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HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL - HGCS
HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL: TECENDO A HUMANIZAÇÃO COMO UMAESTRATÉGIA PARA O FORTALECIMENTO DA SAÚDE DO TRABALHADOR.
HOSPITAL CLASSE II
GESTÃO DE PESSOAS
2019
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SUMÁRIO
1. HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO………………………………………………... 3
2. ACREDITAÇÃO HOSPITALAR………………………………………………... 3
3. POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO………………………………… 4
3.1 Como valorizar participação de usuário, profissionais e gestores……….. 4
3.2 Grupo de Trabalho de Humanização do Hospital Geral de Caxias do Sul. 5
4. OBJETIVOS……………………………………………………………………… 6
5. DIRETRIZES DO HumanizaSUS……………………………………………... 7
5.1 Acolhimento…………………………………………………………………….. 7
5.2 Gestão Participativa e cogestão……………………………………………... 7
5.3 Ambiência………………………………………………………………………. 8
5.4 Clínica ampliada e compartilhada……………………………………………. 9
5.5 Valorização do Trabalhador…………………………………………………… 10
5.6 Defesa dos Direitos dos Usuários……………………………………………. 10
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS……………………………………………………. 11
7. REFERÊNCIAS……………………………………………………….…………. 12
ANEXO 1 – HUMANIZAÇÃO NO AMBIENTE HOSPITALAR HGCS…………. 13
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1. HISTORICO DA INSTITUIÇÃO
O Hospital Geral (HG) iniciou suas atividades através do convênio nº 334/97,
celebrado entre o Estado do Rio Grande do Sul e a Fundação Universidade de Caxias do
Sul (FUCS), no dia 19 de março de 1998. A responsabilidade de preservar o cumprimento
da missão institucional e os objetivos do HG, bem como prestar contas ao Estado e
sociedade, zelando pelo patrimônio público ficou a cargo da Fundação Universidade de
Caixas do Sul. (HGCS, 2017).
O Hospital foi idealizado a partir de pedidos da 5ª Delegacia Regional da Saúde por
seu titular Milton Comassetto. A construção ocupou a área pertencente à Secretaria
Estadual da Agricultura. Os primeiros serviços oferecidos no Hospital foram os de
Neonatologia e Obstetrícia e Ginecologia, após esse início, gradativamente, o Hospital
passou a ofertar atendimento em várias especialidades e tornou-se referência em muitas
delas. (HGCS, 2017).
O Hospital Geral tornou-se referência em saúde para usuários do Sistema Único de
Saúde (SUS), correspondendo a mais de milhão de habitantes, pertencentes aos 49
municípios da 5ª Coordenadoria Regional da Saúde. Oferecendo atendimento universal e
gratuito. Durante o ano de 2016 os profissionais foram desfiados a repensar seus
processos e buscarem melhorias no serviço prestado, buscando excelência e qualidade
do serviço. Esse processo veio de encontro com a maturidade profissional culminando
com a conquista do certificado de qualidade ONA Nível 3, que premiou a todos pelo
excelente trabalho realizado ao longo do ano ( HGCS, 2017).
2. ACREDITAÇÃO HOSPITALAR
A acreditação hospitalar é um sistema de avaliação periódica, de caráter reservado
e voluntário, que visa reconhecimento da existência de padrões definidos na estrutura,
nos processos e nos resultados, tendo como objetivo estimular o desenvolvimento de uma
cultura de melhoria de qualidade. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
Segundo Felman (2005), o movimento de acreditação hospitalar permeou a
América Latina após 1989 e sendo classificado pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) como elemento estratégico para o desenvolvimento da qualidade na assistência à
saúde. O ambiente de uma UTI neonatal nos últimos anos têm demonstrado um grande
uso de tecnologia e que, portanto, necessitam de diferentes controles e qualidade do
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cuidado. A tecnologia, como fundamento do cuidado neonatal, requer um repensar de
todas as formas de relacionamento entre bebês, profissionais e família, na adequação de
sua utilização a diversos saberes, oferecendo cuidado individualizado, seguro, ético e
humano. Para isso, faz-se necessário a avaliação da qualidade, por meio de indicadores
para que se possa melhorar o cuidado.
3. POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO
A Política Nacional de Humanização (PNH) existe desde 2003 para efetivar os
princípios do SUS no cotidiano das práticas de atenção e gestão, qualificando a saúde
pública no Brasil e incentivando trocas solidárias entre gestores, trabalhadores e usuários.
A PNH deve se fazer presente e estar inserida em todas as políticas e programas do SUS.
Promover a comunicação entre estes três grupos pode provocar uma série de debates em
direção a mudanças que proporcionem melhor forma de cuidar e novas formas de
organizar o trabalho.
A humanização é a valorização dos usuários, trabalhadores e gestores no processo
de produção de saúde. Valorizar os sujeitos é oportunizar uma maior autonomia, a
ampliação da sua capacidade de transformar a realidade em que vivem, através da
responsabilidade compartilhada, da criação de vínculos solidários, da participação coletiva
nos processos de gestão e de produção de saúde.
Produzindo mudanças nos modos de gerir e cuidar, a PNH estimula a comunicação
entre gestores, trabalhadores e usuários para construir processos coletivos de
enfrentamento de relações de poder, trabalho e afeto que muitas vezes produzem atitudes
e práticas desumanizadoras que inibem a autonomia e a corresponsabilidade dos
profissionais de saúde em seu trabalho e dos usuários no cuidado de si.
3.1 Como valorizar participação de usuário, profissionais e gestores
As rodas de conversa, o incentivo às redes e movimentos sociais e a gestão dos
conflitos gerados pela inclusão das diferenças são ferramentas experimentadas nos
serviços de saúde a partir das orientações da PNH que já apresentam resultados
positivos.
Incluir os trabalhadores na gestão é fundamental para que eles, no dia a dia,
reinventem seus processos de trabalho e sejam agentes ativos das mudanças no serviço
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de saúde. Incluir usuários e suas redes sócio-familiares nos processos de cuidado é um
poderoso recurso para a ampliação da corresponsabilização no cuidado de si.
3.2 Grupo de Trabalho de Humanização do Hospital Geral de Caxias do Sul
O Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) é um espaço participativo que se
destina a empreender a política institucional de resgate da humanização na assistência à
saúde e democratização na gestão, em benefício dos usuários e dos profissionais da
saúde.
É formado por funcionários voluntários de diferentes áreas do Hospital, que se
encontram mensalmente para discutir e operacionalizar ações voltadas para a
humanização no ambiente hospitalar.
Anualmente, realiza o Encontro de Humanização, que tem o objetivo de oferecer,
para profissionais da saúde e comunidade em geral, palestras gratuitas que contemplem
assuntos ligados à humanização no ambiente Hospitalar.
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4. OBJETIVOS
Promover a participação dos trabalhadores em consonância com a missão, visão e
estratégias organizacionais;
Valorizar os trabalhadores no processo de produção de saúde;
Aumentar do grau de corresponsabilidade na produção de saúde;
Construir os modelos de gestão do cuidado, com foco nas necessidades e na
produção de saúde e o próprio processo de trabalho, valorizando os trabalhadores e as
relações sociais no trabalho;
Apresentar um trabalho coletivo para que o sistema de saúde seja mais acolhedor,
mais ágil e mais resolutivo;
Considerar a qualificação do ambiente, melhorando as condições de trabalho e de
atendimento.
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5. DIRETRIZES DO HumanizaSUS
5.1 Acolhimento
Acolher é reconhecer o que o outro traz como legítima e singular necessidade de
saúde. O acolhimento deve comparecer e sustentar a relação entre equipes/serviços e
usuários/populações. Como valor das práticas de saúde, o acolhimento é construído de
forma coletiva, a partir da análise dos processos de trabalho e tem como objetivo a
construção de relações de confiança, compromisso e vínculo entre as equipes/serviços,
trabalhador/equipes e usuário com sua rede sócio-afetiva.
Práticas de acolhimento no HGCS:
1- Construindo ações humanizadas entre os setores: durante algumas datas
especiais, como natal, os setores trocam cartões entre eles, fazendo com que diferentes
áreas se conheçam.
2-Gincana brinquedos de plantão: desde 2004 acontece a Gincana onde há
socialização de todos os funcionários e arrecadação de diversos materiais para o
Hospital.
3- Médicos do sorriso: O grupo de artistas leva a alegria de um palhaço para os
diferentes setores do hospital, tanto para funcionários, como para pacientes.
4- Festa de final de ano: momento de confraternização entre os funcionários do HG,
celebrando a vida e as ações realziadas no decorrer do ano.
5- Lanche das profissões: mensalmente comemoramos a importância das profissões
atraves de mensagens de agradecimento para cada categoria profissional bem como a
distribuição de um lanche especial para todos os turnos.
6- Comemoração dos aniversariantes: a Direção do HG parabeniza os seus
funcionários com um cartão de comemoração personalizado, para confraternizar esse ano
de vida e realiza a entrega de um bolo individual para todos os funcionários do hospital.
5.2 Gestão Participativa e cogestão
Cogestão expressa tanto a inclusão de novos sujeitos nos processos de análise e
decisão quanto a ampliação das tarefas da gestão - que se transforma também em
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espaço de realização de análise dos contextos, da política em geral e da saúde em
particular, em lugar de formulação e de pactuação de tarefas e de aprendizado coletivo.
Práticas de experimentação da cogestão no cotidiano da saúde no HGCS
1- Programa de desenvolvimento de lideranças (PDL): Objetiva a capacitação
dos gestores sobre técnicas de liderança relacionadas as normas internas, legislação e
gestão de pessoas.
2-Programas de desenvolvimento pessoal e profissional: Realizados em parceria com
o Laboratório de Práticas Psicológicas da UCS.
2.1 Avaliação de potencialidades: Oferta diversas avaliações psicológicas de
competências técnicas e comportamentais que podem ser exploradas no contexto laboral.
2.2 Aprimoramento de habilidades de liderança: Visa o fortalecimento do líder como
gestor de pessoas, de processos e de equipes;
3- Núcleo de Psicologia: Possui o intuito de implantar ações que oportunizem espaços
para acolhimento e promoção da saúde biopsicossocial do indivíduo.
4- Consultoria Interna de RH: Profissionais de RH que atuam como parceiros dos
Gestores prestando suporte nos processos de Gestão de Pessoas e Recursos Humanos.
5- Avaliação de desempenho e Acompanhamento funcional: Acompanhar o
funcionário no período de experiência e, após, anualmente, proporcionando um momento
de trocas de feedbacks entre o gestor e o colaborador. Também contempla a possibilidade
de avaliar a assertividade das contratações e desenvolver pessoas contratadas.
6- Entrevista de desligamento: proporcionar conhecimento frente a visão do funcionário
delsigada para com a instituição e rotinas.
7- Projeto Sombra: vivenciando, durante um período determinado, a rotina de um
profissional inserido na área que você deseja futuramente crescer dentro da instituição.
08- Alimentação: valor simbólico para almoço/jantar, para quem trabalha em período
integral/plantão ou hora extra, no valor de R$ 2,60 por refeição. Já para os que
trabalham um período de até 6 horas diárias, o valor é de R$ 7,00 por refeição.
5.3 Ambiência
Criar espaços saudáveis, acolhedores e confortáveis, que respeitem a privacidade,
propiciem mudanças no processo de trabalho e sejam lugares de encontro entre as
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pessoas.
Práticas de ambiência no HGCS
1- Sala de convivência: Espaço de convivência e descanso para os funcionários nos
horários de intervalo visando o bem-estar no ambiente de trabalho.
2- Empresa saudável: Realizado o perfil epidemiológico com ações de promoção à
saúde e prevenção de riscos e doenças através dos dados obtidos pelo perfil. Trabalho
baseado na educação em saúde através de equipe multiprofissional.
5.4 Clínica ampliada e compartilhada
A clínica ampliada é uma ferramenta teórica e prática cuja finalidade é contribuir
para uma abordagem clínica do adoecimento e do sofrimento, que considere a
singularidade do sujeito e a complexidade do processo saúde/doença. Permite o
enfrentamento da fragmentação do conhecimento e das ações de saúde e seus
respectivos danos e ineficácia.
Práticas de decisões compartilhadas e compromissadas com a autonomia e a saúde no
HGCS
1- Cuidando do cuidador: Proporcionar um espaço de acolhimento aos funcionários do
Hospital Geral favorecendo o bem-estar emocional e a humanização dos serviços
prestados.
2- Terapia Reiki: Utilizada como terapia complementar aliada aos tratamentos
convencionais, oferecendo vários benefícios entre eles o relaxamento e diminuição de
tensões, ansiedade e stress.
3- Acompanhamento nutricional: Avaliar o estado nutricional dos funcionários e oferecer
orientações, como intervenção para melhoria de sua saúde.
4- Grupos Operativos com Equipes: Possibilitar encontros vivenciais abordando temas
como comunicação assertiva e empatia para o fortalecimento das relações interpessoais
na equipe.
5- Grupo - Luto - A Morte e o Luto no Contexto das UTIs: Proporcionar as equipes de
profssionais dos setores de UTIs um espaço para troca de experiências relativas a óbitos
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de pacientes e o manejo com os familiares.
6- Palestras e sensibilizações para a promoção de saúde mental do trabalhador :
Organização de eventos que contemplem temáticas pertinentes à valorização dos
processos de saúde biopsicossocial e espiritual do funcionário, como por exemplo,
prevenção ao suicídio, saúde e proteção da mulher, janeiro branco, entre outros.
5.5 Valorização do Trabalhador
É importante dar visibilidade à experiência dos trabalhadores e incluí-los na tomada
de decisão, apostando na sua capacidade de analisar, definir e qualificar os processos de
trabalho.
Práticas para a participação dos trabalhadores nos espaços coletivos de gestão no
HGCS.
1- Oportuniza: O programa tem como objetivo específico criar oportunidade de
desenvolvimento para os funcionários, além de estimular a atitude de constante
autodesenvolvimento, mediante as vagas de trabalho que surgirem na empresa.
2- Programa sem barreira: desenvolve a inclusão de PCD´s ao ambiente de trabalho do
HG
5.6 Defesa dos Direitos dos Usuários
Os usuários de saúde possuem direitos garantidos por lei e os serviços de saúde
devem incentivar o conhecimento desses direitos e assegurar que eles sejam cumpridos
em todas as fases do cuidado, desde a recepção até a alta.
Práticas para defesa dos direitos no HGCS
1- Formação profissional: O HG formou 1.196 funcionários e 494 dependentes desde
2007, totalizando 1.690 bolsas para os cursos de graduação, e 421 bolsas para os cursos
de pós-Graduação, Mestrado, Doutorado, contemplando ainda o Programa de línguas
estrangeiras. Dentre os cursos mais solicitados podemos citar: Medicina, medicina
veterinária, enfermagem, odontologia, psicologia, fisioterapia, administração, direito,
dentre outros.
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A necessidade de investimento no processo de humanização da assistência à
saúde bem como na saúde do trabalhador, é fundamental para a efetivação de ações
voltadas à temática. Apesar de o tema humanização da saúde provocar debates, visto sua
questão principal, ou seja, a necessidade de humanizar o humano, não se pode descartar
a imprescindível reflexão a cerca da condição da assistência. Neste sentido, a
implantação e o aprimoramento dos dispositivos da PNH são de suma importância pois
assim temos várias iniciativas exitosas, com fortalecimento da saúde do trabalhador, que
não podem ser desprezadas.
O Grupo de Trabalho de Humanização passa a ser visto como um instrumento de
grande valia para que se possa fazer uma leitura do cotidiano do hospital e, ao mesmo
tempo, um potencializador de atitudes voltadas para a melhoria da assistência e às
condições de trabalho dos profissionais da área da saúde. Junto com os demais
dispositivos, tem por função viabilizar os princípios e resultados esperados com o
HumanizaSUS.
Por fim, espera-se que o desenvolvimento dessas ações possam incluir pessoas e
coletivos nos processos de trabalho, visando ao compartilhamento para construção de
mudanças voltadas à humanização da saúde do trabalhador, e ao mesmo tempo, em
força motriz da transformação que impulsiona análises das relações com intuito de buscar
a efetividade da humanização no âmbito hospitalar.
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7. REFERÊNCIAS
Brasil. Ministério da Saúde.. Política Nacional de Humanização; 2004. [acessado maio de
2019]. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/saude/area.cfm? id_area=390.
___________.Ministério da Saúde, Secretaria de Assistência à Saúde. Manual brasileiro
de acreditação hospitalar. 4ª ed. Brasília (DF); 2006.
FELMAN, L.B; GATTO, M.A. F; CUNHA, I.C.K.O. Historia da evolução da qualidade
hospitalar: dos padrões à acreditação. Acta Paul Enferm. 2005.
HGCS: Hospital Geral: histórico. Disponível em: <http://www.hgcs.com.br/historico.php>.
Acesso em: 01 jul. 2017.
Puccini PT, Cecilio LCO. A humanização dos serviços e o direito à saúde. Cad Saude
Publica 2004; 20(5):1342-1353.
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