INTRODUÇÃO - itacuruca.org.br ESTAÇÃO DISCIPULADO.pdf · Jesus. É a maneira divina para evitar...

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INTRODUÇÃO Cada um de vocês é muito bem vindo aos estudos deste trimestre. Deus tem bênçãos e desafios especiais para a sua vida! Estamos em dívida com ele. A Grande Comissão que Jesus nos deu Mt 28.19-20 tem sido uma grande omissão pessoal e das igrejas! Não herdamos das últimas gerações e nem temos tido a preocupação suficientemente eficaz para reverter essa cultura. Nesse texto há apenas um imperativo “...fazei discípulos...” Os demais verbos existentes são ações resultantes desse imperativo. Quando lemos Cl 1.27-29 e 2Tm 2.2 não podemos negar esse ultimato e o desafio estratégico que o nosso Senhor estabeleceu, tão bem entendidos e praticados especialmente pelo apóstolo Paulo. Cada vez me convenço mais de que o discipulado é a única estratégia capaz de nos levar a conquista do mundo para Cristo. É a mais importante atividade da igreja e, por conseguinte, de cada crente. Todas as ações de uma igreja deveria ter como objetivo principal o fazer discípulos. Às vezes, invertemos o mandamento: enfatizamos a edificação da igreja e não das pessoas; desejamos instituições fortes e não crentes fortes! Discipulado é forjar pessoas comprometidas com o Senhor para impactar o mundo em cada geração. Discipulado é vida na vida! É transmissão de vida e não apenas de conhecimentos. Jesus em Mt 11.29, disse que devemos aprender dele e não apenas com ele. Nossa preferência é usar o texto de Hb 12.1 (“olhando para Jesus...) e não o texto de 1Co 11.1 (”sede meus imitadores como também sou de Cristo”). Com certeza, precisamos olhar para Jesus, mas também termos uma vida imitável que desafia e conclama as pessoas a serem leais e fiéis a Jesus. Discipulado é discípulo ao lado ou de si para o lado. É um relacionamento de aprendizado entre o mestre e o aluno baseado no modelo de Jesus. É a maneira divina para evitar a má nutrição espiritual e a fraqueza dos filhos espirituais. É o único método que produz crentes maduros que poderão cooperar na transformação de um povo e evitar ou inverter a sua deterioração espiritual e moral. Um novo crente logo precisa aprender sobre a morte de si mesmo (Gl 2.19,20; Lc 9.23; Jo 12.24), sobre a permanência na Palavra (Jo 8.31), sobre o amor aos irmãos (Jo 13.34,35) e sobre a reprodução (Jo 15.8 e 2Tm 2.2). Deve evidenciar em sua vida as quatro marcas do caráter de Jesus: obediência (Jo 14.15,21); submissão à vontade de Deus(Jo 6.38); amor aos outros (Jo 13.34-35) e vida de oração (Mc 1.35). Deve desejar conhecer intimamente a Deus, dispor de tempo necessário para a vida devocional, manter um coração submisso e contrito, e a disposição para fazer outros discípulos. Em primeiro lugar, o discipulado deve começar antes mesmo da pessoa ter um encontro pessoal com Jesus. Os semeadores da Palavra devem se preocupar em preparar o terreno antes de lançar a preciosa semente do evangelho através de relacionamentos intencionais. Preparar a terra significa muita oração , dependência do Espírito Santo e desenvolvimento de bons relacionamentos, à medida do possível. Quase sempre, as pessoas que se convertem, são trazidas a Cristo por parentes, amigos, colegas de trabalho ou estudo. Por isso devo sempre estar orando por aqueles que estão perdidos e procurando “adubar a terra” em todas as oportunidades. Não devemos reclamar a falta de oportunidades; nós mesmos devemos criá-las. Em segundo lugar, fazer um apelo bem claro para que a pessoa entregue sua vida a Jesus e o aceite como Salvador e Senhor. Um apelo confuso pode criar uma boa estatística , mas uma difícil integração. O apelo deve ser acompanhado de um bom aconselhamento e o fato da decisão deve ser festejado, especialmente por gente da família, amigos e por toda a igreja! Não é esse o dia mais importante na vida de uma pessoa? Em terceiro lugar, o novo crente deve ser visitado dentro de 48 horas e, se possível, iniciar um estudo bíblico em sua casa, pois assim ,seus familiares e amigos também teriam chance de estudar a Bíblia! Além disso, ele já estaria automaticamente inserido num programa de multiplicação (discipulado), pois o estudo que recebesse, poderia mais tarde, transmitir para outras pessoas, consoante 2Tm 2.2. Em quarto lugar, o discipulando, quando terminasse essa primeira série de estudos, e enquanto já estivesse fazendo uma segunda série, pudesse acompanhar o seu discipulador quando este estivesse ensinando a mesma primeira série noutra casa. Assim se teria discípulos que fazem discípulos que fazem discípulos... Jesus dedicou a dois grupos: os discípulos e à multidão. Todos sabem onde está a nossa multidão, mas poucos sabem onde está o nosso pequeno grupo.Vamos avançar!

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INTRODUÇÃO

Cada um de vocês é muito bem vindo aos estudos deste trimestre. Deus tem bênçãos e

desafios especiais para a sua vida! Estamos em dívida com ele. A Grande Comissão que Jesus nos

deu Mt 28.19-20 tem sido uma grande omissão pessoal e das igrejas! Não herdamos das últimas

gerações e nem temos tido a preocupação suficientemente eficaz para reverter essa cultura. Nesse

texto há apenas um imperativo “...fazei discípulos...” Os demais verbos existentes são ações

resultantes desse imperativo. Quando lemos Cl 1.27-29 e 2Tm 2.2 não podemos negar esse

ultimato e o desafio estratégico que o nosso Senhor estabeleceu, tão bem entendidos e praticados

especialmente pelo apóstolo Paulo. Cada vez me convenço mais de que o discipulado é a única

estratégia capaz de nos levar a conquista do mundo para Cristo. É a mais importante atividade da

igreja e, por conseguinte, de cada crente. Todas as ações de uma igreja deveria ter como objetivo

principal o fazer discípulos. Às vezes, invertemos o mandamento: enfatizamos a edificação da

igreja e não das pessoas; desejamos instituições fortes e não crentes fortes! Discipulado é forjar

pessoas comprometidas com o Senhor para impactar o mundo em cada geração. Discipulado é vida

na vida! É transmissão de vida e não apenas de conhecimentos. Jesus em Mt 11.29, disse que

devemos aprender dele e não apenas com ele. Nossa preferência é usar o texto de Hb 12.1

(“olhando para Jesus...) e não o texto de 1Co 11.1 (”sede meus imitadores como também sou de

Cristo”). Com certeza, precisamos olhar para Jesus, mas também termos uma vida imitável que

desafia e conclama as pessoas a serem leais e fiéis a Jesus. Discipulado é discípulo ao lado ou de

si para o lado. É um relacionamento de aprendizado entre o mestre e o aluno baseado no modelo de

Jesus. É a maneira divina para evitar a má nutrição espiritual e a fraqueza dos filhos espirituais. É o

único método que produz crentes maduros que poderão cooperar na transformação de um povo e

evitar ou inverter a sua deterioração espiritual e moral.

Um novo crente logo precisa aprender sobre a morte de si mesmo (Gl 2.19,20; Lc 9.23; Jo 12.24),

sobre a permanência na Palavra (Jo 8.31), sobre o amor aos irmãos (Jo 13.34,35) e sobre a

reprodução (Jo 15.8 e 2Tm 2.2). Deve evidenciar em sua vida as quatro marcas do caráter de Jesus:

obediência (Jo 14.15,21); submissão à vontade de Deus(Jo 6.38); amor aos outros (Jo 13.34-35) e

vida de oração (Mc 1.35). Deve desejar conhecer intimamente a Deus, dispor de tempo necessário

para a vida devocional, manter um coração submisso e contrito, e a disposição para fazer outros

discípulos.

Em primeiro lugar, o discipulado deve começar antes mesmo da pessoa ter um encontro pessoal

com Jesus. Os semeadores da Palavra devem se preocupar em preparar o terreno antes de lançar a

preciosa semente do evangelho através de relacionamentos intencionais. Preparar a terra significa

muita oração , dependência do Espírito Santo e desenvolvimento de bons relacionamentos, à

medida do possível. Quase sempre, as pessoas que se convertem, são trazidas a Cristo por parentes,

amigos, colegas de trabalho ou estudo. Por isso devo sempre estar orando por aqueles que estão

perdidos e procurando “adubar a terra” em todas as oportunidades. Não devemos reclamar a falta de

oportunidades; nós mesmos devemos criá-las. Em segundo lugar, fazer um apelo bem claro para

que a pessoa entregue sua vida a Jesus e o aceite como Salvador e Senhor. Um apelo confuso pode

criar uma boa estatística , mas uma difícil integração. O apelo deve ser acompanhado de um bom

aconselhamento e o fato da decisão deve ser festejado, especialmente por gente da família, amigos e

por toda a igreja! Não é esse o dia mais importante na vida de uma pessoa? Em terceiro lugar, o

novo crente deve ser visitado dentro de 48 horas e, se possível, iniciar um estudo bíblico em sua

casa, pois assim ,seus familiares e amigos também teriam chance de estudar a Bíblia! Além disso,

ele já estaria automaticamente inserido num programa de multiplicação (discipulado), pois o estudo

que recebesse, poderia mais tarde, transmitir para outras pessoas, consoante 2Tm 2.2. Em quarto

lugar, o discipulando, quando terminasse essa primeira série de estudos, e enquanto já estivesse

fazendo uma segunda série, pudesse acompanhar o seu discipulador quando este estivesse

ensinando a mesma primeira série noutra casa. Assim se teria discípulos que fazem discípulos que

fazem discípulos... Jesus dedicou a dois grupos: os discípulos e à multidão. Todos sabem onde está

a nossa multidão, mas poucos sabem onde está o nosso pequeno grupo.Vamos avançar!

Jesus sempre usou de coisas bem simples e dentro da cultura do povo para ilustrar as grandes

verdades do evangelho. Isso nos lembra que as coisas espirituais , na forma, são semelhantes as

coisas materiais. É por isso que a igreja é chamada de corpo de Cristo! Imagine você, se a sua

tataravó tivesse tido a responsabilidade de cuidar de você em sua infância! Não é responsabilidade

de cada pai cuidar dos seus filhos? Tem acontecido de algumas avós estarem criando os netos,

porque, muitas vezes, falharam no cuidado dos seus filhos. Se o pastor não criar bem as suas

ovelhas, não alimentar e não cuidar bem, crescerão sem condições de se alimentar, andar e se

reproduzirem sozinhas. O pastor terá que ser um constante produtor e as ovelhas serão apenas

consumidoras. Ou, você pode imaginar um jogo do Brasil com a Argentina, em que o técnico da

seleção brasileira entrasse em campo para enfrentar os argentinos e deixasse o time na arquibancada

torcendo por ele? Parece que em muitas igrejas as coisas acontecem assim: o pastor está em campo

e os membros da igreja, nos bancos, apenas torcendo pelo êxito pastoral! Isso é prova da ausência

de discipulado e da não observância do que Paulo escreveu em Ef 4.11,12! Se numa igreja, o pastor

é quem dá os primeiros estudos para os novos crentes, podemos exageradamente dizer que ele está

matando o discipulado. É o tataravô, sem bisavô, sem avô e sem os pais do bebê, tentando criar o

tataraneto! Igreja é uma família! Até mesmo num orfanato moderno, existem pais e mães–sociais,

cuidando das crianças!

Discipulemos e façamos relevante o desafio de 2Tm 2.2 :”E o que de mim, entre muitas

testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis e idôneos para ensinarem a outros”. Esse é o método

que Jesus deixou para conquistarmos o mundo para Ele.

Neste trimestre, temos um desafio extremamente grande: conhecer, aprender e iniciar a prática do

discipulado multiplicador em nossas vidas e torná-lo a ferramenta principal na conquista de almas

para Jesus e sua consequente multiplicação. Temos uma áurea oportunidade de revolucionar o

nosso Brasil, iniciando uma geração de discípulos multiplicadores!

Estude a lição em casa e faça também as leituras dos textos mencionados que não estão na revista.

Quando a sua classe estiver reunida, será para compartilhar o que aprenderam em casa e as decisões

que tomaram em face do estudo feito. Além disso, separe uns 10 minutos para orarem uns pelos em

grupos de dois ou três, a fim de que as decisões sejam cumpridas. Outros motivos também poderão

ser apresentados nos grupos e esses pedidos serem lembrados também nas casas durante cada

semana.

Vamos juntos com Deus!

Lição 01 - Que é discipulado Cristão?

Introdução – O amor pelo discípulo – Jo 13.1

Não existe discipulado sem o discípulo ao lado. O maior exemplo é Jesus.Ele chamou os doze para

que estivessem com ele e os tornou pescadores de homens (Mc 1.17). Amar dá trabalho.Se alguém

não quiser ter trabalho, que também não ame. Abrir-se para o amor é aceitar o desafio de pagar o

preço. Deus amou e por isso nos enviou Jesus, o seu filho unigênito (Jo 3.16). Na semana mais

difícil para Jesus dentre as que viveu aqui na terra, quando o clímax de toda a sua obra estava para

acontecer, chamou os seus discípulos para estar com eles nesses momentos de despedida e ainda

lhes dar as derradeiras orientações e lições de vida e para a vida. Não basta dizer, é preciso também

fazer. O amor de Jesus não era pela metade e nem dependia das circunstâncias. Ele os amou até o

fim, mesmo havendo entre os discípulos o Judas traidor, o Pedro que mentiu e o Tomé que

duvidou!

1.O Valor do Exemplo do Discipulador – João 13.5-17

Na Palestina daqueles dias não havia banheiros nas casas. Havia banheiros públicos. Nas casas

havia as talhas de água para lavar somente os pés. Em face disso, as pessoas usavam os banheiros

públicos e ao chegarem em casa, apenas necessitavam lavar os pés. Com muita sensibilidade

emocional e espiritual - gente como a gente precisa ser -, Jesus colocou água numa bacia e começou

a lavar os pés dos discípulos. Levar e enxugar, serviço completo! Pedro se manifestou com uma

humildade invertida. Talvez não quisesses ter os seus pés lavados por Jesus para não se tornar

obrigado a lavar os pés dos outros. Lembro-me de um verso quando crianças: “Eu não vou na sua

casa, p’ra você não vir na minha; você tem a boca grande, vai comer minha farinha!” Há muitas

pessoas que não querem ser ajudadas e fazem tudo sozinhas. Rejeitam fortemente qualquer

iniciativa nessa direção. Muitas vezes, não é porque não queiram incomodar os outros , mas antes

porque não querem dar chances de serem incomodas. Faz parte da vida com Jesus, usar os meus

dons para abençoar os outros e permitir que os outros usem os seus dons para me abençoar! O

contrário disso são egoísmo e orgulho.: “Se sabeis essas coisas, bem aventurado sóis se as

praticardes”!(Jo 13.17)

2.A Necessidade da Advertência – Jo 13.21-30

Discipular é também cuidar e dar direção discipulador se preocupa com a conduta do discipulando.

Podemos deduzir do ensino bíblico que ninguém recebe tentação acima daquilo que pode suportar

(1Co 10.13) e que cada um é tentado pelas suas próprias concupiscências (Tg 1.14). Segundo o que

tenho ouvido e experimentado, Deus sempre nos adverte, falando diretamente ao nosso coração,

usando fatos e pessoas para nos alertar. Alguém já disse que “não podemos evitar que um pássaro

pouse em nossa cabeça, mas podemos evitar que ele faça ninho”. É comum ninguém gostar de

advertências e críticas. Devemos ouvir e refletir sobre os fatos que deram origem à crítica. Além dos

fatos, devemos olhar o perfil de quem está criticando e advertindo. Tratando-se de uma pessoa

íntegra e submissa a Deus, nosso cuidado e prudência devem ser multiplicados. Entretanto, se a

crítica tiver conotações de inveja, juízo precipitado e partir de pessoas inidôneas, devemos

continuar nossa caminhada sem profundas preocupações, mas com o sinal de alerta ligado. Judas foi

advertido, mas preferiu seguir o seu próprio caminho.Mais tarde, teve remorso mas não se

arrependeu. O arrependimento vem em face do pecado cometido.O remorso é fruto das

conseqüências do pecado. Por exemplo, alguém rouba sempre e nunca se arrepende. Quando então

é preso, a conseqüência do roubo o leva ao remorso. Temos que cuidar uns dos outros e mutuamente

nos exortarmos.

3.O Auxílio para a Tarefa de Discipular.- Jo 14.26

O Espírito Santo é o nosso ajudador. É o atual “ Emanuel” presente em nossos corações. Somos o

templo dele, pois ele habita em nós. Quanto mais cheios dele, mais submissos à vontade de Deus e

mais dispostos à realização da sua obra. Conforme João 16.13, o Espírito Santo viria para nos guiar

na verdade de Jesus. A palavra grega para Paráclito tem o mesmo radical da palavra exortação.

Exortar é estar ao lado de alguém para conduzi-lo na verdade. Quanto mais cheios do Espírito

Santo, melhores discipuladores, pois estaremos mais cheios de Jesus! Ou como disse o autor sacro

no hino 116 do CC “Vem Espírito divino, grande ensinador!” Ninguém está mais interessado na

obra do discipulado que o próprio Deus. Fazer discípulos é fazer imitadores do próprio Jesus. Deus

não quer adeptos do Cristianismo. Ele quer seguidores de Jesus. A multidão de João 6:60-69, recuou

da sua tentativa interesseira de seguir a Cristo. Ela seguia Jesus por causa das curas, da comida e da

fama esperada. Por outro lado, está bem claro em Mt 28.20 quando Jesus prometeu estar todos os

dias com aqueles que o obedecessem na tarefa de fazer discípulos.

4.Um chamado à obediência. – Jo 15:12-14

O verbo mais importante da Bíblia é o obedecer. O ser humano pode adorar, louvar, evangelizar e

mesmo discipular, sem obedecer. É o que existe dominicalmente em nossas igrejas. Multidões

comparecem aos cultos trazidas por inúmeras motivações! É possível adorar sem obedecer? Será

que Deus recebe o culto dos desobedientes? Em 1Sm 15.22 o profeta diz para o rei Saul “ Tem

porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à voz do

Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, do que a gordura de

carneiros.” A marca mais forte do discípulo é a obediência. Discipular é tornar a pessoa obediente

a Jesus, em tudo. Não existe discipulado sem a transmissão da vida de Jesus vivida pelo discípulo

para o discipulando. Será que obedecemos? Entregamos os nossos dízimos mensalmente em nossa

igreja (Casa do Tesouro) e estamos ganhando almas para Jesus?

5-Uma Preocupação Presente – João 17.15-16

Assim como a vida de uma canoa é estar na água e a sua morte é a água estar dentro dela, a vida de

uma igreja é estar no mundo, sendo sal e luz; a morte da igreja é o mundo estar dentro dela com

suas paixões e pecaminosidade. Temos uma missão no mundo e precisamos estar nele. Dois

perigos: de um lado, podemos estar tão ligados ao mundo e perdermos a condição de profetas; por

outro lado, podemos estar tão distantes do mundo e perdermos a condição de sacerdotes. Teremos

ouvintes, mas não teremos mensagem ou, teremos mensagem, mas não teremos ouvintes. O

equilíbrio é estar tão próximos de Deus e tão próximos do mundo. Teremos a mensagem e teremos

ouvintes! Seremos ao mesmo tempo profetas e sacerdotes de Deus.

Conclusão – O Orar pelo Discípulo –João 17.

O que Deus pode, a minha oração também pode! No ponto anterior, falamos do sacerdote. Esta

figura bem colocada por Pedro em 1Pe 2.9 deve nos lembrar do dever de nos colocarmos perante

Deus em favor dos outros. Sacerdote é aquele que faz da dor do outro a sua dor. Quando vê alguém

necessitado, ele também se torna necessitado e ora como se o problema fosse seu. Como olhar então

para o perdido, para o carente, para o drogado e outros ? Temos falta de profetas (ganhadores de

almas) e falta de sacerdotes (pessoas cheias de compaixão e graça). Discipular é fazer seguidores de

Jesus e lhes oferecer um ombro amigo para que a caminhada da vida se torne mais leve, enquanto

não chegamos ao céu e conquistemos outros para lá estarmos eternamente juntos.

LIÇÃO 2 – Características do Discipulado Cristão.

Introdução

“Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus; e o que de mim ouviste diante de

muitas testemunhas, transmite-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os

outros.” Esse desafio apresentado por Paulo a Timóteo em 2Tm 2.1,2 deve trazer muita convicção

aos nossos corações lembrando-nos de que discipulado é fazer imitadores de Cristo, contrariando o

velho jargão “faça o que eu mando e não faça o que eu faço”. É mais confortável e bem mais

irresponsável dizer para as pessoas olharem para Jesus! O discípulo autêntico diz categoricamente

como o apóstolo Paulo afirmou em 1Co 11.1: “Sede meus imitadores, como também eu o sou de

Cristo”. Para ser imitável, o discípulo precisa estar comprometido com o seu próprio crescimento

espiritual, ser um guardião da pureza, preservar com toda a ética e fidelidade a doutrina que

confessa, cuidar e se alegrar com o progresso dos seus discipulandos e viver a fé como um

combatente perseverante, confiando que a vitória já está garantida.

1.O Preparo Necessário. – 1Tm 2.15

O discipulador cristão tem que ser alguém da Palavra e de palavra. Sempre fico impressionado

quando leio a tentação de Jesus em Mt 4.1-11. Jesus sabia e vivia a Palavra! O Diabo apenas sabia a

Palavra. É importante saber, mas sobretudo viver! Não resolve só conhecer a Palavra do Senhor. É

preciso honrar e obedecer ao Senhor da Palavra. Não combina com o Diabo o uso da Bíblia. A

Bíblia é a verdade e o Diabo é o pai da mentira, como Jesus disse em João 8.44. Só pode viver a

verdade quem conhece Jesus. Ele é a verdade.(João 14.6). Ó homem só é livre pela verdade (João

8.32,36). O Diabo mentiu para o primeiro casal, no Éden. O casal pecou. Todo pecado tem sempre

a ver com a mentira. Jesus usou a Palavra para derrotar Satanás e o seu primeiro golpe foi a

afirmação de que “nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de

Deus”(Mt 4.4). Paulo nos dá em Ef 6.10-17 as ferramentas para a vitória sobre Satanás. Quando a

gente conhece e usa a Palavra, pode ficar de pé perante Satanás e se curvar somente diante de Deus.

Deus tem compromisso com gente fiel! Quando Jesus mandou o Diabo embora, ele o deixou e os

anjos vieram e serviram Jesus. Será que temos lido a Palavra? Quanto tempo gastamos com ela

diariamente? Você tem um local para se encontrar com Deus: quarto, sala, quintal, escritório ou um

outro lugar santificado para isso? Se ainda não, providencie! Será uma bênção para a sua vida e

para os outros.

2.A Vida Santa Esperada – 1Jo 2.3-6

Deus nunca mandou que fôssemos sábios quanto Ele, nem onipotentes, nem onipresentes e nem

onicientes quanto ele. A ordem foi no sentido de sermos perfeitos como ele é perfeito (Mt 5.48) e

santos como ele é santo (1 Pe 1.16). João não deixou por menos (1Jo 2.6), Paulo também em Cl 2.6

e Pedro em 1Pe 2.21. Deve haver coerência entre a nossa crença e a nossa prática. Se o

conhecemos, devemos obedecer-lhe. A prova do nosso amor é a obediência (Jo 14.21 e 15.14).

Somos o referencial de Jesus aqui no mundo. Aliás, a igreja é o corpo de Jesus. As mãos, os pés, o

coração e a boca de Jesus, são os da igreja. O mundo não vê Jesus; vê a igreja e nos vês. Um

missionário chegou numa tribo muito isolada e desconhecida dos pesquisadores. Quando conseguiu

se comunicar com o povo, falou-lhe de |Jesus. Qual foi a sua surpresa quando aquele povo lhe disse

que Jesus já tinha estado com eles há algum tempo atrás. Com alguns dias de inquietação e busca, o

missionário descobriu que um outro missionário tinha passado um tempo com eles e a sua vida era

tão parecida com a de Jesus que eles pensaram ter sido o próprio Jesus! Se alguém rejeitar Jesus por

causa da sua incredulidade, a culpa será dele. Se rejeitar por causa do meu mau testemunho, a culpa

será minha! Sejamos pontes e não obstáculos.

3.A Fidelidade Doutrinária.- 2 Jo 7-9

O conselho de Paulo a Timóteo foi que ele tivesse cuidado de si mesmo e do ensino (1Tm 4.16)!

Estamos num tempo em que a doutrina tem sido pouco valorizada. O mundo trouxe para a igreja a

moda do descartável, do pragmático e do imediatismo. O que está com problemas é jogado fora; só

vale o que funciona bem e produz satisfação aos usuários, aqui e agora. Isso insulta a fidelidade, a

ética e os valores eternos que vão além da vida terrena. Há uma igreja evangélica brasileira que

cresce alicerçada em três pilares: cura física, prosperidade e descarrego. Tudo tendo a ver com o

bem estar terreno. Tem sido uma boa receita para um país de assistência médica precária, de muita

gente pobre e de grande inclinação mística. Entretanto, a doutrina está para a prática como a receita

está para o bolo. Uma receita errada produz um bolo errado assim como uma doutrina errada dá

origem a uma prática errada. Um pensador afirmou que “Viver é pensar.O homem vive o que

pensa. É preciso pensar certo para viver direito”. Devemos saber nossas doutrinas pois são bíblicas

e precisam ser transmitidas para os futuros líderes e igrejas.

4.O Acompanhamento do Progresso – 3Jo 3,4 e 14.

Discipulado é discipulado ao lado. É vida na vida ou transmissão de vida. Jesus tinha dois

ministérios: um com a multidão e outro com os discípulos. Com muita diferença quanto ao tempo e

qualidade, Jesus investiu muito nos doze discípulos. Antes de fazer outros discípulos, precisamos

ser discípulos imitáveis. Antes de fazer é preciso ser. O caminho do verdadeiro discipulado começa

quando uma pessoa recebe Jesus como Salvador: 1)Compreende que é pecadora e necessita do

perdão divino; 2) Reconhece que não pode salvar-se por ter bom caráter ou fazer boas coisas; 3)Crê

que o Senhor Jesus morreu na cruz em seu lugar; 4)Através de uma decisão de fé, reconhece Jesus

como o seu todo suficiente Salvador e Senhor da sua vida. Ninguém se torna cristão vivendo a vida

cristã. A experiência de conversão marca o início do discipulado. A vida de um discípulo é de

natureza sobrenatural. Não temos em nós o poder para vivê-la. Dependemos do poder de

Deus.Somente quando nascemos de novo recebemos forças para viver como Jesus viveu e ensinou.

Não se pode esperar crescimento espiritual de alguém morto. Entretanto, se alguém está vivo,

naturalmente cresce. O nascido de novo tem fome! Se alguém não tem fome das coisas espirituais,

deve examinar a si mesmo e perguntar: “Nasci de novo? Sou filho de Deus? Estou determinado a

obedecer-lhe?”

5) A Fé para Prosseguir – 1Jo 5.1-4

.

O nosso exemplo supremo é Jesus. Foi uma vida de obediência à vontade de Deus. Viver pela fé é

viver segundo a Bíblia determina e no poder do Espírito Santo. Vida de fé é vida de oração, de

sintonia plena com Deus. O desafio é a produção do fruto do Espírito (Gl 5.22,23). Se desejamos

vencer o mundo, temos que viver a fé que abraçamos. Muitos só querem as honras da fé, mas

precisamos honrar a fé!

Conclusão.

Deus para fazer uma melancia leva dias e, basta deixá-la ao sol por algumas horas, ela deixa de

existir como tal. Um carvalho leva 100 anos, mas dura séculos. Não existem atalhos. Comparando o

discipulado a uma escada, não podemos pular degraus. Temos que passar pelas etapas de

experiências com Deus, conhecendo e vivenciando a sua Palavra. Com certeza, quanto mais

alimento (Bíblia), respiração (oração) e exercícios (vida de testemunho), mais crescimento será

experimentado. Nascemos de novo e estamos realmente crescendo? O nosso êxito não deve ser

medido olhando para onde estávamos e onde estamos, mas olhando para onde estávamos e onde

deveríamos estar! Que nota você daria para você? Como melhorar?

LIÇÃO 3 – Exemplos Bíblicos de Discipulado

Introdução.

A exuberância do discipulado na vida de uma igreja foi a experiência com o apóstolo Paulo. Depois

do seu encontro com Jesus na estrada de Damasco (At.9), alguém o levou até a casa de Judas (de

Tarso) onde foi apresentado a Ananias e batizado por ele. Logo depois Barnabé o tomou e se tornou

o seu discipulador. Atualmente, temos em nossas igrejas alguns poucos obstetras (atuam no

nascimento) e raríssimos pediatras (os que cuidam depois do nascimento). Já pensaram uma mãe

tirando férias do lar logo após o nascimento de um filho? Será que uma criança poderia viver sem a

ajuda de alguém? Já temos a “Operação André” (estratégia para alcançar os perdidos) e estamos

lançando o “Projeto Barnabé”(estratégia para cuidar dos achados). Paulo foi bem cuidado por

Barnabé e fez o mesmo com Timóteo, Tito e muitos outros. Se você ainda não tem sido um pai

espiritual que gera e/ou cuida de filhos espirituais até que alcancem a maturidade para se

reproduzirem, que Deus desafie o seu coração para assumir um compromisso extremamente bíblico

e demasiadamente necessário! Inspire-se nos exemplos a seguir.

1. Aquele que aponta para Cristo – Jo 1.35-37

O grande cuidado dos discipuladores é exatamente deixar claro que os discípulos são de Jesus e não

propriedades deles. João, o grande discipulador, tomou três decisões fundamentais: 1) “Eu sou a voz

do que clama no deserto: endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaias” (Jo 1.23).

Ele estava consciente de quem ele era e o que deveria fazer; 2) “Eis o cordeiro de Deus!” (Jo

1.36), mostrando que não era ele o alvo e nem aquele que deveria ser realmente seguido; 3)

“Importa que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.30). João trabalhava para a enaltecer Jesus e

glorificar a Deus com a sua vida e ministério! Em resumo, ele preparou o caminho, mostrou o

caminho e saiu do caminho! O discipulador é tentado, na maioria das vezes, a preparar o caminho,

mostrar o caminho e a ficar no caminho. Ele pode se tornar uma luz tão brilhante que, a exemplo

dos besouros, voam e batem na luz e caem no chão. Insistem em voar, mas a luz os atrapalha. A

maior alegria de um discipulador é ver o progresso do discipulando e não tê-lo como um

concorrente. Deus nos deu diferentes dons e cada um fará melhor o que for feito exercendo os seus

dons. Matusalém viveu 969 anos e ele só é lembrado por isso. Jesus viveu apenas 33 anos! O valor

não está necessariamente no tempo de vida mas como viveu a vida num determinado tempo.

2.Aquele que leva o parente – Jo 1.40-42

As narrativas bíblicas pouco destacam André, mas registram dois acontecimentos extraordinários na

vida desse homem. João fala que foi André que levou o seu irmão Pedro a Jesus, logo depois de tê-

lo conhecido.É também João que menciona o seu nome como aquele que achou um menino que

tinha cinco pães e dois peixes (Jo 6.8). A maioria dos batistas e grande parte dos evangélicos sabem

quem é Billy Graham. Entretanto, ele credita o êxito do seu ministério a sua família, a sua equipe e

a milhões de anônimos que por ele oram no mundo todo. Pedro foi um dos mais destacados entre

os discípulos, mas foi o quase que anônimo André que Deus usou para trazê-lo a Jesus. Em nossas

estatísticas pelo Brasil, temos descoberto que mais de 95% dos membros de nossas igrejas foram

levados a Jesus por gente conhecida, estando a família em primeiro lugar como agente da salvação.

Você está orando e trabalhando para que membros de sua família se convertam? Que tal parar agora

e cada um orar por familiares seus ainda não crentes, depois de mencionar seus nomes e dizer em

que condições se encontram na sua vida espiritual?

3.Aquele que mostra ao amigo – Jo 1.44-46

Outra fonte geradora de salvos é o testemunho de amigos para os amigos. Muito pela ausência de

um Programa de Discipulado nas igrejas, onde a chance que o novo crente tem de estudar a Bíblia e

se preparar para o batismo se resume no horário da EBD, aos domingos. Via de regra, as igrejas não

possuem crentes preparados para fazer o discipulado nos lares dos novos convertidos. Logo após o

batismo, recebem o desafio de ganhar os seus amigos para Jesus. Aí ele declara que os seus amigos

atuais já são todos crentes! Suas atividades esportivas e de lazer são feitas com o pessoal da igreja.

Também não frequenta mais as festas da família! O resultado disso é que matamos um ardoroso

missionário junto aos seus amigos e família, muito disposto a ganhar pessoas para Jesus. Dentro de

pouco tempo ele se comportará como os demais da igreja: sem evangelizar, sem discipular e deixa

de freqüentar os cultos de oração. Se praticarmos o discipulado e crermos no poder que o Espírito

Santo tem para proteger os que estão sendo edificados na Palavra, a conquista de amigos será

abundante. Você está orando por alguns amigos e agindo estrategicamente com eles a fim de trazê-

los a Jesus? Lembrem-se dos seus nomes e tenham também um outro momento de oração,

assumindo o dever diante de Deus de trazê-los a Jesus.

4- Aquele que participa do trabalho - At 18.1-3

Vivemos em um mundo de parcerias.Várias parcerias têm sido estabelecidas visando um bom

negócio para as partes envolvidas. Paulo e Áquila viveram esta experiência em termos profissionais,

mas não pararam por aí. Eram também parceiros na expansão do reino de Deus, colocando em

prática o que depois registraria em uma de suas cartas àquela igreja (At 3.9). Satanás sabe que a

cooperação é tremendamente salutar e estratégica para a expansão do Reino de Deus e por isso não

podemos permitir que ela enfraqueça. Nos últimos anos, com os problemas financeiros e de gestão

invadindo as nossas instituições, o advento de tantas denominações evangélicas e inúmeros modelos

eclesiásticos, os alicerces da cooperação têm sofrido intensos bombardeios e até mesmo mexido

com a fidelidade das igrejas com sua denominação. Precisamos estar mais unidos como bons

parceiros, compartilhando esforços e minimizando custos, visando ministérios bem sucedidos.

Sua igreja é fiel na entrega do Plano Cooperativo e participa das ofertas missionárias? Por que sim e

por que não? Que tal a inspiração de 2Co 5.15?: “e ele morreu por todos, para que os que vivem não

vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.”

5.Aquele que se interessa pela verdade – At 18.24-26

Apolo foi humilde e não teve medo de conhecer com maior profundidade o caminho de Deus. Posso

imaginar a delicadeza e a ternura com que o casal Priscila e Áquila lhe dirigiram a palavra. Só

assim puderam receber sua atenção. O ensino dinâmico e criativo promove quatro tipos de

mudança no ouvinte. Ele muda o conhecimento, o entendimento, a habilidade e a atitude. Quando

ensinamos uma verdade bíblica, o maior valor está na mudança de atitude. O amor é a arma mais

poderosa para gerar confiança e, sem confiança não há educação. Somos portadores da verdade.

Nosso propósito é que as pessoas possam nos ouvir e conhecer a verdade. Há muita gente em busca

da verdade e precisamos ser sábios e amáveis para transmiti-la. Com orgulho, prepotência e

soberba, os ouvintes nos evitarão. Apolo foi abençoado quando encontrou mestres afáveis e

humildes.

Conclusão.

A vida cristã é dinâmica. Deve ser compartilhada e reprodutiva. Nossas igrejas estão repletas de

consumidores e vazias de reprodutores. Eu e você somos os agentes continuadores da obra

redentora. Cremos no Deus Todo Poderoso que fez, que faz e que fará em nós e através de nós

grandes maravilhas. Que problemas enfrentamos e que posições corajosas devemos assumir para

que aceleremos o nosso crescimento? Você é um exemplo de discipulador?

4 – DISCIPULADO CRISTÃO NA CARTA AOS ROMANOS.

Introdução.

É emocionante ler os últimos dois capítulos de Romanos que expressam com tanta nitidez o

relacionamento de Paulo com esses irmãos, mencionando nomes e os identificando pelas qualidades

observadas tal como um pai faz com seus filhos. O ambiente é de família; não de chefe e

subordinados; não de general e soldados ou de alunos e mestres. Discipulado são pais e irmãos mais

experientes, transmitindo vida aos mais novos para que aprendam a caminhar na fé e a se

reproduzirem em novos discípulos. Será que conhecemos bem aqueles que servem a Deus conosco

e temos investido um tempo de qualidade para o crescimento espiritual deles? Ninguém deve deixar

de fazer o pouco que pode por não poder realizar o muito que gostaria!

1 – A Unidade Cristã - Rm 15.6-13

Como afirmou Jesus, deveríamos ser conhecidos pelo amor (Jo 13.35). Depois João escreveu: “

Vede que grande amor nos tem concedido o nosso Pai; que fôssemos chamados filhos de Deus; e

nós o somos. Por isso o mundo não nos conhece, porque não o conheceu a ele” (1 Jo 3.1). A

maneira mais fácil do mundo conhecer a Deus é conhecê-lo através dos seus filhos! Será que somos

dignos dessa honra, ou daremos uma pálida e fraca impressão de Deus? Os atos da igreja neste

mundo são os atos de Cristo neste mundo. A igreja é o corpo de Cristo! O próprio Paulo em Ef 4.15

e 16 escreve: “Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça,

Cristo, do qual o corpo inteiro bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa

operação de cada parte, efetua o seu crescimento para edificação de si mesmo em amor”. A tônica

da oração de Jesus em João 17 é a unidade. Ele pede para que todos sejam um assim como ele é um

com o Pai (v.21). A unidade não é opcional. É um atendimento ao imperativo divino.

2.A Mútua Responsabilidade – Rm 15.14

Ecoa ainda em cada um de nós a pergunta que tem atravessado os séculos: “...sou eu o guarda do

meu irmão”?(Gn 4.9b). Para Caim, foi uma fuga em face do fratricídio cometido. Para nós é uma

tentativa de transferir responsabilidade. Todos conhecemos os direitos e os deveres: os nossos

direitos e os deveres dos outros. O ensino bíblico é riquíssimo em reciprocidade consoante o que

Jesus disse em Mt 7.12. O discipulado oferece a maior das oportunidades em termos de mútua

responsabilidade. É uma fonte inesgotável de benefícios para quem é discipulado e para quem

discípula. Os desafios e tarefas que sugerimos ao discipulando, precisamos também efetuar. Seria

hipocrisia exigir do outro um padrão de vida que não tenho buscado alcançar. Nossa meta deve ser

formar discípulos que tenham condições de nos admoestar e ministrar a graça de Deus para nós.

Numa família, é comum os filhos darem conselhos aos pais. Sinal de que aprenderam com os pais e

estão amadurecidos. Na vida espiritual, isso é mais acentuado posto que o próprio Espírito Santo é o

grande Mestre que nos dá sabedoria, não pelo tempo de casa mas pela intensidade da busca. Você

poderia ser abençoado por um filho na fé? Já viveu essa experiência?

3. A Nossa Casa como Igreja – Rm 16.3-5

Infelizmente, herdamos do Velho Testamento e da cultura católica o conceito antigo de templo.

Achamos que templo e igreja é a mesma coisa. Deus morava no Templo, mas no Novo Testamento,

cada crente é o templo do Espírito Santo (1Co 6.19). Quando Jesus morreu na cruz, o véu do

templo se rasgou, mostrando que Deus não estaria mais lá e o Santo dos Santos estava vazio. Deus

saiu do templo e veio para os corações. Paulo, em At 17.24, declara categoricamente que Deus não

habita em templos feitos por mãos humanas! Geralmente dissemos que vamos à igreja, mas na

verdade, vamos ao templo. A igreja está onde dois ou três estiverem reunidos, em nome de Jesus. A

cultura não incentiva uma igreja em casa, mas os primeiros passos do cristianismo foram dados nas

casas. Isso durou até o século IV, quando o imperador Constantino, tornou a igreja da época,

instituição oficial do governo. Quem era cidadão romano, automaticamente tinha que ser cristão.

Não era fruto de uma escolha pessoal mas uma adesão legal. Seria bom que você pesquisasse sobre

isso e pudesse entender melhor porque hoje quando se fala em igreja, o que vem à nossa mente é

um templo, com pastor e tudo mais. Isso tem sido um obstáculo para a propagação do Evangelho e

a salvação dos bilhões de perdidos no mundo.

4.Cuidado com as Influências Negativas – Rm 16.17-18

Não é bom conservar ao nosso lado pessoas que nos atrapalham na fé que abraçamos. Os

verdadeiros amigos são aqueles que nos tornam melhores que somos quando estamos com eles.Um

amigo não deseja que eu baixe os meus padrões e negocie os meus princípios. Ser amigo é honrar o

outro e respeitar as suas convicções, ou confrontá-las em amor, quando nos parecerem equivocadas.

O Salmo 1 e o Salmo 101 têm mensagens importantíssimas neste particular. Não fazemos as coisas

para os outros verem, mas precisamos ter consciência de que, enquanto fazemos, pessoas estão nos

vendo. O cuidado tem duas vertentes: como eu ando e influencio os outros e com quem ando e sou

influenciado. O profeta Amós pergunta: “Acaso andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?”

(Am 3.3). Paulo em 1Co 15.33 adverte : “Não vos enganeis. As más companhias corrompem os

bons costumes!”. Há muita gente ousada e imprudente. Arrisca-se sem a mínima necessidade e

ainda culpa o Diabo! Satanás é mentiroso e mau. Não podemos esperar dele alguma coisa boa, a

não ser posicionamentos estratégicos para conquistar mais que imaginamos!

5.A Exigência da Obediência. – Rm 16.19-20

No discipulado, é sempre oportuno voltar à obediência, considerando que é o maior desafio bíblico.

Nem todos os que louvam, adoram, oram e ajudam o próximo, estão em obediência, mas os

obedientes fazem estas coisas e também as outras, como evangelizar, discipular, entregar os seus

dízimos e ofertas, honrar pai e mãe e obedecer a seus pastores! Os crentes romanos foram

elogiados pela obediência que era reconhecida por todos. Quem busca prazer sem obedecer, poderá

nunca encontrar o verdadeiro prazer, mas quem busca obedecer sempre encontrará prazer. O

caminho da obediência pode ser duro, mas sempre melhor que o da desobediência. Para o crente,

prazer real não é fazer as coisas, mas é a sensação de bem estar depois de tê-las feito. Pode ser

prazerosa uma traição, mas depois do fato consumado, vem a impiedosa sensação de culpa! Será

que vale a pena obedecer a Deus? Samuel disse para Saul que o pecado da rebelião é como o

pecado da feitiçaria, e a obstinação é como a iniqüidade da idolatria! (1Sm 15.23). É uma boa

decisão assumir uma vida de obediência como crente e como igreja!

Conclusão

O cidadão romano estava bem familiarizado com um ambiente de leis, de doutores da lei e de rara

impunidade. Não era novidade e nem tão penoso assumir o cristianismo como algo que exigia

compromisso e fidelidade. Era apenas uma questão de valor para essa vida e para a eternidade. Ele

tinha consciência de que, uma vez assumindo um viver sob as leis divinas, sua vida seria regida por

outro sistema de valores. Por isso as ações como morrer, mortificar, honrar e outras não menos

aterrorizadoras, estavam implícitas no pacote da fé. “O justo viverá pela fé” (Rm 1.17) era a

verdade aceita e internalizada, não importando o custo. Até onde vai o nosso compromisso com

Jesus num ambiente de muita impunidade? Morreríamos por ele e em nome dele? O que significava

ser cristão naquele tempo e o que significa hoje? Deus mudou e há menos exigências e expectativas

com os seus discípulos?

5.DISCIPULADO CRISTÃO NA CARTA AOS CORÍNTIOS

Introdução

Diferente da cultura dos romanos, os irmãos de Corinto são menos legalistas e mais livres para

tomarem decisões e fugirem da disciplina. Os brasileiros são bem mais tendentes ao povo de

Corinto que ao povo de Roma, mesmo porque os habitantes dessa cidade eram mais latinos que

gregos. Não foi por acaso que o apóstolo Paulo precisou investir mais tempo com esses crentes e

tratá-los com mais rigor pois aparentemente eram mais fervorosos, tinham mais manifestações em

termos de dons, mas eram fracos, secularizados e problemáticos. Se o juízo de Deus fosse baseado

no uso dos dons, esses irmãos se sairiam muito bem. Entretanto, o julgamento será em função dos

frutos que produzimos! Vamos tirar importantes lições para as nossas vidas!

1.O Ato de Ofertar – 1Co 16.1-4

Corinto era uma cidade cosmopolita, de muito comércio e giro de dinheiro. O ambiente de

sensibilidade e voluntariedade era notório. Além disso, estava na mente do povo a convicção de

que as ofertas era sinal de piedade e seriam recompensadas por Deus. Onde se ganha dinheiro com

facilidade parece mais fácil ofertar com liberalidade. Partindo dessa premissa, os membros com

maior poder aquisitivo deveriam dar mais e apoiar melhor as igrejas e a obra missionária. Essa

prática não tem sido comprovada. Nas pequenas igrejas, às vezes a oferta missionária é o dobro ou

o triplo do orçamento mensal. Nas maiores e mais ricas igrejas, é mais raro a oferta missionária

superar o orçamento mensal da igreja. Isso quer dizer que os que tem menos recursos investem

proporcionalmente mais na obra missionária. Em 2Co 9.7-9, a alegria e a espotaneidade são

mencionadas como virtudes e têm recompensas. É bom notar que não se tratava de dízimo mas de

ofertas. Alguns crentes usam esse texto para dizerem que não entregam o dízimo porque não se

sentem felizes ao fazê-lo. Dízimo é questão de obediência e não fruto de um estado emocional.

Você faz diferença entre a obediência na entrega do dízimo e o levantamento de ofertas designadas

para missões, construções ou atendimentos sociais?

2.A Vigilância em Amor. 1Co 16.13,14

O amor aqui mencionado é fruto de uma decisão e não de emoção. A emoção nasce

espontaneamente; a decisão é um fruto da vontade. Temos que escolher amar e não esperar que o

amor aconteça. Jesus mandou amar os inimigos e orar pelos que nos perseguem (Mt 5.44). Seria um

paradoxo tal ação se dependesse dos nossos sentimentos. Jesus ensinou que devemos tratar e nos

comportar diante dos nossos inimigos como se fossem nossos amigos. Se dermos um presente para

um amigo, devemos também dar para um inimigo. O gostar de uma pessoa é opcional, mas o amar é

uma obrigação. É fácil amar a alguém que você gosta; o desafio é amar alguém de quem você não

gosta. Esta é a vigilância que Paulo ensina. Esse tipo de amor é uma virtude de quem ama e não

importa a resposta da pessoa ou objeto do seu amor. Temos que nos preparar para amar! Que

atitudes Paulo menciona nesse texto para que façamos as obras em amor?

3.A Consciência de Luta para o Crente. 2Co 12.7-10

Não temos ouvido de que muitos abandonaram o caminho de Deus em face das lutas, provações,

enfermidades ou perseguições. Mais pessoas deixaram o bom caminho por causa das facilidades e

não das dificuldades. Quantos pediram a Deus uma vida melhor, bem-estar financeiro, sucesso nos

negócios, sítio, casa na praia, carro, casa própria e outras coisas. Quando receberam as bênçãos,

deixaram de freqüentar a EBD e os cultos de oração para desfrutarem do que Deus lhes permitiu;

não mais evangelizam, não têm tempo para o discipulado e dizimam com mais dificuldade, quando

o fazem. Que exemplo estão dando para os filhos, para os empregados e para os amigos? Será que

não mudaram os seus valores? Se o progresso material nos tirar do desenvolvimento espiritual e

esfriar a nossa vida piedosa e de fé, terá valido a pena? O que Paulo concluiu é que as lutas nos

fazem correr para Deus. A vida de Moisés mostra que viveu os seus primeiros 40 anos correndo

para Deus; os seus segundos 40 anos viveu correndo de Deus; e os últimos 40 anos viveu correndo

com Deus. Pensando em Moisés, em que fase você está? Sempre será melhor estar junto com Deus

na realização da sua vontade, sem importar-se com a idade!

4.O Auto-Exame do Cristão. 2Co 13.5

Todo aquele que inicia uma caminhada com Jesus deve estar ciente de que outras vozes o

chamarão.Várias oportunidades ser-lhe-ão dadas para retroceder. Outras para cortar pedaços da sua

cruz. Em Lc 9.57-62 são mencionados três personagens que estiveram face a face com Jesus mas

permitiram interferências nessa jornada. Um foi precipitado e afirmou segui-lo para qualquer

direção, mas parece que as conveniência terrenas o venceram e não foi mais mencionado; o outro,

vagaroso, mostrou-se interessado, mas tinha algo prioritário: queria primeiro que o pai morresse!

Há coisas que qualquer um pode fazer, mas pregar o Evangelho só o crente pode! O terceiro,

tranqüilo, apresentou-se para seguir Jesus, mas tinha também uma prioridade: despedir-se dos de

casa. Jesus estava em busca de seguidores dispostos a renunciar tudo. Esse é o preço do

discipulado.Nossa decisão de seguir a Cristo deve ser definitiva. Quando aceitamos a salvação,

chegamos para uma festa! Entretanto, logo depois, saímos de uma festa para um tempo de

guerra.Como anda o nosso compromisso com Jesus? Estamos ainda desejando festa ou já entramos

na guerra? Nossa certeza é que no fim dessa curta batalha, estaremos festejando para todo o sempre,

onde jamais haverá guerra!

5.Um Conselho para a Vida. - 2Co 13.11

Deus quer homens e mulheres que se transfiram totalmente para debaixo do controle do Espírito

Santo. Não há perfeição humana fora de uma vida cheia do Espírito Santo. A glória de uma igreja é

ela estar cheia do Espírito Santo. O brilho de uma vida é ela estar cheia do Espírito Santo. Alegria,

perfeição, paz, consolo, unanimidade é quase uma repetição do fruto do Espírito em Gl.5.22,23.

Havendo entre os crentes um viver assim, a presença do Deus de amor e paz está garantida. A

desgraça da igreja no século XXI é que se vê mais zelo e compromisso com a vida religiosa entre os

islâmicos, budistas e seguidores de seitas fanáticas que entre os crentes. Precisamos orar mais e

meditar na sua Palavra. Quando o crente não ora está dizendo que não precisa de Deus! A coisa pior

mencionada por Jesus no seu sermão profético em Mt 24.12 é que o amor de muitos esfriará com o

multiplicar da iniqüidade. Que Deus tenha misericórdia de nós e conserve o nosso coração

aquecido!

Conclusão

A igreja de Corinto começou na casa de Áquila e Priscila (At 18.2) quando vieram de Roma. Paulo

chegou e se uniu a eles. Eram fazedores de Tendas e não missionários de tempo integral. Muitas

igrejas batistas no Brasil e no mundo, começaram dentro de uma casa e eram também lideradas por

homens e mulheres. Vivemos atualmente uma terrível perda. Quando os batistas brasileiros estão

iniciando a plantação de milhares de igrejas multiplicadoras, sentimos uma grandiosa ausência de

homens e mulheres que poderiam não somente iniciar novas igrejas em suas próprias casas, mas

também liderarem o início da plantação de milhares de igrejas multiplicadoras em bairros e cidades

próximas! Quantos homens e mulheres, aposentados ou não, e jovens, existem em sua igreja que

têm potencial para iniciar uma nova igreja? Posso, com uma reduzida margem de erro, garantir que

você pode ser uma dessas pessoas que Deus quer usar! Será que construtores de barracas tinham

mais possibilidades que você? Ore sobre isso e se apresente!

6.DISCIPULADO CRISTÃO NA CARTA AOS GÁLATAS.

Introdução.

Em Gálatas está registrada a grande questão entre a Lei e a Graça. De um lado, os judeus

convertidos apegados à Lei, exigiam que os gentios convertidos passassem por todo o cerimonial

judaico ; e de outro, o advento dos gentios propondo a superioridade da Graça diante dos rigores da

Lei. Não existem vencedores! O êxito está em equilibrar os propósitos da Lei com as possibilidades

da Graça. Como nenhum ser humano conseguiu cumprir a Lei, Jesus veio para cumpri-la em nosso

lugar, atendendo à justiça divina e inaugurando definitivamente a justificação pela Graça. Se a graça

fosse ilimitada, não haveria nem a necessidade de arrependimento e consequente mudança de vida.

O pecado de Adão não foi automaticamente extirpado. Somos salvos pela graça, mediante a fé em

Jesus Cristo, através de uma escolha pessoal e voluntária. Deus criou o mundo e o estabeleceu sob

leis físicas e morais. Quando alguém quebra uma lei física, há conseqüências: fogo, água, altura.

Não haveria conseqüências ao quebrar as leis morais? Em Mt 7.13,14 há uma indicação bem clara

que o ser humano tem uma escolha para fazer. Ele já está no caminho largo que conduz à perdição.

A Lei já definiu o seu fim. A salvação será pela Graça, mas ele tem de escolher o caminho estreito.

Equilibrar Lei e Graça é o grande desafio da igreja! Gálatas nos ajuda tremendamente nisso e nos

oferece muitos subsídios para a nossa reflexão.

1.A Liberdade diante do Pecado –Gl 5.1-15

O valor destacado é a fé que opera pelo amor. O homem zeloso para Deus é predominantemente

homem de uma só coisa. Não basta dizer que é animado, ativo, inflexível, perseverante até o fim,

dedicado, fervoroso de espírito. Ele vê, cuida, vive e está absorvido apenas por uma coisa: agradar

a Deus. Viva ou morra, na saúde ou na doença, na riqueza ou pobreza, agrade ou ofenda os homens,

seja considerado sábio ou louco, receba censura ou louvor, honra ou vexame. Com tudo isso o

homem zeloso absolutamente não se preocupa. Seu coração está obstinado e arde por somente uma

coisa: agradar a Deus. Um homem assim sempre achará uma oportunidade de servir. Mesmo que

lhe cortem o apoio para trabalhar, não dará descanso ao Senhor em oração até que outra porta se

abra e o socorro venha. Usando a frase já conhecida, “ a coisa principal é fazer a coisa principal a

coisa principal”. A coisa principal é conhecer profundamente o Senhor e agradar-lhe em tudo.

Discípulo de Jesus usa avental e não babador. Busca ser afável e longânimo. Beicinho não faz parte

do seu relacionamento com os irmãos em Cristo. Suporta em amor e perdoa os mais fracos. Não usa

da liberdade e nem de sua posição de discipulador ou líder na igreja para humilhar, entristecer e

desencorajar o seu irmão. Somos membros uns dos outros e, na verdade, ferir o irmão é também

ferir a si mesmo. Vamos adotar a confrontação em amor, quando houver necessidade! Será que

estamos dispostos a agradar a Deus e não a nós mesmos?

2.As Obras da Carne – Gl 5.16-21

A luta da carne com o Espírito é a maior guerra da humanidade. Satanás é mau e nele não há

bondade alguma. Ele é um aproveitador de oportunidades. Nossa carne quer o pecado, o prazer e a

satisfação plena do eu. Somos naturalmente egoístas, orgulhosos, confiamos desconfiando das

pessoas, faladores, mais concorrentes que cooperadores! A causa principal é que alimentamos mais

a nossa carne que o nosso espírito. Permita-me ilustrar isso com a experiência que você já deve ter

ouvido. Um indígena convertido queria ser fiel e livrar-se da sua tão forte inclinação carnal.Estava

desesperado e frustrado por tentativas que não lhe traziam os resultados almejados. Entendeu como

poderia vencer essa guerra, quando o missionário apontou para os seus dois cães e disse:

“Suponhamos que você queira que o cão branco vença o cão amarelo quando você colocar os dois

para brigarem! Naturalmente, o mais fraco vai perder para o mais forte. Então, dê um mínimo de

comida para o amarelo e toda a comida possível para o branco. Dentro de algum tempo, o cão

branco vai sempre vencer o amarelo”. Aquele homem entendeu que o vencedor seria o que fosse

melhor alimentado! A gente dá mais comida para a carne ou para o espírito? Assim fica fácil para

definir quem terá sempre a vitória! A nossa natureza espiritual se alimenta de oração, Bíblia, culto,

evangelismo, discipulado, bons amigos e, em resumo, em agradar a Deus. As obras da carne nos

empobrecem espiritualmente e robustecem a nossa velha natureza. Graças a Deus por Jesus Cristo.

3.As Obras do Espírito – Gl 5.22-26

O Salmo 42 inicia com uma súplica: “Tal como o cervo anseia pelas correntes das águas, assim a

minha alma suspira por ti, ó Deus!” O cervo é um animal selvagem cuja temperatura do corpo se

eleva muito quando corre. Desesperadamente, busca as correntes das águas para esfriar o seu corpo.

O salmista pensa num cervo para ilustrar a profunda necessidade da sua alma pela presença de

Deus. A lei da física afirma que “dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço” e o dito

popular afirma que “a boca fala daquilo que o coração está cheio!” Se alguém quiser colher milho

precisará semear milho. Às vezes fico impressionado com pessoas que dizem ter tanta afinidade e

intimidade com Deus tropeçando em coisas insignificantes e brigando por nada. Uma alma que

busca a Deus com disciplina e intensidade, normalmente produzirá o fruto do Espírito. São nove

gomos de uma mesma laranja. Temos que trabalhar em nossos pontos vulneráveis. Toda a água de

um barril terá a altura da aduela mais baixa. Se pratico tudo bem, mas tropeço na mansidão, toda a

minha reserva espiritual vai sair até o nível mais baixo. A virtude seria elevar esse nível e toda a

vida seria abençoada.

4.A Solidariedade Necessária. Gl.6.1-5

Não existe contradição entre os versos 2 e 5. O verso 2 fala das pressões e lutas da vida e o verso 5

da carga de um navio; O verso 2 fala de coisas emocionais e o verso 5 de coisas materiais. Todos

temos a possibilidade de uma queda. Se ninguém está isento, todos temos que ter muito cuidado.

Somos profetas e sacerdotes uns dos outros. O profeta previne da queda e o sacerdote intercede e

ajuda a levantar a vítima, com amor e empatia.

5.A Ajuda Mútua. – Gl 6.9,10

Nossa preocupação em ajudar é requerida, especialmente aos irmãos na fé. Se a igreja tem

atividades evangelísticas ou algum ministério para atrair os de fora, ainda mais precisa ter

Embaixadores do Rei, Mensageiras do Rei e ministérios para os adolescentes e jovens, para

conservá-los nos caminhos de Deus e ajudar no seu crescimento espiritual. Não seria boa mordomia

cuidar dos de fora e negligenciar os de casa. Como está a sua igreja neste sentido? Há alguma

melhora a fazer?

Conclusão.

Que marcas devemos levar, segundo o desafio de Gl 6.17? Era comum nos tempos bíblicos os

donos dos escravos colocarem suas marcas em cada um. Isso significava lealdade e propriedade.

Outros tatuavam o corpo com as marcas dos seus deuses, simbolizando lealdade. Quando criança,

lembro que meu pai aquecia um ferro com as iniciais do seu nome e marcava o gado. Hoje, muitos

tentam demonstrar seu compromisso com camisas, até tatuagens e cruzes penduradas no pescoço.

Alguém disse que é fácil carregar Jesus no peito, mas é preciso ter peito para carregar Jesus. Um

discípulo de Jesus provaria a sua lealdade e propriedade com quatro marcas: renúncia (Lc 9.23 e

14.33); permanência na Palavra (Jo 8.31); amor aos irmãos (Jo 13.34,35); e produção de frutos (Jo

15.8).

Estas marcas já estão na sua vida? Qual ou quais faltam? Compartilhem e orem uns pelos outros.

LIÇÃO 07 – DISCIPULADO CRISTÃO NA CARTA AOS EFÉSIOS.

Introdução

Efésios é uma carta paulina toda voltada para a igreja. Grande expressão do amor e cuidado do

apóstolo com os santos que estão em Éfeso e fiéis em Cristo. O propósito das cartas eram para

refrescar a memória dos crentes, avivá-los na fé e fazê-los lembrar do que lhes tinham ensinado. Ser

santo é mais que estar separado do mundo. É ter vida íntima com Deus e profundamente

comprometida com ele. A igreja deve ser um centro de capacitação para impactar o mundo. A

principal tarefa do pastor é o aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério. O processo de

evangelismo não está completo na conversão e batismo da pessoa. Temos a grande responsabilidade

de ensiná-la tudo que Jesus nos ensinou até que ela possa ganhar outros e ensiná-los também.

Alguém o discipulou e o transformou num ganhador de almas?

1.A Forma de Andar do Crente – Ef 4.1-3

Um dos verbos mais importantes na vida de um discípulo é o andar. Quando, como, onde, com

quem e para quê, são perguntas que precisamos fazer para podermos andar como é digno da

vocação com que fomos chamados. Como é fácil esperar mais dos outros do que de nós mesmos!

Êxito na vida é ser mais amado pelas pessoas que nos conhecem mais. É na nossa família que

conhecemos mais as pessoas do que em qualquer outro lugar. Vivemos dias, meses e anos deixando

transparecer o que temos de melhor e o que carregamos de pior. É necessário haver paciência e

tolerância de uns para com os outros. Não é muito diferente na igreja. No convívio com os irmãos

passamos a conhecer as fraquezas e as virtudes uns dos outros. Temos que “suportar uns aos outros

em amor”(Ef 4.2). Temos que andar com os outros na certeza de que quando Deus não muda as

coisas em relação a nós, ele nos muda em relação as coisas! Temos tentado mudar as pessoas? Não

seria mais fácil se as mudanças começassem em nós?

2.O Velho e o Novo Homem – Ef 4.20-32

Ao andar pela vida, encontramos muitas bifurcações na estrada. Seguidamente temos que decidir

se vamos avançar na direção que a carne deseja ou na obediência e fidelidade a Deus. No treino

para uma maratona, a primeira corrida é sempre terrível, mas à medida que o corredor vai

adquirindo força e resistência, fica mais fácil e ele pode ir mais longe. Em Rm 6.11 está escirto:

“Assim também vós, considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo

Jesus”. Sabemos que ninguém vai ao cemitério cobrar uma dívida de uma pessoa que morreu. Não

podemos ficar vivos para Satanás e lhe dar a chance de se intrometer em nossas vidas. A nossa

dívida já foi paga por Jesus com o seu precioso sangue! A fé me faz dizer: “ Independentemente do

que Satanás diga, do que meu corpo queira, de quão rápido e fácil pareça e de quão secreto seja, eu

escolho agir do modo de como Deus quer que eu aja”. Você sabe a razão pela qual os ratos e as

moscas gostam de freqüentar as lixeiras, ainda que vazias? Geralmente elas não foram bem lavadas

e há restos de lixo nelas. Se forem lavadas, estarão mais protegidas! Não podemos permitir que

restos do velho homem atraiam Satanás!

3.A Imitação de Cristo – Ef. 5.1-16

Siga a onda. Esse é o clássico conselho presente em nossos dias dentro de um mundo permissivo.

Temos que decidir o que é importante e coerente com aquilo que professamos. Poderemos imitar

Jesus quando tivermos uma vida cheia do Espírito Santo e controlados por ele. Eu jamais poderia

ser um Guga, no tênis, a não ser que eu me revestisse dele. Isso é possível ao Espírito Santo fazer

com as nossas vidas! Imitar a Cristo só será possível, 1) se levarmos a sério e com disciplina uma

vida de oração e obediência à Palavra; 2)se firmarmos nossas convicções: Deus está sempre

comigo, a proteção de Deus está sobre mim; o poder de Deus está sempre em mim; e a providência

de Deus está sempre adiante de mim; 3) se formos discipulados por alguém que nos ajude a vencer

os nossos pontos fracos e a exercer os nossos dons espirituais, compartilhando com essa pessoa as

nossas lutas e vitórias. Deve ser alguém mais crente que eu, do mesmo sexo e, de preferência, com

mais idade. Imitar a Cristo é dizer sempre não para o Diabo e sim para Ele.

4.Os Deveres dos Crentes – Ef 5.22 a 6.9

O ensino geral da Palavra de Deus é que o casamento foi instituído por Deus para propiciar

companheirismo e prazer (Gn 2.18), para a procriação da raça (Gn 1.28) e para a preservação da

pureza na família e na sociedade (Co 7.2). Nada existe na Bíblia que sugira que o casamento é

incompatível com uma vida de pureza, devoção e serviço a Cristo. Antes, é-nos lembrado que

“digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula” (Hb 13.4). Os

cônjuges não podem desprezar as suas responsabilidades domésticas, abandonar o outro e filhos e

de repente partir como missionário. Também não devem usar a mulher e os filhos como desculpa

para dar a Cristo o segundo lugar. Do mesmo modo, o relacionamento entre patrões e empregados

deve ser regido pela Palavra. Quanto mais espirituais formos, melhores profissionais seremos. O

marido, a esposa, os pais, os filhos, os patrões e os empregados, se são crentes, devem ser os

melhores. Com a orientação bíblica de que “ Importa obedecer a Deus que aos homens” (At 5.29),

dita num contexto de proibição para pregar o Evangelho, muitos se tornam rebeldes, omissos e

descomprometidos, abandonando outras orientações bíblicas muito claras para cada situação. Isso

tem prejudicado o testemunho e posto barreiras para muitas conversões e minado a harmonia dentro

das famílias e ambientes empresariais. Você poderia mencionar alguma experiência nesse sentido?

5. A Armadura para o Crente – Ef 6.10-17

Em outra lição já consideramos este texto mas vale a pena recordá-lo muitas vezes. O Cristianismo

verdadeiro está muito longe do passatempo folclórico com que se distrai a cristandade moderna. Ao

contrário, é uma luta mortal, um incessante conflito com as forças do inferno. Nenhum discípulo

vale a pena viver se não percebe que a batalha está em andamento e sem retorno. Na guerra é

preciso haver comando, humildade, unidade, austeridade, vida sacrifiial, boas estratégias, bons

equipamentos e armamento de qualidade para vencer o inimigo. Esse texto nos trás tudo isso e

ainda o mais importante: a nossa força está no Senhor dos Exércitos! Sigamos o nosso Comandante

(Jesus), revistamos do poder do Espírito, estejamos unidos e empunhemos as armas! O Diabo é que

precisa se cuidar, pois as portas do inferno não prevalecerão contra a igreja (Mt 16.18). Estamos

preparados?

Conclusão

Trabalhar sozinho é desencorajador. O líder precisa discipular e equipar a igreja como um todo,

individualmente ou através de pequenos grupos multiplicadores. Liderar é influenciar pessoas. Com

exceção dos tempos de oração, Jesus não fazia nada sozinho. Desenvolver pessoas é difícil e leva

tempo. Jesus levou três anos, usando 24 horas diárias com os seus discípulos. Ter uma visão e uma

causa é a chave para uma liderança vitoriosa. Nossa visão precisa ser do tamanho de Deus para

agregar pessoas a nós. Grandes líderes tem grandes visões. O desafio de Paulo aos crentes de Éfeso

é que eles estivessem preparados para a batalha. A riqueza da igreja é o povo e não as coisas. O líder

pode por um teto no seu ministério se não buscar e capacitar as pessoas certas que queiram

realmente cumprir a vontade de Deus em suas vidas. Pessoas certas são aquelas que têm bom

caráter, integridade e disposição para serem cheias do Espírito Santo e usadas por ele. A chave não

são os títulos e nem a posição financeira! Como John Wesley disse: “Dê-me cem homens que amem

a Deus de todo o coração e não temam nada, exceto o pecado, e abalarei o mundo.” Quantos aqui já

estão envolvidos nessa guerra?

8.DISCIPULADO CRISTÃO NA CARTA AOS FILIPENSES

Introdução.

A igreja de Filipos foi plantada graças aos esforços do próprio apóstolo Paulo durante a sua segunda

viagem missionária, conforme registrado em Atos.16.12-40. Podemos dizer que o tratamento tão

carinhoso com esses irmãos prendeu-se ao fato de que essa cidade ficou marcada na vida de Paulo

pelo ocorrido na prisão e por se tratar de uma igreja generosa que supria as suas necessidades. É

uma carta de agradecimento e exortação, abordando vários temas de vital importância para a

firmeza e desenvolvimento daqueles irmãos amorosos e dignos de muitos elogios. A sublimidade da

Carta é realçada quando conclama aos filipenses para que houvesse neles o mesmo sentimento que

houve em Cristo Jesus e a recompensa que lhe foi assegurada por Deus (Fp 2.1-5)! Uma das

maiores marcas do discipulado cristão é a sua preocupação com a fidelidade contínua e o

crescimento constante do discipulando. Vejamos!

1-A Cautela na Vida do Crente – Fp 3.1-3

Socorro! Ainda não estamos no Céu! Estamos na Terra sujeitos às provações, tentações,

enfermidades, perdas, limitações financeiras, heresias e falsas acusações. Mas, não obstante a tudo

isso, precisamos estar alegres. Na minha ingenuidade de criança, pensava num bom crente como

alguém sério, sem humor e meio afastado das pessoas. Na adolescência mudei completamente de

idéia. Convivi com um diácono e um pastor muito fiéis e profundamente comprometidos com o

Senhor que eram divertidos, bem humorados e amicíssimos de todos. A melhor imagem de um

crente é alguém alegre, de bem com a vida e preocupado com o bem estar dos outros. O amor a

Deus e ao próximo estão acima dos traços da personalidade. É sempre bom lembrar que o crente

precisa ter cuidado com os falsos mestres e com os “pratos de lentilha” oferecidos , especialmente

quando respondem a uma necessidade urgente. Há irmãos nossos que nunca estão satisfeitos em

lugar nenhum. O egoísmo e a falta de compromisso com a igreja e o Senhor da igreja os jogam para

todos os lados. Deus também está presente na sua igreja! Por outro lado, quatro perguntas precisam

ser respondidas: 1) O Deus que pregamos, fez, faz e fará maravilhas no meio do seu povo? 2)O que

é que a outra igreja tem e o que faz que não está disponível na sua igreja? 3) A comunhão na sua

igreja alcança a todos os membros de modo que cada um se sinta amado e acolhido? 4)Em que se

pode melhorar?

2-Vida Mundana x Vida Cristã – Fp 3.7-14

Quando o homem se compromete com Jesus, não lhe parece importante viver ou morrer.Tudo que

importa para ele é que o Senhor seja glorificado. Jim Elliot estava certo quando disse :”Não é louco

aquele que dá o que não pode manter, para ganhar o que não pode perder”.Há muitos que oferecem

suas vidas no interesse de pesquisas médicas.Outros morrem para resgatar entes queridos de

edifícios incendiados. Outros morrem em combate para salvar o seu país de forças inimigas.

Entretanto, não é fácil morrer para as coisas mundanas. Você algumas vezes já voltou para casa

após o culto na igreja ou vindo de um acampamento com o desejo de agir melhor e percebeu que

depois de poucos dias tudo voltou ao normal? É possível que a sua decisão não foi seguida de alvos

e nem tenha feito um plano de ação, com atividades programadas que pudessem dar consistência ao

que decidiu fazer. O Diabo age estrategicamente e não podemos brincar com ele. Leia o texto acima

e descubra o que Paulo perdeu e o que ganhou. Planeje viver a sua vida a partir dos ganhos e não

das perdas, exatamente como Paulo nos inspira fazer!

3-O Modelo a Ser Seguido – Fp 3.15-17

É muita coragem e responsabilidade desafiar os outros a que nos imitem. Certa vez, cai de uma

grande altura por ter pisado num galho seco de uma árvore frutífera. Havia frutos em abundância

mas não me dei conta daquele galho sem vida, mesmo ainda fixo na árvore. Isso acontece com

muitas pessoas no sentido espiritual! Há membros nas igrejas que participam de tudo e aparecem

em tudo, dando a impressão de estarem firmes na fé, mas são galhos secos que não produzem frutos

e uma constante ameaça aos menos avisados. À igreja e ao pastor, cabem muito cuidado na escolha

de líderes para as crianças, adolescentes e jovens. Devem ser pessoas comprometidas com Deus,

imitáveis, de moral ilibada e caráter cristão a toda a prova. Falhar numa escolha dessas poderá ser

uma catástrofe. Por outro lado, os pais devem cooperar com esses líderes para que tenham prazer e

alegria na realização desse trabalho, com encorajamento, presentes em ocasiões especiais e que

participem também de viagens e nas atividades, ajudando no cumprimento horários estabelecidos.O

valor desses líderes na vida dos nossos filhos é imensurável. Ajudemos para que sejam dignos de

ser imitados. Nenhum de nós é obra acabada porque também não há limites de crescimento para

uma vida com Deus.

4-Uma Atitude Positiva – Fp 4.5-9

O pensamento é o pai do fato. O conselho é saber pensar e escolher no que pensar. Já foi dito que o

otimista inventou o avião e o pessimista, o para-queda. O otimista vê uma oportunidade em cada

dificuldade, mas o pessimista vê uma dificuldade em cada oportunidade. Nossa mente pode ser

direcionada para coisas boas e para coisas ruins. Jesus disse que “o homem bom, do seu bom

tesouro tira coisas boas, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más”(Mt 12.35). Se

entesourarmos coisas boas, vamos tê-las para tirar! Temos que ter cuidado com a nossa memória.

Ela é uma foto da alma! Pode ser bênção ou maldição! Faz-nos bem lembrar de coisas boas: o dia

da conversão, formatura, nascimento dos filhos, casamentos e também ocasiões felizes com pessoas

que já partiram. Devemos esquecer as mágoas, ressentimentos, perdas e ofensas. Nisso aplica o

verso 7, pois a paz de Deus guardará os nossos corações e os nossos pensamentos em Cristo Jesus.

Que pensamentos o perturbam e que pensamentos o alegram? De quais devemos encher a nossa

mente, de acordo com o verso 8?

5. A Vitória sobre a Necessidade – Fp 4.10-13

A maior declaração de saúde mental que alguém poderia fazer está no verso 11. Que fé

extraordinária! Estar experimentado em tudo é disposição para enfrentar o que vier. Nada é capaz

de surpreender Deus e a um servo dele bem alicerçado. Com certeza, não temos tudo aquilo que

gostaríamos de ter, mas o importante é nos alegrarmos com o bom uso daquilo que

temos.Perguntaram a um homem rico o que ainda gostaria de ter. Ele respondeu: “Todas as minhas

divisas!”. Sua satisfação só iria chegar quando tudo a ele pertencesse. Alexandre Mágno,depois de

conquistar o mundo todo, pediu para ser sepultado com as mãos fora do caixão porque que queria

que todos soubessem que nasceu de mãos vazias e partia desse mundo também de mãos vazias! Um

crente pediu para colocar sobre o seu túmulo a seguinte inscrição: “ O que gastei, tive; o que

guardei, perdi; o que dei, tenho!”. O dinheiro é um bom servo mas um péssimo senhor. Abracemos

a promessa que está no verso 19, garantida aos generosos irmãos de Filipos.

Conclusão

Que tamanha fé nos encoraje a chegarmos lá. Esse é o exemplo a ser seguido com seriedade e

dedicação. Alguém já afirmou que “é melhor tentar grandes coisas e fracassar que ter sucesso em

nada!”. Muitos têm como alvo nada fazer e sempre o atingem em cheio. Mas Paulo disse: “Posso

todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13). Ele por si só não poderia nada, mas tudo seria

possível com a ajuda de Deus! Será que abrigamos alguns sonhos e desejos em nossos corações e

desistimos até de orar por julgarmos impossíveis de serem realizados? Termino com mais um

grande conselho de Paulo em Romanos 12.12 : “Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na

tribulação e perseverai na oração”!

9 – DISCIPULADO CRISTÃO NA CARTA AOS COLOSSENSES

Introdução

A carta aos colossenses compartilha de alguns dos mais profundos raciocínios de Paulo quanto à

redenção humana. Enfatiza e apresenta uma visão elevada da pessoa de Cristo. Não foi o plantador

da igreja (Cl 1.4 e 2.1). Era uma igreja composta, em sua maioria, de gentios (Cl 1.27 e 2.13), cuja

vida anterior foi radicalmente transformada pela experiência de salvação. Não importava o que

tinham sido, mas a nova vida em Cristo teria que ser assumida. O propósito da carta foi orientar os

crentes quanto às heresias reinantes que questionavam a própria divindade de Jesus, e apresentá-lo

como o Filho amado de Deus. Valorizou o trabalho de discipulado feito por Epafras a quem

conferiu toda a credibilidade e apelou para que “assim como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor,

assim também nele andai” (Cl 2.6). Receber Jesus como Salvador foi apenas o início de um

processo. O compromisso assumido é honrá-lo através de uma vida de fé e obediência.

1.O Viver para Cristo – Cl 3.1-4

Se os comunistas e os islâmicos podem ser tão dedicados à suas causas, quanto mais os crentes

deveriam derramar-se em amorosa e feliz devoção em prol do seu glorioso Senhor. Os que são

constrangidos pelo amor de Cristo não considerarão nenhum sacrifício grande demais para fazer por

Ele. Farão por amor a Ele o que não fariam por lucro deste mundo. Quando uma senhora em visita a

um leprosário viu uma missionária-enfermeira cuidando de um doente, disse: “Eu não faria isso por

dinheiro nenhum”! Ao que a missionária respondeu:”Eu também não faria!” Jesus nunca tentou

adular os homens levando-os a uma enganosa profissão de fé. Tampouco procurou um grande

número de seguidores pregando uma mensagem popular. Em Jo 6.60-67 uma grande multidão o

seguia. No fim, todos o abandonaram, com exceção dos doze discípulos. Ai Pedro afirmou que os

discípulos o seguiam por que nele criam, o conheciam e não tinham outra alternativa para as suas

vidas. Ser discípulo e fazer discípulos não são frutos apenas da criatividade, iniciativa e sabedoria

humanas, mas do próprio amor, cuidado e disposição divina de nos apoiar nisso, em face do seu

propósito maior que é a salvação de todos.

2.O Cuidado com as Coisas Mundanas – Cl 3.5-17

A consciência pura é tão importante que deveríamos nos esforçar todos os dias para mantê-la em

paz. Uma consciência pura significa que todos os seus relacionamentos, com Deus e com as pessoas

estão bem. Nossa oração constante deveria ser o Salmo 139.23,24:”Sonda-me, ó Deus, e conhece o

meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho

perverso e guia-me pelo caminho eterno.” Só o Espírito Santo de Deus pode transformar nossas

mentes. Leia Efésios 3.14 e 16. Entristecemos o Espírito quando escolhemos pensar , sentir ou

fazer alguma coisa errada. Por Deus ser santo, o pecado o magoa e o entristece. T.B.Maston nos

sugere três testes antes de fazermos qualquer coisa: 1)O teste do Segredo: Todos poderão saber?

2)O teste da Universalidade: O que seria do mundo se todos fizessem? e 3)O teste da Gratidão:

Posso agradecer a Deus pelo que vou fazer? Se alguma dessas respostas for negativa, não devemos

fazer! Não nos iludamos! Nossa natureza carnal não quer Deus; antes deseja o mundo e os seus

prazeres! Estamos numa guerra e precisamos vencer todas as batalhas! Um cochilo pode ser fatal!

3.A Vida em Família – Cl 3.18-21

Se os crentes assumissem mais os deveres familiares com amor, dedicação e honra, o mundo estaria

melhor preparado para rejeitar as leis que vão de encontro direto contra a Palavra. Mulheres

insubmissas porque também maridos não as amam e as tratam asperamente; filhos rebeldes em lares

onde são provocados pelos pais! A corrida pelo conforto e novos diplomas também tem contribuído

para o distanciamento da família. Muito cuidado com a televisão, filmes, MSN, Okurt , Skype e

sites especialmente os pornográficos! Essas alternativas modernas têm roubado impiedosamente o

pouco tempo que as famílias já possuem para estar juntas, servindo de fuga e desculpas para cada

um ficar na sua e o Diabo na de todos! Se continuarmos a fazer o que estamos fazendo, vamos

continuar a receber o que estamos recebendo. Nada muda, se nada muda! Precisamos melhorar a

comunicação na família, o tempo juntos para oração e lazer, executar ações de amor e carinho de

pais para com os filhos e dos filhos para com os pais; o casal intensificar alguns programas fora de

casa e cultivar amizades sadias com outros casais e famílias que possam promover auxílio mútuo.

4. A Vida em Oração – Cl 4.2-4

Jesus em Lc 18.1-8 falou sobre o dever de orar sempre e nunca desfalecer! Contou que um juiz que

não temia a Deus e nem amava os homens, molestado por uma viúva para que resolvesse a sua

causa, ele a atendeu em face da sua insistência. Concluiu o ensino dizendo no verso 7: “E não fará

Deus justiça aos seus escolhidos, que dia e noite clamam a ele, já que é longânimo para com eles”?

Jesus nos ensina a insistir com Deus em nossas orações. Enquanto oramos, mostramos o nosso

interesse e necessidade daquilo que pedimos. Orar com insistência não tem nada a ver com vãs

repetições! Oswando Chambers disse algo muito importante sobre a oração: “A oração não

simplesmente nos habilita para a grande obra. A oração é a grande obra!”. Vivemos num momento

da história em que a oração tem sido esquecida com muita facilidade. Antes da penicilina, qualquer

infecção era motivo para intensas orações! Muitas enfermidades que hoje são consideradas leves,

matavam. A única solução era a busca de Deus! Hoje, quando alguém é acidentado ou precisa com

urgência de um médico, a oração é quase que descartada. Antes do celular, qualquer atraso era

motivo de preocupação e muita oração. Hoje, liga-se o celular e tudo se resolve. Por isso Jesus

terminou com uma pergunta (v.8): “Contudo, quando vier o Filho do homem, porventura achará fé

na terra?”

5. O Bom Senso Cristão – Cl 4.5-6

Os incrédulos esperam que os crentes procedam como crentes. Muitos se decepcionam ao conhecer

um crente que não vive como crente e até zombam dele. Algumas vezes, também o crente se

surpreende com um incrédulo que não têm vícios e nem pratica sexo fora do casamento. Um

empresário pediu para um dos seus funcionários crentes comparecer como testemunha diante de um

juiz. O seu sócio disse o seguinte: “Por que você chamou esse homem? Ele não vai mentir!” E o

crente mentiu! O empresário o chamou e disse: “Você me decepcionou! Será que foi com medo de

perder o seu emprego? Queimei a minha língua pois apostei que você não mentiria!” Irmãos

componentes da classe, o que vocês fariam numa situação dessas? Ensina Pv 23.23: “Compra a

verdade, e não a vendas; sim, a sabedoria, a disciplina; e o entendimento”. Os que estão de fora

querem ver se a nossa fé funciona apenas na teoria! O que você gostaria que colocassem sobre o seu

túmulo? Divulgue para que todos saibam e cobrem de você essa virtude, a partir de agora!

Conclusão

Ouvi dizer que o famoso campeão mundial de box, Mike Tyson, entrou num avião, sentou-se bem à

vontade numa enorme cadeira de primeira classe e não colocou o cinto de segurança. A aeromoça

pediu para que ele o colocasse. Ele, a seu modo costumeiro, disse: “Um super-homem não precisa

de usar cinto!”. A aeromoça então respondeu: “Um super-homem não precisa de avião, mas se está

no avião, tem que usar cinto!”. Ninguém se tornou um crente de maneira obrigatória! Cada um

tomou a decisão de se submeter ao senhorio de Jesus. Coerentemente, deve assumir o alto preço do

discipulado, com fidelidade e dedicação. O avião já está a caminho do Céu!

10- DISCIPULADO CRISTÂO NA CARTA AOS TESSALONISSENSES.

Introdução.

A plantação desta igreja está em At 17.1-14, durante a segunda viagem missionária do apóstolo

Paulo. Como teve que sair muito depressa devido às perseguições, envia esta carta para melhor

firmar a fé dos novos crentes. Expressa o relacionamento de muita profundidade do apóstolo com

esses irmãos. Claramente podemos identificar no capítulo 1 as características da igreja, e no

capítulo 2, as qualidades do líder. No capítulo 3, o líder mostra sua gratidão e cuidado para com a

igreja. Nos capítulos 4 e 5, várias exortações, instruções, desejos e saudações. Seria bom que o

professor pegasse um papel e anotasse as características da igreja de Tessalônica no capítulo 1 e

verificasse quais destas características podem ser encontradas na sua igreja. Em 1Ts 2.8 e 20 está o

resumo da carta e mostra a exuberância de um discipulado sério e comprometido, digno de imitação

por parte das igrejas de hoje. Será que podemos chegar a esse nível nas igrejas batistas do Brasil?

Precisamos chegar e, urgentemente!

1.O Viver Diferenciado do Crente – 1 Ts 4.1-8

O discipulador precisa ter esse tipo de autoridade para reivindicar fidelidade dos seus aprendizes.

Quem tem o trabalho árduo de discipular, sente-se tremendamente recompensado com o progresso

dos seus discipulandos. Você já experimentou a alegria de discipular pessoas e vê-las entusiasmadas

e ativas na obra de Deus? Existem algumas áreas na vida nas quais se precisa definir convicções. Se

você é um jovem, precisa ter convicções firmadas quanto ao sexo, namoro, bebidas, drogas,

internet, mentiras e relacionamento com seus pais. Procure descobrir onde estão os seus pontos

fracos e busque ajuda de conselheiros idôneos para o ajudarem caso você não tenha um

discipulador.. Também descubra na Bíblia o que Deus ensina sobre esses assuntos. O desafio é

buscar uma vida santa através de um processo de santificação. Só existem duas alternativas: Ou eu

uso Deus para que Ele me ajude a fazer o que eu quero, ou eu me coloco inteiramente nas mãos dele

para fazer o que Ele quer. Um jovem confessou que teve uma relação sexual com sua namorada e se

mostrava muito arrependido e choroso. Instado se não estava preocupado dela ter se engravidado,

ele respondeu: “Não, porque usamos preservativo!” O pecado não os surpreendeu. Já estava

planejado! É bem provável que ele não tivesse firmado convicção nesta área tão arriscada!

2. A Prática do Amor Fraternal – 1 Ts 4.9-12.

Por que amar é tão importante? Se você tiver dificuldade em amar, terá dificuldade em obedecer.

Faça do seu amor a Deus a prioridade da sua vida. Assuma um compromisso agora e renove-o todos

os dias, de amar a Deus com todo o seu ser. Quanto mais você conhecer a Deus, mais irá amá-lo. Se

uma pessoa quiser conhecer a vontade de Deus, a primeira responsabilidade é amá-lo. Em Jo 4.21

há uma conseqüência lógica: “E dele temos esse mandamento, que quem ama a Deus ame também a

seu irmão.” Os verdadeiros discípulos são conhecidos pelo amor de uns para com os outros (Jo

13.35). Esse é o amor que leva o crente a considerar os outros melhores do que ele. O apóstolo do

amor também escreveu que “Filhinhos, não amemos de palavras, nem de língua, mas por obras e

em verdade” (1 Jo 3.18). Já estudamos em lição anterior que amar é um ato da vontade. Você

precisa escolher amar! Não deixe que os sentimentos e as emoções o dominem. Você é mais que as

circunstâncias! O Espírito Santo que habita em nós, concede-nos poder para fazer aquilo que

sozinhos não teríamos condições. O caminho da fé é expresso pelo caminho do amor. Quanto mais

fé, mais amor entre os irmãos, mais disposição de ajudar uns aos outros.

3.A Esperança do Dia do Senhor – 1 Ts 4.13 a 5.11

Em 1Co 15.19 lemos que “se é só para esta vida que esperamos em Cristo, somos de todos os

homens os mais dignos de lástima.”. Os crentes do primeiro século aguardavam a volta de Jesus

para os seus dias. Por isso, tinham muito ânimo e urgência na pregação e no discipulado e menos

preocupação com a vida terrena. A realidade de que o mundo jaz no maligno era o grande incômodo

para desejar uma vida longa nele. A história nos tem mostrado que as facilidades e prazeres da vida

têm afastado as pessoas de juma vida de fé. A riqueza, a tecnologia e a conseqüente vida

secularizada têm aniquilado a esperança do céu! “O mundo é tão bom, apesar de alguns maus e

males”, dizem eles. Quase que as igrejas batistas não cantam mais sobre o céu, e hinos como “Da

linha pátria estou mui longe” são praticamente desconhecidos pelos mais jovens. Mensagens sobre

o final do mundo e a volta de Jesus são cada vez mais raras. Atualmente, a maioria dos crentes vive

como se Jesus nunca fosse voltar e ainda se esquecem que há uma ocasião determinada para a o fim

dos tempos em Mt 24.14. Entre 1970, quando éramos 90 milhões, e 2010, quando somos cerca de

192 milhões de brasileiros, a população sem Cristo dobrou nesses 40 anos. Que peçamos a Deus

que nos tire desse comodismo e terrível conformismo, que renove a nossa esperança do Dia do

Senhor e nos conduza à prática exaustiva da Evangelização e do Discipulado.

4.Conselhos Práticos para a Vida Cristã – 1Ts 5.12-24

Qual seria a maneira mais relevante e produtiva para vivermos a vida cristã? É incrível que o

mundo não mudou tanto de lá para cá. Paulo começa exortando quanto à honra que é devida aos que

exercem liderança na igreja. A tendência do ser humano é diminuir e aniquilar os que lhe apontam

os erros. João Batista foi morto por contrariar a vida errada de Herodes (Jo 14.3-12)! Um hindu,

devoto usuário do Rio Ganges, quebrou o microscópio do missionário que lhe mostrou quão

impuras eram essas águas! O conselho é estimar e amar os que nos ajudam na vida cristã. Onde há

discipulado, a reciprocidade e a responsabilidade de uns para com os outros é absolutamente rotina.

A prática das virtudes mencionadas e requeridas são temas e ações contempladas em qualquer

programa simples de discipulado. Você está discipulando alguém? Em que dia da semana vocês se

encontram para estudo e compartilhamento?

5.A Necessidade de Orar pelo Líder – 2 Ts 3.1-2

Como faz bem aos pastores e líderes ouvirem a frase: “Estou orando pelo irmão!”. Melhor ainda é

quando isso significa todos os dias! Quem mais ora pelo pastor é mais abençoado pelas suas

mensagens. Ora por que ama e ama porque ora. Os melhores lugares para os nossos líderes são nos

nossos corações e joelhos! Não caiamos na tentação de tê-los na ponta dos pés ou na ponta da

língua! Uma grande inspiração dessa prática está em Ex 17.11 e 12. Aproveitem agora, parem por

um instante a lição e orem pelo pastor e líderes que trabalham entre vocês. E orem diariamente por

eles! Sua vida e a vida deles , famílias, igreja e comunidade serão mais abençoadas e abençoadoras.

Conclusão – A Observância da Doutrina – 2Ts 3.4-15

A igreja é um corpo e precisa estar ajustado e unido para o bem estar comum. Se todos praticarem a

doutrina bíblica batista terão mais facilidade e oportunidade de se ajudarem mutuamente. Todas as

sociedades têm os seus regimentos e normas que devem ser observadas por todos. Não é o mais

importante aquilo que cada um pensa! O que foi estabelecido e aceito como a verdade bíblica pela

igreja e denominação, deve ser instrumento de união e não de confusão. A maioria das desavenças

doutrinárias ocorrem por falta de amor, humildade, submissão e ética. O inimigo não é o irmão, mas

o Diabo. O valor maior não são as coisas, mas as pessoas! “Vós, porém, irmãos, não vos canseis de

fazer o bem!”(2 Ts 3.13)

Lição 11 – DISCIPULADO CRISTÃO NAS CARTAS DE PEDRO

Texto Bíblico – 1Pd 1 a 5 e 2Pd 1 e 2. Texto áureo – 1 Pd 3.8,9

Introdução

Quando pensamos em Pedro, lembramos desse judeu convicto que custou a aceitar a abrangência

universal da obra redentora de Jesus. Um grande processo de discipulado já instaurado recebe

através dessas cartas um farto conteúdo para crescimento e solidificação da fé, cuja tônica é a

esperança nas misericórdias e no poder do bendito Deus e Pai de nosso Senhor e Salvador Jesus

Cristo, ante as perseguições e o sofrimento. Quem ganha uma alma deve assumir o dever de edificá-

la em Cristo. O grande progresso no pensamento de Pedro está claramente demonstrado, quando se

dirige aos judeus e gentios e os chama de geração eleita, sacerdócio real, nação santa e povo

adquirido para anunciar as grandezas de Deus (1Pd 2.9). Os judeus e toda a nação de Israel não

eram mais o único povo de Deus e nem os únicos proclamadores das suas virtudes! Gentios e

judeus são agora iguais perante Deus.

1.A Bênção da Salvação Obtida – 1Pd 1.3-12

Se você morresse hoje você tem certeza que iria para o céu? A salvação ocorre quando: a) uma

pessoa se reconhece pecadora e perdida; b) quando entende que não pode salvar-se por ter bom

caráter ou pelas boas obras; c) quando crê que Jesus morreu na cruz pelos seus pecados; d) quando

por uma decisão de fé, recebe Jesus como o seu único Senhor e Salvador. É assim que uma pessoa

se torna crente. Não basta ter fé na fé. A fé salvadora é depositada em Jesus Cristo. Uma pessoa que

nasceu de novo tem fome da Palavra de Deus. Um morto não tem fome! A salvação não só nos dá

um novo destino eterno, mas um novo viver terreno. Mesmo nos sofrimentos e nas provações deve

haver alegria por causa da viva esperança que a salvação nos trouxe. O sofrimento e a pobreza não

têm colocado limite na alegria dos crentes no mundo. Por causa da nossa vida tão voltada para as

coisas materiais, esquecemos que o nosso nome está escrito no Livro da Vida ( Lc 10.20). Diz o

autor sacro que “o céu é Jesus e onde ele estiver, o céu será ali”. Tenhamos esta fé!

2.O Bom testemunho – 1Pd 2.11-17

O que é um perfume? É um cheiro agradável de uma substância aromática. Essa fragrância não se

vê. Ela é exalada a partir das qualidades interiores de algum produto. Para o apóstolo Paulo somos

um aroma de Cristo (2Co 2.15) e a carta de Cristo conhecida e lida por todos os homens(2Co 3.2 e

3). Que tamanha responsabilidade! O que Pedro está ensinando é que precisamos ter um

comportamento tão bonito, tão irrepreensível que as pessoas glorifiquem a Deus pelas nossas ações.

Devemos ser exemplo no cumprimento das leis, no pagamento dos impostos; não adquirir artigos

pirateados e cuidado no uso de Xerox. Devemos ser submissos aos governantes em tudo aquilo que

não ferir a nossa consciência diante de Deus, tanto nos direitos quanto nos deveres. Só pelo fato de

uma coisa ser legal, não lhe garante ser biblicamente certa. Alguns crentes jogam na loteria e se

justificam por ser algo que a lei permite! Os motéis são legais e também o uso de cigarro e bebidas

alcoólicas! Nenhum incrédulo espera ver um crente se utilizando de tais diversões! Antes de tomar

qualquer atitude neste sentido, devemos seguir os conselhos de T.B.Maston e julgar as

consequências negativas disso na minha vida, na vida dos outros e na Causa de Cristo. Se tudo

contribuir positivamente, tenho liberdade para fazer.

3.A Vivência Cristã Ideal – 1Pd 3.8-22.

Jesus atribuiu a maior importância possível ao amor entre os irmãos: “Nisto conhecerão todos que

sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13.35). Este preceito tem pelo menos

duas aplicações práticas: 1)amar uns outros não é optativo. De todo o crente se requer que ame o

seu irmão em Cristo. Não amar, é estar em desobediência; 2) Amar uns aos outros não é automático.

É algo para fazer ou não, dependendo da minha vontade de obedecer. É uma atitude assumida.

Deus quer que amemos uns aos outros de boa vontade, desejando o bem estar do outro. Assim

como existe entre membros de famílias terrenas um natural amor de irmãos, muito mais deveria

haver entre os membros da família de Deus. O amor é algo interno que se demonstra por ações

externas. Essa ligação entre atitudes e ações faz do amor teórico um amor prático. Fazendo uma

auto-análise, como você responderia estas questões: 1)De que pessoa já me tornei servo? 2) Quem é

que peca contra mim mas não consegue esgotar a minha paciência? 3) Pelas fraquezas de quem eu

me compadeço 4)A favor de quem eu tenho me sacrificado ultimamente? 5) Vamos estar todos

juntos no céu! Mas será que há cristãos que eu não quero perto de mim?

4. A Vigilância Necessária – 1Pd 4.7-11

Mais uma a vez Bíblia nos chama a atenção para o uso dos dons espirituais, com os quais

ministramos uns aos outros. O texto fala de hospitalidade, de serviço, de profecia, de pastoreio

mútuo. A mutualidade cria e mantém o ambiente mais propício ao exercício dos dons e faz com que

todo irmão participe, de modo eficiente, dos ministério coletivos da igreja. O fim é a glória de Deus

e a edificação dos outros. Não podemos pensar num discipulado ocorrendo no vácuo Conheço

alguns discipuladores que mantêm os novos convertidos isolados da igreja para não serem

“contaminados”. Evitar que um novo convertido possa crescer em comunhão com os demais

membros da igreja para não se contaminar com atitudes e práticas indesejáveis é coisa muita

estranha! Será que os maus exemplos poderão ter mais força que os bons? Se assim for, será melhor

não evangelizar ninguém e primeiro cuidar da vida dos que já estão na igreja! O Pr. Martin Luther

King disse: “O que mais me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons!” Não

permitamos que um pequeno grupo de descomprometidos com a Causa tenha mais força que uma

igreja toda!

5.A Ansiedade Vencida – 1Pd 5.6-7

Jesus em Mt 6.25 já afirmou: “Não estejais ansiosos quanto à vossa vida...!” Ele já sabia que a

ansiedade permearia o nosso viver. Antes da ansiedade vem a preocupação. A ansiedade gera a

angústia. A ansiedade é o desejo de controle numa situação e a angústia é uma ansiedade sem

controle. Tudo nasce na preocupação. Ao invés de alguém se preocupar, deveria se ocupar. Por

exemplo, se uma pessoa está desempregada, ao invés de se preocupar, deveria se ocupar na busca de

um novo emprego! É certo também que alguém humilde tende a ser menos ansioso. O humilde

têm uma expectativa menor da vida, das pessoas e maior de Deus. Quem se humilha abre um

enorme espaço para a manifestação da graça divina. O soberbo enfrenta a resistência de Deus, mas

ao humilde ele dá graça (Tg 4.6). Na parábola de Lc 18.9-14, o soberbo fariseu é rejeitado e o

humilde publicano foi justificado!

Conclusão – Um Vida Cristã Crescente – 2Pd 1.5-8

Discipulado é vida na vida. É investir na vida do outro para que ele aprenda, cresça e se reproduza.

A dinâmica aqui declarada segue degraus desde a fé, passando pela virtude, ciência, domínio

próprio, perseverança, piedade, fraternidade e chega ao amor. Somos chamados para crescer . O

conhecer mais a Cristo faz com que a graça e a paz sejam multiplicadas em meu coração.

Recebemos as promessas que nos ajudam a viver a nova vida, com valores diferentes. É pela fé nas

promessas de Deus que se inicia a caminhada com ele. Elas nos fazem participantes da natureza

divina. O Espírito Santo faz a obra mas o crente precisa estar envolvido ativamente no processo. É

possível conhecer a Cristo plenamente e ser inoperante e improdutivo. Atividade não quer dizer

produtividade. Há muitos que fazem muito e produzem pouco. Pedro ensina que subindo os degraus

da fé ao amor, no pleno conhecimento de Jesus, seremos operantes e produtivos!

Lição 12 – DISCIPULADO CRISTÃO NAS CARTAS DE JOÃO.

Texto bíblico – 1Jo 1 a 5; 2Jo;3Jo Texto Áureo – 1Jo 3.9

Introdução

As cartas de João foram escritas para ajudar os crentes contra os ataques heréticos, mas também são

ricas em outros ensinamentos, mostrando um coração de pai amoroso no discipulado dos seus

filhos. Era um tempo onde atacavam tanto a verdadeira divindade quanto a verdadeira humanidade

de Jesus. O Evangelho de João dá a entender a humanidade de Cristo e defende a sua divindade; e a

primeira carta de João dá a entender a sua divindade e defende a sua humanidade. Desse modo, os

crentes deveriam resistir aos assédios dos hereges e terem a sua visão esclarecida quanto ao

significado de Cristo e seu amor, para que nele tivessem uma fé completa. O texto de 1Jo 5.12,13

resume bem esse propósito quando afirma que: “ Quem tem o Filho tema vida; quem não tem o

Filho de Deus não tem a vida. Estas coisas vos escrevo, a vós que credes no nome do Filho de Deus,

para que saibais que tendes a vida eterna”.

1.O Crente como Luz para o Mundo – 1Jo 1.5-7; 2.8-11

Andar na luz significa andar com Deus e, estar na luz é ter a vida purificada e limpa pelo sangue

de Jesus. João amava a luz e já no prólogo do seu Evangelho (Jo 2.4-9) faz uma profunda reflexão

sobre a luz e anuncia que Jesus é a verdadeira luz que estava chegando ao mundo. O próprio Jesus

logo depois do seu encontro com a mulher flagrada em adultério, afirma: “Eu sou a luz do mundo;

quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8.12). É uma impossibilidade um

filho da luz viver feliz nas trevas. Ou está triste nas trevas ou não é um convertido! Alguém já disse

que “nem todas as trevas do mundo conseguem dissipar a luz de uma vela”! Pode ser que a sua

vida, a exemplo de uma brasa no fogão, esteja enfraquecida e coberta de cinzas. Se um dia você se

converteu, ela sempre vai estar acesa pela presença do Espírito Santo. Cremos que o nascido de

novo não perde a salvação e o seu corpo é o templo do Espírito Santo. Se você está assim, peça a

Deus que o encha novamente do seu Espírito Santo, conforme Ef.5.18, e a pequena luz dentro de

você que não ilumina o mundo, vai aumentar a intensidade do brilho e outros serão guiados por

você à verdadeira luz.

2.Honrando o Conhecimento Recebido – 1Jo 2.20-24

Conhecimento dado, conhecimento recebido e praticado. Nos ambientes escolares existem as

provas e os testes para medirem se o aluno aprendeu ou não. Já na universidade, não basta estudar e

aprender. Há os estágios onde o aprendido é praticado. Na vista cristã, é do conhecimento à

prática.Você aprende, você precisa praticar. Todos devemos ser bons mordomos de Deus em face

daquilo que aprendemos. Discipulado é transmissão de vida. É um mendigo repartindo o pão com

outro mendigo. E precisamos ir além. As verdades bíblicas aprendidas devem ser praticadas e

transmitidas para os outros! Isso é discipulado! Na Palestina estão os dois mares: Galiléia e Morto.

O mar da Galiléia recebe e dá águas, por isso tem vida e transmite vida. O mar Morto só recebe. Ele

não tem vida e faz jus ao nome. Há muitos crentes que são como o mar da Galiléia: recebem e dão

vida! Têm alegria e se sentem responsáveis em transmitir o que aprendem. Egoísmo é reter para si

tudo o que aprendeu e não ensinar para os outros. Você tem transmitido o que sabe sobre a salvação

e a vida cristã?

3.A Glória Reservada ao Crente – 1Jo 3.1-2

O dito popular é que “todo mundo é filho de Deus”.João se preocupou muito com o pensamento de

que essa filiação fosse algo destituído de significado e profundidade histórica. O que os hereges

tentavam era negar a superioridade de Jesus e compará-lo a outros enviados. Para ele, tornar-se

filho de Deus é fruto do seu grande amor que lhe custou a vida do Filho unigênito. Em Jo 1.11 e 12

ele já havia dito que: “Veio para o que era seu e os seus não o receberam. Mas a todos quantos o

receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus”. A

apresentação que o autor aos Hebreus faz de Jesus é impressionante (Hb 1.1-9)! Também Paulo em

Cl 1.12-19 exalta a pessoa do Filho com uma expressão de profunda fé e gratidão. Jesus não é um

qualquer! Ele é o enviado de Deus e o único que tem poder para salvar. Através de muitos séculos

da era cristã, a figura de Maria, mãe de Jesus, tem ocupado semelhante espaço. Modernamente,

surgem no Brasil várias beatificações e processos de canonização dos chamados “santos”. Os

seguidores de Maomé e Buda estão se multiplicando! Nesse tempo de tantas heresias, vamos

expressar para o nosso Deus a nossa profunda gratidão e renovar o nossa lealdade ao nosso Senhor

e Salvador Jesus Cristo.

4. A Vida em Harmonia Cristã – 1Jo 4.7-11

Paulo em Rm 15.7 exorta: “Portanto, recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu

para a glória de Deus.” Naquela igreja se encontravam judeus, romanos, bárbaros, gregos, escravos

e livres, ricos e pobres. Você já pensou numa mesma igreja termos brasileiros civilizados,

indígenas, surdos, árabes e indianos? Essas pessoas chegariam para dentro do Corpo de Cristo

com as mais diferentes formações educacionais e culturais, pontos de vista divergentes, diferentes

escalas de valores e formas de se vestirem. Tão fortes, poderiam ser as tensões que os crentes teriam

dificuldades para aceitarem uns aos outros em pé de igualdade. A maioria de nossas igrejas não têm

tais diversidades e todos sabemos que harmonizar mentes, costumes, corações, agendas e

orçamentos nem sempre é muito simples. Viver em harmonia, significa acolhermos os nossos

irmãos em Cristo, livremente, sem constrangimentos ou reservas, em plena comunhão uns com os

outros. Mesmo havendo alguma falha visível na conduta, desconhecimento das Escrituras e opinião

diferente em doutrinas, se ele afirmar que é um discípulo de Jesus, precisamos aceitá-lo e, com

amor, guiá-lo na verdade.

5.O Poder da Oração – 1Jo 5.14-15

Devemos orar inteligentemente. Deus só promete atender a oração cujo pedido estiver dentro da sua

vontade. Deus está mais interessado em nossas atitudes que em nossas palavras. Também

precisamos esperar o tempo de Deus e sermos preparados por ele para receber uma resposta. José

do Egito orou e logo deve ter esperado uma resposta para deixar a prisão. Só que o copeiro-mor se

esqueceu de falar com o Faraó sobre a sua situação. Dois anos se passaram e o Faraó teve um sonho

que os seus magos não souberam interpretar. José interpretou. Ir do palácio para a cadeia já tem

ocorrido no Brasil, mas José foi da cadeia para o palácio. Lembra por que isso aconteceu? Se Deus

tivesse atendido logo a oração de José, é bem possível que ao invés de salvar a sua família e lhe

dar o melhor lugar no Egito, ele teria morrido de fome, em Canaã, juntamente com ela. Esta linda

história você pode ler em Gn 40-47. Aprendi a orar apresentando a Deus a minha necessidade, mas

faço uma ressalva: “ Senhor, se tens algo melhor para mim, rasgue esse pedido. Se Deus nos ouve,

o melhor será esperar por ele, no tempo dele.

Conclusão – A Solidariedade Necessária - 3Jo 5-8

Gaio era um discípulo que andava na verdade. João expressa o seu amor, alegra-se e tem nisso o

seu maior prazer. É gratificante verificar o progresso na vida de um discípulo e perceber o seu

comprometimento crescente com Cristo e a sua Causa. O reconhecimento sempre se transforma em

encorajamento. Discípulado exige sensibilidade e reprodução. Quando o irmão vai começar o seu

ministério do discipulado? Permita que Deus desafie o seu coração! Troque idéias com o seu pastor

a respeito disso. Deus vai usar a sua vida!

13.DISCIPULADO CRISTÃO: UMA VISÃO ATUAL

Texto bíblico – Tt. 1 a 3 Texto Áureo – Tt 2.7 e 8

Introdução

Paulo escreve a um dos seus mais eminentes discípulos. Como Jesus, ele concentrou muito do seu

tempo e atenção na tarefa de fazer discípulos. Não ignorou os locais onde estava e nem perdeu o

foco da sua missão. Tito aprendeu as palavras, ações e o estilo de vida do seu mestre. Discipular é

transfusão de vida. É reproduzir sua vida na vida de outro. Quem não experimenta a morte do Eu ,

não pode qualificar-se para o discipulado. É um meio de transmitir qualidade e quantidade. A tarefa

principal do discipulador é se reproduzir em outros discípulos. Viver ocupado com outras

atividades, mesmo na igreja, não pode tomar o lugar da reprodução. O líder cristão tem que escolher

entre atividades ou se multiplicar espiritualmente. A atividade não substitui a obediência.

Obediência é o primeiro sinal do Discipulado. A vida cristã se baseia na Palavra e não nas emoções.

Em que as igrejas planejam crescer hoje, em qualidade ou em quantidade? A grande maioria está

com um km de quantidade e um cm de qualidade! A qualidade que não gera quantidade deve ser

questionada! Discipulado é um trabalho sério e árduo que começa pequeno mas tem potencial para

impactar o mundo!

1.A Necessidade da Presença da Autoridade – Tt 1.5

“Sucesso sem sucessor é fracasso”. Um dos grandes desafios do ministério é deixar líderes

preparados para continuar o trabalho. No conceito moderno de plantar igrejas multiplicadoras,

pensamos em três áreas onde se deve trabalhar a autonomia: auto-sustento, autogoverno e

autopropagação. Entretanto, a busca maior tem sido pelo auto-sustento. Ainda há muita deficiência

quanto ao governo e a propagação. Se uma igreja tem recursos financeiros e não sabe administrá-los

bem, a tendência é cair a receita. Se os membros não forem treinados em evangelismo e

discipulado, o crescimento também vai diminuir. O novo trabalho tende ao fracasso. É preciso

formar líderes maduros para cuidar das três áreas. Sem discipulado, poderemos ter bons técnicos

mas não homens e mulheres de Deus, cheios de fé e do Espírito Santo,com caráter irrepreensível.

A autoridade não é um título que se dá. Adquiri-se pela santidade e serviços prestados. Há muitos

líderes que estão em busca de títulos e não de ministérios. Querem o bônus e não o ônus. O que tem

dado mais certo é o líder ser formado dentro da própria igreja através de um Programa de

Discipulado. Se mais tarde ele tiver uma chamada de Deus para o ministério de tempo integral deve

ir para o seminário.

2..O Perfil Exigido do Crente Revestido de Autoridade – Tt 1.6-9

O êxito de uma vida não deve ser medido olhando para onde estava e para onde está, mas olhando

para onde estava e onde deveria estar . A Maturidade espiritual não é medida pelo que se sabe mas

pelo que se vive. No texto acima, há uma seleção de qualidades requeridas e chamo sua atenção

para o verso 8, onde ser hospitaleiro, amigo do bem, sóbrio, justo, piedoso e temperante é

fundamental para as ações de um discipulador. Em outras palavras, é preciso que ele cuide bem da

sua vida pessoal, vença a ira, supere as preocupações, produza o fruto do Espírito e continue

crescendo em conhecimento e na vida devocional. Nos seus relacionamentos, agir com inteligência

e sabedoria, disposto a testemunhar com ousadia, não falar mal das pessoas, ajudar com mansidão

os que cometerem erros e ensinar como suportarem uns aos outros. Sobretudo, é preciso que o líder

sinta e haja como Jesus o fez em Fp 2.5-8: ele não reivindicou nenhum direito para si; submeteu-se

inteiramente a Deus e foi manso e humilde! É preciso ser e depois fazer discípulos!

3.A Exigência do Bom Exemplo – Tt 2.7,8

Para um bom desempenho no ministério do Discipulado, cada um precisa saber em que nível de

maturidade está. Lendo 1Jo 2.12-14, encontramos três níveis diferentes. 1)FILHINHOS. São

aqueles que ainda não deixaram a infância espiritual. Têm um pai, seus pecados foram perdoados e

apenas têm um conhecimento muitíssimo limitado do pai. Paulo se refere a eles em 1Co 3.1-3 e

Pedro em 1Pe 2.1-3. São pessoas que apenas receberam Jesus como Salvador mas nada tem

acontecido em suas vidas em termos de crescimento e produção de frutos. As crianças normalmente

não andam e nem se alimentam sozinhas, não falam e nem se reproduzem. Será que há entre nós

muitas crianças espirituais que não geram filhos? Uma senhora de 73 anos me disse, chorando

muito: “Tenho 57 anos de vida cristã, mas descobri hoje que não passo de uma criança espiritual!

Preciso urgentemente mudar. Obrigado pastor!” 2)JOVENS. Sabem vencer as batalhas espirituais

(Mt 4.1-11, 1Co 10.13 e 2Co 2.14); são fortes (2Tm 2.1) e estão vivendo os ensinos da Bíblia (Tg

1.22-25, Sl 119.9-11, Hb 4.12 ; Js 1.8 e Sl 1.2-3). Esse é o nível intermediário da maturidade cristã!

Será que você já é um jovem espiritual? 3)PAIS. Conhecem a Deus e seus caminhos (Is 55.8, Sl

37.5, Cl 2.6 e 1Jo 2.6) e geram filhos. Quantos filhos você já gerou para Deus em sua caminhada

com ele? Em que igrejas estão servindo a Deus? Os seus filhos espirituais também já são pais

espirituais ou você os abandonou antes que estivessem maduros para se reproduzirem?

4.A Bênção Universal de que Fazemos Parte – Tt 2.11-14.

Já estudamos que o grande desafio da igreja é equilibrar a Lei a Graça! Este texto é excelente para

essa consideração. Podemos negar a santificação e condicionar a graça? A graça ensina que “

renunciando à impiedade e às paixões mundanas, vivamos no presente mundo sóbria, e justa e

piamente.” Será que a graça permite que façamos aquilo que vem à nossa cabeça e estejamos

isentos de uma vida pura e piedosa? Em Tt 3.4-11, mostra que a porta de entrada da igreja deve ser

larga ou estreita? Temos, às vezes, uma multidão, mas quantos salvos? Quantos estão nas igrejas

para terem saúde, prosperidade e serem livres dos maus espíritos? Buscam a Deus para o aqui e o

agora! Se o céu não for verdade, não fará muita diferença! Em Tt 2.13 e 14 está a verdadeira

expectativa do salvo. A graça tem que identificar a pessoa com Cristo e conduzi-la a uma vida

responsável e reprodutiva, pois temos a ordem de andar como Jesus andou (Cl 2.6). O poder da

graça nos ajuda a viver uma vida justa, pura, santa e piedosa. Se a graça operou, a pessoa foi

transformada em uma nova criatura. Em Gl 4.19, é falsa a graça que não gera resultados.

5. A Palavra de Poder do Crente – Tt 3.8-11

A vida entregue ao Senhor Jesus tem grande recompensa. Há alegria e prazer em segui-lo, não

obstante a todos os desafios. O crente que realmente deseja amadurecer em seu relacionamento

com Deus escolherá deliberadamente a opção da Palavra. Deus está preocupado com as nossas

necessidades materiais mas espera que estejamos ocupados em buscar o seu reino em primeiro

lugar (Mt 6.33). Quem constantemente opta pelo material, em breve alcançará um estágio em que o

material fará escolhas por ele. Frieza espiritual é indicação de opção material. Arrependa-se se você

já fez opções materiais consideráveis em detrimento a sua vida espiritual. Deixe seu futuro

descansar nas mãos de Deus.

Conclusão

Não chegamos ao fim. Estamos apenas começando uma vida comprometida com Deus, rumo à

maturidade espiritual. O discípulo não fica envolvido em coisas transitórias. Está interessado em

valores eternos. Seu maior prazer é exercer os seus dons espirituais para promover o crescimento

da obra de Deus através da multiplicação de discípulos que também se tornarão multiplicadores.

Decore o texto de 2Tm 2.2 e pratique-o intensamente, sob a direção do Espírito Santo.

Você já está discipulando alguém? Peça ajuda ao seu pastor ou juntos, busquem ajuda de fora. A

sua Junta de Missões Nacionais terá prazer em ajudá-los nessa caminhada. Vamos avançar!

BIBLIOGRAFIA

JONES, Bill – Pressão do Grupo. Jumoc. Campinas SP. 1995

JONES, Bill – Tentaçao. Jumoc. Campinas SP. 1995

HARVILLE, Sue. BEILEY, \Lowell. Uns aos Outros. Periódico 1 e 2

SOLONCA, Paulo – Manual do Discípulo I, II,II,IV – Editora do Discípulo. Florianópolis. 2001

CHAMPLIN, Russel Normam. O Novo Testamento Iinterpretado. Vol. III - VI. Milenium. SP. 1982

Programa de Discipulado da JMN – Manual. RJ. 2010

Semeando Igreja Multiplicadora – Manual JMN. RJ. 2010

Autor

Pr. Nilton Antonio de Souza, casado com Sandra Mara de Souza, pai de Anielle e Alane.

Missionário da Junta de Missões Nacionais há 37 anos, atuando hoje na sede no Rio de Janeiro

como Gerente Executivo de Evangelismo e Discipulado.