MENINGITES NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA Dra.Claudia Oliveira Castro UNESA.
INSTITUTO COPPEAD DE ADMINISTRAÇÃO UNIVERSIDADE … · (UNESA) Rio de Janeiro 2015. iv...
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INSTITUTO COPPEAD DE ADMINISTRAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
João Ricardo da Costa Lopes
Assimetria de Distância Psíquica:
Uma medição extra-regional no Brasil
Rio de Janeiro
2015
i
João Ricardo da Costa Lopes
Assimetria de Distância Psíquica:
Uma medição extra-regional no Brasil
Dissertação de mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Administração, Instituto COPPEAD de
Administração, Universidade Federal do
Rio de Janeiro, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de Mestre
em Administração
Orientador: Otávio Henrique dos Santos
Figueiredo, D.Sc.
Rio de Janeiro
2015
iii
João Ricardo da Costa Lopes
Assimetria de Distância Psíquica:
Uma medição extra-regional no Brasil
Dissertação de Mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Administração, Instituto COPPEAD de
Administração, Universidade Federal do
Rio de Janeiro, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de Mestre
em Administração (M.Sc.)
Aprovada por:
__________________________________________________
Prof. Otávio Henrique dos Santos Figueiredo, D.Sc. – Orientador
(COPPEAD/UFRJ)
__________________________________________________
Prof. Luis Antonio da Rocha Dib, D.Sc.
(COPPEAD/UFRJ)
__________________________________________________
Profª. Cecília Lima de Queirós Mattoso, D.Sc.
(UNESA)
Rio de Janeiro
2015
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeço à minha família que sempre me ofereceu toda a estrutura necessária para a melhor
formação pessoal, acadêmica e profissional possível. Agradeço também à Marina, minha
namorada e a maior incentivadora e apoiadora desse desafio.
Agradeço a todos da equipe da Secretaria Acadêmica do COPPEAD, que sempre estiveram
presentes para ajudar nas mais variadas questões. Vocês foram tão importantes quanto os
professores que tive durante o curso.
Agradeço aos professores Luis Antônio Dib e Cecília Mattoso por aceitarem fazer parte da
minha banca de avaliação e pelos valiosos comentários e sugestões apresentados durante a
defesa.
Agradeço ao professor e orientador Otávio Figueiredo por oferecer um tema bastante
interessante, passível tanto de desenvolvimento no campo acadêmico quanto profissional.
Obrigado pela orientação, disponibilidade e paciência. Agradeço aos professores Mardem
Alencar, Olívia Resende e José Basini, que nos ajudaram imensamente ao aplicar o
questionário em seus alunos, nas cidades de Belo Horizonte, Curitiba e Manaus,
respectivamente. Agradeço também ao professor Tonny Kerley de Alencar, que além de
aplicar o questionário na cidade de Teresina, nos ajudou a conseguir o contato e a cooperação
dos demais professores, sendo fundamental para a execução deste projeto.
v
RESUMO
LOPES, João R.C. Assimetria de Distância Psíquica: Uma medição extra-regional no Brasil.
Orientador: Otávio Henrique dos Santos Figueiredo. Rio de Janeiro: COPPEAD/UFRJ, 2015.
Dissertação (Mestrado em Administração).
O presente trabalho teve como objetivo principal evidenciar a existência de assimetria de
distância psíquica no contexto extra-regional brasileiro. Buscou-se, empiricamente, investigar
a percepção de distância psíquica utilizando estudantes universitários de cinco cidades em
quatro regiões diferentes do país como respondentes. Para isso, foi utilizado um questionário
estruturado do tipo survey, baseado no modelo de mensuração de distância psíquica proposto
por Figueiredo (2009).
Antes de se chegar aos resultados referentes ao objetivo principal, procedimentos estatísticos
como a Análise Fatorial Confirmatória e Exploratória, o Teste de Correlações de Postos de
Spearman e o teste não paramétrico de Mann-Whitney, foram adotados para validação do
modelo e das variáveis nele incluídas. Entendeu-se que, mesmo que parcialmente, o modelo
selecionado para o trabalho atende satisfatóriamente as exigências para conclusão da
pesquisa.
Como a literatura previa (O’GRADY; LANE, 1996; SHENKAR, 2001; BAACK; BAACK,
2006), foi confirmada, ainda que parcialmente, a hipótese de existência de assimetria de
distância psíquica, medida no contexto extra-regional. Similarmente, foi validada
parcialmente a hipótese de equivalência entre os dois instrumentos de medida utilizados no
modelo. E também foram validadas as hipóteses de que os variáveis utilizados na abordagem
por conjunto de fatores são parte significativa do construto de distância psíquica. Em resumo,
esta pesquisa contribuiu para o campo de estudos de distância psíquica, ao fornecer evidências
empíricas a favor de premissas teóricas sobre o conceito, enriquecendo a literatura para novas
pesquisas.
Palavras-chave: Distância Psíquica; Assimetria; Distância Psíquica Extra-regional; Negócios
Internacionais.
vi
ABSTRACT
LOPES, João R.C. Assimetria de Distância Psíquica: Uma medição extra-regional no Brasil.
Orientador: Otávio Henrique dos Santos Figueiredo. Rio de Janeiro: COPPEAD/UFRJ, 2015.
Dissertação (Mestrado em Administração).
This study aimed to demonstrate the existence of psychic distance asymmetry in Brazilian
extra-regional context. It sought to empirically investigate the perception of psychic distance
using college students from five cities in four different regions of the country as respondents.
We used a survey based on the psychic distance model proposed by Figueiredo (2009).
Before getting to the results for the main goal, statistical procedures such as Confirmatory and
Exploratory Factor Analysis, the Spearman's Rank Correlations Test and the nonparametric
Mann-Whitney U Test, were adopted for model and variables validation. Has been checked
that the model and the variables selected for the research, even partially, satisfactorily meets
the requirements for completion of the research.
As an assumption in the literature (O’GRADY; LANE, 1996; SHENKAR, 2001; BAACK;
BAACK, 2006), the present dissertation confirmed, albeit partially, the existence of psychic
distance asymmetry, in extra-regional context. Similarly, it was partially validated the
hypothesis of equivalence between the two measure instruments used in this research, the
single scale model and the model of set of factors. The study also validated the hypothesis
that the set of factors considered in one model are significantly part of psychic distance
construct. Lastly, this research contributed to the study field of psychic distance providing
more empirical evidence to confirm a set of theoretical assumptions about the concept,
enriching the literature for future researches.
Keywords: Psychic Distance; Asymmetry; Extra-regional Psychic Distance; International
Business.
vii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Distribuição inicial dos questionários por curso e cidade ...................................... 36
Tabela 2 – Distribuição inicial dos questionários por curso e período declarado .................... 36
Tabela 3 – Tabela de contingência de Gênero e Cidade dos respondentes .............................. 38
Tabela 4 – Tabela de contingência de Faixa Etária e Cidade dos respondentes ...................... 39
Tabela 5 – Tabela de contingência de Faixa Etária e Cidade dos respondentes ...................... 39
Tabela 6 – Tabela de contingência de Curso e Cidade dos respondentes ................................ 40
Tabela 7 – Tabela de contingência de Período e Cidade dos respondentes ............................. 41
Tabela 8 – Tabela de contingência de Período e Cidade dos respondentes ............................. 42
Tabela 9 – Distribuição final dos questionários por curso e cidade ......................................... 42
Tabela 10 – Distribuição final dos questionários por curso e período declarado ..................... 43
Tabela 11 – Interpretação do Coeficiente de Correlação de Pearson e Spearman ................... 44
Tabela 12 – Roteiro de avaliação Análise Fatorial .................................................................. 45
Tabela 13 – Possíveis pares de regiões: origem e destino da análise ....................................... 47
Tabela 14 – Tabela código - item ............................................................................................. 48
Tabela 15 – Estatísticas descritivas do itens avaliados............................................................. 49
Tabela 16 – Correlação entre itens ........................................................................................... 51
Tabela 17 – Índices de fit do modelo de mensuração da distância psíquica extra-regional – Rio
de Janeiro origem ................................................................................................... 71
Tabela 18 – Índices de fit do modelo de mensuração da distância psíquica extra-regional –
Curitiba origem ...................................................................................................... 74
Tabela 19 – Índices de fit do modelo de mensuração da distância psíquica extra-regional –
Teresina origem ..................................................................................................... 77
Tabela 20 – Índices de fit do modelo de mensuração da distância psíquica extra-regional –
Belo Horizonte origem .......................................................................................... 80
Tabela 21 – Índices de fit do modelo de mensuração da distância psíquica extra-regional –
Manaus origem ...................................................................................................... 83
Tabela 22 - Síntese dos resultados da Análise Fatorial Confirmatória..................................... 86
Tabela 23 - Estatísticas descritivas da distância psíquica extra-regional medida por item único
e por conjunto de fatores síntese ............................................................................ 88
Tabela 24 - Correlação de Spearman entre a distância psíquica extra-regional medida por item
único e por conjunto de fatores síntese .................................................................. 89
Tabela 25 - Teste U de Mann-Whitney e Teste T para Distância Psíquica extra-regional ...... 92
viii
Tabela 26 – Síntese dos testes de hipóteses .............................................................................. 93
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Matriz de proposições para armadilhas de contexto por Nebus e Chai (2014). ...... 10
Figura 2 – Categorização e operacionalização de Distância Psíquica por Nebus e Chai (2014).
............................................................................................................................... 15
Figura 3 – Modelo de conceituação Distância Psíquica de Evans e Mavondo. ....................... 17
Figura 4 – Modelo de conceituação Distância Psíquica de Baack e Baack. ............................ 18
Figura 5 – Modelo conceitual do construto de Distância Psíquica por Figueiredo. ................. 19
Figura 6 – Modelo conceitual de dimensões do contexto proposto por Nebus e Chai............. 19
Figura 7 – Framework de influência dos vieses de assimilação e contraste. ........................... 22
Figura 8 – Assimetria de distância psíquica – Brasil. .............................................................. 24
Figura 9 – Estrutura conceitual de Distância Psíquica segundo a abordagem por conjunto de
fatores adaptado de Figueiredo (2009) .................................................................. 30
Figura 10 – Análise Fatorial Exploratória – Dimensões-síntese – Rio de Janeiro origem ....... 54
Figura 11 – Análise Fatorial Exploratória – Dimensões-síntese – Curitiba origem ................. 57
Figura 12 – Análise Fatorial Exploratória – Dimensões-síntese – Teresina origem ................ 60
Figura 13 – Análise Fatorial Exploratória – Dimensões-síntese – Belo Horizonte origem ..... 63
Figura 14 – Análise Fatorial Exploratória – Dimensões-síntese – Manaus origem ................. 66
Figura 15 – Modelo de mensuração para distância psíquica .................................................... 69
Apêndice A – Instrumento de pesquisa: Questionário para respondentes do Rio de Janeiro.
Página 1 ............................................................................................................... 102
Apêndice B – Instrumento de pesquisa: Questionário para todos os respondentes. Página 2.
............................................................................................................................. 103
Anexo A – Medição bilateral de Distância Psíquica por Hakanson e Ambos ....................... 104
x
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1
1.1. RELEVÂNCIA DO ESTUDO .................................................................................... 1
1.2. OBJETIVOS DO ESTUDO ....................................................................................... 3
1.3. ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO ................................................................................ 3
2. REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................................... 5
2.1. O CONCEITO DE DISTÂNCIA PSÍQUICA ............................................................ 5
2.1.1. Nível de Análise ................................................................................................. 11 2.1.2. Distância Psíquica e Distância Cultural ......................................................... 12
2.2. AS DIMENSÕES DO CONSTRUTO ........................................................................ 16
2.2.1. Assimetria .......................................................................................................... 20
3. MÉTODO .......................................................................................................................... 27
3.1. PERGUNTAS DE PESQUISA ............................................................................... 27
3.2. DELIMITAÇÕES DO ESTUDO .............................................................................. 28
3.3. NATUREZA DO ESTUDO ...................................................................................... 29
3.3.1. Técnica de Pesquisa .......................................................................................... 29
3.3.2. Unidade de Análise ........................................................................................... 29
3.4. MODELO CONCEITUAL ......................................................................................... 29
3.4.1. Hipótese H1 ....................................................................................................... 30 3.4.2. Hipóteses H2, H3, H4 e H5 .............................................................................. 30
3.4.3. Hipótese H6 ....................................................................................................... 31
3.5. ETAPAS DA PESQUISA ........................................................................................ 33
3.5.1. População e Amostra ........................................................................................ 33 3.5.2. Instrumento de Coleta de Dados ..................................................................... 34
3.5.3. Coleta de Dados ................................................................................................ 35 3.5.4. Comparação das Amostras .............................................................................. 37
3.5.4.1. Comparação das amostras quanto ao Gênero .............................................. 37 3.5.4.2. Comparação das amostras quanto à Idade................................................... 38 3.5.4.3. Comparação das amostras quanto ao Curso ................................................ 40
3.5.4.4. Comparação das amostras quanto ao Período Letivo.................................. 41
3.5.5. Amostra Final ................................................................................................... 42 3.5.6. Análise do Dados ............................................................................................... 43 3.5.7. Comparação de Amostras ................................................................................ 43 3.5.8. Teste de Correlação .......................................................................................... 44
3.5.9. Análise Fatorial Exploratória e Análise Fatorial Confirmatória ................. 45
3.6. LIMITAÇÕES DO ESTUDO ..................................................................................... 46
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................................................... 47
4.1. AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES ESTATÍSTICAS DAS VARIÁVEIS ......... 47
xi
4.2. ANÁLISE DE RESULTADOS DE DISTÂNCIA PSÍQUICA POR CONJUNTO DE
FATORES ............................................................................................................................. 52
4.2.1. Avaliação empírica das propriedades psicométricas .................................... 52 4.2.2. Resumo dos resultados ..................................................................................... 85
4.3. TESTE DAS HIPÓTESES DO ESTUDO .................................................................. 87
4.3.1. Hipótese H1 ........................................................................................................ 87
4.3.2. Hipótese H2 ........................................................................................................ 89 4.3.3. Hipótese H3 ........................................................................................................ 89 4.3.4. Hipótese H4 ........................................................................................................ 89 4.3.5. Hipótese H5 ........................................................................................................ 90 4.3.6. Hipótese H6 ........................................................................................................ 90
4.3.7. Síntese dos testes de hipóteses ......................................................................... 93
5. CONCLUSÃO E PESQUISAS FUTURAS ................................................................... 94
5.1. CAMPO PARA PESQUISAS FUTURAS ................................................................. 96
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 98
APÊNDICES ......................................................................................................................... 102
ANEXOS ............................................................................................................................... 104
1
1. INTRODUÇÃO
As pesquisas acerca do tema de internacionalização de empresas sempre foram muito
importantes para os estudos em administração. Desde meados da década de 50, os
pesquisadores se concentram em avaliar as estratégias utilizadas na entrada dessas empresas
nos mercados externos. A maneira como a distância entre os países influenciaria a decisão de
internacionalização era considerada uma variável fundamental para o entendimento do
comportamento das empresas no mercado externo.
Os primeiros trabalhos seguiam a ideia de que a influência da distância era puramente física, o
que afetaria, somente, os custos logísticos de se transportar mercadorias. Mas Beckerman
(1956) começou a demonstrar que não eram somente as variáveis objetivas e a distância física
que influenciariam o empreendedor na decisão de expandir para o mercado externo, mas
variáveis subjetivas também, lançando assim o conceito de distância psíquica.
O conceito de distância psíquica foi amplamenta adotado a partir da década de 70,
principalmente, após os estudos seminais da escola de Uppsala, segundo Ambos e Håkanson
(2014), entretanto, a incorporação do conceito em diversos trabalhos gerou uma grande
variedade de definições e tipos de operacionalização. Este conceito, na visão de diversos
autores, incorporaria variáveis como: tamanho do mercado externo, ambiente político e
regulatório, idioma local, ambiente de negócios, características culturais, entre outros. Nesse
sentido, esta dissertação pretende contribuir com o campo de estudos de distância psíquica
através da discussão conceitual do construto e sua mensuração e avaliação empírica, adaptado
ao contexto extra-regional1 brasileiro.
1.1. RELEVÂNCIA DO ESTUDO
O número de estudos envolvendo o conceito de distância psíquica cresceu significativamente
desde os trabalhos seminais da Escola de Uppsala. No entanto, muitas dessas pesquisas ou são
teóricas ou tratam do conceito de forma coadjuvante, poucas são as investigações empíricas
1 Refere-se à diferentes cidades de diferentes regiões brasileiras.
2
específicas para o campo de estudo da distância psíquica (AMBOS; HÂKANSON, 2014).
Paralelamente, é quase consenso entre os acadêmicos a necessidade de realização de mais
estudos sobre o tema, pois ainda não se chegou à um método ideal de pesquisa que seja
convincente à todos (SHENKAR, 2001). Há até quem seja descrente quanto a capacidade
empírica do construto da distância psíquica ser testada empiricamente, como Stöttinger e
Schlegelmilch (2000).
O conceito tem sido aplicado a estudos das mais variadas frentes no campo de negócios
internacionais, desde pesquisas sobre investimento direto estrageiro (KOGUT; SINGH, 1988)
até desempenho da firma (O’GRADY; LANE, 1996), passando por alguns outros temas.
Segundo Srivastava, a distância psíquica “influencia como os gestores formulam estratégias
de marketing e como eles adaptam os programas de marketing para as diferentes
circunstâncias” (SRIVASTAVA, 2011, p.175). Além disso, para Johanson e Wiedersheim-
Paul, teóricos pioneiros no campo de estudos de negócios internacionais da Escola de
Uppsala, “as empresas primeiro se desenvolvem no mercado doméstico e a
internacionalização é a consequência de uma série de decisões incrementais”, o que seria uma
forma de reduzir, aos poucos, a distância psíquica (JOHANSON; WIEDERSHEIM-PAUL,
1975, p.306).
Desta forma, estudar o construto distância psíquica no locus do mercado doméstico torna-se
tema de pesquisa relevante. Entretanto, poucos foram os estudos empíricos encontrados na
literatura sobre a medição da distância psíquica extra-regional. Almeida e Rocha (2007)
avaliaram o processo decisório do modo de entrada na indústria do varejo extra-regional, no
entanto, o construto distância psíquica teve papel secundário na pesquisa.
Além disso, quando falamos em estudar o construto de distância psíquica entre países ou
regiões, levamos também em consideração a premissa de assimetria deste contruto, isto é, a
distância psíquica é uma medida assimétrica, que difere de acordo com o sentido da
comparação. Logo, se estamos medindo a distância de A para B, também temos que medir a
distância percebida de B para A.
Assim a proposta do presente trabalho é contribuir para o entendimento do construto da
distância psíquica extra-regional, através de investigação empírica, utilizando brasileiros de
3
diferentes regiões como respondentes. A medição em nível individual pode gerar insights à
respeito das diferenças de percepção entre esses indivíduos das diferentes regiões, sendo fonte
de informação gerencial para adaptação de produtos e serviços.
1.2. OBJETIVOS DO ESTUDO
Esta dissertação tem como objetivo estudar o fenômeno da distância psíquica no contexto
extra-regional brasileiro. A mensuração da distância psíquica, feita através de questionário
tipo survey, permitirá investigar diferenças entre as formas de mensuração da distância
psíquica, a natureza dimensional que gerou o julgamento, bem como avaliar o fenômeno da
assimetria entre pares de regiões. Desta forma, o presente estudo tem por objetivos:
1) Analisar as relações entre os instrumentos de mensuração da distância psíquica medida
por item único e por dimensões síntese;
2) Identificar se a(s) dimensão(ões) propostas no modelo conceitual são parte
significativa do construto da distância psíquica; e
3) Investigar a existência de assimetria entre as distâncias das medidas da distância
psíquica da região A em relação à região B e da região B em relação à região A.
1.3. ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO
Este trabalho está organizado na seguinte ordem:
O primeiro capítulo apresenta o tema do trabalho e os objetivos de pesquisa propostos. O
segundo capítulo apresenta a revisão de literatura sobre o tema, englobando as definições de
distância psíquica, distância cultural, assimetria de distância psíquica, nível da análise e as
dimensões do construto comumente utilizadas. O terceiro capítulo detalha o método utilizado
no estudo, como a apresentação do modelo conceitual, as características da população e das
amostras selecionadas, as ferramentas para coleta, manuseio e análise dos dados e as
limitações presentes neste estudo. Neste capítulo também são apresentadas e justificadas as
hipóteses do trabalho. O quarto capítulo trata da análise dos resultados, isto é, apresenta a
interpretação dos procedimentos estatísticos, como a análise exploratória dos dados e o teste
4
das hipóteses estabelecidas no capítulo anterior. Por fim, no capítulo cinco, é apresentada a
conclusão do trabalho, assim como as recomendações para pesquisas futuras.
5
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. O CONCEITO DE DISTÂNCIA PSÍQUICA
O termo “distância psíquica” foi citado, primeiramente, por Beckerman, em 1956, em um
estudo sobre o comportamento de compra e venda de mercadorias entre países europeus.
Dados mercadológicos de 11 países da Europa Ocidental foram analisados com o objetivo
principal de avaliar a correlação entre a distribuição das exportações realizadas por alguns
países com a distância relativa entre eles, buscando identificar algum padrão de
comportamento nas transações entre os atores estudados. A pesquisa tinha como premissa que
essa relação era basicamente composta pelo custo de se transportar mercadorias de um país
para outro – mais importante do que a distância em metros, quilômetros ou milhas -, o que
seria fator determinante na decisão de exportar mais, menos ou não exportar para determinado
país – o mesmo valeria para importação, nas situações em que o comprador é quem se
encarrega dos custos de transporte. O custo, além de estar relacionado com a distância física a
ser percorrida, também estaria diretamente ligado aos tipos de modais utilizados para o
transporte - como rodoviário, marítimo ou aéreo – e a necessidade de capital para utilização
de cada um deles.
Através do estudo, Beckerman concluiu que os países menos desenvolvidos economicamente
tendiam a apresentar uma menor distribuição nas suas transações comerciais, muito em
função de uma indústria doméstica pouco diversificada. E esses países, na maioria das vezes,
estariam localizados em áreas mais afastadas das economias mais importantes da região,
indicando que a distância física e os altos custos de se transportar mercadorias para essa essas
áreas afastadas explicariam o baixo desenvolvimento econômico desses países.
Assim, acontece a introdução do termo “distância psíquica”, que se tornaria tema de muitos
estudos nas décadas seguintes, sugerindo que o custo, gerado pela relação entre distância
geográfica e o meio de transporte, não seria a única variável explicativa para o fenômeno,
levando o autor a crer na existência de outras variáveis explicativas. A expressão distância
psíquica foi descrita como, “a influência gerada na distribuição de matéria-prima por um país,
devido à maneira como a transação foi pessoalmente realizada e cultivada” (BECKERMAN,
6
1956, p.38), dando como principal exemplo de critério de avaliação psíquica, a semelhança de
idiomas entre países distintos.
Similarmente, Linnemann (1966) examinou a matriz de comércio entre 80 países no ano de
1959, utilizando aproximadamente 6.000 fluxos de importação e exportação como base. Uma
das premissas de sua análise, que também buscava encontrar padrões para o comportamento
de trocas comerciais, era de que o nível de importação de um local “A” vindo de um local “B”
seria maior à medida que a renda nacional de “A” fosse maior - em razão da capacidade da
demanda – e também quanto maior fosse a renda nacional de “B” – em razão da capacidade
de oferta. No entanto, à medida que os países ficassem mais ricos eles atingiriam níveis de
auto-suficiência que influenciariam esses fluxos. Por isso, Linnemann introduziu outras
variáveis explicativas, como o PIB per capita, a distânica física e a distância psicológica. Esta
última incluiria as percepções de risco, imperfeições na troca de informações e as barreiras
culturais e de idioma.
Mas foi a partir da década de 1970, com os estudos da escola de Uppsala, que o tema passou a
obter maior destaque na academia. A primeira conceituação proveniente da escola nórdica foi
feita por Vahlne e Wiedersheim-Paul, em (1973 apud EVANS; TREADGOLD; MAVONDO,
2000, p.376), quando os autores definiram distância psíquica como “os fatores que impedem
ou perturbam o fluxo de informação entre fornecedores e clientes”.
Anos depois, Johanson e Wiedersheim-Paul, (1975, p.307) aprimoraram a definição
afirmando que distância psíquica seria “a soma dos fatores que impedem ou perturbam o
fluxo de informação entre os mercados e as empresas”. Johanson e Vahlne (1977) geraram
ainda mais relevância para o tema de distância psíquica ao lançarem um modelo que se propôs
a explicar o processo de internacionalização da firma. Eles defendiam que o processo de
internacionalização seria, idealmente, composto por decisões incrementais de
comprometimento ao novo mercado, à medida que a empresa fosse adquirindo mais
conhecimento sobre o mercado-alvo, diminuindo as incertezas geradas pelas barreiras ao
fluxo de informação. Em 2009, Johanson e Vahlne revisitaram o tema publicando uma
atualização ao processo de internacionalização de empresas proposto e apresentado em 1977.
Nessa atualização, os autores propuseram que as origens das incertezas não estariam mais
concentradas na distância psíquica, mas sim na capacidade da empresa em manter uma rede
7
de relacionamentos no ambiente internacional. Segundo Johanson e Vahlne, a empresa em
movimento de expansão não poderia ser vista como um jogador independente, tampouco seus
fornecedores e clientes. Logo, seria importante considerar o comprometimento bilateral entre
empresas, uma vez que o ambiente de destino seria formado por uma rede de outros parceiros
e, esta rede, por sua vez, teria total influência nas formas de aprendizado, construção de
confiança e desenvolvimento de comprometimento, adquiridos somente através do trabalho
em conjunto com outras empresas.
Fora da escola de Uppsala, outros pesquisadores do tema de negócios internacionais também
foram registrando suas definições, como Kogut e Singh (1988, p. 413), que definiram
distância psíquica como “o grau em que uma firma se encontra incerta sobre as características
do mercado estrangeiro”. Nordström e Vahlne (1994, p.42), definiram distância psíquica
como “os fatores que impedem e perturbam o aprendizado e o entedimento da firma sobre o
ambiente estrangeiro”. O’Grady e Lane (1996, p.330), que definiram a expressão como “o
grau de incerteza da firma em relação ao mercado estrangeiro, resultante das diferenças
culturais e de outras dificuldades de negócios que representam barreiras ao aprendizado sobre
o mercado e a operação no local”. Também especificando a origem das barreiras de
informação que originam a distância psíquica, Evans e Mavondo (2002b, p.517), definiram o
termo distância psíquica como “a distância entre o mercado doméstico e o mercado
estrangeiro resultante das perceções das distâncias culturais e de negócios”.
Autores como Fletcher e Bohn (1998) enfatizaram a importância da percepção individual na
origem do fenômeno. Eles definiram o termo como “a distância na mente dos indivíduos e a
distância percebida depende de como o indivíduo enxerga o mundo” (FLETCHER; BOHN,
1998, p.49). Sousa e Bradley (2005, p.44), na mesma linha, defendem que distância psíquica é
“a perceção individual sobre as diferenças entre o mercado doméstico e o estrangeiro”. Na
mesma linha, Baack e Baack (2006, p. 229) definiram o construto como “o agregado entre a
distância nacional e a distância de negócios sendo processado pela experiência individual”,
sendo a distância nacional, um subconstruto composto pelas distâncias cultural e econômica e
a distância de negócios, um subconstruto composto pelas distâncias industrial e da firma.
Figueiredo (2008) realizou uma extensa revisão do conceito de distância psíquica e sua
conceituação.
8
Ao mesmo tempo, um bom ponto de partida para o entendimento do conceito seria
desmembrar a expressão, no intuito de verificar o significado das palavras que a compõem
(EVANS et al., 2000; SOUSA; BRADLEY, 2006; FIGUEIREDO, 2008). O termo “psíquico”
deriva do vocábulo grego psychikos, que significa “mente” ou “alma”, e se refere a algo na
mente do indivíduo (SIMPSON; WEINER, 1989). A distância, por sua vez, refere-se às
diferenças entre o ambiente doméstico e o estrangeiro, criando deficiências que precisam ser
transpostas (BAACK; BAACK, 2006). Logo, é a percepção individual acerca das diferenças
entre o país de origem e o estrangeiro que molda o conceito de distância psíquica (EVANS;
MAVONDO, 2002a). Portanto, após muitos trabalhos acadêmicos utilizarem dados públicos
estatísticos e factuais para mensuração do fenômeno (DOW; KARUNARATNA, 2006),
defendendo que esses dados são resultado da distância psíquica, outros autores passaram a
defender uma operacionalização mais subjetiva do fenômeno, focando nas percepções do
indivíduo (SOUSA; BRADLEY, 2008).
Desde a década de 50 até hoje, a literatura de negócios internacionais e de marketing
internacional tem utilizado com grande frequência os construtos de ‘distância psíquica’ ou
‘distância psicológica’ e “sem dúvida, o conceito de distância psíquica deve muito da sua
atratividade à sua inerente imprecisão” (AMBOS; HÂKANSON, 2014, p.6). A frase desses
dois autores ilustra o trabalho produzido pelos próprios, onde foi mapeado o uso do conceito
desde a década de 70, evidenciando a presença crescente e, ao mesmo tempo, inconsistente do
conceito, isto é, presença de muitas definições diferentes e vagas e a falta de um método ideal
e único de mensuração do fenômeno. Algumas críticas sugerem que o termo se tornou objeto
de comoditização dentro da academia (LANE et al., 2006). Outros autores como Stottinger e
Schlegelmilch (2000) e Hutzschenreuter, Kleindienst e Lange (2014) também apontaram a
necessidade da realização de mais pesquisas exploratórias para o entendimento da distância
psíquica.
Nebus e Chai (2014) propuseram uma construção diferente para o conceito de distância
psíquica ao retirarem a importância do termo “distância” na expressão, focando apenas no
lado “psíquico”. Eles substituíram a definição convencional de distância pelas dimensões
cognitivas do decisor (conscientização, percepção e compreensão), defendendo que cada
indivíduo possui limitações cognitivas, heurísticas e experiências distintas, que levam a
9
entendimentos diferentes sobre determinados contextos. A dimensão da conscientização
representaria o estado individual de conhecimento dos elementos do ambiente que são
essenciais ou prejudiciais para a adaptação de um produto ou serviço no novo local. A
dimensão da percepção, por sua vez, seria a capacidade do indivíduo em filtrar ou distorcer a
realidade do ambiente, a ponto de amplificar ou minimizar a relevância dos elementos
importantes ao negócio presentes no novo cenário. Já a dimensão da compreensão, seria a
habilidade do indivíduo em, após identificar e filtrar elementos, compreender como e por que
tais elementos relevantes afetariam o negócio e, consequentemente, a própria tomada de
decisão.
Ainda segundo Nebus e Chai (2014), não adiantaria solicitar a um indivíduo que ele indicasse
a distância percebida em relação a outro contexto através de variáveis geográficas, políticas,
econômicas, entre outras, pois essas variáveis poderiam não ser as importantes pra esse
indivíduo. A base desse posicionamento se encontra em duas teorias advindas da psicologia, a
teoria situacional e a teoria da disponibilidade. As duas, de modo geral, quando utilizadas
pelos autores, lhes permitem sustentar a hipótese de que cada decisão é fruto de uma
combinação entre as características cognitivas do indivíduo naquele momento e do contexto
específico no qual essa decisão tem influência. Além disso, os autores afirmam que as três
dimensões cognitivas são igualmente importante no processo de tomada de decisão, já que
qualquer problema em uma das dimensões, o processo todo estaria prejudicado, deixando o
tomador de decisão à mercê do que os autores chamaram de armadilhas do contexto. Nebus e
Chai apresentaram uma matriz onde estariam presentes quatro situações diferentes fruto da
combinação de níveis de conscientização/percepção e compreensão, sendo que três dessas
situações representariam uma problemática para a melhor decisão, as armadilhas do contexto,
veja na figura 2.1.
10
Figura 1 – Matriz de proposições para armadilhas de contexto por Nebus e Chai (2014).
Fonte: Adaptado de Nebus e Chai (2014, p. 16).
O primeiro quadrante – esquerda inferior – representa muitas vezes o primeiro momento dos
tomadores de decisão nas empresas multinacionais, quando não se possui conhecimento dos
elementos relevantes do contexto, como tampouco se nota essa falta de conhecimento. Essa
armadilha, segundo os autores, pode ser derivada tanto de heurísticas dos decisores, como da
dificuldade de se obter informações referentes ao contexto, gerando uma falsa sensação de
compreensão da situação.
O segundo quadrante – direito inferior -, chamado de “insight limitado” ilustra o momento
quando se tem grande percepção dos elementos presentes no novo contexto, porém não se
consegue extrair dessas informações disponíveis o suficiente para tomada de decisão correta.
Nebus e Chai (2014) defendem que essa armadilha pode acontecer de duas maneiras: não
compreender quais são as modificações no conteúdo (produto ou serviço) que devem ser
feitas para uma boa adaptação no novo contexto; saber diferenciar os elementos relevantes do
novo contexto versus os elementos relevantes do contexto doméstico.
O quarto quadrante – esquerda superior – representa um estágio de alto nível de compreensão
e baixo nível de conscientização/percepção. Apesar de esse momento parecer contra intuitivo,
pois seria difícil compreender sem ter informação, este estágio é posterior ao momento de alto
11
nível de compreensão e percepção (ilustrado pelo terceiro quadrante, no canto superior
direito). Isso acontece porque depois de permanecer no estágio ideal, os tomadores de decisão
estão sujeitos às armadilhas da imersão, isto é, eles permanecem tão focados em
operacionalizar aquilo que já foi estudado e compreendido que eles acabam não percebendo
as mudanças que podem ocorrer no contexto onde estão presentes.
2.1.1. Nível de Análise
Uma das variações conceituais encontradas recorrentemente na literatura está ligada ao nível
de análise do fenômeno da distância psíquica. Este nível representa a origem e o destino da
medição de distância, podendo ser medida a partir de uma perspectiva individual (entre
pessoas) (BAACK; BAACK, 2006; SOUSA; BRADLEY, 2008; NEBUS; CHAI, 2014a),
nacional (entre mercados ou países) (JOHANSON; WIEDERSHEIM-PAUL, 1975), ou
organizacional (entre empresas) (KOGUT; SINGH, 1988; O'GRADY; LANE, 1996; EVANS
ET AL., 2000)
Rocha (2004) explica por que a distância psíquica é medida sob essas três diferentes
perspectivas. A primeira perspectiva é medida no nível individual porque se trata de um
fenômeno gerado a partir do filtro das experiências individuais sobre as características
culturais e de negócios (BAACK; BAACK, 2006) e a forma como o indivíduo processa essas
informações e devolve ao ambiente (EVANS ET AL., 2000). De acordo com a autora, a
segunda perspectiva sugere que a distância psíquica pode ser medida sob a perspectiva
nacional devido aos estereótipos e filtros culturais compartilhados pelos membros de uma
cultura. Tais filtros acabam moldando determinados comportamentos sociais e aproximando
as percepções de distância em relação a outros países. A terceira e última perspectiva, similar
a premissa apontada para defender a medição no nível nacional também se aplica ao nível
organizacional, visto que a cultura organizacional, a história da empresa e as experiências dos
funcionários também serviriam para moldar as percepções de seus funcionários, no que diz
respeito à tomada de decisão acerca de negócios internacionais. Portanto, a medição
utilizando as três perspectivas pode ser utilizada, porém, para cada um delas é necessário
verificar o tipo de operacionalização mais indicada a ser feita, uma vez que essa parte do
12
processo tem que estar alinhada à argumentação conceitual que for utilizada (FIGUEIREDO,
2008; SOUSA; BRADLEY, 2008).
Muitos autores partem da premissa de que as percepções de distância psíquica entre
indivíduos do mesmo país ou mercado são naturalmente homogêneas – de acordo com a
justificativa supracitada de Rocha (2004) - (KOGUT; SINGH, 1988). No entanto, assumir que
todo um país pensa de forma igual pode ser uma atitude incorreta, como defendem O’Grady e
Lane (1996), ao afirmar que quando assumimos que um país é homogêneo, sobretudo se ele é
muito grande geograficamente, estamos ignorando as características regionais inseridas dentro
do mesmo país, que por muitas vezes possuem traços culturais e origens significativamente
diferentes, como é o caso do Brasil.
2.1.2. Distância Psíquica e Distância Cultural
Como vimos até este ponto, as definições de distância psíquica na literatura apresentam
algumas diferenças conceituais que deixam o conceito vago e geram questionamentos entre os
pesquisadores do tema. Uma questão que ganhou evidência com o desenvolvimento dos
estudos está relacionada às diferenças entre os conceitos de distância psíquica e distância
cultural, sendo este último, outro grande objeto de estudos no campo dos negócios
internacionais (KOGUG; SINGH, 1988; SHENKAR, 2001). Os construtos de ‘distância
psíquica’ e ‘distância cultural’ tem sido utilizados na literatura para medir a percepção de
similaridades e diferenças entre um mercado e outro por executivos de empresas
internacionalizadas, no entanto, há falta de precisão e consistência na utilização dos dois
construtos, que ora são tratados como intercambiáveis, como idênticos, ou como proxies um
do outro, ora como apenas parcialmente superpostos, ou ainda como parcialmente distintos
(FIGUEIREDO, 2008). Sousa e Bradley (2006, 2008) apontaram para a necessidade de se
entender os conceitos de forma mais profunda, pois alguns autores estariam utilizando as
expressões “distância psíquica” e “distância cultural” como sinônimas, tanto conceitualmente
quanto na operacionalização, realizando pesquisas de distância psíquica com métodos
referentes ao estudo de distância cultural e vice-versa. Essa prática foi percebida e advertida
por Nordstrom e Vahlne (1994), que reportaram que os conceitos de distância psíquica e
cultural capturam fenômenos diferentes, apesar de estarem relacionados entre si.
13
Antes de apontar neste trabalho quais seriam estas diferenças e os riscos que os pesquisadores
incorrem ao tratar ambos os conceitos como proxy, é válido apresentar como distância
cultural é definida nos estudos de negócios internacionais. Uma definição que influenciou
importantes autores do campo foi a de Luostarinen (1979), que definiu distância cultural
como “a soma dos fatores que criam, por um lado, a necessidade de conhecimento e, por outro
lado, barreiras ao fluxo de conhecimento e, logo, a outros fluxos entre o país de origem e os
países-alvo.” (LUOSTARINEN, 1979 apud SOUSA; BRADLEY, 2008, p. 484). A
capacidade de prover uma definição de cultura adequada, no entanto, tem sido um desafio
para os pesquisadores, pois nenhuma definição é totalmente aceita (SOUSA; BRADLEY,
2008). Hofstede (1980) argumentou que o papel da cultura é prover um perfil de uma
determinada sociedade, considerando as normas, valores e as instituições que dão suporte às
deciões do cotidiano. Este, por sua vez, obteve sucesso ao estabelecer um framework de
avaliação cultural, que serviu de base para outros estudiosos. Kogut e Singh (1988), por
exemplo, tiveram grande influência do trabalho de Hofstede no desenvolvimento de seu
método de avaliação de distância cultural entre países. Estes autores definiram cultura
nacional como “o grau com o que as normas culturais de um país são diferentes das de outro
país”.
Para Sousa e Bradley (2006; 2008), o principal equívoco que acompanha o uso como
sinônimo dos dois conceitos é o nível de análise de cada um deles. Para os autores, a distância
psíquica é uma medida de nível individual, como os próprios definem como: “a percepção
individual das diferenças entre o país de origem e o país estrangeiro” (2008, p. 471). Por outro
lado, os autores argumentam que a distância cultural é avaliada por meio de valores e normas
culturais, ao invés de percepções individuais. Além disso, não é possível medir diretamente os
valores culturais, pois esses seriam formados por produtos de uma cultura e suas instituições
através do tempo e da socialização entre os indivíduos nela inseridos (SCHWARTZ, 1994).
Portanto, a distância cultural seria um conceito a ser aplicado sob a perspectiva de nível
nacional e a distância psíquica no nível individual, obrigando os pesquisadores a terem maior
alinhamento conceitual e metodológico.
Alguns autores defendem que a distância cultural seria uma das dimensões da distância
psíquica, sendo que esta última também capturaria outras percepções relacionadas ao
14
ambiente de negócios e ao macroambiente (NORDSTROM; VAHLNE, 1994; O'GRADY;
LANE, 1996; SHENKAR, 2001; DOW; KARUNARATNA, 2006; FIGUEIREDO, 2008;
SOUSA; BRADLEY, 2008). Hakanson e Ambos (2010) validaram a crítica de que distância
psíquica e distância cultural não deveriam ser utilizadas como sinônimas através de um estudo
empírico comparando as percepções de distância psíquica entre 25 países. Os autores
identificaram que o atributo cultural, de fato, influencia no julgamento da distância psíquica,
no entanto, sua capacidade de explicar o fenômeno não é relevante o suficiente para ser o
único atributo levado em consideração. Paralelamente, nesse mesmo estudo, Hakanson e
Ambos avaliaram a correlação entre os resultados obtidos pelo índex elaborado por Kogut e
Singh (1988), baseado em Hofstede (1980), com as percepções de distância psíquica dos
respondentes da pesquisa, e o resultado encontrado foi uma correlação muito fraca. Os autores
ainda afirmaram que a metodologia de Hofstede – e consequentemente Kogut e Singh – é
culturalmente dependente. Usando a Holanda e países culturalmente próximos como
exemplos, eles identificaram que a correlação entre o método de distância cultural com a
distância psíquica percebida era muito alto, porém o mesmo resultado não era encontrado
quando se avaliava países percebidos como culturalmente distantes.
Na figura 2 pode ser visto o quadro adaptado de Nebus e Chai (2014), é possível ter uma ideia
bem clara das diferenças de definição e operacionalização encontradas na literatura. De
maneira geral, a linha de raciocínio dos autores segue o que está sendo apresentado nesse
trabalho. A divisão principal entre as vertentes da literatura está na separação entre medidas
objetivas e factuais e medidas subjetivas e perceptuais.
15
Figura 2 – Categorização e operacionalização de Distância Psíquica por Nebus e Chai (2014).
Medidas objetivas e factuais Medidas subjetivas e perceptuais
Categoria de
mensuração de
Distância Psíquica
1. Distância Cultural 2. Fatores Objetivos
3. Percepções individuais de
distância dos países
4. Percepções
individuais de fatores
dos países
Medidas
Índice composto baseado
nas diferenças de cada
dimensão cultural, entre o
país da firma e o país-alvo
Índice de indicadores
que, além de cultura,
incluíam fatores
políticos, históricos,
sociais, idioma e
geográficos.
Respondentes eram solicitados
a posicionar alguns países em
um círculo concêntrico de
acordo com sua percepção
subjetiva da distância entre os
mercados de cada país
Percepções individuais
sobre características
de países como na
coluna #2: Cultura,
política, negócios,
governança, geografia,
idioma, etc.
Dados
Nível nacional, dados
secundários usando as
dimensões de Hofstede ou
outra dimensão cultural
Nível nacional, dados
secundários
Dados primários fornecendo
um mapa de distâncias
percebidas entre países
Dados primários
fornecendo o grau de
distância percebida
entre características de
cada país
Contribuição
Introdução de fatores além
do econômico que
influenciariam a tomada
de decisão da firma
Introdução de fatores
além da cultura que
afetariam a tomada de
decisão
Introdução da percepção
gerencial na mensuração de
distância psíquica
Introdução da
percepção gerencial
sobre elementos de
ambientes estrangeiros
Premissas
1. Cultura é o elemento
central de DP
Fatores escolhidos pelos
pesquisadores seriam os
mais importantes para
todos os decisores e
todas as decisões
1. As diferenças nacionais no
nível macro eram capturadas
com um único número,
desconsiderando as diferenças
1. Medidas de
percepção são fatores
escolhidos pelos
pesquisadores, não
solicitadas aos
respondentes
2. Percepção do tomador
de decisão seria baseada
somente na cultura do país
de sua firma
2. Questionava a percepção de
diferença entre os países, não
necessariamente as diferenças
relevantes à tomada de decisão
2. Variações entre
indivíduos seriam
consideradas baixas e
aleatórias
3. Dimensões culturais
não se alteraram desde que
os dados secundarios
foram coletados
Desconsideravam
Tomadores de decisão
com grande variação em
experiências e percepções
Importância dos fatores
nacionais variarem de
acordo com a decisão
gerencial
Não deixa claro quais fatores
são percebidos como
relevantes à tomada de decisão
Decisores não eram os
responsáveis por
definir os fatores
avaliados
Exemplos na
literatura
Kogut e Singh (1988) Dow e Karunaratna
(2006)
Stottinger e Schlegelmilch
(1998)
Evans e Mavondo
(2002)
Håkanson and Ambos
(2010)
Fonte: Adaptado de Nebus e Chai (2014, p.10)
As colunas 1 e 2, do quadro apresentado na figura 2, resumem os tipos de estudos
operacionalizados através de dados objetivos e factuais, isto é, vão desde os estudos que
consideravam distância psíquica como proxy de distância cultural e utilizavam na medidação
a metodologia baseada no trabalho de Hofstede ou similares, até demais estudos que
entendiam que o construto não poderia ser apenas represtado pelas diferenças culturais, mas
também por outras esferas, como política, economia, história, geografia, idioma, entre outros.
Ainda que ampliando as possíveis dimensões englobadas pela distância psíquica, esses
16
estudos eram operacionalizados de forma objetiva, ou seja, diferenças nos indicadores de cada
país eram comparadas a fim de se obter um número que representasse a distância psíquica
entre eles.
As colunas 3 e 4, do quadro apresentado na figura 2, resumem os estudos que passaram a
considerar a percepção individual na operacionalização dos estudos de distância psíquica. A
principal diferença entre essas duas colunas está nas dimensões consideradas para avaliar as
distâncias entre países. Enquanto que na terceira coluna, os indivíduos eram solicitados a
posicionar diversos países em um mapa de distâncias, nos estudos referentes ao resumo da
coluna 4, os indivíduos eram solicitados a julgar a distância entre países, a partir de
indicadores sociais, econômicos, políticos, entre outros (assim como na coluna 2) de cada um
deles. De maneira geral, parte dos estudos trata o construto da distância psíquica como uma
medida agregada e a outra parte dos estudos subjetivos trata o construto da distância psíquica
como um conjunto de dimensões. Mais detalhes sobre as dimensões de distância psíquica
serão apresentados na próxima seção.
2.2. AS DIMENSÕES DO CONSTRUTO
Outra discussão encontrada na literatura acerca do construto da distância psíquica, que divide
opinião entre os autores, está relacionada à composição do construto. São duas as principais
vertentes que contemplam esse assunto: a de que a distância psíquica é formada por um
conjunto de fatores (NORDSTROM; VAHLNE, 1994) e a de que a distância psíquica é um
construto síntese (EVANS; MAVONDO, 2002a).
A teoria de que o construto da distância psíquica é um construto síntese se baseia na ideia de
que o indivíduo percebe diferenças entre seu país e outro, porém não é capaz de acessar a
dimensão onde há diferença ou não para julgar, obtendo apenas a avaliação global da
distância. No entanto, alguns estudos não têm tido sucesso em revelar significativos efeitos da
distância psíquica utilizando a medida por construto síntese, o que levou os autores Stöttinger
e Schlegelmilch (2000, p.172) a afirmarem que “devido a essa circunstância, concordamos
com a sugestão de nossos colegas em identificar os fatores-chave que, combinados, perfazem
o construto da distância psíquica”.
17
A ideia de que a distância psíquica consiste em um conjunto de fatores, significa dizer que ela
é uma medida agregada que contempla dimensões que são avaliadas pelo indivíduo quando
este julga a distância entre seu país de origem e um país estrangeiro. Para Evans e Mavondo
(2002b), o entendimento dos fatores que dão origem à distância psíquica é importante para
geração de implicações gerenciais substanciais. Esses pesquisadores elaboraram um modelo
conceitual apresentando as dimensões sugeridas para o construto da distância psíquica,
através de duas dimensões principais de segunda ordem, distância de negócios e distância
cultural. A distância de negócios seria composta por mais cinco dimensões de primeira ordem,
isto é, dimensões as quais o indivíduo seria capaz de avaliar diretamente, são elas: sistema
legal e político; estrutura do varejo; economia; práticas de negócio e o idioma. Já a distância
cultural, seria composta por mais cinco dimensões de primeira ordem, como: distância do
poder; orientação de curto prazo versus orientação de longo prazo; masculinidade versus
feminilidade; individualismo versus coletivismo e aversão ao risco. A figura 3 apresenta o
modelo proposto pelos autores.
Figura 3 – Modelo de conceituação Distância Psíquica de Evans e Mavondo.
Fonte: Adaptado de Evans e Mavondo (2002b, p.311)
18
Outro trabalho que apresentou um modelo de conceituação de distância psíquica foi o de
Baack e Baack (2006). Neste trabalho os autores apontam para a existência de três dimensões
princiapais: (i) a distância nacional, (ii) a distância de negócios e (iii) as experiências
individuais. A duas primeiras dimensões, no entanto, ainda seriam compostas por outras duas
subdimensões cada: distâncias cultural e econômica e distâncias da indústria e da firma,
respectivamente. Nesse modelo, os autores reforçam a ideia de que as experiências
individuais são um fator chave na formação da distância psíquica, pois elas serviriam como
um filtro para a recepção e assimilação das informações captadas no ambiente. A ilustração
desse modelo de conceituação de distância psíquica se encontra na figura 4.
Figura 4 – Modelo de conceituação Distância Psíquica de Baack e Baack.
Fonte: Adaptado de Baack e Baack (2006, p. 229)
Figueiredo (2009) estabeleceu que o domínio conceitual do construto de distância
psíquica inclui quatro grandes dimensões: cultura, negócios, macroambiente e físico. Este,
portanto, seria um construto multidimensional de alta ordem (FIGUEIREDO, 2009, p.105).
Isto significa que abaixo dessas quatro grandes dimensões existiram dimensões de primeira
ordem, isto é, dimensões que seriam acessadas diretamente pelo indivíduo quando da sua
avaliação de distância psíquica. A figura 5 ilustra as dimensões de alta ordem e primeira
ordem apresentadas por Figueiredo (2009).
19
Figura 5 – Modelo conceitual do construto de Distância Psíquica por Figueiredo.
Fonte: Adaptado de Figueiredo (2009, p. 106)
Nebus e Chai (2014), no entanto, sugeriram um novo tipo de operacionalização que superaria
os quatro principais apresentados na figura 2. O ponto chave da proposta está em incluir na
pesquisa a combinação entre os fatores cognitivos individuais e as características do contexto.
Para isso, seria necessário questionar os entrevistados já considerando um contexto e, além
disso, permitir que os entrevistados digam quais são as dimensões relevantes para a tomada de
decisão naquele momento. Dessa forma seria possível mapear quais os pontos importantes a
levar em consideração e qual a relevância de cada um no processo de internacionalização. A
figura 6 abaixo apresenta as dimensões de contexto propostas por Nebus e Chai (2014).
Figura 6 – Modelo conceitual de dimensões do contexto proposto por Nebus e Chai.
Fonte: Adaptado de Nebus e Chai (2014, p. 14)
20
Mais uma vez as diferenças na literatura se apresentam para serem debatidas e,
independentemente de qual conceituação e operacionalização se mostre mais adequada no
futuro – pois atualmente ainda não há -, o importante é atentar para o alinhamento entre
conceito, metodologia e insights que a pesquisa pretende extrair.
2.2.1. Assimetria
Quando Beckerman (1956) inaugurou a expressão distância psíquica, ele acabara de encontrar
um novo fator que pudesse explicar parte do processo decisório na relação internacional entre
empresas e mercados. Até então o pressuposto de distância era objetivo, composto
basicamente por custo e a distância geográfica entre países. A distância geográfica, por sua
vez, é simétrica, isto é, a distância entre Brasil e Estados Unidos é igual à distância entre
Estados Unidos e Brasil, assim como a distância entre os estados do Rio de Janeiro e Porto
Alegre é igual à distância entre Porto Alegre e Rio de Janeiro.
A literatura do conceito de distância psíquica mostrou que alguns autores consideram este
construto como uma medida objetiva, ou seja, eles defendem que é possível mensurar o
fenômeno através de características factuais identificadas por cada região, como indicadores
estatísticos oficiais e dados provenientes de empresas (JOHANSON; WIEDERSHEIM-
PAUL, 1975). Os primeiros estudos eram ainda mais objetivos, pois consideravam a distância
física como proxy da distância psíquica. Entretanto, afirmações de que o conceito da distância
psíquica não representaria distâncias objetivas simplesmente, mas sim um mapeamento de
distância percebida pelo indivíduo (STÖTTINGER; SCHLEGELMILCH, 1998), deram base
para uma série de estudos que consideram o construto como uma medida subjetiva.
Logo, considerando que o conceito de distância psíquica pode ser considerado como um
construto perceptual e subjetivo, “a assimetria passa a não ser mais um conceito plausível”
(FIGUEIREDO, 2009, p. 96). O que O’Grady e Lane (1996) identificaram em seu estudo com
empresas canadenses e norte-americanas, é que a taxa de sucesso das empresas americanas no
Canadá era maior do que as das canadenses nos Estados Unidos, sugerindo que havia uma
assimetria na distância psíquica dependendo do sentido da viagem, pelo menos considerando
o critério de desempenho. A assimetria no campo da distância psíquica mostra que indivíduos
21
de países diferentes – como o exemplo de canadenses e americanos – podem ter percepções
de distância diferentes um para outro, assim como dois indivíduos do mesmo local podem ter
percepções diferentes sobre um mercado específico. Shenkar (2001) afirma que faltam
estudos que provem a existência de simetria entre mercados e defende a assimetria,
argumentando que os efeitos da distância psíquica nos países de origem e destino seriam de
naturezas diferentes. Enquanto que no país de origem os efeitos estão incorporados à empresa,
no país de destino estes estariam no macroambiente.
O entendimento da assimetria relacionada ao conceito da distância psíquica também recebeu
suporte do campo de estudos da psicologia. Parente, Baack e Almeida (2007) utilizaram o
trabalho do campo da psicologia de Hart e Diehl (1994) para elaborar um framework sobre o
papel da assimetria na escolha do modo de entrada. Segundo Hart e Diehl (1994), existem
dois grandes vieses que podem afetar o julgamento de um indivíduo, chamados de
assimilação e contraste. O viés da assimilação é descrito como “a percepção do indivíduo de
que sua visão está mais próxima de outra visão do que realmente está”, enquanto que o viés
do contraste é definido como “quando uma pessoa possui uma percepção relativamente
distante para outra pessoa e assume que esta pessoa terá uma percepção de distância ainda
maior do que seria na realidade” (HART; DIEHL, 1994. p.71). Para ilustrar essas definições,
vamos imaginar um brasileiro que esteja familiarizado com a cultura norte-americana e, por
isso, percebe uma distância psíquica pequena em relação aos EUA e aos norte-americanos em
geral. Este indivíduo pode assumir que um indivíduo norte-americano julga o brasileiro da
mesma forma que ele o julga, logo, a estimativa do brasileiro quanto a distância que separa
esses dois indivíduos será menor do que realmente deveria ser. Enquanto que o inverso
poderia ser a ilustração do viés do contraste, onde o norte-americano, por perceber o brasileiro
como relativamente distante, pensa que ele o julga da mesma forma, gerando uma estimativa
de distância entre os dois maior do que a realidade. Portanto, a teoria de assimilação e
contraste sugere que a reação dos indivíduos à uma mesma mensagem pode ser diferente de
acordo com a similaridade ou diferença percebidos entre o receptor e criador da mensagem.
Para Parente, Baack e Almeida (2007), os indivíduos possuem um senso de familiaridade com
diferentes culturas e este senso não seria homogêneo entre os indivíduos. Dessa forma, cada
indivíduo assimilaria as mensagens do ambiente de uma maneira própria, julgando a distância
22
para determinados países de maneiras diferentes também. A influência dos vieses de
assimilação e contraste, portanto, faria com que as pessoas avaliassem determinada distância à
outro mercado de forma muito otimista ou pessimista, prejudicando a escolha do modo de
entrada mais adequado, podendo ocasionar o fracasso da empreitada. Os autores elaboraram
uma pesquisa qualitativa com entrevistas em pares de países (Estados Unidos e Brasil;
Estados Unidos e Singapura; Estados Unidos e Taiwan), identificando tanto a assimetria
direcional quanto a presença bilateral dos vieses de assimilação e contraste. Esses dois fatores
encontrados geraram base para a criação do framework teórico de distância psíquica sob a
influência da assimilação e contraste.
Figura 7 – Framework de influência dos vieses de assimilação e contraste.
Fonte: Adaptado de Parente, Baack e Almeida (2007)
O framework apresentado na figura 7 estabelece como os vieses podem influenciar a tomada
de decisão acerca do modo de entrada em outros países. No quadrante 1, o país de origem é
influenciado pelo viés de assimilação, enquanto o país de destino é influenciado pelo viés do
contraste, indicando uma situação onde empresas que pretendem se internacionalizar não
encontram oportunidades suficientes no país de destino, uma vez que as percepções de risco e
de altos custos de adaptação, do país de destino, restringem a operação da maneira que a
empresa internacionalizada deseja. Isto é, nessa situação, o tomador de decisão da empresa do
23
país de origem desejará possuir uma operação com alto nível de controle, no entanto, seus
possíveis parceiros do país de destino ficarão relutantes em aceitar tal proposta.
No quadrante 2 os dois indivíduos ou grupos percebem o outro como similar (assimilação
bilateral), estimando as condições de internacionalização com excesso de otimismo, o modo
de entrada escolhido provavelmente terá maior comprometimento e controle do que o
indicado, visto que, possivelmente, muitas informações referentes ao novo mercado serão
ignoradas, podendo acarretar o fracasso da operação. Essa situação muito se assemelha ao
paradoxo da distância psíquica apresentado por O’Grady e Lane (1996).
O quadrante 3 o país de destino permanece influenciado pelo viés da assimilação, mas o país
de origem é influenciado pelo viés do contraste, pode-se observar uma situação em que o
mercado destino se encontra receptivo a novos negócios provenientes de um determinado
país, porém este não se mostra muito interessado, em virtude de sua percepção de grande
diferença entre eles. Essa combinação faz com que empresas deixem de entrar em mercados
abertos a oportunidades ou entrem não assumindo muito controle da operação, deixando de
extrair possíveis recursos disponíveis do mercado de destino.
Por último, o quadrante 4 mostra uma combinação de contraste bilateral, representando uma
situação cuja chance de escolha de um modo de entrada de baixo controle, por ambas as
partes, é alta. Isto acontece porque ambos os tomadores de decisão, influenciados pelo viés do
contraste, tendem a superestimar os riscos envolvidos na operação, reduzindo sua capacidade
de avaliar corretamente as oportunidades. Portanto, os tomadores de decisão, nessa situação,
decidirão por um modo de entrada com menos controle do que o ideal.
No intuito de testar a teoria, Hakanson e Ambos (2010) realizaram uma das raras pesquisas
encontradas sobre o assunto em que a medição da percepção da distância psíquica ocorreu
bilateralmente, ou seja, as percepções de “A” para “B” poderiam ser comparadas com as de
“B” para “A”. Os pesquisadores obtiveram mais de 1500 respostas provenientes de 25 países
diferentes – escolhidos os 25 primeiros países no ranking de Produto Interno Bruto -, através
de contatos acadêmicos em cada um deles. A pesquisa incluía como variáveis os atributos de
distância cultural, distância geográfica, idioma, rivalidade política, desenvolvimento
econômico e desenvolvimento econômico relativo, qualidade relativa do governo e
24
influências políticas, econômicas e sociais. Entre outros achados, evidências que suportam a
teoria de assimetria nas percepções de distância psíquica foram encontradas, no entanto, só
foram aprofundadas em um trabalho posterior. A figura 8 abaixo é uma adaptação do quadro
comparativo de distância psíquica entre os 25 países (ver Anexo A), e mostra as informações
de percepção de distância psíquica que os respondentes brasileiros proveram, assim como as
avaliações dos demais 24 países em relação ao Brasil.
Figura 8 – Assimetria de distância psíquica – Brasil.
Fonte: Adaptado de Hakanson e Ambos (2010, p.202)
Schuster e Ambos (2013), deram continuidade ao trabalho de Hakänson e Ambos (2010), com
o intuito de identificar as origens da assimetria de distância psíquica medida na ocasião.
Schuster e Ambos (2013), assim como outros autores, salientam a importância de dar atenção
aos aspectos conceituais e de operacionalização da pesquisa, de forma que as diferenças
transnacionais e suas implicações aos negócios não sejam ignoradas. A nova pesquisa (2013)
utilizou como ponto de partida os dados coletados por Hakänson e Ambos (2010) em 25
países diferentes. No campo teórico, Schuster e Ambos (2013) se basearam, principalmente,
na teoria de identidade social e de comparação social apresentada no trabalho de Festinger
(1954).
Festinger (1954) argumentou que os indivíduos possuem um direcionamento na avaliação de
suas próprias opiniões e habilidades, como forma de apreciação de si mesmo e a avaliação de
sua posição dentro do ambiente e dos grupos nos quais estão inseridos. Na prática, quando um
indivíduo não tem nenhum critério objetivo para usar de comparação, ele se utiliza da
comparação com outros indivíduos como fonte de conhecimento dele próprio e de suas
25
habilidades. Como o próprio autor exemplifica, se uma pessoa deseja saber se ela tem talento
para escrever poesias, é certo que ela irá considerar a opinião de pessoas que leram suas
poesias. Por outro lado, se uma pessoa costuma praticar natação como esporte, basta checar o
desempenho de outros atletas para fazer uma avaliação de suas próprias habilidades.
Um dos pontos principais que envolvem o trabalho de Festinger é que opiniões e habilidades,
os dois fatores mais usados entre indivíduos para comparação, atuam juntos afetando o
comportamento humano, isto é, a forma como a pessoa interpreta algumas situações ou como
ela desempenha uma determinada função, pode determinar a maneira como ela vai encarar
aqueles que pensam e agem de maneira diferente. Por isso, a comparação com outros
indivíduos acabaria por desenvolver uma sensação de pertencimento a um determinado grupo,
compostos por indivíduos com opiniões e habilidades similares. A formação desses grupos
acontece devido a vários comportamentos relatados no trabalho de Festinger e evidenciados
em pesquisas anteriores. Um exemplo é quando uma pessoa, ao avaliar sua opinião ou
desempenho, se depara com alguém muito diferente dela própria, seja porque pensa
totalmente diferente ou porque é muito melhor em alguma tarefa. Quando isso acontece, o
indivíduo não considera essa outra pessoa como objeto de comparação. Na prática, isso pode
acontecer entre pessoas com ideologias políticas opostas, grandes diferenças culturais ou
esportistas de final de semana contra atletas profissionais (um aluno de natação não se acha
ruim só porque ele é muito mais lento do que um nadador olímpico, ele simplesmente não se
compara com ele). Outro tipo de comportamento que foi evidenciado em pesquisas anteriores
e relatado no trabalho de Festinger é com relação ao comportamento dos indivíduos quando
estes se deparam com outras opiniões ou habilidades diferentes, porém comparáveis com as
deles. Em um experimento, as pessoas eram levadas a acreditar que havia uma discrepância
entre suas próprias opiniões e as dos demais. Diferente do que acontece quando essa
discrepância é muito grande, nesse caso, alguns integrantes do grupo atuam para reduzir a
discrepância, podendo mudar sua opinião em direção à “média” – principalmente os que são
levados a crer que são os diferentes do grupo. Nos casos de experimentos envolvendo
habilidades, os indivíduos também tendem a reduzir essa discrepância, entretanto, esse
movimento tende a acontecer de forma unidirecional, sempre apontando para o melhor
desempenho do grupo, demonstrando o caráter aspiracional na redução de discrepância
quando se compara habilidades. De forma geral, dependendo da posição relativa de um
26
indivíduo dentro de um grupo, sua comparação pode ser para cima ou para baixo, sendo que
cada uma dessas situações pode gerar uma resposta diferente do indivíduo, evidenciando,
assim, assimetria.
Schuster e Ambos (2013), através da argumentação de Festinger (1954), sugeriram um
paralelo entre a teoria de comparação social e a distância psíquica, defendendo que os dois
conceitos se baseiam na filiação do indivíduo em um grupo e, no caso da distância psíquica,
esse grupo poderia ser um país. Então, utilizando os dados obtidos na pesquisa anterior de
Hakänson e Ambos (2010). Schuster e Ambos (2013) compararam os resultados com as
diferenças de status econômico, político e social dos diferentes países inseridos na pesquisa. O
uso desses três critérios foi justificado pelo fato de que fatores relacionados ao status são de
grande importância na origem da distância psíquica, assim como o status de um grupo pode
ser importante como base para comparação social e além disso, quanto maior o status, mais
desejável é.
A partir dessa introdução, os autores apresentam suas hipóteses baseadas em duas principais
ideias: (1) quanto maior as diferenças entre os status econômico, social ou político entre dois
países, maior a assimetria de distância psíquica entre eles e (2) a distância psíquica para países
com maior status econômico, político ou social é menor do que o inverso. O resultado
encontrado pelos pesquisadores confirma que as diferenças nacionais em relação ao contexto
econômico, social e político são variáveis que podem sim originar a existência de distância
psíquica entre dois países. Por outro lado, contra a expectativa de Schuster e Ambos (2013),
os indivíduos de países situados em posições mais baixas no ranking de status, apresentaram
uma percepção de distância psíquica maior, efeito de contraste, do que aqueles países mais
bem colocados no ranking demonstraram em relação aos piores colocados, efeito da
assimilação.
27
3. MÉTODO
Neste capítulo é abordado o método de pesquisa que guiou a aplicação desta investigação.
Inicialmente, são apresentadas as questões da pesquisa e a delimitação do estudo. Em seguida,
a natureza do estudo e o modelo conceitual utilizado, apresentando a formulação das
hipóteses derivadas da literatura.
Então é discutida as etapas da pesquisa, o instrumento e os procedimentos de coleta de dados
e os procedimentos para a análise dos dados. Por fim, serão apresentadas as limitações desse
estudo.
3.1. PERGUNTAS DE PESQUISA
A revisão da literatura realizada apresentou o domínio conceitual do construto distância
psíquica, suas dimensões e o fenômeno de assimetria da medição da distância psíquica. Como
pode ser visto, o conceito de distância psíquica ainda é muito vago e gera questionamentos
entre os pesquisadores, visto que a maior parte não considera todas as facetas do construto.
Este estudo tomou como base o modelo conceitual proposto por Figueiredo (2009), cujo
trabalho abordou a modelagem do construto da distância psíquica, por meio da identificação
de seu domínio conceitual, posteriormente, a mensuração do construto, por meio da avaliação
e teste dos principais instrumentos disponíveis e, por fim, a pesquisa empírica, por meio do
desenvolvimento de instrumentos de medida, para aferir a distância psíquica entre países.
Consideraremos nesse trabalho a distância psíquica mensurada como construto-síntese,
medida tipicamente por uma escala de um único item, e a distância psíquica como conjunto de
fatores, medida por uma escala de múltiplos itens, neste último caso, medida pelas mesmas
dimensões sugeridas por Figueiredo (2009), ou seja, dimensão cultural, dimensão de
negócios, dimensão macroambiente e dimensão física, por meio do instrumento de medida
proposto e testado pelo autor.
28
Além disso, optou-se por estudar o fenômeno da distância psíquica no contexto extra-regional
brasileiro e investigar características inerentes ao construto da distância psíquica, encontradas
na literatura. Dentre essas características, a assimetria e a natureza da distância psíquica, vista
como conjunto de fatores. No caso da assimetria da distância psíquica o objetivo é verificar a
existência de assimetria entre as percepções dos indivíduos, isto é, a sensação de proximidade
de A para B, pode ser diferente da percepção de proximidade de B para A. No caso da
natureza da distância psíquica o objetivo é verificar padrões na escolha de dimensões (fatores)
no momento do julgamento de distância, isto é, o julgamento sobre um determinada região
pode, por exemplo, estar relacionado a características culturais, enquanto que para oura região
o julgamento pode estar relacionado a características econômicas.
Assim, tomando-se por base os objetivos do estudo e a revisão de literatura emergem as
seguintes perguntas de pesquisa:
1) Existe relação entre a mensuração da distância psíquica extra-regional por item
único e a mensuração da distância psíquica medida por dimensões síntese?
2) Qual(is) a(s) dimensão(ões) acessadas(s) no julgamento da distância psíquica
considerando o modelo conceitual proposto por Figueiredo (2009)?
3) Existe assimetria entre as distâncias das medidas da distância psíquica da região A
em relação a região B e da região B em relação a região A?
3.2. DELIMITAÇÕES DO ESTUDO
A pesquisa desenvolvida limitou-se à mensurar a distância psíquica entre cidades de
diferentes estados brasileiros. Por questões operacionais e de conveniência cinco cidades de
cinco estados foram escolhidas para o estudo. Além disso, devido a dificuldade ao acesso de
executivos de empresas, optou-se por entrevistar estudantes universitários matriculados em
curso de graduação de Administração, Economia e Ciências Contábeis de Universidades
Federais.
29
3.3. NATUREZA DO ESTUDO
3.3.1. Técnica de Pesquisa
O presente estudo é quantitativo, operacionalizado por uma pesquisa do tipo survey. Este tipo
de pesquisa foi adotado devido a sua indicação ao uso em situações que se espera analisar as
relações entre variáveis, ou testar descritivamente essa relação em uma população pré-
definida, tendo como objetivo principal, produzir descrições quantitativas de determinado
aspecto estudado. Neste caso, deseja-se investigar o fenômeno da distância psíquica extra
regional, entre regiões do Brasil.
O tipo de pesquisa também está caracterizado como exploratória, visto que o tema ainda
necessita de mais pesquisas para identificar a forma ideal de conceituação e medição do
fenômeno. A pesquisa exploratória também tem sob seu escopo, dar ênfase em determinar
quais os aspectos devem ser medidos, assim como descobrir novas possibilidades de medição
(PINSONNEAULT, A.; KRAEMER, 1993). Além disso, vale a pena ressaltar, o viés
transversal único (cross-sectional), isto é, a medição do fenômeno ocorreu somente uma vez
no tempo, capturando a percepção dos entrevistados em um momento específico
(MALHOTRA, 2012).
3.3.2. Unidade de Análise
A unidade de análise pode ser um grupo de pessoas, setores organizacionais, a organização
em si e o próprio indíduo (FREITAS et al., 2000). Nesta pesquisa, optou-se pela análise do
indivíduo, tendo em vista a proposta do estudo e o referencial teórico investigado.
3.4. MODELO CONCEITUAL
Para responder às perguntas formuladas no item 3.1, foi utilizado o modelo conceitual
adaptado apartir do modelo proposto por Figueiredo (2009), figura 9.
30
Figura 9 – Estrutura conceitual de Distância Psíquica segundo a abordagem por conjunto de fatores
adaptado de Figueiredo (2009)
3.4.1. Hipótese H1
A revisão de literatura apresentada mostra que não existe uma forma única para mensuração
da distância psíquica através de conjunto de fatores ou através de escala de item único. A
escala por conjunto de fatores, defendida por Evans et al. (2000) e Evans e Mavondo (2002a)
consiste em combinar avaliações acerca do ambiente cultural, de negócios, legal e
competitivo. Para, Stöttinger e Schlegelmilch (1998), porém, o fenômeno deveria ser medido
em uma escala de item único, pois acreditavam que pela subjetividade do construto, não seria
adequado acreditar que o indivíduo pudesse acessar diferentes dimensões em seu julgamento.
Para isso, a pesquisa contemplará, tanto uma avaliação geral, acerca da distância psíquica
percebida, com uma pergunta baseada na escala de item único, assim como outras perguntas
baseadas num conjunto de fatores, abordando as dimensões meio ambiente físico,
macroambiente, negócios e cultural (Figueiredo, 2009).
Desta forma, pode-se formular a hipótese 1 de pesquisa:
H1: Há relação estatística entre a medição da distância psíquica extra-
regional por item único e conjunto de fatores.
3.4.2. Hipóteses H2, H3, H4 e H5
31
As hipóteses seguintes referem-se à medição da distância psíquica segundo a abordagem de
conjunto de fatores. A partir da revisão de literatura e considerando o modelo conceitual
proposto e testado por Figueiredo (2009), foram identificadas quatro dimensões do construto
‘distância psíquica’: dimensão física, dimensão do macroambiente, dimensão de negócios e
dimensão cultural, conforme pode ser visto na figura X. Assim, são construídas outras 4
hipóteses.
H2: A dimensão meio ambiente físico é parte significativa da medição da
distância psíquica extra-regional.
H3: A dimensão do macroambiente é parte significativa da medição da
distância psíquica extra-regional.
H4: A dimensão de negócios é parte significativa da medição da distância
psíquica extra-regional.
H5: A dimensão cultural é parte significativa da medição da distância psíquica
extra-regional.
3.4.3. Hipótese H6
De acordo com a revisão de literatura, muitos autores sustentam a ideia da inequivalência
direcional, ou assimetria (O’GRADY; LANE, 1996; PARENTE, R.; BAACK, D.;
ALMEIDA, 2007; SHENKAR, 2001; SOUSA; BRADLEY, 2006). Isto é, as percepções de
distância entre indivíduos de diferentes localidades não são simétricas e tampouco as
percepções de distância entre pessoas da mesma localidade são iguais. Isto se deve ao fato de
que a distância psíquica seria resultado da interpretação individual (de acordo com as
experiências individuais) das informações disponíveis sobre ambiente de negócios e cultura
(BAACK, D.; BAACK, 2006). Além disso, acrescenta-se o fato do Brasil ser um país de
dimensões continentais e reconhecido pela sua diversidade cultural, sendo assim, existe
acredita-se na existência de assimetria da distância psíquica quando medida no contexto extra-
regional brasileiro, isto é, a análise das percepções dos respondentes de diferentes regiões do
Brasil, ao serem analisadas em pares, poderá mostrar existência de inequivalência direcional.
Portanto, de acordo com o exposto, é possível considerar que:
32
H6: A distância psíquica extra-regional é assimétrica, ou seja, a distância
psíquica extra regional quando medida da cidadei para cidadej é
significativamente diferente da distância psíquica extra-regional
quando medida da cidadej para cidadei.
Essa medição foi realizada por item único e conjunto de fatores. Na primeira delas o
respondente avaliou a distância psíquica de modo geral e, na segunda, ele avaliou distância
psíquica de acordo com as 4 dimensões encontradas na literatura. Assim, decidiu-se desdobrar
a hipótese 6 em 5 adicionais hipóteses:
Logo, consideramos como sub-hipóteses que:
H6a: A medida de distância psíquica extra-regional é assimétrica quando
avaliada por item único
H6b: A dimensão meio ambiente físico da medida de distância psíquica extra-
regional é assimétrica.
H6c: A dimensão macroambiente da medida de distância psíquica extra-
regional é assimétrica.
H6d: A dimensão negócios da medida de distância psíquica extra-regional é
assimétrica.
H6e: A dimensão cultural da medida de distância psíquica extra-regional é
assimétrica.
33
3.5. ETAPAS DA PESQUISA
Dadas as características do estudo, adotou-se o método de survey. A survey é indicada para
investigar universos amostrais através da seleção e estudo de amostras para descobrir a
incidência relativa, distribuição e relações entre variáveis. Esta forma de pesquisa oferece a
vantagem da generalização, ou seja, é possível obter com determinado nível de confiança e
exatidão, estabelecidos pelo tamanho da amostra, as informações sobre uma grande população
(KERLINGER, 1973).
3.5.1. População e Amostra
A população pode ser definida como “o agregado, ou soma, de todos os elementos que
compartilham algum conjunto de características comuns; compreende o universo para o
problema de pesquisa de marketing” (MALHOTRA, 2012). O processo de definição da
amostra é uma etapa importante da concepção da pesquisa (MALHOTRA, 2012), sendo a
melhor amostra a representação da população ou um modelo dela (FINK, 1995). A etapa mais
crítica da etapa de amostragem é a escolha da base de amostragem, pois essa deve constituir
um subgrupo representativo de toda a população (PINSONNEAULT; KRAEMER, 1993).
Freitas et al. (2000) argumentam que nenhuma amostra é perfeita, podendo variar o grau de
erro e o viés na escolha da população e amostra. Para os autores, alguns cuidados devem ser
tomados para minimizar esses tipos de erro, como definir claramente os objetivos que se tem
com a realização da survey, assim como os critérios de seleção para eleger os respondentes da
pesquisa.
Ou seja, população pode ser definida como um conjunto de todos os sujeitos que possuem
características comuns em relação ao problema da pesquisa (AAKKER; KUMAR; DAY,
2001). Definir a população-alvo significa transformar a definição do problema em uma
decisão de quem deve ou não ser incluído na amostra. Como não existem etapas exatas a
serem seguidas, é necessário que o pesquisador tenha parcimônia e trabalhe com lógica e
julgamento.
34
Para esta survey utilizou-se como população estudantes universitários brasileiros matriculados
em curso de graduação de Administração, Economia e Ciências Contábeis a partir do quarto
período letivo. Essa escolha se deve a dificuldade de acesso aos executivos de empresas e por
julgar que os estudantes de cursos relacionados à área de negócios possuem discernimento
para responderem os questionamentos da pesquisa (FERNANDES, 2004; FIGUEIREDO;
ROCHA; FERREIRA, 2009). As cidades do Rio de Janeiro, Curitiba, Teresina, Belo
Horizonte e Manaus foram as cidades utilizadas para a seleção dos estudantes. O uso dessas
cidades se deu por conta da tentativa de representação de todas as regiões brasileiras
associada a disponibilidade de parceiros nas universidades federais ali localizadas. O intuito
era conseguir pelo menos uma cidade por região do país, no entanto, problemas operacionais
inviabilizaram o envio dos questionários pelos respondentes da cidade de Cuiabá, que seria a
representante do centro-oeste brasileiro. O período de pesquisa foi de 25/11/2014 a
10/12/2014, vale lembrar que este foi o período pós-eleições para deputados federais,
deputados estaduais, senadores, governadores e presidente da república no Brasil.
Devido à utilização dos critérios de escolha da amostra de estudantes (alunos de graduação de
universidades federais), a amostra pode ser classificada como não probabilística de
conveniência, em que os respondentes foram escolhidos por estarem disponíveis ao
pesquisador.
3.5.2. Instrumento de Coleta de Dados
A survey foi realizada tomando-se base o questionário proposto por Figueiredo (2009), com
as devidas adaptações para o perfil de respondentes deste estudo e utilizando as escalas de
item único e construtos síntese sugeridas pelo autor. O questionário utilizado na pesquisa
também possuía perguntas específicas para fins de controle. Essas perguntas incluem idade,
gênero, naturalidade, religião e conhecimento prévio de outras regiões. O questionário
utilizado na pesquisa encontra-se no Anexo I deste trabalho.
35
Foi utilizado também o procedimento do pré-teste do questionário, de maneira que a
adaptação do texto para este estudo fosse testada antes da pesquisa real. Para tal, foi solicitado
à onze alunos de variados cursos de pós-graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro
que respondessem ao questionário normalmente. Com o pré-teste foi identificado que o tempo
estimado apresentado ao respondente era muito baixo, tendo em vista que as pessoas também
demoravam pra compreender como avaliar uma cidade que eles não conheciam pessoalmente,
por exemplo. Por isso, além de aumentar a estimativa do tempo, foi enfatizado que as
respostam deveriam ser dadas de qualquer maneira, mesmo que só considerasse o que as
pessoas tinham em mente sobre a localidade.
3.5.3. Coleta de Dados
A coleta de dados foi realizada por professores de cinco cidades, capitais de seus estados, e
funcionários de universidades federais. Os professores aplicaram em suas respectivas turmas
os questionários adaptados para cada uma das cinco regiões. Os respondentes deveriam ser
alunos, regularmente matriculados em um entre os 4 cursos de graduação arbitrados para esta
pesquisa, quer sejam, administração, economia, contabilidade (ciências contábeis) ou
engenharia. É importante salientar que o questionário utilizado para esta pesquisa foi
autoaplicável, ou seja, cada respondente respondeu as perguntas sem necessidade de auxílio
ou outras instruções além daquelas apresentadas no questionário. Obteve-se uma amostra de
265 alunos universitários de graduação. Deste número excluíram-se os alunos estrangeiros,
alunos que cursavam o primeiro, segundo e terceiro períodos, os que não pertenciam aos
cursos de graduação de Administração, Economia e Ciências Contábeis, assim como aqueles
que deixaram o questionário incompleto ou preencheram incorretamente. Com base nesses
critérios, foram quatro exclusões em Belo Horizonte, 19 em Curitiba e 17 em Teresina.
Chegou-se assim a 225 alunos inscritos em disciplinas regulares do quarto período em diante
em seus respectivos cursos.
36
Optou-se por utilizar apenas estudantes que estivessem cursando disciplinas do quarto período
ou mais, por representar uma fase na vida universitária em que o estudante é mais maduro,
mais alerta para o mercado de trabalho e mais observador dos eventos nacionais e
internacionais. Assim, pressupunha-se que este aluno se assemelharia mais aos executivos de
empresas brasileiras do que aqueles que se encontrassem nos períodos iniciais dos cursos.
Desta forma, obteve-se a amostra final apresentada na tabela 1, por curso e cidade e na tabela
2, por curso e período declarado.
Tabela 1 – Distribuição inicial dos questionários por curso e cidade
Curso Rio de Janeiro
Curitiba Teresina Belo
Horizonte Manaus Total
Administração 27 55 40 34 16 172 Contabilidade 20 11 31 Economia 7 12 19 Engenharia 1 2 3 Total 35 75 40 35 41 225
Tabela 2 – Distribuição inicial dos questionários por curso e período declarado
Curso Período
Total 4° 5° 6° 7° 8° 10°
Administração 20 20 20 62 50
172
Contabilidade 5 5 1 10 10
31
Economia 5 4 5 3 2
19
Engenharia 1 1
1 3
Total 31 30 26 75 62 1 225
37
3.5.4. Comparação das Amostras
Em todo estudo quantitativo a representatividade é sempre algo desejado. Neste caso, para
avaliar a representatividade das amostras obtidas nas cinco cidades avaliadas seria necessário,
pelo menos, se ter as informações demográficas referentes aos cursos e cidades investigadas,
infelizmente não foi possível obter esta informação junto as universidades participantes. Além
disso, neste trabalho por questão operacional, como enfatizado anteriormente, optou-se por
amostragem não probabilística por conveniência. Os questionários foram aplicados a grupos
distintos de alunos, pertencentes a diferentes cidades/universidades. Desta forma, julgou-se
importante analisar preliminarmente as amostras no que diz respeito a gênero, idade, religião,
curso e período letivo.
A comparação das amostras foi realizada, variável a variável, pelo teste Qui- quadrado (²)
para verificar a existência de associação significativa entre a variável e as amostras das
cidades, supostamente independentes, utilizadas nas análises. No teste Qui-quadrado o “status
quo”, Hipótese Nula (H0), é “não existe diferença entre as classificações de linha (variável em
teste) e de coluna (cidades Rio de Janeiro, Curitiba, Teresina, Belo Horizonte e Manaus)”.
Rejeitar esta hipótese significa afirmar a existência de pelo menos uma amostra diferente das
demais.
No teste Qui-quadrado, o que testamos é se existe alguma relação entre a variável que está
sendo testada (linha) com as diferentes localidades (colunas). Ou seja, se a variável testada
sofre influência da localidade. Nestes testes, a Hipótese Nula (H0) pode ser interpretada como
“as amostras podem ser consideradas homogêneas com relação a variável analisada”. No caso
de rejeição de H0, assumiremos que existe pelo menos uma cidade que é diferente das demais.
3.5.4.1. Comparação das amostras quanto ao Gênero
Com relação à variável de “gênero”, a distribuição total entre respondentes homens e
mulheres foi de 48% e 52% respectivamente. Na tabela 3 podemos ver que essa distribuição é
semelhante aos cenários de cada cidade, com exceção da cidade do Rio de Janeiro, onde
prevalecem as observações masculinas com 68,8% do total. Mesmo com essa diferença em
uma das cidades, o teste qui-quadrado não rejeitou a hipótese nula de homogeneidade das
amostras por cidades.
38
Tabela 3 – Tabela de contingência de Gênero e Cidade dos respondentes
Gênero
Cidades
Total
Rio de Janeiro Curitiba Teresina Manaus
Belo Horizonte
Masculino n 24 31 18 21 14 109
% 68,6% 41,3% 45,0% 51,2% 41,2% 48,0%
Feminino n 11 44 22 20 20 116
% 31,4% 58,7% 55,0% 48,8% 58,8% 52,0%
Total n 35 75 40 41 34 225
% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Chi-quadrado observado: 8,231. Chi-quadrado esperado: 9,488. (pvalue=0,85)
3.5.4.2. Comparação das amostras quanto à Idade
Com relação à idade, é importante ressaltar que essa informação foi mensurada através de
faixas etárias (baseadas nos critérios do IBGE), logo, não será possível estabelecer uma média
de idade exata dos nossos respondentes, mas sim as frequências dos indivíduos dentro destas
faixas. O questionário disponibilizou oito opções diferentes de faixa etária, no entanto,
nenhum dos respondentes declarou-se pertencentes a faixa “de 45 a 49 anos”. Novamente não
foi possível realizar o teste qui-quadrado visto que várias das combinações possuíam
frequência inferior a cinco, veja tabela 4. Além disso, a maior concentração de respondentes
está nas faixas-etárias de pessoas mais jovens, sendo 57,8% de até 24 anos e 25,3% de 25 a 29
anos. Essa concentração já era esperada, uma vez que o público-alvo da pesquisa eram
estudantes universitários. Como alternativa criou-se duas faixas somente: “até 24 anos” e
“Acima de 24 anos”. O teste qui-quadrado apresentou resultado significativo indicando que as
cidades de Curitiba, Teresina e Belo Horizonte apresentam um grupo mais homogêneo entre
si do que as demais, veja tabela 5.
39
Tabela 4 – Tabela de contingência de Faixa Etária e Cidade dos respondentes
Faixa Etária
Cidades
Total
Rio de Janeiro
Curitiba Teresina Manaus Belo
Horizonte
Até 19 anos n 1 0 0 16 2 19
% 2,9% 0% 0% 39% 5,9% 8,4%
De 20 a 24 anos n 27 34 17 20 13 111
% 77,1% 45,3% 42,5% 48,8% 38,2% 49,3%
De 25 a 29 anos n 5 26 11 4 11 57
% 14,3% 34,7% 27,5% 9,8% 32,4% 25,3%
De 30 a 34 anos n 2 12 6 1 3 24
% 5,7% 16,0% 15,0% 2,4% 8,8% 10,7%
De 35 a 39 anos n 0 2 3 0 4 9
% 0% 2,7% 7,5% 0% 11,8% 4,0%
De 40 a 44 anos n 0 1 1 0 1 3
% 0% 1,3% 2,5% 0% 2,9% 1,3%
Acima de 50 anos n 0 0 2 0 0 2
% 0% 0% 5% 0% 0% 0,9%
Total n 35 75 40 41 34 225
% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Tabela 5 – Tabela de contingência de Faixa Etária e Cidade dos respondentes
Faixa Etária
Cidades
Total
Rio de Janeiro
Curitiba Teresina Manaus Belo
Horizonte
Até 24 anos n 28 34 17 36 15 130
% 80% 45% 43% 88% 44% 58%
Acima de 24 anos n 7 41 23 5 19 95
% 20% 55% 58% 12% 56% 42%
Total n 35 75 40 41 34 225
% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Chi-quadrado (CWB, THZ e BHZ): observado: 0,085. Chi-quadrado esperado: 5,991. (pvalue=0,958)
40
3.5.4.3. Comparação das amostras quanto ao Curso
Como pode ser visto na tabela 6, a grande maioria dos entrevistados é estudante de
administração (76,9%), isso também pode ser observado para quase todas as cidades, exceto
Manaus, onde há uma distribuição quase exata entre os três cursos propostos como público-
alvo da pesquisa. Isto é justificado pela operacionalização da pesquisa, visto que os
professores contatados aplicaram os questionários em sua(s) turma(s) e, em sua maioria,
possuíam alunos da mesma área. Em Manaus, entretanto, o responsável pela pesquisa fazia
parte do núcleo de pesquisa da universidade, o que colaborou na melhor distribuição entre os
cursos. Com relação à Curso, não foi possível realizar o teste qui-quadrado visto que várias
das combinações possuíam frequência inferior a cinco. Acreditamos que os alunos de todos os
três cursos têm capacidade semelhante de resposta para as perguntas apresentadas nos
questionários.
Tabela 6 – Tabela de contingência de Curso e Cidade dos respondentes
Curso
Cidade
Total
Rio de Janeiro
Curitiba Teresina Manaus Belo
Horizonte
Administração n 27 55 40 16 34 172
% 77,1% 73,3% 100,0% 39,0% 100,0% 76,4%
Contabilidade n 0 20 0 11 0 31
% 0,0% 26,7% 0,0% 26,8% 0,0% 13,8%
Economia n 7 0 0 12 0 19
% 20,0% 0,0% 0,0% 29,3% 0,0% 8,4%
Engenharia n 1 0 0 2 0 3
% 2,9% 0,0% 0,0% 4,9% 0,0% 1,3%
Total n 35 75 40 41 34 225
% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
41
3.5.4.4. Comparação das amostras quanto ao Período Letivo
No que diz respeito ao período letivo, o número de entrevistados está bem distribuído entre o
4° e o 8° período. No total, foram declaradas matrículas em seis períodos diferentes, 4° ao
10°(somente um), exceção se fez ao 9° (nenhum). Novamente, não foi possível realizar o teste
qui-quadrado visto que várias das combinações possuíam frequência inferior a cinco.
Tabela 7 – Tabela de contingência de Período e Cidade dos respondentes
Período
Cidade
Total Rio de Janeiro Curitiba Teresina Manaus Belo
Horizonte
4,00 n 1 0 0 17 13 31 % 2,9% 0,0% 0,0% 41,5% 38,2% 13,8%
5,00 n 3 0 9 10 8 30
% 8,6% 0,0% 22,5% 24,4% 23,5% 13,3%
6,00 n 0 0 10 9 7 26
% 0,0% 0,0% 25,0% 22,0% 20,6% 11,6%
7,00 n 14 48 10 3 0 75
% 40,0% 64,0% 25,0% 7,3% 0,0% 33,3%
8,00 n 16 27 11 2 6 62
% 45,7% 36,0% 27,5% 4,9% 17,6% 27,6%
10,00 n 1 0 0 0 0 1
% 2,9% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% ,4%
Total n 35 75 40 41 34 225
% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Se dividirmos em dois subgrupos de três períodos cada, conforme a tabela 8, veremos que a
metade “mais experiente” representa 61,3% dos entrevistados totais, enquanto que a metade
“menos experiente” representa 38,7%. A maioria “mais experiente” pode ser verificada nas
cidades do Rio de Janeiro, Curitiba e Teresina, enquanto que em Manaus e Belo Horizonte, a
grande maioria dos respondentes se encontra entre o 4° e o 6° período. Mesmo nessa nova
configuração, não foi possível obter um resultado significativo do teste qui-quadrado, muito
provavelmente pelo grande desequilíbrio em algumas cidades, como Curitiba, por exemplo.
42
Tabela 8 – Tabela de contingência de Período e Cidade dos respondentes
Período (Grupos)
Cidade
Total Rio de Janeiro Curitiba Teresina Manaus
Belo Horizonte
4° ao 6° Período n 4 0 19 36 28 87 % 11,4% 0,0% 47,5% 87,8% 82,4% 38,7%
7° ao 10° Período*
n 31 75 21 5 6 138
% 88,6% 100,0% 52,5% 12,2% 17,6% 61,3%
Total n 35 75 40 41 34 225
% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Chi-quadrado observado:128,653. Chi-quadrado esperado: 9,488. (pvalue=0,000) *Exceto 9° período
3.5.5. Amostra Final
Nas comparações das amostras em que não foi possível concluir o teste qui-quadrado ou o
resultado não foi estatisticamente significativo, foi realizada uma análise posterior para
eliminar da amostra final os respondentes ou grupo de respondentes que estariam gerando a
falta de homogeneidade entre as amostras. Com isso, as amostras foram filtradas pelos
critérios de curso e periodo letivo e a partir daí foram calculadas as medias das avaliações de
cada grupo de respondent (critério), de maneira a enxergar o grupo ou respondente distoante
dos demais. No total, 29 observações foram eliminadas gerando a amostra final. Veja na
tabela 9 a distribuição final da amostra por curso e cidade e, na tabela 10, por curso e período
declarado, que seguiu para a análise dos resultados.
Tabela 9 – Distribuição final dos questionários por curso e cidade
Curso
Cidade
Total
Rio de Janeiro
Curitiba Teresina Manaus Belo
Horizonte
Administração n 25 52 27 16 30 150
% 83,3% 73,2% 100,0% 42,1% 100,0% 76,5%
Contabilidade n 0 19 0 10 0 29
% 0,0% 26,8% 0,0% 26,3% 0,0% 14,8%
Economia n 5 0 0 12 0 17
% 16,7% 0,0% 0,0% 31,6% 0,0% 8,7%
Total n 30 71 27 38 30 196
% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
43
Tabela 10 – Distribuição final dos questionários por curso e período declarado
Curso Cidade
Total 4° 5° 6° 7° 8°
Administração n 19 16 15 53 47 150
% 63,3% 22,5% 55,6% 139,5% 156,7% 76,5%
Contabilidade n 5 4 1 10 9 29
% 16,7% 5,6% 3,7% 26,3% 30,0% 14,8%
Economia n 4 3 5 3 2 17
% 13,3% 4,2% 18,5% 7,9% 6,7% 8,7%
Total n 28 23 21 66 58 196
% 93,3% 32,4% 77,8% 173,7% 193,3% 100,0%
3.5.6. Análise do Dados
Os dados obtidos através dos questionários foram adapatados para processamento estatístico.
Os softawares SPSSTM
v.17.0 e o STATATM
v.13 foram utilizados para realizar as estatísticas
univariadas e multivariadas. Primariamente, a base para análise empírica de dados foram as
medidas de estatística descritiva e análise exploratória de dados.
3.5.7. Comparação de Amostras
Para avaliar a possível assimetria da distância psíquica extra-regional, medida por item único,
entre as cinco regiões (cidades), foram realizados testes estatísticos de comparação de médias.
Para realização do teste estatístico foram considerados os pares de cidades (i, j), isto é, a
distância da Cidade i para Cidade j é diferente da distancia da Cidade j para Cidade i
(assimetria). O desenho amostral apresentado evidência o uso de amostras independentes para
a comparação das distâncias de pares de cidades e neste caso o uso do teste t para amostras
independentes ou o uso do teste de Mann Whitney são indicados. O teste t nos permite
identificar a existência ou não de diferença nas médias entre duas amostras independentes.
Segundo Triola (2005), o teste indicado para comparação de médias para amostras grandes
seria a estatística Z, porém, na comparação entre médias de amostras pequenas (n<30), as
estimativas das variâncias não são confiáveis e, por isso, o teorema central do limite não pode
ser aplicado, o que seria exigência para o uso da estatística Z. O autor recomenda então o teste
t, que por sua vez também possui requisitos mínimos: amostras independentes e distribuição
44
normal. Caso a segunda suposição seja violada, o teste não paramétrico de Mann Whitney
passa a ser o indicado.
3.5.8. Teste de Correlação
Para avaliar a relação entre a medida de distância psíquica extra-regional, medida por item
único e a medida de distância psíquica extra-regional mediada por conjunto de fatores síntese
utilizou-se a medida de correlação entre as médias oferecidas pelos instrumentos para as
cidades investigadas. Quando houver relação entre duas variáveis, vai existir correlação entre
elas (TRIOLA, 2005).
Para se medir a correlação, dois testes aparecem como principais. O primeiro teste é feito
através do coeficiente de correlação linear de Pearson. Nesta opção, também é exigido que os
pares de dados a serem comparados tenham distribuição normal bivariada. Caso essa premissa
não seja atendida, faz-se necessário a utilização de um teste não paramétrico. No caso, seria
indicado utilizar o coeficiente de correlação de postos ou o coeficiente de correlação de postos
de Spearman, usado para testar a associação entre duas variáveis cuja hipótese nula indica
falta de associação entre as variáveis (TRIOLA, 2005).
Na tabela 11 é apresentada uma interpretação prática para os resultados dos coeficientes de
correlação.
Tabela 11 – Interpretação do Coeficiente de Correlação de Pearson e Spearman
Coeficiente () Interpretação
= -1 Correlação negativa perfeita
-1 < ≤ -0.5 Forte correlação negativa
-0,5 < < 0 Fraca correlação negativa
= 0 Nenhuma correlação
0 < < 0.5 Fraca correlação positiva
0,5 ≤ < 1 Forte correlação positiva
= 1 Correlação positiva perfeita
Fonte – Figueiredo (2009, p.153)
45
3.5.9. Análise Fatorial Exploratória e Análise Fatorial Confirmatória
Com o intuito de se estimar um modelo de medição e se avaliar as propriedades das variáveis,
principalmente no que diz respeito à uni-dimensionalidade, validade e confiabilidade, foi
utilizado um roteiro de avaliação, conforme apresentado na tabela 12. Este roteiro é uma
versão simplificada do roteiro de Figueiredo (2009) que teve seu roteiro adaptado de Carneiro
(2007) para avaliação do grau de adequabilidade das propriedades psicométricas de construtos
medidos reflexivamente. A análise fatorial confirmatória será utilizada para o teste.
Tabela 12 – Roteiro de avaliação Análise Fatorial
Análise Fatorial Exploratória
1. A estrutura fatorial que emerge é unidimensional tal como esperado pela teoria
2. O fator contém pelo menos três indicadores com carga alta e, na média geral, há mais de três
indicadores com carga alta por fator, 0,5 ou superior
3. Os sinais (positivos ou negativos) das cargas fatoriais são compatíveis com o esperado pela teoria
e apontam todos na mesma direção
Análise Fatorial Confirmatória
4. A estimação dos parâmetros não produz nenhuma solução imprópria ou não admissível
5. Os sinais das cargas fatoriais são compatíveis com o esperado pela teoria e apontam todos na
mesma direção
6. As correlações inter-itens intra-construto estimadas pelo modelo, são suficientemente altas
7. As correlações inter-itens intra-construto são estatisticamente significativas
8. A correlação inter-itens intra-construto média é suficiente alta, ou seja, maior ou igual a 0,30
9. A correlação inter-itens intra-construto média de cada indicador, bem como qualquer correlação
item-total intra-construto, não é alta demais, ou seja, não é maior que 0,90
10. A magnitude de cada carga padronizada é suficiente alta, ou seja, maior que 0,50 ou, idealmente,
maior que 0,707.
11. As cargas fatoriais são estatisticamente significativas
12. A variância média extraída (average variance extracted, AVE) de cada construto é maior ou igual
a 0,50
13. As variâncias dos erros de mensuração de cada indicador são estatisticamente significativas
14. Os resíduos padronizados entre (as covariâncias, observadas vs. estimadas, de) indicadores de um
mesmo construto não têm um valor negativo alto (isto é, são menores, em valor absoluto, que
3,84 – ou se situam entre 2,58 e 3,84, o que apenas levantaria suspeitas)
Após a verificação do grau de validade e da uni-dimensionalidade dos construtos, a confiabilidade de
cada construto deve ser avaliada, verificando-se se:
15. c, de cada construto é suficientemente alto, ou seja,
maior ou igual a 0,60
16. O índice de confiabili i, é suficientemente alto
Além das propriedades psicométricas dos indicadores e construtos, é necessário avaliar o grau de
adequabilidade geral do conjunto de indicadores e construtos
17. Os diversos indicadores do grau de adequabilidade geral do modelo de mensuração (goodness-of-
fit) apresentam um quadro satisfatório (a decisão sobre o que seria “um quadro geral satisfatório”
pode depender do julgamento do pesquisador, posto que alguns índices de fit podem sugerir
adequabilidade enquanto outros podem sugerir o contrário)
Fonte: Adaptado de Figueiredo (2009, p.153)
46
3.6. LIMITAÇÕES DO ESTUDO
O presente estudo está sujeito à limitações que permeiam o campo conceitual e o campo
metodológico. A primeira delas, conceitual, é assumir que os construtos que compõem o
conceito de distância psíquica são independentes.
A delimitação do universo amostral também pode gerar limitações. Tendo em vista que foram
selecionados, mesmo que aleatoriamente, estudantes de universidades brasileiras, não há
garantia que esses indivíduos estão aptos a responder com precisão o que a pesquisa buscou
investigar. As características do público selecionado como amostra poderiam ser responsáveis
por problemas como: falta de maturidade para avaliação subjetiva e viés da localização de
onde se encontram.
Similarmente, o uso de estudantes somente de universidades federais pode não ser
representantivo, visto que esse público representa apenas uma parte da população, no que diz
respeito às características sociais. Entretanto, as limitações apontadas acompanham o tipo de
método escolhido, não sendo um caso específico deste estudo.
47
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS
Este capítulo apresenta os resultados empíricos do estudo. Em primeiro lugar, foram
detalhadas as estatísticas descritivas dos dados coletados via survey. Essas estatísticas,
preliminarmente, permitem analisar o comportamento das avaliações dos respondentes de
forma geral, como o grau de distanciamento médio dos respondentes de cada cidade com
relação aos demais locais. Em seguida, tem-se início os procedimentos estatísticos de
avaliação de premissas, como o teste de normalidade e o teste de correlações. Na sequência é
testado o modelo e seus construtos através das análises fatoriais exploratórias e
confirmatórias. Ao final desta seção apresenta-se a operacionalização dos testes de hipóteses.
4.1. AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES ESTATÍSTICAS DAS VARIÁVEIS
Neste trabalho foram avaliadas as medidas de distância psíquica extra-regional de cinco
regiões (cidades) do país: Rio de Janeiro, Curitiba, Teresina, Belo Horizonte e Manaus. Os
respondentes de cada região foram convidados a responder sobre a distância psíquica de
outras quatro regiões, por exemplo, um respondente do Rio de Janeiro, responderia sobre sua
percepção da distância psíquica para Curitiba, Teresina, Belo Horizonte e Manaus. Assim, as
análises foram realizadas considerando os vinte possíveis pares de regiões origem da análise e
o destino da análise, como pode ser visto na tabela 13.
Tabela 13 – Possíveis pares de regiões: origem e destino da análise
Origem Destino
RIO CWB THZ BHZ MAO
RIO – Rio de Janeiro
1 2 3 4
CWB – Curitiba 5
6 7 8
THZ – Teresina 9 10
11 12
BHZ – Belo Horizonte 13 14 15
16
MAO – Manaus 17 18 19 20
Os testes estatísticos englobaram as cinco categorias de pergunta do questionário apresentadas
na tabela 14.
48
Tabela 14 – Tabela código - item
Cód Item
A1 De maneira geral
B1 Meio ambiente físico ou natural
B2 Ambiente político, social e econômico
B3 Formas de se fazer negócios
B4 Valores culturais, crenças, atitudes e tradições
A primeira etapa realizada foi a Análise Exploratória dos dados obtidos, seguido pelo teste de
normalidade dos itens. Para tal, o teste de Kolmogorov-Smirnov foi utilizado.
As estatísticas descritivas, mínimo, máximo, média e desvio-padrão são apresentados na
tabela 15. Pode-se perceber que as médias tendo como origem a cidade do Rio de Janeiro
indicam Belo Horizonte como a cidade mais próxima e Manaus como a mais distante, o
mesmo ocorreu quando a origem foi a cidade de Curitiba. Quando se considerou a origem na
cidade de Teresina, as médias indicaram Manaus como a cidade mais próxima e Rio de
Janeiro como a mais distante. Para a cidade de Belo Horizonte como origem, as médias
indicaram a cidade do Rio de Janeiro como a mais próxima e a cidade de Manaus como a
mais afastada. Por fim, quando se considerou a cidade de Manaus como origem, as médias
indicaram a cidade de Teresina como mais próxima e a cidade de Curitiba como mais
distante. Ou seja, as cidades do Sul e Sudeste quando origem consideram outras cidades do
Sul e Sudeste como mais próximas e consideram as cidades do Norte e Nordeste como mais
afastadas. Da mesma forma as cidades do Norte e Nordeste quando origem consideraram
outras cidades do Norte e Nordeste como mais próximas e as cidades do Sul e Sudeste como
mais distantes.
O teste de Kolmogorov-Smirnov indicou a rejeição da hipótese de normalidade da
distribuição para todos os itens em todas as combinações, resultado compatível com o
esperado visto que os itens foram medidos com escala de cinco pontos. Desta forma, não se
justifica o uso de métodos cuja suposição de normalidade é necessária. Por exemplo, no caso
do teste de médias, o teste não paramétrico de Mann Whitney será preferível ao teste t,
paramétrico. Para a Análise Fatorial Confirmatória, a seleção do método ADF (Asymptotically
Distribution-Free), no AMOS, seria mais adequado, no entanto, o pequeno tamanho da
amostra obrigou ao uso do método MV (maximum likelihood).
49
Tabela 15 – Estatísticas descritivas do itens avaliados
Origem Item
Destino
RIO CWB THZ BHZ MAO
Mín Máx Média DP Mín Máx Média DP Mín Máx Média DP Mín Máx Média DP Mín Máx Média DP
RIO
(n=30)
A1
2,00 5,00 3,47 0,94 2,00 5,00 4,20 0,71 1,00 5,00 2,60 0,97 1,00 5,00 4,40 1,00
B1 1,00 5,00 3,37 1,16 2,00 5,00 3,60 0,72 1,00 5,00 2,70 1,18 2,00 5,00 4,00 0,95
B2 1,00 5,00 2,63 1,13 2,00 5,00 3,77 0,77 1,00 3,00 2,03 0,89 3,00 5,00 4,33 0,71
B3 1,00 5,00 2,27 0,98 2,00 5,00 3,60 0,81 1,00 3,00 1,80 0,81 2,00 5,00 3,93 0,91
B4 1,00 5,00 2,83 1,29 2,00 5,00 3,47 0,78 1,00 4,00 2,20 0,81 3,00 5,00 4,23 0,63
CWB
(n=71)
A1 2,00 5,00 4,04 0,85
2,00 5,00 4,13 0,96 1,00 5,00 3,04 1,19 1,00 5,00 4,34 0,88
B1 1,00 5,00 3,86 1,12 2,00 5,00 3,90 0,97 1,00 5,00 3,03 1,10 2,00 5,00 4,08 0,92
B2 1,00 5,00 3,32 1,14 1,00 5,00 3,86 1,03 1,00 5,00 2,59 1,27 2,00 5,00 3,94 0,94
B3 1,00 5,00 3,15 1,20 1,00 5,00 3,58 1,06 1,00 5,00 2,63 1,27 1,00 5,00 3,82 0,98
B4 1,00 5,00 3,72 1,15 1,00 5,00 3,90 1,04 1,00 5,00 3,01 1,24 1,00 5,00 4,07 1,00
THZ (n=27)
A1 2,00 5,00 4,56 0,75 2,00 5,00 4,19 1,11
1,00 5,00 3,96 1,16 1,00 5,00 3,70 1,20
B1 1,00 5,00 4,19 1,04 2,00 5,00 4,15 0,99 2,00 5,00 3,78 1,01 1,00 5,00 3,59 1,12
B2 2,00 5,00 3,89 1,09 2,00 5,00 4,00 1,04 2,00 5,00 3,67 1,00 1,00 5,00 3,33 1,04
B3 1,00 5,00 3,63 1,28 1,00 5,00 3,15 1,38 1,00 5,00 3,07 1,27 1,00 5,00 3,15 1,29
B4 1,00 5,00 3,78 1,15 1,00 5,00 3,30 1,17 1,00 5,00 3,37 1,42 1,00 5,00 3,33 1,24
BHZ (n=30)
A1 1,00 5,00 3,67 1,30 2,00 5,00 4,20 0,96 2,00 5,00 4,23 1,01
2,00 5,00 4,43 1,01
B1 1,00 5,00 3,43 1,25 1,00 5,00 3,33 1,49 2,00 5,00 4,03 1,03 1,00 5,00 4,10 1,12
B2 1,00 5,00 2,87 1,43 1,00 5,00 3,03 1,25 1,00 5,00 3,63 1,33 1,00 5,00 4,07 1,26
B3 1,00 5,00 3,10 1,24 1,00 5,00 2,93 1,39 1,00 5,00 3,70 1,18 2,00 5,00 3,67 1,18
B4 1,00 5,00 3,13 1,20 1,00 5,00 3,20 1,40 1,00 5,00 3,70 1,15 1,00 5,00 4,10 1,16
MAO (n=38)
A1 2,00 5,00 3,82 1,06 2,00 5,00 4,21 0,91 1,00 5,00 2,84 1,20 2,00 5,00 3,66 0,97
B1 2,00 5,00 3,82 0,95 2,00 5,00 4,00 1,01 1,00 5,00 3,08 1,10 2,00 5,00 3,76 0,91
B2 2,00 5,00 3,92 0,97 1,00 5,00 3,97 1,05 1,00 5,00 3,32 1,14 1,00 5,00 3,82 1,04
B3 1,00 5,00 3,42 1,43 1,00 5,00 3,66 1,21 1,00 5,00 3,16 1,13 1,00 5,00 3,42 1,31
B4 1,00 5,00 3,71 1,11 1,00 5,00 3,92 1,05 1,00 5,00 3,13 1,07 1,00 5,00 3,79 1,14
50
Também foram feitas as correlações dos itens da distância psíquica extra-regional
(correlações de Spearman) e apresentadas na tabela 16 abaixo. A cidade que, como origem,
obteve o maior número de pares correlacionados foi Curitiba, seguida de Belo Horizonte,
Manaus, Teresina e, por último, Rio de Janeiro. Na visão das cidades como destino, a cidade
que mais teve pares positivamente correlacionados (estatisticamente significativos) foi Belo
Horizonte, seguida de Teresina, Rio de Janeiro e Curitiba e Manaus empatadas.
É possível verificar quantos foram os pares com correlação estatisticamente
significativa inter-item (B1, B2, B3 e B4). No total, cada item se “encontrou” com outro item
20 vezes, isto é, são 20 combinações pelas cinco cidades. Os pares (B1, B4) e (B2, B3)
obtiveram sucesso em 14 das 16 correlações possíveis (70%), sendo estes os pares com maior
número de correlações positivas estatisticamente significativas. O par (B3, B4) obteve 60% de
correlações positivas válidas. O par (B1, B3) obteve 55% de correlações válidas. Por fim, os
pares (B1, B2) e (B2, B4) obtiveram 40% de correlações positivas válidas. A média do
percentual de correlações inter-itens estatisticamente significativas foi de 56%, o que permite
assumir que os resultados do teste de correlação de Spearman foram satisfatórios.
51
Tabela 16 – Correlação entre itens
Origem Item
Destino
RIO CWB THZ BHZ MAO
A1 B1 B2 B3 B4 A1 B1 B2 B3 B4 A1 B1 B2 B3 B4 A1 B1 B2 B3 B4 A1 B1 B2 B3 B4
RIO
(n=30)
A1
1
1
1
1
B1 0,47** 1
-0,10 1
0,15 1
0,04 1
B2 0,29 0,42* 1
-0,11 0,11 1
0,44* 0,35 1
0,23 0,12 1
B3 0,16 0,02 0,39* 1
0,18 0,21 0,54** 1
0,61** 0,25 0,65** 1
-0,02 0,00 0,45* 1
B4 0,16 0,04 0,28 0,15 1 -0,13 0,48** 0,06 0,42* 1 0,52** 0,55** 0,42* 0,63** 1 -0,03 0,26 0,32 0,27 1
CWB
(n=71)
A1 1
1
1
1
B1 0,10 1
0,42** 1
0,41** 1
0,27* 1
B2 0,40** 0,14 1
0,54** 0,37** 1
0,43** 0,30** 1
0,39** 0,38** 1
B3 0,13 0,33** 0,49** 1
0,44** 0,35** 0,53** 1
0,36** 0,41** 0,54** 1
0,36** 0,55** 0,53** 1
B4 0,15 0,21 0,20 0,44** 1 0,42** 0,30* 0,44** 0,43** 1 0,28* 0,32** 0,40** 0,44** 1 0,23 0,44** 0,51** 0,37** 1
THZ
(n=27)
A1 1
1
1
1
B1 0,41* 1
0,45* 1
0,50** 1
0,42* 1
B2 0,47* 0,05 1
0,67** 0,45* 1
0,72** 0,33 1
0,12 0,07 1
B3 0,41* 0,45* 0,35 1
0,19 0,17 0,25 1
0,47* 0,26 0,41* 1
0,30 0,29 0,49** 1
B4 0,70** 0,20 0,574** 0,24 1 0,10 0,440* 0,32 0,36 1 0,18 0,42* 0,15 0,29 1 0,07 0,35 0,12 0,33 1
BHZ
(n=30)
A1 1
1
1
1
B1 0,57** 1
0,16 1
0,85** 1
0,53** 1
B2 0,07 0,05 1
0,03 0,57** 1
0,40* 0,37* 1
0,25 0,34 1
B3 0,79** 0,53** 0,18 1
0,17 0,60** 0,55** 1
0,42* 0,69** 0,56** 1
0,43* 0,57** 0,64** 1
B4 0,54** 0,56** 0,40* 0,56** 1 0,40* 0,58** 0,24 0,56** 1 0,47** 0,49** 0,35 0,43* 1 0,41* 0,78** 0,26 0,54** 1
MAO
(n=38)
A1 1
1
1
1
B1 0,17 1
0,36* 1
0,53** 1
0,36* 1
B2 0,24 -0,22 1
0,33* 0,29 1
0,46** 0,32* 1
0,26 0,31 1
B3 0,21 0,22 0,18 1
0,08 0,26 0,42** 1
0,29 0,42** 0,15 1
0,38* 0,61** 0,23 1
B4 0,34* 0,50** 0,34* 0,35* 1 0,39* 0,61** 0,13 0,30 1 0,19 0,39* 0,31 0,20 1 0,41* 0,47** 0,37* 0,42** 1
Onde: ***Significativo a 1%; **Significativo a 5%; e *Significativo a 10%.
52
4.2. ANÁLISE DE RESULTADOS DE DISTÂNCIA PSÍQUICA POR CONJUNTO
DE FATORES
4.2.1. Avaliação empírica das propriedades psicométricas
Discute-se a seguir se o construto distância psíquica extra-regional apresenta características
adequadas para um modelo de mensuração satisfatório. Após a análise das correlações
realizadas na seção anterior, foi aplicada a Análise Fatorial Exploratória e prosseguiu-se
com a Análise Fatorial Confirmatória. Para se tornar o modelo de mensuração identificável
em uma Análise Fatorial Confirmatória torna-se necessário que seja definida uma escala de
medidas para a variável latente.
Isto é realizado fixando uma das cargas de um dos itens de cada variável e pode ser feito,
tanto fixando o valor 1.0 à própria variável, de maneira que a variável latende fique na
mesma escala da medida do respectivo indicador, ou fixando a varância da variável latente,
padronizando a escala de medida da variável (MACCALLUN; BROWNE, 1993). Neste
estudo, optou-se pela primeira opção, uma vez que o objetivo era estimar as cargas de cada
item. Em seguida, avaliam-se as propriedades psicométricas (uni-dimensionalidade,
validade e confiabilidade), por meio da verificação do grau de adequabilidade dos itens e
de sua relação com o construto.
O modelo testado foi proposto por Figueiredo (2009) e utilizado no presente trabalho, e se
baseia em ‘dimensões-síntese’. O modelo é formado pelas quatro dimensões que
constituem o domínio conceitual do construto, segundo a literatura: dimensão cultural,
dimensão de negócios, dimensão do macroambiente e dimensão física.
As dimensões e suas respectivas medidas de item único são apresentadas a seguir:
Dimensão Física: medida pela percepção de diferenças no ‘meio ambiente físico ou
natural’ (B1);
Dimensão de Macroambiente: medida pela percepção de diferenças no ‘ambiente
político, social e econômico’ (B2);
53
Dimensão de Negócios: medida pela percepção de diferenças na ‘forma de se fazer
negócios’ (B3); e
Dimensão Cultural: medida pela percepção de diferenças em ‘valores culturais,
crenças, atitudes e tradições’ (B4).
Análise Fatorial Exploratória
Conforme Hair et al. (2006), para a aplicação de uma Análise Fatorial Exploratória é
necessário uma amostra com número mínimo de 5 observações para cada item. 5:1. Todos
os pares de região origem-destino satisfizeram essa propriedade, sendo que na cidade de
origem Teresina, o pior dos casos, 27 observações, 5,4:1 e na cidade de origem de Curitiba,
o melhor dos casos, 71 observações, 14,2:1.
Os resultados da Análise Fatorial Exploratória, considerando a cidade do Rio de Janeiro
como origem são apresentados na figura 10 e discutidos em seguida.
54
Figura 10 – Análise Fatorial Exploratória – Dimensões-síntese – Rio de Janeiro origem
AFE - Curitiba Correlação
Fator Item-Total
1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4
B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,491 .428 0,241 0,211 1
B2 - Ambiente político, social e econômico 0,857 .519 0,734 0,587 0,396 1
B3 - Formas de se fazer negócios 0,683 .547 0,467 0,340 0,032 0,434 1
B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,587 .678 0,345 0,274 0,042 0,312 0,255 1
KMO = 0,528 a Cronbach 0,556
Variância Explicada = 44,7%
AFE - Teresina Correlação
Fator Item-Total
1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4
B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,587 .568 0,345 0,321 1
B2 - Ambiente político, social e econômico 0,608 .452 0,370 0,323 0,074 1
B3 - Formas de se fazer negócios 0,822 .498 0,675 0,572 0,187 0,559 1
B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,723 .486 0,522 0,438 0,466 0,073 0,415 1
KMO = 0,495 a Cronbach 0,631
Variância Explicada = 47,8%
AFE - Belo Horizonte Correlação
Fator Item-Total
1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4
B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,672 .566 0,451 0,466 1
B2 - Ambiente político, social e econômico 0,773 .660 0,598 0,557 0,339 1
B3 - Formas de se fazer negócios 0,819 .576 0,670 0,591 0,262 0,635 1
B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,841 .611 0,708 0,689 0,574 0,424 0,596 1
KMO = 0,603 a Cronbach 0,758
Variância Explicada = 60,7%
AFE - Manaus Correlação
Fator Item-Total
1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4
B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,345 .506 0,119 0,130 1
B2 - Ambiente político, social e econômico 0,757 .606 0,573 0,394 0,102 1
B3 - Formas de se fazer negócios 0,717 .577 0,514 0,294 0,000 0,410 1
B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,701 .637 0,492 0,393 0,233 0,284 0,271 1
KMO = 0,595 a Cronbach 0,486
Variância Explicada = 42,5%
Matriz de correlação Inter-Item
Matriz de correlação Inter-Item
Matriz de correlação Inter-Item
Matriz de correlação Inter-Item
55
Rio de Janeiro – Curitiba
Para o modelo com Rio de Janeiro origem e Curitiba destino, obteve-se significância
estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=14,4; pvalue<0,026),
indicando a existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida
de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,528, desejável superior
a 0,7, e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5, exceção se fez ao item B1, 0,428. Pode-
se considerar atendidas em parte as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.
A análise não confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, mesmo assim
reuniu-se as quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou
explicação apenas razoável, total de 45%. Pode-se observar que três dos itens apresentaram
carga inferior a 0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa
de Cronbach, 0,556 (inferior ao desejável 0,7). Além disso, as correlações item total
corrigidas foram superiores a 0,2 e somente metade das correlações inter-item intra-
construto foram superiores a 0,3 (desejável).
Rio de Janeiro – Teresina
Para o modelo com Rio de Janeiro origem e Teresina destino, obteve-se significância
estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=23,0; pvalue<0,001),
indicando a existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida
de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,495, desejável superior
a 0,7, e o MSA de todos os itens foi próximo a 0,5. Portanto, pode-se considerar atendidas
em parte as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.
A análise não confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, mesmo assim
reuniu-se as quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou
explicação apenas razoável, total de 48%. Pode-se observar que dois dos itens
apresentaram carga inferior a 0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por
meio do alfa de Cronbach, 0,631 (próximo ao desejável 0,7). Além disso, as correlações
item total corrigidas foram superiores a 0,3 e somente metade das correlações inter-item
intra-construto foram superiores a 0,3 (desejável).
Rio de Janeiro – Belo Horizonte
56
Para o modelo com Rio de Janeiro origem e Belo Horizonte destino, obteve-se
significância estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=38,3;
pvalue<0,001), indicando a existência de correlações suficientes entre os quatro itens
avaliados. A medida de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi
0,603, próximo ao desejável 0,7, e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Portanto,
pode-se considerar atendidas as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.
A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as
quatro medidas em um único fator. O modelo apresentou boa explicação, total de 61%.
Pode-se observar que somente um dos itens apresentou carga inferior a 0,7 (desejável). A
confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de Cronbach, 0,758 (superior ao
desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram superiores a 0,4 e
somente 1 das correlações inter-item intra-construto foi inferior a 0,3.
Rio de Janeiro – Manaus
Para o modelo com Rio de Janeiro origem e Manaus destino, obteve-se significância
estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=9,7; pvalue<0,134),
rejeitando a hipótese de existência de correlações suficientes entre os quatro itens
avaliados. A medida de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi
0,595, desejável superior a 0,7, e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Portanto,
podem-se considerar atendidas em parte as exigências para uso da Análise Fatorial
Exploratória.
A análise não confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, mesmo assim
reuniu-se as quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou
explicação apenas razoável, total de 43%. Pode-se observar que somente um dos itens
apresentou carga inferior a 0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por
meio do alfa de Cronbach, 0,486 (inferior ao desejável 0,7). Além disso, as correlações
item total corrigidas, a exceção de um item foram próximas ou superiores a 0,3 e somente
uma das correlações inter-item intra-construto foi superior a 0,3 (desejável) e ainda
apresentou correlação nula para o par (B1, B3).
Os resultados da Análise Fatorial Exploratória, considerando a cidade de Curitiba como
origem são apresentados na figura 11 e discutidos a seguir.
57
Figura 11 – Análise Fatorial Exploratória – Dimensões-síntese – Curitiba origem
AFE -Rio de Janeiro Correlação
Fator Item-Total
1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4
B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,567 .672 0,321 0,311 1
B2 - Ambiente político, social e econômico 0,653 .596 0,426 0,367 0,125 1
B3 - Formas de se fazer negócios 0,867 .574 0,751 0,648 0,365 0,482 1
B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,688 .670 0,473 0,409 0,223 0,212 0,466 1
KMO = 0,612 a Cronbach 0,649
Variância Explicada = 49,3%
AFE - Teresina Correlação
Fator Item-Total
1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4
B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,654 .794 0,428 0,420 1
B2 - Ambiente político, social e econômico 0,797 .717 0,635 0,577 0,384 1
B3 - Formas de se fazer negócios 0,808 .706 0,653 0,594 0,373 0,530 1
B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,684 .779 0,467 0,449 0,243 0,385 0,425 1
KMO = 0,738 a Cronbach 0,720
Variância Explicada = 54,6%
AFE - Belo Horizonte Correlação
Fator Item-Total
1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4
B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,662 .757 0,438 0,439 1
B2 - Ambiente político, social e econômico 0,767 .711 0,588 0,551 0,285 1
B3 - Formas de se fazer negócios 0,835 .686 0,697 0,645 0,450 0,553 1
B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,732 .797 0,536 0,514 0,327 0,431 0,450 1
KMO = 0,728 a Cronbach 0,742
Variância Explicada = 56,5%
AFE - Manaus Correlação
Fator Item-Total
1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4
B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,769 .683 0,592 0,568 1
B2 - Ambiente político, social e econômico 0,796 .669 0,633 0,608 0,385 1
B3 - Formas de se fazer negócios 0,805 .635 0,648 0,601 0,573 0,550 1
B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,693 .679 0,480 0,482 0,395 0,489 0,305 1
KMO = 0,664 a Cronbach 0,764
Variância Explicada = 58,8%
Matriz de correlação Inter-Item
Matriz de correlação Inter-Item
Matriz de correlação Inter-Item
Matriz de correlação Inter-Item
58
Curitiba – Rio de Janeiro
Para o modelo com Curitiba origem e Rio de Janeiro destino, obteve-se significância
estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=44,8; pvalue<0,000),
indicando a existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida
de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,612, próximo ao
desejável superior a 0,7, e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar
atendidas em parte as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.
A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as
quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou explicação
apenas razoável, total de 49%. Pode-se observar que três dos itens apresentaram carga
inferior a 0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de
Cronbach, 0,649 (próximo ao desejável 0,7). Além disso, as correlações item total
corrigidas foram superiores a 0,3 (desejável).
Curitiba – Teresina
Para o modelo com Curitiba origem e Teresina destino, obteve-se significância estatística
para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=53,1; pvalue<0,000), indicando a
existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida de
adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,738, superior a 0,7
(desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas as
exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.
A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as
quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou boa
explicação, total de 55%. Pode-se observar que dois dos itens apresentaram carga inferior a
0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de Cronbach,
0,720 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram superiores a
0,3 (desejável).
Curitiba – Belo Horizonte
Para o modelo com Curitiba origem e Belo Horizonte destino, obteve-se significância
estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=61,3; pvalue<0,000),
59
indicando a existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida
de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,728, superior a 0,7
(desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas as
exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.
A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as
quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou boa
explicação, total de 57%. Pode-se observar que um dos itens apresentaram carga inferior a
0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de Cronbach,
0,742 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram superiores a
0,3 (desejável).
Curitiba – Manaus
Para o modelo com Curitiba origem e Manaus destino, obteve-se significância estatística
para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=75,7; pvalue<0,000), indicando a
existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida de
adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,664, próximo a 0,7
(desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas em
parte as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.
A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as
quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou boa
explicação, total de 59%. Pode-se observar que um dos itens apresentaram carga inferior a
0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de Cronbach,
0,764 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram superiores a
0,3 (desejável).
Os resultados da Análise Fatorial Exploratória, considerando a cidade de Teresina como
origem são apresentados na figura 12 e discutidos em sequência.
60
Figura 12 – Análise Fatorial Exploratória – Dimensões-síntese – Teresina origem
AFE - Rio de Janeiro Correlação
Fator Item-Total
1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4
B1 - Meio ambiente f’sico ou natural 0,558 .493 0,311 0,334 1
B2 - Ambiente político, social e econômico 0,754 .518 0,569 0,467 0,087 1
B3 - Formas de se fazer negócios 0,685 .631 0,470 0,438 0,373 0,330 1
B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,805 .559 0,648 0,534 0,292 0,593 0,281 1
KMO = 0,548 a Cronbach 0,660
Variância Explicada = 49,9%
AFE - Curitiba Correlação
Fator Item-Total
1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4
B1 - Meio ambiente f’sico ou natural 0,757 .589 0,573 0,446 1
B2 - Ambiente político, social e econômico 0,744 .651 0,554 0,458 0,487 1
B3 - Formas de se fazer negócios 0,544 .586 0,296 0,317 0,124 0,242 1
B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,755 .647 0,570 0,505 0,426 0,317 0,353 1
KMO = 0,621 a Cronbach 0,641
Variância Explicada = 49,8%
AFE - Belo Horizonte Correlação
Fator Item-Total
1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4
B1 - Meio ambiente f’sico ou natural 0,739 .619 0,546 0,468 1
B2 - Ambiente político, social e econômico 0,674 .597 0,455 0,380 0,342 1
B3 - Formas de se fazer negócios 0,694 .647 0,481 0,415 0,253 0,384 1
B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,654 .593 0,428 0,376 0,408 0,145 0,283 1
KMO = 0,614 a Cronbach 0,621
Variância Explicada = 47,7%
AFE - Manaus Correlação
Fator Item-Total
1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4
B1 - Meio ambiente f’sico ou natural 0,576 .625 0,332 0,306 1
B2 - Ambiente político, social e econômico 0,568 .510 0,323 0,287 0,022 1
B3 - Formas de se fazer negócios 0,842 .567 0,708 0,587 0,310 0,449 1
B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,717 .660 0,514 0,429 0,323 0,149 0,424 1
KMO = 0,585 a Cronbach 0,619
Variância Explicada = 46,9%
Matriz de correlação Inter-Item
Matriz de correlação Inter-Item
Matriz de correlação Inter-Item
Matriz de correlação Inter-Item
61
Teresina – Rio de Janeiro
Para o modelo com Teresina origem e Rio de Janeiro destino, obteve-se significância
estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=18,9; pvalue<0,004),
indicando a existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida
de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,548, abaixo de 0,7
(desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5, exceto pelo item B1 (0,493).
Pode-se considerar atendidas em parte as exigências para uso da Análise Fatorial
Exploratória.
A análise não confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, mesmo assim
reuniu-se as quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou
boa explicação, total de 50%. Pode-se observar que dois dos itens apresentaram carga
inferior a 0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de
Cronbach, 0,660 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram
superiores a 0,3 (desejável).
Teresina – Curitiba
Para o modelo com Teresina origem e Curitiba destino, obteve-se significância estatística
para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=15,6; pvalue<0,016), indicando a
existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida de
adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,621, próximo a 0,7
(desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas em
parte as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.
A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as
quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou boa
explicação, total de 50%. Pode-se observar que um dos itens apresentaram carga inferior a
0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de Cronbach,
0,641 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram superiores a
0,3 (desejável).
Teresina – Belo Horizonte
62
Para o modelo com Teresina origem e Belo Horizonte destino, obteve-se significância
estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=12,6; pvalue<0,048),
indicando a existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida
de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,614, próximo a 0,7
(desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas em
parte as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.
A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as
quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou apenas
explicação razoável, total de 48%. Pode-se observar que três dos itens apresentaram carga
inferior a 0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de
Cronbach, 0,621 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram
superiores a 0,3 (desejável).
Teresina – Manaus
Para o modelo com Teresina origem e Manaus destino, obteve-se significância estatística
para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=14,1; pvalue<0,028), indicando a
existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida de
adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,585, inferior a 0,7
(desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas em
parte as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.
A análise não confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, mesmo assim
reuniu-se as quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou
apenas explicação razoável, total de 47%. Pode-se observar que dois dos itens
apresentaram carga inferior a 0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por
meio do alfa de Cronbach, 0,619 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total
corrigidas foram superiores a 0,2 e somente uma correlação inter-item intra-construto não
foi superior a 0,3 (desejável).
Os resultados da Análise Fatorial Exploratória, considerando a cidade de Belo Horizonte
como origem são apresentados na figura 13 e discutidos em sequência.
63
Figura 13 – Análise Fatorial Exploratória – Dimensões-síntese – Belo Horizonte origem
AFE - Rio de Janeiro Correlação
Fator Item-Total
1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4
B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,782 .628 0,612 0,496 1
B2 - Ambiente político, social e econômico 0,475 .455 0,226 0,276 0,072 1
B3 - Formas de se fazer negócios 0,799 .782 0,639 0,556 0,526 0,202 1
B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,893 .610 0,797 0,749 0,606 0,434 0,571 1
KMO = 0,632 a Cronbach 0,714
Variância Explicada = 56,8%
AFE - Curitiba Correlação
Fator Item-Total
1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4
B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,874 .715 0,763 0,739 1
B2 - Ambiente político, social e econômico 0,709 .647 0,502 0,513 0,550 1
B3 - Formas de se fazer negócios 0,851 .763 0,724 0,703 0,610 0,520 1
B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,748 .650 0,559 0,561 0,594 0,233 0,557 1
KMO = 0,699 a Cronbach 0,809
Variância Explicada = 63,7%
AFE - Teresina Correlação
Fator Item-Total
1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4
B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,847 .592 0,718 0,628 1
B2 - Ambiente político, social e econômico 0,602 .656 0,362 0,393 0,261 1
B3 - Formas de se fazer negócios 0,852 .604 0,725 0,651 0,688 0,435 1
B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,695 .723 0,483 0,460 0,502 0,265 0,364 1
KMO = 0,626 a Cronbach 0,732
Variância Explicada = 57,2%
AFE - Manaus Correlação
Fator Item-Total
1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4
B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,788 .702 0,621 0,571 1
B2 - Ambiente político, social e econômico 0,634 .540 0,402 0,413 0,239 1
B3 - Formas de se fazer negócios 0,868 .624 0,754 0,728 0,518 0,617 1
B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,745 .659 0,555 0,507 0,602 0,161 0,479 1
KMO = 0,633 a Cronbach 0,753
Variância Explicada = 58,3%
Matriz de correlação Inter-Item
Matriz de correlação Inter-Item
Matriz de correlação Inter-Item
Matriz de correlação Inter-Item
64
Belo Horizonte – Rio de Janeiro
Para o modelo com Belo Horizonte origem e Rio de Janeiro destino, obteve-se
significância estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=32,5;
pvalue<0,000), indicando a existência de correlações suficientes entre os quatro itens
avaliados. A medida de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi
0,632, próximo a 0,7 (desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5, exceto pelo
item B2 (0,455). Pode-se considerar atendidas em parte as exigências para uso da Análise
Fatorial Exploratória.
A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as
quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou boa
explicação, total de 57%. Pode-se observar que um dos itens apresentou carga inferior a
0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de Cronbach,
0,714 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram superiores a
0,2 e somente uma correlação inter-item intra-construto não foi superior a 0,3 (desejável).
Belo Horizonte – Curitiba
Para o modelo com Belo Horizonte origem e Curitiba destino, obteve-se significância
estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=40,3; pvalue<0,000),
indicando a existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida
de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,699, muito próximo a
0,7 (desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas
as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.
A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as
quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou boa
explicação, total de 64%. Pode-se observar que todos os itens apresentaram carga superior
a 0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de Cronbach,
0,809 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram superiores a
0,3 (desejável).
Belo Horizonte – Teresina
65
Para o modelo com Belo Horizonte origem e Teresina destino, obteve-se significância
estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=31; pvalue<0,000),
indicando a existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida
de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,626, próximo a 0,7
(desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas em
parte as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.
A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as
quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou boa
explicação, total de 57%. Pode-se observar que dois dos itens apresentaram carga inferior a
0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de Cronbach,
0,714 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram superiores a
0,3 (desejável).
Belo Horizonte – Manaus
Para o modelo com Belo Horizonte origem e Manaus destino, obteve-se significância
estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=36; pvalue<0,000),
indicando a existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida
de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,633, próximo a 0,7
(desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas em
parte as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.
A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as
quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou boa
explicação, total de 58%. Pode-se observar que um dos itens apresentaram carga inferior a
0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de Cronbach,
0,753 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram superiores a
0,3 (desejável).
Os resultados da Análise Fatorial Exploratória, considerando a cidade de Manaus como
origem são apresentados na figura 14 e discutidos em sequência.
66
Figura 14 – Análise Fatorial Exploratória – Dimensões-síntese – Manaus origem
AFE - Rio de Janeiro Correlação
Fator Item-Total
1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4
B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,709 .419 0,502 0,282 1
B2 - Ambiente político, social e econômico 0,231 .276 0,053 0,112 -0,221 1
B3 - Formas de se fazer negócios 0,700 .750 0,491 0,398 0,257 0,142 1
B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,873 .467 0,763 0,622 0,508 0,279 0,402 1
KMO = 0,449 a Cronbach 0,554
Variância Explicada = 45,2%
AFE - Curitiba Correlação
Fator Item-Total
1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4
B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,852 .597 0,726 0,627 1
B2 - Ambiente político, social e econômico 0,529 .607 0,280 0,325 0,329 1
B3 - Formas de se fazer negócios 0,698 .766 0,488 0,469 0,373 0,289 1
B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,825 .578 0,681 0,568 0,686 0,169 0,424 1
KMO = 0,619 a Cronbach 0,704
Variância Explicada = 54,4%
AFE - Teresina Correlação
Fator Item-Total
1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4
B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,809 .619 0,655 0,556 1
B2 - Ambiente político, social e econômico 0,635 .661 0,403 0,351 0,346 1
B3 - Formas de se fazer negócios 0,605 .600 0,366 0,324 0,425 0,107 1
B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,705 .707 0,498 0,426 0,381 0,341 0,206 1
KMO = 0,643 a Cronbach 0,631
Variância Explicada = 48,0%
AFE - Belo Horizonte Correlação
Fator Item-Total
1 MSA Comunalidades Corrigida B1 B2 B3 B4
B1 - Meio ambiente físico ou natural 0,848 .669 0,718 0,662 1
B2 - Ambiente político, social e econômico 0,550 .744 0,303 0,336 0,324 1
B3 - Formas de se fazer negócios 0,796 .665 0,634 0,549 0,629 0,198 1
B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições 0,773 .783 0,597 0,557 0,495 0,332 0,459 1
KMO = 0,702 a Cronbach 0,724
Variância Explicada = 56,3%
Matriz de correlação Inter-Item
Matriz de correlação Inter-Item
Matriz de correlação Inter-Item
Matriz de correlação Inter-Item
67
Manaus – Rio de Janeiro
Para o modelo com Manaus origem e Rio de Janeiro destino, obteve-se significância
estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=27,1; pvalue<0,000),
indicando a existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida
de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,449, inferior a 0,7
(desejável), e o MSA de apenas um item foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas
em parte as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.
A análise não confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, mesmo assim
reuniu-se as quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou
apenas explicação razoável, total de 45%. Pode-se observar que um dos itens apresentaram
carga inferior a 0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa
de Cronbach, 0,554 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram
superiores a 0,2 (exceto B2) e somente metade das correlações inter-item intra-construto
foi superior a 0,3 (desejável).
Manaus – Curitiba
Para o modelo com Manaus origem e Curitiba destino, obteve-se significância estatística
para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=35,5; pvalue<0,000), indicando a
existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida de
adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,619, inferior a 0,7
(desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas em
parte as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.
A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as
quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou boa
explicação, total de 54%. Pode-se observar que dois dos itens apresentaram carga inferior a
0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de Cronbach,
0,704 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram superiores a
0,3 (desejável).
Manaus – Curitiba
68
Para o modelo com Manaus origem e Curitiba destino, obteve-se significância estatística
para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=35,5; pvalue<0,000), indicando a
existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida de
adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,619, inferior a 0,7
(desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas em
parte as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.
A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as
quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou boa
explicação, total de 54%. Pode-se observar que dois dos itens apresentaram carga inferior a
0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de Cronbach,
0,704 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram superiores a
0,3 (desejável).
Manaus – Teresina
Para o modelo com Manaus origem e Teresina destino, obteve-se significância estatística
para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=19,1; pvalue<0,004), indicando a
existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida de
adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,643, inferior a 0,7
(desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas em
parte as exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.
A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as
quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou apenas
explicação razoável, total de 48%. Pode-se observar que dois dos itens apresentaram carga
inferior a 0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de
Cronbach, 0,631 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram
superiores a 0,3 (desejável).
Manaus – Belo Horizonte
Para o modelo com Manaus origem e Belo Horizonte destino, obteve-se significância
estatística para o teste de esfericidade de Bartlett (Qui-quadrado=34,5; pvalue<0,000),
indicando a existência de correlações suficientes entre os quatro itens avaliados. A medida
de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi 0,702, superior a 0,7
69
(desejável), e o MSA de todos os itens foi superior a 0,5. Pode-se considerar atendidas as
exigências para uso da Análise Fatorial Exploratória.
A análise confirmou a premissa de unidimensionalidade do construto, visto que reúne as
quatro medidas em um único fator. Nesta configuração o modelo apresentou boa
explicação, total de 56%. Pode-se observar que um dos itens apresentou carga inferior a
0,7 (desejável). A confiabilidade do construto foi medida por meio do alfa de Cronbach,
0,724 (desejável 0,7). Além disso, as correlações item total corrigidas foram superiores a
0,3 (desejável).
Em síntese, a distância psíquica extra-regional medida pelas dimensões-síntese parece
apresentar construto unidimensional formado por quatro itens (14 das 20 análises fatoriais
exploratórias apresentadas). Este modelo teve bom comportamento para Rio de Janeiro
origem e Belo Horizonte destino, Curitiba origem e Teresina, Belo Horizonte e Manaus
destino, Belo Horizonte origem e Rio de Janeiro, Curitiba, Teresina e Manaus destino e
Manaus origem e Curitiba e Belo Horizonte destino. Para a metade das análises restantes, o
comportamento foi apenas razoável.
Análise Fatorial Confirmatória
Levando-se em consideração os resultados obtidos, decidiu-se avaliar o modelo de
mensuração da distância psíquica extra-regional pelas dimensões-síntese por meio da
Análise Fatorial Confirmatória. O esquema de mensuração é apresentado na figura 15.
Figura 15 – Modelo de mensuração para distância psíquica
Fonte: Adaptado de Figueiredo (2009)
O roteiro de operacionalização da Análise Fatorial Confirmatória adaptado de (Figueiredo,
2009) foi aplicado ao modelo. Os passos (1) a (3) correspondem à execução da Análise
1
Distância
Psíquica
Meio ambiente
físico ou naturalEr1
1
Ambiente político,
social e econômicoEr2
1
Forma de se
fazer negóciosEr3
1
Valores culturais,
crenças, atitudes e tradiçõesEr4
1
70
Fatorial Exploratória e já foram vistos anteriormente. Para a operacionalização da Análise
Fatorial Confirmatória fez uso do módulo SEM do software STATA.
Rio de Janeiro – Curitiba
(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais
das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a maior parte dos itens apresentou correlação
superior a 0,25 (maior que 0,2 desejável). (7) Apesar de o software STATA não fornecer
esta informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados
preliminarmente, em que se pode observar que nem todas as correlações inter-itens intra-
construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%. Quando este requisito não é
atendido, o grupo de indicadores não oferece uma boa representação conjunta do
respectivo construto. Não houve diferenças consideráveis entre as correlações baseadas na
amostra e as correlações estimadas pelo software STATA. Este requisito não foi atendido
pelo modelo, quer fossem consideradas as correlações observadas, quer as estimadas pelo
modelo de mensuração. (8) As correlações inter-itens intra-construto média é de 0,25
muito próxima ao desejável 0,3. (9) Além disso, nenhuma correlação foi alta demais, maior
que 0,90. (10) O modelo apresentou cargas padronizadas entre 0,49 e 0,86, como pode ser
visto na tabela 17, que atendem razoavelmente o requisito. (11) Todas as cargas foram
estatisticamente significativas. (12) A variância média extraída foi de 0,26, menor que o
desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de cada indicador foi estatisticamente
significativa. (14) Todos os resíduos padronizados foram menores que 1,7 em valor
absoluto, significando que o requisito foi atendido pelo modelo. (15) O coeficiente de
confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,58, bem próximo do mínimo de 0,60 e
(16) o índice de confiabilidade de cada item variou de 0,20 a 0,31, abaixo de 0,5 (que seria
o limite desejável). Como os indicadores estão abaixo de 0,5, o modelo é colocado sob
suspeita. (17) Na tabela 17 são apresentados os índices de fit obtidos para o modelo. Pode-
se verificar que, para quase todos os índices, o modelo apresentou bons resultados.
71
Tabela 17 – Índices de fit do modelo de mensuração da distância psíquica extra-regional – Rio de
Janeiro origem
Etapas
RIO
CWB THZ BHZ MAO
Sig χ 2 0.190 0.020 0.073 0.715
χ 2/ gl 1.487 2.677 2.019 0.581
RMSEA 0.127 0.236 0.184 0.000
CFI 0.758 0.575 0.862 1.000
B1 0.491 0.587 0.672 0.345
B2 0.857 0.608 0.773 0.757
B3 0.683 0.822 0.819 0.717
B4 0.587 0.723 0.841 0.701
Rio de Janeiro – Teresina
(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais
das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a metade dos itens apresentou correlação
superior a 0,25 (maior que 0,2 desejável). (7) Apesar de o software STATA não fornecer
esta informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados
preliminarmente, em que se pode observar que todas as correlações inter-itens intra-
construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-
itens intra-construto média é de 0,3, justamente o valor mínimo desejável. (9) Além disso,
nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou cargas
padronizadas entre 0,59 e 0,72, como pode ser visto na tabela 17, que atendem ao requisito.
(11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A variância média extraída
foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de cada indicador foi
estatisticamente significativa. (14) Apenas um resíduo padronizado não foi menor do que
3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido parcialmente pelo
modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,63,
superior ao mínimo de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item variou de 0,29 a
0,31, abaixo de 0,5 (que seria o limite desejável). Como os indicadores estão abaixo de 0,5,
o modelo é colocado sob suspeita. (17) Na tabela 17 são apresentados os índices de fit
obtidos para o modelo. Pode-se verificar que, para quase todos os índices, o modelo
apresentou bons resultados.
Rio de Janeiro – Belo Horizonte
72
(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais
das cargas fatoriais são todos positivos e (6) todos os itens apresentaram correlação
superior a 0,47 (maior que 0,2 desejável). (7) Apesar de o software STATA não fornecer
esta informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados
preliminarmente, em que se pode observar que todas as correlações inter-itens intra-
construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%.(8) As correlações inter-
itens intra-construto média é de 0,47, superior ao mínimo desejável. (9) Além disso,
nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou cargas
padronizadas entre 0,67 e 0,84, como pode ser visto na tabela 17, que atendem ao requisito.
(11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A variância média extraída
foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de cada indicador foi
estatisticamente significativa. (14) Todos os resíduos padronizados foram menores que
3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido pelo modelo. (15) O
coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,81, superior ao mínimo de
0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item variou de 0,40 a 0,65, onde a maioria
esteve abaixo de 0,5 (que seria o limite desejável). Como os indicadores estão parcialmente
abaixo de 0,5, o modelo é colocado sob suspeita. (17) Na tabela 17 são apresentados os
índices de fit obtidos para o modelo. Pode-se verificar que, para quase todos os índices, o
modelo apresentou bons resultados.
Rio de Janeiro – Manaus
(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais
das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a maioria dos itens apresentou correlação
superior a 0,2 (desejável). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta informação,
utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados preliminarmente, em que se
pode observar que nem todas as correlações inter-itens intra-construto foram
estatisticamente significativas ao nível de 5% (uma correlação ficou de fora).(8) As
correlações inter-itens intra-construto média é de 0,22, inferior ao mínimo desejável de 0,3.
(9) Além disso, nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo
apresentou cargas padronizadas entre 0,36 e 0,71, como pode ser visto na tabela 17, que
atendem parcialmente o requisito. (11) Todas as cargas foram estatisticamente
significativas. (12) A variância média extraída foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a
73
(13) variância de cada indicador foi estatisticamente significativa. (14) Todos os resíduos
padronizados foram menores que 3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi
atendido pelo modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc
= 0,57, próximo ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item
variou de 0,13 a 0,36, onde todos estão abaixo de 0,5 (que seria o limite desejável). Como
os indicadores estão abaixo de 0,5, o modelo é colocado sob suspeita. (17) Na tabela 17
são apresentados os índices de fit obtidos para o modelo. Pode-se verificar que, para quase
todos os índices, o modelo apresentou bons resultados.
Curitiba – Rio de Janeiro
(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais
das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a maioria dos itens apresentou correlação
superior a 0,2 (desejável). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta informação,
utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados preliminarmente, em que se
pode observar que todas as correlações inter-itens intra-construto foram estatisticamente
significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-itens intra-construto média é de
0,31, superior ao mínimo desejável de 0,3. (9) Além disso, nenhuma correlação foi alta
demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou cargas padronizadas entre 0,57 e 0,87,
como pode ser visto na tabela 18, que atendem ao requisito. (11) Todas as cargas foram
estatisticamente significativas. (12) A variância média extraída foi menor que o desejável
0,5, no entanto, a (13) variância de cada indicador foi estatisticamente significativa. (14)
Todos os resíduos padronizados foram menores que 3,84 em valor absoluto, significando
que o requisito foi atendido pelo modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado
pelo modelo foi ρc = 0,64, próximo ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice de
confiabilidade de cada item variou de 0,27 a 0,34, onde todos estão abaixo de 0,5
(desejável). Como os indicadores estão abaixo de 0,5, o modelo é colocado sob suspeita.
(17) Na tabela 18 são apresentados os índices de fit obtidos para o modelo. Pode-se
verificar que, para quase todos os índices, o modelo apresentou bons resultados.
74
Tabela 18 – Índices de fit do modelo de mensuração da distância psíquica extra-regional – Curitiba
origem
Etapas CWB
RIO THZ BHZ MAO
Sig χ 2 0,006 0,318 0,050 0,032
χ 2/ gl 3,242 1,176 2,217 2,436
RMSEA 0,178 0,050 0,131 0,142
CFI 0,726 0,982 0,895 0,902
B1 0,567 0,654 0,662 0,769
B2 0,653 0,797 0,767 0,796
B3 0,867 0,808 0,835 0,805
B4 0,688 0,684 0,732 0,693
Curitiba – Teresina
(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais
das cargas fatoriais são todos positivos e (6) todos os itens apresentaram correlação
superior a 0,2 (desejável). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta informação,
utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados preliminarmente, em que se
pode observar que todas as correlações inter-itens intra-construto foram estatisticamente
significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-itens intra-construto média é de
0,39, superior ao mínimo desejável de 0,3. (9) Além disso, nenhuma correlação foi alta
demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou cargas padronizadas entre 0,66 e 0,86,
como pode ser visto na tabela 18, que atendem ao requisito. (11) Todas as cargas foram
estatisticamente significativas. (12) A variância média extraída foi menor que o desejável
0,5, no entanto, a (13) variância de cada indicador foi estatisticamente significativa. (14)
Todos os resíduos padronizados foram menores que 3,84 em valor absoluto, significando
que o requisito foi atendido pelo modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado
pelo modelo foi ρc = 0,73, superior ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice de
confiabilidade de cada item variou de 0,34 a 0,46, onde todos estão abaixo de 0,5
(desejável). Como os indicadores estão abaixo de 0,5, o modelo é colocado sob suspeita.
(17) Na tabela 18 são apresentados os índices de fit obtidos para o modelo. Pode-se
verificar que, para quase todos os índices, o modelo apresentou bons resultados.
75
Curitiba – Belo Horizonte
(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais
das cargas fatoriais são todos positivos e (6) todos os itens apresentaram correlação
superior a 0,2 (desejável). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta informação,
utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados preliminarmente, em que se
pode observar que todas as correlações inter-itens intra-construto foram estatisticamente
significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-itens intra-construto média é de
0,42, superior ao mínimo desejável de 0,3. (9) Além disso, nenhuma correlação foi alta
demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou cargas padronizadas entre 0,65 e 0,81,
como pode ser visto na tabela 18, que atendem ao requisito. (11) Todas as cargas foram
estatisticamente significativas. (12) A variância média extraída foi menor que o desejável
0,5, no entanto, a (13) variância de cada indicador foi estatisticamente significativa. (14)
Todos os resíduos padronizados foram menores que 3,84 em valor absoluto, significando
que o requisito foi atendido pelo modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado
pelo modelo foi ρc = 0,72, superior ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice de
confiabilidade de cada item variou de 0,37 a 0,43, onde todos estão abaixo de 0,5
(desejável). Como os indicadores estão abaixo de 0,5, o modelo é colocado sob suspeita.
(17) Na tabela 18 são apresentados os índices de fit obtidos para o modelo. Pode-se
verificar que, para quase todos os índices, o modelo apresentou bons resultados.
Curitiba – Manaus
(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais
das cargas fatoriais são todos positivos e (6) todos os itens apresentaram correlação
superior a 0,31 (desejável 0,2). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta
informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados
preliminarmente, em que se pode observar que todas as correlações inter-itens intra-
construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-
itens intra-construto média é de 0,45, superior ao mínimo desejável de 0,3. (9) Além disso,
nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou cargas
padronizadas entre 0,69 e 0,81, como pode ser visto na tabela 18, que atendem ao requisito.
(11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A variância média extraída
foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de cada indicador foi
76
estatisticamente significativa. (14) Todos os resíduos padronizados foram menores que
3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido pelo modelo. (15) O
coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,77, superior ao valor
desejável de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item variou de 0,40 a 0,50, onde
a maioria está abaixo de 0,5 (desejável). Como os indicadores estão parcialmente abaixo de
0,5, o modelo é colocado sob suspeita. (17) Na tabela 18 são apresentados os índices de fit
obtidos para o modelo. Pode-se verificar que, para quase todos os índices, o modelo
apresentou bons resultados.
Teresina – Rio de Janeiro
(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais
das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a maioria dos itens apresentou correlação
superior a 0,28 (desejável 0,2). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta
informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados
preliminarmente, em que se pode observar que todas as correlações inter-itens intra-
construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-
itens intra-construto média é de 0,33, superior ao mínimo desejável de 0,3. (9) Além disso,
nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou cargas
padronizadas entre 0,56 e 0,81, como pode ser visto na tabela 19, que atendem ao requisito.
(11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A variância média extraída
foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de cada indicador foi
estatisticamente significativa. (14) Todos os resíduos padronizados foram menores que
3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido pelo modelo. (15) O
coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,66, superior ao valor
desejável de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item variou de 0,24 a 0,36, onde
todos estão abaixo de 0,5 (desejável). Como os indicadores estão abaixo de 0,5, o modelo é
colocado sob suspeita. (17) Na tabela 19 são apresentados os índices de fit obtidos para o
modelo. Pode-se verificar que, para quase todos os índices, o modelo apresentou bons
resultados.
77
Tabela 19 – Índices de fit do modelo de mensuração da distância psíquica extra-regional – Teresina
origem
Etapas THZ
RIO CWB BHZ MAO
Sig χ 2 0,123 0,719 0,698 0,210
χ 2/ gl 1,736 0,576 0,603 1,429
RMSEA 0,165 0,000 0,000 0,126
CFI 0,762 1,000 1,000 0,787
B1 0,558 0,757 0,739 0,576
B2 0,754 0,744 0,674 0,568
B3 0,685 0,544 0,694 0,842
B4 0,805 0,755 0,654 0,717
Teresina – Curitiba
(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais
das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a maioria dos itens apresentou correlação
superior a 0,24 (desejável 0,2). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta
informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados
preliminarmente, em que se pode observar que todas as correlações inter-itens intra-
construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-
itens intra-construto média é de 0,33, superior ao mínimo desejável de 0,3. (9) Além disso,
nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou cargas
padronizadas entre 0,54 e 0,76, como pode ser visto na tabela 19, que atendem ao requisito.
(11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A variância média extraída
foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de cada indicador foi
estatisticamente significativa. (14) Todos os resíduos padronizados foram menores que
3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido pelo modelo. (15) O
coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,70, superior ao valor
desejável de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item variou de 0,15 a 0,52, onde
a maioria está abaixo de 0,5 (desejável). Como a maioria dos indicadores está abaixo de
0,5, o modelo é colocado sob suspeita. (17) Na tabela 19 são apresentados os índices de fit
obtidos para o modelo. Pode-se verificar que, para quase todos os índices, o modelo
apresentou bons resultados.
78
Teresina – Belo Horizonte
(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais
das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a maioria dos itens apresentou correlação
superior a 0,25 (desejável 0,2). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta
informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados
preliminarmente, em que se pode observar que todas as correlações inter-itens intra-
construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-
itens intra-construto média é de 0,30, justamente o valor mínimo desejável de 0,3. (9)
Além disso, nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo
apresentou cargas padronizadas entre 0,65 e 0,74, como pode ser visto na tabela 19, que
atendem ao requisito. (11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A
variância média extraída foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de
cada indicador foi estatisticamente significativa. (14) Todos os resíduos padronizados
foram menores que 3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido pelo
modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,64,
superior ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item variou de
0,18 a 0,42, onde todos estão abaixo de 0,5 (desejável). Como os indicadores estão abaixo
de 0,5, o modelo é colocado sob suspeita. (17) Na tabela 19 são apresentados os índices de
fit obtidos para o modelo. Pode-se verificar que, para quase todos os índices, o modelo
apresentou bons resultados.
Teresina – Manaus
(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais
das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a maioria dos itens apresentou correlação
superior a 0,31 (desejável 0,2). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta
informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados
preliminarmente, em que se pode observar que nem todas as correlações inter-itens intra-
construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5% (uma exceção). (8) As
correlações inter-itens intra-construto média é de 0,28, próximo ao valor mínimo desejável
de 0,3. (9) Além disso, nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo
apresentou cargas padronizadas entre 0,57 e 0,84, como pode ser visto na tabela 19, que
atendem ao requisito. (11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A
79
variância média extraída foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de
cada indicador foi estatisticamente significativa. (14) Todos os resíduos padronizados
foram menores que 3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido pelo
modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,59, bem
próximo ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item variou de
0,23 a 0,30, onde todos estão abaixo de 0,5 (desejável). Como os indicadores estão abaixo
de 0,5, o modelo é colocado sob suspeita. (17) Na tabela 19 são apresentados os índices de
fit obtidos para o modelo. Pode-se verificar que, para quase todos os índices, o modelo
apresentou bons resultados.
Belo Horizonte – Rio de Janeiro
(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais
das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a maioria dos itens apresentou correlação
superior a 0,2 (desejável 0,2). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta
informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados
preliminarmente, em que se pode observar que todas as correlações inter-itens intra-
construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-
itens intra-construto média é de 0,40, superior ao valor mínimo desejável de 0,3. (9) Além
disso, nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou
cargas padronizadas entre 0,48 e 0,89, como pode ser visto na tabela 20, que atendem
parcialmente o requisito. (11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A
variância média extraída foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de
cada indicador foi estatisticamente significativa. (14) Todos os resíduos padronizados
foram menores que 3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido pelo
modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,81,
superior ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item variou de
0,25 a 0,62, onde metade está acima de 0,5 (desejável). Como a metade dos indicadores
está acima de 0,5, o modelo não pode ser colocado sob suspeita. (17) Na tabela 20 são
apresentados os índices de fit obtidos para o modelo. Pode-se verificar que, para quase
todos os índices, o modelo apresentou bons resultados.
80
Tabela 20 – Índices de fit do modelo de mensuração da distância psíquica extra-regional – Belo
Horizonte origem
Etapas BHZ
RIO CWB THZ MAO
Sig χ 2 0,200 0,188 0,301 0,027
χ 2/ gl 1,458 1,495 1,211 2,527
RMSEA 0,124 0,128 0,084 0,226
CFI 0,925 0,937 0,964 0,778
B1 0,782 0,874 0,847 0,788
B2 0,475 0,709 0,602 0,634
B3 0,799 0,851 0,852 0,868
B4 0,893 0,748 0,695 0,745
Belo Horizonte – Curitiba
(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais
das cargas fatoriais são todos positivos e (6) todos os itens apresentaram correlação
superior a 0,23 (desejável 0,2). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta
informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados
preliminarmente, em que se pode observar que todas as correlações inter-itens intra-
construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-
itens intra-construto média é de 0,51, próximo ao valor mínimo desejável de 0,3. (9) Além
disso, nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou
cargas padronizadas entre 0,71 e 0,87, como pode ser visto na tabela 20, que atendem ao
requisito. (11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A variância
média extraída foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de cada
indicador foi estatisticamente significativa. (14) Todos os resíduos padronizados foram
menores que 3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido pelo
modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,82,
superior ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item variou de
0,49 a 0,61, onde a maioria está acima de 0,5 (desejável). Como a maioria dos indicadores
está acima de 0,5, o modelo não pode ser colocado sob suspeita. (17) Na tabela 20 são
apresentados os índices de fit obtidos para o modelo. Pode-se verificar que, para quase
todos os índices, o modelo apresentou bons resultados.
81
Belo Horizonte – Teresina
(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais
das cargas fatoriais são todos positivos e (6) todos os itens apresentaram correlação
superior a 0,27 (desejável 0,2). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta
informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados
preliminarmente, em que se pode observar que todas as correlações inter-itens intra-
construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-
itens intra-construto média é de 0,42, próximo ao valor mínimo desejável de 0,3. (9) Além
disso, nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou
cargas padronizadas entre 0,60 e 0,85, como pode ser visto na tabela 20, que atendem ao
requisito. (11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A variância
média extraída foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de cada
indicador foi estatisticamente significativa. (14) Todos os resíduos padronizados foram
menores que 3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido pelo
modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,82,
superior ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item variou de
0,28 a 0,70, onde metade dos indicadores está acima de 0,5 (desejável). Como metade dos
indicadores está acima de 0,5, o modelo é atende parcialmente e não é colocado sob
suspeita. (17) Na tabela 20 são apresentados os índices de fit obtidos para o modelo. Pode-
se verificar que, para quase todos os índices, o modelo apresentou bons resultados.
Belo Horizonte – Manaus
(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais
das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a maioria dos itens apresentou correlação
superior a 0,24 (desejável 0,2). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta
informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados
preliminarmente, em que se pode observar que todas as correlações inter-itens intra-
construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-
itens intra-construto média é de 0,44, superior ao valor mínimo desejável de 0,3. (9) Além
disso, nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou
cargas padronizadas entre 0,63 e 0,87, como pode ser visto na tabela 20, que atendem ao
requisito. (11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A variância
82
média extraída foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de cada
indicador foi estatisticamente significativa. (14) Todos os resíduos padronizados foram
menores que 3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido pelo
modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,78,
superior ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item variou de
0,35 a 0,53, onde a maioria está abaixo de 0,5 (desejável). Como a maioria dos indicadores
está abaixo de 0,5, o modelo é colocado sob suspeita. (17) Na tabela 20 são apresentados
os índices de fit obtidos para o modelo. Pode-se verificar que, para quase todos os índices,
o modelo apresentou bons resultados.
Manaus – Rio de Janeiro
(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais
das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a maioria dos itens apresentou correlação
superior a 0,26 (desejável 0,2), no entanto, um desses itens apresentou sinal negativo. (7)
Apesar de o software STATA não fornecer esta informação, utilizaram-se os resultados
dos testes de correlações realizados preliminarmente, em que se pode observar que todas as
correlações inter-itens intra-construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%.
(8) As correlações inter-itens intra-construto média é de 0,23, inferior ao valor mínimo
desejável de 0,3. (9) Além disso, nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10)
O modelo apresentou cargas padronizadas entre 0,23 e 0,87, como pode ser visto na tabela
21, que atendem parcialmente ao requisito. (11) Todas as cargas foram estatisticamente
significativas. (12) A variância média extraída foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a
(13) variância de cada indicador foi estatisticamente significativa. (14) Metade dos
resíduos padronizados foi menor do que 3,84 em valor absoluto, significando que o
requisito foi atendido parcialmente pelo modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade
apresentado pelo modelo foi ρc = 0,56, próximo ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice
de confiabilidade de cada item variou de 0,12 a 0,29, onde todos estão abaixo de 0,5
(desejável). Como todos os indicadores estão abaixo de 0,5, o modelo é colocado sob
suspeita. (17) Na tabela 21 são apresentados os índices de fit obtidos para o modelo. Pode-
se verificar que, para quase todos os índices, o modelo apresentou bons resultados.
83
Tabela 21 – Índices de fit do modelo de mensuração da distância psíquica extra-regional – Manaus
origem
Etapas MAO
RIO CWB THZ BHZ
Sig χ 2 0,001 0,097 0,544 0,174
χ2/ gl 4,280 1,864 0,807 1,539
RMSEA 0,294 0,151 0,000 0,119
CFI 0,305 0,868 1,000 0,915
B1 0,709 0,852 0,809 0,848
B2 0,231 0,529 0,635 0,550
B3 0,700 0,698 0,605 0,796
B4 0,873 0,825 0,705 0,773
Manaus – Curitiba
(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais
das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a maioria dos itens apresentou correlação
superior a 0,29 (desejável 0,2). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta
informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados
preliminarmente, em que se pode observar que todas as correlações inter-itens intra-
construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-
itens intra-construto média é de 0,38, superior ao valor mínimo desejável de 0,3. (9) Além
disso, nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou
cargas padronizadas entre 0,53 e 0,85, como pode ser visto na tabela 21, que atendem ao
requisito. (11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A variância
média extraída foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de cada
indicador foi estatisticamente significativa. (14) Todos os resíduos padronizados foram
menores que 3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido parcialmente
pelo modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,78,
superior ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item variou de
0,30 a 0,60, onde metade está acima de 0,5 (desejável). Como metade dos indicadores está
acima de 0,5, o modelo não é colocado sob suspeita. (17) Na tabela 21 são apresentados os
índices de fit obtidos para o modelo. Pode-se verificar que, para quase todos os índices, o
modelo apresentou bons resultados.
84
Manaus – Teresina
(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais
das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a maioria dos itens apresentou correlação
superior a 0,20 (desejável 0,2). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta
informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados
preliminarmente, em que se pode observar que todas as correlações inter-itens intra-
construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-
itens intra-construto média é de 0,30, justamente o valor mínimo desejável de 0,3. (9)
Além disso, nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo
apresentou cargas padronizadas entre 0,60 e 0,80, como pode ser visto na tabela 21, que
atendem ao requisito. (11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A
variância média extraída foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de
cada indicador foi estatisticamente significativa. (14) Metade dos resíduos padronizados
foram menores que 3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido
parcialmente pelo modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo
foi ρc = 0,65, superior ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada
item variou de 0,28 a 0,34, onde todos estão abaixo de 0,5 (desejável). Como todos os
indicadores estão abaixo de 0,5, o modelo é colocado sob suspeita. (17) Na tabela 21 são
apresentados os índices de fit obtidos para o modelo. Pode-se verificar que, para quase
todos os índices, o modelo apresentou bons resultados.
Manaus – Belo Horizonte
(4) A estimação pelo método MV não produziu qualquer solução imprópria. (5) Os sinais
das cargas fatoriais são todos positivos e (6) a maioria dos itens apresentou correlação
superior a 0,32 (desejável 0,2). (7) Apesar de o software STATA não fornecer esta
informação, utilizaram-se os resultados dos testes de correlações realizados
preliminarmente, em que se pode observar que todas as correlações inter-itens intra-
construto foram estatisticamente significativas ao nível de 5%. (8) As correlações inter-
itens intra-construto média é de 0,41, superior ao valor mínimo desejável de 0,3. (9) Além
disso, nenhuma correlação foi alta demais, maior que 0,90. (10) O modelo apresentou
cargas padronizadas entre 0,55 e 0,85, como pode ser visto na tabela 21, que atendem ao
requisito. (11) Todas as cargas foram estatisticamente significativas. (12) A variância
85
média extraída foi menor que o desejável 0,5, no entanto, a (13) variância de cada
indicador foi estatisticamente significativa. (14) Metade dos resíduos padronizados foram
menores que 3,84 em valor absoluto, significando que o requisito foi atendido parcialmente
pelo modelo. (15) O coeficiente de confiabilidade apresentado pelo modelo foi ρc = 0,77,
superior ao valor desejável de 0,60 e (16) o índice de confiabilidade de cada item variou de
0,30 a 0,63, onde a maioria está abaixo de 0,5 (desejável). Como a maioria dos indicadores
está abaixo de 0,5, o modelo é colocado sob suspeita. (17) Na tabela 21 são apresentados
os índices de fit obtidos para o modelo. Pode-se verificar que, para quase todos os índices,
o modelo apresentou bons resultados.
4.2.2. Resumo dos resultados
Os resultados da avaliação do modelo da distância psíquica extra-regional proposto,
baseado em dimensões-síntese, foram resumidos na tabela 22. O modelo de mensuração da
distância psíquica extra-regional pelas dimensões-síntese teve comportamento bastante
satisfatório, quando avaliado com Rio de Janeiro origem e Manaus destino; Curitiba
origem e Teresina destino; Teresina Origem e Curitiba e Belo Horizonte destino; Belo
Horizonte origem e Rio de Janeiro destino, Curitiba e Teresina destino; Manaus origem e
Teresina e Belo Horizonte destino. Apesar do índice de confiabilidade baixo para os itens
individualmente, a confiabilidade do construto foi, em média, superior a 0,7 (desejável
0,6), com variância média extraída em torno de 0,4. Os indicadores de fit da Análise
Fatorial Confirmatória foram bons. O pior resultado obtido foi para Curitiba origem, Rio
de Janeiro destino e Manaus origem e Rio de Janeiro destino.
Assim, concluiu-se que o modelo foi considerado satisfatório para as situações estudadas.
86
Tabela 22 - Síntese dos resultados da Análise Fatorial Confirmatória
CWB THZ BHZ MAO RIO THZ BHZ MAO RIO CWB BHZ MAO RIO CWB THZ MAO RIO CWB THZ BHZ
1 - - + - + + + + - + + - + + + + - + + +
2 + + + + + + + + + + + + + + + + + + + +
3 + + + + + + + + + + + + + + + + + + + +
4 + + + + + + + + + + + + + + + + + + + +
5 + + + + + + + + + + + + + + + + + + + +
6 próximo próximo + próximo próximo + + + próximo próximo próximo próximo próximo + + próximo próximo próximo próximo próximo
7 próximo + + próximo + + + + + + + próximo + + + + + + + +
8 - próximo + - + + + + + + + próximo + + + + - + + +
9 + + + + + + + + + + + + + + + + + + + +
10 - + + - + + + + próximo próximo - próximo + + + + próximo + + +
11 + + + + + + + + + + + + + + + + + + + +
12 - - - - - - - - - - - - - + - - - - - -
13 + + + + + + + + + + + + + + + + + + + +
14 + próximo + + + + + + + + + + + + + + próximo próximo + +
15 próximo + + próximo + + + + + + + + + + + + próximo + + +
16 - - - - - - - - - - - - próximo + próximo - - próximo - -
17 próximo próximo próximo + - próximo próximo próximo próximo + + próximo próximo próximo próximo próximo - próximo + próximo
Sig c2 + - + + - + + - + + + + + + + - - + + +
c2/ gl + + + + - + + + + + + + + + + + - + + +
RMSEA - - - + - - - - - + + - - - - - - - + -
CFI - - - + - + - + - + + - + + + - - - + +
B1 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** ***
B2 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** ***
B3 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** ***
B4 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** ***
*** = 1%
- = não cumpre o requisito; + = cumpre o requisito; próximo = quase atende o requisito; n.a. = não se aplica;
* = 10%
BHZ
** = 5%
Siglas:
MAO
Etapas
RIO CWB THZ
87
4.3. TESTE DAS HIPÓTESES DO ESTUDO
4.3.1. Hipótese H1
H1: Há relação estatística entre a medição da distância psíquica extra-regional por
item único e conjunto de fatores síntese.
Procedeu-se ao teste da hipótese H1. Para cada um dos vinte possíveis pares de regiões
origem da análise e o destino da análise foi verificada a existência de relação estatística
entre a medição por item único e conjunto de fatores, operacionalizada pelo score fatorial
encontrado ao final da Análise Fatorial Confirmatória (‘Factor Score Weights’ apresentado
pelo módulo SEM do software STATA).
O teste da hipótese seguiu os seguintes passos:
Análise exploratória dos dados e teste de normalidade
Teste de correlação de postos de Spearman
Na tabela 23 são apresentadas as estatísticas descritivas, média e desvio padrão e também a
significância do teste de normalidade de Kolmogorov Smirnov. Com relação às médias,
pode-se perceber para as duas escalas que as cidades do Sul e Sudeste quando origem
consideram outras cidades do Sul e Sudeste como mais próximas e consideram as cidades
do Norte e Nordeste como mais afastadas. Da mesma forma as cidades do Norte e
Nordeste quando origem consideraram outras cidades do Norte e Nordeste como mais
próximas e as cidades do Sul e Sudeste como mais distantes. O teste de Kolmogorov, como
esperado, rejeitou a hipótese de normalidade para todos os pares de cidades onde se mediu
a distância psíquica extra-regional por item único (escala de cinco pontos). Por outro lado a
medida da distância psíquica extra-regional medida por conjunto de fatores sínteses
operacionalizada pelo score fatorial da Análise Fatorial Confirmatória não rejeitou a
hipótese de normalidade, exceção se fez para cinco dos 20 pares de cidades origem e
destino.
88
Tabela 23 - Estatísticas descritivas da distância psíquica extra-regional medida por item único e por
conjunto de fatores síntese
Origem Estat.
Destino
RIO CWB THZ BHZ MAO
A1 DPcf A1 DPcf A1 DPcf A1 DPcf A1 DPcf
RIO
(n=30)
Média
3.5 4.9 4.2 8.7 2.6 3.5 4.4 11.4
DP 0.9 0.8 0.7 0.8 1.0 0.9 1.0 0.8
KS *** *** *** ***
CWB
(n=71)
Média 4.0 5.5
4.1 5.9 3.0 3.7 4.3 6.2
DP 0.9 0.8 1.0 0.9 1.2 0.9 0.9 0.9
KS *** *** *** *** **
THZ
(n=27)
Média 4.6 6.1 4.2 5.9
4.0 5.9 3.7 5.7
DP 0.8 0.8 1.1 0.9 1.2 0.8 1.2 0.8
KS *** *** *** ***
BHZ
(n=30)
Média 3.7 3.6 4.2 3.1 4.2 4.8
4.4 5.1
DP 1.3 0.9 1.0 0.9 1.0 0.9 1.0 0.9
KS *** * *** *** ** *** ***
MAO
(n=38)
Média 3.8 7.2 4.2 5.4 2.8 5.2 3.7 5.3
DP 1.1 0.8 0.9 0.9 1.2 0.8 1.0 0.9
KS *** *** *** *** ***
Onde: A1 – Distância Psíquica medida por item único
DPcf – Distância Psíquica medida por conjunto de fatores síntese
***Significativo a 1%; **Significativo a 5%; e *Significativo a 10%
Resolveu-se medir o grau de relação linear entre as duas medidas de distância psíquica
extra-regional pelo coeficiente de correlação não paramétrico de Spearman. Correlações
baixas podem indicar que a discriminação obtida pelo par é distinta. A tabela 24 apresenta
os resultados da correlação de Spearman. Pode-se verificar que somente três pares cidade
de origem e cidade de destino não tiveram a correlação considerada significativa: Rio de
Janeiro origem, Teresina destino; Rio de Janeiro origem, Manaus destino e Teresina
origem e Manuas destino. Ou seja, somente para três dos vinte possíveis pares de regiões
origem da análise e o destino da análise, não se verificou relação entre a medida da
distância psíquica por item único e a medida da distância psíquica por conjunto de fatores
síntese. Desta forma, pode-se dizer que a hipótese H1 foi parcialmente confirmada.
89
Tabela 24 - Correlação de Spearman entre a distância psíquica extra-regional medida por item único e
por conjunto de fatores síntese
Origem Destino
RIO CWB THZ BHZ MAO
RIO – Rio de Janeiro (n=30)
0,457** 0,001 0,596*** 0,084
CWB – Curitiba (n=71) 0,234** 0,595*** 0,500*** 0,400***
THZ – Teresina (n=27) 0,711*** 0,558*** 0,722*** 0,310
BHZ – Belo Horizonte (n=30) 0,737*** 0,311* 0,712*** 0,565***
MAO – Manaus (n=38) 0,354** 0,467*** 0,495*** 0,481***
***Significativo a 1%; **Significativo a 5%; e *Significativo a 10%
4.3.2. Hipótese H2
H2: A dimensão meio ambiente físico é parte significativa da medição da distância
psíquica extra-regional medida por conjunto de fatores síntese
A escala de mensuração da distância psíquica extra-regional medida por conjunto de
fatores síntese fez uso do item “meio ambiente físico”. O item passou pela fase de
depuração da escala, Análise Fatorial Exploratória, e foi variável estatisticamente
significativa na Análise Fatorial Confirmatória, sendo assim, a hipótese H2 foi confirmada.
4.3.3. Hipótese H3
H3: A dimensão do macroambiente é parte significativa da medição da distância
psíquica extra-regional medida por conjunto de fatores síntese
A escala de mensuração da distância psíquica extra-regional medida por conjunto de
fatores síntese fez uso do item “macroambiente”. O item passou pela fase de depuração da
escala, Análise Fatorial Exploratória, e foi variável estatisticamente significativa na
Análise Fatorial Confirmatória, sendo assim, a hipótese H3 foi confirmada.
4.3.4. Hipótese H4
H4: A dimensão de negócios é parte significativa da medição da distância psíquica
extra-regional medida por conjunto de fatores síntese
90
A escala de mensuração da distância psíquica extra-regional medida por conjunto de
fatores síntese fez uso do item “negócios”. O item passou pela fase de depuração da escala,
Análise Fatorial Exploratória, e foi variável estatisticamente significativa na Análise
Fatorial Confirmatória, sendo assim, a hipótese H4 foi confirmada.
4.3.5. Hipótese H5
H5: A dimensão cultural é parte significativa da medição da distância psíquica extra-
regional medida por conjunto de fatores síntese
A escala de mensuração da distância psíquica extra-regional medida por conjunto de
fatores síntese fez uso do item “cultural”. O item passou pela fase de depuração da escala,
Análise Fatorial Exploratória, e foi variável estatisticamente significativa na Análise
Fatorial Confirmatória, sendo assim, a hipótese H5 foi confirmada.
4.3.6. Hipótese H6
H6: A distância psíquica extra-regional é assimétrica, ou seja, a distância psíquica
extra regional quando medida da cidadei para cidadej é significativamente
diferente da distância psíquica extra-regional quando medida da cidadej para
cidadei.
H6a: A medida de distância psíquica extra-regional é assimétrica quando avaliada
por item único
H6b: A dimensão meio ambiente físico da medida de distância psíquica extra-regional
é assimétrica.
H6c: A dimensão macroambiente da medida de distância psíquica extra-regional é
assimétrica.
H6d: A dimensão negócios da medida de distância psíquica extra-regional é
assimétrica.
H6e: A dimensão cultural da medida de distância psíquica extra-regional é
assimétrica.
91
Procedeu-se ao teste da hipótese H6. Para cada um dos 10 possíveis pares de regiões foi
verificado a existência de assimetria na distância psíquica extra-regional medida por item
único e para cada uma das dimensões síntese. O teste de hipótese foi operacionalizado pelo
teste não paramétrico de Mann Whitney, visto que todos os itens para todas as 10
combinações não apresentavam distribuição normal, fruto da mensuração da escala de
cinco pontos, como pode ser visto na seção 4.1.
A tabela 25 apresenta as estatísticas Posto médio, Média e Desvio-padrão para a distância
psíquica extra-regional medida por item único e para as quatro dimensões síntese. Foi
apresentado o teste não paramétrico de Mann Whitney e por curiosidade o teste
paramétrico t. No que diz respeito ao item único A1, somente os pares (Curitiba, Teresina),
(Curitiba, Manaus) e (Teresina, Belo Horizonte) não apresentaram indicação de assimetria.
Para as dimensões síntese, um número maior de combinações não apresentou indicação
assimetria. Esse resultado já era esperado por se tratar de mensurações mais específicas.
Entende-se que hipóteses H6a a H6e foram parcialmente confirmadas e sendo assim, a
hipótese H6 também foi parcialmente confirmada.
92
Tabela 25 - Teste U de Mann-Whitney e Teste T para Distância Psíquica extra-regional
Item Estat RIO CWB RIO THZ RIO BHZ RIO MAO CWB THZ CWB BHZ CWB MAO THZ BHZ THZ MAO BHZ MAO
A1
PM 39.2 56.0 24.7 33.7 23.6 37.4 41.1 29.3 48.6
52.0 43.1 69.7 56.6
52.0 27.1
30.7 40.3 27.8 43.0 27.8
Med 3.5 4.0 4.2 4.6 2.6 3.7 4.4 3.8 4.1
4.2 3.0 4.2 4.3
4.2 4.0
4.2 3.7 2.8 4.4 3.7
DP 0.9 0.9 0.7 0.8 1.0 1.3 1.0 1.1 1.0 1.1 11.9 1.0 0.9 0.9 1.2 1.0 1.2 1.2 1.0 1.0
B1
PM 42.5 54.6 23.6 35.0 25.7 35.3 36.6
32.8 47.5
54.8 48.9
55.9 55.7
53.8 26.9
30.9 38.0 29.4 38.8 31.1
Med 3.4 3.9 3.6 4.2 2.7 3.4 4.0
3.8 3.9
4.1 3.0
3.3 4.1
4.0 3.8
4.0 3.6 3.1 4.1
3.8
DP 1.2 1.1 0.7 1.0 1.2 1.3 0.9 1.0 1.0 1.0 1.1 1.5 0.9 1.0 1.0 1.0 1.1 1.1 1.1 0.9
B2
PM 39.5 55.9 27.8
30.4 25.7 35.3 38.9 31.1 48.5
52.1 47.9 58.4 54.2
56.5 28.6
29.4 33.7
32.5 37.9
31.8
Med 2.6 3.3 3.8
3.9 2.0 2.9 4.3 3.9 3.9
4.0 2.6
3.0 3.9
4.0 3.7
3.6 3.3
3.3 4.1
3.8
DP 1.1 1.1 0.8 1.1 0.9 1.4 0.7 1.0 1.0 1.0 1.3 1.2 0.9 1.1 1.0 1.3 1.0 1.1 1.3 1.0
B3
PM 35.6 57.5 28.1
30.0 21.7 39.3 38.0
31.8 52.2
42.4 49.2
55.2 55.8
53.5 24.7 32.9 33.3
32.8 36.3
33.1
Med 2.3 3.2 3.6
3.6 1.8 3.1 3.9
3.4 3.6
3.1 2.6
2.9 3.8
3.7 3.1 3.7 3.1
3.2 3.7
3.4
DP 1.0 1.2 0.8 1.3 0.8 1.2 0.9 1.4 1.1 1.4 1.3 1.4 1.0 1.2 1.3 1.2 1.3 1.1 1.2 1.3
B4
PM 37.1 56.9 26.1
32.2 23.8 37.2 39.5
30.5 53.6 38.7 50.2
52.9 56.5
52.2 27.3
30.6 35.3
31.4 37.7
32.0
Med 2.8 3.7 3.5
3.8 2.2 3.1 4.2 3.7 3.9 3.3 3.0
3.2 4.1
3.9 3.4
3.7 3.3
3.1 4.1
3.8
DP 1.3 1.1 0.8 1.2 0.8 1.2 0.6 1.1 1.0 1.2 1.2 1.4 1.0 1.1 1.4 1.1 1.2 1.1 1.2 1.1
n 30 71 30 27 30 30 30 38 71 27 71 30 71 38 27 30 27 38 30 38
Onde: PM – Posto médio; Med – Média; e DP – Desvio Padrão
A1 - De maneira geral
B1 - Meio ambiente físico ou natural
B2 - Ambiente político, social e econômico
B3 - Formas de se fazer negócios
B4 - Valores culturais, crenças, atitudes e tradições
Significativo a 1%; Significativo a 5%; e Significativo a 10%
93
4.3.7. Síntese dos testes de hipóteses
Os resultados obtidos pelos testes de hipótese foram sintetizados na tabela 26, que apresenta
as hipóteses desse estudo e o correspondente resultado empírico.
Tabela 26 – Síntese dos testes de hipóteses
Hipóteses Resultado
empírico
H1: Há relação estatística entre a medição da distância psíquica
extra-regional por item único e conjunto de fatores síntese.
parcialmente
confirmada
H2: A dimensão meio ambiente físico é parte significativa da
medição da distância psíquica extra-regional medida por
conjunto de fatores síntese
Confirmada
H3: A dimensão do macroambiente é parte significativa da
medição da distância psíquica extra-regional medida por
conjunto de fatores síntese
Confirmada
H4: A dimensão de negócios é parte significativa da medição da
distância psíquica extra-regional medida por conjunto de
fatores síntese
Confirmada
H5: A dimensão cultural é parte significativa da medição da
distância psíquica extra-regional medida por conjunto de
fatores síntese
Confirmada
H6: A distância psíquica extra-regional é assimétrica, ou seja, a
distância psíquica extra regional quando medida da cidadei
para cidadej é significativamente diferente da distância
psíquica extra-regional quando medida da cidadej para
cidadei.
parcialmente
confirmada
H6a: A medida de distância psíquica extra-regional é assimétrica
quando avaliada por item único. parcialmente
confirmada
H6b: A dimensão meio ambiente físico da medida de distância
psíquica extra-regional é assimétrica. parcialmente
confirmada
H6c: A dimensão macroambiente da medida de distância psíquica
extra-regional é assimétrica. parcialmente
confirmada
H6d: A dimensão negócios da medida de distância psíquica extra-
regional é assimétrica. parcialmente
confirmada
H6e: A dimensão cultural da medida de distância psíquica extra-
regional é assimétrica. parcialmente
confirmada
94
5. CONCLUSÃO E PESQUISAS FUTURAS
O presente trabalho buscou contribuir para o entendimento do conceito de distância psíquica
e, consequentemente, para o campo de estudos de negócios internacionais. Para isto, fez-se
uso de testes empíricos para premissas consideradas válidas, muitas vezes somente em teoria,
pela maioria dos autores de destaque no assunto.
O estudo apresenta três contribuições relevantes ao campo de estudos de distância psíquica:
Compararam-se dois instrumentos de medida utilizados na mensuração de distância
psíquica.
Investigou-se a existência da assimetria de distância psíquica entre as cidades avaliadas.
Investigou-se quais seriam as dimensões utilizadas no julgamento de distância psíquica.
A comparação dos intrumentos de medida foi realizada tendo em vista as duas principais
vertentes dentro da literatura acerca das dimensões do construto. Uma das vertentes defende
que o construto da distância psíquica seria uma medida agregada composta de algumas
variáveis, como o ambiente físico e político, cultura, idioma, entre outros, enquando a outra
principal vertente defende que a distância psíquica é um construto único por si só, ou seja, o
indivíduo é capaz de julgar a distância, mas não seria capaz de discriminar qual o fator que ele
usou para fazer seu julgamento. Essa comparação é uma replicação, em contexto e estudo
diferentes, da comparação realizada por Figueiredo (2009), cujo resultado foi a confirmação
parcial da hipótese de que não há diferença estatística significativa entre a medição de
distância psíquica segundo a abordagem de construto-síntese e a abordagem de conjunto de
fatores. Da mesma forma, o presente trabalho confirmou parcialmente a hipótese de que há
relação estatística entre as duas abordagens de mensuração. Das 20 comparações possíveis,
apenas três não apresentaram relação entre as medidas.
A confirmação parcial da hipótese pode ser vista de pontos de vista distintos. É possível que a
não confirmação em três dos 20 casos possíveis seja fruto de limitações operacionais inerentes
à pesquisa, como o número reduzido e discrepante de observações das amostras ou a própria
dificuldade de se mensurar um fenômeno subjetivo através de ferramentas quantitativas, além
de não garantirem que os entrevistados estejam vivendo ou viveram a experiência de tomada
de decisão que se quer avaliar (NEBUS; CHAI, 2014).
95
Por outro lado, o resultado poderia sugerir que os construtos-síntese sugeridos por Figueiredo
(2009) (Ambiente físico e natural, ambiente político, social e econômico; formas de se fazer
negócio e valores culturais, crenças, atitudes e tradições) estejam bem próximos do modelo
ideal de construtos-síntese equivalente à abordagem de item único. Uma vez que a maioria
dos casos foi equivalente em mais de um estudo.
A comparação e a utilização das duas abordagens de mensuração foi importante para garantir
uma medição mais completa para o principal ponto deste trabalho, a investigação da
assimetria extra-regional. Desde que os estudos sobre distância psíquica começaram a
considerar que o nível de análise mais adequado seria o nível individual (por exemplo,
BAACK; BAACK, 2006; SOUSA; BRADLEY, 2008; NEBUS; CHAI, 2014), os autores
passaram a considerar a premissa de assimetria quando se fala de distância psíquica (por
exemplo, SHENKAR, 2001), pois a distância psíquica consideraria o julgamento individual,
sempre influenciado pelas experiências e interpretações desse indivíduo (BAACK; BAACK,
2006). No presente trabalho, foram parcialmente confirmadas as hipóteses de existência de
assimetria de distância psíquica, tanto considerando o conceito global, quanto considerando os
conceitos de item único e cada um dos construtos-síntese considerados. Os resultados
mostraram que as médias de avaliação de cada cidade podem ser diferentes das demais,
considerando o mesmo critério de avaliação. Dos 10 pares de cidades existentes no estudo,
sete apresentaram assimetria considerando a abordagem de item único (A1). E das 40
combinações de construtos-síntese (B1, B2, B3 e B4) com os 10 pares de cidade, 16 casos
apresentaram indícios de assimetria de distância psíquica. Schuster e Ambos (2013)
propuseram que o o julgamento de distância psíquica está relacionado com a identificação
social do indivíduo. Ao se sentirem inseridos em um determinado contextos, esse individuos
avaliariam os demais a partir das diferenças que ele percebe para com o seu grupo. Esse
comportamento, na prática, pode ser exemplificado pelo maior distânciamento dos locais mais
pobres pelos mais ricos e pela aproximação dos mais ricos pelos mais pobres (SCHUSTER;
AMBOS, 2013). Essa hipótese foi lançada pelos autores mas o que foi identificado foi o
inverso.
Neste trabalho de dissertação, conseguiu-se evidenciar a existência de assimetria, mas não foi
possível seguir a mesma linha de conclusão de Schuster e Ambos, pois apesar de identificar
um comportamento de aproximação e afastamento entre estados do sul e sudeste versus norte
e nordeste, não houve padrão nas evidências de assimetria. Ilustrativamente, o par de cidades
96
Rio de Janeiro e Belo Horizonte, que fazem parte da mesma região e são cidades
geograficamente próximas, apresentou assimetria em todos os itens, em que o Rio de Janeiro
apontou maior percepção de proximidade do que o inverso. Novamente, talvez por limitações
de pesquisas já comentadas anteriormente, não foi possível inferir nesse estudo quais os
critérios do contexto extra-regional são capazes de gerar percepção assimétrica de distância
psíquica, só se pode dizer que existem.
Entretanto, no que diz respeito aos construtos-síntese utilizados no modelo de mensuração de
distância psíquica, objeto de discussão e variação entre autores do tema, foi possível inferir
que todos são, estatístiticamente, parte integrante do construto da distância psíquica. Este é
um resultado significativo, pois pode ajudar outros pesquisadores a escolher o instrumento de
pesquisa mais adequado, uma vez que eles encontrarão várias opções na literatura, o que
segundo alguns autores, é um problema (por exemplo, STÖTTINGER; SCHLEGELMILCH,
2000)
Em geral, as contribuições deste trabalho trouxeram menos discussão teórica e conceitual,
mas sim aplicação empírica combinando as principais vertentes presentes na literatura de
distância psíquica e trazendo embasamento para aplicações mais práticas, como o uso da
abordagem por ítem-único. Como já comentado, existem limitações para se quantificar um
fenômeno subjetivo, porém, são as tentativas de evidenciar o fenômeno, mesmo que com
limitações, que geram as evidências para compor o campo conceitual.
5.1. CAMPO PARA PESQUISAS FUTURAS
O presente estudo é um passo inicial para o uso de escalas de medida da distância psíquica
extra-regional e abre novas oportunidades para a continuidade das pesquisas nesta direção.
Em primeiro lugar, o instrumento utilizado neste estudo necessita ser testado e re-testado, em
amostras de estados diferentes, de modo a verificar se os resultados obtidos são consistentes, e
não resultantes de especificidades da amostra regional brasileira utilizada.
Em segundo lugar, não foi feito nenhum teste para determinar a validade com grupos
conhecidos (known-group validity). Um teste ideal desta natureza consistiria em tomar um
sub-conjunto da população brasileira – por exemplo, imigrantes de outras regiões e seus
descendentes – e comparar a distância psíquica entre este grupo e os brasileiros não
97
conectados de forma especial a esta regionalidade, de modo a verificar se o grupo de
imigrantes e descendentes estima a distância psíquica a seu estado de origem como menor do
que os demais da mesma cidade.
Terceiro, outra pesquisa relevante seria utilizar medidas objetivas que foram desenvolvidas
para medir a distância psíquica, como as de Brewer (2007) e as de Dow e Karunaratna (2006).
Seria conveniente verificar se as medidas propostas por estes autores estão medindo o mesmo
fenômeno.
Quarto, seria importante, ainda, comparar os resultados obtidos com as medidas objetivas e
subjetivas e estabelecer ou não sua equivalência, um tema amplamente discutido na literatura,
mas não adequadamente testado.
Quinto, seria interessante expandir o teste da hipótese de assimetria da distância psíquica para
países. Para tal, poder-se-ia pesquisar, por exemplo, a percepção que os brasileiros têm da
distância psíquica à França, e a dos franceses ao Brasil, e verificar se as distâncias são
equivalentes. A França é um caso interessante, porque os brasileiros têm possivelmente mais
informação sobre a França e mais afinidade com este país do que vice-versa.
Sexta, esta pesquisa só analisou a questão da mensuração da distância psíquica extra-regional
dos indivíduos. Maiores esforços devem ser feitos para medir a distância psíquica extra-
regional organizacional.
98
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APÊNDICES
Apêndice A – Instrumento de pesquisa: Questionário para respondentes do Rio de Janeiro. Página 1
Nota: O questionário foi devidamente adaptado para o respondente de Curitiba, Teresina, Belo Horizonte e Manaus