JC_21072013_6c3bdae4cced257da6867555154f355d21072013
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-
A Prefeitura de
Paulista e a
Secretaria de
Cultura autorizaram
o TRE a ocupar
todas as salas do
Teatro Paulo Freire.
Vincius Coutinho
k pgina 19
DOMINGO
Seleo, de Lucarelli, fez 3x1 na
Bulgria e joga a final diante dos
russos, que eliminaram a Itlia
pelo mesmo placar. k pgina 17
q caderno C
k voz do leitor
k arrecifes 1, 4 e 5
kFrancisco ser recebido amanh pelos brasileiros
Maior evento
cientfico do
Pas tem incio
Reunio Anual da SBPC
comea hoje no Recife e deve
receber 25 mil pessoas por dia.
ltima vez do encontro na cidade
ocorreu h dez anos.k cidades 8
Gosto de quero
mais encerra a
Campus Party
Campuseiros voltam para casa
com a certeza de retorno em
2014, porm com a Copa fica
difcil prever a data. k capa dois
Vlei do Brasil
decide a Liga
contra a Rssia
Jos Augusto (foto) e
outras estrelas estaro no
palco Guadalajara. k 2
k 2 edio
Programa de entrevistas dos
sites do Sistema JC vai discutir
propostas para o municpio nos
prximos 25 anos. k cidades 6
Timbu volta a
perder. Hoje,
joga o Santa
exemplardoassinante
Noite romntica
emGaranhuns
Arqueologia
atrai visitantes
para o Peru
TizianaFabi/AFP
Papa faz primeira viagem internacional desde que assumiu e participa da JornadaMundial da Juventude.
Ontem, ele surpreendeu fiis ao entrar em uma baslica de Roma pela lateral para rezar pelos participantes
do evento. Siga tudo da visita no hotsite do JC. k pginas 14 a 16 e jconline.com.br/fe-e-juventude
O JC foi ao Rio conhecer a experincia com controladores de trnsito, que o Recife adotar ainda
este ano. Sem direito amultar, arma dos agentes ser dilogo para orientarmotoristas. k cidades 4 e 5
Deputados no paramnaCasa
Divulgao/CBV
WashingtonPossato/Divulgao
Roberta Soares/Especial para o JC
AO NO RIO Sem poder repressivo, os controladores tmmais acesso aos motoristas, evitando infraes que afetam a fluidez do trfego
Trnsitomais livre
na base da conversa
O futuro do
Recife no
Cidade Viva
Mesa da Assembleia abonou quasemil misses autorizadas para parlamentares em apenas 5meses.k pginas 8 e 9
Nutico foi derrotado por 2x0
pelo Botafogo, ontem, no Rio.
Tricolor encara o guia, no
Par, time que o eliminou em
2012. k pgina 17 e esportes 1
k Recife, 21 de julho de 2013 www.jconline.com.br -ano 95 - nmero 202 - R$ 3,00
-
Diretor SuperintendenteRodolfo Pereira Tourinho
DiretorEduardo Amorim de Lemos
Diretor de RedaoIvanildo SampaioDiretor Adjunto deRedaoLaurindo FerreiraEditora-ExecutivaMaria Luza Borges
Diretora ComercialRoseane GonalvesDiretora Administrativo FinanceiroLuciane SallasDiretor IndustrialSatyro GilDiretora de Mercado LeitorVernica Barros
DIRETORIA EXECUTIVA
D oze edificaes, en-tre muros e casasinacabadas, ergui-das irregularmente em ter-reno de mangue, foram des-trudas ontem, no bairro doJiqui, Zona Oeste do Reci-fe. As construes estavamemrea de Proteo Perma-nente (APP), resguardadapela Lei Federal n16.176/96. Um trator ajudouna derrubada e seis cami-nhes do tipo caamba reco-lheram os entulhos. Umapessoa foi notificada.De acordo com a chefe da
fiscalizao da SecretariadeMeio Ambiente e Susten-tabilidade (Semas), JananaMacedo, a Prefeitura do Re-cife constatou recentemen-te aterros e construes irre-gulares no bairro. O traba-lho de ontem comeou pe-las Ruas Jaguaruana, VoltaAlegre, Vista Nova e OtvioLobo.Amara Ferreira, que cons-
trua imvel de um cmodoem rea proibida, acabousendo notificada. Segundo ochefe de fiscalizao da 5Regional da Secretaria deControle Urbano (Secon),ser aberto um processo ad-ministrativo e ela dever pa-gar multa de aproximada-mente R$ 670.A prefeitura diz que omu-
nicpio tem realizado visto-rias na rea e derrubado bar-racos e muros construdossem autorizao. Fiscaliza-es anteriores j resulta-ram em autos de infraoencaminhados Delegaciade Meio Ambiente e ao Mi-nistrio Pblico de Pernam-buco. H inquritos civispblicos em andamento re-lativos aos aterros e constru-es irregulares no manguedo Jiqui. O problema re-corrente, afirma JananaMacedo.Alm das inspees, se-
gundo Janana Macedo, aprefeitura tem desenvolvi-do aes de educao am-biental. A gente procurasensibilizar a populao pa-ra a importncia de prote-ger o manguezal.Pelo menos 60 profissio-
nais das Secretarias deMeio Ambiente e Sustenta-bilidade, Controle Urbano,alm de agentes da Emlurb,Brigada Ambiental e poli-ciais militares participaramda operao de ontem. A fis-calizao acabou no fim datarde.
capa dois k 2 edio
Cinthya [email protected]
O clima de quero maisreinou ontem no Che-vrolet Hall e no Cen-tro de Convenes de Pernam-buco, durante o encerramentoda 2 edio da Campus PartyRecife, considerada um grandepolo de inovao e de comparti-lhamento de conhecimento porpessoas de diversas faixasetrias e de vrios segmentos. Eno ritmo de despedida, os cam-puseiros seguem para casa com(quase) toda certeza de que aedio de 2014 do evento serrealizada. o que disse o presi-dente do Instituto Campus Par-ty, Bruno Souza. Ele, que tam-bm fundador da Sociedadede Usurios da Tecnologia Java(SouJava), circulou ontem tar-de pela festa geek com a masco-te Javali a tiracolo. O boneco fezmuita graa para os campusei-ros e descontraiu quem estavatenso com os resultados doscampeonatos.J estamos em sintonia com
os patrocinadores, a Prefeiturado Recife e o governo de Per-
nambuco para repetir a mesmainfraestrutura e as rodadas decontedo no prximo ano. A da-ta a nossa incgnita, especial-mente por causa da Copa doMundo. Precisamos definir bemo perodo para no chocar como grande evento futebolstico."Para Bruno, o carter interdis-
ciplinar do evento conquistou opblico recifense. A gentemes-clou cultura digital, tpicos deempreendedorismo, msica, di-verso, sade, educao, cidada-nia e sustentabilidade. Por isso,conseguimos atingir pessoas dediversas reas, frisou. "Atquem no veio ao evento, masacompanhou as notcias pelam-dia, percebeu que tudo o que
acontece no nosso dia a dia tem,comopano de fundo, a conectivi-dade proporcionada pela inter-net.Participantes confirmaram o
tom especial da festa geek. "Oevento no funciona apenas pa-ra trocarmos informaes. ummomento de diverso e de co-nhecer pessoas que s tm aacrescentar nossa vida", garan-tiu o analista de sistemas SedirMorais, 22 anos, que mora emNatal.
MERCADONACIONALEngenho de Mdia Recife(81) 3126.8181So Paulo (11) 3854.9030Braslia (61) 3328.5683Rio de Janeiro (21) 2213.0904www.engenhodemidia.com.br
PROPRIEDADE DA EDITORA JORNAL DO COMMERCIO
VENDA AVULSA
PE..........Outros Estados
Dias teis..........R$ 1,50 ....R$ 4,00Domingos R$ 3,00 R$ 6,00ExemplaresAtrasados R$ 6,00 R$ 6,00
q jc tv
Os exemplares do Jornal do Commercio de venda avulsa no socomercializados diretamente ao pblico.Neste caso, a venda feita por bancas de terceiros devidamente autorizadospelas prefeituras, agentes autnomos e representantes comerciaiscredenciados (pessoas jurdicas), que adquirem o jornal para revenda aopblico. As assinaturas, comentrega domiciliar, so vendidaspor representantes autnomos,empresas prestadoras de servio efuncionrios da Editora Jornal doCommercio.
Editores de Arte e Infografia:Bruno Falcone Stamford [email protected] Martins [email protected] Tenrio [email protected] conosco: (81) 3413.6482
Editor da Capa:Otvio [email protected] conosco: (81)3413-6408
Campus Party de olho em 2014
Noticirio nacionalAgncia Estado (AE), Agncia Globo(AG), FolhapressNoticirio internacionalAgncia France Presse (AFP)Central de atendimento ao leitorGrande Recife: 3413.6100Interior e outros Estados:0800-081-5100Horrios6h30 s 18h30 - 2 a 6 feira6h30 s 11h30 - Sbados, domingose feriadose-mail: [email protected]
EndereoRua da Fundio, 257 - Santo AmaroRecife - PE CEP: 50.040.100Pabx: 3413.6110
Redao: 3413.6174 Fax: 3413.6430
IgoBione
/JCIm
agem
Domingo, 21/7/13
qMais na web
Casas demolidas parapreservar o ambiente
k rpida
kHoje no jconline
O Santa Cruz enfrenta o guia, em Marab, pela Srie Cdo Campeonato Brasileiro, e a pgina do JC na internet(www.jconline.com.br) mostra tudo do jogo.
Recursos Humanos em alta
kExpediente jornal do commercioPRESIDENTE
Joo Carlos Paes Mendona
Cobertura completa no canalTecnologia do jconline.com.br
ASSINATURASGrande Recife .............Interior ............Outros estados
s/classificados........s/classificados
Diria anual R$ 624,00..................R$ 598,00.................R$ 1.560,00Diria semestral R$ 312,00....................R$ 299,00...................R$ 780,00Fins de semanaanual R$ 234,00...................R$ 225,00...................R$ 520,00
Miche
leSo
uza/JC
Imag
em
CUIDADOSMuros e residncias inacabadas estavam construdos no bairro do Jiqui,na Zona Oeste do Recife, em rea de proteo permanente, resguardada por lei federal
RETIRADA Trator derrubou construes em rea irregular
A segunda vtima de umgrave acidente na BR-101Norte, no trecho que corta acidade de Paulista, na RegioMetropolitana, faleceu nasexta-feira noite. GrciaFrancisca Santana, 32 anos,estava internada no HospitalMiguel Arraes, mas noresistiu aos ferimentos. Elaficou ferida, sexta-feira tarde, quando voltava dacidade de Natal (RN) para oRecife com as duas filhas, de3 e 7 anos, e o marido.Erasmo Pereira dos Santos,36, dirigia o veculo quandotentou desviar de um buraco.Ele perdeu o controle dadireo, invadiu a pistacontrria e bateu de frente emuma carreta. Erasmomorreuno local. Equipes do Corpo deBombeiros precisaramarrancar a parte de cima doveculo para resgatar asvtimas. As filhas do casaltambm ficaram feridas eforam encaminhadas aoHospital da Restaurao, reacentral do Recife. De acordocom o hospital, as crianasesto fora de perigo, mas noh previso de alta.
Morre segundavtima de acidentena BR emPaulista
q cidades
Grupo Viva Rachid, referncia no apoio a crianas comaids h 20 anos, nos Coelhos, tenta sobreviver sem ajudade voluntrios e o repasse de R$ 80 mil anuais. k 1
q arrecifes
Missa do Vaqueiro, de Serrita, deve atrair cerca de 60mil pessoas cidade sertaneja, de quarta-feira a domingo,com shows, vaquejada e muita religiosidade. k 3
Na pele da dissimuladaAline, na novela Amor vida, da Globo, a atrizVanessa Gicomo (foto)acha que a personagemtem algum segredo portrs de tanta seduo eartimanhas. Ela defendea cria com carinho eno aceita o rtulo devil da trama. k 4
Tricampeo estadual em campo
kAmanh no JC
Na pgina Emprego e Concurso, veja que de dois anospara c, gestores comearam a olhar diferente para area de RH, como uma pea fundamental da empresa.
DESPEDIDA Bruno Souza circulou com a mascote Javali
kwww.jconline.com.br
Descartadocativeirode jacarsDenncias de que trs jaca-
rs de porte mdio, possivel-mente da espcie papo amare-lo, estavam sendo criados emcativeiro levaram agentes daBrigada Ambiental do Recife Rua Otvio Lobo, no bairro doJiqui, Zona Oeste, na manhde ontem.Funcionrios da Brigada en-
contraram um lago e viram osanimais encalhados em umarea de difcil acesso, com issodescartaram a hiptese de cati-veiro. Semequipamentos neces-srios para um possvel resgate,os agentes decidiram voltar aolocal tarde.De acordo com a assessoria
de imprensa da Secretaria Mu-nicipal deMeioAmbiente e Sus-tentabilidade, quando a equiperetornou ao Jiqui, os animaishaviamdeixado a rea, possivel-mente retornado ao Rio Teji-pi, de onde os agentes acredi-tam que eles tenham sado.Denncias sobre criao de
animais silvestres em cativeiropodem ser feitas Brigada Am-biental do Recife pelos telefo-nes: 3355-4602 ou 3355-4603.
Luta paramanter portas abertas
ArnaldoCarvalho/JCIm
agem
Sol escaldante emuita f
Carinho pelapersonagem
Fale conosco:(81)3413.6174www.jconline.com.br
02h21 2,4m08h47 0,1m14h56 2,3m21h06 0,2m
03h11 2,5m09h38 0,0m15h45 2,4m21h54 0,2m
jc emminutos
2 jornal do commercio Recife I 21 de julho de 2013 I domingo
-
Bruna Serra
A
polmica sobre a rea-
lizao de um plebis-
cito para a reforma
poltica - que terminou derru-
bado pelo Congresso, sob o ar-
gumento de que haveria pou-
co tempo para a populao
opinar sobre tema to comple-
xo - suscitou um debate liga-
do s manifestaes de junho
que segue em zona nebulosa:
o da participao popular dire-
ta nas gestes pblicas. Na se-
mana passada, a questo vol-
tou baila no Recife, com as
mudanas anunciadas pela
prefeitura nomodelo doOra-
mento Participativo, progra-
ma que, apesar de suas incon-
sistncias, trouxe as comuni-
dades carentes para dentro do
poder decisrio da esfera mu-
nicipal.
Criado em 2001 pelo ento
prefeito Joo Paulo, o OP tem
como viga mestra a participa-
o direta da populao, que
elege representantes - os dele-
gados - e define suas priorida-
des. As cerca de 417 mil pes-
soas envolvidas no programa
ainda no entenderam o novo
modelo apresentado pela ges-
to do PSB,mas amaioria sen-
te que seu poder de influncia
nas decises est ameaado. A
nova proposta tira o protago-
nismo dos delegados do OP,
uma vez que estende as con-
sultas a outros segmentos
sindicatos, associaes de mo-
radores e entidades de classe.
Pelos novosmoldes, no se-
r apenas dos envolvidos no
OP grupo formadomajorita-
riamente por moradores da
periferia da cidade - o poder
de escolher uma prioridade
no apertado oramentomuni-
cipal. Eleitos representantes
das comunidades, os delega-
dos sero colocados a duelar
em debates com mdicos, ad-
vogados e empresrios, cate-
gorias historicamentemais be-
neficiadas com as decises do
poder pblico, como ressalta
o professor da Universidade
Federal de Minas Gerais
(UFMG) Leonardo Avritzer
no trabalhoOOramento Par-
ticipativo e Seus Efeitos Distri-
butivos Sobre a Excluso Terri-
torial.
As cidades, principalmen-
te as de maior porte, apresen-
tam um contraste muito claro
entre uma parte da cidade
que possui alguma condio
de urbanidade - pavimenta-
o, saneamento, transporte,
isto , infraestrutura bsica - e
outra, normalmente muito
mais volumosa, cuja infraes-
trutura incompleta e a urba-
nizao, inexistente, aponta.
ponto comum entre estu-
diosos de todo o Brasil que a
proposta encabeada pelo Or-
amento Participativo, apesar
de pioneira, carece de atuali-
zao. Isso porque o mtodo
de eleger prioridades, eterni-
zado pelo programa, trata de
questes pontuais, obras prin-
cipalmente de pedra e cal que
atendem queles que a esco-
lhem como importante para
determinado bairro ou comu-
nidade. Entretanto, uma ver-
so 2.0 do OP j vem sendo
implementada em cidades co-
mo So Paulo e BeloHorizon-
te, sob a definio de Planeja-
mento Participativo. Neste
modelo, a populao levada
a pensar projetos para gran-
des reas da cidade, planeja-
das respeitando as especifici-
dades territoriais em ambien-
tais de cada comunidade. Em
2011, o programa recebeu o
prmio Reinhard Mohn con-
cedido pela fundao alem
Bertelsmann. poca, o OP
contava com 8.788 delegados.
A prefeitura contesta a ver-
so de que o OP ser sepulta-
do e que os delegados perde-
ro poder. Responsvel por le-
var as mudanas ao conheci-
mento dos envolvidos no pro-
grama, o secretrio de Gover-
no e Participao Social, Sile-
no Guedes, argumenta que as
votaes continuaro a existir
nomodelo a ser anunciado pe-
la PCR no prximo dia 26.
Diz que o OP ser incorpora-
do a um programa mais am-
plo, uma vez que a gesto en-
tende que preciso dar voz a
outros setores da sociedade.
Quantomais gente puder opi-
nar, colocar suas necessida-
des, mais a prefeitura se apro-
ximar das necessidades reais
da populao. Nosso progra-
ma vai ampliar a escuta popu-
lar e no restringir.
O secretrio garante que os
delegados continuaro a re-
presentar suas comunidades
e lembra que a gesto est
priorizando a execuo do
passivo de obras deixada pela
gesto do PT - levantamento
aponta 1.045 pendncias. Pa-
ra asseverar as boas intenes
do prefeitoGeraldo Julio, o se-
cretrio lembra que alguns
itens do passivo sero encami-
nhados ao Plano Plurianual
(PPA). Destinar em lei recur-
sos para executar essas obras
a maior demonstrao que
um gestor pode dar de com-
promisso com o povo, diz.
Fernanda Teodora, 20 anos,
assistente social e delegada
doOP desde os 16. Atua na Re-
gio Poltico Administrativa
3.1, que engloba 15 bairros da
Zona Norte. Trata-se da
maior microrregio da cidade,
commais de 90 delegados. Ao
JC, ela disse que, apesar de es-
tar receosa com o novo mode-
lo - ainda no apresentado -,
comemorou a retomada das
reunies. Pelo menos esto
nos dando alguma informao
agora. Se tiver um novomode-
lo, quero participar, porque
acredito que o melhor cami-
nho a participao. Ns sabe-
mos o que nossa rea precisa,
estamos l todos os dias vendo
as necessidades, ponderou
Fernanda, cuja bandeira a
reorganizao do Centro So-
cial Urbano Nilo Coelho, em
Casa Amarela.
Novomodelo
do programa
ser conhecido
na prxima
sexta-feira
poltica
OPsocialista, uma interrogao
Editores:
Ciro Carlos Rocha [email protected]
Mrcio Didier [email protected]
Jos Accioly (interino) [email protected]
Fale conosco: (81) 3413-6182
Twitter:@jc_politica
ClemilsonCampos/JCImagem
www.jconline.com.br
FALA Sileno Guedes discursa em reunio com delegados do OP: secretrio garante que o programa no ser sepultado
NA RUA Delegada h 4 anos, Fernanda (E) admite apreenso
PREFEITURA Delegados eleitos pelas comunidades perdero poder de deciso e debatero prioridades com outras categorias
k
Recife I 21 de julho de 2013 I domingo jornal do commercio
3
-
kBuscando agenda positiva
Especialista v riscos
em alteraes noOP
Recife sedia a partir de hoje o maior evento da cincia do
Pas, promovido anualmente pela Sociedade Brasileira para o
Progresso da Cincia (SBPC). Com o sugestivo tema Cincia
para o novo Brasil, a entidade sinaliza que est sintonizada
com as manifestaes ocorridas nesses ltimos 30 dias, que
mobilizaram nas ruas e nas redes sociais cidados de todas as
idades, classes, profisses e ideologias por mudanas na
poltica e na gesto pblica.
A presidente da SBPC, Helena Nader, adiantou que
pesquisadores de todas as reas, das cincias naturais s
humanas, vo debater os problemas que esto motivando a
sociedade a se posicionar, incluindo at temas mais abstratos,
mas to importantes como qualquer outro, como a tica. Isso
porque a cincia est no cotidiano e as pesquisas acadmicas
esto se preocupando em se aproximar cada vez mais do
mundo real. A distncia est na ignorncia.
O olhar do pesquisador sempre nos ajuda a refletir sobre os
temas, tratados geralmente de forma urgente pelo jornalismo.
Por isso, importante que essa ligao entre a academia e as
ruas seja dialgica e permanente. A expectativa que mais de
20 mil pessoas participem das atividades da SBPC que so
abertas ao pblico em geral. Eventos como este nos mostra
que investir em educao uma prioridade. A troca do
conhecimento contribui para reduzir as desigualdades, que
esto para alm dos programas sociais de renda mnima.
kComa bno da bispa Sonia
kComa palavra, o leitor
entrevista k Denlson Bandeira
As ruas e a academia
Olinda: MPPE
entra com
ao contra...
O congresso no poderia, sob nenhum argumento
entrar em recesso sem aprovar a LDO. Ekel Pires
Vo empurrando com a barriga. No acredito em
mudana.Wedja Gouveia
AlexandreGondim/JCImagem
J
ORNAL DO COM-
MERCIO - O que re-
presenta o Oramen-
to Participativo em termos
de participao popular no
Brasil?
DENLSON BANDEIRA -
Ele considerado, juntamente
com outras polticas, junto
com o Programa Sade da Fa-
mlia e o antigo o Bolsa Esco-
la, polticas sociais inovado-
ras, surgidas nos anos 80, 90.
Um movimento dos atores lo-
cais. Todos essesmodelos ino-
vadores de educao, sade e
assistncia social surgiram a
partir da viso de atores lo-
cais. No obra do governo fe-
deral. O caso do OP suscitou
muito interesse acadmico,
quando ele surgiu em Porto
Alegre. Ali ele sofreu um pro-
cesso de difuso, uma
replicao domodelo para ou-
tros municpios. A primeira
onda de expanso era explica-
da por um padro partidrio,
ligado diretamente ao PT.
Quando voc estuda a segun-
da onda entre 1993/96 vis-
vel que o PT comea a perder
espao, porque no tinha tan-
ta prefeitura e outros partidos
de diferentes posies come-
am a aderir. um programa
inovador por tratar-se da
ideia de controle, participa-
o, quando a boa deciso est
muito prxima do prefeito e
no tem tanto custo poltico
administrativo em executar.
JC - No caso do Recife, o
que representa?
BANDEIRA - No caso do
Recife, de Porto Alegre e de
Belo Horizonte temos exem-
plos de onde ele funcionou
melhor. Por isso existe o cus-
to poltico de semodificar um
projeto to consolidado que
atravessa gestes. No Recife
muito visvel a construo ins-
titucional competitiva, outro
partido que assume fica impe-
dido de desmantelar, se ele
faz isso tem grande presso
social. Porque a cidade tem
como caracterstica um ativis-
mo cvico muito maior do
que emoutras cidades do Bra-
sil. Recife tem outras polti-
cas anteriores que sempre fo-
ram palco de participao.
Mas essa poltica ficou muito
mais consolidada nas gestes
do PT. A mudana no dese-
nho institucional do progra-
ma um caso raro. H enten-
dimentos por parte da trajet-
ria da poltica que impedem a
alterao dessa poltica. De-
pendendo de como sero es-
sas mudanas pode gerar um
grande prejuzo para o atual
prefeito.
JC - A deciso de inserir o
OPemoutromodelo inviabi-
liza o programa?
BANDEIRA - Certamente
descaracteriza. Existe um con-
ceito chamado dependncia
de trajetria, o fato de se fa-
zer uma poltica no tempo ge-
ra o aprendizado dos atores so-
ciais e da burocracia. E isso -
ao contrrio do que pode pare-
cer - positivo porque tem a
manuteno das regras do jo-
go, as pessoas acabam se acos-
tumando, no precisam estar
mudando seu comportamento
de acordo com a gesto vigen-
te. Tem que ser uma poltica
de estado. Mudanas so bem
vindas quando incrementam.
Por isso elas precisam sermui-
to bem analisadas, porque isso
pode gerar uma certa reao
das lideranas, que j esto
acostumadas com determina-
do formato de deliberao.
Me surpreende que a ideia de
mudana tenha sido feita des-
sa forma. A deciso poltica po-
de gerar uma certa crise no
modelo, porque a burocracia
que entra, muda. Como vai ser
a relao? Essa burocracia
que chega est oferecendo um
novo caminho? Est reconhe-
cendo um aprendizado? Me
surpreende que seja efetuada
num momento to inicial do
governo. Pode ser prejudicial.
AS mudanas precisam ser
muito negociadas. Qualquer
mudana. O OP no Recife
muito sensvel. Fiz bastante
pesquisa e, embora houvesse
atraso na construo das
obras, era algomuito controla-
do por quem participa do pro-
cesso. Isso cria uma legitimida-
de entre o poder e a socieda-
de, e amudana pode sim des-
configurar o atual modelo.
JC - Qual seria o modelo
ideal de participao popu-
lar a ser implementado no
Pas?
BANDEIRA - Acho que o
ideal tem que ser feito com o
mximo de representao.
completamente invivel voc
imaginar que a presena de
muita gente o que legitima.
A presena de liderana comu-
nitria representando pessoas
de seu bairros o ideal. Mas
para que essa representao
seja real e fiel faz-se necess-
rio organizar um sem fim de
reunies e plenrias menores,
tem que ter uma agenda mais
constante no tempo, uma ple-
nria a cada ms, por exem-
plo, mas com reunies meno-
res com aquele grupo da mi-
crorregio. Do contrrio, fica
impensvel. Por isso vivemos
essa crise de representao.
importante ter em mente que
no a sociedade que vai fa-
zer sozinha, precisa de ummo-
delo de gesto de polticas p-
blicas que d base, algum da
prefeitura fazendo as atas, co-
lhendo assinaturas e as delibe-
raes. Para aumentar o grau
de representao preciso ter
um poltica estabelecida. Um
governo que queira aumentar
a representao tem que dar
prioridade a esse tipo de pro-
grama.
pinga-fogo
A Jornada
Mundial da
Juventude
Sheila Borges
twitter:@borges_sheila
telefone: (81) 3413.6340
At o final de agosto,
Geraldo Julio prioriza as
aes da rea de
segurana. J anunciou
a construo de dois
Compaz. Um terceiro
comea a ser executado
at o fim do ano.
Promete ainda destravar
obras iniciadas nas
gestes do PT, como as
do Parque do Santana,
do Casaro do Barbalho
e do Canal de Guarulhos.
Decidiu patrocinar o
futebol participativo,
campeonato dos times
de vrzea que deveria
ter comeado em abril.
www.jconline.com.br
Bruna Serra
Professor de Cincia Poltica da
Universidade de Braslia (UnB), Denlson
Bandeira, estuda as reas de governo e
polticas pblicas com foco nas relaes
intergovernamentais. Para o especialista,
alteraes no modo de gerir o processo de
participao popular no Recife podem
incorrer em erro. H entendimentos por
parte da trajetria da poltica que impedem
a alterao desse programa.
Mapeamento Bateu, levou
...a Cmara, pedindo a realizao
de concurso. Solicita Justia que
estabelea multa diria de R$ 100
mil em caso de descumprimento.
A presena do papa Francisco e
de equipes da mdia internacional
devemmotivar a realizao de
novas manifestaes em todo Pas.
Opolmico recesso do Congresso
poltica
O edital do concurso da
Assembleia no sai em
agosto. Antes, os deputados
devem aprovar uma
reestruturao na mquina
para avaliar as necessidades
do Poder. S depois, eles
definem o nmero de vagas.
Em resposta a Terezinha
Nunes, Waldemar Borges
falou que os governistas
no esto em recesso. Se a
oposio trabalhasse como
diz, teria feito muita coisa.
O PSDB apoiava Jarbas que
hoje est com Eduardo. Eita!
4
jornal do commercio Recife I 21 de julho de 2013 I domingo
-
BRASLIA Em carta
de quatro pginas en-
caminhada ontem ao
PT, a presidenteDilma Rousse-
ff defende a realizao de ple-
biscito para a reforma poltica
e diz que, ao lado do ex-presi-
dente Lula, est ouvindo a voz
das ruas para dar respostas
sociedade. Dilma enviou o do-
cumento para justificar sua au-
sncia na reunio do diretrio
nacional do PT, em Braslia,
em que seria convidada de
honra. A deciso de no com-
parecer irritou parte dos petis-
tas, em especial o ex-ministro
Jos Dirceu, condenado pelo
Supremo Tribunal Federal pe-
lo mensalo. Dirceu partici-
pou do encontro.
(Os brasileiros) querem um
novo sistema poltico, mais
transparente, mais oxigenado
e mais aberto participao
popular que s a reforma pol-
tica balizada pela opinio das
ruas, por meio de um plebisci-
to, poderia criar, afirmou a
presidente Dilma, na carta.
Dilma justificou a ausncia
ao dizer que, com a vinda do
papa Francisco ao Brasil, preci-
sa cumprir deveres aos quais
no pode faltar a demanda
pela organizao e segurana.
Na carta, a presidente faz
um afago sigla ao afirmar
que no haver umBrasil efeti-
vamente novo sem o PT. Dil-
ma citou o ex-presidente Lula
duas vezes na carta. Em uma
das passagens, ela disse que es-
t ao lado do ex-presidente ou-
vindo as ruas para construir
um Pas cada vez melhor.
Dilma avisou somente an-
teontem que no participaria
da reunio do PT. Reunido
com petistas em encontro pre-
paratrio, Dirceu incitou inte-
grantes da corrente CNB, a
maior do PT, a protestar con-
tra a ausncia da presidente.
Ontem, o diretrio do PT in-
sistiu que h tempo para o
Congresso aprovar o plebisci-
to para as mudanas estarem
em vigor nas eleies de 2014.
CRTICAS
O diretrio nacional do PT
endossou ontem as crticas ao
deputado Cndido Vaccarezza
(PT-SP) feitas pela bancada da
sigla na Cmara. Rachado, o
grupo chegou a ensaiar a apro-
vao de moo contra a per-
manncia de Vaccarezza na
coordenao do colegiado que
vai discutir a reforma poltica
na Casa, mas por 43 votos a 27
optou por manter a posio do
lder Jos Guimares (PT-
CE). Em nota, Guimares dis-
se que Vaccarezza no expres-
sa o pensamento da bancada,
nem do PT, mas sim o deputa-
do Ricardo Berzoini (PT-SP).
Vaccarezza foi escalado pe-
lo presidente da Cmara, Hen-
rique Alves (PMDB-RN), para
coordenar o grupo de traba-
lho. A nomeao irritou a pre-
sidente Dilma e a cpula do
PT depois que ele se manifes-
tou contra o plebiscito. O depu-
tado no quis comentar a deci-
so do diretrio, mas disse re-
portagem que vai ajudar a via-
bilizar a aprovao do plebisci-
to na Cmara.
No Twitter, o lder do
PMDB, Eduardo Cunha (RJ),
disse que se Henrique Fonta-
na for coordenador da comis-
so, o partido e outras siglas
no participariam do grupo.
Dilma insiste no plebiscito
www.jconline.com.br
OlicioPelosi/EstadoContedo
ElzaFiza/ABr
polticak 2 edio
AUSNCIA Sem ir reunio do diretrio nacional, presidente afaga a legenda ao afirmar que no haver um Brasil novo sem o PT
CRISE NO PT Em carta entregue ao partido, presidente reafirma a importncia de se fazer a consulta popular para reforma poltica
Recife I 21 de julho de 2013 I domingo jornal do commercio
5
-
Eduardo e o peloto
dos sem-mandatos
Carolina Albuquerque
D
efensor de uma ges-
to moderna, que va-
loriza a meritocracia
no lugar da indicao poltica,
o governador de Pernambuco,
Eduardo Campos (PSB), no
para de nomear ex-prefeitos e
ex-deputados para cargos de
confiana no governo do Esta-
do. Nesses ltimos meses, uma
leva de ex-gestores munici-
pais, que ficaram semmandato
no incio deste ano, esto ocu-
pando cargos estratgicos e de
alta patente. S para citar os
mais recentes, atenderam ao
chamado do governador Adel-
moMoura (Itapetim), Lula Ca-
bral (Cabo de Santo Agosti-
nho), AlbericoMessias (Iguara-
ci) e Yves Ribeiro (Paulista). O
gabinete poltico do governa-
dor rene, segundo levanta-
mento do JC, pelo menos ou-
tros sete ex-prefeitos e trs ex-
deputados (veja quadro).
A grande maioria deles ocu-
pa o segundo e o terceiro esca-
lo do governo do Estado e es-
t lotada em secretarias como
a da Casa Civil, de Cidades e o
Gabinete do governador. Ou-
tros assumiram funes estra-
tgicas. O ex-prefeito de So
Jos do Belmonte Rogrio
Leo (PR), por exemplo, o no-
vo diretor do Porto do Recife e
Lula Cabral (PSC), que fez o
seu sucessor nas eleies passa-
das no Cabo de Santo Agosti-
nho o prefeito Vado da Far-
mcia (PSB) est frente da
Junta Comercial de Pernambu-
co (Jucepe). Ao todo, o gover-
no possui 3.553 cargos em co-
misso, omaior patamar at en-
to j alcanado na mquina
pblica estadual. De acordo
com informao disponvel no
Portal da Transparncia, as re-
muneraes entre os 14 polti-
cos comissionados variam de
R$ 4.648,10, para a funo de
assessor especial do governa-
dor, a R$ 9.966,62 para ser se-
cretrio-executivo. O peso
mensal folha salarial dessa as-
sessoria poltica gira em torno
de R$ 76 mil por ms.
Depois de deixar a Prefeitu-
ra de Itapetim, Adelmo Moura
aceitou prontamente a misso
proposta pelo governador
frente de uma gerncia regio-
nal dentro da Casa Civil. Fui
chamado pelo prprio governa-
dor. Farei a articulao com os
prefeitos, vereadores e associa-
es na regio do Paje, com
17 cidades. Serei o elo da Casa
Civil. Assim como Yves Ribei-
ro vai cuidar da RegioMetro-
politana, explicou ele, nomea-
do no ltimo 11 de junho. So-
bre a nova funo, como secre-
trio-executivo na mesma pas-
ta, Yves ressalta a sua baga-
gem frente de trs prefeitu-
ras. Graas a Deus, j tenho
experincia. J fui diretor da
coordenao dos municpios.
Farei agora articulao com os
prefeitos, presidentes de cma-
ras, talvez atinja tambm a re-
gio da Zona da Mata, expli-
ca.
Procurado pelo JC por meio
de sua assessoria de imprensa,
o secretrio da Casa Civil Ta-
deu Alencar preferiu se pro-
nunciar por nota. Gostaria de
destacar que as pessoas que fo-
ram convidadas a integrar o go-
verno do Estado so gestores
com larga experincia na vida
pblica, em suas reas profis-
sionais de atuao, e que pode-
ro contribuir comoEstado pe-
lo acmulo de conhecimento
adquirido, seja na rea poltica
como tcnica, justificou, no
texto.
www.jconline.com.br
GOVERNO Nos ltimos meses, Palcio nomeou 14 ex-deputados e ex-prefeitos para
cargos de confiana, ao custo de R$ 76 mil/ms. Estado alega experincia dos convidados
poltica
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jornal do commercio Recife I 21 de julho de 2013 I domingo
-
Prazo de validade vai at 2014
qMais na web
TCE rejeitou contas
de ex-prefeitos
Confira o histrico de
julgamentos do TCE dos
ex-prefeitos no:
www.jconline.com.br/politica
www.jconline.com.br
EdmarMelo/JCImagem
poltica
2014 Lula Cabral, que comanda Jucepe, planeja candidatura
GOVERNO Sem-mandatos abrigados no governo estadual j articulam nos bastidores suas candidaturas para s prximas eleies
O
bedecendo lgica
da acomodao pol-
tica, curto o tempo
de espera na plancie to lo-
go os gestores deixem o co-
mando das prefeituras eman-
datos polticos. Passam a ocu-
par cargos de confiana no go-
verno estadual, mas no fi-
campormuito tempo. A vali-
dade de alguns deles termi-
na em junho de 2014, quando
comea a corrida eleitoral
por vagas na Cmara Federal
e no Senado. Pelomenos qua-
tro desses ex-prefeitos tm
suas candidaturas cogitadas e
em processo de articulao
nos bastidores.
O ex-prefeito do Cabo de
Santo Agostinho, Lula Cabral
(PSC), tambmpresidente es-
tadual da sigla, est semean-
do a sua candidatura a deputa-
do federal, percorrendo o Es-
tado para montar seu palan-
que. J declarou que colocar
o partido a servio de uma
possvel candidatura do go-
vernador Eduardo Campos
(PSB) a presidente da Rep-
blica em 2014. Ocupa, por en-
quanto, a diretoria da Junta
Comercial de Pernambuco
(Jucepe). Depois de 20 anos
seguidos sentado na cadeira
de prefeito em trs munic-
pios diferentes, Yves Ribeiro
avalia sua candidatura tam-
bm Cmara federal. Estou
pensando ainda, minha afini-
dade prefeitura. Tem que
pensar legislatura.Muita gen-
te fala sobreminha candidatu-
ra, mas no tenho definio,
pondera.
O secretrio-executivo de
Cidades e ex-prefeito de Car-
naba, Anchieta Patriota
(PSB), dever tentar uma va-
ga na Assembleia Legislativa.
A sua candidatura a deputado
estadual depender dosmovi-
mentos do prefeito de Afoga-
dos da Ingazeira e presidente
da Associao Municipalistas
de Pernambuco (Amupe), Jo-
s Patriota (PSB), tambm
um potencial candidato, com
boa influncia na regio do
Paje. Outro que j veio com
data de validade Rogrio
Leo, ex-prefeito de So Jos
do Belmonte, que hoje est
frente do Porto do Recife. O
engenheiro e administrador
de empresas j cogitado pa-
ra deputado estadual em
2014. (C.A.)
Embora o governo estadual
ressalte critrios como acmulo
de conhecimento poltico e tc-
nico e potencial contribuio
gesto, alguns desses quadros
no passaram inclumes pelas
auditorias do Tribunal de Con-
tas do Estado (TCE). Os ex-pre-
feitos AdelmoMoura (Itapetim)
e Rogrio Leo (So Jos do Bel-
monte) tiveram suas contas jul-
gadas irregulares pela Corte. O
ex-gestor Lula Cabral (Cabo de
Santo Agostinho) entra como
mais um exemplo porque mes-
mo tendo nome livrado no julga-
mento das contas de 2011 a
sua ento secretria de Educa-
o, Gildineide Severina Fialho,
foi apontada como responsvel
pelo superfaturamento na com-
pra de colees de livros, sendo
obrigada a devolver aos cofres
pblicos mais de R$ 3 milhes.
O ex-gestor de So Jos do
Belmonte e atual diretor do Por-
to do Recife, Rogrio Leo, teve
recomendao pela rejeio
atestada pelos pareceres prvios
das contas relativas a 2010 e
2011. Na primeira data, a princi-
pal irregularidade foi o excesso
de gastos com pessoas (64,72%),
ultrapassando o limite 54%, im-
posto pela lei. No parecer, o
TCE recomendou trs aes ao
gestor afim de sanar a situao.
No julgamento das contas de
2011, novos problemas. Aplica-
o namanuteno e desenvolvi-
mento do ensino (14,85%) bem
abaixo do mnimo exigido por
lei e o descumprimento do limi-
te de repasse do duodcimo
Cmara de Vereadores. E novas
recomendaes.
A situao das contas de 2009
de Itapetim, de responsabilida-
de do ento prefeito Adelmo
Moura, tambm no boa. No
parecer pela rejeio, constam
oito consideraes referentes a
irregularidades. A ele, chegou a
ser imputada multa de R$ 5 mil.
Os questionamentos vo desde
falhas no controle interno nas
despesas com combustveis a in-
consistncias nas informaes
contbeis, alm do no recolhi-
mento de parte das contribui-
es previdencirias dos servido-
res e patronal ao Regime Geral
de Previdncia Social, somando
R$ 204.975,37, o que caracteriza
infrao Lei Federal. Caso as
Cmaras Municipais acatem o
parecer pela rejeio do TCE, o
ex-gestor fica inelegvel. (C.A.)
Recife I 21 de julho de 2013 I domingo jornal do commercio
7
-
E uma tal demisso...
www.jconline.com.br
LEGISLATIVO Em cinco meses, a mesa diretora da Alepe abonou quase mil misses para que os deputados se ausentassem da Casa
Jos Accioly
E
m cinco dos seis primeiros
meses deste ano, a mesa dire-
tora da Assembleia Legislati-
va de Pernambuco abonou quase mil
misses autorizadas aos deputados es-
taduais. Esta prerrogativa, prevista
no Regimento Interno da Casa, dele-
ga aos parlamentares justificativa pa-
ra ausncias nas reunies ordinrias -
aquelas onde so votados projetos no
Plenrio , sem que haja desconto sa-
larial. O total 986misses em 74 ses-
ses foi contabilizado pelo JC, se-
gundo a lista de frequncia disponibi-
lizada no site do Legislativo. O volu-
me equivale a pouco mais de 13 fal-
tas de deputados para cada dia de
sesso ordinria.
Em contraponto ao volume de mis-
ses autorizadas, a Assembleia Legis-
lativa registrou apenas 20 faltas no
justificadas dos deputados no mesmo
perodo. Neste caso, para cada ausn-
cia descontado um valor no salrio
dos deputados, que, atualmente, de
pouco mais de R$ 20 mil. Alm dos
quatro deputados cedidos para ocu-
par funes no governo Eduardo
Campos (PSB) Alberto Feitosa
(PR), Alusio Lessa (PSB), Isaltino
Nascimento (PT) e Laura Gomes
(PSB) , a Casa de Joaquim Nabuco
tambm concedeu 62 licenas no pri-
meiro semestre.
Os deputados estaduais com maior
nmero de misses autorizadas fo-
ram, respectivamente, Botafogo Filho
(PDT), 46; Odacy Amorim (PT), 39;
Isabel Cristina (PT), 39; Clodoaldo
Magalhes (PTB), 38; e Vincius La-
banca (PSB), 35. Em contrapartida, os
parlamentares mais frequentes no
mesmo perodo foramSebastio Rufi-
no (PSB), 69; Ramos (PMN), 68; Eri-
berto Medeiros (PTC), 66; Terezinha
Nunes (PSDB), 65; e Osssio Silva
(PRB), 64.
Segundo o levantamento, os parla-
mentares com maior nmero de fal-
tas no perodo foram Leonardo Dias
(PSB), 7; Julio Cavalcanti (PTB), 4;
DiogoMoraes (PSB), 3; JosHumber-
to Cavalcanti (PTB), 2; ClodoaldoMa-
galhes, 2; Betinho Gomes (PSDB), 1;
e Tony Gel (DEM), 1.
PRODUO
Alm de grande volume de pedidos
de misses autorizadas, o deputado
campeo em solicitaes, Botafogo
Filho, no apresentou produo legis-
lativa. No primeiro semestre, o pede-
tista, eleito pela primeira vez em
2010, com 38.110 votos, chegou a pro-
tocolar dois projetos de lei entre
eles para divulgao de informaes
de crianas desaparecidas em outbus
e nas faturas de conta de gua , po-
rm as matrias foram rejeitadas na
Comisso de Constituio e Justia
por vcios inconstitucionais. As pro-
postas foram retiradas do colegiado.
Ele apresentou apenas um nico re-
querimento no perodo o de n
2338/2013 - um voto de pesar ao pa-
dre Manoel Amaro Gomes, falecido
em 18 demaio , segundo o site da As-
sembleia. No consta informao de
registro de projetos de lei pelo parla-
mentar no primeiro semestre.
Assim como o deputado Botafogo
Filho, a produo no Legislativo da
deputada Isabel Cristina que presi-
dente da Comisso da Mulher tam-
bm no diferente. Segundo os re-
gistros do site da Assembleia Legisla-
tiva, no h informaes de projetos
de lei protocolados pela petista, neste
ano. No entanto, Isabel remeteu 22 in-
dicaes e encaminhou mesa direto-
ra quatro requerimentos. J Odacy
Amorim, que vice-lder do partido e
integra as comisses deNegciosMu-
nicipais e de Agricultura, Pecuria e
Poltica Rural, protocolou cinco pro-
posies de Lei, entre elas o pedido
de emancipao do distrito de Cava-
leiro, em Jaboato dos Guararapes. O
petista tambm apresentou nove indi-
caes e trs requerimentos.
No perodo, foram aprovados 98
projetos de lei, 30 de resoluo e
duas Propostas de Emenda Consti-
tuio, alm de 1.063 indicaes e 511
requerimentos. O Executivo apresen-
tou 62 propostas, das quais apenas
cinco ainda no foram votadas. Elas
foram protocoladas na ltima sema-
na de atividade.
poltica
8
jornal do commercio Recife I 21 de julho de 2013 I domingo
-
kFrase
kBolsa commais gasto que Sade
Emmeio crise instaurada no Parlamento, somada queda de sua popularidade, a presidente Dilma est empnico com os rumos que poder tomar a votao do novoCdigo de Minerao, que j recebeu 500 emendas nacomisso especial. O ministro Edison Lobo (Minas eEnergia) foi delegado a monitorar os trabalhos e tentarevitar repetio do balco de negcios que tomou oCongresso na MP dos Portos. O Planalto teme aquantidade de mineiros na comisso, presidida por GabrielGuimares (PT) e relatada por Leonardo Quinto (PMDB).Empresrios de Minas esto de olho no projeto, que dnovos poderes ao governo, altera o sistema de controle eprev licitao em blocos.
Lderes dasmissesalegammorar longe
Dilma tem razo quando atribui aos protestos o desejo dopovo de querer mais: dados do Portal da Transparnciarevelam que o governo federal gastou at agora R$ 12,1bilhes com o Bolsa Famlia enquanto a Sade recebeu R$9,8 bilhes. O ministrio das Cidades recebeu ainda menos R$ 897 milhes, sendo R$ 6,4 milhes para abastecimento eesgoto em pequenos municpios. O programa detransferncia de renda consumiu R$ 20,2 bilhes em 2012.
Cdigo gera pnico
Senta a pa...
Ainda cedo para essas especulaes,deixa para ano que vemJos Serra, sobre sua possvel sada doPSDB para disputar a Presidncia em 2014
cludiohumberto
Preciso estarperto do povo,diz deputado
Botafogo Filho
Regimento normatiza ausnciasApesar da concesso de 986
misses autorizadas pela mesadiretora somente nos seis pri-meiros meses de 2013, ausn-cias deste tipo esto previstasno Regimento Interno da As-sembleia Legislativa de Per-nambuco. Esto no captuloIII as regras que normatizamas justificativas para o no com-parecimento s sesses ordin-rias aquelas nas quais so ne-cessrias as presenas dos de-putados para votao de proje-tos de lei, requerimentos e indi-caes.Os pedidos de misses ca-
bem em situaes em que osdeputados estaduais vo exer-cer o mandato e representar oPoder Legislativo em solenida-des ou eventos pblicos exter-nos, exemplo de reunies comsindicatos, despachos com se-cretrios estaduais, entre ou-tros. Porm, h excessos.As solicitaes so feitas
atravs de ofcio, que encami-nhado mesa diretora. Embo-
ra formalmente seja solicitadoum resumo da justificativa pa-ra ausncia, a rigor os deputa-dos no discriminam as razesdos pedidos no documento, so-licitando apenas a dispensa e
informando o perodo de au-sncia. A Comisso Executivaanalisa o pleito e pode abonarou indeferir. Em caso de deferi-mento, a solicitao publica-da noDirio Oficial do Legisla-
tivo.O artifcio das misses auto-
rizadas serve para abonar even-tuais faltas de deputados nassesses plenrias, evitando, as-sim, descontos nos salrios eat, em casos de excessos, per-da demandato. Em contrapon-to, as misses autorizadas nogeram nus Assembleia Le-gislativa, sejam com despesaspara custeio do parlamentar,como o pagamento de passa-gens areas para eventos forado Estado, com exceo de al-guns casos, quando os parla-mentares representam o Poderem determinadas agendas.Esse tipo de ausncia soli-
citada quando o deputado vairepresentar o partido, a Assem-bleia ou a comisso da qual fazparte em algum ato ou soleni-dade. um artifcio para justifi-car a ausncia nas sesses ple-nrias, resumiu o deputadoAndr Campos (PT), segundovice-presidente da Casa de Joa-quim Nabuco. (J.A.)
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Cludio Humberto, TeresaBarros e Ana Paula [email protected]:@colunaCH
AntnioCruz/ABr
Esse era o lema dospilotos da ForaExpedicionria Brasileiradurante a II Guerra Mundialao estabelecer recordedestruindo 1,3 mil veculos,250 composies de trem,25 pontes e 85% damunio alem.
... senta a peia!
Na redeMais 450 mil famlias
entraram para o programaeste ano, sendo a Bahia,governada pelo petistaJacques Wagner, eternalder do ranking.
Sem redeEm fevereiro, cerca de
1,69 milho dos 50,3 milhesde dependentesdispensaram o BolsaFamlia, diz ministrio doDesenvolvimento Social
Gafe da vezConhecida por trocar as
bolas, Dilma provocourisadas em Fortaleza aochamar o lder do PT naCmara de senador JosGuimares (CE).
AiatoladoO massacre do Leblon,
diante da casa dogovernador Srgio Cabral(PMDB-RJ) foi notcia no Ir,onde corruptos costumamser enforcados.
NegcioO clima de insatisfao no
PMDB chegou a tal pontoque deputados j falam atem convidar oex-governador Jos Serra(PSDB) para se filiar aopartido e sair candidatocontra a reeleio de Dilmaem 2014.
D ois dos trs deputa-dos estaduais commaior quantidade demisses autorizadas no pri-meiro semestre na Assem-bleia Legislativa BotafogoFilho (PDT) e Odacy Amorim(PT) justificaram o alto vo-lume de solicitaes ao fatode morarem longe da RegioMetropolitana e no terem re-sidncia no Recife, municpiosede do Poder Legislativo es-tadual.O pedetista, por exemplo,
possui bases eleitorais na Zo-na da Mata Norte e mora emCarpina. Botafogo Filho reve-lou que participa apenas deduas das quatro reunies ordi-nrias previstas a cada sema-na. As sesses ocorrem de se-gunda quinta-feira. O princi-pal empecilho, segundo ele,
a distncia. Omunicpio ondeo parlamentar reside fica a 45quilmetros do Recife.Moro na Zona da Mata e
vou e volto do Recife duas ve-zes na semana. No tenhoapartamento na capital paraficar indo s sesses todos osdias. Tenho que descer todavez que vou para a Assem-bleia, me arriscando na rodo-via, afirmou Botafogo Filho.Mais de 90% dos votos que
recebi foram na minha re-gio. Ento, tenho que visitaras bases. O eleitor votou nagente. Preciso estar perto dopovo, acrescentou.Assim como Botafogo Fi-
lho, o deputado Odacy Amo-rim possui residncia longedo Recife em Petrolina, noSerto do So Francisco , oque, segundo ele, dificulta apresena nas sesses ordin-rias.O petista afirmou que, por
possuir bases 100% no inte-rior pernambucano, muitodemandado pelas comunida-des e municpios para partici-par de solenidades, debates ediscusses de problemas daslocalidades.Sou contra o fato de o de-
putado ficar engessado no ga-binete e s ir s reunies ordi-
nrias. s vezes, deixo de par-ticipar de um debate, visitaruma base, conhecer um pro-blema da comunidade, que mais interessante, para estarna sesso, contraps Odacy.Se tem problema no inte-
rior e preciso ir, normalmen-te isso choca com as sesses.Por isso, fao os pedidos dejustificativa (misso autoriza-da), completou Odacy Amo-rim, citando as viagens quefez a Braslia, no semestre pas-sado, para acompanhar o tr-mite do projeto de emancipa-o de municpios na Cmarados Deputados, como exem-plo.O JC tentou contato com a
deputada estadual Isabel Cris-tina (PT), mas at o fecha-mento desta edio no obte-ve retorno. (J.A.)
Flora
Pim
entel/JC
Imag
em
LEGISLATIVO Deputados com maior quantidade de solicitaes dizem que a distnciade suas bases o principal empecilho para que se ausentem do trabalho na Assembleia
ClemilsonCam
pos/JC
Imag
em
MESA Andr cita misses para o deputado representar o Poder
poltica
o que merecempolticos desavergonhadosque utilizam avies dasForas Armadas Brasileiras(FAB), que conquistourespeito mundial, para ir ajogos de futebol,casamentos ou parapassear com ces.
ArbitrrioO advogado Antnio
de Almeida Castro, oKakay, procurou o BMG, oempresrio n 1 da Fifa,Juan Figer, e o presidentedo Atltico de Madrid,Miguel ngel, paradenunciar aarbitrariedade dainterveno no EsporteClube Bahia: Vai abrirum precedentecomplicado, alerta.
Namira do crimeA violncia entre
jovens de 15 a 29 anoscresceu 414%, comomostra o Mapa daViolncia 2013, divulgadosexta (19). Entre 2000 e2010, o Maranhoregistrou aumento de398,5% em vtimas dearma de fogo.
Enquanto isso...... para reforar a
segurana, a Cmara dosDeputados comprou, comdispensa de licitao, umaparelho detector demetais avaliado em R$ 7,5mil. Nada de armas defogo por l.
Pensando bem......os cariocas
finalmente aprenderamque no devem aceitarbalas de borracha deestranhos.
CENA O plenrio da Assembleia, em sesso com pouca presena parlamentar: misses autorizam ausncia sem corte no salrio
Recife I 21 de julho de 2013 I domingo jornal do commercio 9
-
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poltica
Juliane Menezes
Q
uem viveu no Recife
nas dcadas de 1970 e
1980 deve se lembrar
do ex-vereador Braz
Batista, figura poltica que saa
pelas ruas empurrando uma
carrocinha pelo Centro da cida-
de pedindo votos. Apesar de
ter exercido apenas dois man-
datos, que totalizaram 16 anos
na Cmara, ele foi uma figura
folclrica no cenrio poltico
pernambucano. Negro, pobre,
camel e sem ter sequer o pri-
meiro grau (hoje, o ensino fun-
damental) completo, Braz che-
gou ao poder como um voto de
protesto e pela necessidade de
representar os excludos. Cos-
tumava desfilar nas ruas em ci-
ma de caminhes com letreiros
gigantes pedindo donativos pa-
ra os pobres, pois levantava a
bandeira da defesa das mino-
rias. Na histria, ficoumarcado
por ser dono de uma ambuln-
cia e um caminho de mudan-
as que colocava a servio do
povo. Alm disso, todos os me-
ses, doava 20% de salrio ao
Hospital do Cncer.
Braz Batista era o tpico pol-
tico do povo. Tanto em sua ca-
sa quanto na Cmara, as pes-
soas recorriam a ele quando
passavam por alguma privao.
Misericrdia! Era uma roma-
ria! Ele j saa doido do gabine-
te. Era gente no plenrio, no ga-
binete, no ptio da Cmara, na
casa... Fruto do trabalho dele,
porque era muito popular, re-
lembra o ex-vereador Liberato
Costa Jnior (PMDB), amigo e
colega de vereana. A filha
mais nova dele, Paula Santos,
lembra que assim que chegava
da escola havia uma fila de cer-
ca de 20 a 25 pessoas sua por-
ta para pedir ajuda ao pai. Na
realidade, a gente no tinha pri-
vacidade. Mas ele sempre lem-
brava o seguinte: que tudo o
que ele conseguiu na vida, tudo
o que a gente tinha e ele no te-
ve na vida, escola, curso de in-
gls, ele agradecia a Deus, a
Nossa Senhora e ao povo. En-
to, tinha que devolver ao po-
vo, lembra.
Segundo Paula, havia at
um restaurante em que as pes-
soas podiam fazer refeies e
colocar na conta do ento ve-
reador. No toa, at hoje al-
guns dos seus eleitores ainda
batem na porta onde hoje vi-
vem a viva, Joana Braz Batis-
ta, e seu neto, Darlan Batista.
No tinha o carrinho que ele
empurrava pelo Recife? Eu fi-
cava entre o carrinho e ele,
lembra Darlan, que acompa-
nhou o av em suas andanas
em campanha poltica. Muita
gente bate aqui hoje. A Dona
Marta, o Seu Biu do Ibura. As
pessoas pedem gs, por exem-
plo, quando falta na casa deles.
Acabam fazendo companhia a
vov, conta ele.
Braz Batista conquistou seu
primeiromandato em 1972, pe-
la Arena (partido dos militares
na poca da ditadura), e o se-
gundo em 1982, j pelo PDS. A
primeira eleio foi acidental.
Foi a vontade de botar um ca-
mel (na Cmara). J na segun-
da eleio, alm desse pessoal
da classe dele, do populismo,
do camel, da pobreza, outras
pessoas de outras camadas vo-
taram porque gostavam dele.
Na segunda tinha o voto da
classe mdia. Ele era muito
atuante, conta Liberato. Fo-
ram votos que depositaram ne-
le, a credibilidade por ser uma
pessoa do povo, que dizia que
ia trabalhar para o povo. E foi o
que ele fez, afirma o neto Dar-
lan. Entre os seus slogans, esta-
va o Ruim por ruim, vote em
mim.
Braz disputou a reeleio em
1988 e uma vaga na Assemblia
Legislativa em 1990, mas sem
sucesso. Faleceu aos 57 anos,
com cncer nos pulmes, devi-
do ao excesso de fumo, noHos-
pital do Ipsep em 16 de julho
de 1993, dia da padroeira doRe-
cife, Nossa Senhora do Carmo.
O lendrio vereador hoje d
nome a uma rua no bairro de
Passarinho. Um ano aps sua
morte, a Cmara aprovou um
projeto de lei que determinou
que a prxima creche inaugu-
rada no Recife deveria se cha-
mar Braz Batista. Entretanto,
at hoje nenhuma unidade re-
cebeu este nome.
As cenas de Braz,
o vereador-camel
qMais na web
AluizioArruda/ArquivoJC
PERSONAGEM Lembrana de Braz Batista, eleito no Recife atravs do voto de protesto
nos anos 70 e 80 e que faleceu h vinte anos, atrai at hoje populao porta de familiares
JosAlves/ArquivoJC
LuizLuna/ArquivoJC
AluizioArruda/ArquivoJC
Vdeos com a filha e o neto de
Braz no
www.jconline.com.br/politica
CENAS Braz na campanha de 1988 (foto maior); em cena
de protesto em 1985; apurando votos da eleio de 1982;
e pedindo ajuda para o Natal de crianas pobres, em 1991
10
Recife I 21 de julho de 2013 I domingo
-
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Preparados para a batalha
Joo Carvalho
R
IO Cmera de
gs, bombas, incur-
so em morros com
supostos traficantes e tiros,
muitos tiros. Durante uma
semana essa foi a realidade
para 38 jornalistas de todo
o Brasil, participantes de
um treinamento especial
promovido pelas Foras Ar-
madas no Centro Conjunto
de Operaes de Paz do
Brasil (Ccopab), no Rio de
Janeiro. O curso, que acon-
tece uma vez por ano, foi
batizado comoEstgio Pre-
paratrio para Jornalistas
em reas de Conflito.
Desde 2008 o Ccopab
vem preparando reprte-
res para a cobertura em
reas de conflitos armados,
principalmente onde o pas
mantm tropas de paz,
num trabalho com a Orga-
nizao das Naes Unidas
(ONU). O Jornal do Com-
mercio fez parte da turma
deste ano e acompanhou to-
do o curso.
A estrutura foi criada pa-
ra que jornalistas fiquem in-
ternados num centro de
formao onde vivem o co-
tidiano dos militares. Du-
rante o perodo eles rece-
bem orientaes em aulas
tericas e prticas.
As regras de engajamen-
to, comunicao e negocia-
o, armas no letais, arte-
fatos explosivos improvisa-
dos, mdia em conflitos ar-
mados e progresso em
rea de risco foram algu-
mas das disciplinas.
Nosso objetivo prepa-
rar os profissionais da m-
dia para exercer cobertu-
ras emzonas perigosas, ten-
sas, com nfase nos proce-
dimentos de segurana pes-
soal e relacionamento com
as foras militares, expli-
cou o comandante Adler
Ferreira, do Corpo de Fuzi-
leiros Navais, coordenador
do curso.
Depois de dois dias com
diversas aulas, o grupo pas-
sou para a parte prtica.
a hora de vocs aprende-
rem como se portar no
campo, citou o tenente-co-
ronel Luiz Negreiros, dire-
tor de ensino do Centro de
Operaes. O treino pesa-
do.
Depois de receberem o
capacete azul (os mesmos
usados pelas tropas de paz
da ONU) e colete prova
de balas, os reprteres fo-
ram submetidos a treina-
mento num morro e numa
favela fictcios. Durante
uma intensa troca de tiros
aprenderam como se por-
tar em momentos onde o
risco de vida e imediato e
constante.
muito importante es-
se treinamento. Principal-
mente hoje em dia, com
tantos protestos espalha-
dos pelo Brasil, citou
Eduardo Matos, reprter
de uma rdio do Rio Gran-
de do Sul.
O comandante do Cco-
pab, coronel Fernando Ba-
ganha, do Exrcito, concor-
da. A nossa idia aumen-
tar cada vez mais essa
integrao com o jornalis-
ta. Trocamos experincias
e aprendemos uns com os
outros, registrou.
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-
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KHC@ @S
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Fale conosco: (81) 3413-6184 e 3413-6519
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qMais na web
CAMPO Reprteres aprenderam a acompanhar os
militares e usaram equipamentos das tropas de paz
Vdeo sobre o treinamento no
www.jconline.com.br/brasil
JooCarvalho/JC
Fotos:ArissonMarinho/Cortesia
www.jconline.com.br
JORNALISMO Profissionais se capacitam para coberturas em reas de conflitos e para acompanhamento de tropas de paz da ONU
Recife I 21 de julho de 2013 I domingo jornal do commercio
11
-
Na noite de quarta-feira oconsrcio de empresas quecuida da manuteno e dofuncionamento das 500 milurnas eletrnicas do Pasentrou com um pedido deprorrogao do seucontrato, vencido navspera. Entre os muitosargumentos apresentados,mencionou a voz do povoque clama por mudanas.Coisa interessante, o povo
clama por mudanas e osempresrios do consrcioquerem prorrogao porcinco anos, de um contratode um ano que caducou.Coisa de R$ 120 milhes, omaior na rea do TribunalSuperior Eleitoral.Um dia antes do
vencimento do contrato aministra Crmem Lcia, presidente do TSE,recebeu o grupo de empresrios e seuadvogado. Mostrou-lhes um gravador einformou que a audincia seriaformalmente gravada.O consrcio, liderado pela empresa
Engetec, sucedeu a outra, que faliu. Eleprestou Justia Eleitoral dois servios.Um, regular, de manuteno das urnas,pelo qual seus tcnicos verificavam asbaterias e o funcionamento elementar dosequipamentos. Essa parte valia R$ 5milhes. Na outra, de R$ 115 milhes svsperas das eleies suas equipesconectavam as urnas, testavam o sistema esuas transmisses.O advogado das empresas, Toshio
Mukay, fez uma exposio demonstrandoque, pela lei, um contrato que pode serprorrogado, prorrogado deve ser. Valeu-sede 22 citaes de 16 autores, inclusive eleprprio.O consrcio no quer que o Tribunal abra
uma nova concorrncia. Ia muito bem aconversa, sobretudo porque pretendia-seprorrogar um servio de manuteno dasurnas que parecia contnuo. Crmen Lciaouviu a exposio, elogiou os autorescitados e bateu de frente: A Constituiomanda licitar. (...) O prprio consrcio podeganhar outra licitao. (...) A administraono quer e nem deixa de querer. (...)[ELA]tem dever jurdico. Neste caso umdever constitucional de licitar. (...) Quandotem um contrato por prazo determinado,assim que acabar o contrato, tenho quefazer licitao.Mais: o contrato est sob investigao do
Ministrio Pblico.O empresrio Helon Machado, da
Engetec, informou: Renovar o contratopara ns hoje, pensando pelo lado doconsrcio, no ... para ns o contrato ode 2014, que ns vamos brigar, que maisuma eleio.No decorrer da conversa ficou
demonstrado pela ministra que havia doisservios e que, a prevalecer o argumento(com o qual ela no concorda) segundo oqual deveria ser prorrogado o mais barato,o outro, com o fil, era episdico. L pelotero final da audincia, veio a surpresa,trazida pelo advogado Mukay: O outrono contnuo? Ento, no prorrogaramoso no contnuo e prorrogaramos ocontnuo. Porque se contnuo, est dentrodo que eu falei aqui, agora se uma parteno contnuo, e isso foi contestado peloMinistrio Pblico e pelo Tribunal deContas da Unio, ento no pode conter noaditivo, retira essa parte, essa parte noprorroga, prorroga a outra parte. (...) Naverdade, estou voltando atrs no meupensamento.Largar o fil e ficar com o osso?
Passaram mais uns minutos e Machadodisse ao advogado: Eu posso at teexplicar isso depois.E assim terminou a audincia. Se Crmen
Lcia no tivesse gravado o encontro elepoderia ter perdido sua natureza coloquiale o povo que clama nas ruas pormudanas, talvez tivesse dificuldade paraentender o juridiqus de uma versoformal. Com a gravao, s no entendequem no quer.
Estudo apontadesperdcio emverba escolar
Texto dizque os recursosdisponveis so
mais do quesuficientes parao cumprimento
dasmetasdo Ideb
Crmen Lcia e o clamordas ruas
RECURSOS Levantamento do governo mostra que at 40% dodinheiro do ensino fundamental se perde por m gesto e corrupo
Est na agenda de negociaes da doutoraDilma com o companheiro Obama o tema daparticipao americana na base de lanamen-to de foguetes de Alcntara. At 2000 os Esta-dos Unidos mostraram interesse em operarna privilegiada localizao da base, pela suaproximidade da linha do Equador. A FAB nogostava da ideia de criao de reas restritasem seu territrio. poca, o PT foi um ferozadversrio da iniciativa. Eleito, Lula matou aconversa.O projeto de Alcntara de 1983, j consu-
miu R$ 400 milhes, matou 21 cientistas eno serviu para lanamento relevante. Atual-mente, patina numa parceria com a Ucrnia.(O programa espacial americano foi Lua e aMarte, mas s matou 24 pessoas e um maca-co.)Pode ser boa ideia, mas vale lembrar que
nos anos 50, quando JK permitiu que os Esta-dos Unidos montassem uma base de rastrea-mento de msseis em Fernando de Noronha,a charanga nacionalista assegurava que a ope-rao resguardaria a soberania nacional nailha.Por baixo do pano, aceitaram umdocumen-
to americano pelo qual alguns equipamentosficariam fora da rea de acesso dos brasilei-ros.Com isso, um oficial brasileiro foi barrado
ao tentar entrar numa sala. Quando o minis-tro da Guerra, Henrique Lott, quis empunharuma causa nacionalista em torno da proibi-o, o caso foi ao Estado-Maior do Exrcito eo coronel encarregado do assunto respondeu:Tais restries foram aceitas por Vossa Ex-
celncia.Ele se chamava Ernesto Geisel.
www.jconline.com.br
BobbyFa
bisak/JCIm
agem
/2-7-2013elio gaspari
AbasedeAlcntara voltoupara a agenda
ObvioNa discusso em torno da
eventual candidatura de Lula Presidncia h dois fatos bvios:1) Ele ficar no banco, vendo
o seu time seguir para o cadafal-so?2) Se ele resolver entrar em
campo, quantos minutos DilmaRousseff demorar para ir aovestirio? Cinco? Dez?No imaginrio petista est a fi-
nal do Brasil x Rssia de vleimasculino da Olimpada de Lon-dres. No fimdo terceiro set o tc-nico russo botouDmitriyMuser-skiy na quadra. Perdera doissets e o Brasil precisava de ums ponto para liquidar a fatura.Nada feito.
Haddad e a VivaO prefeito Fernando Ha-
ddad esclarece que o di-nheiro da reforma do aut-dromo de Interlagos virdo PAC Turismo, vale di-zer, recursos federais. (Aobra sair por R$ 161 mi-lhes Viva. O custoanual da reduo da tarifade transportes pblicos,contra a qual Haddad lu-tou como um gladiadorvndalo, ser de R$ 175mi-lhes.)O comissrio deve achar
que os recursos federaisdo PAC Turismo saem dabolsa de Farah Diba, vivado x do Ir.
Pista limpaA sucesso do Rio de Ja-
neiro pode embaralhar devez. O grande eleitor Sr-gio Cabral voava com aimponncia do ZeppelinHindenburg chegando aNova Iorque em 1937. (Car-bonizou-se ao pousar.) Can-didato oficial, o vice-gover-nador Pezo no conseguedecolar.J o petista Lindbergh
Farias ser submetido auma barragem de denn-cias relacionadas sua ad-ministrao na Prefeiturade Nova Iguau. Arrisca fi-car preso na malha da Leida Ficha Limpa.
brasil
PREJUZO Entre 2007 a 2009, R$ 54 bilhes foram destinados por ano ao ensino fundamental
DemetrioWeberAgncia o Globo
B RASLIA Um estudoelaborado por analis-tas de finanas e con-trole da Secretaria do TesouroNacional, do Ministrio da Fa-zenda, estima que pelo menos40% dos recursos gastos pelasprefeituras no ensino funda-mental so desperdiados, sejapor corrupo ou ineficinciada mquina pblica. Publicadona pgina do Tesouro na inter-net, com a ressalva de que ex-pressa a opinio dos autores eno necessariamente a do r-go, o texto diz que os recur-sos disponveis so mais doque suficientes para o cumpri-mento das metas do ndice deDesenvolvimento da EducaoBsica (Ideb). Logo, o proble-ma dos municpios seria a mgesto e no a falta de dinhei-ro.De acordo com o levanta-
mento, 4,9 mil municpios des-tinaram R$ 54 bilhes por anoao ensino fundamental, no pe-rodo de 2007 a 2009, sendoque R$ 21,9 bilhes teriam sidodesperdiados, na estimativamais modesta. A concluso ati-a o debate sobre a necessida-de de maiores investimentosno ensino. O Senado est para
votar projeto de lei do novoPlano Nacional de Educao(PNE) que prope aumentar ogasto pblico com ensino para10%do Produto Interno Bruto,ao longo dos prximos dezanos. Em2011, esse patamar es-tava em 5,3%. A briga em tornodo aumento trava o projeto,que chegou Cmara em de-zembro de 2010.As 4,9 mil prefeituras anali-
sadas correspondem a 88% dototal de cidades no pas. De umlado, o estudo olhou o Idebmu-nicipal, indicador do Minist-rio da Educao que sintetizao nvel de aprendizagem eaprovao dos estudantes. De
outro, verificou o tamanho dogasto de cada prefeitura com oensino fundamental. Ao com-parar as duas colunas, os auto-res identificaram cidades queconseguem fazermais comme-nos, isto , onde Ideb atinge n-veis proporcionalmente altosem relao ao montante inves-tido.Esses municpios serviram
de referncia. Assim, prefeitu-ras que gastaramproporcional-mente mais para cada pontodo Ideb receberam o carimbode ineficientes. E a parcela degasto a mais de cada prefeitu-ra, na comparao com os mu-nicpios mais eficientes, foiclassificada como desperdciode dinheiro.Valendo-se de frmulas eco-
nomtricas, os autores conclu-ram que pelo menos 40,1% dosrecursos foram desperdiados,percentual que pode chegar a47,3%, conforme a metodolo-gia. O Tesouro se posicionousobre o tema, criticando o estu-do: A STN discorda dos resul-tados obtidos que apontam ex-cesso de recursos. A polticado governo, focada na amplia-o e namelhoria da qualidadedo ensino bsico, e leva emconsiderao um complexo sis-tema de variveis que o estudoapresentado no considera.
12 jornal do commercio Recife I 21 de julho de 2013 I domingo
-
www.jconline.com.br
Segundo os
mdicos,
problema a
falta de carreira
estruturada na
sade pblica
Estrutura
evolui, mas
faltamdico
Odilon Rios
Agncia O Globo
A
RAPIRACA H uma
semana, Camila, de
trs anos, est com
diarreia. As dores e o sangue fi-
zeram ame procurar oHospi-
tal Regional de Arapiraca, a 125
km de Macei. Doa demais.
A a gente procurou, ela rece-
beu o remdio e vai melhorar,
disse a dona de casa Luzinira
Maria da Conceio, me de
Camila. A preocupao temmo-
tivos: a diarreia j matou, em
Alagoas, 47 pessoas. Em 27 ci-
dades alagoanas, tratada co-
mo epidemia pela Secretaria
Estadual de Sade. Outros 40
municpios esto em alerta.
Segundo o Ministrio Pbli-
co Estadual, a maioria dos ca-
sos acontece em cidades no en-
torno de Arapiraca. O pico da
doena foi entre 15 de maio e o
final do ms de junho. NoHos-
pital Regional,metade dos aten-
dimentos dirios era por causa
da doena. Agora, est tudo
tranquilo porque as pessoas re-
cebem orientao. As pessoas
chegavam aqui agoniadas com
os sintomas e pelo que viam na
TV tinham medo, disse o m-
dico Ulisses Pereira.
Promotores do interior de
Alagoas se reuniram na quinta-
feira em Arapiraca para discu-
tir o que o Ministrio Pblico
Estadual pode fazer nos casos.
Os promotores vo agir em con-
junto com os secretrios muni-
cipais de sade, fiscalizando o
uso dos recursos pblicos.
No existe ainda uma causa
da diarreia. Acreditamos em al-
guns fatores, como a gua dis-
tribuda em caminhes-pipa.
Esta gua distribuda sem an-
lise, explicou a promotora do
Ncleo da Sade do MP, Mi-
cheline Tenrio. Para ela, a se-
ca pode ajudar a explicar o
grande nmero de mortes. Se-
gundo o Governo Federal, esta
a pior seca no serto nordesti-
no nos ltimos 50 anos.
O calor forte evapora ainda
mais rpido a gua em audes e
barreiros, onde o lquido mis-
turado na lama. As cisternas
tambmpodem ser foco de dis-
seminao da diarreia. E a falta
de gua constante no s no
serto. Arapiraca uma cidade
do agreste e na sede doMP, on-
de acontecia a reunio, as tor-
neiras estavam secas.
Em Alagoas, as autoridades
descartam um surto de clera,
doena erradicada no Brasil
desde a dcada de 90. Nossa
preocupao orientar. Alguns
casos da diarreia esto entre
crianas de um a dez anos de
idade ou pessoas mais velhas.
Acreditamos que aes mais
pragmticas traromais confor-
to para a populao, disse o pro-
curador de Justia, Geraldo
Majella.
AntnioCruz/ABr
brasil
GARGALO Para Padilha h a necessidade de mais mdicos para que unidades funcionem
DATASUS De acordo com o sistema, a oferta de profissionais
no acompanhou a melhoria estrutural da sade em todo o Pas
Bruno Deiro e
Rodrigo Burgarelli
Agncia Estado
S
O PAULO Nos lti-
mos cinco anos, a in-
fraestrutura de sade
no Brasil cresceu em ritmo
mais acelerado do que o n-
mero de mdicos que aten-
dem a populao. No perodo,
o total de equipamentos de
sade registrados pelo gover-
no federal teve alta de 72,3%.
O nmero de leitos hospitala-
res subiu 44,5% e o de estabe-
lecimentos de sade, 17,3% no
Brasil. A oferta de mdicos,
porm, cresceu apenas 13,4%,
ou seja, menos do que os prin-
cipais ndices de infraestrutu-
ra de sade.
Os dados dizem respeito s
redes pblica e privada e fo-
ram compilados pela reporta-
gem com base no sistema Da-
taSUS, banco de dados oficial
do Ministrio da Sade que
contm as informaes de to-
dos os estabelecimentos regis-
trados no rgo, como hospi-
tais, consultrios, clnicas e
postos de sade. Entre os equi-
pamentos relacionados no le-
vantamento, constam qual-
quer tipo de aparelho de sa-
de existente nos locais, como
raio-X e endoscpio.
Para o ministro da Sade,
Alexandre Padilha, os nme-
rosmostram que a falta dem-
dicos hoje o principal garga-
lo para que vrias novas uni-
dades de sade comecem a
funcionar. No comeo do
ano, fizemos uma chamada na-
cional para mdicos brasilei-
ros irem para a periferia das
grandes cidades e para o inte-
rior. Havia 13 mil vagas em
unidades de sade j estrutu-
radas, mas faltavam mdicos
para abrir. E foram obtidos
apenas 4 mil profissionais,
afirmou Padilha.
Os nmeros do DataSUS
mostram que, de fato, os equi-
pamentos de sade conti-
nuam concentrados nos Esta-
dos mais ricos - So Paulo,
por exemplo, tem trs vezes
mais equipamentos por habi-
tante do que oMaranho. En-
tretanto, os locais onde houve
omaior crescimento nos equi-
pamentos de sade registra-
dos pelo DataSUS foram os
Estados do Norte - Roraima,
Rondnia, Acre e Par mais
do que dobraram a quantida-
de de aparelhos desde 2008.
Como esses so os locais
em que hoje h ummenor n-
mero de mdicos, na Regio
Norte que hmais equipamen-
tos por profissional. Isso, en-
tretanto, no significa que no
falte infraestrutura nesses lo-
cais. Ns precisamos conti-
nuar investindo e melhoran-
do a infraestrutura. O progra-
maMaisMdicos prev R$ 12
bilhes em investimentos,
disse Padilha.
CRTICAS
As entidades mdicas, no
entanto, defendem que no
h falta de profissionais. O
principal problema, segundo
os representantes de classe,
a falta de uma carreira estrutu-
rada para os mdicos na rede
pblica, alm da necessidade
de melhoria nas condies de
trabalho nos locaismais remo-
tos.
Cid Clio Jayme Carva-
lhaes, presidente do Sindicato
dos Mdicos de So Paulo,
afirmou que o aumento num-
rico verificado no significa
uma infraestrutura mais de-
senvolvida nessas regies.
Um dos principais proble-
mas, que vale tanto para o n-
mero de mdicos quanto para
a estrutura, a distribuio
desigual, disse. Os hospitais
na regio da Avenida Paulista
e proximidades tm mais
tomgrafos do que a Frana
inteira. Enquanto isso, em al-
guns bairros na zona leste da
cidade no h nenhum, afir-
mou.
O dirigente paulista, um
dos lderes do protesto realiza-
do por associaes mdicas
que reuniu cerca de 5 mil em
So Paulo no dia 3, manteve a
posio da entidade de que o
problema no a carncia de
mdicos. Quase um tero
dos mdicos do Pas est em
So Paulo, e isso no garante
a qualidade de atendimento
no Estado, afirmou Carva-
lhaes.
Surto de diarreia
assusta Alagoas
Recife I 21 de julho de 2013 I domingo jornal do commercio
13
-
Renato Mota
C
om a promessa de reunir en-
tre 1,5 milho e 2 milhes de
pessoas, os Atos Centrais so
o corao da JornadaMundial da Ju-
ventude (JMJ). No toa, quatro dos
cinco eventos principais contaro
com a presena do papa Francisco,
em sua primeira viagem internacio-
nal. S a primeira grande cerimnia,
a Missa de Abertura, ser presidida
pelo arcebispo do Rio de Janeiro,
Dom Orani Joo Tempesta, na aber-
tura da JMJ, no dia 23. Mas entre os
dias 25 e 28, so as celebraes de
boas-vindas ao papa, a Via Sacra a
ser realizada emCopacabana e a Vig-
lia e a Missa de Envio ambas em
Guaratiba que prometem trazer
mais emoo aos jovens domundo in-
teiro que estaro presentes.
O tamanho da JMJ preocupa, in-
clusive, os governantes. Tudo preo-
cupante. Fazer um evento desses,
imaginar que Copacabana ter um
evento equivalente a um showdeNa-
tal (missa de abertura, dia 23) e a
dois rveillons (chegada do papa e
Via Crucis) e, na mesma semana,
quando voc acha que pode descan-
sar, tem outro rveillon em Guarati-
ba. Isso exige um esforo enorme,
disse o prefeito Eduardo Paes. Na
Missa de Abertura, os smbolos da
JMJ sero recebidos por 100 canto-
res que pertencem a diferentes par-
quias da cidade. O grupo forma o Co-
ral Carioca JMJ, e tm idade mdia
de 28 anos, iro cantar cerca de 30
msicas.
Porm, os peregrinos da Jornada
tero que esperar mais um dia para
ver o Santo Padre. Mas a espera no
ser em vo, j que na quinta-feira
(25), o pontfice vai a Copacabana pa-
ra a Cerimnia de Acolhida ao papa,
um evento que comea j s 14h,
com DJs catlicos e atraes musi-
cais como a bandaRosa de Saron e Zi-
za Fernandes (que tambm direto-
ramusical da JMJ). Tambm se apre-
sentaro artistas internacionais, co-
mo Matt Mahher, Judy Bailey e Rex
Band. s 17h, o papa Francisco chega
de helicptero no Forte de Copacaba-
na e far todo o percurso pela Aveni-
da Atlntica at o altar em no
papamvel.
A Via Sacra, que ser realizada em
Copacabana e considerada o maior
evento da Jornada pela prpria orga-
nizao. Um quilmetro da Avenida
Atlntica entre o Forte de Copaca-
bana e o palco principal da JMJ se-
ro ocupados por 14 estaes, sendo
13 delas encenadas. A ideia fazer
um paralelo entre o trajeto percorri-
do por Jesus na cidade de Jerusalm
(que ser retratado em cenrios cario-
cas, como a Pedra do Arpoador e Es-
cadaria Selarn, na Lapa) e temas re-
lacionados s questes da juventude
no mundo contemporneo. Iremos
chamar o esprito dos jovens ao
solidria e crist, afirmou o diretor
artstico, Ravel Cabral. O elenco ser
composto por cerca de 300 pessoas.
A atriz Cssia Kiss interpretar Ma-
ria e os tambm atoresMurilo Rosa e
Eriberto Leo lero pequenos depoi-
mentos que antecedem a meditao
de trechos bblicos.
Os ltimos dois grandes eventos
acontecem no mesmo lugar e signifi-
cam o comeo do fim da JMJ no Rio
de Janeiro. O Campus Fidei, emGua-
ratiba, recebe no dia 27 de julho, uma
festa que comea cedo, s 10h30, e se-
gue com 13 shows com cerca de 50
atraes atmeia-noite. Acontece en-
to um intervalo para a Viglia com o
papa Francisco. No palco, jovens que
passaram por situaes difceis na vi-
da mostraro suas histrias em um
ato artstico. A apresentao o tem o
objetivo de renovar foras e criar um
sentimento de ao, um sentimento
que de que ns podemos realizar,
ns podemos mudar. O jovem preci-
sa vivenciar essa experincia, estar
dentro dela e no apenas ser um es-
pectador. importante que a viglia
seja com os jovens e no apenas para
os jovens, destacou o diretor geral,
Ulysses Cruz.
O encerramento da JMJ acontece
no domingo (28) com a Missa de En-
vio. Os jovens, que passaram a noite
em viglia, sero despertados s 7h
comos primeiros shows e s 9h30 re-
cebero novamente o papa Francisco
comum flashmob que est sendo or-
ganizado para a ocasio. s 10h o
Pontfice d incio missa e anuncia
o prximo local que acolher a Jorna-
daMundial da Juventude.
www.jconline.com.br
brasil brasil
Tamanho do
evento e
quantidade de
participantes
preocupa
governo do Rio
espera de
Francisco
JORNADA Cariocas fazem ltimos ajustes antes
da chegada do papa. Eventos com a presena
do pontfice devem arrastar multides
FabianoRocha/Extra/AG
PALCO Local onde o
papa celebrar missa
em Copacabana
recebe ltimos
detalhes
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jornal do commercio Recife I 21 de julho de 2013 I domingo Recife I 21 de julho de 2013 I domingo jornal do commercio
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brasil brasil
qMais na web
Gente que fez de
tudo para ir ao Rio
Confira hotsite e vdeos no
jconline.com.br/fe-e-juventude
www.jconline.com.br
GugaMatos/JCImagem
COBERTURA Renato e Edmar estaro no Rio para acompanhar a JMJ
CelsoPupo/FotoArena/AE
JC seguir os passos
do papa na Jornada
O Jornal do Commercio estar
acompanhando de perto a peregrina-
o dos pernambucanos durante a
JornadaMundial da Juventude. O re-
prter Renato Mota, da editoria de
Brasil/Internacional, e o fotgrafo
Edmar Melo embarcam amanh pa-
ra o Rio de Janeiro para acompa-
nhar os passos do papa Francisco e
dos fiis do Estado que viajaram pa-
ra v-lo de perto.
Esse um grande momento no
s para os catlicos, mas tambm pa-
ra a conjuntura domundo atualmen-
te. Um papa latino-americano como
Francisco, tendo o Brasil como o pri-
meiro local de visita um fato de
grande importncia, do qual o JC
no poderia deixar de no s acom-
panhar de perto, mas tambm trazer
o olhar pernambucano para a cober-
tura, afirma a editora-executiva do
JC, Maria Luiza Borges.
O acompanhamento das notcias
da JMJ ser feito tanto no jornal im-
presso quanto no portal JC Online.
No hotsite F e juventude (jconli-
ne.com.br/fe-e-juventude) o leitor
poder acompanhar em tempo real,
atravs do Twitter do JC (@jc_pe) e
da publicao de notcias, os ltimos
acontecimentos da JornadaMunidal
da Juventude e da visita do papa ao
Brasil. A pgina ter ainda a
restransmisso dos vdeos oficiais da
JMJ, pormeio dos quais os internau-
tas podero acompanhar vrias par-
tes da programao ao vivo. As fotos
feitas pelos fiis que estaro no Rio
de Janeiro tambm aparecero no
mapa interativo da pgina, atravs
da hashtag #JMJ2013.
Diariamente, o caderno de Brasil
do JC trar um apanhado dos fatos
mais importantes do dia e acompa-
nhar a rotina dos peregrinos per-
nambucanos da Jornada. Quais so
os sacrifcios, as dificuldades e as ale-
grias de participar de um evento co-
mo esse? Vamos vivenciar tudo isso
ao lado dos nossos conterrneos em
todos os dias da Jornada, completa
Maria Luiza.
Alm da cobertura do JC, o Siste-
ma Jornal do Commercio de Co-
municao estar na Jornada atra-
vs do portalNE10, que contar com
a reprter Mellyna Reis trazendo os
bastidores do evento. A Rdio Jor