Iniciar Falando Da Dialética

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Iniciar falando da dialética. Dialética como um pensamento radicalmente anti-aristotélico, na medid em que acredita poder suspender o princípio de não-contradição. “Agora o diabo parece ser a vo mais sensata para aqueles suportam o estado atual da linguagem!. " espírito da negação. Da negatividade começa a verdadeira #loso#a$ a #loso#a é o daqueles que não precisam de determinaç%es meta-est&veis normativamente asseguradas, atualiadas 'realiadas( ou colocadas com )orionte regulador. Atividade negativa* não é o culto da impossibilidade, do não realiad forma de “não esmagar a possibilidade no interior! de determinaç%es a ou futuras. A atividade negativa assegura a “lat+ncia do e istente qu esclarece de onde a e ist+ncia retira sua força para se mover!. A ati negativa não é e pressão de falta ou privação$ ela é manifestação do e cesso, “do e cesso do processo do conceito em relação s possibilid das determinaç%es postas!. ssas características da atividade negati dialética uma sua ideia fundamental* “começa-sepensando contra representaç%es naturais que se sedimentaram principalmente em estética transcendental, em um conceito representativo de espaço e tempo!. A questão da Ideia* “em /egel, a Ideia não é, como 0ar parece no lim nos faeracreditar, uma determinação transcendental que produ o processo efetivo, como quem subsume o diverso da e peri+ncia sensível generalidade de uma normatividade previamente assegurada. " processo efetivo não é uma simples manifestação e terior da Ideia, como se estivéssemosdiante de uma totalidade como movimento sem acontecimento. '...( 1o entanto, é possível mostrar como a Ideia, em é, antes, uma rememoração do processo efetivo, ou se2a, sua relação efetividade é necessariamente retroativa, daí sua posteridade descrita quando /egel a#rma que a #loso#a opera como a coru 0inerva. 3ois a Ideia produ uma totaliação que não é mera recontage redescrição do que ocorreu, mas é construção performativa do que, até então, não e istia. De fato, a Ideia produ, mas integrando as contin que se desdobraram no campo da efetividade em uma construção retroati da necessidade. A #loso#a )egeliana não é, por isto, um necessitarism spinoista para o qual a efetividade é a e pressão imanente subst4ncia que aparece como 5totalidade in#nita im6vel de coisas sing em movimento7. “Uma das características da concepção dialética das significações – e, se pode em geral, da dialética – é a ideia de um espaço de significações em que estão zonas de sombras . Este espaço contém um halo escuro , e não somente regiões claras, como supõem em geral as descrições não dialéticas. Longe de representar o limi sentido negatio, das significações, as zonas de som!ras l"es são es E%presso & maneira das filosofias não dialéticas de significação, esse "alo o!

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Dialética.

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Iniciar falando da dialtica.Dialtica como um pensamento radicalmente anti-aristotlico, na medida em que acredita poder suspender o princpio de no-contradio.Agora o diabo parece ser a voz mais sensata para aqueles que no suportam o estado atual da linguagem.O esprito da negao.Da negatividade comea a verdadeira filosofia; a filosofia o discurso daqueles que no precisam de determinaes meta-estveis normativamente asseguradas, atualizadas (realizadas) ou colocadas como horizonte regulador.Atividade negativa: no o culto da impossibilidade, do no realizado; a forma de no esmagar a possibilidade no interior de determinaes atuais ou futuras. A atividade negativa assegura a latncia do existente que nos esclarece de onde a existncia retira sua fora para se mover. A atividade negativa no expresso de falta ou privao; ela manifestao do excesso, do excesso do processo do conceito em relao s possibilidades das determinaes postas. Essas caractersticas da atividade negativa do dialtica uma sua ideia fundamental: comea-se pensando contra representaes naturais que se sedimentaram principalmente em uma esttica transcendental, em um conceito representativo de espao e tempo.A questo da Ideia: em Hegel, a Ideia no , como Marx parece no limite nos fazer acreditar, uma determinao transcendental que produz o processo efetivo, como quem subsume o diverso da experincia sensvel generalidade de uma normatividade previamente assegurada. O processo efetivo no uma simples manifestao exterior da Ideia, como se estivssemos diante de uma totalidade como movimento sem acontecimento. (...) No entanto, possvel mostrar como a Ideia, em Hegel, , antes, uma rememorao do processo efetivo, ou seja, sua relao efetividade necessariamente retroativa, da sua posteridade to bem descrita quando Hegel afirma que a filosofia opera como a coruja de Minerva. Pois a Ideia produz uma totalizao que no mera recontagem, redescrio do que ocorreu, mas construo performativa do que, at ento, no existia. De fato, a Ideia produz, mas integrando as contingncias que se desdobraram no campo da efetividade em uma construo retroativa da necessidade. A filosofia hegeliana no , por isto, um necessitarismo spinozista para o qual a efetividade a expresso imanente de uma substncia que aparece como totalidade infinita imvel de coisas singulares em movimento.Uma das caractersticas da concepo dialtica das significaes e, se poderia dizer, em geral, da dialtica a ideia de um espao de significaes em que esto presentes zonas de sombras. Este espao contm um halo escuro , e no somente regies claras, como supem em geral as descries no dialticas. Longe de representar o limite, em sentido negativo, das significaes, as zonas de sombras lhes so essenciais (...) Expresso maneira das filosofias no dialticas de significao, esse halo obscuro poderia ser pensado como contendo intenes no preenchidas. Para a dialtica, trata-se entretanto de intenes que no podem nem devem ser preenchidas [footnoteRef:1]. [1: FAUSTO, Ruy; Marx lgica e poltica, op. cit., pp. 149-150]

ContradioContradio, na dialtica, no apenas como contradio lgica, ou seja, contradio entre dois enunciados a respeito de um estado de coisas, mas como contradio real, como determinao objetiva de um estado de coisas. A contradio um ndice de descrio do que h a conhecer, da essncia. O pensamento dialtico no apenas identifica as contradies tendo em vista sua suspenso, mas as compreende como ndice de inteligibilidade adequada de fenmenos em movimento.

A reflexo, em Hegel, no est diante de um espelho. A reflexo no apenas observa as operaes da mente, mas ela pe os objetos com os quais a conscincia se depara. De uma certa forma, ela o movimento das prprias coisas. O que mais interessa Hegel nesta metfora especular o fato do imediato se cindir e se mediatizar, colocando-se como um outro. Refletir colocar diante (nach-denken) um objeto; nesse colocar-diante h a ideia de mediatez. Quando, pois, refletimos, no o objeto em sua imediatez que conta. Mas queremos conhece-lo enquanto mediatizado ou posto.Da porque a essncia no e da ordem da coisa (em-si) independente do pensamento; ela da ordem da reflexo. Nada h anterior ou exterior reflexo[footnoteRef:2]; a reflexo a essencialidade que constitui o ser (crtica s intuies imediatas e s posies pr-reflexivas). A verdade do ser a essncia [a reflexo] (WL, II, 13). Da porque as categorias da essncia (identidade, diferena, contradio, fundamento) so imediatamente relacionais e as categorias do ser (ser, nada, finito, infinito, um, mltiplo) do a iluso de serem isoladas, imediatas. [2: A essncia no est por trs do ser ou anterior a ele, em um passado que no deixa de ressoar na prpria maneira com que o particpio passado do verbo ser em alemo (gewesen) contm uma referncia essncia (Wesen), mas um passado desprovido de tempo (WL, II, 13).]

Hegel diz que a passagem do ser essncia (isto , a passagem das determinaes que parecem existir por si nas coisas (o ser) revelao de que as determinaes aparentemente as mais imediatas esto desde sempre constitudas e organizadas em um pensamento unificado) feita pela explicitao. Esta , pois, um aprofundamento atravs do qual aquilo que parece existir por si nas coisas revela-se como sempre constitudo e organizado em um pensamento unificado. A reflexo, em Hegel, no apenas pe as condies para a constituio do mundo, como tambm pe o mundo mesmo. A ideia de que a reflexo subjetiva est de um lado e o mundo objeto de outro parte do pressuposto de que a constituio da estrutura da reflexo , de certa forma, anterior ao mundo, autnoma a ele. Mundo e reflexo nascem ao mesmo tempo.A verdade do ser a essncia, a essncia a reflexo, a verdade do ser a reflexo.A reflexo prpria essncia equivale pura negatividade, pois a determinao da essncia anula incessantemente todas as determinidades prprias ao ser. o movimento reflexivo no interior do prprio ser. Natureza negativa da essncia (WL, II, 21), a essncia ser um movimento de confrontao incessante do que aparece ao entendimento como determinado. Da porque a lgica hegeliana tem como base a reconstruo dos conceitos de identidade, diferena e contradio.A identidade tambm em si mesma absoluta no-identidade. 1. sempre enunciamos a clivagem ao tentar por a igualdade imediata a si: a identidade de uma entidade o conjunto de seus traos diferenciais. A identidade uma diferena em relao diversidade. 2. A experincia sensvel no d a identidade. A identidade uma modificao da experincia, que nos mostra a unidade da identidade com a diversidade.

Uma coisa determinar a contradio como princpio lgico-argumentativo, como impossibilidade do nosso uso ordinrio da linguagem em suas expectativas comunicacionais; outra coisa determinar a contradio como princpio metafsico, como algo da ordem do ser enquanto ser ou, ainda, da essncia. Hegel no questiona o princpio de no-contradio como princpio lgico-argumentativo; ele questiona a tentativa de elevar o princpio de no-contradio condio de princpio metafsico.H, para Hegel, contradio objetiva. A contradio o princpio de todo movimento, j que este pensado como impulso em direo superao de uma contradio posta: o negativo em sua determinao essencial o princpio de todo automovimento. (WL, II, 76). A contradio produz o movimento; o movimento no o desenvolvimento progressivo de uma identidade previamente assegurada, na atualizao dos possveis de uma substncia.A contradio objetiva, algo tem a contradio em si, carrega em si a prpria causa do que lhe transforma, a essncia auto-negao. Da porque contradio no apenas modificao/oposio/sucesso, mas expressa tambm a destruio da identidade inicialmente posta. O que se move, enquanto se move por contradio, move-se como exceo de si. Nessa ordem, a destruio da identidade no um acidente, mas a realizao da essncia. Sendo a contradio um carter ontolgico, ela no pode ser superada; se penso que ela pode ser superada, na verdade para mim a contradio continua sem ter realidade ontolgica alguma, e eu continuo assombrado pela perspectiva de retornar unidade. A superao da contradio, a reconciliao, a situao na qual no mais necessrio negar a negatividade, j que mudamos para um novo regime de determinao.A reconciliao no diz respeito antecipao formal de um destino, mas ao efetivo da ao.

A compreenso representacional e a compreenso dialtica da presena; a compreenso representacional da presena a define a partir de oposies, identidades prprias disponibilidade de sucesses vinculadas s determinaes do espao. J a compreenso dialtica da presena tem uma profunda relao de contradio com o pensar representativo, j que implica pensar a presena a partir da simultaneidade espectral do tempo.

Para Hegel, h contradio real, isto , uma contradio da ordem das coisas reais, e no da ordem das proposies lgicas. A contradio a causa de todo movimento. Este no o desenvolvimento progressivo de uma identidade previamente assegurada, de atualizao dos possveis de uma substncia, desdobramentos de uma inteno inicial.A contradio objetiva, algo tem a contradio em si, carrega em si a prpria causa do que lhe transforma, a essncia auto-negao. Da porque contradio no apenas modificao/oposio/sucesso, mas expressa tambm a destruio da identidade inicialmente posta. O que se move, enquanto se move por contradio, move-se como exceo de si. Nessa ordem, a destruio da identidade no um acidente, mas a realizao da essncia. Sendo a contradio um carter ontolgico, ela no pode ser superada; se penso que ela pode ser superada, na verdade para mim a contradio continua sem ter realidade ontolgica alguma, e eu continuo assombrado pela perspectiva de retornar unidade. A superao da contradio, a reconciliao, a situao na qual no mais necessrio negar a negatividade, j que mudamos para um novo regime de determinao.Hegel reconhece na essncia a verdade do ser[footnoteRef:3], mas, expoente do idealismo alemo, a essncia no da ordem do ser, mas da reflexo. Entendamos exatamente o que reflexo para Hegel: ela no apenas a auto-observao das operaes da mente. Para Hegel, a reflexo no apenas observa os objetos, mas tambm pe esses prprios objetos. Refletir, pois, no simplesmente espelhar; colocar diante um objeto, em que est contida a ideia de mediatez. [3: HEGEL, CL, 103]

A reflexo, ento, mediatiza o imediato.Dialtica esprito de contradio organizado[footnoteRef:4]. [4: ARANTES, Paulo.]