Jogos Dramáticos explicação

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VOLUME III Grupo Operativo Jogos Cooperativos Jogos Dramáticos Profª Inazeli 2003 GRUPO OPERATIVO LEIS QUE REGEM O PROCESSO GRUPAL

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VOLUME III

Grupo OperativoJogos CooperativosJogos Dramáticos

Profª Inazeli 2003

GRUPO OPERATIVO

LEIS QUE REGEM O PROCESSO GRUPAL

Grupo é um conjunto de pessoas que, ligadas entre si por constantes de tempo e espaço, articuladas por mútua

representação interna, se propõe de forma explicita ou implícita a uma tarefa, a qual constitui uma finalidade, interatuando através de complexos mecanismos de atribuição e assunção de papéis.

Pichon-Rivière

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GRUPO OPERATIVO

É uma técnica que faz perceber as pessoas centradas na tarefa, a qual tem duas vertentes:

A tarefa explícita: como as pessoas começam a produzir seus objetivos.

A tarefa implícita: como, ao produzirem juntas, as pessoas fazem surgir obstáculos e terão maior ou menor dificuldade para falar deles ou resolvê-los.

Um grupo é operativo quando está centrado na tarefa por meio da qual, no dia-a-dia, põe em prática seus objetivos.

Isso permite o aprender a pensar sobre a resolução de dificuldades criadas e manifestadas nas relações do grupo e não nas questões de cada um de seus integrantes.

TAREFA

É um conjunto de ações compartilhadas em uma co-responsabilidade. É uma construção conjunta que viabiliza objetivos comuns. A contraface é a pré-tarefa, momentos nos quais o grupo explora as ansiedades ou medos despertados pela realização da tarefa. As pessoas devem superar em conjunto esses momentos, para realizar a tarefa e atingir com eficácia os resultados.

Quando isso não é feito, surgem subgrupos do faz-de-conta, em torno da não produção conjunta.

Compreender os conceitos de Grupo e Grupo Operativo leva-nos a refletir sobre os conceitos de DINÂMICAS GRUPAIS, COMUNICAÇÃO, VÍNCULO E PAPÉIS.

DINÂMICA VISÍVEL

Dinâmica visível é o que é falado, explicado pelo grupo, no que se refere à tarefa. Não é o que se refere a qualquer papo de grupo. É a comunicação que no dia-a-dia vai concretizando os objetivos do grupo.

DINÂMICA INVISÍVEL

É decorrente da dinâmica visível e se revela em forma de resistência à realização da tarefa. É o que fica nas entrelinhas, o que o grupo não deseja falar a respeito das dificuldades para realizarem juntos a tarefa. Esses assuntos que ninguém quer encarar ficam como segredos do grupo e todos, sem ter consciência do que fazem, evitam conversar sobre

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eles. Podem até fazer alguns comentários nos corredores, no cafezinho, em subgrupos, mas permanecem como “papo furado”. Não querem enfrentar esses conteúdos porque eles trazem as dificuldades do grupo, as quais são a multiplicação das dificuldades de cada um. E ninguém quer enfrentar seus próprios limites, explorar com flexibilidade novas maneiras de pensar e sentir, desenvolver novas aptidões para trabalhar em grupo e parar de olhar só para o “próprio umbigo”. COMUNICAÇÃO

A COMUNICAÇÃO é fundamental e pode ocorrer em dois níveis:

O VERBAL ( o que um diz para o outro e este expressa o que entendeu).

O NÃO VERBAL ( olhares, gestos, postura corporal ).Ambos devem ser interpretados. Dizemos, também, que ela é

bicorporal (EU + OUTRO) E tripessoal, este é o conteúdo interno de uma pessoa interagindo através da fala, com o conteúdo interno do outro, exercendo uma grande influência na interpretação da dinâmica grupal; pois nela estão inseridos elementos para a análise e diagnóstico do que está se passando no grupo, o que está “oculto” (ruído) e precisa ser esclarecido, para que o trabalho em equipe seja efetivo. Os ruídos na comunicação na maioria das vezes são causados pelas seleções voluntárias (conscientes), ou involuntárias (inconsciente), pelas entrelinhas das mensagens emitidas ou recebidas.

Também é importante ressaltar que ela nos dá possibilidade de perceber as contribuições individuais e sua influência no grupo; as contradições, os dilemas que aparecem como obstáculos e a elaboração conjunta dos mesmos; os vínculos na execução da tarefa, o como cada um fala, e é ouvido; como os papéis são articulados entre duas, ou entre várias pessoas, em múltiplas relações; como o clima se apresenta, favorecendo ou não o desenrolar da tarefa.

VÍNCULOS

É a relação estabelecida entre as pessoas para realizarem a tarefa, ou trabalho. Por meio da comunicação, as pessoas que se vinculam no trabalho se tornam importantes umas para as outras. Esse recíproco significado no vínculo, tanto permite a construção de imagens, as quais as pessoas internalizam como experiências vividas, quanto se constituem em compromissos conjuntos para a realização de determinada tarefa.

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PAPÉIS

Os vínculos e a comunicação se expressam por intermédio de distintos papéis. Alguns são definidos na situação, por exemplo, pai, mãe, filho, chefe, gerente, sendo o movimento das pessoas para realizarem as tarefas com certa facilidade. Outros surgem em decorrência de dificuldades na realização da tarefa e expressam o jeito de pensar e de sentir das pessoas para não realizá-la. É quando surgem porta–vozes dos pontos difíceis a serem superados, e que todos, cada um a seu modo e por um motivo, querem ou negar ou esquecer.

As pessoas não sabem como se organizar para provocar esses segredos, mas ficam aliviados por não enfrentá-los e não gostam quando o porta-voz levanta dúvidas relativas a esses segredos do grupo.

PORTA-VOZ

É aquela pessoa que fala de aspectos relativos às dificuldades para a realização da tarefa. Esses aspectos são expressos porque a pessoa os percebe e se incomoda com eles. Como incomoda, ela os percebe como sendo dela e não se dá conta de que está sentindo-os como integrante do grupo. Ela os menciona porque nesse momento é porta-voz das dificuldades grupais, mas as expressa como sendo apenas suas. Se o grupo encara os conteúdos falados e passa a enfrentar e a resolver as dificuldades grupais, o porta-voz se torna líder da tarefa, o conteúdo que ele trouxe é ouvido e a partir dele o grupo busca soluções para os dilemas criados, com a finalidade de evitar uma visão global sobre o que impede as pessoas de agirem em conjunto. O grupo passa a se comportar em uma intensa cooperatividade.

Mas se o grupo não quer ouvir o porta-voz, deixando-o acreditar que a dificuldade é só dele, o grupo passa a hostilizá-lo de modo sutil ou agressivo e, aos poucos, transforma-o em bode expiatório da dificuldade negada. Afirmam que a dificuldade é dele e expressam que sua insistência incomoda o trabalho do grupo.

LÍDER DA TAREFA

É quando o porta-voz é ouvido pelo grupo, levando-o a realizar tarefas, havendo cooperatividade.

BODE EXPIATÓRIO

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Expressa o conteúdo que é negado pelo grupo e direcionado a uma pessoa. O conteúdo trazido pelo porta-voz é drasticamente negado e o grupo diz que não tem haver com ele, mas com a pessoa que falou. Diz que o conteúdo falado é opinião do porta-voz e não do todo.

SABOTADOR

É a pessoa que procura desviar o grupo da tarefa e dos objetivos comuns a serem alcançados por todos. Cria outras necessidades como sendo as mais importantes para o grupo nesse momento.

IMPOSTOR

Tem seu discurso diferente de suas ações, fala bonito e dá a impressão de que sabe como o grupo deve se conduzir para realizar a tarefa e conseguir os resultados esperados pelo objetivo-contrato-comum. Mas o que faz nega o que diz e desvia o grupo da tarefa e da pré-tarefa, ou seja, da produção grupal.

O desempenho desses papéis supõe o conhecimento das leis que regem uma produção grupal!

O FUNCIONAMENTO GRUPAL

A transformação de uma realidade só é possível quanto as pessoas, articuladas entre si, aprendem por intermédio do PROCESSO GRUPAL, gerando mudanças no indivíduo e no grupo. O PRODUTO dessa aprendizagem é resultante de uma efetiva produção conjunta.

O desenvolvimento de um grupo não acontece de forma linear; muitas vezes parece que estamos andando em círculos viciosos... ...mas, com o tempo, percebemos que é um processo que evolui a cada ciclo e pode ser representado por um cone invertido.

O funcionamento grupal é um movimento que pressupõe a presença de indicadores da produtividade conjunta.

Esses indicadores permitem uma leitura do processo grupal; por essa razão, os integrantes do grupo e os líderes devem compreender o que significam:

A pessoa guarda uma determinada distância, sem incluir-se totalmente no grupo. Este primeiro momento de AFILIAÇÃO, comum à história de todo grupo, se transforma mais tarde em PERTENÇA, maior

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integração ao grupo, o que ajuda as pessoas a se organizarem para esclarecer, planejar e executar a tarefa.

Através da PERTINÊNCIA percebemos o quanto as pessoas estão centradas na tarefa e no esclarecimento da mesma. A qualidade deste compromisso se percebe pelo esforço de explorar a pré-tarefa e pela capacidade criativa para executar a tarefa.

A COOPERAÇÃO é a contribuição, mesmo que silenciosa, para realizar a tarefa por meio de papéis diferenciados, que surgem na dinâmica grupal pela interação entre a historia pessoal e a grupal em face dos obstáculos de uma produção conjunta.

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JOGOS COOPERATIVOS

“Para abrir os olhos e enxergar com o coração”Fábio Brotto

OS JOGOS E A RECREAÇÃO

O que é?São atividades de lazer onde podem ser trabalhados a cooperação, coordenação motora e preparação física.

Para que serve?Serve para estimular crianças e adultos, principalmente às crianças, à prática de atividade física, onde para elas seria “chato” fazer, por exemplo, flexão de braço, corrida lateral, frontal, agachamento e alongamento.As atividades recreativas servem para realizar tanto o aquecimento como o relaxamento, já que existem atividades em que trabalham alongamento e, além disso, devido serem calmas reduzem a freqüência cardiorespiratória da criança.

Como desenvolver atividades?As atividades são desenvolvidas através de jogos ou brincadeiras que trabalham uma determinada parte do corpo ou alguns grupos musculares.Estas “brincadeiras” são escolhidas pelo professor de acordo com o exercício que ele quer desenvolver. Por exemplo: se quer trabalhar braço pode ser utilizada atividade em que a criança “rasteje” no chão, ou também uma atividade em que ela segure ou lance algum objeto.Se quiser trabalhar perna pode ser utilizada atividade em que a criança corra ou faça agachamentos.Uma mesma atividade pode trabalhar vários grupos musculares.

Quais os resultados?- Psicológicos: a criança por estar fazendo o que gosta se sente mais estimulada a fazer a atividade, se sente mais disposta durante as aulas, mesmo quando está no treino propriamente dito.

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As crianças agem de forma mais espontânea em decorrência de não estarem observando os exercícios que estão fazendo e nem os dos os outros e sim se concentram apenas nas atividades.

- Físicos : devido a criança trabalhar com mais estímulo ela forçará mais, tendo uma resposta muscular, articular e motora mais forte. Enquanto que quando se dá um exercício normalmente a criança o realiza sem vontade e a resposta muscular, articular motora vai ser bem mais fraca.

Estes são os resultados que esperamos de uma criança: motivação, “preparação” física e resposta motora rápida. A recreação vai trabalhar para que esses resultados sejam alcançados mais rapidamente.

Exemplo de atividades.- Estrela : trabalha corrida e rastejo forçando musculatura dos membros

superiores;- Segurando o bastão : trabalha corrida, habilidade motora e

cooperação;- Futebol caranguejo : onde trabalha musculatura dos membros

inferiores e superiores, além da musculatura dorsal;- Pega-pega amigo, pega-pega nunca três : trabalham corridas e parte

de cooperação (falado adiante);- Grupo, um, dois, três... : trabalha organização e cooperação;- Futpar : trabalha corrida, coordenação motora e cooperação.

JOGOS COOPERATIVOS

O que são?Como o próprio nome diz são jogos em grupo onde deve haver a cooperação para se chegar a um resultado. Nos jogos cooperativos não há perdedor, todos sempre vencem.Para que se chegue a um objetivo todos do grupo deverão alcançar o respectivo objetivo.Há também os jogos semi-cooperativos, onde há mais de um grupo, cada grupo vai trabalhar cooperativamente dentro de si mesmo, podendo haver um vencedor e um perdedor. Mas pode ser que não haja perdedor, mas sim o primeiro vencedor, o segundo vencedor e assim por diante.

Qual o objetivo?O objetivo é desenvolver o respeito mútuo, a harmonia, objetivos comuns e a liberdade.Os jogos cooperativos e semi-cooperativos ajudam a melhorar a auto-confiança, aumenta o interesse em treinar em equipe, um aprende a ensinar e incentivar o outro, e principalmente desenvolve a cadeia de relações.

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Cooperação X Competição

SITUAÇÃO COOPERATIVA SITUAÇÃO COMPETITIVAPercebem que o atingir de seus objetivos, é em parte, conseqüência das ações dos outros membros.

Percebem que o atingir de seus objetivos, é incompatível com a obtenção dos objetivos dos demais.

São mais sensíveis às solicitações dos outros.

São menos sensíveis às solicitações dos outros.

Ajudam-se mutuamente com freqüência.

Ajudam -se mutuamente com menor freqüência.

Há maior homogeneidade na quantidade de contribuições e participações.

Há menor homogeneidade na quantidade de contribuições e participações.

A produtividade em termos qualitativos é maior.

A produtividade em termos qualitativos é menor.

A especialização de atividades é maior

A especialização de atividades é menor

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JEITOS DE VER-E-VIVER O JOGO DA VIDA

OMISSÃO (Individualismo)

COOPERAÇÃO (Encontro)

COMPETIÇÃO (Confronto)

Visão do Jogo

insuficiência é possível separação

suficiência possível para todos inclusão

escassez possível só para um exclusão

Objetivo ganhar sózinho

Ganhar...juntos ganhar...do outro

O outro “quem?” parceiro, amigo adversário,inimigo

Relação

independência “cada um na sua” indiferença

interdependência Parceria Confiança

dependência rivalidade desconfiança

Ação

jogar sózinho não jogar ser jogado

jogar COM troca e criatividade habilidades de relacionamento

jogar CONTRA ataque e defesa habilidades de rendimento

Clima do Jogo

monótono denso leve

Ativação, atenção e descontração pesado

tensão, stress e contração

Resultado

ilusão de vitória individual

sucesso compartilhado bem-estar pessoal e grupal

vitória às custas dos outros

Conseqüência alienação conformismo

vontade de continuar jogando

acabar logo com o jogo

Motivação isolamento amor medo

Sentimentos

solidão opressão

alegria e realização para todos satisfação,cumplicidade e harmonia

diversão para alguns realização para poucos insegurança, raiva, frustração

Símbolo muralha ponte obstáculo

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QUAIS AS ALTERNATIVAS PARA JOGAR?

JOGOS COMPETITIVOS JOGOS COOPERATIVOSSão divertidos apenas para alguns São divertidos para todos.A maioria tem um sentimento de derrota. Todos têm um sentimento de vitóriaAlguns são excluídos por sua falta de habilidade.

Há mistura de grupos que brincam juntos criando alto nível de aceitação mútua.

Aprende-se a ser desconfiado. Todos participam e ninguém é rejeitado ou excluído.

Os perdedores ficam fora do jogo e simplesmente se tornam observadores.

Os jogadores aprendem a ter um senso de unidade e a compartilhar o sucesso.

Os jogadores não se solidarizam e ficam felizes quando alguma coisa de “ruim” acontece aos outros.

Desenvolvem auto-confiança porque todos são bem aceitos.

Pouca tolerância à derrota desenvolve em alguns jogadores um sentimento de desistência face as dificuldades.

A habilidade de perseverar face as dificuldades é fortalecida.

Poucos se tornam bem sucedidos. Para cada um o jogo é um caminho de co-evolução.

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Fatores que dificultam e facilitam os Jogos Cooperativos

Fatores que facilitam:

- Clareza de objetivos

- Solidariedade

- Confiança e respeito mútuo

- Comunicação aberta

- Cooperação

- “Para parar pensar”

- Criatividade

- Liderança de todos

- Paciência

Fatores que dificultam

- Individualismo

- Desconfiança

- Falta de clareza de objetivos

- Ausência de comunicação

- Competição

- Pressa

- Falta de organização e planejamento

- Ausência de liderança

- Impaciência

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JOGOS DRAMÁTICOS

Ao falarmos de jogo dramáticos, citamos a definição que nos é dada por Regina F. Monteiro que diz que “jogo é uma atividade que propicia ao indivíduo expressar livremente as criações de seu mundo interno, realizando-as na forma de representação de um papel, pela produção mental de uma fantasia”.

Considera-se jogo porque promove o lúdico e, dramático pela proposta em trabalhar os conflitos que surgem. O mesmo faz com que o indivíiduo descontraia, dê margem a sua espontaneidade e, criatividade.

Um dos objetivos do jogo dramático é o de criar um campo relaxado, desenvolvendo uma liberdade de ação e atuação dos indivíduos, favorecendo o resgate de sua espontaneidade criativa.

O jogo dramático tem características próprias que são:- é uma atividade voluntária, quer dizer, todos os que dele vão participar devem querer jogar. Caso seja necessário o jogo poderá ser interrompido;- tem regras específicas e absolutas o que quer dizer que há necessidade que os participantes concordem com elas. Caso isto não ocorra por parte de um ou mais membros há necessidade de se verificar se isto está ocorrendo por não entendimento ou aceitação das mesmas, pois caso esta situação persista significará o fim do jogo. Caso as regras sejam modificadas o jogo também será alterado;- este terá um tempo marcado que será determinado pelo próprio jogo ou, de acordo com as necessidades do diretor; - tem um espaço que é o próprio contexto dramático e que, segundo a necessidade imposta pelo jogo poderá ser reduzido ou ampliado;- resgate da ordem lúdica o que significa que durante a realização do mesmo, os participantes se distanciarão de sua vida real.

Tem o objetivo específico que é o de buscar a identificação e, a resolução de conflitos. Para a concretização dos jogos dramáticos é necessário o contexto, instrumentos e etapas.

CONTEXTO

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Contexto social: é o que abrange as leis, normas e condutas sociais. É constituído pela própria realidade social.

Contexto grupal: é constituído pelo próprio grupo, leis, normas e condutas particulares, ou seja, cada grupo organiza seu próprio contexto grupal.

Contexto dramático: constituído pela própria realidade dramática. É a separação da realidade com a fantasia, do indivíduo com o papel e, configura a distinção entre o contexto grupal e dramático. Prevalecem o mundo imaginário e, a fantasia, num ambiente protegido.

INSTRUMENTOS

Os instrumentos são os recursos utilizados para executar o método psicodramático e suas técnicas. Os instrumentos são: diretor, ego-auxiliar, protagonista, cenário e auditório.

O diretor possui três funções:Produtor: seleciona os jogos a serem utilizados, sugere modificações, estabelece a ligação entre os materiais obtidos com o papel em questão e, permite ou não que o protagonista tenha contato direto com o auditório.

Diretor: dá inicio ao jogo, estabelece as regras, dirige o ego-auxiliar, fornece as senhas e, encerra o jogo.

Analista social: analisa os dados levantados pelo ego e expressa as suas opiniões, complementando e ampliando esta leitura para todos.

Ego-auxiliar é o que entra em contato direto com o protagonista sendo o elo de ligação entre este e o diretor. Ele tem três funções:Ator: representa papéis determinados pelo diretor ou protagonista.

Guia: mantém o protagonista no contexto dramático e age como facilitador de insights.

Investigador social: observa e registra dados no contexto grupal e dramático, relatando-os ao diretor. Muitas vezes a figura do ego- auxiliar é dispensável ficando então o desempenho deste papel também com o diretor.

Protagonista é quem centraliza o jogo dramático. Constrói o contexto dramático, desenvolve o tema, desempenha papéis, expõe os sentimentos e expressa conflitos. Pode ser uma ou mais pessoas, ou , ainda, o grupo inteiro. Geralmente os jogos são aplicados para o grupo.

Cenário onde se constrói o contexto dramático é o espaço do “como se”, onde tudo é permitido, dentro das regras estabelecidas pelo

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jogo, e onde o protagonista se manifesta. Este espaço pode ser reduzido ou ampliado, conforme as necessidades.

Auditório são os participantes que ficam no contexto grupal durante o jogo.

ETAPAS

São as fases de procedimento na utilização de um jogo dramático.

Aquecimento: há duas fases: a de aquecimento inespecífico e a de aquecimento específico.- Aquecimento inespecífico : inicia-se com o primeiro contato do diretor com o grupo até a escolha do jogo dramático e a apresentação de suas regras.- Aquecimento específico : ocorre dentro do contexto dramático onde os participantes são preparados para a construção dos papéis.

Dramatização: é o jogo dramático propriamente dito. É nesta etapa que, geralmente, o diretor pode identificar o conflito.

Comentários: são os comentários feitos pelos participantes após o jogo.

Processamento: é a releitura da dramatização e dos comentários, processada pelo diretor e pelo ego-auxiliar, direcionando-os aos seus objetivos.

Processamento teórico: é geralmente utilizado em empresas e escolas, para a introdução de conceitos ou objetivos propostos.

Para a aplicação dos jogos dramáticos é importante se pensar nos recursos materiais que são:

Preparo da sala: - espaço adequado ao número de participantes;- almofadas de vários tamanhos e formas;- tapete que comporte confortavelmente os participantes;- boa iluminação; - boa ventilação;- local sem ruídos e/ou interferências de qualquer espécie.

Materiais:

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Em alguns jogos utilizam-se materiais como: lousa, giz, papel, canetas, lápis coloridos, sucatas em geral, etc.

A música utilizada deve ser de acordo com os objetivos propostos e do tipo do jogo empregado. O preparo de fitas é mais conveniente que o uso de CD’s ou discos, pela própria facilidade de manuseio e transporte.

Participantes: As roupas devem ser adequadas ao contexto. As leves e que permitem maior liberdade de movimento são consideradas ideais.

Deve haver o respeito aos participantes e às suas diferenças individuais.

Muitas vezes jogos que envolvem contato físico provocam certa resistência, bem como algumas tarefas como por exemplo ao pedido de retirada de sapatos. Isto pode ocorrer porque muitas vezes as pessoas não estão preparadas e/ou dispostas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BROTTO, F. O. Jogos cooperativos – Se importante é competir o fundamental é cooperar. Projeto Cooperação, 1997.

BROTTO, F. O. Jogos cooperativos – O jogo e o esporte como um exercício de convivência. Projeto Cooperação, 2001.

LIMA, ADRIANA B.; CHECHINATTO, ADRIANA; MARCHI, RAFHAEL; BARBARINI, ANTONIO C.; GAYOTO, M. LEONOR C. (Org.) Trabalho em grupo – ferramenta para a mudança. Petrópolis: Vozes, 2001.

MONTEIRO,Regina Fourneaut. Jogos Dramáticos.São Paulo: Agora,1994

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RIVIÈRE,Enrique Pichon. O processo grupal. Martins Fontes,1991

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