João da Ega

10
JOÃO DA EGA “O MEFISTÓFELES DE CELORICO” Tomás Pinto, 11ºE, nº 19

Transcript of João da Ega

JOÃO DA EGA – “O MEFISTÓFELES DE

CELORICO”Tomás Pinto, 11ºE, nº 19

ÍNDICE

• Eça de Queiroz

• A amizade com Carlos da Maia

• Uma Caracterização Biográfica

• Dandismo

• Romantismo vs. Realismo

• Importância na Obra

• Bibliografia

EÇA DE QUEIROZ

A AMIZADE COM CARLOS DA MAIA

• Neste nível da história, João da Ega aparece como amigo, confidente e cúmplice de

Carlos da Maia. Nessa função, participa na díade formada pelo herói e o seu amigo,

quase um estereótipo várias vezes representado na ficção queirosiana (p. ex., Jorge e

Sebastião, n’O Primo Basílio, Jacinto e Zé Fernandes, n’A Cidade e as Serras ou, de

forma mais matizada, Teodorico e Topsius, n’A Relíquia). É o par assim formado que

potencia uma relação dialógica que configura um discurso sem certezas ou, quando

muito, baseado no confronto de posições diferentes, de onde emergem significados que

responsabilizam, em primeira instância, as personagens. O episódio final em que Carlos

e Ega discutem vários temas, para tentarem chegar a uma conclusão acerca do sentido

das suas vidas e da sua geração, é bem sintomático da importância que o regime da

pluridiscursividade assume n’Os Maias .

IMPORTÂNCIA NA OBRA

1. “-Muito agradecido a Vossa Excelência! Eu junto-lhe então um bilhete e Vossa Excelência

entrega-o da minha parte ao Carlos da Maia, ou à irmã. Ega teve um movimento de espanto:

- À irmã…A que irmã?” Pág. 624 - Cap. XVI.

2. “- a sua instintiva ideia foi guardar para sempre o segredo, deixá-lo morrer dentro de si. Não

diria nada; o Guimarães sumia-se em Paris, e quem se amava continuava a amar-

se!…”Página 632 - Cap XVI

3. “…se supor ser esse nome de seu pai, é portuguesa e filha de meu marido Pedro da Maia…”

Página 645 - Cap. XVII.

4. “E nas primeiras palavras que disse, imagine o assombro de todos, quando se entreviu que

Vossa Excelência era parente de Carlos, e aparenta muito chegada.” Página 692 Cap. XVII

“E foi assim que ele, pela derradeira vez na vida, viu Maria Eduarda, grande, muda, toda

negra na claridade, à portinhola daquele vagão que para sempre a levava.”

UMA CARACTERIZAÇÃO BIOGRÁFICA

• "(…) era considerado em Celorico de Basto, mas também na Academia, que ele

espantava pela audácia e pelos ditos, como o maior ateu, o maior demagogo, que

jamais aparecera nas sociedades humanas. Isto lisonjeava-o: por sistema exagerou o

seu ódio à Divindidade e a toda a Ordem Social: queria o massacre das classes

médias, o amor livre das ficções do matrimónio, a repartição das terras, o culto de

Satanás. O esforço da inteligência neste sentido terminou por lhe influenciar as

maneiras e a fisionomia; e, com a sua figura esgrouviada e seca, os pêlos do bigode

arrebitados sob o nariz adunco, um quadrado de vidro entalado no olho direito -

tinha realmente alguma coisa de rebelde e de satânico.“ – Cap. IV

ROMANTISMO VS. REALISMO

Romantismo

• Movimento cultural ocidental quese desenvolveu

entre o final do século XVIII e a primeira metade

do séculoXIX como reação ao neoclassicismo e que

se caracterizou pelo culto doindivíduo, pela valori

zação do sentimento e da fantasia face à razão e à

objetividade, pela exaltação da liberdade criadora

e da originalidade sobre oformalismo e as regras

da sociedade burguesa e pela substituição dosmod

elos da Antiguidade pelas tradições históricas nac

ionais. Alencar é o seu representante máximo.

Realismo

• Movimento artístico surgido na

segunda metade do século XIX como

reação ao romantismo, que defendia a

necessidade de o artista retratar fiel e

objetivamente a realidade, sem a

idealizar ou deformar. Ega é o seu

representante máximo.

Ega é frequentemente contraposto a Alencar, até porque os dois são símbolos, o primeiro do

Naturalismo e o segundo de Romantismo. Ega é sempre valorizado pelo narrador em detrimento

de Alencar, até porque Ega representa a ideia de um Portugal mais moderno, ao passo que

Alencar é o símbolo de um ultra-romantismo decadente. Enquanto Alencar é, como se viu, uma

personagem perfeitamente plana, Ega é uma personagem mais individualizada, até mesmo um

pouco modelada.

DANDISMO

• Moda cultural surgida no interior do Romantismo como reacção aos sentimentos de

frustração e cepticismo característicos do chamado mal do século, e que se traduziu

numa atitude existencial de distanciamento e de refúgio num mundo esteticamente

confortável e elegante.

"PARA UM HOMEM, O SER VENCIDO OU DERROTADO NA VIDA DEPENDE, NÃO DA REALIDADE APARENTE A QUE CHEGOU –MAS DO IDEAL ÍNTIMO A QUE ASPIRAVA".

Eça de Queiroz

BIBLIOGRAFIA/WEBGRAFIA

• Dicionário de Personagens da Ficção Portuguesa

• Infopédia

• Queirosiana.wordpress.com

• Wikipedia

• Citi

• Mym-pt.blogspot.com