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Idealização e produção:

PROJETO ALICERCE DA FÉ

Uma visão motivacional

de apoio ao seu crescimento espiritual

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quaisquer meios (eletrônicos ou mecânicos,

incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em

qualquer sistema ou banco de dados, desde que

ela não sofra alteração e haja referência à sua

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SUMÁRIO

Agradecimentos 3

Introdução 5

1. O Deus de tempos determinados 7

2. Estamos vivendo nos últimos dias? 10

3. O tempo da era da igreja 13

4. O arrebatamento da igreja 23

4.1 Os sinais em nova perspectiva 26

5. O tribunal de Cristo 30

6. A grande tribulação 32

6.1 Selos, trombetas e taças 34

6.2 O dia da ira e o dia do Senhor 38

6.3 A igreja e a grande tribulação 41

6.4 O que (ou quem) detém o Anticristo? 50

7. A manifestação de Jesus em grande glória 57

8. A ressurreição dos martirizados 60

9. Novo céu, nova terra e a Nova Jerusalém 62

10. O milênio 64

11. O juízo final 69

Considerações finais 72

Referências bibliográficas 74

Sobre o autor 76

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AGRADECIMENTOS

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor

Jesus Cristo que segundo a sua grande misericórdia,

nos gerou de novo para uma viva esperança, pela

ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para

uma herança incorruptível, incontaminável e que se

não pode murchar, guardada nos céus para vós, que

mediante a fé, estais guardados na virtude de Deus

para a salvação já prestes a se revelar no último

tempo” (1Pe 1.3-5).

Sou grato a esse Deus bendito de quem procede

nossa salvação. Falar de escatologia é falar dessa viva

esperança prestes a se materializar no último tempo,

conforme escreveu Pedro. Último tempo, a saber, o

tempo do fim.

Também externo minha gratidão à liderança e

irmãos de uma congregação no bairro esperança em

Ipatinga-MG com os quais estive em novembro de

2015 falando sobre os temas aqui apresentados.

Ver pessoas fazendo perguntas e dispostas a

aprender sempre foi um grande estímulo para mim.

Eu mesmo, frequentemente estou a fazer muitas

perguntas, afinal nosso conhecimento sempre será

parcial, ainda mais quando o assunto é escatologia.

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Não poderia esquecer-me de mencionar o quão

é proveitoso poder participar da escola bíblica

dominical. Nos últimos anos, escatologia foi um tema

que se repetiu, dando a todos a possibilidade de

aprofundar o conhecimento. O que lamento, no

entanto, é a falta de ousadia por parte dos escritores

das revistas de estudo. Há uma espécie de

conservadorismo escatológico que não os deixa dizer

nada mais do que “sempre soubemos”. Não há um

update das profecias! Por exemplo: alguns escritores,

irmãos e igrejas estão tentando vestir a “carapuça” do

Anticristo no papa até hoje. Não se abrem pra outras

possibilidades de entendimento.

Por fim, externo meus agradecimentos a todas

as pessoas com as quais conversei (ao longo da minha

caminhada cristã) sobre eventos escatológicos,

principalmente sobre o arrebatamento. Nele reside a

esperança da igreja.

Boa leitura a todos!

Celso Melo

Ipatinga / MG

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INTRODUÇÃO

O tempo do fim e sua expressão semelhante -

últimos dias- aparecem nas escrituras mais de vinte

vezes. Naturalmente que este é um tema importante

e pertence ao campo de estudo da escatologia. Ela

estuda o futuro da humanidade, da igreja e das

nações à luz das profecias bíblicas. Portanto, é

considerada a doutrina das últimas coisas ou dos

últimos dias.

Quem se interessar em estudar essa área tão

importante das escrituras, se deparará com várias

palavras e expressões próprias desse campo de

estudo. Seguem abaixo alguns exemplos:

Armagedom Selos, trombetas e taças

Princípio das dores Tribunal de Cristo

Milênio O dia da Ira de Deus

Arrebatamento As 70 semanas de

Daniel

Grande tribulação Marca da besta

Juízo final As duas testemunhas

Bodas do Cordeiro As duas ressurreições

Anticristo Gogue e Magogue

Falso profeta O dia do Senhor

Nova Jerusalém Galardões

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O estudo da escatologia bíblica é de valiosa

importância por várias razões, dentre elas, destaca-se

o antídoto contra as heresias. Aqueles que não

conhecem as profecias correm o risco de acreditar em

heresias místicas e esotéricas sobre o fim do mundo,

como ideias cabalísticas sobre o fim da humanidade e

profecias de gurus como, por exemplo, Nostradamus.

Outra razão de extrema importância para o

estudo da escatologia está no avivamento que ela

proporciona. Notamos que pessoas que se dedicam ao

estudo da escatologia, normalmente se tornam

apaixonadas pela vinda de Cristo.

Ressalto que meu conhecimento dos assuntos

aqui tratados é fruto de anos de leituras, pesquisas,

comparações e busca por orientação divina no esforço

para aprender. Todavia, sei que a revelação é

progressiva e que, por mais que alguém pensa que

sabe (eu e você), vez ou outra, seremos surpreendidos

por novas compreensões.

Que ao terminar de ler esta breve exposição seu

coração esteja inflamado pelo fogo do Espírito.

Plenamente possuído pelo desejo de ser arrebatado. E

que eu e você nos encontremos nas primeiras fileiras

(rs). Amém?

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1 - O DEUS DE TEMPOS DETERMINADOS

Quem já leu atentamente as escrituras, dando

atenção especial aos números contidos nela,

certamente ficou impressionado com certos modelos e

padrões, a saber, números iguais que apontam para

realidades equivalentes. Esses padrões têm sido

suficientes para deduzirmos significados de realidade

temporal e também profética. Um exemplo bem

simples seria dizer que seis é o número do homem; e

sete, o número da perfeição divina.

O estudo dos números ao longo da Bíblia deve

fazer qualquer um acreditar que Deus não tem

lançado dados ao longo da história. Olhemos, por

exemplo, para a principal profecia escatológica das

escrituras: as setenta semanas de Daniel 9. Quando

Ele determinou que a expiação do povo judeu (verso

24) somente se daria depois de setenta setes, ou seja,

setenta semanas de anos, Ele não determinou que

fosse assim à toa. Não poderia ser sessenta e nove

semanas, nem setenta e uma. Por quê? Acompanhe o

raciocínio:

A terra precisava descansar de sua produção,

pois os judeus não atentaram para o ano sabático,

conforme escrito em 2 Crônicas 36.21: “Para que se

cumprisse a palavra do SENHOR, por boca de

Jeremias, até que a terra se agradasse dos seus

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sábados; todos os dias da desolação repousou, até que

os setenta anos se cumpriram”. Portanto a profecia

das setenta semanas, além de representar 490 anos

literais, possuía um caráter simbólico, pois apontava

para os setenta anos do cativeiro babilônico que teve

como causa pecaminosa principal a negligência em

observar o ano sabático; além, obviamente, da

corrupção espiritual pela inobservância da lei de

forma geral.

Achei apropriado citar o número setenta,

porque acredito que ele é um dos mais represen-

tativos nas escrituras. Ele nos fala de tempo de

expiação. Representa um ciclo perfeito. Uma medida

completa para o tempo de expiação e juízo também.

Pensando nesses significados que acabo de

trazer, lembro-me de Lameque que disse que seu

pecado seria vingado “setenta vezes sete” (Gn 4.24).

Mais surpreendente ainda são as palavras de Jesus

sobre até quando devemos perdoar o pecado de um

irmão. “Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas

até setenta vezes sete” (Mt 18.22). Veja que essas

duas passagens contêm a expressão setenta vezes

sete, e nos remete para as setenta semanas de Daniel

9 (setenta vezes sete). Em todos esses casos, a tônica é

a mesma: tempo suficiente e satisfatório para expiar a

iniquidade.

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Partindo do exemplo acima, creio que é

razoável admitirmos que nosso Deus é um Deus de

tempos determinados. Nele não há casualidade. Não

há eventos aleatórios. Não há ações sem propósito.

Devemos crer que os números na Bíblia não estão lá

de qualquer forma. Há realidades proféticas sendo

representadas por trás de muitos deles. Não todos,

obviamente. Exemplo: não vejo representação

profética em “cinco pães e dois peixinhos”. Não estou

dizendo que não há; apenas que não vejo.

Atentar para a representatividade de muitos

números na Bíblia somente é possível porque, de fato,

Deus é um deus de tempos determinados. Em Atos

1.7 Jesus disse aos seus discípulos que seu Pai

estabeleceu tempos e épocas pelo seu próprio poder.

Portanto, nada se dará fora do seu calendário

profético.

Consideremos o grande dia do juízo. Até esse

dia, o dia do juízo final, está determinado por Ele.

Disse Paulo: “Porquanto tem determinado um dia em

que com justiça há de julgar o mundo, por meio do

varão que destinou; e disso deu certeza a todos,

ressuscitando-o dos mortos” (Atos 17.31).

E quanto ao arrebatamento? Eu creio que o

arrebatamento da igreja nunca foi um evento

aleatório... Muitos pensavam que ele poderia ter

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ocorrido a qualquer momento, inclusive na época de

vida do apóstolo Paulo (Leia as cartas aos

tessalonicenses, em especial 2Ts 2). Todavia, através

do estudo de alguns números nas escrituras,

percebemos que este evento foi predeterminado pelo

Senhor para ocorrer no seu devido tempo; e este

tempo tem a ver com o período da dispensação da era

da igreja, afinal é ela que será arrebatada. Sobre isso,

conversaremos ainda neste livro.

2 - ESTAMOS VIVENDO NOS ÚLTIMOS DIAS?

Essa expressão juntamente com sua

correspondente textual – tempo do fim – podem ser

encontradas nas escrituras cerca de vinte vezes. De

forma geral, sabemos que ela significa tempo do fim,

tempo do juízo de Deus, tempo do fim de todas as

coisas e novo começo, volta de Jesus e estabe-

lecimento do seu reino, etc. Portanto, dizer que

estamos nos últimos dias significa dizer o tempo do

fim se aproxima. Breve virá o Senhor e se dará o

desfecho de todos os acontecimentos escatológicos; em

especial, aqueles que culminarão nos mil anos de paz

– o milênio de Cristo.

Quero que você me acompanhe num entendi-

mento diferenciado desse que acabei de apresentar

acima. Para isso, leremos parte do discurso de Pedro

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no dia de Pentecostes. Em Atos 2.17 ele disse: “e nos

últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu

Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos

filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens

terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos”.

Observe que Pedro cita Joel 2.28. Ele também

interpretou a descida do Espírito Santo como sendo

para os últimos dias, de forma que a era da igreja vai

de encontro com a descida do Espírito no dia de

Pentecostes e também com os últimos dias. Em outras

palavras a igreja vive no tempo escatológico

reconhecido como os últimos dias.

Agora vamos avançar um pouco mais. Imagine

que um inseto, ao nascer, Deus lhe estabeleça seis

dias de vida. No primeiro ou segundo dia de sua curta

vida ninguém pode dizer que ele esteja nos seus

últimos dias, não é mesmo? Quando ele estiver

vivendo no terceiro dia de sua vida, ele estará

exatamente na metade dos seus dias. No quarto, ele

já estará a caminho da etapa final da sua vida,

embora ainda esteja próximo da etapa limítrofe que

marcou o meio de sua vida, correto? Bom, restam-nos,

o quinto e sexto dias. Esses dias sim, a respeito deles,

podemos dizer que são os últimos dias da vida do

inseto.

Se você compreendeu a analogia acima, saiba

que é exatamente uma analogia que criei para

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apresentar a realidade do tempo que Deus deu ao

homem para viver aqui na terra. Assim como Deus

criou o mundo em seis dias, ele deu também ao

homem seis dias para trabalhar. O sétimo é o

descanso do Senhor e representa para nós (hoje) o

milênio que serão mil anos de paz. Em Colossenses

2.16,17 Paulo diz-nos claramente que o sábado e os

dias de festas judaicos eram sombras das coisas que

haviam de vir, de forma que o sábado realmente é

uma tipificação do milênio. Ele é o descanso que resta

para o povo de Deus (Hb 4.9).

E quanto aos seis dias da criação e os seis dias

de trabalho do homem sobre a terra? Esses dias

apontam para o período de seis milênios, conforme

palavras de Moisés e Pedro. Vejamos: “Porque mil

anos são aos teus olhos como o dia de ontem que

passou, e como a vigília da noite” (Sl 90.4). “Mas,

amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o

Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia”

(2Pe 3.8).

De modo geral, podemos dividir os seis mil anos

da seguinte forma: de Adão até Abraão, dois mil anos.

De Abraão até Jesus, mais dois mil; e de Jesus até

nós, outros dois mil. Acho marcante e profético para

nós, o fato da história apresentar-nos esta divisão, a

saber: antes e depois de Cristo. Resumindo, estamos

no final do sexto dia, isto é, do tempo que Deus deu ao

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homem para trabalhar sobre a terra. E se você me

perguntar: “Mas, nós já passamos do ano 2000 (2017

quando escrevo) e o fim não veio. Por que será?” Bom,

eu não tenho todas as respostas (rs), mas isso também

é compreensível. Falaremos agora sobre o tempo da

igreja aqui na terra, quando então olharemos para

esse aparente “anacronismo”.

3 - O TEMPO DA ERA DA IGREJA

Há um excelente livro chamado “O plano divino

através dos séculos”, autoria de Lawrence Olsen, que

vai sustentar a ideia de que nosso Deus é um deus (o

único, na verdade!) de tempos determinados, como já

escrevi acima. Lawrence Olsen apresenta as

dispensações determinadas por Deus, desde a

primeira, a saber a dispensação da inocência – O

homem antes da queda. A última dispensação

significativa que temos, e que nos interessa mais, é a

dispensação da graça ou a era da igreja, como

também é conhecida.

Os meus estudos têm me levado à seguinte

pergunta: se todas as dispensações tiveram um

tempo, qual seria o tempo da era da igreja aqui na

terra? Muitos, certamente exclamarão: Impossível

saber! Bom, não estou aqui tentando fazer continhas

nos dedos. Não me interessa saber nos mínimos

detalhes, ou seja, quantos anos, meses e dias. Nada

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disso! Minha ideia é obter uma visão geral desse

tempo, pois detalhamentos precisos, não creio que é

possível obtermos. Todavia, sempre haverá profetas

aventureiros que tentarão determinar até mesmo o

dia da volta de Cristo.

Tendo estabelecido meu objetivo ligado apenas

a uma compreensão macro do tempo da era da igreja,

agora torna-se importante saber que a era da igreja

vai desde o dia de pentecostes (sua inauguração e

concepção) até o momento do seu arrebatamento.

Quanto a isso, creio que não restam dúvidas. Outro

fato importante: o tempo da existência da igreja

deverá coincidir com o tempo do Espírito Santo

agindo sobre ela no intuito de prepará-la para

encontrar com o seu noivo Jesus. Quanto a isso,

também creio que não há controvérsias, afinal os

textos e falas de Jesus sobre o papel do Espírito na

vida do crente e da igreja são muitos. Como o Espírito

desceu no dia de Pentecostes, seu ministério

corporativo na vida de igreja começou desde então.

Quero apresentar minha visão sobre o tempo

da igreja exatamente a partir do que acabo de

escrever. Creio que há um tempo previsto por Deus

para que o Espírito Santo cuide e trabalhe com a

igreja. Creio inclusive que há nas escrituras algumas

passagens que tipologicamente traz-nos revelação

sobre esse assunto. A primeira delas é a parábola do

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Bom Samaritano. Leiamos com atenção: “Certo

homem descia de Jerusalém para Jericó e veio a cair

em mãos de salteadores, os quais, depois de tudo lhe

roubarem e lhe causarem muitos ferimentos,

retiraram-se, deixando-o semimorto. Casualmente,

descia um sacerdote por aquele mesmo caminho e,

vendo-o, passou de largo. Semelhantemente, um

levita descia por aquele mesmo lugar e, vendo-o,

também passou de largo. Certo samaritano, que

seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o,

compadeceu-se dele. E chegando-se, atou-lhe os

ferimentos, aplicando-lhes óleo e vinho; e colocando-o

sobre o seu próprio animal, levou-o para uma

hospedaria e tratou dele. No dia seguinte, tirou dois

denários e os entregou ao hospedeiro, dizendo: cuida

deste homem, e se, alguma coisa gastares a mais, eu

to indenizarei quando voltar”.

É provável que você já tenha ouvido pregações

sobre essa parábola que enfatizam o amor ao próximo.

Mas, poucos pregadores avançam na compreensão do

texto. Ela é uma representação completa do plano de

salvação. Jericó representa o mundo e foi considerada

terra da maldição (ler as palavras de Josué em Js

6.26). Jerusalém é símbolo do lugar da bênção (Sl

133.3) e tipifica a presença de Deus. O homem

semimorto é uma figura de todos nós. Temos descido

na ladeira da degradação moral, indo de encontro à

perdição. O sacerdote que não ajudou o homem é uma

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representação de todas as religiões do mundo, afinal

praticamente todas elas têm sacerdotes. Já o levita é

uma representação do judaísmo, pois somente nesse

sistema religioso aparece a pessoa do levita. Penso

que Cristo quis destacar o levita para mostrar para o

intérprete da lei que o judaísmo, motivo do orgulho

judeu, também era impotente para salvar.

Mas, as representações continuam. Jesus é o

bom samaritano! Como os judeus não gostavam dos

samaritanos e os rejeitavam, Jesus se encaixa

perfeitamente no perfil, haja vista que haveria de ser

rejeitado pelos judeus. A hospedaria é uma figura da

igreja e o hospedeiro é o Espírito Santo. Os dois

denários nos remete ao salário de dois dias de

trabalho (Mt 20.2) e representam dois dias proféticos,

ou seja, dois mil anos, conforme palavras de Moisés e

Pedro, já mencionadas nesta obra, e agora reprisadas:

“Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de

ontem que passou, e como a vigília da noite” (Sl 90.4).

“Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia

para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um

dia” (2Pe 3.8).

Assim como o bom samaritano recomendou ao

hospedeiro que cuidasse do homem ferido; e para isto,

lhe deu duas moedas; semelhantemente, Jesus foi

assunto aos céus, deixando ao Espírito Santo o

cuidado da igreja durante todo este tempo, a saber,

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dois mil anos, que é tempo da era da igreja. Observe

que o bom samaritano, na parábola, prometeu

retornar, assim como fez também Jesus. Alguém

poderia ressaltar: “Então, Jesus está atrasado, afinal

dois mil anos já se passaram (2017 quando escrevo) e

Ele não retornou ainda”.

Antes de aprofundar nesta questão, quero

examinar com você outras passagens e tipologias que

apontam para estes dois mil anos, como sendo o

tempo da igreja. Vejamos a experiência de Moisés no

monte Sinai. Deus falou com Moisés que desceria no

monte numa nuvem e que daria ao povo a experiência

de ouvir a sua voz. Todavia, antes disso, algo

precisava ser feito. Disse-lhe o Senhor: “Vai ao povo, e

santifica-os hoje e amanhã; lavem eles os seus

vestidos, e estejam prontos para o terceiro dia;

porquanto no terceiro dia descerá o Senhor diante dos

olhos de todo o povo sobre o monte Sinai” (Ex

19.10,11).

Este acontecimento é uma espécie de protótipo

do que acontecerá no final da grande tribulação.

Naquele dia, o Senhor virá e todo o olho o verá. A

profecia desse dia está em Zacarias 14.4 “Naquele dia

estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que

está defronte de Jerusalém para o oriente; se o monte

das Oliveiras será fendido pelo meio, do oriente para o

ocidente e haverá um vale muito grande; e metade do

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monte se removerá para o norte, e a outra metade

dele para o sul”.

Tendo contemplado as similiaridades entres os

eventos acima, não podemos deixar de notar que Deus

disse a Moisés para preparar o povo durante dois

dias, e que viria ter com eles no terceiro dia. Isto para

mim é maravilhoso! Este tempo de preparação me

traz à mente os dois denários da parábola do Bom

Samaritano. São dois mil anos nos quais o Espírito

tem preparado a igreja, e nossas vestes tem sido

lavadas no sangue do cordeiro.

Minha terceira inspiração para crer que o

tempo da igreja são dois mil anos vem da narrativa de

S. João capítulo quatro – a passagem da mulher

samaritana. O verso três nos diz que Jesus estava na

Galiléia, território de Israel. No verso quatro, o texto

nos informa: “E era-lhe necessário passar por

Samaria”. Ou seja, não era uma intenção original,

mas algo que se tornou necessário. Os versos

seguintes (5 a 39) nos dão conta de como Jesus

evangelizou a mulher samaritana e depois, por causa

do testemunho dela, também salvou muitos

samaritanos. Neste ponto, lembremo-nos de que os

samaritanos eram gentios para os judeus.

Prosseguindo com a narrativa, os versos

seguintes (40-43) concluem: “Indo, pois, ter com ele os

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samaritanos, rogaram-lhe que ficasse com eles; e ficou

ali dois dias. E muitos mais creram por causa da

palavra dele; e diziam à mulher: ‘Já não é pela tua

palavra que nós cremos; pois agora nós mesmos temos

ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o

Salvador do mundo’. Passados os dois dias partiu dali

para a Galiléia”.

Veja a aplicação escatológica dessa passagem:

Jesus veio para os judeus (Este era o propósito

inicial). Mas como eles não o receberam, Ele foi para

os gentios (No texto, Samaria tipifica essa realidade).

Ficará com eles por dois dias proféticos (Assim como

ficou com os samaritanos) e depois retornará para os

judeus novamente. O retorno de Jesus para Galiléia é

profético nesse sentido.

Ainda sobre os dois dias da era da igreja, trago

agora a profecia de Oséias 6.1,2: “Vinde, e tornemos

para o Senhor, porque ele despedaçou e nos sarará;

fez a ferida, e no-la atará. Depois de dois dias nos

ressuscitará: ao terceiro dia nos levantará, e

viveremos diante dele”. Novamente, vemos o número

dois em cena. Israel na atualidade está morto

espiritualmente. Vemos apenas o surgimento de peles

e nervos... o desenrolar do cumprimento da profecia

do vale dos ossos secos (Ez. 37). Ele será ressuscitado

depois de dois proféticos, ou seja, depois do tempo da

era da igreja.

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O Senhor tem edificado sua igreja dia após dia.

Judeus inclusive, de várias partes do mundo, têm

aceitado o messias e fazem parte dela. Mas, é somente

depois do término da era da igreja, no arrebatamento,

que o Senhor voltará sua atenção novamente para

Israel, ressuscita-lo-á e o vivificará, exatamente como

profetizou Oséias: “Depois de dois dias.”

Quanto à ideia de um possível atraso, ou seja,

se o tempo da igreja são dois mil anos, por que Jesus

ainda não veio? Esta também foi minha pergunta

durante um tempo, e ainda é, de certa forma. Mas,

relendo a passagem do bom samaritano, percebemos

que ele somente deu os dois denários para o

hospedeiro quando estava de partida. Isto faz

referência à ascenção de Cristo. O problema é que as

pessoas tem focado no marco do ano zero e no

nascimento de Jesus. Também devemos lembrar de

que o tempo da igreja começou em Pentecostes e não

na manjedoura.

Qual a implicação desse novo entendimento?

Como sabemos que Jesus começou seu ministério com

cerca de trinta anos de idade; e que ele perdurou por

três anos, minha pergunta é: seria razoável

pensarmos que o término da era da igreja, ou seja, dos

dois mil anos proféticos, findarão em 2033?

Certamente seria razoável, se não fosse o erro do

calendário gregoriano. Sei que muitos sabem sobre

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isso, e aqui não quero me estender. O cálculo deste

erro não é preciso e a margem vai de dois a seis anos.

Sobre a precisão do erro do calendário, alguns

adventistas, por exemplo, são ousados e afirmam que

são dois anos. Com isto, alguns deles prevêem a data

do retorno de Cristo para o ano 2031, pois acreditam

que Jesus morreu, ressuscitou e foi assunto aos céus

no ano 31 da nossa era. Todavia, quero enfatizar para

você que agora me lê, o seguinte: eu não marco datas.

Não sou um guru, um profeta ou algo do tipo. O que

penso é que todo este raciocídio quanto aos dois dias

proféticos, portanto dois mil anos, é muito coerente e

tem grande respaldo nas escrituras, conforme expus

acima. O que tento enfatizar sempre é que acredito

seriamente que estamos vivendo no “apagar das

luzes” do segundo dia, e eis que já vem raiando o

início do terceiro dia.

Conforme disse, eu não marco datas. Há outras

questões envolvidas, além do erro do calendário.

Exemplos: o tempo da igreja incluirá os sete anos da

grande tribulação? Deveríamos posicionar o

arrebatamento sete anos antes do final dos dois dias

proféticos? Alguns acham que sim, e dizem que os

dois dias proféticos, ou seja, os dois mil anos, são na

verdade, toda a extensão do tempo dado por Deus aos

gentios. Desta forma, afirmam: a presente

dispensação, não é somente a dispensação da graça ou

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da igreja, mas também a dispensação dos gentios. Isto

faz todo sentido, pois Jesus disse que Jerusalém será

pisada pelos gentios, até que os tempos deles se

completem (Lc 21.24), ou seja, no final da grande

tribulação. Desta forma, os tempos dos gentios se

completarão quando se der a vinda de Jesus nas

nuvens para socorrer Israel e derrotar o Anticristo.

Pessoalmente creio que, de fato, dois mil anos é

o tempo da igreja e dos gentios. Vale lembrar que

estamos falando de dispensações, ou seja, um tempo

no qual um povo está em evidência e a ação divina

tem características bem definidas.

A sincronicidade da dispensação gentílica e da

igreja parece ser evidente, afinal a igreja - como um

todo - é essencialmente uma igreja gentílica, embora

temos nela os judeus cristãos messiânicos. Entendo,

todavia, que Deus poupará a igreja triunfante e

vencedora de passar pela grande tribulação. Ela é

tipificada pela igreja de Filadélfia (ler Ap. 3.10).

Assim, creio que o tempo da igreja (seus dois dias

proféticos) findará no arrebatamento.

Em resumo, gosto de dizer da seguinte forma:

Deus determinou dois dias proféticos (dois mil anos)

como sendo o tempo dos gentios (tempo da

oportunidade de salvação através do evangelho).

Todavia, os gentios salvos em Jesus, receberão a

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graciosa bênção de terem “seus dias abreviados” em

sete anos. Quanto aos demais, o tempo deles se

cumprirá por inteiro; e muitos deles, para nossa

perplexidade e alegria, serão salvos na grande

tribulação (ler Ap. 7. 14).

4 - O ARREBATAMENTO DA IGREJA

Trata-se do cumprimento da promessa de Jesus

de nos levar para si mesmo: “E quando eu for, e vos

preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim

mesmo, para que, onde eu estiver, estejai vos

também” (Jo14.3). Os mortos em Cristo ressuscitarão

primeiro; depois, os que estiverem vivos e em

comunhão com o Senhor, serão transformados num

abrir e fechar de olhos e subirão também rumo ao

encontro com o Senhor nos ares (1Co 15.51-52; 1Ts

4.16-17).

O apóstolo Paulo foi quem recebeu com mais

detalhes informações sobre o arrebatamento. Seu

principal texto se encontra registrado em 1Ts 4.16-17:

“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido e

com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os

que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.

Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos

arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a

encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos

sempre com o Senhor”.

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A palavra grega usada por Paulo foi ‘harpazo’.

Foi traduzida em latim na palavra rapto. Para a

língua portuguesa, foi traduzida como arrebatados e

expressa a ideia de chamamento. De uma forma

sobrenatural, ouviremos nosso chamado, em meio ao

alarido, a voz do arcanjo e a trombeta de Deus. Mas, a

palavra arrebatados e suas variantes –

arrebatamento e arrebatar – expressam muito mais

do que a ideia de um chamamento. Arrebatar

significar tomar com força; retirar; levar e desprender

com ímpeto. Portanto, a palavra foi traduzida para o

português de forma precisa. O arrebatamento será

exatamente isso. Por ele, a igreja será desprendida

desta terra e não verá os horrores da grande

tribulação. Para clarificar o entendimento, pense em

Ló, a saber, a forma como os anjos “arrancaram” ele e

suas filhas para não serem destruídos junto com

Sodoma e Gomorra.

A igreja vive na expectativa do arrebatamento.

Mas, conforme já mencionei, não creio que o

arrebatamento seja um evento aleatório. A ideia de

um arrebatamento que pudesse acontecer a qualquer

momento já me pareceu correta. Mas, hoje, vejo que

alguns eventos precisavam ocorrer primeiro. Por

exemplo: o Senhor não viria antes que a figueira

brotasse. A figueira é a nação de Israel e ela brotou

nos anos de 1947 e 1948. Portanto, este é o tempo!

Obviamente, não sabemos o dia nem a hora.

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Alegremo-nos, pois assim que a noiva se

encontrar com seu noivo, ele a apresentará ao Pai e

por fim, o tão aguardado banquete das Bodas do

Cordeiro se dará. “Levou-me à sala do banquete, e o

seu estandarte em mim era o amor” (Ct 2.4).

É possível encontrarmos diversas pessoas que

não creem no arrebatamento. Todavia, julgam-se

crentes. Dizem que esta história de um

arrebatamento secreto não é respaldada pelas

escrituras. Alguns chegam a ter argumentos

razoáveis, e acreditam apenas no que chamam de

segunda vinda de Cristo. Outros são bem simplistas e

apenas dizem que não existe a palavra arrebatamento

na Bíblia. Eu fico a pensar se esses tais também não

acreditam na trindade, afinal essa palavra também

não existe nas escrituras.

A revelação do arrebatamento, de fato pode

parecer estranha, porque ela não está clarificada nos

profetas do velho testamento. Quem trouxe luz sobre

o assunto foi Paulo. O evangelho que ele pregava foi-

lhe revelado pelo próprio Senhor (Gl 1.12).

Escrevendo aos efésios, ele agradece a Deus pela

graça de pregar aos gentios o evangelho das

insondáveis riquezas de cristo, e diz: “manifestando

qual seja a dispensação do mistério, desde os séculos,

oculto em Deus, que criou todas as coisas” (Ef 3.9).

Portanto, quem lê Paulo e crê na inspiração divina da

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Palavra, percebe que muitos de seus textos não são

simples resultados de interpretações do velho

testamento. Deus estava com ele. Seus textos

apresentam revelações novas e ampliações daquilo

que os profetas escreveram. Assim, creio que o

arrebatamento é real. Trata-se de uma doutrina

bíblica que, embora tenha sido clarificada por Paulo,

ela tem referência em várias outras passagens das

escrituras, além também, das várias tipologias, como

Enoque e Ló, dentre outras.

4.1 - OS SINAIS EM NOVA PERPECTIVA

Toda pessoa que procurar viver uma vida

piedosa e buscar, pelo Espírito, entendimento das

escrituras, será guiada pelo mesmo Espírito rumo a

um universo de compreensões sobre o futuro. Jesus

mesmo disse que o Espírito Santo “vos guiará a toda a

verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá

tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que

hão de vir” (Jo 16.13). Portanto, o Espírito Santo

sempre procurará criar uma “mentalidade

escatológica” em nós, sendo a perfeita consciência dos

sinais da volta de Cristo, seu foco principal. Passarei

então a falar do que dEle tenho recebido sobre os

sinais.

Escrevendo aos Coríntios, Paulo divide a

humanidade em três grandes grupos. Ele diz: “Portai-

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vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus,

nem aos gregos, nem à igreja de Deus” (1Co 10.32).

Vemos aqui menção aos Judeus, gregos, isto é, os

gentios, e por fim, à igreja. Se atentarmos para os

sinais, veremos que há sinais que dizem respeito a

Israel; outros, referem-se ao mundo gentílico e por

fim, sinais que se referem à igreja.

O principal sinal concernente a Israel

aconteceu em maio de 1948, quando o estado judeu foi

proclamado. Desde então, temos visto o

repatriamento dos judeus. Na verdade, poderíamos

situar esta data no ano anterior. Mais precisamente,

em novembro de 1947, quando através da resolução

181 da ONU, os israelitas ganharam o direito de

repatriarem-se para a terra dos seus pais.

No ressurgimento do estado de Israel está o

cumprimento da profecia de Isaías 66.8: “Quem

jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas semelhantes?

Poder-se-ia fazer nascer uma terra num só dia?

Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve

de parto e já deu à luz seus filhos”. Também se

cumpriram as palavras do próprio Senhor que disse:

“Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já o

seu ramo se torna tenro e brota folhas, sabeis que

está próximo o verão. Igualmente, quando virdes

todas essas coisas, sabei que ele está próximo, mesmo

às portas” (Mt 24.32,33).

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Outro sinal que a igreja deve atentar ao ver

acontecendo em Israel, são os constantes apelos pela

vinda do messias, quer por parte dos líderes religiosos

como os rabinos, quer por parte de judeus ortodoxos,

em orações, declarações e entrevistas. Sabemos que o

anticristo será aceito por eles como sendo o messias

outrora prometido, de forma que o clamor deles pela

vinda do messias é um sinal (para nós) de que o

anticristo está chegando.

Os sinais referentes ao mundo são os mais

prontamente identificáveis, a saber: terremotos,

fomes, calamidades diversas, guerras e coisas

semelhantes. Quando aconteceu o terrível tsunâmine

no Japão em 2011 eu logo me lembrei das palavras de

Jesus em Lc 21.25: “E haverá sinais no sol e na lua e

nas estrelas; e na terra angústia das nações, em

perplexidade pelo bramido do mar e das ondas”.

Devemos atentar também para o caos social,

político e econômico, pois ele fornecerá a plataforma

para a vinda do anticristo que virá como proposta de

solução para as nações. Atualmente enquanto escrevo

estas linhas (2017) o mundo tem assistido em total

perplexidade a guerra na Síria que já trouxe o

resultado de praticamente meio milhão de mortos.

Também há as ameaças da Coréia do Norte e do Irã.

São países com programas de desenvolvimento de

armas nucleares.

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Eu creio que o cristão que estiver atento ao

cenário mundial, bem como atento à voz de Deus, ou

seja, à luz e revelação do Espírito, tal cristão

conseguirá ter o discernimento da pessoa do

anticristo. Veja: se a grande tribulação começará com

o acordo do Anticristo (o pacto de sete anos); e se a

igreja não passará pela grande tribulação,

obviamente a atuação do anticristo já estará

ocorrendo nos “bastidores”, conforme Paulo disse: “o

mistério da iniquidade já opera” (2Ts 2.7).

O anticristo não surgirá no cenário mundial

como um alienígena paraquedista, ou seja,

repentinamente. Ele fará um pacto de sete anos com

os judeus, e a grande tribulação também terá este

tempo, todavia, antes disto, a pessoa do anticristo

estará presente na terra, crescendo em poder e

articulações do mal, de forma crescente, ainda que

dissimulada. Particularmente, creio que ele já nasceu.

Houve um tempo que dizer isso poderia ser uma

declaração ousada, mas a considerar os sinais e o

tempo da era da igreja, seria inconcebível pensar

diferente.

Quanto aos sinais para a igreja, ou seja, sinais

que a igreja deve notar em si mesma, temos a

corrupção total da essência da igreja. Ou seja: igreja

norma, igreja que pensa ser rica, não sabendo que é

pobre; igreja sem visão espiritual e com vestes

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manchadas. A igreja de Laudicéia de Apocalipse 3 é

um retrado da era atual da igreja. Trata-se da

apostasia descrita por Paulo em 1Tm 4.1: “Mas o

Espírito expressamente diz que nos últimos tempos,

alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos

enganadores, e a doutrinas de demônios”.

Há outros sinais que a igreja tem que

considerar, inclusive sinais astronômicos. Em Gn

1.14, Moisés registrou que Deus criou o sol, a lua e as

estrelas também para que servissem-nos de sinais. A

meu ver, os eventos das chamadas “luas de sangue”

que ocorreram em 2014 e 2015 foram um

cumprimento parcial de Jl 2.31, onde se lê: “O sol se

converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que

venha o grande e terrível dia do Senhor”. Digo

parcial, porque este sinal voltará a acorrer na

abertura no sexto selo, agravando ainda mais o dia do

Senhor. Como o dia do Senhor é a grande tribulação

de sete anos, o fato desse sinal já ter tido seu

cumprimento inicial em 2014 e 2015 abre caminho

para o arrebatamento e a própria grande tribulação.

5 - O TRIBUNAL DE CRISTO

Em hipótese alguma, você deve confundir este

evento com o juízo final. O tribunal de Cristo ocorrerá

somente para os salvos em cumprimento a várias

passagens das escrituras, como: “Pois todos havemos

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de comparecer ante o tribunal de Cristo” (Rm 14.10).

“Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de

Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver

feito por meio do corpo, ou bem, ou mal” (2Co5.10).

Parábolas de Jesus como “as dez minas” e “os

dez talentos” fazem alusão clara a esse evento. No

tribunal de Cristo estarão em pauta as nossas obras

realizadas para o Senhor, a utilizacão dos dons que

Ele nos deu e as nossas omissões. Nesse tribunal,

muitos servos estarão recebendo galardões, enquanto

outros não. É bom lembrarmo-nos de que a salvação é

pela fé, enquanto a recompensa é pelas obras. “Eis

que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para

dar a cada um segundo a sua obra” (Ap 22.12).

Quanto ao que serão os galardões, a Bíblia não

detalha o assunto. Há quem diga se tratar de posições

no reino milenar de Cristo. O que bem sabemos é que

naquele grande dia nossas obras serão provadas pelo

fogo. Se a obra de alguém não for aprovada, ela será

queimada, todavia tal pessoa será salva, “como que

pelo fogo”. Paulo ilustra as obras, comparando-as a

seis tipos de materiais (1Co 3.12-15):

--Ouro, prata e pedras

dpreciosas

- Madeira, feno e palha.

- Obras aprovadas.

- Galardão garantido.

- Obras reprovadas.

- Sem galardão.

- Salvo com pelo pelo fogo.

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6 - A GRANDE TRIBULAÇÃO

Trata-se do período do juízo de Deus sobre o

mundo e os ímpios. Isaías assim registra este período:

“Por muito tempo me calei, estive em silêncio, e me

contive; mas agora darei gritos como a que está de

parto, e a todos assolarei e juntamente devorarei" (Is

42.14).

Muitas pessoas acham que Deus não está

contemplando a maldade dos homens. “Não há justiça

divina sobre a terra”, dizem. Nesse tempo, Deus

provará que não era bem assim. Sete selos serão

abertos. Sete trombetas tocadas, e sete taças serão

derramadas sobre este mundo. Nesse terrível tempo,

os habitantes da terra terão que se haver com a ira de

Deus sobre o pecado e a falta de arrependimento dos

homens.

A duração da grande tribulação será de sete

anos, divididos em duas partes de três anos e meio.

Os leitores de Apocalipse também estão acostumados

com a menção de 42 meses que também totalizam três

anos e meio. Já o profeta Daniel registra o período dos

três anos e meio usando a palavra tempo e variações.

Vejamos: “E proferirá (o anticristo) palavras contra o

Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e

cuidará em mudar os tempos, e a lei; e eles serão

entregues na sua mão por um tempo (um ano), e

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tempos (dois anos), e metade dum tempo” (meio ano)

(Dn 7.25).

Na última das setenta semanas descritas no

livro do profeta Daniel (Dn 9.24-27) há outra

referência a esse período. Sessenta e nove semanas se

passaram. Falta, portanto, a última semana (shabua,

no grego) de anos, ou seja, sete anos – os sete anos de

tribulação. Leiamos: “Ele fará firme aliança com

muitos, por uma semana; na metade da semana, fará

cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa

das abominações virá o assolador, até que a

destruição, que está determinada, se derrame sobre

ele” (Dn 9.27).

Por ser essa semana dividida, muitos

consideram a grande tribulação apenas os últimos

três anos e meio, todavia não devemos nos iludir

pensando que os três primeiros anos e meio serão de

pura paz. Existem diversas passagens bíblicas que

nos levam a entender que o reino do anticristo se

firmará com guerras, insegurança social e grande

ansiedade popular. O próprio desaparecimento de

milhões e milhões de pessoas no arrebatamento será

suficiente para deixar em pânico a população dos que

tiverem ficado aqui na terra.

No final da grande tribulação o anticristo

juntará as nações para batalhar contra Israel.

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Ocorrerá a batalha conhecida como Armagedom. O

anticristo perseguirá Israel a partir do momento em

que acontecer o que é conhecido como abominação

desoladora. Tal fato se dará quando ele se assentar no

templo reconstruído, ostentando-se como se fosse o

próprio Deus (2Ts 2.4). Portanto, a atual mesquita de

Omar em Jerusalém – orgulho islâmico – certamente

dará lugar ao templo reconstruído.

6.1 - SELOS, TROMBETAS E TAÇAS

O juízo de Deus sobre o mundo ímpio que

ocorrerá na grande tribulação pode ser sintetizado

nos selos, trombetas e taças, além, obviamente da

guerra do Armagedom e a vitória do Senhor sobre os

exércitos do Anticristo. Sete selos serão abertos;

anjos tocarão sete trombetas e outros, derramarão

sete taças da ira de Deus sobre o mundo.

Logo na abertura do primeiro selo temos a

presença do cavalo branco cujo cavaleiro recebeu uma

coroa; e ele saiu vencendo e para vencer (Ap 6.1-2).

Mas não se aluda. Esse cavaleiro não é nosso Cristo.

Trata-se do falsificador da paz: O Anticristo. Para um

perfeito entendimento, tenha como princípio a ordem

dos eventos, ou seja, selos, trombetas e taças.

Primeiro os selos serão abertos, depois as trombetas

serão tocadas; e por fim, as sete taças serão

derramadas. Vejamos:

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Primeiro selo

Ap 6. 1-2

Cavalo Branco - Tipificação

do anticristo.

Segundo selo

Ap 6. 3-4

Cavalo vermelho -

Ausência de paz. Morte

entre os homens, principal-

mente através das guerras.

Terceiro selo

Ap 6. 5-6

Cavalo Preto – Fome pela

escassez de alimentos e

dificuldades na compra.

Quarto selo

Ap 6. 7-8

Cavalo amarelo - Morte –

Autoridade sobre a quarta

parte da terra.

Quinto selo

Ap 6. 9-11

Visão dos mártires de

todos os tempos na glória.

Eles louvam a Deus e

clamam por justiça.

Sexto selo

Ap. 6. 12-17

Após um grande tremor de

terra, o sol se torna negro;

e a lua, sanguenta; estrelas

caem do céu.

Sétimo selo

Ap 8. 1-6

Houve silêncio no céu por

cerca de meia hora.

Cerimonial apresentando

os anjos com as sete

trombetas.

Primeira

trombeta

Ap 8.7

Saraiva e fogo misturado

com sangue sobre a terra;

terça parte da flora perece.

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Segunda

trombeta

Ap 8.8-9

A terça parte do mar se

torna em sangue. Vida

marinha perece.

Terceira

trombeta

Ap 8.10-11

Grande estrela cai do céu,

atingindo rios e fontes de

água; muitos homens

morrem por causa dessas

águas, porque se tornam

amargas.

Quarta

trombeta

Ap 8.12

Terça parte do sol, lua e

estrelas escurecem.

Quinta

trombeta

Ap 9. 1-12

Gafanhotos atormentam a

terra por cinco meses.

Homens buscam a morte,

mas ela foge deles.

Sexta trombeta

Ap 9. 13-21

São soltos quatro anjos que

estão presos junto ao rio

Eufrates. A terça parte dos

homens morrem em função

da ação deles.

Sétima

trombeta

Ap 11. 15-19

Proclamação do triunfo

divino: “Os reinos do

mundo vieram a ser do

nosso Senhor e do seu

Cristo”.

Primeira taça

Ap. 16.2

Chaga maligna nos porta-

dores da marca da besta e

adoradores de sua imagem.

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Segunda taça

Ap. 16. 3

As águas dos mares se

tornam em sangue. Toda

vida marinha morre.

Terceira taça

Ap. 16.4-7

À semelhança dos mares,

agora é a vez dos rios e

fontes de águas tornarem-

se em sangue.

Quarta taça

Ap. 16.8-9

Grande aumento do calor

do sol sobre a terra.

Homens blasfemam contra

Deus, devido a essa grande

intensidade de calor.

Quinta taça

Ap. 16.10-11

O trono da besta é

atingido. “Seu reino se fez

tenebroso”. Homens

blasfemam por causa das

angústias e das úlceras

que sofriam.

Sexta taça

Ap. 16.12-16

As águas do rio Eufrates

secam. A preparação para

a guerra do Armagedom se

inicia.

Sétima taça

Ap. 16. 17-21

Grande terremoto sobre a

terra. O maior da história.

Várias cidades ao redor do

mundo são atingidas.

Também acontece grande

saraiva sobre a terra.

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6.2 - O DIA DA IRA E O DIA DO SENHOR

Se você leu e atentou para a realidade do que

acontecerá nos dias desses selos, trombetas e taças,

certamente deve ter chegado à conclusão de que a

vida humana chegará a um nível quase insuportável.

Quando a quarta taça for derramada, por exemplo, o

calor do sol sobre a terra será extremo. Nesse tempo,

se cumprirá a profecia de Isaías 30.26 que diz: “A luz

da lua será como a do sol, e a do sol, sete vezes maior,

como a luz de sete dias, no dia em que o Senhor atar a

ferida do seu povo e curar a chaga do golpe que ele

deu”.

Como o número sete nas escrituras simboliza

aquilo que é completo em si mesmo, possuindo uma

medida plena e conclusiva, eu não digo que a

temperatura – nestes dias – chegará a ser

literalmente sete vezes mais, porém creio que no

tempo da quarta taça, o sol aquecerá a terra na

medida do “sete divino”, a saber, a temperatura

plenamente determinada para esse período específico

de julgamento sobre a terra e os homens maus.

Ao escrever estas linhas, eu estou numa cidade

do Vale do Jequitinhonha - MG. Perguntei ao moço do

hotel se ele lembrava-se de quando ocorreu a última

chuva na cidade. Ele me afirmou que não fazia ideia.

Não tinha nenhuma lembrança. Quanto ao calor, ele

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está assolando este lugar. Mas não é somente nessa

região. O Brasil atravessa uma onda de calor sem

precedentes em sua história. Existem secas em várias

regiões e já foi noticiado, inclusive, que racionamento

de água pode ser inevitável no futuro.

Mas, tudo que relatei acima, não é nada. Nos

dias da quarta taça, não haverá camada de ozônio que

aguente. O calor assolará a humanidade. É por causa

dessas situações terríveis de juízo de Deus sobre a

terra que a grande tribulação também é chamada nas

profecias como o dia da ira do Senhor. “Não se

desviará a ira do Senhor, até que ele execute e

cumpra os desígnios do seu coração; nos últimos dias,

entendereis isso claramente” (Jr 23.20).

No livro de Apocalipse a palavra ira aparece

cinco vezes. Todas referem-se ao período da grande

tribulação. Em especial temos: “E disseram aos

montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos

da face daquele que se assenta no trono e da ira do

Cordeiro, porque chegou o grande dia da ira deles; e

quem é que pode suster-se? (Ap 6.16-17). Observe que

desde a abertura dos selos já temos a ira de Deus

sendo manifesta de forma gradativa. Enfatizo isso,

porque muitos erroneamente acham que a ira

somente estará presente quando as taças estiverem

sendo derramadas sobre a terra, mas isso não

procede.

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Outra expressão que nos remete ao período da

grande tribulação é a expressão DIA DO SENHOR

que está presente nos profetas. Creio que o dia do

Senhor faz parte do segredo de Deus revelado aos

seus servos, os profetas (Ap 10.7). Vejamos alguns

exemplos:

“Porque o dia do Senhor dos Exércitos será

contra todo soberbo e altivo e contra todo aquele que

se exalta, para que seja abatido” (Is 2.12).

“Ah! Que dia! pois o dia do Senhor está perto, e

vem como assolação da parte do Todo-Poderoso” (Jl

1.15).

“Porque está perto o dia, sim, está perto o dia

do Senhor, dia nublado; será o tempo dos gentios” (Ez

30.3).

“Porque o dia do Senhor está perto, sobre todas

as nações; como tu fizeste, assim se fará contigo; a tua

maldade cairá sobre a tua cabeça”. (Ob 1.15).

“Está perto o grande dia do Senhor; está perto e

muito se apressa. Atenção! O dia do Senhor é amargo,

e nele clama até o homem poderoso” (Sf 1.14).

“Ai de vós que desejais o dia do Senhor! Para

que quereis vós este dia do Senhor? É dia de trevas e

não de luz. Como se um homem fugisse de diante do

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leão, e se encontrasse com ele o urso ou como se,

entrando em casa, a sua mão encostasse à parede, e

fosse mordido por uma cobra. Não será pois, o dia do

Senhor trevas e não luz? Não será completa

escuridade sem nenhum resplendor?” (Am 5.18-20).

Observando as descrições dos profetas, vê-se

claramente que o dia do Senhor será um tempo de

assolação, juízo, escuridão e abatimento dos poderosos

e homens arrogantes. Um dia de densas trevas no

qual o Senhor sairá, quebrará o seu silêncio e dará

gritos como a que está de parto (Is 42.14). Será um

dia de vingança do nosso Deus. Não há como não

associar este dia com o período da tribulação. Jesus

disse: “Porque nesse tempo haverá grande tribulação,

como desde o princípio do mundo até agora não tem

havido e nem haverá jamais” (Mt 24.21).

6.3 - A IGREJA

E A GRANDE TRIBULAÇÃO

No tópico 4 (página 22), quando apresentei o

tema do arrebatamento da igreja, mencionou

brevemente que acredito que a igreja não passará

pelos horrores da grande tribulação. Fiz isso ao

explicar o conceito da palavra harpazo. Agora,

entrarei com mais profundidade na temática que

envolve a igreja e a grande tribulação. Quem já se deu

ao trabalho de pesquisar atentamente sobre esse

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assunto, certamente encontrou vários estudiosos que

defendem veementemente tanto o pré-tribulacionismo

quanto o pós, em especial os que defendem o

arrebatamento e a segunda vinda como sendo um

evento único a acontecer no toque da sétima trombeta

de Apocalipse 11.

Creio que podemos reavaliar nossas ideias na

medida em que recebemos novas compreensões e

revelações da Palavra. Não deveria haver

constrangimento quando mudamos de opinião, por

estarmos fundamentados em novas razões. O que

dizer, por exemplo, daqueles que eram contrários ao

fenômeno das “línguas estranhas”, mas que hoje em

dia, passaram pela experiência pentecostal e pensam

diferente?

Considerando o que disse acima, embora seja

uma questão polêmica, até onde tem ido minha

compreensão, penso que a igreja não passará pela

grande tribulação. Obviamente que a igreja já passou,

passa e ainda passará por muitas tribulações

enquanto o arrebatamento não chega, mas refiro-me

ao período descrito em Apocalipse e que também é

conhecido como ira de Deus e dia do Senhor. E porque

assim digo?

Primeiramente eu creio que a Bíblia é um livro

que nos ensina através de revelações presentes nos

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acontecimentos por ela narrados, em especial,

naqueles presentes na história de Israel. São figuras,

tipos e sombras que nos falam até hoje. Todo

estudante das escrituras deve ficar atento, quando o

assunto é tipologia bíblica. Exemplos:

1-Assim como Deus guardou Noé e sua família

na arca durante o dilúvio, o remanescente de Israel

será guardado e salvo pelo Senhor no período da

grande tribulação. Por outro lado, assim como Enoque

foi transladado (Gn 5) antes do dilúvio (Gn 6), a igreja

será arrebatada antes da grande tribulação.

2-O capítulo três de Daniel narra o livramento

que Deus deu aos três jovens judeus na corte de

Nabucodonosor. A ordem era para que todos

adorassem a estátua que o rei havia construído. Como

eles não adoraram, foram lançados na fornalha de

fogo ardente aquecida sete vezes mais.

Lendo este capítulo com uma visão

escatológica, o que não é difícil de fazer, haja vista ser

o livro de Daniel considerado o Apocalipse do velho

testamento, vemos que o cenário que os três jovens

judeus enfrentaram é uma tipologia da grande

tribulação que será enfrentada pela nação de Israel.

Elementos como adoração à imagem de um déspota,

fornalha superaquecida, perseguição à fé verdadeira

nos fazem crer dessa forma. Mas, minha pergunta

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para você é a seguinte: se a ordem era para que todos

adorassem a estátua, por que não há menção do

profeta Daniel. Lendo esse capítulo não há nenhuma

menção do seu nome. Creio que Daniel é uma figura

da igreja. Ela não passará por esse teste da fornalha,

ou seja, não passará pela grande tribulação.

Também creio que a igreja não passará por esse

período, porque a Bíblia nos afirma que Deus nos

livrará da ira futura, e sabemos que a grande

tribulação é a ira de Deus sobre a terra. São vários os

textos que nos falam sobre o livramento da ira. É

incrível como esse assunto ainda não ficou claro para

alguns. Leia com atenção e discernimento:

“Vai, pois, povo meu, entra nos teus quartos e

fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um

momento, até que passe a ira. Pois eis que o

SENHOR sai do seu lugar, para castigar a iniquidade

dos moradores da terra...” (Isaías 26.20-21).

“Assim diz o teu Senhor, o Senhor, teu Deus,

que pleiteará a causa do seu povo: Eis que eu tomo da

tua mão o cálice de atordoamento, o cálice da minha

ira; jamais dele beberás” (Is 51.22).

“E para aguardardes dos céus o seu Filho, a

quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos

livra da ira vindoura” (1Ts 1.10).

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“Porque Deus não nos destinou para a ira, mas

para alcançar a salvação mediante nosso Senhor

Jesus Cristo” (1Ts 5.9).

Além dos textos claríssimos acima, o próprio

Senhor Jesus nos apresentou a possibilidade de

escaparmos dos eventos terríveis da tribulação. Em

Lc 21.36 Ele nos recomendou: “Vigiai, pois, em todo o

tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de

evitar todas essas coisas que hão de acontecer e de

estar em pé diante do Filho do Homem”.

Também tenho em meu coração a promessa de

Jesus para a igreja fiel – tipificada pela igreja de

Filadélfia: “Como guardaste a palavra da minha

paciência, também eu te guardarei da hora da

tentação que há de vir sobre todo o mundo, para

tentar os que habitam na terra” (Ap 3.10). Observe

que Ele disse “eu te guardarei da...”. Entre as

preposições da e na existe uma grande diferença.

Certa vez, ouvi um irmão pós-tribulacionista dizer

que essa tentação referida no texto não é a grande

tribulação. Ele tentou explicar, procurando no grego

original um outro significado para a palavrinha “da”.

Infelizmente ele parece não ter percebido que o texto

diz que a referida tentação (tribulação) há de vir

sobre todo o mundo. Portanto, temos um evento único,

singular e grandioso, a saber, a grande tribulação que

abrangerá toda a terra.

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Aqueles que acreditam no arrebatamento junto

ao toque na sétima trombeta de Apocalipse 11

poderão dizer que Paulo estava se referindo a esta

trombeta quando expressou: “...num momento, num

abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta;

porque a trombeta soará, e os mortos serão

ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos

transformados” (1Co 15.52). É interesse ver como

algumas pessoas conseguem discernir a relação entre

as festas judaicas e os eventos proféticos e não

conseguem associar essa trombeta (a última) com algo

que acontecia nos dias da festa das trombetas em

Israel. Ao contrário disso, preferem associar essa

última trombeta da carta de Paulo escrita aos

coríntios ( Por volta do ano 55 d.c) com a sétima

trombeta de Apocalipse (escrito por volta do ano 96

d.c).

Pensemos um pouco: se fosse assim, Paulo

deveria ter sido mais explicativo com seu público, não

é mesmo? Afinal eles não saberiam nada do que ele

estava falando. Na verdade, eu ousaria dizer que

talvez nem mesmo Paulo. Ele estaria escrevendo por

revelação, com que tateando um objeto no escuro.

Mas, não era assim. Paulo, como bom israelita,

sabia do que estava falando. E mais: ao escrever para

crentes judeus, como eles eram conhecedores das

escrituras, Paulo dizia coisas do tipo: “Irmãos,

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relativamente aos tempos e às épocas, não há

necessidade de que vos escreva” (1Ts 5.1). Em outras

palavras: “Vocês sabem do que estou falando”.

Portanto, ao mencionar a última trombeta aos

coríntios, Paulo certamente tinha em mente o toque

conhecido como Tekiáh Gedolah. Tratava-se de um

toque de trombeta (shofar) longo que era tocado no

segundo dia da festa. A partir de então, o povo era

convocado para examinar suas vidas durante dez

dias, quando o grande dia da expiação ocorria. Para

um estudo mais apurado deste assunto, deixarei

referências no final desta obra.

Para justificar a passagem da igreja pela

grande tribulação, os pós-tribulacionistas se vêm na

necessidade de reinterpretar diversos textos e temas.

Um deles é exatamente a ira de Deus. Alguns deles

desdobram o assunto da ira em três. Assim, dizem

que na grande tribulação haverá a ira de Deus, dos

homens e do Diabo junto com o Anticristo. Admitem

que sofrerão a ira dos homens, de Satanás e do

Anticristo, mas não a ira de Deus. Confesso que este

modo de pensar é tão simplista e pueril que não me

sinto com muito ânimo para contradizê-lo. É incrível

como eles não percebem o entrelaçamento destas três

iras e não admitem que na verdade, qualquer ação de

uma em direção aos homens, equivale a todas, por

simples e pura aplicação do que poderíamos chamar

de lei de causa e efeito.

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Quando os vejo dizendo que a igreja será

protegida na grande tribulação, não passando

diretamente pela ira de Deus, eu fico pensando que

na verdade eles não pararam pra imaginar a

dimensão do que será a grande tribulação. Pense bem:

existem salvos espalhados por toda terra. Os efeitos

da grande tribulação também alcançarão toda terra.

Crer que Deus protegerá milagrosamente cada crente

numa espécie de “bolha protetora” é crer numa

irrealidade. Não que Deus não tenha poder para isto.

Mas, a questão é outra. Não há promessa de uma

proteção seletiva pulverizada em toda terra e não há

harmonia entre a natureza do que ocorrerá (juízo

sobre a terra, natureza e os homens ímpios) e tudo

que o Senhor manifesta em sua Palavra em termos de

promessas e bênçãos para os fiéis, conforme nos

afirma Pedro: “Assim, sabe o Senhor livrar da

tentação os piedosos e reservar os injustos para o Dia

de Juízo, para serem castigados” (2 Pedro 2.9).

Se eu fosse um cristão pós-tribulacionista,

admitiria francamente ser possível morrer na grande

tribulação. Mas, infelizmente, cairia em contradição

com minha própria fé, afinal, onde estaria o Deus que

prometeu o livramento da ira e que sempre fez

diferencia entre o que serve a Ele e o que não serve?

Talvez para um pós-tribulacionista, o melhor mesmo,

seja imaginar o livramento da ira como sendo o

livramento do lago de fogo, ou seja, o livramento do

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dano da segunda morte (Ap 21.8). Aí sim, não há

contradição, mesmo morrendo na grande tribulação.

Os pós-tribulacionistas ignoram a comparação

que Jesus fez entre sua vinda e os dias de Noé. O

Senhor disse: “Pois como foi dito nos dias de Noé,

assim será também a vinda do Filho do homem.

Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio,

comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento,

até o dia em que Noé entrou na arca, e não o

perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos;

assim será também a vinda do Filho do homem”.

Imagine o arrebatamento acontecendo junto ao toque

da sétima trombeta de Apocalipse. Seria possível uma

relação entre esse arrebatamento e as palavras de

Jesus acima citadas? Nunca! A menos que finjamos

que na grande tribulação a vida humana na terra

esteja fuindo normalmente. Acreditar no

arrebatamento junto ao toque da sétima trombeta é

afirmar que, apesar de todas as assolações impostas

pelos selos e toques das seis primeiras trombetas, os

homens estarão bebendo, casando e dando-se em

casamento normalmente.

Ao dizer que sua vinda será como nos dias de

Noé, Jesus a coloca como um evento surpresa que

interromperá a ordem social estabelecida,

promovendo em contrapartida, o surgimento de uma

situação jamais vivenciada. Portanto, basta um

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pouquinho de discernimento para entender que Jesus

não virá quando a ordem social e política estiverem

desestabilizadas. É exatamente a sua vinda que

desestabilizará a ordem social e política, levando com

isso, ao aparecimento da Anticristo como solução para

as nações.

6.4 - O QUE (OU QUEM) DETÉM O ANTICRISTO?

Creio que o principal texto que precisa ser

melhor elucidado é o de 2Ts 2.1-8. Esse texto exige

uma atenção especial. Vejamos: “Ora, quanto à vinda

de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com

ele, rogamos-vos, irmãos, que não vos movais

facilmente do vosso modo de pensar, nem vos

perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer

por epístola como enviada de nós, como se o dia do

Senhor estivesse já perto. Ninguém de modo algum

vos engane; porque isto não sucederá sem que venha

primeiro a apostasia e seja revelado o homem do

pecado, o filho da perdição, aquele que se opõe e se

levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto

de adoração, de sorte que se assenta no santuário de

Deus, apresentando-se como Deus. Não vos lembrais

de que eu vos dizia estas coisas quando ainda estava

convosco? E agora vós sabeis o que o detém para que a

seu próprio tempo seja revelado. Pois o mistério da

iniqüidade já opera; somente há um que agora o

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detém até que seja posto fora; e então será revelado

esse iníquo, a quem o Senhor Jesus matará como o

sopro de sua boca e destruirá com a manifestação da

sua vinda”.

É incrível pensar como esse texto tem sido

usado para justificar o arrebatamento pós-

tribulacionista e o pré – ao mesmo tempo. Sobre ele,

os pós-tribulacionista dizem coisas do tipo: “Estão

vendo! A vinda do Senhor não acontecerá sem que

venha antes, uma grande apostasia espiritual e

também a própria manifestação do Anticristo. Como a

manifestação do Anticristo se dará na grande

tribulação, portanto, teremos a grande tribulação

primeiro e somente depois, o arrebatamento”.

Quanto ao que detém o Anticristo, o modo de

pensar é simplista e carece de força argumentativa.

Onde já se viu o tempo deter e resistir o aparecimento

de algo? O tempo só pode ser compreendido como

fator impeditivo de alguma coisa na medida em que

nele algo acontece, de forma que em última análise, o

que impede mesmo, não é o tempo, mas sim o que

nele acontece.

Quando Paulo diz que existe algo que detém e

resiste, mas que finalmente será removido (ou

afastado, conforme a versão ARA), não acho que seja

difícil entender que ele estivesse pensando em algo

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personificado. Veja que ele emprega verbos na sua

exposição (em negrito). Trata-se portanto de um

agente, um poder ativo com esfera de ação no tempo e

espaço. Com efeito, a maioria dos pré-tribulacionistas,

creem se tratar da igreja – o corpo de Cristo. Existem

aqueles que fazem menção do Espírito Santo, mas o

Espírito é Deus. Como podemos pensar em Deus

sendo removido de algum lugar? Particularmente

creio que esse entendimento está ultrapassado. Além

do mais, o Espírito continuará agindo na terra e

pessoas ainda serão salvas.

Os pós-tribulacionistas ignoram também o

significado completo da palavra apostasia e sua

variante verbal (Aphistemi). Esta palavra não

significa simplesmente afastamento da fé. O sentido

que prevalece nas escrituras (e isto por mais de dez

vezes) é afastamento no sentido físico. Aphistemi

significa ainda: partir, retirar, afastar, separar,

distanciar. Segue alguns exemplos:

“E era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e

não se AFASTAVA do templo, servindo a Deus em

jejuns e orações, de noite e de dia” (Lc 2.37).

“Mas a Paulo parecia razoável que não

tomassem consigo aquele que desde a Panfília se

tinha APARTADO deles e não os acompanhou

naquela obra” (At 15.38).

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O primeiro texto fala da profetisa Ana e o

segundo, está se referindo ao relacionamento de Paulo

com João Marcos. Ninguém ousaria dizer que Ana

afastou-se doutrinariamente do templo ou que João

Marcos partiu doutrinariamente de Paulo...

Toda a exposição acima, traz uma nova

compreensão de 2Ts 2.2-3. Creio que Paulo estava

dizendo que o dia do Senhor (dia da tribulação,

conforme já exposto), bem como a segunda vinda de

Cristo (Parousia, no grego) não acontecerão sem que

antes venham duas coisas: primeiro, a apostasia da

igreja, ou seja, seu afastamento deste mundo; sua

partida desta terra. Em segundo lugar, o dia do

Senhor (Dia da ira) e a vinda visível de Cristo (Aquela

na qual todo olho o verá) não acontecerão sem que

antes surja o Anticristo, afinal é ele quem fará o pacto

de sete anos com “muitos”, dando início assim, ao

período da tribulação. Este tempo sinaliza também

para a abertura do primeiro selo e o surgimento do

cavalo branco. O seu cavaleiro saiu “vencendo, e para

vencer” (Ap 6.2). Esse cavaleiro é o Anticristo.

A explicação acima, para mim, é muito

apropriada para o significado da palavra apostasia.

No entanto, mesmo considerando-a no seu sentimento

de afastamento da fé, ela não faz anular o

entendimento quanto ao arrebatamento pré-

tribulacionista. Por quê? Simples! Nós já estamos

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vivenciando a apostasia no seu sentido do

afastamento da fé e da sã doutrina. Em outras

palavras, estamos vivenciando o cumprimento de

1Tm 4.1: “Mas o Espírito expressamente diz que nos

últimos tempos, alguns apostatarão da fé, dando

ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de

demônios”. Se a apostasia tinha que vir primeiro,

para somente depois, acontecer o arrebatamento, isso

já não é mais problema. Ela já veio.

Mas, um pós-tribulacionista, dirá: “E o

Anticristo. Cadê ele? O arrebatamento não pode

ocorrer, sem que ele apareça no cenário mundial”. Se

este é o seu pensamento, leia as próximas linhas com

bastante atenção.

Se você considerar que Paulo está dizendo que

o dia do Senhor não acontecerá sem que surja o

Anticristo primeiro, imediatamente não há mais

problemas de compreensão. A menos que você não

entenda a grande tribulação como sendo o dia do

Senhor. Se este for o caso, há um grave erro de

interpretação, afinal a Bíblia diz assim por meio de

vários profetas, de forma bem abundante, conforme já

inclusive expus no tópico “O dia da era e o dia do

Senhor.”

É possível, no entanto, que você opte por ler a

versão corrigada (ARC), na qual consta a expressão

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dia de Cristo, e não dia do Senhor. Essa é a leitura

que prevalece na mente dos pós-tribulacionistas.

Como o dia de Cristo está associado ao

arrebatamento, bem como a expressão do verso

primeiro “e nossa reunião com Ele” é natural que

esses irmãos afirmem que o arrebatamento não

acontecerá antes que surja a apostasia e também o

Anticristo. Se essa é a sua forma de pensar, talvez

fique surpreso, mas ainda assim, a convicção do

arrebatamento antes da tribulação não é anulada; e é

isto que veremos agora.

Note que, de forma bem sutil, Paulo fala da

revelação do Anticristo em dois momentos diferentes.

A primeira, no verso três e a segunda, no verso oito.

No verso três, ele simplesmente nos diz que a

apostasia virá e depois será revelado o homem da

iniquidade, o filho da perdição (Anticristo, o homem).

No verso oito, ele nos diz que algo será afastado, ou

caso você não admita a palavra afastado (como alguns

fazem), pense no verbo resistir; enfim, ele diz que

tinha algo presentemente atuando (e que precisava

ser removido) para que então DE FATO fosse

revelado o iníquo (Anticristo, a besta).

Com um pouquinho mais de sutileza na

interpretação, percebemos que no verso três ele fala

de uma revelação que iria acontecer e depois, no verso

oito, a tradução da versão ARA (atualizada) coloca em

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cena a expressão adverbial DE FATO, ficando

traduzido, desta forma o verso: “então, será, de fato,

revelado o iníquio, a quem o Senhor Jesus matará

com o sopro de sua boca”.

Um pós-tribulacionista, poderia perguntar: “E

daí?” Bom, trata-se de dois aspectos da revelação do

Anticristo. O primeiro, de forma sutil; o segundo, de

forma pública, às claras. Cremos que o arrebatamento

(dia de Cristo), de fato, será precedido pela revelação

do Anticristo, conforme o verso três. Obviamente, nem

todos discenirão sua presença. Somente salvos em

estreita ligação com o Senhor e antenados com os

acontecimentos mundiais obterão tal discernimento,

afinal, o Anticristo não estará em plena operação.

Quanto à revelação do Anticristo tratada no verso oito

(DE FATO REVELADO), os salvos arrebatados não

assistirão tal revelação, pois eles não mais estarão

aqui na terra. E é exatamente por não estarem mais

aqui neste mundo, que o Anticristo dará livre curso ao

seu caminho maligno.

Quero fechar este assunto, dizendo claramente

que eu creio que a igreja, enquanto sal da terra e luz

do mundo, é quem detém a revelação plena do

Anticristo. A igreja é quem détem, resiste e que

precisará ser afastada, afim de que o Anticristo seja

revelado plenamente. Fazendo um paralelo com as 70

semanas de Daniel, podemos dizer que assim como a

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entrada dos gentios no plano de salvação (surgimento

da igreja) provocou uma suspensão temporária na

contagem das 70 semanas (espaço de tempo entre a

69.ª e 70.ª semanas); semelhantemente, a retirada da

igreja do cenário do mundo pelo seu arrebatamento,

provocará a retomada na contagem das semanas, no

caso, a última semana (70.ª).

7 - A MANIFESTAÇÃO DE JESUS EM GRANDE GLÓRIA

Ao contrário do arrebatamento que será oculto,

a vinda de Jesus com poder e grande glória (também

chamada presença visível – parousia no grego) será às

claras, em cumprimento de Ap 1.7: “Eis que vem com

as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o

traspassaram. E todas as tribos da terra se

lamentarão sobre ele.”

Cristo descerá com poder e grande glória para

socorrer Israel que estará sendo derrotado pelos

exércitos do Anticristo na guerra do Armagedom. Ele

descerá com sua igreja e seus pés estarão sobre o

monte das oliveiras. Zacarias descreveu essas

circunstâncias da seguinte forma: “Então o Senhor

sairá, e pelejará contra estas nações, como quando

peleja no dia da batalha. Naquele dia estarão os seus

pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de

Jerusalém para o oriente; se o monte das Oliveiras

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será fendido pelo meio, do oriente para o ocidente e

haverá um vale muito grande; e metade do monte se

removerá para o norte, e a outra metade dele para o

sul. E fugireis pelo vale dos meus montes, pois o vale

dos montes chegará até Azel; e fugireis assim como

fugistes de diante do terremoto nos dias de Uzias, rei

de Judá. Então virá o Senhor meu Deus, e todos os

santos com ele” (Zc 14.3-5).

Após derrotar o Anticristo e o falso profeta, o

Senhor os lançará vivos no lago de fogo e enxofre.

Eles, portanto, inaugurarão esse terrível lugar. Em

seguida, um anjo prenderá Satanás por mil anos para

que não mais engane as nações. Se você pensa que um

anjo só não dá conta do Diabo, relembre o que

aconteceu com o exército da Assíria. Numa só noite,

um único anjo exterminou cento e oitenta e cinco mil

soldados (2Rs 19.35).

Satanás não será páreo para esse anjo do

Senhor. João assim escreveu: “Então, vi descer do céu

um anjo; tinha na mão a chave do abismo e uma

grande corrente. Ele segurou o dragão, a antiga

serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu por mil

anos” (Ap 20.1,2). Contudo, no final dos mil anos ele

será solto.

Depois da derrota dos exércitos do Anticristo e

da prisão de Satanás, haverá um julgamento. João em

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Apocalipse 20.4 viu tronos. Assim descreve: “Então vi

uns tronos; e aos que se assentaram sobre eles foi

dado o poder de julgar...” Creio que neste tempo,

haverá o julgamento das nações, conforme Cristo

mencionou em Mt 25.31-33: “Quando, pois vier o Filho

do homem na sua glória, e todos os anjos com ele,

então se assentará no trono da sua glória; e diante

dele serão reunidas todas as nações; e ele separará

uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos

cabritos; e porá as ovelhas à sua direita, mas os

cabritos à esquerda”.

Acho bastante pertinente o fato de haver um

julgamento das nações antes do milênio se iniciar.

Creio que estará em foco o modo como as nações

trataram Israel ao longo da história. Certamente este

juízo determinará as nações e pessoas que entrarão

(ou não) no milênio de Cristo.

É possível que nesse tempo também ocorra o

julgamento das doze tribos de Israel. Trata-se de algo

que haveria de acontecer e que foi prometido pelo

Senhor aos doze discípulos em Lc 22.30: “Assim como

meu Pai me conferiu domínio, eu vo-lo confiro a vós;

para que comais e bebais à minha mesa no meu reino,

e vos senteis sobre tronos, julgando as doze tribos de

Israel”. Sobre esses dois julgamentos, tudo que

sabemos é parcial. Imagino que a incredulidade de

Israel ao longo da história estará em foco.

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8 - A RESSURREIÇÃO DOS MARTIRIZADOS

Antes de iniciar o milênio, os que não tiverem

aceitado o sinal da besta e que forem mortos por

confessar o nome de Jesus serão ressuscitados: “Vi

ainda as almas dos decapitados por causa do

testemunho de Jesus, bem como por causa da palavra

de Deus, tantos quantos não adoraram a besta, nem

tampouco a sua imagem, e não receberam a marca na

fronte e na mão; e viveram e reinaram com Cristo

durante mil anos. Os restantes dos mortos não

reviveram até que se completassem os mil anos. Esta

é a primeira ressurreição”. (Ap 20. 4-5). Com essa

ressurreição que acontecerá no tempo limítrofe (entre

a grande tribulação e o milênio) se dará o término da

primeira ressurreição.

A Bíblia faz referência a duas ressurreições; e

diz ser bem-aventurado aquele que participar da

primeira. Por não entenderem a associação entre a

ressurreição e a colheita judaica, muitos não

acreditam numa primeira ressurreição feita por

etapas. Todavia, é exatamente isso que pode ser

entendido, a partir da compreensão da colheita

judaica apresentada nas escrituras.

Quando Paulo afirmou que Jesus foi feito “as

primícias dos que dormem” (1Co 15.20), Ele sabia o

que estava dizendo. A colheita judaica era feita em

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três etapas. Primeiro, as primícias da terra (Lv

23.10). Depois, a colheita geral – a maior parte. Por

fim, a colheita dos rabiscos. Leiamos Lv 23.22:

“Quando fizeres a sega da tua terra, não segarás

totalmente os cantos do teu campo, nem colherás as

espigas caídas da tua sega; para o pobre e para o

estrangeiro as deixarás. Eu sou o Senhor vosso Deus”.

A ressurreição descrita em Ap. 20 não pode ser

considerada como sendo a ressurreição de todos os

santos. Há muitos que chegam a incluir a

ressurreição dos que já dormem no Senhor nesta

ressurreição, cometendo assim, um desvio do texto

sagrado. Com efeito, fazem isso para justificar o

arrebatamento pós-tribulação, como acreditam. Mas,

precisamos entender que o texto fala especificamente

da ressurreição de mártires mortos na grande

tribulação.

Conforme mencionei, a colheita judaica era

feita basicamente em três etapas. A ressurreição

desses mártires da grande tribulação é tipificada na

colheita dos rabiscos (Ler Lv 19.9,10). Esta colheita

ficava no final da estação da colheita principal, sendo

obviamente menor do que a colheita anterior. É

exatamente o reflexo do comparativo entre o número

dos salvos mortos e que ressuscitarão no

arrebatamento da igreja e a quantidade desses

outros, que ressuscitarão no final. A quantidade dos

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mortos salvos que ressuscitarão no arrebatamento é

incomparavelmente maior, haja vista contemplar todo

período da humanidade.

Existem alguns que “brincam” com a salvação,

adiando a entrega de suas vidas para Cristo. Dizem

que – como na grande tribulação – também haverá

salvação, deixarão o barco correr, e depois abraçarão

a Cristo. Se tal ideia já passou pela sua cabeça, pare!

Não se deixe enganar! Muitos que serão salvos neste

período, serão decapitados (degolados). Não creio que

você queira isso, não é mesmo? Pense: seria prudente

considerar esta espécie de “recuperação” como certa e

garantida? Por que não optar por seguir a Cristo hoje?

Não seria melhor subir no arrebatamento?

9 - NOVO CÉU, NOVA TERRA E A NOVA JERUSALÉM

A considerar a ordem exposta em Apocalipse 21

e 22, tão logo termine o milênio e o juízo final,

teremos novo céu e nova terra e a introdução dos

santos em um estado de perfeita união com Deus, o

Senhor Jesus, o Espírito Santo e todas as milícias

celestiais: anjos e demais seres espirituais.

João escreveu: “Vi novo Céu e nova terra...

(v.1).Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém,

que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como

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noiva adornada para o seu esposo” (Ap 21.1,2).

Observe que o novo céu e a nova terra aparecem no

verso primeiro, estabelecendo uma relação de

continuidade direta com a visão da Nova Jerusalém

presente no verso segundo. Portanto, a Nova

Jerusalém será uma realidade presente quando

surgirem o novo céu e nova terra.

É comum imaginarmos todas estas bênçãos

imediatamente após o milênio e juízo final. Porém,

João ainda diz: “As nações andarão mediante a sua

luz, e os reis da terra lhe trarão a sua glória. As suas

portas nunca, jamais se fecharão de dia, porque, nela,

não haverá noite. E lhe trarão a glória e a honra das

nações” (Ap 21-24-26). Quando leio João fazendo

menção da presença das nações e dos reis da terra em

referência à Nova Jerusalém, penso que este é um

assunto ainda em aberto...

Tenho pensado no contexto que reunirá todos

estes elementos: novo céu, nova terra, a Nova

Jerusalém, nações e os reis da terra. Como seria isso

possível? Sinceramente não consigo imaginar nações

depois do milênio. E você? Consegue imaginar a

formação de países depois do juízo do grande trono

branco? Isso me leva a considerar a possibilidade da

presença desta cidade santa – a Nova Jerusalém – já

a partir do milênio, haja vista que no milênio ainda

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teremos nações. É preciso lembrar que a terra será

repovoada.

Com efeito, para o reinado de Cristo no milênio,

a restauração da terra se fará necessária, pois ela

estará grandemente assolada pelos efeitos dos juízos

de Deus ocorridos na grande tribulação. Sobre esse

tempo escreveu Pedro: “...no qual os céus passarão

com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se

desfarão, e a terra e as obras que nela há se

queimarão” (2 Pedro 3.10).

Não sabemos, todavia, em que medida o verso

acima pode ser aplicado antes do milênio, e também

depois dele, quando entraremos no que é chamado de

“estado perfeito ou eterno”. Certamente, em cada um

desses momentos, a terra terá que passar por uma

reestruturação.

10 - O MILÊNIO

Depois da grande tribulação, da vinda de Cristo

com poder e grande glória, da prisão de Satanás e da

ressurreicão dos mártires da grande tribulação, se

dará então, o reinado de Cristo por mil anos,

comumente chamado de período milenar. Trata-se do

antítipo do sábado de descanso descrito no livro de

gênesis. Portanto, o sábado de descanso é uma figura

desse momento tão marcante para os salvos e o

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remanescente de Israel. Se para o Senhor um dia é

como mil anos (Sl 90.4; 2Pe 3.8) é razoável pensarmos

no sétimo dia como uma sombra do milênio, bem como

“o grande ano sabático” ou ainda o “jubileu dos

jubileus”.

No milênio Satanás estará preso. As pessoas

que, porventura, pecarem nesse período não poderão

culpá-lo. Será um reino de paz, justiça e longevidade

para as pessoas. Cremos que a igreja reinará com

Cristo (2Tm 2.12). O que faremos no milênio parece

estar diretamente relacionado com os galardões

recebidos. “Ao vencedor, que guardar até ao fim as

minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as

nações, e com cetro de ferro as regerá e as reduzirá a

pedaços como se fossem objetos de barro” (Ap 2.26-

27).

Quanto às nações que participarão do milênio,

não sabemos completamente. Esta definição virá em

decorrência do julgamento de Cristo sobre elas,

conforme mencionado no tópico a manifestação de

Jesus com poder e grande glória. Haverá uma relação

de autoridade partindo do Senhor, da nação de Israel

e dos seus servos sobre essas nações. Uma prova

disso está no livro do profeta Zacarias que também

fala sobre esse momento: “Se alguma das famílias da

terra não subir à Jerusalém para adorar o Rei, o

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Senhor dos Exércitos, não virá sobre ela a chuva” (Zc

14.17).

Mudanças grandiosas e maravilhosas na

natureza acontecerão no período milenar. Exemplos: o

leão comerá palha como o boi; não haverá animais

ferozes; os desertos serão lugares frutíferos. Para o

seu deleite, amado leitor, peço que leia o livro do

profeta Isaías capítulos 11 e 35. Esses dois capítulos

são considerados os capítulos – por excelência – a

respeito do milênio.

O fim do milênio será marcado pela guerra de

Gogue e Magogue. Satanás será solto e sairá a

enganar as nações. Costumamos pensar que a prisão

de alguém é uma possibilidade de mudança de

conduta pela via da punição e isolamento. Há aqueles

que realmente acabam “acordando pra vida”. Todavia,

Satanás é Satanás (rs). Como prova de que sua prisão

não lhe trouxe nenhum efeito transformador, ele sairá

a enganar as nações no intuito de aliciá-las para

guerrear contra o reino de Cristo e a cidade santa.

Chamamos essa guerra (a última da história da

humanidade) de Gogue e Magogue – etapa final (Ap

20.8). Será a última investida do mal contra o bem.

Essa batalha terá uma intervenção divina breve. Uma

resposta imediata de Deus. A Bíblia diz que descerá

fogo do céu e consumirá os exércitos inimigos: “E

subiram sobre a largura da terra e cercaram o arraial

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dos santos e a cidade amada; mas desceu fogo do céu e

os devorou” (Ap 20.9). Quanto ao Diabo, ele será

lançado no lago de fogo e enxofre onde já estarão a

besta (o Anticristo) e o falso profeta.

É impressionate! Quase inacreditável! Satanás

irá conseguir enganar muitas nações, apesar delas

terem recebido as benções do milênio e usufruído de

um governo de paz e justiça. Apocalipse nos diz que

“O número dessas nações (povos, pessoas, soldados) é

como a areia do mar” (Ap 20.8).

É preciso diferenciar essa última guerra com a

grande guerra profetizada em Ezequiel 38 e 39. As

dificuldades para interpretação são muitas, a começar

do fato de que a guerra narrada nesses capítulos

também ser chamada de Gogue e Magogue. Considero

a guerra de Gogue e Magogue um dos eventos

proféticos mais difíceis de interpretar. Não é à toa

que existem diversas correntes de interpretação.

Apresento abaixo as três principais:

Há teóricos que situam a guerra de Gogue e

Magogue dentro da própria grande tribulação e

consideram Gogue como sendo o próprio Anticristo.

Outros, situam Gogue e Magogue antes do início da

grande tribulação e antes do arrebatamento da igreja.

Outros dizem que Gogue e Magogue se dará logo após

o arrebatamento da igreja. Afirmam ainda que Gogue

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e Magogue servirá de plataforma para o surgimento

da pessoa do Anticristo com o seu acordo de paz de

sete anos com Israel e várias outras nações.

Sei que o momento histórico dessa guerra é

polêmico, bem como os integrantes que participarão

dos exércitos de Gogue, lembrando que Gogue faz

referência a uma pessoa (um líder) e Magogue a um

território. O que se sabe definitivamente é que essa

guerra contará com a presença abrangente dos

mesmos inimigos de Israel. Aqueles de sempre. Países

árabes e islâmicos, como: Irã (Pérsia), Turquia

(Togarma), Etiópia, Líbia (Pute) e vários outros.

É possível que algum leitor esperasse ler uma

descrição clara do tempo dessa guerra, bem como dos

seus participantes. Se essa era a sua expectativa,

desculpe, pois para mim, esse é um assunto não

plenamente descortinado. Há teorias e argumentos

que justificam todas as linhas de interpretação que

mencionei acima. Obviamente todas são coerentes em

si mesmas. Minha inclinação atual é pensar nessa

guerra, como sendo, a mesma guerra que ocorrerá no

final da grande tribulação – Armagedom. Penso ser

razoável pensarmos que a aliança do Anticristo ocorra

em tempos de guerra, mas não creio que seja Gogue e

Magogue. Todavia, admito que essa é apenas uma

hipósite em investigação sobre a qual pretendo

pesquisar mais; e talvez, escrever futuramente.

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11 - O JUÍZO FINAL

Também é conhecido como o juízo do grande

trono branco. Será basicamente o julgamento dos

condenados, uma espécie de clarificação dos motivos

da condenação eterna dos envolvidos.

Alguns estudiosos dizem que é possível que

nesse juízo também estejam presentes pessoas que

morrerão durante o milênio, estando na condição de

salvas. O entendimento parte do pressuposto de que

haverá pessoas que aceitarão a fé em Jesus durante a

grande tribulação, e ao mesmo tempo, escaparão das

garras do Anticristo. Como essas pessoas não estarão

com corpos transformados (como os arrebatados e

ressuscitados) elas certamente morrerão durante o

milênio.

O raciocínio é coerente, mas acho prudente não

criarmos doutrina em cima do assunto, pois não

temos aprofundamento nas escrituras sobre ele. Mas,

se realmente for assim, é possível que tais pessoas

sejam ressuscitadas no juízo final para que sejam

julgadas pelo Senhor; e consequentemente, possam

entrar definitivamente para o grupo dos salvos.

Assim narra João: “Vi um grande trono branco

e aquele que nele se assenta, de cuja presença

fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para

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eles. Vi também os mortos, os grandes e os pequenos,

postos em pé diante do trono. Então, se abriram

livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E

os mortos foram julgados, segundo as suas obras,

conforme o que se achava escrito nos livros. Deu o

mar os mortos que nele estavam. A morte e o além

entregaram os mortos que neles havia. E foram

julgados, um por um, segundo as suas obras. Então, a

morte e o inferno foram lançados para dentro do lago

de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E, se

alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse

foi lançado para dentro do lago de fogo” (Ap 20.11-15).

No juízo do grande trono branco estarão

presentes todos os pecadores que não se

arrependeram de suas vidas de pecados (Sl 9.17).

Grandes e pequenos, ricos ou pobres, religiosos ou

não. Todos ali presentes, depois de julgados, serão

lançados no lago de fogo e enxofre juntamente com a

morte e o inferno. Essa será a segunda morte, isto é, a

separação eterna de Deus. Creio que os salvos

participarão desse momento na condição de

testemunhas, afinal Paulo escreveu: “Não sabeis vós

que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo

deve ser julgado por vós, sois, porventura, indignos de

julgar as coisas mínimas?” (1 Coríntios 6.2). Nesse

juízo toda língua terá que confessar Jesus e todo

joelho também se dobrará perante o Senhor,

cumprindo assim as palavras de Paulo aos filipenses

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(2.10-11): “Pelo que também Deus o exaltou

sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de

todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo

joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda

língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória

de Deus Pai”.

Amém! Ora vem Senhor Jesus!

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo desse trabalho foi o de apresentar

uma descrição sucinta de temas que considero

essenciais dentro da escatologia. Interpretações

exegéticas prolongadas seria uma missão impossível

para um livro com esse tamanho.

Procurei não descrever correntes de

interpretação e diferenciá-las. Sei que, em si tratando

do livro de apocalipse em especial, alguns se

denominam idealistas, preteristas, historicistas,

futuristas, etc. As ramificações são muitas e as

subdivisões também.

Se você leu atentamente, deve ter notado que

não enfatizei doutrinas heréticas. Sei que elas estão

circulando e que são muitas. Lamento pelos irmãos

que insistem em dizer que não há mais diferenciação

entre judeus (como nação) e a igreja. Lamento por

aqueles que dizem que não haverá um milênio literal

e por outros tantos que acreditam, por exemplo, que

as setenta semanas de Daniel 9 já se cumpriram.

Lamento, mas quanto a mim, eu já “abri minha

mente de todos os lados”, mas não consegui ver “essas

verdades”.

Espero que Deus tenha usado esta exposição

para despertar sua fé nas promessas do Senhor; e que

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seu desejo pela vinda dEle tenha aumentado. O tempo

se aproxima! Breve virá o Senhor!

Nas referências bibliográficas, você encontrará

quatro indicações literárias que me ajudaram a

construir o cenário escatológico que expus nessa obra.

Todavia, saliento que minha visão excede essas

indicações. O que tenho aprendido é resultado de

leituras diversas e aqui eu sou grato a muitos irmãos.

Infelizmente, encontros pessoais para expressar

minha gratidão, somente na glória...

Para facilitar o entendimento, indico também

alguns vídeos. Quem quiser se aprofundar nesses

temas deve garimpar a internet, e não perder tempo,

examinando qualquer material, em especial, vídeos no

YouTube. Não há seriedade e nem preocupação com a

legitimidade do conhecimento em muitos deles. Nesse

aspecto, as indicações dos estudos que apresento são

valiosas, pois são diferenciadas e não estão

contaminadas pelo sensacionalismo.

Nele,

Em quem o tempo do fim

pode ser vivido com plena esperança.

Celso Melo

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

OLSON, Nels Lawrence. O plano divino através dos

séculos. 7.ª edição. Rio de Janeiro, RJ: CPAD, 1994.

SILVA, Antônio Gilberto. O calendário da profecia.

22.ª edição. Rio de Janeiro, RJ: CPAD, 2007.

SILVA, Antônio Gilberto. Daniel e o Apocalipse.

22.ª edição. Rio de Janeiro, RJ: CPAD, 2007.

MALGO, Wim. Apocalipse de Jesus Cristo – Volume

III. 1.ª edição. Porto Alegre, RS: Chamada da Meia-

Noite, 2000.

ESTUDOS EM VÍDEO

A Revelação do Arrebatamento da Igreja - Parte 1

https://www.youtube.com/watch?v=X_So88Cuios

Como foi nos dias de Noé

https://www.youtube.com/watch?v=NdBKIjg0VvQ&t=

8s

O Detentor do Anticristo REVELADO | Scott Clarke

https://www.youtube.com/watch?v=eok6zYBxAzY&t=

5s

MISTÉRIO do Final dos Tempos - "A Plenitude dos

Gentios" REVELADO |por Scott Clarke

https://www.youtube.com/watch?v=3Oty9i6le3A

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Arrebatamento Pré-Tribulação (Simplificado) por

Scott Clarke

https://www.youtube.com/watch?v=KXhvSEPt_B0&t=

6s

Série Profética - Parte 4: A Festa das Trombetas

https://www.youtube.com/watch?v=7rMD12vdILI&t=

263s&index=4&list=PLlblsw5PHtRWxCGH3CvMYT

HI-Dosx2PYu

Série Profética - Parte 6: Os Sinais da Última

Geração

https://www.youtube.com/watch?v=uowKgb9Z15M&i

ndex=6&list=PLlblsw5PHtRWxCGH3CvMYTHI-

Dosx2PYu

O Arrebatamento à Luz do Casamento Judaico

https://www.youtube.com/watch?v=Z6pij2CWPKA&t=

3s

Os 7 mil anos e a volta do Messias

https://www.youtube.com/watch?v=ZmsOOCWg9gk&t

=24s

Derek Walker – As eras do tempo (1 dia = 1000 anos)

https://www.youtube.com/watch?v=UOIangQMDw8

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SOBRE O AUTOR

Celso Melo é criador e escritor do blog Alicerce

da fé. Seu trabalho online é fundamentado numa

visão motivacional de apoio ao crescimento espiritual

das pessoais. Possui, portanto, uma visão com alcance

interdenominacional. Além da produção de textos

bíblicos reflexivos, seu blog possui poemas, vídeos,

recomendações de livros; e obviamente, textos

escatológicos. Cursou Teologia por aproximadamente

quatro anos e posteriormente se graduou em

Psicologia.

Sua produção textual se aproxima muito do que

é conhecido como carta argumentativa: um tipo

peculiar de dissertação. Uma característica marcante

desse estilo é a construção de textos na primeira

pessoa, o que faz com que o leitor se aproxime mais do

escritor.

O autor cresceu lendo profecias e confessa: "O

assunto que impulsionou minha conversão culminou

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nas promessas de Deus quanto ao futuro. Enquanto

muitos se convertem na esperança de um Deus que os

abençoe aqui e agora... eu me lancei na eternidade.

Tive um vislumbre do que me aguarda; e desde então,

vivo na esperança de que muito em breve estarei

diante daquele que me conquistou lá na cruz".

Contatos com o autor podem ser feitos pelo

correio eletrônico: [email protected] ou

também pelo telefone (31) 98517-8934.