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Peça retrata as aventuras de Bambolina 100 Shakespeare leva 43 bonecos ao Polytheama A companhia teatral paulista Pia Fraus leva ao palco do Teatro Polytheama, amanhã e domingo, em dois horários, duas montagens com bonecos: uma adulta (100 Shakespeare, de 2006) e uma infantil (As Aventuras de Bambolina, de 2008). O pa- trocínio é da CCR AutobAn. Em 100 Shakespeare, quatro atores/ma- nipuladores saem de quatro caixas, em um ambiente escuro, e se deparam com 43 bo- necos à espera de alguém que lhes dê vida. “Desde o início, a nossa intenção foi a de fa- zer com que o sentido dúbio do título da produção -- são 100 cenas de Shakespeare ou um espetáculo sem Shakespeare? -- fun- cionasse como uma espécie de provocação ao público, que, somente no decorrer dos cerca de 50 minutos da peça, nota que en- cenamos nove obras (Hamlet, O Mercador de Veneza, Romeu e Julieta, Macbeth, Ote- lo, Sonho de Uma Noite de Verão, Rei Lear, Ricardo III e Titus Andronicus) de William Shakespeare”, revela o ator Fábio Caniatto, de 37 anos, em entrevista ao JJ Regional. Por meio de diversas técnicas de mani- pulação, como o bunraku, luz negra e a ma- nipulação direta, por exemplo, os atores movimentam os bonecos e interagem com eles e entre si também. “Executamos ‘ce- nas sínteses’ das peças do dramaturgo in- glês praticamente sem fazer uso da pala- vra, já que o nosso objetivo é fazer com que as pessoas sintam o conteúdo das obras de forma diferenciada, especialmen- te por intermédio de imagens e da chama- da partitura física. Mas, antes de dar início à encenação, fazemos um breve prólogo, no qual apresentamos os personagens e os ambientes nos quais os mesmos estão inse- ridos”, relata o ator, natural da cidade de Rio Claro. De acordo com ele, esta forma de inter- pretação já se tornou uma característi- ca própria da Pia Fraus, que prima pela inovação constante. “Por is- so, o público de Jundiaí e Re- gião pode esperar por um es- petáculo bastante diferente, no qual a utilização da pala- vra é rara. Além disso, para assistir e compreender 100 Shakespeare não é preciso ser um ‘expert’ na obra do dramaturgo. Basta ir de olhos e corações abertos para ver bonecos interpre- tarem aquilo que normal- mente é vivenciado por pessoas”, projeta Fábio. A Pia Fraus Termo originário do la- tim, Pia Fraus significa uma mentira contada com boas intenções. Da diversi- dade de formação de seus componentes (teatro, dança, teatro de bonecos e de másca- ras, circo e artes plásticas), sur- giu a linha de trabalho da cia., que é a de desenvolver uma linguagem que aprimore, dramaticamente, cada uma destas áreas e as integre, a fim de consolidar um repertório com característi- cas particulares, buscando a integração dos recursos do teatro de animação aos de outras linguagens. A não-linearidade, o pouco uso da palavra, a força das imagens e a relação boneco/ator são os elementos que caracterizam os trabalhos da Pia Fraus, criada há 25 anos. RENATA REITER [email protected] Tendo como ponto de partida a proposta de linguagem da Pia Fraus -- que é a criação de espetáculos de manipulação de bonecos, com pouquíssimo uso da palavra --, nasceu a pe- ça As Aventuras de Bambolina, baseada no livro ho- mônimo de Michele Iacocca. A história é contada intei- ramente com imagens, sem nenhuma palavra, e tem como protagonista uma boneca de pano levada de um lado para o outro por seus donos/manipuladores. “Neste espetáculo, há apenas um boneco (a Bamboli- na). No entanto, a forma de encenação é a mesma de 100 Shakespeare (leia matéria acima) , já que são utiliza- das diversas técnicas de manipulação e de posiciona- mento corporal em cena”, destaca Fábio Caniatto, que atua em ambas as montagens. Segundo ele, As Aventuras de Bambolina é apresenta- da de forma bastante lúdica e tem sua história conta- da de maneira um pouco mais linear do que as obras retratadas em 100 Shakespeare. “Os espectadores po- dem se preparar para sentir muita alegria e compai- xão”, adianta o ator. A história Em As Aventu- ra de Bamboli- na, a protago- nista é uma boneca de pano como outra qual- quer, que vive s e m proble- mas com sua dona até o dia em que, de repente, vai pa- rar no olho da rua, jogada de lá pra cá, sem carinho, sem casa, sem nada. O que a leva a pensar (assim como o público): será que alguém vai querer Bambolina no- vamente? Após muitas aventuras, a boneca de pano finalmen- te encontra seu verdadeiro destino e chega ao fim de sua história como a ‘estrela’ de um grupo de teatro de manipulação de bonecos. Prêmios Produzido em 2008, o espetáculo foi indicado a nove categorias do Prêmio Coca Cola Femsa 2008. Ganhou o prêmio de melhor direção (Coca Cola FEMSA) e o prê- mio APCA 2008 de melhor ator (para Sidnei Caria). Serviço As Aventuras de Bambolina: amanhã e domingo, a partir das 16h Teatro Polytheama: Rua Barão de Jundiaí, 176, no Centro Ingressos: R$ 20/inteira e R$ 10/meia-entrada Informações: pelo telefone (11) 4586-2472. SEXTA-FEIRA, 30 DE SETEMBRO DE 2011 O quê: 100 Shakespeare Quando: Amanhã, às 21h, e do- mingo, às 19h Onde: Teatro Polytheama: Rua Barão de Jundiaí, 176, Centro Quanto: Os ingressos para o es- petáculo custam R$ 20/inteira e R$ 10/meia-entrada Informações: pelo telefone (11) 4586-2472. SERVIÇO

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vive s e m proble- mascomsuadonaatéodiaemque,derepente,vaipa- rarnoolhodarua,jogadadelápracá,semcarinho, semcasa,semnada.Oquealevaapensar(assimcomo opúblico):seráquealguémvaiquererBambolinano- vamente? Apósmuitasaventuras,abonecadepanofinalmen- teencontraseuverdadeirodestinoechegaaofimde suahistóriacomoa‘estrela’deumgrupodeteatrode manipulaçãodebonecos. Ahistória Em As Aventu- ra de Bamboli- na, a protago- nista é uma boneca de panocomo outra qual- quer, que RENATAREITER

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Peça retrata as aventuras de Bambolina

100 Shakespeare leva 43bonecos ao Polytheama

Acompanhia teatral paulista Pia Fraus

leva ao palco do Teatro Polytheama,amanhã e domingo, em dois horários,

duas montagens com bonecos: uma adulta(100 Shakespeare, de 2006) e uma infantil(As Aventuras de Bambolina, de 2008). O pa-trocínio é da CCR AutobAn.

Em 100 Shakespeare, quatro atores/ma-nipuladores saem de quatro caixas, em umambiente escuro, e se deparam com 43 bo-necos à espera de alguém que lhes dê vida.“Desde o início, a nossa intenção foi a de fa-zer com que o sentido dúbio do título daprodução -- são 100 cenas de Shakespeareou um espetáculo sem Shakespeare? -- fun-cionasse como uma espécie de provocaçãoao público, que, somente no decorrer doscerca de 50 minutos da peça, nota que en-cenamos nove obras (Hamlet, O Mercadorde Veneza, Romeu e Julieta, Macbeth, Ote-lo, Sonho de Uma Noite de Verão, Rei Lear,Ricardo III e Titus Andronicus) de WilliamShakespeare”, revela o ator Fábio Caniatto,de 37 anos, em entrevista ao JJ Regional.

Por meio de diversas técnicas de mani-pulação, como o bunraku, luz negra e a ma-nipulação direta, por exemplo, os atoresmovimentam os bonecos e interagem comeles e entre si também. “Executamos ‘ce-nas sínteses’ das peças do dramaturgo in-glês praticamente sem fazer uso da pala-vra, já que o nosso objetivo é fazer comque as pessoas sintam o conteúdo dasobras de forma diferenciada, especialmen-te por intermédio de imagens e da chama-da partitura física. Mas, antes de dar inícioà encenação, fazemos um breve prólogo,no qual apresentamos os personagens e osambientes nos quais os mesmos estão inse-

ridos”, relata o ator, natural da cidade deRio Claro.

De acordo com ele, esta forma de inter-pretação já se tornou uma característi-ca própria da Pia Fraus, que primapela inovação constante. “Por is-so, o público de Jundiaí e Re-gião pode esperar por um es-petáculo bastante diferente,no qual a utilização da pala-vra é rara. Além disso, paraassistir e compreender 100Shakespeare não é precisoser um ‘expert’ na obra dodramaturgo. Basta ir deolhos e corações abertospara ver bonecos interpre-tarem aquilo que normal-mente é vivenciado porpessoas”, projeta Fábio.

A Pia FrausTermo originário do la-

tim, Pia Fraus significauma mentira contada comboas intenções. Da diversi-dade de formação de seuscomponentes (teatro, dança,teatro de bonecos e de másca-ras, circo e artes plásticas), sur-giu a linha de trabalho da cia., queé a de desenvolver uma linguagemque aprimore, dramaticamente, cadauma destas áreas e as integre, a fim deconsolidar um repertório com característi-cas particulares, buscando a integraçãodos recursos do teatro de animação aos deoutras linguagens. A não-linearidade, opouco uso da palavra, a força das imagense a relação boneco/ator são os elementosque caracterizam os trabalhos da PiaFraus, criada há 25 anos.

RENATA [email protected]

Tendo como ponto de partida a propostade linguagem da Pia Fraus -- que é a criaçãode espetáculos de manipulação de bonecos,com pouquíssimo uso da palavra --, nasceu a pe-ça As Aventuras de Bambolina, baseada no livro ho-mônimo de Michele Iacocca. A história é contada intei-ramente com imagens, sem nenhuma palavra, e temcomo protagonista uma boneca de pano levada de umlado para o outro por seus donos/manipuladores.

“Neste espetáculo, há apenas um boneco (a Bamboli-na). No entanto, a forma de encenação é a mesma de100 Shakespeare (leia matéria acima), já que são utiliza-das diversas técnicas de manipulação e de posiciona-mento corporal em cena”, destaca Fábio Caniatto, queatua em ambas as montagens.

Segundo ele, As Aventuras de Bambolina é apresenta-da de forma bastante lúdica e tem sua história conta-da de maneira um pouco mais linear do que as obrasretratadas em 100 Shakespeare. “Os espectadores po-dem se preparar para sentir muita alegria e compai-

xão”, adianta o ator.

A históriaEm As Aventu-

ra de Bamboli-na, a protago-

nista é umab o n e c a d e

pano comoo u t r a

q u a l -q u e r ,

q u e

vives e mp r o b l e -mas com sua dona até o dia em que, de repente, vai pa-rar no olho da rua, jogada de lá pra cá, sem carinho,sem casa, sem nada. O que a leva a pensar (assim comoo público): será que alguém vai querer Bambolina no-vamente?

Após muitas aventuras, a boneca de pano finalmen-te encontra seu verdadeiro destino e chega ao fim desua história como a ‘estrela’ de um grupo de teatro demanipulação de bonecos.

PrêmiosProduzido em 2008, o espetáculo foi indicado a nove

categorias do Prêmio Coca Cola Femsa 2008. Ganhou oprêmio de melhor direção (Coca Cola FEMSA) e o prê-mio APCA 2008 de melhor ator (para Sidnei Caria).

ServiçoAs Aventuras de Bambolina: amanhã e domingo, a

partir das 16hTeatro Polytheama: Rua Barão de Jundiaí, 176, no

CentroIngressos: R$ 20/inteira e R$ 10/meia-entradaInformações: pelo telefone (11) 4586-2472.

SEXTA-FEIRA, 30 DE SETEMBRO DE 2011

O quê: 100 ShakespeareQuando: Amanhã, às 21h, e do-

mingo, às 19hOnde: Teatro Polytheama: Rua

Barão de Jundiaí, 176, Centro

Quanto: Os ingressos para o es-petáculo custam R$ 20/inteira eR$ 10/meia-entrada

Informações: pelo telefone (11)4586-2472.

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