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Iluminação de Lojas de Shopping Centers O uso das lâmpadas vapores metálicos aliando Estética com Eficiência Energética julho de 2013 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013 julho/2013 Iluminação de Lojas de Shopping Centers O uso das lâmpadas vapores metálicos aliando Estética com Eficiência Energética Talita Gaspar Corral Calixto Figueiredo - [email protected] Pós-Graduação em Iluminação e Design de Interiores Instituto de Pós Graduação IPOG São Paulo, 6 de dezembro de 2012 Resumo Este estudo tem como objetivo, mostrar através de pesquisa bibliográfica e estudo de caso como é importante um projeto luminotécnico de uma loja de shopping centers, aliar a estética, a valorização dos produtos, juntamente com a economia energética e gastos com manutenção, visto que estes complexos na maioria dos casos usam a iluminação artificial por todo o período de funcionamento, devido a fato de serem na maioria das vezes fechados e não contemplar a iluminação natural. Este tema foi levantado visto que a maioria dos shopping centers não fazem exigências de potência total instalada de iluminação, nem dos tipos de fontes de luz empregados, quando o projeto é analisado e liberado para construção. Apresentamos também um estudo de caso com o intuito de mostrar a eficiência de um sistema de iluminação com lâmpadas vapores metálicos ao invés das lâmpadas halógenas, que ainda continuam sendo usadas com frequências em lojas. Concluindo que as fontes de luz metálicas conseguem ser superior na vida útil e eficiência enérgica, e ainda superior no quesito brilho e destaque dos produtos, que já se tinha com o sistema das halógenas. Palavras-chave: Iluminação; lojas; shopping center; eficiência energética. 1. Introdução A luz é um elemento importante e indispensável em nossas vidas. Por isto, é encarada de maneira tão natural e familiar, fazendo com que os seres humanos ignorem a real necessidade de conhecê-la e compreendê-la. A luz natural sempre foi a principal fonte de iluminação na arquitetura. Entretanto, após a descoberta da eletricidade e a invenção da lâmpada, a iluminação artificial se tornou cada vez mais indispensável na edificação. A luz artificial permite ao homem utilizar as edificações à noite para dar continuidade as suas atividades ou se divertir. É importante ressaltar, no entanto, que não é simples empregar a luz artificial de forma eficiente (RODRIGUES, 2002). O consumo de energia elétrica no Brasil cresceu 3,6% no ano de 2011. O aumento foi puxado, sobretudo pelo setor comercial, que cresceu 6,3%, e pelo setor residencial (+4,6%). O consumo na indústria teve crescimento mais modesto: 2,3%. Os dados foram divulgados em 27 de janeiro de 2012, pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Segundo seu presidente, Maurício Tolmasquim, o crescimento do consumo no setor comercial pode ser explicado pelo baixo nível de desemprego, “que vem caindo”, pelo rendimento das famílias, “que está em trajetória ascendente”, e pela manutenção do crédito. “Tudo isso tem feito com que novos shopping centers, lojas de serviços e de alimentação sejam abertos. Isso aumenta, portanto, o consumo desse setor terciário e de serviços”, disse Tolmasquim à Agência Brasil (GANDRA, 2012).

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Energética julho de 2013

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013 – julho/2013

Iluminação de Lojas de Shopping Centers – O uso das lâmpadas vapores

metálicos aliando Estética com Eficiência Energética

Talita Gaspar Corral Calixto Figueiredo - [email protected]

Pós-Graduação em Iluminação e Design de Interiores

Instituto de Pós Graduação – IPOG

São Paulo, 6 de dezembro de 2012

Resumo

Este estudo tem como objetivo, mostrar através de pesquisa bibliográfica e estudo de caso como é

importante um projeto luminotécnico de uma loja de shopping centers, aliar a estética, a

valorização dos produtos, juntamente com a economia energética e gastos com manutenção, visto

que estes complexos na maioria dos casos usam a iluminação artificial por todo o período de

funcionamento, devido a fato de serem na maioria das vezes fechados e não contemplar a

iluminação natural. Este tema foi levantado visto que a maioria dos shopping centers não fazem

exigências de potência total instalada de iluminação, nem dos tipos de fontes de luz empregados,

quando o projeto é analisado e liberado para construção. Apresentamos também um estudo de caso

com o intuito de mostrar a eficiência de um sistema de iluminação com lâmpadas vapores

metálicos ao invés das lâmpadas halógenas, que ainda continuam sendo usadas com frequências

em lojas. Concluindo que as fontes de luz metálicas conseguem ser superior na vida útil e eficiência

enérgica, e ainda superior no quesito brilho e destaque dos produtos, que já se tinha com o sistema

das halógenas.

Palavras-chave: Iluminação; lojas; shopping center; eficiência energética.

1. Introdução

A luz é um elemento importante e indispensável em nossas vidas. Por isto, é encarada de

maneira tão natural e familiar, fazendo com que os seres humanos ignorem a real necessidade de

conhecê-la e compreendê-la. A luz natural sempre foi a principal fonte de iluminação na arquitetura.

Entretanto, após a descoberta da eletricidade e a invenção da lâmpada, a iluminação artificial se

tornou cada vez mais indispensável na edificação. A luz artificial permite ao homem utilizar as

edificações à noite para dar continuidade as suas atividades ou se divertir. É importante ressaltar, no

entanto, que não é simples empregar a luz artificial de forma eficiente (RODRIGUES, 2002).

O consumo de energia elétrica no Brasil cresceu 3,6% no ano de 2011. O aumento foi

puxado, sobretudo pelo setor comercial, que cresceu 6,3%, e pelo setor residencial (+4,6%). O

consumo na indústria teve crescimento mais modesto: 2,3%. Os dados foram divulgados em 27 de

janeiro de 2012, pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e

Energia. Segundo seu presidente, Maurício Tolmasquim, o crescimento do consumo no setor

comercial pode ser explicado pelo baixo nível de desemprego, “que vem caindo”, pelo rendimento

das famílias, “que está em trajetória ascendente”, e pela manutenção do crédito. “Tudo isso tem

feito com que novos shopping centers, lojas de serviços e de alimentação sejam abertos. Isso

aumenta, portanto, o consumo desse setor terciário e de serviços”, disse Tolmasquim à Agência

Brasil (GANDRA, 2012).

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Segundo Portugal (2007), o estilo arquitetônico adotado nos shopping centers não considera

o bioclimatismo, o que onera consideravelmente os gastos com energia elétrica. No negócio

shopping center é importante que os custos de manutenção sejam baixos, a fim de que os custos de

ocupação dos lojistas incluindo o aluguel das lojas pagos aos proprietários dos shopping centers não

ultrapassem 15% de suas vendas. Como a energia elétrica em alguns casos representa até 30% do

preço do condomínio, a forma de modificar essa realidade seria fazer melhor uso dos recursos de

iluminação e ventilação naturais.

O interesse neste tema foi maior quando vimos que a maioria dos shopping centers não

fazem exigências de potência total instalada de iluminação, nem dos tipos de fontes de luz

empregados, quando o projeto é analisado e liberado para construção. Porém uma iniciativa neste

aspecto já vem dando seus primeiros passos. No Rio de Janeiro, o IAB-RJ e conjunto com o Procel

Edifica e a Eletrobrás, depois de extensa pesquisa publicaram em 2005 o Caderno de Boas Práticas

- Eficiência Energética em Edificações Brasileiras: Shopping Centers. Esta pesquisa afirma que os

shoppings podem ser considerados como um dos ramos do setor comércio/serviços mais intensivos

em consumo de energia, com indicadores de consumo mensal por área locável - ou seja, a área

efetivamente dedicada às lojas - entre 30kWh/m2 e 70kWh/m2. Considerando em média o consumo

de 50kWh/m2 de área bruta locável (ABL), o consumo mensal de energia elétrica dos shopping

centers no Brasil atinge 431.854.600 kWh por mês.

Outra questão que vem ganhando força no mercado de shopping centers é a busca por

certificações que comprovem a adequação dos empreendimentos às boas práticas ambientais,

econômicas e sociais. Segundo Marcos Casado, Green Building Council Brazil - GBC, a maior

preocupação dos shopping é o consumo de energia. A tendência para os próximos anos é que os

novos empreendimentos já tenham planejamentos completos, desde o projeto arquitetônico,

passando pelas obras de construção e o início das operações.

De acordo com o GBC Brasil, há pelo menos nove centros de compras no País tentando

obter a certificação. Apesar de nenhum empreendimento ter obtido o selo até agora, notamos que há

uma mobilização para consolidar as ações sustentáveis. (ABRASCE, 2012)

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Figura 1 - Certificados verdes existentes no mercado

Fonte: ABRASCE, Revista Shopping Centers, Número 171, Julho de 2012.

Observando esta realidade vemos como um bom projeto de iluminação artificial para as

lojas pode ajudar muito na economia da conta de energia elétrica para o lojista. E consequentemente

ajudaria a baixar significativamente o consumo de energia elétrica neste setor.

A iluminação comercial deve estar sempre alinhada ao segmento da loja e ao tipo de publico

alvo. Uma boa iluminação comercial deve propor níveis de iluminação adequados ao conforto

visual sem prejudicar a nossa visão, evitar ofuscamento, chamar a atenção do consumidor para o

interior da loja; gerar interesse; criar uma atmosfera agradável; integrar-se a arquitetura e identidade

da loja e ser flexível.

Algumas grandes lojas de shopping centers já perceberam a importância do projeto de

iluminação e há alguns anos vem trocando os sistemas de iluminação empregados em sua lojas,

visando sempre à valorização e destaque de seus produtos e de sua marca, e aliado a isso o consumo

consciente da energia elétrica.

Temos ótimo exemplos com o uso dos leds, das fluorescente compactas e tubulares, vapor

metálico compactas e até mesmo com a fibra ótica. Porém é no pequeno lojista que ainda vemos o

uso inadequado dos sistemas de iluminação. Na tentativa de dar destaque aos produtos e aos

detalhes arquitetônicos ou decorativos das lojas muitos arquitetos sem o devido conhecimento na

área de iluminação emprega fontes de luz erroneamente. E muitas vezes algumas soluções por eles

utilizadas vão se multiplicando por muitas lojas e shoppings em todo Brasil.

Visto as diversas soluções que um bom projeto luminotécnico de lojas pode ter nosso

objetivo com esta pesquisa é apresentar um estudo de caso mostrando as vantagens de um sistema

de iluminação com lâmpadas vapores metálicos em lojas de shopping, evidenciando a superioridade

deste sistema em relação ao uso do sistema de lâmpadas halógenas.

Não queremos colocar este exemplo com sendo à única solução adequada ao projeto para

iluminação de lojas de shopping. Sabemos da existência de diversos sistemas muito eficientes,

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tendo cada um seus respectivos valores e qualidades no uso de lojas de shopping. Somente

queremos resaltar a vantagem deste sistema em relação ao halógeno, onde ele sai na frente no

quesito economia de energia, brilho da luz e vivacidade das cores e produtos iluminados.

2. Sistema de Iluminação

Na elaboração do projeto luminotecnico temos diversas maneiras de distribuir a iluminação,

podemos classificalos em sistema principal e secundário. No quadro abaixo podemos ver os tipos de

sistemas.

Nos projetos de lojas de grandes magazines, e supermercados os sistemas mais utilizados

são o Geral e o Localizado. Já nas lojas mais exclusivas, seja de roupas sapatos ou acessórios, onde

o publico consumidor é da classe média para alta, o projeto tende a fazer uso dos sistemas

secundário, muitas vezes não tendo o sistema principal, que é utilizado apenas para o estoque, ou

escritório. E na frente de loja e caixa toda a iluminação é feita através de sistema de destaque,

efeito e decorativa.

SISTEMA PRINCIPAL

Geral Distribuição aproximadamente regular das luminárias pelo teto;

Iluminação horizontal com um nível médio de uniformidade

Localizado Concentra-se as luminária em locais de principal interesse, ou local de

execução de trabalho, por exemplo bancadas de trabalho fabris.

De tarefa Luminárias perto da tarefa visual e do plano de trabalho iluminando uma

área muito pequena. Por exemplo uma abajur de leitura.

SISTEMA SECUNDÁRIO

Luz de destaque É uma luz focal ou pontual enfatizando determinado objeto ou superfície,

geralmente utiliza se uma Iluminância de 3 até 10vezes maior que a luz

geral do entorno, criando contraste.

Luz de efeito É quando a própria luz é o objeto de interesse. Utilizada muitas vezes

com fachos de luz nas paredes e contrastes de luz e sombra.

Luz decorativa Aqui não é o efeito de luz que importa, mas o objeto que produz a luz.

Por exemplo lustres, arandelas ou velas.

Luz arquitetônica Obtida quando posicionamos a luz dentro de elementos arquitetônicos do

espaço, como cornijas, sancas, corrimãos, entre outros.

Tabela 1 - Tipos de sistemas de iluminação. Fonte: A autora

3. Fontes de luz – As lâmpadas

Na natureza existe uma infinidade de ondas eletromagnéticas, cuja grandeza é definida como

Nanômetro, uma determinada faixa, que se localizam entre 380 e 780 nanômetros, que é visível ao

olho humano é que leva o nome de LUZ. Portanto a luz é uma faixa de onda eletromagnética que

percebida por nosso cérebro, tem a capacidade de refletir em determinadas superfícies, sendo então

visível ao olho humano. (SILVA, 2004)

É importante lembramos também da emissão dos raios ultravioleta e infravermelho emitidos

por todas as fontes de luz, umas mais outras menos devido ao sistema da lâmpada, que devem ser

escolhidas com cuidado em determinados usos devido ao calor produzido.

Vamos explicar melhor as diferenças das duas fontes de luz que queremos comparar neste

estudo de caso.

a) As Lâmpadas Halógenas:

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A lâmpada halógena é muito parecida com a incandescente, também tem seu funcionamento

através de uma corrente elétrica que passa por um filamento de tungstênio produzindo luz e calor.

Porém nas halógenas o tubo que envolve o filamento é de quartzo resistindo a elevadas

temperaturas, e em seu interior encontra se também a adição de gases halógenos que se ligam ao

filamento fazendo permanecer sempre com a mesma espessura, produzindo uma luz branca e

brilhante, e de grande intensidade e com durabilidade até 4 vezes maior que a incandescente. Porém

Todas as lâmpadas que obedecem a este princípio não são economizadoras de energia. Consomem

mais que as fluorescentes ou as de descarga.

Uma incandescente dura em média um ano ou 1.000 horas. Já as halógenas, duram em média de

2.000 horas até 4.000, ou 5.000 horas as mais novas tecnologias ECO.

Utilizadas principalmente em iluminação decorativa e de destaque, as halógenas são mais

eficientes que as incandescentes e têm excelente IRC=100, indispensável para as lojas, seja de

roupas, acessórios ou outros produtos. Também conseguem reproduzir bem tanto cores frias como

quentes.

O Índice de Reprodução de Cor - IRC é um índice que serve para medir o quanto a luz artificial

consegue imitar a luz do sol, quanto mais próximo de 100 é o índice da lâmpada, maior é a

fidelidade com que as cores são reproduzidas sob uma determinada fonte de luz.

Um grande incomodo das halógenas é que esquentam muito, e devem ser colocadas na distância

certa, evitando assim que provoquem desbotamento de tecidos e superfícies, incomodem em

balcões de trabalho ou que causem queimaduras no toque. Tirando o excesso de calor desprendido

por estas lâmpadas elas têm múltiplas utilizações pela qualidade de sua luz produzida e por seu

tamanho reduzido.

A Temperatura de cor, índice que expressa a aparência de cor da luz emitida pela fonte de luz,

nas halógenas ficam entre 2.800K e 3.100K, parecidos com as incandescentes visto que utilizam o

mesmo princípio de operação.

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Figura 2 - Lâmpadas Halógenas. Fonte: Catálogo Philips

Outro aspecto importante das halógenas é sua diversidade de formatos, permitindo aplicações

mais distintas e diferenciadas que as incandescentes comuns. Encontram-se disponíveis em formato

palito (duplo contato), refletor parabólico (PAR), dicróico (a cápsula está alojada em um refletor

dicróico), em refletor de alumínio (ALR111) e cápsulas (super compactas). Com exceção da

lâmpada de duplo contato (palito) e das lâmpadas refletoras (PAR), as outras lâmpadas halógenas

operam com tensão de 12V, necessitando de um transformador para 127V ou 220V.

Dentre as desvantagens do uso das halógenas para o projeto luminotécnico comercial está a vida

útil, que é inferior quando comparada a tecnologias mais novas como lâmpadas de descarga

compactas ou fluorescentes compactas. Hoje existem lâmpadas fluorescentes e de descarga que

duram 8, 9, 10 mil horas, oferecendo melhor relação custo x benefício na maior parte do casos. Elas

também não são economizadoras de energia. Embora consumam menos que as incandescentes,

consomem muito mais que as fluorescentes e as vapores metálicos.

b) As Lâmpadas de Multivapores Metálicos:

As lâmpadas de multivapores metálicos ou de descarga surgiu há mais de 40 anos, e o princípio

de seu funcionamento é uma descarga elétrica entre os eletrodos que leva os componentes internos

do tubo de descarga a produzirem luz. Funcionam através do uso de reatores, e, em alguns casos, só

partem com auxílio de ignitores; dependendo do tipo, necessitam de 2 a 15 minutos entre a partida e

a estabilização total do fluxo luminoso. Um desenvolvimento recente trouxe a tecnologia do tubo

cerâmico, considerado um upgrade da multivapor metálico comum. As lâmpadas de tubo cerâmico

têm vida mais longa, são mais eficientes e apresentam uma reprodução de cores mais constante.

Ela vem sendo aperfeiçoada e atualmente apresenta um conjunto de vantagens que faz dela o

produto mais completo e largamente utilizado nos dias atuais. Podemos vê-las na iluminação de

lojas – especialmente de vitrines - e grandes áreas, como estádios de futebol, ginásios de esportes,

praças, fachadas e monumentos, na iluminação de destaque e até mesmo em residências em alguns

casos.

Muito mais eficiente, durável e gerando menos calor do que as incandescentes comuns e

halógenas, oferece reprodução de cor muito boa, IRC acima de 80, e seu maior destaque é o brilho

de sua luz, superando quase todas as outras fontes de luz inclusive o Led, que tem excelentes

características, mas o brilho, que é tão importante para dar destaque aos produtos expostos, a

evolução do Led ainda precisa alcançar.

Nas lâmpadas com a tecnologia do tubo cerâmico, o IRC se mantém, praticamente, inalterado

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durante toda a vida útil da lâmpada. O principal atributo desta lâmpada é a qualidade da luz que

oferece. Sua reprodução de cores está próxima a do espectro da luz solar - bem diferente da vapor

de sódio, cuja luz é fortemente amarelada, e da vapor de mercúrio, que tende para o azul.

As lâmpadas de multivapores metálicos são divididas em três grupos, as tubulares, elipsoidais e

refletoras. Na iluminação de lojas procuramos utilizar as lâmpadas com maior IRC e mais

compactas. Onde queremos iluminação geral e difusa, podemos utilizar as tubulares ou de duplo

contato, e quando queremos destaques utilizamos as Refletoras tipo Par de tubo cerâmico, que

proporciona uma iluminação de facho bem definido.

Figura 3 - Lâmpadas Multivapores Metálicos. Fonte: Catálogo Philips

Segundo o quadro comparativo abaixo disponível pela Philips – fabricante de lâmpadas, uma

solução de iluminação eficiente há alguns anos já está disponível para cada segmento de mercado,

alertando para o uso de lâmpadas modernas e economizadoras de energia.

Na figura podemos ver a recomendação da Lâmpada de Vapor metálico de descarga cerâmica

em substituição da halógena.

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Figura 4 - Quadro comparativo de lâmpadas para cada segmento. Fonte: Catálogo Philips

No uso comercial, principalmente lojas de alto padrão, as vapor metálicas mais utilizadas são as

refletoras tipo PAR (CDMR-PAR20 ou CDMR-PAR30, nomenclatura Philips) e tipo AR111

(CDM-R111 10º e 24º, nomenclatura Philips), que dispensam o uso de uma luminária com sistema

de reflexão muito elaborada, pois a própria lâmpadas já tem sua abertura de facho definida, sendo a

luminária apenas suporte para lâmpada.

Outra característica especial das lâmpadas de descarga é que sua Luz geralmente produzida

dentro de um vidro claro e transparente é brilhante e vibrante, trata-se de uma luz puntiforme, ou

seja, que provem de um ponto muito reduzido, sendo assim mais fácil de direcioná-la. Esta

característica é também um fator adicional de maior eficiência energética, porque o fluxo luminoso

é mais forte quando direcionado, e a luz é mais bem aproveitada para iluminar o que realmente

interessa.

A maior vantagem das lâmpadas de descarga em relação às halógenas é eficiência luminosa, a

diminuição da potencia instalada e a redução da carga térmica. Para obter um nível de iluminação

igual à multivapores metálico, as halógenas exigem uma potência instalada muito maior, consomem

mais energia (custo operacional muito mais alto) e geram mais calor, aumentando os custos de

instalação e operação do ar condicionado (custos adicionais).

4. Estudo de Caso – Loja de Acessórios Femininos

Na iluminação comercial temos como um bom exemplo as lojas âncoras, que já tem feito uma

mudança radical nos sistemas de iluminação. A maioria delas tem sempre um profissional

especializado em iluminação encarregado pela escolha consciente dos sistemas de iluminação

empregados seja no quesito temperatura de cor adequada ao tipo do comercio, seja nos

equipamentos eficientes energeticamente.

Mas o nosso foco são os pequenos lojistas em grande ascensão que não tem conhecimento desta

necessidade. Hoje caminhando pelos shoppings do Brasil podemos identificar três tipos de projetos

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de iluminação de lojas. O primeiro em minoria, com um ótimo projeto de iluminação, estão as lojas

ancoras e em algumas franquias; o segundo onde tem um bom resultado estético, porém nenhuma

preocupação com a eficiência energética, muitas vezes com a mescla de lâmpadas halógenas com

vapores metálicos e com o uso exagerado da quantidade e potência das lâmpadas; e o terceiro caso,

que é o mais evidente aos olhos, que são os que utilizam a luz apenas como uma ferramenta de

permitir a visão no espaço, de forma funcional, não se importando com a estética tão pouco com o

ofuscamento. Não havendo nenhuma preocupação com a hierarquia dos produtos, contrastes,

conforto visual ou estético, o lema neste terceiro caso é apenas a redução e custos com a energia

elétrica.

O Estudo de caso apresentado tem o intuito de mostrar a eficiência de um sistema de iluminação

com lâmpadas vapores metálicos, ao invés das lâmpadas halógenas, que ainda continuam sendo

usadas em abundancia em lojas de shopping.

Nosso estudo de caso trata se de uma Loja de acessórios femininos, onde os produtos

predominantes são semi-jóias, bijuterias finas, com bastante uso de metais, brilhantes, pedras

naturais coloridas e também acessórios de tecidos e bolsas. Neste segmento um dos requisitos

principais para o projeto foi escolher uma fonte de luz que primasse pelo brilho, para dar destaque

aos produtos sem produzir muito calor, não danificando as peças e ainda chamar atenção do

consumidor, fazer das peças um objeto de desejo para o cliente.

A loja de acessórios começou com sua primeira loja uma unidade de rua na cidade de

Catanduva - SP, e ampliando sua rede de lojas, teve sua primeira unidade em shopping centers, na

cidade de São José do Rio Preto, no Rio Preto Shopping. E no final de 2011 inaugurou sua segunda

unidade no shopping Santa Úrsula na cidade de Ribeirão Preto – SP. E é nestas duas unidades de

loja de shopping, que vamos comparar os sistemas de iluminação.

Analisando a loja do Rio Preto Shopping, podemos identificar o uso predominante das lâmpadas

halógenas. A loja possui 26m2, e seus produtos estão dispostos em painéis laterais, pequenas mesas

centrais e uma estante ao fundo da loja. Nos painéis laterais foram usadas lâmpada halógenas mini

dicróicas de 35w, 12V com ângulo de abertura de 36º, afastadas entre elas em torno de 60cm e a

uma altura do piso de 2,40m. O que gera calor excessivo nas peças devido à proximidade podendo

provocar o desbotamento e manchas nos produtos.

A loja possui 2 alturas de forro, na frente de loja pé-direito alto em torno de 3,80m, e no fundo e

caixa pé-direito de 2,50m. No pé direito alto foram usadas 2 lâmpadas em conjunto uma ao lado da

outra, halógenas AR111, facho de 24º, 100W, e PAR30, facho de 30º, 75W, focando os produtos da

vitrine as fotos da parede alta e a mesa na entrada da loja, e ainda foi complementado com lâmpadas

dicróicas 50w, 36º de abertura. No pé-direito baixo estão distribuídos uniformemente luminárias

duplas de embutir com 2 dicróicas 50W, 12V com ângulo de abertura de 36º cada. E sobre o caixa

encontra-se mais 3 embutidos simples de dicroica de 50W, e um pendente de cristal pequeno com

uma halopin de 60w. Nos nichos da estante foram colocados embutidos de led com temperatura de

cor fria 6000k, somente na primeira prateleira, o que ficou muito deficiente de iluminação para as

peças e ainda com uma temperatura e cor diferente do restante da loja.

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Figura 5 – Foto do frente da loja do Rio Preto Shopping. Fonte: A autora

Figura 6 – Foto do painel canaletado das laterais e da estante do fundo da loja do Rio Preto Shopping.

Fonte: A autora

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Figura 7 – Foto do forro do pé-direito alto da loja do Rio Preto Shopping. Fonte: A autora

O resultado da loja é satisfatório do ponto de vista estético e de brilho dos produtos, porém e

percebido pelos funcionários e clientes um desconforto em relação ao calor emitido pelas fontes de

luz, e também o alto índice de queima das lâmpadas e gasto com manutenção para reposição das

lâmpadas.

Na segunda unidade da loja inaugurada em 2011 na cidade de Ribeirão Preto, houve uma

análise da loja já existente e um cuidado maior como o projeto luminotécnico. O projeto

arquitetônico da loja, é muito semelhante a já existente, seguiu as mesmas disposições dos produtos,

os mesmos materiais de decoração e revestimentos dos móveis e paredes. Porém foi a iluminação

que fez toda a diferença na ambientação da loja e destaque entre as demais lojas do mesmo

seguimento encontradas no shopping.

Nesta nova loja, o projeto luminotécnico se preocupou muito com a eficiência energética de

todo o conjunto do sistema de iluminação. Também não deixando de lado a importância de destacar

os produtos utilizando fontes de luz com muito brilho e temperatura de cor quente em torno de

3000k, trazendo requinte e aconchego para loja, fazendo com que os clientes se sintam atraídos e

confortáveis para permanecer na loja o tempo que for preciso para experimentar e escolher os

produtos.

A atmosfera é a personalidade da loja, incluindo recursos visuais, cores formas, sons, aromas,

decoração e outros fatores, estimulam os sentidos do cliente e que vão construir os sentimentos e

emoções do cliente para com a loja (Parente 2000 apud RAMOS 2009; p.32).

Outra citação importante de RAMOS (2009), é que a atmosfera de um ponto de venda tem forte

influência sobre o publico feminino principalmente com curso superior e com renda acima de

R$3.000,00.

No projeto da unidade de Ribeirão Preto, foram utilizados para iluminar as peças nos nichos

laterais onde foram instalados os painéis canaletados, lâmpadas de multivapores metálicos refletoras

com tubo de descarga cerâmico do tipo CDMR-PAR 20, 35W, facho de 30°, 3000K. No interior da

loja onde o pé-direito baixo é de 2,60m também foram utilizadas as mesmas lâmpadas CDMR-PAR

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20, 35W, facho de 30°. Sobre o caixa apenas 1 uma lâmpada CDMR-PAR 20 e o mesmo pendente

de cristal com uma lâmpada halógena, porém de menor potencia 40w.

Na frente da loja onde o pé-direito é mais alto 3.85m, utilizou a mesma lâmpada, porém com um

facho fechado de 10º, para que a luz chegasse nas peças com o mesmo brilho e intensidade, no

conjunto de lâmpadas próximo ao painel vermelho com os quadros decorativos utilizou uma

lâmpada com facho de 30º orientada para iluminar os quadros.

Na estante de madeira no fundo da loja, foi projetado o uso de fitas de led 3000k embutida na

parte superior de todos os nichos.

Figura 8 – Fachada da Loja. Fonte: A autora

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Figura 9 – Frente da Loja. Fonte: A autora

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Figura 10 – Lateral esquerda e direita da Loja. Fonte: A autora

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Figura 11 – Caixa da loja. Fonte: A autora

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Figura 12 - Estante do fundo da loja com nichos. Fonte: A autora

COMPARATIVO DE CONSUMO DE ILUMINAÇÃO

LOJA 1: SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

ÁREA DA LOJA = 26 m2

TIPO DE LÂMPADA QUANT. POTÊNCIA

(W)

ABERTURA

DE FACHO

MÁXIMA

INTENSIDADE

LUMINOSA

(cd)

VIDA

MEDIANA

(horas)

POTÊNCIA

TOTAL

INSTALADA

(W)

Halogena AR111 24º 4 100 24º 8500 3000 400

Halogena PAR30 6 75 30º 2200 2000 450

Halogena Dicroica 12V 22 50 36O 2200 4000 1100

Halogena Mini Dicroica 12V 20 35 36O 1000 2000 700

Halogena Halopin 220V pendente 1 60 - (Fluxo=790lm) 2000 60

DPI = 104W/m2 - Potência Total Instalada = 2.710W

LOJA 2: RIBEIRÃO PRETO ÁREA DA LOJA = 31 m2

TIPO DE LÂMPADA QUANT. POTÊNCIA

(W)

ABERTURA

DE FACHO

MÁXIMA

INTENSIDADE

LUMINOSA

(cd)

VIDA

MEDIANA

(horas)

POTÊNCIA

TOTAL

INSTALADA

(W)

Vapor Metálico CDMR-PAR20 10º 12 35 10º 23000 9000 420

Vapor Metálico CDMR-PAR20 30º 26 35 30º 5000 9000 910

Halogena Halopin 220V pendente 1 40 - (Fluxo=460lm) 2000 40

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DPI = 44W/m2 - Potência Total Instalada = 1.370W

Tabela 2 – Comparativo de consumo de iluminação das duas lojas. Fonte: A autora

Quando o IRC da lâmpada é acima de 80, já é ótimo para nossa percepção visual, entre 80 e

100, a mudança é muito pequena para nossa percepção.

Como já é sabido da busca dos novos empreendimentos pela obtenção da certificação ambiental

LEED® (Leadership in Energy and Environmental Design) for Core & Shell, buscamos em seus

manuais as recomendações sobre uso consciente da energia elétrica. E sobre a iluminação das lojas

de shopping, as instruções são que as luminárias das lojas deverão seguir a Densidade de Potência

de Iluminação (W/m2) ou DPI, indicada para cada segmento de loja, como por exemplo, lojas

satélites, âncoras e fast-food, recomenda-se DPI igual a 47 W/m2.

Entende-se por Densidade de Potência de Iluminação (W/m2) ou DPI, como sendo DPI = {Nº

luminárias no ambiente X (potência elétrica dos reatores por luminária + potência das lâmpadas por

luminária) / Área do ambiente}.

Como podemos ver na nossa tabela comparativa acima, o projeto desenvolvido para a segunda

unidade da loja de acessórios, a DPI ficou igual a 44W/m2, sendo inferior a densidade máxima

estipulada para certificação.

Neste projeto a preocupação foi de conseguir um ótimo brilho nas peças, um ambiente

aconchegante e atrativo para o consumidor, usando para isso fontes de luz com baixo consumo

energético e alta intensidade luminosa e brilho, não esquecendo a temperatura de cor em torno de

3000k e IRC acima de 80. E ainda tivemos a intenção de usar uma variedade pequena de tipos de

equipamentos para facilitar a manutenção e reposição das lâmpadas pelos proprietários.

Em lojas onde temos a mescla de lâmpadas halógenas ao lado de lâmpadas vapores metálicos

vemos com bastante frequência a lâmpada halógena queimada ou desligada. Afinal a halógena tem

uma vida útil em torno de 3.000 horas e a vapor metálico entre 9.000 horas. E o fluxo luminoso da

halógena é aproximadamente 2.200cd, enquanto da vapor metálico fica entre 5.000cd, sendo assim

por mais que a tentativa de mesclar os dois sistemas seja de valorizar as cores quentes e frias e

aumentar a reprodução de cores, pois o IRC da halógena é 100 e da vapor metálico é 82. A

superioridade do pacote de luz da vapor metálico e sua vida útil muito maior, acaba por ser muito

mais vantajoso para a manutenção de todo o sistema da loja e para que a imagem da loja permaneça

fiel ao projeto luminotécnico. E ainda implicando em perdas muito mínimas para a percepção visual

do olho humano.

Após inaugurada a segunda unidade da loja, seus proprietários leigos no assunto iluminação e

fontes de luz, se surpreenderão com a diferença de uma loja para outra. “Não existe nem

comparação, tanto que em Rio Preto queremos fazer o mesmo sistema de iluminação que tem a

Piuka do Santa Úrsula Shopping. A nova loja é muito mais viva, com uma claridade perfeita para o

segmento de acessórios. Referente ao consumo de energia, a Piuka do Santa Úrsula é mais

econômica no mês de setembro de 2012 o consumo foi de 862KW, enquanto a de Rio Preto foi de

982KW, e a loja tem uma área menor” depoimento de Ana Flavia Mei, uma das proprietárias da

Piuka Acessórios.

5. Conclusão

Com este estudo conclui-se que existem diversas formas de se fazer um bom projeto de

iluminação comercial. Porém, nos dias atuais com a preocupação constante com eficiência

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energética e sustentabilidade, é de grande responsabilidade do profissional de iluminação pensar em

seus projetos com o uso de equipamentos modernos que busque sempre produzir o máximo de

intensidade luminosa com o mínimo de potencia elétrica, e com longa duração.

Todos os novos projetos de iluminação comerciais deveram estar atentos a uma meta de

consumo energético bem reduzida, tendo em vista que novos empreendimentos começaram a buscar

as certificações LEED, Procel entre outros. Uma realidade que já existe fora do pais, e será uma

tendência muito forte para os próximos anos.

Temos hoje o alto aprimoramento dos Leds, que aos poucos estamos vendo em quase todos os

projetos de iluminação, e fica nosso desejo para que ele evolua e consiga produzir uma luz brilhante

para ser utilizado nos mais variados seguimentos da iluminação comercial.

E sobre as lâmpadas metálicas vemos como sendo essencial nos projetos de iluminação

comercial. O Projeto luminotécnico neste setor deve buscar sempre valorizar o projeto

arquitetônico, de interiores e, principalmente, o produto que está sendo vendido. Além disso,

especificar equipamentos de fácil reposição e alta resistência, devido à utilização intensa que ocorre

nas lojas de shopping onde o funcionamento é de no mínimo 12 horas por dia.

Este estudo de caso foi importante para ressaltarmos a como é possível fazer um bom projeto de

iluminação utilizando apenas o sistema vapor metálico sem a necessidade de mescla-lo com as

lâmpadas halógenas. As lâmpadas de vapor metálico conseguem ser superior na vida útil, eficiência

enérgica, e ainda superior no quesito brilho e destaque dos produtos, que já se tinha com o sistema

das halógenas. Sua luz branca embeleza e enobrece o ambiente, proporcionando conforto visual e

gerando baixa carga térmica.

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Acesso em 29 de setembro de 2012.

ABRASCE, Associação Brasileira de Shopping Centers. Desempenho da indústria de Shopping

Centers no Brasil. Artigo. 25/10/2012. Disponível em:

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<http://www.portaldoshopping.com.br/sobreosetor.asp?codAreaMae=10&codArea=13&codConteu

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COELHO, André. 10 Erros em um Ponto de Venda. Artigo. 27/01/2012. Disponível em:

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ano-passado>. Acesso em 29 de setembro de 2012.

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<http://www.portaisdamoda.com.br/noticiaInt~id~17888~n~marketing+e+merchandising

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OSRAM DO BRASIL. Catálogo Geral 2001-2012. Disponível em:

<http://www.osram.com.br/osram_br/Ferramentas_%26_Catlogos/Downloads/Iluminacao_Geral/C

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PHILIPS. Catálogo impresso. Guia de Iluminação. Agosto de 2008.

ABNT – NBR 5413. Iluminância de Interiores-Procedimento. Associação Brasileira de Normas

Técnicas, Rio de Janeiro, 1991, 13p.

BRANDSTON, Howard M. Aprender a ver: a essência do design da iluminação. Trad. Paulo

Sergio Scarazzato. São Paulo: De Maio Comunicação e Editora, 2010.

ANEXOS

ANEXO 1

PLANTA TÉRREA – PROJETO LUMINOTÉCNICO

LOJA PIUKA – SANTA URSULA SHOPPING – RIBEIRÃO PRETO – SP

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ARQ. TALITA CORRAL

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ANEXO 2

LEGENDA – PROJETO LUMINOTÉCNICO

LOJA PIUKA – SANTA URSULA SHOPPING – RIBEIRÃO PRETO – SP

ARQ. TALITA CORRAL

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ANEXO 3

PROJETO DA ILUMINAÇÃO NOS NICHOS

LOJA PIUKA – SANTA URSULA SHOPPING – RIBEIRÃO PRETO – SP

ARQ. TALITA CORRAL