Jogos olímpicos e globalização

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Protocolo de Quioto O Protocolo de Quioto foi assinado entre 11 de Dezembro de 1997 e 15 de Março de 1999, na cidade japonesa com o mesmo nome e elaborado pela Convenção-quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climática. Fig. Assinatura do protocolo de Quioto Fig. O mundo globalizado e o ambiente Constitui um tratado internacional, de proporções globais com compromissos rígidos para a redução das emissões de gases que agravam o efeito estufa , que são considerados de acordo com a maioria das investigações científicas, como principal causa do aquecimento global . Para este entrar em vigor precisou de ser assinado por 55 países, que juntos, produzem 55% das emissões. Entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005 , depois da entrada da Rússia em Novembro de 2004 . Este acordo propõe que os países membros, principalmente os desenvolvidos, reduzam as emissões de gases de efeito de estufa em pelo menos 5,2% quando

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Protocolo de Quioto

O Protocolo de Quioto foi assinado entre 11 de Dezembro de 1997 e 15 de Março de 1999, na cidade japonesa com o mesmo nome e elaborado pela Convenção-quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climática.

Fig. Assinatura do protocolo de Quioto Fig. O mundo globalizado e o ambiente

Constitui um tratado internacional, de proporções globais com compromissos rígidos para a redução das emissões de gases que agravam o efeito estufa, que são considerados de acordo com a maioria das investigações científicas, como principal causa do aquecimento global.

Para este entrar em vigor precisou de ser assinado por 55 países, que juntos, produzem 55% das emissões. Entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, depois da entrada da Rússia em Novembro de 2004.

Este acordo propõe que os países membros, principalmente os desenvolvidos, reduzam as emissões de gases de efeito de estufa em pelo menos 5,2% quando comparados com os níveis de 1990 num período de tempo entre 2008 e 2012 (para muitos países, como os membros da UE, isso corresponde a 15% menos das emissões esperadas para 2008).

Fig. Metas definidas pelo Protocolo

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Os objetivos são diferentes consoante o país, existem diferenças principalmente entre os mais emissores. Países em desenvolvimento (como Brasil, México, Argentina e Índia) ainda não receberam metas de redução.

O protocolo estimula os países envolvidos a cooperarem entre si, através de algumas ações básicas:

Reformar os setores de energia e transportes; Promover o uso de fontes de energia renováveis; Eliminar mecanismos financeiros e de mercado inapropriados

aos fins da Convenção; Limitar as emissões de metano no tratamento de resíduos e dos

sistemas energéticos; Proteger florestas e outros transformadores de carbono.

Se o Protocolo de Quioto for implementado com sucesso, estima-se que a temperatura global reduza entre 1,4°C e 5,8 °C até 2100, entretanto, isso esta dependente das negociações pós 2008/2012, pois há comunidades científicas que defendem que a meta de redução de 5% em relação aos níveis de 1990 é insuficiente para acabar com o aquecimento global.

Ponto de vista ambiental

As alterações climáticas têm vindo a ser identificadas como uma das maiores ameaças ambientais, sociais e económicas que o planeta e a humanidade enfrentam na atualidade. A temperatura média da superfície da Terra aumentou 0,74 º C desde o final de 1800. É previsto um aumento entre 1,8 °C a 4 °C até ao ano de 2100, o que implica alterações climáticas drásticas caso não se tomem as medidas necessárias. Mesmo que ocorra apenas o aumento mínimo previsto, este será superior a qualquer subida de temperatura registada nos últimos 10.000 anos. A atual tendência de aquecimento global poderá originar extinções. Inúmeras espécies vegetais e animais, já enfraquecidas pela poluição e pela perda dos seus habitats, não deverão sobreviver aos próximos cem anos. Os seres humanos, embora não enfrentem ameaças idênticas, estarão sujeitos às mais diversas adversidades. Eventos climáticos como tempestades severas, inundações e secas, por exemplo, são cada vez mais frequentes, indicando que os cenários previstos pelos especialistas são cada vez mais uma realidade.

O nível médio do mar subiu entre 10 a 20 centímetros durante o século XX, e está previsto um aumento adicional de 18 a 59 centímetros até ao ano de 2100. As temperaturas elevadas provocam a expansão do volume do oceano e o degelo de glaciares e das calotas de gelo aumentam ainda mais o nível da água.

Segundo algumas previsões o mar pode inundar as costas densamente povoadas de países como o Bangladesh, provocar o desaparecimento total de algumas

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nações (como o estado da ilha das Maldivas), privar bilhões de pessoas de reserva de água doce, e estimular migrações em massa.

Fig. Degelo das calotas

Efeito de estufa

Atribuímos como principal culpada a industrialização, a queima de quantidades cada vez maiores de petróleo, gasolina e carvão, o corte das florestas, e a utilização de certos métodos de cultivo. Estas atividades contribuem para o aumentado da quantidade de gases de efeito estufa na atmosfera, principalmente o dióxido de carbono, metano e óxido nitroso. Estes gases são fundamentais para a vida na Terra, mantêm o calor do sol absorvendo parte da radiação infravermelha refletida pela superfície terrestre, impedindo-a de regressar ao espaço. O processo que cria o efeito de estufa é um fenómeno natural, necessário para a manutenção da vida no planeta, sem estes o mundo seria um lugar frio e estéril, pois a temperatura média da Terra seria 33 ºC mais baixa, impossibilitando a vida no planeta tal como a conhecemos hoje. No entanto, em grandes quantidades, são responsáveis pelo aumento da temperatura global a níveis elevados e pela alteração do clima. Onze dos últimos 12 anos foram os mais quentes já registados, sendo que 1998 foi o ano mais quente até à data.

O Protocolo não tem sentido para aqueles que não acreditam que as emissões de gases estufa sejam os causadores do aquecimento global, defendem que se deve continuar a emitir destes gases poluentes pois são a única forma de atingir a abundância de bens e serviços de que tanto necessita a humanidade.

Os Estados unidos são o segundo maior emissão de gases nocivos não ratificam a sua participação neste acordo. Tal atitude é considerada prudente por parte de alguns.

Podemos referir que todas as nações europeias e o Japão validam o Protocolo, e algumas delas, embora tenham concordado diminuir as suas emissões em 2010 em 8% abaixo dos níveis de 1990, transmitiram que não vão conseguirão atingir esta meta e apenas vão conseguir reduzir as emissões em cerca de 1% em 2010.

A União Europeia esperava atingir as metas concordadas, contando com a possibilidade da Inglaterra, França e Alemanha reduzirem as suas emissões aos níveis de 1990, utilizando a política de abandonar o uso do carvão, aumentar o uso

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da energia nuclear e fechar as portas das indústrias poluidoras do leste alemão. Considerando estas vantagens, não seria necessário para as outras nações serem tão severas na redução das suas emissões sob a política original do Protocolo de Quioto. Como consequência, estes países aumentaram assuas emissões, deitando assim por terra o que foi conseguido pelas grandes economias. Pelo menos 12 dos 15 países europeus estão preocupados em poder cumprir as suas metas; nove deles falharam e aumentaram as emissões entre 20% e 77%.

Os céticos creem que o Protocolo de Quioto vai ser ignorado e que a Comunidade Europeia, está destinada a revelar isto ao mundo.

No entanto, as coisas mudaram consideravelmente em 2007 com a publicação dos relatórios do IPCC sobre as mudanças climáticas. A opinião pública, assim como a de políticos de todo o mundo, percebe cada vez mais que as mudanças climáticas já começaram e que é necessário tomar medidas.

O protocolo de Quioto acaba este ano (2012), e já há o compromisso da ONU e de alguns governos para o delineamento de um novo acordo, que estabeleceria novas metas para os próximos anos. As discussões começaram a 16 de Fevereiro de 2007 em Washington, os chefes de estado de países como o Canada, a França, a Alemanha, a Itália, o Japão, a Rússia, o Reino Unido, os Estados Unidos, o Brasil, a China, a Índia, o México e a África do Sul concordaram com os primeiros esboços do acordo sucessor ao Protocolo de Quioto. Discutiu-se, em especial, a criação de um limite máximo para o comércio dos créditos de carbono, bem como a aplicação de metas de redução das emissões de CO2 nos países em desenvolvimento, existe a proposta de o acordo até ao fim de 2009.

Em 7 de Junho de 2007, os líderes na 33ª reunião do G8, afirmaram que as nações do G8 visam reduzir, pelo menos, para metade as emissões globais de CO2 até 2050. Os detalhes que possibilitariam cumprir tal meta de redução seriam negociados pelos ministros do meio ambiente dos países do G8 dentro da Convenção das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (UNFCCC), num processo que poderia também incluir as grandes economias emergentes.

Países envolvidos no Protocolo

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Mapa do

Protocolo de Kyoto em 2009.

Portugal e o Protocolo de QuiotoPortugal ratificou o Protocolo de Quioto em 31 de Maio de 2002.

Portugal comprometeu-se em limitar o aumento das suas emissões de GEE em 27%, no período entre 2008-2012, em relação às emissões de 1990.

A análise dos dados das emissões de GEE de Portugal revela que se excedeu em 5% o limite estabelecido no ano de 2008. Apesar de estar de acordo com o previsto pelo governo, o resultado deve-se mais ao elevado preços dos combustíveis.

Analisando os dados definitivos relativos às emissões de gases de efeito de estufa (GEE) de Portugal no ano de 2008, recentemente disponibilizados no sítio da Convenção das Nações Unidas para as Alterações Climáticas na Internet podemos concluir que em 2008, as emissões de GEE atingiram cerca de 78,7 milhões de toneladas (sem se considerar o uso do solo e as alterações no uso do solo e da floresta). Tal significa uma emissão per capita de aproximadamente 7,9 toneladas/ano. Os dados de 2008 definitivos apontam para 32,2% de emissões de GEE acima de 1990, 5% acima do limite fixado pelo Protocolo de Quioto (aumento de 27% entre 1990 e o período 2008-2012).

Os valores de 2008 apresentam um decréscimo de emissões em relação a 2007 de aproximadamente 1,3 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente, ou seja, uma redução de 2,2% tendo por base o ano de 1990 e de 1,6% em relação ao ano anterior.

Legenda :

Verde : Países que ratificaram o protocolo.

Amarelo : Países que ratificaram, mas ainda não cumpriram o protocolo.

Azul : Países que não ratificaram o protocolo.

Cinzento : Países que não assumiram nenhuma posição no protocolo.

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Os dados agora divulgados são os primeiros que se inserem no período de cumprimento do Protocolo de Quioto (2008-2012) e, apesar de consistentes com as previsões governamentais que apontam para uma excedência de 5% ao longo dos 5 anos, resultam em grande parte dos efeitos dos elevados preços dos combustíveis na altura e também da conjuntura internacional, mais do que do esforço interno de uma verdadeira política climática.

Os factos mais salientes relacionados com esta diminuição são os seguintes: O clima ameno que se verificou no ano de 2008, com um Inverno

(Janeiro a Março de 2008) pouco frio e um Verão menos quente que o habitual, conduzindo a menores necessidades de consumo de eletricidade para efeitos de climatização;

Verificou-se uma redução de emissões de 300 mil toneladas de dióxido de carbono na produção de eletricidade à custa principalmente do uso de centrais térmicas mais eficientes, do fraco crescimento do consumo e do peso ainda significativo da importação; neste ano de 2008, a redução da produção hidroeléctrica foi compensada pelo aumento do peso da energia eólica;

O sector dos transportes, apesar do aumento significativo de preços de gasóleo e gasolina, sofreu um decréscimo de emissões de apenas 300 mil toneladas de dióxido de carbono (menos 1,5% que em 2007).A incapacidade de implementação de muitas ações para a redução das

emissões do país, em particular na área do transporte rodoviário, com uma política que continua a passar pela construção de mais estradas e autoestradas e pelo favorecimento claro do automóvel, em detrimento de uma mobilidade mais sustentável para passageiros e mercadorias. As referidas Autoridades Metropolitanas continuam inativas, não havendo investimento em mais comboios, a necessária articulação da bilhética, preços mais justos para os utilizadores pouco frequentes, entre outros aspetos.

A ação das Autoridades Metropolitanas de Transportes de Lisboa e Porto também faz parte do Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética (PNAEE), dada a sua importância. Mas o PNAEE prevê ainda outras medidas ao nível da Mobilidade Urbana com o objetivo de reduzir o consumo de energia na área dos transportes. Alguns exemplos são os Planos de Mobilidade Urbana em office parks e parques industriais e a melhoria na eficiência dos transportes públicos, com uma redução em cada medida entre 5 e 15% em relação ao consumo estimado.

Portugal não está preparado em termos ambientais, económicos e sociais para lidar com o aumento do preço dos combustíveis, devendo promover uma maior articulação entre os diferentes modos de transporte, em particular nas áreas metropolitanas. Dar prioridade ao sector dos transportes implica muito mais apostar numa política integrada de gestão de mobilidade e ordenamento do território do que na substituição tecnológica de veículos.

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Jogos Olímpicos e globalização

As Olimpíadas são festas internacionais que começaram na Grécia antiga. Os jogos gregos aconteciam a cada quatro anos competiam entre si as cidades-estado, a origem deste invento esta envolto em mistério e lendas, uma delas esta ligada ao culto do deus grego Zeus. As Olimpíadas foram de fundamental importância religiosa, com eventos desportivos e rituais de sacrifícios aos deuses.

Os Jogos Olímpicos atingiram o seu auge entre os séculos VI e V a.C., mas foram perdendo gradualmente em importância enquanto os romanos ganhavam poder e influência na Grécia. Não se possui conhecimento de quando os jogos terminaram oficialmente, alguns defendem o fim em 393 d.C., quando o imperador Teodósio I declarou que todas as práticas e cultos pagãos seriam eliminados, outra data referida é 426 d.C., quando o imperador Teodósio II ordenou a destruição de todos os templos gregos. Após o fim dos Jogos Olímpicos, não foram realizados novamente até o final do século XIX.

O regresso dos jogos aconteceu em 1896. Desde então, passaram a acontecer a cada quatro anos, exceto durante as duas guerras mundiais.

Os jogos olímpicos antigos saudavam os deuses gregos, mas os jogos modernos saúdam o talento dos atletas de todas as nações.

As tentativas de trazer de volta os jogos começaram com um festival olímpico nacional realizado anualmente de 1796 a 1798, conhecido como L’Olympiade de la République. A competição incluia várias modalidades dos antigos Jogos Olímpicos Gregos, marcaram também a introdução do sistema métrico no desporto.

Em 1850 uma Olympian Class foi iniciada, para melhorar a aptidão dos locais, pelo Dr. William Penny Brookes em Much Wenlock, Shropshire, Inglaterra. Em 1859, o Dr. Brookes renomeou o evento para Jogos Anuais da Sociedade Olímpica de Wenlock e estes jogos anuais continuam até hoje. A Sociedade Olímpica destes jogos foi fundada pelo Dr. Brookes a 15 de novembro de 1860.

Entre 1862 e 1867, Liverpool realizou todos os anos um Grand Olympic Festival, idealizado por John Hulley e Melly Charles, estes foram os primeiros a serem totalmente amadores.

O programa da primeira Olimpíada moderna, em Atenas no ano de 1896 foi quase idêntico ao dos Jogos Olímpicos de Liverpool.

Em 1865, Hulley, o Dr. Brookes e E.G. Ravenstein fundaram a Associação Nacional Olímpica em Liverpool, os seus artigos forneceram a estrutura para a Carta do Comitê Olímpico Internacional.

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O regresso dos Jogos

O interesse do povo grego em reviver os Jogos Olímpicos começou no ano de 1821 com a guerra de independência da Grécia do Império Otomano.

Foram propostos pela primeira vez pelo poeta e editor de um jornal Panagiotis Soutsos no poema Diálogo dos Mortos, publicado em 1833. Evangelis Zappas, um rico filantropo grego, escreveu pela primeira vez ao Rei Otto da Grécia, em 1856, com o intuito de oferecer fundos para financiar o renascimento permanente dos Jogos Olímpicos, Zappas patrocinou os primeiros Jogos Olímpicos em 1859, que foram realizados na cidade de Atenas. Participaram atletas da Grécia e do Império Otomano, financiou também a restauração do antigo Estádio Panathinaiko para acolher os futuros eventos.

O Estádio Panathinaiko foi palco dos Jogos Olímpicos em 1870 e em 1875, trinta mil espectadores enceram o estádio.

Em 1890, depois de assistir os Jogos Anuais da Sociedade Olímpica de Wenlock, o Barão Pierre de Coubertin inspirou-se em fundar o Comitê Olímpico Internacional, baseou-se nas ideias e no trabalho de Brookes e Zappas com o objetivo de estabelecer rotação internacional dos Jogos Olímpicos que ocorreriam a cada quatro anos, apresentou essas ideias durante o primeiro Congresso Olímpico do recém-criado Comitê Olímpico Internacional, a reunião foi realizada de 16 de junho a 23 junho de 1894, na Sorbonne, em Paris. No último dia do congresso, foi decidido que os primeiros Jogos Olímpicos, teriam lugar dois anos mais tarde, em Atenas.

Fig.

Abertura das olimpíadas em Atenas

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Os Jogos

Os Jogos Olímpicos são contam com desportos de verão e de inverno, em que milhares de atletas participam de várias competições. Atualmente os Jogos são realizados a cada dois anos, em anos pares, os Jogos Olímpicos de Verão e de Inverno vão alternando, embora ocorram a cada quatro anos no âmbito dos respectivos Jogos sazonais. Originalmente, os Jogos Olímpicos da Antiguidade foram realizados em Olímpia, na Grécia.

Fig. Símbolo dos jogos

A evolução do Movimento Olímpico durante o século XX obrigou o COI a adaptar os Jogos. Alguns destes ajustes incluíram a criação dos Jogos de Inverno para desportos de gelo e de neve, os Jogos Paralímpicos de atletas com deficiência física e os Jogos Olímpicos da Juventude para atletas adolescentes. O COI também teve de acomodar os Jogos para as diferentes variáveis económicas, políticas e realidades tecnológicas do século XX. Como resultado, os Jogos Olímpicos passaram a permitir apenas a participação de atletas profissionais.

A crescente importância dos meios de comunicação gerou a questão do patrocínio corporativo e a comercialização dos Jogos que podemos relacionar com o mundo globalizado onde vivemos.

O Movimento Olímpico é atualmente composto por federações desportivas internacionais, comitês olímpicos nacionais (CONs) e comissões organizadoras de cada atividade individual dos Jogos Olímpicos. Como o órgão de decisão, o COI é responsável por escolher a cidade anfitriã para cada edição que por sua vez é responsável pela organização e financiamento da celebração dos Jogos segundo a Carta Olímpica. A celebração dos Jogos abrange muitos rituais e símbolos, como a tocha e a bandeira olímpica, bem como as cerimônias de abertura e encerramento.

Existem mais de 13 000 atletas que competem nos Jogos Olímpicos de Inverno em trinta e três modalidades desportivas com cerca de 400 eventos. Os finalistas do primeiro, segundo e terceiro lugar de cada evento recebem medalhas olímpicas de ouro, prata ou bronze, respetivamente.

Os Jogos têm crescido em escala, a ponto de quase todas as nações serem representadas, pois o mundo de hoje pode ser comparado com uma aldeia global. Tal crescimento tem criado inúmeros desafios, como por exemplo doping, corrupção de agentes públicos e terrorismo. A cada dois anos, os Jogos Olímpicos e sua exposição ao media proporcionam a atletas desconhecidos a oportunidade de alcançar fama nacional e, em casos especiais, a fama internacional. Os Jogos também constituem

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uma oportunidade importante para a cidade e o país se promover e mostrar-separa o mundo.

Jogos de Inverno- Os Jogos Olímpicos de Inverno foram criados como um

recurso aos desportos de neve e gelo que foram logisticamente impossibilitados de serem realizados durante os Jogos Olímpicos. Patinagem artística (em 1908 e 1920) e hóquei no gelo (em 1920) foram apresentados como eventos olímpicos nos Jogos de Inverno, o COI quis ampliar essa lista para abranger outras atividades do inverno. Em 1921, no Congresso Olímpico do COI, em Lausana, foi decidido realizar uma versão de inverno dos Jogos Olímpicos, uma semana de desportos de inverno (na verdade foram 11 dias) foi realizada em 1924, em Chamonix, França, este evento tornou-se a primeira edição dos Jogos Olímpicos de Inverno. Esta tradição foi mantida até os Jogos de 1992 em Albertville, França, que por questões logísticas e de organização foi necessário alterar o ciclo dos Jogos de Inverno, levando-os para anos pares alternados com os Jogos Olímpicos de Verão, o novo sistema começou com os Jogos de 1994.

fig. Jogos de inverno

Jogos Paralímpicos- Em 1948, Sir Ludwig Guttmann, determinado a promover a reabilitação dos soldados da Segunda Guerra Mundial, organizou um evento multi-desportivo entre os vários hospitais, para coincidir com os Jogos Olímpicos de Verão de 1948. O evento, conhecido depois como Stoke Mandeville Games, tornou-se um festival anual. Ao longo dos doze anos seguintes, Guttman e outros continuaram os seus esforços em utilizar o desporto como um caminho para a cura. Para os Jogos Olímpicos de Verão de 1960, em Roma, Guttman trouxe 400 atletas para competir nas Olimpíadas "paralelas", que ficaram conhecidas como a primeira Paralimpíada, desde então, os Jogos Paralímpicos foram realizados em cada ano olímpico.

Jogos da Juventude- Iniciados em 2010 os Jogos Olímpicos da Juventude, são complementares aos Jogos Olímpicos e disputados por atletas com idades entre catorze e dezoito anos. Os Jogos Olímpicos da Juventude foram concebidos pelo presidente do COI, Jacques Rogge, em 2001, e aprovados durante o 119º Congresso do COI. Os primeiros Jogos Olímpicos da Juventude de Verão foram realizados em Singapura, em 2010, enquanto os jogos inaugurais de inverno serão realizados em Innsbruck, na Áustria, dois anos mais tarde. Estes jogos vão ser mais curtos do que os jogos adultos; a versão de verão teve duração de doze dias, enquanto que a versão

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de inverno vai durar nove dias. Os desportos vão coincidir com os programados para os jogos tradicionais adultos.

Transmissão televisiva: uma das faces da globalização

Os primeiros jogos transmitidos através da televisão foram em Berlim no ano de 1956º, mas apenas para o público local. Por outro lado os Jogos Olímpicos de Inverno de 1956 foram os primeiros transmitidos a nível internacional.

Nas décadas seguintes, os Jogos Olímpicos se tornaram uma das frentes ideológicas da Guerra Fria. Superpotências disputavam a supremacia política, e o COI queria aproveitar este aumento no interesse através de um meio de transmissão. A venda dos direitos de transmissão permitiu ao COI aumentar a exposição dos Jogos Olímpicos, gerando assim mais interesse. Isto permitiu ao COI cobrar uma taxa cada vez maior por esses direitos. Por exemplo, a CBS pagou 375 milhões dólares pelos direitos dos Jogos de Nagano, enquanto a NBC gastou 3,5 bilhões dólares pelos direitos de transmissão de todos os os Jogos Olímpicos de 2000-2008.

A audiência cresceu exponencialmente desde a década de 1960 até o final do século. Isto foi devido ao uso de satélites para transmissão de televisão ao vivo em todo o mundo em 1964, e a introdução da televisão a cores em 1968. Estimativas de audiência global para os Jogos da Cidade do México em 1968 foi de 600 milhões, enquanto nos Jogos de Los Angeles de 1984, o número de espectadores aumentou para 900 milhões; esse número aumentou para 3,5 bilhões, em 1992, nos Jogos Olímpicos de Barcelona. Espalhando assim uma mensagem cultural uniforme pelo mundo, implementado assim os jogos olímpicos com uma ferramenta da globalização.

Portugal nos Jogos olímpicos

O envolvimento de Portugal nos Jogos Olímpicos começou na Escandinávia, tanto nos Jogos de Verão quanto nos de Inverno. Com a criação do Comitê Olímpico de Portugal em 1909 e seu reconhecimento pelo COI no mesmo ano, Portugal foi o décimo terceiro país a aderir ao Movimento Olímpico.

Três anos mais tarde, o país participou nos Jogos de Estocolmo. Desde então participa em todas as edições dos Jogos, sendo a décima oitava nação mais assídua. Até 2008, o país conquistou 22 medalhas (quatro ouros, sete pratas e onze bronzes).

Em 1952, o país estreou nos Jogos Olímpicos de Inverno, realizados em Oslo, Noruega. Até os Jogos de Turim, Portugal esteve presente em cinco edições, sem ganhar nenhuma medalha, por razões climatéricas evidentes, Portugal não tem tradição nos desportos de Inverno. Assim não é de estranhar a reduziida participação portuguesa nos jogos de Inverno ao longo das suas sucessivas edições. Além disso, com excepção de Duarte Espírito Santo todos os outros participantes lusos eram emigrantes ou nascidos no estrangeiro.

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Fig. Nelson Évora nos Jogos Olímpicos de Verão

Organizações ambientas e governança global

A preocupação com o ambiente e o estado da natureza que nos rodeia esta cada vez mais presente na noção de cidadania que nos é incutida desde que somos apenas crianças, estes valores são aprendidos não só em Portugal mas também em grande número de países, nomeadamente países desenvolvidos, estes são universais. O peso de organizações ambientais internacionais é cada vez mais visível a vários níveis, como por exemplo em termos de campanhas de sensibilização.

Greenpeace. O que é?

Greenpeace é uma organização não-governamental fundada em 1971 no Canadá por imigrantes americanos, tem atualmente cerca de três milhões de colaboradores espalhados por todo o mundo (inclusive Portugal), possui sede em Amesterdão.

Os primeiros ativistas que ajudaram a fundar a organização na década de 1970 eram sobretudo pessoas com estilo de vida hippie e alternativo, membros de comunidades, que migraram para o Canadá por não concordarem com a guerra do Vietnam.

Podemos destacar nomes como Robert (Bob) Hunter que pertenceu á organização até á sua morte, Paul Watson (que decidiu abandonar por divergências com a direção do grupo, fundando a Sea Shepherd Conservation Society, dedicada à proteção dos oceanos) e Patrick Moore. A Greenpeace recebe doações de equipamentos e outros bens materiais, usados geralmente nas campanhas e ações do grupo. Não aceita recursos de governos, empresas e partidos políticos.

Para a organização a sua independência financeira é um valor de maior importância, pois é o que garante a sua total liberdade de expressão. Desta forma, pode assumir riscos e confrontar alvos, tendo compromissos apenas com a sociedade civil. São aceitas doações (em dinheiro ou recursos / equipamentos) apenas de pessoas físicas ao redor do globo, independente do valor.

A Greenpeace tem conduzido campanhas contra a degradação ambiental desde 1971, altura em que um pequeno barco de voluntários e jornalistas navegou até Amchitka, região do norte do Alasca, onde o governo norte-americano estava a realizar testes nucleares subterrâneos.

Origem do nome Green Peace- foi escolhido ao acaso. Na primeira intervenção da organização que tinha como objectivo impedir um teste nuclear norte-americano nas Ilhas Aleutas, os ativistas tiveram a ideia de fazer e vender um crachá para ajudar a arrecadar fundos para a viagem que deveria conter as palavras 'Green' (verde) e 'Peace' (paz), que constavam em duas bandeiras separadas, hasteadas a bordo da embarcação da organização, até então conhecida como Don't Make a Wave

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Committee. As palavras pensadas para expressar a ideia de pacifismo e defesa do meio ambiente, porém, vistas nas bandeiras e separadas, pareciam muito grandes para caber num crachá, assim foram fundidas e nascia a expressão 'Greenpeace', que passou a ser o nome adotado pela organização.

Campanhas- procuram confrontar e constranger os que promovem agressões ao meio ambiente. Dessa forma o grupo conseguiu textos e ações que procuram atrair a atenção para assuntos urgentes e conquistou ao longo da sua história algumas vitórias importantes, como o fim dos testes nucleares no Alasca e no Oceano Pacífico, o encerramento de um centro de testes nucleares americano, a proibição da importação de pele de morsa pela União Europeia, a maratona à caça de baleias e a proteção da Antártida contra a indústria mineira.

A Greenpeace está organizada em campanhas, com os seguintes objectivos: Catalisar uma revolução energética , para lidar com a ameaça número

um que o nosso planeta enfrenta. Defender os Oceanos , desafiando a pesca dissipadora e destrutiva e

criando uma rede internacional de reservas marinhas. Proteger as florestas ancestrais do mundo e os animais, as plantas e as

pessoas que dependem deles. Trabalhar para o desarmamento e a paz , cuidando das causas, dos

conflitos e exigindo a eliminação de todas as armas nucleares. Criar um futuro livre de materiais tóxicos , com alternativas mais

seguras aos químicos perigosos usados nos produtos e na indústria actuais. Promover a agricultura sustentável , rejeitando os organismos

geneticamente modificados, protegendo a biodiversidade e estimulando a agricultura socialmente responsável.

Quercus

Portugal também possui algumas organizações de origem nacional que lutam contra a defesa do ambiente como é o caso da Quercus, isto mais uma vez mostra que estas preocupações estão a ser vividas pela grande maioria dos países. A Quercus é uma Associação Nacional de Conservação da Natureza, é uma organização não-governamental fundada a 31 de Outubro de 1985 na cidade de Braga.

Afirma ser uma associação independente, apartidária, de âmbito nacional, sem fins lucrativos e constituída por cidadãos que se agruparam devido a um interesse comum, a conservação da natureza, dos recursos naturais e a defesa do ambiente em geral, numa perspetiva que visa a procura de um desenvolvimento sustentável.

A Associação designa-se Quercus, por serem os Carvalhos, as Azinheiras e os Sobreiros( cuja designação comum em latim é:Quercus) as árvores características dos ecossistemas florestais mais evoluídos que cobriam o país e de que restam, atualmente, apenas relíquias muito degradadas.

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Desde a sua fundação a associação defende a proteção da natureza e do ambiente. É uma organização descentralizada com núcleos regionais em todo o país, incluindo as regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

Em 1992, a Associação recebeu o Prémio Global 500 das Nações Unidas e o título de membro honorário da Ordem do Infante D. Henrique, atribuído pelo Dr. Mário Soares.

Alguns dos projetos da associação Quercus são: o Edifício Verde, a Eco-Casa, Olimpíadas do ambiente, Top Ten e Centro de Recuperação de Animais Selvagens.

As preocupações ambientas são algo cada vez mais visível no mundo atual, a tentativa de manter o ecossistema saudável e com condições saudáveis de desenvolvimento é uma das maiores preocupações da população, pois disto depende o nosso futuro e o dos nossos descendentes.

Movimentos anti-globalizaçãoNão podemos falar no fenomeno da globalização sem referir a sua oposição,

aqueles que consideram a globalização como algo negativo e corruptor da sociedade, defendem que a globalização é a origem de todos os problemas hoje vivido a nivel mundial.

Com a massificação globalizante do uso da INTERNET, as ONGs(Organizações Não-Governamentais), ativistas e movimentos sociais em geral ganharam um aliado importantíssimo contra a hegemonia da informação e com isto promover a disputa com os poderes, constituindo-se em verdadeiros contra-poderes.

Com a utilização de videoconferências e de todas facilidades deste meio, principalmente a velocidade da dispersão da informação, transformaram-no numa ferramenta de luta contra a marginalização com o objectivo de equilibrar as relações de poder entre o local e o global.

Mas se a globalização encurta distâncias e facilita as nossas vidas, por outro lado, fortalece as relações de dependência.não existir conformismo face ás regras ditadas pelo capitalismo e pelos países ricos esta a provocar uma onde de descontentamento e de perguntas sobre a possibilidade de um mundo mais justo.

Apesar de ser defendida com um fator positivo pela grande maioria a globalização e a aldeia global que podemos considerar o mundo neste momento e que nos é incutida como algo que melhora a qualidade de vida, não dá a opção ou sequer o tempo de mostrar duvidas, descontentamentos ou preocupações devido á maneira como esta enraizada na sociedade. O movimento antiglobalização conseguiu em pouco tempo levar suas mensagens e suas ações até as primeiras páginas dos meios de comunicação mundial. Como por exemplo mensagens que procuram espalhar alternativas ao regime económico capitalista, como o socialismo, o comunismo e a anarquia. Outros, manifestam preocupação com danos ao meio ambiente e aos direitos humanos, entre outros fatores que julgam serem produto da globalização capitalista.

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As reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Mundial, da Organização Mundial do Comércio (OMC), do G-8 (grupos dos sete países mais desenvolvidos do mundo) ou da União Europeia têm enfrentado a oposição frontal de grupos que têm sido vistos como o primeiro movimento revolucionário do século XXI.

Todo isto mostra que os defensores desta posição são cada vez mais e que não vão deixar de demonstrar aquilo em que acreditam na maioria dos casos através de manifestações junto a locais onde estão a acontecer reuniões como já foi afirmado.

Fig. Movimento antiglobalização

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Quercus_(organiza%C3%A7%C3%A3o)http://pt.wikipedia.org/wiki/Jogos_Ol%C3%ADmpicoshttp://www.google.pt/search?aq=1&oq=jogos+oli&sourceid=chrome&ie=UTF-

8&q=jogos+olimpicoshttp://geografiaetal.blogspot.pt/2009/07/movimento-antiglobalizacao.htmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal_nos_Jogos_Ol%C3%ADmpicoshttp://gold.br.inter.net/luisinfo/olimpico.htmlhttp://www.greenpeace.org/portugal/pt/greenpeace/http://pt.wikipedia.org/wiki/Greenpeacehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Antiglobaliza%C3%A7%C3%A3ohttp://www.quercus.pt/scid/webquercus/