João da Ega
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ÍNDICE
• Eça de Queiroz
• A amizade com Carlos da Maia
• Uma Caracterização Biográfica
• Dandismo
• Romantismo vs. Realismo
• Importância na Obra
• Bibliografia
A AMIZADE COM CARLOS DA MAIA
• Neste nível da história, João da Ega aparece como amigo, confidente e cúmplice de
Carlos da Maia. Nessa função, participa na díade formada pelo herói e o seu amigo,
quase um estereótipo várias vezes representado na ficção queirosiana (p. ex., Jorge e
Sebastião, n’O Primo Basílio, Jacinto e Zé Fernandes, n’A Cidade e as Serras ou, de
forma mais matizada, Teodorico e Topsius, n’A Relíquia). É o par assim formado que
potencia uma relação dialógica que configura um discurso sem certezas ou, quando
muito, baseado no confronto de posições diferentes, de onde emergem significados que
responsabilizam, em primeira instância, as personagens. O episódio final em que Carlos
e Ega discutem vários temas, para tentarem chegar a uma conclusão acerca do sentido
das suas vidas e da sua geração, é bem sintomático da importância que o regime da
pluridiscursividade assume n’Os Maias .
IMPORTÂNCIA NA OBRA
1. “-Muito agradecido a Vossa Excelência! Eu junto-lhe então um bilhete e Vossa Excelência
entrega-o da minha parte ao Carlos da Maia, ou à irmã. Ega teve um movimento de espanto:
- À irmã…A que irmã?” Pág. 624 - Cap. XVI.
2. “- a sua instintiva ideia foi guardar para sempre o segredo, deixá-lo morrer dentro de si. Não
diria nada; o Guimarães sumia-se em Paris, e quem se amava continuava a amar-
se!…”Página 632 - Cap XVI
3. “…se supor ser esse nome de seu pai, é portuguesa e filha de meu marido Pedro da Maia…”
Página 645 - Cap. XVII.
4. “E nas primeiras palavras que disse, imagine o assombro de todos, quando se entreviu que
Vossa Excelência era parente de Carlos, e aparenta muito chegada.” Página 692 Cap. XVII
“E foi assim que ele, pela derradeira vez na vida, viu Maria Eduarda, grande, muda, toda
negra na claridade, à portinhola daquele vagão que para sempre a levava.”
UMA CARACTERIZAÇÃO BIOGRÁFICA
• "(…) era considerado em Celorico de Basto, mas também na Academia, que ele
espantava pela audácia e pelos ditos, como o maior ateu, o maior demagogo, que
jamais aparecera nas sociedades humanas. Isto lisonjeava-o: por sistema exagerou o
seu ódio à Divindidade e a toda a Ordem Social: queria o massacre das classes
médias, o amor livre das ficções do matrimónio, a repartição das terras, o culto de
Satanás. O esforço da inteligência neste sentido terminou por lhe influenciar as
maneiras e a fisionomia; e, com a sua figura esgrouviada e seca, os pêlos do bigode
arrebitados sob o nariz adunco, um quadrado de vidro entalado no olho direito -
tinha realmente alguma coisa de rebelde e de satânico.“ – Cap. IV
ROMANTISMO VS. REALISMO
Romantismo
• Movimento cultural ocidental quese desenvolveu
entre o final do século XVIII e a primeira metade
do séculoXIX como reação ao neoclassicismo e que
se caracterizou pelo culto doindivíduo, pela valori
zação do sentimento e da fantasia face à razão e à
objetividade, pela exaltação da liberdade criadora
e da originalidade sobre oformalismo e as regras
da sociedade burguesa e pela substituição dosmod
elos da Antiguidade pelas tradições históricas nac
ionais. Alencar é o seu representante máximo.
Realismo
• Movimento artístico surgido na
segunda metade do século XIX como
reação ao romantismo, que defendia a
necessidade de o artista retratar fiel e
objetivamente a realidade, sem a
idealizar ou deformar. Ega é o seu
representante máximo.
Ega é frequentemente contraposto a Alencar, até porque os dois são símbolos, o primeiro do
Naturalismo e o segundo de Romantismo. Ega é sempre valorizado pelo narrador em detrimento
de Alencar, até porque Ega representa a ideia de um Portugal mais moderno, ao passo que
Alencar é o símbolo de um ultra-romantismo decadente. Enquanto Alencar é, como se viu, uma
personagem perfeitamente plana, Ega é uma personagem mais individualizada, até mesmo um
pouco modelada.
DANDISMO
• Moda cultural surgida no interior do Romantismo como reacção aos sentimentos de
frustração e cepticismo característicos do chamado mal do século, e que se traduziu
numa atitude existencial de distanciamento e de refúgio num mundo esteticamente
confortável e elegante.
“
”
"PARA UM HOMEM, O SER VENCIDO OU DERROTADO NA VIDA DEPENDE, NÃO DA REALIDADE APARENTE A QUE CHEGOU –MAS DO IDEAL ÍNTIMO A QUE ASPIRAVA".
Eça de Queiroz