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GRAZIELA OLIVEIRA | RJ

Internacional

Mais rápidoEm 06 de novembro, os escaladores ame-ricanos Sean Leary e Dean Potter que-braram o recorde de três anos atrás es-calando a via The Nose (apenas 31 enfia-das!) em 2 horas 36 minutos e 45 segun-dos. O recorde foi quebrado com a mar-gem de 20 segundos apenas em relaçãoaos escaladores Hans Florine e YujiHirayama, em outubro de 2008. Potter jáhavia sido recordista na via por duas ve-zes.

As mulheres na escaladaA austríaca Angela Eiter encadenou seuprimeiro 11b (8c+ francês) em Santa Linya.A via de resistência e força, chamada deIngravids extension, que corresponde àextensão da via Ingravid serps 11a (8c fran-cês), que teve a primeira ascensão porDani Andrada em 2008.A espanhola Eva López mandou aSurprises 10b (8b francês) em Jaén. Issoapós encadenar a White Zombie (seu ter-ceiro 8c francês, 11a no Brasil), e El capa-taz incapaz 9c (8a francês) em Chulilla.

ChalténA temporada começou com resgates. Trêsandinistas que tentavam a travessia doGelo Continental – dois argentinos e ummexicano, ficaram presos em uma caver-na de gelo na geleira de Viedma, aindaque encontrados com vida por

Angela Eiter numa das etapasdo Mundial.

Paul Robinson

socorristas, todos estavam comhipotermia, pois aguardaram por muitotempo pelo helicóptero que os levaria paraEl Calafate. O grupo, formado pelo experi-ente guia de montanha de El Chaltén,Lipshitz Merlin e seu assistente Damian eainda Mario, turista mexicano entre 30 e40 anos iniciou a jornada em PasoMarconi. Surpreendidos por uma tempestade quevarreu o acampamento e os forçou a pro-curar abrigo alternativo, conseguiram con-tato com a esposa de Lipshitz por radioVHF, que notificou os guardas do ParqueNacional. Além disso, contavam com tele-

fone satelital, por onde faziam relatos emtempo real através do perfil na rede socialFacebook.Carolina Codó, a coordenadora do resga-te com quem o grupo manteve comunica-ção, contou que o grupo estava desespe-rado.A operação envolveu cerca de 35 pessoasde El Chaltén para o resgate. MarioCorsalini não resistiu e faleceu

Dreamtime 8b+ francêsO dia de ação de graças não segurou em

casa Paul Robinson. Sua maneira de ce-lebrar, foi encadenando um dos boulderesmais famosos do território norte-america-no - o Dreamtime. Suas tentativas tiveraminício na noite de 24 de novembro, com vá-rias quedas. Dreamtime é uma das linhasmíticas estabelecidas por Fred Nicole, em2000, na época, um 8c francês. Por um bomtempo foi considerado o boulder mais difí-cil do mundo, seduzindo escaladorescomo Chris Sharma, Dave Graham, DanielWoods, Dai Koyamada, Bernd Zangerl,Nalle Hukkataival, Malcolm Smith, JamesLitz, Jon Cardwell entre outros, que em con-senso decotaram o boulder para um 8b+francês.

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Essa é uma daquelas datasque não podem passar embranco.Vinte anos foi um período lon-go demais para todas aspublicações brasileiras sobremontanhismo, apenas oMountain Voices alcançou atéhoje essa marca. Essalongevidade provavelmente se deve à simplicidadeda idéia original, que permanece até hoje: uma pu-blicação em formato tablóide que serve de veículopara anúncios de produtos e serviços paramontanhismo (que financiam a edição do jornal) epara todo o qualquer relato relevante sobremontanhismo no Brasil ou envolvendomontanhistas brasileiros, sejam novos points deescalada, travessias, conquistas e grandes ou nãotão grandes aventuras. Esse formato aberto, sempraticamente nenhuma “intromissão” do editor, tor-nou o MV um veículo “da comunidade”, ele não per-tence a ninguém, mas sim a todos nós.

Nos ido de 1992Conheci o MV ao fazer o curso básico com o Eliseuem 1992 e o usei muitas vezes como catálogo deequipamentos. O Eliseu sempre procurou dar es-paço para a indústria nacional, que naquela épocapassava ainda por sua fase artesanal. Assim mes-mo havia itens que garantiam a segurança, comboa qualidade e preços acessíveis. Quem se lem-bra das barracas e cadeirinhas Sherpa? Sacos dedormir e cadeirinhas Polar? Fitas de segurança ecordas estáticas Bera? Usei muitos dessesequipos em trilhas e escaladas e poderia continu-ar usando, mas a história e o capitalismo deramrumo diferente ao mercado.Quando comecei a fazer algumas viagens mais oumenos interessantes, passei a enviar relatos parao MV. Escrevi relatos sobre trekking no Nepal, tra-vessias aqui no Brasil, escaladas em gelo na Bolí-via, etc. Creio que minha principal motivação nãoera exatamente registrar um “feito”, massim compartilhar experiências, principalmente olado “emocional” ou “não racional” de uma traves-sia ou escalada. Um artigo parece que marcou bas-tante, várias pessoas, inclusive recentemente, mecontaram que foi a leitura de meu relato sobre atravessia Marins Itaguaré que as motivou a fazerema travessia.Depois, durante alguns anos, contribuí com a colu-na “Internacional”. Meu objetivo, na época, era tra-zer para a comunidade informações sobre feitosextremos em todas as modalidades de escaladaao redor do mundo, para oferecer referências eparâmetros de comparação com o que era feito noBrasil ou por brasileiros. Creio que tive algum su-cesso, contribuindo principalmente para instigarnosso pessoal a tentar coisas cada vez mais com-plicadas e difíceis. Na mesma época passei a de-senvolver meu trabalho voluntário junto à FEMESPe posteriormente CBME, que vem tomando quasetodo meu tempo livre fora do trabalho como enge-nheiro e não pude mais contribuir regularmente parao MV.Sou muito grato ao Eliseu pelo seu apoio entusias-mado com a criação e a evolução das FederaçõesEstaduais e da CBME. No MV sempre tivemos es-paço à disposição para divulgar as atividades des-sas entidades e se não foram publicados mais in-formes é por conta de nossa dificuldade em encon-trar voluntários com tempo para escrevê-los.

O Mountain Voices, enfim, faz parte da minha histó-ria como montanhista, assim como, eu acredito,faz parte da história de muitos de seus leitores. AoEliseu e sua bela família, Beth, Vitor, Artur e Jorge,nossos parabéns pela persistência e dedicaçãoao montanhismo brasileiro.

Longa vida ao Mountain Voices!

20 anos de MVSILVÉRIO NÉRY | SP

A Federação de Montanhismo do Estado do Rio de Ja-neiro (FEMERJ) completou 10 anos no dia 29 de agosto.“Nessa data é inevitável vir a cabeça uma retrospectivadesses 10 anos, lembrar aqueles primeiros passosdescobrindo e buscando nosso caminho/futuro. Vem àmemória muitas verdadeiras batalhas, muitas realiza-ções, muitas coisas”, escreveu Bernardo Collares emuma mensagem enviada para várias listas demontanhismo. É sempre bom lembrar que todo o traba-lho realizado pela Federação é voluntário, feito por amoràs montanhas.

VitóriasEm 2010, tivemos muitas realizações e muitas vitórias.Começamos o ano com a expectativa do resultado deuma reunião ocorrida no dia 30 de dezembro de 2009,entre o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, EduardoPaes, Delson de Queiroz, Marcelo Jimenez e AdrianGiassone, diretores da FEMERJ, e André Ilha,montanhista e diretor de Biodiversidade e Áreas Prote-gidas do INEA (Instituto Estadual do Ambiente). O prefei-to recebeu o Relatório de Acesso às Montanhas, produ-zido pelo Programa Acesso às Montanhas (AM). No dia12 de fevereiro, Eduardo Paes assinou o decreto nº31906, que criou o Programa Municipal de Incentivo aoMontanhismo. A cidade do Rio de Janeiro foi pioneira nacriação deste decreto e este momento histórico foi co-memorado com grande entusiasmo pelos montanhistas.Seguindo este exemplo, o prefeito de Petrópolis, PauloMustrangi, assina no dia 7 de agosto, um decreto crian-do o Programa Municipal de Incentivo ao Montanhismonaquele município. O texto do decreto foi semelhante aodo Rio de Janeiro e com isso, Petrópolis garantiu livreacesso às montanhas. O evento contou ainda com ainauguração de uma placa de sinalização na trilha doCastelinho.Um outro decreto muito importante para o montanhismofoi assinado pelo governador do Rio de Janeiro, SergioCabral, no dia da Mata Atlântica, 27 de maio: o de nº42.483, que regulamenta o uso público dos parquesestaduais. A FEMERJ, que tem um Termo de Coopera-ção Técnica com o INEA desde 2002, participou ativa-mente da elaboração da proposta, especialmente daparte referente ao montanhismo. Silvério Nery, presidenteda Confederação Brasileira de Montanhismo e Escala-da (CBME), falou em seu discurso da grande satisfaçãodos montanhistas com a assinatura deste decreto, quepreencheu uma lacuna na legislação brasileira. “Agoranós temos uma ótima legislação que vai ao encontro demuitas reivindicações que temos feito há anos. Estedecreto tem que servir de exemplo para os outros esta-dos do Brasil. Ele é uma verdadeira constituição dosparques”, disse Silvério na solenidade.No dia 16 de outubro, foi realizado o Seminário de Míni-mo Impacto do Parque Estadual da Pedra Branca, queenvolveu o do trabalho da Federação e de tantos outrosmontanhistas. O documento gerado deste trabalho foiaprovado por todos dos presentes no seminário. Váriasescaladas e caminhadas importantes estão dentro desteparque.

Acesso às MontanhasO Progama Acesso às Montanhas mudou sua páginana internet. Agora tem muito mais informações. A coor-denadora do programa, Kika Bradford, participou da fun-dação do Access PanAm no Canadá em 2009 e, atravésdo Access PanAm, de um estágio de uma semana noAccess Fund (EUA) em 2010.Além disso, ações foram realizadas dentro do progra-ma. A FEMERJ, que tem um Termo de Adoção das trilhasdo Monumento Natural dos Morros Pão de Açúcar e Urca,organizou dois mutirões na trilha da Urca. O primeiroaconteceu no dia 27 de janeiro e o outro no dia 25 deabril, mesmo dia da festa da Abertura de Temporada deMontanhismo. Montanhistas voluntários dos clubesCERJ, CEB, CEL, CEG e CEP colocaram placasindicativas, fecharam atalhos, fizeram drenagens, entre

outras ações. Também foi realizado um minicurso demanutenção de trilha no dia 27 de setembro. Mais de 20pessoas se inscreveram e os depoimentos recebidosmostraram o quanto os participantes consideram im-portante este trabalho, que faz parte do compromisso daFEMERJ de zelar pela organização do montanhismo, in-centivando a boa prática da atividade dentro da ética edo mínimo impacto ao meio ambiente.A Federação tem também vários Grupos de Trabalho(GT). O GT Permanente de Recuperação de Vias de Es-calada, doou, por exemplo, neste ano, 50 grampos paraa União dos Escaladores de Jacarepaguá (UEJ) e 40,para o Centro Excursionista Petropolitano (CEP).Ainda tem o “trabalho invisível”, já explicado por BernardoCollares no texto que escreveu quando a FEMERJ com-pletou 7 anos. Ele contou sobre a história da organiza-ção do montanhismo e sobre as tentativas de persona-gens externos de regulamentar a nossa atividade. É aíque entra o tal “trabalho invisível”, com a participação daFederação em diversas reuniões, para responder, porexemplo, as seguintes perguntas: “Para que tantas vias?Que tal deixar uma de cada grau em cada parque?”,“Que tal 10 vias em cada parque?”.A FEMERJ participa: dos Conselhos Consultivos (CC)do Parque Nacional da Tijuca (PNT), Parque Nacionalde Itatiaia (PNI), Parque Nacional da Serra dos Órgãos(PARNASO), Parque Estadual dos Três Picos (PETP),Parque Estadual da Serra da Tiririca, Parque Estadualda Pedra Branca, Parque Natural Municipal do Penhas-co Dois Irmãos, Monumento Natural do Arquipélago dasCagarras; da Câmara Técnica de Unidades de Conser-vação do Conselho Municipal de Meio Ambiente da Ci-dade do Rio de Janeiro (CONSEMAC); Câmara Técnicade Montanhismo do PNI e PARNASO; Câmara Técnicade Proteção do PNT; e pretende no futuro compor osCCs dos Parques Municipais do Mendanha, de Grumarie da Prainha, além do Monumento Natural dos Morrosdo Pão de Açúcar e Urca.

Trabalho invisívelPor causa de todo este “trabalho invisível”, a FEMERJatualmente é referência nos órgãos públicos quando oassunto é montanhismo. “Cada vez mais somos reco-nhecidos e vamos ocupando o nosso espaço. É um tra-balho de longo prazo e é feito passo a passo, dia a dia.Não tem fórmula mágica, é trabalhar, ver as coisas comperspectiva e saber que nada ocorre de uma hora paraoutra. Anos atrás, as autoridades nos olhavam como setivéssemos começado a fazer montanhismo há poucotempo. Mas, com o nosso trabalho durante todos estesanos, os órgãos públicos e as autoridades estão des-cobrindo e reconhecendo o nosso nível de organizaçãoe que já fazemos isso há mais de 90 anos”, falouBernardo Collares à época da assinatura do decreto doINEA.Para finalizar, a FEMERJ gostaria de fazer um agradeci-mento especial ao André Ilha que participa de tudo des-de o início (primeiras reuniões da Interclubes), ajudan-do durante estes 14 anos (4 de Interclubes) e a todosque passaram pela diretoria. E faz aqui um convite: “Par-ticipe, sua participação é fundamental para que omontanhismo seja do jeito que você quer”. Temos muitotrabalho (voluntário) pela frente!

Dez anos de FEMERJASSESSORIA DE IMPRENSA FEMERJ | RJ

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Valle Encantado FechadoHá dois anos a história se repete, e umalegião de escaladores que planejava umaviagem de férias inesquecível tem de op-tar por algum plano B.Assim como noverão do ano passado, a zona de esca-lada conhecida como Valle Encantado,localizado na Patagônia argentina esta-rá fechado, outra vez, para a escaladaneste próximo verão.Anunciado por blogs de escaladores lo-cais, pelo Club Andino Bariloche e pe-los proprietários dos locais, ficou decre-tado que no período de 24 de dezembrode 2010 até 15 de Março de 2011 estaráfechado o Valle Encantado para a esca-lada, e visitação. O local de escaladaque contém cerca de mais de 250 viasesportivas, de rocha vulcânica, conten-do uma quantidade de vias de muitosgraus de dificuldade (desde 4º até 11a),e por isso muito popular por todos osescaladores da América do Sul, é con-siderado um dos melhores locais deescalada do mundo.Para se medir a popularidade, muitosescaladores de renome visitaram o lo-cal para provar a qualidade das vias. Noano de 2009, em janeiro, o campeãoPatxi Usobiaga fez questão de aparecerpor lá para tirar fotos para o patrocina-dor (Black Diamond) nas vias mais for-tes.A proibição imposta se estende em am-bos os lados da região, que é cortadapor um rio. A proibição no ano passadofoi feita somente do lado do Rio ondeestão setores como “Puño”, “Pan Dul-ce” e “Pulenta”. Porém este ano o outrolado, que fica ao lado da estrada tam-bém está proibido. Para que seja evitado que algumescalador desobedeça, ou simplesmen-te apareça argumentando de que não sa-bia da proibição, foram tomadas algu-mas medidas de segurança pelos pro-prietários.Em ambos os lados haverá encarrega-dos acampados e com a missão de proi-bir, sob qualquer hipótese, de que todae qualquer pessoa não somente acam-pe como também tente escalar. Foi fei-to também um tipo de acordo com osproprietários e a polícia local para queem caso de insistência ou desobediên-cia a mesma seja acionada.O motivo de saber tanto do local, e suasnotícias é que minha esposa é argenti-na, e sempre que há datas comemorati-vas de família, como natal, reveillon,páscoa e outras datas estamos visitan-do o país.Por isso tenho eu e minha esposa, umarelação tão estreita com a Argentina,com o Valle Encantado e com a regiãoda Patagônia.

HistóricoO local conhecido como Valle Encanta-do encontra-se a 60km aproximadamen-te da cidade de Bariloche e o único con-

tato com a civilização é um posto degasolina a 2 km do local de acesso. Sua formação de rocha é de origem vul-cânica, e seu potencial de abertura devias logo chamou a atenção dosescaladores argentinos.Ao longo dos anos o local se populari-zou, e se tornou o principal destino doverão do hemisfério sul para a práticada escalada esportiva. Por possuir umanatureza exuberante, e estar relativa-mente, fazia-se camping selvagem, oque tornava o local ideal para se “inter-nar” e escalar até que se enfastiasse.Com a popularização, houve uma ver-dadeira invasão de escaladores. A quan-tidade de escaladores que se programa-vam para visitar o local cresceuexponencialmente, à medida que o câm-bio do peso argentino caía vertiginosa-mente. No local onde se escalava, ha-via durante o verão, cerca de 100 barra-cas em média, sempre no esquema decamping selvagem. Porém este núme-ro cresceu a uma velocidade espanto-sa, o que fez com que o proprietário sepreocupasse com a possibilidade de in-cêndio e com a possibilidade de polui-ção do local.Porém, sempre havia incidentes que dei-xavam os proprietários contra-riados com o comportamen-to de vários escaladores.Principalmente comescaladores que não respei-tavam o acordo de não acam-par em certos locais, não dei-xar lixo no local, e principal-mente respeitar a natureza.

EntendaNo ano de 2008/2009 o nú-mero de incidentes foi recor-de, assim como o número deescaladores. Presentes aolocal estavam acampadoscerca de 200 a 300 pessoas,sendo que muitos não respeitavam o pe-dido de um dos proprietários da regiãode não acampar em sua propriedade.As propriedades eram divididas por umacerca.Porém vários acampamentos eram fei-tos somente no período da noite, e atémesmo alguns escaladores “bivacavam”em locais próximo à rocha. Houve atéfestas noturnas em locais próximos aextintos currais. Estas festas contavamcom a maioria das pessoas do acam-pamento, e chegava a reunir às vezescerca de 40 pessoas.Após uma visita de um capataz, quefazia rondas aleatórias, reportou todo oabuso de vários escaladores, que porfalta de fiscalização não respeitavamregras de higiene, enterrando seu lixonão orgânico e deixando sujeira ao re-dor de suas barracas.Visitados por um dos proprietários, queapareceu pelo acampamento, todos fo-ram instruídos a ficar desde que respei-tassem a propriedade, e não sujassemcomo foi reportado pelo encarregado. Emtroca seria feita uma tolerância com to-

dos que estavam por lá, desde que osabusos fossem cessados.De nada adiantou este tipo de pedido,até certo ponto simpático. Com isso cul-minou que de maneira completamenteirresponsável um escalador brasileirodespejou cerca de um litro de solventede tintas (material altamente poluente)de seu fogareiro em uma espécie delago que existia oriundo de uma forma-ção de um braço do Rio Limay. Comose não bastasse, este mesmo brasilei-ro, com histórico longo de sujar locaisde escalada, e forçar estadias em localnão permitido, tinha o hábito de se li-vrar do lixo somente o enterrando. Omesmo não foi visto em nenhuma vezretirar seu lixo para deixar no posto degasolina para ser recolhido corretamen-te. A prática de se retirar o lixo era co-mum entre os escaladores argentinos,e por todos que estavam acampadospor lá.Mesmo repreendido no momento dodespejo de tinta o escalador brasileiroem questão deu de ombros, e argumen-tou que era “apenas uma gota de sujei-ra no oceano”. Argumentou ainda queseu equipamento era mais importanteque pensar se iria poluir ou não o local.

O mesmo sujeito sucedeu os dias fa-zendo a mesma sujeira de quando fi-cou acampado no local. Vale lembrarque foi testemunhado tal ato por váriosbrasileiros e argentinos, à sua volta.Mesmo repreendido fez-se de desenten-dido. Nos dias que sucederam o inci-dente seguiu os mesmo procedimentosantiéticos com a natureza.Coincidência ou não, após três dias dodespejo do solvente de tinta, que foi re-latado pelo capataz que visitava nova-mente o local e viu o local com sujeiraboiando, o proprietário apareceu pedin-do que todos se retirassem pois have-ria um corte de árvores no local. Muitosescaladores ficaram incrédulos e foiconsiderado como um tipo de ameaçavazia.Próximo à data limite dado pelo propri-etário, o escalador poluidor retirou-se nacalada da noite. Deixando seu lixo nãoorgânico para trás. Sabe-se deescaladores locais que o mesmoescalador, que é acostumado a não res-peitar a propriedade privada, voltou aolocal, e ainda causou incidentes de su-

jeira no Valle Encantado ao lado da es-trada também.Foi relatado por blogs e listas de dis-cussões a sujeira deixada na Serra doCipó. Houve incidentes até mesmo em“Rodellar”, na Espanha em 2010 foi en-contrado lixo por lá pela revista Desní-vel, coincidindo com a data da visita des-te escalador.No Valle Encantado, após os três diasde aviso dado pelo proprietário, as pes-soas que ficaram no local foram acorda-das com barulhos de motosserras cor-tando árvores sem se importar se cairiaou não em alguma barraca. Resumindo,os escaladores foram expulsos do ValleEncantado na marra. Todos correndopara armar suas mochilas, desarmarsuas barracas, e cruzar o rio de manei-ra desesperada.Desde então,foi proibida pelos própriosproprietários das terras, onde estão asmelhores vias de escalada da região dese escalar, de se permanecer no local.Mesmo com conversa com proprietári-os e com o “Club Andino Bariloche”, oacesso durante o verão é proibido. Po-rém, ficou acertado com os escaladoreslocais de Bariloche que a escalada, semcamping, é permitida fora do período doVerão. Todas as escaladas devem serfeitas mediante uma autorização apósum pequeno cadastro no “Club AndinoBariloche”.É pedido também a todos, que a divul-gação de um guia, feito de maneira nãooficial, seja interrompida. Desde as últi-mas versões do Guia de Escaladas daregião de Bariloche, não há a publica-ção das vias do Valle Encantado.

Onde se informarTodas as fontes de informação a respei-to do Valle Encantado, e suas proibiçõespodem ser vistas em: http://accesosur.org/?p=424http://barilochevertical.blogspot.com/2010/10/importante-sobre-valle.htmlTodos os incidentes descritos acima fo-ram presenciados por mim e por outrosbrasileiros que estavam acampados noverão de 2008/2009, assim como cole-tando informações de escaladores locaisdurante o ano de 2009 e 2010, por e-mail e por conversas em MSN. Todo odescrito são fatos, e não suposições, eforam relatados, e presenciados por maisde uma pessoa.Por ter uma imagem péssima do com-portamento de brasileiros, o Club AndinoBariloche se recusou a fornecer entre-vista para dar mais informações sobre anegociação da reabertura do Valle En-cantado.

Anunciado por blogs de escaladores locais, pelo Club Andino Barilochee pelos proprietários dos locais, ficou decretado que no período de24 de dezembro de 2010 até 15 de Março de 2011 estará fechado o ValleEncantado para a escalada, e visitação.

Valle Encantado está fechado.De quem é a culpa?

LUCIANO FERNADES | SP

Luciano escalando no Valle Encantado

Como manda o dito popular: ”Mais dia, me-nos dia, a água bate na bunda de todomundo.” Normalmente isso acontece quan-do aquela boa fase em que sua maior res-ponsabilidade é passar de ano na escolaou levar o cachorro para passear. Paramuitos, esta “maré” sobe mais cedo, equando menos se espera, lá está vocêbatendo perna para conseguir um empre-go ou algo que lhe dê algum retorno finan-ceiro ou pessoal. Na comunidade da es-calada, as coisas ficam mais tensas, poisabdicar do climb, viagens e estilo de vida eafins, se tornam um martírio para tentar en-contrar algo que possa atender os dois la-dos: ter um trabalho e ser feliz com ele.Mas é possível sim viver da escalada, oúnico inconveniente é não poder desfilarcom seu “Hummer” adquirido com sua for-tuna colhida com o nicho de mercado queé a escalada...Definitivamente existem os dois lados deuma vida profissional, trabalhar sem horapra sair, aguentar cidades caóticas, stressdiário com pessoas de todas as persona-lidades complicadas possíveis, e de que-bra ter que pagar um bom plano de saúde,para que seu corpo aguente em troca desalários memoráveis ou, em contra parti-da, e por mais que leve mais tempo, ir embusca de algo que realmente sejaprazeroso a cada dia, ou ter uma liberdadepara controlar seu tempo, e ter tempo paraescalar, mesmo que isso resulte e cifrasmuito abaixo das expectativas.Este mês, o Mountain Voices, assim comoa Conquista Montanhismo, comemoram 20anos de existência. Entre tantos outros quejá estão no meio da escalada há tanto tem-po, o incomum entre essas empresassempre foi a iniciativa de tentar levar adi-ante este sonho, que é o de tentar suprir omercado, seja com equipamentos, infor-mação, serviços, etc. e o esporte pratica-do. A verdade é que deveria haver, e de fatoexistiram muito mais empresas dentro daescalada ou relacionadas a ela, mas poruma questão de que horas de tentativas eexplicações não resultam em uma respos-ta concreta para definir o motivo de seusdesaparecimentos, o melhor é continuar aacreditar que ainda existe um ciclo menci-onado por um experiente jornalista eescalador francês, que cita: “Para que umesporte coexista são necessários três pon-tos indispensáveis: empresas, atletas/pú-blico e mídia impressa, quebrado um des-ses pontos o esporte dificilmente seguiráadiante”. Coincidência ou não, a escaladano Brasil viveu bons momentos, entre 1994e 2004, esses 10 anos foram marcadospor uma explosão da escalada na mídiade peso, quantidade e qualidade de cam-peonatos de proporções épicas, expedi-ções com grandes patrocinadores e nos-sos escaladores se destacando mundoafora como era de se esperar. Mas o maiorfato está ligado a esses três pontos, poisnesse período surgiu uma revista de es-calada de peso, subsidiada a princípio pe-las várias empresas de escalada que exis-tiam, ginásios de escalada pipocaram portodos os cantos do país e,consequentemente, muita gente nova nocenário, ou seja, tudo funcionou de umaforma muito engrenada, em que um pontoimpulsionava a outro, e assim foi até que

peças importantes deste relógio começa-ram a falhar ou faltar e que, por sua vez,não foram substituídas devido ao fato deque, definitivamente, levar adiante algo ouuma empresa dentro do país do futebol érealmente um desafio difícil de segurar.A sobrevivência dentro da escalada só épossível com muita perseverança, poisretorno financeiro mesmo, como aconte-ceria em um emprego ou carreira tradicio-nal e programada, é bem difícil, salvo al-guns escaladores que conseguem seconectar a empresas e garantir uma fatiaem patrocínios, mas que geralmente sãoinsuficientes para se manter constante-mente ou cobrir todos os projetos. Sendoassim, o escalador , para sobreviver hojetem de se cercar de vários trabalhos rela-cionados a escalada: migração em mas-sa de escaladores para o setor de servi-ços verticais, aproveitando a crescentedemanda, muitos possuem hoje empre-sas e estas sim tem garantido uma situa-ção mais estável dentro deste mercado detrabalho, com o único inconveniente de serum trabalho pesado e de risco, que porsua vez os mantêm afastado da escaladae desgastado fisicamente.Quando questionado há anos atrás sobreminha decisão de tentar sobreviver da es-calada ou de algo relacionado a ela, e so-bre a possibilidade de que isso não melevaria a um futuro concreto, muito menosuma carreira tradicional, uma vez que nãoexistia sequer algum exemplo deescalador “profissional” na época, sempestanejar fui muito claro ao responderque não me importaria, desde que esti-vesse fazendo algo digno de um trabalha-dor qualquer, mas que me desse o sus-tento de que necessito e fazendo algo querealmente gosto, seja fabricando saqui-nhos de magnésio feitos com retalhos,sandálias de borracha, etc., tudo para le-vantar o necessário para poder garantirum fim de semana na rocha, ou um pas-seio de bike. O que seguiu adiante só de-pendeu de habilidades manuais genéti-cas, muita imaginação e criatividade e ofoco em sempre tentar estar próximo doesporte que tanto tenho paixão, chegandoa ter a oficina de ressolas, crash pads eaulas de escalada. Ao ser questionadoanos depois por um aluno que chegavado banco, engravatado e estressado, mascom o salário bem garantido, se gostariade trocar de emprego com ele, neste mo-mento ficou mais que claro de que a deci-são incerta de anos atrás estava mais querecompensada.

SobreviventesPosso citar várias outras empresas quehá pelo menos duas décadas sobrevivemou sobreviveram durante muitos anos des-te sonho infinito de viver da escalada: MontBlanc, a qual tive o prazer de revirar os res-tos de produção em busca de retalhospara aprender a costurar saquinhos demagnésio e porta-documentos; Acampar,garantindo jaquetas e mochilas para su-portar o frio de Curitiba; Snake, que pôsnos meus pés as primeiras sapatilhas deescalada e botas para que se evoluísseno esporte; Alto Estilo, que teve a iniciativade fabricar cadeirinhas de escalada, umavez que era um item de segurança (suamarca passa esta mensagem até hoje);Equinox, do RJ, que sempre produziu equi-

pamentos de ponta e sempre levou comopôde seus atletas apoiados em todas ascompetições pelo Brasil, entre tantas ou-tras marcas, que vou pedir mil desculpaspor não poder citar todas, mas que todossabem a sua forma imensa de contribui-ção para com a escalada no Brasil.Cito o Mountain Voices e a Conquista, porfazerem parte muito importante em minhaformação, a Conquista me manteve quen-te em todas as noites de bivak com seusaco de dormir, que infelizmente me rou-baram (era meu preferido), e por saber queno fundo, esta empresa, lutando contra asmaiores do mercado na época, viria a setornar a empresa mais importante para omeio da escalada e que, atualmente, setornou uma empresa com um de grau deexcelência garantido pelos maiores selosde certificação nacional e internacional. Eo mais importante sempre foi o de mantersuas origens enraizadas na filosofia“climber”, desenvolvendo e apoiando even-tos e escaladores a todo custo e se consa-grando pelos feitos inéditos e memoráveisde seus proprietários e empresa.Ao Mountain Voices, fica até difícil descre-ver o que este veículo representa para aescalada nacional, para tal, temos que nosremeter a seus fundadores, Eliseu e BethFrechou, que além de serem ícones comoprofissionais, nos presentearam com edi-ções em uma época onde era raro conse-guir comprar um mosquetão, quanto maisinformação vindo de outros estados e do

mundo, a qual o MV supriu muito bem portodos esses anos...os recortes do jornaleram minha fonte de inspiração e motiva-ção e se há um ponto que não foi quebra-do dos três pontos importantes para o de-senvolvimento da escalada, este foi o MV,muitas empresas de vários setores vierame se foram, muitos atletas e escaladoresvieram e se foram também, mas o que semanteve firme nesses anos todos foi o MV,por isso meus sinceros parabéns pela ini-ciativa e até então firme propósito.Mas a maré retornou ao seu nível normal ea escalada no Brasil sobrevive graças aempresas e nomes que nunca desistiramde um ideal, levar adiante o sonho de con-tribuir, ainda que na maioria das vezes semo devido retorno, seja ele financeiro ou dereconhecimento, só é possível graças auma força que nos impulsiona: a puramotivação em ver a escalada em um pata-mar que só quem vive e respira dela podeperceber.Portanto, não deixe sua conta engordar aoponto de não ter tempo nem saúde paraexperimentar o que este esporte pode lheoferecer em relação a satisfação e supe-ração pessoal, é impagável, eu e todos quevivem da escalada podemos garantir...Boas escaladas.Belê é escalador apoiado: Conquista, Casa dePedra, Endorphine Sun glasses, BelêPad e SOSSapatilha.

O melhor trabalho do mundoANDRÉ “BELÊ” BEREZOSKI | SP

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Numa segunda classificação, os hookssão divididos em skyhooks (os maiores)e – aí sim – cliff hangers, os de tamanhomenor que o cliff conhecido comoChouinard.Após essa classificação por tamanho,existem ainda hooks para agarras, outrosespecíficos para lacas expansivas, fendase buracos.Infelizmente, muitas dessas peças só sãoconseguidas depois de muita procura ealgumas até precisam ser encomendadasmesmo em países como os Estados Uni-dos onde há uma cultura de escalada arti-ficial bastante antiga.

Abaixo alguns tipos para que você possacomeçar a entender estas peças que sãousadas quando você está literalmente naroubada... Lembre-se de que o uso corre-to delas pode lhe ajudar na hora de baterum grampo, passar um trecho de poucasagarras, ou te lançar num vôo espetacularparede abaixo.Algumas dicas de colocação+ Escolha sempre o tamanho correto paracada agarra. Um hook pequeno demaispara a colocação não vai encostar os pésna rocha, deixando-o instável. Já um hookmuito grande numa agarra pequena vaiser forçado para trás, facilitando a saídada peça.+ Não esqueça de que o hook tem queestar em uma superfície plana, se ela forinclinada para fora, o hook vai deslizar. Emmuitos casos, é necessário dar uma bati-da de leve com uma talhadeira de ¼” parafazer uma pequenino buraco na agarraapenas para impedir que o hook escorre-gue, mas neste caso você tem que usarhooks com ponta, como um Chouinardmodificado num esmeril ou os da marcaPika que já vem “apontados” de fábrica.+ O hook deve empurrar a agarra ou a lacapara baixo apenas. Se você estiver colo-cando-o numa laca, tem que tomar mais

Para quem está começando a escalar em artificial ou conquistar,cliff hanger é tudo a mesma coisa. Não é. Aliás, o nome genéricocorreto para designar estas peças é ganchos, ou hooks.

cuidado ainda, pois se o hook entrar nalaca como uma cunha irá quebrá-la.+ Nunca fique olhando para o hook, fiquesempre olhando para baixo até passar acabeça da altura da peça - se ele escaparvirá em direção do seu rosto. Use capace-te e óculos sempre.+ Mantenha sempre pressão na daisy-chain e nos estribos para baixo, se vocêpuxar para cima ou tirar a pressão dosestribos, certamente o hook vai sair dacolocação.+ Hooks de fenda, modelos grandes comoos skyhooks e cam hooks podem ser usa-dos como costura. Se estiver escalandoem artificial, carregue vários repetidos euse-os para costura, alguns ultrapassamos 300kg de carga de ruptura e se segu-ram uma queda, pelo menos diminuem oimpacto... e é sempre bom olhar para bai-xo e ver sua costurada em alguma peça.

�O Cam hook da Leeper funciona em fendas horizontais,verticais e nagativas (como na foto). Este é o tamanhomédio, mas há um menor e dois maiores para fendas largas.�Skyhook Grappling da Black Diamond.

�O Birdbeak da marca A5 é um micro piton que pode serusado como hook se a colocação for boa e não necessitarmartelar.�Cliff Talon da Black Diamond, que tem três formas deuso: duas para agarras e uma para buraco de talhadeira.Este é um cliff bem estável se a superfície for plana.

�Cliff de modelo parecido com o Chouinard original.Ideal para agarras. Acho que é o mais usado.

Como todos os anos, foi aguardado commuita expectativa. A expectativa foi agrava-da já que este ano havia muitas novida-des, o que deixou o festival praticamenteimperdível para quem pratica esportes demontanha.O festival tinha, em termos gerais, três gran-des novidades. A mostra competitiva de fil-mes de montanha, a mostra Banff (partedo Banff World Tour) e a exibição do filme“Nanga Parbat”, superprodução que rela-ta uma mini biografia, e uma passagemdramática de sua vida, do alpinistaReinhold Messner, considerado o melhorde todos os tempos, com marcas impres-sionantes de ascensão, que inclui ter feito14 cumes de montanhas acima de 8000metros.Na mostra competitiva, esta edição tinhamuitos filmes considerados favoritos, e a

vanas” vindo de São Paulo, Minas Geraise outros locais do país para acompanharo evento, e em especial, a sessão do fil-me. O que prova o impacto que um filmemuito bem produzido causa em uma co-munidade carente de grandes exibiçõesde filmes que, em termos de promoção, érelativamente barato. Um ótimo nicho demercado que somente os produtores doFestival de Filmes de Montanha exploramna cidade do Rio de Janeiro.

O que rolou na telona10a. Mostra Internacional de Filmes de Montanha

disputa do vencedor, tanto pelo público,quanto pela crítica especializada (comis-são própria da organização do evento, enão divulgada) era incerta. Havia muitasproduções que tinham sido vistas, e noti-ciadas como excelentes produções. Ha-via também filmes de grandes promes-sas em produção de filmes de escaladacomo, por exemplo, Ricardo Cosme comseu filme “Platô” (disponpivel na íntegraem: http://vimeo.com/16171021)Após a exibição de todos os filmes espe-culou-se muito a respeito de quem seria ovencedor, afinal a reação do público serviade termômetro, e houve muitas teorias doporque algum filme seria escolhido ou elei-to. Com a estratégia de divulgar o prêmioapenas no final da última sessão do even-to, a organização contribuiu mais aindapara que a expectativa fosse grande.Baseado na hipótese da reação do públi-co, o filme “Dias de Tempestade”, realiza-do pelo escalador Eliseu Frechou, MárcioBruno e Fernando Leal vinha como favori-to por ter sido ovacionado de forma enér-gica pelo público em sua exibição, e aoseu final ser praticamente aplaudido depé. Na premiação foi confirmada a expec-tativa, o filme saiu vencedor.Após dez edições, o primeiro filme paulistaa ganhar o festival foi o “Dias de Tempes-tade”. Além de entrar para a história doevento como o segundo filme “não-cario-ca” a ganhar como melhor filme na esco-lha do público, o filme também arrebanhoucomo melhor filme pela crítica especializa-da, e melhor fotografia. Este último coro-ando o trabalho talentoso do integrante daexpedição a Roraima, Márcio Bruno, que éconsiderado um dos melhores fotógrafosda cidade de São Paulo.Consolidando assim uma nova marca, ade que nenhum filme nunca tinha conquis-tado três prêmios ao mesmo tempo noFestival de Filmes de Montanha.O filme “Dias de Tempestade” retrata a re-alidade que foi a expedição brasileira aoMonte Roraima para a conquista de umavia de escalada no extremo norte do Bra-sil, e foi reconhecida pela comunidademundial como um grande feito, e privilé-gio de poucos escaladores.Após dois dias de mostra competitiva defilmes, houve a exibição, em duas sessõesde lotação esgotada, o filme “NangaParbat”.Com a lotação do filme, que foi bancadopela marca de produtos de escaladaSalewa, ficou evidente para todas as mar-cas nacionais que um filme sobre feitosem esportes de montanha pode sim terboa visibilidade e bom retorno.Além das duas sessões esgotadas, é im-portante destacar a quantidade de “cara-

Durante o evento é evidente que funcionacomo uma grande reunião de entusiastasde esportes de natureza como escaladaem rocha, montanhismo, paraglider,snowboard, surfe de montanha, basejump, alpinismo, asa delta, mountain bikee muitos outros. AaApós a décima ediçãoficou evidente que o evento pode ser con-siderado obrigatório a todo e qualquer pra-ticante de esportes citados acima, assimcomo apreciadores de filmes de naturezae ecologia.Especula-se que para a décima primeiraedição haja mais novidades ainda. Vamosesperar também que o evento vá a outrasgrandes cidades como São Paulo, Curitibaou Belo Horizonte, para que o acesso àqualidade dos filmes seja mais democrá-tica.Para acompanhar o resumo e avaliaçãode todos os vídeos apresentados, houveuma cobertura completa feita pelo Blog deEscalada em conjunto com o Portal deEscalada Altamontanha.com.br No blog deescalada se encontra entrevistas comple-tas com cada um dos principais produto-res dos filmes favoritos apresentados noFestival de Filmes de Montanha.

Foi realizado no final de outubro na ci-dade do Rio de Janeiro, no cinema Odeon,localizado na Cinelândia, o Festival deFilmes de Montanha.O festival é realiza-do todos os anos, e em 2010 comemorou asua 10º edição.

Alexandre Diniz, curador da Mostra

LUCIANO FERNADES | SP

O último dia foi realizado a exibição dosfilmes premiados na mostra de filmes do“Banff World Tour”. O instituto Banff é uminstituto localizado no Canadá que realizaum festival de filmes de montanha que éconsiderado o mais importante de todosos existentes no mundo. Ganhar um prê-mio em Banff, é o equivalente um filme decircuito comercial ganhar o Oscar, ou serpremiado no festival de Cannes (com apalma de ouro diga-se).Todos os anos os filmes premiados nofestival são selecionados, e é organizadoum “tour” pelo mundo afora. Assim é o“Banff World Tour”, o Festival de Banff noCanadá é realizado no mês de novembro,e o “World Tour” tem seu início em feverei-ro do próximo ano. Os trailers são divulga-dos amplamente pela internet em sites devídeo como o Vimeo ou Youtube, todos emHD.O Festival de Filmes de Montanha em ter-mos gerais é organizado de maneiraexemplar, sendo somente realizado na ci-dade do Rio de Janeiro, e até o momentonão houve manifestação da organizaçãode também o realizar em outros grandescentros.

Filme Dias de Tempestade

Ralf Côrtes mandando a Estresse no trabalho

Slack montada na Pedra da Bicuda

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on the rocks

A Escalada foi pro Brejo.Brejo da Madre de Deus é um municípiode 40 mil habitantes do interior dePernambuco, localizado a cerca de 200km da capital Recife e situado em umvale formado pelas Serras da Prata, doEstrago, do Ponto e do Amaro. É co-nhecida pelo espetáculo anual da Pai-xão de Cristo, realizado no distrito deFazenda Nova, no maior teatro ao ar li-vre do mundo.Com uma espécie de micro-clima, pro-porcionado pela geografia, a cidade é umpólo de produção de hortaliças e refúgiode focos de mata atlântica em plena re-gião semi-árida. Fundado no séculoXVIII, o pequeno centro regional que an-tes já era conhecido pela arquitetura co-lonial, sítios arqueológicos, trilhas e ca-choeiras, ganhou nos últimos anos umnovo atrativo – dezenas de vias de esca-lada, transformando o local no principalpólo de montanhismo do estado.

Cronologia:

2002 – 2003: As primeiras duas vias (JCe Em Busca de um Sonho) foram reali-zadas em solo por Heraldo Gouveia, mo-rador local.

2006: Foi conquistada a primeira via daPedra Bicuda, Primeiro dia do Resto deNossas Vidas, por Márcio Bortolusso,Mariana Candeia e Lúcio Uchoa. Tam-bém foram abertas as vias Diedro dosGrampos Mal Batidos (Bernardo Collarese Mariana Candeia), Via Crucis (AndréIlha, Natasha Krepsky, Lúcio Uchoa) eJusticeira (André Ilha, Natasha Krepsky,Heraldo Gouveia) na Pedra do Gavião.

2006 – 2008: Vias abertas por diversosescaladores, e pelo pessoal do GrupoSelva e Recifeboulder, dentre elas oRampão e algumas esportivas nasfurnas.

2008 - 2010: Explosão do número devias com a chegada de novosescaladores (Cauí Vieira, DagobertoIvan, Geysson Lages, Luciano Willadino,Lula e Miguel Alejandro) ao estado, cer-ca de 70 vias conquistadas nesse perío-do, totalizando quase 100.

As escaladas em Brejo se dividem emquatro principais setores: Serra da Pra-ta, Serra do Estrago, Pedra da Bicudae Pedra do Gavião, além de alguns se-tores secundários, como Barra de Fari-as, Púlcaro e Pedra da Bomba. Cadasetor possui uma peculiaridade quantoà característica da rocha e estilo dasvias, sendo todas de composiçãogranítica.

Serra da PrataEste setor conta com apenas uma viaconcluída: Dau e as Cascavéis (D1 4ªVIIb E3) com seus 278 metros de esca-lada predominantemente em aderênciae um cume com vista para toda a cida-de e opção de descida caminhando. Háainda possibilidade para abertura de inú-meras vias novas.

Serra do EstragoEntrando pelo sítio arqueológico, pas-sando pela propriedade do Sr. Tadeuchega-se caminhando rapidamente aosetor das furnas, onde existem diversasvias esportivas bastante técnicas, pro-tegidas em móvel e fixas, com caracte-rísticas variadas (positivos de agarrência,fendas, arestas e boulders) os grausvariam do III ao IXb, as principais são:Gasparsinho (Vsup móvel), Psicólogo(6sup), Couro de Cobra (8a móvel),Fumo Goiano (9b) e Scoobydoo (8a).Saindo das falésias, subindo rumo à pa-rede da Serra do Estrago, encontramosas maiores vias de Brejo: Rampão (2°VIsup E3 290m) + Estilo Élvis (7a 30mmóvel) totalizando 320m de escalada,Piolho de Cobra (4° VIIa E3 D1 235m),Código Barnabé (4° VIIb E3 215m),Diedro dos Grampos Mal Batidos (IV E280m móvel). As escaladas são em agar-ras, diedro, chaminé e aderência oacesso ao cume em quatro delas é fei-to através das vias do “topete” (trechovertical no final da parede).

Pedra da BicudaTrinta minutos de caminhada levam aum dos setores mais interessantes deBrejo, repleto de vias esportivas e tradi-cionais de graduações variadas. Quemprocura uma escalada tranqüila e bemprotegida tem várias opções: Rei dasCoxinhas (3° V E2 140m), BBzin (3°IVsup E2 120m), Recruta Zero (3° V E2

145m). Existem também algumas vias tra-dicionais mais exigentes: Revolução dosBichos (7° VIIIb E2 100m), Primeiro diado resto de Nossas Vidas (4° VIIa E3150m), Sócaldinho+Casa Mal Assombra-da (6° VIIb E1 110m), a clássica CostasQuentes (5° VIIb E2 130m)...Quanto àsfalésias, existem vias fixas e mistas vari-ando do V até projetos acima de IX grau,do vertical ao negativo, as mais freqüen-tadas são: Fendofobia (7c), HiTec (8b),Andróide n6 (8a) e o projeto Laranja Me-cânica (9?). Outra atração do setor é oponto onde pode-se montar uma high linede 20m de comprimento.

Pedra do GaviãoEste é um setor bastante agradável parapassar o dia escalando, possui umcórrego com água perene e árvores degrande porte proporcionando sombra nasfalésias. Pode-se dividir o setor em dois:Mil Falésias (blocos com vias esportivasna beira do rio), onde se encontram asvias Caranguejo Hermitão (VI móvel), ÉLasca (7c móvel), Prosa com Raul (7b),La Piscina (8c), e Pedra do Gavião (viastradicionais), com as vias: Primeira Vez(4° VI E2 55m), Visual do Gavião(4°V E2),Justiceira (VI móvel)

Como chegar?Carro: Pegando a BR-232 em Recife, aochegar em Caruaru pegue a BR-104 sen-tido Santa Cruz do Capibaribe entrandoantes no Trevo para Fazenda Nova (ondetem o espetáculo da Paixão de Cristo).Após passar por Fazenda Nova, são mais20 km até Brejo da Madre de Deus.Ônibus: De Recife até Caruaru, na Ro-doviária de Caruaru pegar um transportealternativo (Toyota) até Brejo.Onde ficar? Onde comer? A cidade possui algumas pousadas, dor-mitórios e restaurantes com preços vari-ados, além da melhor carne de sol doplaneta.Do centro da cidade pode-se chegar ca-minhando em grande parte dos setoresde escalada, para outros é necessáriocarro, Toyota (transporte comum na re-gião) ou moto-taxi.Blog: www.eene2010.blogspot.comCroquiteca atualizada:[email protected] Local: Heraldo Turismo [email protected]

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Cauí Vieira na Couro de cobra

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Texto: Luciana Maes

Em sua nona edição, o Encontro deEscaladores do Nordeste (EENE), alémde reunir praticantes de toda a Região, temestimulado o desenvolvimento do espor-te, aumentando a abertura de vias nos pi-cos de escalada e contribuindo para a for-mação de novos adeptos ao esporte.

Os Estados que temsediado o evento desco-brem a potencialidade lo-cal para a prática da es-calada, atraem pratican-tes vizinhos e, principal-mente, revelam às autori-dades políticas do local opoder turístico do espor-te.

No interior dePernambuco, Brejo daMadre de Deus é umexemplo de município queteve inúmeras rochasdesbravadas, atualmentecom cerca de 100 viasconquistadas, a maioriaem perspectiva à realiza-ção do IX Encontro de Escaladores do NE,consolidado o local como pólo legítimodo esporte, primeiro pólo da região.

O trabalho colaborou com o resultado doIX Encontro de Escaladores do NE, reali-zado entre 12 e 15 de novembro de 2010,atraindo mais de 200 participantes, entreeles 160 escaladores vindos de diferen-tes partes do país. O evento contribuiu paraa valorização e divulgação do potencial dacidade para a prática do montanhismo e

da escalada. Além disso, a programaçãocumpriu o objetivo de provocar a interaçãode escaladores com a comunidade local,através de oficinas, palestras, trilhas eco-lógicas, mostra de filmes, atividadeslúdicas e a realização do tradicional forrónordestino, espalhados em diversos lu-gares da cidade.

Foram criados 04 Pólos: Brejo Acolhe (re-cepção), Brejo Dialoga (palestras e Mos-tra de cinema - Cine Magnésio), Brejo Es-

cala (prática de escalada) e Brejo Interage(Muro Indoor, Slack e Tecido aéreo).

O apoio de empresas privadas e públicas,junto a Associação Pernambucana de Es-calada em Rocha viabilizou a realizaçãoda diversificada programação, alcançan-do o objetivo de atingir públicos diversos,adultos e crianças, despertando, sobretu-do o interesse pela prática do esporte.

Assim, após o IX Encontro de Escaladoresdo NE, Brejo da Madre de Deus alcança otítulo de mais recente pólo da escalada nonordeste brasileiro, onde ainda há muitoo que desbravar.

�Menina brincando na slack line�� Muro montado na praça de Brejo� Banda de forró animando a noite

A partir de 1990, principalmente na Praiado Mar Grosso e Farol de Santa Marta.Já em Gravatal, a Pedra do Leão rece-beu vias de escalada a partir de 1996.A Serra Geral, particularmente a porçãoentre Urubici e Grão Pará foi visitada poralguns escaladores do RS que abriramvias em suas grandes paredes. Devidoa pouca divulgação, essas vias são des-conhecidas da comunidade escaladoraaté hoje, visto que as informações a res-peito são pequenas. Na região de Tubarão, a escalada emrocha deu um importante salto a partirdo início de 2007 com a formação deescaladores locais que foram divulgan-do a escalada em rocha para os ami-gos e assim outros começaram a prati-car. Nesse contexto, diversos locais fo-ram sendo conquistados e a quantida-de de vias foi crescendo, chegando a110 vias até o final do ano de 2009.A primeira via conquistada foi aPrimogênito V E2 no Morro do Formigãoem Tubarão, local onde foram abertosos primeiros boulders da regiãotambém! O Morro da Antena no bairrode Congonhas foi bastante importantepara a escalada na região. A enormequantidade de boulders e falésias pos-sibilitaram boa variedade de escaladas,empurrando para cima o nível dosescaladores tubaronenses.Outras áreas foram sendo exploradascomo a Pedra dos Padres na cidadede 13 de Maio, o paraíso dos boulders nacidade de Capivari de Baixo, a região daTaba no município de Laguna, o Km 37,o Morro do Cruzeiro em São Ludgero, oSertão da Jararaca e as falésias negati-vas do Sertão em Tubarão, o setor docemitério no bairro da Madre e o setorde Laranjeiras e Gravatá em Laguna.Isso sem contar a serra que tem muitaparede ainda para ser explorada, parti-cularmente a Serra do Corvo Branco.O Grupo de Montanhismo Tubaronenseque é filiado à Federação de Esportesde Montanha do Estado de SantaCatarina (FEMESC) surgiu decorrentedo crescimento do montanhismo emTubarão no ano de 2007. Há de se sa-lientar a criação em 2008 do Centro deEscalada Granito, único muro indoor dacidade, que é uma referência para osescaladores que estão começando epara aqueles que querem melhorar o seucondicionamento. Nesse muro já foramrealizadas algumas competições e hojeem dia é local de uma das etapas doranking catarinense. Em termos de graduação, há bouldersaté V8/9, vias em móvel de VIIIb/c e viasesportivas de IX. Nas tradicionais, mui-tas vias de quarto, quinto e sexto grause um campo escola (Pedra dos Padres- 13 de maio) com vias de segundo eterceiro graus.

Os Points na região de TubarãoMorro da Antena - boulders e falésiasde até 15m de altura.O acesso é muitofácil e se dá pelo bairro Congonhas;Morro do Formigão - boulders efalésias com vias de até 50m de com-primento. Localiza-se ao lado da BR 101em Tubarão;Setor Bananal - vias em móvel de até

40m de comprimento.Localiza-se ao lado doMorro do Formigão;Sertão da Jararaca -bairro de Tubarão comvias de até 50m de com-primento e grande po-tencial para conquis-tas;Falésias negativas doSertão - localiza-setambém no bairro Ser-tão da Jararaca em Tu-barão. É o local com asvias mais difíceis da re-gião até agora, com lan-ces sempre acima doVII grau. Já conta com06 vias,mais osescaladores de Tubarãoe outros de SC estãoabrindo mais vias nes-se setor;Madre - é um bairro deTubarão onde existeboulder e falésias paratodos os lados. O legalé que nesse setor temfalésias que podem serescaladas em móvel;Pedra do Leão - estálocalizada em Gravatala 16 Km de Tubarão aolado da rodovia que ligaesses dois municípios.Possui vias em estilotradicional de até 110m,além de vias esportivase boulders próximo àsua base;Pedra do Padres - lo-caliza-se ao lado da ro-dovia que liga Tubarãoao município de 13 deMaio. São cerca de 18Km de Tubarão. Contacom vias tradicionais -é o campo escola da re-gião com vias de II, III eIV graus de até 150m decomprimento;Pedras Grandes - Na verdade é o pró-prio nome do município, que dispõe deuma parede de cerca de 40m de alturaem frente a praça da cidade, no entantohá somente uma via conquistada atéagora;Laguna - Localiza-se a 20 Km de Tu-barão, é uma região que conta com di-versos points como a Taba na Praia daTeresa com mais de 20 vias em móvelde até VIIIb. Em Laguna ainda existe aPraia do Gravatá com muitos boulderse vias em falésias, o setor do Farol San-ta Marta com vias em móvel e muitsboulders, inclusive psicobloc;Próximo a Laguna existe o setor Laran-jeiras com vias esportivas - esse setorestá ao lado da BR 101 e um poucodepois da ponte da Cabeçuda;Ainda em Laguna existe uma grandeárea de boulders e falésias denomina-da de Km 37 - Parobé... É umaimensidão de pedra!!!Capivari de Baixo - município ao ladode Tubarão que possui uma área ao ladodo trevo de acesso à este município commuitos boulders e falésias;

As primeiras escaladas na região deTubarão foram em Laguna e emGravatal. Nas praias de Laguna tem-se o registro de catarinenses dacapital, gaúchos e paranaenses vi-sitando os diversos boulders daregião

São Ludgero - municí-pio a cerca de 30 Km deTubarão. Na rodovia queliga Tubarão a esse mu-nicípio, existe um morrochamado Cruzeiro quepossui duas faces rocho-sas, a norte e a sul. Emambas já foram abertasvias de escalada de até40m de comprimento.Serra do Corvo Branco- Dista cerca de 60 Kmde Tubarão passando pe-los municípios deGravatal, Braço do Nortee Grão Pará. Há viasabertas e uma infinidadede possibilidades de con-quistas em paredes deaté 500m de altura!

Mais informações e con-tatos pelo e-mail:[email protected]

Gezaela na via Energia das águas, Pedra do leão.

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BELAS PEDRAS XXlX

“Nesses instantes havia encontrado a respos-ta definitiva a pergunta tão repetida:-Por que escala montanhas?...A resposta era:-Para escapar da prisão.” Ludwig Hohl

Envoltos pela névoa, dois homens lutavam con-tra o vento incessante. Lutavam para se mante-rem presos a parede de granito polido.Jose dividia sua atenção entre o frio que o con-gelava até os ossos e a segurança do compa-nheiro, que guiava a cordada. Ao contrário doseu desejo a corda subia lentamente, um pre-núncio das dificuldades enfrentadas. Sem en-xergar seu colega ele procurava imaginar oslances superiores. A calma que tanto se esfor-çava em manter era minada pouco a pouco pelovento, assoviando ao contato com o seu capa-cete. Procurava pensar em coisas mais agradá-veis, mas o incomodava a demora daquelacordada, consumiam-se segundos, minutos,horas...A corda afrouxou um pouco e nesse instanteescutou um grito:-Queda...Neve e pedras caindo, ao lado de Jose estava orosto espantado do seu colega. Este pareciabuscar algo distante em sua memória, algo quehavia perdido. Somente o vento quebrava o si-lêncio com suas rajadas.-O que aconteceu?-...-Vamos fale comigo.-Não consigo, me esforcei ao máximo... O lanceacima é muito difícil. Com esse vento então...-Então coloca um estribo e passa em artificialmesmo, estou congelando e quero sair o quantoantes daqui.O que era um desafio entre o corpo humano e oequilíbrio transformava-se em uma questão desobrevivência.Assim como caiu, repentinamente o homem re-começou a escalada, sem pronunciar mais ne-nhuma palavra.Jose sentia cada vez mais o frio agindo sobre

seu corpo. Minutos depois percebeu que nãohavia perguntado sequer se seu companheiroestava bem. Não teria se machucado na que-da?Novamente o tormento da espera. Aos poucossua mente era ocupada por imagens, que o le-vavam a um passado distante.

A discussão ocorria pela mesma razão de ou-tras, mais uma vez ele deixaria sua esposa embusca de uma aventura. Algo que ela tinha difi-culdade em compreender, mais uma conquistado inútil, como o título de um livro que ocupavaum lugar de destaque na estante de livros.- A escalada, é só nisso que você conseguepensar, você e seu egoísmo. Eu sempre fico emsegundo plano...A escalada havia se transformado ao longo dosanos em algo mais que um esporte para Jose,fazia sua vida ter sentido, suportar a falsidadeque diariamente encontrava em seu cotidiano.Dessa vez conheceria a parte sul da América, aPatagônia, local que tanto povoou sua imagina-ção. Perdeu as contas dos sonhos em que es-calava essas montanhas e ainda sonolento des-pertava com a sensação de ter acabado detocar aquele granito gelado. O desejo estava setornando realidade. Outra vez deixaria sua casa,sem receber a aprovação da esposa.Conexões de avião, ônibus, táxis eram rotinasde toda viagem, a parte mais desagradável. NaPatagônia, Jose aprendia que para escalar nãobastava somente chegar ao lugar. Era precisoser paciente, muito paciente. Os deusesbarométricos que habitavam o sul eram capri-chosos, concedendo somente um ou outro diade bom tempo em meses de espera.Também não era fácil escolher o objetivo, diantede tantas possibilidades existentes. Mas umamontanha já havia lançado sua canção ao ven-to e aprisionado o coração desse escalador: oCerro Torre. Diante de inúmeras rotas jádemarcadas, escolhia a incerteza, uma linhainteiramente nova pela face sul.O mau tempo exigia boa dose de criatividade,inventar atividades para passar o tempo. Parasorte dos escaladores, a previsão indicava uma

pequena janela de bom tempo, seria a últimatentativa da dupla. As notícias de boas condi-ções metereológicas traziam ao povoado umaatmosfera mista de expectativa e insegurança.Sem perder tempo os dois companheiros arru-maram todos os equipamentos e na madrugadacaminhavam rumo a seu objetivo, mais um pou-co e estariam frente a frente com o Torre. Masantes era preciso caminhar, caminhar muito.Aos pés da parede, os dois homens olhavam amassa de gelo e granito que se erguia vertical-mente sobre seus olhos.Uma atmosfera densa impregnava o ambiente.O céu estava azul sem nenhuma nuvem. Che-gara o momento do tudo ou nada.

Jose foi despertado dos devaneios por umapequena pedra que acertou seu capacete. De-pois de muitos esforços estavam ali, a uma cen-tena de metros do cume, lutando contra dificul-dades técnicas e um tempo que de azul celestebruscamente transformara-se em um vendavalcinza.Ele estava diante do que tanto buscava, masnesse momento as coisas estavam saindo docontrole. Valeria a pena arriscar tanto? Poderianunca voltar a ver as pessoas que amava, nemteria tempo de se despedir. Subir ou descer?Abandonar agora, que estavam tão próximosdo cume? Eram questionamentos insistentesque o inquietavam ainda mais.Em situações como essa o tempo diminuía oritmo, minutos pareciam horas.O vento soprava, uivava, como se quisessearrancá-los da montanha.Mesmo diante de tantos esforços, o guia haviasofrido outra queda. Jose, ao ver os olhos comlágrimas de seu companheiro percebeu que aescalada havia terminado ali. Um momento desilêncio, onde por um instante até o vento secalou. No ar misturavam-se sentimentos de alí-vio e frustração. Sem se olharem os dois come-çaram a arrumar as coisas para a descida.O frio estava insuportável, Jose percebia queos dedos dos seus pés estavam insensíveis.Nos rapéis, as duas cordas que haviam levadoiam ficando pela parede, enroscadas forçavam

os escaladores a cortá-las pedaço a pedaço.Era o preço que a montanha cobrava pela per-manência em seus domínios.Nessa situação extrema, Jose sentia a proximi-dade de uma tragédia e jurava silenciosamenteque caso descesse, nunca mais voltaria a es-calar.Quando os dois escaladores já não consegui-am extrair mais forças de seus corpos, perce-beram que o chão estava próximo, faltava so-mente um rapel.Jose aguardava na parede enquanto o compa-nheiro descia primeiro. O homem havia chega-do ao chão, estava retirando o material de es-calada quando percebeu que algo caía ao seulado e continuava quicando pela neve. Vascu-lhou a parede em busca de Jose, mas somenteo que viu foi a corda balançando livremente.Não havia nenhum sinal dele.

Jose mal conseguia abrir os olhos, paredes degelo azul o pressionavam dos dois lados, sen-tia-se sufocado. Tentou gritar, mas a voz nãosaía. Procurava se acalmar, mas percebendoque o amigo não chegava, era vencido pelo de-sespero. Fechou os olhos, como se pudessefugir dessa situação como se foge de um pesa-delo.Percebeu então que algo tocava a sua mão.Assustou-se por não encontrar um rosto fami-liar, ao invés disso lá estava uma mulher jovemde olhos verdes. Ele fez várias perguntas, semesperar as respostas:-Onde está meu companheiro? Demorará a meresgatarem? Quem é você?Ela nada respondeu. Ao invés das palavras,esboçou um calmo sorriso e apertou com forçasuas mãos.Lágrimas escorriam no rosto de Jose. Sentia-se afortunado por ter alguém ao seu lado na-quele momento.Não estava com medo da morte, só não queriaque ela o encontrasse de olhos fechados, ten-tou mantê-los abertos.

-Jose, Jose, Jose...Quando despertou percebeu o rosto de seu ami-go, que o olhava com alegria.-Pensou que eu o abandonaria? Logo chegare-mos ao refúgio e você terá atendimento médico.Agora descanse.Vários homens se esforçavam para carregá-loem uma maca.-A mulher que me encontrou, onde está agora?Gostaria de agradecer sua ajuda.-Que mulher, não tinha ninguém junto a vocêquando o encontramos.-Não, tenho certeza que ela estava lá. Conver-sou comigo, senti o calor de suas mãos, tinhaolhos verdes...-Não. Não tinha ninguém com você quando oencontramos. Você deve ter visto coisas, umaalucinação. Talvez tenha batido a cabeça naqueda.

Jose caminhava com dificuldade por causa dasmuletas, havia retornado a El Chaltén para sedespedir. Encontrou seu amigo e com uma pon-ta de inveja recebeu a notícia que após a datado acidente havia aberto uma janela de bomtempo e ele, em companhia de um argentino,havia escalado o Torre pela rota dos Italianos,na face oeste.Ficou o resto do dia sozinho sentado em umapedra, aguardando uma última visão das mon-tanhas. O tempo permanecia enevoado. Elefolhava uma revista para passar o tempo, quan-do em uma das páginas reconheceu os olhosverdes, não tinha dúvidas, era a mulher que ohavia ajudado. Continuou a descer o olhar embusca de informações. Deixou a revista cair aochão.A mulher, uma escaladora brasileira, haviamorrido em um acidente, alguns meses antes.

Dedicado à Roberta.

Serra dos Marins

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Hideki Maeda

Hermes Pereira

As encostas mineiras da Serra dosMarins são deslumbrantes, com suasaltas escarpas em granito cinza emer-gindo por cima de enormes paredesrecobertas de vegetação. Bem no seucentro, aparece o cume do Marinzinho,ponto culminante deste maciço. E, láembaixo, mora um japonês idoso quedurante anos caminhou por esta serrae muito contribuiu para torná-la conhe-cida.

Hideki MaedaMaeda conta que sua primeira experi-ência na natureza foi aos cinco anos,quando teve de fugir dos soviéticos quehaviam invadido a Coréia do Norte, ondeentão morava com sua mãe. Atraves-saram por dias uma floresta, até che-garem à Coréia do Sul e poderem voltarao Japão. Aos 15 anos entrou para umgrupo de montanhismo e, devido à difí-cil situação no Japão, emigrou aos 20para o Brasil. Maeda foi durante anosgerente industrial até se aposentar. Foium dos fundadores do CEC – CentroExcursionista de Campinas e colabo-rou na abertura de importantes trilhasna Mantiqueira.

Atravessou 20 anos atrás a Serra Fina,contribuindo para consolidar o percursoque hoje conhecemos. Em especial,abriu em 1993 a travessia Marins-Itaguaré. Disse-me que foram 10 diasde esforço, ao longo de muitos meses.Quem já a percorreu notará como estatrilha de crista foi implantada commaestria. Mais tarde, estabeleceu doiscaminhos em Minas, na Serra do Lopode Extrema.Maeda tem hoje, aos 70 anos, uma pou-sada no sopé da Serra dos Marins, exa-tamente abaixo do Marinzinho. Lá ins-talou um Museu de Montanhismo, querecorda suas andanças pelas monta-

nhas do Brasil, Peru e Argentina. Esteartigo é uma homenagem a este homempequenino, que muito fala e muito fez.

A Serra dos MarinsJunto com o Itatiaia e a Serra Fina, oMarins é um dos três maciços centraisda Mantiqueira – juntos, eles compõemo seu espigão mestre. O Pico dosMarins é sua montanha mais conheci-da, talvez devido à beleza do cenáriopor ele dominado e por ser o ponto cul-minante de São Paulo, com 2.421m dealtitude.Neste conjunto existem duas outrasmontanhas importantes. O Itaguaré(2.308m) é uma delas, com seu perfilarrojado, suas impressionantesescarpas e seu cume assustadoramen-te pequeno. A outra é o Marinzinho(2.432m), menos conhecido por locali-zar-se atrás do Marins e apresentar odesenho mais discreto de uma corcovarochosa no meio da serra.A travessia de 15 km de crista (mais 10km de encosta) entre o Marins e oItaguaré é uma das mais belas trilhasaltas do Brasil, a meu ver só superadapela Serra Fina. Ela tem uma

verticalidade e um isolamento emocio-nantes, que contrastam com as densasflorestas de suas bases. Foi este o tra-jeto que ocupou Maeda durante meioano. Eu o fiz com um amigo cerca de10 anos atrás (ver MV#52) e até hojenão esqueço dos dois dias de paz e fe-licidade que desfrutamos.As vilas mineiras nas proximidades sãoDelfim Moreira e Marmelópolis, que jun-tas mal ultrapassam 10 mil habitantes.Surgiram no período colonial devido àbusca de minérios pelos bandeirantes.No passado, a região era grande produ-tora de marmelo, chegando a haver 14fábricas - das quais hoje só uma ope-rando, devido ao declínio da atividade.Lá você pode comprar deliciosas mar-meladas e provar do surpreendente sucode marmelo.

Os AcessosA maneira mais fácil de chegar aosMarins é subir a serra por Piquete a partirda Via Dutra. Lá em cima, cerca de 2km após o trevo de Delfim Moreira, vocêdeve sair à direita no sentido da Fazen-da Saiqui. De lá até o Morro do Carecaserão 14 km por estrada de terra irregu-lar, mas bem sinalizada. Este é um lo-

cal com uma estupenda vista da forma-ção do Marins, abaixo do qual começaa trilha.O Itaguaré é acessível a partir de Pas-sa Quatro, por duas estradas de terra,das quais a mais íngreme e curta co-meça 4 a 5 km antes da cidade, naFazenda das Hortênsias. A outra come-ça 2 km depois, saindo do bairro doPinheirinho. Serão trajetos difíceis noverão, devido à conservação deficiente.Pela primeira estrada serão cerca de 20km até encontrar uma clareira à sua es-querda, onde começa a trilha.Mas o propósito deste artigo é comen-tar sobre um terceiro acesso, que levadiretamente ao Marinzinho. Existemduas maneiras de lá chegar. Uma é apartir da Fazenda Saiqui já comentada,seguindo em frente após a entrada parao Marins, num total de 22 km por terra.Ou então por Marmelópolis, que dista20 km de Delfim Moreira, mais uns 6km depois da vila. O primeiro trajeto épreferível se você vier do Rio ou de SãoPaulo e o segundo, se vier de Minas.Estes dois caminhos são sinalizadospor simpáticas placas, que indicam asprincipais atrações, bem como a Pou-sada Maeda. Ela fica num bairro cha-mado Catas, pois no passado foi palcode minerações de ouro e de diamantes.Existem nas proximidades outras alter-nativas de acomodação, inclusivecampings.

A Montada e o MarinzinhoChegar ao alto da serra por este local érelativamente simples, pois existe uma

antiga estrada de acesso. Ela foi abertamuito tempo atrás por um prefeito jipeiroque queria facilitar a chegada até a Pe-dra Montada. Esta estradinha está sina-lizada, subindo à esquerda de quem seaproxima dos campings da região.Entretanto, existe um portão que inter-rompe a passagem de veículos cerca de2 km após o início da estradinha. Eledelimita uma RPPN, por dentro da qualvocê andará longamente no rumo sul, àmedida que for subindo. Após cerca de½ hora de caminhada, notará a indica-ção para a Pedra Montada (1.834m), quefica logo à esquerda da estrada. Esta éuma interessante formação, com umenorme monolito pousado sobre umarocha. Você levará menos de ½ hora paraconhecê-la e retornar à estrada.A antiga estrada continua por mais umpouco, até que se transforma em trilhapor dentro da mata rala. Inicialmente, vocêseguirá ao lado de uma cerca de arame,até atingir um primeiro mirante em mais½ hora. Trata-se do Morro dos Gaviões,pouco acima de 1.900m. Você alternarátrechos planos e íngremes até o miranteseguinte, situado 200m acima e chama-do de São Pedro, aonde chegará ao cabode 2 horas de caminhada.Ele é o último acidente antes doMarinzinho. Após vencer a mata de en-costa, você subirá na rocha pelo lado es-querdo da montanha, numa rampa íngre-me e sinalizada. Logo em frente estaráo cume, onde você poderá descansardepois de 3 horas ou mais de trajeto des-de o portão lá de baixo. A ascensão des-de o início da estrada é de mil metros e

a distância, de aproximadamente 8 km(ou 6 km do portão).A vista alcança em especial a grandeformação do Marins, do qual você es-tará bem próximo, o Vale do Paraíba eos belos campos e serras mineiros. In-felizmente, desta vez não pudedesfrutá-la, devido ao forte vento e ne-blina que me fizeram desistir da subi-da no Mirante de São Pedro. De toda aforma, devido à estrada, a volta é bemrápida, podendo ser feita em menos de2 horas.A região de Marmelópolis é bembucólica, com vales muito bonitos ealgumas cachoeiras interessantes,como a de Santa Bárbara e as dos Pa-dres. E, se você for em maio, não per-ca o concurso da Miss Marmelópolis,ao qual competem moças de duas de-zenas de municípios próximos. A cida-de não concorre, pois o julgamento ésempre lá – no Marmelo´s Club - e nãopode haver suspeita de marmelada.

Membros do Centro Excursionista Campinas

montanhismo

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117Capa: Dagoberto Ivan no Diedro dosgrampos mal batidos 4°V, Brejo daMadre de Deus, PEFoto: Eliseu Frechou

Cauí Vieira na Couro de cobra