio daquele país árabe. “Lá estivemos bem; trabalhávamos três meses, estávamos cá um mês; tínhamos tudo pago, carro, vivenda...”, recorda.

António J. Pereira já viveu momentos políticos muito distintos: a ditadura de Salazar e a Democracia de Abril. “Não podíamos dizer que tínhamos fome, senão íamos presos. Suponha que estávamos aqui três pessoas; um de nós era «bufo» da PIDE. Aquela força política que jurava matar o pai e a mãe”. Assim lembra, numa mensagem sobretudo direccionada aos jovens, os tempos do «Estado Novo». Acredita que a crise que vivemos hoje é global. Desconfia dos jornalistas e dos políticos. “Os jornalistas de uma notícia do tamanho de uma unha fazem-na do tamanho da lua, está a perceber?! Atormentam as pessoas. Não é só o primeiro-ministro que não diz verdade... Os jornalistas também não dizem. Isto está na mão de quem? Quem é que faz dançar isto? É a comunicação social”, desabafa este marceneiro que lembra uma frase do poeta António Aleixo: «Há luta por mil doutrinas, se querem que o mundo ande façam das mil pequeninas uma só doutrina grande». “Era isso que os políticos e os jornalistas deviam fazer”, diz, defendendo da parte dos cidadãos uma devida intervenção cívica. “Somos um povo muito encostado. Pensamos que amanhã logo se faz. Na ditadura éramos encostados porque tínhamos que ser, agora é por apatia!”, afirma, dizendo-se revoltado com o «sistema». Aos jovens desta democracia apela para que saibam reivindicar os seus direitos, mas que olhem também ao que está à sua volta. “Agora há uma cultura melhor, antes a taxa de analfabetismo era muito grande. Mas agora tiram-se muitos cursos que não servem para nada”, remata.

A segunda paixão

O primeiro filho

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Jovem com paralisia cerebral recebe chave de nova casa

Filipe Matos recebeu uma casa totalmente adaptada às suas necessidades

Filipe Matos vai mudar-se tão rápido quanto possível para a nova casa e promete fazer uma festa de arromba. A entrega da chave e a visita à nova moradia foi emocionada tanto para Filipe como para a família. A sua mãe contou-nos que desde que nasceu que Filipe ficou consigo na casa dos avós “porque o pai abandonou-nos e não tivemos condições para comprar sozi-nhos uma casa”, explica.

Agora, com uma casa adaptada às suas necessidades de mobilidade, espera melhorar a qualidade de vida e

viver com mais independência. A casa está totalmente adaptada.

Filipe tem um quarto e casa de banho à medida, bem como as restantes divi-sões do rés-do-chão que agora é seu. A casa foi-lhe entregue no âmbito da habitação social da câmara municipal vilarealense.

Tempos difíceis travam atribuição de casas

À margem da entrega da chave desta casa ao munícipe Filipe Matos, o edil

Luís Gomes, explicou que a crise tem travado a entrega das casas . “Temos que ter consciência que as condições económicas do país alteraram-se e Vila Real de Santo António não é uma ilha e vai ter problemas como o resto do país”. O autarca reivindica o apelo ao Governo, nomeadamento do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana “para que possa ajudar a autarquia a adquirir mais casas”.

Até agora Luís Gomes apenas conse-guiu entregar duas casas em regime de apoio social, e ambas os contemplados

Filipe Matos tem 26 anos e recebeu das mãos do presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo António as chaves da sua nova casa. É um «T2» adaptado; feito de raíz a pensar no Filipe.

Em Monte Gordo

Em Vila Real de Santo António

Rede CIUMED reuniu autarcas de Portugal e EspanhaVila Real de Santo António foi anfi-triã, em Março, do workshop da Rede CIUMED que deu pelo nome «A reabilitação urbana em cidades médias: novos desafios, novas opor-tunidades», reuniu 10 municípios de Portugal e Espanha. O workshop contou com as intervenções dos municípios de Beja, Dos Hermanas (Espanha), Loures, Olhão, Figueira da Foz, Guimarães, Leiria, Torre-lavega (Espanha), Águeda e Vila Real de Santo António, cidade que preside à Rede Ciumed.

Luís Gomes, presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo António, referiu que “para estas cidades a reabilitação urbana pode ser uma forma de lutar contra a crise. As cidades são os motores do crescimento económico e os grandes centros de mudança. A atractividade das cidades pode transformar-se numa forma de criar desenvolvimento e riqueza”.

O workshop focou vários temas, assim como referências de boas práticas levadas a cabo por alguns municípios, ao nível da reabilitação e renovação urbana.

Após a apresentação das comu-nicações foi debatido o Programa «Jessica», um apoio europeu con-junto para o investimento susten-tável nas zonas urbanas destinado ao desenvolvimento e regeneração urbana para o período de financia-mento 2007-2013. Trata-se de uma iniciativa conjunta da Comissão

Europeia, do Banco Europeu de Investimento e da Banca de Desen-volvimento do Conselho da Europa e permite às cidades beneficiarem de investimentos que combinam subsí-dios e empréstimos da EU.

A CIUMED é uma rede de cida-des médias que tem como principal objectivo promover um sistema poli-cêntrico e equilibrado de cidades que apostem no desenvolvimento

sustentável e na constante melho-ria da qualidade de vida dos seus cidadãos. Actualmente a rede conta já com 25 sócios.

A iniciativa, que decorreu no auditório da biblioteca municipal de Vila Real de Santo António, teve organização conjunta da câmara municipal de Vila Real de Santo António e da Direcção da Rede CIUMED.

Workshop pretendeu demonstrar que a reabilitação urbana também combate a crise

LOCAL

Residentes não pagam

Parque de estacionamento em VRSA vai ter 500 lugares

Luís Gomes pretende construir um silo com vista à requalificação do centro histórico e disciplinar a ocu-pação do espaço público e do estacio-namento na área. Até ao final do mês de Abril vai estar aberto o concurso público para a construção e explora-ção e Luís Gomes, edil local, garante “que a câmara tem recebido muito boas propostas”, mostrando-se con-victo que este projecto virá ordenar o espaço público que, por sua vez “já está num estado insustentável”.

O silo vai ter capacidade para 500 lugares. O município garante que os residentes na zona não vão pagar estacionamento e que os comercian-tes “vão ter benefícios”. Luís Gomes já fez as contas e avança que, a pagar estacionamento na totalidade, “vão haver cerca de 200 lugares vagos”.

O autarca lamenta, no entanto, que o “PS invente a necessidade de criação de um referendo público, quando estamos perante uma matéria que tem como vista a valorização e competitividade do centro comercial a céu aberto da cidade. A política do PS sempre foi a de construir gran-des superfícies comerciais, a nossa é e sempre foi a de valorizar o comércio local. Por outro lado estamos a dar cumprimento a uma medida pre-vista no Plano de Salvaguarda da zona Pombalina que previa na sua envolvente um equipamento desses”,

acrescenta.De referir que o Partido Socialista

defendeu em reunião de câmara que o executivo realizasse um referendo para saber a opinião dos munícipes. Mas Luís Gomes já disse que não há disponibilidade para esse referendo e acrescentou que o projecto de cons-trução de um silo no centro histórico da cidade refere-se ao tempo do exe-cutivo socialista, o qual ponderou na referida altura despender entre 2 a 3 milhões de euros para a construção do referido equipamento”. O PSD pretende agora retomar a ideia de construção do mesmo, lançando o concurso e no qual não pretende ter qualquer tipo de despesa, uma vez que ainda procura ser ressarcida do direito de cedência do terreno. Luís Gomes afirma ainda que no desenvol-vimento deste processo, ouviu todos os comerciantes da zona histórica, assim como reuniu com a ACRAL – Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve – de forma a con-certar posições para o efeito. “O refe-rendo tem custos que consideramos desnecessários, em especial quando ouvimos várias partes sobre o tema em questão”, refere o autarca, que não percebe a constante posição do PS contra todas as obras que se propo-nham fazer no concelho, em especial aquelas que permitem a criação de postos de trabalho”, conclui.

O presidente da câmara promete avançar com um projecto “que tem como grande objectivo ordenar o centro comercial a céu aberto”.

têm mobilidade reduzida.No entanto, a autarquia tem desde

o início do processo da construção

de habitação a custos controlados 40 casas para esse fim e quer aumentar para 80.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2011 | 17

Censos: a maior operação estatística do país

Até dia 25 de Abril os questionários podem ser prenchidos simultâneamente em papel e na internet

JBG- Qual é a função de uma delegada municipal?

TM- É coordenar as pessoas que estão no terreno, neste caso os coordenadores de freguesia e os recenseadores, que em Alcoutim são 10. Hierarquicamente há ainda um delegado e um coordenador regional.

JBG- É obrigatório o recen-seador dirigir-se a todas as casas?

TM- Claro! Se não estiver ninguém em casa o recenseador tenta saber pelos vizinhos se é primeira habita-ção ou não. Se for de 1ª habitação deixa um aviso em que se identifica e deixa o seu contacto para que o residente telefone a marcar uma hora. É possível também a pessoa dirigir-se à junta de freguesia de residência e pedir o código para preenchimento, isto porque todas têm um «Balcão Censos».

JBG- Como se recenseia um alojamento?

TM- O recenseador tem que fazer uma capa e questionário de edifício, que preenche com o auxílio dos pro-prietários. Efectivamente, deixa-se o questionário do alojamento, o de família e um individual por cada membro. Aqui há que chamar a atenção para uma dúvida comum; pela internet só podem fazer famí-lias clássicas, ou seja, uma casa: um alojamento, e tem que se fazer para toda a família.

JBG- E quanto a pessoas que já não residam no alojamento habitual?

a 28 só se pôde fazer por internet; depois até 10 de Abril pode-se fazer simultaneamente em papel e inter-net e até dia 25 de Abril, é a recolha só em papel. Quem não fez entre dia 21 e 10 de Abril pela internet tem obrigatoriamente de o fazer em papel.

JBG- Uma das questões do formulário é que a pessoa que trabalha a recibo verdes deverá responder que trabalha por conta de outrém. Isto não é ludibriar os dados e camuflar a realidade?

TM- Se não estivesse inserida nisto, talvez também levantasse essa questão, mas passo a explicar: Se a pessoa tiver um horário e posto fixo, mesmo que a recibos verdes, é aí o seu posto de trabalho, é assim que deve contabilizar; é considerado tra-balho por conta de outrem. Já uma pessoa que faz prestações de servi-ços, um dia aqui, outro dia noutro lado, deve colocar recibos verdes.

JBG- Porquê responder com base no dia 21 de Março e não outro dia?

TM-Tem que existir sempre um dia de referência, seja o 21 ou 22 ou 23, caso contrário poderá haver duplicação de inquéritos; é mais fácil identificar no dia 21 onde é que a pessoa estava.

JBG- Quando é que podere-mos ter os resultados?

TM-A previsão é para Junho os resultados preliminares.

JBG- Todas as pessoas são obrigadas a preencher se

não podem incorrer numa multa…

TM-Sim, uma coima. Mas as pessoas minimamente têm conhe-cimento que é obrigatório e enfatizar acaba por melindrar a pessoa. Per-gunta-se uma vez, a pessoa não quer, passado um tempo volta-se com uma nova abordagem; para isso também existem os coordenadores, quando há situações pode ser chamado o presidente da junta, que é o elo de ligação mais próximo.

JBG- Há forma de saber se alguém é excluído desta ope-ração estatística? Numa casa onde residam 6 podem dar-vos indicação de 4…

TM- Não. Temos que confiar, se a pessoa no diz que estão lá 4 é esse o valor que colocamos, não vamos contra o que a pessoa diz.

JBG- Há sempre então risco que alguém fique de fora…

TM- Sim…no caso de Alcoutim os coordenadores de freguesia conhe-cem as famílias, por isso é mais faci-litado. Numa grande cidade é bem mais complicado e coloca-se com mais frequência, mas em Alcoutim não. Uma curiosidade muito impor-tante é que as caravanas também foram recenseadas no dia 21, no local onde permaneciam, ainda que muitas como não residentes. Nesse dia o recenseador teve que fazer a ronda para ver onde estão as carava-nas para recensear, como também os sem-abrigo, e as etnias ciganas.

TM- Pessoas que vivam há mais de um ano fora da residência já preenchem o questionário na sua casa actual, seja sua ou arrendada; as pessoas são recenseadas na casa onde habitam de forma permanente. No caso de uma família com filhos a estudar fora, é recenseado com os pais, porque ainda pertence ao agregado familiar.

JBG- E no caso das habita-ções de férias?

TM- Todas as casas são georrefe-renciadas. Os censos não são só a contagem da população, é também a contagem do espaço e centro habi-tacional.

JBG- No caso das pessoas mais isoladas e mais velhas, e ouvindo nós falar de burlas vezes e vezes, como é que se procede?

TM- Optámos por seleccionar pessoas que fossem da freguesia e conhecessem o território; houve um trabalho dos presidentes de junta de freguesia directamente no terreno com os coordenadores. O autarca fala com as pessoas, principalmente com os mais idosos, a informá-los que a partir de determinada data irá lá estar uma pessoa. Posterior-mente, o coordenador vai com o recenseador no primeiro contacto, sempre identificado com um colete e cartão de identificação. Em Alcoutim é mais fácil desta forma, pois não são muitas pessoas e assim há uma maior afinidade com o recenseador que entrega o questionário e ajuda no preenchimento.

JBG- Qual a data limite para a entrega dos questionários?

TM- Começámos dia 7 de Março até dia 20 a distribuição; de dia 21

Telma Marques, trabalha no Baixo Guadiana e na grande operação «Censos 2011» desempenha função como delegada municipal no concelho de Alcoutim. O objectivo da maior operação estatística do país, realizada em cada 10 anos, é saber «Quantos somos? Como vivemos? O que fazemos?» Depois da distribuição dos questionários pelas famílias vem agora o preenchimento e recolha.

Telma Marques é delegada munici-pal no concelho de Alcoutim

DESENVOLVIMENTO

Plano europeu de eficácia energética : realizar mais eco-nomias graças à renovação e aos contadores inteligentes.

A Comissão Europeia adoptou um plano de medidas concretas para reduzir o consumo de energia. A eficácia energética é um importante instrumento para reforçar a competi-tividade da Europa, permitindo limitar a dependência energética ao mesmo tempo que diminui as emissões. O con-junto de medidas propostas tem por objectivo gerar vantagens consideráveis para as famílias, empresas e poderes públicos. O plano deverá transformar o quotidiano dos europeus oferecendo o potencial de gerar economias que vão até 1 000 euros por família e por ano, de reforçar a competitividade industrial da UE e de criar até 2 milhões de novos empregos.

Base tributável europeia para as empresas: fazer negócios com mais facilidade e menos encargos.

A Comissão Europeia propôs um sis-tema comum para o cálculo da matéria colectável das empresas com actividade na UE. O objectivo desta proposta é reduzir significativamente os encargos administrativos, custos de conformidade e incertezas jurídicas que as empresas enfrentam actualmente na União, perante 27 sistemas nacionais diferentes, para determinarem a respectiva maté-ria colectável. Com a matéria colectável comum consolidada do imposto sobre as sociedades (MCCCI), tal como proposta, as empresas beneficiarão de um sistema de «balcão único» para o preenchimento das suas declarações fiscais, podendo assim consolidar a totalidade dos lucros e perdas que obtiverem em toda a UE. Os Estados Membros conservarão inte-gralmente o direito soberano de fixar as respectivas taxas do imposto sobre as sociedades. Segundo as estimativas da Comissão, a MCCCI permitirá que, anualmente, as empresas de toda a UE poupem 700 milhões de euros com a redução dos custos de conformidade e 1,3 mil milhões por meio da consolida-ção. Por outro lado, as empresas que pretendam expandir-se além-fronteiras beneficiarão de poupanças que pode-rão chegar a mil milhões de euros. A MCCCI tornará também a UE um mercado muito mais atractivo para o investimento estrangeiro.

«Perto da

Europa»

Centro de Informação Europe Direct do AlgarveComissão de Coordenação e Desenvolvimento

Regional - CCDR Algarve Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Faro tel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 279 [email protected]

www.ccdr-alg.pt/europedirect

Joana Germano

Page 18: Jornal do Baixo Guadiana_Edição Abril

18 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2011

Desde 1 de Março de 2011 que está aberta uma nova fase de candidatu-ras ao Sistema de Incentivos à Ino-vação e ao Sistema de Incentivos à Qualificação de Empresas do QREN. Entretanto, continuam abertas as can-didaturas ao Sistema de Incentivos à I&DT. No Algarve, estes concursos apresentam uma dotação global de 27,7 milhões de euros de incentivo. São apoiáveis os projectos nos secto-res da indústria, energia, comércio, turismo, transportes, serviços e cons-trução civil.

Para esclarecer os empresários e consultores sobre as condições de acesso a estes novos concursos, bem como para recordar as mais recentes alterações à legislação e documen-tação dos Sistemas de Incentivos, o PO ALGARVE21 vai a última de duas Sessões de divulgação, a 7 de Abril, no Auditório Municipal de Lagoa.

A iniciativa é organizada pelo PO Algarve 21 conta com as colaborações da rede Enterprise Europe Network e dos Municípios de Tavira e Lagoa.

No período da tarde do dia 7 de Abril integrado na programação da Feira IN FORMA no NERA em Loulé vai realizar-se um Consultório QREN com reuniões sujeitas a marcação prévia.

As inscrições são gratuitas e estão disponíveis em www.ccdr-alg.pt

O primeiro-ministro pediu a demis-são ao Presidente da República, na sequência da rejeição do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) na Assembleia da República. “Os partidos retiraram todas as con-dições ao Governo para continuar a governar. Fizeram-no sem apre-sentar alternativa, sem abrir espaço para o diálogo político de forma consciente”, afirmou José Sócra-tes, para assim justificar o pedido de demissão apresentado a Cavaco Silva. O primeiro-ministro demis-sionário avançou que o chumbo vai implicar o pedido de ajuda externa por Portugal, a exemplo da Irlanda, porque o país não consegue resol-ver os seus problemas. José Sócrates sublinhou que os mecanismos de ajuda externa implicam “medidas muito mais duras” do que as preco-nizadas na quarta versão do PEC.

O Chefe do Governo, sem referir diretamente o presidente do PSD,

está em vigor desde o ano passado e que já foi solicitado pela Grécia e Irlanda, de 250 para 440 mil milhões de euros.

Os chefes de Estado e de Governo decidiram adiar, para Junho deste ano, a dotação do fundo permanente de resgate, designado «Mecanismo de Estabilidade Europeia», em vigor em 2013.

Este fundo terá um capital de subs-crição de 700 mil milhões de euros, para poder emprestar efectivamente até 500 mil milhões de euros. Desta verba, 80 mil milhões de euros devem ser entregues pelos países da Zona Euro em cinco contribuições anuais e mais 620 mil milhões em garantias.

Esta medida obriga a alterações ao Tratado Europeu, de modo a autori-zar a criação do mecanismo perma-nente de ajuda financeira, que terá a capacidade de comprar diretamente a dívida dos Estados em dificulda-des.

28 milhões para PME’s no Algarve

Europa aprova medidas anti-crise depois da queda de Sócrates

Bruxelas aprovou novas medidas para dívidas soberanas

causa da “sofreguidão pelo poder, a impaciência pelo poder”. “Esta atitude de obstrução às funções do Governo não é nova e não é de agora”, é desde que o Governo entrou em funções, sublinha.

Vinte e Sete aprovam medidas anti-crise

Os chefes de Estado e de Governo dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE) aprovaram, entretanto, um conjunto de medidas para resol-ver o problema da crise da dívida soberana. O presidente da Comissão Europeia Durão Barroso classificou-o de uma “verdadeira revolução”, numa cimeira ensombrada pela crise política em Portugal. O pacote inclui a criação de um fundo permanente para resga-tar os países da bancarrota.

Os líderes europeus redefiniram nas últimas semanas a capacidade do fundo de resgate temporário, que

atribui responsabilidades pela crise política àqueles que a criaram por

DESENVOLVIMENTO

Faro com 6 mil manifestantes na rua

No dia 12 de Março estudantes, músicos, artistas, professores, pais com filhos de colo e até avós que ostentavam cartazes «Os idosos também estão à rasquinha» cons-tituíram a manifestação na capital algarvia. O protesto que começou no Largo de S. Francisco, percor-reu a Avenida 5 de Outubro até ao Parque da Pontinha, foi uma das mais concorridas das últimas décadas no Algarve. Cartazes em papelão denunciavam a precarie-dade com que se protestava; lençóis pintados, folhas impressas, outras escritas, onde se liam mensagens como «“Não lutamos por poder, mas para sobreviver»; «Devolvam-nos o futuro»; «Porque não queremos emigrar»; «Há 10 anos a trabalhar a recibos verdes». Num palco impro-visado no Largo de S. Francisco acolheram-se poetas, estudantes e professores que temem o futuro.

Osvaldo Ferreira, ex-maestro da Orquestra do Algarve, e o actor Mário Spencer também deram a

sua voz. “Precisamos dos melho-res, independente dos partidos a que pertençam, para vencer uma situação que está a ser insuportá-vel, não só para uma geração”. O lado mais político verificou-se na descida da Avenida 5 de Outubro; os manifestantes gritavam «Eles

comem tudo, comem tudo e não deixam nada», excerto de uma das canções de Zeca Afonso em crítica ao antigo regime ditatorial.

Recorde-se que foram aos largos milhares as pessoas que no dia 12 saíram à rua em várias cidades do país e protestaram contra a preca-riedade do país em que se vive. Em Lisboa e Porto, segundo a organiza-ção, que surgiu no Facebook, foram 280 mil os contestatários; já a PSP admite 160 mil. O protesto foi ini-cialmente convocado por quatro jovens, através da Internet, para Lisboa e Porto.

Protesto na capital algarvia foi muito significativo

Foram muitas as idades que se viram numa das maiores manifestações que o Algarve conheceu desde há décadas. O protesto foi tal como esperado, apartidário, laico e pacífico. A «Geração à Rasca» saiu da virtualidade e ganhou voz e corpo.

Filhos, pais e avós juntaram-se ao Movimento

O Eurodeputado João Ferreira esteve em Alcoutim a 12 de Março com a campanha nacional «Portugal a Pro-duzir». Numa sessão pública, realizada no salão nobre da câmara municipal e que contou com a presença do presi-dente da câmara, o social-democrata Francisco Amaral, João Ferreira teve oportunidade de explicar que esta campanha anda a percorrer o país para sensibilizar os portugueses para “os recursos e capacidades suficientes que têm para afirmar a via soberana de desenvolvimento e progresso social”. O deputado considera que “com o pretexto do défice e agora da dívida externa tem-se desenvolvido uma autêntica chantagem sobre os trabalhadores e povo português des-tinada a reduzir salários e aumentar riqueza de grupos económicos”.

O PCP pretende “desmascarar” o Governo e alertar os cidadãos para os seus direitos e potencialidades dos territórios que habitam.

João Ferreira ouviu dos presentes na sessão muitas queixas relaciona-das com a crescente desertificação e encerramento de serviços básicos como foi o caso recente da extensão da Segurança Social na freguesia de Martinlongo, e a tentativa de fecho da escola na sede de concelho.

Francisco Amaral, por sua vez, deu os parabéns ao PCP por estar perto das populações “à parte de datas de eleições” e apelou para que o euro-deputado levasse para Bruxelas o eco das preocupações dos alcoutenejos. Questões como a Ponte Internacio-nal do Guadiana, a navegabilidade também estiveram em debate nesta sessão pública.

Alcoutenejos apreensivos com desertificação

23 milhões de euros para saneamento em Castro MarimA rede de saneamento básico de Castro Marim vai cobrir todo o con-celho no final de 2012, depois de a autarquia ter garantido 23 milhões de euros de fundos comunitários para esse efeito. A verba foi atribuída ao abrigo do Programa Operacional Temático de Valorização do Territó-rio (POVT) do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) 2007-2013 e vai permitir à autarquia dar cobertura total nesta área.

A maioria dos projectos estarão já elaborados e até 2012 estarão con-cluídas todas as obras.

Recorde-se que o concelho de Castro Marim tem uma taxa de cobertura actual a rondar os 80%. As verbas avultadas farão face a obras de elevado investimento que pretendem chegar à população dis-persa pelo território.

Page 19: Jornal do Baixo Guadiana_Edição Abril

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2011 | 19

O TEA é constituído po 15 membros

teatro. Lamenta que esta arte seja cada vez mais maltratada e lançou o desafio aos municípios para que olhem mais para as produções dos «vizinhos». Para isso defende uma rede regional que permita uma maior troca de pro-

espectáculo que juntou muitas pes-soas diferentes, associações e artes distintas demonstrou o amor comum pela arte. O público aderiu e encheu a sala do Centro Cultural António Aleixo. O espectáculo surpreendeu e deverá regressar a esta sala já em Abril.

Entretanto, o espectáculo «Cabaret» já está a ser comercializado dentro e fora do Algarve.

duções. “Não se pode comprar por catálogo e deveria existir um gabinete dedicado à cultura em cada municí-pio”, defendeu.

Esta visão foi partilhada também por Luís Romão, autarca que representou o município de Vila Real de Santo António na conferência, e que, por sua vez, afirmou que “é preciso moti-var as diversas associações artísticas do concelho a estarem mais unidas”, de forma a partilharem conhecimento e incrementarem um sistema de co-produção.

A importância da formação

Por ano a companhia de teatro profissional «Fech’Ó Pano» ministra cerca de três mil horas de formação. “É indiscutível a importância da formação para o teatro”, afirmou Pedro Santos, director desta companhia, que nasceu há cerca de uma década em terra pom-balina. A formação é dada nas esco-las, mas também através da escola de teatro, artes de palco e circenses desta companhia no seu espaço.

Ao JBG coube representar os media local e defender a importante relação de comunicação que deve haver neste triângulo, cujo principal objectivo é contribuir para o desenvolvimento do território.

Vilarealenses foram ao «Cabaret»

No dia 26 de Março, véspera do «Dia Internacional do Teatro», a «Fech’Ó Pano» estreou o espectáculo «Caba-ret». Em palco 12 elementos, entre eles actores, bailarinas, mágico e assistente, cantora e a técnica da luz negra. O

Ana Cristina Oliveira, professora, mulher do teatro e uma das críticas desta arte no Algarve, defende que a crítica é muito importante também para a educação do público para o

CULTURA

do Teatro, a biblioteca municipal de Castro Marim proporcionou a

apresentação da peça «Falar a Ver-dade a Mentir», comédia escrita pelo escritor português Almeida Garret. A peça subiu ao palco pela mão da companhia de teatro «Arte d’Encantar», no passado dia 25 de Março.

A acção desta comédia desenrola-se em Lisboa, no século XIX. Foi representada pela primeira vez em Lisboa, no Teatro Tália, pela socie-dade particular do mesmo nome, em 7 de Abril de 1845. A peça contém apenas um acto que é composto por 17 cenas. Trata-se de uma crítica cómica à sociedade da altura.

A comunidade castromarinense, e não só, esteve em peso neste espectáculo, sobrelotando o audi-tório da biblioteca municipal. «Viva o Teatro».

No âmbito, igualmente, das come-morações do Dia Internacional

«Falar Verdade a Mentir» em Castro Marim

Teatro, Media, Poder Local e o Cabaret

Biblioteca teve assistência sobrelotada

Indalécia Cadela Brava é uma das protagonistas desta comédia

Conferência abriu horizontes. «Cabaret» está a ser comercializado

«O Auto das Pinduronas» destaca TEA

«Vem ao Pátio... Novo» fez rir (e muito) VRSA

O Teatro Experimental de Alcoutim (TEA) apresentou a 19 e 27 de Março a peça «O Auto das Pinduronas», uma adaptação do «Auto da Índia» de Gil Vicente. A estreia encheu a Ermida da Nossa Sr.ª da Conceição em Alcoutim, num regresso às ori-gens do teatro Vicentino.

«O Auto das Pinduronas» divertiu todos os presentes, numa perfeita adaptação à realidade e ao público de Alcoutim.

Houve, mais tarde, mais uma apresentação da peça, a 27 de Março, pelas 16h no mesmo local.

O TEA é actualmente constituído por 15 membros e dirigido por Fran-cisco Braz, conhecido ator e ence-nador português. Francisco Amaral, presidente da câmara municipal de Alcoutim, considera que este grupo de teatro é “mais uma aposta ganha” e agradeceu a todos os elementos pelos momentos de cultura e ani-mação que têm proporcionado aos alcoutenejos.

A promoção do espectáculo «Vem ao Pátio... Novo» anunciava uma “comédia hilariante”. E assim foi! Este espectáculo protagonizado no palco por cinco actores, mas nos bastidores por muitos mais técnicos, da Associação «II Acto Produões Artísticas», fez rir todos os que tiveram a oportunidade de assistir ao espectáculo que decor-reu em meados de Março.

Esta reposição de uma fórmula de sucesso destes jovens artistas serviu também para comemorar o mês do teatro.

As vidas que tiveram muita vida num qualquer pátio, numa qualquer freguesia de Vila Real de Santo António – que não qual-quer uma das três - pretendeu ser exemplo de quaisquer outras vidas. A verdade é que em cima do palco ouviram-se muitos nomes conhecidos do quotidiano dos vila-realenses. Ali também se falou de problemas sociais, e seus apoios.

As risotas foram facilmente sacadas da assistência e o grupo já prometeu mais teatro para breve.

As personagens principais: Inda-lécia Cadela Brava e Esménia de Jesus foram interpretadas por João Frizza e Diogo Chamorra, respec-tivamente.

Antes do «Cabaret», levado à cena pela companhia de teatro profissional «Fech’Ó Pano» a 26 de Março, houve, na véspera, uma conferência que discutiu a relação contemporânea entre teatro, media e poder local.

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20 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2011

A «Casa da Marioneta» reabriu ao público em Vila Real de Santo António. É uma nova geração deste espaço cultural que foi concebido e criado pelo falecido professor Hélio Rodrigues. A tradição da marioneta perdura.

CULTURA & TRADIÇÃO

A nova presidente da direcção da Associação cultural «Boneco Sabi-chão», Maria José Capela, frisa em entrevista ao JBG, e após uma inau-guração com casa cheia, que “esta casa não vai apenas acolher teatro de marionetas, mas também as outras artes”, enumerando o teatro nas suas diversas vertentes, a dança, a música,a poesia e outras.

Um dos grandes objectivos da nova direcção é “manter a casa aberta todos os dias, de dia e de noite”. O objectivo é ambicioso, mas compreensível quando se percebe que se “quer que aqui se troquem experiências culturais, artísticas e seja um espaço adaptado a todos”, esclarece a presidente da associa-ção.

Homenagem a Hélio Rodrigues

Antes de mais a reabertura desta

«Casa da Marioneta» “é uma home-nagem ao professor Hélio Rodrigues que muito trabalhou para a erguer”,

diz Maria José Capela que pretende que a nova direcção reerga este espaço, numa nova geração, mas sem esquecer o passado e “o impor-tante legado que nos deixou [Hélio Rodrigues]”.

«Auto da Curandeira» inaugurou

A noite de inauguração ficou mar-cada pela intensa chuva que se fez sentir em Vila Real de Santo António. Mas no fabricado de madeira, junto ao complexo municipal de VRSA, a festa decorreu com casa cheia. Os alunos da «TeaTroTeca» - grupo de teatro escolar de Castro Marim – levaram à cena «O Auto da Curan-deira», uma adaptação de «Este livro que vos deixo», de António Aleixo.

Depois, o chá que era para ser ao luar, aconteceu dentro da «Casa da Marioneta» e abriu espaço ao con-vívio.

«Casa da Marioneta» reabriu ao público

POR CÁ ACONTECE A G E N D A C U LT U R A L

Baile de Vaqueiros02 Abril Clube Desportivo de Vaqueiros

Alcoutim

E V E N T O S

Baile da Pinha2 Abril, 21h30Alta Mora, sede ARCDAA

Excursão Cruzeiro no Guadalquivir3 Abril – Freguesias de Azinhal e Castro Marim17 Abril – Freguesias de Altura e Odeleite

Semana Cultural «Saberes e Sabores4 a 8 AbrilOrg: Agrupamento Escolas CM

Mostra FilatélicaAté 8 AbrilBiblioteca Municipal

VIII Peddy Paper Alta Mora10 Abril, 09hAlta MoraOrg. ARCDAA

Noite de Fado17 AbrilCentro Multiusos Azinhal

Exposição «FinisPortugalliae»Até 15 AbrilIgreja do Castelo

Passeio Fotográfico «Água: Cultura e Património»17 AbrilOdeleiteOrg: CCD

Aulas de FolcloreCasa do Povo de AzinhalInscrições Abertas na JF Azinhal

Peça de teatro «Ser criança»7 Abril, 21hPor alunos da Esc. Secundária de VRSA, Centro Cultural António Aleixo

Audição de Páscoa Conservatório Regional VRSA 1 Abril, 21hCentro Cultural António Aleixo

«Algarve do Reino à Região» Exposição de fotografias 8 a 29 AbrilArquivo Histórico Municipal

«Al Mouraria» – Espectáculo de Fado9 Abril, 21h30Centro Cultural António Aleixo

«Los Zíngaros» – Espectáculo de Sevilhana e Flamenco16 Abril, 21h30Centro Cultural António Aleixo

Tertúlia no Baixo Guadiana – «25 de Abril: democracia, liberdade, direitos e cidadania»15 Abril, 17h30Biblioteca Municipal Vicente Campinas

Palestra – «Recordando Vicente Campinas», por Teresa Rita Lopes19 Abril, 21h30Biblioteca Municipal de Vila Real de Santo António

«Vamos Contar Mentiras» Teatro de Revista21 Abril, 21h30Centro Cultural António Aleixo

«Arte sem Fronteiras» Festival Internacional de Dança26 a 30 AbrilCentro Cultural António Aleixo

Castro Marim

VRSA

Trilhos 201116 Abril Martinlongo

VI Feira dos Doces d’Avó23 e 24 de Abril Cais de Alcoutim

Feira do Pereiro25 de Abril

Exposição «Alcoutim, Terra de FronteiraExp. exterior no centro de AlcoutimOrg: Rede Museus Alg. e CM Alcoutim

Comemorações do Dia 25 de Abril25 de Abril Praça da República e Salão Nobre dos Paços do Concelho

IV Prova de Atletismo10 Abril Alcoutim

Casa do Povo do Azinhal

recupera noites algarvias

A Casa do Povo do Azinhal está a recuperar as tradições das noites algarvias.

No próximo dia 2 de Abril vai levar a cabo um evento que dá pelo nome «Noite Algarvia». Vai ter lugar no Centro Multiusos do Azinhal a partir das 20h e consiste num jantar com a actuação de ranchos folcló-ricos.

Mais tarde, a 17 de Abril, a home-nagem é ao fado e os irmãos Pedro e Teresa Viola vão actuar numa noite também com jantar incluído. À gui-tarra portuguesa Vítor do Carmo, na viola José Santana e no Contrabaixo Tó Carreira.

Os algarvios, e não só, vão poder reviver momentos tradicionais.

As reservas estão disponíveis em 281495187, 962416715 e 926476460

«O Auto da Curandeira», teatro esco-lar, inaugurou a «Casa da Marioneta»

Eduardo Dias pintou a óleo cerca de uma centena de quadros

Chefe da PSP «preso» à

pinturaEduardo Dias é chefe de Polícia de Segurança Pública, em VRSA, a tempo inteiro e pintor nas horas vagas. No dia em que a edição do JBG sai está com duas exposições em simultâneo em Vila Real de Santo António - uma na esquadra e outra na biblioteca municipal Vicente Campinas.

Este polícia diz-se “preso à pin-tura” há mais de 20 anos. Acredita que pintar o ajuda a descontrair de um quotidiano “muito intenso

e stressante”. A sua pintura a óleo mostra-nos os mais variados elementos ou cenários, embora Eduardo Dias se diga “um apaixo-nado pelo meio rural”, de onde são as suas origens.

Natural de São Brás de Alportel utiliza com um toque pessoal e cria-tivo a cortiça de base às tintas. E as paisagens verdes parecem ganhar mais corpo, fazendo ultrapassar a visão de um simples quadro.

A exposição na esquadra da PSP, intitulada «Salpicos de Cor» vai estar patente até 3 de Abril e a mostra na biblioteca municipal inicia-se a 1 de Abril e prolonga-se até 15 de Maio.

No total este pintor já criou uma centena de quadros.

«Um Domingo no Campo»Todos os Domingos (3, 10, 17), 12hEvento para as famílias com almoço saudável e workshop (5€)

-dia 6 - A Selva vai à Quinta (Pintura Facial),

-dia 20 - O meu corpo é um instrumento (Percussão Corporal),

-dia 27 - Visita pedagógica pelas hortas biológicas e pomares da

Quinta da FornalhaAssociação Catavento

Page 21: Jornal do Baixo Guadiana_Edição Abril

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2011 | 21

CULTURA

O Algarve destacou-se desde sempre no contexto nacional, não apenas por se tratar de uma região margi-nal e periférica, mas também pela sua singularidade cultural, histórica e patrimonial. A própria designação, Al Gharb, denuncia a única região do país com topónimo de origem árabe. Esta designação, que significa “o oci-dente”, passou a referir-se à região sudoeste da Península Ibérica a partir de 711, aquando das invasões árabes e berberes da Península Ibérica lide-radas por Tarik Ali Ibn Zyad. Desta forma, o Gharb designava um terri-tório, com limites algo imprecisos, a ocidente do território compreendido como Al Andaluz. No decurso da con-quista cristã, o Gharb acaba por ser conquistado aos mouros. D. Sancho I, em 1189, chega a conquistar Silves aos almóadas com o auxílio dos cru-zados com destino à Terra Santa, no entanto, os mouros voltam a recon-quistar a cidade em 1191. A conquista definitiva do Algarve dá-se no reinado de D. Afonso III, em 1249, com a conquista de Faro, Loulé, Albufeira e Aljezur, depois da Ordem de San-tiago, através da acção de D. Paio Peres Correia, já ter conquistado Mértola, Alcoutim, Ayamonte, Castro Marim e Cacela nos anos anteriores. Com o Tratado de Badajoz de 1267, Afonso III de Portugal e Afonso X de Castela definem as fronteiras dos dois reinos, passado a fazer parte integrante da coroa portuguesa os territórios con-quistados a ocidente do Rio Guadiana. No entanto, as divergências que con-tinuaram a subsistir só viriam a ser resolvidas entre D. Dinis de Portugal e Fernando IV de Castela através do Tratado de Alcañices, em 1297.

A verdade é que os cinco séculos de domínio islâmico no Algarve dei-xaram profundas marcas nos mais variados domínios da “cultura algar-via”. Podemos encontrar vestígios da ocupação islâmica no património linguístico, artístico, arquitectónico e arqueológico, o que, do ponto de vista patrimonial, revela a singularidade da região no contexto cultural português, tornando-se, portanto, imperativo a salvaguarda do mesmo património de modo a preservar o carácter excepcio-nal que a região tem à escala nacional. A defesa, salvaguarda e valorização do património histórico do Algarve num momento em que o mundo enfrenta os preocupantes efeitos da globaliza-ção, é mais que uma mera necessidade estratégia; trata-se de uma imperativa responsabilidade das autarquias, das entidades culturais competentes e de todos os algarvios em geral.

Fernando Pessanha

A 9 de Abril

«Al Mouraria» no Centro Cultural António Aleixo

Os «Al Mouraria» são um grupo do Algarve, nascido em 2003, que eleva o fado ao seu centro. O mais popu-lar género musical português faz as honras desta composição de músicos e fadistas que no seus espectáculos apresentam também bailarinos que dançam ao ritmo das vozes e das guitarras.

Vila Real de Santo António vai receber os «Al Mouraria» já dia 9 de Abril num espectáculo integrado no «AL MOURARIA Tour 2011». Estes concertos têm por base os temas do último CD «Fadinho a Dois», de Abril de 2010, com a inclusão de outros do albúm «Em Tudo na Vida há Fado» de 2006, sem que sejam esquecidos alguns clássicos.

“O nosso grupo foi dos primei-ros a assumir directamente, e sem quaisquer restrições, a utilização de outros instrumentos, que não só a guitarra e a viola. Neste concerto vão estar presentes, como sempre, o saxofone, acordeão e o clarinete”, antecipa Valentim Filipe, mentor do grupo.

Valentim Filipe, que para além de outros instrumentos, toca a guitarra portuguesa lembra que Vila Real de Santo António “foi desde sempre grande admiradora deste projecto. Ainda o grupo dava os primeiros passos, corria o ano de 2005, quando realizámos um primeiro concerto no Centro Cultural António Aleixo e, até com alguma surpresa nossa, praticamente encheu”, conta.

Esta é já a quarta vez que actuam em terra de Marquês de Pombal. Para promover o espectáculo o grupo está

A banda vilarealense «In Tento Trio» tem já confirmada a sua pre-sença no maior festival de música do mundo de Portugal e um dos maiores na Europa; o «Festival Med» que acontece em Loulé, anualmente.

A notícia chegou em cima do fecho da edição, mas para já o JBG pode adiantar que o concerto dos «In Tento Trio» vai acontecer a 25 de Junho no palco da Bica, com hora a confirmar.

O «Festival Med» vai ter lugar no Centro Histórico de Loulé entre 22 e 25 de Junho.

O trio é formado por Fernando Pessanha (piano), Pedro Reis (baixo) e João Melro (bateria).

a contar com o apoio da imprensa e radios regionais. Também as páginas das redes sociais e site já estão a anunciar o evento.

Agenda

Valentim Filipe explica que as autarquias têm sido ao longo dos anos as grandes impulsionadoras dos concertos deste grupo. E apesar da crise a agenda dos «Al Mouraria» vai já preenchendo-se para o ano de 2011.

«AL MOURARIA» há muito que deixou de ser um grupo local/regional para se transformar num projecto com expressão nacional. “Já realizámos concertos em Campo Maior, Reguengos de Monsaraz, Mafra, Espinho, etc, etc., mas é, no entanto, ainda no Algarve, a região onde mais somos solicitados”. Valen-tim Filipe realça o facto do trabalho «Fadinho a 2» ter sido considerado «Disco Antena 1» para a maior pro-jecção do grupo. “Deve salientar-se que das centenas de CD’s editados anualmente no nosso país apenas alguns conseguem essa distinção, que se baseia sobretudo na quali-dade e originalidade do trabalho”, frisa.

«Fado Novo»

Os Al Mouraria são sem dúvida um grupo na linha do chamado «Fado Novo». No entanto nos con-certos são abordados outros concei-tos e formas de viver o Fado. Existem incursões ao Fado mais tradicional.

“Gostamos de afadistar canções e temos também a versão dançada, que nos faz recordar o tempo em que o fado chegou a ser uma dança”. O mentor deste grupo esclarece ainda que “contrariamente ao que se possa pensar, o nosso público não é apenas composto por uma faixa etária a partir da meia-idade. Talvez pelo facto do grupo ser maiorita-riamente composto por jovens, é grande a afluência dos mais novos. Tem acontecido ao longo dos anos sermos abordados por jovens que confessam que antes de assistirem a um concerto nosso não gostavam de fado mas que ficaram fãs a partir desse momento. Esse facto enche-nos de orgulho”.

Para já em Vila Real de Santo António, mas Valentim Filipe pro-mete continuar a insistir com Alcou-tim e Castro Marim “e quem sabe um dia nos convidem para reali-zarmos mais concertos pelo Baixo Guadiana”.

O grupo tem apaixonado todas as idades, em partiular os mais novos que assim descobrem o fado

O Centro Cultural António Aleixo, em Vila Real de Santo António, vai receber no próximo dia 9 de Abril um concerto do grupo algarvio «Al Mouraria». Trata-se da tour de 2011. Uma oportunidade para os fãs do grupo e para os amantes do fado em geral.

«In Tento Trio» confirmado no Festival Med

A Singularidade Patrimonial do Algarve

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Músico / CEPHA

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22 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2011

CULTURA

A apresentação do livro foi feita por José Carlos Barros, Vice-Presi-dente da câmara municipal de Vila Real de Santo António, seguida de uma conferência por Ahmed Tahiri – professor catedrático da Univer-sidade de Tetuán (Marrocos) - inti-tulada “Al-Idrisi: enlace científico

400 euros.Na categoria de pendões ficou em

primeiro lugar Lazarina Apolónia, com um prémio de 100 euros, em segundo a Junta de Freguesia de Castro Marim, com 75 euros e em terceiro a Santa Casa da Misericór-dia de Castro Marim, que arrecadou 50 euros.

Nas fotografias os prémios foram todos para o lado de Espanha. Na categoria de melhor conjunto de fotografias em primeiro lugar ficou António Diaz Carro, que ganhou 150 euros, José Luis Rua Nacher, com 100 euros e Manuel Jesus Lago com 50 euros.

A melhor fotografia foi tirada por Manuel Diaz Carro, que arrecadou 75 euros.

y cultural entre el medievo y la modernidad”.

O livro reúne cerca de duas deze-nas de conferências e comunicações da autoria de especialistas de países europeus e do mundo árabe, das duas margens do Mediterrâneo (Portugal, Espanha, França, Mar-

A 18 de Março foi apresentado na Biblioteca Municipal Vicente Campinas, em Vila Real de Santo António, o Livro de Actas do Con-gresso Internacional Itinerante “Iti-nerários e reinos. Uma descoberta do mundo. O Gharb al-Andalus na obra do geógrafo al-Idrisi”.

Coube ao Centro de Cultura e Desporto da Câmara Municipal de Castro Marim atribuir os melhores prémios dos concursos no âmbito do evento anual «Dias Medievias». Prémios que envolvem pendões, decoraçãos de estabelecimentos e fotografia.

Assim, o primeiro prémio para estabelecimento foi arrecadado pela «Loja Fresca» que ganhou 1250 euros. Em segundo ficou a padaria «Madeira» que ganhou 1000 euros e em terceiro o restau-rante «Tasca Medieval» que recebeu

Livro de actas de congresso sobre o geógrafo al-Idrisi

Conhecidos premiados do evento «Dias Medievais»

Em Castro Marim

O livro reúne cerca de duas dezenas de conferências e comunicações

rocos, Egipto, Síria, Iraque), que no Mês de Maio de 2008 aqui se jun-taram. O Congresso, co-organizado pela câmara municipal de Vila Real de Santo António e pela Fundação al-Idrisi Hispano-Marroquina, propôs-se realizar uma análise da obra do grande geógrafo árabe do sec. XII al-Idrisi (1100-1165), e reflectir sobre a importância do seu trabalho para o desenvol-vimento posterior de algumas ciências na época moderna: Geo-grafia, Botânica e Cartografia, esta última fundamental no arranque das viagens europeias dos finais da Idade Média. Enquanto geógrafo, al-Idrisi foi também viajante. Nas-cido em Ceuta em 1100, viajou desde muito novo pelo mediterrâ-neo, Ásia Menor, países do Oriente e especialmente pelo al-Andalus. Percorreu o Algarve, antigo Garb al-Andalus, de que deixou valiosas descrições de alguns dos seus prin-cipais núcleos populacionais, como Cacela. Foi também esse legado ao nível do conhecimento do Algarve durante o período islâmico que se pretendeu aprofundar.

O referido livro é uma edição da câmara municipal de Vila Real de Santo António e da Fundação al-Idrisi Hispano-Marroquina.

«Sabores da Terra» na Casa dos Condes

Mostra Filatélica lança postal de Castro Marim

A tertúlia «Palavra Sexta à Noite», a 18 de Dezembro, em Alcoutim - encontro mensal organizado pela Biblioteca municipal de Alcoutim (Casa dos Condes) - lançou para o debate as propriedades e finalida-des das plantas e ervas que exis-tem no concelho de Alcoutim, um recurso válido; esquecido por uns e ignorado por outros.

A introdução ao tema foi feita pelo arquitecto Jorge Vicente, um curioso sobre as potencialidades das plantas e ervas, nas diversas finalidades que possam ter. Mais contributos importantes foram tra-zidos à luz deste serão por Maria de Lurdes, uma produtora de chás natural do Azinhal, que se dedica à comercialização das plantas que ela mesma planta, colhe e seca; da Associação Odiana, Valter Matias, que para além de todo o conheci-mento sobre a utilização das plan-tas na serra algarvia, falou sobre um projecto ligado ao tema que a associação pretende implementar brevemente no território. Também António Mestre, natural da Corte Tabelião, trouxe as suas bem-sucedidas experiências na utiliza-ção medicinal das ervas e plantas; Maria dos Anjos, com um poema que resume as características e as utilizações das plantas mais comuns no concelho de Alcoutim. A salien-tar ainda a presença dos alunos do curso profissional de Turismo Rural e Ambiental da Escola Básica Integrada de Alcoutim, uma pre-sença assídua e participativa nestas tertúlias da biblioteca que, desta vez, elaboraram um trabalho sobre ervas e plantas do concelho de Alcoutim que vão oferecer à Casa dos Condes.

A biblioteca estava cheia de plan-tas medicinais e ervas aromáticas, que todos puderam ver, tocar, chei-rar, conhecer e questionar. Muitos “truques caseiros” resultaram deste serão. De resto uma iniciativa que quis apelar a que este conhecimento “de avós” não se perca.

A Secção de Coleccionismo da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real de Santo António inaugu-rou no passado dia 21 de Março uma «Mostra Filatélica». Dezenas de sêlos estão expostos para os amantes deste coleccionismo e, no dia da inauguração, foi lançado um postal com sêlo comemorativo de Castro Marim – a primeira sede da Ordem de Cristo.

Esta mostra está patente na Biblioteca Municipal de Castro Marim até ao próximo dia 8 de Abril.

Tertúlia «Palavra Sexta à Noite»

Melhor pendão Prémio a estabelecimento

Prémio conjunto de fotografias

Iniciativa da secção Coleccionismo da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de VRSA

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2011 | 23

Praia de Alcoutim candidata-se à «Bandeira Azul» depois da ABAE modificar avaliação

segundo os critérios do Instituto da Água (INAG), a autoridade compe-tente na matéria.

Apesar do município de Alcoutim continuar a discordar com os cri-térios estabelecidos para as águas balneares interiores, que considera “incoerentes e discriminatórios para as praias fluviais”, resolveu avançar com a sua candidatura, que permite comprovar a qualidade apresentada por aquela zona balnear.

Depois da informação enviada pelo município de Alcoutim à comuni-cação social, em que anunciava a não candidatura da praia fluvial do Pego Fundo à Bandeira Azul, a Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) relevou os seus critérios de avaliação, considerando que a praia do Pego Fundo se encontrava apta a receber o galardão, apesar da mesma ter qualidade «Boa» para aquela associação e «Excelente»

Pelo segundo ano consecutivo, o con-celho de Vila Real de Santo Antó-nio voltou a participar no Projecto «Limpar Portugal».

No passado dia 19 de Março, cerca de 70 voluntários aderiram a este movimento cívico, que pretende promover a educação ambiental e reflectir sobre a problemática do lixo, do desperdício, do ciclo dos materiais e do crescimento sustentável, através da participação voluntária de pessoas e entidades privadas e públicas.

No concelho de Vila Real de Santo António a actividade foi realizada em duas zonas de intervenção, a zona poente da Mata de Monte Gordo e a Ria de Cacela Velha, tendo sido reco-lhidos aproximadamente 3 toneladas e meia de lixo.

Após a recolha de lixo, que decor-reu durante o período da manhã, teve lugar um almoço convívio, em que cada participante levou a sua merenda e em conjunto realizaram um grande pic-nic.

Durante a tarde, não foi esque-cida a parte lúdica, em especial para os mais novos, que no âmbito das comemorações do «Dia do Pai», prepararam jogos tradicionais, pin-turas faciais e construção de bolas de malabares com materiais reciclados, dinamizadas pela Associação Juvenil «Ganda Cena».

A qualidade da água é «muito má» em sete rios portugueses, apesar das 3.922 unidades de tratamento colectivo existentes e das 118 esta-ções em construção ou reabilitação, segundo dados do Instituto da Água (INAG). Guadiana tem água «exce-lente»

No site do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH), dados do Anuário de Qua-lidade da Água Superficial revelam que 8,6 por cento das estações, através das quais é medida a qua-lidade, estão classificadas na classe de «muito má», 12,3 por cento com «má», 39,5 por cento é «razoável», 23,5 por cento «boa» e 16 por cento «excelente».

Com classificação de «excelente» estão 13 rios, entre os quais o rio Guadiana, rio Teixeira, rio Leça e cinco ribeiras do Algarve. Desde 2005 até 31 de dezembro de 2009, “passamos de 798 ETAR [estação de tratamento de águas residuais] para 1.704 e de 1.282 fossas sép-ticas coletivas, que também são sistemas de tratamento eficazes,

para 2.218”. Assim, “em termos de estações de

tratamento coletivo, temos 3.922 instalações”. Neste momento, estão em construção ou reabilitação, 118 ETAR, sendo a principal região hidrográfica o Douro, com 38 uni-

«Limpar Portugal» contou com a participação de dezenas de voluntários

Guadiana tem água «excelente»

Custos e benefícios da Biomassa estão a ser investigados

Água «muito má» em sete rios portugueses

Notícia saiu em «Dia Mundial da Água», a 22 de Março

Projecto de defesa e estudo ambien-tal de sistemas litorais

Campanha Coastwatch 2011Encontra-se a decorrer no muni-cípio de Vila Real de Santo Antó-nio e no resto do país, mais uma Campanha Coastwatch Europe, este ano sob o tema «Maravilhas e Riscos do Litoral».

Este projecto, já realizado ao longo de vários anos tem vindo a ganhar espaço no seio das diver-sas actividades que compõem o

Nos dias 22 e 23 de Março a Asso-ciação Odiana, parceira do pro-jecto RURALAND, deslocou-se até à Córsega com elementos da CCDR Algarve, Autoridade Florestal Nacional e Departamento de Enge-nharia Mecânica da Universidade do Algarve, para visitar as centrais de Biomassa existentes naquela ilha. O objectivo é perceber todo o trabalho desenvolvido nesta área e transpô-lo para um plano de acção que no futuro poderá servir para implementar no território algar-vio, ou num outro local no país. Recorde-se que a biomassa é uma fonte de energia derivada dos pro-dutos florestais, resíduos da indús-tria da madeira e culturas agrícolas, efluentes domésticos e instalações de agropecuária, indústrias agro-alimentares, culturas energéticas e resíduos sólidos urbanos.

A visita à Córsega envolveu duas equipas, uma portuguesa e outra belga, cujo objectivo é importar o projecto corso para o seu territó-rio. Esta importação de projecto surge através do projecto RURA-LAND – programa Interreg IVC integrado nos fundos estruturas para 2007-2013. O «RURALAND: Agentes de Desenvolvimento Rural» pretende, através da cooperação inter-regional, melhorar a eficácia das políticas de desenvolvimento nas áreas da inovação, economia de conhecimento, ambiente e prevenção de riscos. O projecto termina em Dezembro de 2012 e

Programa Anual de Actividades de Educação Ambiental do municí-pio, em parceria com as escolas e outras entidades locais, tais como o Grupo de Escoteiros e todos os interessados.

Esta actividade, coordenada localmente pela autarquia há 8 anos, é um projecto de defesa e estudo ambiental dos sistemas litorais, coordenado nacional-mente pelo GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente), e a nível local pelos diversos coordenado-res regionais.

Na prática consiste na realiza-ção de um levantamento de infor-mação, em trabalho de campo (monitorização), sobre um troço de costa, realizado através do pre-enchimento de um questionário por cada 500 metros, perfazendo um total de 5 Km por Bloco. Para a área do concelho de VRSA, coor-denada pelo município, estão ads-tritos 8 Blocos, que vão desde o Bloco 3 (Zona de Sapal a Norte de VRSA) ao Bloco 10 (Zona da Fábrica, na Ria Formosa em Cacela Velha).

Toda a informação sobre o projecto pode ser consultada no blogue http://www.coastwatch-coastwatch.blogspot.com.

tem um co-financiamento de 85% do Fundo Europeu de Desenvol-vimento Regional (FEDER). Para saber mais sobre este projecto con-sulte: www.ruraland.eu ou www.odiana.pt

Potencial para energias renováveis

É facto conhecido e veiculado que a região algarvia tem imenso poten-cial para as energias renováveis. No caso específico da Biomassa estava prevista para Monchique uma central de biomassa. Estimava-se funcionar em 2012, no entanto encontra-se suspensa pois os pro-motores aguardam pelo aumento da tarifa de venda da electricidade, disse, ainda em 2010, fonte da EDP – Energias de Portugal, à Lusa. “A tarifa de venda de electricidade terá de aumentar para viabilizar economicamente estes investimen-tos, face aos custos dos equipamen-tos e ao preço da biomassa”.

A central de biomassa de Monchi-que teria, segundo disse a EDP em 2008, um investimento na ordem dos 75 milhões de euros da Bioe-léctrica, e representaria 20 novos postos de trabalho directo e 150 empregos indirectos para recolha, processamento e transporte da biomassa.

A estrutura iria produzir ener-gia para “satisfazer um consumo médio anual de cerca de 100 mil habitantes”, indicou a EDP.

dades, seguindo-se o Minho Lima, com 23 e o Guadiana com 21.

Actualmente, 97 por cento da água usada é tratada, ou seja, três por cento “não recebe tratamento ou não existe informação sobre a sua situação”, acrescentou Adérito Mendes.

AMBIENTE

A Associação Odiana deslocou-se à ilha francesa da Córsega para investigar o sector da Biomassa na região, tendo como perspectiva o potencial algarvio para este sector energético.

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COLABORADORES

A amazona do mar

Em frente Altura,Há beira-mar;Mulher maduraQue nos faz sonhar!

Quando desce até à praiaSem o traje de montarA dama aconchega a saiaNão vá o mar abusar.

Cavaleira experimentadaNa arte de cavalgar,Cavalga qualquer montadaEsta amazona do mar.

Diante do mar bravioEla sorri, acha graça,Aceita o desafioE monta a onda que passa.

Monta o cavalo zangadoE sobre a cela atarraxada,Faz-se ao mar encapelado,Mete esporas à montada.

Os pesadelos tristonhos,Despreza-os, para seu regalo,Leva um alforge de sonhosNa garupa do cavalo.

Acossado pelo ventoSeu cavalo aparelhado,Investe mar adentro,Leito de morte talhado.

As forças da naturezaUniram-se enfurecidas,E fazem desta grandezaUm cemitério de vidas.

Pela borrasca apanhado,Este fogoso animal,Fica no mar sepultado,Não resiste ao temporal.

Está só, e à derivaLutando para se salvar,Exausta, mas ainda vivaNaquele inferno do mar.

A lua cheia arredondaE dá o agoirento sinal;Cavalga a crista da onda,Desmonta no areal.

Esse mar que a areia malha,Desfez-se em espuma, amainou,Seu cavalo de batalha,Que tantas vezes montou!

Manuel Palma

A minha terra

Na pele de uma turistaEsta rara criatura,

Chegou aqui, deu nas vistas,Agitou toda a Altura.

Era uma figura estranhaQue se dirigia ao mar;

Havia ali qualquer manha,Que se fazia notar.

Falava, gesticulava, mas ninguém a entendia;

Mesmo assim não se calavaE toda aquela gente ria.

Parecia que cantava,Nunca ouvi uma voz assim;

A língua que ela falavaEra um enigma para mim.

Também era invulgarA roupagem que vestia;

Tal maneira de trajarCá entre nós não se via.

Não despiu o seu vestidoEnquanto andou por ali;

Talvez se tenha esquecidoDe vestir o biquíni.

Com os banhistas se misturouE, ao ver seu marchar gingão,

Uma dúvida me assaltou;Será mulher ou não…

Manuel Palma

O meu Concelho

Aí está serena Castro MarimQue Deus abençoa num abraço

Numa beleza sem fimBerço pró descanso do meu cansaço

Lágrima solta de saudadeHistórica paisagem que se perde no tempoGuardar-te-ei na lembrança prá eternidade

Doce ternura que serve de exemplo

Vai castro Marim em cada lembrançaEm cada rosto sorridente e alegre

De quem te visita, nacional ou estrangeiro

A tua gente, em ti, tem confiançaQue o recordar-te não será breve

Como se paixão de um amor primeiro.

Manuel Gomes

Mais um ano que passou, como todos os outros, com altos e baixos, que esque-cemos depressa. Não obstante factos se passaram que devem merecer a nossa atenção.

- No Brasil, um palhaço de rua quase ganha as eleições.

- O orçamento de estado gerou tantos problemas, mas passou a custo “talvez fosse melhor não ter passado”.

- Houve uma greve geral, puramente uma cópia de outros países, o engraçado foi que os funcionários da Auto Europa, com trabalho e aumento de ordenado assegurado aderiram. Um acto de solida-riedade disseram. Se são tão solidários,

Uma mãe corvo encontrou uma maça-roca de milho no restolho, que ficava na charneca. Com o seu bico pegou a maçaroca para a levar para o ninho, a fim de dar de comer aos seus filhotes. Como o ninho ficava longe a mãe corvo fez uma paragem para descansar e recu-perar forças. Outro corvo, que andava perto, aproveitando-se da distracção da mãe corvo, roubou a maçaroca e escondeu-se nas rochas próximas. A mãe corvo, quando quis continuar o voo deu por falta da maçaroca de milho. Cheia de tristeza pôs-se a chorar, aos gritos,

DesejoFugir ao rio de dor

Em que deriva o meu coraçãoQue um dia foi sereno!

Subir aquele monte onde se avista o céu,Fugir para outro mundo que não este.

Subir sem me cansar ao alto,Onde houver um sol a brilhar...

Fugir ao nada da vida,Ao nada da morte,

Ir onde se renova a esperançaNuma largada sem fim,

Cavalgando nas nuvens,Para além das estrelas.

Para lá de tudo,Sem saudades de ti!...

Maria Felicidade Viegas

a socialização.Não há educação humanista, como tal

não se apercebem como vai ser difícil.Na realidade há excesso de mão- de-

obra, os melhores, todos pensam que o são, querem mais dinheiro, utilizando a greve, a pergunta é: Porque fazem greves os mais privilegiados? Como os profes-sores por exemplo.

Sabemos que têm havido maus negó-cios dos governos, a realidade é que já não vamos lá, porquê? Não há arquitec-tura na governação, daí, penso que a educação que recebemos não se coaduna com os tempos de hoje. O futuro se apro-xima muito rapidamente. A política não

quando morre um amigo devem também pensar em ir.

- Os controladores aéreos espanhóis tentaram fazer uma greve, para paralisar o país, ganham bem, para quê? Será essa a defesa do ser humano? São inteligen-tes em casa, com os amigos, depois vem “um” que diz: “Vamos tramá-los”; agem de impulso, seduzidos.

Ninguém se quer dar ao trabalho de parar e reflectir; como vai ser? Está tudo a andar muito depressa e o ser humano não está preparado para enfrentar o futuro.

Não se diz que cada um tenha condutas individualistas, ignorando quanto é rica

porque não tinha comida para dar aos filhos.O corvo, que estava escondido perto, com pena da mãe corvo devolveu a maçaroca à sua dona e envergonhado pelo acto que praticou, pediu-lhe des-culpa. A mãe corvo, perdoando a acção feia, pediu-lhe que a acompanhasse para que os dois pudessem dar comida aos mais pequenos. Os dois, juntos ao ninho, deram de comer aos filhotes, que reuni-dos foram uma família feliz.

Manuel Gomes

deve ter uma forma determinada, deve ser em função do ser humano e das rea-lidades que surgem, vota-se num, depois aparecem vinte desconhecidos, dizem, desdizem, não há controlo social.

Estamos a caminhar rapidamente para uma classe média baixa.

Estamos num novo ano, vamos encará--lo na esperança que se realizem parte dos nossos sonhos, sem esquecer que o novo ano não vai ser só desilusão, vamos encará-lo com aquela atitude: Fazer o melhor que se pode e se sabe...!

Manuel Tomaz

O Fenómeno Social

Os Corvos e seus filhotes

Desejo

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2011 | 25

PASSATEMPOS

1) Uvas 2) Peras3) Morangos4) Papaia5) Limão

6) Clementinas7) Ananás8) Cereja9) Melão10) Maçã11) Alface12) Beringela

Quadratim - n.º82

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Jogo da Paciência n.º 88

“FRUTAS E LEGUMES”Compre em Portugal e no comércio local, produtos e artigos portu-gueses, pois permite manter e aumentar empregos e empresas em funcionamento. Comprar no estrangeiro é enriquecer a economia desses países e prejudicar o desenvolvimento e a economia portuguesa. Portugal precisa de nós. Só os portugueses e cidadãos residentes podem e devem fazer crescer a economia nacional. Manifestações, greves, paralisações e similares só prejudicam os próprios que as fazem, bem como os restantes cidadãos, e tornam Portugal cada vez mais pobre e dependente do estrangeiro. A melhor «luta» pelos nossos direitos e benefícios é criar diálogos baseados na Razão e com a consciência dos nossos deveres.

Pelo caminho correcto do Quadratim vá até Portugal e ajude ao progresso dos cidadãos, é um acto patriótico e de solidariedade!

A Diabetes Mellitus é uma doença que afecta um grande número de pessoas em todo o mundo. Em Portugal, é a 6ª causa de morte, atingindo cerca de 500 mil pessoas. É uma doença crónica caracterizada por um excesso de açúcar (glucose ou glicose) no sangue. À quantidade de açúcar no sangue chama-se glicémia. Ao aumento da glicémia para valores superiores(120 mg/100 ml) em jejum ao normal chama-se hiperglicémia. Os factores que podem contribuir para a Diabetes são: peso a mais, vida sedentária, pouca água e refeições muito espaçadas.

Seguem alguns conselhos para uma Alimentação Saudável para a Diabetes:

- Pão e cereais mais escuros, ricos em fibras;- Acompanhar as refeições com legumes cozidos ou salada;- Dar preferência a carnes magras (peru, frango, galinha, coelho) e alguma carne de porco e vaca;- Incentivar o consumo de peixe, principalmente os peixes mais gordos (sardinha, cavala, enguia, carapau, sarda, salmão)- Preferir para sobremesa fruta da época e evitar os doces;- Beber água, evitar os refrigerantes;- Evitar estar mais de 3,5 horas sem comer;- Praticar exercício físico (caminhar diariamente 30 minutos).

A Diabetes Mellitus e a Alimentação

´ ´

Soluções Jogo da Paciência - n.º87

Ana Brásdietista

u m a s l i n h a s p a r a a a l m a . . .

13) Brócolos14) Curgete15) Espinafres16) Pimentos17) Tomates18) Cenoura19) Alho20) Cebola

A GUADI – Centro de Reco-lha de Animais, na sua missão de defender os direitos dos animais e promover o seu bem estar, apela ao exercício de uma cidadania mais responsá-vel e participativa, através de :

VoluntariadoFamília de Acolhimento

Temporário (FAT); Participação em Campanhas de Sensibilização e Adopção;Visitas ao Centro de Recolha Animal – CRA (canil/gatil);Adopção e Apadrinhamento de animais do CRA;Não Abandono de animais;Tornar-se sócio da Guadi, contribuindo monetáriamente.

GUADI Centro de Animais Rua D. Pedro V, Nº 38 – 2º andar 8900 – 283

Vila Real de Santo António Contribuinte Nº 507 534 328

Contactos: 964773101 e [email protected]

Qualquer Consumidor que pre-tenda contratar um empréstimo deve avaliar a sua situação finan-ceira: o total das dívidas não deve ultrapassar 35% do rendimento mensal líquido.

Antes de optar por uma determinada proposta, o Consumidor deve visitar várias instituições de crédito e comparar propostas.

Para tal torna-se fundamental utilizar a taxa anual efectiva (TAE) como principal indicador comparativo.

Assim, o Consumidor deve simular diversos montantes para vários prazos de pagamento no maior número possível de bancos.

No entanto, o Consumidor deve ter em atenção que quanto mais longo for o prazo, mais caro lhe ficará o empréstimo, mas ao invés disso pagará uma prestação mais baixa.

O Consumidor deve também informar-se sobre todas as despe-sas relacionadas com o crédito (comissões, registos provisórios, celebração do contrato, conversão de registos, forma de cálculo e de arredondamento do indexante, seguros exigidos, etc.).

Ao estar munido de todas estas informações, o Consumidor terá a noção das condições da concorrência, o que o poderá ajudar a negociar junto do seu banco (por exemplo, o spread, que corres-ponde, grosso modo, à margem de lucro do banco).

O Consumidor deverá ainda considerar alguma margem no seu orçamento para uma eventual subida das taxas de juro (por exemplo, somando 1% ou 2% à taxa anunciada).

Sempre que possível, o Consumidor deve fazer amortizações ante-cipadas. Desta forma, terá menos encargos com juros. A amortização antecipada tem, no entanto, um preço: já que os bancos podem cobrar uma comissão. Nos contratos com taxa de juro variável os bancos não podem cobrar uma comissão de valor superior a 0,5 por cento do capital que pretende reembolsar. Nos contratos com taxa de juro fixa, o valor da comissão não pode ultrapassar o montante equivalente a 2 por cento do capital que é reembolsado.

a DECO informa

a GUADI apela

Susana Correiajurista

“Estou a pensar comprar uma casa e para isso vou contrair um empréstimo, junto de um banco. Que cuidados devo ter?”

Cachorros com 3 meses

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CARTÓRIO NOTARIAL DE ALCOUTIMA cargo da Adjunta de Notário

Lic. Margarida Rosa Molarinho de Brito SimãoCertifico para efeitos de publicação que por escritura outorgada hoje neste

Cartório Notarial, a folhas setenta e cinco, do Livro de Notas para Escrituras Diversas número “trinta e três – D”, Joaquim Dias Marques, N.I.F. 178 160 660, solteiro, maior, natural da freguesia de Giões, concelho de Alcoutim, onde reside em Clarines:

Que é dono e legítimo possuidor com exclusão de outrem dos seguintes prédios rústicos, todos sitos na freguesia de Giões, concelho de Alcoutim, inscritos na matriz cadastral em nome dele justificante, aos quais atribui valores iguais aos patrimoniais tributários e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim:

a)Prédio sito em Cerro da Nossa Senhora, composto por cultura arvense, com a área de mil oitocentos e oitenta metros quadrados, que confronta do norte com José Fernandes Pereira, do sul com Custódia Maria, do nascente com Sebastião Godinho e poente com barranco, inscrito na matriz cadastral, sob o artigo número 11 da secção 006, com o valor patrimonial tributário de trezentos e um euros e noventa e sete cêntimos;

b)Prédio sito em Serro da Nossa Senhora composto por cultura arvense, mato e leitos de curso de água, com a área de trinta e sete mil quatrocentos e noventa metros quadrados, que confronta do norte com José Pedro, do sul com José Alho, do nascente com José Gomes e poente com Sebastião Godinho, inscrito na matriz cadastral sob o artigo nº 20 da secção 006, com o patrimonial tributário de duzentos e quarenta e oito euros e dez cêntimos;

c)Prédio sito em Poço do Velho, composto por cultura arvense e oliveiras, com a área de novecentos e vinte metros quadrados, que confronta do norte com José Fernandes Pereira, do sul e via pública e poente com Virgínia Maria, inscrito na matriz cadastral, sob o artigo número 76 da secção 003, com o valor patrimonial tributário de noventa euros e noventa e oito cêntimos;

d)Prédio sito em Reguengo, composto por cultura arvense e amendoeiras, com a área de quinze mil e sessenta metros quadrados, que confronta do norte com António Gomes, sul com Manuel Barão, nascente com António Domingos e poente com Joaquim Gomes, inscrito na matriz cadastral, sob o artigo número 56 da secção 006, com o valor patrimonial tributário de cento

e trinta e um euros e quarenta e oito cêntimos;e)Prédio sito em Sítio dos Reguengos, composto por cultura arvense, com a

área de quatro mil e setenta metros quadrados, que confronta do norte com Manuel Barão, do sul e nascente com via pública e poente com José Fernandes Pereira, inscrito na matriz cadastral, sob o artigo número 70 da secção 006, com o valor patrimonial tributário de trinta e quatro euros e doze cêntimos.

f)Prédio sito em Cerca da Ladeira, composto por cultura arvense e oliveiras, com a área de mil metros quadrados que confronta do norte com estrada, do sul e poente com caminho público, do nascente com Manuel Estêvão, inscrito na matriz cadastral, sob o artigo número 65 da secção 007 com o valor patri-monial tributário de catorze euros e trinta e sete cêntimos.

g)Prédio sito em Rocinha, composto por cultura arvense, figueiras, oliveiras, amendoeiras, citrinos e horta, com a área de novecentos e vinte metros qua-drados, que confronta do norte com José Fernandes Pereira, do sul com Maria Rosa, do nascente com José Gome Alves e poente com barranco, inscrito na matriz cadastral, sob o artigo número 87 da secção 003, com o valor patrimonial tributário de cento e dez euros e noventa e três cêntimos.

Que para efeitos fiscais o presente acto tem o valor de novecentos e trinta e um euros e noventa e cinco cêntimos.

Que os prédios supra identificados lhe pertencem por os haver adquirido em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta e um, por compra verbal e nunca reduzida a escrito, feita a Maria Custódia, viúva, e residente na freguesia do Pereiro, concelho de Alcoutim, não dispondo ele justificante de título formalmente válido que comprove tal compra.

Que, no entanto, desde que a mesma foi efectuada até à presente data, portanto há mais de vinte anos, sempre ele justificante, esteve na posse e fruicção dos citados imóveis, ininterruptamente, à vista de toda a gente, sem oposição de quem, que seja, com a consciência de utilizar e fruir coisa exclu-sivamente suas, adquiridas do anterior proprietário, pagando as respectivas contribuições e impostos, fazendo sementeiras, plantações e culturas nos referidos prédios, em fim deles retirando todos os seus normais frutos, pro-dutos e utilidades.

Que a consequência de tal posse, em nome próprio, pacífica, pública e con-tínua, adquiriu os ditos prédios por usucapião, que, expressamente invocada para justificar o seu direito de propriedade para fins de registo.

Está conforme o original.

Cartório Notarial de Alcoutim, aos onze de Março de dois mil e onze.A Adjunta do Notário, em substituição legal,(Margarida Rosa Molarinho de Brito Simão)

Conta:Art.º 20 nº 4.5 € 23,00São: Vinte e três eurosConta Registada sob o nº 08

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Abril 2011

CARTÓRIO NOTARIAL DE FARO,Sito na Rua Dr. Coelho de Carvalho, número Um B, em Faro, A CAR-

GO DA NOTARIA CRISTINA MARIA DA CUNHA SILVA GOMES.

Nos termos do art° 100, do n° 1 do Código do Notariado na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei 207/95 de 14 de Agosto faço saber que no dia três de Março do corrente ano, de folhas cento e quarenta e sete a folhas cento e quarenta e nove do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Cento e Quarenta e Nove - G, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação na qual:

RUI MANUEL TEIXEIRA GONÇALVES, natural da freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, autorizado por sua mulher, Sandra Maria Henriques Ângelo Carvalho Gonçalves, natural de Angola, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, e residentes na Avenida da Republica, n° 200, 9°Esq°, Faro, contribuintes núme-ros 107612259 e 195595823 — DECLARA que é dono e legitimo possuidor, com exclusão de outrém dos seguintes imóveis:

Um - Prédio urbano, destinado a habitação, sito em Alcaria Queimada, Vaqueiros, freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, com a área total de noventa e sete virgula noventa e três metros quadrados, composto por duas divisões, a confrontar do norte com José Francisco Ferreira, sul e nascente com via pública e do poente com Rita Ramos, inscrito na respectiva matriz em nome do justificante sob o artigo 1907, com 0 valor patrimonial tributável de 4.700,00€, a que atribuem igual valor, NÃO descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim.

Dois — Prédio urbano, destinado a habitação, sito em Alcaria Queimada, Vaqueiros, freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, com a área total de cinquenta e oito metros quadrados, composto por duas divisões e curral, a confrontar do norte com Manuel Sebastião, sul e poente com Rua e nascente com António Bento, inscrito na respectiva matriz em nome de Manuel Bartolomeu - cabeça de casal da herança de, sob o artigo 557, com o valor patrimonial tributável de 183,77€, a que atribuem igual valor, NÃO descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim.

Que os referidos prédios vieram a sua posse, por lhe terem sido doados, em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta e quatro, quando era ainda menor, por doação meramente verbal, efectuada por seu avô, Manuel Bartolomeu Filipe, viúvo, residente que foi em Alcaria Queimada, Vaqueiros, Alcoutim, já falecido.

Que desde aquela data, com o conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, sempre tem vindo a usufruir dos mencionados prédios, como coisa própria, autónoma e exclusiva, deles retirando as utilidades normais de que são susceptíveis, sendo reconhecido como seu dono por toda a gente, fazendo-o de boa fé, por ignorar lesar direito alheio, suportando os encargos fiscais e da sua administração, praticando os poderes de facto inerentes ao direito de propriedade plena, na convicção de ser ele, com exclusão de outrém, o dono dos mesmos.

Que a referida posse foi exercida à vista de toda a gente, sem oposição de quem quer que seja, sem qualquer espécie de violência e ininterruptamente.

Que deste modo, ele justificante, está há mais de vinte anos na posse dos re-feridos prédios, que adquiriu por usucapião, o direito de propriedade plena sobre os mesmos, mas dadas as características da e referida causa de aquisição, está impedido de a comprovar pelos meios extrajudiciais normais.

Cartório Notarial de Faro, ao três de Março de dois mil e onzeNo uso dos poderes conferidos pela Notária, Cristina Maria da Cunha Silva

Gomes, conforme autorização publicada em 31/01/2011, e nos termos do artigo 8°, do Decreto-Lei 26/2004, de 4 de Fevereiro.

(Josabete Zacarias de Sousa Graça Silvestre/inscrição nº 6/2) Registado sob o PA 555 / 2011EmitidoFactura/Recibo

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Abril 2011

CARTÓRIO NOTARIAL DE VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO

A CARGO DA LIC. MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO, NOTÁRIA

EM SUBSTITUIÇÃO DESIGNADA POR DESPACHO DA ORDEM DOS

NOTÁRIOS, POR A RESPECTIVA LICENÇA SE ENCONTRAR VAGA.

Nos termos do art.° 100, n.°1, do Código do Notariado, certifico que no dia vinte e oito de Março de dois mil e onze foi lavrada neste Cartório, de folhas dezassete a folhas dezanove verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número cinco, uma escritura de justificação, na qual compareceram:

a) Manuel Palma do Ó e mulher, Lurdes Maria Horta Palma do Ó, casa-dos sob o regime da comunhão geral de bens, naturais ele da freguesia e concelho de Vila Real de Santo António, ela da freguesia da Corte do Pinto, concelho de Mértola, residentes em 20 Rue Rodier—Porte 42, em Paris, França, contribuintes fiscais números 189 884 029 e 189 084 650;

b) Joaquim Palma do Ó e mulher, Maria Isabel Carolina do Ó, casados sob o regime da comunhão geral de bens, naturais, ele da dita freguesia de Vila Real de Santo António, ela da dita freguesia de Corte do Pinto, residentes na Rua Catarina Eufémia, n.° 51, rés-do-chão esquerdo, em Vila Real de Santo António, contribuintes fiscais números 115 627 286 e 172 089 344;

c) José Domingos Palma do Ó e mulher, Maria Isabel dos Santos Vila Nova do Ó, casados sob o regime da comunhão geral de bens, ambos na-turais clã dita freguesia de Vila Real de Santo António, residentes no Bairro da Caixa, Bloco F, Sector 3, rés-do-chão esquerdo, em Vila Real de Santo António, contribuintes fiscais números 107 401 037 e 143 302 442.

d) Dália Mary Santos do Ó Honrado Aquilino, divorciada, natural de Angola, residente na Associação 28 de Junho, Bloco 4, 1° esquerdo, em Vila Real de Santo António, contribuinte fiscal número 183 534 425.

e) Ana Paula do Ó Honrado Aquilino e marido, José de Sousa Pereira, casados sob o regime da comunhão geral de bens, naturais, ela de Angola, ele da freguesia de Miadela, concelho de Viana do Castelo, residentes na Rua 26 de Janeiro, n.º 40, Castro Marim, contribuintes fiscais números 183 534 417 e 171 619 412.

f) Maria Graciete Rodrigues Palma Mascarenhas, viúva, natural da dita freguesia de Vila Real de Santo António, residente na Rua Oliveira Martins, n.º 41, em Vila Real de Santo António, contribuinte fiscal numero 123 182 085, os quais declararam que são os actuais donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, na proporção de três dezasseis avos para cada um dos primeiros outorgantes maridos identificados em a), b) e c), três trinta e dois avos para cada uma das primeiras outorgantes identificadas em d) e e), e um quarto para a primeira outorgante identificada em f), do prédio urbano destinado a habitação, sito na Rua Oliveira Martins, a poente (para 0 lado norte) na cidade, freguesia e concelho de Vila Real de Santo António, descrito na Conservatória do Registo Predial deste concelho sob o número três mil trezentos e quarenta e três, inscrito na matriz, em nome dos herdeiros de Domingos Francisco Palma e dos herdeiros de Joaquim do sob o artigo 968,com o valor patrimonial tributável de 7.359,11 euros, ao qual atribuem o valor de vinte mil euros.

Que no referido prédio se mostra registada a aquisição a favor de Be-atriz do Rosário, então solteira, maior, residente em Vila Real de Santo António, conforme inscrição AP. um, de sete de Abril de mil novecentos e vinte e dois.

Que, em data que não sabem precisar do ano de mil novecentos e quarenta, aquela Beatriz do Rosário e marido, António Rafael, residentes em Albufeira, venderam o referido prédio a Domingos Francisco Palma, casado, então residente na Rua Barão do Rio Zêzere, em Vila Real de Santo António.

Que, apesar de nas buscas efectuadas terem logrado encontrar o termo da declaração para conhecimento de SISA do referido contrato, os primeiros outorgantes não conseguiram encontrar a escritura que 0 titula, ignorando também qual o cartório Notarial que a Iavrou, não tendo, assim, possibilidade de obter o respectivo título, para fins de registo. Que a quinze de Maio de mil novecentos e cinquenta e quatro faleceu o referido Domingos Francisco Palma, no estado de casado sob o regime da comunhão geral de bens com Antónia Martins da Palma, falecida a vinte e seis de Agosto de mil nove-centos e cinquenta e nove, ambos com última residência habitual em na Rua Oliveira Martins, em Vila Real de Santo António, tendo-se procedido a inventario facultativo pelo tribunal judicial desta comarca, nele tendo sido adjudicado aos primeiros outorgantes, por decisão transitada em julgado a dezassete de Julho de dois mil e oito, o prédio nesta escritura identificado, nas seguintes proporções:

- Três dezasseis avos para cada um dos primeiros outorgantes maridos identificados em a), b) e c);

- Três trinta e dois avos para cada uma das primeiras outorgantes iden-tificadas em d) e e); e

- Um quarto para a primeira outorgante identificada em f).Que, deste modo, eles primeiros outorgantes, justificam por este meio o

seu direito de propriedade sobre o citado imóvel.

Está conforme o original.Vila Real da Santo António, 28 de Março de 2011.

A colaboradora da Notária,[Joana Isabel da Silva de Gouveia e Sousa]

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/2, 00 forma despacho da autorização da Notária supra citada, publicado a 01.022011, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8° do Estatuto do Notariado a da Portaria n.° 55/2011,

de 28 de Janeiro).Conta registada sob o n.° 90/ 03 Factura/Recibo nº 994

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Abril 2011

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃONos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia vinte

e quatro de Março de dois mil e onze foi lavrada neste Cartório, de folhas setenta e nove a folhas oitenta verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Quinze - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram:

Carlos Anastácio Vaz Rodrigues e mulher, Otília dos Anjos Rita Gonçalves Rodrigues, casados sob o regime da comunhão geral de bens, ambos naturais da freguesia de Vila Nova de Cacela, concelho de Vila Real de Santo António, resi-dentes em Arrancada, freguesia de Altura, concelho de Castro Marim, portadores, respectivamente, do bilhete de identidade número 59098, emitido vitaliciamente a 23 de Janeiro de 2001, pelo Serviço de Identificação Civil de Lisboa, e do cartão de cidadão número 01006489, emitido pela República Portuguesa, válido até 2 de Outubro de 2013, contribuintes fiscais números 111 615 267 e 168 948 990, e pelos outorgantes foi dito serem donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio rústico sito na Arrancada, na freguesia de Altura, concelho de Castro Marim, composto por alfarrobeiras, cultura arvense, citrinos, figueiras, oliveiras e leitos de curso de água, a confrontar a norte com José Martins e Maria Catarina Baptista Nunes, a sul com Luís Filipe Pedro Gil e Manuel Pereira Gonçalves, a nascente com Estrada Municipal e a poente com Ribeiro do Álamo, com a área total de seiscentos e vinte metros quadrados, não descrito na Conservatória do Registo Predial deste concelho, inscrito na matriz sob o artigo 47, da secção BX, com o valor patrimonial tributável, para efeitos de IMT e de Imposto do Selo, de cento e quarenta e dois euros e sessenta e sete cêntimos, igual ao atribuído.

Que o referido prédio lhes pertence, por o terem adquirido por compra verbal, e nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta e cinco, feita a Jacinto Salgueiro e mulher, Isabel Maria Madeira, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, e residentes que foram no Sítio da Altura, freguesia de Altura, concelho de Castro Marim, ambos actualmente já falecidos.

E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse do referido prédio, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, colhendo os seus frutos, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justificantes adquiriram o prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, títulos extrajudiciais normais capazes de provar o seu direito.

Está conforme o original. Castro Marim, 24 de Março de 2011.

A Colaboradora, (Ana Rita Guerreiro Rodrigues)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/1, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 01.02.2011, no portal da Ordem dos

Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 68/03 Factura / Recibo n.º2012

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Abril 2011

10€ANO

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2011 | 27

DESPORTO

«Concelho a Caminhar»: Percursos Pedestres de Castro Marim

Concurso Internacional de Pesca Desportiva

Aulas de ténis para crianças já começaram

Inscrição para Voluntários do Mundialito 2011

3º Campeonato Municipal de «Futebol 11» em Alcoutim

Ordem – ODELEITE; uma Janela para o Guadiana – AZINHAL; o Sapal de Venta Moinhos – MONTE FRANCISCO / CASTRO MARIM; a Reserva Natural – CASTRO MARIM e o (Urbano / Praia) – ALTURA.

Realizar uma Marcha/Passeio é uma forma saudável de ocupar os tempos livres que não envolve difi-culdades, sendo apenas necessário vestir roupa confortável (de pre-ferência roupa desportiva), reunir alguns mantimentos (água e fruta) e deslocar-se ao local de concentração na data prevista.

O Programa de Dinamização de Percursos Pedestres é uma iniciativa da Divisão de Cultura e Desporto da câmara municipal de Castro Marim e conta com o apoio da Associação ODIANA e da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António.

Para mais informações e/ou reco-lha dos Mapa de Percursos dirija-se ao Gabinete de Apoio ao Munícipe, Juntas de Freguesias e Espaços Inter-net de Altura e Monte Francisco. A 27 de Março, Domingo, teve

início o III Campeonato Municipal de Futebol 11 de Alcoutim, uma iniciativa da autarquia local. O jogo inaugural, marcado para as 15h, pôs frente a frente a equipa «Restaurante O Soeiro contra a «Escolinha da Regina». Às 17h confrontaram-se as equipas «Clube Desportivo Guadiana» e «Clube Desportivo de Vaqueiros».

Para além de estimular para a prática desportiva, esta iniciativa quer promover o convívio e a amizade entre os participantes, mais do que apresentar futebol competitivo.

No desafio deste ano inscreve-ram-se quatro equipas, três alcou-tenejas e uma sanluqueña. Desde o I campeonato que Alcoutim tem recebido equipas espanholas, pro-movendo o salutar convívio entre ambos os povos.

Tendo em vista promover os percursos pedestres no concelho e criar hábitos desportivos na população, a câmara municipal de Castro Marim organiza, de Março a Maio, o Programa de Dinamização de Percursos Pedestres «Concelho a Caminhar».

Com esta acção, garante-se aos adeptos das Marchas/Passeio um calendário de actividades no muni-

cípio, evitando as longas desloca-ções para poder desfrutar deste tipo de actividades e, ao mesmo tempo, elucidar os participantes sobre os Percursos Pedestres existentes em Castro Marim.

A primeira fase do projecto tem calendarizadas marchas, de 27 de Março a 29 de Maio, onde foram incluídos 5 percursos: as Terras da

Objectivos passam pela promoção do exercício físico

Futebolândia

Olá e sejam bem-vindos a mais uma edição do «Fute-bolânda»!Hoje vou concentrar os meus neurónios nas eleições do Sporting, porque, para enten-der o que se passou é preciso perceber de matemática e de pancadaria.

Primeiro era o Bruno de Carvalho, depois Godinho Lopes; uma confusão para saber quem era de verdade o novo presidente do emblema do leão, e acabou tudo à bofe-tada, à boa maneira portu-guesa; digamos que foi um arraial de socos e pontapés, mas sem música, porque se lá estivesse o Quim Barreiros é que seria festa da grossa!Mas afinal quem foi que contou os votos?

A – A Maria José Valério (por ter uma madeixa verde)B – O frango “cocorocó” (porque me apeteceu colocá--lo)C – Shrek (está na lista só por ser verde)O problema é que na recon-tagem dos votos as coisas não bateram certo, alguém contou mal e necessita de tirar um curso intensivo de matemá-tica para não dar «barraca» na próxima vez.Uma coisa boa foi alcançada com estas eleições; o Dias Ferreira não foi eleito. Como diria Liedson “Graça a Deu pô” (esta frase tem que ser lida com sotaque brasileiro).

Quem ficou indignado com os resultados foram os russos que já esfregavam as mãos para escavar o relvado de Alvalade à procura de petró-leo e para encher o Sporting de jogadores vindos da Ossé-tia do Norte ou do Kyrgistão… Digo eu, até pode ser só diva-gação minha, mas uma coisa é certa… foi divertido!

Até á próxima!

Eusébio Costa, radialista e estudante de ciências da comunicação

[email protected]

crónica

No próximo dia 8 de Maio vai decorrer mais um concurso Internacional de Pesca desportiva Aberto de Praia.

Cabe à Associação de Pesca desportiva de Castro Marim orga-nizar o evento. Saiba mais no site do clube em:

http://www.apdcastromarim.com/

As aulas de ténis para crianças, a partir dos seis anos e até aos 10, já começaram no Clube de Ténis de Monte Gordo. Trata-se de uma iniciativa de âmbito social, levada a cabo pelo coor-denador da Zona Sul da Federa-ção Nacional de Ténis.

As aulas custam 10 euros mensais.

Já estão abertas as inscrições para o Mundialito 2011. Este evento decorre de 16 a 23 de Abril, das 8h às 20h onde se irão realizar 600 jogos distribuídos pelo Com-plexo Desportivo de Vila Real de Santo António (campo 1 ao campo 9), no Complexo Desportivo Beira – Mar (campos 10, 11 e 12) e no Campo de Jogos Francisco Gomes Socorro (campos 13 e 14) e no Estádio Ciudad de Ayamonte (campos 15 e 16).

As inscrições podem ser feitas até dia 1 de Abril e deverão ser

entregues: • Complexo Desportivo de Vila

Real de Santo António, ao cuidado do Prof. Filipe Santos;

• Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, ao cuidado da Sra. Cláudia Serra;

• Pavilhão Municipal de Vila Nova de Cacela;

• Por e-mail: [email protected]

Para mais informações contac-tar: [email protected]

O programa já tem Calendarização

Mês

Março

Abril

Abril

Maio

Maio

Dia KmHora Localidade Tipo PercursoConcentraçãoActividade

27

10

30

15

29

7

12

10

8

5/7

10:00

10:00

10:00

10:00

10:00

Mte.Francisco

Odeleite

Castro Marim

Azinhal

Altura

PP do Sapal de Venta Moinhos

PP Terras da Ordem

PP Uma Janela do Guadiana

PP (Urbano/Praia)

PP da Reserva Natural

CLUBE

JUNTA FREGUESIA

LARGO STª BARBARA

CLUBE/PRAÇA

PAVILHÃO MUNICIPAL

Campo

Campo

Campo

Serra

Urbano/Praia

Page 28: Jornal do Baixo Guadiana_Edição Abril

28 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2011

Não gaste energia ao acaso, esteja atento! Sempre que for o último a sair de um compar-timento da sua casa desligue o interruptor da luz. Instale detectores de presença que des-ligam as luzes quando uma sala está desocupada. Tente isolar as frestas das janelas e portas para evitar perdas de energia em casa. Feche as cortinas para evitar trocas de energia.

«Naturalmente que já ouviste falar no 25 de Abril de 1974, mas provavelmente não conheces as coisas como os teus pais ou os teus avós que viveram nesta época.

Sabias que o golpe de estado do 25 de Abril de 1974 ficou conhecido para sempre como a «Revolução dos Cravos»?

Diz-se que foi uma revolução porque a política do nosso País se alterou completamente.

Mas como não houve a violência habitual das revolu-ções (manchada de sangue inocente), o povo ofereceu flores (cravos) aos militares que os puseram nos canos das armas.

Em vez de balas, que matam, havia flores por todo o lado, significando o renascer da vida e a mudança!

O povo português fez este golpe de estado porque não estava contente com o governo de Marcelo Caetano, que seguiu a política de Salazar (o Estado Novo), que era uma ditadura. Esta forma de governo sem liberdade durou cerca de 48 anos!

Enquanto os outros países da Europa avançavam e pro-grediam em democracia, o regime português mantinha o nosso país atrasado e fechado a novas ideias.

Sabias que em Portugal a escola só era obrigatória até à 4ª classe? Era complicado continuar a estudar depois disso. E sabias que os professores podiam dar castigos mais severos aos seus alunos?

Todos os homens eram obrigados a ir à tropa (na altura estava a acontecer a Guerra Colonial) e a censura, conhecida como “lápis azul”, é que escolhia o que as pessoas liam, viam e ouviam nos jornais, na rádio e na televisão.

Antes do 25 de Abril, todos se mostravam descontentes, mas não podiam dizê-lo abertamente e as manifestações dos estudantes deram muitas preocupações ao governo.

Os estudantes queriam que todos pudessem aceder igual-mente ao ensino, liberdade de expressão e o fim da Guerra Colonial, que consideravam inútil».

Fonte: Site Junior http://www.junior.te.pt

«25 de Abril» contado pelos mais novos

Cartoon ECOdica

Sotavento Algarvio

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A integração de todos por igual está a ser sobrevalorizada no Baixo Guadiana. Há várias iniciativas a provar isso mesmo.

A crise política está instalada em Portugal. O Governo de Sócrates pediu a demissão após ver negado no Parlamento mais um PEC.

Os jovens manifestaram-se unidos. Milhares percorreram as ruas do país, mostrando que emtempos difíceis a união vem ao de cima.