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Ano I • nº 9 • Fevereiro de 2013 Devemos planejar, sabendo que os planos não se realizam da forma que desejamos PÁGINA 8 Os filhos precisam saber que tudo tem um preço. Eles precisam dar sua cota de contribuição e participarem na gestão do orçamento da família. Da mesada que recebem, precisam ser motivados a poupar parte dela. PÁGINA 10 Poupando a mesada Qual tablet comprar? Surface, Nexus 7 ou Ipad? PÁGINA 2 Como deixar sua casa com a cara da natureza? PÁGINAS 12 e 13 Em que rua ficará a estação Uruguai do metrô? PÁGINA 7 Escolas fecham as portas na Tijuca Tijucanos fazem de Xerém uma extensão do seu bairro Não duvide. Você está lendo a página de um livro Veja a foto e não se surpreenda com o rio Maracanã PÁGINA 15 PÁGINA 7 PÁGINA 6 PÁGINA 3

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Ano I • nº 9 • Fevereiro de 2013 Devemos planejar, sabendo que os planos não se realizam da

forma que desejamosPÁGINA 8

Os filhos precisam saber que tudo tem um preço. Eles precisam dar sua cota de contribuição e participarem na gestão do orçamento da família. Da mesada que recebem, precisam ser motivados a poupar parte dela. PÁGINA 10

Poupando a mesada

Qual tablet comprar? Surface,Nexus 7 ou Ipad?PÁGINA 2

Como deixar sua casa com a cara da natureza?PÁGINAS 12 e 13

Em que rua ficará a estação Uruguai do metrô?PÁGINA 7

Escolas fecham as portas na Tijuca

Tijucanos fazem de Xerém uma extensão doseu bairro

Não duvide. Você está lendoa página de um livro

Veja a foto e não se surpreenda com o rio Maracanã

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Uma publicação da Igreja Batista Itacuruçá para a Ti-juca e também para Andaraí, Alto da Boa Vista, Grajaú, Maracanã, Rio Comprido, Vila Isabel e adjacências

Fevereiro de 2013

Editor:Israel Belo de Azevedo (RP 4.493/MG)

Equipe:Bruno Entringer, Dalton Lopes (fotos), Davi Coelho, Elenice Magalhães, Geraldo Machado (diagrama-ção), Guilherme Cockrane, Maria Martha Rodrigues, Nathalie Baloustier Braga, Paulo Campos e Ruth Amorim (revisão)

IGREJA BATISTA ITACURUÇÁRua José Higino, 416 Praça Barão de Corumbá, 49 – Tijuca20510-170 – Rio de Janeiro, [email protected] @jtijucaemfocoFacebook /tijucaemfoco(21) 3344-9700

Gráfica: Newstech - 21 (3552-0580)

Tiragem: 15.000 exemplares (distribuição gratuita)

T E C N O L O G I A2

TIJUCA EM FOCO ‘‘QUAL TAbLET?’’Quando se pensa em comprar um

Tablet logo uma dúvida paira no ar. Qual o melhor? Existem vários aspec-tos a serem avaliados para tentar res-ponder essa dúvida.

Deve-se ter em mente o quan-to se quer gastar, qual o objetivo no uso aparelho, onde ele vai ser usado, entre outros fatores. Um Tablet para navegação na internet e redes sociais é diferente de um para produtividade e trabalho. Também tem gente que quer um portátil mais leve e pequeno, por que vai carregar para todo lado. Para outros, isso não é importante.

Com esses fatores em mente, tra-zemos os maiores exemplos de três dos maiores fabricantes do aparelho da moda. O Surface, da Microsoft, chega ao mercado junto com o novo sistema Windows 8. Já o Nexus 7, do Google, começou suas vendas em Ju-lho e já vem encantando milhares. O iPad da Apple acaba de ganhar uma atualização e um “irmãozinho menor” com 7,9”, o iPad Mini.

O Surface da Microsoft vem em duas versões bem diferentes: o RT, que roda uma versão limitada do Sistema Operacional, e o PRO, com processa-dor Intel e Windows 8 Pro. Nessa últi-ma opção, o usuário não fica limitado aos aplicativos desenvolvidos para a

FÁBIO CUnhAAnalista de Tecnologia da Casa da Moeda do Brasil

interface Metro do Windows 8 e ainda pode utilizar os aplicativos que hoje rodam no seu computador de casa. Ponto para a integração, mas cuida-do que a opção custa quase o mesmo que um notebook comum (US$ 900 nos EUA). Com sua tela de 10,6 pole-gadas wide 16:9, é melhor trabalhar na horizontal e ainda conectado à sua capa/teclado – prática na hora de di-gitar documentos extensos. Esta é a melhor opção para escritores.

O Nexus 7 vem com a última ver-são do Android, a comemorada 4.1. Mais estável e aprendendo com os er-ros do passado, a Google oferece cada vez mais funcionalidades em seu Sis-tema Operacional, com um número crescente de aplicativos. O portátil perde no quesito bateria; portanto, quem quer trabalhar o dia inteiro com ele deve lembrar-se de carregá-lo a cada 8 horas. Contudo, quem de-seja portabilidade prefere sua tela de 7 polegadas, o que torna este modelo a opção mais leve entre as compara-das, com apenas 350g. Esta é a me-lhor opção para executivos.

O Tablet mais vendido e usado nesse mercado é, sem dúvida, o iPad da Apple. Seja por suas duas câmeras de alta resolução, traseira de 5 MP

(filma em HD) e outra de 1,2 para ví-deo-chamadas (no modelo com Tela de Retina, recém-lançado nos EUA), seja pela estabilidade do iOS, o portátil con-quistou o mercado com a integração entre hardware e software. Sua loja de aplicativos conta com mais de 275.000 itens desenvolvidos exclusivamente para sua plataforma. Com modelos que vão de 16GB+WiFi ($329) a 64GB+3G ($829), cobre todos os gostos e usos. Sua plataforma facilita a integração entre os outros produtos da marca, dei-xando o conteúdo disponível no celular, no computador de casa ou mesmo na internet, o que facilita muito quando se quer compartilhar arquivos ou manter cópias de segurança.

Agora escolha o seu modelo e en-tre nesse crescente mundo portátil.

Mande suas dúvidas de tecnolo-gia para a [email protected]

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ENTREVISTA 3

WAlMIR VIEIRA Mestre em Liderança eem Ciências da Religião

Pedagogo e Administrador Escolar.Diretor do Colégio Batista Shepard

E D U C A R P A R A A V I D A

1. Pouco ou nenhum retorno fi-nanceiro. Educação particular não tem sido mais um bom investimento para pequenos empreendedores em re-giões de baixo ou médio poder aquisi-tivo. A “rentabilidade” do negócio, sem traumas, é de menos de 10% ao ano. As escolas não conseguem impor o valor da mensalidade de que precisam para se sustentar e ter algum retorno, pois seu público-alvo (classe média) tam-bém não consegue arcar com o preço necessário. A pressão por descontos cada vez maiores é intensa. Só as gran-des redes educacionais ou as grandes escolas conseguem sobreviver ganhan-do em escala, recebendo um pouqui-nho de muitos.

2. Alto custo operacional. Geral-mente, a folha de pagamento (salá-rios e encargos sociais) de uma escola consome de 70% a 80% de toda a sua receita. Além disso, é preciso arcar também com o custo do consumo de luz, água, telefone, material de escri-tório, manutenção de equipamentos, aluguel, limpeza, conservação do patri-mônio, renovação do mobiliário etc. O ramo educacional, entre os prestadores de serviços, é o que tem o maior custo operacional, especialmente com pesso-al. As grandes escolas sofrem e as pe-quenas não suportam, pois não conse-guem repassar ou refletir esses custos em seu preço.

3. Endividamento. Com uma mar-gem de “lucro” muito pequena, dian-te da necessidade de investimento ou atendimento de demandas judiciais, algumas escolas eventualmente deixam de recolher compromissos sociais, tra-balhistas e impostos, que se acumulam

e geram, em pouco tempo, um grande problema. A situação torna-se insus-tentável quando esse endividamento tem também como credores os bancos.

4. Legislação desfavorável. As exi-gências da legislação trabalhistas e dos sindicatos pesam muito no custo da escola. As pequenas escolas não con-seguem atender adequadamente às demandas. As leis de ensino (federal, estadual e municipal) também impõem às escolas particulares uma série de exigências e normas que uma escola pequena não consegue cumprir plena-mente.

5. Alto índice de inadimplência. A legislação que rege as questões de inadimplência tem regras diferencia-das para as escolas, em relação a outros fornecedores ou prestadores de serviços no tratamento de seus devedores. Se o que contrata o serviço de fornecimento de luz, água, telefone, gás, médicos etc. não paga, o serviço é interrompido. Já na educação, uma Medida Provisória editada há mais de 10 anos obriga a es-cola particular a continuar prestando o serviço, tendo despesa com o aluno, mesmo que o seu responsável não esteja cumprindo seu compromisso financeiro com ela. Ela pode até negativar o nome do devedor em serviços de proteção ao crédito e executar sua dívida judicial-mente, mas, alguns deixam a escola e vão para outra, deixando dívida. Essa legislação, ainda em vigor, tem feito o ramo educacional ser o detentor do maior índice de inadimplência entre os prestadores de serviço. Essa política que favorece o calote tem fragilizado dema-siadamente as finanças dos colégios, fa-culdades e universidades particulares.

6. Diminuição da clientela. As pe-quenas escolas estão perdendo alunos ano a ano, seja porque eles estão se transferindo para escolas maiores, que podem oferecer preços menores, bem como serviços e estruturas melhores, ou porque o número de filhos por casal está diminuindo a cada década. Tam-bém, a Tijuca tem se tornado um bair-ro com uma crescente população mais idosa.

7. Migração. Muitos da nova classe média alta da Tijuca e adjacências estão (ou estavam) se mudando para bairros como Barra da Tijuca e Recreio, ainda que lá tivessem que pagar preços duas vezes maiores de mensalidades escola-res para seus filhos.

8. Especulação imobiliária. O mer-cado imobiliário na Tijuca elevou o preço dos imóveis à esfera nunca vista antes. Algumas escolas que não têm patrimônio próprio não estão supor-tando o aumento do aluguel do imóvel. Já os que são proprietários estão prefe-rindo vendê-los para construtoras por valores que geram uma lucratividade muito maior do que teriam mantendo sua escola em funcionamento.

9. Perda do idealismo e do pro-fissionalismo na educação. Esse ideal se esmaece a cada geração de donos de escola. Os filhos ou herdei-ros dos donos que fundaram a escola geralmente não têm a mesma disposi-ção, o mesmo compromisso social com a educação e nem a mesma visão da importância da educação de qualidade para a construção de uma sociedade melhor. Aliada a isto, muitos donos de escola tentam manter seus ideais, mas

não se aperfeiçoam na busca de uma gestão mais profissionalizada. Tentam sem muito sucesso administrar sua es-cola da mesma maneira que o faziam há 30 anos, despreparados para en-frentarem os dificílimos desafios des-tes novos tempos.

10. Pequena melhoria da escola pública. As escolas públicas, especial-mente as municipais, têm tido maior atenção da Prefeitura e recebido mais investimentos. Isso tem repercutido, ano a ano, numa ainda pequena, mais constante, melhoria na qualidade des-sas escolas. Muitos ótimos professores, mais recentemente concursados, estão na escola pública (embora ainda exis-tam nela alguns servidores mais aco-modados, por conta da estabilidade de que gozam). Dou um exemplo: o último concurso que selecionou professores para a escola municipal do Rio de Ja-neiro apontou a extraordinária marca de 55 candidatos por vaga. Natural-mente, os mais bem preparados con-seguiram as vagas disponibilizadas. A revista Veja Rio (edição de 21.11.2012) mostrou uma família de classe média alta, desembarcando seus filhos de uma BMW, na porta de uma escola pública municipal, alegando que reconhecem algum avanço nessa escola.

Diante deste cenário que, muito provavelmente, não mudará nos próxi-mos anos, ainda veremos outras esco-las, especialmente as pequenas, fecha-rem suas portas em nosso bairro e nos bairros circunvizinhos.

Então, como as escolas particulares devem atuar diante desta nova reali-dade, neste cenário tão desfavorável a elas? É o que tentarei apontar no pró-ximo artigo.

POR QUE AS ESCOLAS PARTICULARES ESTãO fEChANDO NA TIjUCA?

Em 2011 foram fechados dois colégios privados na Tijuca. No final de 2012 mais três anunciaram seu fechamento. Ainda que pequenos, dois desses tinham mais de 50 anos de funcionamento. Por que estão encerrando suas atividades?Conversando com administradores de alguns desses colégios, à luz de minha experiência adminis-trando escolas há mais de 15 anos e da observação que tenho feito do cenário educacional brasileiro, destaco algumas razões que justificam a desistência do “negócio” por parte desses e de outros.

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Você pode planejar a qualidade da sua vida

reciclável. Aí nós temos três opções: (1) deixar que a Pre-feitura o recolha; (2) vendê-lo a uma organização de recicla-gem, ou (3) doá-lo a uma ins-tituição para que esta faça a venda, a fim de obter recursos financeiros.Em relação à coleta pela Pre-feitura (que deve ser a mais comum) esbarramos na falta de uma política municipal com estrutura para processar o lixo recolhido. De forma geral as pessoas e os condomínios fa-zem a separação do que pode ser reciclado, mas esse lixo, na maioria das vezes é misturado com o lixo orgânico, perdendo todo o sentido da coleta seleti-va. Fazem falta uma estrutura pública para coleta e proces-samento adequados e uma postura responsável por parte dos cidadãos. Devemos tomar os cuidados devidos com o lixo que geramos.

Os empresários recla-mam muito do Custo Bra-sil. Eles têm razão?O valor pago pelos empresá-rios em impostos é da ordem

de 40%. Isso impacta qualquer negócio.Quando comparamos os pre-ços dos produtos produzidos no Brasil com os de países desenvolvidos, vemos clara-mente a diferença. Além da diferença de preço, temos também o impacto do retorno dos impostos coletados. Na Dinamarca, a taxa de impos-tos é de 47%, mas existe uma estrutura de ensino e saúde sendo “bancados” pelos va-lores recolhidos. O mesmo acontece no Reino Unido, onde o sistema de saúde é re-ferência e orgulho do país. Te-mos muito que aprender.

Com o fim da inflação, as empresas têm podido pla-nejar melhor?Na verdade, a inflação ainda continua; mesmo sendo “bai-xa”, considerando nossa histó-ria, ela está aí.Há também o impacto das fortes moedas estrangeiras. O que não se pode esquecer é que, felizmente ou infeliz-mente, estamos numa econo-mia global. Planejar, então, precisa levar isso em consi-deração: aspectos dos cená-rios externos. Só para dar um rápido exemplo: os chineses estão chegando a todas as áreas. Já participam de ex-ploração de poços de petróleo no Brasil, com custos muito menores que gigante do setor, tanto nacionais quanto multi-nacionais. Até na fabricação de bolsas femininas eles já estão atuando e impactando o mercado. O preço que eles praticam tem sido um grande desafio para as empresas con-correntes. Planejar requer que se olhe em várias direções, entendendo o que está haven-do no seu mercado e setor de atuação. Sem esse olhar, as diretrizes estratégicas podem não ser bem dimensionadas.

4 E N T R E V I S T A

A responsabilidade am-biental virou uma moda ou as empresas estão re-almente se preocupando com o planeta?As organizações têm falado em gestão ambiental. Existe até uma norma internacional para a estruturação de siste-mas de gestão ambiental, a ISO 14001. Muitas empresas são certificadas nessa norma, cujos requisitos estabelecem práticas voltadas ao desenvol-vimento sustentável (produ-zir deixando para as gerações futuras) com envolvimento das pessoas que nelas traba-lham. Essa norma é bastante difundida e adotada no meio industrial. Existem bancos que só liberam financiamen-tos para empresas ambiental-mente corretas, outros redu-zem as taxas dos empréstimos para quem está realmente se preocupando com o meio am-biente.Mais recentemente o conceito de responsabilidade ambien-tal evoluiu para o conceito de sustentabilidade, algo para en-fatizar o desenvolvimento sus-

tentável. No entanto, a susten-tabilidade precisa considerar três pilares: o social, o meio ambiente, e o econômico. A preocupação com o meio am-biente deve considerar o seu impacto na sociedade e tam-bém nos aspectos econômicos (desembolso e lucro).A preocupação com o meio am-biente está começando a me-xer “no bolso” das empresas, que como “no corpo humano”, é “a parte mais sensível da or-ganização”. Por isso creio que esse movimento tende a cres-cer, envolvendo cada vez mais a sociedade.Já vemos isso nas escolas, onde nossos pequenos já aprendem conceitos de reciclagem, de usar a coleta seletiva do lixo de forma correta e também no discurso de muitas empresas.Com relação à reciclagem, os condomínios (edifícios) preci-sam adotar o conceito de cole-ta seletiva e separem o lixo que pode ser reciclado. Se todos os moradores desse condomínio seguirem os procedimentos estabelecidos, surgirá o pro-blema da destinação do lixo

E as pessoas? Elas tam-bém podem planejar me-lhor? Ou simplesmente não existe uma cultura do planejamento?Esse é um desafio para todos nós. Planejar requer discipli-na. Tem uma frase que uso muito em meus treinamentos que diz assim: “Quem falha em planejar está planejando para falhar”. No fundo, “pla-nejamos” para obter resul-tados negativos. Temos que procurar entender e aprender sobre planejamento pessoal, que engloba o nosso trabalho, nossa família, nossa saúde, educação, envolvimento social e espiritual. É preciso olhar em todas essas direções, pois o ser humano é um só e vive todas essas dimensões em seu cotidiano. O ideal é começar a pensar em estabelecer alguns alvos (o que se pretende alcan-çar em determinado espaço de tempo). Não precisa ter alvo pra tudo, estabeleça alguns e comece a praticar.

Dá para transferir os pa-drões de qualidade das empresas para as vidas das pessoas?Os conceitos da qualidade são totalmente aplicáveis às nossas vidas. Entender o que precisa ser feito em nosso dia-a-dia e fazê-lo da melhor forma pos-sível é qualidade. Evitar os er-ros, fazer certo desde a primei-ra vez e cada vez melhor. Para fazer assim temos que pensar, planejar, agir adequadamente, ter capacitação e qualificação adequadas. Precisamos intera-gir com pessoas sabendo que não fazemos nada sozinhos.Sempre dizemos que errar é humano; por isto, gosto de uma frase de Philip Crosby, que diz o seguinte: “acertar também é humano, e acertar sempre, além de também ser humano, é qualidade”.

Com sua experiência nacional e internacional, o

engenheiro civil Richard José Vasques atua na área da qualidade e da gestão desde 1983. Entre as empresas em que atuou, estão a CESP, a construtura Odebrecht, o Ministério da Marinha e a construtora OAS.

Seus títulos incluem um certificado de engenheiro de qualidade pela American Society for Quality (ASQ), dos Estados Unidos. Ele é professor do Haggai Institute, que oferece cursos de qualidade no Brasil, no Hawai e em Cingapura.

Radicado na Tijuca, Vasques, que é o examinador-líder do Prêmio Gaúcho de Qualidade e Produtividade e do Prêmio Qualidade Rio (2012), traça um quadro do panorama empresarial sobre qualidade e avança o seu olhar para a qualidade de vida individual.

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Temos de ter predisposição para fazer as coisas da manei-ra correta sempre, melhoran-do continuamente, em todas as dimensões da nossa vida, onde nós atuarmos. Esse é o foco principal da qualidade.

E o tempo: as pessoas usam-no bem?Nós só temos tempo para aqui-lo que consideramos ser prio-ridade. Para aquilo que você não prioriza você vai dizer que não tem tempo.Outro dia, cortando o meu ca-belo, disse ao meu amigo cabe-leireiro: “Você precisa voltar a atuar na sua igreja como você atuava antes, você se afastou e está praticamente parado. Toda a sua experiência está sem ser utilizada”. Ele me respondeu o seguinte: “Não tenho mais tempo. Agora tra-balho de dia, estudo à noite, e nos finais de semana estou construindo a minha casa na região dos Lagos”.Para aquilo que ele está priori-

zando, ele tem tempo. Ele tem tempo para o trabalho, para o estudo e para fazer a sua obra nos finais de semana (esteja cansado ou não, tenha que via-jar ou não). Percebe como fun-ciona? Para tudo aquilo que for considerado importante para você, você terá tempo. O mesmo é válido para o oposto: não haverá tempo para aquilo que não chama a sua atenção.Então, uma dica básica para se usar melhor o tempo é prio-rizar o que é mais importante para você. Pode ser até naquele período de tempo. Esse plane-

jamento de ações prioritárias é dinâmico. Em cada momento poderá haver alteração de po-sição, mas é importante listar tudo o que precisa ser feito na semana, no mês ou no ano e priorizar. Você verá que não faltará tempo para isso. Por outro lado, aqueles “roubado-res de tempo”, que não têm nada a ver com as suas prio-ridades, deixarão de existir. Tente fazer essa experiência.

Em nossa igreja, temos um plano funeral (PLA-MOR), para beneficiar as

pessoas, mas muitas não aderem. Acham que não devem se preocupar com a morte. Por quê?Minha mãe, que mora no in-terior de São Paulo, tem o plano funeral dela há muitos anos. Quando passo por lá, ela sempre me lembra: “Olha, os documentos do Plano Mútuo estão ali naquele lugar. Quan-do eu morrer você liga pra lá, diz o meu número, já está tudo pago. Eles virão e resolverão tudo.” O mesmo acontece com o nosso PLAMOR.Falar sobre morte nunca é agra-dável, mas essa é uma certeza que todos nós temos: “um dia chegará a nossa vez”. Quem não aderiu ainda a um plano desse tipo deve fazê-lo. O momento da nossa partida, além de ser doloroso, é complicado. Exis-tem diversas burocracias, além dos custos altíssimos no mo-mento da ocorrência. Associar-se a um plano desse tipo implica num desembolso pequeno e a cobertura é total. O fato de não

se importar em ter um plano as-sim é não ter consideração com as pessoas que o cercam, pois alguém vai sofrer para fechar esse capítulo da sua história.Outra coisa muito importan-te é deixar seus documentos, suas contas, suas dívidas, seus contatos todos registrado, em local de fácil acesso, comuni-cado de forma clara a quem está sempre por perto. Isso fa-cilitará o desenrolar das coisas. Quantas vezes cônjuges desco-brem situações críticas após o falecimento do seu par ou de algum dos seus entes queri-dos. Isso também faz parte do planejamento. Deixar as coi-sas organizadas para quando acontecer. Não dá pra pensar que não teremos a morte físi-ca. Dessa não escaparemos.Ainda em vida podemos decidir sobre nossa morte espiritual, nossa eternidade, e isso passa por conhecer a Jesus. Aja onde puder, não deixe pra depois, pois nós não sabemos a hora em que iremos deixar esse mundo.

Os conceitos da qualidade são

totalmente aplicáveis às nossas vidas. Entender o que precisa ser feito em nosso dia-a-dia e

fazê-lo da melhor forma possível é qualidade.

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6 h I S T Ó R I A

E Xerém ficou bem perto da Tijuca

“Da mesma forma que os sensores da dor individual anunciam a outras células do corpo – ‘Prestem atenção em mim! Preciso de ajuda!’ –, assim também os seres huma-nos que sofrem clamam para a comunidade inteira.”

As palavras de Philip Yancey expressam bem o que acontece em situações nas quais o sofrimento e a dor são inevitáveis. Nós, da Igreja Ba-tista Itacuruçá, respondemos ao clamor de Xerém pós-en-chente e estendemos a Tijuca até as áreas duramente afeta-das pela água.

Levamos roupas, água e o desejo de ajudar da maneira que fosse necessário. Na che-gada ao distrito de Caxias, vimos a lama seca no chão e no ar formando nuvens de

poeira quando os automóveis passavam. Encontramos a Igreja Batista Betel como um verdadeiro ponto de apoio, com intensa movimentação de pessoas e de todo material que estava sendo distribuí-do. Juntamo-nos aos irmãos e nos separamos em equipes para atender às demandas.

A primeira resposta que re-cebíamos quando oferecíamos ajuda era “não precisa”. A se-gunda era “vocês vão se sujar”.

Não havia como negar que precisavam de duas, quatro ou mais mãos e não hesitamos em entrar e nos tornar parte da família naquele momento. Aju-damos a lavar, secar, trans-portar móveis e objetos, etc. Foi interessante perceber a reação de cada pessoa. Talvez a maio-ria estivesse surpreendida em de repente receber estranhos

dispostos ao cansaço e à sujei-ra para limparem suas casas. Realmente não há explicação se não encontrarmos no amor a motivação para isso tudo. Amar e se sentir amado; divi-dir as cargas e o sofrimento; fazer o máximo para melhorar – ainda que pouco – a situação de alguém. Era o que transbor-dava em nossos corações!

Ao final daquele dia, mui-tos sentimentos bons e ruins se mesclavam e, sem dúvida, ver de perto o sofrimento e a vontade de superação daque-las pessoas causou em nós grande impacto. Podemos dizer que a Tijuca fez diferen-ça em Xerém. Provamos que não há fronteiras para fazer o bem. Vivemos o Amor fluindo em nós e através de nós!

Thábata Lessa

Mais uma vez, as chuvas transformaram comu-nidades inteiras em ví-

timas. Aconteceu em Xerém.Um grupo de pessoas da Igre-ja Batista Itacuruçá, na Tijuca, decidiu ir além da revolta e foi lá algumas vezes para levar o que precisavam os moradores deste bairro de Duque de Ca-xias (RJ).

Eles testemunharam, por exemplo, outro grupo, vindo

da região Serrana, atingida em 2010, para dizer que as no-vas vítimas ficassem atentas porque as promessas que lhes foram feitas ainda não foram cumpridas.

As experiências que os ti-jucanos recolherem estão re-presentadas nas fotos desta página, bem como no texto que Thábata Lessa, estudante de medicina, preparou a pedi-do do jornal.

ROUPA, ÁGUA E DESEJO DE AJUDAR

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7h I S T Ó R I A

Promessa de políticos nos anos 70, a obra da Esta-ção Uruguai não será na

Rua Uruguai e tem, por obri-gação contratual, término pre-visto apenas para 2014.

Nascido e criado na Tijuca, Carlos Alipio, 71 anos, lembra como estava prevista, em 1979, a inauguração da Estação Uru-guai. “Seria um anel que ligaria o bairro à Gávea. No entanto, as obras foram paralisadas e fizeram do túnel já cavado um estacionamento”.

A promessa de outrora se tornará realidade em dois anos mas ainda incomoda. Com in-vestimento de R$ 220 milhões, a nova estação, que leva o nome de uma das ruas mais tradicio-nais e longas (cerca de 1,6km) do bairro, não será ali. Com quatro acessos, a Estação Uru-guai ficará voltada para as ruas Dona Delfina, Itacuruçá, com duas saídas para a Rua Conde de Bonfim, sendo uma na cal-çada sentido Praça Saenz Peña, e outra no sentido Usina.

A estimativa é que 30 mil passageiros utilizem a Estação Uruguai por dia. Dentre eles, o casal Alcaly e Helvecio An-drade, de 77 e 84 anos respec-

A estação Uruguai do Metrônão ficará na rua Uruguai

tivamente. Moradores desde 1964, Alcaly lamenta a decisão do Metrô Rio. “Isso é um ab-surdo. Utilizar o nome de uma das ruas mais importantes do bairro para não beneficiar os moradores da redondeza, so-bretudo nós da terceira idade, e os de Muda e Usina é uma falta de respeito, planejamen-to e sensibilidade. Moramos próximos a Uruguai, e caso a estação fosse, de fato, naquela rua, eu e as centenas de mora-dores da terceira idade da re-gião teríamos mais facilidade de ir e vir.”

Oscarina Nascimento, de

69 anos, mora na Rua Uruguai e faz coro. “Ao menos uma saída deveria ser na rua que dá nome a Estação. Terei que descer em Itacuruçá e ir an-dando para só então conseguir pegar uma integração se for o caso. Isso pode ser fácil para um jovem, mas para quem tem minha idade e sabe que a Rua Uruguai é extensa, a decisão da empresa não ajuda.”

OUTRO lADO

Segundo a assessoria de imprensa do Metrô Rio, não haverá acesso na Rua

com a assessoria, ainda não existe nenhum estudo sobre possível integração para Barra da Tijuca ou Gávea partindo da Tijuca.

A nova estação do metrô terá dois níveis, com bilhe-terias e sala de supervisão de segurança no andar superior e uma plataforma central de embarque e desembarque no nível inferior. A estação terá 390 metros de comprimento, 7 de largura e fará da Tijuca o bairro com mais estações de metrô (quatro no total: Uru-guai, Saenz Peña, São Francis-co Xavier e Afonso Pena).

Uruguai devido ao fato da estação ter sido projetada considerando a galeria (tú-nel onde circula o trem) já existente. Este túnel, chama-do de Rabicho da Tijuca, foi construído na mesma época da estação Saenz Peña.

De acordo com o Metrô Rio, todas as linhas atualmen-te integradas na Estação Saenz Peña (Usina, Muda, Andaraí e Grajaú) serão transferidas para a Estação Uruguai, o que, segundo a assessoria, deverá desafogar o trânsito diário e constante na Rua Conde de Bonfim. Também de acordo

BRUnO EnTRInGER

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2013?

8 S A Ú D E E M O C I O N A L

CRISTIAnE FIAUxMestre pela Fiocruz

Psicóloga Clínica

COMO SERÁ

“Como será o amanhã?Responda quem puder.O que irá me acontecer?O meu destino será como Deus quiser.Como será? ...”(Letra MPB: Simone)

pode fazer planos. Mas que é preciso considerar que eles podem não se reali-zar, pelo menos não da forma que tan-to se quis. O planejamento precisa vir junto com uma dose de flexibilidade e de coragem para enfrentar os reveses.

Apesar das incertezas, o início de um novo ano pode trazer esperança de conquistas. Mas, para isso, é necessá-rio que a direção tomada seja sensata e consciente. Do contrário, você cami-nhará para lugar nenhum e, ao final, terá a sensação de não ter saído do lugar, de não ter aproveitado o tempo e de ter perdido muitas boas oportuni-dades! A vida com seu dinamismo nos move e nos convida a agir. E quantas pessoas temerosas e desacreditadas se prostram e não conseguem dar nem um passo sequer?

Muitos relatos da minha clínica di-zem respeito às dúvidas sobre o futuro e sobre as decisões que precisam ser tomadas. Devo mudar de emprego? Devo aceitar o pedido de noivado? Devo consultar um advogado e me separar? Será que essa profissão vai garantir meu futuro? Vou ficar bem depois que dis-ser sim ou não àquela proposta? Devo trocar de carro ou iniciar a tão sonhada reforma em minha casa? Estou prepara-da para ter um filho? Serei um bom pai? Enfim, seja qual for a dúvida, de fato não podemos saber com precisão o que acontecerá tomando tal ou qual deci-são, mas nossas vivências e experiência, a busca por conselhos, a fé, a atenção aos sentimentos, podem nos dar algu-ma tranquilidade e coragem para arcar com a decisão e as consequências. E os efeitos serão experimentados enquanto vivemos, sem garantias prévias.

E o novo ano chegou...Com ele, vêm muitas dúvidas e in-

certezas que lhe afligem nesse início de ano. O mundo veloz e mutante nos pega de surpresa o tempo todo e é caracteri-zado pela imprevisibilidade e pelo des-conhecido. O não saber gera angústia porque nos deixa em suspenso, porque nos faz constatar que não temos o do-mínio dos fatos e que não controlamos tudo. Estar propenso à dúvida significa ter que se abrir às possibilidades que são diversas, ainda que precisemos ter em mente que isso não significa que qualquer coisa vale e é boa. É natural o ser humano ter pressa em resolver os problemas, ter pressa para tomar deci-sões, querer dissolver o mal estar, que-rer saber o que vai acontecer amanhã, porque problemas, mal estar e situações inconclusivas geram ansiedade. Mas é preciso pensar antes de decidir!

Às vezes, é importante não se apressar em querer a resposta certa ou querer entender tudo muito rápido para não incorrer no erro de fechar a conversa cedo demais e perder consi-derações valiosas. A urgência e a falsa ideia de se poder controlar tudo podem impedir o entendimento das situações. Dependendo de como a pessoa se per-mite viver, experimentar o inesperado pode sacudir aquelas velhas manias que aprisionam tanto e exigir uma nova postura para a vida, que vem remode-lada, renovada e com novo significado!

Ninguém sabe como será a vida amanhã. Bom que se viva então o hoje, pois o dia de amanhã trará as suas pró-prias preocupações e “para cada dia bastam as suas próprias dificuldades”. Isso não significa dizer que você não

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9A R T E

Grandes compositoresLUDWIG VAN BEETHOVEN

3

RAMOn ChRySTIAn DE AlMEIDA lIMABacharel em música, arranjador e guitarrista

ANU RIOPARIS_74x240_AF421 de maio de 2012 23:55:55

Ludwig van Beethoven é um dos compositores mais respeitados, citados e ouvidos de todos os tem-

pos. Tanto quanto J. S. Bach e W. A. Mozart, inúmeras orquestras grava-ram suas composições. Ficou marcado como um compositor de transição en-tre os períodos clássico e romântico da música ocidental.

Nasceu provavelmente no dia 16 de dezembro de 1770 em Bonn, no reino

da Prússia, Alemanha. Aos 8 anos de idade, teve aulas com o melhor mestre de cravos da cidade, que, escrevendo sobre seu incomum talento, relatou que aos 10 anos de idade Beethoven já dominava o repertório de Bach. Seu professor o apresentava como um se-gundo Mozart.

Beethoven era amigo do conde de Waldstein, que facilitou sua ida à Vie-na, na Áustria, onde ele pôde estabe-

lecer um bom relacionamento com a sociedade aristocrata vienense.

Em Vienna, estudou com Joseph Haydn, um dos maiores compositores do período clássico. Posteriormente, a história os apelidou de “Trindade Vie-nense”: Wolfgang Amadeus Mozart, Joseph Haydn e Beethoven, por ca-racterizarem o chamado “classicismo vienense”. Há quem diga que ele teve aulas com Mozart; outros afirmam que este encontro não aconteceu.

Um dos acontecimentos que mais marcou sua vida foi a surdez que lhe acometeu causada por uma congestão dos centros auditivos. Beethoven, em-bora tenha tratado a surdez no médi-co, não quis que as pessoas soubessem deste seu problema. Além dos amores não correspondidos, a surdez foi um dos motivos de uma forte depressão em sua vida. Uma frase muito mar-cante descreve seu sentimento quanto

ao problema da surdez e como ele se apegou à música: “Foi a arte, e apenas ela, que me reteve. Ah, parecia-me im-possível deixar o mundo antes de ter dado tudo o que ainda germinava em mim.”

Beethoven compôs cerca de 343 obras. Dentre suas várias composições conhecidas, estão:

Sonata Ao Luar, Opus 27 nº 2 (1801)Sonata Apassionata, Opus 57 (1804):Sinfonia nº3 (Eroica), Opus 55 (1802)Sinfonia nº5, Opus 67 (1807)Sinfonia no9 em ré menor, op. 125Concerto para piano e orquestra nº4, Opus 58 (1806)Missa Solemnis, Opus 123 (1823)

Se quiser ouvir estas músicas, acesse: www.letrasonora.com.br

“Foi a arte, e apenas ela, que me reteve. Ah, pare-

cia-me impossível deixar o mundo antes de ter dado tudo o que ainda germi-

nava em mim.

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CULTURA10 D E b E M C O M O D I N h E I R O

MARCOS lIMAMestre em Sistemas de Gestão,

Consultor financeiro

Pais, preparem seus filhos para gastarhoje se trabalha mais

do que há 15 anos. Hoje um funcionário faz o serviço que antes

três ou mais faziam. Estamos em tempos de intensificação, inclusive as nossas crianças experimentam isto. Elas en-volvidas em diversas tarefas, sobrando-lhes pouco tempo para serem crianças.

Os pais colocam em seus filhos grandes responsabili-dades. Não deveria ser assim, embora façam isso como uma alternativa na sua formação para enfrentarem os grandes desafios que terão pela frente e também afastá-las das más companhias e do perigo que é o tempo ocioso, conquanto saibamos que muitos pais ne-gligenciam seus deveres, en-chendo seus filhos de ativida-des e coisas.

Agora você pode estar per-guntando: o que isso tem a ver com dinheiro?

É notório que os orçamen-tos das famílias estão aper-tados e qualquer descontrole pode resultar em danos. Os pais trabalham cada vez mais e os filhos com mais atividades que precisam ser custeadas. Antigamente, por exemplo, não havia celular, tv a cabo, in-ternet banda larga, dentro ou-tros acontecimentos, que hoje se tornaram imprescindíveis à vida moderna. O que fazer?

Primeiro: todos precisamos saber onde nossas mãos alcan-çam para, a partir disso, mon-tarmos nossas estratégias de defesa e também de ataque. Os filhos precisam ter o melhor. Mas este melhor deve estar dentro das condições que seus pais possam suportar. Assim, recomendo que se faça sempre uma avaliação de pelo menos três alternativas (orçamentos) para o que se deseja (escolas, cursos, escolinhas de espor-te, clubes, marcas de roupas, de celular, computador etc). É possível e necessário fazer uma combinação com as op-ções levantadas. Essa atitude também educa.

Segundo: os filhos precisam saber que tudo tem um pre-ço. As coisas não caem do céu, são conquistadas via esforço e, lamentavelmente nos dias de hoje, através de muitas lu-tas que, em muitos casos, têm beirado à injustiça. Sabendo disso, precisam dar sua cota de contribuição e participarem na gestão do orçamento da famí-lia. Da mesada que recebem, se recebem, precisam ser moti-vados a poupar parte dela. No entanto, de nada adiantará se o estilo de vida de seus pais não revelar este valor.

Terceiro: conversar e nego-ciar são alternativas que preci-

sam estar sempre em primeiro plano, mas a palavra final é dos pais. Quem tem a missão de moldar o caráter das crianças são seus pais. Se se está sendo ensinado, através de atitudes e modos de vida, que se é aquilo que se aparenta ser, indepen-dentemente da forte e desuma-na campanha da mídia “você é o que consome”, a responsabilida-de é dos pais. Buscar caminhos de suporte é fundamental para lidar com as questões da mo-dernidade, inclusive o dinheiro. Educação financeira precisa fa-zer parte dos ensinamentos das famílias e instituições como a escola e a igreja.

Transmitir valores e res-ponsabilidades é fundamental para que as crianças vejam as coisas por outro prisma. Por sabermos que nossa socieda-de é capitalista e que vivemos, desde o final do século pas-sado, uma das piores facetas deste sistema, o consumismo sem sentido, é que precisamos parar e refletir sobre o que estamos passando com nos-sas ações, discursos e estilos de vida. Pais, protejam seus filhos. A educação financeira precisa ser uma prioridade.

‘‘EDUCAÇãO FInAnCEIRA

pRECISA FAzER pARTE DOS

EnSInAMEnTOS DAS FAMílIAS

E InSTITUIÇõES COMO

A ESCOlA E A IGREJA

‘‘

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N O T A 1 0 11

pOESIA DO BAIRROO próximo ALMA TI-JUCANA será no dia 13 de março.Nessa data vai ser lançado um concurso de poemas. O regula-mento já está pronto e pretende premiar os poetas da Tijuca.O poeta Jorge Ventura e o violoncelista Rigoberto Moraes confirmaram suas pre-senças no sarau.

ISRAEL BELO DE AZEVEDO, com colaboradoresEnvie sua colaboração para [email protected]

lEVE UM CASACOO Maracanãzinho tem sido palco para belos jogos (masculinos e femininos) pela SuperLiga de Vôlei.O atendimento na entrada e a higiene nos banheiros do ginásio são de primeira. Só o ar-condicionado, baixo demais, é que torna os confrontos em verdadeiros jogos de inverno no quente verão.Os rapazes do RJX, que faz do ginásio a sua casa, vão receber o Medley Cam-pinas, no próximo dia 2 de fevereiro, às 21:30. No final do mês (28/2), enfrentam o Canoas (RS), num horário diferente (18:30). A última partida está programa-da para o dia 2 de março, às 21:30.

O feminino só faz um jogo no Rio e será no Tijuca Tênis Clube, programado para o dia 5 de fevereiro, às 19:30 horas.Os ingressos podem ser comprados na hora. Quem tem cartão do metro entra gratuita-mente. Basta apresentá-lo na bilheteria.

Há homens e mulheres que, onde che-gam, se tornam relevantes. No dia 20 de janeiro de 1994, um casal chegou ao mor-ro do Borel, na Tijuca, para dirigir uma igreja. Os tiroteios eram constantes. Para celebrar o primeiro culto, tiveram que es-perar que as balas cessassem.Foram tantas as dificuldades nestes 18 anos, com perigos para as vidas dos seus filhos, que o maranhense Rivaldo Licar Santana, 39 anos, pensou em desistir. Com a esposa, Eliude, ao lado, continuou. Olhando para trás, diz ele, “Deus sempre levantou pessoas para nos ajudar a ven-cermos os obstáculos e assim seguirmos resgatando vidas no Borel. Afinal, Ele (Deus) é o responsável por todas vitórias que temos e pelo que somos”.Parte da sua experiência, ele colocou no livro “O lado oculto da família”.

PARABÉNS, RIVALDO

TIJUCA pARA COMERA Tijuca ganhou mais dois bons restau-rantes, presentes em outros bairros.O Center China, antigo em Laranjeiras, ins-talou-se no polo gastronômico da praça Var-nhagen. Seu rodízio oriental é excelente.O Galli Galeto e Gril, bem posicionado na Barra da Tijuca, abriu um amplo espaço no shopping Tijuca e veio fazer compa-nhia ao Gula Gula, marca já bem espalha-da pela cidade.

pOnTO pARA A COMpAIxãOFoi bonito ver a mobilização dos tijuca-nos em favor de Xerém.Depois de tantos desvios, em socorros anteriores, é inspirador que as pessoas ainda sintam compaixão.

Faz bem a Prefeitura em educar a popu-lação para não jogar lixo no chão. Além de feio, o lixo nas ruas cobra um preço muito alto de todos, sobretudo na época das chuvas.O que a Prefeitura não pode fazer é de-seducar a população. Uma de suas peças anuncia: “O Rio é só beleza. Sem lixo é claro”.Pode parecer pouco, mas doeu.Sem lixo, é claro que o Rio é só beleza.

SÓ AlEGRIABoa parte dos empresários tem mania de reclamar. Para eles, o ano sempre foi ruim.Isaque Lerbak, da livraria Eldorado, tem tudo para sorrir. Em 2012, sua empresa faturou 12% a mais que no ano passado. Cresceu também o volume de vendas.Ele reformou a loja e aproveitou o fluxo de gente cada vez maior pelas ruas do bairro.

UMA VíRGUlA pARA O pAES

MAIS VEnDIDOS nA TIJUCA (livro, editora, meses)1. “50 tons de cinza”, de E.L. James (Intrínseca) - 32. “50 tons mais escuros””, de E.L. James

(Intrínseca) - 33. “Viagem do Tigre”, de Colleen Houck

(Arqueiro) - 24. “Viver com fé” - Cissa Guimaraes (Casa da Palavra) - 25. “Finale”, de Becca Fitzpatrick (Intrínseca) 6. “Giane”, de Guilherme Fiuza (Primeira Pessoa)7. “Morte súbita”, de J.K. Rowling (Nova Fronteira)8. “Profundamente sua”, de Sylvia Day (Seguinte) - 29. “A travessia”, de William P. Young (Arqueiro) - 210. “Êxtase”, de Lauren Gate (Galera)

pÁSCOA DAS ARTESOs atores, cantores e músicos da Igreja Batista Itacuruçá (na praça Barão de Co-rumbá, na Tijuca) já estão preparando os espetáculos da Páscoa.De sexta do domingo, na semana anterior ao feriadão (22 a 24 de março), o grupo vai contar a história da última semana de Jesus, com teatro, coro e orquestra. Mas no domingo (31), a Igreja vai celebrar o culto da ressurreição, às 6 da manhã.

pElAS TERRAS DE AnTIGAMEnTE

No próximo dia 17, um grupo de tijucanos segue em viagem pelas terras bíblicas, via Frankfurt.No roteiro, es-tão as pirâmides do Cairo (Egito) e a cidade per-dida de Petra e o monte Nebo, na Jordânia. Na última parte, o

grupo vai conhecer os cenários da vida de Jesus, sobretudo Jerusalém.O colunista faz parte deste grupo.

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12 M E I O A M b I E N T E

Já pensou num jardim suspenso com flores decorando sua varanda e quintal?

Simples potes de azeitonas ou outros potes de vidro podem virar vasos pendentes. Basta cortar a parte de cima da tam-pa com um alicate, mantendo as laterais. Depois, com um prego, faça um furo de cada lado e prenda uma corrente de jardinagem. Vale pintar a tampa com tinta spray para que ela fique da mesma cor da corrente.

Seu bebê cresceu? O berço já não é mais utilizado?

Então, faça uma estante com ele. Usando ferramentas, como uma furadeira, desmonte o berço, use uma das la-terais da grade e coloque numa posição em que vire uma estante; na parte de cima, coloque um tampo de vidro, cuidando para que fique numa medida certa para virar a parte superior. Deste modo, ela se transforma numa mesa onde você pode colocar seus mimos e objetos de decora-ção. Quanto à pintura dele, você pode criar em patina ou de uma cor de sua preferência. O que vale é deixa-lo em bom gosto e original.

Deixe a sua casa com a cara da naturezaCada vez

caminhamos para uma pergunta:

o que fazer com o lixo descartado? Alguns tempos atrás falava-se de lixo como algo totalmente desprezível e sem valor. Com o aumento dele, as consequências logo vieram a interferir no meio urbano e os aterros sanitários não tinham mais tanto espaço para acomodá-los.

Estamos mais conscientes de que o lixo causa danos à natureza e, com isso, conseguimos enxergar uma luz no fim do túnel. O lixo pode ser utilizável. Podemos decorar nossas casas com materiais recicláveis.

IDEIAS SUSTEnTÁVEIS As garrafas pets são produzidas em grande quantidade. Isto faz gerar uma pergunta: o que fazer com elas?

Elas tem 1001 utilida-des. É o material mais flexível para se criar, desde uma casa feita de garrafaspets a peque-nos objetos como porta moedas.Por causa da sua versa-tilidade, podemos su-gerir algumas possibilidades, como porta-revistas, uma estante e assentos.

Sabe aquele caixote de feira que, quando termina uma feira, a rua fica repleta deles?

Faça dele uma estante com bastante originalidade e com diversas cores e na posição desejada. Elas mesmas já são naturalmente moduladas. Fica ao gosto da pessoa deixar sem lixar, dando uma caráter rústico, ou tra-tá-lo pintando com a cor desejada. Esses caixotes podem virar estantes, racks, assentos e até mesmo mesas-de-centro.

RAChEl BORGES

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E aquele pneu que está na garagem?

Os resíduos não podem ir para aterro sanitário nem voltar a ser pneus, mas têm um gran-de potencial de virar diver-sas mobílias. Seguem alguns exemplos: a parte cava que acumula água pode virar vaso para plantas e flores e ser pre-gado no muro. Quanto à cor, escolha deixar no original ou pintá-lo de cores vivas. Esses resíduos viram puffs, centros-de-mesa e,indo mais além, podem servir como ma-terial para barreira acústica.Para transformá-lo em puff, coloque enchimento dentro do pneu e enca-pe-o com tecidos. Atualmente existem tecidos diversos.E se tiver um pouco mais de dedicação e ha-bilidade manual, você pode deixar seu puff de pneu ainda mais elegante e diferente. Du-vido que alguém desconfie que é um pneu só de olhar.

Deixe a sua casa com a cara da natureza13

Com diversos materiais que te-riam como destino o lixo, você pode criar ferramentas e mobiliários

Para deixar a casa com o seu gos-to bem original, o que vale nisso tudo é soltar a imaginação e criar.

Crie, reinvente, faça da sua casa estilosa e diferente, mantendo a na-tureza saudável e criando mobiliá-rios reciclados e inteligentes.

Mudar o visual da casa não signi-fica necessariamente comprar tudo novo. Quando a proposta é economi-

zar, nada melhor do que investir em soluções viáveis e aproveitar o que já tem em casa.

O que muita gente imagina ser loucura, como transformar escadas em estantes, pode dar certo e ain-da resultar em uma decoração sus-tentável. A ideia é fugir do óbvio e trazer novidade para coisas que já possuímos. O reaproveitamento de materiais e a bricolagem (o popular ‘faça você mesmo’) permitem que a reforma se torne mais acessível.

E as latas de alumínio?

Podem virar porta café, chá até mesmo porta escovas de dente.

SOlTE A IMAGInAÇãO

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CULTURA14 C A R T A S

Não é necessário dizer que o Brasil não tem memória ou qualquer respeito pelo passado e pelos que o construíram. Mas,

o descaso que vem sendo praticado no Rio de Janeiro (local sede da Copa do Mundo e a sede da Olimpíadas) é mais do que falta de respeito. É algo programático. É um ato de intolerância, violência de proporções ditatoriais.

Digo isso por que o Complexo do Maraca-nã, que servia à população da Grande Tijuca e arredo-res, está sendo quase der-rubado, sem qualquer zona de diálogo e de debate. Por força do Governo Estadual e da Prefeitura, deliberou-se que toda a área tomada pelo Estádio de Atletismo Célio de Barros (pista de atletismo nacional), Parque Aquático Júlio de Lamare (ou “Delamare”, com três piscinas de competição nos moldes mundiais), Colégio Municipal Friedenreich (colégio padrão da área, referencial de educação) e o Maracanãzinho (esse não será derrubado) está sendo e será derrubada.

No grupo da demolição, está também o Mu-seu/Casa do Índio que não faz parte diretamen-te do Complexo do Maracanã, mas que fica nas redondezas.

Todas essas áreas serão e estão sendo der-rubadas para que sejam construídos estacio-namentos para o Estádio do Maracanã palco das competições. No caso do Museu/Casa do Índio, houve uma série de atos do Governo ditatoriais, entre os quais a utilização de uma tropa de choque para retirada das pessoas da área e o próprio pedido de retirada da região sem qualquer expedição da justiça. Só não eva-cuaram a região por completa falta de preparo governamental.

Nada disso vem sendo noticiado pela mídia hegemônica que justifica mais ainda a retirada dos índios do local deles, pois noticiam que o local vem sendo utilizado por traficantes de dro-gas e por “cracudos” (como são conhecidos os usuários de crack na região). Trata-se de mais uma mentira para justificar a atrocidade.

Para os que não sabem, o Museu/Casa do Índio vem sendo ocupado pelos grupos e pes-soas descontentes com a politica governamental ligada ao Capital Imperialismo, especialmen-te ao mega-empresário Eike Batista. Entre os descontentes destacam-se o movimento social do FIST (Frente Internacionalista dos Sem-Te-tos), o Comitê Popular da Copa, grupos ligados aos Direitos Humanos, quadros do PSOL e do

PSTU, advogados com histórico de luta contra a Ditadura Militar na OAB, quadros docentes ligados ao Colégio Municipal Friedenreich, ami-gos e simpatizantes da Grande Tijuca e alguns Punks-Anarquistas. Aliás, um Punk encapuzado teve uma foto espalhada em rede nacional, ao lado de um Índio. Indicando (falsamente), por isso, o local com o ímpeto de baderna, ligado ao tráfego de drogas.

Por fim, queremos destacar que a antiga área de socialização da Grande Tijuca, que é o Com-plexo do Maracanã, será quase completamente colocada no chão para virar estacionamento das elites mundiais e regionais que aqui virão para os espetáculos da Copa do Mundo e das Olim-píadas. Atletas e esportes que são praticados pelos moradores da região, e até, por atletas de alta performance, estão a partir desses dias sem uma área nuclear de treinos e de tratamentos. Sobretudo, a Copa do Mundo e as Olimpíadas não servirão diretamente aos moradores da re-gião, pois fazem parte das políticas públicas ur-banas de higienização e de controle social leva-do pelo governo; essas políticas inflacionam os preços dos imóveis da região, retiram as favelas dos centros urbanos não permitem a metade do valor das entradas dos eventos dos estudantes e pessoas de idade.

O que estamos vendo passar sobre os olhos são políticas mais discriminatórias que as vio-lências praticadas nos altos da Ditadura Militar. Afinal, estamos sob o Capital Imperialismo, que não entende que, antes de chegar aqui, o territó-rio era dos índios.

Assim, vejamos, qual será o próximo assal-to que ele fará sobre os olhos, mas infelizmen-te, nossos irmãos índios não estarão mais por perto. Serão jogados para longe pela política de higienização praticada pelo atual governo.

FÁBIO PY MURTA DE ALMEIDA

Professor de história na Faculdade Batista do

Rio de Janeiro (FABAT), na Tijuca

T enho tido certa dificul-dade em adquirir seu jornal por morar em São

Gonçalo, atualmente. Mas estando na PIB no Andaraí no domingo, dia 11, peguei o meu exemplar e comecei a lê-lo com um misto de sau-dade e alegria. Saudade por ser tijucano de coração, mo-rando na Muda da Tijuca de 1939 a l966. Assim, o artigo de José Maurício Cunha do Amaral, em duas páginas ilustradas, “O que mudava na muda?...”, me trouxe re-cordações do tempo em que morava, no 810 da Conde de Bonfim, entre o açougue e a padaria. Era uma vida de ca-sas antigas, que deu lugar a um edifício de apartamentos entre a Conde de Bonfim e Avenida Maracanã.

Alegria, porque vejo no jornal, uma folha indepen-

dente, objetiva e de grande utilidade, completamente isenta de espírito proselitis-ta e democrática, mostrando as belezas do nobre bairro tijucano.

Daí porque li todos os artigos do número 7 do Jor-nal e também todos os seus anúncios. Em suma, dezes-seis páginas de excelente qualidade!

Termino, voltando o pensamento para o Bairro de minha infância, adoles-cência e mocidade e dizen-do como articulista: “Com muito orgulho, eu também posso dizer que a Muda faz parte da minha história”.

Que prossigam! É o dese-jo meu e de muitos leitores, certamente.

ENÉAS MENEZES

SÃO GONÇALO, RJ

jornal de PrimeiraAdeus Museu/Casa do ÍndioGosto muito da igreja Batista ItacuruçáSó tem crente obediente que serve ao Deus Jeová.Sua membresia é belase você nunca foi nela.Aproveite e passe lá.

Parabéns, Tijuca em FocoAprovo a boa mensagemmerece até homenagem.Por outro jornal não trococom certeza me coloco à sua disposição.Essa é minha opiniãosincera e verdadeira.É um jornal de primeirae ninguém vai dizer que não.

ADEMAR FERREIRA

TIJUCA

Minha história

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P E R f I L 15

“Se há detalhes mínimos e belos que só você vê, não duvide: é amor.”

Não duvide de achar, pela Tijuca, versos, como este, que atentam para qualquer sinal de amor em um livro de 11 páginas publicado em muros, postes e ruas do bairro. A forma alternativa de literatura da autora Janaína Michalski começou conquistando moradores da região e agora está Brasil e mundo afo-ra. “A recepção das pessoas tem sido incrível, pessoas até da Espanha e França têm-me mandado mensagens de carinho e apoio”, afirmou a gaúcha de 36 anos, autora do livro-livre intitu-lado ‘Não duvide’.

Ele nasceu da necessidade de Jana-ína se expressar e procurar fazê-lo de uma forma diferente. A inspiração veio do grafite através de aulas que faz, na Ti-juca, com o artista Marcelo Eco. A idéia original era fazer no bairro do Flamengo, onde a escritora mora, mas, com as au-las, achou melhor executá-la nos muros, postes, orelhões e em locais próximos à Avenida Maracanã onde também grafi-tava. Janaina contou mais ao TIJUCA EM FOCO sobre isso: “O livro se tornou uma espécie de exposição a céu aberto. As páginas foram colocadas nos muros e postes de forma que cada página estava sequencialmente próxima uma da outra desde a capa ate o expediente.

O tema do livro livre é o amor. Mui-to se fala sobre isso mas não de forma tão simples, inovadora e direta como o caso de ‘Não duvide’. Mas as certezas sobre o tema começaram com dúvidas. Segundo ela, “foi a primeira vez que es-crevi sobre o amor. Evitava o tema por medo do lugar comum. Mas tenho ex-perimentado uma maturidade emocio-nal que permitiu que eu me aventuras-se por esse caminho. A inspiração veio da vida, das histórias das amigas e das minhas também. Mas, principalmente, do contato com o meu próprio senti-mento, do qual tenho me esforçado em não mais fugir.”

Há cinco anos no mercado literário, Janaina adaptou, em 2008, para o teatro, o livro ‘A princesa Tiana e o sapo Gazé”, de Marcio Vassallo. Escreveu o conto “Princesa Descombinada”, que integrou a publicação “Leituras Compartilhadas/Princesas Africanas”, de 2009, bastante respeitada na área da educação e com distribuição milhares de professores.

BRUnO EnTRInGER

“Não duvide. É um livro”Autora do aclamado “Onde o Sol

não alcança” (editora Nova Fronteira, 2009), Janaína explica a diferença en-tre a inovação do livro livre e as obras publicadas por editoras. “Infelizmente, na maioria das vezes, as editoras são um obstáculo. Mesmo com o sucesso de ‘Onde o sol...’, não consegui, por exem-plo, publicar meu livro ‘Céu de fundo do mar e outras memórias’, que rece-beu o prêmio da Fundação Biblioteca Nacional e da Fundação Nacional de Artes (Funarte) de 2010. Este prêmio é um incentivo para que com o recurso financeiro adquirido os vencedores es-crevam o livro apresentado. Levei a dez editoras e nenhuma confirmou que pu-blicará minha obra. A pergunta que fica é: por que as editoras demoram tanto para responder?”, indaga.

Para 2013, Janaina tem dois pro-jetos: grafitar mensagens que contem histórias e lançar “A princesa acelerada” em um formato nada convencional. Será através do Abook (Artesanal Book), no qual a criança, ao ler todo o texto, poderá ilustrar o que preferir, de acordo com o que entendeu a partir da leitura. “O livro infantil tem sido tratado como um pro-duto pronto para encomenda. Perdeu-se demais na literatura infantil com muita superficialidade e pouco conteúdo. É im-portante deixar a criança entrar em con-tato apenas com o texto e desenvolver o seu pensamento”, pondera a escritora

que se inspira em autores como o israe-lense Amoz Oz e os brasileiros Marcelo Gleiser, Marcio Vassallo, Moacyr Scliar e Manoel de Barros, além de ter a Bíblia como livro favorito. “Aprendo muito com ela todos os dias”, afirma.

O papo termina rapidamente, uma vez que há outro amor à sua espera, o filho, Leo. Antes, ainda deu tempo de responder que é possível viver de literatura no Brasil, mas, claro, sem duvidar.

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