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INTRODUÇÃO À BIOSSEGURANÇA ..................................................... 5

Princípios da Biossegurança ................................................................ 5

NORMAS DE BIOSSEGURANÇA ........................................................... 6

COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DE TRABALHO .................................. 6

REGRAS ESPECÍFICAS DE BIOSSEGURANÇA ................................... 7

Enfermagem do trabalho: ..................................................................... 8

Ações do Técnico de Enfermagem do Trabalho: ................................. 8

CIPA COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES NR – 5

......................................................................................................................... 10

DIAGNÓSTICO DA LER – DORT .......................................................... 12

TRATAMENTO DA LER – DORT .......................................................... 12

PREVENÇÃO DA LER – DORT ............................................................ 13

LOMBALGIA .......................................................................................... 14

VARIZES ............................................................................................... 14

Higiene Ocupacional: ......................................................................... 14

Notificação das doenças do trabalho: ................................................ 14

Prevenção da falha humana: ............................................................. 15

Prevenção: ......................................................................................... 16

Saúde mental do trabalhador: ............................................................ 16

INFECÇÃO HOSPITALAR ..................................................................... 16

INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIA ..................................................... 18

Morfologia e Estrutura Bacteriana ...................................................... 18

BACILOS OU BASTONETES. ............................................................... 20

ESPIRILOS OU ESPIRALADAS. ........................................................... 20

PAREDE CELULAR............................................................................... 21

PARASITOLOGIA .................................................................................. 21

AÇÃO DOS PARASITOS SOBRE O HOSPEDEIRO. ........................... 22

PROTOZOÁRIOS. ................................................................................. 23

HELMINTOS. ......................................................................................... 24

CLASSE TREMATODA. ........................................................................ 24

CLASSE CESTODA. ............................................................................. 25

FILO NEMATODA. ................................................................................ 25

MICOSES. ............................................................................................. 26

VIROLOGIA. .......................................................................................... 28

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ESTRUTURA ......................................................................................... 28

REPLICAÇÃO VIRAL. ........................................................................... 30

CLASSIFICAÇÃO DOS VÍRUS. ............................................................ 31

TRANSMISSÃO DOS VÍRUS. ............................................................... 32

FUNGOS ............................................................................................... 33

DIVISÃO BASIDIOMYCOTA .............................................................. 35

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INTRODUÇÃO À BIOSSEGURANÇA

Princípios da Biossegurança

A Biossegurança consiste no conjunto de ações de prevenção,

diminuição ou eliminação de riscos que possam comprometer a saúde das

pessoas, do ambiente ou da qualidade do trabalho desenvolvido (HINRICHSEN,

2009). Trata-se de um processo funcional e operacional de grande importância

na saúde, pois aborda não só medidas de Controle de Infecções para proteção

da equipe de assistência a usuários em saúde, como também possui papel

consiste na promoção da consciência sanitária e preservação do meio ambiente

no que diz respeito à manipulação e descarte de resíduos químicos tóxicos e

infectantes, reduzindo os riscos à saúde e acidentes ocupacionais.

O interesse pela área é observado pelo crescente número de

regulamentações nacionais e internacionais para controle dos procedimentos

de biotecnologia. Diversas normas já foram implementadas, preconizando a

diminuição da exposição de trabalhadores a riscos e a prevenção de

contaminação ambiental, melhorando significativamente a segurança em

ambientes laboratoriais e principalmente o manuseio de materiais

microbiológicos (HAMBLETON et al., 1992)

Em 2002, foi criada a comissão de Biossegurança em Saúde (CBS) no

âmbito do Ministério da Saúde, com o objetivo de definir estratégias de atuação,

avaliação e acompanhamento das ações de Biossegurança, procurando sempre

o melhor entendimento entre o Ministério da Saúde e as instituições que lidam

com o tema (BRASIL, 2006b).

Embora haja um trabalho consistente para a prática da Biossegurança e

também uma legislação que a regulariza e dá diretrizes, as infecções

frequentemente ocorrem sugerindo que as regras de Biossegurança nem

sempre eficientes ou aplicadas corretamente. Há necessidade, portanto, de

são um maior número de trabalhos informativos acerca do tema (KIMMAN et

al., 2008).

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NORMAS DE BIOSSEGURANÇA

Algumas regras e procedimentos de segurança são fundamentais para

eliminar ou minimizar os acidentes relacionados aos serviços de saúde. A

prevenção é o melhor caminho para evitar a contaminação e deve servir não só

para o profissional, mas também para o paciente, o pessoal auxiliar e o local de

trabalho. A contaminação e infecção cruzada são riscos constantes e todo

profissional precisa estar atentos aos perigos, observando a necessidade de

institucionalização de protocolos específicos, relativos à biossegurança

(CONRADO, 2008; KIMMAN et al., 2008).

COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DE TRABALHO

Deve ser comunicado a empresa imediatamente, quando possível pelo

acidentado ou pelo chefe direto, comunicar ao INSS dentro de 24hs sob pena

de multa da previdência social com informações do tipo de acidente, local, hora

do acidente, testemunhas, material que infectou.

CAT com Perfuro-cortantes: Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL

1996), as quimioprofilaxias contra HBV e HIV devem ser iniciadas até duas horas

após o acidente. Em casos extremos, pode ser realizada até 24 a 36 horas

depois.

Lave exaustivamente com água e sabão o ferimento ou a pele exposta ao

sangue ou líquido orgânico. Lave as mucosas com soro fisiológico ou água em

abundância; não provoque maior sangramento do local ferido e não aumente a

área lesada, a fim de minimizar a exposição ao material infectante. O uso de

anti-sépticos tópicos do tipo PVPI ou álcool 70% pode ser adotado. Não é

recomendada a utilização de agentes cáusticos ou injeção de anti-sépticos.

Dirija-se imediatamente ao Centro de Referência no atendimento de acidentes

ocupacionais com material biológico de sua região. Nesse local, deverá ser

comunicado o fato ao Técnico de Segurança do Trabalho, preenchido o

inquérito de notificação e emitida a Comunicação de Acidente de Trabalho –

CAT. O ideal é que o acidentado e as condições do acidente sejam avaliados por

uma equipe multiprofissional.

Leve sua carteira de vacinação ou informe sobre seu estado vacinal e dados

recentes de sua saúde, sorologias anteriores.

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Obtenha o maior número possível de informações sobre o paciente fonte,

juntamente com a anamnése.

Coleta de sangue do paciente fonte para análise.

O profissional acidentado, em uso de quimioprofilaxia antiretroviral.

Realizar sorologias no momento da contaminação (ELISA – exame

convencional de teste rápido), três meses depois e seis meses após o acidente.

REGRAS ESPECÍFICAS DE BIOSSEGURANÇA

A execução constate de determinadas regras é capaz de garantir uma

boa segurança e diminuir os possíveis riscos. Assim, para desempenhar suas

funções de forma tranqüila, recomenda-se adotar as seguidas regras:

Não estando em uso, manter todos os frascos com material infectante

fechados;

Não se deve colocar materiais contaminados na superfície do balcão de

trabalho, nem descartá-los na pia;

Não produzir aerossol desnecessariamente;

Não pipetar com a boca;

Não comer, beber ou fumar no ambiente de trabalho, assim como não

estocar comida bebida nos refrigeradores ou locais de área técnica;

Não levar luvas para fora da área de trabalho, e lavar as mãos antes de sair

da unidade de trabalho;

Vestir jalecos no local de trabalho e trocá-los antes de sair;

Desinfetar os balcões ao final do dia;

Cobrir cortes principalmente das mãos;

Evitar perfurações com agulhas e outros objetos pontiagudos,

principalmente os sujos com sangue;

Não sobrecarregar fichários, nem deixar gavetas abertas em área de

circulação;

Não abrir portas ou pegar em objetos com a mão enluvada utilizada no

paciente.

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Enfermagem do trabalho:

A equipe de enfermagem do trabalho é composta por técnico de

enfermagem, enfermeiro do trabalho e médico do trabalho. Está intimamente

ligado ao serviço de ambulatório da empresa.

Técnico de Enfermagem do Trabalho – Após realizar o curso de técnico,

devidamente registrado no COREN há uma especialização de Técnico de

Enfermagem do Trabalho, segundo a NR – 3 do Ministério do Trabalho que

informa que estão devidamente aptos a exercer a função. Nas empresas tem

aspecto preventivo e nas atividades de urgência e emergência. O mesmo deve

conhecer a empresa e os riscos laborais a qual estão expostos, buscando

informações de como atuar na promoção de educação e orientação no

trabalho.

Ações do Técnico de Enfermagem do Trabalho:

Executar as atividades de nível médio atribuídas a ele, sob orientação e

supervisão do Enfermeiro.

Observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas do estado de saúde dos

trabalhadores, ao nível de sua competência.

Preparar o ambiente de trabalho, verificando se estão em ordem os materiais

e equipamentos para a realização das atividades da equipe de saúde.

Manter em ordem os materiais e equipamentos usados.

Auxiliar o Enfermeiro nos exames diagnósticos.

Preparar o cliente para consultas e exames.

Executar tratamentos prescritos ou de rotina, administrar medicamentos,

realizar curativos, oxigenoterapia, nebulização, aplicação de calor ou frio,

aplicação de vacinas, colher materiais para exames, além de outras

atribuições.

Cuidados de higiene e conforto.

Aconselhamento em matérias de saúde.

Prestar atendimentos de primeiros socorros.

Manter em ordem arquivos e prontuários.

Participar de programas de prevenção de acidentes, motivando o

trabalhador a sempre ter segurança em seu ambiente de trabalho.

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Fazer visitas domiciliares ou hospitalares em casos de acidentes de trabalho.

Enfermeiro do Trabalho – Tem as seguintes funções: assistencial,

administrativas e educativas.

Assistencial: Conjunto de atividades que visam atender as necessidades

de promoção, prevenção e recuperação da saúde do trabalhador.

Coordenar, avaliar e executar atividades de enfermagem nas avaliações de

saúde, nas urgências e em procedimentos diversos.

Prescrever na ausência do médico, os medicamentos autorizados pelo Serviço

Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT).

Elaborar e executar planos e ações relativas à prevenção.

Realizar consultas de enfermagem.

Identificar os trabalhos de alto risco e prestar a assistência adequada.

Aplicar a vigilância epidemiológica.

Organizar e fiscalizar o programa de imunização da empresa.

Supervisionar todos os trabalhos de assistência de enfermagem.

Prevenção de DST’s.

Planejamento familiar.

Supervisionar o uso de EPI’s.

Administrativas: São as tarefas relativas à previsão, organização, direção e

controle das atividades da área.

Elaborar projetos de reformas no serviço de saúde.

Planejar, participar e implantar o serviço de saúde ocupacional.

Elaborar fluxograma para atendimento dos trabalhadores.

Dirigir os serviços de enfermagem do trabalho.

Elaborar normas e rotinas.

Dimensionar recursos humanos.

Organizar programas de educação continuada.

Realizar reuniões periódicas com a equipe.

Solicitar e controlar o estoque dos recursos materiais.

Educativas: Atividades relacionadas com a educação dos trabalhadores relativas

à promoção, manutenção e recuperação dos trabalhadores.

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Treinar os trabalhadores para os primeiros socorros.

Participar de atividades educativas em toxicologia para os trabalhadores.

Adolescente um trabalho educativo e preventivo nas comissões internas de

prevenção de acidentes.

CIPA COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES NR – 5

Tem como objetivo principal a prevenção de acidentes e doenças

decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanente o trabalho

com a preservação da vida e a promoção de saúde do trabalhador. Obrigatória

em empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da

administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações

recreativas, cooperativas e outras que admitam trabalhadores como

empregados.

É composta de representantes do empregador e dos empregados,

escolhidos pelos funcionários por eleição direta por meio de filiação sindical de

empregados interessados no cargo. O mandato tem duração de 1 ano, sendo

permitida a reeleição. O empregador delegará o representante da empresa para

ser o presidente da CIPA e os funcionários escolhem o vice-presidente entre os

titulares.

A CIPA tem por atribuições:

Identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de riscos.

Elaborar o plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de

problemas de segurança de saúde no trabalho.

Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de

prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos

locais de trabalho.

Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho

visando a identificação de situações que venham a trazer riscos para a

segurança e saúde dos trabalhadores.

Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no

trabalho.

Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras.

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Promover anualmente em conjunto com o SESMT a Semana Interna de

Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT.

Participar anualmente em conjunto com a empresa de campanhas de

Prevenção da AIDS.

Promover reuniões mensais, durante o expediente e em local apropriado.

Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas se houver a denúncia de

situação de risco grave e iminente, na presença de acidentes de trabalho

graves ou fatais.

A empresa deve promover treinamentos para os membros da CIPA, titulares e

suplentes antes da posse.

Ergonomia: Norma Regulamentadora 17

Esta norma visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das

condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores de

modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho

eficiente. Cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho,

devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho.

A ergonomia adota critérios de avaliação, quantificação, e condutas

necessárias, abordando aspectos como risco biomecânico, risco patológico,

risco psicológico, conforto térmico, conforto acústico, conforto visual,

organização do trabalho, dentre outros necessários a demanda ergonômica.

O programa de ergonomia visa proporcionar ao trabalhador ambientes

de trabalho com conforto e segurança à integridade física, conseqüentemente

aumento de produtividade, redução do número de acidentes e afastamentos,

redução do número de faltas ao serviço, além da valorização profissional dos

trabalhadores.

LER - Lesões por Esforços Repetitivos e DORT - Distúrbios Osteo-

musculares Relacionados ao Trabalho, sendo doenças caracterizadas pelo

desgaste de estruturas do sistema músculo-esquelético que atingem várias

categorias profissionais.

Os principais sintomas são:

Dor localizada, irradiada ou generalizada,

Desconforto,

Fadiga,

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Sensação de peso,

Formigamento,

Dormência,

Sensação de diminuição de força,

Inchaço,

Enrijecimento muscular,

Choques nos membros e

Falta de firmeza nas mãos.

Nos casos mais crônicos e graves, pode ocorrer:

Sudorese excessiva nas mãos e

Alodínea (sensação de dor como resposta a estímulos não nocivos em pele

normal).

DIAGNÓSTICO DA LER – DORT

Exames complementares podem ser solicitados para esclarecer o diagnóstico,

incluindo:

Radiografias,

Ecografias,

Eletroneuromiografia,

Ressonância magnética,

Exames laboratoriais para condições reumáticas, dentre outros.

TRATAMENTO DA LER – DORT

Medidas ergonômicas visam à melhoria do espaço físico e dinâmico de

trabalho que não induzam ao desenvolvimento da LER – DORT. Por vezes,

pequenas adaptações fazem grandes diferenças. As pausas programadas

podem ser consideradas atitudes ergonômicas benéficas.

Exercícios físicos são benéficos e incluem tanto exercícios aeróbicos, como

exercícios de alongamento.

Fisioterapia é muitas vezes empregada na redução da dor e na recuperação da

função e dos movimentos do membro afetado pela LER – DORT.

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Medicamentos antiinflamatórios e analgésicos são utilizados para alívio da dor

aguda e crônica da LER - DORT. Devem ser utilizados com cautela e

recomendação médica.

Medicamentos corticóides são antiinflamatórios mais potentes, porém com

mais efeitos colaterais, merecendo atenção médica redobrada.

Medicamentos antidepressivos e outros agentes com ação no sistema nervoso

central são utilizados em quadros de dores crônicas provocadas pela LER –

DORT ou quando associadas aos sintomas de humor e/ou ansiedade.

Intervenção cirúrgica é indicada para casos associados a más formações e

deformidades ósteo-musculares irreversíveis ao tratamento medicamentoso.

PREVENÇÃO DA LER – DORT

Identifique tarefas, ferramentas ou situações que causam dor ou desconforto

e converse sobre elas com os profissionais da Comissão de Saúde Ocupacional

e com sua chefia.

Faça revezamento nas tarefas.

Procure aprender outras tarefas que exijam outros tipos de movimento.

Faça pausas obrigatórias de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados,

evitando ultrapassar 6 horas de trabalho diário de digitação.

Auxilie na identificação das posições incorretas e forçadas no trabalho. Ao

mesmo tempo, procure dar sugestões sobre o que fazer.

Informe claramente à sua chefia quando o tempo determinado para realizar

uma tarefa for reduzido.

Diante dos sintomas de dor ou formigamento nos membros superiores,

procure um médico.

Procure conhecer os recursos de conforto do seu posto de trabalho.

Procure adotar as posturas corretas.

Levante-se de tempos em tempos, ande um pouco, espreguice-se, faça

movimentos contrários àqueles da tarefa.

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LOMBALGIA

Dor que acomete a região lombar inferior, lombossacrais ou sacroilíacas

da coluna lombar, pode se irradiar para uma ou ambas as nádegas ou para as

pernas na distribuição do nervo ciático (dor ciática).

VARIZES

Degeneração que ao longo do tempo as paredes das veias perdem a

elasticidade e firmeza dando origem às varizes.

Higiene Ocupacional:

Conhecida como a higiene do trabalho ou industrial, tem como objetivo

proporcionar melhor condição de trabalho em ambientes insalubres, proteger e

promover a saúde do trabalhador, proteger o meio ambiente.

Fases da Higiene Ocupacional:

Antecipação de riscos: é a fase onde é realizada a avaliação dos riscos

potenciais e estabelecido medidas preventivas antes que ocorra algum risco.

Reconhecimento dos riscos: identificação de agentes lesivos existentes.

Avaliação de riscos: avaliação quantitativa dos agentes reconhecidos no

ambiente de trabalho.

Controle de riscos: eliminação ou redução de riscos potenciais, avaliados e

reconhecidos no ambiente de trabalho.

Notificação das doenças do trabalho:

Acidentes de trabalho: conforme o Artigo 19 da Lei 8213/91, Decreto

3048/99 é considerado como acidente de trabalho o que ocorre pelo exercício

do trabalho a serviço da empresa, com o segurado empregado, que provoca

lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, perda ou redução,

permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Condições Inseguras – são condições que são ligadas ao objeto com os

quais lidamos ou dos quais dependemos para o desenvolvimento das atividades

laborais. Ex.:

Iluminação inadequada;

Deficientes condições sanitárias;

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Máquinas em condições ruins;

Matéria prima inadequada;

Falta de qualificação profissional;

EPI inadequado;

Carga horária;

Falhas administrativas;

Falhas no treinamento.

Atos Inseguros – é todo ato capaz de provocar algum dano ao trabalhador,

a terceiros ou a maquinas e utensílios. Ex.:

Trabalhador embriagado;

Usar equipamentos defeituosos;

Lentidão;

Sono, fadiga;

Ganhar tempo;

Manipulação indevida de máquinas e equipamentos;

Não usar EPI ou usar inadequadamente;

Brincadeiras ou exibicionismo;

Distração;

Repetitividade;

Negligência;

Imperícia;

Autoconfiança;

Desmotivação.

Prevenção da falha humana:

Treinamento adequado;

Demonstração do funcionamento dos equipamentos;

Seleção adequada dos funcionários para diversas funções;

Reciclagem;

Reuniões periódicas com os funcionários;

Checagem dos funcionários em treinamento e reciclagem;

Acompanhamento dos funcionários novos;

Remanejamento dos funcionários descontentes;

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Controle dos fatores estressantes;

Supervisão de todos os funcionários;

Fixação de cartazes com orientações do dia a dia.

Prevenção:

Prevenção primária – Ensino e orientação de grupos de trabalhadores,

em relação à alimentação, hidratação, repouso, exercícios, postura,

funcionamento de órgãos e sistemas, vida sexual, recreação, higiene e

profilaxia, distribuição de materiais educativos. Todas as ações voltadas para a

prevenção de qualquer dano a saúde do trabalhador (Vacinação).

Prevenção secundária – Consulta e atendimento de enfermagem

relacionados aos agravos da saúde, prestação e cuidados de enfermagem nas

emergências e nos problemas graves, encaminhando o profissional à um

atendimento mais apropriado quando necessário. Ações que visam evitar uma

seqüela irreversível e a recuperação o mais rápido possível do profissional

(Controle de Pressão Arterial).

Prevenção terciária – Assistência aos portadores de seqüelas, produzidas

pelas condições de trabalho, reintegração física, mental e social do trabalhador

ao seu ambiente ocupacional. Ações voltadas para a reabilitação (Fisioterapia).

Saúde mental do trabalhador:

Tanto o estresse como a depressão está relacionada com a saúde mental

do trabalhador. Vivemos numa sociedade capitalista e que sem o nosso

trabalho não podemos ter o que almejamos, o trabalho é cada vez mais

indispensável ao trabalhador. Ambientes agitados com alto grau de

competitividade acabam levando o trabalhador a um sofrimento que irá

desencadear mais cedo ou mais tarde em alguma patologia. Faz-se necessário

que o empregador tenha a preocupação com a saúde mental do trabalhador,

garantindo assim, uma maior produtividade.

INFECÇÃO HOSPITALAR

O Ministério da Saúde em 1983 reconheceu os problemas da infecção

hospitalar e suas conseqüências, foi elaborado uma portaria de n° 196 de 24 de

junho, que constavam no anexo II os critérios para identificação e diagnóstico

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da infecção hospitalar. É qualquer infecção adquirida após a internação do

paciente que se manifesta durante a internação, ou quando após a alta possa

ser relacionada a internação/ procedimentos hospitalares. INFECÇÃO –

Resposta inflamatória provocada pela invasão ou presença de microrganismos

em tecidos orgânicos. Infecção Comunitária: Constatada ou incubada no ato da

admissão hospitalar do paciente, desde que não seja relacionada com a

internação anterior.

Pode ser também as complicações ou a extensão da infecção já presente

na admissão hospitalar.

Infecção do RN por aquisição transplacentária ou via vertical descoberta

logo após o nascimento Ex.: Herpes simples, Toxoplasmose, rubéola, sífilis e

AIDS.

Infecção Cruzada: é a infecção ocasionada pela transmissão de um

microorganismo de um paciente para o outro, geralmente pelo pessoal,

ambiente ou instrumento contaminado.

Métodos de controle da Infecção Hospitalar: Evitar jóias, cabelos soltos,

manter jaleco sempre abotoado, unhas sempre curtas. Lavagem correta das

mãos a cada procedimento. Uso correto de EPI’s equipamentos de proteção

individual: luvas, óculos de acrílico, máscara facial, avental impermeável, gorro,

pro - pé.

Precauções, são aquelas usadas quando houver contato direto ou

indireto com uma situação de risco de contaminação, existem três precauções:

precaução padrão, de contato e respiratória.

Medidas de precaução da CCIH CCIH – Comissão de Controle de

Infecção Hospitalar, órgão que atua dentro da unidade hospitalar com

autoridade máxima na instituição para a execução das ações de controle de IH.

Principais objetivos: Consolidação e divulgação de dados; Relatórios;

Determinação de índices endêmicos, tendências e do perfil epidemiológico das

infecções hospitalares; Implantação de medidas de controle, normas e rotinas

de procedimentos invasivos; Métodos de proteção anti-infecciosas; Tratar

isolamentos e precauções; Promover atividades educativas; Cumprir exigências

legais.

Precauções básicas e Isolamento: A prevenção da disseminação de

patógenos no ambiente hospitalar exige a necessidade de instituir e manter

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medidas de controle durante o período de transmissibilidade para cada doença

em particular. Devem ser aplicadas em todas as situações de atendimento a

pacientes, independentes de suspeita de doença transmissível. Visam prevenir a

transmissão hospitalar de microorganismos, inclusive quando a fonte é

desconhecida.

INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIA

Morfologia e Estrutura Bacteriana

As bactérias são extremamente variáveis quanto ao tamanho e formas

que apresentam.

Estrutura da Bactéria: possuem um único cromossomo constituído por

uma molécula de DNA, soldadas em blocos de proteínas formando uma

estrutura fechada, denominada Nucleoide. Ligado a uma invaginação da

membrana plasmática (mesossomo) onde estão as enzimas respiratórias,

possuem também parede celular e um invólucro que as protege de vírus,

substâncias tóxicas, células fagocitárias e anticorpo. Muitas bactérias possuem

um sistema de locomoção próprio, constituído por um ou mais flagelos e para

aderir a substratos sólidos e aos tecidos dos organismos parasitados, as bactérias

possuem pilo ou fímbrias (filamentos de natureza protéica, mas curtos e muito

mais finos que os flagelos).

Forma das Bactérias: apresentam grande variedade de acordo com o

grupo a que pertencem. As formas mais comuns são: bastonetes (formas

alongadas), cocos (formas esféricas), vibriões (forma de vírgula), e espirilos ou

espiroquetas (formas espiraladas).

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Em relação às formas, a maioria das bactérias estudadas segue um

padrão menos variável, embora existam vários tipos morfológicos distintos. E

podem ser agrupadas em três tipos (figura 11): cocos (são células esféricas que

agrupadas aos pares, é denominada “diplococos”, quando constitui uma cadeia

de cocos são denominados “estreptococos”, e em grupos irregulares lembrando

um cacho de uvas recebem a designação de “estafilococos”), bacilos (são células

cilíndricas, em forma de bastonetes, se apresentam isoladamente, mas podem

ser observados pares “diplobacilos” ou em cadeias “estreptobacilos”), e espirilos

(são células espiraladas e se apresentam isoladamente).

Cocos: São bactérias grandes ou pequenas, de formas ovaladas ou

arredondadas, achatadas ou alongadas em uma de suas extremidades, vivem

isoladas ou em colônias, que nada mais é do que o agrupamento de bactérias.

Os cocos sofrem processo de divisão e após o mesmo, permanecem unidos

formando pares (diplococos), às vezes formam cachos (estafilococos) ou cadeias

(estreptococos). Há um grande número destas bactérias que estão associadas à

patogênese (modo como os agentes etiopatogénicos agridem o nosso

organismo), humana e animal. Existem espécies Gram positivas e Gram

negativas.

Os diplococos é um conjunto de bactérias características de cocos

associados aos pares, entre os diplococos patogênicos mais comuns podemos

citar: Streptococcus pneumoniae, Neisseria gonorrhoeae, Nisseria meningitidis.

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Figura 11 Formas de Bactérias. Fonte; www.google.com.br

BACILOS OU BASTONETES.

Existe uma gama de bacilos associados à patogênese humana e animal,

e eles podem ser longos, espessos, delgados, curtos, com extremidades finas,

arredondadas ou retas em um de seus lados. Como mencionado anteriormente,

os bacilos também sofrem um processo de divisão e permanecem juntos

formando pares diplobacilos, ou cadeias estreptobacilos.

Podemos citar como exemplo: a bactéria causadora da tuberculose

(bacilo de Cock) Mycobacterium tuberculosis e a bactéria Mycobacterium leprae

responsável pela hanseníase, e o bacilo do gênero Conybacterium, causador da

difteria.

ESPIRILOS OU ESPIRALADAS.

Sua nomenclatura é bastante controvertida ainda, a classificação divide

os espiralados em dois grupos: espiroquetas (apresentam uma forma de espiral

flexível, possuindo flagelos Peri-plasmáticos), o outro grupo são os espirilos, que

exibem morfologia com espiral incompleta.

Os espiralados são microrganismos bastante afilados, de difícil

observação por microscopia de campo claro, sendo muitas das vezes analisados

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por microscopia de campo escuro, ou técnica de coloração empregando sais de

prata.

PAREDE CELULAR.

As paredes celulares das bactéria são tipicamente compostas

por peptidioglicanos (polímeros de polissacarídeos ligados a proteínas como

a mureína, com funções protetoras).

Quando a parede exterior tem esta composição, a célula tinge de cor

púrpura quando fixada com violeta-cristal, uma preparação conhecida

como técnica de Gram - bactérias "Gram-positivas".

Outras bactérias possuem uma membrana externa, que se sobrepõe a

uma fina camada de peptidioglicanos, essa membrana externa é formada por

carboidratos, lípidos e proteínas. Estas bactérias não tingem de púrpura com o

corante de Gram - "Gram-negativas".

Muitos antibióticos, incluindo a penicilina e seus derivados, agem

inibindo o processo de síntese da parede celular bacteriana durante a divisão

binária.

A parede celular bacteriana contém em algumas espécies infecciosas a

endotoxina lipopolissacarídeo (LPS) uma substância que leva a reação excessiva

do sistema imunitário, podendo causar morte no hóspede devido a choque

séptico.

PARASITOLOGIA

É toda planta ou animal que vive dentro de, sobre ou com outro ser

vivente, do qual obtém alimento, proteção ou outra vantagem.

Os seres vivos, vegetais e animais possuem um inter-relacionamento

fundamental para a manutenção da vida. Podemos até afirmar que nenhum ser

vivo é capaz de sobreviver e reproduzir-se independentemente de outro.

Entretanto, esse relacionamento varia muito entre os diversos reinos, filo,

ordens, gêneros e espécies.

A ciência que estuda a interdependência funcional entre bactérias,

protozoários, vegetais, animais e meio ambiente e a ecologia, responsável

também por estudar as estruturas e funções da natureza.

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AÇÃO DOS PARASITOS SOBRE O HOSPEDEIRO.

Nem sempre a presença de um parasito indica que há ação patogênica

do mesmo no hospedeiro, esta ausência de patogenicidade depende da fase

evolutiva do parasito, e tem curta duração. A parasitose é uma doença

decorrente do desequilíbrio entre parasito e hospedeiro, depende de vários

fatores: inerentes ao parasito (forma e número de infectantes, virulência da

cepa, metabolismo, tamanho, etc.), inerentes ao hospedeiro (idade e estado

nutricional, órgãos atingidos, associação do parasito com outra espécie e

resposta imune e intecorrência de outras doenças). Portanto, a morte do

hospedeiro não é vantagem para o parasito, por que representaria também a

sua morte. A patogenicidade dos parasitos é muito variável, depende da ação:

1. Ação Espoliativa – Quando os parasitos absorvem nutrientes ou até

mesmo sangue do hospedeiro, é o caso do Ancylostomidae, que

ingerem sangue da mucosa intestinal para obtenção de ferro e oxigênio

e não como nutrição direta, deixando pontos hemorrágicos na mucosa,

após abandonarem o local da sucção e também o hematofagismo dos

triatomíneos (mosquitos).

2. Ação Tóxica – Algumas espécies produzem enzimas ou metabolitos que

lesam o tecido do hospedeiro, exemplo: as reações alérgicas provocadas

pelos metabolitos do Ascaris lumbricoides, as reações teciduais no

intestino, fígado e pulmões, produzidas pelas secreções no miracídio

dentro do ovo de Schistosoma mansoni.

3. Ação Mecânica – Há espécies capazes de impedir o fluxo dos alimentos,

bile ou absorção alimentar (Ascaris lumbricóide, obstruindo uma alça

intestinal, e a Giardia lamblia no duodeno).

4. Ação Traumática – Provocada por formas larvárias de helmintos, na

maioria dos casos, embora vermes adultos e protozoários sejam capazes

de fazê-lo (úlceras intestinais provocadas pelos Ancylostomidae e

Trichuris trichura; o rompimento das hemácias pelos plasmodium.

5. Ação Enzimática – Ocorre na penetração da pele por cercarias de

Schistosoma mansoni; a ação de Entamoeba histolytica ou dos

Ancylostomidae lesando o epitélio intestinal para obter alimento.

Qualquer parasito que consuma o O2, da hemoglobina é capaz de

causar uma anemia.

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PROTOZOÁRIOS.

O sub-reino protozoa é constituído por cerca de 60.000 espécies

conhecidas, das quais 50% são fósseis e o restante vive até hoje; destes, umas

10.000 espécies são parasitos dos mais variados animais e apenas algumas

espécies infectam o homem. O protozoa é dividido em sete filos:

Sarcoimastigophora, Apicomplexa, Ciliophora, Micrósporo, Labyrinthomorpha,

Ascetospora e Myxospera; destes apenas os quatro primeiros tem interesse em

parasitologia humana.

Os protozoários englobam todos os organismos protistas, eucariotas,

constituídos por uma única célula, apresentam as mais variadas formas,

processos de alimentação, reprodução, locomoção e excreção, todas as funções

mantenedoras da vida. Para cada função existe uma organela própria, como:

núcleo bem definido com envelope nuclear; alguns protozoários têm apenas

um núcleo, outros possuem dois ou mais semelhantes. Os ciliados possuem dois

núcleos, um macronúcleo “vegetativo relacionado com a síntese de DNA e

RNA” e micronúcleos “reprodução sexuada e assexuada”.

A morfologia dos protozoários varia de acordo com a fase evolutiva e o

meio à que se adaptou; podendo ser ovais, alongados e esféricos; alguns são

revestidos de cílios, outros possuem flagelos, e aquele que não possuem

nenhuma organela especializada. Dependendo da atividade fisiológica,

algumas espécies possuem fases bem definidas, como:

Trofozoítos – forma ativa do protozoário, na qual se alimenta e se

reproduz por diferentes processos.

Cistos e Oocistos – formas de resistência, o protozoário secreta uma

parede resistente “parede cística” quando este estiver em meio

impróprio ou em fase de latência (podem ser encontrados em tecidos

ou fezes do hospedeiro), já, os oocistos são encontrados nas fezes do

hospedeiro, provenientes da reprodução assexuada.

Gameta – forma sexuada, o gameta masculino é o microgameta, e o

feminino é o macrogameta, aparecem nas espécies do filo Apicomplexa.

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HELMINTOS.

Os helmintos é um grupo numeroso de animais, é inclui espécies de vida

parasitária e de vida livre, apresenta três filos: Platyhelmintes, Nematódea e

Acanthocephala.

Filo Platyhelmintes – do grego platy, que significa chato, é os

representantes dos helmintos mais inferiores e são caracterizados por ter

simetria bilateral, uma extremidade anterior com órgãos sensitivos e de fixação

e uma extremidade posterior, sem endo-esqueleto, com ou sem tubo digestivo,

sem ânus, sem aparelho respiratório, sistema excretor tipo protonefrídico, com

tecido conjuntivo enchendo os espaços entre os órgãos.

CLASSE TREMATODA.

São endoparasitos ou ectoparasitos, que quando adultos não possuem

epiderme e cílios externos; corpo recoberto por uma cutícula e não

segmentados, possuindo uma ou mais ventosas; com tubo digestivo, ânus

geralmente ausente; hermafroditas ou não; evolução simples ou com

hospedeiro intermediário. Tem como característica habitual o achatamento

dorsal, às vezes recurvado, com face ventral côncava, de contorna alongado ou

oval; e algumas vezes parecem volumosas, com extremidade posterior alongada

e a anterior truncada e afilada.

A classe trematoda compreende três grupos de parasitos: Monogenea,

Aspidogasrea e Digenea; a última tem maior interesse, por conter

representantes que afetam o homem.

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Schistosoma mansoni

CLASSE CESTODA.

São endoparasitos desprovidos de epiderme, de cavidade geral e de

sistema digestivo; os órgãos de fixação localizam-se na extremidade anterior; o

corpo se apresenta alongado e constituído por segmentos, lembrando os

trematódeos. Um cestódeo típico apresenta três regiões distintas: escólice, onde

localiza os órgãos de fixação; colo ou pescoço suporta o escólice e faz a ligação

com a terceira região, que é o estróbio, segmentado nas formas polizóicas. Esta

classe compreende duas subclasses: Cestodaria e Eucestoda, sendo esta última

com varias ordens, das quais apenas a Pseudophyllidea e Cyclophyllidea

interessam por parasitarem o homem.

Os cestódeos são recobertos de uma cutícula, que repousa diretamente

sobre o mesenquima, que nos taeniidae é rico em corpúsculos calcários

(carbonato de cálcio). O sistema nervoso é, constituído basicamente por

gânglios na base do escólice e nervos laterais, interligados por comissuras, não

existe órgãos sensoriais especiais.

FILO NEMATODA.

Neste grupo são encontrados representantes com os mais variados tipos

de vida e habitat, desde espécies saprófitas de vida livres aquática ou terrestre

até parasitos de vegetais, invertebrados e vertebrados. Recentemente com os

avanços da biotecnologia já nos permite agrupar os nematóides em duas

classes:

São vermes com simetria bilateral, três folhetos germinativos, sem

segmentação verdadeira ou probóscide, cilíndricos, alongados, sem células em

flama, cavidade geral sem revestimento epitelial, tamanho variável em

milímetros a dezenas de centímetros, tudo digestivo completo, com abertura

anal ou cloacal terminal ou próxima da extremidade anterior; sexos separados

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(dióicos), o macho é menor que a fêmea, corpo revestido por cutículas acelular,

lisa ou com estriações.

MICOSES.

As micoses estão divididas em:

Micoses Superficiais – os agentes de micoses superficiais formam um

grupo heterogêneo de fungos que não sensibilizam o individuo, não provocam

reações alérgicas a distancia como os agentes de micoses cutâneas, alguns

exemplares (Malassezia furfur, Hortaea werneckii, Tricosporon sp., Piedraia

hortae) são os fungos envolvidos neste tipo de micose.

- Malassezia furfur: Agente da pitiríase versicolor, afecção cutânea

assintomática que se caracteriza por placas descamativas de diferentes cores

(castanho avernmelhadas, marrom ou branco).

- Hortaea wernekii: agente tinha negra, lesão que se caracteriza pela

formação de manchas pouco descamativas de coloração castanha ou preta,

principalmente nas palmas das mãos, essas lesões aumentam de tamanho

durante meses ou anos.

- Trichosporon sp.: causa piedra branca, que consiste em nódulos

castanhos claros e macios em torno de pelos da região genital, axilar e do couro

cabeludo, os nódulos são menos aderentes que os da piedra negra. Nos

pacientes com imunodeficiência, pode ocorrer invasão do sangue, dos rins, dos

pulmões e da pele.

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- Piedraia hortae: produz piedra negra, que consiste em nódulos duros,

pretos e firmes em torno dos cabelos.

Micoses Cutâneas – Agrupam as dermatofitoses e as candidíase cutâneas.

Os agentes das micoses cutâneas atacam a epiderme e as camadas mais

profundas da córnea, chegando a produzir granulomas, se localizadas na pele,

pêlos, unhas e mucosas.

Os dermatófitos são fungos relacionados entre si que invadem a

queratina morta, pertence aos gêneros Microsporum, Epidermophyton e

Trchophyton. A espécies geofilicas vivem principalmente no solo; as zoofílicas,

em animais; as antropofílicas, nos seres humanos; esses fungos infectam locais

específicos do corpo, que servem de base para o diagnóstico clínico.

- Microsporum canis: causam dermatofitose do corpo e do couro

cabeludo, geralmente encontrados em crianças adquiridos de animais

infectados como gatos e cães.

- Microsporum gypseum: causa dermatofitose inflamatpria do corpo ou

couro cabeludo, contraído por dermatofitose inguinal.

- Epidermophyton floccosum: dermatofitose epidêmica (pé de atleta) em

locais de veraneio, bem como dermatofitose inguinal.

- Trichophyton rubrum: dermatofitose do corpo, dos pés, da virilha e das

unhas; em pacientes imunodeprimidos, pode causar nódulos ou abscessos

subcutâneos.

- Trichophyton mentagrophytes: dermatofitose inflamatória nos pés, no

corpo, nas unhas, na barba e no couro cabeludo; é causa comum de pé de

atleta, apresenta as variedades granular e cotonosa.

- Trichophyton verrucosum: dermatofitose de couro cabeludo, da barba

ou do corpo, geralmente adquirida por contato com o gado infectado.

- Trichophyton shoenleinii: dermatofitose do couro cabeludo chamado

FAVO (tinha favosa) com alopecia definitiva, raramente, dermatifitose de corpo

ou das unhas.

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VIROLOGIA.

Vírus são organismos biológicos com capacidade de automultiplicação,

através de sua estrutura celular. É uma palavra que vem do Latim tendo como

significado toxina ou veneno. Os vírus são capazes de provocar doenças em

animais é vegetal, porém as doenças virais não são novas, como também não

houve nenhum estudo sobre os vírus antes do século XX.

No sistema tradicional de classificação dos seres vivos, os vírus não estão

incluídos, uma vez que estes não apresentam características e morfológicas e

celulares e são tão pequenos que podem penetrar nas células das menores

bactérias que se conhecem. Os vírus são extremamente simples e por não

possuir organização celular, metabolismo próprio e não se reproduzir fora de

uma célula hospedeira difere dos demais seres vivos; são parasitas intracelulares

obrigatórios e também responsáveis por varias doenças infecciosas.

Agem na célula infectada inibindo o funcionamento do material

genético e passa a comandar a síntese de proteínas, os vírus atacam células

procarióticas (bactérias) e células eucarióticas (de animais, fungos e vegetais), e

muitos retrovírus (vírus com RNA), possuem genes denominados oncogenes, ou

seja, este vírus induz as células infectadas à divisão celular descontrolada,

ocasionando a formação de tumores cancerosos.

ESTRUTURA

Os vírus são extremamente simples, mas alguns possuem uma estrutura

mais complexa, são formados basicamente por um envoltório ou cápsula

protéica onde fica armazenado o material hereditário, que pode ser tanto ácido

desoxirribonucléico (DNA) ou o ácido ribonucléico (RNA), e esses dois ácidos

nunca estão presentes em um mesmo vírus; com em todos os seres vivos o DNA

e o RNA, trabalham dentro da mesma célula, um é portador das informações

genéticas e o outro traduz as informações.

Os vírus são formados por uma cápsula chamada de (capsídeo)

composto de substâncias protéicas, ácidos nucléicos (DNA e RNA); o capsídeo

protege o material viral e é capaz de combinar quimicamente as substancias

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presentes na superfície das células, permitindo que o vírus reconheça e ataque a

célula para hospeda - lá.

Os vírus apresentam uma grande variedade de forma e tamanho, onde

os principais vírus têm de 15 – 300 nm, o vírus da varíola mede (300 x 250 x 100

nm) é o menor vírus humano é o da poliomielite com 20 nm de diâmetro. Num

mesmo grupo as medidas citadas por alguns autores podem variar, isso se deve,

as diferenças nas técnicas empregadas. Os vírus de diferentes famílias

apresentam morfologias diferentes, o que facilita o diagnóstico de doenças

virais e no reconhecimento de novos vírus responsáveis por infecções.

Um vírus pose se apresentar sob vários formatos, como: esféricos

(influenza vírus), bastão (vírus do mosaico do tabaco), projétil (vírus da raiva) e

de ladrilho (poxvírus), e assim, as diferenças protéicas agem de forma especifica

com as proteínas expostas nas membranas celulares identificando as células

susceptíveis a certos vírus. O vírus da poliomielite é especifico de células

nervosas, intestinal e mucosa da garganta; rubéola e varíola têm afinidade por

células dos tecidos humanos.

Há vírus que infectam apenas bactérias (bacteriófagos ou fagos), os que

infectam apenas os fungos (micófagos), temos também os que infectam as

plantas (vírus de plantas) e finalmente os vírus que infectam os animais (vírus de

animais).

Os vírus são compostos pelas seguintes estruturas:

1. Ácido nucléico – molécula que carrega o genoma viral.

2. Capsídio – envoltório protéico que protege o material genético do vírus.

3. Nucleocapsídeo – é formado pelo capsídeo e o ácido nucléico.

4. Capsômeros – subunidades protéicas “monômeros” que constituem o

capsídeo.

5. Envelope – membrana rica em lipídios que envolvem a partícula viral

externamente.

6. Peplômeros ou espículas – estruturas proeminentes, constituídas por

glicoproteínas e lipídios, que estão ancoradas ao envelope, expostas na

superfície.

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REPLICAÇÃO VIRAL.

Os vírus para se replicarem necessitam de uma célula hospedeira e

seguem um mecanismo que pode variar de acordo com a virose, toda via, há

certos princípios similares; o primeiro passo do ciclo de infecção é quando o

vírus mãe (vírion) se liga a superfície da célula a ser invaginada; em um segundo

momento o vírion penetra no citoplasma ou em alguns casos injeta o material

genético do vírus no interior da célula, e o capsídeo permanece fora da célula; o

terceiro passo e quando ocorre a penetração total do vírus e o

desenvelopamento (liberação do material genético do capsídeo).

Passos da replicação viral.

1. Reconhecimento da célula alvo.

2. Ligação do vírus à célula por adsorção.

3. Penetração.

4. Perda do capsídeo ou "despir" do vírus.

5. Síntese de macromoléculas: A) RNA m e síntese protéica: genes não-

estruturais para enzimas e proteínas que atuam conjuntamente com

os ácidos nucléicos. B) Replicação do genoma. C) RNA m tardio e

Síntese protéica: proteínas estruturais.

6. Modificação das proteínas pós-tradução.

7. Montagem do vírus. A) Ligação do envelope viral.

8. Libertação do vírus.

9. O vírus está em condições de infectar novas células.

Há quatro mecanismos que podemos dizer que faz parte do ciclo de

vida de todos os vírus, que são:

1. Penetração do vírus na célula: ocorre a absorção e fixação do vírus na

superfície celular e logo em seguida a penetração através da

membrana celular.

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2. Eclipse: o vírus fica adormecido sem mostrar sinais de sua presença ou

atividade.

3. Multiplicação: ocorre quando há replicação de ácido nucléico e as

sínteses das proteínas do capsídeo; os ácidos nucléicos e as proteínas

sintetizadas desenvolvem com rapidez e produzem nova partícula

viral.

4. Liberação: as novas partículas virais são liberadas para infectar células

sadias.

CLASSIFICAÇÃO DOS VÍRUS.

Quanto ao formato:

- Quanto ao tipo de material genético:

Os vírus possuem material genético que pode ser DNA ou RNA, os que

possuem DNA são conhecidos como “desoxivírus” e são mais estáveis; e

possuem duas configurações nucléicas fita simples e fita dupla.

1. DNA fita simples:

2. DNA fita dupla:

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Os vírus que tem a composição por RNA (ribovírus) são instáveis e

também possuem duas configurações nucléicas.

1. RNA fita simples:

2. RNA fita dupla:

- Quanto ao envoltório:

O envelope é uma estrutura membranosa similar à da membrana das

células vivas formadas por lipídios, proteínas e glicoproteínas; a maioria dos

envelopes é polimórfica ou redonda. O envelope pode ser destruído por

detergentes ou solventes químicos (éter ou clorofórmio) tornando o vírus

inativo.

TRANSMISSÃO DOS VÍRUS.

Os vírus podem ser transmitidos de varias formas:

Por contato direto; pela respiração; pelas secreções gastrointestinais ou

das mucosas; por picadas de insetos ou material perfuro cortante e por

transplante de tecidos e órgão, e transfusão de sangue.

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Modo de transmissão de alguns vírus:

Via respiratória - Rhinovírus, Adenovírus, Paramyxovírus, Orthomyxovírus,

Coronavírus.

Fecal/oral - Picornavírus, Adenovírus, Reovírus.

Contato sexual, transplantes de tecidos e órgãos, materiais perfuro

cortante (seringa) - Herpesvírus, Retrovírus, Hepadnavírus.

Artrópodes ou mordida de animais – Togavírus (rubéola), Flavivírus

(Febre amarela), Bunyavírus, Arenavírus (Febre Lassar e Febre

Hemorrágica), Rabdovírus (Raiva), Reovírus.

FUNGOS

Os fungos constituem um grupo de microrganismos que têm grande

interesse prático e científico para os microbiologistas.

Suas manifestações são familiares: todos já viram os crescimentos em

laranjas, limões e queijos, nas prateleiras de armazéns. De um modo geral, os

fungos incluem os bolores e as leveduras. A palavra bolor tem emprego

pouco nítido, sendo usada para designar os mofos, as ferrugens e o carvão.

CARACTERÍSTICAS GERAIS

A presença de substâncias quitinosas na parede da maior parte das espécies

fúngicas e a sua capacidade de depositar glicogênio os assemelham às

células animais. Os fungos são seres vivos eucarióticos, com um só núcleo,

como as leveduras, ou multinucleados, como se observa entre os fungos

filamentosos ou bolores.

Seu citoplasma contém mitocôndrias e retículo endoplasmático rugoso. São

heterotróficos e nutrem-se de matéria orgânica morta - fungos saprofíticos,

ou viva — fungos parasitários. Suas células possuem vida independente e

não se reúnem para formar tecidos verdadeiros. Os componentes principais

da parede celular são hexoses e hexoaminas, que formam mananas,

ducanas e galactanas. Alguns fungos têm parede rica em quitina (N-acetil

glicosamina), outros possuem complexos polissacarídeos e proteínas, com

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predominância de cisteína.

ESTRUTURA DOS FUNGOS

Os fungos podem se desenvolver em meios de cultivo especiais formando

colônias de dois tipos:

-leveduriformes;

-filamentosas.

CLASSIFICAÇÃO DOS FUNGOS

O Reino Fungi é dividido em seis filos ou divisões dos quais quatro são de

importância médica: Zygomycota, Ascomycota, Basidiomycota e

Deuteromycota.

DIVISÃO ZYGOMYCOTA

Inclui fungos de micélio cenocítico, ainda que septos podem separar

estruturas como os esporângios. A reprodução pode ser sexuada, pela

formação de zigosporos e assexuada com a produção de esporos, os

esporangiosporos, no interior dos esporangios. Os fungos de interesse

médico se encontram nas ordens Mucorales e Entomophthorales.

DIVISÃO ASCOMYCOTA

Agrupa fungos de hifas septadas, sendo o septo incompleto, com os típicos

corpos de Woronin. A sua principal característica é o asco, estrutura em

forma de saco ou bolsa, no interior do qual são produzidos os ascosporos,

esporos sexuados, com forma, número e cor variáveis para cada espécie.

Algumas espécies produzem ascocarpos e ascostromas no interior dos quais

se formam os ascos Conídios, propágulos assexuados. são também

encontrados. As espécies patogênicas para o homem se classificam em três

classes: Hemiascomycetes, Loculoascomycetes e Plectomycetes.

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DIVISÃO BASIDIOMYCOTA

Compreendem fungos de hifas septadas, que se caracterizam pela produção

de esporos sexuados, os basidiosporos, típicos de cada espécie. Conídios ou

propágulos assexuados podem ser encontrados. A espécie patogênica mais

importante se enquadra na classe Teliomycetes.

Divisão Deuteromycota

Engloba fungos de hifas septadas que se multiplicam apenas por conídios e

por isso são conhecidos como Fungos Imperfeitos. Os conídios podem ser

exógenos ou estar contidos em estruturas como os picnídios. Entre os

Deuteromycota se encontra a maior parte dos fungos de importância

médica.

REPRODUÇÃO DOS FUNGOS

Os fungos se reproduzem em ciclos assexuais, sexuais e parassexuais.

Segundo Alexoupolos, a reprodução assexuada abrange quatro

modalidades:

1) fragmentação de artroconídios;

2) fissão de células somáticas;

3) brotamento ou gemulação do blastoconídios-mãe;

4) produção de conídios.

METABOLISMO

Os fungos são microrganismos heterotróficos e, em sue maioria, aeróbios

obrigatórios. No entanto, certas leveduras fermentadoras, aeróbias

facultativas, se desenvolvem em ambientes com pouco oxigênio ou mesmo

na ausência deste elemento. Os fungos podem germinar, ainda que

lentamente, em atmosfera de reduzida quantidade de oxigênio. O

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crescimento vegetativo e a reprodução assexuada ocorrem nessas

condições, enquanto a reprodução sexuada se efetua apenas em atmosfera

rica em oxigênio. Os fungos, como todos os seres vivos, necessitam de água

para o seu desenvolvimento. Alguns são halofílicos, crescendo em ambiente

com elevada concentração de sal.

A temperatura de crescimento abrange uma larga faixa, havendo espécies

psicrôfilas, mesófilas e termófilas. Os fungos de importância médica, em

geral, são mesófilos, apresentando temperatura ótima, entre 20° e 30°C.