Incursoes da Linguistica

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Lícia Maria Bahia Heine e Palmira Virgínia Heine Alvarez

Arlínia Maria Cardoso Santos, Adielson Ramos de Cristo, Edineia de Oliveira Santos, a!"eline Est#cio dees"s Santos, Marta Maria $er%, M%riam C& Cr"so' Rocha Sales e $ord'lia Costa $eiva (Cola)oradores*

Incursões sobre a Linguística no século XX, com foco na Linguística Textual

Salvador +E-.BA /01/

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-$2VERS2AE .EERAL A BAH2A

Reitora

ora Leal Rosa

Vice -reitor

L"iz Rog'rio Bastos Leal

E23ORA A -$2VERS2AE .EERAL A BAH2A

Diretora

.l#via 4o"llart Mota 4arcia Rosa Conselho

!itorial Al)erto Br"m $ovaes

Angelo Szaniec5i Perret Ser6a Cai")% Alves da

Costa Char)el $in7 El+Hani Cleise ."rtado

Mendes

ante E"stachio L"cchesi Ramacciotti Evelina de

Carvalho S# Hoisel os' 3ei8eira Cavalcante .ilho

Maria Vidal de $egreiros Camargo

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/01/, A"toras

ireitos 6ara esta edi9:o cedidos ; E-.BA& .eito o de6<sito

legal&

Pro=eto 4r#>ico

"ngela #arcia Rosa e $osias "lmei!a $r%

Ca6a

$osias "lmei!a $r%

Revis:o

&asmine '(ínola

 $ormaliza9:o

)ariclei !os 'antos *ora

Sistema de Bi)liotecas + -.BA

Heine, Lícia&2nc"rs7es so)re a ling?ística no s'c"lo @@ com >oco na ling?ística te8t"al Lícia Heine,Palmira Heine cola)oradores, Arlínia Maria Cardoso Santos, Adielson Ramos de Cristo,Edineia de Oliveira Santos &&& et al&D& + ados eletrnicos& + Salvador, E-.BA, /01/&

FF0 5B G e6")& + (Cole9:o ELivro*

Modo de acessoG 2nternetG htt6sGre6ositorio&">)a&)rrihandleriFI0 

2SB$ + FJK+K+//+100I+

1& Ling?ística + S'c& @@& /& An#lise do disc"rso& & Ling?ística te8t"al& I& Coes:o (Ling?ística*&2& Heine, Palmira& 22& Santos, Arlínia Maria Cardoso& 222& Cristo, Adielson Ramos de& 2V& Santos,Edineia de Oliveira& V& 3ít"lo& V2& S'rie&

C + I10

Editora >iliada ;

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"(resenta+o

O livro Incursões sobre a linguística no século XX , com foco na Linguística Textual tem como meta 6recí6"a6resentar as ideias )asilares da Ling"ística no at"al s'c"lo& Para tanto, discorre, s"cintamente, so)re o 6aradigmas >ormal e >"ncional da ling"agem, com o o)=etivo de dar aos se"s leitores alicerce te<rico, a >im de !"

os mesmos 6ossam melhor entender a 6es!"isa dos est"dos disc"rsivos& .ocaliza o s"rgimento da Ling"ístic3e8t"al (L3* e s"as rami>ica97es tradicionais, a6resentando, cont"do, novos caminhos 6ara a L3, tendo em vista o>"ndamentos disc"rsivos do >il<so>o r"sso Mi5hail Ba5htin& Seg"ndo Heine (/011*, o alicerce )a5htiniano dmargem ao s"rgimento de "ma nova >ase da L3, a!"i denominada, 6rovisoriamente, de A >ase )a5htiniana dLing"ística 3e8t"al& 3rata, tam)'m, da An#lise de isc"rso de linha >rancesa, o)=etivando disc"tir os 6rinci6aias6ectos te<ricos a ela inerentes&

.inalizando, es6era+se !"e este tra)alho se=a o cadinho !"e o6ort"nize re>le87es ac"radas so)re a com6reens:do te8to hodiernamente, a >im de contri)"ir 6ara o crescimento do ensino da Líng"a Port"g"esa em s"as di>erenteinstNncias&

As A"tora

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"s(ectos gerais !a Linguística no século XX

 $o s'c"lo @@, os est"dos ling"ísticos vm sendo re6resentados 6or meio de dois grandes 6aradigmasG  6aradigma >ormal da ling"agem e o 6aradigma >"ncional da ling"agem& Cont"do, esses 6aradigmas n:o d:o conta d 6es!"isas de c"nho ideol<gico, 6or e8em6lo, dos est"dos da An#lise de isc"rso de linha >rancesa& Heine (/011

s"gere, ent:o, !"e se considerem n:o a6enas o 6aradigma >ormal e o >"ncional da ling"agem, mas tam)'m "mterceiro 6aradigma a!"i denominado 6rovisoriamente de 6aradigma ideol<gico+disc"rsivo, !"e a6onta os 6assolargos !"e a cincia da ling"agem vem dando& $esse 6aradigma, entram, tam)'m, a An#lise de isc"rso de Linh.rancesa (AL.*, os est"dos de Ba5htin e a .ase Ba5htiniana da Ling"ística 3e8t"al (.BL3*, dentre o"tros&

e modo s"cinto, 6assa+se a tecer considera97es so)re os dois 6rimeiros 6aradigmas, >azendo men9:otam)'m, a alg"ns as6ectos do 6aradigma ideol<gico+disc"rsivo, atrav's de re>le87es so)re a AL. e a .BL3&

Reflexões sobre a Linguística formal

O 6aradigma >ormal da ling"agem 6reoc"6a+se a6enas em analisar a >orma ling"ística, o" se=a, volta+ s

 6ara as rela97es !"e as "nidades ling"ísticas mantm entre si& (-BO2S et al&, /00I, 6& /KK* 2sso signi>ica !"e ose"s 6es!"isadores est:o mais interessados em investigar, em "ma senten9a, as 6artes !"e a constit"em, isto 'os 6adr7es de com)ina9:o !"e se"s elementos esta)elecem no Nm)ito da senten9a& entre as s"as 6rinci6ais linhade est"do, mencionam+se o estr"t"ralismo e o gerativismo ling"ístico, !"e tm como mentores, res6ectivamenteSa"ss"re (1KJ+1F1*, Bloom>ield (1KKJ+1FIF* e Choms5% (1F/K*&

conceito !e língua no .ormalismo Linguístico

O 6aradigma >ormal conce)e a líng"a como "m con="nto de senten9as !"e ' est"dado em "m sistema

ling"ístico eminentemente a)strato& Este sistema en>atiza, so)remaneira, as 6ro6riedades internas da líng"a,

sem re>erncia ; >"n9:o social 6rioriza+se, aí, a >"n9:o interna, caracterizada 6ela rela9:o entre elementosling"ísticos de "ma ora9:o& (2LL2$4ER, 1FF1, CAS32LHO, 1FF* Esta maneira de com6reens:o da

líng"a, dissociando o homem do se" conte8to social, est# em consonNncia com a estr"t"ra cartesiana, !"e

demonstra 6re>erncia 6elos o)=etos 6latnicos e 6ela individ"alidade da mente& (.24-EROA, 1FFI, 6& 1F*

entre as s"as 6rinci6ais teorias, mencionam+se o estr"t"ralismo e o gerativismo&

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Para o .ormalismo, a líng"a ' "m con="nto de ora97es !"e s:o descritas consoante a >orma ling"ística,

caracterizada 6elas 6artes !"e a constit"em, isto ', as classes e os 6adr7es de com)ina9:o de se"s elementos&

Assim, o est"do da >on'tica, >onologia, mor>ologia e sinta8e inserem+se nessa a)ordagem de 6es!"isa&

- estruturalismo linguístico/ bre0es consi!era+ões

O estr"t"ralismo se inicia, sistematicamente, a 6artir das a"las dadas 6or .erdinand de Sa"ss"re, entre 1F0J e1F11, na -niversidade de 4ene)ra& Por'm, ' com a 6")lica9:o do se" livro Cours de linguistique générale

(CL4*, em 1F1, o)ra 6<st"ma de Sa"ss"re, organizada 6elos se"s discí6"los Charles Ball% (1K+1FIJ* e Al)erSecheha%e (1KJ0+1FI*, !"e as s"as ideias se tornaram mais sistematizadas& O estr"t"ralismo 6ode ser e86licadode acordo com a seg"inte cita9:oG

Estr"t"ralismo tem como o)=eto de est"do a langue, c"=os elementos constit"intes s< ad!"irem valor a 6artir

das rela97es !"e esta)elecem entre si na senten9a, vista a6enas en!"anto c<digo ling"ístico, o !"e o levo" a

e8cl"ir o conte8to sociodisc"rsivo e o s"=eito de s"as re>le87es&

3oda do"trina o" m'todo !"e com "m certo gra" de a)strac9:o considera se" o)=ecto d

est"do n:o como "m sim6les aglomerado de elementos dís6ares, mas como "ma organiza9:o delementos solid#rios de tal modo !"e cada "m de6ende dos o"tros e a6enas ' de>inível nas e 6omeio das s"as rela97es de e!"ivalncia& (P2A4E3, 1FK a6"d 4AL2SSO$ COS3E, 1FK, 6/J*

Como se 6ode de6reender, consoante Piaget (1FK a6"d 4AL2SSO$ COS3E, 1FK*, no estr"t"ralismo, oelementos !"e com67em o sistema ling"ístico s< 6odem ser analisados em >"n9:o da inter+rela9:o !"e eles mantmentre si na cadeia da >rase e de onde 6rov'm o se" valor en!"anto signo ling"ístico&

Sa"ss"re conce)ia a langue como "m >enmeno social, mas ' 6reciso dei8ar claro !"e esse social n:o se

re>eria ao social das 6es!"isas disc"rsivas, ha=a vista n:o ter considerado a parole como o)=eto de est"do daling"ística& O social de Sa"ss"re diz res6eito, so)remaneira, ao >ato de a langue n:o estar com6letamente

em nenh"m indivíd"o, mas no seio social, e 6elo >ato da mesma se constit"ir de signos !"e s:o >r"to de "ma

conven9:o social& Q&&&D a langue ', 6ois, "ma instit"i9:o social !"e se im67e ao indivíd"o coercitivamente

&&&D& (CARVALHO, 1FKI, 6& I*

Sa"ss"re conce)e a ling"agem como "m >enmeno heter<clito, constit"ído, ao mesmo tem6o, de "m ladindivid"al a  parole (>ala*, e o"tro social a langue (líng"a*, sistema a)strato, social, homogneo, e8terior aindivíd"o& Ao eleger a langue como o)=eto de est"do, vai 6riorizar o car#ter >ormal, instit"indo o 6rincí6io d

imanncia ling"ística, entendido como "m est"do !"eG

&&&D rec"sar# >azer intervir >en<menos e e86lica97es e8tra+ling"ísticas e cingir+se+# ao 6r<6rioo)=ecto !"e escolhe" e !"e circ"nscreve"& "al!"er a6elo a o"tras disci6linas (6sicologiahist<ria, etc&* ' considerado, do estrito 6onto de vista ling"ístico, como "m retorno a "ma >ormade transcendncia, 6ortanto, como "ma es6'cie de demiss:o cientí>ica& (4AL2SSO$ COS3E1FK, 6& KF*

Para>raseando a cita9:o anteriormente il"strada, "m est"do imanente da ling"agem, 6ara o estr"t"ralismo, sericondi9:o  sine qua non  6ara a Ling"ística tornar+se cincia, o" se=a, o >azer estritamente ling"ístico deveri

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concentrar+se na langue   Q&&&D "m sistema gramatical !"e e8iste virt"almente em cada c're)ro, o" maie8atamente, nos c're)ros d"m con="nto de indivíd"os, 6ois a líng"a n:o est# com6leta em nenh"m, e s< na massaela e8iste de modo com6leto& (SA-SS-RE, 1FF, 6&/1* A transcendncia ; >orma ling"ística cond"ziria a Ling"ística ; demiss:o cientí>ica&

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A e86ress:o imanncia com67e+se dos termos latinos in e manere, !"e ="ntos signi>icam originalmente Qe8istir

o" 6ermanecer sem6re n"m mesmo o)=eto& (C-$HA, /001, 6& I/* Sa"ss"re (1FF, 6& F/* incor6oro" essa

ideia ao Estr"t"ralismo, asseverando, de >orma incisiva, !"e Qa líng"a ' 6ara n<s a ling"agem menos a >ala&

Por o"tras 6alavras, a ling"ística deveria voltar+se a6enas 6ara a langue  sistema ling"ístico cognitivo, !"e

e8iste virt"almente no c're)ro h"mano, a6resentando+se homogneo e s"6ra+individ"al a todos os mem)ros

de "m mesmo gr"6o social& Assim, 6ara Sa"ss"re, s< ' ling"ística o est"do c"=o o)=eto ' a langue  sistema

homogneo, e8cl"indo a parole  "m >enmeno m"lti>orme e heter<clito, e t"do !"e estiver >ora do esco6o

da líng"a& Esse recorte >oi "ma e8igncia da >iloso>ia 6ositivista 6ara tornar+se a ling"ística "ma cincia&

Se o 6ai da Ling"ística estr"t"ral e"ro6eia ' .erdinand de Sa"ss"re, os americanos devem a LeonardBloom>ield (1KKJ+1FIF* a ina"g"ra9:o de est"dos estr"t"rais nos Estados -nidos da Am'rica& A6esar de as d"acorrentes serem denominadas estr"t"ralistas, mantendo liames entre si, a6resentam, entretanto, as6ectos te<ricodistintos a elas inerentesG a corrente e"ro6eia 6arte da >orma, do todo organizado 6or elementos, a >im de e86licar aestr"t"ra 6elas rela97es !"e esses elementos tm com a >orma& (L-2, /010* # a corrente americana tem com 6onto de 6artida a descri9:o e o registro das centenas de líng"as indígenas #gra>as norte+americanas, !"e sencontravam em 6rocesso de e8tin9:o& Se" 6rinci6al 6es!"isador, voltado 6ara a 6es!"isa ling"ística do

a)orígenes, ' .ranz Boas (1KK+1FI/*, !"e, nas 6rimeiras d'cadas do s'c"lo @@, chego" a catalogar e descrever 6ara a s"a 6reserva9:o hist<rica, cerca de 1000 líng"as& (MALMBER4, 1FJI, 6& 1FJ*

Com Boas, o Estr"t"ralismo americano tem como 6onto de 6artida a descri9:o e o registro das centenas de

líng"as indígenas #gra>as norte+ americanas, !"e se encontravam em 6rocesso de e8tin9:o& Mencionam+se

alg"mas contri)"i97esG derr")o" a s"6osta tese de "ma gram#tica "niversal, 6a"tada na tradi9:o da

gram#tica greco+latina, na medida em !"e se chego" ; concl"s:o de !"e Qa gama de varia97es !"e se 6ode

encontrar nas líng"as h"manas era m"ito maior do !"e ca)eria s"6or com )ase em generaliza97es a 6artir de

descri97es gramaticais de líng"as e"ro6'ias mais com"ns& (LTO$S, 1FK, 6& /F* Assim, tro"8e ; )aila o >ato

de alg"mas líng"as indígenas nem sem6re a6resentarem as cl#ssicas categorias gramaticais, a e8em6lo da>le8:o de nUmero (sing"lar e 6l"ral*, n:o o)rigat<ria na líng"a em 5a5i"tl&

Bloom>ield, cont"do, ' visto como o 6rinci6al re6resentante da Ling"ística estr"t"ralista norte+ americanaCom ele, o estr"t"ralismo ass"mi" "ma nova >ei9:oG o )ehaviorismo ling"ístico, c"=as ideias levaram+no assentar a ling"ística na a)ordagem mecanicista da ling"agem, caracterizada 6or descrev+ la com )ase em>atos o)serv#veis& aí a s"a tese de !"e Qa a6rendizagem da ling"agem seria >ator de e86osi9:o ao meio decorrente de mecanismos com6ortamentais como re>or9o, estím"lo e res6osta& (SCARPA, /001, 6& /0*

Para Bloom>ield, 6a"tado no )ehaviorismo, Qa6render a líng"a n:o seria di>erente, em essncia, da a!"isi9:o

de o"tras ha)ilidades e com6ortamentos, como andar de )icicleta, dan9ar etc&, =# !"e se trata, ao longo do

tem6o, do acUm"lo de com6ortamentos ver)ais& (SCARPA, /001, 6& /0* QPara o )ehaviorismo, o

com6ortamento h"mano ' e86lic#vel a 6artir de dados e8ternos, sem recorrer a dados internos &&&D& Para

Bloom>ield, a ling"agem ' "m com6ortamento e 6ode ent:o ser est"dada de maneira e8terna &&&D&

(PAVEA- SAR.A32, /00, 6& 1IK* QEle a6lica ; ling"agem o c'le)re es!"ema estím"lo+res6osta, e o

>orm"la da seg"inte maneiraG S-r-s-R. S ' o estím"lo e8terno !"e im6"lsiona !"al!"er "m a 6rod"zir a >ala r

essa res6osta ling"ística constit"i 6ara o o"vinte "m estím"lo s, !"e 6rovoca como retorno "ma res6osta R&

(PAVEA- SAR.A32, /00, 6& 1IF*

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edico"+se, so)remodo, aos est"dos da ling"ística >ormal, contri)"indo es6ecialmente com a mor>ologia est"do centrado na constr"9:o da 6alavra, !"e o levo" a identi>icar o mor>ema Q>orma (signi>icativa* recorrent!"e n:o 6ode, 6or s"a vez, ser analisada novamente em >ormas (signi>icativas* recorrentes menores&(BLOOM.2EL, 1F a6"d LAROCA, 1FFI, 6& /F* Volto"+se, tam)'m, ;

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>onologia, ao ter conceit"ado o >onema atrav's da an#lise distri)"cional, 6a"tada no am)iente sint#tico em !"a e86ress:o ocorre& Para a ling"ística distri)"cional, a 6artir de "m corpus re6resentativo, a meta era de>inir classi>icar as "nidades ling"ísticas (>onema, mor>ema, 6alavra* com re>erncia ao con="nto de conte8tos o"am)ientes onde elas 6odem ocorrer& $a ace69:o >ormal, "m voc#)"lo se en!"adra na classe dos s")stantivos!"ando 6ode ocorrer em "m determinado am)iente sint#tico !"e lhe con>ira tal status& W s")stantivo a "nidadling"ística !"e tem como antecedente o determinante (et* !"e se realiza, 6rioritariamente, como o artigo e demonstrativo e, na a"sncia dessas d"as classes, o 6ossessivo e alg"ns inde>inidos 6odem ocorrer tam)'m

nesta >"n9:o (-a1ueleessemeuamigo*& Portanto, disting"e+ se da classi>ica9:o tradicional !"e 6arte do a8iomde !"e, 6or e8em6lo, o s")stantivo ' a 6alavra !"e nomeia o l"gar, a 6essoa e a coisa, en!"anto no 6aradigm>"ncional, o s")stantivo ' "ma e86ress:o !"e e8erce s"a >"n9:o ling"ística no conte8to onde ele ocorre& entre oseg"idores de Bloom>ield, cita+se, neste momento, Xellig Harris (1F/+/00/*, 6ro>essor de Choms5%, o !"aadoto" com rigor nos se"s tra)alhos ling"ísticos o crit'rio distri)"cional, dedicando+se ; an#lise emConstit"intes 2mediatos (C2*, 1D iniciada, tam)'m, 6or Bloom>ield&

Em linhas gerais, o estr"t"ralismo ' alvo das seg"intes críticasG o >ato de ter eleito a langue, sistema)strato, como o)=eto de est"do da cincia da ling"agem e n:o a  parole, cond"zindo a "ma ling"ística da)stra9:o, conse!"entemente, e8cl"indo o 6a6el !"e o s"=eito desem6enha na líng"a e n:o considerando, 6oisos elementos 6ragm#ticos e socioideol<gicos 6resentes no 6rocesso disc"rsivo&

Critica+se tam)'m o se" limite de an#lise restrito ; >rase, descartando o te8to das s"as 6reoc"6a97e(2LAR2, /00I, 6& KI*, a6esar do estr"t"ralista Xellig Harris ter 6ro6osto, 6ela 6rimeira vez, a e86ress:An#lise do disc"rso& Para ele, o disc"rso seria "m te8to contín"o, constit"ído de estr"t"ra ling"ística (escritoo" oral* e !"e vai al'm da >rase& Cont"do, ' necess#rio >risar !"e, ="stamente 6or ser estr"t"ralista, ele sat'm, de >ato, aos as6ectos >ormais da líng"a, 6or e86licar a s"a constit"i9:o atrav's do encadeamento dose"s elementos mor>em#ticos&

struturalismo linguístico

+ n:o leva em conta nem o s"=eito nem o conte8to s<cio+hist<rico na an#lise da líng"a

+ e8cl"i as re>le87es so)re a líng"a >alada 6or consider#+la heterognea, vari#vel e com "m car#ter acientí>ico

+ restringe+se a an#lise aos >onemas, mor>emas e sintagmas, tendo como limite m#8imo a >rase& aí tere8cl"ído o te8to de s"as 6reoc"6a97es&

- gerati0ismo linguístico/ bre0es consi!era+ões

A 6artir dos anos 0, do s'c"lo @@, a Ling"ística sai" dos 6adr7es estr"t"ralistas e se inseri" no arca)o"9o dogerativismo ling"ístico, de a"toria do ling"ista de >amília ="dia, mas nat"ralizado norte+ americano, Avram $oamChoms5%& Choms5% revol"ciono" a Ling"ística estr"t"ral, ao s")stit"ir, entre o"tros, a s"a )ase >ilos<>ica e o se"o)=eto de est"do, !"e 6asso" da langue ; com6etncia ling"ística, entendida como Q&&&D o conhecimento mental 6"rde "ma líng"a 6artic"lar 6or 6arte do s"=eito >alante, isto ', a s"a gram#tica interiorizada& (RAPOSO, 1FF/, 6

1*O 6rograma gerativista nasce, )asicamente, como "ma res6osta te<rica ao )ehaviorismo,/D na medida em !"

conce)e a ling"agem como "m >enmeno e8cl"sivo da mente h"mana, "m as6ecto sing"lar das >ac"ldades mentaida es6'cie h"mana, n:o sendo, 6ois, "m sistema ad!"irido 6or meio de estím"los a res6ostas como 6reconizaramos )loom>ieldianos ao contr#rio, ela ' "m em6reendimento entendido

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como "m con="nto de 6ro6riedades inatas, )iologicamente determinadas ', ent:o, "m >enmeno h"mano "niversalA 6ers6ectiva adotada 6or Choms5% 6roc"ra, 6or meio de a)stra97es, e86licar o !"e ' e como >"nciona ling"agem h"mana, a)ordando 6ontos !"e v:o da a!"isi9:o da ling"agem ; gera9:o da sinta8e&

Cote2an!o a langue 3'aussure4 com a com(et5ncia linguística 3Choms674

S:o e86ress7es te<ricas !"e n:o devem >"ncionar como sinnimas "ma da o"tra& E>etivamente, o e8ame

mais ac"rado vai revelar !"e a langue se di>erencia da com6etncia 6or s"a )ase >ilos<>ica, entre o"tros,

 6elo >ato da!"ela ser em6irista, en!"anto esta ' racionalista a langue Q', ao mesmo tem6o, "m 6rod"tosocial da >ac"ldade de ling"agem e "m con="nto de conven97es necess#rias, adotadas 6elo cor6o social 6ara

 6ermitir o e8ercício dessa >ac"ldade nos indivíd"os Qconstit"i algo ad!"irido, ' 6arte e8terior ao indivíd"o,

!"e, 6or si s<, n:o 6ode nem cri#+la nem modi>ic#+la& (SA-SS-RE, 1FF, 6& 1J* A com6etncia + gram#tica

internalizada e s")=acente ao desem6enho + ' individ"al e tem )ase, em es6ecial, nos >enmenos inatos, n:o

sendo, 6ortanto, ad!"irida, em)ora a crian9a, 6ara ativ#+la, necessite estar em contato com os "s"#rios da

líng"a no seio social&

Ressalta+se !"e, em)ora o gerativismo tenha se >irmado no cen#rio ling"ístico como corrente dissidente d

estr"t"ralismo, am)as a6resentam alg"ns 6ontos com"ns entre si, a sa)erG do 6onto de vista sincrnico, a correntegerativista ' tam)'m "ma teoria estr"t"ralista, =# !"e est"da a líng"a seg"ndo esse 6rincí6io am)as as correnteconce)em a >rase como a "nidade ling"ística m#8ima, con>inando se"s tra)alhos ;s rela97es intra>r#sticasraramente voltando s"a aten9:o 6ara al'm dos limites da senten9a concentram, ig"almente, o o)=eto da Ling"ísticase=a ele a langue o" a com6etncia ling"ística, no Nm)ito da a)stra9:o, colocando+a >ora da s"a >"n9: 6rim#ria, !"e ' o en>o!"e da líng"a em "m e>etivo 6rocesso de com"nica9:o&

Críticas ao formalismo linguístico

As críticas >eitas ao >ormalismo ling"ístico centram+se no >ato de !"e o mesmo e8cl"ía o s"=eito, o conte8to

disc"rsivo e a hist<ria de s"as 6reoc"6a97es te<ricas e tam)'m ao modo como tais correntes viam a líng"a,

conce)endo+a como "m sistema estritamente >echado em si mesmo sem rela9:o com as6ectos s<cio+

hist<ricos&

Reflexões sobre a Linguística !iscursi0a

A 6artir dos anos 0, do s'c"lo @@, "ma 6liade de 6es!"isadores come9o" a !"estionar o estr"t"ralismo e ogerativismo !"e re6resentavam o >azer ling"ístico da '6oca& As críticas, em linhas gerais, atinham+se ora a)stra9:o do o)=eto de est"do da cincia da ling"agem, ora ; e8cl"s:o do s"=eito, !"e envolviam am)as a

correntes& Esse >'rtil terreno 6ossi)ilito" o s"rgimento, so)remodo, de o"tras linhas de 6es!"isa, como os est"dodo 6aradigma >"ncional da ling"agem e os da An#lise de isc"rso de linha >rancesa&

.uncionalismo linguístico

+ a líng"a ' vista como "m instr"mento de intera9:o social, o !"e determina !"e ela se=a analisada a 6artir de

sit"a97es concretas de intera9:o social

+ ressalta+se !"e, neste 6aradigma, o s"=eito e o conte8to socio6ragm#tico 6assam a ser elementos cr"ciais ;

an#lise ling"ística, !"e n:o mais se at'm ; imanncia do sistema ling"ístico&

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O 6aradigma >"ncional da ling"agem s"rge com a 6ro6osta de ancorar 6es!"isas voltadas 6ara o "so ling"ísticoo" se=a, 6ara o e>etivo 6rocesso de com"nica9:o& 3em como tra9o sing"lar o >ato de conce)er Qa ling"agem comoem 6rimeiro l"gar, "m instr"mento de intera9:o social entre os seres h"manos, "sada

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com o 6rinci6al o)=etivo de esta)elecer rela97es entre >alantes e rece6tores& (2Y, 1FK1, 6& 1* $as 6alavras dC"nha (/00K, 6& 1J*, Qos >"ncionalistas conce)em a ling"agem como "m instr"mento de intera9:o socialalinhando+se, assim, ; tendncia !"e analisa a rela9:o entre ling"agem e sociedade& Ainda consoante a re>erid 6es!"isadora, Qse" interesse de investiga9:o ling"ística vai al'm da estr"t"ra gramatical, )"scando na sit"a9:com"nicativa Z !"e envolve os interloc"tores, se"s 6ro6<sitos e o conte8to disc"rsivo Z a motiva9:o 6ara os >atoda líng"a& (C-$HA, /00K, 6& 1J*

O >"ncionalismo tem como alicerce >ilos<>ico a Pragm#tica (PEXA332, /00I*, c"=as re>le87es se iniciaram em

>ins do s'c"lo @2@& Se" o)=etivo 6recí6"o ' o de est"dar a líng"a em "so, levando em conta os se"s "s"#rios, atent:o e8cl"ídos 6ela Ling"ística >ormal& Para a Pragm#tica, Qo signi>icado de "ma e86ress:o (6alavra, >rase* ' o seu uso ou aplicação na linguagem& (COS3A, /00J, 6& K* QAs 6alavras, escreve" [ittgenstein, s< ad!"iremsigni>icado no >l"8o da vida o signo, considerado se6aradamente de s"as a6lica97es, 6arece morto, sendo no "s!"e ele ganha se" so6ro vital& ([2334E$S3E2$, 1FF a6"d COS3A, /00J, 6& K*

De 1ue tratam os estu!os !a (ragm8tica9

Seg"ndo Pinto (/00, 6& IJ*, essa 6erg"nta 6ode ser res6ondida de v#rios modos, em >"n9:o da grande

diversidade de 6es!"isadores (Charles Pierce, ohn A"stin, L"dig [ittgenstein, aco) L& Me%, dentre

o"tros* !"e se voltam 6ara essa 6es!"isa& Cont"do, mesmo reconhecendo as di>erentes vertentes, ' 6ossível

asseverar !"e Q&&&D a Pragm#tica analisa, de "m lado, o "so concreto da ling"agem, com vistas em se"s"s"#rios e "s"#rias, na 6r#tica ling"ística e, de o"tro lado, est"da as condi97es !"e governam essa 6r#tica&

Assim, a Pragm#tica 6ode ser considerada como a cincia do "so ling"ístico, !"e contem6la a ling"agem na

s"a totalidade re>"ta nat"ralmente a dicotomia langue-parole (SA-SS-RE, 1FF* e a com6etncia+

desem6enho& (CHOMSYT, 1F*

entre as di>erentes rami>ica97es do >"ncionalismo, menciona+se a Ling"ística 3e8t"al (L3*, a)rindo+ se "mle!"e sistem#tico 6ara o est"do do te8to& A L3, ramo da cincia da ling"agem, come9o" a desenvolver+se na d'cadade 0 do s'c"lo 6assado, na E"ro6a, de modo es6ecial, na Alemanha& S"rge, )asicamente, rom6endo com a

limita97es te<rico+metodol<gicas da Ling"ística .ormal, so)ret"do contra o se" o)=eto de est"do, centrado ora nlangue sa"ss"riana, ora na com6etncia ling"ística choms5iana, !"e, em)ora este=am em correntes ling"ísticadistintas, com"ngam entre si a e8cl"s:o do te8to en!"anto >enmeno da 6es!"isa ling"ística& A L3, 6or o"tro ladoorienta+se 6or considerar o te8to como o)=eto 6artic"lar de s"a investiga9:o ling"ística, 6or ser ele a >ormes6ecí>ica de mani>esta9:o da ling"agem& (HAR3MA$, 1FJ1 a6"d SCHM23, 1FJK, 6& J*

"n8lise !e !iscurso francesa/ algumas consi!era+ões

"anto ; An#lise de isc"rso de Linha .rancesa (AL.*, tem+se "ma vertente disc"rsiva, !"e, ao contr#rio do!"e ocorre" com a Ling"ística 3e8t"al, n:o se a6oia na Pragm#tica, mas no tri6' te<ricoG Ling"ística, Mar8ismo

Psican#lise& a mesma >orma !"e a L3, a AL. erigi"+se d"rante a d'cada de 0 do s'c"lo @@, tam)'m s 6osicionando contra a Ling"ística >ormal, 6or'm edi>icando o se" o)=eto de est"do Z o disc"rso, atravessadosem6re 6or "ma ideologia&

A AL. !"estiona a Ling"ística a 6artir do deslocamento da no9:o de s"=eito e de líng"a& Para esta corrente,

o disc"rso ' sem6re marcado 6or "ma ideologia e deriva de >orma97es disc"rsivas diversas nas !"ais o

s"=eito se inscreve ao en"nciar&

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Os est"dos da An#lise de isc"rso >rancesa )"scaram 6reencher "ma lac"na dei8ada 6ela tradi9:o >ormalistna ling"ística& Proc"ravam ver a líng"a como essencialmente marcada 6ela Hist<ria e 6ela ideologia, n:o 6odendcom6reend+la, 6ortanto, como "m sistema >echado em si e 6or si mesmo&

Para a AL., o s"=eito ' sem6re hist<rico e n"nca com6letamente individ"al& Ele >ala a 6artir de 6osi97es (de

 6atr:o, de em6regado etc&* !"e oc"6a socialmente, 6osi97es essas !"e in>l"enciam no disc"rso, no modo

como as 6alavras signi>icam di>erentemente& Assim, como a>irmava Pche"8 (1FF, 6& 10* Qas 6alavras,

e86ress7es, 6ro6osi97es m"dam de sentido seg"ndo as 6osi97es s"stentadas 6or a!"eles !"e as em6regam&

a Ling"ística, a AL. >az "ma releit"ra do estr"t"ralismo sa"ss"riano, tomando+lhe em6restada a a>irma9:o dSa"ss"re de !"e a líng"a ' >ato socialD (ORLA$2, /00*, na medida em !"e a líng"a, 6ara AL., ' vista ns"a e8terioridade, a 6artir da inter>ace entre a ideologia, a hist<ria e a 6sican#lise& Cont"do, reage contra estr"t"ralismo sa"ss"riano, !"e se volto" ; >orma ling"ística, a6enas, des6rezando o s"=eito na s"s")=etividade& Assim, n:o interessa ; An#lise do isc"rso de Linha .rancesa >ocalizar a líng"a a 6artir de s"estr"t"ra gramatical, mor>ol<gica, sint#tica o" ainda >onol<gica, mas a ela im6orta o)servar a líng"a comacontecimento marcado 6elas es6eci>icidades hist<ricas e ideol<gicas dos en"nciadores&

O o"tro cam6o ao !"al a AL. se >ilia ' o Mar8ismo, tendo como )ase, 6rinci6almente, o materialismo

hist<rico& Esse Ultimo considera, dentre o"tras coisas, !"e o homem ' o motor da Hist<ria e !"e essa deve see86licada atrav's da l"ta de classes& Ao a6licar o conceito do materialismo hist<rico ; líng"a, a AL. 6ress"67e, em 6rimeiro l"gar, !"e o s"=eito hist<rico n:o ' "m s"=eito a"tnomo, mas ' "m s"=eito !"e est#s")ordinado a "ma determinada classe social, !"e com6artilha de "m determinado sistema ideol<gico& Ent:oo l"gar oc"6ado socialmente 6elo s"=eito do disc"rso ' de s"ma im6ortNncia, 6ara !"e se com6reenda comtal disc"rso signi>ica&

W a 6artir da teoria mar8ista !"e a AL. 6ro67e "ma re>le8:o so)re a no9:o de ideologia, deslocando+a dno9:o 6ro6osta inicialmente 6or tal corrente, conce)endo a líng"a como "m veíc"lo de mani>esta9:o ideol<gicae acordo com as teorias mar8istas, a ideologia seria "ma >orma de escamoteamento da realidade, de invers:o dsit"a9:o real de e86lora9:o ; !"al o tra)alhador est# s")metido& Assim sendo, !"ando "ma do"trina religiosa>irma, 6or e8em6lo, 6ara "m tra)alhador desem6regado, !"e ele est# em tal sit"a9:o 6or vontade divina, 6araa6render com as 6rova97es da vida, d# a entender !"e tal so>rimento >az 6arte da ordem nat"ral das coisas, n: 6odendo ser m"dado, e, 6ortanto, 6ress"67e "ma acomoda9:o 6or 6arte desse tra)alhador& $esse 6onto, a do"trinreligiosa est# a="dando a di>"ndir a ideologia da classe dominante, visto !"e 6ress"67e !"e a classe dominadaceite a sit"a9:o de 6riva9:o 6ela !"al est# 6assando& A ideologia mar8ista seria, ent:o, a distor9:o da realidadeo so>rimento e8iste 6or!"e e"s !"er e n:o 6or!"e h# e86lora9:o dos mais >racos todos s:o ig"ais 6erante lei, !"ando se sa)e !"e e8iste e>etivamente a desig"aldade etc&

A An#lise do isc"rso de Linha .rancesa n:o conce)e a ideologia como >orma de escamoteamento da realidadeo" de invers:o da mesma& Por esse motivo, diz+se !"e a AL. >az "m deslocamento dessa no9:o, considerando+a

so)ret"do, como 6arte constit"tiva do disc"rso& Como e8em6lo, coloca+se a cita9:o a seg"irG

A ideologia, 6or s"a vez, nesse modo de a conce)er, n:o ' vista como "m con="nto dere6resenta97es, como vis:o de m"ndo o" como oc"lta9:o de "ma realidade& $:o h#, ali#s,realidade sem ideologia& En!"anto 6r#tica signi>icante, a ideologia

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a6arece como e>eito da rela9:o necess#ria do s"=eito com a líng"a e com a hist<ria, 6ara !"eha=a sentido& (ORLA$2, /00, 6& IK*

Por >im, o terceiro cam6o ao !"al a AL. se >ilia ' a Psican#lise, c"=a contri)"i9:o ocorre, 6rinci6almente,  6artir da conce69:o te<rica do s"=eito& 3al conce69:o 6a"ta+se na ideia de !"e o s"=eito ' a>etado 6elo !"e Laca(1FFF, 6& 1K* vai denominar de o grande O"tro& So)re essa !"est:o, o)serve+ se a cita9:o a seg"irG

O !"e ' "m s"=eito\ Ser# alg"ma coisa !"e se con>"nde, 6"ra e sim6lesmente, com a realidad

individ"al !"e est# diante de se"s olhos !"ando vocs dizem o s"=eito\ O" ser# !"e, a 6artir domomento em !"e vocs o >azem >alar, isso im6lica necessariamente "ma o"tra coisa\ &&&!"ando h# "m s"=eito >alante, n:o h# como red"zir a "m o"tro, sim6lesmente, a !"est:o de s"arela97es como alg"'m !"e >ala, mas h# sem6re "m terceiro, o grande O"tro, !"e ' constit"tivoda 6osi9:o do s"=eito en!"anto alg"'m !"e >ala&

Como se nota na cita9:o anterior, Lacan (1FFF* considera !"e a e8istncia do e" n:o 6ode ser desvencilhada de8istncia do O"tro& O e" ' marcado 6elo O"tro !"e o inter6ela, constantemente, na atividade ling"ageira& Ointer6elar do s"=eito 6elo O"tro >az+se, 6rinci6almente, a 6artir do inconsciente& "ando ho"ve a desco)erta dinconsciente 6or .re"d (1FJJ a6"d M-SSAL2M, /001, 6& 10J*, a no9:o de s"=eito 6assa a se modi>icar& Essn:o ser# mais visto como o s"=eito cartesiano, o do Q6enso, logo e8isto, senhor com6leto de se"s atos e vontadesc"=a essncia ' marcada 6ela li)erdade com6leta, mas 6assar# a ser conce)ido como "m s"=eito marcado 6elincom6let"de e dividido entre o consciente e o inconsciente& Lacan >az "ma releit"ra do inconsciente de .re"d ea>irma !"e esse se estr"t"ra como "ma ling"agem !"e inter>ere no disc"rso do s"=eito em6írico& e acordo comM"ssalim (/001, 6& 10J*G

Para 6oder trazer ; tona se" material, Lacan ass"me !"e o inconsciente se estr"t"ra como "maling"agem, como "ma cadeia de signi>icantes latente !"e se re6ete e inter>ere no disc"rse>etivo, como se ho"vesse sem6re, so) as 6alavras, o"tras 6alavras, como se o disc"rso >osssem6re atravessado 6elo disc"rso do O"tro, do inconsciente&

Assim sendo, 6ara Lacan (1FFF*, o inconsciente ' estr"t"rado como ling"agem e ' nele !"e se encontra ocon="nto de signi>icantes !"e marcam a constit"i9:o do s"=eito, inter6elando+o contin"amente& O inconscienteseria, 6ortanto, o l"gar das diversas vozes !"e s:o marcadas no s"=eito desde a mais tenra idadeG a voz dainstit"i97es sociais (escola, igre=a, >amília*, a voz da m:e, do 6ai e dos av<s !"e inter>erem no disc"rso dos"=eito no momento em !"e ele toma a 6alavra e en"ncia&

A Psican#lise vai contri)"ir com as teorias da AL., 6rinci6almente, a 6artir da s"a conce69:o te<rica do

s"=eito, !"e ' 6a"tada na ideia de !"e o s"=eito ' a>etado 6elo !"e Lacan (1FFF* vai denominar de o grande

O"tro& Assim, o s"=eito ' sem6re constit"ído 6ela alteridade, marcado 6or diversas vozes sociais !"e seinscrevem no se" inconsciente&

Ainda com rela9:o ao s"=eito, 6ara a An#lise de isc"rso de Linha .rancesa, ele n:o ' origem do dizer e ass"=eitado 6or "ma ideologia& A no9:o de s"=eito ass"=eitado, o" se=a, "m s"=eito !"e n:o ' com6letamente livremas !"e est# s")ordinado a determinadas regras sociais e a diversas ideologias, ', 6ortanto, )asilar 6ara a A2nter6elado 6elo inconsciente e 6or >atores ideol<gicos, e ainda s")misso ; líng"a, o s"=eito da A n:o ' o s"=eitocartesiano do Q6enso, logo e8isto, mas o s"=eito sem6re heterogneo, >alho e socialmente constit"ído&

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W im6ortante ressaltar o >ato de !"e o s"=eito ass"=eitado n:o e!"ivale a "m s"=eito com6letamente 6assivo o"

sem vontade 6r<6ria, como conce)em alg"ns 6ensadores& Ser ass"=eitado signi>ica, na A, !"e o s"=eito '

sem6re s")misso a "ma líng"a e a "ma ideologia, a6esar de

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ser relativamente livre 6ara dizer o !"e diz& Orlandi (/00, 6& 0* de>ine s"=eito ass"=eitado como a!"ele !"e '

Qao mesmo tem6o livre e s")misso !"e 6ode t"do dizer desde !"e se s")meta ; líng"a e ; ideologia&

Assim, a An#lise de isc"rso de Linha .rancesa 6retende est"dar o disc"rso, conce)ido como e>eito dsentido entre interloc"tores (ORLA$2, /00* e o modo como esse disc"rso signi>ica a 6artir da 6osi9:o oc"6ada 6elos s"=eitos !"e "tilizam a líng"a em sit"a97es de intera9:o concreta&

Para il"strar essa !"est:o, coloca+se o e8em6loG

.ig"ra 1 Z Minist'rio do trans6orteG do dinheiro 6U)lico 6ara o 6rivado

.onteG EstUdio $an!"im (/011*

A >ig"ra anterior >az al"s:o ; corr"69:o e8istente na 6olítica )rasileira !"e 6ode ser 6erce)ida a 6artir dosentidos veic"lados no te8to os !"ais 6odem ser melhor 6erce)idos !"ando se o)servam o en"nciado Qminist'riodos trans6ortes do dinheiro 6U)lico 6ara o 6rivado e a imagem do caminh:o cheio de dinheiro, retirado doco>res 6U)licos, dirigindo+se a "ma grande casa na )eira da estrada& H# "m =ogo meta><rico envolvendo as 6alavras 6U)lico e 6rivado !"e, na charge, signi>icam o desvio do dinheiro !"e deveria ser investido em melhorias dsociedade )rasileira, mas !"e ' "sado 6ara >avorecimento 6r<6rio dos 6olíticos corr"6tos&

A An#lise do isc"rso considera a rela9:o entre o te8to e os as6ectos hist<ricos !"e o constit"em, os as6ectoideol<gicos, as diversas vozes, como se 6ode ver a seg"irG

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+a charge >oi veic"lada em /011, na '6oca em !"e o governo da 6residenta )rasileira ilma Ro"sse> en>rentav 6ro)lemas a 6artir da ac"sa9:o de envolvimento de ministros do governo, dentre os !"ais o ministro de trans6ortesem casos de corr"69:o

+a ideologia, materializada na charge, traz ; tona a ideia de !"e a corr"69:o ' algo 6re="dicial ao 6aís, mas !"e, amesmo tem6o, ' s"a marca

+os diversos disc"rsos so)re a corr"69:o e a 6olítica )rasileira, isto ', a ideia de !"e todo 6olítico ' corr"6to, de!"e n:o e8iste seriedade na 6olítica )rasileira, de !"e a corr"69:o ' algo !"e =# >az 6arte da 6r<6ria 6olítica etc

+o 6osicionamento ideol<gico do s"=eito !"e en"nciaG ele, atrav's da crítica !"e ' veic"lada na charge, >ilia+se agr"6o social !"e se o67e ; corr"69:o e !"e n:o a considera "m elemento sa"d#vel 6ara o 6aísO e8em6lo da .ig"ra 1 >"nciona, 6ortanto, como "m evento disc"rsivo !"e mo)iliza as6ectos hist<ricos

ideol<gicos e sociais, com os !"ais se 6reoc"6a e>etivamente a An#lise de isc"rso de Linha .rancesa&

:otas

1D A an#lise em C2 visa mostrar !"e os elementos !"e constit"em as >rases se escalonam em s"cessivos níveide organiza9:o !"e e8i)em entre si "ma rela9:o de de6endncia& As >rases n:o s:o assim a6enas como 6retendiam determinados modelos elementares de sinta8e

  "ma soma de elementos linearmente dis6ostos, mas "ma estr"t"ra9:o desses elementos em v#riosdegra"s de com6le8idade 6rogressiva& (CHOMSYT, 1F, 6& 1/*

/D  A teoria )ehaviorista, re6resentada 6elos estr"t"ralistas americanos, a6resenta a ling"agem como "m>enmeno e8terno ao indivíd"o, "m sistema de h#)itos, o" como Q&&&D "m condicionamento social, "mres6osta !"e o organismo h"mano 6rod"zia mediante os estím"los !"e rece)ia da intera9:o social&(YE$ET, /00K, 6& 1/K*

D Em)ora o social de Sa"ss"re diga res6eito ; langue como "ma instit"i9:o social, 6ara a AL., o social entendido como a e8terioridade !"e constit"i a líng"a, sem !"e essa Ultima se=a vista, 6ortanto, como "m

sim6les sistema >ormal ao !"al se acrescentam elementos do conte8to sociodisc"rsivo&

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- surgimento !a Linguística textual

A Ling"ística de 3e8to (L3* s"rgi" na d'cada de 0 do s'c"lo @@, na Alemanha, em "m momento em !"e  6aradigma >ormal da ling"agem, vigente na!"ela '6oca, dei8ava de res6onder, ade!"adamente, a v#rios 6ro)lema!"e >oram, gradativamente, insta"rando+se 6or "ma 6liade de di>erentes 6es!"isadores& entre essas !"est7es

il"stram+seG+os 6ragmaticistas !"estionavam 6or !"e Sa"ss"re se de)r"9o" ;s estr"t"ras ling"ísticas, e8cl"indo, destarte,

indivíd"o dos est"dos ling"ísticos

" LT e a crítica ao formalismo linguístico

A L3 )"scava, ent:o, est"dar o te8to como "ma estr"t"ra com6le8a e n:o a6enas como mor>emas o"

>onemas, tal !"al >aziam os ade6tos do >ormalismo ling"ístico&

+os 6es!"isadores da An#lise de isc"rso (A*, em se" sentido geral, )em como os da Pragm#tica

 6erg"ntavamG 6or !"e o sentido 6rov'm da imanncia do sistema ling"ístico\ $a verdade, criticavam a tesda a"tonomia ling"ística, de>endida 6ela vis:o >ormal !"e diz res6eito ; inde6endncia semNntica do te8toescrito, restringindo, 6ois, a signi>ica9:o aos constit"intes de "ma senten9a, a6enas

+os ne<>itos da Ling"ística 3e8t"al (L3* !"estionavam o >ato de a Ling"ística ter como o)=eto de est"do a langue

como 6ost"lava Sa"ss"re, o" a com6etncia ling"ística de Choms5%, arg"indo !"e a cincia da ling"agemdevia voltar+se 6ara o est"do do te8to como se" o)=eto de investiga9:o ling"ística, sem ter como >oco identi>ica9:o de mor>emas e >onemas, a 6artir de "m corpus limitado&

E a essas 6erg"ntas eo" re>le87es, a Ling"ística .ormal n:o 6odia res6onder, na medida em !"e o se>oco de an#lise se atinha ao sistema ling"ístico, o" se=a, ; >orma, entendida e8cl"sivamente como c<digling"ístico Z a estr"t"ra&

.oi a 6artir dos anos K0 do s'c"lo 6assado !"e a L3 amad"rece", ao am6liar o se" esco6o de an#lise com incl"s:o da 6ragm#tica, o !"e lhe 6ossi)ilito" o est"do da líng"a >alada, )em como "ma revis:o te<rica acent"adnos se"s 6ilares n"cleares& $a Ultima d'cada do s'c"lo @@, so)ret"do a 6artir de 1FF, a Ling"ística 3e8t"al, >acao 6leno e8ercício disc"rsivo e s"as im6lica97es, d# sinais 6ont"ais de !"e ainda ' 6reciso m"dar, trazendo, emse" )o=o, es6ecialmente, as contri)"i97es te<ricas de Mondada (1FF4 e as ideias )asilares de Ba5htin (/00*Esse alicerce te<rico vai determinar, conse!"entemente, "m novo a="ste na com6reens:o do te8to como "m todo&

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"s fases !a Linguística textual

A6esar de n:o ter tido "m desenvolvimento homogneo, 6elo >ato de ter s"rgido em v#rios 6aíses, a6resentandoconse!"entemente, diversas tendncias 6ara o tratamento do te8to, h# "m senso com"m em a6resentar trs momentoeo" >ases, !"e caracterizam as 6es!"isas da Ling"ística 3e8t"al, a sa)erG a An#lise 3rans>r#stica (tam)'mdenominada inter>r#stica*, a Constr"9:o de 4ram#ticas e As 3eorias do 3e8to&

Cont"do, no >inal do s'c"lo @@ e nos 6rim<rdios do s'c"lo @@2, o)servam+se sinais 6ont"ais de !"e Ling"ística 3e8t"al estaria caminhando 6ara novos momentos a 6ers6ectiva sociocognitivo+ interacionista d

Yoch (/00I, 6& 1+/*, =# consolidada no seio das 6es!"isas da L3, e a >ase )a5htiniana, !"e vem sendo 6ro6osta 6or Heine, de >orma sistem#tica desde (/00F*, de6reendida, inicialmente, a 6artir do s"=eito social& Mas a 6egadas !"e s"stentam essa caminhada da L3 ligam+se, essencialmente, ;s re>le87es do >il<so>o Ba5htin (/00*solidi>icando+se mais ainda em Barros (/00J, 6& /1*, !"e, desde 1FFI, vem )"scando 6ont"ar as contri)"i97es dBa5htin em rela9:o ao te8to eo" disc"rso,ID  6es!"isa !"e im6ele a rever os 6rec"rsores  stricto sensu dLing"ística 3e8t"al,D  incl"indo, ao lado dos ret<ricos, da estilística, da Escola de Praga e dos >ormalistar"ssos, a o)ra de Ba5htin, na s"a a)ordagem semi<tico+disc"rsiva&

 $os anos K0, a L3 am6lio" o se" esco6o de an#lise, caracterizado 6ela virada 6ragm#tica& A 6artir de 1FF, a

caminho do s'c"lo @@2, a L3 d# sinais de !"e ainda ' 6reciso m"dar, trazendo, em se" )o=o, es6ecialmente,

as contri)"i97es te<ricas de Yoch (/00I*, Mondada (1FF* e as ideias )asilares de Ba5htin (1FFJ, /00*&

W com"m a in>orma9:o de !"e as >ases da Ling"ística 3e8t"al n:o s:o cronol<gicas, o" se=a, 6ress"67e+se !"elas ocorreram de >orma sim"ltNnea, ao longo do tem6o& Cont"do, essa assertiva merece re>le8:o, 6or!"e  6ossível o)servar "ma cronologia entre as s"as 6rimeiras >ases, An#lise 3rans>r#stica e 4ram#ticas de 3e8to, e, s")se!"ente, !"al se=a, as 3eorias do 3e8to& A a"sncia de cronologia talvez se=a 6ertinente entre os dois 6rimeiromomentos, considerando !"e h# ling"istas !"e !"ando v:o >ocalizar os 6rimeiros 6assos da L3 o >azem a 6artir da4ram#ticas de 3e8to, n:o reconhecendo o momento trans>r#stico + 6ost"ra !"e 6ode ser e86licada 6or conta d 6er>il te<rico !"e as "ne, como se ver# mais adiante& So)re isso, il"stra+se o te8to em !"e Bea"grande (1FFJ, 6& J

gri>o do a"tor* >az "ma re>le8:o so)re o cam6o de est"dos da Ling"ística 3e8t"alG

&&&D "ando este cam6o de est"dos emergi" so) esta denomina9:o, o 6rimeiro est#giocaracterizo"+se como "ma gram8tica !e texto, estendendo+se dos meados dos anos 0 at' omeados da d'cada de J0& Seg"indo a corrente dominante no continente e"ro6e", esta no9:o d]gram#tica^ era grandemente >ormalista e intimamente ligada ; sinta8eG tanto era "m re6ert<riode distri)"i97es de mor>emas e estr"t"ras de >rases n"ma a)ordagem descritiva, como era "msistema de regras 6ara 6ro6iciar ]descri97es estr"t"rais^ aos te8tos, n"ma a)ordagem gerativistaContava+se com a ling"ística te8t"al 6ara ="sti>icar+se a si 6r<6ria atrav's da desco)erta darestri97es >ormais, 6& e8&, as con="n97es e os 6ronomes !"e se a6licam ]al'm das >ronteiras d

senten9a^, em >ormas di>erentes do !"e o "sado dentro da senten9a isolada&

Para Bea"grande (1FFJ, 6& J*, as 4ram#ticas de 3e8to re6resentam o 6rimeiro est#gio da Ling"ística 3e8t"an:o >azendo, incl"sive, men9:o ; >ase 3rans>r#stica& Esse se" 6osicionamento talvez se e86li!"e 6elo >ato de seg"nda >ase ainda se mostrar so) o esco6o te<rico da Ling"ística .ormal e 6or ocorrer, e>etivamente, de modsim"ltNneo com a 6rimeira >ase, o" se=a, entre os anos de 1F0 e a d'cada de J0 do s'c"lo @@& Chara"deae Maing"enea" (/00I, 6& /F+/0*, ao tecerem coment#rios so)re os

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 6rimeiros 6assos da Ling"ística 3e8t"al, re>erem+se, tam)'m, ; s"a seg"nda >ase, demonstrando direta oindiretamente certa desconsidera9:o da >ase 3rans>r#stica, como se veri>ica emG Q$o >inal dos anos 0, a6arecemna Alemanha, Qgram#ticas de te8tos, com a am)i9:o de 6rod"zir "m con="nto in>inito de estr"t"ras te8t"ais )em>ormadas de "ma líng"a dada& (LH[E, 1FJ/ a6"d CHARA-EA- MA2$4-E$EA-, /00I, 6& /F*

e acordo com Yoch (1FFI*, nas d"as 6rimeiras >ases da Ling"ística 3e8t"al, o sentido era visto como algo

!"e 6rovinha da estr"t"ra centrado na imanncia do sistema ling"ístico& Por o"tras 6alavras, a6esar de a

L3 ter de>inido o te8to como se" o)=eto de est"do, este ainda estava so) o 6rimado do >ormalismo ling"ístico,a6resentando+se como "m 6rod"to, algo cristalizado, "ma es6'cie de cai8inha de s"r6resa de onde se

e8traem os sentidos& Logo o s"=eito e todo o se" conhecimento de m"ndo (dentre o"tros >atores essenciais ;

constr"9:o do sentido* n:o era considerado, 6ois o te8to era visto como materialidade ling"ística, isto ', o

te8to en!"anto cote8to&

Por o"tro lado, corro)orando com o reconhecimento da >ase trans>r#stica da Ling"ística 3e8t"al, o)serva+se  6osicionamento de Marc"schi (/00, 6& *G

O modelo a!"i designado trans>r#stico (tam)'m chamado s"6ersinta8e, hi6ersinta8e o"

macrossinta8e* n:o tem "m 6atrono e sim "ma convic9:o )#sicaG a an#lise da líng"a n:o 6#rana >rase& Admite o te8to como a "nidade )#sica e >az dele se" o)=eto& 3em do te8to "ma vis:o )astante estr"t"ralista, em)ora dentro de "ma variada gama de 6ers6ectivas te<ricas&

Consoante Marc"schi (/00*, ' 6ossível de6reender !"e a Ling"ística 3e8t"al, nos se"s 6rimeiros 6assos Z na>ase 3rans>r#stica, limito"+se a esta)elecer tessit"rascoes:o te8t"al, a 6artir, so)remodo, de >enmenos sint#ticogramaticais, e8tra6olando os limites da >rase& Assim, nos dois 6rimeiros momentos, Qa an#lise trans>r#stica e constr"9:o de gram#ticas de te8to, a 6reoc"6a9:o inicial da L3 era a6enas de descrever os >enmenos sint#ticosemNnticos !"e ocorriam entre as se!"ncias >r#sticas& (YOCH, 1FFI, 6& 11* e acordo com Yoch (/00*, tem+se aí "m s"=eito s")ordinado ao sistema ling"ístico, c"=o >oco de an#lis

recai, a6enas, no te8to en!"anto c<digo, e8cl"indo, destarte, todo o conhecimento a ele inerente& $o caso de "mainter6reta9:o te8t"al, 6or e8em6lo, o sentido ' visto como algo !"e 6rov'm da estr"t"ra, centrado na imanncia dosistema ling"ístico&

V+se, 6ois, !"e o te8to, nas >ases citadas anteriormente, re>ere+se t:o somente ao conte8to ling"ístico  stricto

 sensu, isto ', Qo te8to como "ma >rase com6le8a, 6a"tado em "ma Q>"ndamenta9:o gramatical (A$3OS, 1FFJ, 61*, no9:o !"e levo" alg"ns ling"istas )ritNnicos ; >orm"la9:o do termo cote8to, e8atamente 6ara conceit"arem te8to inter6retado a6enas no Nm)ito da imanncia do sistema ling"ístico, o" se=a, "ma an#lise te8t"al circ"nscrita ;>orma ling"ística, 6ois a s"a transcendncia cond"ziria a Ling"ística ; demiss:o cientí>ica&

a >ase 3rans>r#stica e 6assando 6elas gram#ticas de te8to, a L3 seg"e ; >ase Constr"9:o das 3eorias 3e8t"ais, ose" terceiro momento, em !"e o conte8to 6ragm#tico ganha relevNncia 6ara a com6reens:o do te8to&

" fase (ragm8tica !a Linguística Textual

A 6artir das 3eorias do 3e8to, as aten97es dos 6es!"isadores da Ling"ística 3e8t"al (L3* voltaram+se 6arest"dar o te8to em "so, investigando as s"as condi97es de 6rod"9:o, constit"i9:o, com6reens:o e >"ncionamentote8t"al& (MARC-SCH2, 1FK* $essa >ase, o conte8to 6ragm#tico ganha relevNncia 6ara a com6reens:o do te8to dao 6or!" desse momento ser designado 6or Yoch (/00I, 6& 1* de QA virada 6ragm#tica&

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" (ragm8tica

Q&&&D a 6ragm#tica a6osta nos est"dos da ling"agem, levando em conta tam)'m a >ala, e n"nca nos est"dos da

líng"a isolada de s"a 6rod"9:o social& (P2$3O, /00, 6& IJ*

+ a 6ragm#tica ' a cincia do "so ling"ístico& &&&D est"da a rela9:o entre a estr"t"ra da ling"agem e se" "so, o

!"e >ora dei8ado de lado 6elas correntes >ormalistas& (.2OR2$, /00/, 6& 1*

+ a ling"agem, 6ara a 6ragm#tica, n:o serve s<, nem 6rimeiramente, nem so)ret"do, 6ara re6resentar o m"ndo,

mas !"e ela serve 6ara realizar a97es& Z todo dizer ' "m >azer (A-S32$, 1FK/*& .alar ' agir so)re o"trem&

(ARME$4A-, /00, 6& 1* Por e8em6lo, !"ando alg"'m 6ro>ere o en"nciado Amanh: e" voltarei 6ara

casa, al'm da signi>ica9:o >r#stica de voltar 6ara casa, ' 6ossível !"e essa 6essoa este=a tam)'m >azendo

"ma amea9a o" "ma 6romessa& Esses sentidos !"e s:o 6rocessados disc"rsivamente, re>letindo a 6osi9:o do

loc"tor em rela9:o ao !"e ele diz, s:o com"mente denominados de Atos iloc"cion#rios& (A-S32$, 1FK/*

"ando se >ala em Pragm#tica, >az+se mister registrar, ainda de >orma lacnica, !"e ela s"rgi" a 6artir din!"iri97es >ilos<>icas insta"radas na transi9:o entre os s'c"los @2@ e @@& $esse 6eríodo, di>erentes ramos d.iloso>ia de)r"9aram+se a re>letir so)re !"est7es da ling"agem, distanciando+se da ortodo8a .iloso>ia cl#ssicavoltada 6ara re>le87es a)stratas, como a e86lica9:o da essncia do m"ndo, da realidade, do ser, d

conhecimento, do sentido com )ase na concl"s:o de "m silogismo l<gico&D  Esse movimento ' com"mentdenominado .iloso>ia da Ling"agem, !"e, no s'c"lo @@, >loresce" 6or meio de d"as vertentes, !"ais se=amG Escola de Cam)ridge e a Escola de O8>ord& Essa Ultima se volto", e>etivamente, 6ara a insta"ra9:o da Pragm#ticaao de>ender a tese de !"e era necess#rio e8aminar a ling"agem, a 6artir do "so, est"dar a ling"agem ordin#ria, o"se=a, a ling"agem com"m do dia+a+dia& Caracteriza+se, so)remodo, 6or contem6lar a seg"inte teseG

&&&D o signi>icado de "ma e86ress:o (6alavra, >rase* ' o seu uso ou aplicação na linguagem

^As 6alavras], escreve" [ittgenstein, ^s< ad!"irem signi>icado no >l"8o da vida o signoconsiderado se6aradamente de s"as a6lica97es, 6arece morto, sendo no "so !"e ele ganha se"so6ro vital^& As nossas e86ress7es ad!"irem di>erentes >"n97es, de acordo com o conte8to no

!"al elas s:o em6regadas, modi>icando+se, assim, o !"e se !"er dizer com elas([2334E$S3E2$, 1FFF a6"d COS3A, /00J, 6& K*

[ittgenstein dei8a claro !"e o 6onto >"lcral da Pragm#tica ' o sentido, gerado no >l"8o da vida, no se" e>etiv 6rocesso de com"nica9:o& Para melhor esclarecimento, considere+se o e8em6loG

.ig"ra / Z  A"mento no Congre__o 

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.onteG Simanca (/010*

A .ig"ra / relaciona+se, de >orma direta, com a 6ro6aganda eleitoral de 3iririca, h"morista, eleito de6"tad>ederal em /010, com o slogan Pior do !"e t#, n:o >ica, !"e re6resenta, 6ara alg"ns, "m de)oche ; democraciamas, 6ara o"tros, "ma severa crítica ; 6oliticagem no Brasil& A charge de Simanca, ao esta)elecer esse di#logcom o re>erido slogan, critica o a"mento a)"sivo do sal#rio dos de6"tados, e86licando, de certa >orma, o )ord:oQMelhor do !"e t#, >ica sim, >azendo al"s:o ao dinheiro >#cil !"e corre no meio 6olítico, encontrando+se, ora nameias, sacolas e )olsos de 6alet<, ora nas c"ecas&

So) a an#lise da Pragm#tica, a .ig"ra / deve ser vista como "ma en"ncia9:o, o" se=a, Q&&&D ' este colocar em

>"ncionamento a líng"a 6or "m ato individ"al de "tiliza9:o (BE$VE$2S3E, 1FKF, 6& K/*, !"e 6rocessa "mdisc"rso, gerado na sit"a9:o concreta de >ala& Esse disc"rso 6rov'm de "m s"=eito consciente, individ"al, marcad 6ela s"a intencionalidade, e res6ons#vel 6elo sentido n:o literal, o !"e evidencia a o6acidade semNntica, 6elo >atde o sentido ser de6reendido a 6artir de in>erncias e conhecimentos de m"ndo, em geral& Assim, a .ig"ra / n:ore6resenta "ma charge 6ara, sim6lesmente, in>ormar o v"ltoso a"mento salarial dos 6olíticos, mas, so)ret"do, 6aragir so)re os se"s interloc"tores, 6ois, na Pragm#tica, a ling"agem ' a9:o ' agir so)re o"trem, in>l"enciando+o, >im de conscientiz#+lo, 6ara !"e ele tome tam)'m "ma 6osi9:o crítica diante do cen#rio 6olític )rasileiro& Esse valor 

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intencional ' denominado, seg"ndo ohn A"stin (1F/ a6"d PLAXA, /001, 6& J*, ato iloc"t<rio, !"e e8ercin>l"ncia so)re o o"tro, e os e>eitos indiretos, !"e ele 6rod"z no interloc"tor, s:o os atos 6erloc"cion#rios&

Essa >ase da L3 designa "ma nova >orma do >azer da Ling"ística 3e8t"al, 6or ter dado 6assos >irmes em dire9:o; Pragm#tica, am6liando o se" esco6o de an#lise ling"ística& Assim sendo, n:o mais se restringe ao conte8tling"ístico stricto sensu, dirigindo+se tam)'m ao conte8to re>erente Q&&&D a sit"a9:o concreta em !"e os atos d>ala s:o emitidos, o" 6ro>eridos, o l"gar, o tem6o, a identidade dos >alantes etc&, t"do o !"e ' 6reciso sa)er 6arentender e avaliar o !"e ' dito& (ARME$4A-, /00, 6& 1* daí voltar+se 6ara o >alante, a 6artir do e>etivo

 6rocesso de com"nica9:o&

 $a Virada Pragm#tica, a líng"a n:o ' mais vista como "m con="nto de signos !"e se com)inam seg"ndo

regras e !"e ' ca6az, sim6lesmente, de transmitir "ma mensagem, in>orma97es de "m emissor a "m rece6tor,

mas, so)ret"do, como "m ato de ling"agem, !"e, ao ser 6ro>erido 6or "m determinado interloc"tor, 6oder#

agir so)re os demais, considerando as circ"nstNncias da sit"a9:o com"nicativa&

3ecem+se, a seg"ir, considera97es so)re os 6rinci6ais 6ilares da L3, inerentes ; >ase 6ragm#ticaG as conce697ede líng"a, te8to, s"=eito, com6etncia com"nicativa, conte8to, coes:o, coerncia, dentre o"tras&

texto como (rocessoO te8to 6assa a ser com6reendido n:o mais como "m 6rod"to aca)ado, mas como "m 6rocesso& Por isso,

ele ' o6aco e n:o trans6arente semanticamente, o" se=a, o sentido ' 6rocessado d"rante o ato com"nicativo

a 6artir da materialidade ling"ística, de6endendo, so)remodo, da inten9:o do >alante, mas tam)'m do

conhecimento de m"ndo do "s"#rio da líng"a&

 $o !"e tange ; conce69:o de líng"a, esta a6oia+se nat"ralmente nas re>le87es da Escola de O8>ord,JD a 6artide A"stin (1F/ a6"d P2$3O, /00, 6& J*, !"e conce)e Qa ling"agem como "ma atividade constr"ída 6elosainterloc"toresas, o" se=a, ' im6ossível disc"tir ling"agem sem considerar o ato de ling"agem, o ato de esta

>alando em si a ling"agem n:o ' assim descri9:o do m"ndo, mas a9:o& Por o"tras 6alavras, a líng"a n:o ' maivista como "m con="nto de signos !"e se com)inam seg"ndo regras e !"e ' ca6az, sim6lesmente, de transmitir "mamensagem, in>orma97es de "m emissor a "m rece6tor, mas, so)ret"do, como "m ato de ling"agem, !"e, ao se 6ro>erido 6or "m determinado interloc"tor, 6oder# agir so)re os demais, considerando as circ"nstNncias dsit"a9:o com"nicativa&

"anto ; conce69:o de te8to, di>erentemente das >ases anteriores da L3, !"e o conce)iam como "m 6rod"to, n 6ers6ectiva 6ragm#tica o te8to ganha o  status de 6rocesso& $as 6alavras de Bentes (/001, 6& /IJ*, Q&&&D o te8to 6assa a ser est"dado dentro do se" conte8to de 6rod"9:o e a ser com6reendido n:o mais como "m 6rod"to aca)adomas como "m 6rocesso, res"ltado de o6era97es com"nicativas e 6rocessos ling"ísticos em sit"a97esociocom"nicativas& $essa nova ace69:o, o te8to ' visto como o6aco e n:o trans6arente semanticamente, o !"

signi>ica dizer !"e o sentido ' 6rocessado d"rante o ato com"nicativo, tendo como 6onto de 6artida a materialidadling"ística necess#ria 6ara a constr"9:o semNntico+6ragm#tica, !"e de6ende n:o somente da inten9:o do >alantemas tam)'m do conhecimento de m"ndo do "s"#rio da líng"a& O sentido n:o est# 6reso ao cote8to, o" se=a, s"6er>ície te8t"al, mas 6er6assa a materialidade ling"ística e ocorre na intera9:o entre cote8to e o conte8to den"ncia9:o&

 $o !"e se re>ere ao s"=eito, como =# mencionado anteriormente, >"ndamenta+se, evidentemente, nas conce697ede ling"agem inerentes ; 6r<6ria Pragm#tica, na !"al ela ' vista como Q"ma 6r#tica social

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concreta e tam)'m com6le8a, 6ois, en!"anto tal, envolve elementos do conte8to de "so, conven97es de "so e dinten97es do >alante& (A-S32$, 1F/ a6"d PLAXA, /001, 6& J* O s"=eito 6ragm#tico, marcado 6elintencionalidade, emerge das s"as mano)ras, estrat'gias disc"rsivas, !"e ele mo)iliza 6ara conseg"ir se"s intentocom"nicativos& (BRA$`O, /001* W, 6ois, "m s"=eito individ"al (BE$VE$2S3E, 1FKF*, de vontade 6r<6ria, !"visa, de alg"m modo, agir conscientemente so)re o se" interloc"tor na instNncia disc"rsiva&

A 6artici6a9:o do s"=eito, nos est"dos ling"ísticos, ' con>erida 6ela necessidade de se agregar sit"a97ereais de com"nica9:o aos est"dos ling"ísticos, !"ase sem6re a"sentes nas 6es!"isas do 6aradigma >ormal& esse

modo, a conce69:o de s"=eito adotada nessa >ase ' de "m ser consciente de s"as a97es, livre 6ara >azer s"a 6r<6rias escolhas ling"ísticas e sociais& Ve=a+se o E8em6lo 1 a seg"irG

xem(lo ;G 2nvers:o de 6a6'isG )or)oletas >meas corte=am os machos

Est"do constato" !"e com6ortamento se8"al de es6'cie de )or)oletas ' modi>icado de6endendda esta9:o do ano& Certas >meas de )or)oletas se mostram se8"almente agressivas em rela9:oaos machos !"ando s:o e86ostas a tem6erat"ras >rias no est#gio de larva, "m e8em6lincom"m de trocas de 6a6'is se8"ais, revela "ma 6es!"isa 6")licada nesta !"inta+>eira(2$VERS`O&&&, /011*

Analisando (E8em6lo 1*, so) a 6ers6ectiva da Pragm#tica, 6ode+se, inicialmente, inter6retar, a 6artir do tít"lote8t"al Inersão de papéis! borboletas f"meas corte#am os mac$os, !"e o se" 6rod"tor dei8ara trans6arecer a s" 6osi9:o de machista, isto ', de !"e ' o macho !"em deve corte=ar a >mea& A6esar de o m"ndo moderno envolve"m contingente >eminino, o !"al =# oc"6a cerca de I0 da >or9a de tra)alho, e com "ma gera9:o de m"lhere!"e tam)'m corte=am os homens, esse s"=eito se cristalizo" no tem6o, carregando, 6ois, no se" )o=o, o machismotradicional& O re>erido tít"lo do te8to em (1* anteci6a in>orma97es 6rocessadas, em s"a maioria, atrav's din>erncias (MARC-SCH2, 1FK*, 6elo >ato de a Pragm#tica n:o considerar o sentido+literal, o" se=a, o sentidde6reendido a6enas 6or decodi>ica9:o, 6or ser ele 6rocess"al, mas com >oco na inten9:o de "m s"=eitconsciente e individ"al, res6ons#vel 6ela constr"9:o do re>erido sentido n:o literal&

 $essa >ase da L3, di>erentemente do momento 4ram#ticas de 3e8to, em !"e se volto" 6ara o te8to comsistema ling"ístico, >ocaliza+se a Com6etncia Com"nicativa (CC*, introd"zida, na d'cada de 0, 6eloantro6<logo ell H%mes (1FF*& 3ras5, 6a"tado em ell H%mes, conceit"a comoG

&&&D a ca6acidade de "sar a líng"a ade!"adamente em sit"a97es sociais& Para >alar "ma líng"com s"cesso, ' necess#ria "ma com(et5ncia estritamente linguística nessa líng"aG domínio d 6ronUncia, da gram#tica e do voca)"l#rio& Mas ' 6reciso mais do !"e issoG ' necess#ritam)'m "ma com(et5ncia sociolinguística  o conhecimento de coisas tais como o modo dcome9ar e terminar conversa97es, como e !"ando ser ed"cado e como dirigir+se ;s 6essoasAl'm disso, ' necess#ria tam)'m "ma com(et5ncia estratégica, o conhecimento de como

organizar "m trecho de >ala de maneira e>icaz, e como 6erce)er e contornar incom6reens7es o"tras di>ic"ldades& (3RASY, /00I, 6& K, gri>os do a"tor*

A Com6etncia Com"nicativa (CC* traz em si "ma dimens:o social, dei8ando evidente !"e a Com6etnci4ramatical (C4* n:o ' s">iciente 6ara o >alante sair+se )em no se" 6rocesso com"nicativo 6ara tanto, ele devartic"lar a s"a com6etncia gramatical a o"tras com6etncias !"e, a 6artir de Canale (1FF, 6& +K1*, mencionamseG a com6etncia socioling"ística (domínio de regras !"e comandam as signi>ica97es sociais* a com6etncidisc"rsiva (ca6acidade de organizar te8tos com coes:o e coerncia* a com6etncia estrat'gica (domínio destrat'gias 6ara com6ensar sit"a97es interativas di>íceis, como os cola6sos na conversa9:o, dentre o"tros*& Acom6etncia com"nicativa traz ; )aila, n:o

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a6enas a com6etncia ling"ística o conhecimento do c<digo ling"ístico, conse!"entemente da s"a gram#ticacaracterizada 6or regras e estr"t"ras, mas, 6rinci6almente, a ca6acidade de alg"'m "sar a líng"a nas 6r#ticasociais&

A CC ' a ca6acidade de alg"'m "sar a líng"a nas 6r#ticas sociais, dei8ando claro !"e a C4 n:o ' s">iciente

 6ara o >alante sair+se )em no se" 6rocesso com"nicativo 6ara tanto, ele deve artic"lar a s"a C4 a o"tras

com6etncias (a socioling"ística, a disc"rsiva, a com6etncia estrat'gica, dentre o"tras*&

"anto ; no9:o de conte8to, nessa >ase da L3, n:o mais se at'm a "m conte8to ling"ístico stricto sensu, restritao 6rincí6io da imanncia do sistema ling"ístico, !"e consiste, tal como 6ost"lo" Sa"ss"re (1FF*, em est"dar líng"a em si mesma e 6or ela mesma& W, 6ois, eminentemente 6ragm#tico, 6reoc"6ado, 6rinci6almente, em est"dar osentido de "m en"nciado, 6roveniente do "so e da intencionalidade do se" interloc"tor assim sendo, 6ost"la "mno9:o de conte8to relacionada ;s e8tens7es re>erenciais, em es6ecial aos diticos es6aciais eo" tem6orais e aoconhecimentos 6artilhados dos interloc"tores do disc"rso& 3em+se, 6ortanto, "ma no9:o am6la, 6elo >ato dconsiderar n:o s< o conte8to de 6rod"9:o, mas tam)'m as condi97es 6ragm#ticas e cognitivas !"e constit"em o atocom"nicativo, na s"a totalidade& (HE2$E, /000*

 $o Brasil, entre as d'cadas de K0 e F0 do s'c"lo @@, o est"do da coes:o te8t"al teve como alicerce a o)ra d

Hallida% e Hasan& (1FJ, 6& I+J* Con>orme esses ling"istas, Qa coes:o ocorre !"ando a inter6reta9:o de alg"melemento no disc"rso ' de6endente da de o"tro& -m 6ress"67e o o"tro, no sentido de !"e n:o 6ode ser e>etivamentedecodi>icado a n:o ser 6or rec"rso ao o"tro (HALL2AT HASA$, 1FJ, 6& I*, e est# distri)"ída em trcategorias distintas, a sa)erG a coes:o gramatical (!"e com6reende a re>erncia, a s")stit"i9:o e a eli6se*, a coes:ole8ical e a con="n9:o& Passa+se a >ocalizar, inicialmente, a coes:o gramatical, a 6artir da no9:o de re>erncia&

A coes:o ocorre !"ando a inter6reta9:o de alg"m elemento no disc"rso ' de6endente da de o"tro& -m

 6ress"67e o o"tro, no sentido de !"e n:o 6ode ser e>etivamente !eco!ifica!o a n:o ser 6or rec"rso ao o"tro&

(HALL2AT HASA$, 1FJ, 6& I*

A no9:o de re>ernciaKD  est# ligada ao as6ecto gramatical de "ma líng"a, sendo de>inida, geralmenteQcomo "m 6rocesso seg"ndo o !"al se esta)elece "ma rela9:o semNntica entre dois elementos te8t"ais oainda entre "m elemento te8t"al e o"tro e8traling"ístico& (V2E2RA, 1FKK, 6& 1* E ' nesse sentido !"Hallida% e Hasan (1FJ, 6& * a conce)em& Eles 6ost"lam "ma no9:o de re>erncia, constit"ída 6or doielementos, con>orme se veri>ica no es!"emaG

Es!"ema 1 Z Re>erncia em Hallida% e Hasan

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.onteG HE2$E (/000, 6& F1*

A re>erncia e8o><rica ex do grego ]>ora, >ora de, 6ara >ora^ (C-$HA, /001, 6& I/* diz res6eito e86ress:o ling"ística, c"=o re>erente encontra+se no conte8to e8traling"ístico& S:o e86ress7es e8o><ricas oelementos ling"ísticos 6ara c"=a inter6reta9:o recorre+se ao conte8to de sit"a9:o, o" se=a, re>ere+se a elementoe8trate8t"ais&

xem(lo <G A >amília

OC1 + Pode come9ar& (inint* ++

2$.1 + $asci em mil novecentos e cin!"enta e "m, em Salvador&Minha m:e ' de Salvador me" ai ' de Salvador& 3enho a Pro>iss:o de >armac"tica&

OC / + .iz c"rso 6rim#rio e sec"nd#rio e -niversit#rio em Salvador&

2$./+Pode >alar (m"ito )ai8o*

+$asci no ano de mil novecentos e cin!"enta, em M"riti)a&

 

Os 6ronomes e"t"voc, no E8em6lo /, mani>estam a 6ro6riedade e8o><rica, 6or terem a s"a re>ernci

de>inida na instNncia disc"rsivaG cada e", 6or e8em6lo, corres6onde a "m ser Unico do disc"rso, as6ecto !"de>ine o se" valor, en!"anto elemento derivado da en"ncia9:o& Seg"ndo Benveniste (1FF, 6& /K1*, os re>erido 6ronomes s:o signos m<veis, 6ossi)ilitando a !"al!"er loc"tor ass"mi+los na en"ncia9:o, o" se=a, se"s re>erentes:o de>inidos na sit"a9:o com"nicativa& $o E8em6lo /, as ocorrncias marcadas com o sím)olo > re6resentam as>ormas elí6ticas 6ronominais voc (linhas 1 e * e e" (linhas /, , I e *, !"e remetem ora ao in>ormante 2$.(linha /*, ora ao in>ormante 2$./ (linha *, !"e est:o sit"ados no conte8to sit"acional de "ma determinadintera9:o&FD

A end<>ora (éndon, do grego em, dentro de (C-$HA, /001, 6& I/** ', tam)'m, "ma entidade de re>ernciaCont"do, di>erentemente da e8<>ora, ' "m ti6o de re>erncia intrate8t"al em !"e os re>erentes

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DOC -- Hum. E os trajes de gala que porventura pod

INF

m, o smoking ou a casaca fraque eu não sei se ainda h! quem use. Eu vejo nessas "erim#nias a$ pe%a te%evisão, pe%o menos, c

est:o 6resentes a nível de cote8to, isto ', est:o sim)olizados na materialidade te8t"al e n:o na sit"a9:com"nicativa& H# dois ti6os de elementos endo><ricosG an#>ora, !"ando a inter6reta9:o de "ma e86ress:ling"ística, com"mente denominada ana><rica, de6ende da inter6reta9:o de "ma o"tra e86ress:o !"e lhe 6recede ncote8to o se" antecedente cat#>ora, !"ando a inter6reta9:o de "ma e86ress:o ling"ística, o elemento cata><ricode6ende de "ma o"tra !"e lhe 6os67e, o se" conse!"ente&

Ve=a+se o e8em6loG

xem(lo =G Eles1 se mordem de ciUme

4eralmente os ces, !"e demonstram esse sentimento, t:o com"m entre os h"manos, devem

ser controlados, 6ara evitar !"e a vida em >amília torne+se "m tormento& les/s:o "ns amoresBrincam, lam)em, 6edem colo e tm todo o carinho retri)"ído& Mas se 6erce)em !"e o amo

n:o est# sendo dirigido somente a eles, ' melhor sair da >rente& s animais de estima9:tam)'m sentem ciUme, !"e se assemelha ; in!"ieta9:o dos h"manos nas rela97es de namoro o"

amizade& O com6ortamento !elesI n:o tem rela9:o estrita com ra9a, se8o, nem tem6eramentoSeg"ndo es6ecialistas, o !"e se 6erce)e, em geral, ' !"e a c"l6a 6elos ciUmes recai so)re o

 6r<6rios donos &&&D& ($ERT, /010, gri>o nosso*

W necess#rio registrar !"e, de acordo com Hallida% e Hasan (1FJ*, os elementos coesivos endo><ricos< se realizam atrav's de e86ress7es gramaticais (6ronomes 6essoais, 6ossessivos, o)lí!"os de b 6essoaetc&* e esta)elecem tessit"ras te8t"ais a 6artir de itens le8icais 6resentes no te8to& 10D Portanto, dessa cadeicoesiva, destacam+se os seg"intes elementosG

+ os sintagmas nominais (S$* les/

, eles e !eles

I e8ercem a >"n9:o de ana><ricos, na medida em !"e

a s"a inter6reta9:o de6ende da do se" antecedenteG S$ les/ e eles

retomam, res6ectivamente, os ces e

!elesI, -s animais&

+ o sintagma nominal les1, !"e ocorre no tít"lo, de >orma o6osta, >"nciona como cata><rico, 6elo >ato de o 6ronomrealizar+se antes da e86ress:o re>erencial os ces&

A an#>ora e a cat#>ora e>etivam coes:o corre>erencial,11D  6or relacionarem d"as e86ress7es !"e 6oss"em

e8atamente o mesmo re>erente materializado no te8to en!"anto c<digo ling"ístico 6or e8em6lo, o S$ eles mant'm

a mesma re>erncia do se" antecedente os ces& .ocaliza+se, a seg"ir, a coes:o le8ical e a coes:o 6ocon="n9:oG

e acordo com Hallida% e Hasan (1FJ*, a coes:o le8ical 1/D ' "m ti6o de elo te8t"al !"e se di>erencia dodemais, 6or inserir+se no domínio do l'8ico, realizando+se a6enas 6or meio de itens le8icais& A con="n9:o, 6oo"tro lado, se di>erencia dos demais elos te8t"ais >ocalizados, 6or n:o re6resentar elementos de retomadas, mas

sim, 6or relacionar 6ro6osi97es, en"nciados e 6ar#gra>os entre si& Seg"ndo os re>eridos a"tores, os 6rinci6ais elocoesivos con="ntivos s:o as con="n97es coordenativas e s")ordinativas, e86ress7es en"merativas (em 6rimeirl"gar*, rela97es de ca"sa+ conse!"ncia (daí, 6or isso, assim sendo etc&*, dentre o"tros& Considere+se o E8em6lo I

xem(lo >G O vest"#rio

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 $o E8em6lo I, os termos smoking , fra1ue e casaca 6rocessam cost"ras te8t"ais 6or meio de itens le8icais, !"ocorrem como hi6nimos (nomes de sentido mais es6ecí>ico* em rela9:o ao hi6ernimo tra2es !e gala (nomecom sentido mais a)rangente do !"e o do se" hi6nimo*& O hi6ernimo ', etimologicamente, "m nome !"e est# em"ma 6osi9:o hier#r!"ica s"6erior, 6or ser ca6az de incl"ir o"tras 6alavras de sentido mais de>inido& # e86ress:o gramatical mas ' "m e8em6lo da coes:o 6or con="n9:o, ="stamente 6or esta)elecer a 6rogress:ote8t"al 6or meio de elos >ormais !"e cost"ram o te8to, sem recorrer a elementos de retomadas intrae8trate8t"aismas, sim, 6or esta)elecer relacionamentos de 6ro6osi97es, en"nciados e 6ar#gra>os entre si&

Hallida% e Hasan (1FJ* deram es6ecial aten9:o ; coes:o te8t"al, a 6onto de s< terem considerado te8ta!"ele !"e a a6resentasse e86licitamente caso contr#rio, ter+se+ia "m n:o te8to& Por isso ' !"e eles tm so>ridalg"mas críticas, !"e tam)'m incidem na distin9:o entre a e8<>ora e a end<>ora, )em como na no9:o de re>ernciaBron e T"le (1FK*, 6or e8em6lo, demonstram !"e os dis6ositivos de coes:o (vistos como essenciais 6ara de>inio conceito de te8to 6or a!"eles a"tores* n:o s:o necess#rios nem s">icientes 6ara tornarem "m con="nto den"nciado "m te8to, 6ois h# se!"ncias de en"nciados sem os cl#ssicos dis6ositivos coesivos, !"e se constit"emte8tos, 6or!"e s:o 6rocessados a 6artir de conhecimentos de m"ndo e 6artilhados entre os interloc"tores ddisc"rso, )em como de >atores de c"nho 6ragm#tico& H#, tam)'m, te8tos com elementos coesivos e !"eentretanto, n:o chegam a >ormar "m te8to na s"a conce69:o cl#ssica&

Em)ora tivessem considerado Qo te8to como "ma "nidade em "so &&&D, Hallida% e Hasan (1FJ, 6& //+/I,gri>o do a"tor* deram es6ecial aten9:o ; coes:o te8t"al, a 6onto de s< terem considerado te8to a!"ele !"e a

a6resentasse e86licitamente caso contr#rio, ter+se+ia "m n:o te8to& Esse 6osicionamento te<rico e86lica o

conceito !"e eles atri)"em ; tessit"ra te8t"al, de6reendido da cita9:o a seg"irG Qa coes:o ocorre !"ando a

inter6reta9:o de alg"m elemento no disc"rso ' de6endente da de o"tro& -m 6ress"67e o o"tro, no sentido de

!"e n:o 6ode ser e>etivamente !eco!ifica!o a n:o ser 6or rec"rso ao o"tro& Cote=ando essas ace697es

entre si, Qte8to e Qcoes:o, 6arece !"e h# "ma incongr"ncia te<rica entre am)os, na medida em !"e Qo

te8to em "so ' "m 6rocesso e n:o "m mero 6rod"to, c"=a inter6reta9:o se esgota na decodi>ica9:o&

Yoch (1FF* critica, tam)'m, a o)ra de Hallida% e Hasan (1FJ*, 6or eles terem considerado a an#>ora a coes:o le8ical dis6ositivos coesivos inde6endentes "m do o"tro, !"ando, em verdade, todos e8ercem a>"n9:o de re>erncia ana><rica, o" se=a, 6rocessam retomadas te8t"ais 6ont"alizadas&

Bea"grande e ressler (1FK1*, 6osicionando+se contra essa te8t"alidade, 6a"tada a6enas em elementocoesivos 6resentes no cote8to, a6resentaram sete 6rincí6ios da te8t"alidade, !"e se alicer9avam, so)remodo, emla9os semNntico+6ragm#ticosG coerncia, coes:o (centradas no te8to*, intencionalidade, aceita)ilidadein>ormatividade, sit"acionalidade e interte8t"alidade (centrados no "s"#rio*&

Com6lementarmente ;s ideias de Bea"grande e ressler (1FK1*, Yoch e 3ravaglia (1FFJ* a6resentaramre>le87es 6ont"ais so)re a coerncia te8t"al, a6oiando+se nos est"dos desses 6es!"isadores e, es6ecialmenteem Charolles, ao registrarem !"eG

&&&D a 6artir do meio da d'cada de J0, ho"ve "ma revis:o na )ase em6írica das gram#ticas dete8to, 6or!"e se veri>ico" !"e as se!"ncias de >rases n:o eram coerentes o" incoerentes em simas !"e t"do de6endia m"ito da sit"a9:o e da ca6acidade de c#lc"lo do rece6tor& 2sto o levo" aa>irmar a no9:o de coerncia como "m 6rincí6io de inter6reta)ilidade do te8to, ligado ca6acidade de c#lc"lo do inter6retador e a 6rocessos de c#lc"los de signi>ica9:o(CHAROLLES, 1FKJ a6"d YOCH 3RAVA4L2A, 1FFJ, 6& //*

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V+se, 6ois, !"e a coerncia n:o mais se limita ; 6ossi)ilidade de o rece6tor de6reender conceitos a 6artir dote8to en!"anto c<digo ling"ístico& Assim 6a"tados, Yoch e 3ravaglia (1FFJ, 6& 11* v:o conceit"ar a coerncite8t"al comoG

&&&D algo !"e se esta)elece na intera9:o, na interloc"9:o, n"ma sit"a9:o com"nicativa entre doi"s"#rios& Ela ' o !"e >az com !"e o te8to >a9a sentido 6ara os "s"#rios, devendo ser vista, 6oiscomo "m 6rincí6io de inter6reta)ilidade do te8to& Assim, ela 6ode ser vista tam)'m como ligad; inteligi)ilidade do te8to n"ma sit"a9:o de com"nica9:o e ; ca6acidade !"e o rece6tor do te8t(!"e o inter6reta 6ara com6reend+lo* tem 6ara calc"lar o se" sentido&

Con>orme se o)serva, Yoch e 3ravaglia (1FFJ* seg"em, 6ortanto, as ideias de Charolles (1FKJ*, ha=a vistconsiderar a coerncia tam)'m como "m 6rincí6io de inter6reta)ilidade te8t"al&

Yoch e 3ravaglia (1FFJ* endossam a no9:o de coerncia de Charolles (1FKJ*, entendida como "m 6rincí6io de

inter6reta)ilidade do te8to, ligado ; ca6acidade de c#lc"lo do inter6retador e a 6rocessos de c#lc"los de

signi>ica9:o&

 $o transc"rso da d'cada de F0 do s'c"lo 6assado, Yoch e 3ravaglia (1FFJ* a6resentaram 1 >atoreminimamente essenciais ao 6rocessamento da coerncia te8t"al, a sa)erG o conhecimento ling"ístico (conhecimentoda estr"t"ra gramatical de "ma líng"a* o conhecimento de m"ndo (conhecimento ad!"irido 6elo indivíd"o, ndecorrer das s"as e86erincias* conhecimentos 6artilhados (conhecimentos de m"ndo com"ns aos interloc"tores dodisc"rso* as in>erncias (o6era9:o n:o e86lícita entre elementos de "m te8to* >atores de conte8t"aliza9:(elementos !"e ancoram o te8to, a e8em6lo da data, assinat"ra, localiza9:o e elementos gr#>icos, )em como tít"loa"tor, início do te8to* sit"acionalidade (inter>erncia da sit"a9:o 6ara o te8to, o" desse 6ara a sit"a9:o*in>ormatividade (gra" de 6revisi)ilidade da in>orma9:o no te8to* >ocaliza9:o (concentra9:o dos "s"#rios ema6enas 6arte do te8to* interte8t"alidade ("tiliza9:o de "m te8to de6endente do conhecimento de "m o" mais te8to 6reviamente encontrados* intencionalidade (atit"de do 6rod"tor em constr"ir te8tos, 6ara atingir as s"as inten97ee 6ro6<sitos* aceita)ilidade (atit"de de o interloc"tor te8t"al aceitar o" n:o o te8to como "ma >orma ling"ísticcoesa e coerente* consistncia (e8ige !"e cada en"nciado do te8to este=a coeso com os demais en"nciados nelcontidos, o" se=a, !"e os en"nciados se=am verdadeiros entre si e n:o contradit<rios* e a relevNncia (man"ten9:odo mesmo t<6ico disc"rsivo*&

A Virada Pragm#tica, de >ato, tro"8e grandes contri)"i97es 6ara o est"do ling"ístico, em es6ecial, 6ara otratamento do te8to em sala de a"la, ao 6r em >oco, de modo sistem#tico, a necessidade de se considerar o te8ten!"anto 6rocesso, trazendo "ma disc"ss:o so)re a !"est:o do sentido !"e, na tradi9:o, >oi e ' o)=eto dre>le8:o de v#rias disci6linas (a hermen"tica, a ling"ística, a semi<tica, a l<gica, a sociologia, a 6sicologia, teoria liter#ria etc&*& Ao considerar o 3E@3O como 6rocesso, a Ling"ística 3e8t"al revol"ciono" os m'todo

tradicionais de inter6reta9:o te8t"al, levando os 6ro>essores a transcenderem a camisa de >or9a em !"e a atividadde com6reens:o te8t"al se limitava ; 6"ra atividade de co6ia9:o& Cont"do, 6ro6"nha, na s"a ace69:o cl#ssica, daconta do sentido a 6artir, 6re6onderantemente, de "m s"=eito individ"al, marcado 6ela s"a intencionalidade, res6ons#vel 6elo sentido n:o literal& Assim alicer9ado, o signi>icado res"ltaria da intera9:o entre a e86ress:ling"ística e o conte8to em !"e ela >osse "sada (conte8to imediato, o l"gar, os 6artici6antes e a rela9:o !"esta)elecem entre si*& $as 6alavras de Possenti (/00I, 6& *, Qa 6ragm#tica seria "ma >orma de sol"cionar !"est:o do sentido invocando a inten9:o do >alante& Essa limita9:o da 6ragm#tica !"e e8cl"i" a historicidade e s"=eito no 6lano social >ez com !"e os ling"istas de te8to )"scassem novos

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es6a9os te<ricos !"e 6"dessem 6reencher essa lac"na, tal como se o)serva nas re>le87es a seg"ir&

Tra+an!o no0os caminhos

A transi9:o entre os s'c"los @@ e @@2, em es6ecial no Brasil, a6onta avan9os na Ling"ística 3e8t"al (L3* !"d:o sinais e>etivos de novos momentos a 6ers6ectiva sociocognitivo+interacionista de Yoch (/00I*, =consolidada no cen#rio nacional, e a >ase )a5htiniana (HE2$E, /011)*, !"e 6a"latinamente tenta >irmar+se noest"dos da L3& a 6ers6ectiva sociocognitiva, ressaltam+se )reves re>le87es so)re a conce69:o de mente e cor6o

de s"=eito social, da re>erencia9:o e de te8to& (YOCH, /00I* $o !"e tange ; rela9:o mente e cor6o, nas cincias cognitivas cl#ssicas, esses dois elementos >oramconsiderados desvinc"lados entre si& Cont"do, as 6es!"isas em di>erentes #reas cientí>icas (antro6ologiane"roling"ística, ne"ro)iologia etc&* vm demonstrando !"e esses >enmenos encontram+se interde6endentes, nmedida em !"e m"itos dos 6rocessos cognitivos tm 6or )ase a 6erce69:o e a ca6acidade de at"a9:o >ísica nm"ndo& (YOCH, /00I*

Assim sendo, as o6era97es n:o se d:o a6enas na mente dos indivíd"os, mas s:o o res"ltado da intera9:ode v#rias a97es con="ntas 6or eles 6raticadas (as6ectos sociais, c"lt"rais e interacionais*& E ' essa intera9:o!"e alicer9a a ling"agem, gerando "m >'rtil terreno 6ara a constr"9:o de signi>icados a 6artir de "ma rede dedi>erentes >atores (cren9as, conhecimentos 6artilhados, as normas, conven97es socioc"lt"rais etc&*&

i>erentemente da a)ordagem 6ragm#tica, a re>erida 6ers6ectiva dial<gico+interacional da líng"a 6ost"la "ms"=eito n:o individ"al, mas eminentemente social, em !"e os interloc"tores s:o Q&&&Dvistos comoatoresconstr"tores sociais, o te8to 6assa a ser visto como o 6r<6rio l"gar da intera9:o e os interloc"tores coms"=eitos ativos !"e dialogicamente nele se constroem e 6or ele s:o constr"ídos& (YOCH, /00I, 6& /+Conse!"entemente, os eventos ling"ísticos n:o s:o mais a"tnomos e individ"ais, mas, ao contr#rio, te8to 6rocessados a 6artir de contín"as inter>aces com o o"tro&

"anto ; no9:o de re>erencia9:o, =# tra)alhada 6or Heine (/000*, 6ara melhor com6reend+la, ' 6ertinentrevisitar a no9:o cl#ssica da re>erncia, !"e ' entendida como "ma rela9:o de corres6ondncia direta entre a 6alavras e as coisas, 6ost"lando a met#>ora do es6elho, !"e considera a líng"a como "ma re6resenta9:o drealidade& $as 6alavras de .iorin (/00/, 6& K*, Qnessa conce69:o, h# "ma rela9:o direta entre 6alavras e coisasde modo !"e a líng"a ' entendida como "ma nomenclat"ra& 2sso 6ress"67e "m m"ndo a"tnomo em !"e aentidades ling"ísticas inde6endem de !"al!"er s"=eito em se" evento com"nicativo, na medida em !"e a re>ernci' "m >enmeno a6riorístico ao disc"rso& (MO$AA -BO2S, 1FF* Considerando !"e a no9:o de re>erncie8cl"i o s"=eito no se" 6rocesso e>etivo, Mondada e ")ois (1FF, 6& /J+/J, trad"9:o nossa* 6osicionaram+scontra essa tese, con>orme se veri>ica na cita9:o a seg"irG

A ideia seg"ndo a !"al a ling"agem ' "m sistema de eti!"etas !"e se 6rendem ;s coisaatravessa a hist<ria do 6ensamento ocidental& O67e+se a ela "ma o"tra conce69:o na !"al os"=eitos constroem, atrav's de 6r#ticas disc"rsivas e cognitivas social e c"lt"ralmente sit"adas

vers7es 6U)licas do m"ndo&1D

Esses ling"istas 6reconizam "ma re>erncia distinta da!"ela !"e esta)elece como se" 6rincí6io )#sico "mrela9:o direta, )i"nívoca, entre "ma entidade ling"ística e o o)=eto do m"ndo a ela corres6ondente, em 6rol d"ma no9:o de re>erencia9:o, constr"ída e 6rocessada a 6artir do "so ling"ístico, valorizando, neste, os as6ectocognitivos, )em como os socioc"lt"rais&

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 $esta conce69:o, os re>erentes dei8am de e8istir como algo a priori do disc"rso, 6ois s:o constr"ídos ndisc"rso e 6elo disc"rso 6or isso ' !"e s:o denominados de o)=etos+de+disc"rso, entidades de re>erencia9:ode6endentes das o6era97es cognitivas, das atividades ver)ais o" n:o, das negocia97es de intera9:o& (MO$AA-BO2S 1FF*

A no9:o de re>erencia9:o re>"ta, 6ortanto, o conceito cl#ssico de re>erncia,

&&&D como sim6les re6resenta9:o e8tensional de re>erentes do m"ndo e8tramental, mas simcomo a!"ilo !"e designamos, re6resentamos, s"gerimos !"ando "samos "m termo o" criamo"ma sit"a9:o disc"rsiva re>erencial com essa >inalidadeG as entidades designadas s:o vistacomo ob#etos-de-discurso & (YOCH, /00I, 6& J, gri>o do a"tor*

Heine (/000*, em)ora reconhe9a o valor incomens"r#vel do momento Sociocognitivista, ressalta, cont"do, !"e Ling"ística 3e8t"al ainda 6recisa avan9ar& Para tanto, s"gere "ma nova >ase so) a 6ers6ectiva te<rica de Ba5htin&

" fase ba6htiniana

As 6egadas !"e vm dando s"stenta9:o a essa >ase )a5htiniana ligam+se, em es6ecial, ;s re>le87es te<ricas d>il<so>o r"sso Mi5hail Ba5htin (1KF+1FJ* e ; no9:o de s"=eito social& (YOCH, /00I* Por'm, ' a 6artir de Barro

(/00J* !"e essas ideias tm se solidi>icado, visto !"e, desde 1FFI, vm )"scando 6ont"ar as contri)"i97es dBa5htin em rela9:o ao te8to eo" disc"rso 6es!"isa !"e im6ele a rever os 6rec"rsores stricto sensu da Ling"ístic3e8t"al, incl"indo, entre eles, o >il<so>o Ba5htin&

 $a literat"ra vigente no Brasil, s:o com"mente considerados 6rec"rsores da Ling"ística 3e8t"alG a Escola

Ling"ística de Praga, os .ormalistas R"ssos, a Estilística etc& 6or'm, Ba5htin n:o ' citado, salvo !"ando

se vai tratar de gneros do disc"rso, em es6ecial&

Barros (/00J* assevera !"e Ba5htin se volto" 6ara a !"est:o do disc"rso e te8to1ID com ac"idade, chegando lhes atri)"ir o  status de o)=eto de est"do das Cincias H"manas, e8cl"indo+os, 6ois, da Ling"ística, c"=o

 6ress"6ostos te<ricos se restringiam, ; '6oca, ; langue (líng"a* sa"ss"riana, entidade a)strata, homognea e s"6raindivid"al, tendo, metodologicamente, como limite de an#lise a senten9a, "nidade >ormal na !"al se analisa c<digo ling"ístico, a6enas&

Assim, 6ara Ba5htin (/00, 6& 1/*, o te8to ' o o)=eto de est"do das Cincias H"manasG

As cincias h"manas s:o as cincias do homem em s"a es6eci>icidade, e n:o de "ma coism"da o" "m >enmeno nat"ral& O homem em s"a es6eci>icidade h"mana sem6re e86rime a smesmo (>ala*, isto ', cria te8to (ainda !"e 6otencial*& Onde o homem ' est"dado >ora do te8to inde6endente deste, =# n:o se trata de cincias h"manas (anatomia e >isiologia do homem etc&*&

Ainda seg"ndo Barros (/00J*, o te8to a6resentaria as seg"intes característicasG seria conce)ido como "mentidade !"e signi>ica, dei8ando claro !"e as Cincias H"manas se 6reoc"6am com os 6rocessos de signi>ica9:o n:o com o sistema ling"ístico imanente o te8to seria "ma entidade constit"tivamente dial<gica, alicer9ada n"mconte8to lato sensu, !"e a)arca o hist<rico, o social, o c"lt"ral etc&, trazendo ; )aila o >alante res6onsivo, !"e ageativamente em "m ato a8iol<gico de ling"agem& $as 6alavras de Ba5htin (/00, 6& /J1*, o s"=eito,

&&&D ao 6erce)er e com6reender o signi>icado (ling"ístico* do disc"rso, oc"6a sim"ltaneamenteem rela9:o a ele "ma ativa 6osi9:o res6onsivaG concorda o" discorda dele (total o" 6arcialmente*, com6leta+o, a6lica+o, 6re6ara+se 6ara "s#+lo&

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Esse con>ronto Cincias H"manas ersus Ling"ística n:o ' mais 6ertinente, 6elo >ato de a Ling"ísticahodiernamente, constit"ir+se dos 6aradigmas >ormal e >"ncional, tendo, nesse Ultimo, linhas de 6es!"isa !"transcendem o sistema ling"ístico, a !"al incl"i o s"=eito nas s"as re>le87es&

Portanto, ' inade!"ado >alar em Ling"ística, re>erindo+se a6enas ; Ling"ística >ormal& A Ling"ística ' "ma

cincia !"e, contem6oraneamente, a)riga v#rias vertentes, incl"sive a!"elas !"e consideram o s"=eito em se"

 6leno e8ercício disc"rsivo& W de s"ma im6ortNncia, 6ois, consider#+la constit"ída de trs 6aradigmasG o >ormal

o >"ncional e o ideol<gico+ disc"rsivo, 6ois todos eles tm como Nncora os 6ress"6ostos ortodo8os da cinciada ling"agem& (HE2$E, /011a*

3endo como 6onto de 6artida as contri)"i97es de Ba5htin, n:o se 6ode, diante das 6ro6ostas da Ling"ístic3e8t"al, considerar !"e e8iste "m sentido te8t"al 6reesta)elecido e desvinc"lado de ideologias& Em o"tra 6alavras, todo te8to 6oss"i "ma gama de 6ossi)ilidades de sentidos, !"e se alicer9am em "m conte8to dial<gicoideol<gico, caracterizado 6or "ma ling"agem eminentemente semi<tica&

W 6reciso registrar !"e a literat"ra da L3, em es6ecial, das Ultimas d'cadas do s'c"lo @@, =# tenhincor6orado alg"mas das ideias )asilares do re>erido >il<so>o r"sso& Cont"do, 6arece n:o contem6lar 6ilaresing"lares !"e >azem 6arte do s"stent#c"lo te<rico )a5htiniano, a e8em6lo da no9:o de ideologia, s")=acent

; s"a o)ra como "m todo& A transi9:o entre os s'c"los @@ e @@2, so)ret"do no Brasil, a6onta avan9os naLing"ística 3e8t"al (L3* !"e d:o sinais e>etivos dessa >ase )a5htiniana (HE2$E, /011)*, !"e 6a"latinamentvai se >irmando nos est"dos da L3&

O conceito de texto

S"gere+se considerar o te8to comoG

Evento dial<gico, ling"ístico+semi<tico, >alado e escrito& A)arca, 6ois, n:o somente o signver)al, mas tam)'m os demais signos no seio social (imagens, sinais, gestos, meneios dca)e9a, elementos 6ict<ricos, gr#>icos etc&*& Assim com6reendido, a6resenta+se constit"ído d

d"as camadas !"e se im)ricam m"t"amenteG a camada ling"ístico+>ormal, !"e consiste do 6rincí6ios mor>o>onol<gicos, sint#ticos, semNnticos e a camada hist<rico+ideol<gicacaracterizada 6elo 6rocessamento de sentidos in>erenciais e e>etivada a 6artir de di>erenteestrat'gias (conhecimentos de m"ndo, conhecimentos 6artilhados, intencionais, 6osi97eideol<gicas, dentre o"tros* !"e v:o alicer9ar a constr"9:o desses sentidos& (HE2$E, /01/, 6& 1*

Evento dial<gico, do dialogismo de Ba5htin, c'l"la n"clear da s"a o)ra, 6ara a !"al o homem sem6re sencontra em s"a rela9:o com o o"tro, tra9o inerente ; intera9:o das 6r#ticas sociais& Portanto, o te8to, em !"al!"esit"a9:o, n"nca ser# com6letamente individ"al, o !"e cond"z a re>"tar a tese do monologismo assim conce)ido, o

te8to ' constit"tivamente dial<gico, esta)elecendo, de >orma inalien#vel, a intera9:o com o o"tro, o >alante !"e s 6osiciona de >orma res6onsiva, isto ', o s"=eito !"e toma "ma 6osi9:o ativa no disc"rso e n:o "m sim6lerece6tor 6assivo&

ial<gico, 6or!"e, em !"al!"er sit"a9:o, o te8to n:o 6rov'm t:o s< do conte8to imediato, em !"e com"nica9:o est# sendo e>etivada, 6ois ele vai sem6re 6roceder de alg"'m e dirigir+se a o"trem, o !"e signi>icasseverar !"e 6oss"i "m conte8to, n"ma ace69:o lato sensu, o" se=a, o hist<rico, o social, o c"lt"ral etc& $:o h"ma 6alavra !"e se=a a 6rimeira o" a Ultima, e n:o h# limites 6ara o conte8to dial<gico (esse se 6erde em "m 6assado ilimitado e em "m >"t"ro ilimitado*&

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ial<gico, 6or!"e o s"=eito )a5htiniano eo" dial<gico n"nca ' com6leto e >echado em si mesmo s"a e8istnciade6ende do relacionamento com os o"tros& Assim sendo, esse s"=eito ' eminentemente social, mas 6ode detetra9os individ"ais a ele associados, o !"e demonstra ainda a 6resen9a da 6ragm#tica,

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 6or'm n"ma ace69:o larga, n:o cl#ssica, a)arcando >enmenos da signi>ica9:o !"e n:o 6rovm a6enas dsit"a9:o en"nciativa& Portanto, o social e o hist<rico n:o e8cl"em s"tis !"est7es individ"ais& O s"=eito dial<gico )a5htiniano !"e ' eminentemente social, mas com n"ances intencionais no 6rocesso disc"rsivo, o !"e con>ig"ra s"a >ace individ"al&

texto como e0ento !ial?gico

 $a 6ro6osta de Heine (/011)*, o te8to 6assa a ser visto como "m evento dial<gico !"e e8tra6ola os as6ectos

>ormais de s"a constit"i9:o, englo)ando >atores sociais, hist<ricos e tam)'m ideol<gicos, sendo, 6ortanto, "melemento com6le8o !"e 6ode ser a6resentado so) diversas >ormas e !"e n:o se esgota no c<digo ling"ístico&

ial<gico, 6or!"e o te8to ' o6aco e n:o trans6arente semanticamente, o" se=a, o sentido n:o est# a6enanele, visto !"e Q&&&D a inter6reta9:o de "m en"nciado n:o 6ode levar em considera9:o a6enas a in>orma9:ling"ística& (CHARA-EA- MA2$4-E$EA-, /00I, 6& FI* Registra+se !"e, en!"anto entidade 6rocess"al, aconce69:o de te8to diz res6eito tanto ; líng"a >alada como ; líng"a escrita&

ial<gico, 6or!"e o te8to ' "ma entidade ideol<gica, tendo, como s"6orte te<rico, o conte8to, n"mace69:o lato sensu, o" se=a, o hist<rico, o social, o c"lt"ral etc& 2deol<gico, 6or!"e a 6alavra em si mesma 'ne"tra, !"ando ainda >az 6arte de "m sistema ling"ístico geral& Por'm, !"ando colocada em "so no 6rocessocom"nicativo, ela 6erde a ne"tralidade e 6assa a ser revestida de "ma m"lti6licidade de sentidos, marcadoideologicamente& (.2OR2$, /00F* $a tradi9:o, a ideologia a6onta 6ara o social, e8cl"indo o individ"al, como' o caso da An#lise de isc"rso .rancesa mas, 6ara Ba5htin, a ideologia 6ermite !"e o social, o hist<rico o individ"al se entrelacem m"t"amente&

O te8to ' semi<tico, 6or!"e a)arca o signo nas 6r#ticas sociais, considerando, 6ois, n:o somente o signover)al, mas tam)'m os demais signos no seio social (imagens, sinais, gestos, meneios da ca)e9a, dentro"tros*&

Portanto, 6ara >inalizar, ressalte+se !"e a no9:o de te8to, 6a"tado nos est"dos hodiernos da Ling"ística de 3e8ton:o 6ode ser conce)ida como "m con="nto de >rases, mas, so)ret"do, como evento dial<gico+ ideol<gico, hist<rico

ling"ístico+semi<tico, >alado o" escrito& essa >orma, im6ele, tam)'m, "ma m"dan9a na s"a conce69:o dcoerncia te8t"al, ha=a vista a ideologia dever 6assar "m dos se"s elementos constit"tivos&Assim entendido, n:o h# como se esta)elecer "m hiato, 6or e8em6lo, !"ando se tem "ma tirinha 6ara se

tra)alhada em "m livro did#tico, entre >otosimagens e te8to, en!"anto c<digo ling"ístico& essa >orma, se estariaretrocedendo aos a6aratos >ormais, isto ', ao te8to en!"anto c<digo ling"ístico, a6enas, !"e e8cl"i o s"=eito ns"a s")=etividade, analisando e8cl"sivamente a >orma ling"ística&

Portanto, o a6orte te<rico desta >ase )a5htiniana da Ling"ística te8t"al se di>erencia dos se"s o"tromomentos 6or considerar e>etivamente os 6ress"6ostos te<ricos )a5htinianos, 6ois, 6ara Ba5htin (1FFJ*, a 6alavras s:o tecidas a 6artir de "ma m"ltid:o de >ios ideol<gicos !"e emanam dos diversos cam6os datividade h"mana&

Seg"ndo .araco (/00F, 6& I, gri>o do a"tor*,

 $os te8tos do Círc"lo, a 6alavra ideologia ' tam)'m "sada, em geral, 6ara designar o "niversodos 6rod"tos do ]es6írito^ h"mano, a!"ilo !"e alg"mas vezes ' chamado 6or o"tros a"tores dec"lt"ra imaterial o" 6rod"9:o espiritual D&

Para esse ling"ista, C"lt"ra imaterial com6reende toda a 6rod"9:o imaterial, sim)<lica, 6roveniente

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das a97es h"manas& A)range, 6ois, as tradi97es !"e "m gr"6o social 6reserva (os h#)itos, as re6resenta97esim)<licas constr"ídas 6elo mesmo, dentre o"tros*, a)arcando, tam)'m, a arte, a cincia, a >iloso>ia, o direito(.ARACO, /00F*

iante dessas considera97es, est# claro !"e o termo ideologia, em Ba5htin, n:o 6ode ser con>"ndido com ace69:o de ideologia, em Mar8 e Engels, >"ndadaG

&&&D no 6eríodo em !"e a )"rg"esia havia se convertido de classe revol"cion#ria a classdominante, interessada em manter a divis:o de classes da sociedade no 6eríodo em !"e estavinteressada em oc"ltar as reais contradi97es !"e 6oderiam colocar em evidncia a necessidadede trans>orma9:o das estr"t"ras e das rela97es ca6italistas de 6rod"9:o& (PO$X2O, /00K, 611+11I*

E>etivamente, a asser9:o, anteriormente registrada, de !"e Qcada cam6o de criatividade ideol<gica tem se 6r<6rio modo de orienta9:o 6ara a realidade e re>rata a realidade ; s"a 6r<6ria maneira (BAYH32$, 1FFJ, 6*, evidencia !"e a conce69:o de ideologia de Ba5htin n:o e!"ivale ; de Mar8, na medida em !"e os gr"6osociais, e n:o a classe da )"rg"esia, v:o re>ratar a realidade a 6artir de "m sistema de valores, constr"ído no seide "ma determinada com"nidade social&

e modo mais e86lícito, cita+se Ba5htinG QPor ideologia entendemos todo o con="nto dos re>le8os e dainter6reta97es da realidade social e nat"ral, !"e tem l"gar no c're)ro e se e86ressa 6or meio de 6alavras &&&D o"o"tras >ormas sígnicas& (BAYH32$, 1F0 a6"d PO$X2O, /00K, 6& 11I*

Para tanto, alicer9a+se em Ba5htin, 6ara o !"al Qtodo signo ' ideol<gico& (BAYH32$, 1FFJ, 6& 1* e acordcom o re>erido >il<so>o, a ideologia 6rov'm das di>erentes es>eras sociais (a religi:o, a arte, a moral, a cincia, a'tica, a >iloso>ia etc&*, e do signo entidade ling"ístico+semi<tica !"e, 6or si s<, e86ressa sem6re "ma 6osi9:avaliativa, 6ois n:o h# en"nciado ne"tro a 6r<6ria ret<rica da ne"tralidade ', tam)'m, "ma 6osi9:o a8iol<gica& $tradi9:o, a ideologia a6onta 6ara o social, e8cl"indo o individ"al, como ' o caso da An#lise de isc"rso.rancesa mas, 6ara Ba5htin, a ideologia 6ermite !"e o social, o hist<rico e o individ"al se entrelacem m"t"amentea6esar de se o)servar a 6re6onderNncia dos dois 6rimeiros so)re o terceiro& Esse alicerce te<rico 6ermite constr"i

o s"=eito dial<gico )a5htiniano, !"e ' eminentemente social, mas com n"ances intencionais no 6rocesso disc"rsivoo !"e con>ig"ra a s"a >ace individ"al&Retomando o conceito de te8to a!"i a6resentado e s"as d"as camadas im)ricadas entre si + a camad

ling"ístico+>ormal e a camada hist<rico+ideol<gica (HE2$E, /01/* + 6ode+se asseverar !"e o te8to a)arcsim"ltaneamente o conte8to ling"ístico stricto sensu, o conte8to imediato e o conte8to mediato, !"e se envolvemm"t"amente a >im de se gerar o sentido, em)ora ha=a certa 6re6onderNncia do conte8to mediato so)re o conte8toimediato e o conte8to ling"ístico stricto sensu, a6esar deste constit"ir o 6onto de 6artida ; com6reens:o te8t"al&

Para melhor e86lic#+los, recorre+se ; ideia de "m es6elho c"rvo, !"e 6ode re>letir di>erentes imagens de "mmesmo o)=eto a de6ender do Nng"lo de incidncia do raio l"minoso analogamente, o te8to 6ode re>letir as d"acamadas de >orma sim"ltNnea, o" a6enas a camada ling"ístico+>ormal, gerando, conse!"entemente, di>erente

 6rocessos de com6reens:o te8t"al& A reflexão sobre a coesão textual 

Por Ultimo, tenta+se res6onder ; !"est:oG a coes:o te8t"al se at'm a6enas ao te8to en!"anto c<digo ling"ísticoConsiderar o te8to en!"anto c<digo ling"ístico ' v+lo como "m 6rod"to te8t"al, em !"e a

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INF... o pneu), ele tem uma )orra"ha espe"ia% "om a%9uma parte dentro da borracha que ' aderente. Então, se &ura por um pre9o

eu a"ho uma )e6E<a... o pessoa% ir pra11 pra as O%imp$adas treiN5 tudo '... são amaDOres todos n'? eu não eu não leio muito

coes:o s< se realiza 6or meio de "m 6rocesso seg"ndo o !"al se esta)elece "ma rela9:o semNntica entre doielementos te8t"ais, materializados na s"6er>ície ling"ística& Para tanto, recorre, so)remodo, ; congr"ncimor>ol<gica, ligada ; identi>ica9:o do gnero e do nUmero do ana><rico& (HE2$E, 1FF1* Como il"stra9:o, ve=ase o E8em6lo a seg"irG

xem(lo @G 3rans6ortes

 $o E8em6lo , tem+se "m e8em6lo cl#ssico em !"e os sintagmas nominais 6ronominais (S$*, na >"n9:o dan#>ora, ele e ela, retomam os se"s antecedentes, res6ectivamente, corres6ondendo ;s e86ress7es o (neu eborracha& 3em+se, aí, "m e8em6lo cl#ssico de coes:o corre>erencial (HE2$E, /000*, tradicionalmentconsiderada como o 6rot<ti6o da an#>ora, vista em "ma ace69:o  stricto sensu%  $a tradi9:o, a corre>erncia "m ti6o de coes:o te8t"al !"e se caracteriza 6or relacionar d"as e86ress7es !"e 6oss"em e8atamente o mesmre>erente, esta)elecendo e!"ivalncia de identidade re>erencial entre o re>erente do antecedente e o do se

elemento coesivo& O se" 6rocessamento envolve "m S$ 6leno e "m S$ 6ronominalizado, tendo comcaracterística a reativa9:o do re>erente idntico ao do se" antecedente& Essa o6era9:o tam)'m ocorre entrsintagmas nominais 6lenos, desde !"e o se" 6rincí6io de >"ncionamento se=a res6eitado, isto ', desde !"e e86ress:o rec"6ere o mesmo re>erente do se" antecedente& O E8em6lo , il"strado, tem como )ase te<rica Hallida%e Hasan (1FJ*, c"=o 6rocesso de coes:o e8ige a 6resen9a, no te8to en!"anto c<digo, do S$ antecedente e do seS$ conse!"ente&

A6esar do se" alicerce 6ragm#tico, d"rante a terceira >ase da L3,1D a coes:o te8t"al ainda se ateve nos moldede Hallida% e Hasan (1FJ*& Entretanto, em meados da d'cada de F0 do s'c"lo @@, alg"ns te8t"alistas come9arama realizar 6es!"isas !"e transcendiam o re>erido en>o!"e de Hallida% e Hasan (1FJ*, dentre os !"ais, mencionamseG Ylei)er (1FF1*, A6oth'loz (1FF*, Marc"schi (/001* e Heine (/000*& Heine s"geri" am6liar a conce69:

desse ti6o de coes:o, 6ro6ondo o ei8o da coes:o n:o+ corre>erencial& Como e8em6lo, considere+seG

xem(lo AG ivers7es

Analisando o E8em6lo , destaca+se o en"nciado eu no eu no leio muito neg?cio !e esB-Rte&&& !">"nciona, nesta an#lise, como "ma es6'cie de Nncora !"e 6ossi)ilitar# a tessit"ra te8t"al atrav's do S$ as folha

  a coes:o ana><rica associativa& $este caso, e>etiva+se "ma coes:o n:o+corre>erencial 6or!"e o S$ as folha

 6rocessa cost"ras te8t"ais sem esta)elecer retomada direta com o se" antecedente& Assim sendo, n:o reativre>erentes, mas introd"z "m novo re>erente, em)ora este mantenha

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im)ricamentos com a s"a Nncora, 6ois, !"ando se diz eu no eu no leio muito neg?cio !e esB-Rte &&&, tem+se "mcam6o  semNntico  lato sensu !"e incl"i as e86ress7es (=ogos, Olim6íadas, atletas, amadores, =ornais im6ressosse9:o de es6orte etc&*& iante desse esco6o semNntico, o 6rod"tor do te8to, em >"n9:o dos se"s o)=etivos, escolh"ma das e86ress7es, a >im do te8to 6rogredir& Portanto, a escolha do S$ as folhas Qn:o ' aleat<ria e sim>"ndamentada cognitiva e disc"rsivamente 6or alg"m ti6o de associa9:o &&&D& (MARC-SCH2, /001, 6&/// * W 6ois, "ma coes:o n:o+corre>erencial associativa, 6elo >ato de n:o esta)elecer "ma tessit"ra direta, 6a"tada no cote8to& Poder+se+ia s"marizar alg"ns tra9os da coes:o n:o+ corre>erencial, a sa)erG

+ s:o o6era97es te8t"ais !"e n:o se limitam a6enas ao co+te8to, mas recorrem, so)remodo, ao conte8to

ideol<gico, 6ragm#tico e s<cio+ hist<rico

+ o re>erente de "m S$ ana><rico associativo caracteriza+se 6or ser distinto do re>erente do se"

antecedenteNncora 6or isso o se" tra9o novo, em)ora mantenha com ele estreitos la9os

indiretos

+ o ana><rico associativo n:o de6ende de "ma congr"ncia mor>ol<gica, nem da necessidade de reativar

re>erentes =# e86licitados, ativa9:o de novos re>erentes

+ o S$ associativo n:o 6ode ocorrer 6or meio de "m S$ gen'rico (a coisa, o neg<cio*, 6elo >ato de esta)elecer

liga97es indiretas com o se" antecedente, =# !"e seleciona alg"m tra9o es6ecí>ico do se" re>erente, 6ossi)ilitando 6rogress:o te8t"al (resta"rante gar9om*&

+ as retomadas envolvidas atrav's de hi6nimos (>lores rosa, =asmim, cravos leg"mes 6e6ino, )atata,

ceno"ra*, o" hi6ernimos (manga, laran=a, 6inha >r"tas 6alio, gol, 6ointer veíc"los cavalo, c:o, macaco

animais etc&*, s:o o6era97es n:o corre>erenciais, 6a"tando+se, m"itas vezes, nas rela97es meronímicas

nat"rais eo" socioc"lt"rais de c"nho estereotí6ico (6arte+todo*

+ o ana><rico associativo ancora+se, tam)'m, em modelos mentais com"mente chamados de  frames

(en!"adres*, cen#rios, es!"emas, scri6ts etc&, !"e re6resentam >ocos im6lícitos armazenados em nossa

mem<ria de longo 6razo como conhecimentos de m"ndo organizados& (MARC-SCH2, /001*

Essa 6ost"ra te<rica re>"ta o conceito cl#ssico de re>erncia, !"e diz res6eito ; >"n9:o 6ela !"al "m signling"ístico se re>ere a "m o)=eto do m"ndo e8traling"ístico, 6ara considerar a no9:o de re>erencia9:o comatividade disc"rsiva (MO$AA -BO2S, 1FF*, e n:o como algo a priori ao disc"rso& $essa conce69:o, ore>erentes s:o constr"ídos no disc"rso e 6elo disc"rso 6or isso ' !"e s:o denominados o)=etos+de+disc"rs(APO3HWLOX RE2CHLER+BW4-EL2$, 1FF MO$AA -BO2S, 1FF* entidades de re>erencia9:constr"ídas d"rante o evento disc"rsivo e de6endentes, em es6ecial, das o6era97es cognitivas, das atividadever)ais, o" n:o, e das negocia97es de intera9:o& (MO$AA -BO2S, 1FF*

As !"est7es a!"i >ocalizadas evidenciam, so)remaneira, !"e a Ling"ística 3e8t"al, diante das e>etivas 6r#ticasociais nos se"s di>erentes gneros disc"rsivos (e+mail, MS$, cartas 6essoais e comerciais etc&*, )"sca novoes6a9os 6ara o 6rocessamento do te8to e conse!"ente gera9:o de sentidos, tendo como alicerce a inter+rela9:o !"os te8tos mantm entre si no interc"rso s<cio+hist<rico e o se" conte8to imediato, o" se=a, a rela9:o entre o te8to a sit"a9:o em !"e ele ocorre, con="nto de circ"nstNncias em !"e se 6rod"z a e>etiva com"nica9:o&

:otas

ID Ba5htin "sava as e86ress7es te8to e disc"rso como sinnimas (BARROS, /00J*&

D  $a tradi9:o, os 6rec"rsores lato sensu da Ling"ística 3e8t"al s:o os ret<ricos e a estilística&

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D E8em6lo cl#ssico de silogismo ' o seg"inteG 3odo homem ' mortal& S<crates ' homem& Logo, S<crates mortal& Seg"ndo Arist<teles (1FK*, como se 6ode veri>icar 6or meio do e8em6lo dado, o silogismo sconstit"i de trs 6ro6osi97es declarativas !"e se im)ricam entre si, sendo as d"as 6rimeiras denominadas d 6remissas e a Ultima, a concl"s:o, decorrente das 6ro6osi97es 6resentes nas 6remissas a ela antecedentes&

JD Escola >ilos<>ica !"e ocorre" na 2nglaterra, entre 1F0 e 1F0, a6ro8imadamente&

KD A no9:o cl#ssica de re>erncia diz res6eito Q&&&D a >"n9:o 6ela !"al "m signo ling"ístico se re>ere a "mo)=eto do m"ndo e8traling"ístico, real o" imagin#rio (-BO2S et al&, /00I, 6& 11*, ace69:o essa !"e temsido o)=eto de disc"ss:o entre os >il<so>os, l<gicos e ling"istas&

FD O e8em6lo >oi retirado do Pro=eto do Est"do da $orma Ling"ística -r)ana C"lta + Pro=eto $-RCSalvadorin!"'rito /0I + / (i#logo entre dois in>ormantes*, tendo como interloc"tores "m doc"mentador (OC* dois in>ormantes (2$.1 e 2$. /*&

10D  W necess#rio in>ormar !"e os elementos elí6ticos n:o >oram considerados elementos ana><ricos 6oHallida% e Hasan (1FJ*, em)ora 6rocessem retomadas 6ont"ais&

11D Entende+se 6or coes:o corre>erencial o 6rocesso de retomada te8t"al, se=a 6or 6ronomes o" 6or nomes

!"e mant'm e8atamente o mesmo re>erente& 2l"stra+se o 6ronome les/, do e8em6lo 0, linha 0 (vidnesta mesma se9:o* !"e retoma o sintagma nominal os ces, mantendo, 6ois, a mesma re>erncia&

1/D A coes:o le8ical 6ode mani>estar+se de d"as maneirasG a coes:o 6or reitera9:o e a coes:o 6or coloca9:o

(HALL2AT HASA$, 1FJ

1D  L id'e selon la!"elle le langage est "n s%stme d^'ti!"ettes !"i collent 6l"s o" moins )ien a"8 chosetraverse l^histoire de la 6ens'e occidentale& S]% o66ose "ne o"tr' conce6tion selon la!"elle les s"=et

constit"isent, ; travers des 6rati!"es disc"rsives et cognitives socialement e c"lt"rellement sit"'es, deversions 6")li!"es d" monde&

1ID Seg"ndo Barros (/00J, 6& /1*, Ba5htin "sava as e86ress7es te8to e disc"rso como sinnimas, 6elo >ato deQn:o se 6reoc"6ar com a  6recis:o metaling"ística&

1D Vide a, se9:o A >ase 6ragm#tica da Ling"ística 3e8t"al&

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Consi!era+ões finais

1 O 6resente tra)alho 6retende" dar "ma vis:o s"cinta da Ling"ística no s'c"lo @@, com >oco nos est"dodisc"rsivos, em es6ecial aos da Ling"ística 3e8t"al& $o !"e tange ; 6es!"isa da Ling"ística .ormal, 6roc"rodestacar as s"as ideias )asilares ligadas a .erdinand de Sa"ss"re e a Avram $oam Choms5%& "anto ;

re>le87es disc"rsivas, 6ont"o" alg"mas das características da An#lise de isc"rso >rancesa, 6roc"rando, dcerta >orma, atri)"ir+lhe tra9os !"e a disting"em da Ling"ística 3e8t"al, a6esar dos se"s liames s"tis& Para Ling"ística 3e8t"al, tro"8e "ma disc"ss:o ao s"gerir "ma nova >ase !"e traz em se" )o=o "ma re>le8:o so)re s"=eito )a5htiniano e "ma s"gest:o 6ara "m novo conceito da entidade designada 6elo te8to, !"e, na cincida ling"agem, ainda 6oss"i "ma no9:o calcada no >ormalismo ling"ístico, encontrada cost"meiramente noman"ais de ensino de Líng"a Port"g"esa& A 6artir dessa s"gest:o, 6ost"lam+se as seg"intes in!"iri97esG

+ At' !"e 6onto ainda se conce)e o te8to, a6oiando+se a6enas na materialidade ling"ística\+ At' !"e 6onto se v o te8to como realiza9:o e8cl"sivamente ver)al com e8cl"s:o dos elementos semi<ticos\+ At' !"e 6onto se v o te8to como "m evento eminentemente 6ragm#tico, !"e 6ost"la "m s"=eito a+ hist<rico

origem do dizer\+ At' !"e 6onto se dicotomiza o socioideol<gico e individ"al\ Ser# !"e o s"=eito dial<gico, eminentement

social, n:o ret'm matizes individ"ais\ Como se e86licam as entona97es disc"rsivas d"rante o 6rocesso dcom"nica9:o\ Como se e86licam as rea97es da >ace + 6alidez, 6or e8em6lo +, diante da morte de "m ente!"erido\

Como se o)serva, essas in!"iri97es mostram !"e a Ling"ística 3e8t"al (L3*, diante das e>etivas 6r#ticasociais, vem, ao longo da s"a e8istncia, )"scando, de >ato, novas re>le87es a res6eito do te8to, em es6ecial, o !"mostra, incl"sive, a s"a >ace do >azer cientí>ico, ao disc"tir !"est7es !"e 6odem rom6er com alg"mas das >ronteirainerentes ; L3&

Essas indaga97es contem6orNneas, !"e, na verdade, tm instigado 6rinci6almente os te<ricos da Ling"ístic

3e8t"al e An#lise de isc"rso essencialmente 6e"che"8tiana, s:o ori"ndas do 6ensamento ling"ístico ocidental eoriental (Antig"idade Cl#ssica*, o" se=a, dos nossos ancestrais& $o entanto, v+se !"e elas ainda 6ermanecem ncontem6oraneidade, im6"lsionando a cincia da ling"agem !"e, hodiernamente, v+se diante de novas 6r#ticate8t"ais, dentre as !"ais se 6odem destacar os gneros

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digitais !"e englo)am diversos as6ectos semi<ticos& Logo, n:o ' 6ossível conce)er o te8to como "ma estr"t"re8cl"sivamente ver)al, mas como "m elemento essencialmente constit"ído 6or diversas semioses&

esse modo, o)serva+se !"e, considerar o te8to ainda como "ma estr"t"ra >ormal, ', 6ortanto, e8cl"ir oas6ectos hist<ricos e ideol<gicos !"e o constit"em ' conce)er !"e o mesmo 6oss"i a6enas "m sentido cristalizadna s"a materialidade ling"ística, descartando o 6a6el do dialogismo e da ideologia, con>orme a 6ro6osta de Hein(/01/*, e sem considerar o te8to como >enmeno com6le8o e m"lti>acetado&

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Refer5ncias

A$3OS, 4& Os te8tos como >ormas constit"tivas do sa)er& So)re alg"mas hi6<teses 6ara "ma >"ndamenta9:oda ling"ística de te8to ; )ase de "ma teoria evol"cion#ria& 2nG A$3OS, 4& 32E3X, H& (Org&*& & futuro da

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3rad"9:o de Hans Peter [ieser& 3?)ingenG $ieme%er, 1FFJ& ($:o 6")licado*APO3HWLOX, & RE2CHLER+BW4-EL2$, M& & Constr"tion de la r'>'rence et strat'gies ded'signation& 2nG BERRE$O$$ER, A&, RE2CHLER+BW4-EL2$, M& & (ed&*&  'u ()ntagme nominal 

aux ob#ets-de-discoursG S$ com6le8es, nominalisation ana6hores& S"isseG 2nstit"t de Ling"isti!"e-nivesit' de $e"chatel, 1FF&

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Cam)ridge, MassG M23 Press, 1F/&

BAYH32$, Mi5hail M& /stética da criação erbal & I& ed& S:o Pa"loG Martins .ontes, /00& ffffff& 0arxismo e filosofia da linguagem% K& ed& S:o Pa"loG H"citec, 1FFJ&

BARROS, iana L& P de& Contri)"i97es de Ba5htin ;s teorias do te8to e do disc"rso& 2nG .ARACO, Carlos Aet al& 'i+logos com 1a$tin&

I& ed& C"riti)aG -.PR, /00J&

BEA-4RA$E, Ro)ert de& 2e, foundations for a science of text and discourseG cognition,comm"nication and >reedom o> access to 5noledge and societ%& $e erse%G A)le8, 1FFJ& (3rad"9:o 6rovis<ria de Maria 2nez Matoso Silveira Z -.AL*

 ffffff RESSLER, [& /inf3$rung in die Textlinguisti & 3?)ingenG Ma8 $ieme%er, 1FK1&

BE$3ES, Anna C& Ling"ística 3e8t"al& 2nG M-SSAL2$, .ernanda BE$3ES, Anna C& (Org&*& Introdução 4linguísticaG domínios e >ronteiras& S:o Pa"loG Cortez, /001& v& 1& 6& /I+/K&

BE$VE$2S3E, Emile& 5roblemas de linguística geral I & Cam6inasG

Pontes, 1FF& BE$VE$2S3E, Emile& 5roblemas de linguística geral II &

Cam6inasG Pontes, 1FKF&

BRA23, Beth& As vozes )a5htinianas e o di#logo inconcl"so& 2nG BARROS, iana L& de .2OR2$, ose L&(Org&*& 'i+logos6 polifonia6 intertextualidade& S:o Pa"loG E-SP, 1FFI& 6& 11+//&

BRA$`O, H& $& a líng"a ao disc"rso, do homogneo ao heterogneo& 2nG BRA23, Beth& (Org&*&

 /studos enunciatios no 1rasil G hist<rias e 6ers6ectivas& Cam6inasG Editora da -$2CAMP, /001& 6& F+F&

BRO[$& 4illian T-LE, 4eorge& 'iscourse anal)sis& Cam)ridgeG Cam)ridge -niversi% Press, 1FK&

CA$ALE, M& e la com6etencia com"nicativa a la 6edagogia com"nicativa del leng"a=e& 2nG LLOVERA, M&et al& Competencia comunicatiaG doc"mentos )#sicos en la enseanza de leng"as e8tran=eras% MadriG Edelsa,1FF& 6& +K1&

CARVALHO, Castelar de& 5ara compreender (aussureG >"ndamentos e vis:o crítica& I& ed& Rio de aneiroG ERio, 1FKI&

CHAROLLES, M& 2ntrod"9:o aos 6ro)lemas da coerncia dos te8tosG "ma a)ordagem das 6r#ticas 6edag<gicas& 2nG 4ALVES, Chalot& (Org&*& & textoG leit"ra e escrita& Cam6inasG Pontes, 1FKJ&

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Pa"loG Conte8to, /00/& 4AL2SSO$, Ro)ert COS3E, & 'icion+rio de did+ctica das línguas& Coim)raG

Almeida, 1FK&HALL2AT, M& A& Y HASA$, R"gai%a& Co$esionin englis$& LondonG Longman, 1FJ&

HE2$E, Licia M& B& * an+fora no processo de compreensão de textos& 1FF1& 1F0 >& isserta9:o(Mestrado em Letras* Z 2nstit"to de Letras, -niversidade .ederal da Bahia, Salvador, 1FF1&

 fffffff&  *spectos do uso da an+fora no portugu"s oral & /000& /J >& )3ese (o"torado em Letra eling"ística* + 2nstit"to de Letras, -niversidade .ederal da Bahia, Salvador, /000&

 ffffffff& As6ectos da 6ers6ectiva >"ncionalista da an#lise ling"ística& 2nG HE2$E, Licia M& B& HE2$E, P&(Org&*& :uestões do texto e do discurso& SalvadorG Yalango, /011a&

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2$VERS`O de 6a6'isG )or)oletas >meas corte=am os machos& /011& is6onível emG

jhtt6G"ltimoseg"ndo&ig&com&)rcienciainversaode6a6eis)or)oletas>emeascorte=amosmachosn1/JF/JKJJF&htmlk& Acesso emG /J ="l& /01/

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YLE2BER, 4eorges et al& Ana6hore associative, ant'c'dent et d'>inition& 2nG SCH$EECYER, C& (Org&*&

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Pa"loG Cortez, 1FFJ& YOCH, 2ngedore& 4& V& * coesão textual & & ed& S:o

Pa"loG Conte8to, 1FFI&

 ffffffff& & texto e a construção dos sentidos& S:o Pa"loG Conte8to, 1FFJ&

 ffffffff& & texto e a construção dos sentidos& /& ed& S:o Pa"loG Conte8to, /00&

 ffffffff& Introdução 4 linguística textual G tra=et<ria e grandes temas& S:o Pa"loG Conte8to, /00I&

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>"ndamentos e6istemol<gicos& S:o Pa"loG Cortez, /00I& v& & 6& +F/&

LACA$, ac!"es& & semin+rio liro <G o e" na teoria de .re"d e na t'cnica da 6sican#lise% Rio de

aneiroG orge Xahar, 1FFF& LAROCA, Maria& $& 0anual de morfologia do portugu"s& Cam6inasG

Pontes "iz de .oraG -.., 1FFI&

LTO$S, ohn& *s idéias de C$oms)& I& ed& S:o Pa"loG C"ltri8, 1FJ&L-2, R& 2otas de aula& SalvadorG 2nstit"to de Letras da -niversidade .ederal da Bahia, /010&

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Animais& is6onível emG

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7/23/2019 Incursoes da Linguistica

http://slidepdf.com/reader/full/incursoes-da-linguistica 47/47

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RAPOSO, Ed"ardo P& Teoria da gram+ticaG a >ac"ldade da ling"agem& Lis)oaG Caminho, 1FF/&

R2BE2RO, Ana P& 4& SACRAME$3O, 2gor& (Org&*& 0i$ail 1a$tinG ling"agem, c"lt"ra e mídia& S:o

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SOBRAL, Adail& Arcoatividade e evento& 2nG BRA23, Beth (Org&*& 1a$tinG e conceitos+chave& I& ed&

S:o Pa"loG Conte8to /00J 3EXXA Crist<v:o /ntre a prosa e a poesiaG Ba5htin e o >ormalismo r"sso