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INSTITUTO COPPEAD DE ADMINISTRAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO João Ricardo da Costa Lopes Assimetria de Distância Psíquica: Uma medição extra-regional no Brasil Rio de Janeiro 2015

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INSTITUTO COPPEAD DE ADMINISTRAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

João Ricardo da Costa Lopes

Assimetria de Distância Psíquica:

Uma medição extra-regional no Brasil

Rio de Janeiro

2015

i

João Ricardo da Costa Lopes

Assimetria de Distância Psíquica:

Uma medição extra-regional no Brasil

Dissertação de mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em

Administração, Instituto COPPEAD de

Administração, Universidade Federal do

Rio de Janeiro, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de Mestre

em Administração

Orientador: Otávio Henrique dos Santos

Figueiredo, D.Sc.

Rio de Janeiro

2015

ii

iii

João Ricardo da Costa Lopes

Assimetria de Distância Psíquica:

Uma medição extra-regional no Brasil

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em

Administração, Instituto COPPEAD de

Administração, Universidade Federal do

Rio de Janeiro, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de Mestre

em Administração (M.Sc.)

Aprovada por:

__________________________________________________

Prof. Otávio Henrique dos Santos Figueiredo, D.Sc. – Orientador

(COPPEAD/UFRJ)

__________________________________________________

Prof. Luis Antonio da Rocha Dib, D.Sc.

(COPPEAD/UFRJ)

__________________________________________________

Profª. Cecília Lima de Queirós Mattoso, D.Sc.

(UNESA)

Rio de Janeiro

2015

iv

AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha família que sempre me ofereceu toda a estrutura necessária para a melhor

formação pessoal, acadêmica e profissional possível. Agradeço também à Marina, minha

namorada e a maior incentivadora e apoiadora desse desafio.

Agradeço a todos da equipe da Secretaria Acadêmica do COPPEAD, que sempre estiveram

presentes para ajudar nas mais variadas questões. Vocês foram tão importantes quanto os

professores que tive durante o curso.

Agradeço aos professores Luis Antônio Dib e Cecília Mattoso por aceitarem fazer parte da

minha banca de avaliação e pelos valiosos comentários e sugestões apresentados durante a

defesa.

Agradeço ao professor e orientador Otávio Figueiredo por oferecer um tema bastante

interessante, passível tanto de desenvolvimento no campo acadêmico quanto profissional.

Obrigado pela orientação, disponibilidade e paciência. Agradeço aos professores Mardem

Alencar, Olívia Resende e José Basini, que nos ajudaram imensamente ao aplicar o

questionário em seus alunos, nas cidades de Belo Horizonte, Curitiba e Manaus,

respectivamente. Agradeço também ao professor Tonny Kerley de Alencar, que além de

aplicar o questionário na cidade de Teresina, nos ajudou a conseguir o contato e a cooperação

dos demais professores, sendo fundamental para a execução deste projeto.

v

RESUMO

LOPES, João R.C. Assimetria de Distância Psíquica: Uma medição extra-regional no Brasil.

Orientador: Otávio Henrique dos Santos Figueiredo. Rio de Janeiro: COPPEAD/UFRJ, 2015.

Dissertação (Mestrado em Administração).

O presente trabalho teve como objetivo principal evidenciar a existência de assimetria de

distância psíquica no contexto extra-regional brasileiro. Buscou-se, empiricamente, investigar

a percepção de distância psíquica utilizando estudantes universitários de cinco cidades em

quatro regiões diferentes do país como respondentes. Para isso, foi utilizado um questionário

estruturado do tipo survey, baseado no modelo de mensuração de distância psíquica proposto

por Figueiredo (2009).

Antes de se chegar aos resultados referentes ao objetivo principal, procedimentos estatísticos

como a Análise Fatorial Confirmatória e Exploratória, o Teste de Correlações de Postos de

Spearman e o teste não paramétrico de Mann-Whitney, foram adotados para validação do

modelo e das variáveis nele incluídas. Entendeu-se que, mesmo que parcialmente, o modelo

selecionado para o trabalho atende satisfatóriamente as exigências para conclusão da

pesquisa.

Como a literatura previa (O’GRADY; LANE, 1996; SHENKAR, 2001; BAACK; BAACK,

2006), foi confirmada, ainda que parcialmente, a hipótese de existência de assimetria de

distância psíquica, medida no contexto extra-regional. Similarmente, foi validada

parcialmente a hipótese de equivalência entre os dois instrumentos de medida utilizados no

modelo. E também foram validadas as hipóteses de que os variáveis utilizados na abordagem

por conjunto de fatores são parte significativa do construto de distância psíquica. Em resumo,

esta pesquisa contribuiu para o campo de estudos de distância psíquica, ao fornecer evidências

empíricas a favor de premissas teóricas sobre o conceito, enriquecendo a literatura para novas

pesquisas.

Palavras-chave: Distância Psíquica; Assimetria; Distância Psíquica Extra-regional; Negócios

Internacionais.

vi

ABSTRACT

LOPES, João R.C. Assimetria de Distância Psíquica: Uma medição extra-regional no Brasil.

Orientador: Otávio Henrique dos Santos Figueiredo. Rio de Janeiro: COPPEAD/UFRJ, 2015.

Dissertação (Mestrado em Administração).

This study aimed to demonstrate the existence of psychic distance asymmetry in Brazilian

extra-regional context. It sought to empirically investigate the perception of psychic distance

using college students from five cities in four different regions of the country as respondents.

We used a survey based on the psychic distance model proposed by Figueiredo (2009).

Before getting to the results for the main goal, statistical procedures such as Confirmatory and

Exploratory Factor Analysis, the Spearman's Rank Correlations Test and the nonparametric

Mann-Whitney U Test, were adopted for model and variables validation. Has been checked

that the model and the variables selected for the research, even partially, satisfactorily meets

the requirements for completion of the research.

As an assumption in the literature (O’GRADY; LANE, 1996; SHENKAR, 2001; BAACK;

BAACK, 2006), the present dissertation confirmed, albeit partially, the existence of psychic

distance asymmetry, in extra-regional context. Similarly, it was partially validated the

hypothesis of equivalence between the two measure instruments used in this research, the

single scale model and the model of set of factors. The study also validated the hypothesis

that the set of factors considered in one model are significantly part of psychic distance

construct. Lastly, this research contributed to the study field of psychic distance providing

more empirical evidence to confirm a set of theoretical assumptions about the concept,

enriching the literature for future researches.

Keywords: Psychic Distance; Asymmetry; Extra-regional Psychic Distance; International

Business.

vii

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Distribuição inicial dos questionários por curso e cidade ...................................... 36

Tabela 2 – Distribuição inicial dos questionários por curso e período declarado .................... 36

Tabela 3 – Tabela de contingência de Gênero e Cidade dos respondentes .............................. 38

Tabela 4 – Tabela de contingência de Faixa Etária e Cidade dos respondentes ...................... 39

Tabela 5 – Tabela de contingência de Faixa Etária e Cidade dos respondentes ...................... 39

Tabela 6 – Tabela de contingência de Curso e Cidade dos respondentes ................................ 40

Tabela 7 – Tabela de contingência de Período e Cidade dos respondentes ............................. 41

Tabela 8 – Tabela de contingência de Período e Cidade dos respondentes ............................. 42

Tabela 9 – Distribuição final dos questionários por curso e cidade ......................................... 42

Tabela 10 – Distribuição final dos questionários por curso e período declarado ..................... 43

Tabela 11 – Interpretação do Coeficiente de Correlação de Pearson e Spearman ................... 44

Tabela 12 – Roteiro de avaliação Análise Fatorial .................................................................. 45

Tabela 13 – Possíveis pares de regiões: origem e destino da análise ....................................... 47

Tabela 14 – Tabela código - item ............................................................................................. 48

Tabela 15 – Estatísticas descritivas do itens avaliados............................................................. 49

Tabela 16 – Correlação entre itens ........................................................................................... 51

Tabela 17 – Índices de fit do modelo de mensuração da distância psíquica extra-regional – Rio

de Janeiro origem ................................................................................................... 71

Tabela 18 – Índices de fit do modelo de mensuração da distância psíquica extra-regional –

Curitiba origem ...................................................................................................... 74

Tabela 19 – Índices de fit do modelo de mensuração da distância psíquica extra-regional –

Teresina origem ..................................................................................................... 77

Tabela 20 – Índices de fit do modelo de mensuração da distância psíquica extra-regional –

Belo Horizonte origem .......................................................................................... 80

Tabela 21 – Índices de fit do modelo de mensuração da distância psíquica extra-regional –

Manaus origem ...................................................................................................... 83

Tabela 22 - Síntese dos resultados da Análise Fatorial Confirmatória..................................... 86

Tabela 23 - Estatísticas descritivas da distância psíquica extra-regional medida por item único

e por conjunto de fatores síntese ............................................................................ 88

Tabela 24 - Correlação de Spearman entre a distância psíquica extra-regional medida por item

único e por conjunto de fatores síntese .................................................................. 89

Tabela 25 - Teste U de Mann-Whitney e Teste T para Distância Psíquica extra-regional ...... 92

viii

Tabela 26 – Síntese dos testes de hipóteses .............................................................................. 93

ix

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Matriz de proposições para armadilhas de contexto por Nebus e Chai (2014). ...... 10

Figura 2 – Categorização e operacionalização de Distância Psíquica por Nebus e Chai (2014).

............................................................................................................................... 15

Figura 3 – Modelo de conceituação Distância Psíquica de Evans e Mavondo. ....................... 17

Figura 4 – Modelo de conceituação Distância Psíquica de Baack e Baack. ............................ 18

Figura 5 – Modelo conceitual do construto de Distância Psíquica por Figueiredo. ................. 19

Figura 6 – Modelo conceitual de dimensões do contexto proposto por Nebus e Chai............. 19

Figura 7 – Framework de influência dos vieses de assimilação e contraste. ........................... 22

Figura 8 – Assimetria de distância psíquica – Brasil. .............................................................. 24

Figura 9 – Estrutura conceitual de Distância Psíquica segundo a abordagem por conjunto de

fatores adaptado de Figueiredo (2009) .................................................................. 30

Figura 10 – Análise Fatorial Exploratória – Dimensões-síntese – Rio de Janeiro origem ....... 54

Figura 11 – Análise Fatorial Exploratória – Dimensões-síntese – Curitiba origem ................. 57

Figura 12 – Análise Fatorial Exploratória – Dimensões-síntese – Teresina origem ................ 60

Figura 13 – Análise Fatorial Exploratória – Dimensões-síntese – Belo Horizonte origem ..... 63

Figura 14 – Análise Fatorial Exploratória – Dimensões-síntese – Manaus origem ................. 66

Figura 15 – Modelo de mensuração para distância psíquica .................................................... 69

Apêndice A – Instrumento de pesquisa: Questionário para respondentes do Rio de Janeiro.

Página 1 ............................................................................................................... 102

Apêndice B – Instrumento de pesquisa: Questionário para todos os respondentes. Página 2.

............................................................................................................................. 103

Anexo A – Medição bilateral de Distância Psíquica por Hakanson e Ambos ....................... 104

x

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1

1.1. RELEVÂNCIA DO ESTUDO .................................................................................... 1

1.2. OBJETIVOS DO ESTUDO ....................................................................................... 3

1.3. ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO ................................................................................ 3

2. REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................................... 5

2.1. O CONCEITO DE DISTÂNCIA PSÍQUICA ............................................................ 5

2.1.1. Nível de Análise ................................................................................................. 11 2.1.2. Distância Psíquica e Distância Cultural ......................................................... 12

2.2. AS DIMENSÕES DO CONSTRUTO ........................................................................ 16

2.2.1. Assimetria .......................................................................................................... 20

3. MÉTODO .......................................................................................................................... 27

3.1. PERGUNTAS DE PESQUISA ............................................................................... 27

3.2. DELIMITAÇÕES DO ESTUDO .............................................................................. 28

3.3. NATUREZA DO ESTUDO ...................................................................................... 29

3.3.1. Técnica de Pesquisa .......................................................................................... 29

3.3.2. Unidade de Análise ........................................................................................... 29

3.4. MODELO CONCEITUAL ......................................................................................... 29

3.4.1. Hipótese H1 ....................................................................................................... 30 3.4.2. Hipóteses H2, H3, H4 e H5 .............................................................................. 30

3.4.3. Hipótese H6 ....................................................................................................... 31

3.5. ETAPAS DA PESQUISA ........................................................................................ 33

3.5.1. População e Amostra ........................................................................................ 33 3.5.2. Instrumento de Coleta de Dados ..................................................................... 34

3.5.3. Coleta de Dados ................................................................................................ 35 3.5.4. Comparação das Amostras .............................................................................. 37

3.5.4.1. Comparação das amostras quanto ao Gênero .............................................. 37 3.5.4.2. Comparação das amostras quanto à Idade................................................... 38 3.5.4.3. Comparação das amostras quanto ao Curso ................................................ 40

3.5.4.4. Comparação das amostras quanto ao Período Letivo.................................. 41

3.5.5. Amostra Final ................................................................................................... 42 3.5.6. Análise do Dados ............................................................................................... 43 3.5.7. Comparação de Amostras ................................................................................ 43 3.5.8. Teste de Correlação .......................................................................................... 44

3.5.9. Análise Fatorial Exploratória e Análise Fatorial Confirmatória ................. 45

3.6. LIMITAÇÕES DO ESTUDO ..................................................................................... 46

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................................................... 47

4.1. AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES ESTATÍSTICAS DAS VARIÁVEIS ......... 47

xi

4.2. ANÁLISE DE RESULTADOS DE DISTÂNCIA PSÍQUICA POR CONJUNTO DE

FATORES ............................................................................................................................. 52

4.2.1. Avaliação empírica das propriedades psicométricas .................................... 52 4.2.2. Resumo dos resultados ..................................................................................... 85

4.3. TESTE DAS HIPÓTESES DO ESTUDO .................................................................. 87

4.3.1. Hipótese H1 ........................................................................................................ 87

4.3.2. Hipótese H2 ........................................................................................................ 89 4.3.3. Hipótese H3 ........................................................................................................ 89 4.3.4. Hipótese H4 ........................................................................................................ 89 4.3.5. Hipótese H5 ........................................................................................................ 90 4.3.6. Hipótese H6 ........................................................................................................ 90

4.3.7. Síntese dos testes de hipóteses ......................................................................... 93

5. CONCLUSÃO E PESQUISAS FUTURAS ................................................................... 94

5.1. CAMPO PARA PESQUISAS FUTURAS ................................................................. 96

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 98

APÊNDICES ......................................................................................................................... 102

ANEXOS ............................................................................................................................... 104

1

1. INTRODUÇÃO

As pesquisas acerca do tema de internacionalização de empresas sempre foram muito

importantes para os estudos em administração. Desde meados da década de 50, os

pesquisadores se concentram em avaliar as estratégias utilizadas na entrada dessas empresas

nos mercados externos. A maneira como a distância entre os países influenciaria a decisão de

internacionalização era considerada uma variável fundamental para o entendimento do

comportamento das empresas no mercado externo.

Os primeiros trabalhos seguiam a ideia de que a influência da distância era puramente física, o

que afetaria, somente, os custos logísticos de se transportar mercadorias. Mas Beckerman

(1956) começou a demonstrar que não eram somente as variáveis objetivas e a distância física

que influenciariam o empreendedor na decisão de expandir para o mercado externo, mas

variáveis subjetivas também, lançando assim o conceito de distância psíquica.

O conceito de distância psíquica foi amplamenta adotado a partir da década de 70,

principalmente, após os estudos seminais da escola de Uppsala, segundo Ambos e Håkanson

(2014), entretanto, a incorporação do conceito em diversos trabalhos gerou uma grande

variedade de definições e tipos de operacionalização. Este conceito, na visão de diversos

autores, incorporaria variáveis como: tamanho do mercado externo, ambiente político e

regulatório, idioma local, ambiente de negócios, características culturais, entre outros. Nesse

sentido, esta dissertação pretende contribuir com o campo de estudos de distância psíquica

através da discussão conceitual do construto e sua mensuração e avaliação empírica, adaptado

ao contexto extra-regional1 brasileiro.

1.1. RELEVÂNCIA DO ESTUDO

O número de estudos envolvendo o conceito de distância psíquica cresceu significativamente

desde os trabalhos seminais da Escola de Uppsala. No entanto, muitas dessas pesquisas ou são

teóricas ou tratam do conceito de forma coadjuvante, poucas são as investigações empíricas

1 Refere-se à diferentes cidades de diferentes regiões brasileiras.

2

específicas para o campo de estudo da distância psíquica (AMBOS; HÂKANSON, 2014).

Paralelamente, é quase consenso entre os acadêmicos a necessidade de realização de mais

estudos sobre o tema, pois ainda não se chegou à um método ideal de pesquisa que seja

convincente à todos (SHENKAR, 2001). Há até quem seja descrente quanto a capacidade

empírica do construto da distância psíquica ser testada empiricamente, como Stöttinger e

Schlegelmilch (2000).

O conceito tem sido aplicado a estudos das mais variadas frentes no campo de negócios

internacionais, desde pesquisas sobre investimento direto estrageiro (KOGUT; SINGH, 1988)

até desempenho da firma (O’GRADY; LANE, 1996), passando por alguns outros temas.

Segundo Srivastava, a distância psíquica “influencia como os gestores formulam estratégias

de marketing e como eles adaptam os programas de marketing para as diferentes

circunstâncias” (SRIVASTAVA, 2011, p.175). Além disso, para Johanson e Wiedersheim-

Paul, teóricos pioneiros no campo de estudos de negócios internacionais da Escola de

Uppsala, “as empresas primeiro se desenvolvem no mercado doméstico e a

internacionalização é a consequência de uma série de decisões incrementais”, o que seria uma

forma de reduzir, aos poucos, a distância psíquica (JOHANSON; WIEDERSHEIM-PAUL,

1975, p.306).

Desta forma, estudar o construto distância psíquica no locus do mercado doméstico torna-se

tema de pesquisa relevante. Entretanto, poucos foram os estudos empíricos encontrados na

literatura sobre a medição da distância psíquica extra-regional. Almeida e Rocha (2007)

avaliaram o processo decisório do modo de entrada na indústria do varejo extra-regional, no

entanto, o construto distância psíquica teve papel secundário na pesquisa.

Além disso, quando falamos em estudar o construto de distância psíquica entre países ou

regiões, levamos também em consideração a premissa de assimetria deste contruto, isto é, a

distância psíquica é uma medida assimétrica, que difere de acordo com o sentido da

comparação. Logo, se estamos medindo a distância de A para B, também temos que medir a

distância percebida de B para A.

Assim a proposta do presente trabalho é contribuir para o entendimento do construto da

distância psíquica extra-regional, através de investigação empírica, utilizando brasileiros de

3

diferentes regiões como respondentes. A medição em nível individual pode gerar insights à

respeito das diferenças de percepção entre esses indivíduos das diferentes regiões, sendo fonte

de informação gerencial para adaptação de produtos e serviços.

1.2. OBJETIVOS DO ESTUDO

Esta dissertação tem como objetivo estudar o fenômeno da distância psíquica no contexto

extra-regional brasileiro. A mensuração da distância psíquica, feita através de questionário

tipo survey, permitirá investigar diferenças entre as formas de mensuração da distância

psíquica, a natureza dimensional que gerou o julgamento, bem como avaliar o fenômeno da

assimetria entre pares de regiões. Desta forma, o presente estudo tem por objetivos:

1) Analisar as relações entre os instrumentos de mensuração da distância psíquica medida

por item único e por dimensões síntese;

2) Identificar se a(s) dimensão(ões) propostas no modelo conceitual são parte

significativa do construto da distância psíquica; e

3) Investigar a existência de assimetria entre as distâncias das medidas da distância

psíquica da região A em relação à região B e da região B em relação à região A.

1.3. ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO

Este trabalho está organizado na seguinte ordem:

O primeiro capítulo apresenta o tema do trabalho e os objetivos de pesquisa propostos. O

segundo capítulo apresenta a revisão de literatura sobre o tema, englobando as definições de

distância psíquica, distância cultural, assimetria de distância psíquica, nível da análise e as

dimensões do construto comumente utilizadas. O terceiro capítulo detalha o método utilizado

no estudo, como a apresentação do modelo conceitual, as características da população e das

amostras selecionadas, as ferramentas para coleta, manuseio e análise dos dados e as

limitações presentes neste estudo. Neste capítulo também são apresentadas e justificadas as

hipóteses do trabalho. O quarto capítulo trata da análise dos resultados, isto é, apresenta a

interpretação dos procedimentos estatísticos, como a análise exploratória dos dados e o teste

4

das hipóteses estabelecidas no capítulo anterior. Por fim, no capítulo cinco, é apresentada a

conclusão do trabalho, assim como as recomendações para pesquisas futuras.

5

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. O CONCEITO DE DISTÂNCIA PSÍQUICA

O termo “distância psíquica” foi citado, primeiramente, por Beckerman, em 1956, em um

estudo sobre o comportamento de compra e venda de mercadorias entre países europeus.

Dados mercadológicos de 11 países da Europa Ocidental foram analisados com o objetivo

principal de avaliar a correlação entre a distribuição das exportações realizadas por alguns

países com a distância relativa entre eles, buscando identificar algum padrão de

comportamento nas transações entre os atores estudados. A pesquisa tinha como premissa que

essa relação era basicamente composta pelo custo de se transportar mercadorias de um país

para outro – mais importante do que a distância em metros, quilômetros ou milhas -, o que

seria fator determinante na decisão de exportar mais, menos ou não exportar para determinado

país – o mesmo valeria para importação, nas situações em que o comprador é quem se

encarrega dos custos de transporte. O custo, além de estar relacionado com a distância física a

ser percorrida, também estaria diretamente ligado aos tipos de modais utilizados para o

transporte - como rodoviário, marítimo ou aéreo – e a necessidade de capital para utilização

de cada um deles.

Através do estudo, Beckerman concluiu que os países menos desenvolvidos economicamente

tendiam a apresentar uma menor distribuição nas suas transações comerciais, muito em

função de uma indústria doméstica pouco diversificada. E esses países, na maioria das vezes,

estariam localizados em áreas mais afastadas das economias mais importantes da região,

indicando que a distância física e os altos custos de se transportar mercadorias para essa essas

áreas afastadas explicariam o baixo desenvolvimento econômico desses países.

Assim, acontece a introdução do termo “distância psíquica”, que se tornaria tema de muitos

estudos nas décadas seguintes, sugerindo que o custo, gerado pela relação entre distância

geográfica e o meio de transporte, não seria a única variável explicativa para o fenômeno,

levando o autor a crer na existência de outras variáveis explicativas. A expressão distância

psíquica foi descrita como, “a influência gerada na distribuição de matéria-prima por um país,

devido à maneira como a transação foi pessoalmente realizada e cultivada” (BECKERMAN,

6

1956, p.38), dando como principal exemplo de critério de avaliação psíquica, a semelhança de

idiomas entre países distintos.

Similarmente, Linnemann (1966) examinou a matriz de comércio entre 80 países no ano de

1959, utilizando aproximadamente 6.000 fluxos de importação e exportação como base. Uma

das premissas de sua análise, que também buscava encontrar padrões para o comportamento

de trocas comerciais, era de que o nível de importação de um local “A” vindo de um local “B”

seria maior à medida que a renda nacional de “A” fosse maior - em razão da capacidade da

demanda – e também quanto maior fosse a renda nacional de “B” – em razão da capacidade

de oferta. No entanto, à medida que os países ficassem mais ricos eles atingiriam níveis de

auto-suficiência que influenciariam esses fluxos. Por isso, Linnemann introduziu outras

variáveis explicativas, como o PIB per capita, a distânica física e a distância psicológica. Esta

última incluiria as percepções de risco, imperfeições na troca de informações e as barreiras

culturais e de idioma.

Mas foi a partir da década de 1970, com os estudos da escola de Uppsala, que o tema passou a

obter maior destaque na academia. A primeira conceituação proveniente da escola nórdica foi

feita por Vahlne e Wiedersheim-Paul, em (1973 apud EVANS; TREADGOLD; MAVONDO,

2000, p.376), quando os autores definiram distância psíquica como “os fatores que impedem

ou perturbam o fluxo de informação entre fornecedores e clientes”.

Anos depois, Johanson e Wiedersheim-Paul, (1975, p.307) aprimoraram a definição

afirmando que distância psíquica seria “a soma dos fatores que impedem ou perturbam o

fluxo de informação entre os mercados e as empresas”. Johanson e Vahlne (1977) geraram

ainda mais relevância para o tema de distância psíquica ao lançarem um modelo que se propôs

a explicar o processo de internacionalização da firma. Eles defendiam que o processo de

internacionalização seria, idealmente, composto por decisões incrementais de

comprometimento ao novo mercado, à medida que a empresa fosse adquirindo mais

conhecimento sobre o mercado-alvo, diminuindo as incertezas geradas pelas barreiras ao

fluxo de informação. Em 2009, Johanson e Vahlne revisitaram o tema publicando uma

atualização ao processo de internacionalização de empresas proposto e apresentado em 1977.

Nessa atualização, os autores propuseram que as origens das incertezas não estariam mais

concentradas na distância psíquica, mas sim na capacidade da empresa em manter uma rede

7

de relacionamentos no ambiente internacional. Segundo Johanson e Vahlne, a empresa em

movimento de expansão não poderia ser vista como um jogador independente, tampouco seus

fornecedores e clientes. Logo, seria importante considerar o comprometimento bilateral entre

empresas, uma vez que o ambiente de destino seria formado por uma rede de outros parceiros

e, esta rede, por sua vez, teria total influência nas formas de aprendizado, construção de

confiança e desenvolvimento de comprometimento, adquiridos somente através do trabalho

em conjunto com outras empresas.

Fora da escola de Uppsala, outros pesquisadores do tema de negócios internacionais também

foram registrando suas definições, como Kogut e Singh (1988, p. 413), que definiram

distância psíquica como “o grau em que uma firma se encontra incerta sobre as características

do mercado estrangeiro”. Nordström e Vahlne (1994, p.42), definiram distância psíquica

como “os fatores que impedem e perturbam o aprendizado e o entedimento da firma sobre o

ambiente estrangeiro”. O’Grady e Lane (1996, p.330), que definiram a expressão como “o

grau de incerteza da firma em relação ao mercado estrangeiro, resultante das diferenças

culturais e de outras dificuldades de negócios que representam barreiras ao aprendizado sobre

o mercado e a operação no local”. Também especificando a origem das barreiras de

informação que originam a distância psíquica, Evans e Mavondo (2002b, p.517), definiram o

termo distância psíquica como “a distância entre o mercado doméstico e o mercado

estrangeiro resultante das perceções das distâncias culturais e de negócios”.

Autores como Fletcher e Bohn (1998) enfatizaram a importância da percepção individual na

origem do fenômeno. Eles definiram o termo como “a distância na mente dos indivíduos e a

distância percebida depende de como o indivíduo enxerga o mundo” (FLETCHER; BOHN,

1998, p.49). Sousa e Bradley (2005, p.44), na mesma linha, defendem que distância psíquica é

“a perceção individual sobre as diferenças entre o mercado doméstico e o estrangeiro”. Na

mesma linha, Baack e Baack (2006, p. 229) definiram o construto como “o agregado entre a

distância nacional e a distância de negócios sendo processado pela experiência individual”,

sendo a distância nacional, um subconstruto composto pelas distâncias cultural e econômica e

a distância de negócios, um subconstruto composto pelas distâncias industrial e da firma.

Figueiredo (2008) realizou uma extensa revisão do conceito de distância psíquica e sua

conceituação.

8

Ao mesmo tempo, um bom ponto de partida para o entendimento do conceito seria

desmembrar a expressão, no intuito de verificar o significado das palavras que a compõem

(EVANS et al., 2000; SOUSA; BRADLEY, 2006; FIGUEIREDO, 2008). O termo “psíquico”

deriva do vocábulo grego psychikos, que significa “mente” ou “alma”, e se refere a algo na

mente do indivíduo (SIMPSON; WEINER, 1989). A distância, por sua vez, refere-se às

diferenças entre o ambiente doméstico e o estrangeiro, criando deficiências que precisam ser

transpostas (BAACK; BAACK, 2006). Logo, é a percepção individual acerca das diferenças

entre o país de origem e o estrangeiro que molda o conceito de distância psíquica (EVANS;

MAVONDO, 2002a). Portanto, após muitos trabalhos acadêmicos utilizarem dados públicos

estatísticos e factuais para mensuração do fenômeno (DOW; KARUNARATNA, 2006),

defendendo que esses dados são resultado da distância psíquica, outros autores passaram a

defender uma operacionalização mais subjetiva do fenômeno, focando nas percepções do

indivíduo (SOUSA; BRADLEY, 2008).

Desde a década de 50 até hoje, a literatura de negócios internacionais e de marketing

internacional tem utilizado com grande frequência os construtos de ‘distância psíquica’ ou

‘distância psicológica’ e “sem dúvida, o conceito de distância psíquica deve muito da sua

atratividade à sua inerente imprecisão” (AMBOS; HÂKANSON, 2014, p.6). A frase desses

dois autores ilustra o trabalho produzido pelos próprios, onde foi mapeado o uso do conceito

desde a década de 70, evidenciando a presença crescente e, ao mesmo tempo, inconsistente do

conceito, isto é, presença de muitas definições diferentes e vagas e a falta de um método ideal

e único de mensuração do fenômeno. Algumas críticas sugerem que o termo se tornou objeto

de comoditização dentro da academia (LANE et al., 2006). Outros autores como Stottinger e

Schlegelmilch (2000) e Hutzschenreuter, Kleindienst e Lange (2014) também apontaram a

necessidade da realização de mais pesquisas exploratórias para o entendimento da distância

psíquica.

Nebus e Chai (2014) propuseram uma construção diferente para o conceito de distância

psíquica ao retirarem a importância do termo “distância” na expressão, focando apenas no

lado “psíquico”. Eles substituíram a definição convencional de distância pelas dimensões

cognitivas do decisor (conscientização, percepção e compreensão), defendendo que cada

indivíduo possui limitações cognitivas, heurísticas e experiências distintas, que levam a

9

entendimentos diferentes sobre determinados contextos. A dimensão da conscientização

representaria o estado individual de conhecimento dos elementos do ambiente que são

essenciais ou prejudiciais para a adaptação de um produto ou serviço no novo local. A

dimensão da percepção, por sua vez, seria a capacidade do indivíduo em filtrar ou distorcer a

realidade do ambiente, a ponto de amplificar ou minimizar a relevância dos elementos

importantes ao negócio presentes no novo cenário. Já a dimensão da compreensão, seria a

habilidade do indivíduo em, após identificar e filtrar elementos, compreender como e por que

tais elementos relevantes afetariam o negócio e, consequentemente, a própria tomada de

decisão.

Ainda segundo Nebus e Chai (2014), não adiantaria solicitar a um indivíduo que ele indicasse

a distância percebida em relação a outro contexto através de variáveis geográficas, políticas,

econômicas, entre outras, pois essas variáveis poderiam não ser as importantes pra esse

indivíduo. A base desse posicionamento se encontra em duas teorias advindas da psicologia, a

teoria situacional e a teoria da disponibilidade. As duas, de modo geral, quando utilizadas

pelos autores, lhes permitem sustentar a hipótese de que cada decisão é fruto de uma

combinação entre as características cognitivas do indivíduo naquele momento e do contexto

específico no qual essa decisão tem influência. Além disso, os autores afirmam que as três

dimensões cognitivas são igualmente importante no processo de tomada de decisão, já que

qualquer problema em uma das dimensões, o processo todo estaria prejudicado, deixando o

tomador de decisão à mercê do que os autores chamaram de armadilhas do contexto. Nebus e

Chai apresentaram uma matriz onde estariam presentes quatro situações diferentes fruto da

combinação de níveis de conscientização/percepção e compreensão, sendo que três dessas

situações representariam uma problemática para a melhor decisão, as armadilhas do contexto,

veja na figura 2.1.

10

Figura 1 – Matriz de proposições para armadilhas de contexto por Nebus e Chai (2014).

Fonte: Adaptado de Nebus e Chai (2014, p. 16).

O primeiro quadrante – esquerda inferior – representa muitas vezes o primeiro momento dos

tomadores de decisão nas empresas multinacionais, quando não se possui conhecimento dos

elementos relevantes do contexto, como tampouco se nota essa falta de conhecimento. Essa

armadilha, segundo os autores, pode ser derivada tanto de heurísticas dos decisores, como da

dificuldade de se obter informações referentes ao contexto, gerando uma falsa sensação de

compreensão da situação.

O segundo quadrante – direito inferior -, chamado de “insight limitado” ilustra o momento

quando se tem grande percepção dos elementos presentes no novo contexto, porém não se

consegue extrair dessas informações disponíveis o suficiente para tomada de decisão correta.

Nebus e Chai (2014) defendem que essa armadilha pode acontecer de duas maneiras: não

compreender quais são as modificações no conteúdo (produto ou serviço) que devem ser

feitas para uma boa adaptação no novo contexto; saber diferenciar os elementos relevantes do

novo contexto versus os elementos relevantes do contexto doméstico.

O quarto quadrante – esquerda superior – representa um estágio de alto nível de compreensão

e baixo nível de conscientização/percepção. Apesar de esse momento parecer contra intuitivo,

pois seria difícil compreender sem ter informação, este estágio é posterior ao momento de alto

11

nível de compreensão e percepção (ilustrado pelo terceiro quadrante, no canto superior

direito). Isso acontece porque depois de permanecer no estágio ideal, os tomadores de decisão

estão sujeitos às armadilhas da imersão, isto é, eles permanecem tão focados em

operacionalizar aquilo que já foi estudado e compreendido que eles acabam não percebendo

as mudanças que podem ocorrer no contexto onde estão presentes.

2.1.1. Nível de Análise

Uma das variações conceituais encontradas recorrentemente na literatura está ligada ao nível

de análise do fenômeno da distância psíquica. Este nível representa a origem e o destino da

medição de distância, podendo ser medida a partir de uma perspectiva individual (entre

pessoas) (BAACK; BAACK, 2006; SOUSA; BRADLEY, 2008; NEBUS; CHAI, 2014a),

nacional (entre mercados ou países) (JOHANSON; WIEDERSHEIM-PAUL, 1975), ou

organizacional (entre empresas) (KOGUT; SINGH, 1988; O'GRADY; LANE, 1996; EVANS

ET AL., 2000)

Rocha (2004) explica por que a distância psíquica é medida sob essas três diferentes

perspectivas. A primeira perspectiva é medida no nível individual porque se trata de um

fenômeno gerado a partir do filtro das experiências individuais sobre as características

culturais e de negócios (BAACK; BAACK, 2006) e a forma como o indivíduo processa essas

informações e devolve ao ambiente (EVANS ET AL., 2000). De acordo com a autora, a

segunda perspectiva sugere que a distância psíquica pode ser medida sob a perspectiva

nacional devido aos estereótipos e filtros culturais compartilhados pelos membros de uma

cultura. Tais filtros acabam moldando determinados comportamentos sociais e aproximando

as percepções de distância em relação a outros países. A terceira e última perspectiva, similar

a premissa apontada para defender a medição no nível nacional também se aplica ao nível

organizacional, visto que a cultura organizacional, a história da empresa e as experiências dos

funcionários também serviriam para moldar as percepções de seus funcionários, no que diz

respeito à tomada de decisão acerca de negócios internacionais. Portanto, a medição

utilizando as três perspectivas pode ser utilizada, porém, para cada um delas é necessário

verificar o tipo de operacionalização mais indicada a ser feita, uma vez que essa parte do

12

processo tem que estar alinhada à argumentação conceitual que for utilizada (FIGUEIREDO,

2008; SOUSA; BRADLEY, 2008).

Muitos autores partem da premissa de que as percepções de distância psíquica entre

indivíduos do mesmo país ou mercado são naturalmente homogêneas – de acordo com a

justificativa supracitada de Rocha (2004) - (KOGUT; SINGH, 1988). No entanto, assumir que

todo um país pensa de forma igual pode ser uma atitude incorreta, como defendem O’Grady e

Lane (1996), ao afirmar que quando assumimos que um país é homogêneo, sobretudo se ele é

muito grande geograficamente, estamos ignorando as características regionais inseridas dentro

do mesmo país, que por muitas vezes possuem traços culturais e origens significativamente

diferentes, como é o caso do Brasil.

2.1.2. Distância Psíquica e Distância Cultural

Como vimos até este ponto, as definições de distância psíquica na literatura apresentam

algumas diferenças conceituais que deixam o conceito vago e geram questionamentos entre os

pesquisadores do tema. Uma questão que ganhou evidência com o desenvolvimento dos

estudos está relacionada às diferenças entre os conceitos de distância psíquica e distância

cultural, sendo este último, outro grande objeto de estudos no campo dos negócios

internacionais (KOGUG; SINGH, 1988; SHENKAR, 2001). Os construtos de ‘distância

psíquica’ e ‘distância cultural’ tem sido utilizados na literatura para medir a percepção de

similaridades e diferenças entre um mercado e outro por executivos de empresas

internacionalizadas, no entanto, há falta de precisão e consistência na utilização dos dois

construtos, que ora são tratados como intercambiáveis, como idênticos, ou como proxies um

do outro, ora como apenas parcialmente superpostos, ou ainda como parcialmente distintos

(FIGUEIREDO, 2008). Sousa e Bradley (2006, 2008) apontaram para a necessidade de se

entender os conceitos de forma mais profunda, pois alguns autores estariam utilizando as

expressões “distância psíquica” e “distância cultural” como sinônimas, tanto conceitualmente

quanto na operacionalização, realizando pesquisas de distância psíquica com métodos

referentes ao estudo de distância cultural e vice-versa. Essa prática foi percebida e advertida

por Nordstrom e Vahlne (1994), que reportaram que os conceitos de distância psíquica e

cultural capturam fenômenos diferentes, apesar de estarem relacionados entre si.

13

Antes de apontar neste trabalho quais seriam estas diferenças e os riscos que os pesquisadores

incorrem ao tratar ambos os conceitos como proxy, é válido apresentar como distância

cultural é definida nos estudos de negócios internacionais. Uma definição que influenciou

importantes autores do campo foi a de Luostarinen (1979), que definiu distância cultural

como “a soma dos fatores que criam, por um lado, a necessidade de conhecimento e, por outro

lado, barreiras ao fluxo de conhecimento e, logo, a outros fluxos entre o país de origem e os

países-alvo.” (LUOSTARINEN, 1979 apud SOUSA; BRADLEY, 2008, p. 484). A

capacidade de prover uma definição de cultura adequada, no entanto, tem sido um desafio

para os pesquisadores, pois nenhuma definição é totalmente aceita (SOUSA; BRADLEY,

2008). Hofstede (1980) argumentou que o papel da cultura é prover um perfil de uma

determinada sociedade, considerando as normas, valores e as instituições que dão suporte às

deciões do cotidiano. Este, por sua vez, obteve sucesso ao estabelecer um framework de

avaliação cultural, que serviu de base para outros estudiosos. Kogut e Singh (1988), por

exemplo, tiveram grande influência do trabalho de Hofstede no desenvolvimento de seu

método de avaliação de distância cultural entre países. Estes autores definiram cultura

nacional como “o grau com o que as normas culturais de um país são diferentes das de outro

país”.

Para Sousa e Bradley (2006; 2008), o principal equívoco que acompanha o uso como

sinônimo dos dois conceitos é o nível de análise de cada um deles. Para os autores, a distância

psíquica é uma medida de nível individual, como os próprios definem como: “a percepção

individual das diferenças entre o país de origem e o país estrangeiro” (2008, p. 471). Por outro

lado, os autores argumentam que a distância cultural é avaliada por meio de valores e normas

culturais, ao invés de percepções individuais. Além disso, não é possível medir diretamente os

valores culturais, pois esses seriam formados por produtos de uma cultura e suas instituições

através do tempo e da socialização entre os indivíduos nela inseridos (SCHWARTZ, 1994).

Portanto, a distância cultural seria um conceito a ser aplicado sob a perspectiva de nível

nacional e a distância psíquica no nível individual, obrigando os pesquisadores a terem maior

alinhamento conceitual e metodológico.

Alguns autores defendem que a distância cultural seria uma das dimensões da distância

psíquica, sendo que esta última também capturaria outras percepções relacionadas ao

14

ambiente de negócios e ao macroambiente (NORDSTROM; VAHLNE, 1994; O'GRADY;

LANE, 1996; SHENKAR, 2001; DOW; KARUNARATNA, 2006; FIGUEIREDO, 2008;

SOUSA; BRADLEY, 2008). Hakanson e Ambos (2010) validaram a crítica de que distância

psíquica e distância cultural não deveriam ser utilizadas como sinônimas através de um estudo

empírico comparando as percepções de distância psíquica entre 25 países. Os autores

identificaram que o atributo cultural, de fato, influencia no julgamento da distância psíquica,

no entanto, sua capacidade de explicar o fenômeno não é relevante o suficiente para ser o

único atributo levado em consideração. Paralelamente, nesse mesmo estudo, Hakanson e

Ambos avaliaram a correlação entre os resultados obtidos pelo índex elaborado por Kogut e

Singh (1988), baseado em Hofstede (1980), com as percepções de distância psíquica dos

respondentes da pesquisa, e o resultado encontrado foi uma correlação muito fraca. Os autores

ainda afirmaram que a metodologia de Hofstede – e consequentemente Kogut e Singh – é

culturalmente dependente. Usando a Holanda e países culturalmente próximos como

exemplos, eles identificaram que a correlação entre o método de distância cultural com a

distância psíquica percebida era muito alto, porém o mesmo resultado não era encontrado

quando se avaliava países percebidos como culturalmente distantes.

Na figura 2 pode ser visto o quadro adaptado de Nebus e Chai (2014), é possível ter uma ideia

bem clara das diferenças de definição e operacionalização encontradas na literatura. De

maneira geral, a linha de raciocínio dos autores segue o que está sendo apresentado nesse

trabalho. A divisão principal entre as vertentes da literatura está na separação entre medidas

objetivas e factuais e medidas subjetivas e perceptuais.

15

Figura 2 – Categorização e operacionalização de Distância Psíquica por Nebus e Chai (2014).

Medidas objetivas e factuais Medidas subjetivas e perceptuais

Categoria de

mensuração de

Distância Psíquica

1. Distância Cultural 2. Fatores Objetivos

3. Percepções individuais de

distância dos países

4. Percepções

individuais de fatores

dos países

Medidas

Índice composto baseado

nas diferenças de cada

dimensão cultural, entre o

país da firma e o país-alvo

Índice de indicadores

que, além de cultura,

incluíam fatores

políticos, históricos,

sociais, idioma e

geográficos.

Respondentes eram solicitados

a posicionar alguns países em

um círculo concêntrico de

acordo com sua percepção

subjetiva da distância entre os

mercados de cada país

Percepções individuais

sobre características

de países como na

coluna #2: Cultura,

política, negócios,

governança, geografia,

idioma, etc.

Dados

Nível nacional, dados

secundários usando as

dimensões de Hofstede ou

outra dimensão cultural

Nível nacional, dados

secundários

Dados primários fornecendo

um mapa de distâncias

percebidas entre países

Dados primários

fornecendo o grau de

distância percebida

entre características de

cada país

Contribuição

Introdução de fatores além

do econômico que

influenciariam a tomada

de decisão da firma

Introdução de fatores

além da cultura que

afetariam a tomada de

decisão

Introdução da percepção

gerencial na mensuração de

distância psíquica

Introdução da

percepção gerencial

sobre elementos de

ambientes estrangeiros

Premissas

1. Cultura é o elemento

central de DP

Fatores escolhidos pelos

pesquisadores seriam os

mais importantes para

todos os decisores e

todas as decisões

1. As diferenças nacionais no

nível macro eram capturadas

com um único número,

desconsiderando as diferenças

1. Medidas de

percepção são fatores

escolhidos pelos

pesquisadores, não

solicitadas aos

respondentes

2. Percepção do tomador

de decisão seria baseada

somente na cultura do país

de sua firma

2. Questionava a percepção de

diferença entre os países, não

necessariamente as diferenças

relevantes à tomada de decisão

2. Variações entre

indivíduos seriam

consideradas baixas e

aleatórias

3. Dimensões culturais

não se alteraram desde que

os dados secundarios

foram coletados

Desconsideravam

Tomadores de decisão

com grande variação em

experiências e percepções

Importância dos fatores

nacionais variarem de

acordo com a decisão

gerencial

Não deixa claro quais fatores

são percebidos como

relevantes à tomada de decisão

Decisores não eram os

responsáveis por

definir os fatores

avaliados

Exemplos na

literatura

Kogut e Singh (1988) Dow e Karunaratna

(2006)

Stottinger e Schlegelmilch

(1998)

Evans e Mavondo

(2002)

Håkanson and Ambos

(2010)

Fonte: Adaptado de Nebus e Chai (2014, p.10)

As colunas 1 e 2, do quadro apresentado na figura 2, resumem os tipos de estudos

operacionalizados através de dados objetivos e factuais, isto é, vão desde os estudos que

consideravam distância psíquica como proxy de distância cultural e utilizavam na medidação

a metodologia baseada no trabalho de Hofstede ou similares, até demais estudos que

entendiam que o construto não poderia ser apenas represtado pelas diferenças culturais, mas

também por outras esferas, como política, economia, história, geografia, idioma, entre outros.

Ainda que ampliando as possíveis dimensões englobadas pela distância psíquica, esses

16

estudos eram operacionalizados de forma objetiva, ou seja, diferenças nos indicadores de cada

país eram comparadas a fim de se obter um número que representasse a distância psíquica

entre eles.

As colunas 3 e 4, do quadro apresentado na figura 2, resumem os estudos que passaram a

considerar a percepção individual na operacionalização dos estudos de distância psíquica. A

principal diferença entre essas duas colunas está nas dimensões consideradas para avaliar as

distâncias entre países. Enquanto que na terceira coluna, os indivíduos eram solicitados a

posicionar diversos países em um mapa de distâncias, nos estudos referentes ao resumo da

coluna 4, os indivíduos eram solicitados a julgar a distância entre países, a partir de

indicadores sociais, econômicos, políticos, entre outros (assim como na coluna 2) de cada um

deles. De maneira geral, parte dos estudos trata o construto da distância psíquica como uma

medida agregada e a outra parte dos estudos subjetivos trata o construto da distância psíquica

como um conjunto de dimensões. Mais detalhes sobre as dimensões de distância psíquica

serão apresentados na próxima seção.

2.2. AS DIMENSÕES DO CONSTRUTO

Outra discussão encontrada na literatura acerca do construto da distância psíquica, que divide

opinião entre os autores, está relacionada à composição do construto. São duas as principais

vertentes que contemplam esse assunto: a de que a distância psíquica é formada por um

conjunto de fatores (NORDSTROM; VAHLNE, 1994) e a de que a distância psíquica é um

construto síntese (EVANS; MAVONDO, 2002a).

A teoria de que o construto da distância psíquica é um construto síntese se baseia na ideia de

que o indivíduo percebe diferenças entre seu país e outro, porém não é capaz de acessar a

dimensão onde há diferença ou não para julgar, obtendo apenas a avaliação global da

distância. No entanto, alguns estudos não têm tido sucesso em revelar significativos efeitos da

distância psíquica utilizando a medida por construto síntese, o que levou os autores Stöttinger

e Schlegelmilch (2000, p.172) a afirmarem que “devido a essa circunstância, concordamos

com a sugestão de nossos colegas em identificar os fatores-chave que, combinados, perfazem

o construto da distância psíquica”.

17

A ideia de que a distância psíquica consiste em um conjunto de fatores, significa dizer que ela

é uma medida agregada que contempla dimensões que são avaliadas pelo indivíduo quando

este julga a distância entre seu país de origem e um país estrangeiro. Para Evans e Mavondo

(2002b), o entendimento dos fatores que dão origem à distância psíquica é importante para

geração de implicações gerenciais substanciais. Esses pesquisadores elaboraram um modelo

conceitual apresentando as dimensões sugeridas para o construto da distância psíquica,

através de duas dimensões principais de segunda ordem, distância de negócios e distância

cultural. A distância de negócios seria composta por mais cinco dimensões de primeira ordem,

isto é, dimensões as quais o indivíduo seria capaz de avaliar diretamente, são elas: sistema

legal e político; estrutura do varejo; economia; práticas de negócio e o idioma. Já a distância

cultural, seria composta por mais cinco dimensões de primeira ordem, como: distância do

poder; orientação de curto prazo versus orientação de longo prazo; masculinidade versus

feminilidade; individualismo versus coletivismo e aversão ao risco. A figura 3 apresenta o

modelo proposto pelos autores.

Figura 3 – Modelo de conceituação Distância Psíquica de Evans e Mavondo.

Fonte: Adaptado de Evans e Mavondo (2002b, p.311)

18

Outro trabalho que apresentou um modelo de conceituação de distância psíquica foi o de

Baack e Baack (2006). Neste trabalho os autores apontam para a existência de três dimensões

princiapais: (i) a distância nacional, (ii) a distância de negócios e (iii) as experiências

individuais. A duas primeiras dimensões, no entanto, ainda seriam compostas por outras duas

subdimensões cada: distâncias cultural e econômica e distâncias da indústria e da firma,

respectivamente. Nesse modelo, os autores reforçam a ideia de que as experiências

individuais são um fator chave na formação da distância psíquica, pois elas serviriam como

um filtro para a recepção e assimilação das informações captadas no ambiente. A ilustração

desse modelo de conceituação de distância psíquica se encontra na figura 4.

Figura 4 – Modelo de conceituação Distância Psíquica de Baack e Baack.

Fonte: Adaptado de Baack e Baack (2006, p. 229)

Figueiredo (2009) estabeleceu que o domínio conceitual do construto de distância

psíquica inclui quatro grandes dimensões: cultura, negócios, macroambiente e físico. Este,

portanto, seria um construto multidimensional de alta ordem (FIGUEIREDO, 2009, p.105).

Isto significa que abaixo dessas quatro grandes dimensões existiram dimensões de primeira

ordem, isto é, dimensões que seriam acessadas diretamente pelo indivíduo quando da sua

avaliação de distância psíquica. A figura 5 ilustra as dimensões de alta ordem e primeira

ordem apresentadas por Figueiredo (2009).

19

Figura 5 – Modelo conceitual do construto de Distância Psíquica por Figueiredo.

Fonte: Adaptado de Figueiredo (2009, p. 106)

Nebus e Chai (2014), no entanto, sugeriram um novo tipo de operacionalização que superaria

os quatro principais apresentados na figura 2. O ponto chave da proposta está em incluir na

pesquisa a combinação entre os fatores cognitivos individuais e as características do contexto.

Para isso, seria necessário questionar os entrevistados já considerando um contexto e, além

disso, permitir que os entrevistados digam quais são as dimensões relevantes para a tomada de

decisão naquele momento. Dessa forma seria possível mapear quais os pontos importantes a

levar em consideração e qual a relevância de cada um no processo de internacionalização. A

figura 6 abaixo apresenta as dimensões de contexto propostas por Nebus e Chai (2014).

Figura 6 – Modelo conceitual de dimensões do contexto proposto por Nebus e Chai.

Fonte: Adaptado de Nebus e Chai (2014, p. 14)

20

Mais uma vez as diferenças na literatura se apresentam para serem debatidas e,

independentemente de qual conceituação e operacionalização se mostre mais adequada no

futuro – pois atualmente ainda não há -, o importante é atentar para o alinhamento entre

conceito, metodologia e insights que a pesquisa pretende extrair.

2.2.1. Assimetria

Quando Beckerman (1956) inaugurou a expressão distância psíquica, ele acabara de encontrar

um novo fator que pudesse explicar parte do processo decisório na relação internacional entre

empresas e mercados. Até então o pressuposto de distância era objetivo, composto

basicamente por custo e a distância geográfica entre países. A distância geográfica, por sua

vez, é simétrica, isto é, a distância entre Brasil e Estados Unidos é igual à distância entre

Estados Unidos e Brasil, assim como a distância entre os estados do Rio de Janeiro e Porto

Alegre é igual à distância entre Porto Alegre e Rio de Janeiro.

A literatura do conceito de distância psíquica mostrou que alguns autores consideram este

construto como uma medida objetiva, ou seja, eles defendem que é possível mensurar o

fenômeno através de características factuais identificadas por cada região, como indicadores

estatísticos oficiais e dados provenientes de empresas (JOHANSON; WIEDERSHEIM-

PAUL, 1975). Os primeiros estudos eram ainda mais objetivos, pois consideravam a distância

física como proxy da distância psíquica. Entretanto, afirmações de que o conceito da distância

psíquica não representaria distâncias objetivas simplesmente, mas sim um mapeamento de

distância percebida pelo indivíduo (STÖTTINGER; SCHLEGELMILCH, 1998), deram base

para uma série de estudos que consideram o construto como uma medida subjetiva.

Logo, considerando que o conceito de distância psíquica pode ser considerado como um

construto perceptual e subjetivo, “a assimetria passa a não ser mais um conceito plausível”

(FIGUEIREDO, 2009, p. 96). O que O’Grady e Lane (1996) identificaram em seu estudo com

empresas canadenses e norte-americanas, é que a taxa de sucesso das empresas americanas no

Canadá era maior do que as das canadenses nos Estados Unidos, sugerindo que havia uma

assimetria na distância psíquica dependendo do sentido da viagem, pelo menos considerando

o critério de desempenho. A assimetria no campo da distância psíquica mostra que indivíduos

21

de países diferentes – como o exemplo de canadenses e americanos – podem ter percepções

de distância diferentes um para outro, assim como dois indivíduos do mesmo local podem ter

percepções diferentes sobre um mercado específico. Shenkar (2001) afirma que faltam

estudos que provem a existência de simetria entre mercados e defende a assimetria,

argumentando que os efeitos da distância psíquica nos países de origem e destino seriam de

naturezas diferentes. Enquanto que no país de origem os efeitos estão incorporados à empresa,

no país de destino estes estariam no macroambiente.

O entendimento da assimetria relacionada ao conceito da distância psíquica também recebeu

suporte do campo de estudos da psicologia. Parente, Baack e Almeida (2007) utilizaram o

trabalho do campo da psicologia de Hart e Diehl (1994) para elaborar um framework sobre o

papel da assimetria na escolha do modo de entrada. Segundo Hart e Diehl (1994), existem

dois grandes vieses que podem afetar o julgamento de um indivíduo, chamados de

assimilação e contraste. O viés da assimilação é descrito como “a percepção do indivíduo de

que sua visão está mais próxima de outra visão do que realmente está”, enquanto que o viés

do contraste é definido como “quando uma pessoa possui uma percepção relativamente

distante para outra pessoa e assume que esta pessoa terá uma percepção de distância ainda

maior do que seria na realidade” (HART; DIEHL, 1994. p.71). Para ilustrar essas definições,

vamos imaginar um brasileiro que esteja familiarizado com a cultura norte-americana e, por

isso, percebe uma distância psíquica pequena em relação aos EUA e aos norte-americanos em

geral. Este indivíduo pode assumir que um indivíduo norte-americano julga o brasileiro da

mesma forma que ele o julga, logo, a estimativa do brasileiro quanto a distância que separa

esses dois indivíduos será menor do que realmente deveria ser. Enquanto que o inverso

poderia ser a ilustração do viés do contraste, onde o norte-americano, por perceber o brasileiro

como relativamente distante, pensa que ele o julga da mesma forma, gerando uma estimativa

de distância entre os dois maior do que a realidade. Portanto, a teoria de assimilação e

contraste sugere que a reação dos indivíduos à uma mesma mensagem pode ser diferente de

acordo com a similaridade ou diferença percebidos entre o receptor e criador da mensagem.

Para Parente, Baack e Almeida (2007), os indivíduos possuem um senso de familiaridade com

diferentes culturas e este senso não seria homogêneo entre os indivíduos. Dessa forma, cada

indivíduo assimilaria as mensagens do ambiente de uma maneira própria, julgando a distância

22

para determinados países de maneiras diferentes também. A influência dos vieses de

assimilação e contraste, portanto, faria com que as pessoas avaliassem determinada distância à

outro mercado de forma muito otimista ou pessimista, prejudicando a escolha do modo de

entrada mais adequado, podendo ocasionar o fracasso da empreitada. Os autores elaboraram

uma pesquisa qualitativa com entrevistas em pares de países (Estados Unidos e Brasil;

Estados Unidos e Singapura; Estados Unidos e Taiwan), identificando tanto a assimetria

direcional quanto a presença bilateral dos vieses de assimilação e contraste. Esses dois fatores

encontrados geraram base para a criação do framework teórico de distância psíquica sob a

influência da assimilação e contraste.

Figura 7 – Framework de influência dos vieses de assimilação e contraste.

Fonte: Adaptado de Parente, Baack e Almeida (2007)

O framework apresentado na figura 7 estabelece como os vieses podem influenciar a tomada

de decisão acerca do modo de entrada em outros países. No quadrante 1, o país de origem é

influenciado pelo viés de assimilação, enquanto o país de destino é influenciado pelo viés do

contraste, indicando uma situação onde empresas que pretendem se internacionalizar não

encontram oportunidades suficientes no país de destino, uma vez que as percepções de risco e

de altos custos de adaptação, do país de destino, restringem a operação da maneira que a

empresa internacionalizada deseja. Isto é, nessa situação, o tomador de decisão da empresa do

23

país de origem desejará possuir uma operação com alto nível de controle, no entanto, seus

possíveis parceiros do país de destino ficarão relutantes em aceitar tal proposta.

No quadrante 2 os dois indivíduos ou grupos percebem o outro como similar (assimilação

bilateral), estimando as condições de internacionalização com excesso de otimismo, o modo

de entrada escolhido provavelmente terá maior comprometimento e controle do que o

indicado, visto que, possivelmente, muitas informações referentes ao novo mercado serão

ignoradas, podendo acarretar o fracasso da operação. Essa situação muito se assemelha ao

paradoxo da distância psíquica apresentado por O’Grady e Lane (1996).

O quadrante 3 o país de destino permanece influenciado pelo viés da assimilação, mas o país

de origem é influenciado pelo viés do contraste, pode-se observar uma situação em que o

mercado destino se encontra receptivo a novos negócios provenientes de um determinado

país, porém este não se mostra muito interessado, em virtude de sua percepção de grande

diferença entre eles. Essa combinação faz com que empresas deixem de entrar em mercados

abertos a oportunidades ou entrem não assumindo muito controle da operação, deixando de

extrair possíveis recursos disponíveis do mercado de destino.

Por último, o quadrante 4 mostra uma combinação de contraste bilateral, representando uma

situação cuja chance de escolha de um modo de entrada de baixo controle, por ambas as

partes, é alta. Isto acontece porque ambos os tomadores de decisão, influenciados pelo viés do

contraste, tendem a superestimar os riscos envolvidos na operação, reduzindo sua capacidade

de avaliar corretamente as oportunidades. Portanto, os tomadores de decisão, nessa situação,

decidirão por um modo de entrada com menos controle do que o ideal.

No intuito de testar a teoria, Hakanson e Ambos (2010) realizaram uma das raras pesquisas

encontradas sobre o assunto em que a medição da percepção da distância psíquica ocorreu

bilateralmente, ou seja, as percepções de “A” para “B” poderiam ser comparadas com as de

“B” para “A”. Os pesquisadores obtiveram mais de 1500 respostas provenientes de 25 países

diferentes – escolhidos os 25 primeiros países no ranking de Produto Interno Bruto -, através

de contatos acadêmicos em cada um deles. A pesquisa incluía como variáveis os atributos de

distância cultural, distância geográfica, idioma, rivalidade política, desenvolvimento

econômico e desenvolvimento econômico relativo, qualidade relativa do governo e

24

influências políticas, econômicas e sociais. Entre outros achados, evidências que suportam a

teoria de assimetria nas percepções de distância psíquica foram encontradas, no entanto, só

foram aprofundadas em um trabalho posterior. A figura 8 abaixo é uma adaptação do quadro

comparativo de distância psíquica entre os 25 países (ver Anexo A), e mostra as informações

de percepção de distância psíquica que os respondentes brasileiros proveram, assim como as

avaliações dos demais 24 países em relação ao Brasil.

Figura 8 – Assimetria de distância psíquica – Brasil.

Fonte: Adaptado de Hakanson e Ambos (2010, p.202)

Schuster e Ambos (2013), deram continuidade ao trabalho de Hakänson e Ambos (2010), com

o intuito de identificar as origens da assimetria de distância psíquica medida na ocasião.

Schuster e Ambos (2013), assim como outros autores, salientam a importância de dar atenção

aos aspectos conceituais e de operacionalização da pesquisa, de forma que as diferenças

transnacionais e suas implicações aos negócios não sejam ignoradas. A nova pesquisa (2013)

utilizou como ponto de partida os dados coletados por Hakänson e Ambos (2010) em 25

países diferentes. No campo teórico, Schuster e Ambos (2013) se basearam, principalmente,

na teoria de identidade social e de comparação social apresentada no trabalho de Festinger

(1954).

Festinger (1954) argumentou que os indivíduos possuem um direcionamento na avaliação de

suas próprias opiniões e habilidades, como forma de apreciação de si mesmo e a avaliação de

sua posição dentro do ambiente e dos grupos nos quais estão inseridos. Na prática, quando um

indivíduo não tem nenhum critério objetivo para usar de comparação, ele se utiliza da

comparação com outros indivíduos como fonte de conhecimento dele próprio e de suas

25

habilidades. Como o próprio autor exemplifica, se uma pessoa deseja saber se ela tem talento

para escrever poesias, é certo que ela irá considerar a opinião de pessoas que leram suas

poesias. Por outro lado, se uma pessoa costuma praticar natação como esporte, basta checar o

desempenho de outros atletas para fazer uma avaliação de suas próprias habilidades.

Um dos pontos principais que envolvem o trabalho de Festinger é que opiniões e habilidades,

os dois fatores mais usados entre indivíduos para comparação, atuam juntos afetando o

comportamento humano, isto é, a forma como a pessoa interpreta algumas situações ou como

ela desempenha uma determinada função, pode determinar a maneira como ela vai encarar

aqueles que pensam e agem de maneira diferente. Por isso, a comparação com outros

indivíduos acabaria por desenvolver uma sensação de pertencimento a um determinado grupo,

compostos por indivíduos com opiniões e habilidades similares. A formação desses grupos

acontece devido a vários comportamentos relatados no trabalho de Festinger e evidenciados

em pesquisas anteriores. Um exemplo é quando uma pessoa, ao avaliar sua opinião ou

desempenho, se depara com alguém muito diferente dela própria, seja porque pensa

totalmente diferente ou porque é muito melhor em alguma tarefa. Quando isso acontece, o

indivíduo não considera essa outra pessoa como objeto de comparação. Na prática, isso pode

acontecer entre pessoas com ideologias políticas opostas, grandes diferenças culturais ou

esportistas de final de semana contra atletas profissionais (um aluno de natação não se acha

ruim só porque ele é muito mais lento do que um nadador olímpico, ele simplesmente não se

compara com ele). Outro tipo de comportamento que foi evidenciado em pesquisas anteriores

e relatado no trabalho de Festinger é com relação ao comportamento dos indivíduos quando

estes se deparam com outras opiniões ou habilidades diferentes, porém comparáveis com as

deles. Em um experimento, as pessoas eram levadas a acreditar que havia uma discrepância

entre suas próprias opiniões e as dos demais. Diferente do que acontece quando essa

discrepância é muito grande, nesse caso, alguns integrantes do grupo atuam para reduzir a

discrepância, podendo mudar sua opinião em direção à “média” – principalmente os que são

levados a crer que são os diferentes do grupo. Nos casos de experimentos envolvendo

habilidades, os indivíduos também tendem a reduzir essa discrepância, entretanto, esse

movimento tende a acontecer de forma unidirecional, sempre apontando para o melhor

desempenho do grupo, demonstrando o caráter aspiracional na redução de discrepância

quando se compara habilidades. De forma geral, dependendo da posição relativa de um

26

indivíduo dentro de um grupo, sua comparação pode ser para cima ou para baixo, sendo que

cada uma dessas situações pode gerar uma resposta diferente do indivíduo, evidenciando,

assim, assimetria.

Schuster e Ambos (2013), através da argumentação de Festinger (1954), sugeriram um

paralelo entre a teoria de comparação social e a distância psíquica, defendendo que os dois

conceitos se baseiam na filiação do indivíduo em um grupo e, no caso da distância psíquica,

esse grupo poderia ser um país. Então, utilizando os dados obtidos na pesquisa anterior de

Hakänson e Ambos (2010). Schuster e Ambos (2013) compararam os resultados com as

diferenças de status econômico, político e social dos diferentes países inseridos na pesquisa. O

uso desses três critérios foi justificado pelo fato de que fatores relacionados ao status são de

grande importância na origem da distância psíquica, assim como o status de um grupo pode

ser importante como base para comparação social e além disso, quanto maior o status, mais

desejável é.

A partir dessa introdução, os autores apresentam suas hipóteses baseadas em duas principais

ideias: (1) quanto maior as diferenças entre os status econômico, social ou político entre dois

países, maior a assimetria de distância psíquica entre eles e (2) a distância psíquica para países

com maior status econômico, político ou social é menor do que o inverso. O resultado

encontrado pelos pesquisadores confirma que as diferenças nacionais em relação ao contexto

econômico, social e político são variáveis que podem sim originar a existência de distância

psíquica entre dois países. Por outro lado, contra a expectativa de Schuster e Ambos (2013),

os indivíduos de países situados em posições mais baixas no ranking de status, apresentaram

uma percepção de distância psíquica maior, efeito de contraste, do que aqueles países mais

bem colocados no ranking demonstraram em relação aos piores colocados, efeito da

assimilação.

27

3. MÉTODO

Neste capítulo é abordado o método de pesquisa que guiou a aplicação desta investigação.

Inicialmente, são apresentadas as questões da pesquisa e a delimitação do estudo. Em seguida,

a natureza do estudo e o modelo conceitual utilizado, apresentando a formulação das

hipóteses derivadas da literatura.

Então é discutida as etapas da pesquisa, o instrumento e os procedimentos de coleta de dados

e os procedimentos para a análise dos dados. Por fim, serão apresentadas as limitações desse

estudo.

3.1. PERGUNTAS DE PESQUISA

A revisão da literatura realizada apresentou o domínio conceitual do construto distância

psíquica, suas dimensões e o fenômeno de assimetria da medição da distância psíquica. Como

pode ser visto, o conceito de distância psíquica ainda é muito vago e gera questionamentos

entre os pesquisadores, visto que a maior parte não considera todas as facetas do construto.

Este estudo tomou como base o modelo conceitual proposto por Figueiredo (2009), cujo

trabalho abordou a modelagem do construto da distância psíquica, por meio da identificação

de seu domínio conceitual, posteriormente, a mensuração do construto, por meio da avaliação

e teste dos principais instrumentos disponíveis e, por fim, a pesquisa empírica, por meio do

desenvolvimento de instrumentos de medida, para aferir a distância psíquica entre países.

Consideraremos nesse trabalho a distância psíquica mensurada como construto-síntese,

medida tipicamente por uma escala de um único item, e a distância psíquica como conjunto de

fatores, medida por uma escala de múltiplos itens, neste último caso, medida pelas mesmas

dimensões sugeridas por Figueiredo (2009), ou seja, dimensão cultural, dimensão de

negócios, dimensão macroambiente e dimensão física, por meio do instrumento de medida

proposto e testado pelo autor.

28

Além disso, optou-se por estudar o fenômeno da distância psíquica no contexto extra-regional

brasileiro e investigar características inerentes ao construto da distância psíquica, encontradas

na literatura. Dentre essas características, a assimetria e a natureza da distância psíquica, vista

como conjunto de fatores. No caso da assimetria da distância psíquica o objetivo é verificar a

existência de assimetria entre as percepções dos indivíduos, isto é, a sensação de proximidade

de A para B, pode ser diferente da percepção de proximidade de B para A. No caso da

natureza da distância psíquica o objetivo é verificar padrões na escolha de dimensões (fatores)

no momento do julgamento de distância, isto é, o julgamento sobre um determinada região

pode, por exemplo, estar relacionado a características culturais, enquanto que para oura região

o julgamento pode estar relacionado a características econômicas.

Assim, tomando-se por base os objetivos do estudo e a revisão de literatura emergem as

seguintes perguntas de pesquisa:

1) Existe relação entre a mensuração da distância psíquica extra-regional por item

único e a mensuração da distância psíquica medida por dimensões síntese?

2) Qual(is) a(s) dimensão(ões) acessadas(s) no julgamento da distância psíquica

considerando o modelo conceitual proposto por Figueiredo (2009)?

3) Existe assimetria entre as distâncias das medidas da distância psíquica da região A

em relação a região B e da região B em relação a região A?

3.2. DELIMITAÇÕES DO ESTUDO

A pesquisa desenvolvida limitou-se à mensurar a distância psíquica entre cidades de

diferentes estados brasileiros. Por questões operacionais e de conveniência cinco cidades de

cinco estados foram escolhidas para o estudo. Além disso, devido a dificuldade ao acesso de

executivos de empresas, optou-se por entrevistar estudantes universitários matriculados em

curso de graduação de Administração, Economia e Ciências Contábeis de Universidades

Federais.

29

3.3. NATUREZA DO ESTUDO

3.3.1. Técnica de Pesquisa

O presente estudo é quantitativo, operacionalizado por uma pesquisa do tipo survey. Este tipo

de pesquisa foi adotado devido a sua indicação ao uso em situações que se espera analisar as

relações entre variáveis, ou testar descritivamente essa relação em uma população pré-

definida, tendo como objetivo principal, produzir descrições quantitativas de determinado

aspecto estudado. Neste caso, deseja-se investigar o fenômeno da distância psíquica extra

regional, entre regiões do Brasil.

O tipo de pesquisa também está caracterizado como exploratória, visto que o tema ainda

necessita de mais pesquisas para identificar a forma ideal de conceituação e medição do

fenômeno. A pesquisa exploratória também tem sob seu escopo, dar ênfase em determinar

quais os aspectos devem ser medidos, assim como descobrir novas possibilidades de medição

(PINSONNEAULT, A.; KRAEMER, 1993). Além disso, vale a pena ressaltar, o viés

transversal único (cross-sectional), isto é, a medição do fenômeno ocorreu somente uma vez

no tempo, capturando a percepção dos entrevistados em um momento específico

(MALHOTRA, 2012).

3.3.2. Unidade de Análise

A unidade de análise pode ser um grupo de pessoas, setores organizacionais, a organização

em si e o próprio indíduo (FREITAS et al., 2000). Nesta pesquisa, optou-se pela análise do

indivíduo, tendo em vista a proposta do estudo e o referencial teórico investigado.

3.4. MODELO CONCEITUAL

Para responder às perguntas formuladas no item 3.1, foi utilizado o modelo conceitual

adaptado apartir do modelo proposto por Figueiredo (2009), figura 9.

30

Figura 9 – Estrutura conceitual de Distância Psíquica segundo a abordagem por conjunto de fatores

adaptado de Figueiredo (2009)

3.4.1. Hipótese H1

A revisão de literatura apresentada mostra que não existe uma forma única para mensuração

da distância psíquica através de conjunto de fatores ou através de escala de item único. A

escala por conjunto de fatores, defendida por Evans et al. (2000) e Evans e Mavondo (2002a)

consiste em combinar avaliações acerca do ambiente cultural, de negócios, legal e

competitivo. Para, Stöttinger e Schlegelmilch (1998), porém, o fenômeno deveria ser medido

em uma escala de item único, pois acreditavam que pela subjetividade do construto, não seria

adequado acreditar que o indivíduo pudesse acessar diferentes dimensões em seu julgamento.

Para isso, a pesquisa contemplará, tanto uma avaliação geral, acerca da distância psíquica

percebida, com uma pergunta baseada na escala de item único, assim como outras perguntas

baseadas num conjunto de fatores, abordando as dimensões meio ambiente físico,

macroambiente, negócios e cultural (Figueiredo, 2009).

Desta forma, pode-se formular a hipótese 1 de pesquisa:

H1: Há relação estatística entre a medição da distância psíquica extra-

regional por item único e conjunto de fatores.

3.4.2. Hipóteses H2, H3, H4 e H5

31

As hipóteses seguintes referem-se à medição da distância psíquica segundo a abordagem de

conjunto de fatores. A partir da revisão de literatura e considerando o modelo conceitual

proposto e testado por Figueiredo (2009), foram identificadas quatro dimensões do construto

‘distância psíquica’: dimensão física, dimensão do macroambiente, dimensão de negócios e

dimensão cultural, conforme pode ser visto na figura X. Assim, são construídas outras 4

hipóteses.

H2: A dimensão meio ambiente físico é parte significativa da medição da

distância psíquica extra-regional.

H3: A dimensão do macroambiente é parte significativa da medição da

distância psíquica extra-regional.

H4: A dimensão de negócios é parte significativa da medição da distância

psíquica extra-regional.

H5: A dimensão cultural é parte significativa da medição da distância psíquica

extra-regional.

3.4.3. Hipótese H6

De acordo com a revisão de literatura, muitos autores sustentam a ideia da inequivalência

direcional, ou assimetria (O’GRADY; LANE, 1996; PARENTE, R.; BAACK, D.;

ALMEIDA, 2007; SHENKAR, 2001; SOUSA; BRADLEY, 2006). Isto é, as percepções de

distância entre indivíduos de diferentes localidades não são simétricas e tampouco as

percepções de distância entre pessoas da mesma localidade são iguais. Isto se deve ao fato de

que a distância psíquica seria resultado da interpretação individual (de acordo com as

experiências individuais) das informações disponíveis sobre ambiente de negócios e cultura

(BAACK, D.; BAACK, 2006). Além disso, acrescenta-se o fato do Brasil ser um país de

dimensões continentais e reconhecido pela sua diversidade cultural, sendo assim, existe

acredita-se na existência de assimetria da distância psíquica quando medida no contexto extra-

regional brasileiro, isto é, a análise das percepções dos respondentes de diferentes regiões do

Brasil, ao serem analisadas em pares, poderá mostrar existência de inequivalência direcional.

Portanto, de acordo com o exposto, é possível considerar que:

32

H6: A distância psíquica extra-regional é assimétrica, ou seja, a distância

psíquica extra regional quando medida da cidadei para cidadej é

significativamente diferente da distância psíquica extra-regional

quando medida da cidadej para cidadei.

Essa medição foi realizada por item único e conjunto de fatores. Na primeira delas o

respondente avaliou a distância psíquica de modo geral e, na segunda, ele avaliou distância

psíquica de acordo com as 4 dimensões encontradas na literatura. Assim, decidiu-se desdobrar

a hipótese 6 em 5 adicionais hipóteses:

Logo, consideramos como sub-hipóteses que:

H6a: A medida de distância psíquica extra-regional é assimétrica quando

avaliada por item único

H6b: A dimensão meio ambiente físico da medida de distância psíquica extra-

regional é assimétrica.

H6c: A dimensão macroambiente da medida de distância psíquica extra-

regional é assimétrica.

H6d: A dimensão negócios da medida de distância psíquica extra-regional é

assimétrica.

H6e: A dimensão cultural da medida de distância psíquica extra-regional é

assimétrica.

33

3.5. ETAPAS DA PESQUISA

Dadas as características do estudo, adotou-se o método de survey. A survey é indicada para

investigar universos amostrais através da seleção e estudo de amostras para descobrir a

incidência relativa, distribuição e relações entre variáveis. Esta forma de pesquisa oferece a

vantagem da generalização, ou seja, é possível obter com determinado nível de confiança e

exatidão, estabelecidos pelo tamanho da amostra, as informações sobre uma grande população

(KERLINGER, 1973).

3.5.1. População e Amostra

A população pode ser definida como “o agregado, ou soma, de todos os elementos que

compartilham algum conjunto de características comuns; compreende o universo para o

problema de pesquisa de marketing” (MALHOTRA, 2012). O processo de definição da

amostra é uma etapa importante da concepção da pesquisa (MALHOTRA, 2012), sendo a

melhor amostra a representação da população ou um modelo dela (FINK, 1995). A etapa mais

crítica da etapa de amostragem é a escolha da base de amostragem, pois essa deve constituir

um subgrupo representativo de toda a população (PINSONNEAULT; KRAEMER, 1993).

Freitas et al. (2000) argumentam que nenhuma amostra é perfeita, podendo variar o grau de

erro e o viés na escolha da população e amostra. Para os autores, alguns cuidados devem ser

tomados para minimizar esses tipos de erro, como definir claramente os objetivos que se tem

com a realização da survey, assim como os critérios de seleção para eleger os respondentes da

pesquisa.

Ou seja, população pode ser definida como um conjunto de todos os sujeitos que possuem

características comuns em relação ao problema da pesquisa (AAKKER; KUMAR; DAY,

2001). Definir a população-alvo significa transformar a definição do problema em uma

decisão de quem deve ou não ser incluído na amostra. Como não existem etapas exatas a

serem seguidas, é necessário que o pesquisador tenha parcimônia e trabalhe com lógica e

julgamento.

34

Para esta survey utilizou-se como população estudantes universitários brasileiros matriculados

em curso de graduação de Administração, Economia e Ciências Contábeis a partir do quarto

período letivo. Essa escolha se deve a dificuldade de acesso aos executivos de empresas e por

julgar que os estudantes de cursos relacionados à área de negócios possuem discernimento

para responderem os questionamentos da pesquisa (FERNANDES, 2004; FIGUEIREDO;

ROCHA; FERREIRA, 2009). As cidades do Rio de Janeiro, Curitiba, Teresina, Belo

Horizonte e Manaus foram as cidades utilizadas para a seleção dos estudantes. O uso dessas

cidades se deu por conta da tentativa de representação de todas as regiões brasileiras

associada a disponibilidade de parceiros nas universidades federais ali localizadas. O intuito

era conseguir pelo menos uma cidade por região do país, no entanto, problemas operacionais

inviabilizaram o envio dos questionários pelos respondentes da cidade de Cuiabá, que seria a

representante do centro-oeste brasileiro. O período de pesquisa foi de 25/11/2014 a

10/12/2014, vale lembrar que este foi o período pós-eleições para deputados federais,

deputados estaduais, senadores, governadores e presidente da república no Brasil.

Devido à utilização dos critérios de escolha da amostra de estudantes (alunos de graduação de

universidades federais), a amostra pode ser classificada como não probabilística de

conveniência, em que os respondentes foram escolhidos por estarem disponíveis ao

pesquisador.

3.5.2. Instrumento de Coleta de Dados

A survey foi realizada tomando-se base o questionário proposto por Figueiredo (2009), com

as devidas adaptações para o perfil de respondentes deste estudo e utilizando as escalas de

item único e construtos síntese sugeridas pelo autor. O questionário utilizado na pesquisa

também possuía perguntas específicas para fins de controle. Essas perguntas incluem idade,

gênero, naturalidade, religião e conhecimento prévio de outras regiões. O questionário

utilizado na pesquisa encontra-se no Anexo I deste trabalho.

35

Foi utilizado também o procedimento do pré-teste do questionário, de maneira que a

adaptação do texto para este estudo fosse testada antes da pesquisa real. Para tal, foi solicitado

à onze alunos de variados cursos de pós-graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro

que respondessem ao questionário normalmente. Com o pré-teste foi identificado que o tempo

estimado apresentado ao respondente era muito baixo, tendo em vista que as pessoas também

demoravam pra compreender como avaliar uma cidade que eles não conheciam pessoalmente,

por exemplo. Por isso, além de aumentar a estimativa do tempo, foi enfatizado que as

respostam deveriam ser dadas de qualquer maneira, mesmo que só considerasse o que as

pessoas tinham em mente sobre a localidade.

3.5.3. Coleta de Dados

A coleta de dados foi realizada por professores de cinco cidades, capitais de seus estados, e

funcionários de universidades federais. Os professores aplicaram em suas respectivas turmas

os questionários adaptados para cada uma das cinco regiões. Os respondentes deveriam ser

alunos, regularmente matriculados em um entre os 4 cursos de graduação arbitrados para esta

pesquisa, quer sejam, administração, economia, contabilidade (ciências contábeis) ou

engenharia. É importante salientar que o questionário utilizado para esta pesquisa foi

autoaplicável, ou seja, cada respondente respondeu as perguntas sem necessidade de auxílio

ou outras instruções além daquelas apresentadas no questionário. Obteve-se uma amostra de

265 alunos universitários de graduação. Deste número excluíram-se os alunos estrangeiros,

alunos que cursavam o primeiro, segundo e terceiro períodos, os que não pertenciam aos

cursos de graduação de Administração, Economia e Ciências Contábeis, assim como aqueles

que deixaram o questionário incompleto ou preencheram incorretamente. Com base nesses

critérios, foram quatro exclusões em Belo Horizonte, 19 em Curitiba e 17 em Teresina.

Chegou-se assim a 225 alunos inscritos em disciplinas regulares do quarto período em diante

em seus respectivos cursos.

36

Optou-se por utilizar apenas estudantes que estivessem cursando disciplinas do quarto período

ou mais, por representar uma fase na vida universitária em que o estudante é mais maduro,

mais alerta para o mercado de trabalho e mais observador dos eventos nacionais e

internacionais. Assim, pressupunha-se que este aluno se assemelharia mais aos executivos de

empresas brasileiras do que aqueles que se encontrassem nos períodos iniciais dos cursos.

Desta forma, obteve-se a amostra final apresentada na tabela 1, por curso e cidade e na tabela

2, por curso e período declarado.

Tabela 1 – Distribuição inicial dos questionários por curso e cidade

Curso Rio de Janeiro

Curitiba Teresina Belo

Horizonte Manaus Total

Administração 27 55 40 34 16 172 Contabilidade 20 11 31 Economia 7 12 19 Engenharia 1 2 3 Total 35 75 40 35 41 225

Tabela 2 – Distribuição inicial dos questionários por curso e período declarado

Curso Período

Total 4° 5° 6° 7° 8° 10°

Administração 20 20 20 62 50

172

Contabilidade 5 5 1 10 10

31

Economia 5 4 5 3 2

19

Engenharia 1 1

1 3

Total 31 30 26 75 62 1 225

37

3.5.4. Comparação das Amostras

Em todo estudo quantitativo a representatividade é sempre algo desejado. Neste caso, para

avaliar a representatividade das amostras obtidas nas cinco cidades avaliadas seria necessário,

pelo menos, se ter as informações demográficas referentes aos cursos e cidades investigadas,

infelizmente não foi possível obter esta informação junto as universidades participantes. Além

disso, neste trabalho por questão operacional, como enfatizado anteriormente, optou-se por

amostragem não probabilística por conveniência. Os questionários foram aplicados a grupos

distintos de alunos, pertencentes a diferentes cidades/universidades. Desta forma, julgou-se

importante analisar preliminarmente as amostras no que diz respeito a gênero, idade, religião,

curso e período letivo.

A comparação das amostras foi realizada, variável a variável, pelo teste Qui- quadrado (²)

para verificar a existência de associação significativa entre a variável e as amostras das

cidades, supostamente independentes, utilizadas nas análises. No teste Qui-quadrado o “status

quo”, Hipótese Nula (H0), é “não existe diferença entre as classificações de linha (variável em

teste) e de coluna (cidades Rio de Janeiro, Curitiba, Teresina, Belo Horizonte e Manaus)”.

Rejeitar esta hipótese significa afirmar a existência de pelo menos uma amostra diferente das

demais.

No teste Qui-quadrado, o que testamos é se existe alguma relação entre a variável que está

sendo testada (linha) com as diferentes localidades (colunas). Ou seja, se a variável testada

sofre influência da localidade. Nestes testes, a Hipótese Nula (H0) pode ser interpretada como

“as amostras podem ser consideradas homogêneas com relação a variável analisada”. No caso

de rejeição de H0, assumiremos que existe pelo menos uma cidade que é diferente das demais.

3.5.4.1. Comparação das amostras quanto ao Gênero

Com relação à variável de “gênero”, a distribuição total entre respondentes homens e

mulheres foi de 48% e 52% respectivamente. Na tabela 3 podemos ver que essa distribuição é

semelhante aos cenários de cada cidade, com exceção da cidade do Rio de Janeiro, onde

prevalecem as observações masculinas com 68,8% do total. Mesmo com essa diferença em

uma das cidades, o teste qui-quadrado não rejeitou a hipótese nula de homogeneidade das

amostras por cidades.

38

Tabela 3 – Tabela de contingência de Gênero e Cidade dos respondentes

Gênero

Cidades

Total

Rio de Janeiro Curitiba Teresina Manaus

Belo Horizonte

Masculino n 24 31 18 21 14 109

% 68,6% 41,3% 45,0% 51,2% 41,2% 48,0%

Feminino n 11 44 22 20 20 116

% 31,4% 58,7% 55,0% 48,8% 58,8% 52,0%

Total n 35 75 40 41 34 225

% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Chi-quadrado observado: 8,231. Chi-quadrado esperado: 9,488. (pvalue=0,85)

3.5.4.2. Comparação das amostras quanto à Idade

Com relação à idade, é importante ressaltar que essa informação foi mensurada através de

faixas etárias (baseadas nos critérios do IBGE), logo, não será possível estabelecer uma média

de idade exata dos nossos respondentes, mas sim as frequências dos indivíduos dentro destas

faixas. O questionário disponibilizou oito opções diferentes de faixa etária, no entanto,

nenhum dos respondentes declarou-se pertencentes a faixa “de 45 a 49 anos”. Novamente não

foi possível realizar o teste qui-quadrado visto que várias das combinações possuíam

frequência inferior a cinco, veja tabela 4. Além disso, a maior concentração de respondentes

está nas faixas-etárias de pessoas mais jovens, sendo 57,8% de até 24 anos e 25,3% de 25 a 29

anos. Essa concentração já era esperada, uma vez que o público-alvo da pesquisa eram

estudantes universitários. Como alternativa criou-se duas faixas somente: “até 24 anos” e

“Acima de 24 anos”. O teste qui-quadrado apresentou resultado significativo indicando que as

cidades de Curitiba, Teresina e Belo Horizonte apresentam um grupo mais homogêneo entre

si do que as demais, veja tabela 5.

39

Tabela 4 – Tabela de contingência de Faixa Etária e Cidade dos respondentes

Faixa Etária

Cidades

Total

Rio de Janeiro

Curitiba Teresina Manaus Belo

Horizonte

Até 19 anos n 1 0 0 16 2 19

% 2,9% 0% 0% 39% 5,9% 8,4%

De 20 a 24 anos n 27 34 17 20 13 111

% 77,1% 45,3% 42,5% 48,8% 38,2% 49,3%

De 25 a 29 anos n 5 26 11 4 11 57

% 14,3% 34,7% 27,5% 9,8% 32,4% 25,3%

De 30 a 34 anos n 2 12 6 1 3 24

% 5,7% 16,0% 15,0% 2,4% 8,8% 10,7%

De 35 a 39 anos n 0 2 3 0 4 9

% 0% 2,7% 7,5% 0% 11,8% 4,0%

De 40 a 44 anos n 0 1 1 0 1 3

% 0% 1,3% 2,5% 0% 2,9% 1,3%

Acima de 50 anos n 0 0 2 0 0 2

% 0% 0% 5% 0% 0% 0,9%

Total n 35 75 40 41 34 225

% 100% 100% 100% 100% 100% 100%

Tabela 5 – Tabela de contingência de Faixa Etária e Cidade dos respondentes

Faixa Etária

Cidades

Total

Rio de Janeiro

Curitiba Teresina Manaus Belo

Horizonte

Até 24 anos n 28 34 17 36 15 130

% 80% 45% 43% 88% 44% 58%

Acima de 24 anos n 7 41 23 5 19 95

% 20% 55% 58% 12% 56% 42%

Total n 35 75 40 41 34 225

% 100% 100% 100% 100% 100% 100%

Chi-quadrado (CWB, THZ e BHZ): observado: 0,085. Chi-quadrado esperado: 5,991. (pvalue=0,958)

40

3.5.4.3. Comparação das amostras quanto ao Curso

Como pode ser visto na tabela 6, a grande maioria dos entrevistados é estudante de

administração (76,9%), isso também pode ser observado para quase todas as cidades, exceto

Manaus, onde há uma distribuição quase exata entre os três cursos propostos como público-

alvo da pesquisa. Isto é justificado pela operacionalização da pesquisa, visto que os

professores contatados aplicaram os questionários em sua(s) turma(s) e, em sua maioria,

possuíam alunos da mesma área. Em Manaus, entretanto, o responsável pela pesquisa fazia

parte do núcleo de pesquisa da universidade, o que colaborou na melhor distribuição entre os

cursos. Com relação à Curso, não foi possível realizar o teste qui-quadrado visto que várias

das combinações possuíam frequência inferior a cinco. Acreditamos que os alunos de todos os

três cursos têm capacidade semelhante de resposta para as perguntas apresentadas nos

questionários.

Tabela 6 – Tabela de contingência de Curso e Cidade dos respondentes

Curso

Cidade

Total

Rio de Janeiro

Curitiba Teresina Manaus Belo

Horizonte

Administração n 27 55 40 16 34 172

% 77,1% 73,3% 100,0% 39,0% 100,0% 76,4%

Contabilidade n 0 20 0 11 0 31

% 0,0% 26,7% 0,0% 26,8% 0,0% 13,8%

Economia n 7 0 0 12 0 19

% 20,0% 0,0% 0,0% 29,3% 0,0% 8,4%

Engenharia n 1 0 0 2 0 3

% 2,9% 0,0% 0,0% 4,9% 0,0% 1,3%

Total n 35 75 40 41 34 225

% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

41

3.5.4.4. Comparação das amostras quanto ao Período Letivo

No que diz respeito ao período letivo, o número de entrevistados está bem distribuído entre o

4° e o 8° período. No total, foram declaradas matrículas em seis períodos diferentes, 4° ao

10°(somente um), exceção se fez ao 9° (nenhum). Novamente, não foi possível realizar o teste

qui-quadrado visto que várias das combinações possuíam frequência inferior a cinco.

Tabela 7 – Tabela de contingência de Período e Cidade dos respondentes

Período

Cidade

Total Rio de Janeiro Curitiba Teresina Manaus Belo

Horizonte

4,00 n 1 0 0 17 13 31 % 2,9% 0,0% 0,0% 41,5% 38,2% 13,8%

5,00 n 3 0 9 10 8 30

% 8,6% 0,0% 22,5% 24,4% 23,5% 13,3%

6,00 n 0 0 10 9 7 26

% 0,0% 0,0% 25,0% 22,0% 20,6% 11,6%

7,00 n 14 48 10 3 0 75

% 40,0% 64,0% 25,0% 7,3% 0,0% 33,3%

8,00 n 16 27 11 2 6 62

% 45,7% 36,0% 27,5% 4,9% 17,6% 27,6%

10,00 n 1 0 0 0 0 1

% 2,9% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% ,4%

Total n 35 75 40 41 34 225

% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Se dividirmos em dois subgrupos de três períodos cada, conforme a tabela 8, veremos que a

metade “mais experiente” representa 61,3% dos entrevistados totais, enquanto que a metade

“menos experiente” representa 38,7%. A maioria “mais experiente” pode ser verificada nas

cidades do Rio de Janeiro, Curitiba e Teresina, enquanto que em Manaus e Belo Horizonte, a

grande maioria dos respondentes se encontra entre o 4° e o 6° período. Mesmo nessa nova

configuração, não foi possível obter um resultado significativo do teste qui-quadrado, muito

provavelmente pelo grande desequilíbrio em algumas cidades, como Curitiba, por exemplo.

42

Tabela 8 – Tabela de contingência de Período e Cidade dos respondentes

Período (Grupos)

Cidade

Total Rio de Janeiro Curitiba Teresina Manaus

Belo Horizonte

4° ao 6° Período n 4 0 19 36 28 87 % 11,4% 0,0% 47,5% 87,8% 82,4% 38,7%

7° ao 10° Período*

n 31 75 21 5 6 138

% 88,6% 100,0% 52,5% 12,2% 17,6% 61,3%

Total n 35 75 40 41 34 225

% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Chi-quadrado observado:128,653. Chi-quadrado esperado: 9,488. (pvalue=0,000) *Exceto 9° período

3.5.5. Amostra Final

Nas comparações das amostras em que não foi possível concluir o teste qui-quadrado ou o

resultado não foi estatisticamente significativo, foi realizada uma análise posterior para

eliminar da amostra final os respondentes ou grupo de respondentes que estariam gerando a

falta de homogeneidade entre as amostras. Com isso, as amostras foram filtradas pelos

critérios de curso e periodo letivo e a partir daí foram calculadas as medias das avaliações de

cada grupo de respondent (critério), de maneira a enxergar o grupo ou respondente distoante

dos demais. No total, 29 observações foram eliminadas gerando a amostra final. Veja na

tabela 9 a distribuição final da amostra por curso e cidade e, na tabela 10, por curso e período

declarado, que seguiu para a análise dos resultados.

Tabela 9 – Distribuição final dos questionários por curso e cidade

Curso

Cidade

Total

Rio de Janeiro

Curitiba Teresina Manaus Belo

Horizonte

Administração n 25 52 27 16 30 150

% 83,3% 73,2% 100,0% 42,1% 100,0% 76,5%

Contabilidade n 0 19 0 10 0 29

% 0,0% 26,8% 0,0% 26,3% 0,0% 14,8%

Economia n 5 0 0 12 0 17

% 16,7% 0,0% 0,0% 31,6% 0,0% 8,7%

Total n 30 71 27 38 30 196

% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

43

Tabela 10 – Distribuição final dos questionários por curso e período declarado

Curso Cidade

Total 4° 5° 6° 7° 8°

Administração n 19 16 15 53 47 150

% 63,3% 22,5% 55,6% 139,5% 156,7% 76,5%

Contabilidade n 5 4 1 10 9 29

% 16,7% 5,6% 3,7% 26,3% 30,0% 14,8%

Economia n 4 3 5 3 2 17

% 13,3% 4,2% 18,5% 7,9% 6,7% 8,7%

Total n 28 23 21 66 58 196

% 93,3% 32,4% 77,8% 173,7% 193,3% 100,0%

3.5.6. Análise do Dados

Os dados obtidos através dos questionários foram adapatados para processamento estatístico.

Os softawares SPSSTM

v.17.0 e o STATATM

v.13 foram utilizados para realizar as estatísticas

univariadas e multivariadas. Primariamente, a base para análise empírica de dados foram as

medidas de estatística descritiva e análise exploratória de dados.

3.5.7. Comparação de Amostras

Para avaliar a possível assimetria da distância psíquica extra-regional, medida por item único,

entre as cinco regiões (cidades), foram realizados testes estatísticos de comparação de médias.

Para realização do teste estatístico foram considerados os pares de cidades (i, j), isto é, a

distância da Cidade i para Cidade j é diferente da distancia da Cidade j para Cidade i

(assimetria). O desenho amostral apresentado evidência o uso de amostras independentes para

a comparação das distâncias de pares de cidades e neste caso o uso do teste t para amostras

independentes ou o uso do teste de Mann Whitney são indicados. O teste t nos permite

identificar a existência ou não de diferença nas médias entre duas amostras independentes.

Segundo Triola (2005), o teste indicado para comparação de médias para amostras grandes

seria a estatística Z, porém, na comparação entre médias de amostras pequenas (n<30), as

estimativas das variâncias não são confiáveis e, por isso, o teorema central do limite não pode

ser aplicado, o que seria exigência para o uso da estatística Z. O autor recomenda então o teste

t, que por sua vez também possui requisitos mínimos: amostras independentes e distribuição

44

normal. Caso a segunda suposição seja violada, o teste não paramétrico de Mann Whitney

passa a ser o indicado.

3.5.8. Teste de Correlação

Para avaliar a relação entre a medida de distância psíquica extra-regional, medida por item

único e a medida de distância psíquica extra-regional mediada por conjunto de fatores síntese

utilizou-se a medida de correlação entre as médias oferecidas pelos instrumentos para as

cidades investigadas. Quando houver relação entre duas variáveis, vai existir correlação entre

elas (TRIOLA, 2005).

Para se medir a correlação, dois testes aparecem como principais. O primeiro teste é feito

através do coeficiente de correlação linear de Pearson. Nesta opção, também é exigido que os

pares de dados a serem comparados tenham distribuição normal bivariada. Caso essa premissa

não seja atendida, faz-se necessário a utilização de um teste não paramétrico. No caso, seria

indicado utilizar o coeficiente de correlação de postos ou o coeficiente de correlação de postos

de Spearman, usado para testar a associação entre duas variáveis cuja hipótese nula indica

falta de associação entre as variáveis (TRIOLA, 2005).

Na tabela 11 é apresentada uma interpretação prática para os resultados dos coeficientes de

correlação.

Tabela 11 – Interpretação do Coeficiente de Correlação de Pearson e Spearman

Coeficiente () Interpretação

= -1 Correlação negativa perfeita

-1 < ≤ -0.5 Forte correlação negativa

-0,5 < < 0 Fraca correlação negativa

= 0 Nenhuma correlação

0 < < 0.5 Fraca correlação positiva

0,5 ≤ < 1 Forte correlação positiva

= 1 Correlação positiva perfeita

Fonte – Figueiredo (2009, p.153)

45

3.5.9. Análise Fatorial Exploratória e Análise Fatorial Confirmatória

Com o intuito de se estimar um modelo de medição e se avaliar as propriedades das variáveis,

principalmente no que diz respeito à uni-dimensionalidade, validade e confiabilidade, foi

utilizado um roteiro de avaliação, conforme apresentado na tabela 12. Este roteiro é uma

versão simplificada do roteiro de Figueiredo (2009) que teve seu roteiro adaptado de Carneiro

(2007) para avaliação do grau de adequabilidade das propriedades psicométricas de construtos

medidos reflexivamente. A análise fatorial confirmatória será utilizada para o teste.

Tabela 12 – Roteiro de avaliação Análise Fatorial

Análise Fatorial Exploratória

1. A estrutura fatorial que emerge é unidimensional tal como esperado pela teoria

2. O fator contém pelo menos três indicadores com carga alta e, na média geral, há mais de três

indicadores com carga alta por fator, 0,5 ou superior

3. Os sinais (positivos ou negativos) das cargas fatoriais são compatíveis com o esperado pela teoria

e apontam todos na mesma direção

Análise Fatorial Confirmatória

4. A estimação dos parâmetros não produz nenhuma solução imprópria ou não admissível

5. Os sinais das cargas fatoriais são compatíveis com o esperado pela teoria e apontam todos na

mesma direção

6. As correlações inter-itens intra-construto estimadas pelo modelo, são suficientemente altas

7. As correlações inter-itens intra-construto são estatisticamente significativas

8. A correlação inter-itens intra-construto média é suficiente alta, ou seja, maior ou igual a 0,30

9. A correlação inter-itens intra-construto média de cada indicador, bem como qualquer correlação

item-total intra-construto, não é alta demais, ou seja, não é maior que 0,90

10. A magnitude de cada carga padronizada é suficiente alta, ou seja, maior que 0,50 ou, idealmente,

maior que 0,707.

11. As cargas fatoriais são estatisticamente significativas

12. A variância média extraída (average variance extracted, AVE) de cada construto é maior ou igual

a 0,50

13. As variâncias dos erros de mensuração de cada indicador são estatisticamente significativas

14. Os resíduos padronizados entre (as covariâncias, observadas vs. estimadas, de) indicadores de um

mesmo construto não têm um valor negativo alto (isto é, são menores, em valor absoluto, que

3,84 – ou se situam entre 2,58 e 3,84, o que apenas levantaria suspeitas)

Após a verificação do grau de validade e da uni-dimensionalidade dos construtos, a confiabilidade de

cada construto deve ser avaliada, verificando-se se:

15. c, de cada construto é suficientemente alto, ou seja,

maior ou igual a 0,60

16. O índice de confiabili i, é suficientemente alto

Além das propriedades psicométricas dos indicadores e construtos, é necessário avaliar o grau de

adequabilidade geral do conjunto de indicadores e construtos

17. Os diversos indicadores do grau de adequabilidade geral do modelo de mensuração (goodness-of-

fit) apresentam um quadro satisfatório (a decisão sobre o que seria “um quadro geral satisfatório”

pode depender do julgamento do pesquisador, posto que alguns índices de fit podem sugerir

adequabilidade enquanto outros podem sugerir o contrário)

Fonte: Adaptado de Figueiredo (2009, p.153)

46

3.6. LIMITAÇÕES DO ESTUDO

O presente estudo está sujeito à limitações que permeiam o campo conceitual e o campo

metodológico. A primeira delas, conceitual, é assumir que os construtos que compõem o

conceito de distância psíquica são independentes.

A delimitação do universo amostral também pode gerar limitações. Tendo em vista que foram

selecionados, mesmo que aleatoriamente, estudantes de universidades brasileiras, não há

garantia que esses indivíduos estão aptos a responder com precisão o que a pesquisa buscou

investigar. As características do público selecionado como amostra poderiam ser responsáveis

por problemas como: falta de maturidade para avaliação subjetiva e viés da localização de

onde se encontram.

Similarmente, o uso de estudantes somente de universidades federais pode não ser

representantivo, visto que esse público representa apenas uma parte da população, no que diz

respeito às características sociais. Entretanto, as limitações apontadas acompanham o tipo de

método escolhido, não sendo um caso específico deste estudo.

47

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Este capítulo apresenta os resultados empíricos do estudo. Em primeiro lugar, foram

detalhadas as estatísticas descritivas dos dados coletados via survey. Essas estatísticas,

preliminarmente, permitem analisar o comportamento das avaliações dos respondentes de

forma geral, como o grau de distanciamento médio dos respondentes de cada cidade com

relação aos demais locais. Em seguida, tem-se início os procedimentos estatísticos de

avaliação de premissas, como o teste de normalidade e o teste de correlações. Na sequência é

testado o modelo e seus construtos através das análises fatoriais exploratórias e

confirmatórias. Ao final desta seção apresenta-se a operacionalização dos testes de hipóteses.

4.1. AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES ESTATÍSTICAS DAS VARIÁVEIS

Neste trabalho foram avaliadas as medidas de distância psíquica extra-regional de cinco

regiões (cidades) do país: Rio de Janeiro, Curitiba, Teresina, Belo Horizonte e Manaus. Os

respondentes de cada região foram convidados a responder sobre a distância psíquica de

outras quatro regiões, por exemplo, um respondente do Rio de Janeiro, responderia sobre sua

percepção da distância psíquica para Curitiba, Teresina, Belo Horizonte e Manaus. Assim, as

análises foram realizadas considerando os vinte possíveis pares de regiões origem da análise e

o destino da análise, como pode ser visto na tabela 13.

Tabela 13 – Possíveis pares de regiões: origem e destino da análise

Origem Destino

RIO CWB THZ BHZ MAO

RIO – Rio de Janeiro

1 2 3 4

CWB – Curitiba 5

6 7 8

THZ – Teresina 9 10

11 12

BHZ – Belo Horizonte 13 14 15

16

MAO – Manaus 17 18 19 20

Os testes estatísticos englobaram as cinco categorias de pergunta do questionário apresentadas

na tabela 14.

48

Tabela 14 – Tabela código - item

Cód Item

A1 De maneira geral

B1 Meio ambiente físico ou natural

B2 Ambiente político, social e econômico

B3 Formas de se fazer negócios

B4 Valores culturais, crenças, atitudes e tradições

A primeira etapa realizada foi a Análise Exploratória dos dados obtidos, seguido pelo teste de

normalidade dos itens. Para tal, o teste de Kolmogorov-Smirnov foi utilizado.

As estatísticas descritivas, mínimo, máximo, média e desvio-padrão são apresentados na

tabela 15. Pode-se perceber que as médias tendo como origem a cidade do Rio de Janeiro

indicam Belo Horizonte como a cidade mais próxima e Manaus como a mais distante, o

mesmo ocorreu quando a origem foi a cidade de Curitiba. Quando se considerou a origem na

cidade de Teresina, as médias indicaram Manaus como a cidade mais próxima e Rio de

Janeiro como a mais distante. Para a cidade de Belo Horizonte como origem, as médias

indicaram a cidade do Rio de Janeiro como a mais próxima e a cidade de Manaus como a

mais afastada. Por fim, quando se considerou a cidade de Manaus como origem, as médias

indicaram a cidade de Teresina como mais próxima e a cidade de Curitiba como mais

distante. Ou seja, as cidades do Sul e Sudeste quando origem consideram outras cidades do

Sul e Sudeste como mais próximas e consideram as cidades do Norte e Nordeste como mais

afastadas. Da mesma forma as cidades do Norte e Nordeste quando origem consideraram

outras cidades do Norte e Nordeste como mais próximas e as cidades do Sul e Sudeste como

mais distantes.

O teste de Kolmogorov-Smirnov indicou a rejeição da hipótese de normalidade da

distribuição para todos os itens em todas as combinações, resultado compatível com o

esperado visto que os itens foram medidos com escala de cinco pontos. Desta forma, não se

justifica o uso de métodos cuja suposição de normalidade é necessária. Por exemplo, no caso

do teste de médias, o teste não paramétrico de Mann Whitney será preferível ao teste t,

paramétrico. Para a Análise Fatorial Confirmatória, a seleção do método ADF (Asymptotically

Distribution-Free), no AMOS, seria mais adequado, no entanto, o pequeno tamanho da

amostra obrigou ao uso do método MV (maximum likelihood).

49

Tabela 15 – Estatísticas descritivas do itens avaliados

Origem Item

Destino

RIO CWB THZ BHZ MAO

Mín Máx Média DP Mín Máx Média DP Mín Máx Média DP Mín Máx Média DP Mín Máx Média DP

RIO

(n=30)

A1

2,00 5,00 3,47 0,94 2,00 5,00 4,20 0,71 1,00 5,00 2,60 0,97 1,00 5,00 4,40 1,00

B1 1,00 5,00 3,37 1,16 2,00 5,00 3,60 0,72 1,00 5,00 2,70 1,18 2,00 5,00 4,00 0,95

B2 1,00 5,00 2,63 1,13 2,00 5,00 3,77 0,77 1,00 3,00 2,03 0,89 3,00 5,00 4,33 0,71

B3 1,00 5,00 2,27 0,98 2,00 5,00 3,60 0,81 1,00 3,00 1,80 0,81 2,00 5,00 3,93 0,91

B4 1,00 5,00 2,83 1,29 2,00 5,00 3,47 0,78 1,00 4,00 2,20 0,81 3,00 5,00 4,23 0,63

CWB

(n=71)

A1 2,00 5,00 4,04 0,85

2,00 5,00 4,13 0,96 1,00 5,00 3,04 1,19 1,00 5,00 4,34 0,88

B1 1,00 5,00 3,86 1,12 2,00 5,00 3,90 0,97 1,00 5,00 3,03 1,10 2,00 5,00 4,08 0,92

B2 1,00 5,00 3,32 1,14 1,00 5,00 3,86 1,03 1,00 5,00 2,59 1,27 2,00 5,00 3,94 0,94

B3 1,00 5,00 3,15 1,20 1,00 5,00 3,58 1,06 1,00 5,00 2,63 1,27 1,00 5,00 3,82 0,98

B4 1,00 5,00 3,72 1,15 1,00 5,00 3,90 1,04 1,00 5,00 3,01 1,24 1,00 5,00 4,07 1,00

THZ (n=27)

A1 2,00 5,00 4,56 0,75 2,00 5,00 4,19 1,11

1,00 5,00 3,96 1,16 1,00 5,00 3,70 1,20

B1 1,00 5,00 4,19 1,04 2,00 5,00 4,15 0,99 2,00 5,00 3,78 1,01 1,00 5,00 3,59 1,12

B2 2,00 5,00 3,89 1,09 2,00 5,00 4,00 1,04 2,00 5,00 3,67 1,00 1,00 5,00 3,33 1,04

B3 1,00 5,00 3,63 1,28 1,00 5,00 3,15 1,38 1,00 5,00 3,07 1,27 1,00 5,00 3,15 1,29

B4 1,00 5,00 3,78 1,15 1,00 5,00 3,30 1,17 1,00 5,00 3,37 1,42 1,00 5,00 3,33 1,24

BHZ (n=30)

A1 1,00 5,00 3,67 1,30 2,00 5,00 4,20 0,96 2,00 5,00 4,23 1,01

2,00 5,00 4,43 1,01

B1 1,00 5,00 3,43 1,25 1,00 5,00 3,33 1,49 2,00 5,00 4,03 1,03 1,00 5,00 4,10 1,12

B2 1,00 5,00 2,87 1,43 1,00 5,00 3,03 1,25 1,00 5,00 3,63 1,33 1,00 5,00 4,07 1,26

B3 1,00 5,00 3,10 1,24 1,00 5,00 2,93 1,39 1,00 5,00 3,70 1,18 2,00 5,00 3,67 1,18

B4 1,00 5,00 3,13 1,20 1,00 5,00 3,20 1,40 1,00 5,00 3,70 1,15 1,00 5,00 4,10 1,16

MAO (n=38)

A1 2,00 5,00 3,82 1,06 2,00 5,00 4,21 0,91 1,00 5,00 2,84 1,20 2,00 5,00 3,66 0,97

B1 2,00 5,00 3,82 0,95 2,00 5,00 4,00 1,01 1,00 5,00 3,08 1,10 2,00 5,00 3,76 0,91

B2 2,00 5,00 3,92 0,97 1,00 5,00 3,97 1,05 1,00 5,00 3,32 1,14 1,00 5,00 3,82 1,04

B3 1,00 5,00 3,42 1,43 1,00 5,00 3,66 1,21 1,00 5,00 3,16 1,13 1,00 5,00 3,42 1,31

B4 1,00 5,00 3,71 1,11 1,00 5,00 3,92 1,05 1,00 5,00 3,13 1,07 1,00 5,00 3,79 1,14

50

Também foram feitas as correlações dos itens da distância psíquica extra-regional

(correlações de Spearman) e apresentadas na tabela 16 abaixo. A cidade que, como origem,

obteve o maior número de pares correlacionados foi Curitiba, seguida de Belo Horizonte,

Manaus, Teresina e, por último, Rio de Janeiro. Na visão das cidades como destino, a cidade

que mais teve pares positivamente correlacionados (estatisticamente significativos) foi Belo

Horizonte, seguida de Teresina, Rio de Janeiro e Curitiba e Manaus empatadas.

É possível verificar quantos foram os pares com correlação estatisticamente

significativa inter-item (B1, B2, B3 e B4). No total, cada item se “encontrou” com outro item

20 vezes, isto é, são 20 combinações pelas cinco cidades. Os pares (B1, B4) e (B2, B3)

obtiveram sucesso em 14 das 16 correlações possíveis (70%), sendo estes os pares com maior

número de correlações positivas estatisticamente significativas. O par (B3, B4) obteve 60% de

correlações positivas válidas. O par (B1, B3) obteve 55% de correlações válidas. Por fim, os

pares (B1, B2) e (B2, B4) obtiveram 40% de correlações positivas válidas. A média do

percentual de correlações inter-itens estatisticamente significativas foi de 56%, o que permite

assumir que os resultados do teste de correlação de Spearman foram satisfatórios.

51

Tabela 16 – Correlação entre itens

Origem Item

Destino

RIO CWB THZ BHZ MAO

A1 B1 B2 B3 B4 A1 B1 B2 B3 B4 A1 B1 B2 B3 B4 A1 B1 B2 B3 B4 A1 B1 B2 B3 B4

RIO

(n=30)

A1

1

1

1

1

B1 0,47** 1

-0,10 1

0,15 1

0,04 1

B2 0,29 0,42* 1

-0,11 0,11 1

0,44* 0,35 1

0,23 0,12 1

B3 0,16 0,02 0,39* 1

0,18 0,21 0,54** 1

0,61** 0,25 0,65** 1

-0,02 0,00 0,45* 1

B4 0,16 0,04 0,28 0,15 1 -0,13 0,48** 0,06 0,42* 1 0,52** 0,55** 0,42* 0,63** 1 -0,03 0,26 0,32 0,27 1

CWB

(n=71)

A1 1

1

1

1

B1 0,10 1

0,42** 1

0,41** 1

0,27* 1

B2 0,40** 0,14 1

0,54** 0,37** 1

0,43** 0,30** 1

0,39** 0,38** 1

B3 0,13 0,33** 0,49** 1

0,44** 0,35** 0,53** 1

0,36** 0,41** 0,54** 1

0,36** 0,55** 0,53** 1

B4 0,15 0,21 0,20 0,44** 1 0,42** 0,30* 0,44** 0,43** 1 0,28* 0,32** 0,40** 0,44** 1 0,23 0,44** 0,51** 0,37** 1

THZ

(n=27)

A1 1

1

1

1

B1 0,41* 1

0,45* 1

0,50** 1

0,42* 1

B2 0,47* 0,05 1

0,67** 0,45* 1

0,72** 0,33 1

0,12 0,07 1

B3 0,41* 0,45* 0,35 1

0,19 0,17 0,25 1

0,47* 0,26 0,41* 1

0,30 0,29 0,49** 1

B4 0,70** 0,20 0,574** 0,24 1 0,10 0,440* 0,32 0,36 1 0,18 0,42* 0,15 0,29 1 0,07 0,35 0,12 0,33 1

BHZ

(n=30)

A1 1

1

1

1

B1 0,57** 1

0,16 1

0,85** 1

0,53** 1

B2 0,07 0,05 1

0,03 0,57** 1

0,40* 0,37* 1

0,25 0,34 1

B3 0,79** 0,53** 0,18 1

0,17 0,60** 0,55** 1

0,42* 0,69** 0,56** 1

0,43* 0,57** 0,64** 1

B4 0,54** 0,56** 0,40* 0,56** 1 0,40* 0,58** 0,24 0,56** 1 0,47** 0,49** 0,35 0,43* 1 0,41* 0,78** 0,26 0,54** 1

MAO

(n=38)

A1 1

1

1

1

B1 0,17 1

0,36* 1

0,53** 1

0,36* 1

B2 0,24 -0,22 1

0,33* 0,29 1

0,46** 0,32* 1

0,26 0,31 1

B3 0,21 0,22 0,18 1

0,08 0,26 0,42** 1

0,29 0,42** 0,15 1

0,38* 0,61** 0,23 1

B4 0,34* 0,50** 0,34* 0,35* 1 0,39* 0,61** 0,13 0,30 1 0,19 0,39* 0,31 0,20 1 0,41* 0,47** 0,37* 0,42** 1

Onde: ***Significativo a 1%; **Significativo a 5%; e *Significativo a 10%.

52

4.2. ANÁLISE DE RESULTADOS DE DISTÂNCIA PSÍQUICA POR CONJUNTO

DE FATORES

4.2.1. Avaliação empírica das propriedades psicométricas

Discute-se a seguir se o construto distância psíquica extra-regional apresenta características

adequadas para um modelo de mensuração satisfatório. Após a análise das correlações

realizadas na seção anterior, foi aplicada a Análise Fatorial Exploratória e prosseguiu-se

com a Análise Fatorial Confirmatória. Para se tornar o modelo de mensuração identificável

em uma Análise Fatorial Confirmatória torna-se necessário que seja definida uma escala de

medidas para a variável latente.

Isto é realizado fixando uma das cargas de um dos itens de cada variável e pode ser feito,

tanto fixando o valor 1.0 à própria variável, de maneira que a variável latende fique na

mesma escala da medida do respectivo indicador, ou fixando a varância da variável latente,

padronizando a escala de medida da variável (MACCALLUN; BROWNE, 1993). Neste

estudo, optou-se pela primeira opção, uma vez que o objetivo era estimar as cargas de cada

item. Em seguida, avaliam-se as propriedades psicométricas (uni-dimensionalidade,

validade e confiabilidade), por meio da verificação do grau de adequabilidade dos itens e

de sua relação com o construto.

O modelo testado foi proposto por Figueiredo (2009) e utilizado no presente trabalho, e se

baseia em ‘dimensões-síntese’. O modelo é formado pelas quatro dimensões que

constituem o domínio conceitual do construto, segundo a literatura: dimensão cultural,

dimensão de negócios, dimensão do macroambiente e dimensão física.

As dimensões e suas respectivas medidas de item único são apresentadas a seguir:

Dimensão Física: medida pela percepção de diferenças no ‘meio ambiente físico ou

natural’ (B1);

Dimensão de Macroambiente: medida pela percepção de diferenças no ‘ambiente

político, social e econômico’ (B2);

53

Dimensão de Negócios: medida pela percepção de diferenças na ‘forma de se fazer

negócios’ (B3); e

Dimensão Cultural: medida pela percepção de diferenças em ‘valores culturais,

crenças, atitudes e tradições’ (B4).

Análise Fatorial Exploratória

Conforme Hair et al. (2006), para a aplicação de uma Análise Fatorial Exploratória é

necessário uma amostra com número mínimo de 5 observações para cada item. 5:1. Todos

os pares de região origem-destino satisfizeram essa propriedade, sendo que na cidade de

origem Teresina, o pior dos casos, 27 observações, 5,4:1 e na cidade de origem de Curitiba,

o melhor dos casos, 71 observações, 14,2:1.

Os resultados da Análise Fatorial Exploratória, considerando a cidade do Rio de Janeiro

como origem são apresentados na figura 10 e discutidos em seguida.

54

Figura 10 – Análise Fatorial Exploratória – Dimensões-síntese – Rio de Janeiro origem

AFE - Curitiba Correlação

Fator Item-Total

1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4

B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,491 .428 0,241 0,211 1

B2 - Ambiente político, social e econômico 0,857 .519 0,734 0,587 0,396 1

B3 - Formas de se fazer negócios 0,683 .547 0,467 0,340 0,032 0,434 1

B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,587 .678 0,345 0,274 0,042 0,312 0,255 1

KMO = 0,528 a Cronbach 0,556

Variância Explicada = 44,7%

AFE - Teresina Correlação

Fator Item-Total

1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4

B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,587 .568 0,345 0,321 1

B2 - Ambiente político, social e econômico 0,608 .452 0,370 0,323 0,074 1

B3 - Formas de se fazer negócios 0,822 .498 0,675 0,572 0,187 0,559 1

B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,723 .486 0,522 0,438 0,466 0,073 0,415 1

KMO = 0,495 a Cronbach 0,631

Variância Explicada = 47,8%

AFE - Belo Horizonte Correlação

Fator Item-Total

1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4

B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,672 .566 0,451 0,466 1

B2 - Ambiente político, social e econômico 0,773 .660 0,598 0,557 0,339 1

B3 - Formas de se fazer negócios 0,819 .576 0,670 0,591 0,262 0,635 1

B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,841 .611 0,708 0,689 0,574 0,424 0,596 1

KMO = 0,603 a Cronbach 0,758

Variância Explicada = 60,7%

AFE - Manaus Correlação

Fator Item-Total

1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4

B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,345 .506 0,119 0,130 1

B2 - Ambiente político, social e econômico 0,757 .606 0,573 0,394 0,102 1

B3 - Formas de se fazer negócios 0,717 .577 0,514 0,294 0,000 0,410 1

B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,701 .637 0,492 0,393 0,233 0,284 0,271 1

KMO = 0,595 a Cronbach 0,486

Variância Explicada = 42,5%

Matriz de correlação Inter-Item

Matriz de correlação Inter-Item

Matriz de correlação Inter-Item

Matriz de correlação Inter-Item

55

Rio de Janeiro – Curitiba

Para o modelo com Rio de Janeiro origem e Curitiba destino, obteve-se significância

estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=14,4; pvalue<0,026),

indicando a existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida

de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,528, desejável superior

a 0,7, e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5, exceção se fez ao item B1, 0,428. Pode-

se considerar atendidas em parte as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.

A análise não confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, mesmo assim

reuniu-se as quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou

explicação apenas razoável, total de 45%. Pode-se observar que três dos itens apresentaram

carga inferior a 0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa

de Cronbach, 0,556 (inferior ao desejável 0,7). Além disso, as correlações item total

corrigidas foram superiores a 0,2 e somente metade das correlações inter-item intra-

construto foram superiores a 0,3 (desejável).

Rio de Janeiro – Teresina

Para o modelo com Rio de Janeiro origem e Teresina destino, obteve-se significância

estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=23,0; pvalue<0,001),

indicando a existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida

de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,495, desejável superior

a 0,7, e o MSA de todos os itens foi próximo a 0,5. Portanto, pode-se considerar atendidas

em parte as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.

A análise não confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, mesmo assim

reuniu-se as quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou

explicação apenas razoável, total de 48%. Pode-se observar que dois dos itens

apresentaram carga inferior a 0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por

meio do alfa de Cronbach, 0,631 (próximo ao desejável 0,7). Além disso, as correlações

item total corrigidas foram superiores a 0,3 e somente metade das correlações inter-item

intra-construto foram superiores a 0,3 (desejável).

Rio de Janeiro – Belo Horizonte

56

Para o modelo com Rio de Janeiro origem e Belo Horizonte destino, obteve-se

significância estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=38,3;

pvalue<0,001), indicando a existência de correlações suficientes entre os quatro itens

avaliados. A medida de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi

0,603, próximo ao desejável 0,7, e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Portanto,

pode-se considerar atendidas as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.

A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as

quatro medidas em um único fator. O modelo apresentou boa explicação, total de 61%.

Pode-se observar que somente um dos itens apresentou carga inferior a 0,7 (desejável). A

confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de Cronbach, 0,758 (superior ao

desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram superiores a 0,4 e

somente 1 das correlações inter-item intra-construto foi inferior a 0,3.

Rio de Janeiro – Manaus

Para o modelo com Rio de Janeiro origem e Manaus destino, obteve-se significância

estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=9,7; pvalue<0,134),

rejeitando a hipótese de existência de correlações suficientes entre os quatro itens

avaliados. A medida de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi

0,595, desejável superior a 0,7, e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Portanto,

podem-se considerar atendidas em parte as exigências para uso da Análise Fatorial

Exploratória.

A análise não confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, mesmo assim

reuniu-se as quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou

explicação apenas razoável, total de 43%. Pode-se observar que somente um dos itens

apresentou carga inferior a 0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por

meio do alfa de Cronbach, 0,486 (inferior ao desejável 0,7). Além disso, as correlações

item total corrigidas, a exceção de um item foram próximas ou superiores a 0,3 e somente

uma das correlações inter-item intra-construto foi superior a 0,3 (desejável) e ainda

apresentou correlação nula para o par (B1, B3).

Os resultados da Análise Fatorial Exploratória, considerando a cidade de Curitiba como

origem são apresentados na figura 11 e discutidos a seguir.

57

Figura 11 – Análise Fatorial Exploratória – Dimensões-síntese – Curitiba origem

AFE -Rio de Janeiro Correlação

Fator Item-Total

1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4

B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,567 .672 0,321 0,311 1

B2 - Ambiente político, social e econômico 0,653 .596 0,426 0,367 0,125 1

B3 - Formas de se fazer negócios 0,867 .574 0,751 0,648 0,365 0,482 1

B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,688 .670 0,473 0,409 0,223 0,212 0,466 1

KMO = 0,612 a Cronbach 0,649

Variância Explicada = 49,3%

AFE - Teresina Correlação

Fator Item-Total

1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4

B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,654 .794 0,428 0,420 1

B2 - Ambiente político, social e econômico 0,797 .717 0,635 0,577 0,384 1

B3 - Formas de se fazer negócios 0,808 .706 0,653 0,594 0,373 0,530 1

B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,684 .779 0,467 0,449 0,243 0,385 0,425 1

KMO = 0,738 a Cronbach 0,720

Variância Explicada = 54,6%

AFE - Belo Horizonte Correlação

Fator Item-Total

1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4

B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,662 .757 0,438 0,439 1

B2 - Ambiente político, social e econômico 0,767 .711 0,588 0,551 0,285 1

B3 - Formas de se fazer negócios 0,835 .686 0,697 0,645 0,450 0,553 1

B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,732 .797 0,536 0,514 0,327 0,431 0,450 1

KMO = 0,728 a Cronbach 0,742

Variância Explicada = 56,5%

AFE - Manaus Correlação

Fator Item-Total

1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4

B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,769 .683 0,592 0,568 1

B2 - Ambiente político, social e econômico 0,796 .669 0,633 0,608 0,385 1

B3 - Formas de se fazer negócios 0,805 .635 0,648 0,601 0,573 0,550 1

B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,693 .679 0,480 0,482 0,395 0,489 0,305 1

KMO = 0,664 a Cronbach 0,764

Variância Explicada = 58,8%

Matriz de correlação Inter-Item

Matriz de correlação Inter-Item

Matriz de correlação Inter-Item

Matriz de correlação Inter-Item

58

Curitiba – Rio de Janeiro

Para o modelo com Curitiba origem e Rio de Janeiro destino, obteve-se significância

estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=44,8; pvalue<0,000),

indicando a existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida

de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,612, próximo ao

desejável superior a 0,7, e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar

atendidas em parte as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.

A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as

quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou explicação

apenas razoável, total de 49%. Pode-se observar que três dos itens apresentaram carga

inferior a 0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de

Cronbach, 0,649 (próximo ao desejável 0,7). Além disso, as correlações item total

corrigidas foram superiores a 0,3 (desejável).

Curitiba – Teresina

Para o modelo com Curitiba origem e Teresina destino, obteve-se significância estatística

para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=53,1; pvalue<0,000), indicando a

existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida de

adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,738, superior a 0,7

(desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas as

exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.

A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as

quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou boa

explicação, total de 55%. Pode-se observar que dois dos itens apresentaram carga inferior a

0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de Cronbach,

0,720 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram superiores a

0,3 (desejável).

Curitiba – Belo Horizonte

Para o modelo com Curitiba origem e Belo Horizonte destino, obteve-se significância

estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=61,3; pvalue<0,000),

59

indicando a existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida

de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,728, superior a 0,7

(desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas as

exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.

A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as

quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou boa

explicação, total de 57%. Pode-se observar que um dos itens apresentaram carga inferior a

0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de Cronbach,

0,742 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram superiores a

0,3 (desejável).

Curitiba – Manaus

Para o modelo com Curitiba origem e Manaus destino, obteve-se significância estatística

para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=75,7; pvalue<0,000), indicando a

existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida de

adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,664, próximo a 0,7

(desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas em

parte as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.

A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as

quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou boa

explicação, total de 59%. Pode-se observar que um dos itens apresentaram carga inferior a

0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de Cronbach,

0,764 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram superiores a

0,3 (desejável).

Os resultados da Análise Fatorial Exploratória, considerando a cidade de Teresina como

origem são apresentados na figura 12 e discutidos em sequência.

60

Figura 12 – Análise Fatorial Exploratória – Dimensões-síntese – Teresina origem

AFE - Rio de Janeiro Correlação

Fator Item-Total

1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4

B1 - Meio ambiente f’sico ou natural 0,558 .493 0,311 0,334 1

B2 - Ambiente político, social e econômico 0,754 .518 0,569 0,467 0,087 1

B3 - Formas de se fazer negócios 0,685 .631 0,470 0,438 0,373 0,330 1

B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,805 .559 0,648 0,534 0,292 0,593 0,281 1

KMO = 0,548 a Cronbach 0,660

Variância Explicada = 49,9%

AFE - Curitiba Correlação

Fator Item-Total

1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4

B1 - Meio ambiente f’sico ou natural 0,757 .589 0,573 0,446 1

B2 - Ambiente político, social e econômico 0,744 .651 0,554 0,458 0,487 1

B3 - Formas de se fazer negócios 0,544 .586 0,296 0,317 0,124 0,242 1

B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,755 .647 0,570 0,505 0,426 0,317 0,353 1

KMO = 0,621 a Cronbach 0,641

Variância Explicada = 49,8%

AFE - Belo Horizonte Correlação

Fator Item-Total

1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4

B1 - Meio ambiente f’sico ou natural 0,739 .619 0,546 0,468 1

B2 - Ambiente político, social e econômico 0,674 .597 0,455 0,380 0,342 1

B3 - Formas de se fazer negócios 0,694 .647 0,481 0,415 0,253 0,384 1

B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,654 .593 0,428 0,376 0,408 0,145 0,283 1

KMO = 0,614 a Cronbach 0,621

Variância Explicada = 47,7%

AFE - Manaus Correlação

Fator Item-Total

1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4

B1 - Meio ambiente f’sico ou natural 0,576 .625 0,332 0,306 1

B2 - Ambiente político, social e econômico 0,568 .510 0,323 0,287 0,022 1

B3 - Formas de se fazer negócios 0,842 .567 0,708 0,587 0,310 0,449 1

B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,717 .660 0,514 0,429 0,323 0,149 0,424 1

KMO = 0,585 a Cronbach 0,619

Variância Explicada = 46,9%

Matriz de correlação Inter-Item

Matriz de correlação Inter-Item

Matriz de correlação Inter-Item

Matriz de correlação Inter-Item

61

Teresina – Rio de Janeiro

Para o modelo com Teresina origem e Rio de Janeiro destino, obteve-se significância

estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=18,9; pvalue<0,004),

indicando a existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida

de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,548, abaixo de 0,7

(desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5, exceto pelo item B1 (0,493).

Pode-se considerar atendidas em parte as exigências para uso da Análise Fatorial

Exploratória.

A análise não confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, mesmo assim

reuniu-se as quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou

boa explicação, total de 50%. Pode-se observar que dois dos itens apresentaram carga

inferior a 0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de

Cronbach, 0,660 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram

superiores a 0,3 (desejável).

Teresina – Curitiba

Para o modelo com Teresina origem e Curitiba destino, obteve-se significância estatística

para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=15,6; pvalue<0,016), indicando a

existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida de

adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,621, próximo a 0,7

(desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas em

parte as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.

A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as

quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou boa

explicação, total de 50%. Pode-se observar que um dos itens apresentaram carga inferior a

0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de Cronbach,

0,641 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram superiores a

0,3 (desejável).

Teresina – Belo Horizonte

62

Para o modelo com Teresina origem e Belo Horizonte destino, obteve-se significância

estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=12,6; pvalue<0,048),

indicando a existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida

de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,614, próximo a 0,7

(desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas em

parte as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.

A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as

quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou apenas

explicação razoável, total de 48%. Pode-se observar que três dos itens apresentaram carga

inferior a 0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de

Cronbach, 0,621 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram

superiores a 0,3 (desejável).

Teresina – Manaus

Para o modelo com Teresina origem e Manaus destino, obteve-se significância estatística

para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=14,1; pvalue<0,028), indicando a

existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida de

adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,585, inferior a 0,7

(desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas em

parte as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.

A análise não confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, mesmo assim

reuniu-se as quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou

apenas explicação razoável, total de 47%. Pode-se observar que dois dos itens

apresentaram carga inferior a 0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por

meio do alfa de Cronbach, 0,619 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total

corrigidas foram superiores a 0,2 e somente uma correlação inter-item intra-construto não

foi superior a 0,3 (desejável).

Os resultados da Análise Fatorial Exploratória, considerando a cidade de Belo Horizonte

como origem são apresentados na figura 13 e discutidos em sequência.

63

Figura 13 – Análise Fatorial Exploratória – Dimensões-síntese – Belo Horizonte origem

AFE - Rio de Janeiro Correlação

Fator Item-Total

1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4

B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,782 .628 0,612 0,496 1

B2 - Ambiente político, social e econômico 0,475 .455 0,226 0,276 0,072 1

B3 - Formas de se fazer negócios 0,799 .782 0,639 0,556 0,526 0,202 1

B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,893 .610 0,797 0,749 0,606 0,434 0,571 1

KMO = 0,632 a Cronbach 0,714

Variância Explicada = 56,8%

AFE - Curitiba Correlação

Fator Item-Total

1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4

B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,874 .715 0,763 0,739 1

B2 - Ambiente político, social e econômico 0,709 .647 0,502 0,513 0,550 1

B3 - Formas de se fazer negócios 0,851 .763 0,724 0,703 0,610 0,520 1

B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,748 .650 0,559 0,561 0,594 0,233 0,557 1

KMO = 0,699 a Cronbach 0,809

Variância Explicada = 63,7%

AFE - Teresina Correlação

Fator Item-Total

1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4

B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,847 .592 0,718 0,628 1

B2 - Ambiente político, social e econômico 0,602 .656 0,362 0,393 0,261 1

B3 - Formas de se fazer negócios 0,852 .604 0,725 0,651 0,688 0,435 1

B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,695 .723 0,483 0,460 0,502 0,265 0,364 1

KMO = 0,626 a Cronbach 0,732

Variância Explicada = 57,2%

AFE - Manaus Correlação

Fator Item-Total

1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4

B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,788 .702 0,621 0,571 1

B2 - Ambiente político, social e econômico 0,634 .540 0,402 0,413 0,239 1

B3 - Formas de se fazer negócios 0,868 .624 0,754 0,728 0,518 0,617 1

B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,745 .659 0,555 0,507 0,602 0,161 0,479 1

KMO = 0,633 a Cronbach 0,753

Variância Explicada = 58,3%

Matriz de correlação Inter-Item

Matriz de correlação Inter-Item

Matriz de correlação Inter-Item

Matriz de correlação Inter-Item

64

Belo Horizonte – Rio de Janeiro

Para o modelo com Belo Horizonte origem e Rio de Janeiro destino, obteve-se

significância estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=32,5;

pvalue<0,000), indicando a existência de correlações suficientes entre os quatro itens

avaliados. A medida de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi

0,632, próximo a 0,7 (desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5, exceto pelo

item B2 (0,455). Pode-se considerar atendidas em parte as exigências para uso da Análise

Fatorial Exploratória.

A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as

quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou boa

explicação, total de 57%. Pode-se observar que um dos itens apresentou carga inferior a

0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de Cronbach,

0,714 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram superiores a

0,2 e somente uma correlação inter-item intra-construto não foi superior a 0,3 (desejável).

Belo Horizonte – Curitiba

Para o modelo com Belo Horizonte origem e Curitiba destino, obteve-se significância

estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=40,3; pvalue<0,000),

indicando a existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida

de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,699, muito próximo a

0,7 (desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas

as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.

A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as

quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou boa

explicação, total de 64%. Pode-se observar que todos os itens apresentaram carga superior

a 0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de Cronbach,

0,809 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram superiores a

0,3 (desejável).

Belo Horizonte – Teresina

65

Para o modelo com Belo Horizonte origem e Teresina destino, obteve-se significância

estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=31; pvalue<0,000),

indicando a existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida

de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,626, próximo a 0,7

(desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas em

parte as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.

A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as

quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou boa

explicação, total de 57%. Pode-se observar que dois dos itens apresentaram carga inferior a

0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de Cronbach,

0,714 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram superiores a

0,3 (desejável).

Belo Horizonte – Manaus

Para o modelo com Belo Horizonte origem e Manaus destino, obteve-se significância

estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=36; pvalue<0,000),

indicando a existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida

de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,633, próximo a 0,7

(desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas em

parte as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.

A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as

quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou boa

explicação, total de 58%. Pode-se observar que um dos itens apresentaram carga inferior a

0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de Cronbach,

0,753 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram superiores a

0,3 (desejável).

Os resultados da Análise Fatorial Exploratória, considerando a cidade de Manaus como

origem são apresentados na figura 14 e discutidos em sequência.

66

Figura 14 – Análise Fatorial Exploratória – Dimensões-síntese – Manaus origem

AFE - Rio de Janeiro Correlação

Fator Item-Total

1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4

B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,709 .419 0,502 0,282 1

B2 - Ambiente político, social e econômico 0,231 .276 0,053 0,112 -0,221 1

B3 - Formas de se fazer negócios 0,700 .750 0,491 0,398 0,257 0,142 1

B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,873 .467 0,763 0,622 0,508 0,279 0,402 1

KMO = 0,449 a Cronbach 0,554

Variância Explicada = 45,2%

AFE - Curitiba Correlação

Fator Item-Total

1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4

B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,852 .597 0,726 0,627 1

B2 - Ambiente político, social e econômico 0,529 .607 0,280 0,325 0,329 1

B3 - Formas de se fazer negócios 0,698 .766 0,488 0,469 0,373 0,289 1

B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,825 .578 0,681 0,568 0,686 0,169 0,424 1

KMO = 0,619 a Cronbach 0,704

Variância Explicada = 54,4%

AFE - Teresina Correlação

Fator Item-Total

1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4

B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,809 .619 0,655 0,556 1

B2 - Ambiente político, social e econômico 0,635 .661 0,403 0,351 0,346 1

B3 - Formas de se fazer negócios 0,605 .600 0,366 0,324 0,425 0,107 1

B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,705 .707 0,498 0,426 0,381 0,341 0,206 1

KMO = 0,643 a Cronbach 0,631

Variância Explicada = 48,0%

AFE - Belo Horizonte Correlação

Fator Item-Total

1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4

B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,848 .669 0,718 0,662 1

B2 - Ambiente político, social e econômico 0,550 .744 0,303 0,336 0,324 1

B3 - Formas de se fazer negócios 0,796 .665 0,634 0,549 0,629 0,198 1

B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,773 .783 0,597 0,557 0,495 0,332 0,459 1

KMO = 0,702 a Cronbach 0,724

Variância Explicada = 56,3%

Matriz de correlação Inter-Item

Matriz de correlação Inter-Item

Matriz de correlação Inter-Item

Matriz de correlação Inter-Item

67

Manaus – Rio de Janeiro

Para o modelo com Manaus origem e Rio de Janeiro destino, obteve-se significância

estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=27,1; pvalue<0,000),

indicando a existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida

de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,449, inferior a 0,7

(desejável), e o MSA de apenas um item foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas

em parte as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.

A análise não confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, mesmo assim

reuniu-se as quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou

apenas explicação razoável, total de 45%. Pode-se observar que um dos itens apresentaram

carga inferior a 0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa

de Cronbach, 0,554 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram

superiores a 0,2 (exceto B2) e somente metade das correlações inter-item intra-construto

foi superior a 0,3 (desejável).

Manaus – Curitiba

Para o modelo com Manaus origem e Curitiba destino, obteve-se significância estatística

para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=35,5; pvalue<0,000), indicando a

existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida de

adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,619, inferior a 0,7

(desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas em

parte as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.

A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as

quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou boa

explicação, total de 54%. Pode-se observar que dois dos itens apresentaram carga inferior a

0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de Cronbach,

0,704 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram superiores a

0,3 (desejável).

Manaus – Curitiba

68

Para o modelo com Manaus origem e Curitiba destino, obteve-se significância estatística

para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=35,5; pvalue<0,000), indicando a

existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida de

adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,619, inferior a 0,7

(desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas em

parte as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.

A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as

quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou boa

explicação, total de 54%. Pode-se observar que dois dos itens apresentaram carga inferior a

0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de Cronbach,

0,704 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram superiores a

0,3 (desejável).

Manaus – Teresina

Para o modelo com Manaus origem e Teresina destino, obteve-se significância estatística

para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=19,1; pvalue<0,004), indicando a

existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida de

adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,643, inferior a 0,7

(desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas em

parte as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.

A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as

quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou apenas

explicação razoável, total de 48%. Pode-se observar que dois dos itens apresentaram carga

inferior a 0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de

Cronbach, 0,631 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram

superiores a 0,3 (desejável).

Manaus – Belo Horizonte

Para o modelo com Manaus origem e Belo Horizonte destino, obteve-se significância

estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=34,5; pvalue<0,000),

indicando a existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida

de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,702, superior a 0,7

69

(desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas as

exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.

A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as

quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou boa

explicação, total de 56%. Pode-se observar que um dos itens apresentou carga inferior a

0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de Cronbach,

0,724 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram superiores a

0,3 (desejável).

Em síntese, a distância psíquica extra-regional medida pelas dimensões-síntese parece

apresentar construto unidimensional formado por quatro itens (14 das 20 análises fatoriais

exploratórias apresentadas). Este modelo teve bom comportamento para Rio de Janeiro

origem e Belo Horizonte destino, Curitiba origem e Teresina, Belo Horizonte e Manaus

destino, Belo Horizonte origem e Rio de Janeiro, Curitiba, Teresina e Manaus destino e

Manaus origem e Curitiba e Belo Horizonte destino. Para a metade das análises restantes, o

comportamento foi apenas razoável.

Análise Fatorial Confirmatória

Levando-se em consideração os resultados obtidos, decidiu-se avaliar o modelo de

mensuração da distância psíquica extra-regional pelas dimensões-síntese por meio da

Análise Fatorial Confirmatória. O esquema de mensuração é apresentado na figura 15.

Figura 15 – Modelo de mensuração para distância psíquica

Fonte: Adaptado de Figueiredo (2009)

O roteiro de operacionalização da Análise Fatorial Confirmatória adaptado de (Figueiredo,

2009) foi aplicado ao modelo. Os passos (1) a (3) correspondem à execução da Análise

1

Distância

Psíquica

Meio ambiente

físico ou naturalEr1

1

Ambiente político,

social e econômicoEr2

1

Forma de se

fazer negóciosEr3

1

Valores culturais,

crenças, atitudes e tradiçõesEr4

1

70

Fatorial Exploratória e já foram vistos anteriormente. Para a operacionalização da Análise

Fatorial Confirmatória fez uso do módulo SEM do software STATA.

Rio de Janeiro – Curitiba

(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais

das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a maior parte dos itens apresentou correlação

superior a 0,25 (maior que 0,2 desejável). (7) Apesar de o software STATA não fornecer

esta informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados

preliminarmente, em que se pode observar que nem todas as correlações inter-itens intra-

construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%. Quando este requisito não é

atendido, o grupo de indicadores não oferece uma boa representação conjunta do

respectivo construto. Não houve diferenças consideráveis entre as correlações baseadas na

amostra e as correlações estimadas pelo software STATA. Este requisito não foi atendido

pelo modelo, quer fossem consideradas as correlações observadas, quer as estimadas pelo

modelo de mensuração. (8) As correlações inter-itens intra-construto média é de 0,25

muito próxima ao desejável 0,3. (9) Além disso, nenhuma correlação foi alta demais, maior

que 0,90. (10) O modelo apresentou cargas padronizadas entre 0,49 e 0,86, como pode ser

visto na tabela 17, que atendem razoavelmente o requisito. (11) Todas as cargas foram

estatisticamente significativas. (12) A variância média extraída foi de 0,26, menor que o

desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de cada indicador foi estatisticamente

significativa. (14) Todos os resíduos padronizados foram menores que 1,7 em valor

absoluto, significando que o requisito foi atendido pelo modelo. (15) O coeficiente de

confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,58, bem próximo do mínimo de 0,60 e

(16) o índice de confiabilidade de cada item variou de 0,20 a 0,31, abaixo de 0,5 (que seria

o limite desejável). Como os indicadores estão abaixo de 0,5, o modelo é colocado sob

suspeita. (17) Na tabela 17 são apresentados os índices de fit obtidos para o modelo. Pode-

se verificar que, para quase todos os índices, o modelo apresentou bons resultados.

71

Tabela 17 – Índices de fit do modelo de mensuração da distância psíquica extra-regional – Rio de

Janeiro origem

Etapas

RIO

CWB THZ BHZ MAO

Sig χ 2 0.190 0.020 0.073 0.715

χ 2/ gl 1.487 2.677 2.019 0.581

RMSEA 0.127 0.236 0.184 0.000

CFI 0.758 0.575 0.862 1.000

B1 0.491 0.587 0.672 0.345

B2 0.857 0.608 0.773 0.757

B3 0.683 0.822 0.819 0.717

B4 0.587 0.723 0.841 0.701

Rio de Janeiro – Teresina

(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais

das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a metade dos itens apresentou correlação

superior a 0,25 (maior que 0,2 desejável). (7) Apesar de o software STATA não fornecer

esta informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados

preliminarmente, em que se pode observar que todas as correlações inter-itens intra-

construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-

itens intra-construto média é de 0,3, justamente o valor mínimo desejável. (9) Além disso,

nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou cargas

padronizadas entre 0,59 e 0,72, como pode ser visto na tabela 17, que atendem ao requisito.

(11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A variância média extraída

foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de cada indicador foi

estatisticamente significativa. (14) Apenas um resíduo padronizado não foi menor do que

3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido parcialmente pelo

modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,63,

superior ao mínimo de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item variou de 0,29 a

0,31, abaixo de 0,5 (que seria o limite desejável). Como os indicadores estão abaixo de 0,5,

o modelo é colocado sob suspeita. (17) Na tabela 17 são apresentados os índices de fit

obtidos para o modelo. Pode-se verificar que, para quase todos os índices, o modelo

apresentou bons resultados.

Rio de Janeiro – Belo Horizonte

72

(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais

das cargas fatoriais são todos positivos e (6) todos os itens apresentaram correlação

superior a 0,47 (maior que 0,2 desejável). (7) Apesar de o software STATA não fornecer

esta informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados

preliminarmente, em que se pode observar que todas as correlações inter-itens intra-

construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%.(8) As correlações inter-

itens intra-construto média é de 0,47, superior ao mínimo desejável. (9) Além disso,

nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou cargas

padronizadas entre 0,67 e 0,84, como pode ser visto na tabela 17, que atendem ao requisito.

(11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A variância média extraída

foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de cada indicador foi

estatisticamente significativa. (14) Todos os resíduos padronizados foram menores que

3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido pelo modelo. (15) O

coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,81, superior ao mínimo de

0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item variou de 0,40 a 0,65, onde a maioria

esteve abaixo de 0,5 (que seria o limite desejável). Como os indicadores estão parcialmente

abaixo de 0,5, o modelo é colocado sob suspeita. (17) Na tabela 17 são apresentados os

índices de fit obtidos para o modelo. Pode-se verificar que, para quase todos os índices, o

modelo apresentou bons resultados.

Rio de Janeiro – Manaus

(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais

das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a maioria dos itens apresentou correlação

superior a 0,2 (desejável). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta informação,

utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados preliminarmente, em que se

pode observar que nem todas as correlações inter-itens intra-construto foram

estatisticamente significativas ao nível de 5% (uma correlação ficou de fora).(8) As

correlações inter-itens intra-construto média é de 0,22, inferior ao mínimo desejável de 0,3.

(9) Além disso, nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo

apresentou cargas padronizadas entre 0,36 e 0,71, como pode ser visto na tabela 17, que

atendem parcialmente o requisito. (11) Todas as cargas foram estatisticamente

significativas. (12) A variância média extraída foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a

73

(13) variância de cada indicador foi estatisticamente significativa. (14) Todos os resíduos

padronizados foram menores que 3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi

atendido pelo modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc

= 0,57, próximo ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item

variou de 0,13 a 0,36, onde todos estão abaixo de 0,5 (que seria o limite desejável). Como

os indicadores estão abaixo de 0,5, o modelo é colocado sob suspeita. (17) Na tabela 17

são apresentados os índices de fit obtidos para o modelo. Pode-se verificar que, para quase

todos os índices, o modelo apresentou bons resultados.

Curitiba – Rio de Janeiro

(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais

das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a maioria dos itens apresentou correlação

superior a 0,2 (desejável). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta informação,

utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados preliminarmente, em que se

pode observar que todas as correlações inter-itens intra-construto foram estatisticamente

significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-itens intra-construto média é de

0,31, superior ao mínimo desejável de 0,3. (9) Além disso, nenhuma correlação foi alta

demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou cargas padronizadas entre 0,57 e 0,87,

como pode ser visto na tabela 18, que atendem ao requisito. (11) Todas as cargas foram

estatisticamente significativas. (12) A variância média extraída foi menor que o desejável

0,5, no entanto, a (13) variância de cada indicador foi estatisticamente significativa. (14)

Todos os resíduos padronizados foram menores que 3,84 em valor absoluto, significando

que o requisito foi atendido pelo modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado

pelo modelo foi ρc = 0,64, próximo ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice de

confiabilidade de cada item variou de 0,27 a 0,34, onde todos estão abaixo de 0,5

(desejável). Como os indicadores estão abaixo de 0,5, o modelo é colocado sob suspeita.

(17) Na tabela 18 são apresentados os índices de fit obtidos para o modelo. Pode-se

verificar que, para quase todos os índices, o modelo apresentou bons resultados.

74

Tabela 18 – Índices de fit do modelo de mensuração da distância psíquica extra-regional – Curitiba

origem

Etapas CWB

RIO THZ BHZ MAO

Sig χ 2 0,006 0,318 0,050 0,032

χ 2/ gl 3,242 1,176 2,217 2,436

RMSEA 0,178 0,050 0,131 0,142

CFI 0,726 0,982 0,895 0,902

B1 0,567 0,654 0,662 0,769

B2 0,653 0,797 0,767 0,796

B3 0,867 0,808 0,835 0,805

B4 0,688 0,684 0,732 0,693

Curitiba – Teresina

(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais

das cargas fatoriais são todos positivos e (6) todos os itens apresentaram correlação

superior a 0,2 (desejável). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta informação,

utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados preliminarmente, em que se

pode observar que todas as correlações inter-itens intra-construto foram estatisticamente

significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-itens intra-construto média é de

0,39, superior ao mínimo desejável de 0,3. (9) Além disso, nenhuma correlação foi alta

demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou cargas padronizadas entre 0,66 e 0,86,

como pode ser visto na tabela 18, que atendem ao requisito. (11) Todas as cargas foram

estatisticamente significativas. (12) A variância média extraída foi menor que o desejável

0,5, no entanto, a (13) variância de cada indicador foi estatisticamente significativa. (14)

Todos os resíduos padronizados foram menores que 3,84 em valor absoluto, significando

que o requisito foi atendido pelo modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado

pelo modelo foi ρc = 0,73, superior ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice de

confiabilidade de cada item variou de 0,34 a 0,46, onde todos estão abaixo de 0,5

(desejável). Como os indicadores estão abaixo de 0,5, o modelo é colocado sob suspeita.

(17) Na tabela 18 são apresentados os índices de fit obtidos para o modelo. Pode-se

verificar que, para quase todos os índices, o modelo apresentou bons resultados.

75

Curitiba – Belo Horizonte

(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais

das cargas fatoriais são todos positivos e (6) todos os itens apresentaram correlação

superior a 0,2 (desejável). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta informação,

utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados preliminarmente, em que se

pode observar que todas as correlações inter-itens intra-construto foram estatisticamente

significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-itens intra-construto média é de

0,42, superior ao mínimo desejável de 0,3. (9) Além disso, nenhuma correlação foi alta

demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou cargas padronizadas entre 0,65 e 0,81,

como pode ser visto na tabela 18, que atendem ao requisito. (11) Todas as cargas foram

estatisticamente significativas. (12) A variância média extraída foi menor que o desejável

0,5, no entanto, a (13) variância de cada indicador foi estatisticamente significativa. (14)

Todos os resíduos padronizados foram menores que 3,84 em valor absoluto, significando

que o requisito foi atendido pelo modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado

pelo modelo foi ρc = 0,72, superior ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice de

confiabilidade de cada item variou de 0,37 a 0,43, onde todos estão abaixo de 0,5

(desejável). Como os indicadores estão abaixo de 0,5, o modelo é colocado sob suspeita.

(17) Na tabela 18 são apresentados os índices de fit obtidos para o modelo. Pode-se

verificar que, para quase todos os índices, o modelo apresentou bons resultados.

Curitiba – Manaus

(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais

das cargas fatoriais são todos positivos e (6) todos os itens apresentaram correlação

superior a 0,31 (desejável 0,2). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta

informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados

preliminarmente, em que se pode observar que todas as correlações inter-itens intra-

construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-

itens intra-construto média é de 0,45, superior ao mínimo desejável de 0,3. (9) Além disso,

nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou cargas

padronizadas entre 0,69 e 0,81, como pode ser visto na tabela 18, que atendem ao requisito.

(11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A variância média extraída

foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de cada indicador foi

76

estatisticamente significativa. (14) Todos os resíduos padronizados foram menores que

3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido pelo modelo. (15) O

coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,77, superior ao valor

desejável de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item variou de 0,40 a 0,50, onde

a maioria está abaixo de 0,5 (desejável). Como os indicadores estão parcialmente abaixo de

0,5, o modelo é colocado sob suspeita. (17) Na tabela 18 são apresentados os índices de fit

obtidos para o modelo. Pode-se verificar que, para quase todos os índices, o modelo

apresentou bons resultados.

Teresina – Rio de Janeiro

(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais

das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a maioria dos itens apresentou correlação

superior a 0,28 (desejável 0,2). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta

informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados

preliminarmente, em que se pode observar que todas as correlações inter-itens intra-

construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-

itens intra-construto média é de 0,33, superior ao mínimo desejável de 0,3. (9) Além disso,

nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou cargas

padronizadas entre 0,56 e 0,81, como pode ser visto na tabela 19, que atendem ao requisito.

(11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A variância média extraída

foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de cada indicador foi

estatisticamente significativa. (14) Todos os resíduos padronizados foram menores que

3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido pelo modelo. (15) O

coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,66, superior ao valor

desejável de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item variou de 0,24 a 0,36, onde

todos estão abaixo de 0,5 (desejável). Como os indicadores estão abaixo de 0,5, o modelo é

colocado sob suspeita. (17) Na tabela 19 são apresentados os índices de fit obtidos para o

modelo. Pode-se verificar que, para quase todos os índices, o modelo apresentou bons

resultados.

77

Tabela 19 – Índices de fit do modelo de mensuração da distância psíquica extra-regional – Teresina

origem

Etapas THZ

RIO CWB BHZ MAO

Sig χ 2 0,123 0,719 0,698 0,210

χ 2/ gl 1,736 0,576 0,603 1,429

RMSEA 0,165 0,000 0,000 0,126

CFI 0,762 1,000 1,000 0,787

B1 0,558 0,757 0,739 0,576

B2 0,754 0,744 0,674 0,568

B3 0,685 0,544 0,694 0,842

B4 0,805 0,755 0,654 0,717

Teresina – Curitiba

(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais

das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a maioria dos itens apresentou correlação

superior a 0,24 (desejável 0,2). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta

informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados

preliminarmente, em que se pode observar que todas as correlações inter-itens intra-

construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-

itens intra-construto média é de 0,33, superior ao mínimo desejável de 0,3. (9) Além disso,

nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou cargas

padronizadas entre 0,54 e 0,76, como pode ser visto na tabela 19, que atendem ao requisito.

(11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A variância média extraída

foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de cada indicador foi

estatisticamente significativa. (14) Todos os resíduos padronizados foram menores que

3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido pelo modelo. (15) O

coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,70, superior ao valor

desejável de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item variou de 0,15 a 0,52, onde

a maioria está abaixo de 0,5 (desejável). Como a maioria dos indicadores está abaixo de

0,5, o modelo é colocado sob suspeita. (17) Na tabela 19 são apresentados os índices de fit

obtidos para o modelo. Pode-se verificar que, para quase todos os índices, o modelo

apresentou bons resultados.

78

Teresina – Belo Horizonte

(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais

das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a maioria dos itens apresentou correlação

superior a 0,25 (desejável 0,2). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta

informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados

preliminarmente, em que se pode observar que todas as correlações inter-itens intra-

construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-

itens intra-construto média é de 0,30, justamente o valor mínimo desejável de 0,3. (9)

Além disso, nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo

apresentou cargas padronizadas entre 0,65 e 0,74, como pode ser visto na tabela 19, que

atendem ao requisito. (11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A

variância média extraída foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de

cada indicador foi estatisticamente significativa. (14) Todos os resíduos padronizados

foram menores que 3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido pelo

modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,64,

superior ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item variou de

0,18 a 0,42, onde todos estão abaixo de 0,5 (desejável). Como os indicadores estão abaixo

de 0,5, o modelo é colocado sob suspeita. (17) Na tabela 19 são apresentados os índices de

fit obtidos para o modelo. Pode-se verificar que, para quase todos os índices, o modelo

apresentou bons resultados.

Teresina – Manaus

(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais

das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a maioria dos itens apresentou correlação

superior a 0,31 (desejável 0,2). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta

informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados

preliminarmente, em que se pode observar que nem todas as correlações inter-itens intra-

construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5% (uma exceção). (8) As

correlações inter-itens intra-construto média é de 0,28, próximo ao valor mínimo desejável

de 0,3. (9) Além disso, nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo

apresentou cargas padronizadas entre 0,57 e 0,84, como pode ser visto na tabela 19, que

atendem ao requisito. (11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A

79

variância média extraída foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de

cada indicador foi estatisticamente significativa. (14) Todos os resíduos padronizados

foram menores que 3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido pelo

modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,59, bem

próximo ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item variou de

0,23 a 0,30, onde todos estão abaixo de 0,5 (desejável). Como os indicadores estão abaixo

de 0,5, o modelo é colocado sob suspeita. (17) Na tabela 19 são apresentados os índices de

fit obtidos para o modelo. Pode-se verificar que, para quase todos os índices, o modelo

apresentou bons resultados.

Belo Horizonte – Rio de Janeiro

(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais

das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a maioria dos itens apresentou correlação

superior a 0,2 (desejável 0,2). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta

informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados

preliminarmente, em que se pode observar que todas as correlações inter-itens intra-

construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-

itens intra-construto média é de 0,40, superior ao valor mínimo desejável de 0,3. (9) Além

disso, nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou

cargas padronizadas entre 0,48 e 0,89, como pode ser visto na tabela 20, que atendem

parcialmente o requisito. (11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A

variância média extraída foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de

cada indicador foi estatisticamente significativa. (14) Todos os resíduos padronizados

foram menores que 3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido pelo

modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,81,

superior ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item variou de

0,25 a 0,62, onde metade está acima de 0,5 (desejável). Como a metade dos indicadores

está acima de 0,5, o modelo não pode ser colocado sob suspeita. (17) Na tabela 20 são

apresentados os índices de fit obtidos para o modelo. Pode-se verificar que, para quase

todos os índices, o modelo apresentou bons resultados.

80

Tabela 20 – Índices de fit do modelo de mensuração da distância psíquica extra-regional – Belo

Horizonte origem

Etapas BHZ

RIO CWB THZ MAO

Sig χ 2 0,200 0,188 0,301 0,027

χ 2/ gl 1,458 1,495 1,211 2,527

RMSEA 0,124 0,128 0,084 0,226

CFI 0,925 0,937 0,964 0,778

B1 0,782 0,874 0,847 0,788

B2 0,475 0,709 0,602 0,634

B3 0,799 0,851 0,852 0,868

B4 0,893 0,748 0,695 0,745

Belo Horizonte – Curitiba

(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais

das cargas fatoriais são todos positivos e (6) todos os itens apresentaram correlação

superior a 0,23 (desejável 0,2). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta

informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados

preliminarmente, em que se pode observar que todas as correlações inter-itens intra-

construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-

itens intra-construto média é de 0,51, próximo ao valor mínimo desejável de 0,3. (9) Além

disso, nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou

cargas padronizadas entre 0,71 e 0,87, como pode ser visto na tabela 20, que atendem ao

requisito. (11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A variância

média extraída foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de cada

indicador foi estatisticamente significativa. (14) Todos os resíduos padronizados foram

menores que 3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido pelo

modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,82,

superior ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item variou de

0,49 a 0,61, onde a maioria está acima de 0,5 (desejável). Como a maioria dos indicadores

está acima de 0,5, o modelo não pode ser colocado sob suspeita. (17) Na tabela 20 são

apresentados os índices de fit obtidos para o modelo. Pode-se verificar que, para quase

todos os índices, o modelo apresentou bons resultados.

81

Belo Horizonte – Teresina

(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais

das cargas fatoriais são todos positivos e (6) todos os itens apresentaram correlação

superior a 0,27 (desejável 0,2). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta

informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados

preliminarmente, em que se pode observar que todas as correlações inter-itens intra-

construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-

itens intra-construto média é de 0,42, próximo ao valor mínimo desejável de 0,3. (9) Além

disso, nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou

cargas padronizadas entre 0,60 e 0,85, como pode ser visto na tabela 20, que atendem ao

requisito. (11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A variância

média extraída foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de cada

indicador foi estatisticamente significativa. (14) Todos os resíduos padronizados foram

menores que 3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido pelo

modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,82,

superior ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item variou de

0,28 a 0,70, onde metade dos indicadores está acima de 0,5 (desejável). Como metade dos

indicadores está acima de 0,5, o modelo é atende parcialmente e não é colocado sob

suspeita. (17) Na tabela 20 são apresentados os índices de fit obtidos para o modelo. Pode-

se verificar que, para quase todos os índices, o modelo apresentou bons resultados.

Belo Horizonte – Manaus

(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais

das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a maioria dos itens apresentou correlação

superior a 0,24 (desejável 0,2). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta

informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados

preliminarmente, em que se pode observar que todas as correlações inter-itens intra-

construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-

itens intra-construto média é de 0,44, superior ao valor mínimo desejável de 0,3. (9) Além

disso, nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou

cargas padronizadas entre 0,63 e 0,87, como pode ser visto na tabela 20, que atendem ao

requisito. (11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A variância

82

média extraída foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de cada

indicador foi estatisticamente significativa. (14) Todos os resíduos padronizados foram

menores que 3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido pelo

modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,78,

superior ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item variou de

0,35 a 0,53, onde a maioria está abaixo de 0,5 (desejável). Como a maioria dos indicadores

está abaixo de 0,5, o modelo é colocado sob suspeita. (17) Na tabela 20 são apresentados

os índices de fit obtidos para o modelo. Pode-se verificar que, para quase todos os índices,

o modelo apresentou bons resultados.

Manaus – Rio de Janeiro

(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais

das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a maioria dos itens apresentou correlação

superior a 0,26 (desejável 0,2), no entanto, um desses itens apresentou sinal negativo. (7)

Apesar de o software STATA não fornecer esta informação, utilizaram-se os resultados

dos testes de correlações realizados preliminarmente, em que se pode observar que todas as

correlações inter-itens intra-construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%.

(8) As correlações inter-itens intra-construto média é de 0,23, inferior ao valor mínimo

desejável de 0,3. (9) Além disso, nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10)

O modelo apresentou cargas padronizadas entre 0,23 e 0,87, como pode ser visto na tabela

21, que atendem parcialmente ao requisito. (11) Todas as cargas foram estatisticamente

significativas. (12) A variância média extraída foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a

(13) variância de cada indicador foi estatisticamente significativa. (14) Metade dos

resíduos padronizados foi menor do que 3,84 em valor absoluto, significando que o

requisito foi atendido parcialmente pelo modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade

apresentado pelo modelo foi ρc = 0,56, próximo ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice

de confiabilidade de cada item variou de 0,12 a 0,29, onde todos estão abaixo de 0,5

(desejável). Como todos os indicadores estão abaixo de 0,5, o modelo é colocado sob

suspeita. (17) Na tabela 21 são apresentados os índices de fit obtidos para o modelo. Pode-

se verificar que, para quase todos os índices, o modelo apresentou bons resultados.

83

Tabela 21 – Índices de fit do modelo de mensuração da distância psíquica extra-regional – Manaus

origem

Etapas MAO

RIO CWB THZ BHZ

Sig χ 2 0,001 0,097 0,544 0,174

χ2/ gl 4,280 1,864 0,807 1,539

RMSEA 0,294 0,151 0,000 0,119

CFI 0,305 0,868 1,000 0,915

B1 0,709 0,852 0,809 0,848

B2 0,231 0,529 0,635 0,550

B3 0,700 0,698 0,605 0,796

B4 0,873 0,825 0,705 0,773

Manaus – Curitiba

(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais

das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a maioria dos itens apresentou correlação

superior a 0,29 (desejável 0,2). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta

informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados

preliminarmente, em que se pode observar que todas as correlações inter-itens intra-

construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-

itens intra-construto média é de 0,38, superior ao valor mínimo desejável de 0,3. (9) Além

disso, nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou

cargas padronizadas entre 0,53 e 0,85, como pode ser visto na tabela 21, que atendem ao

requisito. (11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A variância

média extraída foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de cada

indicador foi estatisticamente significativa. (14) Todos os resíduos padronizados foram

menores que 3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido parcialmente

pelo modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,78,

superior ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item variou de

0,30 a 0,60, onde metade está acima de 0,5 (desejável). Como metade dos indicadores está

acima de 0,5, o modelo não é colocado sob suspeita. (17) Na tabela 21 são apresentados os

índices de fit obtidos para o modelo. Pode-se verificar que, para quase todos os índices, o

modelo apresentou bons resultados.

84

Manaus – Teresina

(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais

das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a maioria dos itens apresentou correlação

superior a 0,20 (desejável 0,2). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta

informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados

preliminarmente, em que se pode observar que todas as correlações inter-itens intra-

construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-

itens intra-construto média é de 0,30, justamente o valor mínimo desejável de 0,3. (9)

Além disso, nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo

apresentou cargas padronizadas entre 0,60 e 0,80, como pode ser visto na tabela 21, que

atendem ao requisito. (11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A

variância média extraída foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de

cada indicador foi estatisticamente significativa. (14) Metade dos resíduos padronizados

foram menores que 3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido

parcialmente pelo modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo

foi ρc = 0,65, superior ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada

item variou de 0,28 a 0,34, onde todos estão abaixo de 0,5 (desejável). Como todos os

indicadores estão abaixo de 0,5, o modelo é colocado sob suspeita. (17) Na tabela 21 são

apresentados os índices de fit obtidos para o modelo. Pode-se verificar que, para quase

todos os índices, o modelo apresentou bons resultados.

Manaus – Belo Horizonte

(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais

das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a maioria dos itens apresentou correlação

superior a 0,32 (desejável 0,2). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta

informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados

preliminarmente, em que se pode observar que todas as correlações inter-itens intra-

construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-

itens intra-construto média é de 0,41, superior ao valor mínimo desejável de 0,3. (9) Além

disso, nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou

cargas padronizadas entre 0,55 e 0,85, como pode ser visto na tabela 21, que atendem ao

requisito. (11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A variância

85

média extraída foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de cada

indicador foi estatisticamente significativa. (14) Metade dos resíduos padronizados foram

menores que 3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido parcialmente

pelo modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,77,

superior ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item variou de

0,30 a 0,63, onde a maioria está abaixo de 0,5 (desejável). Como a maioria dos indicadores

está abaixo de 0,5, o modelo é colocado sob suspeita. (17) Na tabela 21 são apresentados

os índices de fit obtidos para o modelo. Pode-se verificar que, para quase todos os índices,

o modelo apresentou bons resultados.

4.2.2. Resumo dos resultados

Os resultados da avaliação do modelo da distância psíquica extra-regional proposto,

baseado em dimensões-síntese, foram resumidos na tabela 22. O modelo de mensuração da

distância psíquica extra-regional pelas dimensões-síntese teve comportamento bastante

satisfatório, quando avaliado com Rio de Janeiro origem e Manaus destino; Curitiba

origem e Teresina destino; Teresina Origem e Curitiba e Belo Horizonte destino; Belo

Horizonte origem e Rio de Janeiro destino, Curitiba e Teresina destino; Manaus origem e

Teresina e Belo Horizonte destino. Apesar do índice de confiabilidade baixo para os itens

individualmente, a confiabilidade do construto foi, em média, superior a 0,7 (desejável

0,6), com variância média extraída em torno de 0,4. Os indicadores de fit da Análise

Fatorial Confirmatória foram bons. O pior resultado obtido foi para Curitiba origem, Rio

de Janeiro destino e Manaus origem e Rio de Janeiro destino.

Assim, concluiu-se que o modelo foi considerado satisfatório para as situações estudadas.

86

Tabela 22 - Síntese dos resultados da Análise Fatorial Confirmatória

CWB THZ BHZ MAO RIO THZ BHZ MAO RIO CWB BHZ MAO RIO CWB THZ MAO RIO CWB THZ BHZ

1 - - + - + + + + - + + - + + + + - + + +

2 + + + + + + + + + + + + + + + + + + + +

3 + + + + + + + + + + + + + + + + + + + +

4 + + + + + + + + + + + + + + + + + + + +

5 + + + + + + + + + + + + + + + + + + + +

6 próximo próximo + próximo próximo + + + próximo próximo próximo próximo próximo + + próximo próximo próximo próximo próximo

7 próximo + + próximo + + + + + + + próximo + + + + + + + +

8 - próximo + - + + + + + + + próximo + + + + - + + +

9 + + + + + + + + + + + + + + + + + + + +

10 - + + - + + + + próximo próximo - próximo + + + + próximo + + +

11 + + + + + + + + + + + + + + + + + + + +

12 - - - - - - - - - - - - - + - - - - - -

13 + + + + + + + + + + + + + + + + + + + +

14 + próximo + + + + + + + + + + + + + + próximo próximo + +

15 próximo + + próximo + + + + + + + + + + + + próximo + + +

16 - - - - - - - - - - - - próximo + próximo - - próximo - -

17 próximo próximo próximo + - próximo próximo próximo próximo + + próximo próximo próximo próximo próximo - próximo + próximo

Sig c2 + - + + - + + - + + + + + + + - - + + +

c2/ gl + + + + - + + + + + + + + + + + - + + +

RMSEA - - - + - - - - - + + - - - - - - - + -

CFI - - - + - + - + - + + - + + + - - - + +

B1 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** ***

B2 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** ***

B3 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** ***

B4 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** ***

*** = 1%

- = não cumpre o requisito; + = cumpre o requisito; próximo = quase atende o requisito; n.a. = não se aplica;

* = 10%

BHZ

** = 5%

Siglas:

MAO

Etapas

RIO CWB THZ

87

4.3. TESTE DAS HIPÓTESES DO ESTUDO

4.3.1. Hipótese H1

H1: Há relação estatística entre a medição da distância psíquica extra-regional por

item único e conjunto de fatores síntese.

Procedeu-se ao teste da hipótese H1. Para cada um dos vinte possíveis pares de regiões

origem da análise e o destino da análise foi verificada a existência de relação estatística

entre a medição por item único e conjunto de fatores, operacionalizada pelo score fatorial

encontrado ao final da Análise Fatorial Confirmatória (‘Factor Score Weights’ apresentado

pelo módulo SEM do software STATA).

O teste da hipótese seguiu os seguintes passos:

Análise exploratória dos dados e teste de normalidade

Teste de correlação de postos de Spearman

Na tabela 23 são apresentadas as estatísticas descritivas, média e desvio padrão e também a

significância do teste de normalidade de Kolmogorov Smirnov. Com relação às médias,

pode-se perceber para as duas escalas que as cidades do Sul e Sudeste quando origem

consideram outras cidades do Sul e Sudeste como mais próximas e consideram as cidades

do Norte e Nordeste como mais afastadas. Da mesma forma as cidades do Norte e

Nordeste quando origem consideraram outras cidades do Norte e Nordeste como mais

próximas e as cidades do Sul e Sudeste como mais distantes. O teste de Kolmogorov, como

esperado, rejeitou a hipótese de normalidade para todos os pares de cidades onde se mediu

a distância psíquica extra-regional por item único (escala de cinco pontos). Por outro lado a

medida da distância psíquica extra-regional medida por conjunto de fatores sínteses

operacionalizada pelo score fatorial da Análise Fatorial Confirmatória não rejeitou a

hipótese de normalidade, exceção se fez para cinco dos 20 pares de cidades origem e

destino.

88

Tabela 23 - Estatísticas descritivas da distância psíquica extra-regional medida por item único e por

conjunto de fatores síntese

Origem Estat.

Destino

RIO CWB THZ BHZ MAO

A1 DPcf A1 DPcf A1 DPcf A1 DPcf A1 DPcf

RIO

(n=30)

Média

3.5 4.9 4.2 8.7 2.6 3.5 4.4 11.4

DP 0.9 0.8 0.7 0.8 1.0 0.9 1.0 0.8

KS *** *** *** ***

CWB

(n=71)

Média 4.0 5.5

4.1 5.9 3.0 3.7 4.3 6.2

DP 0.9 0.8 1.0 0.9 1.2 0.9 0.9 0.9

KS *** *** *** *** **

THZ

(n=27)

Média 4.6 6.1 4.2 5.9

4.0 5.9 3.7 5.7

DP 0.8 0.8 1.1 0.9 1.2 0.8 1.2 0.8

KS *** *** *** ***

BHZ

(n=30)

Média 3.7 3.6 4.2 3.1 4.2 4.8

4.4 5.1

DP 1.3 0.9 1.0 0.9 1.0 0.9 1.0 0.9

KS *** * *** *** ** *** ***

MAO

(n=38)

Média 3.8 7.2 4.2 5.4 2.8 5.2 3.7 5.3

DP 1.1 0.8 0.9 0.9 1.2 0.8 1.0 0.9

KS *** *** *** *** ***

Onde: A1 – Distância Psíquica medida por item único

DPcf – Distância Psíquica medida por conjunto de fatores síntese

***Significativo a 1%; **Significativo a 5%; e *Significativo a 10%

Resolveu-se medir o grau de relação linear entre as duas medidas de distância psíquica

extra-regional pelo coeficiente de correlação não paramétrico de Spearman. Correlações

baixas podem indicar que a discriminação obtida pelo par é distinta. A tabela 24 apresenta

os resultados da correlação de Spearman. Pode-se verificar que somente três pares cidade

de origem e cidade de destino não tiveram a correlação considerada significativa: Rio de

Janeiro origem, Teresina destino; Rio de Janeiro origem, Manaus destino e Teresina

origem e Manuas destino. Ou seja, somente para três dos vinte possíveis pares de regiões

origem da análise e o destino da análise, não se verificou relação entre a medida da

distância psíquica por item único e a medida da distância psíquica por conjunto de fatores

síntese. Desta forma, pode-se dizer que a hipótese H1 foi parcialmente confirmada.

89

Tabela 24 - Correlação de Spearman entre a distância psíquica extra-regional medida por item único e

por conjunto de fatores síntese

Origem Destino

RIO CWB THZ BHZ MAO

RIO – Rio de Janeiro (n=30)

0,457** 0,001 0,596*** 0,084

CWB – Curitiba (n=71) 0,234** 0,595*** 0,500*** 0,400***

THZ – Teresina (n=27) 0,711*** 0,558*** 0,722*** 0,310

BHZ – Belo Horizonte (n=30) 0,737*** 0,311* 0,712*** 0,565***

MAO – Manaus (n=38) 0,354** 0,467*** 0,495*** 0,481***

***Significativo a 1%; **Significativo a 5%; e *Significativo a 10%

4.3.2. Hipótese H2

H2: A dimensão meio ambiente físico é parte significativa da medição da distância

psíquica extra-regional medida por conjunto de fatores síntese

A escala de mensuração da distância psíquica extra-regional medida por conjunto de

fatores síntese fez uso do item “meio ambiente físico”. O item passou pela fase de

depuração da escala, Análise Fatorial Exploratória, e foi variável estatisticamente

significativa na Análise Fatorial Confirmatória, sendo assim, a hipótese H2 foi confirmada.

4.3.3. Hipótese H3

H3: A dimensão do macroambiente é parte significativa da medição da distância

psíquica extra-regional medida por conjunto de fatores síntese

A escala de mensuração da distância psíquica extra-regional medida por conjunto de

fatores síntese fez uso do item “macroambiente”. O item passou pela fase de depuração da

escala, Análise Fatorial Exploratória, e foi variável estatisticamente significativa na

Análise Fatorial Confirmatória, sendo assim, a hipótese H3 foi confirmada.

4.3.4. Hipótese H4

H4: A dimensão de negócios é parte significativa da medição da distância psíquica

extra-regional medida por conjunto de fatores síntese

90

A escala de mensuração da distância psíquica extra-regional medida por conjunto de

fatores síntese fez uso do item “negócios”. O item passou pela fase de depuração da escala,

Análise Fatorial Exploratória, e foi variável estatisticamente significativa na Análise

Fatorial Confirmatória, sendo assim, a hipótese H4 foi confirmada.

4.3.5. Hipótese H5

H5: A dimensão cultural é parte significativa da medição da distância psíquica extra-

regional medida por conjunto de fatores síntese

A escala de mensuração da distância psíquica extra-regional medida por conjunto de

fatores síntese fez uso do item “cultural”. O item passou pela fase de depuração da escala,

Análise Fatorial Exploratória, e foi variável estatisticamente significativa na Análise

Fatorial Confirmatória, sendo assim, a hipótese H5 foi confirmada.

4.3.6. Hipótese H6

H6: A distância psíquica extra-regional é assimétrica, ou seja, a distância psíquica

extra regional quando medida da cidadei para cidadej é significativamente

diferente da distância psíquica extra-regional quando medida da cidadej para

cidadei.

H6a: A medida de distância psíquica extra-regional é assimétrica quando avaliada

por item único

H6b: A dimensão meio ambiente físico da medida de distância psíquica extra-regional

é assimétrica.

H6c: A dimensão macroambiente da medida de distância psíquica extra-regional é

assimétrica.

H6d: A dimensão negócios da medida de distância psíquica extra-regional é

assimétrica.

H6e: A dimensão cultural da medida de distância psíquica extra-regional é

assimétrica.

91

Procedeu-se ao teste da hipótese H6. Para cada um dos 10 possíveis pares de regiões foi

verificado a existência de assimetria na distância psíquica extra-regional medida por item

único e para cada uma das dimensões síntese. O teste de hipótese foi operacionalizado pelo

teste não paramétrico de Mann Whitney, visto que todos os itens para todas as 10

combinações não apresentavam distribuição normal, fruto da mensuração da escala de

cinco pontos, como pode ser visto na seção 4.1.

A tabela 25 apresenta as estatísticas Posto médio, Média e Desvio-padrão para a distância

psíquica extra-regional medida por item único e para as quatro dimensões síntese. Foi

apresentado o teste não paramétrico de Mann Whitney e por curiosidade o teste

paramétrico t. No que diz respeito ao item único A1, somente os pares (Curitiba, Teresina),

(Curitiba, Manaus) e (Teresina, Belo Horizonte) não apresentaram indicação de assimetria.

Para as dimensões síntese, um número maior de combinações não apresentou indicação

assimetria. Esse resultado já era esperado por se tratar de mensurações mais específicas.

Entende-se que hipóteses H6a a H6e foram parcialmente confirmadas e sendo assim, a

hipótese H6 também foi parcialmente confirmada.

92

Tabela 25 - Teste U de Mann-Whitney e Teste T para Distância Psíquica extra-regional

Item Estat RIO CWB RIO THZ RIO BHZ RIO MAO CWB THZ CWB BHZ CWB MAO THZ BHZ THZ MAO BHZ MAO

A1

PM 39.2 56.0 24.7 33.7 23.6 37.4 41.1 29.3 48.6

52.0 43.1 69.7 56.6

52.0 27.1

30.7 40.3 27.8 43.0 27.8

Med 3.5 4.0 4.2 4.6 2.6 3.7 4.4 3.8 4.1

4.2 3.0 4.2 4.3

4.2 4.0

4.2 3.7 2.8 4.4 3.7

DP 0.9 0.9 0.7 0.8 1.0 1.3 1.0 1.1 1.0 1.1 11.9 1.0 0.9 0.9 1.2 1.0 1.2 1.2 1.0 1.0

B1

PM 42.5 54.6 23.6 35.0 25.7 35.3 36.6

32.8 47.5

54.8 48.9

55.9 55.7

53.8 26.9

30.9 38.0 29.4 38.8 31.1

Med 3.4 3.9 3.6 4.2 2.7 3.4 4.0

3.8 3.9

4.1 3.0

3.3 4.1

4.0 3.8

4.0 3.6 3.1 4.1

3.8

DP 1.2 1.1 0.7 1.0 1.2 1.3 0.9 1.0 1.0 1.0 1.1 1.5 0.9 1.0 1.0 1.0 1.1 1.1 1.1 0.9

B2

PM 39.5 55.9 27.8

30.4 25.7 35.3 38.9 31.1 48.5

52.1 47.9 58.4 54.2

56.5 28.6

29.4 33.7

32.5 37.9

31.8

Med 2.6 3.3 3.8

3.9 2.0 2.9 4.3 3.9 3.9

4.0 2.6

3.0 3.9

4.0 3.7

3.6 3.3

3.3 4.1

3.8

DP 1.1 1.1 0.8 1.1 0.9 1.4 0.7 1.0 1.0 1.0 1.3 1.2 0.9 1.1 1.0 1.3 1.0 1.1 1.3 1.0

B3

PM 35.6 57.5 28.1

30.0 21.7 39.3 38.0

31.8 52.2

42.4 49.2

55.2 55.8

53.5 24.7 32.9 33.3

32.8 36.3

33.1

Med 2.3 3.2 3.6

3.6 1.8 3.1 3.9

3.4 3.6

3.1 2.6

2.9 3.8

3.7 3.1 3.7 3.1

3.2 3.7

3.4

DP 1.0 1.2 0.8 1.3 0.8 1.2 0.9 1.4 1.1 1.4 1.3 1.4 1.0 1.2 1.3 1.2 1.3 1.1 1.2 1.3

B4

PM 37.1 56.9 26.1

32.2 23.8 37.2 39.5

30.5 53.6 38.7 50.2

52.9 56.5

52.2 27.3

30.6 35.3

31.4 37.7

32.0

Med 2.8 3.7 3.5

3.8 2.2 3.1 4.2 3.7 3.9 3.3 3.0

3.2 4.1

3.9 3.4

3.7 3.3

3.1 4.1

3.8

DP 1.3 1.1 0.8 1.2 0.8 1.2 0.6 1.1 1.0 1.2 1.2 1.4 1.0 1.1 1.4 1.1 1.2 1.1 1.2 1.1

n 30 71 30 27 30 30 30 38 71 27 71 30 71 38 27 30 27 38 30 38

Onde: PM – Posto médio; Med – Média; e DP – Desvio Padrão

A1 - De maneira geral

B1 - Meio ambiente físico ou natural

B2 - Ambiente político, social e econômico

B3 - Formas de se fazer negócios

B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições

Significativo a 1%; Significativo a 5%; e Significativo a 10%

93

4.3.7. Síntese dos testes de hipóteses

Os resultados obtidos pelos testes de hipótese foram sintetizados na tabela 26, que apresenta

as hipóteses desse estudo e o correspondente resultado empírico.

Tabela 26 – Síntese dos testes de hipóteses

Hipóteses Resultado

empírico

H1: Há relação estatística entre a medição da distância psíquica

extra-regional por item único e conjunto de fatores síntese.

parcialmente

confirmada

H2: A dimensão meio ambiente físico é parte significativa da

medição da distância psíquica extra-regional medida por

conjunto de fatores síntese

Confirmada

H3: A dimensão do macroambiente é parte significativa da

medição da distância psíquica extra-regional medida por

conjunto de fatores síntese

Confirmada

H4: A dimensão de negócios é parte significativa da medição da

distância psíquica extra-regional medida por conjunto de

fatores síntese

Confirmada

H5: A dimensão cultural é parte significativa da medição da

distância psíquica extra-regional medida por conjunto de

fatores síntese

Confirmada

H6: A distância psíquica extra-regional é assimétrica, ou seja, a

distância psíquica extra regional quando medida da cidadei

para cidadej é significativamente diferente da distância

psíquica extra-regional quando medida da cidadej para

cidadei.

parcialmente

confirmada

H6a: A medida de distância psíquica extra-regional é assimétrica

quando avaliada por item único. parcialmente

confirmada

H6b: A dimensão meio ambiente físico da medida de distância

psíquica extra-regional é assimétrica. parcialmente

confirmada

H6c: A dimensão macroambiente da medida de distância psíquica

extra-regional é assimétrica. parcialmente

confirmada

H6d: A dimensão negócios da medida de distância psíquica extra-

regional é assimétrica. parcialmente

confirmada

H6e: A dimensão cultural da medida de distância psíquica extra-

regional é assimétrica. parcialmente

confirmada

94

5. CONCLUSÃO E PESQUISAS FUTURAS

O presente trabalho buscou contribuir para o entendimento do conceito de distância psíquica

e, consequentemente, para o campo de estudos de negócios internacionais. Para isto, fez-se

uso de testes empíricos para premissas consideradas válidas, muitas vezes somente em teoria,

pela maioria dos autores de destaque no assunto.

O estudo apresenta três contribuições relevantes ao campo de estudos de distância psíquica:

Compararam-se dois instrumentos de medida utilizados na mensuração de distância

psíquica.

Investigou-se a existência da assimetria de distância psíquica entre as cidades avaliadas.

Investigou-se quais seriam as dimensões utilizadas no julgamento de distância psíquica.

A comparação dos intrumentos de medida foi realizada tendo em vista as duas principais

vertentes dentro da literatura acerca das dimensões do construto. Uma das vertentes defende

que o construto da distância psíquica seria uma medida agregada composta de algumas

variáveis, como o ambiente físico e político, cultura, idioma, entre outros, enquando a outra

principal vertente defende que a distância psíquica é um construto único por si só, ou seja, o

indivíduo é capaz de julgar a distância, mas não seria capaz de discriminar qual o fator que ele

usou para fazer seu julgamento. Essa comparação é uma replicação, em contexto e estudo

diferentes, da comparação realizada por Figueiredo (2009), cujo resultado foi a confirmação

parcial da hipótese de que não há diferença estatística significativa entre a medição de

distância psíquica segundo a abordagem de construto-síntese e a abordagem de conjunto de

fatores. Da mesma forma, o presente trabalho confirmou parcialmente a hipótese de que há

relação estatística entre as duas abordagens de mensuração. Das 20 comparações possíveis,

apenas três não apresentaram relação entre as medidas.

A confirmação parcial da hipótese pode ser vista de pontos de vista distintos. É possível que a

não confirmação em três dos 20 casos possíveis seja fruto de limitações operacionais inerentes

à pesquisa, como o número reduzido e discrepante de observações das amostras ou a própria

dificuldade de se mensurar um fenômeno subjetivo através de ferramentas quantitativas, além

de não garantirem que os entrevistados estejam vivendo ou viveram a experiência de tomada

de decisão que se quer avaliar (NEBUS; CHAI, 2014).

95

Por outro lado, o resultado poderia sugerir que os construtos-síntese sugeridos por Figueiredo

(2009) (Ambiente físico e natural, ambiente político, social e econômico; formas de se fazer

negócio e valores culturais, crenças, atitudes e tradições) estejam bem próximos do modelo

ideal de construtos-síntese equivalente à abordagem de item único. Uma vez que a maioria

dos casos foi equivalente em mais de um estudo.

A comparação e a utilização das duas abordagens de mensuração foi importante para garantir

uma medição mais completa para o principal ponto deste trabalho, a investigação da

assimetria extra-regional. Desde que os estudos sobre distância psíquica começaram a

considerar que o nível de análise mais adequado seria o nível individual (por exemplo,

BAACK; BAACK, 2006; SOUSA; BRADLEY, 2008; NEBUS; CHAI, 2014), os autores

passaram a considerar a premissa de assimetria quando se fala de distância psíquica (por

exemplo, SHENKAR, 2001), pois a distância psíquica consideraria o julgamento individual,

sempre influenciado pelas experiências e interpretações desse indivíduo (BAACK; BAACK,

2006). No presente trabalho, foram parcialmente confirmadas as hipóteses de existência de

assimetria de distância psíquica, tanto considerando o conceito global, quanto considerando os

conceitos de item único e cada um dos construtos-síntese considerados. Os resultados

mostraram que as médias de avaliação de cada cidade podem ser diferentes das demais,

considerando o mesmo critério de avaliação. Dos 10 pares de cidades existentes no estudo,

sete apresentaram assimetria considerando a abordagem de item único (A1). E das 40

combinações de construtos-síntese (B1, B2, B3 e B4) com os 10 pares de cidade, 16 casos

apresentaram indícios de assimetria de distância psíquica. Schuster e Ambos (2013)

propuseram que o o julgamento de distância psíquica está relacionado com a identificação

social do indivíduo. Ao se sentirem inseridos em um determinado contextos, esse individuos

avaliariam os demais a partir das diferenças que ele percebe para com o seu grupo. Esse

comportamento, na prática, pode ser exemplificado pelo maior distânciamento dos locais mais

pobres pelos mais ricos e pela aproximação dos mais ricos pelos mais pobres (SCHUSTER;

AMBOS, 2013). Essa hipótese foi lançada pelos autores mas o que foi identificado foi o

inverso.

Neste trabalho de dissertação, conseguiu-se evidenciar a existência de assimetria, mas não foi

possível seguir a mesma linha de conclusão de Schuster e Ambos, pois apesar de identificar

um comportamento de aproximação e afastamento entre estados do sul e sudeste versus norte

e nordeste, não houve padrão nas evidências de assimetria. Ilustrativamente, o par de cidades

96

Rio de Janeiro e Belo Horizonte, que fazem parte da mesma região e são cidades

geograficamente próximas, apresentou assimetria em todos os itens, em que o Rio de Janeiro

apontou maior percepção de proximidade do que o inverso. Novamente, talvez por limitações

de pesquisas já comentadas anteriormente, não foi possível inferir nesse estudo quais os

critérios do contexto extra-regional são capazes de gerar percepção assimétrica de distância

psíquica, só se pode dizer que existem.

Entretanto, no que diz respeito aos construtos-síntese utilizados no modelo de mensuração de

distância psíquica, objeto de discussão e variação entre autores do tema, foi possível inferir

que todos são, estatístiticamente, parte integrante do construto da distância psíquica. Este é

um resultado significativo, pois pode ajudar outros pesquisadores a escolher o instrumento de

pesquisa mais adequado, uma vez que eles encontrarão várias opções na literatura, o que

segundo alguns autores, é um problema (por exemplo, STÖTTINGER; SCHLEGELMILCH,

2000)

Em geral, as contribuições deste trabalho trouxeram menos discussão teórica e conceitual,

mas sim aplicação empírica combinando as principais vertentes presentes na literatura de

distância psíquica e trazendo embasamento para aplicações mais práticas, como o uso da

abordagem por ítem-único. Como já comentado, existem limitações para se quantificar um

fenômeno subjetivo, porém, são as tentativas de evidenciar o fenômeno, mesmo que com

limitações, que geram as evidências para compor o campo conceitual.

5.1. CAMPO PARA PESQUISAS FUTURAS

O presente estudo é um passo inicial para o uso de escalas de medida da distância psíquica

extra-regional e abre novas oportunidades para a continuidade das pesquisas nesta direção.

Em primeiro lugar, o instrumento utilizado neste estudo necessita ser testado e re-testado, em

amostras de estados diferentes, de modo a verificar se os resultados obtidos são consistentes, e

não resultantes de especificidades da amostra regional brasileira utilizada.

Em segundo lugar, não foi feito nenhum teste para determinar a validade com grupos

conhecidos (known-group validity). Um teste ideal desta natureza consistiria em tomar um

sub-conjunto da população brasileira – por exemplo, imigrantes de outras regiões e seus

descendentes – e comparar a distância psíquica entre este grupo e os brasileiros não

97

conectados de forma especial a esta regionalidade, de modo a verificar se o grupo de

imigrantes e descendentes estima a distância psíquica a seu estado de origem como menor do

que os demais da mesma cidade.

Terceiro, outra pesquisa relevante seria utilizar medidas objetivas que foram desenvolvidas

para medir a distância psíquica, como as de Brewer (2007) e as de Dow e Karunaratna (2006).

Seria conveniente verificar se as medidas propostas por estes autores estão medindo o mesmo

fenômeno.

Quarto, seria importante, ainda, comparar os resultados obtidos com as medidas objetivas e

subjetivas e estabelecer ou não sua equivalência, um tema amplamente discutido na literatura,

mas não adequadamente testado.

Quinto, seria interessante expandir o teste da hipótese de assimetria da distância psíquica para

países. Para tal, poder-se-ia pesquisar, por exemplo, a percepção que os brasileiros têm da

distância psíquica à França, e a dos franceses ao Brasil, e verificar se as distâncias são

equivalentes. A França é um caso interessante, porque os brasileiros têm possivelmente mais

informação sobre a França e mais afinidade com este país do que vice-versa.

Sexta, esta pesquisa só analisou a questão da mensuração da distância psíquica extra-regional

dos indivíduos. Maiores esforços devem ser feitos para medir a distância psíquica extra-

regional organizacional.

98

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102

APÊNDICES

Apêndice A – Instrumento de pesquisa: Questionário para respondentes do Rio de Janeiro. Página 1

Nota: O questionário foi devidamente adaptado para o respondente de Curitiba, Teresina, Belo Horizonte e Manaus

103

Apêndice B – Instrumento de pesquisa: Questionário para todos os respondentes. Página 2.

104

ANEXOS

Anexo A – Medição bilateral de Distância Psíquica por Hakanson e Ambos

Fonte: Hakanson e Ambos (2010, p.202)